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Mudanças climáticas - Ecoa

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Mudanças climáticas

uma descoberta no Pantanal

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Mudanças climáticas: uma descoberta no Pantanal

TextoPatrícia Zerlotti

Ilustrações Paulo Moska

Colaborou na ediçãoYara Medeiros

Pesquisa e revisão ortográficaElidiana Marques Scariot

Revisão técnicaBeatriz Lima de PaulaAguinaldo Silva

Projeto gráfico e diagramaçãoYara Medeiros

Foto de capa Paulo Robson de Souza

© 2013Esta é uma publicação da

Rua 14 de julho, 3169, CentroCampo Grande - MSTelefone: +55 (67) 3324 3230E-mail: [email protected] www.ecoa.org.br

[Zerlotti, Patrícia] Mudanças climáticas: uma descoberta no Pantanal/ [Patrícia Zerlotti]. – Campo Grande (MS): ECOA, 2013. 50 p.

ISBN 978-85-89621-12-0

1. Mudanças climáticas - Pantanal. 2. Áreas úmidas. 3. Co-munidades ribeirinhas. I. Zerlotti, Patrícia. II. Moska, Paulo (Ilustr.). III. Ecoa. IV. Título.

CDD – 363.70098172

Ficha catalográfica

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Rose Cristiani Franco Seco Liston CRB1/ 2.437

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Mudanças climáticas

uma descoberta no Pantanal

Campo Grande - MS2013

Realização

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Projeto “Mapeamento de eventos climáticos extremos no Pantanal, análise de seus efeitos sobre populações vulneráveis, capacitação e elaboração de propostas mitigatórias”

Equipe técnica

CoordenaçãoAndré Luiz Siqueira

ConsultoresEder Renato MerinoJacir Alfonso Zanatta Luis Augusto AkasakiRose Mary AraújoVanessa Spacki Yara Medeiros

ApoioConselho Federal Gestor

do Fundo de Direitos Difusos

Ministério da Justiça

Secretaria Nacional do Consumidor(Convênio MJ/SDE/FDD n° 084/2011)

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apresentação

ezinho, um menino esperto e curioso, vai te guiar rumo a uma descoberta. Ele percebeu que o clima está diferente e procurou entender o que está relacionado ao processo das mudanças climáticas. Aqui você vai aprender sobre a temperatura, o tempo, a chuva e como o Pantanal será atingido pelas mudanças climáticas. No início pode até

parecer difícil, mas depois você vai perceber que todos esses fenô-menos estão ligados um no outro.

Com ajuda da professora e da comunidade pantaneira, o persona-gem busca entender os riscos que as alterações climáticas podem trazer e os novos desafios que as famílias terão que superar para continuar morando no Pantanal com boa qualidade de vida.

Nesta história você viaja com o personagem pelo Pantanal com ob-jetivo de entender o que pode acontecer, com este lugar frágil, neste cenário de mudanças climáticas. Podem ocorrer possíveis alterações no ciclo de cheia e seca, também há possibilidade de ocorrer mais de uma decoada por ano. Todas essas mudanças irão afetar a vida de quem vive no Pantanal, seja bicho, planta ou gente.

Com apoio da equipe da Ong Ecoa que está percorrendo os diferen-tes pantanais, o Zezinho tem a missão de alertar as comunidades pantaneiras para juntos construirem formas de enfrentar as mu-danças climáticas. A participação de todos é fundamental.

Boa Leitura!

Z

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Roteiro

O CLIMA ESTÁ DIFERENTE .................................................1O

Efeito estufa e as mudanças climáticas ........................16

A sensibilidade do clima pantaneiro................................................26

Como podemos nos preparar................................................34

Conheça novas expressões e palavras................................................42

Referências................................................46

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O clima está diferente

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Todas as dúvidas começaram

com uma simples conversa

entre vizinhos. Dona Maria,

uma pescadora de isca viva que

mora na beira do rio Paraguai,

lavava sua Roupa sossegadamente

após o almoço, enquanto o menino

Zezinho, filho de seu compadre e

vizinho, brincava de pescar dentro

da canoa de seu pai.

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ezinho, apesar de ter apenas nove anos, é

conhecido na comunidade por ser contador

de história e muito curioso. Não tem medo

de nada e quer saber de tudo. Devido a

essas características conseguiu algumas vezes entrar

em diferentes confusões e algumas muito perigosas.

Dona Maria, por que aconteceu isso? Não posso ir à escola?

Guri, deixa disso! Todo ano é assim, o rio enche e a gente dá um jeito pra continuar vivendo. É difícil, mas dá um jeito!

— Mas no ano passado não foi assim, né? Só não teve aula em julho, eram férias, mas agora estamos em maio!

— Aaaala guri, é assim mesmo. Tem ano que enche mais que o outro. O importante é que a cheia seja gran-de, porque assim vamos ter uma fartura de peixes.

