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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL – UNIDERP MOYSÉS SIMÃO KAVESKI AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA VISANDO UMA PROPOSTA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA DE MATO GROSSO DO SUL CAMPO GRANDE – MS 2004

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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃODO PANTANAL – UNIDERP

MOYSÉS SIMÃO KAVESKI

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJAVISANDO UMA PROPOSTA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA

EMPRESA DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPO GRANDE – MS

2004

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MOYSÉS SIMÃO KAVESKI

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJAVISANDO UMA PROPOSTA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA

EMPRESA DE MATO GROSSO DO SUL

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-graduação em nível

de Mestrado Profissionalizante em

Produção e Gestão Agroindustrial da

Universidade para o Desenvolvimento

do Estado e da Região do Pantanal,

como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em

Produção e Gestão Agroindustrial.

Orientação:

Prof. Dr. Edison Rubens Arrabal Arias

Prof. Dr. Bruno Ricardo Scheeren

Prof. PhD. Fernando Paim Costa

CAMPO GRANDE – MS

2004

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Candidato: MOYSÉS SIMÃO KAVESKI

Dissertação defendida e aprovada em 15/09/2004 pela Banca Examinadora:

__________________________________________________________Prof. Doutor Edison Rubens Arrabal Arias (orientador)

__________________________________________________________Prof. Doutor Luiz Carlos Ferreira de Souza (UFMS)

__________________________________________________________Prof. Doutor Eron Brum (UNIDERP)

_________________________________________________Profa. Doutora Iandara Schettert Silva

Coordenadora do Programa de Pós-Graduaçãoem Produção e Gestão Agroindustrial

________________________________________________Profa. Doutora Lúcia Salsa Corrêa

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIDERP

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ii

A Deus, pelo dom da vida e por ter

me dado uma esposa, Flávia, mulher

temente a Deus, trabalhadora,

inteligente e linda, que sempre me

indica o caminho e me abençoa e aos

meus quatro filhos, Moshe, Itzhak,

Yonathan e Israel, uma família

maravilhosa.

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iii

AGRADECIMENTOS

Este trabalho e principalmente os conhecimentos adquiridos durante

esta jornada foram possíveis graças à participação direta ou indireta de toda a

família UNIDERP através de seu Magnífico Reitor Prof. Pedro Chaves dos

Santos Filho, Prof. Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato, aos professores o

mestrado Dr. Luiz Eustáquio Lopes Pinheiro, Dr. Eron Brum, Dr. Silvio Jacks

dos Anjos Garnés, aos professores e orientadores Dr. Bruno Ricardo Scheeren,

Dr. Edison Rubens Arrabal Arias, PhD. Fernando Paim Costa que com

paciência nos orientaram a escrever, organizar e sistematizar este trabalho, a

secretaria do mestrado através da Profª. MSc Eva dos Santos e sua equipe

que com satisfação prontamente nos atendiam, ao professor Dr, Luiz Carlos

Ferreira de Souza por participar da banca da defesa, família JOTABASSO,

através dos seus líderes Eng. Agr. Sr. Celito Missio, Eng. Agr. Sr. Edmar

Lopes Dantas e ao Adm. Sr. Washington C. Mourão que nos acolheram e não

mediram esforços em nos proporcionar acesso livre as instalações e a prática

dos conhecimentos adquiridos, aos meus amigos e colegas de trabalho

professores MSc. Maria de Lurdes Nunes, Estevão Copernico Satti, Eliana

Lamberti e MSc. Fabiano Alves Dutra que dividiram comigo as dificuldades

enfrentadas e me proporcionam a liberdade para a conclusão deste trabalho e

principalmente a minha esposa MSc. Flávia Cavalcanti Gonçalves Kaveski sem

a qual este trabalho não teria sido realizado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processamento da soja e seus principais produtos .......................... 19

Figura 2: Diagrama simplificado da cadeia produtiva da soja........................... 20

Figura 3: Seqüência proposta de modificações no desempenho das

sementes no processo de deterioração ............................................. 26

Figura 4: Organograma representativo de empresa rural diversificada ........... 30

Figura 5: O processo de controle ..................................................................... 35

Figura 6: Alça de feedback................................................................................ 37

Figura 7: O ciclo PDCA ..................................................................................... 47

Figura 8: Ciclo PDCA......................................................................................... 48

Figura 9: Rampa de melhoria............................................................................ 49

Figura 10: Diagrama de causa-efeito mostrando o primeiro nível de causas... 51

Figura 11: Gráfico CPM – Manutenção das instalações – UBS ....................... 54

Figura 12: Qualidade do ambiente interno........................................................ 65

Figura 13: Qualidade da comunicação interna ................................................. 66

Figura 14: Confiança e segurança na gestão da empresa ............................... 67

Figura 15: Preocupação dos gestores com a motivação dos funcionários....... 68

Figura 16: Clareza das metas na empresa sob a ótica dos funcionários.......... 69

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v

Figura 17: Oportunidades de carreira e treinamento sob a ótica dos

funcionários..................................................................................... 70

Figura 19: Valorização da força de trabalho na empresa sob a ótica dos

funcionários.....................................................................................72

Figura 20: Liberdade dos funcionários para propor melhorias ......................... 73

Figura 21: Utilização de normas técnicas no processo de produção ............... 74

Figura 22: Utilização de normas técnicas na especificação dos produtos da

empresa.......................................................................................... 75

Figura 23: Utilização de novas tecnologias relacionadas à qualidade e

produtividade................................................................................... 76

Figura 24: Fluxograma das operações realizadas no processamento das

sementes de soja............................................................................. 77

Figura 25: Colheita e transporte de sementes de soja ..................................... 78

Figura 26: Moega - Descarregamento............................................................... 79

Figura 27: Máquina de pré-limpeza .................................................................. 80

Figura 28: Secadores ....................................................................................... 81

Figura 29: Máquina de limpeza......................................................................... 83

Figura 30: Máquina separadora de semente por peso específico..................... 83

Figura 31: Ensaque de sementes na empresa ................................................. 84

Figura 32: Novo armazém da empresa............................................................. 85

Figura 33: Ciclo PDCA ampliado segundo Miyauchi......................................... 88

Figura 34: Diagrama de Ishikawa – Principais etapas para produção de

sementes de soja............................................................................. 89

Figura 35: Diagrama 6M ampliado ao plantio de sementes de soja.................. 90

Figura 36: Gráfico CPM – preparo do terreno e plantio.................................... 91

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Evolução da produção de soja em países selecionados, em

mlhões de toneladas........................................................................17

QUADRO 2: Produção, área e produtividade de soja no Brasil........................ 18

QUADRO 3: Modelo de Plano de Ação............................................................. 52

QUADRO 4: Dados referentes à manutenção das instalações - UBS.............. 53

QUADRO 5: Significado e função dos 5 S’s ..................................................... 56

QUADRO 6: Planilha de Controle – teste de Vigor........................................... 82

QUADRO 7: Dados referentes ao preparo do terreno e plantio........................ 91

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ iv

LISTA DE QUADROS ...................................................................................... vi

RESUMO ......................................................................................................... xi

ABSTRACT ...................................................................................................... xii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 15

2.1 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE SOJA NO MUNDO E NO BRASIL.... 15

2.2. SEMENTES ............................................................................................. 19

2.2.1 Qualidade da semente .................................................................... 21

2.2.2 Vigor da semente ............................................................................. 24

2.2.3 Deterioração da semente ................................................................. 25

2.3 FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO ........................................... 27

2.3.1 Planejamento .................................................................................. 28

2.3.2 Organização .................................................................................... 30

2.3.3 Direção ............................................................................................ 32

2.3.4 Controle ........................................................................................... 33

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viii

2.4 QUALIDADE DO PROCESSO ................................................................ 38

2.4.1 Custos da qualidade ......................................................................... 39

2.4.2 Custo de produção .......................................................................... 41

2.5 PRODUTIVIDADE ................................................................................... 41

2.6. FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO DE PRODUÇÃO ........................................................................................... 43

2.6.1 Fluxograma ……………………………………………………………. 44

2.6.2 Brainstorming .................................................................................. 44

2.6.3 Ciclo PDCA ..................................................................................... 45

2.6.4 Diagrama de Ishikawa ..................................................................... 49

2.6.5 Ferramenta da qualidade 5W2H ...................................................... 51

2.6.6 Ferramenta PERT/COM .................................................................. 52

2.6.7 Programa 5S’s ................................................................................. 55

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 57

3.1 MÉTODO DE ESTUDO ........................................................................... 57

3.2 CONDIÇÕES DO AMBIENTE ................................................................. 58

3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................ 58

4. RESULTADOS ............................................................................................. 61

4.1 DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS NA EMPRESA ESTUDADA .............................................................................................. 61

4.1.1 Planejar ........................................................................................... 61

4.1.2 Organizar ......................................................................................... 62

4.1.3 Dirigir ............................................................................................... 63

4.1.4 Controlar .......................................................................................... 64

4.2 AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS EMPREGADOS SOBRE DIVERSOS ASPECTOS DA GESTÃO DA EMPRESA ESTUDADA....... 65

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4.2.1 Qualidade do ambiente interno ........................................................ 65

4..2.2 Qualidade da comunicação interna ................................................. 66

4.2.3 Confiança e segurança dos funcionários na gestão da empresa .... 67

4.2.4 Motivação dos funcionários .............................................................. 68

4.2.5 Clareza das metas da empresa sob a ótica dos funcionários .......... 69

4.2.6 Oportunidade de carreira e treinamento sob a ótica dos funcionários ..................................................................................... 704.2.7 Contribuição da liderança para a qualidade do produto sob a ótica dos funcionários ...................................................................... 71

4.2.8 Valorização da força de trabalho na empresa sob a ótica dos funcionários ..................................................................................... 72

4.2.9 Liberdade dos funcionários para propor melhorias .......................... 73

4.2.10 Utilização de normas técnicas no processo de produção .............. 74

4.2.11 Utilização de normas técnicas na especificação dos produtos da empresa ........................................................................................ 754.2.12 Utilização de novas tecnologias relacionadas a qualidade e produtividade ................................................................................. 76

4.3 AVALIAÇÃO DAS DIVERSAS ETAPAS QUE COMPÕEM O BENEFICIAMENTO DE SEMENTES NA EMPRESA ESTUDADA........ 77

4.3.1 Colheita ........................................................................................... 78

4.3.2 Transporte ....................................................................................... 78

4.3.3 Moega – Descarregamento ............................................................. 79

4.3.4 Pré-limpeza ..................................................................................... 80

4.3.5 Secagem ......................................................................................... 80

4.3.6 Limpeza ........................................................................................... 82

4.3.7 Classificação .................................................................................... 83

4.3.8 Ensaque .......................................................................................... 84

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4.3.9 Armazenagem .................................................................................. 84

4.3.10 Controle de qualidade de sementes................................................ 85

5. RECOMENDAÇÕES ..................................................................................... 86

5.1 PROPOSTA DE GESTÃO PARA A QUALIDADE DA EMPRESA ........... 86

6. CONCLUSÕES ............................................................................................. 95

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 97

ANEXOS .......................................................................................................... 102

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RESUMO

A competitividade do agronegócio no Brasil e no mundo está ligada à gestão da

qualidade e da produtividade. A busca incessante na melhoria da qualidade das

sementes de soja, tanto no que diz respeito à qualidade física e biológica, como

no que diz respeito à necessidade do consumidor por sementes que lhe

proporcionem alto rendimento, são condicionantes para a competitividade. Em

relação à produção de sementes de soja, o principal condicionante para uma

eficiente gestão da qualidade é a redução dos desperdícios no processo de

produção, já que grande parte do consumidor brasileiro de sementes ainda

considera o preço como principal fator de decisão e não a qualidade. Uma gestão

da qualidade eficiente e eficaz é aquela que incorpora os conceitos básicos de

garantia da qualidade em conformidade com os padrões, normas e regulamentos

e sua manutenção no tempo, e busca a satisfação do consumidor, superando

suas expectativas. O presente trabalho foi desenvolvido a partir destas

considerações e teve como objetivo analisar, em uma empresa produtora de

sementes de soja, a gestão do processo de produção, as principais dificuldades

enfrentadas e propor o uso de ferramentas da qualidade já incorporadas à gestão

da atividade industrial. A adoção de ferramentas da qualidade como fluxograma,

brainstorming, ciclo PDCA, Diagrama de Ishikawa, 5W2H, Pert/CPM e 5S’s

podem ser um aliado na melhoria da qualidade do produto e da produtividade do

processo em uma empresa agrícola, prevenindo falhas e defeitos, auxiliando na

tomada de decisões e na execução das atividades. O ciclo PDCA deverá ser a

principal ferramenta de qualidade utilizada pela empresa estudada, pois além

deste ciclo ser passível de aplicação em todos os níveis gerenciais, em conjunto

com as demais ferramentas citadas no presente trabalho, pode proporcionar o

alcance da melhoria contínua da gestão da empresa em todo o processo de

produção.

Palavras-chave: Soja, gestão, processo, qualidade, produtividade.

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ABSTRACT

The agribusiness competitiveness in Brazil and in the world has been connected

with the management of the quality and the productivity. The incessant search to

get better soybean seeds, with best physical and biological quality and to please

the consumers necessities that searchers high income and conditions for the

competitiveness. In relation to the production of soybean seeds, the main

condition for an efficient quality management is the reduction of the wastes in the

production process. A great part of Brazilian consumer of seeds has still

considered the price as the main factor of decision, instead of the quality. An

efficient and effective management is that one that incorporates the basic

concepts of quality, according to the standards, norms, regulations and its

maintenance in time, searching the consumer’s satisfaction, surpassing its

expectance. This research was developed the basis in these considerations, its

objective is to analyze, in a producing soybean seeds company, the management

of the production process the main faced difficulties and to suggest the application

of quality tools that have already been incorporating to the activity industrial

management. The adoption of tools of the quality as flowchart, brainstorming,

cycle PDCA, Diagram of Ishikawa, 5W2H, Pert/CPM and 5S's can be an ally in the

improvement of the productivity and product quality of the process in an

agricultural company, preventing imperfections and defects, assisting in the taking

of decisions and the execution of the activities. Cycle PDCA will have to be the

main tool of quality used for the studied company, therefore beyond this cycle to

be passive of application in all the management levels, in set with the too much

tools cited in the present work, it can all provide the reach of the continuous

improvement of the management of the company in the production process.

KEY-WORDS: Soybean, management, process, quality, productivity.

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1. INTRODUÇÃO0

A soja é uma das culturas com maior área cultivada no Brasil,

ocupando um lugar de destaque no cenário econômico.

Segundo a CONAB (2004), a área cultivada de soja na safra 2002/2003

apresentou um acréscimo de 13,5%, em relação à safra anterior, totalizando uma

área de plantio de 21,07 milhões de hectares, a produção atingiu 52 milhões de

toneladas em 2003 e 50 milhões de toneladas em 20041. A produtividade média

brasileira na safra 2002/2003 foi de aproximadamente 2.737 kg/ha.

Em 2003 a cultura da soja contribuiu com a arrecadação tributária

brasileira com cerca de 31,1% do índice referente ao agronegócio brasileiro.

Considerando o PIB de 2003 de R$ 1,556 trilhões2, a soja alcançou a cifra de R$

447 bilhões, e se caracteriza como a principal cultura agrícola brasileira,

alcançando valor bruto de produção em 2002 o equivalente a R$ 21,029 bilhões3.

Considerando o complexo agro-industrial envolvido com a cadeia produtiva da

soja, pode-se considerar uma geração de cinco milhões e quatrocentos mil

empregos.

Para a manutenção da competitividade e da sustentabilidade da ativi-

-------------1http://www.conab.gov.br/centro,asp?Apag=52&anoticia=1582http://www.ibge.gov.br/home/presidencial/notícias/noticia_visualiza.php?id_noticia=265&id_pagina=13http://www.herbario.com.br/dataherb11/1912pibagropec.htm

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dade agrícola são realizados investimentos em ciência e tecnologia

proporcionando o desenvolvimento e lançamento de novos cultivares, e a sua

rápida e eficiente distribuição aos agricultores através do setor de produção de

sementes. No agregado representado pelo agronegócio brasileiro, destaca-se o

complexo da soja, sendo o Brasil apenas superado, em produção, pelos Estados

Unidos.

É grande o interesse socioeconômico na produção de soja, em função

de sua composição química e valor nutricional. Conforme a Embrapa (2004), a

soja possui em média 40% de proteínas, 20% de lipídios (óleo), 5% de minerais e

34% de carboidratos, com aplicações na alimentação humana e animal e como

insumo industrial. Constitui-se assim em matéria-prima indispensável uma vez

que impulsiona diversos complexos agroindustriais.

Nos últimos anos as organizações agroindustriais brasileiras estão

sendo submetidas a um ambiente globalizado de competição que exige

qualidade, produtividade, diversificação e inovação de produtos. As novas

tecnologias de produção, com o objetivo de aumentar a produtividade e a

qualidade dos produtos estão provocando mudanças na gestão da produção

destas empresas. Com a globalização os produtores agrícolas passaram a ter

mais opções na aquisição de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas,

tornando-se mais exigentes na escolha destes produtos.

