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FACULDADE ESTCIO DE S DE JUIZ DE FORA CURSO DE ADMINISTRAO

RAFAELA LOBATO ALVES

A Importncia da Precificao dos Produtos Visando Lucratividade das Micro e Pequenas Empresas

Juiz de Fora 2010

RAFAELA LOBATO ALVES

A Importncia da Precificao dos Produtos Visando Lucratividade das Micro e Pequenas Empresas

Monografia de concluso de curso apresentada Faculdade Estcio de S de Juiz de Fora, como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel em Administrao. Orientadora: Prof. Jos Maria Silva Alves

Juiz de Fora 2010

RAFAELA LOBATO ALVES

A Importncia da Precificao dos Produtos Visando Lucratividade das Micro e Pequenas Empresas

Monografia de concluso de curso apresentada Faculdade Estcio de S de Juiz de Fora, como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel em Administrao. Orientadora: Prof. Jos Maria Silva Alves

Aprovada em ____/_____/2010

_________________________________________________ Prof. Orientador: Jos Maria Silva Alves

_________________________________________________ Prof.

_________________________________________________ Prof.

Agradeo a Deus por ter me permitido que nascesse na famlia em que nasci, a qual me proporcionou direta ou indiretamente a possibilidade de concluir a faculdade. Amo muito vocs.

AGRADECIMENTOS

Agradeo primeiramente a Deus por ter me permitido chegar at aonde cheguei e por estar me permitindo continuar esta batalha. Agradeo aos mestres que tive ao longo desta jornada, que me apoiaram no s como professores, mas como amigos. Ao pai Carlos, a me Abigail, a minha irm Thas e ao meu noivo Joo Paulo, meu muito obrigado por me ajudarem sempre e por me entenderem como sou. A uma pessoa que j se foi, mas que pra mim ser sempre muito especial meu av Antnio Carlos, pois sem ele no estava concluindo minha graduao. Aos amigos... Obrigado por cada um existir em minha vida e por ter permitido que eu existisse na vida de vocs. A todos o meu muito obrigado.

Embora ningum possa voltar atrs e fazer um novo comeo, qualquer um pode comear agora e fazer um novo final. Chico Xavier

RESUMO

A concorrncia um dos grandes fatores de restrio do preo, sendo que devem ser monitorados constantemente. Ainda, o valor percebido pelo cliente outro pontochave para a definio dos preos. Para cada produto, existe um valor mximo que o consumidor est disposto a pagar, e entender a sensibilidade de preo do seu cliente e traduzir em um modelo matemtico uma cincia. De maneira geral, a estratgia de precificao tem como objetivo a maximizao de volume e rentabilidade, atravs do correto posicionamento de preos dos produtos em relao a concorrncia e ao consumidor nos diversos tipos de canais. Este trabalho tem por objetivo analisar como precificar corretamente para obter maior lucratividade. PALAVRAS-CHAVE: Lucratividade. Precificao. Microempresas. Pequenas empresas.

ABSTRACT Competition is one of the major factors restricting the price, but they must be monitored constantly. Still, the perceived customer value is another key point for setting prices. For every product there is a maximum value that the consumer is willing to pay, and understand the price sensitivity of your customer and translate into a mathematical model is a science. In general, the pricing strategy aims to maximize volume and profitability through the proper placement of product prices in relation to competition and consumers in various types of channels. This paper aims to analyze how to price correctly for higher profitability. KEYWORDS: Pricing. Microenterprises. Small businesses. Profitability.

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Condies Para a Formao do Preo de Venda.................................

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QUADRO 2: Posicionamento do produto levando em conta qualidade e preo........... 27 QUADRO 3: Modelo Bsico de Precificao...................................................................... 37

SUMRIO

9 INTRODUO...................................................................................................... ...... 11 12 1 PREO....................................................................................................................12 17 1.1 A IMPORTNCIA E A DECISO DO PREO......................................................... 1.2 O SIGNIFICADO DE PREO PARA O CONSUMIDOR...................................... 19 1.3 GUERRA DOS PREOS: RISCOS E DESAFIOS............................................... 22 2 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS....................................................................... 25 3 FORMAO DE PREO..........................................................................................26 3.1 FATORES BSICOS NA DETERMINAO DOS PREOS............................... 28 3.2 O PROCESSO DE FORMAO DE PREO PREOS...................................... 29 3.3 A ESTRATGIA DE PREOS.............................................................................. 31 3.4 MTODOS DE FORMAO DE PREO............................................................ 31 32 3.4.1 MTODO BASEADO NO CUSTO TOTAL.......................................................... 32 3.4.2 MTODO DO CUSTO TOTAL - RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO........... 3.4.3 MTODO DO CUSTEIO MARGINAL...............................................................31 32 3.5 METODOLOGIA DE FORMAO DE PREO DE VENDA PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS...................................................................................... 37 3.6 MODELO BSICO DE FORMAO DE PREO.................................................... 39 CONCLUSO.............................................................................................................3 41 REFRENCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................................

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INTRODUO A grande maioria dos administradores obstina-se em determinar os seus preos custeando sem qualquer rigor os seus produtos ou servios e acrescentando a esses custos aproximados um percentual de lucro absolutamente arbitrrio. Sendo assim, o objetivo desse trabalho mostrar como precificar corretamente visando uma maior lucratividade, identificar e analisar as principais estratgias de precificao utilizadas pelas empresas. Com o mercado competitivo, o conhecimento do preo e sua formao so essenciais sobrevivncia de qualquer empresa. Entretanto, esse diferencial ainda pouco explorado pelas empresas, que se esquece que o preo a alavanca mais eficiente para aumentar o lucro operacional. O preo deve sempre buscar o equilbrio entre o ponto de vista externo (concorrncia e valor para o cliente) e interno (custos), sendo que estes fatores sero as responsveis pela definio do preo. Assim, sob o ponto de vista do empreendedor, o objetivo fundamental da determinao do preo maximizar a sua lucratividade que representa o excedente da renda gerada por uma venda sobre os custos de produo ou do bem vendido. Atravs da otimizao da relao preo/custo/volume que a empresa pode: (1) obter um fluxo de lucros contnuo a longo prazo, permitindo a otimizao no uso da capacidade instalada; e (2) garantir um retorno satisfatrio sobre os capitais investidos no negcio. Isso enfatiza a importncia do apreamento que merece um planejamento criterioso por parte da administrao da empresa. O presente trabalho visa responder a seguinte questo problema: Com uma correta determinao de preos, a empresa pode gerenciar de maneira mais efetiva a sua lucratividade? A metodologia aplicada para a construo desta monografia foi um estudo bibliogrfico e est dividida em trs captulos, onde no primeiro ser abordado a questo do preo, sua importncia e poder de deciso, alm do seu significado para o consumidor, a guerra dos preos e seus desafios. No segundo captulo ser apresentado a questo das pequenas e microempresas. Por ltimo sero discutidas a formao de preo e seus atributos.

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Este trabalho tem como objetivo de servir de apoio ao empresrio ou administrador envolvido na determinao do preo de venda dos produtos/servios prestados em sua empresa, pois, conforme os autores estudados, para a realizao do trabalho, vrias histrias de sucesso de inmeras empresas est em se ter, executar e controlar bem um bom processo de precificao.