— Mas por que muda? O rio não deveria subir o mesmo tanto todos os anos?

— Zezinho, você não aprendeu na escola sobre essas coisas, sobre clima, chuva, cheia e seca do Pantanal?

— Vôti! Não me lembro. Sei que a professora falou de clima tropical, semiárido. Mas o que tem a vê com nós?

Z

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— É o seguinte, temos que saber o que é clima para en-tender o que acontece na nossa comunidade. Porque todas as coisas estão relacionadas, uma depende da outra. Você quer saber por que esse ano a cheia foi maior? Então, primeiro vamos entender o que cham-amos de clima. Podemos dizer que é o conjunto das característi cas de temperatura, umidade e chuvas em uma determinada região ao longo do ano. Assim cada região da Terra tem um clima diferente. Um é mais frio, outro é mais quente, outro é seco igual na Caat-inga e assim vai...

— Mas, dona Maria, quando a senhora era criança o clima, não deixava a senhora ir para escola? Sem falar que a gente nem consegue jogar bola quando chove, o campinho fi ca alagado!

— Afê Maria! Mas você pergunta demais da conta! Naquele tempo, não ti nha escola aqui no meio do Pan-tanal e ainda mais com venti lador! Na minha época era mais difí cil, ninguém ti nha energia. Hoje em dia, algumas famílias já têm um geradorzinho, dá pra assisti r a tele-visão e ouvir o rádio. Até consegue saber se vai fazer frio,

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vento sul

se vai chover. Mas o que você precisa entender é que dependemos do clima pra plantar, pescar, viajar... Nós te-mos que saber quando vai dar vento sul para se preparar. É assim que vivemos aqui, você ainda não percebeu.

— Não é que é assim mesmo! Papai nunca sai para pescar quando vê que tá chegando vento sul.

— Dona Maria, será que algum dia isso vai mudar e o nos-so rio não vai mais encher, isso pode acontecer?

— Olha guri, eu não sei dizer. Mas ouvi umas conversas que me deixaram preocupada! As meninas da Ecoa vieram aqui aplicar um questionário sobre clima e explicaram por-que andaram pelo Pantanal inteiro fazendo um bando de perguntas. Elas visitaram todas as regiões do Pantanal pra descobrir o que está acontecendo com o clima.

Vento sul é como os moradores do Pantanal Sul denominam o forte vento que vem da Cordilheira dos Andes, uma região cheia de montanhas tão altas que em cima delas existe neve. O vento pode chegar até à planície pantaneira de surpresa e altera a rotina dos ribeirinhos, pescadores e todos que precisam navegar pelo rio Paraguai. A população tradicional identifica quando o vento sul está chegando e evita navegar. O vento provoca fortes ondas no rio e faz a temperatura cair drasticamente.

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Há milhões de anos, a temperatura da Terra sofreu uma enorme queda. Acabou o inverno, mas a temperatura não aumentou. O calor não foi suficiente para derreter a camada do gelo que se formou no inverno. O resultado é que as grandes geleiras formadas nas regiões mais altas e extremas da Terra se soltaram das montanhas e cobriram grande parte dos mares, iniciando assim a Era Glacial ou Idade do Gelo.

Os estudos geológicos mostram que o Pantanal já existia na Era do Gelo. Neste período, tanto o clima, quanto a vegetação eram diferentes. A vegetação era mais baixa e rala, com árvores retorcidas, porque o clima era mais frio e mais seco. Era menos alagado do que hoje. Mas já era uma planície. E ainda hoje podemos encontrar algumas dessas vegetações na planície pantaneira.

Um Pantanal de gelo

Dona Maria, nascida e criada no Pantanal, às margens do rio Paraguai e Taquari, possui conhecimentos que nem os livros contém. Com o que seus pais lhe ensina-ram, além de tudo que viu nesses 40 anos de Pantanal, conquistou saberes locais importantíssimos sobre a na-tureza que está ao seu redor.

— Zezinho, vou contar o que entendi, mas depois per-gunta para professora. Assim os seus amiguinhos da es-cola aprendem também. Diz que tem um tal de aqueci-mento global que tá causando um monte de alterações no nosso clima e, ainda tem mais, o resultado dessas mudanças são conhecidos como eventos naturais extre-mos. O nome parece bonito, mas o resultado não é não!

O menino com olhar desconfiado, ouve toda explicação, porque não está entendendo nada. Para ele dona Maria se perdeu na conversa com as moças da Ecoa. Ele não sabia o que era aquecimento e nem entedia que mu-danças eram essas.

— Olha só guri! Você perguntou se a cheia pode ficar diferente. Pode sim! É isso que as mudanças climáticas podem fazer.

