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Cachoeira Bahia Brasil, 21, 22 e 23 nov/2018 www3.ufrb.edu.br/eventos/4congressoculturas Mulheres da Comunidade Quilombola "Lagoa Grande": Economia Popular e Solidária e Encontro Geracional MESSIAS, Ana Regina1 Universidade Estadual de Feira de Santana. Brasil. [email protected] LIMA, José Raimundo Oliveira2 Universidade Estadual de Feira de Santana. Brasil. [email protected] RESUMO A economia popular e solidária é uma forma de produzir oposta ao modo de produzir capitalista, baseia-se em iniciativas de solidariedade e cooperação como forma de resistência ao modo de produção capitalista e na tentativa de gerar trabalho e renda para uma parcela de excluídos. Objetiva-se responder à pergunta: Como gerações de mulheres da Comunidade Quilombola “Lagoa Grande" atuam organizadas em produção associada? Far-se-á ponderações sobre encontro geracional de mulheres da comunidade e processo de incubação de grupo produtivo formado por algumas dessas mulheres que produzem e comercializam alimentos na cantina 1 na UEFS. O método utilizado será estudo de caso, por entrevistas a algumas das mulheres do processo de incubação e com revisão bibliográfica de leituras realizadas no Grupo de Estudos e Pesquisa da Incubadora de Iniciativas de Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local (GEPOSDEL) da UEFS e durante aulas da disciplina "Educação, Gestão e Desenvolvimento Local e Sustentável", cursada na UNEB. Palavras-chave: Mulheres. Comunidade Quilombola. Economia Popular e Solidária. Encontro Geracional. 1 INTRODUÇÃO A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)b, por meio da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária (IEPS), pautadas na pesquisa e na extensão, está em processo de incubação de mulheres da Comunidade “Lagoa Grande”, as quais atuam com autogestão, produção e comercialização de alimentos na Cantina do Modulo I da Instituição, pautadas na economia popular e solidária (EPS). O processo de incubação de algumas das mulheres da Lagoa Grande, cujo projeto é denominado Sabores do Quilombo que como dissemos se dá na UEFS, Instituição situada no 1 Mestre em Cultura e Sociedade (UFBA); Especialista em Economia e Gestão Pública, Graduada em Ciências Econômicas e Técnico Universitário (UEFS); Integrante do Grupo Miradas CULT/UFBA e do Programa Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS (IEPS/UEFS). 2 Doutor em Educação e Contemporaneidade e Mestre em Gestão Integrada de Organizações (UNEB); Especialista em Gestão Organizacional, Graduado em Ciências Econômicas e Professor Adjunto (UEFS); Coordenador do Programa Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária (IEPS/UEFS).

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Mulheres da Comunidade Quilombola "Lagoa Grande": Economia

Popular e Solidária e Encontro Geracional

MESSIAS, Ana Regina1

Universidade Estadual de Feira de Santana. Brasil. [email protected]

LIMA, José Raimundo Oliveira2

Universidade Estadual de Feira de Santana. Brasil. [email protected]

RESUMO

A economia popular e solidária é uma forma de produzir oposta ao modo de produzir

capitalista, baseia-se em iniciativas de solidariedade e cooperação como forma de resistência

ao modo de produção capitalista e na tentativa de gerar trabalho e renda para uma parcela de

excluídos. Objetiva-se responder à pergunta: Como gerações de mulheres da Comunidade

Quilombola “Lagoa Grande" atuam organizadas em produção associada? Far-se-á

ponderações sobre encontro geracional de mulheres da comunidade e processo de incubação

de grupo produtivo formado por algumas dessas mulheres que produzem e comercializam

alimentos na cantina 1 na UEFS. O método utilizado será estudo de caso, por entrevistas a

algumas das mulheres do processo de incubação e com revisão bibliográfica de leituras

realizadas no Grupo de Estudos e Pesquisa da Incubadora de Iniciativas de Economia Popular

e Solidária e Desenvolvimento Local (GEPOSDEL) da UEFS e durante aulas da disciplina

"Educação, Gestão e Desenvolvimento Local e Sustentável", cursada na UNEB.

Palavras-chave: Mulheres. Comunidade Quilombola. Economia Popular e Solidária.

Encontro Geracional.

