19
Farmácias portuguesas têm procura de espanhóis pelos preços mais baixos Migrações e as questões de saúde Vacina da Gripe: SNS distribui 1,2 milhões de doses grátis OUTUBRO2015 anos de proximidade 40

My Cooprofar Outubro 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista para profissionais de Saúde

Citation preview

Page 1: My Cooprofar Outubro 2015

Farmácias portuguesas têm procura de espanhóis pelos preços mais baixos

Migrações e as questões de saúde

Vacina da Gripe: SNS distribui 1,2 milhões de doses grátis

OUTUBRO2015

anos de proximidade40

Page 2: My Cooprofar Outubro 2015
Page 3: My Cooprofar Outubro 2015

OUTUBRO2015

PROXIMIDADE!

Continuamos a apostar no caminho da Proximidade. Esta tem sido a principal mensagem invocada ao longo de 2015, ano que marca os 40 anos da Cooprofar.A celebração desta data tem-se multiplicado em várias iniciativas, desde o início do ano, através de eventos de carácter cultural - que resultaram na inauguração de obras artísticas que retratam a essência e a história da empresa -, a atribuição de prémios aos clientes, o lançamento de campanhas direcionadas para a comunicação positiva e informativa das Farmácias ao utente, bem como, seminários abertos a clientes sobre temas mediáticos e pertinentes.Depois da abordagem em modo informativo e formativo ao tema «Contrafação e Venda Ilegal de Medicamentos» realizado em julho, o mês de outubro vai acolher mais uma ação estruturada pela Formação Cooprofar com o objetivo de elucidar a equipa da farmácia relativamente à área da Legislação Nacional sobre os Suplementos Alimentares.Mais iniciativas estão a ser desenhadas, até ao final do ano, no sentido de expressar a proximidade da Cooprofar ao Cliente.

EDITORIAL

O Período de vigência das Bonificações decorre entre 1 de Outubro a 31 de Outubro, inclusive.Os Preços indicados estão sujeitos a alterações de acordo e devido as condições de mercado.Os valores indicados estão corretos, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Administração e propriedade:

CooprofarRua José Pedro José Ferreira, 200 - 2104424-909 GondomarT 22 340 10 00F 22 340 10 [email protected]

Direcção:Celso Silva

Coordenação Editorial:Natércia Moreira

Produção Redactorial:Cooprofar

[email protected] 340 10 21

Design e Paginação:Creative Blue

Distribuição:Gratuita

Publicação:Mensal

Tiragem:1500 exemplares

Análise de mercado

Especial Saúde

Reportagem

Report

Novos

Cosmética e Higiene Corporal

Diagnóstico

Dispositivos Médicos

Éticos

Galénicos

Higiene Bebé

Higiene Oral

Homeopáticos

Interapothek

MNSRM Exclusivo Farmácias

Med. Vet. Suj. Rec. Médica

Med. Não Suj. a Rec. Médica

Nut. e Prod. à Base de Plantas

Nutrição Infantil

Parafarmácia

Puericultura

Químicos

Veterinária

Breves

04

07

14

17

18

18

20

20

21

26

26

26

26

26

26

26

27

29

30

30

30

30

30

31Celso SilvaDiretor Geral

anos de proximidade40

Page 4: My Cooprofar Outubro 2015

Medicamentos sem receita vendidos fora das farmácias há dez anosHá dez anos que os medicamentos sem receita médica podem ser vendidos fora das farmácias, mas fonte do setor considera que as grandes vantagens anunciadas para a medida nunca se concreti-zaram. “O preço dos medicamentos vendidos fora das farmácias aumentou 12% e apenas três cadeias de distribuição detêm 80% do mercado destes medicamentos vendidos fora das farmácias”, disse fonte de uma associação do setor. Estas duas situações demonstram que “as principais vantagens da medida não se con-cretizaram: a baixa de preço e a melhoria do acesso”. Esta asso-ciação do setor (ANF) sempre esteve contra a medida, alegando que as farmácias são a maior rede de acesso de medicamentos aos utentes. “Os preços dos medicamentos vendidos nas farmácias baixaram 30%, enquanto fora destes estabelecimentos aumenta-ram 12%”, acrescenta. A venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) para uso humano fora das farmácias foi permitida com a publicação do Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de

04

Portugueses pagam menos 300 milhões em medicamentos O Governo afirmou que os portugueses pagam atualmente “menos cerca de 300 milhões de euros em medicamentos”. O primeiro--ministro falava no encerramento de uma conferência sobre eco-nomia social. Pedro Passos Coelho recordou que há dias encontrou “uma senhora que estava muito aborrecida pelo facto de, sendo diabética, pagar muito pelos seus medicamentos”. “Eu na altura recordei-lhe que, por ser diabética, para tudo o que eram trata-mentos ligados à sua doença crónica, ela estava isenta de taxa moderadora e que os medicamentos que ela consome, em parti-cular se forem genéricos porque a quota de genéricos aumentou consideravelmente e nesse caso o preço ainda caiu mais do que na média dos outros medicamentos, ela pagaria muito menos pelos medicamentos que estava a consumir”, afirmou. O líder social--democrata defendeu, na sua intervenção, que o Governo deu uma resposta adequada à “emergência social”, sendo a parceria com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), “essencial para proteger aqueles que estão mais desprotegidos, que são as crianças, os mais velhos e as pessoas com deficiência”. Passos lem-brou que o Governo teve de pagar dívidas a essas IPSS. “Quando consulto, por dever de ofício, os programas de outras candidaturas nestas eleições, e vejo a desconfiança que destila nos comentários que fazem sobre as IPSS, espanto-me como é que é possível que, ao fim de 41 anos de democracia, pessoas que se querem afirmar na sociedade portuguesa como progressistas, solidárias, acham que podemos dispensar o trabalho daqueles que menos nas palavras e mais nos atos têm sido mais solidários no seu dia-a-dia para que os portugueses possam viver melhor”, argumentou.