Dona Maria ficou por minutos explicando para o Zezinho que alguns estudos apontam que estão acontecendo alte-rações climáticas na Terra, como por exemplo, a elevação da temperatura que causa o derretimento das montanhas de gelo e aumenta a quantidade de água no mar e nos oceanos. O mais intrigante para quem sempre viveu no Pantanal foi saber que os pesquisadores já esperavam es-sas mudanças, o problema é que está ocorrendo rápido demais. E boa parte da responsabilidade é do ser humano, principalmente por causa do jeito de viver na cidade.

A cada nova informação que o menino pantaneiro rece-bia surgia novas perguntas para dona Maria. E ela sem paciência para explicar tudo, porque já havia terminado de lavar a roupa e precisava ainda pegar camalotes para fazer artesanato. Pediu para Zezinho perguntar às pro-fessoras, antes delas irem embora.

Com a grande cheia, as aulas foram paralisadas para se-gurança dos alunos e professores. Sendo assim, as pro-fessoras estavam preparando as bagagens e fechando a escola, erguendo todos os utensílios possíveis, caso o rio subisse, ainda mais, não molharia os livros, os col-chões e os aparelhos eletrônicos.

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EFEITO ESTUFA E as MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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ezinho, inquieto, desistiu de

brincar, saiu de canoa em

direção a sua casa. Mas

quase em frente da porta, desviou

e seguiu em direção à escola,

pois não poderia perder a

oportunidade de fazer algumas

perguntas às professoras. Elas só

irão voltar quando a água baixar,

ou seja, no mínimo dois meses.

Z

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A professora, já acostumada com as perguntas do me-nino, pediu para que ele entrasse. Antes de começar avisou que estava esperando a lancha passar para vol-

tar a Corumbá e a qualquer momento iria parar a conversa.

— A dona Maria falou do aquecimento global, o que é isso?

A professora ficou pensando como iria explicar o aquecimento global para o Zezinho. Como fazê-lo entender que o principal responsável pelo aquecimento são os gases do efeito estufa.

— Para começar devo falar que no ar existem alguns gases que são aquecidos pelo sol, eles são responsáveis por man-ter a temperatura. Dessa maneira, não fica nem muito quente e nem muito frio. Sendo assim, o efeito estufa é um fenô-meno natural, assim como a decoada. É

icença professora! Posso entrar?

estou precisando que a senhora

me explique umas coisas que a dona

Maria me contou. Ela pediu para

perguntar à senhora.

-LP

aulo

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ka

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preciso dizer que sem o efeito estufa seria impossível existir qualquer tipo de vida no planeta. Mas não posso esquecer de falar sobre a poluição do ar. É ela que au-menta a quantidade destes gases e consequentemente aumenta a temperatura do planeta. Depois explico que a poluição pode ser formada pela fumaça das queima-das e da queima de combustíveis. Também tem o des-matamento e a falta de planejamento nas cidades que ajudam a aumentar o efeito estufa. Nossa! Essa explica-ção vai ser demorada, ainda tenho que dizer que todos esses gases que estão aumentando a temperatura do planeta provocam os eventos naturais extremos. E es-ses eventos prejudicam a vida das pessoas.

Para ajudar a passar todas as informações a professora pegou algumas revistas, pois com ajuda das imagens fi-caria mais fácil explicar os detalhes para o menino.

Zezinho muito agitado olhava algumas fotos da revis-ta que tinha como tema mudanças climáticas e co-

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é o nome dado a um grupo de pesquisadores, de diferentes instituições e lugares do mundo, que se reúnem para analisar e avaliar os efeitos das alterações climáticas que estão ocorrendo por questões naturais ou por resultado da atividade humana ao longo do tempo. O IPCC foi criado em 1988 e participam 2500 cientistas, representantes dos países-membros, o Brasil é um deles.

Pesquisadores do clima

Desmatamento contribui para o aumento da temperatura

Gases do efeito estufa são intensificados pelas queimadas

André Luiz Siqueira

Alc

ides

Far

ia

meçava a imaginar todos aqueles eventos extremos: a seca, as ondas de calor, os furacões, tempestades, enchentes e muito mais. E ficou impressionado e preocupado, porque ficou imaginando o que poderia acontecer na sua comunidade e até mesmo com o Pantanal inteiro.

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Enquanto a professora terminava de fi nalizar os preparati vos para a viagem pediu ao menino para ler a reportagem da re-vista. Zezinho, muito curioso, começou a ler as legendas das fotos. Sua primeira refl exão foi sobre o fato das mudanças cli-máti cas afetarem ou prejudicarem o planeta Terra todo. Não importa em que país, cidade, beira de rio ou campo. Tudo irá mudar. Não tem um muro no ar, não tem como fazer uma bar-reira para o ar não passar. Ou seja, muda em um lugar, muda no outro também. A diferença é que alguns lugares vão senti r mais, são mais vulneráveis, do que outros.

Intensifi cação dos eventos climáti cos - Aumento da frequência e da intensidade de secas, furacões, enchentes e tempestades.

Elevação dos níveis de mares e oceanos - O nível do mar poderá subir engolindo muitas ilhas, cidades e até mesmo países de regiões próximas ao mar.