1 INTRODUÇÃO

A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)b, por meio da Incubadora de

Iniciativas da Economia Popular e Solidária (IEPS), pautadas na pesquisa e na extensão, está

em processo de incubação de mulheres da Comunidade “Lagoa Grande”, as quais atuam com

autogestão, produção e comercialização de alimentos na Cantina do Modulo I da Instituição,

pautadas na economia popular e solidária (EPS).

O processo de incubação de algumas das mulheres da “Lagoa Grande”, cujo projeto é

denominado Sabores do Quilombo que como dissemos se dá na UEFS, Instituição situada no

1 Mestre em Cultura e Sociedade (UFBA); Especialista em Economia e Gestão Pública, Graduada em Ciências

Econômicas e Técnico Universitário (UEFS); Integrante do Grupo Miradas – CULT/UFBA e do Programa

Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da UEFS (IEPS/UEFS).

2 Doutor em Educação e Contemporaneidade e Mestre em Gestão Integrada de Organizações (UNEB);

Especialista em Gestão Organizacional, Graduado em Ciências Econômicas e Professor Adjunto (UEFS);

Coordenador do Programa Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária (IEPS/UEFS).

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município de Feira de Santana, por meio da IEPS, a qual nos objetivos da sua Carta de

Princípios diz que cabe à Incubadora:

Estimular a geração de trabalho e renda de iniciativas da economia popular e

solidária visando à construção da autonomia dos sujeitos envolvidos no processo e

sua inserção econômica e social:

I. Contribuindo para o desenvolvimento econômico local e regional, especialmente

por meio do processo educativo de incubação de iniciativas da economia popular e

solidária;

II. Consolidando um espaço para realização de trabalhos por parte dos servidores

docentes e técnicos administrativos, discentes (bolsistas ou voluntários), no âmbito

da economia popular e solidária com a articulação do tripé ensino-pesquisa-

extensão;

III. Fortalecendo as ações institucionais com a comunidade regional e a sociedade

em geral, buscando uma relação dialógica horizontal, crítica e construtiva;

IV. Contribuindo para que a UEFS se consolide como um espaço de produção e

socialização de conhecimento qualificado e socialmente relevante;

V. Atuar na economia popular e solidária priorizando o circuito das redes solidárias

ao invés dos mercados;

VI. Estabelecer um diálogo complementar entre o saber científico e o saber popular,

visando a integralidade dos processos educativos da economia popular e solidária

voltado para o desenvolvimento territorial;

VII. Participar da implementação de políticas públicas que apresentem caráter

articulador e integrador do circuito econômico popular e solidário.

A UEFS, ao realizar o processo de incubação, busca atuar conforme o dito por Mutim (2007,

p. 118) de que cabe: “[...] à Universidade desenvolver uma ação pedagógica para apoiar a Gestão

Social do Desenvolvimento por meio da formação dos agentes de desenvolvimento [...]”.

Oliveira (2017, p. 314-315) nos diz que: “[...] o alcance e a capilaridade das atividades de

extensão, associadas ao potencial de atração do ensino, são apontadas como elementos definidores

de uma inserção territorial ampla e de significativa abrangência [...]”. Ou seja, com a atividade de

extensão realizada pela IEPS a UEFS tem inserção territorial ampla e de significativa abrangência

na Comunidade aqui estudada.

Assim, como é proposta deste estudo analisar como gerações de mulheres da Comunidade

Quilombola “Lagoa Grande" atuam organizadas em produção associada, cabe ressaltar, conforme

Motta (2004, p. 118-119) ao tratar de envelhecimento, a importância da busca da sociedade pela

“convivência, privada e pública, com as outras gerações”, dizendo ainda que “Resta, então, [...], o

encontro geracional”.

Portanto, no encontro geracional, seja no plano das relações familiares, sociais ou de

amizade poderão ocorrer experiências comuns capazes de criar laços (profundos) entre

mulheres que se sentem ligadas por um destino comum, tanto jovens como idosas,

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fortalecendo os processos educativos de trabalho e produção local, uma vez que, como nos diz

Motta (2004, p. 118): “O reencontro e a solidariedade geracionais são grandes e bons

momentos iniciais na trajetória do idoso em busca da redefinição de um lugar social [...]”.

