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1 INTRODUÇÃO
No passar dos anos a manutenção vem evoluindo constantemente
buscando alternativas e técnicas inovadoras com o objetivo de alcançar a
maior eficácia dos equipamentos, maior confiabilidade possível e o nível de
qualidade desejado. Desta forma surge dentre outras técnicas a manutenção
preditiva que tem como finalidade monitorar as condições reais de
funcionamento das máquinas e equipamentos com base em dados que
informam os seus desgastes ou processos de deterioração.
Diante desta técnica as empresas optam em utilizar a manutenção
preditiva, porém há necessidade em monitorar todas as máquinas críticas,
equipamentos e sistemas, o que não pode se limitar a uma única técnica.
As técnicas de monitoramento na preditiva, ou seja, baseadas em condições,
incluem: análise de vibração, ultrassom, ferrografia, tribologia, análise de
óleo, inspeção visual, e outras técnicas não destrutivas. A combinação destas
técnicas de monitoramento e de análise oferece os meios de controle direto
de todos os equipamentos e sistemas críticos em uma embarcação.
São considerados equipamentos críticos aqueles que afetam
diretamente na operacionalidade da embarcação e uma parada não
programada acaba gerando um custo elevado além da possibilidade de
colocar em perigo a salvaguarda da vida humana e o risco de poluição.
Os custos de manutenção correspondem à parte principal dos custos
operacionais totais de uma empresa. Dependendo da indústria específica, os
custos de manutenção podem representar entre 15% a 30% do custo dos
produtos fabricados.
A inclusão da manutenção preditiva na rotina de uma empresa,
oferecerá a capacidade de aperfeiçoar a disponibilidade do maquinário de
processo, e reduzirá bastante o custo da manutenção. Na realidade, a
manutenção preditiva pode ser vista como uma evolução da manutenção
preventiva que nada mais é do que uma técnica de manutenção que tem
como objetivo principal a prevenção da ocorrência de uma falha ou uma
parada do equipamento por quebra.
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2 HISTÓRIA DA MANUTENÇÃO
Podemos dividir a história da manutenção, de forma geral, em três
períodos distintos (MOUBRAY, 1997):
a) Primeiro período – anterior a 2.a Guerra Mundial, denominado como
manutenção da primeira geração onde a disponibilidade dos equipamentos e
a preocupação pela prevenção das falhas não era prioridade. Os
equipamentos eram superdimensionados, os projetos eram simples e o seu
reparo de fácil
execução sendo, portanto, mais confiáveis. A limpeza e a lubrificação eram
suficientes, não havendo necessidade de fazê-los de forma sistemática.
b) Segundo período – denominado manutenção da 2.a geração, iniciou-se na
década de 1950, onde o pós-guerra gerou crescente demanda por produtos
impulsionando a mecanização das indústrias, com máquinas numerosas e
complexas. Planos de manutenção preventiva eram elaborados e passou a
existir a preocupação com os tempos de parada dos equipamentos
produtivos. O conceito de manutenção preventiva surge, então, aparecendo
também a consideração de que as falhas nos equipamentos podiam e
deviam ser previstas. Os custos de manutenção elevaram-se sendo
necessário maior controle.
c) Terceiro período – iniciado em meados da década de 1970, foi
denominado manutenção da 3.a geração. Neste período buscou-se novas
maneiras de maximizar a vida útil dos equipamentos produtivos, passando a
existir a preocupação com alta disponibilidade e confiabilidade, sem
proporcionar nenhum dano ao ambiente, ter maior segurança, maior
qualidade do produto e custos sob controle.