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PREO Sero tratados, neste captulo, assuntos referentes preos. Este tema de grande importncia para empresas de todos os portes pois, em uma economia globalizada como a dos dias atuais, e com a competitividade cada vez mais acirrada, a cada dia que passa, a formao do preo em um oramento est se tornando uma ferramenta muito importante para o sucesso econmico e financeiro da empresa. Em Economia, Contabilidade, Finanas e Negcios, preo o valor monetrio expresso numericamente associado a uma mercadoria, servio ou patrimnio. O conceito de preo central para a microeconomia, onde uma das variveis mais importantes na teoria de alocao de recursos (tambm chamada de teoria dos preos) (VASCONCELLOS, 2002). Em marketing, preo uma das quatro variveis no Composto Mercadolgico, ou marketing mix que os mercadlogos usam para desenvolver um plano de marketing. Ainda segundo o mesmo autor, 14% dos consumidores decidem suas compras baseando-se exclusivamente no preo. Computa-se no preo no apenas o valor monetrio de um produto, mas tudo aquilo que o consumidor tem que sacrificar ao adquirir um bem. O verdadeiro preo de alguma coisa o trabalho e a dificuldade para adquirla. Por isso, os mercadlogos incluem em suas consideraes os custos indiretos, custos de manuteno, a necessidade de recompra, e mesmo a energia fsica, o tempo e o custo emocional de se adquirir uma oferta (VASCONCELLOS, 2002). O preo no mais do que a expresso monetria do valor de um bem transacionado no mercado. Uma das questes primordiais da economia estudar o processo pelo qual so estabelecidos os preos dos bens no mercado, ou seja, como funciona o mecanismo de mercado. Pressupondo que o preo de suma importncia para o mercado, Parente (2000, p. 160) afirma que: de todas as variveis do marketing mix, a deciso preo aquela que mais rapidamente afeta a competitividade, o volume de vendas, as margens e a lucratividade das empresas varejistas. Concordando com o autor acima, Kotler (1998, p. 435) destaca o poder do preo em uma empresa ao afirmar que: o preo o nico elemento do composto de marketing que produz receita; os outros elementos geram custos.

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Segundo a teoria econmica, o valor de determinado bem (e, por definio, o seu preo) resulta do confronto, no mercado, entre a sua procura por parte dos consumidores e a sua oferta por parte dos produtores. No caso da procura, o valor atribudo pelos consumidores depende da utilidade que estes conseguem retirar do seu consumo, ou seja, do grau de satisfao de necessidades que o consumo do bem proporciona. Quanto oferta, o valor atribudo ao bem pelos produtores depende dos custos de produo, ou seja, do valor que necessrio despender em fatores produtivos para obter determinada quantidade do bem (VASCONCELLOS, 2002). Vasconcellos (2002) afirma que para alguns fatores produtivos, os preos assumem outras designaes, nomeadamente: preo do trabalho = salrio; preo do dinheiro = juro; preo da cedncia de instalaes = renda.

1.1 A IMPORTNCIA E A DECISO DO PREO Lovelock (1996) comenta que o preo o nico elemento do marketing mix que produz receita, as outras variveis, apesar de essenciais para o sucesso da empresa, produzem, sobretudo, custos, sendo assim consideradas de mais difcil compresso. , tambm, um dos elementos mais flexveis (Palmer, 2000), pois pode ser alterado com rapidez, ao contrrio de outros componentes, tais como a alterao de um produto ou o compromisso com um canal de distribuio. Essa flexibilidade dos preos praticados pelos concorrentes um dos maiores problemas com o qual as empresas se deparam. Em termos gerais, qualquer troca envolve preo, que nem sempre monetrio. O preo pode ser definido como uma relao que indica o montante necessrio para adquirir uma dada quantidade de bem ou servio (Lambin, 2000); sendo, simplesmente, a quantidade de dinheiro e/ou outros itens com utilidade necessria para se adquirir um produto (Etzel, 2001) ou, conforme menciona Palmer (2000), o preo alguma unidade de valor entregue por uma parte em troca de alguma coisa recebida de outra parte. As decises de preos so importantes, pois afetam o volume de vendas de uma empresa e quanto de recursos ela recebe. Alguns fatores de importncia das decises de preo no ambiente de marketing so considerados por Lambin (2000)

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tais como: o preo influencia diretamente a demanda, determina diretamente a rentabilidade da atividade e influencia a percepo do produto contribuindo para o posicionamento da marca. Mesmo com tal importncia, muitas empresas no lidam bem com a determinao de preos. Segundo Kotler (2000), os erros mais comuns so: preos demasiadamente orientados para custos; os preos no sofrem reviso com suficiente freqncia para capturar mudanas praticadas pelo mercado, a determinao dos preos independe do restante do composto de marketing e a no variao de acordo com diferentes itens de produtos, segmentos de mercado e ocasies de compra. A estratgia de preo deve ser compatvel com os outros componentes da estratgia de marketing, pois o preo deve permitir financiar as estratgias de comunicao, desenvolvimento de produtos e do fortalecimento do posicionamento de qualidade desses produtos, quando for o caso, respeitando a estratgia do canal de distribuio em atingir margens necessrias para a realizao dos objetivos de cobertura de mercado. Conforme o enfoque de contingncia para as prticas de precificao, Kotler (2000) comenta que a vantagem relativa do produto apenas no conduz a elevadas margens. Somente se alcana elevada margem quando a empresa se utiliza de prticas apropriadas de precificao. Lambin (2000) considera que a escolha de uma estratgia de preos impe o respeito a dois tipos de coerncia: a coerncia interna que contempla que o preo definido respeite as condies de custo e de rentabilidade da empresa, e a coerncia externa, que exige um preo compatvel com a sensibilidade dos compradores ao preo e com os preos praticados pela concorrncia. Uma vez estabelecido o preo, o prximo passo ser estudar as estratgias de adequao de preos e as iniciativas a respostas s mudanas de preos praticados pelos concorrentes. Os objetivos de estabelecimento de preo devem estar ajustados aos objetivos de marketing da empresa. A empresa deve decidir onde deve posicionar seu produto no mercado em termos de qualidade e preo, sendo possvel encontrar, em um mesmo mercado, vrios nveis de preo. Ao estabelecer uma poltica de preos a empresa deve pensar em seis etapas (Kotler, 2000 e Etzel 2001):

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1 seleo do objetivo da determinao de preos, 2 determinao da demanda, 3 estimativa de custos, 4 anlise de custos, preos e oferta dos concorrentes, 5 seleo de um mtodo de determinao de preos e 6 seleo do preo final. A deciso de onde a empresa deseja posicionar sua oferta dever ser o primeiro passo que a empresa adota, pois quanto mais claros os objetivos do plano de marketing, mais fcil ser a determinao de preos. Deve-se decidir sobre os objetivos de preo antes de determinar o prprio preo. De modo geral, so considerados cinco objetivos para a determinao de preo (KOTLER, 2000): (1) sobrevivncia, que um objetivo de curto prazo geralmente praticado quando existe excesso de produo, concorrncia intensa ou mudana nos desejos do consumidor; (2) maximizao do lucro, quando so estimados a demanda e os custos com preos alternativos e escolha do nvel que maximiza o lucro, e se estabelece um nvel especfico de lucro como objetivo; (3) maximizao do faturamento, estimado apenas em funo de demanda, estabelecendo o preo que maximiza faturamento, ou participao de mercado; (4) maximizao do crescimento das vendas ou manuteno e/ou aumento a parcela de mercado, trabalha com a possibilidade de custos unitrios menores, devido curva de experincia e afastam concorrentes e (5) maximizao do aproveitamento do mercado (desnatamento), utilizado quando existe estimativa do preo mais alto que se pode cobrar, dados os benefcios comparativos em relao aos substitutos disponveis, posteriormente a empresa reduz o preo para conquistar o segmento imediatamente inferior, ou seja, procuram estabilidade dos preos e o alinhamento em relao aos concorrentes. A determinao de um preo considerando apenas os custos de produo no suficiente. importante que a organizao identifique o nvel de demanda ao longo do tempo. A determinao da demanda em alguns casos intuitivamente bvia, em outros, os padres s so revelados quando devidamente estudados e mapeados. Cada preo praticado pela empresa resultar em um diferente nvel de demanda e conseqentemente causar diferentes impactos nos objetivos de