Impactos na agricultura - As mudanças climáti cas podem impedir a produção de alguns alimentos em certas regiões e provocar o deslo-camento de culturas alimentares.

Mudanças nos regimes de chuva - As mudanças nos regimes de chuvas podem provocar períodos de secas em algumas regiões, enquanto outras sofrerão com enchentes.

Impactos no bem-estar e na saúde das populações As alterações climáti -cas podem contribuir para a disseminação de doenças que são infl uencia-das pelo clima como malária e dengue.

TUDO ISSO PODE ACONTECER

SE A TEMPERATURA DA TERRA AUMENTAR

Intensifi cação dos eventos climáti cosintensidade de secas, furacões, enchentes e tempestades.

Elevação dos níveis de mares e oceanossubir engolindo muitas ilhas, cidades e até mesmo países de regiões próximas ao mar.

Impactos na agriculturaprodução de alguns alimentos em certas regiões e provocar o deslo-camento de culturas alimentares.

Paul

o M

oska

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Zezinho fi cou imaginando o que poderia acontecer com o aumento da temperatura da Terra. Estava vendo nas fotografi as da revista que as grandes montanhas de gelo no polo Sul e Norte estão derretendo e isso aumentará a quanti dade de água nos mares e oceanos. E o mar pode invadir as ilhas e cidades que estão na beira das praias.

Ao virar a página se deparou com uma imagem total-mente diferente, as regiões desérti cas. A quanti dade de desertos vai aumentar! Porque o aumento da tem-peratura também pode provocar a morte de várias es-pécies de animais e plantas, causando o desequilíbrio na natureza. Juntando isso com o desmatamento que vem ocorrendo, principalmente, nas fl orestas, tudo pode virar deserto rapidamente.

Depois de ver e ler alguns trechos da revista, Zezinho voltou a fazer várias perguntas para professora, inclu-sive como era possível saber se estão ocorrendo alte-rações no clima. A professora rapidamente avisou ao menino que a lancha já estava se aproximando e não teria mais tempo para atendê-lo. Mas que ele poderia fi car com as revistas e deveria conversar com os mo-radores mais idosos da comunidade para saber o que mudou em relação ao clima na comunidade.

— Pergunte a dona Maria se agora está mais quente do que há 10 anos, se temos mais ou menos chuva, se conti -nua chovendo sempre nos mesmos meses, o que mudou em 10 anos? Com certeza, ela vai saber responder essas perguntas. Depois você me conta tudo, porque essa sua

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curiosidade me deu uma ideia. Vamos fazer um projeto sobre as mudanças climáticas em nossa região. Pegue esta sacola, me ajude a levar para a lancha. Tchau Zezinho e se comporte! – sugeriu a professora.

Zezinho ajudou a professora embarcar na lancha, pe-gou as revistas e sentou embaixo de uma árvore. Ao ver cada imagem chocante e diferente de sua realidade, começou a pensar se tudo aquilo poderia acontecer no

Pantanal e na sua comunidade. E começou a ficar pre-ocupado, e ficou com uma dúvida sobre a temperatura da Terra. Lembrou que seu avô sempre fala que o sol está mais baixo, está baixando e por isso está cada vez mais quente. Como as crianças e as pessoas de mais idade, principalmente, vão suportar se o calor aumen-tar, eles podem até ficar doentes! Lembrou-se que dona Maria ouviu no rádio e comentou que na Europa, onde o povo não é acostumado com o calor, eles até morrem quando faz mais de 40°C.

O menino apesar de cansado não conseguia parar de ler e procurar suas respostas na revista. Até que ouviu um grito:

— Guri borá lá, já tá tarde!

Era seu pai, seu Ronaldo, pescador e piloteiro experiente da comunidade. Zezinho pegou as revistas e foi em dire-ção a sua casa. Pensando em tudo que tinha descoberto e aprendido neste dia. Agora existem mudanças climáti-cas que podem causar eventos naturais extremos e estes podem mudar a vida de milhares de pessoas inclusive a minha. Tem algumas coisas que depende do clima e

da chuva, por exemplo, o vento sul, talvez ele fique mais forte, também pode chover menos e o rio

não encher suficiente para dar peixe. E depois de uma seca brava, pode chover e dar mais

de uma decoada.

— Vôti, todo mundo poderá ser prejudicado com as alterações cli-máticas! Mas por que será que o Pantanal é considerado uma região frágil?

Paulo Moska

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1. Aumento do nível dos oceanos.2. Aumento da temperatura na superfície dos oceanos.3. Maior calor nos oceanos.4. Aumento da umidade.5. Aumento das temperaturas sobre os oceanos.6. Aumento da temperatura na camada mais baixa da atmosfera (troposfera).7. Aumento da temperatura sobre a Terra.8. Diminuição das geleiras.9. Menor cobertura de neve.10. Menos gelo flutuando nos oceanos.

indicadores

do aquecimento global1o

Neve diminuiu e nível do mar aumentouFo

tos:

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a M

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Adaptado de Educação Ambiental e Mudanças Climáticas. Fonte original: Relatório do NOAA, Julho, 2010.