Em face da importância da lavoura da soja e, fundamentando-se no

pressuposto de que “a competitividade sustentada de uma empresa somente

pode ser construída no âmbito de um sistema igualmente competitivo no seu

conjunto”, resta ao agronegócio adaptar sua estrutura organizacional e funcional a

esta nova realidade (BATALHA, 2001).

Este trabalho teve por objetivo geral avaliar o processo de produção de

sementes de soja, com ênfase na etapa de beneficiamento. Os objetivos

específicos propostos foram dois, identificar e descrever problemas e pontos de

estrangulamento do processo de beneficiamento e propor procedimentos de

gestão do processo com base nas ferramentas da qualidade, que têm sido

abordados em grande parte apenas nas empresas manufatureiras, visando

otimizar o uso dos recursos e diminuir os custos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE SOJA NO MUNDO E NO BRASIL

A soja é uma planta herbácea, ereta e cerrada, que pode atingir altura

de 1,5 m. Pertence à família Leguminosae, subfamília Papilionoideae e ao gênero

Glycine L., que compreende cerca de quinze espécies, sendo classificada como

Glycine Max (L.) Merril (SOBRAL, 2003).

A Embrapa Soja (2003), apresenta um breve histórico sobre a soja

(Glycine max L. Merril), informando que a mesma teve origem na região da antiga

Manchúria, atual China, no continente asiático, tendo sido domesticada há mais

de cinco mil anos. Devido ao seu uso nutricional como principal fonte protéica,

expandiu-se desta região de origem para outras partes do planeta, chegando no

final do século XV (início do XVI) ao ocidente. Como grão e forrageira foi

mencionada na América pela primeira vez em 1804, nos EUA. No início do século

XX, passou a ser cultivada comercialmente, ocorrendo um rápido crescimento na

produção, com o desenvolvimento das primeiras cultivares comerciais.

A soja chegou ao Brasil em 1882 por intermédio de Gustavo Dutra, não

obtendo êxito e, posteriormente foi introduzida em São Paulo pelo Dr Franz

Wilhelm Daffert, no Instituto Agronômico de Campinas. Posteriormente, já no

início do século XX chegou ao Rio Grande do Sul onde mostrou boa adaptação e

se tornou um dos grãos com participação expressiva no PIB estadual.

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Procurando atender às exigências de produção de uma cultura

altamente tecnificada foi criado, em 1975, o Centro Nacional de Pesquisa de Soja,

como uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa). Sua principal incumbência era conquistar a independência tecnológica

da produção brasileira, que até então estava concentrada nos estados do Sul do

País, aproveitando a entre-safra da cultura do trigo que, na época, recebia

incentivos do governo. A boa adaptação da soja nas terras do Sul do país e a

crescente demanda dos mercados interno e externo deram estabilidade aos

preços do produto no mercado, o que incentivou o aumento de área.

Até 1975, toda a produção brasileira de soja era realizada com

cultivares e técnicas importadas dos Estados Unidos, onde as condições

climáticas e os solos são diferentes do Brasil. Assim, a soja só produzia bem, em

escala comercial, nos estados do Sul, onde as cultivares americanas

encontravam condições semelhantes a seu país de origem. Em pouco tempo, os

cientistas da Embrapa Soja não só criaram tecnologias específicas relacionadas

às condições de solo e clima do País, como também lançou a primeira cultivar

genuinamente brasileira, a Doko, que permitiu que a soja produzisse em regiões

tropicais (Cerrados), onde antes a planta não se desenvolvia.

Com o domínio da tecnologia de produção nos cerrados, nas décadas

de 70 e 80, a soja expandiu-se, passando a ocupar maior parte da região central

do país. Inúmeras outras cultivares nacionais foram criadas para dar estabilidade

ao cultivo de soja nas chamadas regiões de fronteira agrícola. Isso possibilitou a

fixação do homem em suas propriedades, já que a soja era utilizada como cultura

desbravadora, deixando na terra, após sua colheita, nutrientes necessários ao

cultivo de feijão e milho. Além disso, a soja viabilizou a implantação de indústrias

de óleo, fomentou o mercado de sementes e deu estabilidade à exploração

econômica das terras onde antes só existiam matas e cerrados.

O conhecimento dos fatores como altitude, latitude, textura do solo,

fertilidade do solo, época de semeadura, população de plantas e espaçamento

entre linhas, colheita, beneficiamento, estocagem e a interação entre estes, pode

trazer respostas mais favoráveis ao aumento da produtividade agrícola da

lavoura. No Brasil a produtividade da soja em algumas regiões está abaixo da

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média nacional, que se encontra ao redor de 2.600 kg de grãos por hectare,

porém atualmente dispõe-se de cultivares com potencial que pode chegar até

6.000 kg/ha.

No período 2002/03 a produção mundial de soja alcançou uma safra de

195,82 milhões de toneladas. Nos dados apresentados no Quadro 1, constata-se

que os Estados Unidos da América do Norte detêm a maior produção no contexto

mundial. Verifica-se também que o Brasil, segundo maior produtor e exportador

mundial de soja em grãos, farelo e óleo, obteve um aumento significativo na

produção. Constata-se ainda que os países que compõem o Mercado Comum do

Sul – MERCOSUL detêm cerca de 40,05 % da produção mundial da soja.

QUADRO 1. Evolução da produção de soja em países selecionados, em milhões de toneladas

Países 2000/01 2001/02 2002/03 2003/041 2004/052

USA 75.06 78.67 75.01 65.80 85.70

Brasil 37.68 42.03 51.48 49.47 59,75

Argentina 27.80 30.00 35.50 34.00 39.00

China 15.40 15.41 16.51 16.00 17.50

Paraguai 3.50 3.55 4.50 4.00 5.00

Outros 14.60 13.94 13.42 19.12 16.03

TOTAL 174.04 183.60 196.42 188.39 222.981 Preliminares, 2Jun, 3Jul.

Fonte: Embrapa Soja e CONAB

Em termos de área semeada de soja (Quadro 2), na página seguinte, o

Brasil apresenta significativo aumento da produção.

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QUADRO 2. Produção, área e produtividade da soja no Brasil.

Ano ProduçãoMilhões ton

ÁreaHa

ProdutividadeKg/Ha

2000/01 39,000 13,934 2.799

2001/02 43,500 16,350 2.661

2002/03 52,500 18,400 2.853

2003/2004 52,600 21,300 2.469

Fonte: Oilseeds: World Market and Trade/ USDA, Jul/04

Segundo a Monsanto (2003), os farelos e óleos vegetais de soja

constituem os dois subprodutos mais importantes do complexo soja. Um saco de

soja de 60 kg produz aproximadamente 48 kg de alimentos ricos em proteínas e

11 kg de óleo. A aplicação primária do alimento de soja torrado desengordurado

está na ração animal (97%). A fração usada pela indústria produz óleo de soja,

que é empregado em margarinas, gorduras, óleos para cozinha e salada e o óleo

degomado presente na a produção de sabões, detergentes, tintas, vernizes e

óleos combustíveis.

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19

Na Figura 1, pode-se visualizar algumas das etapas do processamento

da soja.

Figura 1: Processamento da soja e seus principais produtos Fonte: MONSANTO 2004

2.2 SEMENTESA semente de soja, conforme Figura 2, é à base da produção agrícola,

sendo determinante para a produtividade das lavouras, estabilidade da produção

e rentabilidade do produtor.

Programas de melhoramento genético vegetal, desenvolvidos por

organizações públicas e privadas, tem resultado em novas cultivares, com alto

potencial de produção, com eficiência no aproveitamento da água e nutrientes,

com resistência ou tolerância a pragas e fatores ambientais adversos, com

PRELIMPEZA,SECACAGEM E

ARMAZENAMENTO

EXTRAÇÃO DEÓLEO

SOJA

REFINAÇÃO DOÓLEO BRUTO

MOAGEM

ESMAGAMENTO SEPARAÇÃO

DESCASCAMENTO

FLOCOSRETIRADA DOSOLVENTE E

SECAGEM

FARELO / PELLETSDE SOJA PARA

RAÇÃO

GRANULADO PARACONSUMOHUMANO

RETIRADA DOSOLVENTE

ÓLEOREFINADO

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20

características agronômicas desejáveis que permitem sua utilização em diferentes

sistemas de produção e condições ambientais, e com características comerciais,

industriais e nutricionais do interesse da sociedade.

Figura 2: Diagrama simplificado da cadeia produtiva da soja Fonte: Dados da pesquisa

Fornecedorde adubo e

calcário

Fornecedorde

defensivos

Sementesde

Soja

Fornecedor demáq. e

equipamentos

Industria deesmagamento -

grão

Grandes emédios

produtores

Industria deóleos

Cooperativas

Industria derações

ComércioExterior

Alimentos

Consumidorfinal

Comérciovaregísta

Cadeiasintegradas

Comércioatacadista

ComércioAtacadista

Industria desabões

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21

A produção de sementes de elevada qualidade requer a adoção de um

bom programa de controle de qualidade (CQ). A não utilização do mesmo poderá

resultar na produção de sementes com qualidade inferior, principalmente quando

estas são produzidas em regiões tropicais e subtropicais. A adoção, pelos

produtores, de técnicas de controle de qualidade na produção de sementes visa

gerar informações que auxiliem no processo de tomada de decisão, tendo em

vista superar limitações impostas pelos diversos fatores que podem afetar a

qualidade das sementes (KRZYZANOWSKI e FRANÇA-NETO, 2003).

No controle interno da qualidade as empresas de sementes, através de

uma série de atividades sistemáticas durante todas as fases de produção, podem

averiguar a qualidade, para identificar e corrigir possíveis problemas, visando

proteger a boa reputação da empresa, bem como satisfazer os consumidores. O

objetivo do CQ é produzir e comercializar sementes de altas qualidades física,

fisiológica, sanitária e genética. Um bom sistema de CQ fornece informações para

corrigir possíveis problemas, auxilia na tomada de decisões e reduz

contaminações ambientais, através da redução de uso de agroquímicos no

controle de pragas e doenças. O CQ interno também evita problemas com o

sistema oficial de controle de qualidade (KRZYZANOWSKI e FRANÇA-NETO,

2003).

A semente de boa qualidade induz ao uso de várias outras tecnologias,

como a maior utilização de insumos, equipamentos, estruturas de produção de

sementes, secagem e armazenagem de grãos, dentre outras, fazendo com que

aumentem as possibilidades de crescimento da produtividade e da produção do

país, com conseqüente geração de empregos e maior desenvolvimento da

economia. Este conjunto de tecnologias reunidas para a produção de semente faz

dela o principal veículo de tecnologias colocadas à disposição do agricultor.

2.2.1 Qualidade da semente

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22

A qualidade da semente de soja é de fundamental importância para o

produtor, pois é cultivada em diferentes regiões com características ambientais

próprias.

No que diz respeito à longevidade das sementes, Toledo e Marcos

Filho (1977) a definem como o período em que a semente se mantém viva, isto é,

capaz de germinar quando colocada em condições favoráveis, quando não

houver dormência. Já para Carneiro e Aguiar (1993), a longevidade está

relacionada com o período de tempo em que se mantém viável, sendo uma

característica da espécie, pois as sementes de algumas espécies se deterioram

rapidamente, enquanto que as de outras mantêm sua viabilidade por longo

período de tempo.

A criação de novos cultivares tem sido uma das tecnologias que mais

têm contribuído para os aumentos de produtividade e estabilidade de produção,

sem custos adicionais ao agricultor. Uma cultivar de soja deve ter alta

produtividade, estabilidade de produção e ampla adaptabilidade aos mais

variados ambientes existentes na região onde é recomendada.

As sementes só devem estar aptas para comercialização se

apresentarem elevada qualidade genética (características do cultivar); qualidade

fisiológica (germinação e vigor); pureza (física e genética -ausência de detritos e

outras sementes) e qualidade sanitária (ausência de patógenos).

Para a produção de sementes de qualidade a preocupação deve ser

iniciada já na lavoura, e os procedimentos adotados durante as operações de

colheita, transporte, recepção, beneficiamento, armazenamento e

comercialização, reduzem muito ou eliminam os danos e a contaminação das

sementes. As avaliações rápidas da qualidade das sementes, durante estas

operações, permitem que as decisões sejam antecipadas, diminuindo os riscos e

prejuízos nesta atividade agrícola.

A semente de boa qualidade, elaborada em um programa de produção

de semente, assegura ao produtor a transferência de material genético, que

disponibiliza avanços científicos nela incorporados, quais sejam: resistência a

pragas e doenças, maior resistência à deterioração de campo, resistência a danos

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mecânicos na colheita e no manuseio de grãos, maior produtividade, qualidades

organolépticas, entre outras.

Kryzanowski e França-Neto (2003), recomendam os seguintes

procedimentos para o controle da qualidade de sementes:

I. A partir da retirada da amostra representativa do lote, da pré-

colheita até a pré-semeadura, dá-se seqüência à análise das

sementes, realizando primeiramente as análises de pureza física.

Em seguida, são realizados testes de tetrazólio e análises da

germinação;

II. Na pré-colheita: as plantas são coletadas ao acaso no campo, um

ou dois dias antes da colheita. As vagens são trilhadas

manualmente e as sementes são avaliadas para qualidade

fisiológica, através do teste de tetrazólio, que nesta etapa analisará

principalmente o nível de vigor. Campos com sementes com vigor

acima de 90% são aceitáveis;

III. Durante a colheita: a amostragem das sementes deve ser feita pelo

menos três vezes ao dia por colhedora: na metade da manhã, ao

meio-dia e na metade da tarde. Cada amostra deve ser avaliada

quanto ao nível de dano mecânico, através do teste de hipoclorito

de sódio, ou através da determinação de sementes quebradas, pelo

método do copo medidor, cujo limite máximo de dano mecânico

aceitável é de 3%. Para o teste de hipoclorito, duas amostras de

100 sementes, visualmente não danificadas, devem ser embebidas

numa solução a 5,25% de hipoclorito de sódio durante 10 minutos;

IV. Durante o recebimento: as sementes devem ser avaliadas para

purezas física e genética, grau de umidade, dano mecânico (através

do teste do hipoclorito de sódio, ou pelo método do copo medidor),

viabilidade e vigor;

V. Durante a secagem: a temperatura e o grau de umidade da

semente devem ser monitorados periodicamente, até que o nível

desejado de umidade seja alcançado.

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24

VI. Durante os processos de beneficiamento e de embalagem: podem

ser utilizados os testes de tetrazólio e de hipoclorito de sódio em

todas as operações de beneficiamento, para avaliação da

ocorrência de danos mecânicos. O teste de envelhecimento

acelerado pode fornecer uma estimativa do potencial de

armazenamento dos lotes de sementes. Considerando a

amostragem, pelo menos duas amostras de 1 kg e uma amostra de

2 kg devem ser retiradas. Uma amostra (1 kg) é enviada para a

agência certificadora (amostra oficial) e a outra amostra é mantida

em câmara seca e fria (contra-amostra), utilizada para futuras

avaliações, caso algum problema venha a ocorrer com o lote

durante a comercialização e semeadura. A terceira amostra, de 2 kg

é utilizada para avaliação da qualidade fisiológica (teste de

emergência em areia ou solo) da sanidade da semente e também

da pureza varietal, através do teste de parcela para controle de

qualidade;

VII. Durante o armazenamento: especialmente em regiões quentes e

úmidas, o grau de umidade da semente deve ser monitorado

freqüentemente. Quando este alcançar 13,5% ou mais,

providências devem ser tomadas para aerar ou secar a semente.

Outros testes, como o de tetrazólio e de emergência em areia, podem

ser empregados para avaliar periodicamente a qualidade fisiológica das sementes

durante o armazenamento.

2.2.2 Vigor da semente

O vigor da semente é alvo de estudos de várias empresas produtoras

de sementes, pois incide em cultivares de boa qualidade e nos custos de

produção das lavouras.

Franzin e Roversi (2001) ao versarem sobre o tema analisam que a

International Seed Testing Association Association (ISTA) e a Association of

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Official Seed Analysts (AOSA) apresentam definições semelhantes para vigor de

sementes, já que a primeira define vigor como um índice do grau de deterioração

fisiológica e/ou integridade mecânica de um lote de sementes de alta germinação,

representando sua ampla habilidade de estabelecimento no ambiente, e para a

segunda, o vigor representa uma propriedade das sementes que determina o

potencial para uma emergência rápida e uniforme e para o desenvolvimento de

plântulas normais sob uma ampla faixa de condições de campo. As definições

descreveriam, portanto as conseqüências práticas do vigor das sementes. As

pesquisadoras consideram que vigor de sementes é um conceito que implica não

só a germinação (aspecto de representação no campo), mas também o potencial

de armazenamento, pois sementes com baixo potencial de vigor se deterioram

mais facilmente, fato que leva as empresas a realizarem testes de vigor durante a

produção da cultura, o beneficiamento, o armazenamento e antes da

comercialização.

2.2.3 Deterioração da Semente

Deterioração é o processo de envelhecimento e morte da semente,

enquanto vigor é o principal componente da qualidade afetado pelo processo de

deterioração.

A deterioração da semente não pode ser evitada, porém a sua

velocidade pode ser controlada até certo ponto, pelo emprego de técnicas

adequadas de produção, colheita, secagem, beneficiamento e armazenamento. A

redução do processo de deterioração a nível mínimo depende basicamente da

espécie e das condições as quais cada lote foi submetido antes do

armazenamento (Armazenamento de sementes, UFSM).