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marketing de uma determinada empresa. Essa relao, segundo Kotler (2000), pode ser observada na curva de demanda, com os fatores que afetam a sensibilidade de preo. Kotler (2000) indica nove situaes a que a sensibilidade ao preo pode ser reduzida: (1)Valor nico: os compradores so menos sensveis ao preo quando o produto exclusivo, (2) conscincia da existncia de produtos substitutos: quanto menor esta conscincia, menor a sensibilidade ao preo; (3) dificuldade de comparao com substitutos: quanto maior a dificuldade, menos a sensibilidade ao preo; (4) dispndio total: quanto menor o dispndio total em relao a sua renda, menor a sua sensibilidade a preo; (5) benefcio final: quanto menor o dispndio total em relao ao custo total do produto, menor sensibilidade a preo; (6) custo compartilhado: H menor sensibilidade quando parte do custo assumido por terceiros. Ex.: CAOA1; (7) investimento reduzido: menor sensibilidade quando o produto utilizado em conjunto com bens comprados anteriormente; (8) preo qualidade: menor sensibilidade quando o produto possui mais qualidade ou prestgio (para o cliente) e, (9) estoque: quando no podem estocar o produto. Os fatores acima so de grande valia porque podem, tambm, orientar com relao s oportunidades de aes em redes de empresas. A questo como:1

O grupo CAOA foi criado em 1979. Seu fundador Dr. Carlos Alberto de Oliveira Andrade e presidente, era mdico e adquiriu um Ford Landau em uma concessionria em Campina Grande (PB), mas esta no lhe entregou o veculo porque faliu. Props, ento, que a revenda falida lhe fosse entregue para compensar o pagamento feito pelo carro. Passou a administrar a concessionria Ford, sob nome de CAOA. Em 6 anos, tornou-se o maior revendedor Ford em toda a Amrica Latina. Em 1992, o Brasil abriu as portas para a importao de veculos e a empresa tornou-se importador oficial e exclusivo da marca Renault. Em 3 anos, a Renault se tornou a marca n. 1 em vendas no segmento de importados, e a n. 5 no mercado em geral. Quando a Renault veio para o Brasil tomou de volta os direitos de importao e o grupo CAOA deixou de represent-la. Com isso, a marca caiu para o nono lugar em vendas. Em 1998, a CAOA torna-se importador oficial da marca Subaru e as vendas da marca, triplicaram em 1 ano. Em 1999, a Hyundai, passa a ser vendida pela CAOA e torna-se lder no mercado de importados com o modelo Tucson, em abril de 2007 foi inaugurada a 1 montadora Hyundai do Brasil, em Anpolis, GO. A CAOA continua sendo o maior revendedor Ford em toda a Amrica Latina, sendo importador e distribuidor exclusivo das marcas Subaru e Hyundai no pas.

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diminuir a sensibilidade de preos do consumidor pode possuir, em aes em redes, caminhos interessantes a serem seguidos (KOTLER, 2000). Grande parte das empresas busca medir sua curva de demanda utilizando diferentes mtodos, tais como a anlise estatstica de dados sobre preos j praticados e a quantidade vendida, a variao sistemtica de preos em uma loja e anlise das variaes e a pesquisa com compradores para que informem quantas unidades comprariam de tal produto com nveis de preos diferentes (KOTLER, 2000). Uma maneira de considerar a demanda do mercado e os custos na determinao dos preos a utilizao da anlise break-even2 ou ponto de equilbrio, que determina a quantidade de produo para a qual o rendimento total se iguala ao custo total. Quanto mais a venda estiver acima do ponto de equilbrio maior ser o lucro. Por outro lado as vendas abaixo do ponto de equilbrio resultam em prejuzo (ETZEL, 2001). Finalmente, para a determinao da demanda as empresas costumam verificar a elasticidade da demanda, que possibilita um melhor entendimento da relao entre os preos e as vendas. A demanda menos elstica quanto menor for a variao da quantidade dada a uma variao no preo. Kotler (2000) comenta que a demanda ser menos elstica sob as seguintes condies: Existem poucos ou nenhum substituto, ou no h concorrentes; os compradores no percebem o preo maior; os compradores so lentos na mudana de seus hbitos de compra e na procura por preos menores; os compradores consideram que os aumentos de preo so justificveis pela melhora de qualidade, pela inflao, entre outros. A empresa deve considerar fatores adicionais medida que os mtodos de determinao de preo forem se consolidando na faixa a partir da qual a empresa deve selecionar seu preo final, esses fatores adicionais, segundo Kotler (2000) so relatados o Preo Psicolgico (a associao do preo alto com qualidade, leva a empresa a colocar seu produto com o preo entre os mais caros do segmento) e a Influncia de Outros Elementos do Composto de Marketing (a empresa deve levar

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Ponto de equilbrio (do ingls break-even-point) a denominao dada ao estudo, nas empresas, principalmente na rea da contabilidade, onde o total das receitas igual ao total das despesas. Neste ponto o resultado, ou lucro final, igual a zero. H uma quantidade razovel de estudos que demonstram como efetuar o clculo. Para tanto, necessrio, num primeiro momento, conhecer os fundamentos bsicos de classificao dos custos e despesas.

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em considerao a qualidade da marca e da propaganda em relao concorrncia). Existe um relacionamento positivo entre preo alto e oramento de propaganda. Os consumidores geralmente esto dispostos a pagar mais por produtos conhecidos do que por desconhecidos. Dai decorre a importncia do Planejamento e Gesto Estratgica de Marketing. Polticas de Preo da Empresa: o preo deve ser consistente com as polticas de preo da empresa, com finalidade de assegurar que a fora de vendas trabalhe com preos atrativos para os clientes e rentveis para a empresa. Impacto de preos sobre os outros membros do canal: a empresa dever levar em conta a reao das outras partes envolvidas e interessadas na cadeia, tais como distribuidores e os revendedores. 1.2 O SIGNIFICADO DE PREO PARA O CONSUMIDOR Os consumidores processam as informaes de preo ativamente,

interpretando preos nos seguintes termos: conhecimento que adquiriram em experincias de compras anteriores; na comunicao formal (propaganda, visita de vendas, promoes); na comunicao informal (amigos, colegas de trabalho, familiares); pontos-de-venda ou recursos on-line (CAMARGO, 2006). As decises de compra baseiam-se em como os consumidores percebem os preos e no que consideram ser o verdadeiro preo atual (no o preo definido pela empresa). Eles podem estabelecer um limite mnimo abaixo do qual os preos podem representar qualidade inferior ou inaceitvel, assim como um limite mximo acima do qual os preos sero vistos como proibitivos e no compensadores (CAMARGO, 2006). O consumidor recebe vrias influncias e estmulos para decidir-se por uma compra. Para estruturar uma poltica de preos eficiente, preciso entender o comportamento desse consumidor. Os processos decisrios de precificao dependem de vrios fatores do comportamento do consumidor, como: compra de maior ou menor valor; peso relativo do produto no oramento; poder aquisitivo com consumidor; regularidade ou

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excepcionalidade da compra; diferenas significativas entre marcas (CAMARGO, 2006). Segundo Camargo (2006), estudos mostram que, embora os consumidores possam conhecer bem a faixa de preos dos produtos, surpreendentemente, poucos conseguem lembrar com preciso o preo especfico dos produtos. Ao examinar opes de compra, os consumidores costumam utilizar preos de referncia. Considerando um preo observado, eles comparam a um preo de referncia interno (informao de preo da memria) ou a uma estrutura de referncia externa (como um preo praticado no varejo). Existem vrios tipos de preos de referncia: preo justo (quanto o produto deveria custar); preo padro; ltimo preo pago; limite mximo de preo (chamado preo de reserva, aquele que a maioria dos consumidores estaria disposta a pagar); limite mnimo de preo (limite inferior de preo mais baixo); preos dos concorrentes; preo futuro esperado (tem relao com o ciclo de vida e a queda no preo dos produtos e com o comportamento do consumidor, adotante retardatrio); preo usual com desconto (CAMARGO, 2006). Quando o consumidor evoca uma ou mais dessas estruturas de referncia, seu preo percebido pode ser diferente do preo praticado, por exemplo, quando o preo percebido menor que o preo praticado. Muitos consumidores usam o preo como um indicador de qualidade. A determinao de preos com base na imagem especialmente eficaz com produtos que apelam para a vaidade das pessoas, por exemplo, perfumes importados, carros de luxo. Produtos mais caros so percebidos como de alta qualidade. Com isso podem existir marcas sobrevalorizadas = valorizadas em excesso (marcas cuja qualidade percebida supera a qualidade real) e marcas subvalorizadas = menos valorizadas do que deveriam realmente ser (marcas cuja qualidade percebida inferior qualidade real,) (CAMARGO, 2006). Algumas marcas adotam a escassez para denotar qualidade e justificar o preo premium3. Alguns fabricantes de automveis no entram na onda de descontos e produzem lotes menores de modelos novos, criando um burburinho e usando a demanda para aumentar o preo de venda pelas estratgias de determinao de preo das empresas (CAMARGO, 2006).3

Preo Premium (Oferta Especial). Use um preo alto quando existir uma unicidade a respeito do produto ou servio. Este mtodo usado quando existe uma vantagem substancial sobre a competio. Altos preos so cobrados por produtos/servios de luxos em cruzeiros, hotis, vos areos etc.