13
3 CONCEITO DE MANUTENÇÃO
A manutenção pode ser definida, segundo o dicionário Aurélio como:
“A medidas necessárias para a conservação ou permanência, de alguma
coisa ou situação” e ainda “Os cuidados técnicos indispensáveis ao
funcionamento regular e permanente de motores e máquinas”. Entretanto, o
mais comum é definir a manutenção como “o conjunto de atividades e
recursos aplicados aos sistemas e equipamentos, visando garantir a
continuidade de sua função dentro de parâmetros de disponibilidade, de
qualidade, de prazo, de custos e de vida útil adequados”. Nesta definição, de
grande abrangência, a manutenção é caracterizada como um processo. Um
processo que deve iniciar antes da aquisição e que tem como principal
função o prolongamento da vida útil do equipamento ou sistema.
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4 TIPOS DE MANUTENÇÃO
Existem basicamente cinco tipos de manutenção que são: manutenção
corretiva (não planejada e planejada), que pode ser de emergência ou não,
manutenção preventiva, manutenção preditiva, detectiva e engenharia da
manutenção.
4.1 Manutenção Corretiva É aquela em que os consertos e reformas são realizados quando a
máquina já está quebrada. O termo 'conserto' à manutenção corretiva tem
como objetivo aumentar a margem de desgaste em peças e componentes e,
com isso, a vida útil do equipamento através de métodos adequados de
conserto, eliminando assim, pontos frágeis do equipamento. A manutenção
corretiva existe para corrigir falhas decorrentes dos desgastes ou
deterioração de máquinas ou equipamentos. São os consertos das partes
que sofreram as falhas, podendo ser: reparos, alinhamentos,
balanceamentos, substituição de peças ou substituição do próprio
equipamento. O gráfico ilustra o processo de manutenção corretiva de um
determinado equipamento ou sistema, onde se observa que o tempo até
falha é aleatório e T0 - T1 é diferente de T2 - T3.
Figura 1 – Processo de manutenção corretiva
Fonte: www.abraman.org.br
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Podemos citar entre as vantagens e desvantagens da manutenção
corretiva o seguinte:
Vantagens:
- Não existem acompanhamentos e inspeções nas máquinas
Desvantagens:
- As máquinas podem quebrar-se durante os horários de produção
4.1.1 Tipos de Manutenção Corretiva
Manutenção corretiva não planejada: Como ela não é planejada, geralmente
implica em altos custos, pois a quebra inesperada pode gerar perdas de
produção e de qualidade do produto.
Manutenção corretiva planejada: Ocorre quando percebemos que o
equipamento não está trabalhando como deveria. Ela é mais barata, rápida e
mais segura que a manutenção corretiva não planejada.
4.2 Manutenção Preventiva A manutenção preventiva é uma intervenção de manutenção
prevista, preparada e programada antes da data provável do aparecimento
de uma falha. Uma série de procedimentos, ações, atividades ou diretrizes
que podem, ou não, ser adotados para se evitar, ou minimizar a necessidade
e manutenção corretiva. Adotar a manutenção preventiva significa introduzir o
fator qualidade no serviço de manutenção.
Como os outros tipos de manutenção, a preventiva também tem as
suas vantagens e desvantagens:
Vantagens:
- Assegura a continuidade do funcionamento das máquinas, só parando para
consertos em horas programadas;
- O navio terá maior facilidade para cumprir seus programas de produção.
Desvantagens:
- Requer um quadro (programa) bem montado;
- Requer um plano de manutenção.
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É importante salientar que um Programa de Manutenção Preventiva
(MP) somente deve ser iniciado após o grupo de manutenção adquirir alguma
experiência em manutenção corretiva. Embora a manutenção preventiva seja
necessária para ampliar a vida útil do equipamento com a consequente
redução dos custos e aumento da sua segurança e desempenho, a limitação
de recursos materiais, humanos e financeiros tem restringido o
desenvolvimento de programas de manutenção preventiva em diversos
grupos de manutenção.