Para Delouche (2002), a descoberta e aplicação da reação de

tetrazólio foram fundamentais para compreensão do processo de deterioração

nas sementes e de sua relação com germinação e vigor. Danos fisiológicos e

necroses nas sementes passaram a ser visualizados em vívidos padrões de

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vermelho e branco, ficando claramente evidentes os padrões e a natureza

progressiva da deterioração.

Na Figura 3, pode-se identificar o processo de deterioração da

semente.

Figura 3: Seqüência proposta de modificações no desempenho das sementesno processo de deterioração

Fonte: Adaptado de Delouche (2002)

Danificação membranas

Respiração e biossíntese

Potencial armazenamento

Uniformidade

Rendimento

Plântulas anormais

Danificação mecanismosenergéticos

Velocidade germinação

Velocidade crescimento

Resistência ao estresse

Emergência a campo

Perda da Germinação

Progresso da Deterioração

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2.3 FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

Apesar do aumento na produção nacional de grãos, a rentabilidade da

agricultura ainda é comprometida pela falta de técnicas científicas de gestão, e o

lucro, ou parte deste, está sendo desperdiçado. Conforme estudos da

Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em 2003, 5 a 10% dos grãos

produzidos acabam perdidos na pastagem ou pelos silos e estradas do País em

um setor onde a rentabilidade média é de 7%. Reduzir as perdas pode significar

até mesmo um ganho de 100% nos lucros.

Problemas administrativos como má gestão da produção, dos recursos

humanos, materiais, patrimoniais, financeiros, marketing etc., podem ser

apontados como agentes que proporcionam a redução dos rendimentos na

produção e na qualidade de sementes de soja.

Segundo Stones (1999), administração é o processo de planejar,

organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da

organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os

objetivos estabelecidos.

Martins (2002), afirma que gestão ou administração é o processo de

conseguir que as atividades sejam feitas de forma eficiente e eficaz com e por

meio de outras pessoas. As funções clássicas da administração são

planejamento, organização, direção (ou ativação) e controle.

De acordo com Chiavenato (2000), a tarefa do administrador é

interpretar os objetivos da empresa e transformá-los em ação empresarial,

através de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços

realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir

tais objetivos. Então, a administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e

controlar a aplicação dos recursos organizacionais para alcançar determinados

objetivos de maneira eficiente e eficaz.

A busca do aumento da eficiência e da eficácia na atividade agrícola

poderá ser incrementada com o uso dos conceitos, recursos e ferramentas de

qualidade utilizadas pela administração de empresas.

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2.3.1 Planejamento

O planejamento, defende Hoffman et al (1987), “é um esforço humano,

conjunto e organizado, para, modificando a sociedade, acelerar o ritmo de

desenvolvimento da coletividade. Ele consta de uma formulação sistemática

devidamente integrada que expressa uma série de propósitos a serem realizados

dentro de determinado prazo, levando em consideração as limitações impostas

pelos recursos disponíveis, bem como as metas prioritárias definidas”.

No caso do planejamento em empreendimentos rurais, deve-se

considerar a existência de um número significativo de variáveis aleatórias, com a

agravante de existir menos informações prontamente disponíveis, e que nem

sempre espelham de fato a realidade. Em qualquer atividade, o planejamento é

fator importante para reduzir erros e riscos e aumentar as chances de sucesso

(BATALHA, 2001).

São etapas do planejamento agrícola: levantamento de dados e

informações; análise de capitais disponíveis; máquinas e equipamentos; recursos

humanos; elaboração e interpretação de mapas, planilhas e esquemas de

trabalho; divisão da fazenda em glebas e a seleção cronológica das mesmas para

a produção agrícola.

Levantamento de dados e informações - O levantamento de dados e

informações detalhadas da propriedade agrícola é essencial para a tomada de

decisões e o aumento da produtividade.

Capital Disponível - O produtor de sementes de soja deve analisar se

o capital disponível é suficiente para os investimentos necessários e sua

manutenção e se o prazo de retorno desse capital compensa os investimentos.

Máquinas e equipamentos - As máquinas e equipamentos são

fundamentais para as grandes lavouras de grãos e, sendo responsável pela

qualidade, rapidez, produtividade e lucratividade da produção agrícola e industrial

em geral.

Recursos humanos - Para a execução da produção, a mão-de-obra

deverá estar conscientizada dos objetivos e da tecnologia adotada para o

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processo de produção. O treinamento da mão-de-obra deve ser planejado de

forma que, no momento de realizar as operações, haja conhecimento suficiente

para realizar as ações de forma adequada.

Importância de mapas, planilhas e esquemas de trabalho - O

manuseio de dados e informações deve gerar mapas e/ou planilhas sobre a

situação da propriedade, a serem utilizados como base, para calcular, armazenar

e trabalhar com lista de dados, criar relatórios e gráficos, sendo recomendado

para planejamentos, previsões, análises estatísticas e financeiras, simulações e

manipulação numérica em geral.

Dispositivos instalados em máquinas e equipamentos podem gerar

mapas que possibilitam o calculo da produtividade de cada área e o grau de

umidade permitindo tomar decisões antecipadas na Unidade de Beneficiamento

de Sementes – UBS e na Unidade de Armazenamento de Sementes - USA. A

interpretação destes mapas deve ser utilizada para o planejamento das próximas

safras.

Os administradores rurais devem alimentar o sistema que gerará os

mapas, planilhas e esquemas de trabalho com respostas as seguintes perguntas:

que itens básicos devem compor o processo de produção agrícola em uma

determinada área e quais os dados e informações devem ser monitorados para o

acompanhamento dessa área.

Divisão em glebas e seleção cronológica para a produção - Deve-

se dividir a propriedade em glebas ou talhões, tomando como base às

informações obtidas nos levantamentos, principalmente quanto à fertilidade,

topografia, drenagem, permeabilidade, risco de erosão ou inundação,

profundidade, pedregosidade, vias de acesso, etc. O Cronograma de Ações deve

ser organizado, para cada gleba, observando dentre outras ações, a correção da

acidez e fertilidade, as operações de incorporação de adubos e corretivos,

descompactação, pulverizações, manejo de coberturas vegetais, semeadura e

sucessão de culturas.

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30

2.3.2 Organização

Andrade (1998), define a organização como a função administrativa

que cuida do agrupamento e estruturação dos recursos da empresa no sentido de

que sejam alcançados os objetivos gerais e específicos. A organização da

empresa rural pode ser considerada sob os aspectos humanos e físicos.

Organização de Pessoal

Define a estruturação dos cargos e tarefas das pessoas que trabalham

na empresa rural. Nas grandes empresas agrícolas, com elevado número de

funcionários, os cargos devem ser bem definidos através de um organograma e

as tarefas estabelecidas por escrito. Por exemplo, Cargo: Gerente de Produção

de Sementes. Tarefas: Planejar e controlar as operações do plantio a estocagem

das sementes.

Na Figura 4 pode-se ver um exemplo de organograma.

Figura 4: Organograma representativo de empresa rural diversificadaFonte: Adaptado de Andrade,1998

Funcionários

FuncionáriosOperários

Empresário

Gerentede

Produção

GerenteAdministrativo

(Finanças ePessoal)

GerenteComercial

e Marketing

AssessoriaAgronômica

ChefeSoja cultura

ChefeOficina eReformas

Gerais

VendasSementes

VendasDiversasChefe da UBS

Operários Operários Funcionários

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Organização Física

Andrade (1998) refere-se à organização das áreas de exploração e

benfeitorias, das máquinas, equipamentos, materiais e insumos. As áreas de

exploração e as benfeitorias devem ser dispostas de forma a evitar movimentos

inúteis, que acarretam perda de tempo, aumento do consumo de combustível,

maiores custos e conseqüentemente, redução da lucratividade.

Com relação às máquinas, equipamentos e ferramentas, deve-se

observar cuidados para a sua conservação e controle, evitando desgastes e

perdas, comuns às empresas rurais mal organizadas. Um almoxarifado facilita o

controle de insumos, peças de reposição e ferramentas, além de evitar

desperdícios de ações de má fé. Deve-se ressaltar que uma organização eficiente

e normatizada facilita a ação da direção e, conseqüentemente, o alcance dos

objetivos propostos.

Arranjo Físico ou “Lay out”.

O inadequado arranjo físico pode ser um ponto crítico na empresa. A

utilização desordenada do espaço acarreta várias perdas, como o excessivo

tempo gasto no transporte dos materiais em processamento, a formação de filas

na entrada de máquinas, a falta de espaço para o processamento e

armazenamento e, principalmente, o risco de acidentes pessoais, danos nas

máquinas e dificuldade em realizar manutenções.

Segundo Moreira (1993), planejar o arranjo físico de uma certa

instalação significa tomar decisões sobre a forma como serão dispostos, nessa

instalação, os centros de trabalho que aí devem permanecer. Conceitua-se centro

de trabalho, qualquer coisa que ocupe espaço: um departamento, uma sala, uma

pessoa ou grupo de pessoas, máquinas, equipamentos, bancadas e estações de

trabalho, etc, Em todo o planejamento de arranjo físico, irá existir sempre uma

preocupação básica: tornar mais fácil e suave o movimento do trabalho através do

sistema, quer esse movimento se refira ao fluxo de pessoas ou de materiais,

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2.3.3 Direção

Uma das atribuições dos gestores é a direção. Existem muitas

definições para direção, considerando as similaridades entre as mesmas,

podemos afirmar que direção diz respeito ao processo de produção, através da

mobilização e acionamento dos recursos, especialmente as pessoas, para realizar

as atividades que conduzirão aos objetivos. Logo, dirigir é conduzir e coordenar

os processos e as pessoas na execução das tarefas antecipadamente planejadas.

Chiavenato (2000), assim define direção: função administrativa que se

relaciona diretamente com a maneira pela qual os objetivos devem ser

alcançados, por meio da atividade das pessoas que compõe a organização.

Refere-se às relações interpessoais dos administradores com seus subordinados.

Dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar as instruções sobre

como executá-los.

Nas empresas existem pessoas cuja tarefa principal é administrar.

Estas têm como principal habilidade, para atingir as metas e os objetivos, a

liderança. A liderança tem como objetivo dirigir, influenciar e motivar os

empregados a realizar as atividades essenciais para o processo produtivo. A

liderança faz parte da personalidade daqueles que pretendem exercer funções

gerenciais, pois os processos empresariais alcançam melhores rendimentos e

resultados quando as pessoas são lideradas.

Martins (2002), defende que os gerentes desempenham papéis

interpessoais, como chefes, líderes, elementos de interligação; papéis de agentes

de informação, como monitores, disseminadores e porta-vozes e papéis

decisórios, como empreendedores, árbitros de disputas, alocadores de recursos e

negociadores.

Maximiniano (2002), observa que existem quatro variáveis presentes

na liderança: as características do líder, as características dos liderados, as

características da missão ou tarefa a ser realizada e as conjunturas sociais,

econômicas e política.

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Tipos de Liderança

Dentre os tipos de liderança destacam-se a autocrática, a democrática

e a liberal. Para Drucker (1996), o que define o líder é o atendimento a quatro

condições básicas de liderança, apresentadas pelos líderes por ele estudados:

1. A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas

pessoas são pensadoras, outras profetas. Os dois papéis são

importantes e muito necessários, mas, sem seguidores, não podem

existir líderes;

2. Um líder eficaz não é alguém amado e admirado. É alguém cujos

seguidores fazem as coisas certas. Popularidade não é liderança,

resultados, sim;

3. Os líderes são bastante visíveis, portanto, servem de exemplo;

4. Liderança não quer dizer posição, privilégios, títulos ou dinheiro.

Significa responsabilidade.

O líder ou gestor do processo de produção deve dominar algumas

técnicas, obtidas através de literatura especializada, que lhe permita manter o

controle diante de situações conflitantes tendo sempre como foco as metas a

serem atingidas e as variáveis para atingi-las.

2.3.4 Controle

Montana (1998), destaca que o controle consiste em ações seqüenciais

tomadas pela administração para estabelecer os padrões de desempenho, medir

e avaliar o desempenho, e tomar ações corretivas quando necessário. Ele é

absolutamente essencial para o planejamento eficaz. Existem três pontos

principais no que diz respeito à importância do controle:

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1. O controle é necessário para medir e avaliar o desempenho

organizacional;

2. O controle é um processo dinâmico e contínuo;

3. O controle envolve todas as facetas da organização.

Os objetivos do controle na produção de sementes de soja são manter

e melhorar a qualidade do processo refletindo em seu produto e proporcionar a

compatibilidade e continuidade do processo de quem os recebe quer sejam

clientes internos ou externos.

O controle do processo de produção de sementes de soja permite à

organização manter as variações do produto dentro dos padrões normatizados e

economicamente viáveis de tal forma que atendam ao fim a que se destinam e

fornece as informações necessárias ao processo de melhoria contínua.

A prevenção da ocorrência de falhas deve ser o objetivo principal do

controle do processo, e para que o mesmo seja eficaz em todas as etapas de

produção, deve-se ter um padrão de desempenho e metas a serem atingidas.

Estas metas estabelecidas podem ser quantitativas e qualitativas, e são

referências para o controle do processo de produção.

Stoner (1995), define o controle gerencial como um esforço sistemático

para ajustar padrões de desempenho com objetivos de planejamento, projetar

sistemas de feedback de informações, comparar o desempenho presente com

estes padrões pré-estabelecidos, determinar se existem desvios e medir sua

importância, e iniciar qualquer ação necessária para garantir que todos os

recursos da empresa estejam sendo usados do modo mais eficaz e eficiente

possível para o alcance dos objetivos da empresa.

A Figura 5 na página seguinte, mostra a seqüência de eventos no

processo do controle onde o processo é realimentado para manter os padrões e

atender as metas.

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Figura 5: O processo de controle Fonte: Montana, 1999

Para Harrington (1993), “processo é qualquer atividade que recebe

uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente

interno ou externo”. O gerenciamento de processos destina-se, portanto, à

melhoria contínua da qualidade nas empresas e organizações que atendem

clientes.

Martins (2002), afirma que processo são seqüências estruturadas de

atividades que, por meio de ações físicas, comportamentais e/ou de informações,

permitem a agregação de valor a uma ou mais entradas transformando-as em

uma ou mais saídas que representam um estado diferenciado do original.

Após estudar os processos e identificar os pontos críticos, parte-se

para a investigação das causas, análise, elaboração do plano de ação,

implantação e controle dos resultados. Esta etapa consiste de duas atividades: a)

Aplicação de um método de melhoria dos processos; b) Relato das melhorias

introduzidas.

Maximiano (2002), ressalta que controlar, em essência, é um processo

de tomar decisões que tem por finalidade manter um sistema na direção de um

objetivo, com base em informações contínuas sobre as atividades do próprio

sistema e sobre o objetivo. O objetivo torna-se o critério ou padrão de avaliação

do desempenho do sistema. Ou seja, o objetivo torna-se o padrão de controle.

CriarPadrões de

Desempenho

Medir oDesempenho

Real

Avaliar oDesempenho

Não Satisfaz osPadrões

Satisfaz osPadrões

Feedback

Feed

back

Feed

back

FeedbackFeed

back

Feed

back

Tomar AçõesCorretivas

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Juran (1992) apresentou um sistema de controle de feedback, no qual

esclarece o funcionamento e a utilidade do mecanismo representado através da

denominada alça de feedback. Neste, são apresentados os passos estruturados

que devem ser executados para garantir a conformidade com as metas e

padrões estabelecidos. O uso do sistema de feedback implica que as pessoas

tenham sempre condições de ter conhecimento sobre as ações a serem

realizadas, o que está sendo realizado, onde é necessário executar ações

corretivas e mudar as metas e padrões estabelecidos.

Para Juran (1992), ao criar um sistema de autocontrole os planejadores

devem fornecer às forças operacionais as seguintes informações:

1. Meios de saber qual é o desempenho real, estabelecendo um

sistema de mensuração;

2. Meios de saber quais são os desempenhos almejados,

estabelecendo e publicando as metas e os padrões desejados;

3. Meios de mudar o desempenho no caso da não conformação com

as metas e padrões, sendo necessário que:

a) Seja intrinsecamente capaz de atingir as metas;

b) Possua características que tornem possível às forças

operacionais mudarem o desempenho à medida que isso for

necessário para que ele fique em conformidade com as

metas.

Na Figura 6, o controle na abordagem da alça de feedback é realizado

de acordo com os seguintes eventos: O processo fornece produto e um sensor

mede o desempenho deste; um árbitro observa o desempenho e compara este a

uma meta padrão; se a diferença justifica uma ação o árbitro aciona o atuador; O

atuador executa as ações necessárias para ajustar o desempenho do processo

aos valores desejados.

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37

Figura 6. Alça de feedbackFonte: Adaptado de Juran, 1992

A análise dos resultados tem função preventiva, corretiva e pró-ativa,

possibilitando tomar decisões quanto à manutenção, expansão, recuperação ou

abandono do processo de produção agrícola. Permite à pesquisa e

desenvolvimento, a aprovação ou não de técnicas, produtos e equipamentos,

proporcionando o controle da qualidade e da quantidade dos produtos, e do

desempenho das operações.

