MONTAGEM DE CULTIVOSMALACOCULTURA

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

•Discentes: Évellin Caroline Araújo de Matos

Eliana Maria Rocha Sousa Elcides Batista Matos Shirley Nascimento Costa•Docente: Dr. Moacyr Serafim Junior•Disciplina: Malacocultura

Anomalocardia brasiliana

Crassostrea rhizophara

Cultivo de mexilhões• A cultura de mariscos ou maricultura é a designação

ampla para a prática de cultivar espécies marinhas. Em muitos locais do litoral brasileiro, a cultura marinha obteve proeminência particular no segmento de moluscos, ou malacocultura.

• Atualmente, a atividade de malacocultura se desenvolve em quase todo o litoral catarinense, o qual já se destaca como principal produtor de moluscos cultivados no Brasil, superando 85% da produção nacional. Apesar disso, a produção obtida ainda é pouco expressiva, face ao potencial da costa catarinense, cuja produção de moluscos pode chegar a 100.000 toneladas/ano, a médio e longo prazo, contra as atuais pouco mais de 12.000 toneladas/ano.

Mexilhão (Perna perna), principal espécie cultivada em Santa Catarina.

• O principal molusco cultivado no litoral brasileiro, também conhecido como “marisco” ou “ostra-de-pobre”, é o mexilhão. Esta espécie é encontrada em toda a costa brasileira com exceção das áreas de mangues.

• Outras espécies da mesma família podem ser encontradas no litoral brasileiro, apresentando potencial para cultivo, como Mytella charruana, M. guyanensis e M. falcata. Estas habitam regiões de mangue, onde são encontradas fixas em rochas, raízes e troncos submersos, formando agregados (sururu, bacuru, bacucu).

Sistemas de cultivo

•Segundo o CENTRO EXPERIMENTAL DE MARICULTURA – CEMAR existem diferentes métodos de cultivo utilizados por produtores em diferentes partes do mundo, variando conforme características topográficas, culturais e econômicas.

Cultivos de fundo• É praticado na Europa e em alguns pontos do

Mar do Norte, principalmente na Holanda, na Baía de Waddeseen. Consiste na retirada de juvenis dos bancos naturais, os quais são literalmente "semeados" em áreas onde a taxa de desenvolvimento é superior.

• Apresenta vantagens com a economia de material (insumos) e de mão-de-obra, devido à imersão contínua dos mexilhões. Contudo, estes estão sujeitos à ação de predadores e necessitam de depuração para eliminar o silte (lama) contido nas partes moles.

Cultivo em estacas•É praticado na costa francesa e nas

Filipinas. É praticada utilizando-se estacas feitas de madeira, bambu ou concreto, fixadas ao longo do litoral na região entre-marés.

•Esta técnica de cultivo apresenta as vantagens de evitar a ação de predadores, a deposição de silte e facilitar o manuseio. Entretanto, como os mexilhões permanecem fora da água durante a maré baixa, o seu potencial de desenvolvimento diminui.

Estacas ou “bouchot”

Cultivo suspenso em estruturas fixas

•Esta forma de cultivo também utiliza estacas, porém, neste modelo são fixadas cordas ou estruturas fixas (varais), servindo para pendurar as redes de mexilhões.

•Este método não permite que o cultivo permaneça imerso permanentemente.

Cultivo suspenso em “Long Line”• O uso de "long line" ou espinhel é o que se

adapta melhor a regiões litorâneas sujeitas à ação de ventos e ondas, sendo normalmente implementados em áreas com profundidade superior a 2 m.

• São usadas estruturas flutuantes de diferentes materiais, como bóias de plástico, isopor, bombonas plásticas, bambu e outros, os quais servem para suspender uma corda mestra onde são amarradas as redes de mexilhões. O conjunto formado é fixado ao fundo por âncoras de diferentes materiais e tamanhos amarradas nas duas extremidades.

“Long-line”

Cultivo em Balsas•A estrutura fixa deve permanecer estável

e em local com profundidade suficiente para que as redes de cultivo não toquem o fundo.

•O uso de balsa de cultivo na mitilicultura é um dos fatores responsáveis pelo sucesso desta atividade.

Etapas de cultivo•Obtenção de sementes

Meio natural Laboratório

Raspagem Coletores

Indução

• Confecção das redes de mexilhões

-Modelo espanhol: Sementes são fixadas por corda de nylon

Posteriormente se fixam em substrato

-Modelo francês: Mais utilizados Utilização de duas redes tubulares – algodão e nylon No centro um cabo de nylon ao longo do conjunto, para sustentar e fixar a rede ao sistema de cultivo.

Etapas de cultivo

• Desenvolvimento ou engorda

Logo após a instalação das redes

Varia o tempo a depender da espécie e do ambiente

•Manutenção das estruturas

Manutenção freqüente do cultivo

Fixar mais flutuadores para sustentação

Retirada de mexilhões em excesso nas redes

Etapas de cultivo

•Colheita

Depende do tipo de cultivo

Índice de condições (peso, quantidade de carne)

Tamanho que varia a depender da espécie

Condições favoráveis ao desenvolvimento do organismo

Etapas de cultivo

•Depuração

Eliminação de toxinas do trato digestivo dos organismos Poluição doméstica, contaminação patogênica ou material arenoso em suspensão.

