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Análise e Leitura de projeto na Arquitetura Contemporânea Morphosis Henrique Dantas Conrado . Rubens Henrique Neto

MORPHOSIS - Análise e Leitura de projeto na Arquitetura Contemporânea

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Análise e Leitura desenvolvidas para a obtenção da nota de 2ª VA da disciplina de Teorias do Projeto II do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás. Orientadora: prof. Dra. Sandra Catharinne Pantaleão Resende Acadêmicos: Henrique Dantas Conrado e Rubens Henrique Neto Anápolis, 2012.

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Análise e Leitura de projeto na Arquitetura Contemporânea

Morphosis

Henrique Dantas Conrado . Rubens Henrique Neto

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Imagem da capa: Cooper Union, 2009. Foto: Roland Halbe

Disponível em: http://morphopedia.com/files/41-cooper-union-photograph

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Análise e Leitura de projeto na Arquitetura Contemporânea

Morphosis

Análise e Leitura desenvolvidas para a obtenção da nota de 2ª VA da disciplina de Teorias do Projeto II do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás.

Orientadora: prof. Dra. Sandra Catharinne Pantaleão Resende

Acadêmicos: Henrique Dantas Conrado e Rubens Henrique Neto

Anápolis, 2012

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SUMÁRIO

Introdução

Panorama geral do arquiteto e discurso das obras

Conclusão

Bibliografia

ANEXOS

Catálogo das obras

Análises

Sumário02

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Este trabalho tem como objetivo analisar a obra do escritório de arquitetura Morphosis e seu impacto na produção arquitetônica contemporânea mundial. Esta análise foi feita em etapas, começando pela catalogação de todos seus projetos mais relevantes.

A partir deste catálogo inicial foram escolhidas seis obras que representassem melhor a trajetória e os pensamentos do escritório, em ordem cronológica: Was Residence, de 1988; Dr. Theodore Alexander Science Center School, de 1993; Wayne Lyman Morse United States Courthouse, de 1999; a sede do banco Hypo Alpe-Adria, de 2003, Cooper Union de 2004 e, por fim, Eli and Edythe Broad Art Museum, de 2007.

Estas análises, baseadas nos textos de SPERLING¹ (2008) e SOMOL² (1999), forneceram uma base teórica para a análise que segue no desenvolvimento deste trabalho.

¹ SPERLING, David. Entre conceitos, metáforas e operações: convergências da topologia na arquitetura contemporânea. Gestão e Tecnologia de Projetos. São Paulo, v. 3, n. 2, p. 24-55, Nov. 2008.

² SOMOL, Robert E. Dummy text, or The Diagrammatic Basis of Contemporary Architecture. (Texto sonso, ou a base diagramática da arquitetura contemporânea). Introdução, in Eisenman, Peter, Diagram Diaries, New York: Universe Publishing, 1999, pp.6-25. Tradução: Octavio Lacombe

Introdução04

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O escritório de arquitetura Morphosis foi fundado no ano de 1972 por Thom Mayne, arquitetocom bacharelado em arquitetura pela Universidade do Sul da Califórnia em 1969 e commestrado pela Universidade de Harvard em 1987. Sendo este o Diretor de Design, a empresatambém conta com a colaboração de outros 50 profissionais trabalhando na confecção deprojetos em escalas variadas: edifícios residenciais, corporativos, casas e instituições. Como opróprio nome já indica (Morphosis – Morfose – “dar forma”), o escritório preocupa seexatamente em conceder formas inusitadas e significantes aos seus projetos, indicando sejamobilidade, evolução ou o conceito evidenciado na mesma.

Na criação de seus trabalhos, há uma extrema preocupação na criação da forma, nodesenvolvimento desta, sendo assim, o escritório se enquadra na linha teórica da NovaAbstração formal, a busca pelo desenvolvimento ideal da forma e de sua fragmentação, da“forma essência” a “forma final”, após a influência de fatores ponderantes para o projeto, comoo conceito e o programa de necessidades, estabelecendo fluxos, setores, etc. É a arquiteturacontemporânea em uma de suas mais perfeitas exemplificações. Como Peter Eisenman, osprofissionais partem de uma forma simples e vão abstraindo a, estudando a, fragmentando a,chegando a inúmeras variações da mesma. Não é a forma final que expõe o projeto e sim aevolução dela, o seu processo de síntese, é neste que encontramos a identidade do trabalho.