Farmácias portuguesas têm procura de espanhóis pelos preços mais baixosSe há portugueses que vão a Espanha à procura de fármacos que não existem em Portugal, também há espanhóis que fazem o percurso inverso, aproveitando os preços mais baixos em vários medicamentos. É assim nas zonas fronteiriças, mas também nas grandes cidades. O presidente de uma associação do setor conta que na farmácia que dirige recebe dezenas de espanhóis à procura de remédios mais baratos. E há vários exemplos. Em Espanha, uma caixa de quatro comprimidos de Viagra custa 60 euros, enquanto em Portugal custa 43,42 euros. O Cialis custa menos 30 euros em Portugal. A pílula Harmonet apresenta uma diferença idêntica de 30 euros. As vacinas Prevenar e Varivax são outro fenómeno de procura face à diferença de preço. Cada dose da Prevenar custa 59,49 euros em Portugal e 76,34 euros em Espanha. “Em termos médios temos preços mais baixos que Espanha, não tenho dúvida sobre isso, mas pode haver casos esporádicos em que se verifica o contrário”, refere fonte do setor. A redução do preço dos medica-mentos em Portugal nos últimos anos e a diminuição da margem de lucro das farmácias – “40% mais baixa do que em Espanha”, diz uma associação do setor – explicam as diferenças. Em termos de preços de medicamentos, Portugal é atualmente o país de referên-cia para 13 países da Europa e para o Brasil, segundo o Infarmed.

/Análise de MercadoMY COOPROFAR

Crescimento face ao período homólogoCrescimento Mercado Agosto 2015 vs. mês homólogo

Jan

-5%

5%

-10%

1,7

4,2

7,5 7,5 7,2

2,72,2

4,7

10%

-15%

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Vian

a do

Cas

telo

5,5%4,6%

5,6%

7,0%

8,9%

6,4% 6,7%

-1,3%

7,4%

9,2%

5,7%

2,4%

6,7%

9,9%

7,2%7,6%9,0%

7,2%

10,3%

5,8%

7,9%

% 0

-2

2

-4

4

6

8

10

12

14

-6

-8

-10

Brag

a

Vila

Rea

l

Porto

Brag

ança

Avei

ro

Vise

u

Gua

rda

Coi

mbr

a

Cas

telo

Bra

nco

Leiri

a

Sant

arém

Porta

legr

e

Lisb

oa

Setú

bal

Évor

a

Beja

Faro

Mad

eira

Açor

es

Mer

cado

Tot

al

Page 5: My Cooprofar Outubro 2015

Indústria Farmacêutica pagou 62,5 ME ao Estado no primeiro semestre A Indústria Farmacêutica já entregou ao Estado, até junho deste ano, 62,5 milhões de euros. Grande parte deste valor, um total de 55,2 milhões de euros, é referente à contribuição para reduzir a despesa pública com medicamentos e advém do acordo esta-belecido entre o Governo e a Apifarma. No âmbito deste acordo, as empresas farmacêuticas tinham de pagar em 2015 quatro parcelas trimestrais, pelo que já foram recebidas as tranches de dois trimestres, garante o Ministério da Saúde. Estão abrangidas no acordo 68 empresas. As que não assinaram este protocolo têm de pagar uma taxa sobre as vendas dos medicamentos que varia entre os 2,5% e os 14,3%. No primeiro trimestre foram 120 as empresas farmacêuticas sujeitais a esta taxa, tendo rendido ao Estado 7,3 milhões de euros

agosto, tendo entrado em vigor a 15 de setembro desse ano. Dados do Infarmed, indicam que atualmente existem 1.035 locais de venda destes fármacos autorizados. Por número de embalagens, as substâncias ativas mais vendidas nestes espaços são o parace-tamol (15%), o ibuprofeno (5%), o diclofenac (5%), a clorofenamina com o paracetamol (4%) e o dexpantenol (3%). As restantes subs-tâncias representam 68% das embalagens vendidas. Questionado sobre o preço dos medicamentos vendidos fora das farmácias, o Infarmed referiu que os fármacos “cuja comercialização pode ser efetuada fora das farmácias estão sujeitos ao regime de preços livre, cabendo ao local que os vende estabelecer esse preço”. “Uma vez que o preço pode variar relativamente ao mesmo produto de estabelecimento para estabelecimento, não existem dados obje-tivos e concretos que permitam concluir que o preço destes pro-dutos seja mais barato ou mais caro nas farmácias ou nos locais de venda de MNSRM”, adianta o Infarmed. A ANF defende que a legislação que agora assinala dez anos seja “revisitada”, tendo em conta que as vantagens inicialmente anunciadas não se concreti-zaram. “É necessário revisitá-la [a lei] para levar a um aumento tecnicamente sustentado da concorrência e a melhoria do acesso”, afirmou fonte da associação.

Despesa com fármacos nos hospitais cresceu 17% A despesa pública com medicamentos vendidos nas farmá-cias está controlada, mas no meio hospitalar subiu nos pri-meiros cinco meses do ano. A despesa com medicamentos em meio hospitalar atingiu os 470 milhões de euros em Maio, um crescimento de 17% face ao mesmo período do ano anterior, mostram os dados do Infarmed. Apesar neste crescimento da despesa estão os medicamentos para o tratamento da Hepatite C. A própria Direção-Geral do Orçamento dava conta disso mesmo, na síntese da execução mensal de Julho, para explicar o aumento da despesa do SNS: “O aumento da des-pesa ficou a dever-se às compras de produtos farmacêuticos (4,3% em Julho face a Junho), resultado, maioritariamente, da introdução de novos medicamentos para a Hepatite c”, pode ler-se no boletim.

05

anos de proximidade40

Page 6: My Cooprofar Outubro 2015

06

SNS tem dívida de 484 milhões, o valor mais baixo de sempreA despesa pública com medicamentos vendidos nas farmácias está controlada, mas no meio hospitalar subiu nos primeiros cinco meses do ano. A despesa com medicamentos em meio hospitalar atingiu os 470 milhões de euros em Maio, um crescimento de 17% face ao mesmo período do ano anterior, mostram os dados do Infarmed. Apesar neste crescimento da despesa estão os medica-mentos para o tratamento da Hepatite C. A própria Direção-Geral do Orçamento dava conta disso mesmo, na síntese da execução mensal de Julho, para explicar o aumento da despesa do SNS: “O aumento da despesa ficou a dever-se às compras de produtos farmacêuticos (4,3% em Julho face a Junho), resultado, maiorita-riamente, da introdução de novos medicamentos para a Hepatite c”, pode ler-se no boletim.