No caso estudado, ao analisar os resultados, deve-se considerar que

os produtores de sementes que usam alta tecnologia conseguem obter uma taxa

de multiplicação semente-semente para soja de mais de 1:30 e no planejamento

da produção de sementes considera-se como normal obter 1000 kg por 50 kg de

sementes semeadas (SEED News mar/abr 2003).

5

4

3

PROCESSO SENSOR META1

ACIONADOR CONFRONTADOR

2

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38

2.4 QUALIDADE DO PROCESSO

A busca da qualidade em produtos ou serviços está presente no

cotidiano das instituições, empresas e qualquer outra atividade que possua

clientes, já que para atuar competitivamente no mercado do agronegócio é

necessário atender as exigências dos clientes, que estão ficando cada vez mais

cautelosos.

Silva (2003) apresenta as definições oficiais de qualidade adotadas em

diversos países:

• Organização Internacional de Normalização (ISO): “A qualidade é o

conjunto das propriedades e características de um produto,

processo ou serviço que lhe fornecem a capacidade de satisfazer as

necessidades explícitas ou implícitas”.

• Associação Francesa de Normalização (Afnor): “A qualidade é a

capacidade de um produto ou serviço satisfazer as necessidades

dos usuários”.

• Definição inglesa: “A qualidade é a totalidade de aspectos e

características de um produto, processo ou serviço que tem a

capacidade de satisfazer necessidades implícitas ou explicitas”.

• Norma japonesa JIS-Z-8101 de 1981: “A gestão da qualidade é um

sistema de meios colocados em prática para produzir

economicamente produtos ou serviços que satisfarão as

necessidades dos clientes”.

Em qualidade, talvez tão importante quanto a solução de um problema

é a forma pela qual ele foi solucionado. Algumas metodologias procuram delinear

um caminho mais fácil e seguro para a resolução de problemas, porém, em cada

uma delas, ferramentas da qualidade apropriadas deverão ser utilizadas para a

obtenção dos resultados desejados.

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39

2.4.1 Custos da qualidade

Os custos da qualidade dão sustentação ao programa da qualidade e

foram abordados pela primeira vez por Juran na publicação Quality Control

Handbook, em 1951, que sinalizava aos gerentes os impactos das ações de

qualidade sobre os custos industriais, em especial os decorridos das falhas

internas e externas nos produtos. Juran evidenciou os custos da não qualidade,

de forma que o ideal seriam ações preventivas para reduzir custos.

Para o agricultor, as determinações de custos, servem como elemento

auxiliar a administração na escolha das culturas, criações e das práticas a serem

utilizadas. Para o governo e entidades de classe, fornecem subsídios à

formulação de sua política agrícola, ao cálculo das necessidades de crédito, a

orientação dos trabalhos de assistência técnica a produção, a fixação de preços

mínimos etc.

Garvin (1997) define os custos da qualidade como quaisquer despesas

de fabricação ou de serviço que ultrapassem as que teria havido se o produto

tivesse sido feito ou o serviço tivesse sido prestado com perfeição à primeira vez.

Segundo Crosby (1991), o custo da qualidade compreende a despesa

de fazer as coisas erradas. É a sucata, o retrabalho, inspeção, testes e atividades

similares que se tornam necessárias, devido aos problemas da má conformidade.

O custo da qualidade ocorre também em uma empresa agrícola e em

todo seu processo de produção, atuando desde o início do projeto do produto até

sua entrega ao cliente, e algumas vezes envolvendo até a assistência técnica.

Estes custos são de difícil visualização e quantificação, são as perdas com a

parada de máquinas, equipamentos, atrasos nas atividades, quebras de

estoques, defeitos, horas extra e outras ineficiências.

A análise dos custos proporciona aos gestores um melhor

dimensionamento do processo produtivo e controle das aplicações dos insumos

necessários à produção agrícola, porém pode-se constatar que poucas empresas

implantam este sistema, principalmente por falta de pessoal especializado

ocasionando perdas de produtividade e qualidade.

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40

Robles Jr. (1994) e Slack et al (1997) classificam os principais custos

da qualidade em três categorias: custos de prevenção, custos de avaliação e

custos de falhas; estes por sua vez se subdividem em custos das falhas internas

e custos das falhas externas.

Custos de Prevenção: refere-se a gastos com atividades que

previnem problemas, falhas e erros que objetivam evitar que produtos,

componentes ou serviços insatisfatórios ou defeituosos não sejam produzidos.

Para tanto podem ser realizados investimentos na identificação dos problemas, na

área de design e na área de treinamento e desenvolvimento de pessoal.

Custos de Avaliação: são os gastos com atividades desenvolvidas no

controle da qualidade do produto ou serviço, verificação de problemas ou erros

ocorridos durante e a após a criação do produto ou serviço. Os custos da

avaliação envolvem a adoção de programas de investigação, inspeção, controle

estatístico e pesquisas a respeito da qualidade do produto ou serviço, além do

conhecimento sobre o tempo e esforços necessários na inspeção de input,

processos e outputs.

Custos de Falhas: são os custos incorridos devido à ocorrência de

unidades ou componentes defeituosos. Os custos das falhas são subgrupados em

Custos das Falhas Internas e Custos das Falhas Externas.

Os Custos das Falhas Internas são aqueles associados às atividades

decorrentes de falhas ocorridas na operação interna como: falhas de projetos,

compras, suprimentos, programação e controle da produção, e falhas da própria

produção. As falhas internas são constatadas antes do despacho dos produtos

aos clientes.

Os Custos das Falhas Externas são aqueles associados às atividades

decorrentes de falhas externas, as quais são detectadas pelo consumidor após a

entrega do produto ou serviço realizado, ou seja, os associados às devoluções,

queixas e reclamações dos clientes, além dos custos relacionados ao

fornecimento em excesso.

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41

2.4.2 Custo de produção

A definição do custo de produção tem por objetivo a identificação e a

análise dos dados necessários para uma decisão fundamentada em bases

teóricas. Esta análise poderá proporcionar aumento da produtividade e

conseqüentemente aumento do lucro sem que isso signifique aumentar as

despesas operacionais.

Os custos de produção podem ser divididos em:

a. Custos operacionais: também denominados de custos variáveis,

são aqueles que ocorrem e variam de acordo com a área, o índice de

utilização de insumos e o volume de produção de uma safra.

Considera-se custo operacional: mão-de-obra; insumos; transporte;

beneficiamento.

b. Custos fixos: são aqueles que incorrem sobre a atividade agrícola,

independente da quantidade produzida e mesmo na situação em que

não haja nenhuma produção. Consideram-se custos fixos: construções

e instalações, máquinas e implementos, calcário e terra.

c. Custos de financiamento: são calculados os juros de crédito rural

incidentes sobre os financiamentos de custeio que o produtor faz para

adquirir insumos básicos e demais operações da lavoura, dentro do

período que vai da semeadura até a colheita.

d. Custo total: é a soma de todos os custos que o produtor tem para a

formação da lavoura, ou seja, os gastos variáveis, fixos e financeiros.

2.5 PRODUTIVIDADE

As empresas necessitam se tornar competentes gerencialmente para

que possam saber produzir bem, ter preços competitivos, garantir a qualidade de

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42

seus produtos e serviços e assim conquistar novos mercados num mundo

globalizado.

Degen (1989), enfatiza a competitividade como a base do sucesso ou

fracasso de um negócio onde há livre concorrência. Aqueles com boa

competitividade prosperam e se destacam dos seus concorrentes, independente

do seu potencial de lucro e crescimento. Competitividade é a correta adequação

das atividades do negócio no seu micro-ambiente.

Campos (1992), explicita que aumentar a produtividade é produzir

cada vez mais e/ou melhor com cada vez menos. Pode-se, pois, representar a

produtividade como o quociente entre o que a empresa produz (output) e o que

ela consome (input).

Para Deming (1990), as sete doenças fatais que emperram a

produtividade são: falta de constância de propósito; ênfase no lucro em curto

prazo; avaliação pelo desempenho, por notas de mérito ou pela verificação anual

do desempenho; mobilidade da administração; dirigir uma organização apenas

com base em números visíveis; custos exagerados de assistência médica; custos

exagerados de garantia.

Uma empresa produtora de sementes de soja deve ser administrada

com as melhores técnicas para atingir o máximo desempenho, e alguns fatores

contribuem decisivamente para isso: projeto agropecuário adequado à

propriedade; recursos financeiros disponíveis para a realização do projeto

incluindo o capital de giro; infra-estrutura; conhecimento técnico científico sobre a

variedade a ser produzida; conhecimento administrativo para a produção e

comercialização.

Para se alcançar a máxima produtividade de uma cultura, deve-se

aumentar o aporte de capital e/ou o aporte de conhecimento. O aporte de capital

compreende o investimento na compra de máquinas e equipamentos modernos,

sementes que apresentem elevada pureza, sanidade, viabilidade e vigor, infra-

estrutura adequada e insumos que apresentem resultados comprovados. O

aporte de conhecimento envolve o recrutamento e seleção criteriosa, educação

continuada dos profissionais, treinamento no trabalho, contato com outras

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43

empresas e especialistas e adoção de um Programa da Qualidade e

Produtividade.

Em uma empresa produtora de sementes a alta produtividade das

culturas depende diretamente da qualidade das sementes utilizadas na

semeadura, e o desempenho dessas sementes está relacionado com o histórico

de sua produção, processamento e as condições de ambiente que encontra no

solo, pois a qualidade fisiológica das sementes é influenciada pelas

características genéticas herdadas de seus progenitores, além da germinação e

vigor, sendo estes dois últimos fatores afetados pelas condições ambientais,

métodos de colheita, secagem, processamento, tratamento, armazenamento e

embalagem.

2.6 FERRAMENTAS PARA A GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO DEPRODUÇÃO

A “explosão” do fenômeno da qualidade teve início a partir da década

de setenta. O objetivo básico da gestão da Qualidade é evitar o defeito, reduzir

os custos e satisfazer o cliente através do uso de ferramentas da qualidade

vinculadas ao planejamento estratégico da empresa e ao processo de produção.

O uso de ferramentas da qualidade, para a melhoria do processo de

produção, deve ser precedida de uma avaliação prévia do seu impacto na

empresa, e de uma pré-análise da relação custo benefício, pois a implementação

destas ferramentas, implicará mudança da cultura organizacional vigente e, em

parte, exigirá investimentos financeiros.

Existem inúmeras ferramentas para identificação, análise e solução de

problemas. As utilizadas neste trabalho são: fluxograma, brainstorming, ciclo

PDCA, diagrama de Ishikawa, 5W2H, PERT/CPM e programa 5S’s as quais serão

descritas a seguir.

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44

2.6.1 Fluxograma

O fluxograma é uma ferramenta que permite representar de forma

gráfica, através de símbolos padronizados, todas as etapas de um processo e

como as mesmas se relacionam entre si. Esta ferramenta permite explicitar o

funcionamento de qualquer operação, por mais complexa que seja, de forma clara

e lógica, facilitando a identificação de etapas problemáticas, desnecessárias, ou

mesmo necessárias e inexistentes.

A representação fiel do processo depende da contribuição das pessoas

efetivamente envolvidas no mesmo. Estas, ao se reunir para elaborar o

fluxograma real, podem identificar e compreender os pontos de controle do

processo e partir para a melhoria do mesmo.

A realização do fluxograma permite que todos tenham um

conhecimento do todo e das suas partes, o que facilita a identificação de desvios

e pontos de estrangulamento, dentre outros.

2. 6.2 Brainstorming

Técnica para reunir rapidamente idéias provenientes de membros de

uma equipe sobre um tópico particular. Uma das características principais de um

brainstorming eficaz diz respeito ao fato de toda a gente ser encorajada a falar,

sem qualquer tipo de análise, discussão ou crítica, para que as idéias venham à

superfície (Glossário da QUALIDADE, 2003).

Uma sessão de brainstorming pode durar desde alguns minutos até

várias horas, dependendo das pessoas, das dificuldades que envolvam o tema e

do ambiente onde se realiza. É regra as reuniões não ultrapassarem mais que

uma hora.

Como forma de melhorar o desempenho dos participantes, deve-se

proporcionar um ambiente saudável com espaço suficiente para que todos

possam se ver.

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45

O brainstorming pode ser:

• Braisntorming estruturado: são feitas rodadas seqüenciais, nas

quais cada pessoa deve contribuir com uma idéia ou "passar" até a

próxima rodada. A vantagem é dar chance a todos os participantes.

• Brainstorming não estruturado: os membros do grupo podem dar

idéias livremente. Sua vantagem é criar uma atmosfera

descontraída e facilitar o desencadeamento de idéias, mas há o

risco da participação ser monopolizada pelas pessoas mais

desinibidas.

O Brainstorming deve consistir de pessoas discutindo um problema

específico. O líder informa aos participantes do grupo que deve ser levantado o

maior número possível de idéias sem qualquer avaliação, quanto mais

extravagantes melhor. As idéias começam a fluir, uma dando origem a outra e,

dentro de uma hora, uma centena ou mais de novas idéias podem ser gravadas.

O brainstorming é uma ferramenta que deve preceder o Ciclo PDCA.

2.6.3 Ciclo PDCA

Souza (1997), lembra que o conceito do Método de Melhoria,

conhecido atualmente pela sigla PDCA, foi originalmente desenvolvido na década

de trinta, nos laboratórios da Bell Telephone Laboratories - EUA pelo estatístico

americano Walter A. Shewhart, como sendo um ciclo de controle estatístico do

processo, que pode ser repetido continuamente sobre qualquer processo ou

problema. Em 1931, Shewhart publica o livro Economic Control of Quality of

Manufactured Procuct, o qual confere um caráter científico as questões

relacionadas à qualidade.

Na década de cinqüenta, este método foi amplamente promovido no

Japão pelo engenheiro, físico, matemático e especialista em qualidade Winston

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Edwards Deming ficando conhecido no mundo como Ciclo Deming, composto de

quatro etapas:

• Planejamento (P do inglês PLAN): estabelecimento das metas

sobre os itens de controle e os métodos que permitirão atingi-las.

Nesta etapa deve-se estabelecer um plano e definir as metas e os

métodos que permitirão alcançá-los, tendo em conta os recursos

disponíveis.

• Execução (D do inglês DO): treinamento e execução do

planejamento e das tarefas propriamente ditas conforme as metas e

métodos antecipadamente definidos. Nesta etapa deve-se realizar

as tarefas exatamente como foram previstas no planejamento.

Inicie esta etapa capacitando e desenvolvendo a equipe, para que

saibam o que e como deve ser executado.

• Verificação (C do inglês CHECK): verificar continuamente os

resultados alcançados, comparando-os com as metas planejadas.

Nesta etapa deve-se monitorar cada projeto e plano global

adotando medidas corretivas para o cumprimento do cronograma.

• Ação (A do inglês ACTION): agir com o objetivo de adequar

continuamente o processo à realidade através de ações de

manutenção voltadas para a melhoria do processo. Nesta etapa, em

caso de desvios, deve-se auxiliar o responsável pela execução do

projeto, atualizando e corrigindo o cronograma. Se o planejamento

não se viabilizar, deverá ser alterado.

O Ciclo PDCA é um método simples que pode ser fundamental para o

gerenciamento da empresa como um todo, como para cada um dos processos e,

pode ser usado para o gerenciamento da produção de sementes de soja,

proporcionando seu controle e avaliação contínua.

O processo de produção muitas vezes é composto por fluxos

repetitivos de produção comumente chamadas de rotinas que devem ser

conduzidas através de ações e verificações contínuas. O ciclo PDCA possibilita o

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47

gerenciamento da rotina proporcionando que cada indivíduo cumpra suas

obrigações dentro do processo de produção. A Figura 7 identifica os componentes

do ciclo PDCA e descreve seus significados.

Figura 7: O ciclo PDCA Fonte: Adaptado de Campos (1996)

Os japoneses modificaram o ciclo de Deming, transformando-o no ciclo

PDCA que consiste em se percorrer continuamente as atividades de

planejamento, execução, verificação e ação corretiva, (EQUIPE GRIFO,1994).

A aplicação contínua do ciclo PDCA visa uma real otimização dos

processos de produção gerados na empresa proporcionando a redução de custos

e aumento da produtividade e da qualidade.

O ciclo PDCA deve ser utilizado de uma forma dinâmica onde o final de

um ciclo influi no início do próximo ciclo, e assim sucessivamente conforme

representado na Figura 8 na página seguinte.

Planejamento:Definir as metas e cumprir

os padrões

Controle:Verificação dos resultados

e comparação com asmetas

Execução:Trabalho disciplinado de

acordo com osprocedimentos

operacionais padrão

C D

PA

Atuaçãocorretiva:

Atuação no processopara manter e melhorar

os resultados

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Figura 8: Ciclo PDCA Fonte: O autor

O ciclo deve ser interpretado como a dinâmica de uma estação de

trabalho, pois se for aplicado continuamente levará ao aprimoramento das tarefas,

dos processos e das pessoas. Girar o PDCA é gerar aprimoramento, passo a

passo, degrau a degrau.