Este trabalho apresenta uma metodologia bastante simples, em que
são utilizados alguns critérios para seleção de equipamentos (priorização)
que necessariamente devem fazer parte de um programa de manutenção
preventiva. Independentemente dos critérios adotados para a priorização,
será imprescindível a obtenção de um sistema de informações confiáveis
sobre os custos atuais com a manutenção corretiva e o histórico de falhas
dos equipamentos. Com essas informações, pode-se dar mais atenção
àqueles equipamentos mais caros e mais sujeitos a avarias.
Quando Utilizar?
• Quando não for possível fazer a manutenção preditiva
• Se houver riscos de agressão ao meio ambiente
• Nos equipamentos fundamentais
• Nos sistemas complexos e/ou de operação contínua
• Quando o equipamento possui aspectos relacionados com a segurança
pessoal ou da instalação
4.3 Manutenção detectiva: Na década de 1990 o termo manutenção detectiva começou a ser
utilizado. Manutenção detectiva é a atuação efetuada em sistemas de
proteção buscando detectar falhas ocultas ou não-perceptíveis ao pessoal de
operação e manutenção. Exemplo o botão de lâmpadas de sinalização e
alarme em painéis. Essa é a política adotada quando o processo possui
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subconjuntos nos quais é praticamente impossível detectar falhas antes que
elas ocorram, buscando
A identificação de falhas ocultas é primordial para garantir a
fiabilidade. Em sistemas complexos, essas ações só devem ser levadas a
efeito por pessoal da área de manutenção, com treino e habilitação para tal,
assistido pelo pessoal de operação. É cada vez maior a utilização de
computadores digitais em instrumentação e controle de processo nos mais
diversos tipos de plantas industriais.
São sistemas de aquisição de dados, controladores lógicos
programáveis, sistemas digitais de controlo distribuídos – SDCD, multi-loops
com computador supervisor e outra infinidade de arquiteturas de controlo
somente possíveis com o advento de computadores de processo.
A principal diferença, é o nível de automatização. Na manutenção
preditiva, faz-se necessário o diagnóstico a partir da medição de parâmetros;
na manutenção detectiva, o diagnóstico é obtido de forma direta a partir do
processamento das informações colhidas junto a planta. Há apenas que se
considerar, a possibilidade de falha nos próprios sistemas de detecção de
falhas, sendo esta possibilidade muito remota. De uma forma ou de outra, a
redução dos níveis de paradas indesejadas por manutenções não
programadas, fica extremamente reduzida.
4.4 Manutenção Preditiva No decorrer do trabalho será feita uma abordagem mais ampla sobre
manutenção preditiva, descrevendo as diversas técnicas e suas aplicações a
bordo das embarcações.
4.5 Engenharia de Manutenção É uma nova concepção que constitui a segunda quebra de paradigma
na manutenção. Praticar engenharia de manutenção é deixar de ficar
consertando continuadamente, para procurar as causas básicas, modificar
situações permanentes de mau desempeno, deixar de conviver com
problemas crônicos, melhorar padrões e sistemáticas, desenvolver a
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manutenibilidade, das feedback ao projeto, interferir tecnicamente nas
compras. Ainda mais: aplicar técnicas modernas, estar nivelado com a
manutenção de primeiro mundo.
Figura 2 – Evolução dos Tipos de Manutenção
Fonte: www.abraman.org.br
O gráfico acima mostra a melhoria de resultados, à medida que se
evolui dentre os tipos de manutenção. As duas mudanças de inclinação
representam as quebras de paradigma. Observe o salto significativo quando
se adota engenharia de manutenção.
Em seguida temos alguns gráficos comparativos com relação aos diversos
tipos de manutenção:
Tabela 1 – Comparação de custos (1998)
Tipo de Manutenção Custo US$/HP/ano Corretiva não planejada 17 a 18
Preventiva 11 a 13
Preditiva e Monitoramento de Condição/ Corretiva Planejada 7 a 9
Obs: HP (Horse Power) é a potencia instalada Fonte: www.abraman.org.br
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Figura. 3 - Evolução dos tipos de manutenção.