Mercosul fará compra conjunta de medi-camentos e a criação de um banco de preçoscA compra conjunta tem como objetivo promover a ampliação da oferta de medicamentos de maneira mais económica e sustentável para os sistemas de saúde dos países que integram o Mercosul. Os preços cobrados para o mesmo medicamento pode ser até cinco vezes maior de um país para outro. O acordo prevê também a cria-ção de um banco de preços de medicamentos e produtos de saúde. O Brasil foi o país escolhido para liderar o processo, assinado tam-bém o acordo a Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Venezuela, Chile, Equador e Suriname. A expectativa é de que o processo de compras conjuntas tenha início, em outubro, e que, até o final deste ano, a aquisição já tenha sido concluída. Para isso, serão realizadas negociações entre a indústria farmacêutica e os representantes dos países. Cada país elegeu os seus medicamentos prioritários para a compra e, diante do acordo, definiram conjuntamente os medicamentos que serão adquiridos nas duas compras já previs-tas: em novembro deste ano e no primeiro semestre de 2016. Os países deverão realizar a aquisição por meio da Organização Pan-Americana da Saúde ou em conjunto com os sistemas nacionais. Outra medida importante será a criação de um banco de preços do Mercosul que reunirá detalhes sobre as compras de medicamentos e equipamentos realizados pelos ministérios da saúde da América do Sul.

Indústria Farmacêutica portuguesa interessada em exportar para o Panamá Cerca de três dezenas de empresas portuguesas participaram, em Lisboa e no Porto, em encontros de trabalho com o Ministro da Saúde do Panamá, tendo em agenda a exportação de medicamen-tos e serviços de saúde para aquele país. O Ministro da Saúde do Panamá, Francisco Javier Terrientes, realizou uma visita a Portugal durante a qual tem um encontro com o seu homólogo português, Paulo Moita de Macedo, e foi conhecer várias unidades fabris do setor dos medicamentos e de cuidados de saúde e participar em encontros com empresários portugueses. Os dois responsáveis governamentais assistiram à assinatura de um Plano Executivo para o desenvolvimento de ações de colaboração entre as auto-ridades do medicamento de ambos os países. O documento foi assinado por Eurico Castro Alves, presidente do Conselho Diretivo do Infarmed, e por Jenny Vergara, diretora Nacional de Farmácia e Drogas da República do Panamá. O Plano Executivo prevê a realização de várias ações de intercâmbio de caráter científico e formativo entre especialistas dos dois países, informou o Infarmed em comunicado. Nos últimos anos, as empresas farmacêuticas por-tuguesas têm vindo a reforçar a sua presença nos vários países da América Latina.

/Análise de MercadoMY COOPROFAR

Page 7: My Cooprofar Outubro 2015

/Especial SaúdeMY COOPROFAR

GRIPES E CONSTIPAÇÕES

Portugueses ignoram regras de “etiqueta respiratória”

A prevenção é a melhor maneira para evitar gripes e constipa-ções, mas os portugueses estão pouco informados: um em cada quatro não sabe como prevenir as infeções respiratórias. Entre 700 mil a um milhão de portugueses são afetados pela gripe sa-zonal. Todos os anos, a Direção-Geral de Saúde recicla o apelo para a vacinação contra a gripe e para a adoção de regras de “etiqueta respiratória”. Este mês, vamos falar sobre o fruto da época: GRIPES e CONSTIPAÇÕES. A resistência a antibióticos é outra tema a explorar.

SNS distribui 1,2 milhões de doses grátisA campanha da vacinação contra a gripe arranca no início de outubro, sendo gratuita para cidadãos com 65 e mais anos de idade, informou a Direção Geral da Saúde (DGS). Esta campa-nha vai decorrer durante todo o outono e inverno e a vacina é igualmente gratuita para as pessoas vulneráveis residentes ou internadas em instituições, sem necessidade de receita médica ou de pagamento de taxa moderadora. A DGS recomenda “fortemente” a vacinação “a pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunode-primidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas, bem como a profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, por exemplo, em lares de idosos”. Segundo a DGS, o Serviço Nacio-nal de Saúde (SNS) terá cerca de 1,2 milhões de doses de vacinas para distribuição gratuita. Na época gripal de 2014/2015 estive-ram disponíveis para distribuição gratuita 1.176.984 doses e, na época anterior, 1.150.861 doses.Apesar das campanhas de vacinação contra a gripe, um em cada quatro portugueses não sabe como prevenir as infeções respiratórias. Esta é a principal conclusão de um estudo recente que incidiu sobre as atitudes e conhecimentos dos portugueses. O presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia consi-derou “um pouco estranho” o resultado do estudo, face a “to-das as campanhas que têm sido feitas”. Carlos Robalo Cordeiro mostrou-se ainda preocupado e lembrou que “há todos os anos mais de mil óbitos relacionados com as gripes sazonais”. A gri-pe sazonal afeta entre 700 mil a um milhão de portugueses to-dos os anos. Por isso, Robalo Cordeiro lembrou que a vacina é recomendada para os doentes crónicos, mais velhos e para as crianças com risco de doenças respiratórias. Numa altura em

que as temperaturas começam a baixar, há outros cuidados que não devem ser esquecidos, como regras mínimas de higiene, “evitar diferenças de temperaturas” e “beber bastantes líquidos”, alertou. O tabaco é apontado como a principal causa para as infeções respiratórias, mas as alergias, mudanças no tempo e exposição a ambientes de risco, como os hospitais, são outras das causas identificadas neste estudo.

“A DGS recomenda “forte-mente a vacinação “a pes-

soas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas, profissio-

nais de saúde e outros pres-tadores de cuidados…”

07

Page 8: My Cooprofar Outubro 2015

0808

/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Atacam nas estações mais frias e são ambas são muito contagio-sas. Quer a gripe, quer a constipação são causadas por vírus (ain-da que diferentes) e têm uma alta incidência sobre a população. O quadro de sintomas da constipação não é tão intenso como o da gripe. Tosse, o nariz obstruído, cansaço apesar de terem um denominador comum – o sentimento de mal-estar generalizado –, estas patologias são distintas. “A gripe pode desenvolver outras complicações, o que não acontece com a constipação”, alerta Ce-cília Longo, pneumologista.

GRIPEComo se transmite?O vírus influenza transmite-se facilmente pelo ar ou pelo con-tacto com superfícies contaminadas. Por isso, as medidas do plano de contingência para a Gripe A devem ser mantidas: lavar regularmente as mãos, cobrir a boca ao tossir (com o antebraço) e isolar-se no período de contágio.