1

6

8

9

2

310

4

5

7

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Aumento da desertificação do Nordeste (área 2), gerando um problema de escassez de água e provocando a migração para a região litorânea do Nordeste e estados do Sudeste.

A alteração no bioma Amazônico (área 1), na medida em que a parte oriental da floresta encontra-se mais vulnerável às mudanças climáticas, poderá ocorrer uma diminuição drástica das chuvas e ficar seca. Pode ocorrer a modificação das árvores da floresta, elas ficariam menores e com menos espécies.

A produção de grãos da região do Cerrado (área 3), sobretudo a soja, poderá ser prejudicada pela falta de chuva. A área de plantio seria reduzida em 60% em relação aos dias atuais. Secas prolongadas e poucas chuvas também afetarão o regime hídrico do Pantanal.

Como decorrência do aumento do calor, a região Sudeste terá mais chuvas e tempestades do que o habitual (área 6), com secas mais prolongadas, prejudicando o plantio de café. Cerca de 60% do que restou da Mata Atlântica deverão desaparecer.

1

4

5 6

2

3Mudanças na região do litoral poderão ser provocadas pelo aumento da acidez na água do oceano (área 4), ameaçando espécies de peixes e crustáceos que vivem no mar.

A diminuição drástica das chuvas no bioma amazônico pode afetar também o regime de chuvas nas regiões Sul e Sudeste (áreas 5 e 6).

As REGIÕES QUE

SOFRERÃO IMPACTOS

DAS MUDANÇAS

CLIMÁTICAS

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ÁREA 1 - Região Norte / AmazôniaÁREA 2 - Região NordesteÁREA 3 - Região Centro Oeste / Pantanal e CerradoÁREA 4 - Litoral da Região NordesteÁREA 5 - Regiões Sul e SudesteÁREA 6 - Região Sudeste / Mata Atlânti ca

1

6

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34

5

Lugares frágeis

Adaptado de Educação Ambiental e Mudanças Climáticas. Fonte original: Revista Época, edição n° 463 de 02/04/2007

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A sensibilidadE do climA Pantaneiro

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omenino Zezinho, muito esperto, conseguiu relacionar alguns exemplos que a revista trazia

sobre mudanças climáticas e aplicar ao ambiente em que vive. Mas, ainda, não conseguiu entender porque o Pantanal pode sofrer tais mudanças e as outras regiões não. Ele ainda não compreendeu, porque tem apenas nove anos e não estudou sobre o funcionamento do Pantanal. Ele entende que na comunidade dele tem períodos de cheias e secas e que essa variação é importante para que todo ano tenha muito peixe. Mas ele não sabe, ainda, como esse ciclo é importante para o equilíbrio e manutenção da maior planície alagável do mundo.

Page 28: Mudanças climáticas - Ecoa

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Mas como estamos falando de alterações climáticas, chuva e água, é preciso entender como se movimen-tam as águas do Pantanal. Sendo assim, vamos loca-lizá-lo também a partir de sua bacia hidrográfica. O Pantanal faz parte da bacia do Alto Paraguai (BAP). Isso quer dizer que ele está localizado em uma região que

drena (puxa) suas águas para o trecho do rio Paraguai, desde suas nascentes até uma grande planície, que chamamos de planície pantaneira.

Em outras palavras, diríamos que no Pan-tanal as águas vêm da região de planalto (terras altas) até a região de planície (terras baixas). Como a planície pantaneira é bem baixa em relação ao nível do mar e o terreno é muito plano, vários rios se encontram ali e acabam transbordando. Isso faz com que a água escoe lentamente, acumulando muito na cheia, como numa enorme poça rasa, an-

tes de escoar para terrenos mais baixos ainda. Essa é a explicação para o fato de o Pantanal alagar mesmo não havendo chuvas na planície.

ara entender o que é o Pantanal é importante

sabermos sua localização. Ele está entre os Estados

de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em território

brasileiro e em uma pequena área em terras

bolivianas e paraguaias.

P

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A bacia do pantanal

O rio Paraguai constitui o principal canal de drenagem da Bacia do Alto Paraguai. Seus tributários mais importantes na margem direita são os rios Jauru, Cabaçal e Sepotuba ao Norte e o rio Negro ao Sul, na divisa entre Bolívia e Paraguai. Na margem esquerda, os principais afluentes do rio Paraguai são o Cuiabá (com seus afluentes São Lourenço e Piquiri), Taquari, Miranda (com seu afluente Aquidauana) e Apa, este constituindo-se no limite Sul do Pantanal brasileiro e a fronteira territorial do Brasil com o Paraguai.