Durante discussões realizados no grupo de pesquisa e estudos multidisciplinar da

IEPS/UEFS e da disciplina "Educação, Gestão e Desenvolvimento Local e Sustentável",

cursada na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), é possível dialogar e, portanto,

fundamentar a pesquisa aqui proposta por meio dos estudos de economistas, historiadores,

geógrafos, sociólogos, educadores entre outros, como Paulo Singer, Katia Mattoso, Milton

Santos, Boaventura de Sousa Santos, Avelar Mutim, estreitando laços entre o local e o global.

O Método utilizado será a pesquisa exploratória, a qual, segundo Gil (2002, p. 41) tem

“[…] como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo

mais explícito […]”, portanto se dará por meio de respostas dadas por mulheres da

comunidade, durante entrevistas e rodas de conversa, enquanto instrumento de coleta de

dados e informações. Ainda a pesquisa bibliográfica que, conforme Gil (2002, p. 44) “[…] é

desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e

artigos científicos. […] Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas

bibliográficas”. Também será realizada pesquisa documental, a qual “[…] muito se assemelha

à pesquisa bibliográfica. Logo, as fases do desenvolvimento de ambas, em boa parte dos

casos, são as mesmas” (GIL, 2002, p. 87).

Portanto, com vistas ao aqui proposto teremos como pergunta norteadora: Como gerações de

mulheres da Comunidade Quilombola “Lagoa Grande" atuam organizadas em produção associada?

Com vistas a responder a esta pergunta, temos os seguintes objetivos: Geral – Analisar como

gerações de mulheres da Comunidade Quilombola “Lagoa Grande" atuam organizadas em produção

associada? Específicos - Identificar a vivência das mulheres da Comunidade Quilombola Lagoa

Grande; Diagnosticar saberes das mulheres em estudo e verificar como elas articulam e

compartilham esses saberes para as práticas produtivas; Investigar como se dá o encontro geracional

entre as mulheres da comunidade; Discutir possibilidade de contribuir para mais capacitação

profissional das mulheres em estudo, junto com a equipe multidisciplinar da IEPS, quanto à atuação

na economia popular e solidária; Construir coletivamente estratégias de articulação e

compartilhamento de saberes orientados para melhoria de práticas produtivas.

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Feira de Santana carece de programas e iniciativas que busquem não somente o crescimento

econômico, mas também alcançar metas para o desenvolvimento local sustentável e a consolidação

de oportunidades que possibilitem a inserção socioprodutiva de grupos marginalizados surgiram

processos de incubação por meio da IEPS/UEFS.

2 MULHRES QUILOMBOLAS, ENCONTRO GERACIONAL E ECONOMIA POPULAR E

SOLIDÁRIA

As mulheres desta pesquisa, cuja Comunidade Quilombola está situada no município de

Feira de Santana, um dos que mais cresce economicamente no Estado da Bahia; embora,

paradoxalmente, esse crescimento não é usufruído por uma parcela significativa da população,

particularmente, da faixa etária ingressante no processo produtivo, pessoas com idade avançada,

além de analfabetos e semialfabetizados que são obrigados, por não haver outra opção, a

participarem das Feiras Livres espalhadas por toda parte da Cidade, permanecendo por longos

períodos às margens do crescimento e desenvolvimento econômicos, reproduzindo-se à revelia dos

benefícios governamentais e mercadológicos que uma economia dessa natureza poderia

proporcionar (MESSIAS; LIMA, 2015).

A partir do ano 2016 a IEPS da UEFS, por meio de cursos e treinamentos, pautados na “[...]

interdisciplinaridade [...] entendida aqui como estrutural, e que exige “a identificação de uma

problemática comum [...] e de uma plataforma de trabalho conjunto, colocando-se em comum os

princípios e os conceitos fundamentais...” (VASCONCELOS, 2002, p. 47), programou um projeto

de Incubação de Iniciativas Econômicas Populares Solidárias, para atuação no espaço da Cantina do

Módulo I, com alimentação, lanches e refeições, a maioria deles com produtos da culinária regional

como: cuscuz, mingau de tapioca, bolo de aipim, beiju, galinha caipira, comida baiana, entre outros.