Os primeiros sinaisUma gripe não complicada começa com cefaleias, febre, tosse, odinofagia (deglutição dolorosa), mialgias com a duração do período de incubação, ou seja, de três a cinco dias. Se apresen-tar estes sintomas e mais de 39 graus de febre deve consultar o médico de família, sobretudo se se sentir demasiado prostrado.Como prevnir?A principal medida de prevenção da gripe é a vacinação que deve ser repetida anualmente sobretudo pelos grupos de risco: crianças, idosos e doentes crónicos. “Todas as pessoas com do-enças respiratórias têm indicação para fazer a vacina”, adverte a DGS. Durante o período em que está doente, ninguém deve ser vacinado.

Como tratar?O tratamento da gripe deve ser individualizado e indicado por um especialista. Uma gripe pode conduzir a complicações pul-monares (pneumonia), e cardíacas, sobretudo em grupos vulne-ráveis, como as pessoas com asma, doença pulmonar obstruti-va crónica, doenças cardíacas e os diabéticos. Habitualmente, a gripe é tratada com medicamentos para o alívio dos sintomas (analgésicos, antipiréticos, descongestionantes nasais, etc). Os antibióticos são ineficazes contra a infeção viral mas podem ser prescritos se surgir uma infeção bacteriana secundária à gripe. Existem atualmente medicamentos inibidores da neuraminida-se, que bloqueiam a multiplicação dos vírus responsáveis pela gripe. Desta forma consegue-se suspender a rápida proliferação do vírus e controlar a doença. Os tratamentos de cada pessoa devem ser individualizados e conduzidos por profissionais de saúde.

Gripe Versus

Constipação

Page 9: My Cooprofar Outubro 2015

0909

/Especial SaúdeMY COOPROFAR

CONSTIPAÇÃOComo se transmite?A constipação é uma doença vírica do aparelho respiratório su-perior, habitualmente auto-limitada. Vários tipos de vírus podem estar implicados, dependendo do grupo etário e da época do ano. A transmissão faz-se por gotículas que contêm os vírus e que são libertadas pelo doente ao respirar, tossir ou espirrar.A constipação é uma doença vírica do aparelho respiratório su-perior, habitualmente auto-limitada. Vários tipos de vírus podem causar implicados, dependendo do grupo etário e da época do ano. A transação faz-se por gotículas que contêm os vírus e que são libertadas pelo doente ao respirar, tossuir ou respirar

Os primeiros sinaisApesar de afetar o nariz e a garganta, ao nível de sintomatologia, as pessoas constipadas não têm febre nem dores no corpo. Estas são as principais diferenças entre as duas patologias.

Como prevenir?Em geral, a prevenção das doenças víricas passa pela existência de um sistema imunitário competente – sistema de defesa do or-ganismo – e no caso particular da constipação deve evitar-se o contacto com ar ou lenços contaminados.

Como tratar?A constipação deve ser tratada com um antipirético para alívio dos sintomas. Quem tem uma constipação vulgar não tem neces-sariamente de ir ao médico a menos que surja uma complicação, como uma infeção secundária bacteriana (por exemplo: nos seios perinasais, ouvidos), advertem os pneumologistas, acrescentando que, nestes casos, será necessária a realização de um diagnóstico diferencial.

Constipação• Rara experiência de febre, caso exista, suave• Raramente causa dores de cabeça• Por vezes causa dores ligeiras• Fadiga suave• É pouco comum a exaustão extrema• Nariz entupido é comum• Espirros frequentes• Garganta inchada• Desconforto peitoral moderado• No máximo, pode levar a sinusite, congestão ou a dores de ouvidos

Gripe• Sempre acompanhada de febre alta• Dores de cabeça proeminentes• Dores severas corporais e das articulações• Fadiga e cansaço que pode durar até três semanas• Sensação de exaustão nos primeiros dias• Rara experiência de nariz entupido• Rara ocorrência de espirros• Garganta inchada pouco comum• Desconforto peitoral severo• Pode evoluir para bronquite ou pneumonia, que são doenças perigosas

PREVENÇÃO:

1. Evitar as aglomerações em lugares fechadosOs ambientes fechados e lugares com muito fluxo de pesso-as, como os centros comerciais, salas de espectáculos ou es-tádios e transportes públicos, aumentam as possibilidades de contágio, pelo que convém evitá-los.

2. Cuidado com os ambientes extremos ou mutáveisApesar de o frio favorecer as infeções virais, não é o único elemento desencadeante. As mudanças bruscas de tempe-ratura, como as que ocorrem ao passar de zonas climati-zadas (no carro ou lugares fechados) para as condições naturais do ar livre, bem como as condições exageradas de secura ou humidade, favorecem a proliferação de vírus no ambiente e uma maior vulnerabilidade das nossas membra-nas aos seus ataques.

3. Manter uma boa higiene Lavar as mãos frequentemente e, em especial, depois de es-tar em contacto ou cumprimentar uma pessoa que possa estar infetada. Tentar não tocar nos olhos, nariz ou boca se não tiver antes oportunidade de as limpar convenientemen-te, já que o vírus pode chegar até si, após tocar em objetos contaminados. Se não tiver água, utilize um desinfetante de mãos (sem enxaguar).

4. Tomar precauções perante pessoas infetadas Quando o inimigo está em casa, limpar e desinfetar com fre-quência as superfícies onde a pessoa constipada ou engri-pada tocou, como as maçanetas das portas, os corrimãos das escadas, as mesas ou copos. Evitar partilhar toalhas, loiças e utensílios e, sobretudo, não tocar nos seus lenços, um autêntico viveiro de vírus. Os beijos, ou partilhar o mes-mo alimento também não são recomendáveis porque o con-tacto é mais direto.

Page 10: My Cooprofar Outubro 2015

10

/Especial SaúdeMY COOPROFAR

Campanha de vacinação da gripe alerta para redução de internamentos e mortalidadeA campanha de vacinação da gripe vai contar este ano com um milhão de doses, mas a Direção Geral de Saúde diz que este número pode aumentar se houver necessidade, perante o tipo de vírus que vai circular este inverno. Pretende-se que 60% dos idosos sejam vacinados, mantendo-se pelo segundo ano, a gratuitidade da vacina neste grupo etário, sem necessidade de re-ceita médica ou de pagamento de taxa moderadora. Graça Freitas, da Direção-geral de Saúde, diz que com a vacinação que arranca a 1 de outubro há mais vantagens, pois reduz-se o impacto na mortalidade e nos internamentos. A partir de outubro, as vacinas estarão também disponíveis nas farmácias mediante receita médica e com comparticipação, devendo as receitas prescritas ter uma validade alargada.