André Luiz Siqueira

Fonte: WWF-Brasil, Setembro de 2009

Os rios do Pantanal fazem parte da Bacia do Alto Paraguai, região que abrange três países: Brasil, Bolívia e Paraguai

Page 30: Mudanças climáticas - Ecoa

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Como podemos notar nas imagens, o Pantanal é um ambiente diversificado. Há muitas variações de uma região para outra da planície. Cada um deles pos-sui um período de inundação, diferentes tipos de solo, relevo e vegetação. Já se sabe que existem pelo menos 11 diferentes pantanais.

OS DIFERENTES PANTANAIS

Paiaguás

Nhecolândia Paraguai

Cáceres

Barão de Melgaço

Wal

frido

Tom

asN

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Poconé

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Ara

újo

Page 31: Mudanças climáticas - Ecoa

31

As 11 regiões Pantaneiras

Abobral

Aquidauana

Miranda

Porto Murtinho Nabileque

And

ré L

uiz

Siq

ueira

Arq

uivo

Eco

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Fabi

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grin

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Sér

gio

Mar

ques

Fonte: ABDON, reprodução de POTT & POTT, 1999

Page 32: Mudanças climáticas - Ecoa

32

Altura, extensão e duração das cheias do Pantanal variam anualmente, dependendo das chuvas que ocorrem em áreas de planalto (terras mais altas e não inundáveis)

Comunidade do Porto da

Manga localizada na Estrada

Parque Pantanal, em Corumbá

(MS). Durante a inundação,

o futebol fica suspenso

Fotos: Jean Fernandes

Page 33: Mudanças climáticas - Ecoa

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Para manter o equilíbrio do ecossistema pantaneiro é preciso manter o ciclo de cheia e seca. Pois são impor-tantes fases para a renovação da vida em toda região. Nos municípios de Cáceres, Poconé, Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço, no Estado de Mato Grosso, as enchentes ocorrem de janeiro a março no mesmo período das chuvas que iniciam em outubro e diminuem em março. No entanto, em Corumbá e La-dário, no Mato Grosso do Sul, a cheia do rio Paraguai ocorre com um atraso de dois a três meses, entre o período de chuva e os picos de cheia (maio-junho). Em Porto Murtinho (MS) o período de cheia é ainda mais tardio, cerca de cinco meses depois da chuva (julho). Em resumo, as maiores vazões do rio Paraguai ocor-rem entre junho e agosto e as menores entre janeiro e dezembro.

Segundo os pesquisadores, nós podemos considerar cheia no Pantanal Sul quando o nível máximo anual do rio Paraguai, em Ladário (MS), é igual ou superior a 4 metros (m). As cheias são classificadas como pequenas quando o nível varia de 4 a 5 m; de 5 a 6 m é normal e acima de 6 m é considerada uma grande cheia. A maior cheia da história aconteceu em 1988 quando atingiu 6,64 m e em 1995 ocorreu a terceira marca do século com 6,56 m. Com esse volume o rio Paraguai, no Panta-nal, expande seu leito de inundação, alcançando até 20 quilômetros de largura.

O REGIME DAS ÁGUAS DO PANTANAL

O regime das águas do Pantanal ou ciclo de cheia e seca, como preferir, é o processo responsável pela manutenção e pelo equilíbrio ecológico de todo bioma. No período de enchente, quando as águas começam a subir formando banhados, lagoas (baías) e corixos temporários, os peixes migram para esses locais em busca de frutos que caem das árvores. Quando inicia a vazante, momento em que os rios retornam aos seus leitos, milhares de peixes ficam apri-sionados nas lagoas e corixos servindo de alimento para jacarés e aves. As baias repletas de peixes e iscas também favorecem os pescadores artesanais que dependem desse recurso para sobreviver.

Paulo Moska

Page 34: Mudanças climáticas - Ecoa

34

COMO PODEMOS NOS PREPARAR

Page 35: Mudanças climáticas - Ecoa

35

Após dias sem tocar no assunto,

Zezinho encontra dona Maria

e conta a ela que agora sabe

bastante sobre o aquecimento

global e mudanças climáticas e que

a comunidade está em perigo. Mas

ele ainda não sabe o que fazer

para proteger todas as famílias

dos eventos naturais extremos que

irão acontecer. Dona Maria com sua

calma fala para o menino.:

Page 36: Mudanças climáticas - Ecoa

36

ndoidou de vez, foi? Que história é essa de

proteger as famílias dos eventos naturais

extremos? Olha guri, não sei do que está

falando. Mas vai levar o recado para o seu

pai, diz que no sábado tem capacitação com as

moças da Ecoa sobre as mudanças climáticas.

Zezinho, muito obediente, deu o recado para o seu pai e ainda complementou dizendo que era importante participar, porque o Pantanal poderia secar e até virar deserto. Mas o menino não informou apenas seu pai e falou com todos os vizinhos. Depois disso, na comu-nidade, só se falava nas mudanças climáticas e que ela poderia secar todo o Pantanal.