Os alimentos são comercializados entre o público interno da comunidade universitária

(professores, funcionários e estudantes), os quais apreciam o consumo consciente de produtos e

serviços da EPS, também possibilita potencializar um espaço integrado de aprendizagem na

perspectiva do trabalho coletivo, cooperação, solidariedade, associação entre outros princípios,

visando o desenvolvimento de ações de capacitação profissional, empoderamento dos sujeitos, com

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vistas à inserção socioprodutiva e à promoção da cidadania aos participantes de iniciativas

municipais de EPS no âmbito da comunidade universitária (MESSIAS; LIMA 2015).

Segundo Mutim (2007, p. 115):

A construção de sociedades sustentáveis tem como pressuposto o alcance de metas também

previstas para o desenvolvimento local sustentável. São elas: a) satisfação das necessidades

básicas da população; b) solidariedade para com as gerações futuras; c) participação da

população envolvida; d) preservação dos recursos naturais; e) elaboração de um sistema

social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; e f) efetivação dos

programas educativos e culturais que apoiem a sociedade a buscar soluções para os

conflitos socioambientais vivenciados.

E é na tentativa de alcançar essas metas que a equipe da IEPS acompanha as mulheres

incubadas, as quais vendiam seus produtos (alimentos, vegetais, artesanatos etc.) em feiras livres do

município. Atualmente, recebem orientação dada por membros da incubadora (docentes, discentes e

técnicos) de diversas áreas como: economia, contábeis, administração, nutrição, psicologia, direito,

agronomia.

O suporte dado a essas mulheres pela equipe da IEPS, comprova o dito por Tigre (2006, p.

136-137) que: “A existência de infra-estrutura social e tecnológica adequada é uma condição

fundamental para o sucesso da empresa inovadora. Isso inclui a oferta de recursos humanos

qualificados, instituições de ensino e pesquisa [...]”. Assim, esta pesquisa é importante para o

momento contemporâneo, quando as discussões sobre a longevidade aumentam e se buscam

alternativas para amparar mulheres e homens que têm vivido mais, devendo-se buscar formas para a

boa convivência e o encontro geracional demonstra ser uma dessas alternativas.

Segundo Motta, (2010, p. 228-229): “A tradição antropológica é responsável pela […]

acepção de geração, que se expressa, basicamente, em termos de idades (grupos etários,

categorias de idade, classes de idade etc.) [...]”. Essa autora, ao tratar dos estudos de

Mannheim, nos diz que ele não desvincula, evidentemente, geração e grupo de idade ao dizer

que: “[...] o fenômeno social geração nada mais representa do que um tipo particular de

identidade de situação de grupos de idade mergulhados num processo histórico social”

(MANNHEIM, 1928, p. 137).

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Neste estudo, que pretende tratar de encontro geracional de mulheres, usaremos como

parâmetro mulheres das faixas etárias descritas por Francisco3 como adultas (20 a 59 anos) e

idosas (a partir de 60 anos). Mulheres essas que no dia a dia compartilham saberes e buscam

soluções aos problemas por quais perpassam, uma vez que, do contato com as gerações mais

velhas, as jovens podem encontrar uma base afetiva, um aprendizado com a experiência e

competência, também conhecer uma visão de mundo diferente e as mais velhas podem por

meio das relações com as mais jovens aproximarem-se do mundo delas, inclusive atualizando-

se com as inovações tecnológicas, enquanto os mais jovens podem trocar emoções, afetos e

experiências.

Com base no pensamento de Freire (2004, p. 29), cabe a afirmativa: “Pesquiso para

conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”. Assim, conforme,

Henriques (2013) cabe ampliar a comunicação e divulgação científica do conhecimento a fim de

extrapolar pequenos e poucos grupos para a comunidade (local), a sociedade brasileira e, quiçá,

mundial (global). Essas ações devem propiciar o diálogo entre os saberes técnicos e científicos e os

saberes popular e cultural, processo que gera novos conhecimentos e potencializa ações

emancipatórias, democráticas, solidárias e transformadoras (FREIRE, 1996, 2004; SANTOS, 2004,

2010).

Assim, com esta proposta, cabe ressaltar, conforme Motta (2010, p. 226) que: “A geração,

em um sentido amplo, representa a posição e atuação do indivíduo em seu grupo de idade e/ou de

socialização no tempo”.