Técnicas variam conforme a grau de comprometimento dos mexilhões.

Imersão em áreas ou sistema aberto de água salgada de boa qualidade.

Filtrada por raios ultravioleta

Processamento

Etapas de cultivo

Etapas de cultivo

•Processamento

Destinado ao mercado

Beneficiamento manual ou mecanizado

Melhora o valor

Classificação do produto por classe de tamanho

Filtração e esterilização da água do mar após a captação da água na natureza

Tanques de larvicultura

Sala de maturação dos moluscos reprodutores.

Produção das pré-sementes

Tanques de crescimento - manutenção das pré-sementes dos moluscos

O Cultivo de ostras• O cultivo de ostras destina-se a duas

finalidades: a alimentícia e a produção perlífera.

• O nome ostra é usado para um número de grupos diferentes de moluscos que crescem em sua maioria em águas marinhas ou relativamente salgadas. Porém, as ostras verdadeiras pertencem à ordem Ostreoida família Ostreidae. As ostras apresentam um corpo mole, protegido dentro de uma concha altamente calcificada, fechada por fortes músculos adutores.

Sistemas de cultivo•Os dois sistemas de cultivo mais

utilizados para a engorda das ostras do pacífico são o de fundo e o suspenso. Ambos podem ser usados tanto em imersão continua quanto em regiões de variações de maré.

•O sistema suspenso pode ter três formas de estrutura: espinhel ("longline"), balsa e mesa.

Cultivo suspenso•Permite cultivar grande quantidade de

ostras, utilizando pouca área, explorando o volume d'água, ao usar a profundidade do local, porém mantendo sempre uma distância segura do fundo (aprox. 50 cm).

•A escolha do tipo de sistema é feita conhecendo-se a profundidade do local e as forças que aí atuam (ventos, ondas e correntes).

Espinhel ("long-line")•É uma estrutura que permite cultivar

moluscos em regiões mais abertas e profundas, sujeitas a maiores forças, como baías, enseadas e até mesmo em mar aberto.

Cultivo Suspenso em "Long Line"

Balsa•Trata-se de um conjunto de bóias e

armações de madeira mantida sobre a superfície da água.

•Uma balsa pode ser ancorada por uma ou mais poitas, mas sempre se mantendo uma quantidade mínima de cabo equivalente a três vezes a profundidade do local.

Mesa•É um conjunto de estacas ou postes

cravados no leito da água e ligados entre si, também por madeira, de forma a manter as ostras suspensas no volume d'água. Este sistema permite explorar as áreas de variação de maré, sendo indicado para profundidades de até 3 metros, em locais abrigados, de fundo arenoso ou areno-lodoso.

Etapas de cultivo•Primeira fase - Manejo das sementes

•As sementes de ostras são colocadas em estruturas com uma malha não superior a 1 milímetro, para que as mesmas tenham um tamanho variando entre 7 e 10 milímetros de altura. Esta fase é bastante delicada, pois dependendo do tamanho do petrecho podemos ter de 10.000 a 20.000 ostras em apenas um recipiente de cultivo.

Etapas de cultivo• Segunda fase – Juvenis

• Aquelas que atingem um tamanho inferior a 4 centímetros. Uma forma de separar estes indivíduos é através do peneiramento dos lotes de sementes. A peneira deve ser feita com uma malha superior à utilizada na construção do petrecho de cultivo. Esta margem de segurança é dada para reduzir o risco de perda de indivíduos.

• A quantidade de ostras por andar vai depender da área útil do petrecho. Nesta fase, as necessidades em termos de área para juvenis é de 3,5 cm2/ostra.

Etapas de cultivo• Terceira fase – Terminação

• Defini-se esta fase como sendo a última antes da venda. O tamanho das malhas de lanternas nesta fase vai ser definida no momento da transferência. A malha mais usada atualmente é a de 8 milímetros entre nós.

• As ostras são colocadas nesta fase quando atingem 6 centímetros, também pelo processo de peneiramento.

• O tempo de permanência dos indivíduos cultivados vai depender, diretamente, do seu desenvolvimento. Em nossas condições há uma grande influência de fatores ambientais como: temperatura, salinidade e produtividade da água na área onde se pretende instalar os cultivos.

•No início, deve-se observar semanalmente o cultivo, atentando-se para o fechamento das malhas por outros organismos vivos, bem como pelo lodo depositado, impedindo a circulação da água.

•Da mesma forma, períodos demasiadamente prolongados, sem o manuseio dos indivíduos, podem acarretar sérios problemas quanto ao ataque de predadores e uma formação exagerada de fouling.

Obrigado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

•EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A, Síntese da Malacocultura Catarinense, Florianópolis, Impresso, 17 pgs, 2004.

•SILVA, Denyo. Resíduo sólido da malacocultura: caracterização e potencialidade de utilização de conchas de ostras e mexilhão. UFSC: Florianópolis, 2007.