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Muitas empresas acreditam que os preos devem terminar em um nmero quebrado. Para um consumidor, o que custa R$ 299, est na faixa dos 200 e no na de 300. Estudos mostram que consumidores tendem a memorizar os preos da esquerda para a direita, sem arredond-los (CAMARGO, 2006). Os preos terminados em 9 transmitem a idia de desconto ou pechincha. Assim, se uma empresa quer trabalhar uma imagem de alto preo, deve evitar a ttica de nmeros quebrados. Por exemplo, a demanda de fato aumentou em 1/3 quando o preo de um vestido subiu de 34 para 39 dlares, mas permaneceu inalterada quando o preo subiu de 34 para 44 dlares; Os preos que terminam em 0 e 5 so comuns no mercado porque acreditase que os consumidores os memorizam com facilidade (CAMARGO, 2006). 1.3 GUERRA DOS PREOS: RISCOS E DESAFIOS Preos deveriam ser formados a partir do valor percebido pelo cliente, em conjunto com sua disposio e disponibilidade de recursos para comprar willingness to pay4 Cada cliente possui determinada percepo de valor de um produto ou servio, assim como cada um sabe quanto de recursos tem disponvel para a compra, os preos idealmente deveriam ser individuais, ou seja, para cada pessoa, um preo diferente. Entretanto, por vrios motivos, tais como economias de escala, controles, estratgias de marketing. O fato que as duas estratgias de formao de preos mais difundidas hoje no mercado ficam muito aqum da possibilidade de otimizao de lucros. A primeira delas a precificao baseada em um target5 de lucro em que a empresa simplesmente adota um percentual de mark-up6 sobre os custos. Por exemplo, a4

Willingness to Pay: na economia, a disposio a pagar (DAP) a quantidade mxima que uma pessoa estaria disposta a pagar, sacrifcio ou troca de uma boa. Este termo se ope a vontade de aceitar o pagamento (WTA), que a quantidade mnima de um indivduo est disposto a receber a desistir de um bem.5

Target: alvo, objetivo.

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Markup:- um termo usado em Economia para indicar quanto do preo do produto est acima do seu custo de produo e distribuio. Pode ser expressado como uma quantia fixada ou como percentual. O valor representa a quantia efetivamente cobrada sobre o produto a fim de obter o preo de venda. o percentual do Preo de Venda que paga todas as Contas, que s existem quando ocorre a Venda de um Produto ou Servio prestado para pessoas ou empresas que buscam qualidade em suas vendas acabadas aps financiamento proprietrio do mesmo pelo julgamento

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indstria moveleira aplica normalmente o custo de produo multiplicado por sete para determinar seus preos no varejo. Sem levar em conta o valor percebido pelo cliente, natural que algumas linhas se esgotem rapidamente e outras fiquem em estoque por meses at que os fabricantes ofeream descontos para vender os produtos que no caram no gosto do consumidor. Outra prtica muito utilizada, especialmente pelas empresas que no so lderes ou que esto entrando em um novo mercado, a de simplesmente posicionar seu produto um pouco abaixo do concorrente, sem levar em conta o valor oferecido por seu produto. Um exemplo disso, segundo a revista HSM Management (2007) foi o preo do iPhone, da Apple, nos EUA. At um ms antes de ser lanado o iPhone, um telefone que combinava servio de e-mail, agenda e celular (por exemplo, o BlackBerry, da Motorola) era vendido por US$ 399. Quando lanaram o iPhone por US$ 499 com muito mais recursos e um valor percebido pelos clientes muito maior, a Apple iniciou uma guerra de preos sem perceber. Imediatamente, seus concorrentes foram obrigados a baixar os preos dos seus produtos. Um ms depois de o iPhone estar no mercado, j era possvel encontrar ofertas do Blackberry por US$ 149. Muitas vezes as empresas iniciam uma guerra de preos sem saber. Provavelmente, os executivos da Apple devem estar reclamando da atitude agressiva do concorrente em baixar tanto os preos, mas, na verdade, quem comeou a guerra foi a prpria Apple, no momento em que no cobrou mais por entregar muito mais valor percebido pelos clientes. Ou seja, provavelmente, poderia estar ganhando muito mais dinheiro se tivesse lanado o iPhone por US$ 999, vendendo quase a mesma quantidade e talvez sem forar seus concorrentes a baixar tanto seus preos. As empresas deveriam buscar entender quanto de valor seus produtos ou servios entregam para seus clientes, avaliar se esse valor est sendo percebido o que decorre de sua estratgia de comunicao, garantias, servios etc. e buscar uma estratgia de preos que, pelo menos, segmente seus produtos e clientes de forma coerente com o objetivo de alcanar a maior lucratividade possvel.

autoritrio malsio. So exemplos destas Contas: Impostos, Comisso, Encargos Financeiros e Taxas sobre desconto de Ttulos ou Duplicatas, etc. Inclui-se tambm nestas Contas o Lucro. Todas esta Contas so representadas, individualmente, em forma de percentuais do Preo de Venda.

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Um bom exemplo de comoditizao est no transporte areo brasileiro. Em uma rpida anlise da empresa area GOL viu-se que sua proposta foi ser uma linha area simples, sem alguns servios oferecidos pelas outras empresas (carto de fidelidade, marcao de assento, refeies quentes etc.), mas com o menor preo do mercado. Encontrou seu segmento de mercado e, aliado a uma execuo brilhante do plano, vem alcanando crescimento sustentvel e lucrativo (REVISTA HSM MANAGEMENT, 2007). Para definir preos, a empresa sempre tem de saber responder estrategicamente que mercado ela vai servir, tem de encontrar seu segmento de mercado. Se for vender a preos baixos, tudo o que fizer ter de ser alinhado a essa estratgia. Controle de custos e eficincia de processos tornam-se fundamentais para que a empresa prospere nessa situao. Um dos segmentos que mais devem ter ateno a questo de adequao de preos o de micro e pequenas empresas, que constituem maioria no pas como apresentado no captulo a seguir.