Os princípios de Taylor, baseados na autoridade do chefe e na ênfase

nas tarefas, influenciaram os modelos de gestão no século XX e, após a segunda

grande guerra, onde o mundo sofria grandes transformações políticas e

econômicas, surgia uma nova visão da administração, como um sistema gerencial

voltado para o atendimento das necessidades e expectativas dos clientes tanto

internos como externos e que permitisse às organizações maior controle dos seus

processos, proporcionando aos gestores uma postura mais de orientador do que

de chefe.

Técnicas e uso adequado de ferramentas da qualidade são

disponibilizados, enfocando preventivamente as causas e efeitos inseridos nos

processos sob responsabilidade dos gestores. A ferramenta de gestão ciclo

PDCA orienta-lhes para uma abordagem mais humanística e participativa no trato

com o ser humano, impõe-lhes a visão sistêmica de organização, ensina-lhes a

dominar e melhorar os seus processos através de técnicas e seu uso adequado.

DO

CHEC

ACT PPDDCC

PLAN

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49

Como controle da qualidade via PDCA é o modelo gerencial para todas

as pessoas da empresa. Este método de solução de problemas deve ser

dominado por todos. Todos precisam ser exímios solucionadores de problemas. O

uso desta ferramenta pressupõe que a empresa tem sua filosofia de gestão como

sendo participativa, e pressupõe que cada colaborador, empregado na

organização, conheça as metas de seu setor ou de sua atividade na etapa do

processo, de tal forma a satisfazer as necessidades dos processos seguintes ao

seu, dando-lhes valores permanentes, isto é, qualidade e produtividade.

O ciclo PDCA é projetado para ser usado como um modelo dinâmico

onde, seguindo o espírito da melhoria contínua da qualidade, uma volta do ciclo

influi no começo da seguinte e se o processo for continuamente melhorado a

empresa estará seguindo em direção a metas mais complexas conforme

mostrado na Figura 9.

Figura 9: Rampa de MelhoriaFonte: http://www.dartmouth.edu/~ogehome/CQI/PDCA.html

2.6.4 Diagrama de Ishikawa

Também chamado de “espinha de peixe” pelas suas características

construtivas, o diagrama de Ishikawa (Figura 10) é utilizado em muitas empresas

e está incluído na terminologia de controle de qualidade das normas industriais

japonesas. Segundo estas normas, este diagrama pode ser definido como um

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diagrama que permite considerar os fatores responsáveis pelo resultado de um

processo, ou seja, levantar os fatores causadores de problemas no experimento.

Segundo Oliveira (1995) os procedimentos necessários para

elaboração do diagrama são:

Etapa l - Determinar as características da qualidade.

Etapa 2 - Escolher uma característica da qualidade e a escrever no

lado direito de uma folha de papel; desenhar a espinha dorsal apontada da

esquerda para a direita, e enquadrar a característica da qualidade num retângulo.

Em seguida, escrever as causas primárias que afetam a característica da

qualidade, associando-as às espinhas grandes, também dentro de retângulos.

Etapa 3 - Escrever as causas (causas secundárias) que afetam as

espinhas grandes (causas primárias), associando-as às espinhas médias e

escrever as causas (causas terciárias) que afetam as espinhas médias,

associando-as às espinhas pequenas.

Etapa 4 - Estipular a importância de cada fator e destacar os fatores

particularmente importantes que pareçam ter um efeito significativo na

característica da qualidade.

Etapa 5 - Registrar quaisquer informações necessárias.

No relacionamento causa-efeito, estuda-se as condições para que cada

indivíduo dentro da empresa possa assumir suas próprias responsabilidades,

criando as bases para o gerenciamento participativo. O princípio que fundamenta

esta teoria é de que sempre que algo ocorre existe um conjunto de causas que

podem ter contribuído para isto. É necessário então que se detenha a separação

dos fins e meios (ISHIKAWA, 1986).

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Figura 10: Diagrama causa-efeito mostrando o primeiro nível de causasFonte: Oliveira, (1996)

O diagrama da página anterior identifica os problemas que afetam o

processo de produção através da classificação e relação das causas. Para cada

problema existem, seguramente, inúmeras categorias de causas. As principais

podem ser agrupadas sob seis categorias conhecidas como os "6 M": método,

mão-de-obra, material, meio ambiente, medida e máquina.

2.6.5 Ferramenta da qualidade 5W2H

O 5W2h é um tipo de controle ou Check-list utilizado para auxiliar os

gestores a garantirem que as atividades sejam conhecidas e conduzidas sem

nenhuma dúvida por parte de todos os envolvidos no processo de produção. Os

5W correspondem às seguintes palavras do inglês: What (o que); Who (quem);

Where (onde) When (quando) e finalmente Why (por que). Os 2H corresponde a

How (como) e How much (quanto).

O Quadro 3, mostra um modelo de planilha utilizada para o plano de

ações para resolução de problemas.

Causas Efeito

Matéria-prima Método Máquina

Mão-de-obra Meio ambiente Medição

Qualidadedo

Produto

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QUADRO 3: Modelo de Plano de Ação

Fonte: Adaptado de Oliveira, 1995Para Oliveira (1995), todo plano de ação deve estar estruturado de

forma a permitir a rápida identificação dos elementos necessários à

implementação do projeto. Estes elementos básicos podem ser descritos pelo que

se convencionou chamar 5W2H.

O método 5W2H é simples, fácil e prático de ser utilizado e pode

proporcionar, aos envolvidos na produção, segurança nas decisões e na

execução das atividades, cumprimento dos prazos e procedimentos, e clareza

quanto às responsabilidades individuais. As perguntas, se respondidas, eliminam

as dúvidas quanto aos trabalhos a serem executados.

2.6.6 Ferramenta PERT/CPM

O PERT - Program Evaluation and Review Technique e CPM - Critical

Path Method é um dos métodos de planejamento, programação e controle mais

conhecido, tendo sido desenvolvido nos anos 50 pela marinha americana para a

construção do submarino Polaris, sendo ao mesmo tempo usado pela Dupont

Chemical (SABBAG, 1999).

Este método dá atenção especial à otimização dos recursos e à

variação do tempo de execução, em função dos recursos envolvidos. Parte do

PLANO DE AÇÃO PARA:

5W2H

O que Quem Onde Quando Por que Como Quanto

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53

princípio que as atividades e suas relações de precedência foram bem definidas e

admite incerteza nos tempos de duração das atividades.

O método exige o conhecimento prévio de alguns conceitos, a saber:

1. Projeto – É um conjunto de atividades que devem ser realizadas.

2. Atividades - São tarefas executadas de forma seqüencial,

respeitando a racionalidade e a economicidade, cuja medida

temporal é determinada em uma única unidade. Podem ter início e

fim de forma independente

3. Atividades dependentes – São atividades que só podem ser

executadas após a realização da atividade ou das atividades que as

precedem.

4. Atividades independentes ou condicionantes - São atividades que

podem ser realizadas sob certas condições.

Para exemplificar o processo do Método do Caminho Crítico tem-se a

composição das seguintes tarefas conforme Quadro 4.

QUADRO 4: Dados referentes à manutenção das instalações – UBS

Fonte: Adaptado de Hoffmann (1987)

No Método do Caminho Crítico o processo de produção transforma as

tarefas representadas na Figura 12 em uma seqüência em forma de rede como a

Atividades Discriminação Tempo (dias)A Avaliação das instalações elétricas 3B Compra de materiais elétricos 1C Entrega de materiais elétricos 5D Limpeza do silo 1 2E Reapertos, soldas e pinturas do silo 1 4F Desinfecção do silo 1 1G Limpeza do secador 1 2H Reapertos, soldas e pinturas do secador 1 5I Desinfecção do secador 1 1J Manutenção das instalações elétricas 6K Teste do sistema 1

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representada na Figura 13, tendo como finalidade atingir um objetivo e no final

uma meta planejada.

As setas indicam as atividades a serem executadas, os círculos

marcam o início e o fim de uma atividade, os retângulos indicam o tempo máximo

e os parênteses o tempo mínimo para a execução das atividades, as setas em

vermelho representam o caminho crítico onde as atividades não podem atrasar.

Figura 11: Gráfico CPM – Manutenção das instalações – UBSFonte: Adaptado de Hoffmann (1987)

No gráfico da figura 11 identifica-se que: o tempo máximo para

realização do projeto é de 17 dias; as atividades críticas são G, H, I, J, K; as

demais atividades podem ser realizadas com folga. Exemplificando: a atividade D

tem um tempo determinado de 2 dias, contudo pode ser realizada em até 6 dias,

sem prejuízo para o cronograma do projeto.

Para que um projeto seja executado, recomenda-se dividi-lo em

atividades de produção. Estas atividades podem ser separadas em sub-

atividades. Algumas dessas atividades são chamadas de críticas porque, se

atrasarem, põem em risco todo o projeto. Outras atividades podem ter atraso,

sem prejudicar a finalização do projeto.

(16)

16

K

I

C

71

(17)

2

0

1 4

7

6

2

3

6

0 6

9

9

17

(0)

(2)

(3)

(9)(2)2G

3

A

1

B

3

E

7

H

6

j

1

2

D

(5)

5 8

F

310

(10)(4)

9

1

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55

2.6.7 Programa 5S’s

Este programa tem sido adotado por muitas empresas, porque se

baseia em princípios simples, denominados de “sensos”, palavras que, em

japonês, começam com a letra “S”: Seiri, Seiton, Seisoh, Seiketsu e Shitsuke.

A partir da década de 1950, os 5S’s se consolidou no Japão, no

combate à sujeira e à desorganização nas entidades japonesas, configurando-se

numa prática onde os pais ensinam os filhos, consolidando-se e estendendo-se à

fase adulta, na sociedade e no meio profissional.

A técnica dos 5S’s é a base para a implantação de qualquer programa

de gestão da qualidade, pois faz com que as instalações, máquinas,

equipamentos e utensílios permaneçam em estado ótimo, proporcionando que as

tarefas sejam realizadas com o máximo de eficiência e eficácia, sem perda de

tempo, sem desperdícios, com organização e limpeza. Este programa, quando

realmente implantado, muda a forma de pensar e agir dos envolvidos, voltando-os

para princípios de melhoria que serão incorporados em todas as atividades e por

toda a vida.

O processo de implantação do Programa 5S deve ser iniciado de cima

para baixo, onde a decisão pela adoção do programa deve ser primeiro da alta

direção. Em segundo lugar, deve ser definido um gestor desse processo, que

coordenará todo o processo de implantação do referido programa. As palavras

que compõem a sigla 5S têm a função e o significado mostrado no Quadro 5 na

página seguinte.

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56

QUADRO 5: Significado e função dos 5 S’s

5S Funcionários Administração

Seiri(arrumação)

Identificação dosequipamentos, ferramentase materiais necessários edesnecessários nos postosde trabalho.

Identificação de dados einformações necessárias edesnecessárias paradecisões.

SEITON(ordenação)

Determinação do localespecífico ou layout para osequipamentos seremlocalizados e utilizados aqualquer momento.

Determinação do local dearquivo para pesquisa eutilização de dados aqualquer momento. Deve-se estabelecer um prazode 5 minutos para selocalizar um dado.

SEISOH(limpeza)

Eliminação de pó, sujeira eobjetos desnecessários emanutenção da limpeza nospostos de trabalho.

Sempre atualização erenovação de dados parater decisões corretas.

SEIKETSU(asseio)

Ações consistentes erepetitivas visandoarrumação, ordenação elimpeza e aindamanutenção de boascondições sanitárias e semqualquer poluição.

Estabelecimento,preparação eimplementação deinformações e dados defácil entendimento queserão muito úteis e práticaspara decisões.

SHITSUKE(autodisciplina)

Hábito para cumprimento deregras e procedimentosespecificados pelo cliente.

Hábito para cumprimentodos procedimentosdeterminados pelaempresa.

Fonte: Campos, Vicente Falconi (1992)

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57

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 MÉTODO DE ESTUDO

A presente pesquisa se caracteriza como pesquisa descritiva. Esta,

conforme Gil (1999), tem por finalidade observar, registrar e analisar os

fenômenos, ou ainda estabelecer relações entre variáveis coletando dados

através de um levantamento.

Lembram Cervo e Bervian (1996), a pesquisa descritiva pode assumir

diversas formas, entre as quais: estudos exploratórios, estudos descritivos,

pesquisa de opinião, pesquisa de motivação, estudos de caso e a pesquisa

documental.

Para delineamento deste trabalho, optou-se pelo estudo de caso, uma

vez que o mesmo tem sido muito utilizado pelas ciências humanas e sociais, e

também como método de trabalho em disciplinas que possuem uma forte

orientação para a prática como a Administração. Além disso, é amplamente

utilizado no levantamento de características e parâmetros de funcionamento de

sistemas e processos.

Gil (1999) define o estudo de caso como “um conjunto de dados que

descrevem uma fase ou a totalidade do processo de uma unidade, em suas várias

relações internas e nas suas fixações culturais, quer seja essa unidade uma

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58

pessoa, uma família, um profissional, uma instituição social, uma comunidade ou

uma nação”.

Esta proposta de gestão do processo, apresentada neste trabalho,

utiliza basicamente as ferramentas da qualidade como o Fluxograma,

Braisntorming, Ciclo PDCA, Diagrama de Ishikawa, Método do Caminho Crítico,

5W2H e 5Ss.

3.2 CONDIÇÕES DO AMBIENTE.

A análise do processo de produção de semente de soja teve como

fonte de estudo o Centro de Produção da AGROPASTORIL JOTABASSO Ltda.,

no município de Ponta Porá - MS, em uma área de aproximadamente 11.000

hectares destinada à produção agrícola. Esta empresa, fundada em 1972, investe

na pesquisa e na aplicação de técnicas modernas de produção de sementes,

sendo uma das mais bem conceituadas empresas do setor, no Centro-Sul

brasileiro, mantendo licenciamento e cooperação técnica com empresas como

MONSOY, EMBRAPA, FUNDAÇÃO VEGETAL e COODETEC.

Possuindo campos próprios com toda infra-estrutura necessária para

produzir sementes, dela fazem parte aproximadamente 260 funcionários. Possui

uma vila dos funcionários, escola, áreas irrigadas, aviação agrícola, pista de

pouso, oficina e sistema compreendendo o beneficiamento e armazenamento de

semente de soja.

O organograma da empresa pode ser visualizado no Anexo 1.

3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS.

Os dados e informações referentes ao processo de produção de

sementes de soja foram coletados através de fontes primárias e secundárias.

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59

Para Mattar (1999), geralmente os tipos de dados primários coletados

são: características demográficas, sócio-econômicas e estilos de vida; atitudes e

opiniões; conscientizações e conhecimento; motivações; comportamento passado

e presente e intenções de compra.

A fonte secundária consiste no levantamento bibliográfico de trabalhos

já realizados sobre o assunto, seja na forma escrita, gravada ou filmada e, em

artigos, dissertações, boletins, teses, jornais especializados, livros, revistas

especializadas, Internet, CD-ROM e vídeos.

Para realização da pesquisa foram utilizadas tanto as fontes primárias

como as secundárias. Na fonte primária foram realizadas visitas na fazenda

Jotabasso e no escritório da fazenda localizado na cidade de Ponta Porá - MS. Na

fazenda, foram feitas observações in loco e coleta de documentos sobre o

processo de produção de sementes de soja, além de entrevistas a funcionários e

a aplicação de questionário sobre a gestão do processo de produção de

sementes de soja. No escritório da empresa foram feitas entrevistas e aplicou-se

questionário sobre a gestão do processo de produção de sementes de soja.

Para o início do trabalho de análise do processo de produção foram

realizadas entrevistas individuais nas dependências da fazenda e escritório

central adotando-se os seguintes procedimentos:

a) Pré-entrevista com a diretoria onde foram explicados os propósitos

e a segurança quanto às informações sigilosas, e solicitação de agendamento de

visitas à fazenda e entrevistas a seus funcionários em seus locais de trabalho.

b) Entrevista com os funcionários explicando os propósitos e a

segurança quanto às informações sigilosas e, através de questões individuais,

foram solicitados dados e informações quanto ao processo de produção.

c) Agradecimento pela atenção e contribuição com este trabalho.

No questionário (Anexo 5) aplicado em um grupo representativo para

levantamento de dados composto por 30 funcionários, usaram-se escalas de

forma a ordenar os fatores estudados segundo sua importância. Foram

abordados: fatores que influenciam no processo de produção, abrangendo 13

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60

variáveis; outros fatores julgados relevantes para os funcionários (pergunta

aberta); características da gestão, abrangendo 12 variáveis; expectativas quanto

à adoção de técnicas de gestão, abrangendo 7 variáveis; grau de conhecimento

de técnicas, métodos e ferramentas da qualidade e produtividade, envolvendo 31

variáveis. As entrevistas realizadas foram do tipo não dirigidas, na qual o

entrevistado tem liberdade para expressar suas opiniões e sentimentos. O

questionário apresentou questões fechadas e abertas.

Os dados e informações coletados via entrevistas proporcionaram o

entendimento e a análise do processo de produção, os recursos envolvidos e a

identificação de pontos críticos e de estrangulamento.

A partir da identificação desses problemas formulou-se uma proposta

de gestão através do uso de ferramentas da qualidade mundialmente estudadas e

aplicadas como: fluxograma, brainstorming, ciclo pdca, pert/cpm, 5w2h e 5s.