Para o sociólogo Dirceu Nogueira Magalhães (2000, p. 37) gerações:

[...] são mais que coortes demográficas. Envolvem segmentos sociais que comportam

relações familiares, relações entre amigos e colegas de trabalho, entre vizinhos, entre

grupos de esportes, artes, cultura e agremiações científicas. Implicam estilos de vida,

modos de ser, saber e fazer, valores, ideias, padrões de comportamento, graus de absorção

científica e tecnológica. Comporta memória, ciência, lendas, tabus, mitos, totens,

referências religiosas e civis.

Portanto, no grupo de mulheres desta pesquisa, ocorrem relações familiares, em que há troca

de saberes, culturas, valores, ideias, comportamentos, exemplos, afetividade, envolvidas pela EPS, a

qual se baseia em iniciativas de solidariedade, igualdade e cooperação entre seus membros, como

3 Divisão por faixa etária: Jovens – do nascimento até aos 19 anos de idade; Adultos – corresponde à população

que possui entre 20 a 59 anos de idade; Idosos ou melhor idade – pessoas que apresentam 60 anos de idade ou

mais (FRANCISCO, on-line).

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forma de resistência ao modo de produção capitalista e na tentativa de gerar trabalho e renda para

uma parcela de excluídos. As mulheres deste estudo dão exemplo de propriedade coletiva e de

direito à liberdade do indivíduo, pois a solidariedade na economia pode ser viável ao ser organizada

de forma igual por aquele que se associa com o intuito de produzir, comerciar, consumir ou poupar.

Segundo Paul Singer (2008, p. 289) a EPS é:

[...] um modo de produção que se caracteriza pela igualdade. Pela igualdade de direitos, os

meios de produção são de posse coletiva dos que trabalham com eles – essa é a

característica central. E a autogestão, ou seja, os empreendimentos de economia solidária

são geridos pelos próprios trabalhadores coletivamente de forma inteiramente democrática,

quer dizer, cada sócio, cada membro do empreendimento tem direito a um voto. Se são

pequenas cooperativas, não há nenhuma distinção importante de funções, todo o mundo faz

o que precisa. [...]. É o inverso da relação que prevalece em empreendimentos

heterogestionários, em que os que desempenham funções responsáveis têm autoridade

sobre os outros

Em uma economia popular e solidária a sociedade seria muito menos desigual, pois como

diz Paul Singer (2004, p. 9) a associação entre iguais, em vez do contrato entre desiguais, é a chave

da proposta da EPS.

No processo de construção da EPS, grupos de mulheres têm se organizado no Brasil. É

nesse processo que se encontram as jovens que fazem parte desta pesquisa. Pretende-se responder

ao questionamento aqui apresentado, uma vez que no cenário atual, a maneira acelerada e

incessante com que as sociedades vêm se transformando em função da intensificação dos meios de

comunicação, da globalização e da diversidade de influências culturais trazidas para as

comunidades, tem significativas implicações para as relações intergeracionais.

As distintas categorias em que vivem homens e mulheres são originadas pelas construções

sociais e econômicas, as quais causaram uma relação social de sexo. Historicamente, os homens são

os provedores da família, embora as obrigações familiares estejam sob a responsabilidade das

mulheres e, tanto as empresas como o poder público são coniventes com esta composição social e

econômica, com o intuito de fazerem com que as mulheres renunciem a um trabalho formal para

cuidar da família.

Diante disso, cabe-nos entender que a EPS pode ser um dos caminhos para o processo de

emancipação da mulher, uma vez que se estabeleceria como uma possibilidade alternativa de

sustentação das pessoas na sociedade sem foco nas esferas do Estado e do mercado, permitindo,

assim, maior autonomia e igualdade de gênero. A EPS está ligada à construção de uma sociedade

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mais democrática e justa, podendo defender uma concepção de trabalho que potencialize as

capacidades dos indivíduos como seres conscientes, livres e socialmente inseridos em dinâmicas de

vida coletiva e solidária, pois essa economia tem despontado como um meio importante para o

processo de sociabilidade, por criar um espaço para a interação democrática e equitativa, apontada

pelo diálogo e pelos processos emancipatórios e criativos (TEODÓSIO; MUNDIM, 2011, p. 280).

A EPS, por se tratar de uma organização que preza a solidariedade e cooperação entre seus

membros, apresenta-se como uma probabilidade de que as diferenças de gênero sejam superadas,

podendo as mulheres fazer valer seus direitos, uma vez que elas sozinhas e/ou com os homens

podem se engajar e superar desigualdades sociais, transformando-as em direitos reais.