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2 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Microempresa um conceito criado pela Lei n. 7.256/84 e, atualmente, regulado pela Lei n. 9.841, de 5.10.99, que estabelece normas tambm para as empresas de pequeno porte, em atendimento ao disposto nos arts. 170 e 179 da Constituio Federal, favorecendo-as com tratamento diferenciado e simplificado nos campos administrativo, fiscal, previdencirio, trabalhista, creditcio e de desenvolvimento empresarial. Elas so 99,2% das empresas brasileiras. Empregam cerca de 60% das pessoas economicamente ativas do Pas, mas respondem por apenas 20% do Produto Interno Bruto brasileiro. Em 2005, eram cerca de 5 milhes de empresas com esse perfil no Brasil. L esto o padeiro, o cabeleireiro, o consultor de informtica, o advogado, o contador, a costureira, o consultor econmico ou o dono da pousada (SEBRAE, 2010). Essenciais para a economia brasileira, as micro e pequenas empresas (MPEs) tm sido cada vez mais alvo de polticas especficas para facilitar sua sobrevivncia, como, por exemplo, a Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, que cria facilidades tributrias como o Super Simples. As medidas, que vm de encontro constatao que boa parte das MPEs morrem prematuramente, tm surtido efeito: 78% dos empreendimentos abertos no perodo de 2003 a 2005 permaneceram no mercado, segundo pesquisa do Sebrae realizada em agosto de 2007 (o ndice anterior era 50,6%). Essa poltica tambm espera tirar uma srie de empreendedores da informalidade no Brasil. H algumas limitaes bsicas para que uma empresa seja considerada uma micro ou pequena empresa (MPEs) no Brasil e, como conseqncia, aproveitar algumas vantagens desse status como, por exemplo, a incluso no Super Simples. Atualmente, h pelo menos trs definies utilizadas para limitar o que seria uma pequena ou micro empresa. A definio mais comum e mais utilizada a que est na Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas. De acordo com essa lei, que foi promulgada em dezembro de 2006, as micro empresas so as que possuem um faturamento anual de, no mximo, R$ 240 mil por ano. As pequenas devem faturar entre R$ 240.000,01 e R$ 2,4 milhes anualmente para ser enquadradas.

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Outra definio vem do Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2010). A entidade limita as micro s que empregam at nove pessoas no caso do comrcio e servios, ou at 19, no caso dos setores industrial ou de construo. J as pequenas so definidas como as que empregam de 10 a 49 pessoas, no caso de comrcio e servios, e 20 a 99 pessoas, no caso de indstria e empresas de construo. J rgos federais como Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) tm outro parmetro para a concesso de crditos. Nessa instituio de fomento, uma microempresa deve ter receita bruta anual de at R$ 1,2 milho; as pequenas empresas, superior a R$ 1,2 milho e inferior a R$ 10,5 milhes. Os parmetros do BNDES foram estabelecidos em cima dos parmetros de criao do Mercosul. Com a nova lei, os limites, a princpio, no devem mudar, mas haver adequaes estatsticas, segundo o BNDES. Alm da definio legal das Micro e Pequenas Empresas (MPE), importante ter em mente qual o perfil desse micro ou pequeno empresrio, que cada vez mais importante na estrutura capitalista atual. Genericamente, seu nome o empreendedor. No Brasil, surgem cerca de 460 mil novas empresas por ano. A grande maioria de micro e pequenas empresas. As reas de servios e comrcio so as com maior concentrao deste tipo de empresa. Cerca de 80% das MPEs trabalham nesses setores. Essa profuso de empresas se deve a vrios fatores, segundo o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2010). Desde os anos 90, grandes empresas instaladas no Brasil, acompanhando uma tendncia mundial, incentivaram o processo de terceirizao de reas que no so consideradas essenciais para o seu negcio. Assim, comearam a surgir empresas de segurana patrimonial, de limpeza geral. Alm disso, outras empresas menores, tentando fugir dos encargos trabalhistas altssimos do Pas (um funcionrio chega a custar 120% a mais que seu salrio mensal), optaram por dispensar seus funcionrios e contratar micro e pequenas empresas. O Estatuto da Micro e Pequena do Brasil, de 1998, j comeou a facilitar essa poltica empresarial. Alm disso, o desemprego brasileiro, que historicamente gira em torno de 14%, segundo a metodologia do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica), contribuiu para que surgissem mais MPEs. Apesar do sonho do seu

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prprio negcio ser um dos discursos mais comuns entre assalariados brasileiros, ser empreendedor (seja micro ou pequeno) uma atividade que ainda tem vrios percalos no caminho. Um dos principais problemas das pequenas e micro empresas brasileiras a sua vida curta. Levantamento do Sebrae, feito entre 2000 e 2002, mostra que metade das micros e pequenas empresas fecha as portas com menos de dois anos de existncia. A mesma entidade levantou o que seriam as principais razes, segundo os prprios empresrios, para tal. A falta de capital de giro foi apontado como o principal problema por 24,1% dos entrevistados, seguido dos impostos elevados (16%), falta de clientes (8%) e concorrncia (7%). O nmero de falncias de micro e pequenas empresas (MPE) decretadas em outubro/2010 foi o menor registrado neste ano, conforme aponta o indicador Serasa Experian de Falncias e Recuperaes, divulgado em So Paulo. Foram decretadas 53 falncias no Pas, das quais 46 eram de MPE, cinco de mdias e duas de grandes empresas, segundo o levantamento. Em setembro, haviam sido decretadas 57 falncias. Desse total, 50 se referiam a MPE, seis a mdias empresas e uma era de empresa de grande porte. Foi olhando esses nmeros que o governo federal criou primeiro o Simples e depois o Super Simples, que prev a unificao e diminuio de impostos. Afinal, a mesma pesquisa do Sebrae mostra que 25% das empresas que param suas atividades no do baixa nos seus atos constitutivos, ou seja, no fecha legalmente sua empresa porque consideram os custos altos. Outras 19% das MPEs no fecham por causa do tamanho da burocracia. A Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas promete desburocratizar parte do processo. Assim, o Estado brasileiro, que tem incentivado este tipo de empresa, comea a mudar algumas coisas para facilitar a vida dos empreendedores, seja ajudando eles a participar de licitaes pblicas, seja ampliando e facilitando suas linhas de crditos (SEBRAE, LEI GERAL, 2010). Devido a todos esses entraves na hora de criar e manter uma MPE deve-se fazer um estudo especial da realidade onde a empresa vai atuar levando-se em conta o preo que dever ser sugerido para a venda do produto ou servio. Para tanto, o captulo abordar a formao de preo agregando diversos pontos cruciais para que se possa ter um resultado positivo por parte da empresa.

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3 FORMAO DE PREO

De acordo com Bomfim (2008) aplica-se a tcnica de formao dos preos de vendas a duas situaes empresarias bem especficas: 1. Ao reajuste dos preos de produtos j exitentes; 2. determinao dos preos de produtos novos. A formao de preo est relacionada s condies de mercado, aos custos, ao nvel de atividade e remunerao do capital investido (lucro). O clculo do preo de venda deve resultar em um valor que traga empresa a maximizao dos lucros, mantendo a qualidade, atendendo o mercado com o preo determinado e aproveitando melhor o nvel de produo(SANTOS, 1995). Para Bomfim (2008) a formao ou o simples reajuste dos preos de venda so sempre orientados pelos custos do bem apreado, a concorrncia que o mercado oferece e ao nvel do lucro pretendido pela empresa. As condies que devem ser observadas na formao do preo de venda, para Santos (1995) so conforme o quadro a seguir:

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Quadro 1: Condies Para a Formao do Preo de VendaFATORES Formao do preo-base Criticar o preo-base em relao as caractersticas de mercado Testar o preo conforme condies de mercado Fixar preo conforme condioes DESCRIO Idia de valor Preo concorrentes, volume de

vendas,

prazo,

condioes entrega, qualidade, aspectos promocionais Custo/volume/lucro, aspectos econmicos e fincanceiros da empresa Volume, prazo fnanciamento de vendas, descontos prazos mais curtos, comisso s/vendas Necessidade do mercado Preos mais competitivos Expectativa de aceitao Pblico-alvo Quantidade a ser produzida Espao fsico Custo fixo a ser coberto Custos e despesas Margem contribuio valor/relao oramento anual Qualidade, preo, prazo de entrega Oferta de material outros

diferenciadas Qualidade do produto relacionada Existncia produtos ou servios substitutos Demanda esperada do produto Mercado de atuao do produto Nveis de produo e venda, ou operao Grau de ocupaao da empresa ou fbrica Nvel do custo da estrutura da empresa Nvel exigido de capital de giro Perfomance Nvel de concorrncia Disponibilidade matria-prima mercado Mix de vendas

Fonte: Adpatado pela autora de Santos (1995)

3.1 FATORES BSICOS NA DETERMINAO DOS PREOS A determinao dos preos para Bomfim (2008) dependem de apenas trs fatores bsicos: o mercado, os custos e os lucros. As questes relativas ao mercado devem ser sempre analisadas pelo administrador, pois no mercado competitivo de hoje, pode-se admitir, como regra geral, que preos e volumes de vendas situam-se nos braos opostos de uma alavanca, segundo Bomfim (2008) quando os preos sobem, as vendas descem e vice-versa e descendo os preos, os volumes de vendas tendem a subir. Mas, para o autor, h umas poucas excesses dessa regra geral, que manifesta a aberrao de uma relao direta entre preos e volumes sobem as vendas quando os preos sobem. Esse comportamento geralmente ocorre com bens do chamado consumismo conspcuo, ou seja, bens consumidos por status, emulao e no por necessidade. O que acontece nesses casos que o determinado produto por uma campanha publicitria bem conduzida convence um determinado setor do mercado que o tal produto superior a todos os seus concorrentes, fazendo que custe mais caro, conforme mostra o quadro abaixo: Quadro 2: Posicionamento do produto levando em conta qualidade e preo

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Fonte: Adaptado de Kotler (2000).