Fonte: www.abraman.org.br
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5 MANUTENÇÃO PREDITIVA
Acompanha-se a vida útil das máquinas efetuando-se inspeções
periódicas, medições, leituras, sondagem, etc. Observa-se o comportamento
das máquinas, verificando falhas ou detectando mudanças nas condições
físicas, podendo-se prever com precisão o risco de quebra, permitindo assim
a manutenção programada.
Manutenção preditiva é a monitoração ou acompanhamento periódico
do desempenho e/ou deterioração de partes das máquinas. A finalidade é
fazer-se a manutenção quando e se houver necessidade. Caso contrário,
mexer na máquina o mínimo possível.
Entende-se por controle preditivo de manutenção a determinação do
ponto ótimo para executar a manutenção num equipamento, ou seja, o ponto
a partir do qual a probabilidade de o equipamento falhar assume valores
indesejáveis. A intervenção de manutenção preditiva busca a detecção
precoce dos sintomas que precedem uma avaria. São denominações
equivalentes: manutenção baseada na condição ou manutenção baseada no
estado ou manutenção condicional. O gráfico abaixo ilustra o processo de
manutenção preditiva.
Fonte 4 – Processo de Manutenção preditiva
Fonte: www.abraman.org.br
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Na manutenção preditiva as vantagens e as desvantagens são:
Vantagens
- Aproveita-se ao máximo a vida útil dos elementos das máquinas,
podendo-se programar a reforma e substituição somente das peças
comprometidas.
Desvantagens:
- Requer acompanhamento e inspeções periódicas, através de
instrumentos específicos de monitoração.
- Requer profissionais especializados.
A manutenção preditiva é aquela que indica as condições reais de
funcionamento das máquinas com base em dados que informam o seu
desgaste ou processo de degradação. Trata-se de um processo que prediz o
tempo de vida útil dos componentes das máquinas e equipamentos e as
condições para que esse tempo de vida seja bem aproveitado. Assim, atua-
se com base na modificação de parâmetro de condição ou desempenho do
equipamento, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. A
manutenção preditiva pode ser comparada a uma inspeção sistemática para
o acompanhamento das condições dos equipamentos.
Quando é necessária a intervenção da manutenção no equipamento, a
empresa estará realizando uma manutenção corretiva planejada. Os
objetivos da manutenção preditiva são:
• Determinar, antecipadamente, a necessidade de serviços de
manutenção numa peça específica de um equipamento;
• Eliminar desmontagens desnecessárias para inspeção;
• Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos;
• Reduzir o trabalho de emergência não planejado;
• Impedir o aumento dos danos;
• Aproveitar a vida útil total dos componentes e de um equipamento;
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• Aumentar o grau de confiança no desempenho de um equipamento ou
linha de produção;
• Determinar previamente as interrupções de fabricação para cuidar dos
equipamentos que precisam de manutenção.
Por meio desses objetivos, pode-se deduzir que eles estão direcionados a
uma finalidade maior e importante: redução de custos de manutenção e
aumento da produtividade. Para ser executada, a manutenção preditiva exige
a utilização de aparelhos adequados, capazes de registrar vários fenômenos
vibrações das máquinas; pressão; temperatura; desempenho; e aceleração.
Com base no conhecimento e análise dos fenômenos, torna-se possível
indicar, com antecedência, eventuais defeitos ou falhas nas máquinas e
equipamentos. A manutenção preditiva, após a análise do fenômenos, adota
dois procedimentos para atacar os problemas detectados: estabelece um
diagnóstico e efetua uma análise de tendências. No diagnóstico, detectada a
irregularidade, o responsável terá o encargo de estabelecer, na medida do
possível, um diagnóstico referente à origem e à gravidade do defeito
constatado . Este diagnóstico deve ser feito antes de se programar o reparo.