Ainda em relação às questões de gênero, “Outro desafio importante do Movimento da

Economia Popular Solidária é debater e proporcionar a mudança cultural não só nas relações de

trabalho, mas também partilhar entre mulheres e homens as necessidades do cuidado com o outro

[...] (BERNADI; ANGELIN, 2007, [s.p.]).

Dessa forma, a mulher inserida na EPS percebe o sentido do termo solidariedade, não o

combinando a termos como paternalismo, caridade ou filantropia, mas ao comprometimento do

trabalho coletivo, cooperativo, comunitário, demonstrado pelas componentes do processo de

incubação desta pesquisa.

3 O GRUPO SABORES DO QUILOMBO E A COMUNIDADE QUILOMBOLA

LAGOA GRANDE

Inicialmente houve o processo de incubação do primeiro e um grupo na Cantina do

Módulo VII da UEFS, iniciado no ano de 2008, com mulheres da Cooperativa

COOPERMASOL, as quais hoje atuam fora da UEFS como gestoras do seu próprio negócio

no ramo de alimentação, lanches e refeições, com produtos da culinária regional. O término

da incubação desse grupo se deu em dezembro de 2014.

Cabe ressaltar, como diz Santos (2002, p. 15) que associações e “[...] cooperativas

surgem como alternativas de produção fatíveis e plausíveis, a partir de uma perspectiva,

porque estão organizadas de acordo com princípios e estruturas não capitalistas e, ao mesmo

tempo, operam numa economia de mercado”. Assim a IEPS/UEFS prossegue com processos

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de incubação. Atualmente o grupo da comunidade Formiga – terceiro grupo – assumiu a

Cantina do Módulo VII e o grupo Sabores do Quilombo assumiu a cantina do Modulo I.

O grupo produtivo Sabores do Quilombo é composto por 18 mulheres, com idade

entre 20 e 35 anos, as quais, após a realização de reuniões, cursos, oficinas passaram a fazer

parte do projeto de incubação, sob os princípios da autogestão, solidariedade, ação econômica

e cooperação. Cabe ressaltar que durante a incubação ainda são realizadas reuniões e oficinas

e também são oferecidos cursos e treinamentos, como: de manuseio de alimentos, gestão de

recursos e estoque, contabilidade, entre outros. Atividades essas realizadas pela equipe

multidisciplinar que faz parte da IEPS/UEFS, formada por professores, técnicos e estudantes

dos cursos de Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito,

Engenharia de alimentos, Pedagogia e Psicologia.

Ao tratarmos de economia popular e solidária cabe ressaltar que com essa economia a

sociedade seria muito menos desigual, pois como diz Paul Singer (2004, p. 9) a associação

entre iguais, em vez do contrato entre desiguais, é a chave da proposta da EPS e, “Para uma

sociedade em que predominasse a igualdade entre [...] seus membros, seria preciso que a

economia fosse solidária em vez de competitiva. [...] os participantes [...] deveriam cooperar

entre si em vez de competir”.

A população brasileira, em sua maioria, apresenta descendentes de africanos que

representam o maior contingente populacional fora da África. E, a população quilombola é

formada por negros que vivem juntos, possuem forte vínculo familiar e conservam suas

crenças e tradições culturais e religiosas. Assim cabe concordar com o dito por Katia Mattoso

(2003), historiadora grega, radicada na Bahia, que nos diz serem os quilombos e mocambos

uma forma de resistência coletiva, que combinava não apenas a fuga, mas a reorganização do

viver.

Em todo o território brasileiro podem-se encontrar quilombolas. Na Bahia, segundo

Hermes (2017 on-line) há “736 comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares, a

Bahia está no topo do ranking dos estados brasileiros com localidades reconhecidas como de

descendentes de quilombolas”.

Entre os quilombos existentes no Brasil, no Nordeste, na Bahia está a Comunidade

Quilombola Lagoa Grande, da qual faz parte o grupo Sabores do Quilombo. Essa comunidade

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está situada no semiárido baiano, lugar que como dizem Nunes, Santos e Barreto (2015, p.

184):

[…] é, sem dúvida, um dos roteiros principais, palco de batalhas e conquistas, portal

de entrada, transição, agreste, mas doce como umbu. Essa complexa realidade

postula uma identidade em cada município, em cada povoado, identidades próprias,

de resistências percebidas entre eles.