Na época das Gripes e Constipações costumam aumentar, tam-bém, os casos de infeção respiratória/pulmonar fazendo dispa-rar a prescrição de antibióticos. O uso excessivo e inapropriado desta terapêutica é apontado como a causa principal do aumen-to da resistência das bactérias. No entanto, um estudo recente revela que os médicos portugueses estão a prescrever menos antibióticos de largo espectro.

O que é afinal a resistência aos antibióticos?A resistência microbiana é a capacidade que os microrganismos têm de se multiplicar na presença de concentrações de antibióti-cos mais altas do que as doses terapêuticas dadas ao homem. É um fenómeno biológico de adaptação natural das bactérias que se segue à introdução de agentes antimicrobianos na prática clí-nica. O uso desmedido e irracional de antibióticos tem contribu-ído para o aumento deste problema.

ANTIBIÓTICOS: MÉDICOS PRESCREVEM MENOS

“O uso desmedido e irracional de antibióticos tem contribuído para o aumento deste problema.”

Porque é que as bactérias se tornam resistentes?As bactérias apresentam uma enorme capacidade de adapta-ção ao meio ambiente, podendo tornarem-se resistentes a de-terminado antibiótico de várias formas. As mutações genéticas ocorrem com frequência e levam a que uma bactéria se torne resistente ao antibiótico administrado. O fenómeno de resistên-cia também ocorre devido a troca de material genético das bac-térias entre si. Quando um antibiótico atua sobre um grupo de bactérias, as mais suscetíveis serão eliminadas mas um pequeno grupo poderá sobreviver e proliferar, formando assim uma nova colónia de bactérias resistentes. Estas alterações levam a que as novas estirpes de bactérias deixem de ser afetadas por aquele antibiótico específico. O uso repetido e inadequado de antibió-ticos é a principal causa do aumento das bactérias resistentes

Há as bombas e as setas…Especialistas recorrem a uma metáfora para que se perceba que nem sempre o seu uso é adequado – dizendo que a quinolona é como se fosse “uma bomba atómica” que tudo mata, sem crité-rio, as bactérias que causam infecção mas também “as bactérias boas, que temos na pele no tubo digestivo, acerta em tudo”; já a boa prescrição médica deve preferir usar armas mais certeiras, como “balas ou setas, dirigidas a um tipo de bactérias”.Um dos fatores que terão contribuído para a redução na pres-crição de quinolonas foi a criação “de equipas de apoio à pres-crição de antibióticos” nas unidades de saúde (constituídas por

Page 11: My Cooprofar Outubro 2015
Page 12: My Cooprofar Outubro 2015

12

/Especial SaúdeMY COOPROFAR /Especial SaúdeMY COOPROFAR

Resistência é ameaça tão grande como terrorismo ou alterações climáticasA diretora-geral de saúde britânica, Sally Davies, defendeu re-centemente que a crescente ineficiência dos antibióticos é “ca-tastrófica” e global, uma ameaça tão grande como terrorismo ou alterações climáticas que deve ser encarada pelo G8 (agora G7) e a Organização Mundial de Saúde. A resistência cada vez maior das bactérias aos medicamentos existentes é “uma bom-ba relógio”, não apenas para o Reino Unido, mas para todo o mundo, disse a professora universitária Sally Davies. “Temos de trabalhar com todos para nos assegurarmos de que o cenário apocalítico de resistência antibiótica generalizada não se torna numa realidade”, adiantou. Caso os seres humanos percam a possibilidade de combater infeções, intervenções cirúrgicas de rotina podem tornar-se letais dentro de 20 anos. Davis sugere a inclusão da resistência a antibióticos no registo nacional de ameaças britânico, que também inclui “ataques terroristas ca-tastróficos e outras emergências civis”. “Esta ameaça é indiscu-tivelmente tão importante para o mundo como as alterações climáticas”, adiantou. Segundo Davies, há “um vazio de desco-bertas” no campo dos antibióticos desde 1987 e as doenças têm evoluído mais rapidamente do que os medicamentos para as tratar.

Fonte: sapo.saude.pt / Direção-Geral de Saúde/ Roche/ Pharma/Cell

uma a três pessoas), afirma. Sempre que um médico receita, por exemplo, uma quinolona é lançado um alerta informático. Cada caso deverá ser analisado no sentido de perceber se há alter-nativas, se se pode reduzir o número de dias em que é prescrito, explica. O objetivo é que estas equipas passem a existir em todos os hospitais e Agrupamentos de Centros de Saúde.Também medidas de higiene, como a lavagem das mãos que im-plicam, por exemplo, que, após o contacto com cada doente, o profissional de saúde tenha que lavar ou desinfectar as mãos, para evitar ser portador de bactérias, estão a ser intensificadas desde 2009. Portugal está no grupo dos 10 países europeus onde mais se consome antibióticos fora do hospital, está em sétimo lugar em 27. Um dos problemas detetados é a nível hospitalar. Portugal tem uma taxa de consumo de antimicrobianos em meio hospi-talar de 45,4%, muito acima da média comunitária, de 32,7%.

“Portugal está no grupo dos 10 países europeus onde mais se consome antibióticos fora do hospital”

Page 13: My Cooprofar Outubro 2015

anos de proximidade40

Page 14: My Cooprofar Outubro 2015

14

/Especial SaúdeMY COOPROFAR /Especial SaúdeMY COOPROFAR

MIGRAÇÕES E QUESTÕES DE SAÚDE…

Quais são os problemas de saúde comuns dos refugiados e mi-grantes que chegam à região europeia?Os problemas de saúde de refugiados e migrantes são seme-lhantes aos do resto da população, embora alguns grupos po-dem ter uma maior prevalência. Os problemas de saúde mais frequentes de migrantes recém-chegados incluem lesões aci-dentais, hipotermia, queimaduras, eventos cardiovasculares, complicações com a gravidez e em matéria de entrega, dia-betes e hipertensão. As mulheres migrantes frequentemente enfrentam problemas específicos, particularmente na saúde materna, neonatal e infantil, saúde sexual e reprodutiva e vio-lência. A exposição dos migrantes para os riscos associados a movimentos de população - distúrbios psicossociais, problemas de saúde reprodutiva, maior mortalidade neonatal, abuso de drogas, distúrbios nutricionais, alcoolismo e exposição à vio-lência - aumentar a sua vulnerabilidade a doenças não trans-missíveis (DNT). A questão-chave no que diz respeito a doenças não transmissíveis é a interrupção do atendimento, seja devido à falta de acesso ou para a dizimação dos sistemas de cuidados de saúde e prestadores; deslocamento resulta em interrupção do tratamento contínuo que é crucial para condições crónicas.