As técnicas da Ecoa até se assustaram quando chega-ram para a capacitação e viram que todos os moradores já estavam reunidos e com uma fisionomia preocupada. Dona Sebastiana, uma das mais antigas moradoras, pe-diu a palavra e logo perguntou.

— Eu quero saber o que temos que fazer para não dei-xar o Pantanal secar. Como nossas famílias vão sobrevi-ver com a seca?

As técnicas se olharam estranhamente sem entender nada.

-E

Paulo Moska

Page 37: Mudanças climáticas - Ecoa

37

É necessário que todos estejam preparados para se adaptar às mudanças. O primeiro passo das famílias é ter o controle dos recursos naturais, humanos, sociais, físicos e financeiros. Exemplos de recursos que podem ser importantes para a capacidade adaptativa são:

• Humanos – Conhecer os riscos climáticos, como afetará a produção e manter uma boa saúde para trabalhar.

• Físicos – Criar infraestrutura necessária, por exemplo, casa de palafita para se pro-teger das grandes cheias, tanques para ar-mazenar os peixes durante a decoada, entre outros.

• Sociais – Estar organizado em associações ou grupos para conseguir apoio financeiro.

• Naturais – Acesso a água potável.

• Financeiros – Planejamento para diversifi-car as fontes de renda.

Adaptação

à mudança climática

André Luiz Siqueira

Arquivo Ecoa

Arquivo Ecoa

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— Mas quem disse que o Pantanal vai secar? Ele não vai secar, não podemos fazer essa afirmação. Temos que entender que as alterações climáticas, principal-mente no Pantanal, irão interferir nos períodos de cheia e seca isso quer dizer que as cheias e secas po-dem ser mais intensas (longas) do que são atualmen-te. E sobre o Taquari é importante esclarecer que não é resultado das mudanças climáticas e sim de um fe-nômeno natural que foi acelerado pelo desmatamen-to da região para produção de gado. A parte Alta da Bacia do Taquari também era caracterizada pelos pul-sos de inundação, como o rio Paraguai, algumas áre-as ficavam alagadas apenas em alguns meses do ano. Nesta região há um processo de erosão natural muito forte, mesmo sem a interferência do homem, e com o desmatamento nos anos 1970 houve uma aceleração

do processo erosivo resultando no assoreamento do rio Taquari que trouxe prejuízos sociais, econômicos e ambientais.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo sem que elas pudessem entender e depois de muita conversa ficaram aliviados, mas não menos preocupados. Por-que o Pantanal não irá secar, mas ainda existem os prejuízos que os eventos naturais extremos podem causar à natureza e consequentemente às famílias, já que retiram sua renda dos recursos naturais. As técnicas da Ecoa explicaram a todos que objetivo da capacitação é de informar e mostrar o papel de cada morador nesse processo. Como as famílias e as comu-nidades devem agir e se preparar para se adaptar as mudanças sem muitas perdas materiais e culturais.

Algumas comunidades es-tão mais ameaçadas do que outras, porque estão locali-zadas em espaços geográfi-cos diferentes. Por exemplo, se a comunidade sobrevive da agricultura, depende da chuva para produzir, ela será mais atingida pelas alterações climáticas do que uma que so-brevive de uma mina. No caso

Mudanças climáticas podem dificultar a vida das comunidades do Pantanal que vivem da agricultura de subsistência e pesca profissional

Arquivo Ecoa

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das comunidades do Pantanal, a maioria é vulnerável, pois todas tiram seu sustento da agricultura de subsis-tência e da pesca profissional.

Todos precisam entender que essa adaptação não acon-tece sozinha. Pessoas de diferentes lugares, setores e instituições devem se envolver no processo para analisar o cenário atual e prever os futuros impactos climáticos.

O importante é que este processo deve contar com a participação das comunidades, pois é quem conhece e

Pantaneiros e instituições devem juntos identificar as mudanças no clima do Pantanal para buscar diminuir os impactos

Jean Fernandes

pode ajudar a identificar, realmente, o que está mudan-do e quais ações podem ser implementadas para que possamos promover adaptações que visem à qualidade de vida das populações e a conservação do ambiente.

Para finalizar, as técnicas informaram sobre algumas instituições que trabalham com clima e mudanças cli-máticas que podem auxiliar e colaborar com o plano de adaptação das comunidades vulneráveis do Panta-nal que será construído em conjunto com as comuni-dades, instituições que trabalham com o tema.

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Zezinho foi o primeiro aparecer na escola quando as aulas voltaram. Ele ajudou as professoras a organizar as salas e aproveitou o momento para contar tudo que havia acontecido na comunidade naquele período e que todos os moradores estavam informados sobre as mudanças climáticas e os eventos naturais extremos. O menino contou sobre a reunião com as técnicas da Ecoa e depois sobre a capacitação e a distribuição de carti-lhas para que a comunidade possa se preparar para se adaptar às mudanças climáticas.