A Comunidade Quilombola Lagoa Grande está localizada no Distrito de Maria

Quitéria-Feira de Santana, no Território de Identidade Portal do Sertão-Bahia. O nome da

comunidade é atribuído a uma lagoa de aproximadamente 6 km, que existiu durante muitos

anos, a qual fornecia água para os habitantes do local e sua fauna de diversas espécies servia

como alimento para a população (MENDONÇA, 2014). Com o passar dos anos, porém, a

lagoa foi sendo degradada e o que existe atualmente é apenas um espelho d’água, porque o

solo não retém mais a água.

Quanto à origem dos quilombolas da Lagoa Grande, diz nos Mendonça (2014, p. 98)

que logo após a abolição da escravatura, entre os anos de 1900 a 1911,

Três irmãos, dentre eles Luís Pereira dos Santos, foram morar na Lagoa Grande.

Esses irmãos desbravaram o lugar, saindo das origens de Matinha dos Pretos e, após

se apossarem de uma parcela de terra propícia ao plantio e com água potável, eles

decidiram residir naquelas terras conhecidas por Lagoa Grande.

A Biblioteca Virtual Consuelo Pondé (on-line), no entanto, relata que a mudança

desses irmãos para o local se deu porque:

[...] certo fazendeiro que se havia apoderado das terras da Lagoa Grande - visto elas

serem terras devolutas ou da Igreja Católica do São José (por volta do 1900) –

solicitou-lhes que viessem da Matinha dos Pretos para "tomar conta" daquelas terras,

para virarem cuidadores da propriedade rural, e ali se instalaram e formaram suas

famílias.

Ainda na Biblioteca é relatado que com a construção da BR 116 Norte, a área contínua

das terras foi separada, modificando a dinâmica de relações entre comunidades de um lado e

do outro, isso, porém, se deu sem prejudicá-las. E,

Os vínculos simbólicos e de parentelas entre os territórios das comunidades

quilombolas Matinha e Lagoa Grande – as comemorações de nascimento e

falecimento, casamentos entre moradores de ambas as comunidades; a participação

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nas festas comunitárias; as celebrações religiosas e também as visitas aos parentes –

não acabaram.

Assim, antes da organização da comunidade de Lagoa Grande, alguns dos seus

moradores residentes nas localidades de Cerrado, Balagão e Candeal, resolveram se instalar

em Lagoa Grande para (re) construir suas famílias, uma vez que encontraram terra e água em

abundância (BIBLIOTECA..., on-line).

A história sobre o processo de acesso às terras da comunidade quilombola Lagoa

Grande é longa e extensa, por meio de luta pelo direito aos recursos naturais, como água, terra

e demais direitos sociais, pois os aspectos agrários e rurais persistem nas suas formas de

trabalho, como sujeitos do campo.

4 CONSIDERAÇÕES, AINDA NÃO FINAIS…

As considerações ainda não são finais porque, enquanto membro da equipe da IEPS e

autora deste artigo, estamos dando andamento às pesquisas bibliográfica e documental na

UEFS e na Comunidade Lagoa Grande. Cabe ressaltar que em roda de conversa com

mulheres da Comunidade Lagoa Grande já se percebe formas de encontro geracional quando

elas nos demonstram troca de saberes e atuam organizadas em produção associada, portanto,

realizamos um dos objetivos específicos aqui apresentados.

A UEFS, como abordamos anteriormente, por meio da IEPS, pautada na extensão e

pesquisa, tem em processo de incubação mulheres da comunidade quilombola lagoa grande –

grupo Sabores do Quilombo – as quais, pautadas na EPS, atuam com autogestão, produção e

comercialização de alimentos na Cantina do Modulo I do seu Campus.

Portanto, os próximos passos desta pesquisa serão, nos encontros com membros da equipe

multidisciplinar da IEPS/UEFS discutirmos formas para maior capacitação profissional e quanto à

atuação na economia popular e solidária das mulheres em estudo, após ouvi-las em roda de

conversa e entrevista para assim construirmos, coletivamente, estratégias de articulação e

compartilhamento de saberes orientados para melhoria de práticas produtivas, podendo então

darmos continuidade à pesquisa e em breve apresentarmos os resultados.

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