Os migrantes contribuem para a propagação de doenças trans-missíveis?Apesar da percepção comum de uma associação entre migra-ção e importação de doenças infecciosas, não existe uma as-sociação sistemática. As doenças transmissíveis estão associa-das principalmente com a pobreza. Os migrantes muitas vezes vêm de comunidades afetadas pela guerra, conflito ou crise económica e realizar longas jornadas extenuantes, que aumen-tam os riscos de doenças que incluem doenças transmissíveis, particularmente o sarampo e doenças transmitidas pela água e alimentícios. A Região Europeia tem uma longa experiên-cia de doenças transmissíveis, como a tuberculose (TB), HIV /

AIDS, hepatite, sarampo e rubéola e reduziu significativamente a sua carga durante o desenvolvimento económico, através de uma melhor habitação, água potável e saneamento, sistemas de saúde eficientes, vacinas e antibióticos. Estas doenças têm, contudo, não foram eliminados e ainda existem na região euro-peia, independentemente da migração. Isto também é verdade de doenças transmitidas por vetores na zona do Mediterrâneo, como a leishmaniose, com surtos relatados recentemente na República Árabe Síria. Leishmaniose não são transmitidos de pessoa para pessoa e pode ser tratada eficazmente. O risco para a importação de agentes infeciosos exóticas e raras na Europa, como o vírus Ébola, Marburg e Lassa ou Médio Oriente síndro-me respiratória (MERS), é extremamente baixo. A experiência tem mostrado que, quando ocorre a importação, que envolve os viajantes regulares, turistas ou profissionais de saúde, em vez de refugiados ou migrantes.

Tuberculose Risco dos migrantes por ser infetado ou o desenvolvimento de tuberculose depende: a incidência de tuberculose no seu país de origem; as condições de vida e trabalho no país de imigração, incluindo o acesso a serviços de saúde e proteção social; inde-pendentemente de terem estado em contacto com um caso in-feccioso (incluindo o nível de infecciosidade e quanto tempo eles respiravam o mesmo ar); ea forma como eles viajaram para a Europa (o risco de infeção é maior em espaços mal ventilados). As pessoas com formas graves de tuberculose infecciosa muitas vezes não são atos para viajar. A incidência de tuberculose nos países de origem varia de tão baixo quanto 17 casos novos por 100.000 habitantes na República Árabe Síria para 338 na Nigé-ria. A taxa média de TB na Região Europeia é de 39 por 100 000 habitantes. TB não é facilmente transmissível, e doença ativa ocorre em apenas uma parte dos infetados (de 10% de risco de vida para 10% ao ano em pessoas HIV-positivas) e dentro de

Page 15: My Cooprofar Outubro 2015

MIGRAÇÕES E QUESTÕES DE SAÚDE…

Page 16: My Cooprofar Outubro 2015

/ReportagemMY COOPROFAR

alguns meses ou alguns anos após a infeção. TB não é muitas vezes transmitida de migrantes para a população residente por causa do contacto limitado.

Hepatite: Reforçar programas de prevençãoOs sistemas de saúde devem reforçar os programas de preven-ção e cuidados da hepatite viral. Vários países da região eu-ropeia da OMS vacinar somente grupos de alto risco contra a hepatite B, contrariamente à recomendação da OMS para intro-duzir a vacinação universal de recém-nascidos, que é a manei-ra mais eficaz de prevenir a transmissão de mãe para filho. Os fatores sociais, económicos e políticos nos países de origem e destino de migrantes influenciar os riscos de infeção com o HIV e vírus da hepatite. Estes incluem a pobreza, a separação de um cônjuge, normas sociais e culturais, as barreiras linguísticas, as condições de vida precárias e condições de trabalho explorado-ras, incluindo a violência sexual. Isolamento e estresse podem levar migrantes a se envolver em comportamentos de risco, o que aumenta o risco de infeção. Este risco é agravado pela falta de acesso a serviços e medo de ser estigmatizado HIV. As mulhe-res migrantes podem ser particularmente vulneráveis. Alguns países da Europa não fornecem serviços de HIV para pessoas de estatuto jurídico incerto, que pode incluir migrantes. OMS apoia as políticas para fornecer serviços de teste, prevenção e tratamento do HIV independentemente do estatuto legal dos migrantes. Teste de HIV obrigatório é aplicado a imigrantes em alguns países; OMS e do Centro Europeu de Prevenção e Con-trolo das Doenças recomendo fortemente contra o teste de HIV obrigatório para os migrantes, mas apoiar oferta de rotina do teste rápido HIV e articulação para o tratamento e cuidados do HIV. Da mesma forma, o rastreio voluntário de migrantes para hepatite viral tem sido mostrado para ser eficaz em termos de custos. Alguns países temem que permitir que os requerentes de asilo HIV-positivos para introduzir seus países resultaria em um número esmagador de pedidos de tratamento ou que um afluxo de requerentes de asilo ou refugiados que vivem com o HIV seria uma ameaça substancial de saúde pública. Ambas as preocupações são contrárias à prova e não têm nenhuma base saúde moral, legal ou pública.

A resistência anti-microbianaO conhecimento sobre os padrões de resistência antimicrobiana que são predominantes no país de um migrante ou região de ori-gem e no país beneficiário é importante para o tratamento. De preferência, os pacientes devem ser testados, para que os mé-dicos possam tomar decisões informadas sobre o tratamento individual. Isto requer acesso a sistema de saúde do país de aco-lhimento. Privar os migrantes do acesso ao sistema de saúde pode resultar em falta de acesso aos antimicrobianos apropria-dos. Isto não irá beneficiar o paciente e pode induzir resistência em microorganismos que são expostas a eles.