Já a análise da tendência da falha consiste em prever com antecedência
a avaria ou a quebra, por meio de aparelhos que exercem vigilância
constante predizendo a necessidade do reparo. Geralmente, adota-se vários
métodos de investigação para poder intervir nas máquinas e equipamentos.
Entre os vários métodos destacam-se os seguintes: estudo das vibrações;
análise dos óleos; análise do estado das superfícies e análises estruturais de
peças.
- Estudo das vibrações – Todas as máquinas em funcionamento
produzem vibrações que, aos poucos, levam-nas a um processo de
deteriorização. Isso é caracterizado por uma modificação da
distribuição de energia vibratória pelo conjunto dos elementos que
constituem a máquina. Observando a evolução do nível de vibrações,
é possível obter informações sobre o estado da máquina. O princípio
de análise das vibrações baseia-se na ideia de que as estruturas das
23
máquinas alteradas pelos esforços dinâmicos (ação de forças) dão
sinais vibratórios, cuja frequência é igual à frequência dos agentes
excitadores. Se captadores de vibrações forem colocados em pontos
definidos da máquina, eles captarão as vibrações recebidas por toda a
estrutura. O registro das vibrações e sua análise permitem identificar a
origem dos esforços presentes em uma máquina operando. Por meio
da medição e análise das vibrações de uma máquina em serviço
normal de produção detecta-se, com antecipação, a presença de
falhas que devem ser corrigidas: rolamentos deteriorados,
engrenagens defeituosas, acoplamentos desalinhados, rotores
desbalanceados, vínculos desajustados, eixos deformados,
lubrificação deficiente, folga excessiva em buchas, falta de rigidez,
problemas aerodinâmicos, problemas hidráulicos e cavitação. O
aparelho empregado para a análise de vibrações é conhecido como
analisador de vibrações. No mercado há vários modelos de
analisadores de vibrações, dos mais simples aos mais complexos; dos
portáteis – que podem ser transportados manualmente de um lado
para outro – até aqueles que são instalados definitivamente nas
máquinas com a missão de executar monitoração constante.
- Análise dos óleos – Seus objetivos são dois: economizar lubrificantes
e sanar os defeitos. Os modernos equipamentos permitem análises
exatas e rápidas dos óleos utilizados em máquinas. É por meio das
análises que o serviço de manutenção pode determinar o momento
adequado para sua troca ou renovação, tanto em componentes
mecânicos quanto hidráulicos. A economia é obtida regulando-se o
grau de degradação ou de contaminação dos óleos. Essa regulagem
permite a otimização dos intervalos das trocas. A análise dos óleos
permite, também, identificar os primeiros sintomas de desgaste de um
componente. A identificação é feita a partir do estudo das partículas
sólidas que ficam misturadas com os óleos. Tais partículas sólidas são
geradas pelo atrito dinâmico entre peças em contato. A análise dos
óleos é feita por meio de técnicas laboratoriais que envolvem vidrarias,
reagentes, instrumentos e equipamentos. Entre os instrumentos e
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equipamentos utilizados temos viscosímetros, centrífugas, fotômetros
de chama, peagômetros, espectrômetros, microscópios, etc. O
laboratorista, usando técnicas adequadas, determina as propriedades
dos óleos e o grau de seus contaminantes. As principais propriedades
dos óleos que interessam em uma análise são: índice de viscosidade,
índice de acidez, índice de alcalinidade, ponto de fulgor e ponto de
congelamento. Em termos de contaminação dos óleos, interessa saber
quanto existe de: resíduos de carbono, partículas metálicas e água.
Assim como no estudo das vibrações, a análise dos óleos é muito
importante na manutenção preditiva. É a análise que vai dizer se o
óleo de uma máquina ou equipamento precisa ou não ser substituído e
quando isso deverá ser feito.