Analisando a trajetória do escritório percebemos a evolução em dois aspectos: o nível deabstração formal e os tipos de projetos concebidos. Tendo em sua maior parte projetos deresidências, no inicio do Morphosis, a arquitetura por ele desempenhada era mais “tímida”,limitando se a formas ortogonais e pouco “trabalhadas”, percebemos esta característica em umdos projetos analisados neste artigo, a Was Residence, em Los Angeles, no estado da Califórnia(EUA), projeto este datado de 1988. Com o passar dos anos o escritório desempenhou obras comformas mais conceituais, levando em consideração o que a arquitetura contemporânea tambémleva: a forma não segue a função, a forma segue preceitos diversos que podem ou não estaratrelada à função, forma que está sempre em mutação, em constante mudança, assim como ouso do edifício, ou o uso que o usuário estabelece a este edifício. Não há limitações ouestagnações.

Como pode se observar pelo mapa 1, que representa no mapa múndi pontos em que o escritóriotem projetos, Morphosis possui uma quantidade maior de projetos por toda a região dosEstados Unidos, o que é natural dado o fato de ser um escritório nativo daquele país. Apesardisto, sua produção internacional não deixa de ser significante como podemos ver pelaquantidade de pontos por toda a Europa e Ásia.

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Mapa 1 Mapa múndi com a localização de todos os projetos do escritório até 2012

Was Residence (Los Angeles, Califórnia, EUA/1988)

Esta casa de 4600 metros quadrados está em um terreno com uma grande inclinação aos pés dosmorros de Los Angeles. Sua forma deriva de um bloco tripartido cujas partes se movimentam erecebem cortes, algo que lembra as composições iniciais de algumas das casas de PeterEisenman. Essa semelhança se deve a este trabalho ser ainda um dos primeiros do escritório.

O programa da casa foi pensado em um percurso vertical, começando pela garagem noprimeiro pavimento e subindo dos quartos e um estúdio às salas de jantar, estando a suítemaster e o quarto de estudos no pavimento mais alto. Este movimento representa o pensamentopor gráficos, que classifica esta obra como pertencente à zona de convergência da teoria dosgrafos.

Dr. Theodore Alexander (Los Angeles, Califórnia EUA/1993)

O Centro de Ciências da Universidade do Sul, em Los Angeles, é um edifício anexo a outrohistórico já existente, nele encontramos Forma e estrutura: Observamos a forma do edifício bemmarcada, já a estrutura não, esta se mantém camuflada, e a Modelagem de superfícies: dentretodas as obras aqui estudadas esta é a que mais evidencia a forma da qual tal estrutura derivou

Panorama geral do arquiteto e discurso das obras 06

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se, o edifício anexo projetado pelo escritório surge como um prisma longo e estreito com aocorrência de algumas sutis deformações e quebras de linhas, o edifício assume claramente opapel de coadjuvante diante daquele já existente, sem o pretexto de atingir maior destaque.

Wayne Lyman Morse USA (405 East 8th Avenue, Eugene, Oregon, EUA/1999)

Um edifício que acolhe tribunais dentre outras instalações relevantes ao judiciário Norteamericano. Esta obra se enquadra, de acordo com as zonas de convergência de Sperling (2006), aForma e estrutura: neste exemplo a forma do edifício está evidenciada, ela surge como a própriaestrutura de vedação, transparecendo também como ocorre a forma no interior do mesmo.

Modelagem de superfícies: aqui a forma também surge como a derivação de uma forma distintajá existente, é clara a ocorrência de mobilidade da mesma. Percebemos faixas, ou como dito pelopróprio autor, ‘peles’ percorrendo toda a fachada do edifício, percurso esse feito através decurvas originadas por circunferências pré determinadas.

3+N dimensões espaciais e Teoria dos Grafos: De acordo com os dados obtidos de tal projeto,percebemos o uso claro de softwares na composição e síntese da forma do edifício, na criaçãodas peles ou faixas curvas que formam a fachada da obra, tais peles simbolizam os artigos daconstituição Norte americana, como palavras que percorrem todo o domínio do edifício, já queo mesmo abriga tribunais dentre outras utilidades da Justiça. Já a zona Teoria dos Grafos éevidenciada quando observamos o estudo feito para a criação das faixas. Circunferências foramcriadas a partir de eixos, as peles caminham pelas extremidades de tais circunferências.

Hypo Alpe-Adria Bank (Tavagnacco, Udine, Itália/2003)

A sede do banco Hypo Alpe Adria é um edifício projetado para se fundir com a paisagem. Suaforma é composta de um volume paralelepipedal que sofre dobras, cortes, inclinações eextrusões para chegar ao volume final e para proporcionar quantidade ideal de luz e sombradesejada pelos projetistas, o que o configura como um projeto da zona de ModelagemAlgébrica.

Modelagem de Superfície e teoria dos grafos: Devido à forma especial do prédio, a superfície doedifício também sobre dobras e estiramentos. Uns dos aspectos principais do projeto são osgráficos de movimentos que penetram no edifício e sobem drasticamente em um núcleo central,atravessado por escadas e pontes. Estes movimentos são feitos por linhas e pontos que nãomudam sua configuração mesmo que a forma do prédio se modifique, portanto foi utilizada aTeoria dos Grafos.