A reao dos concorrentes muitas vezes fora a empresa a reduzir seus preos para ser mais competitiva. Com o conhecimento sobre as tecnologias utilizadas, a capacidade instalada e as polticas operacionais praticadas pelo concorrente, possvel estimar seus custos, e assim obter uma informao fundamental para a fixao de preos mais competitivos. Segundo Bomfim (2008), nem sempre na comparao com os custos correspondentes, os preos de venda indicados pelo mercado para um determinado produto ou servios ser lucrativo, mesmo apresentando alguma rentabilidade, tais preos no conseguem atingir o nvel dos lucros pretendidos pela empresa. O lucro includo na tcnica de formao de preo decorre da deciso gerencial da empresa definir o nvel de lucro que conveniente a sua estratgia. Estes fatores devem ser considerados como as principais variveis na formao de preos. Para o sucesso da empresa, o processo de precificao de produtos ou servios deve focar a correta alocao de tais fatores para no correr o risco de levar a empresa a desajustes financeiros ou at mesmo ao prejuzo.

3.2 O PROCESSO DE FORMAO DE PREO Independente do porte e das reas de atuao da empresa, BOMFIM (2008) afirma que a formao correta de preo de venda fundamental para sua sobrevivncia e seu crescimento auto-sustentvel. Para as empresas atingirem seus

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objetivos de lucro, o crescimento em longo prazo, o desenvolvimento de seus funcionrios e o atendimento qualificado de seus clientes, somente ser possvel atravs de uma poltica de preos eficiente. Para Bomfim (2008) o processo de determinao de preo segue as seguintes etapas: (a) Definio das alternativas de preos a serem analisadas; (b) levantamento dos dados de custos requeridos para anlise dessas alternativas; (c) avaliao do efeito preo-volume; (d) elaborao do quadro comparativo de alternativas; (e) escolha da alternativa mais lucrativa; (f) implementao do reajuste escolhido; e (g) controle contnuo dos efeitos reais do reajuste. Para Kotler (2000), o processo de determinao de preos envolve seis passos: a) seleo do objetivo da determinao do preo - a empresa define o que deseja atacar com o preo a ser praticado e como pretende posicionar suas ofertas no mercado. Destacam-se cinco objetivos: sobrevivncia, maximizao do lucro atual, penetrao no mercado, desnatamento do mercado, liderana na qualidade do produto; b) determinao da demanda - o preo pode definir o nvel de demanda. Normalmente o preo inversamente proporcional demanda, ou seja, quando mais alto for o preo menor ser a demanda. Portanto, determinado o quanto se pretende vender, ter-se- orientao sobre os preos que dever praticar. Existem diversos mtodos para a determinao da demanda, como por exemplo: anlise estatstica de preos versus quantidades vendidas e outros fatores histricos; atravs de experincias com a variao do preo; por meio de pesquisas onde os clientes declarem as quantidades que comprariam a diferentes preos ou medindo o relacionamento preo-demanda, analisando inclusive a concorrncia e a sensibilidade dos clientes ao preo; c) estimativa de custos - a demanda determina o limite mximo que o preo deve atingir e os custos estabelecem o preo mnimo a ser praticado, de forma a cobrir o custo de produo, distribuio, venda e uma margem de retorno por seu esforo e risco; d) anlise de custos e preos ofertados pela concorrncia - este estudo verifica se o preo que empresa pretende cobrar (j determinado em funo da demanda e estimativas de custos) est dentro da faixa de preo praticado pelo mercado. Estando o preo abaixo ou acima do de seus concorrentes, a empresa

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dever reavaliar seus custos e margens de lucro, de forma a garantir o melhor desempenho de venda; e) seleo de um mtodo de determinao de preo - a definio de um mtodo de formao de preo deve incluir trs consideraes principais: a demanda esperada, os custos como orientao do mnimo a ser cobrado e o preo praticado pela concorrncia; f) determinao final do preo - esta etapa envolve a anlise de aspectos adicionais. A influncia psicolgica do preo est associada percepo que o cliente tem em relao a qualidade do produto, podendo a empresa adotar diversas estratgias para atingir o pblico. Outro efeito psicolgico utilizado pelas empresas o preo representado por um nmero mpar, por exemplo: R$ 299,00 ao invs de R$ 300,00 reflete a idia de estar na casa dos 200, dando a sensao de mais acessvel. Tambm destaca outros aspectos a serem analisados: a influncia de outros elementos do mix de marketing (qualidade e propaganda da marca), polticas de preos e o impacto do preo sobre terceiros. 3.3 A ESTRATGIA DE PREOS A difcil tarefa de determinas preo percorre um caminho complexo e extenso que pode envolver os mais diferentes setores de uma empresa, comeando por anlises de mercado e de custos e terminando em decises gerenciais da mais alta siginificao para o futuro do empreendimento. Para Bomfim (2008) a estratgia regras que de preo consiste na consolidao das a nortearo a determinao do preo de venda, tendo em vista

rentabilidade satisfatria pelos administradores da empresa. Continunando o autor, existem 4 principais itens que compem a estratgica de preo empresarial: (a) grau de agressividade da poltica refere-se fatia do mercado que pertence empresa e convenincia de aumentar ou diminuir essa participao. A possibilidade de ser mais ou menos agressiva na determinao de preos pode variar de empresa para empresa ou de setor para setor em funo da natureza dos seus produtos; (b) preo nico e preo diferenciado visa decidir se um determinado produto deve ser comercializado a um nico preo ou se esse preo deve ser diferenciado

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em funo de fatores, como poltica da concorrncia, a diversidade regional das aliquotas dos impostos que influenciam sobre a venda do produto, a distribuio geogrfica, natureza e a localizao do canal de distribuio etc.; (c) condies de pagamento tpico relevante da estratgia de preos da empresa, crdito e a modalidade de pagamento parcelado; (d) perodo de validade dos preos no existe preo indefinidamente estvel, todo preo tem um perodo de validade limitado. De acordo com Kotler (2000), outras estratgias podem ser adotadas para a fixao dos preos, pois as empresas podem praticar preos diferenciados, de forma a refletir as variaes na demanda, os custos geogrficos, as exigncias estabelecidas pelo segmento de mercado, oportunidades de compra, nveis de pedidos, freqncia dos pedidos, garantias e outros fatores. Com isso, possvel aplicar vrias estratgias para a variao dos preos, como: a) preo geogrfico - adequao do preo em funo da localizao geogrfica da prestao do servio ou entrega do produto, de acordo com os custos e despesas adicionais ou valor percebido pela regio; b) preo com descontos e concesses - para pagamento antecipado ou venda de grandes volumes fora de temporada; c) preo promocional - preo isca para estimular maior movimento e venda de outros produtos; preo de ocasio ou abatimento em dinheiro para atrair mais clientes e estimular as vendas em determinadas pocas; financiamento a juros baixos; prazos de pagamento mais longos para reduzir o valor das prestaes e diminuir a preocupao dos clientes com o custo total; garantias e contratos de servios, para agregar valor ao produto ou servio e descontos psicolgicos; d) preo discriminatrio - preos diferenciados de acordo com segmento de mercado, podendo ser cobrado preos diferenciados para grupos diferentes de clientes, verses e/ou imagem do produto, locais de venda, localizao (exemplo: poltronas em teatros) e perodo (temporada); e) preo do mix de produtos - preos diferenciados para produtos ou servios que fazem parte de um conjunto. A empresa busca maximizar os lucros atravs de um conjunto de preos. 3.4 MTODOS DE FORMAO DE PREO