- Análise do estado das superfícies – Ao analisar as superfícies das
peças, sujeitas aos desgastes provocados pelo atrito, pode-se
controlar o grau de deteriorização das máquinas e equipamentos. A
análise superficial abrange, além do simples exame visual – com ou
sem lupa – várias técnicas analíticas: endoscopia, holografia,
estroboscopia e molde e impressão.
- Análise estrutural – É por meio da análise estrutural que se detecta,
por exemplo, a existência de fissuras, trincas e bolhas nas peças das
máquinas e equipamentos. Em uniões soldadas, a análise estrutural é
de extrema importância. As técnicas utilizadas na análise estrutural
são: interferometria holográfica, ultrassonografia, radiografia (raios X),
gamagrafia (raios gama) e ecografia. A coleta de dados deve ser
efetuada periodicamente por um técnico que utiliza sistemas portáteis
de monitoramento. As informações recolhidas são registradas numa
ficha, possibilitando ao responsável pela manutenção preditiva tê-las
em mãos para as providências cabíveis. A periodicidade dos controles
é determinada de acordo com os seguintes fatores: número de
máquinas a serem controladas, número de pontos de medição
estabelecidos, duração da utilização da instalação, caráter estratégico
25
das máquinas instaladas e meios materiais colocados à disposição
para a execução dos serviços.
- Análise de temperatura - A temperatura é um dos parâmetros de mais
fácil compreensão e o acompanhamento de sua variação permite
constatar alteração na condição dos equipamentos, componentes e do
próprio processo produtivo. A seguir estão listados alguns exemplos
clássicos, onde a monitoração da temperatura é primordial:
· Temperatura de mancais de máquinas rotativas;
· Temperatura da superfície de equipamentos estacionários;
· Temperatura de barramentos e ligações (conexões) elétricas.
A medição de temperatura pode ser feita por uma série de
instrumentos, alguns dos quais estão listados a seguir:
· Termômetro de contato;
· Pirômetro de radiação ou pirômetro ótico;
· Radiômetro;
· Termógrafos ou termovisores.
Uma das técnicas preditivas que proporciona maior retorno e evita a
ocorrência de acidentes ou paradas de produção é a termografia em
instalações elétricas. O mau contato, a partir do qual se desencadeia a
falha, pode ser detectado e corrigido pela utilização de radiômetros ou
de termovisores.
Por sua relevância para a manutenção, tanto em indústrias como em
instalações prediais, é altamente recomendável a existência de um
programa de acompanhamento das instalações elétricas.
- Radiômetro - São instrumentos que coletam a radiação infravermelha
por meio de um sistema ótico fixo e a direciona para um detector que
pode ser do tipo termopilha, pirelétrico ou fotodetectores. São
instrumentos portáteis, de custo baixo que, fornecidos a um eletricista
que conhece a planta, guiado por um programa de inspeções
periódicas, fornece excelentes resultados.
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- Termografia - é uma das técnicas preditivas que mais tem se
desenvolvido no últimos 30 anos. Atualmente, os termovisores estão
cada vez menores e mais precisos, oferecendo recursos importantes
para o acompanhamento e controle de tendência.
Algumas das principais aplicações da termografia em instalações
industriais são:
· Área elétrica onde existe necessidade de acompanhamento de
componentes defeituoso ou mau contato;
· Usinas siderúrgicas – verificação do revestimento de altos-fornos,
dutos de gás, regeneradores e carros torpedos;
· Fábricas de cimento – fornos rotativos para pesquisa de queda de
refratários;
· Área de petróleo e petroquímica – vazamentos em válvulas de
segurança, problemas com refratários em fornos, caldeiras e unidades
de craqueamento catalítico.
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A tabela 2 mostra um exemplo de um programa básico de vigilância, de
acordo com a experiência e histórico de uma determinada máquina.