As ferramentas fluxograma e brainstorming são eventualmente

utilizadas pela empresa, o ciclo pdca, pert/cpm e 5w2h foram aceitas porem

necessitam serem profundamente estudadas pelos gerentes e supervisores a

ferramenta 5S’s está na fase inicial e seu uso é uma meta a ser atingida em toda

a empresa.

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61

4. RESULTADOS:

Neste capítulo são apresentados os resultados e respectivas

descrições e análises do uso das ferramentas de qualidade na empresa

Jotabasso, seguindo a metodologia proposta.

4.1. DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS NA EMPRESAESTUDADA

Foram realizadas entrevistas com funcionários e observações in-loco

sobre o processo de produção, obtendo assim, a descrição das funções

administrativas na empresa relacionadas abaixo.

4.1.1. Planejar

Na empresa, o planejamento da produção é realizado com o

envolvimento das áreas técnicas e administrativas que definem quais as áreas e

as culturas a serem plantadas.

Este planejamento é realizado levando em consideração as

experiências pessoais adquiridas, e informações documentadas e armazenadas

com relação às safras anteriores.

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62

Para a elaboração do planejamento da produção os participantes

utilizam a ferramenta de qualidade brainstorming onde os responsáveis pelos

diversos departamentos da empresa, podem livremente apresentar suas

sugestões e opiniões.

No brainstorming os membros apresentam a situação de cada

departamento da empresa, sua capacidade de atendimento e os planos de

melhoria para que se chegue a um consenso. A empresa dispõe de equipamentos

de mídia para apresentações e os participantes têm facilidade em se comunicar

devido a suas formações acadêmicas e treinamentos constantes.

Planejamento estratégico, benchmarking ou processo sistemático e

contínuo de avaliação de produtos de uma empresa, análise do mercado futuro,

cronograma e o orçamento são também utilizados como bases de informações

para a elaboração do plano de produção.

4.1.2 Organizar

Após chegar-se ao consenso onde são definidas as áreas e culturas a

serem plantadas, organiza-se a produção agrícola, fundamentada em bases

empresariais com investimentos em pesquisa, desenvolvimento, instalações,

máquinas, equipamentos e logística de transporte e suprimentos.

Observou-se que na empresa, as atividades estão divididas de forma a

atenderem objetivos, departamentos, cargos e funções conforme as

necessidades, dentro de uma estrutura lógica estabelecida. Estas atividades não

são formalmente especificadas através de estatutos, normatizações ou descrições

de cargos e tarefas. Os recursos materiais como máquinas e equipamentos em

alguns momentos não são disponibilizados de forma que haja sinergia entre eles.

A estrutura organizacional formal da empresa, está representada

através do organograma exposto no Anexo 1 que, dependendo do ambiente

interno da empresa poderá ser reorganizado para atender de forma eficiente e

eficaz os objetivos.

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63

Para que a organização da empresa volte-se para a gestão da

qualidade, constatou-se que, os principais gestores ainda não descobriram que a

cultura da empresa deve ser mudada e adaptada à nova realidade, onde a forma

de organização deixou de ser piramidal, e onde a eficiência e a eficácia são

alcançadas com estruturas que permitem maior flexibilidade, para adaptação às

mudanças em um ambiente competitivo, e sensibilidade às necessidades dos

clientes internos e externos

4.1.3 Dirigir

Cabe aos executivos da empresa a decisão final quanto às áreas e

culturas a serem semeadas e a orientação para a realização das atividades

necessárias à implementação das políticas, diretrizes e objetivos a sejam

atingidos.

Os gerentes, em sua maioria, possuem capacidade de liderança,

coordenação, decisão e motivação, proporcionando aos funcionários condições

para que as tarefas sejam executadas. Muitos dos funcionários recebem

autoridade para a tomada de decisões.

As comunicações extra-oficiais são também incentivadas e

estabelecidas no sentido de cooperar para que as metas comuns sejam mais

prontamente alcançadas. Em geral, espírito de equipe e adequado clima de

trabalho são incentivados proporcionando um ambiente seguro e agradável

mesmo nos momentos em que as intempéries causam perdas significativas na

produção.

Observou-se que os estilos de liderança exercidos pelos gestores na

empresa são o autocrático, liberal e democrático. O estilo democrático tem

predominância sobre os demais.

A empresa possui como premissa a inovação e o investimento em

tecnologia como garantia de seu futuro, Entretanto necessita explicitar melhor

para os funcionários, sócios, clientes e fornecedores que a inovação e o

investimento em tecnologia pretende alcançar retorno em qualidade e

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64

produtividade, dirimindo dúvidas e demonstrando a constância de propósitos e a

intenção de permanência da organização no mercado.

4.1.4 Controlar

Um cronograma para produção de sementes é elaborado,

considerando as características da cultivar, a população recomendada, as áreas

para plantio, a fertilidade do solo, épocas de plantio, adubação, controle de

pragas, ervas daninhas e doenças, e uso de máquinas, equipamentos e recursos

humanos envolvidos na operação, minimizando-se assim os riscos quanto à

produção. Este cronograma é constantemente ajustado devido ao número de

variáveis que compõe o processo de produção de sementes porém, em sua

essência, não é modificado.

Para o controle do processo de produção, os gerentes e supervisores

realizam observações, análises e comparações identificando os desvios e as

ações necessárias para corrigi-los.

Como forma de melhorar e controlar a produtividade e a qualidade das

sementes produzidas pela empresa, seus supervisores de venda, engenheiros

agrônomos e técnicos agrícolas acompanham, através de relatórios e

observações in loco, todo o processo de desenvolvimento da lavoura dos clientes,

desde o plantio até a colheita.

Normas e manuais técnicos de operação de máquinas e equipamentos

são utilizados, em grande parte, para o controle do processo de produção de

sementes. Atividades de manutenção são realizadas por empresas autorizadas e

técnicos da empresa.

A empresa utiliza alguns instrumentos de controle como a “Planilha de

Controle de Recepção de Sementes” (Anexo 2) e a “Planilha de Controle de

Secagem” (Anexo 3).

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65

4.2 AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS EMPREGADOS SOBRE DIVERSOSASPECTOS DA GESTÃO DA EMPRESA ESTUDADA

A avaliação foi organizada por meio de um questionário (Anexo 5) onde

se identificou a percepção dos funcionários entrevistados sobre os diversos

aspectos da gestão da empresa que serão apresentados a seguir.

4.2.1 – Qualidade do ambiente interno

Quanto à qualidade do ambiente interno (Figura 12), 70% dos

entrevistados atribuíram o conceito “muito bom”. Isto se deve à liderança ser, em

grande parte, democrática, a empresa proporcionar meios e recursos necessários

à execução das tarefas, oferecer atividades informais de lazer através de

instalações adequadas, residências para os funcionários que trabalham na

fazenda, transporte para os que estudam ou moram na cidade de Ponta Porá.

Figura 12: Qualidade do ambiente interno.Fonte: Dados Primários

Atividades de lazer envolvendo funcionários, familiares e público

externo são incentivadas com o objetivo de aumentar a integração e melhorar a

qualidade do ambiente interno e sua imagem junto à sociedade em geral.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Qualidade do ambiente interno segundo os funcionários

Ruim Bom Muito bom Ótimo Não respondeu

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66

4.2.2 – Qualidade da comunicação interna

Em relação à comunicação interna (Figura 13), 95% dos questionados

classificam-na entre “bom” e “ótimo”, isto se deve ao investimento em

qualificação, critérios de admissão e participação dos funcionários no processo de

tomada de decisões. A empresa utiliza ainda, equipamentos de comunicação

multicanal entre o escritório e a fazenda, um radio na fazenda proporcionando a

comunicação móvel e acesso a Internet permitindo que as informações sejam

transmitidas com eficiência.

Hampton (1990), argumenta que o projeto de estrutura de um sistema

de comunicação deve ser coerente com a natureza da tarefa a ser realizada,

portanto é necessário que os líderes verifiquem em qual setor da empresa é

necessário realizar melhoria para que o índice atinja o nível ótimo.

Figura 13: Qualidade da comunicação interna Autor: Dados Primários

A qualidade da comunicação apresenta pontos de estrangulamento

tornando muitas vezes o fluxo de comunicações ineficientes entre a direção,

quadro gerencial e demais funcionários.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Qualidade da comunicação interna

Ruim Bom Muito bom Ótimo Não respondeu

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4.2.3 – Confiança e segurança dos funcionários na gestão da empresa

No quesito referente à confiança e segurança na gestão da empresa

(Figura 14), 95% dos funcionários responderam a alternativa “sim”, ou seja,

grande proporção dos mesmos confia na gestão da empresa.

Figura14: Confiança e segurança na gestão da empresa.Fonte: Dados Primários

O alto índice de confiança e segurança na gestão da empresa

demonstra a capacidade e a idoneidade da liderança.

A maioria dos funcionários acredita que a empresa tem objetivos

estratégicos definidos e que os departamentos interagem para o cumprimento dos

planos. Os gestores se relacionam cordialmente e para os demais funcionários

estes são eficientes tanto nas atividades de produção de sementes como no

atendimento a clientes e fornecedores.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Confiança e segurança na gestão da Empresa

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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68

4.2.4 - Motivação dos funcionários

Existem vários motivos para que os gestores preocupem-se com a

motivação dos funcionários, um deles seria o retorno na produtividade e da

qualidade do produto, uma vez que o funcionário motivado, cada qual no seu

setor, se empenha em empregar seus esforços procurando contribuir para com o

sucesso da empresa, sua consolidação, permanência e crescimento financeiro,

Na Figura 15, o índice de 55% na alternativa “mais ou menos”, relativo

a preocupação dos gestores com a motivação dos funcionários, indicam que

existe uma necessidade de investimentos em metodologias motivacionais por

parte dos gestores.

Figura 15: Preocupação dos gestores com a motivação dos funcionários Fonte: Dados Primários

Dentre os funcionários entrevistados alguns demonstraram inquietação

quanto a não terem seus salários reajustados ou não ocuparem cargos melhor

remunerados, outro não tinha sua sugestão de melhoria reconhecida pelo chefe

imediato desmotivando-o para operacionalizar novas idéias. Porém estes foram

casos isolados.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Preocupação dos gestores com a motivação dos funcionários

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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69

4.2.5 – Clareza das metas da empresa sob a ótica dos funcionários

Para que a empresa atinja suas metas o impacto da comunicação

sobre os empregados deve ser reavaliado através de um planejamento da

comunicação. O planejamento da comunicação deve ter como base a clareza,

franqueza e a simplicidade da linguagem, alcançando desta forma a compreensão

de todos os envolvidos no processo de produção e principalmente conquistando o

comprometimento dos recursos humanos.

Em uma empresa como a estudada, onde existe uma proposta de

ousada visão de futuro, o ideal é que todos os funcionários tenham clareza das

metas da empresa e conforme a Figura 16, entende-se que as metas não estão

claras o suficiente para maioria dos funcionários.

Figura 16: Clareza das metas da empresa sob a ótica dos funcionáriosFonte: Dados Primários

O grau de produtividade aumentará se as comunicações internas sobre

as metas forem efetivamente próximas dos envolvidos no processo de produção,

pois proporciona o envolvimento, empenho e dedicação destes.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Clareza nas Metas sob a ótica dos funcionários

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

Clareza das metas da empresa sob a ótica dos funcionários

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4.2.6 – Oportunidade de carreira e treinamento sob a ótica dos funcionários

Quanto à existência de oportunidade de carreira e treinamento (Figura

17), vale uma observação: as oportunidades de ascensão dependem do

crescimento da empresa e, conseqüentemente, da criação de cargos de chefia. A

renovação nos cargos de chefia podem ser: por demissão em interesse da

empresa, demissão voluntária ou transferência. Estas possibilidades são raras na

empresa devido à seleção criteriosa dos recursos humanos.

Figura 17: Oportunidades de carreira e treinamento sob a ótica dos funcionáriosFonte: Dados Primários

A ascensão por mérito é no caso uma realidade, sendo alguns cargos

superiores da empresa ocupados por funcionários que entraram como estagiários,

ofice-boys e auxiliares técnicos ou administrativos.

Quanto ao treinamento, a empresa investe em todos os escalões,

proporcionando cursos de graduação e pós-graduação, cursos na própria

empresa e em entidades conveniadas, ministrados por especialistas.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Oportunidade de carreira e treinamento sob a ótica dos funcionários

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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71

4.2.7 – Contribuição da liderança para a qualidade do produto sob a óticados funcionários

Dentre os funcionários questionados, aproximadamente 90% acreditam

na influência da liderança da empresa para a qualidade do produto (Figura 18).

Na empresa, a liderança é exercida por funcionários com formação nas

ciências agrárias e sociais, que com os conhecimentos técnicos adquiridos

procuram intervir para a melhoria da qualidade do produto.

Figura 18: Contribuição da liderança para a qualidade do produto sob a ótica dos funcionários.Fonte: Dados Primários

Observou-se através das entrevistas que, embora os lideres tenham

em sua maioria formação na área das ciências sociais e agrárias, estes utilizam

apenas algumas ferramentas básicas de gestão da qualidade, portanto a gestão

eficiente do processo pode ser melhorada significativamente.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Contribuição da liderança para a qualidade do produto sob a ótica dos funcionários

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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4.2.8 – Valorização da força de trabalho na empresa sob a ótica dosfuncionários

A valorização dos funcionários, cujos resultados estão apresentados na

Figura 19, está diretamente relacionada à motivação.

Figura 19: Valorização da força de trabalho na empresa sob a ótica dos funcionários,Fonte: Dados Primários

Aproximadamente 66% dos funcionários atribuíram o conceito “mais ou

menos” para o quesito valorização dos funcionários. A empresa investe na

capacitação dos funcionários, porém nem todos são atendidos.

Verificou-se, através das entrevistas, que quando os funcionários

solicitam patrocínio para atividades de capacitação que contribuam para a

melhoria da qualidade dos serviços, estes são atendidos.

Quanto à valorização através de compensação financeira esta é

conquistada por méritos reconhecidos pelos gestores e atendidos pela direção.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Valorização da força de trabalho na empresa sob a ótica dos funcionários

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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73

4.2.9 – Liberdade dos funcionários para propor melhorias

No quesito liberdade dos funcionários para propor melhorias (Figura

20), 60% dos entrevistados responderam positivamente.

Figura 20: Liberdade dos funcionários para propor melhoriasFonte: Dados Primários

Identificou-se neste quesito que, os problemas e a melhoria do

processo e do produto, em muitos casos, não é encontrada ouvindo a força de

trabalho direta ou indiretamente ligada às atividades de produção. A empresa

deve não somente incentivar propostas de melhoria, como também discuti-las.

Além disso, quando implementadas deveria proporcionar ao autor ou autores um

ganho proporcional ao lucro obtido.

Observou-se que há um temor, por parte de alguns gestores, quanto à

incentivar a liberdade dos funcionários em propor melhorias, pois isto pode

significar quebra de hierarquia, disciplina ou ameaça ao poder estabelecido

podendo levar os subordinados a tomarem decisões sem consulta prévia ao

superior imediato.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Liberdade dos Funcionários para Propor Melhorias

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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4.2.10 – Utilização de normas técnicas no processo de produção

No quesito referente à utilização de normas técnicas no processo de

produção (Figura 21), observou-se que estas são cumpridas. Em breve será

necessário que todas as etapas da produção possuam controle de qualidade

devido a exigência cada vez maior dos clientes, o que acarretará em normas

técnicas específicas às etapas da produção, as quais certamente estarão

inseridas na certificação do processo de produção de sementes.

Figura 21: Utilização de normas técnicas no processo de produçãoFonte: Dados Primários

Embora a grande maioria dos entrevistados tenha respondido sim no

quesito referente a utilização de normas técnicas no processo de produção, pôde-

se observar, através das entrevistas não estruturadas, que muitos dos

funcionários desconhecem que o processo normalizador é vital para a empresa

tanto para a produção de sementes para o consumo local quanto para ao

destinado à exportação e desconhecem que sem a normalização é praticamente

impossível obter a qualidade dos processos de produção de sementes.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Utilização de Normas Técnicas no Processo de Produção

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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75

4.2.11 – Utilização de normas técnicas na especificação dos produtos daempresa

No quesito referente à utilização de normas técnicas na especificação

de produtos, o gráfico da Figura 22 confirma um alto grau de utilização das

normas, uma vez que a empresa produz e comercializa sementes autorizadas,

observando a legislação sobre sementes, além de procurar melhorar os

cultivares, em parceria com entidades certificadas.

Figura 22: Utilização de normas técnicas na especificação dos produtos da empresaFonte: Dados Primários

A utilização e a produção de sementes certificadas é uma prática na

empresa para obtenção da garantia da qualidade do produto. Alem de que a

maioria dos produtores rurais exigirem sementes certificadas pois o acesso a

financiamento para a produção depende de a semente ser autorizada por força de

lei pelo Ministério da Agricultura.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Utilização de Normas Técnicas na Especificação dos Produtos da Empresa

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

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76

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Frqü

ênci

a R

elat

iva

Utilização de Novas Tecnologias Relacionadas à Qualidade e Produtividade

Não Nem sempre Mais ou menos Sim Não respondeu

4.2.12 – Utilização de novas tecnologias relacionadas à qualidade eprodutividade

Segundo a visão dos entrevistados (Figura 23), a utilização de novas

tecnologias está diretamente relacionada à elevação da qualidade e

produtividade, pois 100% dos questionados escolheram a alternativa “sim”.