Alimentação e doenças transmitidas pela águaÉ importante evitar a prevenir o desenvolvimento de doenças por transmissão alimentar e hídrica entre os migrantes, espe-cialmente durante a sua estadia em campos, onde eles podem

facilmente atingir proporções epidémicas, especialmente em acampamentos improvisados de migrantes. Informações sobre práticas seguras de manipulação de alimentos, tais como cinco chaves da OMS para alimentos mais seguros, devem ser divul-gados. Acesso a seguro de água potável é fundamental para a prevenção de doenças transmitidas pela água e alimentícios e avaliações completas de água e saneamento deve ser realiza-da nas fronteiras e centros de acolhimento. Estes devem incluir o estabelecimento de um suprimento de emergência de água (embalados ou água-tanque) e tratamento de água, desinfeção, armazenamento e distribuição. As autoridades locais devem monitorizar a qualidade da água e fazer instalações de lava-gem das mãos e sabão suficientes disponíveis perto das casas--de-banho. Embora o Manual Esfera recomenda um vaso sani-tário para não mais de 20 pessoas em situações de emergência, isso não pode ser respeitado na maioria das circunstâncias: 10 banheiros estão disponíveis para os milhares de migrantes que chegam diariamente no centro de recepção em Gevgelija, no sul da Macedónia, bem como, a situação em o centro de recepção sérvio não é melhor.

Estão os países da Europa adequadamente preparados para responder aos desafios de Saúde Pública de grande migração?Os sistemas de saúde nos países que recebem os migrantes es-tão bem equipados e com experiência para diagnosticar e tratar comum infeciosas e doenças não transmissíveis; eles também devem estar preparados para prestar tais cuidados de saú-de aos migrantes. Sob o Regulamento Sanitário Internacional (2005), todos os países devem ter uma vigilância eficaz de do-enças e sistemas de informação, manifestação capacidade de investigação e gestão de processos e capacidade de resposta. No caso de um agente infeccioso rara exótica ser importados, a Europa está bem preparada para responder, como mostrado ao longo dos últimos 10 anos com casos importados de febre de Lassa, doença do vírus Ébola, Vírus de Marburg e MERS, devido à boa capacidade laboratorial, instalações de tratamento equi-pados com enfermarias de isolamento, uma força de trabalho de saúde treinado e um sistema de rastreamento de contacto. Embora devamos permanecer vigilantes, isso não deve ser o nosso foco principal.Respondendo rapidamente e eficientemente para a chegada de grandes grupos de pessoas do exterior requer uma coordenação eficaz e colaboração entre e dentro dos países, bem como entre os setores. Uma boa resposta aos desafios enfrentados pelos grupos de migrantes requer uma boa preparação: preparação é a base para a construção de uma capacidade adequada a mé-dio e longo prazo, que exige dados robustos epidemiológicos e inteligência migração, planejamento cuidadoso, treinamento e, acima de tudo, a adesão aos princípios dos direitos humanos. Definição de cenários de contingência para enfrentar adequa-damente o grande fluxo atual ou potencial dos migrantes em um país vai melhorar a coordenação entre os numerosos inter-venientes envolvidos, melhorar a resiliência e evitar o sofrimen-to do sistema de saúde.O acesso de grupos vulneráveis, como crianças pequenas para cuidado agudo de condições comuns e graves deve ser assegu-

16

Page 17: My Cooprofar Outubro 2015

17

/ReportMY COOPROFAR /ReportagemMY COOPROFAR

No âmbito da comemoração dos 40 anos da Cooprofar e, no seguimento das várias iniciativas promovidas ao longo do ano, o mês de outubro, acolhe mais uma ação estruturada pela For-mação Cooprofar com o objetivo de elucidar a equipa da far-mácia relativamente à área da Legislação Nacional sobre os suplementos alimentares.

«Suplementos Alimentares e Assuntos Regulamentares» é en-tão o tema da ação de formação que a Cooprofar promove, de forma gratuita, junto das farmácias na expectativa de que pos-sam aprofundar as competências nesta área.

Como se desenvolve um suplemento alimentar? Como se colo-ca um suplemento alimentar no mercado português? Exigên-cias na rotulagem dos suplementos alimentares; Vigilância em suplementos alimentares e possíveis interações entre os suple-mentos e os medicamentos são alguns dos conteúdos progra-máticos a explorar no curso.

A palestra será conduzida por Vasco Manuel Teixeira – farma-cêutico, médico dentista e especialista em farmacoepidemio-logia – docente convidado para várias ações de formação da Cooprofar, sendo um orador carismático entre os formandos.

Comemoração dos 40 anos de proximidade

Cooprofar convida farmácias para ação sobre Suplementos Alimentares e Assuntos Regulamentares

rado, devido ao facto de a saúde das crianças poder deteriorar--se rapidamente se elas não tiverem o cuidado adequado. Sem-pre que necessário, os profissionais de saúde devem aprender a detetar e tratar doenças transmissíveis que elas não costumam ver. Além disso, eles devem reforçar a sua preparação para se comunicar com os estrangeiros que falam línguas diferentes e são de diferentes origens culturais (através de serviços de inter-pretação ou outros meios). Atendimento de alta qualidade para grupos de migrantes não pode ser assegurada por sistemas de saúde sozinho. Os determinantes sociais da saúde, como edu-cação, emprego, segurança social e habitação, todos têm um impacto considerável sobre a saúde dos migrantes.

OMS: Doenças não-contagiosas são os novos desafios globais de saú-deO planeta está a enfrentar desafios globais de saúde sem pre-cedentes com as doenças não contagiosas a ultrapassarem, na maioria dos locais, as doenças contagiosas como principais causas de morte, segundo a Organização Mundial de Saúde. Uma situação, que segundo a OMS, é agravado por novos fato-res de pressão como populações mais envelhecidas, os desafios da crescente e rápida urbanização e “uma significativa popula-ção móvel e migrante”.Na reunião que decorreu em setembro, os delegados presen-tes analisaram questões como o consumo do tabaco, doenças contagiosas, doenças tropicais e prevenção da tuberculose. O encontro debateu ainda uma gama variada de assuntos rela-cionados como as respostas a desastres, prevenção de contá-gios, combate a doenças tropicais e ao sarampo, poliomielite e rubéola, bem como esforços para a prevenção da tuberculose e de várias formas de cancro. Resistência a antibióticos e estraté-gias para a implementação de cobertura alargada dos sistemas de saúde estarão igualmente em debate.