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Cooper Union (Cooper Square, New York City, New York, EUA/2004)

É um novo edifício acadêmico para a escola Cooper Union de Arte, Arquitetura e Engenharia,instituição. Esta que já soma mais de 150 anos. Retratando a inovação perante a sua longa datade atividade, o edifício contrasta também com os demais em seu entorno, devido a sua formaautêntica. Em nosso estudo foram capturadas todas as zonas de convergência estabelecidas porSperling (2008). A Forma e estrutura ou Modelagem algébrica: tanto a forma quanto a estruturado edifício estão aparentes, expostas.

A Modelagem de superfícies: a forma do edifício surge como a derivação de uma forma distintapré existente (forma primária Cubo), além de transmitir aspecto de mobilidade. O formato doCooper Union reflete o próprio conceito proposto: “Tão leve quanto a água e o ar”, a partirdeste, a mesma que antes era rígida e imutável, adquire curvas e movimento, como oselementos citados. Notamos esse aspecto tanto na fachada quanto no desenho criado do átrio decirculação do edifício, criando um contraste entre a ortogonalidade das divisões internas decada pavimento e a fluidez do desenho de tal átrio.

A 3+N dimensões espaciais: na confecção de sua forma e síntese do projeto em si, foramutilizados recursos digitais, possibilitando a percepção da hipersuperfície, levando a forma parao mundo digital há uma maior possibilidade de abstração da mesma (notamos isto nodesenvolvimento do desenho do átrio já citado).

A Teoria dos Grafos: demarcação de eixos ou fatores determinantes para a criação da forma, nocaso do Cooper, o átrio e os demais setores foram ponderantes para isso, além da determinaçãode cheios e vazios. O Evento: no átrio encontramos usos diversos, seja convivência ou apenascirculação, o usuário determina o uso de tal espaço, este que como a própria arquitetura, podeser mutável e efêmero.

E, por fim, a Metarquitetura: reúne as demais e define como método projetual a sequência dediagramas. Na criação da forma, os arquitetos usaram deste recurso, diagramas evidenciando aevolução da forma mesclando fatores que influenciaram tal evolução.

Eli and Edythe Broad Art Museum (Michigan, EUA/2007)

Como o único museu de arte da região, o Museu de Arte Eli and Edythe Broad tenta trazer aexperiência estética a um public mais amplo. Para isso se utiliza da Teoria dos Grafos paraaplicar os diferentes fluxos de pedestres do local para determinar a forma do edifício.

A partir dessas linhas guias, o edifício também sofre uma Modelagem Algébrica com cortes,adições de volumes e vazios para chegar à forma final.

Para conseguir este resultado o escritório precisou usar de ferramentas digitais e softwaresespecializados. Isto é possível graças ao fato do projeto ser um dos últimos da carreira doMorphosis, assim como o projeto do Cooper Union.

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Estudando tanto as obras quanto as vertentes teóricas e características do escritório Morphosis, notamos o quanto este se adéqua a Arquitetura Contemporânea, esta que ultrapassa preceitos de programas “fechados”, usos pré-definidos ou formas desvalorizadas. Exemplo de profissionais que na concepção de um projeto, traçam um logo caminho de estudo da forma, levando em consideração as influências de fatores externos e internos do futuro edifício, ou seja, muito mais do que uma mera reprodução.

Conclusão10

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DAVIDSON, Adam. Thom Mayne’s Moment. Metropolismag.com. Disponível em: http://www.metropolismag.com/story/20030301/thom-maynes-moment. Acessado em Junho de 2012

MAYNE, Thom. Thom Mayne on architecture as connection. Palestra de Fevereiro de 2005, disponível em: http://www.ted.com/talks/thom_mayne_on_architecture_as_connection.html . Acessado em Junho de 2012.

SOMOL, Robert E. Dummy text, or The Diagrammatic Basis of Contemporary Architecture. (Texto sonso, ou a base diagramática da arquitetura contemporânea). Introdução, in Eisenman, Peter, Diagram Diaries, New York: Universe Publishing, 1999, pp.6-25. Tradução: Octavio Lacombe

SPERLING, David. Entre conceitos, metáforas e operações: convergências da topologia na arquitetura contemporânea. Gestão e Tecnologia de Projetos. São Paulo, v. 3, n. 2, p. 24-55, Nov. 2008.

Bibliografia 12

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Análise e Leitura de projeto na Arquitetura Contemporânea

Morphosis

Henrique Dantas Conrado . Rubens Henrique Neto

Universidade Estadual de GoiásDepartamento de Arquitetura e Urbanismo

Teoria de Projeto IIProf Dra Sndra Catharine Pantaleão

Henrique Dantas ConradoRubens Henrique de Oliveira Neto