Figura 23: Utilização de novas tecnologias relacionadas à qualidade eprodutividade

Fonte: Dados Primários

Para atender o mercado de sementes a empresa tem realizado

investimentos em novas tecnologias através da aquisição de máquinas,

equipamentos e instalações de ultima geração e isto tem resultado no

aumento da produtividade e qualidade dos produtos.

Observou-se que, a qualidade é considerada, em alguns casos, apenas

como uma tarefa de inspeção esperando-se até o fim de um processo operacional

para que haja atuação. A manutenção apropriada dos recursos materiais não

rececebe a atenção devida diminuindo a vida útil de máquinas equipamentos e

instalações afetando a produtividade.

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77

4.3 AVALIAÇÃO DAS DIVERSAS ETAPAS QUE COMPÕEM OBENEFICIAMENTO DE SEMENTES NA EMPRESA ESTUDADA

O beneficiamento de sementes é constituído por etapas essenciais na

produção de sementes de alta qualidade, pois a semente precisa ser manipulada

de forma adequada, caso contrário, os esforços anteriores para o

desenvolvimento do material e as técnicas culturais para a produção das

sementes podem ser perdidas.

O beneficiamento envolve as seguintes etapas, conforme observações

feitas na Empresa JOTABASSO, representadas na Figura 26:

Figura 24: Fluxograma das operações realizadas no processamento

das sementes de soja.

Fonte: Dados da pesquisa

Secador

Colheita

Transporte

Limpeza

Classificação

Ensaque

Armazenagem

Pré-limpeza

Recebimento/Moega

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78

4.3.1 Colheita

A colheita tem início quando as condições ambientais e grau de

umidade das sementes sejam favoráveis. As colhedoras são rigorosamente

reguladas e limpas para que sejam evitados danos mecânicos e misturas. Uma

equipe de funcionários participa da operação de colheita operando as máquinas e

supervisionando as operações para que as perdas sejam reduzidas.

4.3.2 Transporte

O transporte da semente (Figura 25), do campo até a UBS (Unidade de

Beneficiamento) é realizado por caminhões próprios e terceirizados, as vias de

acesso às áreas de cultivo são constantemente recuperadas e apresentam ótimo

estado de conservação, os motoristas são selecionados considerando sua

experiência anterior na empresa e por indicação de funcionários, as sementes são

rapidamente transportadas até a UBS de acordo com um planejamento pré-

estabelecido para que não haja filas na etapa de recebimento.

Um sistema de rádio permite a comunicação dos funcionários

envolvidos na colheita e transporte até a UBS, proporcionando um controle destas

operações.

Figura 25: Colheita e transporte de sementes de soja. Fonte: O autor

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4.3.3 Moega - Descarregamento

No recebimento são conferidos o transporte, origem, quantidade e

variedade, através de uma planilha e retirada amostra para análise.

Na moega (Figura 26), construção em forma piramidal semelhante a

um funil, são recebidos temporariamente as sementes que serão transportadas

para os equipamentos de pré-limpeza.

Identificou-se que, devido à altura de descarga e à profundidade da

moega, as primeiras sementes podem sofrer danos físicos por altos impactos e,

para minimizar estes danos, são mantidas sementes na moega.

As sementes podem também sofrer danos físicos ao se chocarem com

as rebarbas da grade protetora.

Figura 26: Moega - Descarregamento Fonte:O autor

Vale ressaltar que danos menores ou microdanos, mesmo que

invisíveis a olho nu, dependendo de sua localização podem reduzir

significativamente a qualidade das sementes de soja.

A empresa utiliza testes para detecção de injúrias mecânicas nas

sementes de soja como teste de tetrazólio.

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4.3.4 Pré-limpeza

A pré-limpeza (Figura 27), é realizada por duas máquinas que usam

peneiras a ação do ar forçado e da gravidade para reduzir o teor de impurezas e

de matérias estranhas.

Figura 27: Máquina de pré-limpeza.Fonte: O autor

4.3.5 Secagem

A secagem é um processo simultâneo de transferência de calor e

massa (umidade) entre as sementes e o ar de secagem para reduzir o conteúdo

de umidade a um nível desejado, sem perda da sua viabilidade e sem causar

danos físicos e fisiológicos que possam reduzir sua qualidade.

Observou-se no processo de produção de sementes, que a secagem é

uma operação essencial, pois as sementes não amadurecem ao mesmo tempo,

havendo variação na secagem de grãos de uma planta, como também entre

plantas.

O processo utilizado para secagem de sementes na empresa é

executado com o auxílio de equipamentos mecânicos, elétricos e eletrônicos. O ar

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81

aquecido é forçado através da massa de sementes permitindo rapidez na

remoção de quantidades elevadas de água.

O secador de grãos (Figura 28) utilizado na empresa é um dispositivo

que usa, basicamente, o ar ambiente e uma fonte térmica para forçar um

escoamento de ar aquecido, removendo desta forma a umidade das sementes.

Figura 28: Secadores. Fonte: O autor

No Quadro 6, na página seguinte, tem-se o resultado do teste de vigor

realizado no laboratório da empresa em lotes de sementes colhidas no mesmo

campo, com grau de umidade variável, e em diferentes momentos, submetidas à

secagem a 40°C, com velocidade constante e retiradas e armazenadas com

diferentes graus de umidade. Utilizando o método estatístico, neste caso “apenas

rudimentar” observa-se que houve diferenças quanto à germinação dos lotes

armazenados, neste caso, a semente que apresentou maior grau de umidade

após a secagem teve os melhores índices de germinação.

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QUADRO 6: Planilha de Controle - Teste de Vigor

ENVELHECIMENTO ACELERADO - 48 HS

CULTIVAR: CD 202 CLASSE: FISCALIZADA. SAFRA: 03/05

UMIDADE GERM.SECADOR SILO TEMP.

ENTRADA SAÍDA R.P. E.A.MÉDIA

01 19 40°C 14,0% 11,5% 93,5 92,0 92,802 18 40°C 15,7% 12,2% 95,0 94,0 94,503 10 40°C 15,5% 11,4% 92,0 91,0 91,504 11 40°C 14,5% 11,8% 94,0 90,0 92,005 20 40°C 14,0% 11,2% 91,0 92,0 91,5

Obs.Fonte: Dados da pesquisa

Utilizando-se o método dedutivo, para a gestão do processo de

produção de sementes de soja, indica-se que o ponto de equilíbrio entre o tempo

para secagem e o grau de umidade pode ser obtido, proporcionando economia e

otimização dos recursos envolvidos no processo tendo como foco a qualidade da

semente e a produtividade no processo de produção.

4.3.6 Limpeza

A operação de limpeza é realizada por máquinas que através de

colunas de ar e peneiras intercambiáveis, um dispositivo para promover a

vibração do conjunto de peneiras e utilizando a gravidade eliminam as impurezas.

As máquinas são supervisionadas mantendo sua regulagem conforme

as normas pré-estabelecidas para que sejam minimizadas ou evitadas injúrias

mecânicas causadas por choques e/ou abrasões das sementes contra superfícies

duras ou contra outras sementes.

Essas máquinas proporcionam uma limpeza mais profunda dos

produtos evitando assim a contaminação por fungos, bactérias e a proliferação de

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insetos. Cada máquina tem capacidade de limpeza de 30 a 40 t/h de sementes de

soja. Na Figura 29 tem-se uma visão da máquina de limpeza na Empresa.

Figura 29: Máquina de limpeza. Fonte: O autor

4.3.7 Classificação

Nesta etapa são separados os grãos maiores dos menores, quebrados

(meio grão), inchados e pequenos utilizando-se peneiras com diferentes

tamanhos de furo conforme Figura 30. Esta operação é realizada, pois as

modernas semeadoras são mais eficientes quando as sementes apresentam

uniformidade de peso e tamanho.

Figura 30: Máquina separadora de semente por pesoespecífico.

Fonte: O autor

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84

4.3.8 Ensaque

O processo de ensaque (Figura 31), é realizado utilizando-se uma

balança ensacadeira conjugada com uma máquina de costurar boca de sacos.

As embalagens contem a identificação das sementes, constando, entre

outras características, o nome do produtor, a espécie, a cultivar, o peso e

qualidade física e fisiológica, data de validade e as especificações quanto ao

manuseio e estocagem.

Figura 31: Ensaque de sementes na empresa. Fonte: O autor

As sementes embaladas são separadas em lotes, facilitando sua

identificação e individualização no armazém. Por definição, um lote é constituído

por sementes com atributos de qualidade similares, o que é muito importante

porque possibilita que a amostragem realmente represente o lote inteiro de

sementes.

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4.3.9 Armazenagem

No armazenamento (Figura 32), a principal preocupação é a

preservação da qualidade das sementes, procurando-se reduzir ao máximo a

velocidade e a intensidade do processo de deterioração, cujos fatores

predominantes são a umidade relativa e a temperatura durante o armazenamento.

Alguns equipamentos merecem uma atenção especial na

armazenagem como: Fitas transportadoras, transportador contínuo de correia e

empilhadeira de sacos.

Figura 32: Novo armazém da empresaFonte: O autor

4.3.10 Controle de qualidade dos lotes de sementes

Periodicamente, são realizadas amostras nos diferentes lotes de

sementes, nas quais são encaminhadas ao Laboratório de Análise de Sementes

para a determinação de vários parâmetros de qualidade, tais como: pureza,

germinação, vigor, dentre outros.

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5. RECOMENDAÇÕES

5.1 PROPOSTA DE GESTÃO DE QUALIDADE PARA A EMPRESA ESTUDADA

A empresa, objeto do estudo, deve ser vista como um sistema

complexo cuja otimização deste sistema envolve a gestão da organização, de

seus processos e de seus recursos humanos.

A empresa obterá aumento da qualidade e da produtividade se sua

organização, seu processo de produção e seus recursos humanos forem

adequadamente geridos sem aumento de burocracia ou custos.

Requisitos de qualidade, para a produção de semente de soja, são

exigências do mercado e para atender estas exigências faz-se necessário

aumentar os investimentos no processo de produção tendo como premissa a

produtividade e a eficiência.

Ferramentas de qualidade devem ser aplicadas e aperfeiçoadas, na

empresa, como instrumento de gestão.

Para a melhoria da qualidade do produto e da eficiência do processo

produtivo, deve-se sistematizar os processos verificando as entradas e as saídas

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identificar a organização através de um organograma e como são realizados os

processos necessários para que os objetivos sejam atingidos.

Os funcionários devem ter suas metas e responsabilidades definidas e

receberem treinamento sobre as ferramentas de qualidade e a metodologia de

aplicação.

As ferramentas de qualidade devem envolver todos os funcionários e

estes devem incorporar a visão de que a empresa é um sistema submetido a

decisões respeitando um conjunto de procedimentos, instruções, e normas que

regulam a organização, o processo de produção e a gestão dos recursos

humanos na empresa.

Antes de buscar implantar as ferramentas da qualidade a empresa

deve avaliar os benefícios que estas podem trazer, como estas ferramentas serão

incorporadas, quem será o responsável pela sua implantação.

Recomenda-se que a ferramenta de qualidade brainstorming seja

utilizada da seguinte forma:

• Em rodadas seqüenciais onde cada pessoa contribua com uma

idéia ou "passar" até a próxima rodada; isto proporciona a

oportunidade de todos contribuírem.

• Num processo de livre expressão onde os participantes não

sigam uma seqüência rígida; proporcionando um ambiente mais

descontraído. Neste caso deve-se evitar o monopólio da palavra.

Recomenda-se a escolha de um relator, entre os participantes, para

que as idéias sejam registradas e posteriormente, através de votação,

selecionam-se as melhores idéias para análise e discussão, buscando-se chegar

a um consenso.

É recomendável a utilização de outras ferramentas da qualidade que

podem auxiliar igualmente na elaboração e na formalização do planejamento

estratégico como: Diagrama de Ishikawa, 5W2H, Ciclo PDCA, Fluxograma,

PERT/CPM. Para isto os diretores e gerentes devem ter o domínio destas

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ferramentas da qualidade tendo as informações e dados centralizados em um

departamento da empresa.

Nas entrevistas com os funcionários da empresa, constatou-se que a

ferramenta Ciclo PDCA não é utilizada como um todo pelos gestores. A

dificuldade mais relevante é a falta de valorização desta ferramenta e a formação

dos colaboradores.

Para que a empresa atinja suas metas, sugere-se a utilização do

modelo ampliado do ciclo PDCA segundo a Figura 33. Através deste modelo os

gestores e demais participantes do processo de produção de sementes poderão

identificar, de forma mais clara, suas funções.

Figura 33: Ciclo PDCA ampliado segundo Miyauchi Fonte: Adaptado de <http://www.geocities.com/WallStreet/Exchange/9158/pdca.htm>

A utilização do ciclo PDCA, na empresa, permitirá a busca da melhoria

contínua através da concentração dos envolvidos na verificação e solução dos

problemas. A retroalimentação proporcionada pelo ciclo tornará as ações mais

eficientes e eficazes.

Ciclo de Melhoramento

ACTION

MANTÉM

PLAN DO

ACTION

ACTION EliminarCausas

PararResultados

ACOMPANHA

IDÉIAS

MELHORA

Ciclo de Manutenção

Ciclo de Correção

CHECKS

N

AÇÃOCORRETIVA

AÇÃOPREVENTIVA

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PrepararSolo

ManterCrescimento

Transportar Armazenar

EscolherCultivar

Semear Colher Secar

Sementescom baixaQualidade

Dentre todas as ferramentas abordadas no presente estudo

destacamos ser necessário o estudo e aplicação do ciclo PDCA pois pode

oferecer melhor retorno à gestão da empresa uma vez que proporciona uma

visão conceitual da empresa, sendo a mesma de fácil compreensão e aplicação,

Através da Figura 34 são identificadas as principais etapas de

produção de sementes de soja que, a título de exemplo, pode estar

proporcionando baixa qualidade nas sementes entregues aos clientes.

Figura 34: Diagrama de Ishikawa - Principais etapas para produção de sementesde soja

Fonte: O autor

No diagrama de causa e efeito, do tipo 6M (Figura 35), são

relacionadas às possíveis causas ou pontos de estrangulamentos da baixa

qualidade da semente na etapa “Semear”.

Utilizando-se o diagrama, pode-se verificar que: as máquinas estão

com baixo desempenho; a mão-de-obra é desqualificada; a matéria-prima é

composta de sementes danificadas; o método de trabalho não é padronizado; a

medida da atividade produtiva apresenta errose o ambiente está com excesso de

umidade.

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Figura 35: Diagrama 6M aplicado ao plantio de sementes de sojaFonte: O autor

Como forma de contribuir para a resolução eficiente dos problemas e

objetivos e metas não atingidos, elaborou-se um procedimento para “Análise e

Identificação de Causas e Planos de Ação para Metas não Atingidas” conforme

Anexo 4, tendo como procedimentos básicos e seqüenciais a realização de um

Brainstormg, a utilização de um Diagrama de Causa e Efeito para identificar os

problemas e a utilização do Método 5W2H para encontrar as soluções. Vale

ressaltar que, este é um exemplo elaborado através das observações realizadas

durante a pesquisa, e as informações contidas, são apenas para dar forma a

proposta de uso destas ferramentas, as quais foram apresentadas e aceitas pela

empresa, devendo ser implementadas em breve.

Para o planejamento e controle da produção de sementes de soja,

propõe-se o uso da ferramenta PERT/CPM, exemplificada para as etapas preparo

do terreno e plantio, conforme Quadro 7 e Figura 36. Primeiramente, levantam-se

as atividades necessárias para o plantio e preparo do solo, bem como o tempo

necessário para cada uma das atividades.

Nesta fase, a maior dificuldade está em estabelecer o tempo

necessário para cada atividade. Por isso, esta deve ser feita com a participação

de todos os envolvidos, direta ou indiretamente, nas atividades tendo como

resultado as atividades discriminadas e seus respectivos tempos de duração

conforme quadro e figura a seguir.

Faltou

Treinamento

Faltou

água

Profundidade

Incorreta

Baixo

Desempenho

Sementes não

padronizadas

Mão-de-obra Meio ambiente Medida

Matéria-prima Método Máquina

Baixaqualidade

nosemeadura

Sem

controle

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91

QUADRO 7: Dados referentes ao preparo do terreno e plantio

Fonte: Adaptado de Hoffmann (1987).

Em seguida, constrói-se a rede PERT/CPM como mostra a Figura 36.

Figura 36: Gráfico CPM – preparo do terreno e plantio Fonte: Adaptado de Hoffmann (1987).