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Segundo Bomfim (2008), existe um nico mtodo de determinao dos preos a serem praticados pelas empresas, que considera os efeitos bsicos: os custos, o mercado e o lucro pretendido. 3.4.1 Mtodo baseado no custo total Para Bomfim (2008) esse mtodo muito utilizado , porque assume que todos o custos sero recuperados. O mtodo de formao de preo baseado no custo tambm denominado como preo de mark-up7 (KOTLER, 2000). Neste mtodo, o preo obtido atravs da adio de uma taxa de retorno sobre o investimento ao custo total do produto ou servio. A frmula que representa este mtodo :PREO = CUSTO TOTAL + (RETORNO DESEJADO X CAPITAL INVESTIDO) VENDAS UNITRIAS

Segundo Kotler (2000), esta taxa de retorno desejada, somente ter resultado se a previso de custos e receitas forem precisas. Para isso, a anlise do ponto de equilbrio auxilia na compreenso das conseqncias da variao do nvel de vendas. 3.4.2 Mtodo do custo total - retorno sobre o investimento A verdadeira medida da eficincia de um negcio o retorno que este proporciona sobre o capital investido - uma medida que revela o ndice de desempenho dos administradores da empresa. Considerar os efeitos do capital7

Markup um termo usado em Economia para indicar quanto do preo do produto est acima do seu custo de produo e distribuio. Pode ser expressado como uma quantia fixada ou como percentual. O valor representa a quantia efetivamente cobrada sobre o produto a fim de obter o preo de venda. o percentual do Preo de Venda que paga todas as Contas, que s existem quando ocorre a Venda de um Produto ou Servio prestado para pessoas ou empresas que buscam qualidade em suas vendas acabadas aps financiamento proprietrio do mesmo pelo julgamento autoritrio malsio. So exemplos destas Contas: Impostos, Comisso, Encargos Financeiros e Taxas sobre desconto de Ttulos ou Duplicatas, etc. Inclui-se tambm nestas Contas o Lucro. Todas esta Contas so representadas, individualmente, em forma de percentuais do Preo de Venda.

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investido, quando se determina o preo dos produtos, ainda mais importante nas empresas nas quais so requeridos investimentos diferentes para cada tipo de produto (BOMFIM, 2008). No emprego do mtodo de retorno sobre o investimento Bomfim (2008) aponta algumas dificuldades: 1. Aselao dos ativos a serem includos na base do investimento; 2. O mtodo de avaliao desses ativos; 3. As tcnicas de alocao desse ativos s diversas linhas de produto.

3.4.3 Mtodo do custeio marginal Custo marginal ou custo diferencial so custos adicionais que podem ser diretamente associados com um produto, ou com outros segmentos do negcio. No custeio marginal, a taxa, ou porcentagem entre o lucro e preo de venda, muito importante segundo BOMFIM (2008), pois indica quais os produtos oferecem o maior lucro em termos de fluxo de caixa a curto prazo. 3.5 METODOLOGIA DE FORMAO DE PREO DE VENDA PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Segundo Pereira (2000), para uma empresa estabeler preos de forma eficiente, fundamental percorrer alguns itens de extrema importncia: (a) Identificao e anlise dos custos operacionais fixos - a formao de preo inicia-se pela identificao dos custos de operacionalizao da empresa, um dos passos mais importantes do processo. Os custos fixos da empresa so fortes influenciadores do preo final de um produto ou servios, e estes devero ser cautelosamente reavaliados e reduzidos, caso existam diferenas entre o preo que a empresa pretende praticar e o de seus concorrentes ou mercado consumidor. So exemplos de custos operacionais fixos: aluguel, condomnio, material de escritrio, sindicatos, retirada de pr-labore, previdncia social, etc;

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(b) Identificao e anlise estatstica do volume de vendas - o volume de vendas da empresa importante no processo para identificar se o volume alcanado satisfaz o nvel necessrio para o pagamento dos custos operacionais fixos; (c) Identificao e anlise dos custos operacionais variveis - os custos operacionais variveis so caracterizados como aqueles que esto diretamente relacionados com o volume de vendas, quanto maior for o volume vendido, maior ser o custo operacional varivel. Pereira (2000) considera como custos operacionais variveis, o que outros autores conceituam como despesas variveis de venda, tais como: ISS, ICMS, PIS, COFINS, comisses de venda, dentre outros; (d) Identificao e anlise do lucro desejado pela empresa - determina-se uma margem de ganho sobre o volume vendido. Sendo necessrio o conhecimento da margem total atribuda a cada produto ou servio, o volume de vendas e o custo de funcionamento da empresa para se estabelecer a margem de lucro lquida desejada; (e) Identificao e anlise do custo de funcionamento da empresa - atravs da identificao dos custos operacionais fixos e o volume de venda, estabelece-se o percentual de custo de funcionamento da empresa. Este pode ser obtido atravs da seguinte frmula:% CUSTO DE FUNCIONAMENTO DA EMPRESA = CUSTO FIXOx100% VOLUME DE VENDAS ($)

O percentual resultante corresponde a quanto o custo operacional fixo absorve do preo de venda estabelecido; (f) Identificao e anlise do ponto de equilbrio da receita - o ponto de equilbrio da receita determinado atravs do conhecimento dos custos operacionais fixos, dos custos variveis e do volume de venda. Obter um volume de venda abaixo do chamado ponto de equilbrio significa que a empresa est trabalhando com prejuzo, caso contrrio, a empresa est trabalhando com lucro, gerando assim um capital de giro. O ponto de equilbrio de uma empresa pode ser identificado pela seguinte frmula:PER = CUSTO FIXO

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1 - CUSTO VARIVEL RECEITA

A equao resulta em um valor monetrio, o qual identifica o volume mnimo de vendas que deve ser atingido pela empresa ao longo de um determinado perodo. de extrema importncia que os gestores conheam e saibam interpretar est ferramenta, no entanto, deve-se ter muito cuidado ao aplic-la em empresas que no apresentam regularidade em suas operaes, pois as interpretaes podem resultar em dados equivocados levando a uma tomada de deciso inadequada; (g) Identificao e anlise do custo de direto - levantamento e anlise dos custos de aquisio de matria-prima, produtos e mercadorias necessrias industrializao de um determinado produto; (h) Identificao e anlise do preo de venda a ser praticado pela empresa com a identificao e anlise de todas as etapas anteriores, inicia-se a determinao do preo a ser atribudo ao servio atravs da seguinte frmula: PV = R$ CUSTO DIRETO TOTAL x 100% % CUSTOS DIRETO TOTAL A metodologia utilizada possibilita estabelecer um preo de venda com base na realidade da empresa, no entanto, segundo Pereira (2000), apenas isso no basta, necessrio que o responsvel pela determinao de preo compare analogicamente seus concorrentes e as expectativas e exigncias do mercado. A comparao do preo determinado pelo planejamento com o mercado e com os dos concorrentes, deve ser criteriosa com relao s caractersticas e semelhanas entre os servios em questo. Caso o preo que foi pr-estabelecido atravs da metodologia esteja em dissonncia com o preo praticado pela concorrncia ou pelo mercado consumidor, necessria uma anlise mais detalhada de todas as etapas. Para Pereira (2000), a anlise mais relevante a do custo operacional fixo da empresa, pois este responsvel pela absoro da grande porcentagem do preo. A deciso acerca do preo no a primeira a ser tomada, mas deve pesar em cada deciso tomada, at mesmo no lanamento de um produto. Segundo Nagle (2000) uma empresa no deve lanar um produto porque o cliente quer, mas por achar que pode obter lucro com ele. Se o produto do desejo do cliente no for algo