Tabela 2 – Programa Básico de Vigilância
Fonte: www.abraman.org.br
PROGRAMA BÁSICO DE VIGILÂNCIA Métodos Utilizados
Equipamentos Vigiados
Equipamentos Necessários
Periodicidade de Verificação
Medição de vibração
Todas as máquinas giratórias de potência média ou máxima e/ou equipamentos críticos: motores; redutores; compressores; bombas e ventilação
Medidor de vibração Analisador Sistema de vigilância permanente
3.000 a 1.500 horas
Medição das falhas de rolamentos
Todos os rolamentos Medidos especial ou analisador
500 horas
Análise estroboscópica
Todos os lugares onde se quiser estudar um movimento, controlar a velocidade ou medir os planos
Estroboscópio do analisador de vibrações
Segundo a necessidade
Análise dos óleos
Redutores e circuitos hidráulicos; Motores
Feita pelo fabricante 6 meses
Termografia Equipamentos de alta-‐tensão; Distribuição de baixa-‐tensão; Componentes eletrônicos; Equipamentos com componentes refratários
Subcontratação ("terceirização")
12 meses
Exame endoscópico
Cilindros de compressores; Aletas; Engrenagens danificadas
Endoscopia + fotos todos os meses
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Já as técnicas preditivas em suas categorias são indicadas na tabela
3. Algumas técnicas de Ensaios Não Destrutivos (END), listadas na tabela, só
podem ser aplicadas com o equipamento fora de operação, o que invalidaria
a condição de que as técnicas preditivas são aplicáveis com o equipamento
em funcionamento. Para melhor visualização considerar que as técnicas
listadas nos quadros em laranja são aplicáveis com o equipamento em
operação enquanto as contidas nos quadros verdes dependem (em geral) da
retirada do equipamento de operação para sua realização.
Tabela 3 - Técnicas preditivas
Fonte: www.abraman.org.br
29
5.1 Manutenção preditiva aplicada em embarcações A manutenção preditiva é uma ferramenta de grande importância na
prevenção de paradas não programadas em equipamentos fundamentais,
como: motor de combustão principal, motor de combustão auxilias, thrusters,
redutoras, compressores, bombas e entre outros equipamentos.
A tabela 4 mostra a aplicação de algumas técnicas de manutenção
preditiva em equipamentos a bordo de embarcações. Tabela 4 – Técnicas de manutenções preditivas a bordo de embarcações
Fonte: Estudos realizados a bordo de embarcações
30
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Decorrente do estudo abordado neste trabalho faz-se necessário
ressaltar que a manutenção preditiva realizada a bordo dos navios mercantes
são de suma importância para evitar possíveis paradas.
Tendo em vista um bom aproveitamento de tais manutenções destaca-
se a importância da atuação dos líderes de bordo, como o Comandante e
Chefe de Máquinas, para mantê-las em seus planejamentos e regular a
periodicidade de suas execuções. Desta forma, consegue-se obter resultados
satisfatórios à bordo, tanto para proteção do maquinário do navio, como para
a segurança de toda a tripulação.
O uso da manutenção preditiva está relacionado à programação da
manutenção, buscando sempre o ponto a partir do qual a probabilidade de o
equipamento falhar assume valores indesejáveis.
O ganho real do uso da manutenção preditiva é o aumento da
produtividade, a diminuição dos custos, que além de refletir em benefícios
para a manutenção, alimentam o custo da empresa que por consequência
alimenta todo o financeiro a pagar, através de gastos com peças na
manutenção, estoques mínimos necessários, mão de obra e previsões de
perda com a hora parada.
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REFERIÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
MIRSHAWKA, Victor. Manutenção preditiva: caminho para zero defeitos. Makron Books-McGraw-Hill. 1991
MIRSHAWKA, Victor. Manutenção preditiva. Makron Books. São Paulo. 1996 Abraman (2005), Associação Brasileira de Manutenção. Disponível em: <www.abraman.org.br>. Acesso em 05 e 19 jun.2014.
DPC, Ministério da Marinha. Máquinas de Combustão Interna I.