20 (63)

38

0

1 7

9 10

8

6

4

2 5

3

3

0

36

40

43

40

53

33

63

(0)

(3)

(2) (22)

(27) (53)

(1)

(5)(1)

1K

1

I 27

H

10

A

20

N

30

D

2

G

10

E

20B

3

M

J 13

4

F

2

L3

C

(33)

Atividades Discriminação Tempo (dias)A Preparo da área 10B Transporte do adubo à propriedade 20C Compra do adubo 3D Liberação do adubo 30E Semeadura 10F Transporte da semente 4G Transporte do defensivo 2H Aração da gleba 27I Compra da semente 1J Tratamento da semente 12K Compra do defensivo para a semente 1L Compra do calcário 2M Aplicação do calcário 3N Transporte do calcário 20

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No gráfico da Figura 36 verifica-se que o tempo máximo para execução

das atividades é de 63 dias. As atividades “C” (compra do adubo), “D” (liberação

de adubo), “B” (transporte do adubo à propriedade) e “E” (semeadura) são críticas

merecendo um rígido acompanhamento dos gestores do processo sob risco de

não ser cumprido o período planejado de 63 dias para o cumprimento das etapas

de preparo do terreno e plantio. Já a atividade “L” compra de calcário, por

exemplo, embora esteja programada para ser feita em 2 dias, pode ser executada

em até 20 dias, com processo ainda cumprido em tempo.

A empresa deve ter uma “Política de Comunicação” onde os fluxos de

dados e informações sejam organizados e, de forma eficiente e eficaz, atendam à

direção, gerência e demais funcionários. Para isto é preciso fazer um diagnóstico

do estado atual da empresa e das necessidades para que se aumente a

qualidade da comunicação interna.

Cada etapa do processo de produção deve ter um gestor, atento aos

movimentos e informações dentro da empresa, para que possa estimular o

envolvimento dos empregados em relação ao trabalho. A acomodação dos

funcionários e a obsolescência dos equipamentos e métodos são uma ameaça

constante e indicam que o processo está com baixa produtividade logo o gestor

deve estar constantemente participando, incentivando a criatividade e

reconhecendo os méritos dos envolvidos no processo de produção.

A motivação é um processo interior do homem e para que esse

processo seja desencadeado o gestor deve criar, no ambiente de trabalho,

condições para que os funcionários se motivem. Os funcionários têm

necessidades de auto-estima, reconhecimento de suas atividades e segurança e

auto-realização. O elogio verdadeiro desencadeia no funcionário a motivação para

a realização mais e melhor das atividades.

Os gestores devem ter sensibilidade para as oportunidades de valorizar

sua equipe, pois caso haja uma oportunidade de valorização e esta não seja

atendida, provavelmente causará frustração, desentendimentos e baixa auto-

estima, desencadeando conflitos que repercutirão na qualidade e na

produtividade das atividades.

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A valorização dos funcionários pode se dar através de melhores

salários, qualidade do ambiente de trabalho, ferramentas adequadas para o

exercício das atividades, prêmios por melhoria, participação nos resultados,

seleção para cargos e recolocações, dentre outros.

Ouvir as propostas de melhorias dos funcionários irá influir na

motivação dos mesmos, pois ao constatar que as sugestões foram

implementadas terá sua estima reforçada e procurará sempre otimizar sua tarefa.

Muitos problemas internos serão resolvidos ouvindo os funcionários, evitando

gastos com consultorias externas.

Em relação à clareza das metas na empresa, entende-se que para

haver comunicação deve existir o emissor, o meio utilizado, a mensagem, o

receptor e o feed back permitindo que os atores possam acompanhar e avaliar os

resultados obtidos durante o processo de produção. Por isso, a comunicação

deve envolver todos os funcionários que direta ou indiretamente participem do

processo de produção de sementes de soja, a fim de que todos possam

compartilhar do mesmo sentimento de missão e oferecer sua contribuição para a

realização do projeto.

O gestor do processo deve estar constantemente buscando atualizar-

se quanto às normas e procedimentos técnicos para a qualidade do produto, e

conscientizar os demais envolvidos no processo quanto à importância destas

normas e procedimentos; inclusive, quanto ao uso de máquinas, ferramentas,

equipamentos e materiais utilizados no processo de produção de sementes de

soja, pois estas são fontes potenciais de danos mecânicos e de contaminação.

As normas técnicas, na empresa, devem ser geridas como regras para

a produção, pois as exigências quanto à qualidade do produto ao consumidor final

estão se tornando verdadeiras barreiras ao comércio, e sua adoção garante a

diminuição dos custos de produção e melhora a comunicação entre os envolvidos

no processo de produção, garantindo um produto confiável e dentro das

especificações exigidas pelo consumidor. A utilização de normas técnicas

proporciona a criação processos de produção aditáveis e confiáveis.

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Os danos mecânicos podem ocorrer a cada etapa do processo de

beneficiamento e armazenamento, sendo cumulativos logo recomenda-se a

utilização de ferramentas de qualidade para aprimorar e/ou manter a qualidade

dos lotes em termos de germinação, vigor e sanidade.

Nas etapas de produção, beneficiamento e armazenagem de sementes

de soja indica-se o uso da ferramenta da qualidade 5S com as seguintes

recomendações.

1. No local devem permanecer apenas as máquinas e equipamentos

necessários;

2. As máquinas e equipamentos devem estar organizados permitindo

sua fácil operação, manutenção e acesso;

3. Antes de iniciar um novo processo de produção e beneficiamento as

máquinas, equipamentos e instalações devem ser perfeitamente

limpos.

4. Equipamentos de segurança como capacete, mascaras e protetores

auriculares e óticos são obrigatórios para algumas atividades, deve-

se usar roupa apropriada e sinalizações de segurança e operação,

equipamentos contra incêndio devem ser instalados e uma equipe

de brigada de incêndio, com bons treinamentos e simulações nos

locais deve ser criada garantindo tranqüilidade aos operadores.

5. Alguns dos recursos humanos devem ser orientados e treinados

para fazerem as intervenções necessárias à não interrupção do

processo, garantindo que as esta etapa do beneficiamento sejam

conduzida dentro das recomendações técnicas, de forma a evitar

contaminações e danos às sementes.

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6 . CONCLUSÕES:

A adoção de ferramentas da qualidade como fluxograma,

brainstorming, ciclo PDCA, Diagrama de Ishikawa, 5W2H, Pert/CPM e 5S’s

podem ser um aliado na melhoria da qualidade do produto e da produtividade do

processo em uma empresa agrícola, prevenindo falhas e defeitos, auxiliando na

tomada de decisões e na execução das atividades.

O ciclo PDCA deverá ser a principal ferramenta de qualidade utilizada

pela empresa estudada, pois além deste ciclo ser passível de aplicação em todos

os níveis gerenciais, em conjunto com as demais ferramentas citadas no presente

trabalho, pode proporcionar o alcance da melhoria contínua da gestão da

empresa em todo o processo de produção.

Verificamos que a empresa utiliza a ferramenta brainstorming e

fluxograma, ferramentas precedentes da aplicação do ciclo PDCA, que não é

utilizado atualmente.

A ferramenta 5 S’s está sendo implementada pela empresa apenas no

setor de produção de sementes, sem o envolvimento adequado de todo o corpo

de funcionários do setor, o que é essencial para o sucesso de sua utilização.

O modelo de gestão apresentado nesta dissertação e que deu base

para as idéias apóia-se em 6 pontos, a saber: o planejamento, a qualidade e

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produtividade, ferramentas da qualidade, a comunicação, capacitação e

motivação dos funcionários.

O questionário aplicado indicou que os funcionários acreditam que as

ferramentas de gestão da qualidade são importantes no processo produtivo,

porém a empresa não investe suficientemente na adoção e incorporação destas

ferramentas, executando, muitas vezes, de forma empírica a gestão do processo

de produção.

A adoção da ferramenta da qualidade constitui um passo fundamental

no desenvolvimento de atitudes positivas na condução da padronização das

tarefas, na redução de erros e falhas, e conseqüentemente na eliminação de

desperdício, seja de tempo, energia ou materiais, conduzindo a gestão da

qualidade a patamares elevados de produtividade.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, J. G. de. Introdução à administração rural. Lavras: UFLA/FAEPE,

1998.

Armazenamento de sementes. Rio Grande do Sul: UFSM. Disponível em: <http://

www.ufsm.br/sementes/textos/armasem.shtml> Acesso em: 10 abr. 2004.

BATALHA, M. O. (Coord.) Gestão agroindustrial: GEPAI: grupo de estudos e

pesquisas agroindustriais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 690p.

CAMPOS, V. F. TQC: controle da qualidade total (no estilo japonês) Fundação

Christiano Ottoni: Belo Horizonte, 1992. 220p.

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ANEXOS

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103

ANEXO 1 – Organograma da Empresa Agropastoril Jotabasso Ltda.

Conselho Administrativo

Auditoria

Assessor

Gerente Técnico

Enc. de Transporte

Enc. deCompras

Auxiliar Administrativo

Almoxarife

Auxiliar de Compras

Gerente de Produção

Enc. Adm. Fazenda

Resp. Faturamento

Auxiliar de Escxritório

Resp. Técnico

Laboratorista

Piloto Agrícola

Enc. Lavoura

Chefes de Campo

Gerente Comercial

Enc. Dep. Com./Infor.

Auxiliar

Recepcionista

Sup. de Vendas

Sup. de Vendas

Sup. de Vendas

Sup. de Vendas

Contabilidade

Financeiro

Rec. Humanos

Copeira

Auxiliar

Técnicos Agrícolas

Enc. Man. Máquinas

Enc. Armazem

Diretor Presidente

Diretor Geral

Assessor da Diretoria

Secretaria Executiva

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ANEXO 2 –Planilha de Controle de Recepção de Sementes

Semente de soja Classe ________ Categoria ________ Safra _________

IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO IDENTIFICAÇÃO DA SEMENTE

Cultivar Área (há)Nº de origem

do campo

Nº do lote da

semente

Quantidade

(Kg)Responsável

Obs. Assinatura Data/hora

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ANEXO 3 – Controle de Secagem – Secador 3

CONTROLE DE SECAGEM

CULTIVAR: Soja CD 202 CLASSE:Fiscalizada SAFRA: 03/04 SECADOR: 03

ENTRADA IDENTIFICAÇÃO SECAGEM SAÍDAData Horas Silo Umid. Origem Data Colh. Temp. Tempo Data Hora Umid. Destino

OBS

17/fev 02:20 Cpo.31 15,5 Cpo.31 16/fev 40°C 17/fev 17/fev 03:15 Cpo.31 14,7 Cpo.31 16/fev 40°C 17/fev 17/fev 04:05 Cpo.31 13,8 Cpo.31 16/fev 40°C 17/fev 17/fev 05:30 Cpo.31 13,1 Cpo.31 16/fev 40°C 17/fev 17/fev 06:25 Cpo.31 12,6 Cpo.31 16/fev 40°C 17/fev 17/fev 07:35 Cpo.31 11,9 Cpo.31 16/fev 40°C 17/fev 17/fev 08:15 Cpo.31 11,4 Cpo.31 16/fev 38°C 17/fev 08:15 11,4 Silo 10

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ANEXO 4 – Análise de Causas e Planos de Ação para Metas não Atingidas - JOTABASSO

UBS: O1 Folha Nº. 01GESTÃO DA QUALIDADE E DA PRODUTIVIDADERelatório de Avaliação e Acompanhamento

Análise de Causas e Planos de Ação para Metas não Atingidas Mês: 04 Ano: 2004

Etapa: Secagem Equipe: Secagem de sementes Meta: Secar 30 t/h Resultado: 25 t/h

BRAINSTORMING

Com o objetivo de isolar as causas que estão tornando a

secagem lenta, o gerente de produção o responsável técnico

pela operação da UBS, o responsável técnico pelas atividades

de campo e os operadores de máquinas da UBS reuniram-se e

realizaram um Brainstorming onde através do Diagrama de

Causa e Efeito e 5W 2H soluções para a melhoria do rendimento

no processo de secagem de sementes. Os participantes

assumiram o compromisso de executar as atividades indicadas

para a melhoria.

Ass. _____________ Ass. _____________ Ass. _____________

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

5W2HO que Como Por que Quem Onde Quanto Quando

Treinarfuncionários

Cursos decapacitação Os funcionários apresentam baixa produtividade Fabricantes de

Máquinas UBS R$ 10.000,00 Julho de 2004

Regularmáquinas

Manutençãopreventiva Os secadores apresentam defeitos Operadores da UBS UBS R$ 30.000,00 Agosto de 2004

Pré-selecionarcultivares

Orientandooperadores Na recepção tem havido mistura de cultivares Operadores da

Moega Campo e Moega - Antes de cadadescarregamento

Padronizar ométodo

Criando umpadrão Cada operador da USB segue seu próprio padrão Operadores da USB UBS - Antes do início da

secagemLimpeza dasinstalações

Compressores easpiradores de ar

O excesso de pó tem causado danos a saúde doscolaboradores e nas máquinas e equipamentos Operadores da UBS UBS R$ 5.000,00 Diariamente

MáquinaBaixo

desempenho

MétodoSem controle

Matéria PrimaNão padronizada

MedidaInstrumentos com

defeito

Meio ambienteExcesso de pó no

ambiente

Mão-de-obraFalta Treinamento

EfeitoIndesejado

Secagem lenta

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Consertar eaferir

instrumentos

Enviando paraconcerto

Os instrumentos de medida para controle estãoquebrados e fora das especificações

Assistência técnicaespecializada São Paulo R$ 6.000,00 De julho a janeiro

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ANEXO 5 - Questionário

UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DAREGIÃO DO PANTANAL - UNIDERP

Programa de Pós-Graduação Produção e Gestão Agroindustrial

Caro Sr.(a),

O presente questionário fará parte da dissertação de mestrado do

Programa de Pós-Graduação em Produção e Gestão Agroindustrial da

Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -

UNIDERP tendo como objetivo identificar as variáveis relevantes na gestão do

processo de produção de sementes de soja para o alcance da qualidade e da

produtividade.

Com vossa colaboração, assumimos o compromisso de apresentar-lhe

os resultados obtidos e sugerirmos as ferramentas gerenciais que podem auxiliá-

lo na tomada de decisões, para a melhoria do processo de produção de sementes

de soja.

Respeitosamente,

Moysés Simão Kaveski

Mestrando

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1. DADOS DO ENTREVISTADO

a) Cargo que ocupa:____________________________________________________

b) Formação acadêmica:_________________________________________________

c) Tempo de Empresa:__________________________________________________

2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE PRODUÇÃODE SEMENTES DE SOJA.

1.1 IMPORTÂNCIA DO

FATORFatores

1 2 3 4 5

1 Preparação do Solo2 Clima3 Escolha da Variedade4 Mão de Obra5 Insumos Agrícolas6 Implementos Agrícolas7 Época de Plantio8 Manutenção da Lavoura9 Colheita10 Transporte11 Beneficiamento12 Tratamento13 Armazenamento

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2. CITE OUTRO(S) FATOR(ES) RELEVANTE(S) NO PROCESSO DEPRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA E CLASSIFIQUE-O(S)

2.1 IMPORTÂNCIA DO

FATORFatores

1 2 3 4 5

12345

3. COM RELAÇÃO À EMPRESA

Ruim Bom MuitoBom Ótimo

1 Como você classifica o ambienteinterno.

2 A comunicação entre a Empresa e oscolaboradores é:

Não NemSempre

Mais ouMenos Sim

3 Você tem confiança e segurança nagestão da Empresa?

4 Os gestores estão preocupados com amotivação dos funcionários?

5 As metas da Empresa estão bemclaras para todos os funcionários?

6 Na Empresa existe oportunidades decarreira e treinamento?

7 A liderança na Empresa contribui paraa qualidade do produto?

8 A Empresa valoriza sua força detrabalho?

9 Na empresa os funcionários têmliberdade para propor melhorias?

10 A empresa utiliza normas técnicas noprocesso de produção?

11 A empresa utiliza normas técnicas naespecificação de seus produtos

12A empresa utiliza novas tecnologiasrelacionadas à elevação da qualidadee produtividade?

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4. CLASSIFIQUE AS CONTRIBUIÇÕES ESPERADAS NA ADOÇÃODE TÉCNICAS GESTÃO DE PRODUÇÃO NA PRODUÇÃO DESEMENTES DE SOJA

2.2 IMPORTÂNCIA DO

FATORFatores

1 2 3 4 5

1 Abertura para novos mercados2 Agilidade no processo decisório3 Aumento da produtividade4 Aumento da rentabilidade (lucro)5 Aumento de competitividade6 Diminuição de custos7 Melhoramento na qualidade da semente

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5. QUAL O SEU CONHECIMENTO DAS SEGUINTES TÉCNICAS,MÉTODOS E FERRAMENTAS PARA O AUMENTO DAQUALIDADE E DA PRODUTIVIDADE.

Nenhum Regular Suficiente Avançado1 Benchmarking2 Brainstorming3 Cartas de controle4 CEP5 Cinco S (5s)6 Diagrama de Dispersão7 Diagrama de Ishikawa8 Diagrama de Pareto9 Downsizing10 Empowerment11 Endomarketing12 ERP13 Fluxograma14 Histograma15 Holística16 Housekeeping17 Série IS018 Just-in-time19 Kaizen20 Kanban21 MBA

22 NetworkingSupply Chain Management

23 Ombudsman24 Outsourcing25 PDCA

26 Planilha de Coleta deDados

27 Poka-Yoke28 QFD29 Reengenharia30 TQC31 TQM

OBRIGADO POR SUA CONTRIBUIÇÃO