— Professora, agora é preciso que nós, da escola, fa-çamos nossa parte. Eu quero participar, fazer alguma coisa, para que a comunidade não sofra muito com os

Assim, Zezinho e toda a comunidade ficaram

sabendo que os moradores do pantanal

podeM se organizar, com diferentes parceiros,

para criação de uma rede de monitoramento

dos eventos extremos naturais. essa é uma forma

Das famílias se sentirem mais seguras e tranquilas.

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eventos naturais extremos. E também não podemos deixar que nossos pais esqueçam do que pode acontecer. O que acha da ideia de prepararmos cartazes informati vos sobre eventos naturais extremos e promover rodas de conversa com a Associação de Moradores?

A professora gostou da ideia e Zezinho ainda moti vou mais ainda seus colegas dizendo:

Esse assunto sempre estará

sendo discutido e os turistas

ficarão sabendo que estamos

preocupados e trabalhando

para diminuir os prejuízos que

podem acontecer. Todo mundo

vai querer ajudar o Pantanal

a se manter equilibrado e

conservado!

-

Conhecer e informar para preservar o Pantanal

Pat

rícia

Zer

lotti

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CONHEÇA NOVAS EXPRESSÕES E PALAVRAS

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GLOSSÁRIO

Adaptação: Ação desencadeada pelas populações em resposta a, ou prevendo projeções ou mudanças atu-ais no clima, para reduzir impactos adversos ou tirar vantagem das oportunidades causadas pela mudança climática.

Aquecimento global: É o processo de aumento da tem-peratura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que ocorre desde meados do século XIX e que deverá continuar no século XXI, causado pelas emissões humanas de gases do efeito estufa.

Capacidade de adaptação: A capacidade de um siste-ma se ajustar à mudança climática, incluindo a variabi-lidade e extremos climáticos, para moderar potenciais danos, aproveitar as oportunidades ou fazer frente às consequências.

Capital físico: A infraestrutura básica e capital produtivo (ferramentas, máquinas) para transporte, edifícios, ges-tão de água, energia e comunicações.

Capital social: A série de relacionamentos sociais a par-tir dos quais as populações realizam os seus meios de subsistência.

Clima: Conjunto das características de temperatura, umidade e chuvas em uma determinada região ao lon-go do ano. Cada região da Terra tem um clima diferente.

Ecossistema: Conjunto dos relacionamentos mútuos entre determinados meio ambiente, a flora, a fauna e os microrganismos que nele habitam, e que incluem os fatores de equilíbrio geológico, atmosférico, meteoroló-gico e biológico.

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Efeito estufa: Um fenômeno natural que acontece des-de a formação da Terra e é necessário para a manuten-ção da vida no planeta. Sem ele a temperatura média da Terra seria 33 °C mais baixa impossibilitando a vida no planeta, tal como conhecemos hoje.

Estratégia de sobrevivência: Maneiras de usar os re-cursos existentes para realizar benefí cios durante con-dições anormais ou adversas.

Eventos naturais extremos: Eventos que são raros den-tro da sua distribuição de referência estatí sti ca num de-terminado local.

Impactos climáti cos: Consequências das mudanças cli-máti cas sobre sistemas humanos e naturais.

Impactos de perigo: Consequências do perigo sobre os sistemas naturais e humanos.

Meios de subsistência: Os meios de subsistência são as ati vidades desenvolvidas para sobrevivência da popula-ção, como pesca e agricultura.

Mudança climáti ca: Variação estatí sti ca signifi cati va tanto no estado principal do clima ou da sua variabi-lidade, persisti ndo por um extenso período de tempo - ti picamente décadas ou mais.

Perigo climáti co: As manifestações fí sicas da variabi-lidade ou mudança climáti ca, tais como secas, cheias, tempestades, episódios de chuvas fortes, mudança de longo prazo nos regimes climáti cos.

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Recursos financeiros: Tais como salários, poupanças, créditos, remessas regulares, pensões, e seguros.

Recursos humanos: As habilidades, o conhecimento, a capacidade e a sanidade mental e física do ser humano para atingir a subsistência.

Recursos naturais: A reserva de recursos naturais a partir do qual o recurso flui e torna-se útil para a sub-sistência.

Tempo (metereologia): É o estado da atmosfera num determinado momento, que pode ser interpretado como quente ou fria, úmida ou seca, calma ou tempes-tuosa, limpa ou nublada.

Variabilidade climática: Variação do estado principal e de outras estatísticas do clima em todas as escalas tem-porais e espaciais que ultrapassa aquele dos eventos individuais do tempo.

Vulnerabilidade a mudança climática: O quanto o sis-tema é frágil ou incapaz de lidar com os efeitos adver-sos de mudança climática.

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REFERÊNCIAS

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