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que lhe d lucro, ele poder chegar ao mercado, mas fatalmente ter prejuzo, pois mesmo sendo bom para o mercado, no ser uma deciso voltada para a obteno do lucro. A importncia de se identificar e conhecer profundamente os custos operacionais da empresa est principalmente no domnio que se adquire para a tomada de decises. Com este conhecimento, ao se comparar o preo com a concorrncia e com o mercado, possvel determinar medidas de reduo de custos ou reformulaes na estrutura organizacional da empresa, visando reduzir os custos para sua melhor operacionalizao e conseqentemente tornando seus preos mais competitivos (PEREIRA, 2000); (i) Projeo do demonstrativo de resultado - este procedimento tem como objetivo orientar e auxiliar o gestor de preo na tomada de decises gerenciais, atravs de um resumo detalhado de todos os valores e percentagens referentes ao preo; (j) Anlise de sensibilidade - com a deciso de qual o preo a ser praticado pela empresa, podem ser realizadas algumas simulaes que demonstraro o que ocorrer em relao aos elementos componentes do preo, caso hajam variaes do custo fixo e do volume de vendas. A anlise de sensibilidade sugerida por Pereira (2000) evidencia fatos relevantes tomada de deciso, apresentando tanto alternativas para tornar o preo mais competitivo quanto tambm evidenciando os problemas que podero ocorrer caso se pratique um preo muito abaixo do determinado pela metodologia.

importante dizer que os executivos esto reconhecendo a relevncia da rentabilidade na estratgia geral da empresa, e isso j um grande avano. As pessoas esto comeando a entender que, para gerir uma empresa com rentabilidade, preciso pensar em lucros ao tomar cada deciso, e esse o cerne da estratgia de preos. preciso acabar com alguns mitos relativos estratgia empresarial. Muitos afirmam, por exemplo, que participao no mercado leva a rentabilidade (NAGLE, 2000, p. 2).

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Desta forma, a metodologia desenvolvida por PEREIRA (2000) aplica o mtodo de formao de preo baseado no custo, pois apresenta etapas que priorizam o estabelecimento de preos com base na realidade dos custos de funcionamento da empresa, assim como nos custos diretos de produo. A concepo de preo associa-se a um conceito de valor percebido ou a soma dos benefcios sobre a soma dos custos, sob o prisma do cliente: tudo que o consumidor percebe ter dado para obter o produto (SIMONSON et al, 2006 apud KOVACS, OLIVEIRA & MORAES, 2007). O mtodo de formao de preo baseado na concorrncia no utilizado na metodologia. Pereira (2000) apenas sugere que o preo determinado seja comparado com os preos praticados pelo mercado e pelos concorrentes, para verificar possveis diferenas e assim rever cada uma de suas etapas para decidir o preo final de venda. O mtodo de formao de preo baseado no valor percebido pelo cliente no aplicado na metodologia. No processo de precificao de produtos, as empresas consideram no apenas a anlise dos custos de produo, mas tambm da concorrncia, da demanda e do consumidor (URDAN; 2006 apud KOVACS, OLIVEIRA & MORAES, 2007). Apesar das limitaes, o conhecimento de preo para uma empresa fator preponderante para sua sobrevivncia. Pois, nenhuma empresa, independentemente de seu porte sobreviver por muito tempo se praticar preos de venda abaixo de seus custos. E, to importante quanto saber determinar os custos dos produtos fabricados ou dos servios prestados, saber otimizar esses custos, estudando tcnicas que proporcionem a reduo dos custos sem, no entanto, reduzir qualidade. 3.6 MODELO BSICO DE FORMAO DE PREO O mtodo de formao de preos mais tradicional consiste em calcular o custo total unitrio do produto e acrescentar uma margem de lucro, tambm chamada markup. O modelo bsico de precificao com base no markup sobre o custo considera os seguintes elementos:

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Quadro 3 :Modelo Bsico de Precificao ELEMENTO Custo total unitrio % de encargos sobre vendas % markup sobre o custo Preo de venda SMBOLO C E M P

Fonte: Instituto de Estudos Financeiros Neste modelo bsico, o preo de venda calculado a partir do seguinte raciocnio: o preo de venda menos os encargos sobre vendas deve ser igual ao custo de produo/operao mais a margem de lucro desejada. A representao dessa igualdade a partir dos elementos e respectivos smbolos apresentados antes a seguinte: P - P.E = C + C.M Colocando P e C em evidncia, tem-se: P(1- E) = C(1 + M) O valor de P ser: P = C(1 + M) (1-E) Exemplo: O custo unitrio de um produto R$ 200,00. O percentual de encargos incidentes sobre o preo de venda de 27%. Diga-se que a empresa precise aplicar um percentual de 32,4% sobre o custo (markup) de modo a obter sua meta de retorno de 16% ao ano sobre o investimento. O preo de venda ser: C = 200 E = 0,27 M = 0,324 P=? P = C(1 + M) (1 - E)

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P = 200(1 + 0,324) (1 - 0,27) P = 362,74 Este captulo teve como objetivo demonstrar a aplicao do controle de preo como auxlio na tomada de decises em um ponto que de primordial importncia para a consolidao de qualquer empreendimento, que a formao do preo de venda. Observa-se que nenhuma deciso deve ser tomada observando apenas fatos isolados, ou seja, para que se possa realmente definir o melhor caminho a ser seguido, necessrio utilizar-se dos benefcios proporcionados, aliados a observao das diversas variveis que exercerem influncia nas diretrizes da organizao.

CONCLUSO A monografia elaborada teve por tema a importncia da precificao dos produtos visando lucratividade das micro e pequenas empresas, iniciando-se com um estudo bibliogrfico sobre o preo, desde sua importncia no processo decisrio em uma organizao, at o valor percebido ao consumidor final e os riscos e desafios das estratgias adotadas. Em seguida, foi feito um estudo relacionado s micros e pequenas empresas no Brasil, onde foi possvel delinear a importncia destas dentro da economia brasileira, os entraves s suas longevidades e a s polticas governamentais de apoio s mesmas.

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A partir disso, foram abordados os processos, fatores relevantes e a explicitao prtica dos mtodos para a formao adequada dos preos, levando-se em conta as prprias estratgias estabelecidas no mbito empresarial. Pode-se concluir que, com a apresentao dos mtodos de determinao de preo, procurou-se fornecer ferramentas de apoio para uma deciso fundamental para sobrevivncia da empresa, pois precificar : pensar e agir de uma maneira estratgica como uma ferramenta para se calcular os preos de venda, pois esta a alma do negcio e s assim podemos descobrir o que o nosso cliente espera de um produto e o quanto ele est disposto a pagar. Portanto, conhecer e estrutura, os mtodos de determinao de preo e consequentemente adotar os critrios adequados na precificao, constituem ferramentas eficazes no apoio s decises organizacionais, fundamentais para sobrevivncia da empresa frente crescente competitividade do mundo atual. Tais procedimentos traro ganho competitivo por proporcionar empresa a otimizao do trinmio preo/volume/custo, maximizando assim o lucro da mesma. Diante dos fatos expostos, entende-se que muito importante conhecer a estrutura de preo e suas utilizaes para amenizar prejuzos e obter uma otimizao de lucro.Isto responde a questo problema: Com um correto gerenciamento de preos ao consumidor, a empresa poder obter melhores resultados em seus processos de vendas. Sabe-se que adotar critrios adequados de apreamento procedimento fundamental para assegurar a rentabilidade satisfatria de uma empresa, qualquer que seja seu porte ou seu ramo de atividade, o propsito de uma empresa criar e manter clientes, para lucratividade dos negcios.

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