Fonte: World Health Organization

Page 18: My Cooprofar Outubro 2015

problemas de visão1 em 5 criançasA Sociedade Portuguesa de Oftal-mologia alertou para a existência de «uma grande percentagem» de crianças em idade escolar com dé-fices da função visual, que podem interferir com as capacidades de aprendizagem, realçando a impor-tância da deteção precoce. Entre as doenças que mais afetam as crianças, estão os erros refrativos, a ambliopia e o estrabismo.

hospitais do Portolíderes no ranking da saúdeCom poucas horas de diferença, dois rankings com critérios dis-tintos colocaram os hospitais do Norte entre as melhores unidades públicas do país. Num dos traba-lhos, da consultora multinacional espanhola Iasist, o grande vence-dor foi de novo o Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo Antó-nio), entre os seis maiores centros hospitalares do país.

tuberculosefim da vacinação?Portugal estuda fim da vacinação de bebés contra a tuberculose A Direção-Geral da Saúde está a estudar a hipótese de deixar de vacinar todos os bebés contra a tuberculose. Uma mudança de es-tratégia que tem a aprovação da Organização Mundial de Saúde e que foi já tomada pela maior parte dos países europeus para ajudar a resolver o problema da falta de va-cinas da BCG.

sensor avisa médicos não.-toma de medicamentoSe um paciente parar de tomar a medicação que lhe foi prescrita, um sensor incorporado nos me-dicamentos e que é ingerível vai avisar os médicos. O sensor em causa, criado pela norte-america-na Proteus, está inserido nos medi-camentos e que depois de ingerido envia um sinal ao sistema que lhe está associado, o que permite a um médico saber se a medicação foi tomada, ou não. Contudo, antes de a informação chegar ao médico é enviada para o smartphone do pa-ciente que depois autoriza o envio dos dados ao clínico.

HIVeficácia de medicamentoO medicamento PrEP, que previne a contração do HIV, foi alvo dos primeiros testes empíricos. Uma equipa de investigadores estudou o efeito do medicamento em 650 pessoas e os resultados foram po-sitivos.

antipilético portuguêsEUA aprovam O antiepiléptico da BIAL, o pri-meiro medicamento de patente e investigação portuguesa, foi apro-vado pela reguladora do mercado farmacêutico norte americano, a Food and Drug Administration (FDA), para comercialização em monoterapia nos Estados Unidos, país que representa cerca de 50% do mercado mundial da epilepsia.

proteínadoenças cardiovascularesUma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desco-briu que uma proteína, a conexi-na43, especializada na comunica-ção entre células vizinhas, existe também nos exossomas (vesículas extracelulares), que podem funcio-nar como uma forma de comuni-cação entre células distantes e “um sistema de controlo de qualidade, através do qual as células podem libertar conteúdos indesejados ou potencialmente tóxicos”.

potássiosaúde do coraçãoO aumento do consumo de po-tássio, de acordo com os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde, pode ajudar a reduzir a pressão arterial em in-divíduos não medicados para a hipertensão, podendo ainda cons-tituir um benefício a nível de cus-tos, retardando ou mitigando o problema.

biologia molecular mais um passo para fármacos efi-cazesCada novo fármaco pode demorar uma dezena de anos desde os pri-meiros estudos até chegar ao bal-cão das farmácias. Pelo caminho ficam várias moléculas, tentativas que não resultaram, ensaios clíni-cos que não correram como espe-rado.

antidepressivosconsumo cresce nas mulheres Os portugueses estão a consumir mais medicamentos antidepressi-vos, principalmente as mulheres e com mais de 65 anos, de acordo com um estudo da consultora IMS Heal-th. Em relação aos antidepressivos e estabilizadores de humor, foram vendidos nos primeiros seis meses do ano 4.022.626 unidades destes medicamentos: mais 95.981 unida-des do que em 2014 e mais 303.380 do que em 2013. São as mulheres quem mais consome estes fármacos.

pneumonia doença que mais mata em PortugalA pneumonia é a doença pulmo-nar que mais mata em Portugal, ao contrário dos restantes Estados--membros da União Europeia onde é o cancro do pulmão a principal causa de óbito, segundo o Euros-tat. O cancro do pulmão foi a do-ença que mais mortes causou na UE (40%).

fármacossaber tomarExistem por vezes dúvidas sobre a melhor maneira de tomar um medicamento e muitos hábitos po-dem não só interferir na eficácia do medicamento, como também pre-judicar seu organismo. O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de todos os tipos de me-dicamentos é a água. Isso porque alguns medicamentos têm seu efeito prejudicado, quando ingeri-dos com sumos, leite, refrigerantes, chás, café ou álcool que podem aumentar ou diminuir sua eficácia.

Infarmed alertamedicamentos falsificadosDepois de a Cooprofar ter lançado a campanha junto das farmácias “A compra de medicamentos onli-ne pode matar. Quer arriscar?”, a autoridade nacional do medica-mento lançou uma campanha de alerta também para os perigos do consumo de fármacos falsificados, como os comprados através da in-ternet. Sob o lema “Medicamentos online: sabe realmente o que está a comprar?”, a campanha, promo-vida pelo Infarmed é desenvolvida no âmbito do programa europeu Fakeshare, no qual Portugal é re-presentado por esta entidade.

vitamina C eficaz em desportistasDesta vez a sabedoria popular não tem razão e a vitamina C não evita constipações e gripes. A não ser que se pratique atividade física com frequência. Esta é a conclusão de 29 estudos científicos realizados e que indicam as propriedades da vitamina C não interfere – seja a curto ou longo prazo - com a mo-lécula afetada pelo vírus da gripe.

antibióticosprimeira opção não“No regresso às aulas, as infeções das vias aéreas são a razão mais frequente da procura de acon-selhamento junto dos pediatras. Para tratar este tipo de infeções esclarecem: “Atualmente já estão disponíveis no mercado português, vários medicamentos eficazes e bem tolerados no tratamento de infeções virais e antibacterianas e em breve vão surgir novas opções com várias ações terapêuticas que, ao contrário dos antibióticos, não induzem resistência, pelo que de-verão ser a primeira opção para estes casos”.

meningite Bsuspeitas de reações adversas O Infarmed lembra que as notifi-cações não implicam uma relação entre a toma do medicamento e a reação. A Sociedade Portuguesa de Pediatra diz que a vacina é se-gura e aconselha a toma.

31

anos de proximidade40

Page 19: My Cooprofar Outubro 2015