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N° 08 – Dezembro / 2017
Sobre o BOLETIM DE FINANÇAS PÚBLICAS
A Série Boletim de Finanças Públicas, disponibilizada pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), apresenta de forma sucinta, o comportamento das finanças públicas cearenses dos últimos doze meses, podendo ser utilizado como uma referência na tomada de decisão tanto de agentes públicos como privados.
É ainda um instrumento de consulta para os cidadãos cearenses e outros interessados na situação das contas públicas do Estado do Ceará. Sua frequência é bimestral, o que permite um acompanhamento contínuo e pormenorizado das finanças públicas estaduais.
Para essa análise foram utilizados dados constantes no sistema S2GPR e todos os valores foram atualizados pelo IPCA do último mês considerado. Para essa análise foram utilizados dados constantes no sistema S2GPR e todos os valores foram atualizados pelo IPCA do último mês considerado.
O Boletim será normalmente dividido em cinco blocos, sendo o primeiro destinado a um sumário executivo, o segundo às notas metodológicas, o terceiro à análise das receitas, o quarto às despesas e o quinto a uma breve descrição do cenário nacional, que é um importante condicionante da economia estadual. Além dessas divisões, de acordo com a disponibilidade dos dados, a cada dois meses será adicionado um bloco com o resultado primário e, a cada quatro meses, será inserido outro bloco referente à dívida pública estadual.
______________________________________________________
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE 2018
Boletim de Finanças Públicas / Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) / Fortaleza – Ceará: IPECE, 2018.
ISSN: 2594-8695
___________________________________________________
ÍNDICE
SUMÁRIO EXECUTIVO, 3 NOTAS METODOLÓGICAS, 5 RECEITAS CORRENTES, 6 DESPESAS CORRENTES E DE INVESTIMENTOS, 12 RESULTADO PRIMÁRIO, 19 DÍVIDA PÚBLICA, 21
Governador do Estado do Ceará Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora do Estado do Ceará Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG Francisco de Queiroz Maia Júnior – Secretário Antônio Sérgio Montenegro Cavalcante – Secretário adjunto Júlio Cavalcante Neto – Secretário executivo
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE Diretor Geral Flávio Ataliba Flexa Daltro Barreto
Diretoria de Estudos Econômicos - DIEC Adriano Sarquis Bezerra de Menezes
Diretoria de Estudos Sociais – DISOC João Mário de França
Diretoria de Estudos de Gestão Pública – DIGEP Cláudio André Gondim Nogueira
Gerência de Estatística, Geografia e Informação – GEGIN Marília Rodrigues Firmiano
_________________________________________________________
Boletim de Finanças Públicas – Nº 08 – Dezembro/2017
DIRETORIA RESPONSÁVEL: Diretoria de Estudos de Gestão Pública - DIGEP
Autor(es): Paulo Araújo Pontes (Analista de Políticas Públicas - IPECE) Adriana Oliveira Nogueira (Analista de Controle Interno - CGE) Cláudio André Gondim Nogueira (Diretor da DIGEP)
_________________________________________________________
O Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) é uma autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará. Fundado em 14 de abril de 2003, o IPECE é o órgão do Governo responsável pela geração de estudos, pesquisas e informações socioeconômicas e geográficas que permitem a avaliação de programas e a elaboração de estratégias e políticas públicas para o desenvolvimento do Estado do Ceará.
Missão: Propor políticas públicas para o desenvolvimento sustentável do Ceará por meio da geração de conhecimento, informações geossocioeconômicas e dá assessoria ao Governo do Estado em suas decisões estratégicas.
Valores: Ética e transparência; Rigor científico; Competência profissional; Cooperação interinstitucional e Compromisso com a sociedade.
Visão: Ser uma Instituição de pesquisa capaz de influenciar de modo mais efetivo, até 2025, a formulação de políticas públicas estruturadoras do desenvolvimento sustentável do estado do Ceará.
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) - Av. Gal. Afonso Albuquerque Lima, s/n | Edifício SEPLAG | Térreo -
Cambeba | Cep: 60.822-325 | Fortaleza, Ceará, Brasil | Telefone: (85) 3101-3521
http://www.ipece.ce.gov.br/
3
Sumário Executivo
Conforme os dados mais recentes disponíveis indicam (Tabela 1), a Receita Corrente
Líquida do ano de 2017 foi aproximadamente igual a R$ 18 bilhões, com uma variação
de -3,56%, em termos reais, em relação a 2016. É importante salientar que os elevados
valores registrados em 2016 se devem, em parte, a receitas não recorrentes nos meses de
novembro e dezembro1, mas que acabaram contribuindo significativamente para este
resultado. Uma evidência disto é que no Boletim anterior2, com dados até outubro/2017,
verificava-se um crescimento real da RCL de 7,13% no período de nov./2016 a
out./2017 em relação aos 12 meses anteriores. Então, com a introdução dos dados dos
últimos dois meses do ano, inverteu-se o sinal da variação. Adicionalmente, se forem
descontadas essas receitas excepcionais registradas em 2016, teria ocorrido uma
elevação de 2,5% na RCL do Ceará em 2017.
Tabela 1: Resumo dos indicadores fiscais(1)
, valores acumulados nos últimos doze
meses (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Discriminação Jan./2016 a
Dez./2016
Jan./2017 a
Dez./2017 ∆%
Receita Corrente Líquida 18.691.392 18.025.329 -3,56
ICMS 9.293.900 9.730.393 4,70
FPE 5.395.099 5.029.837 -6,77
IPVA 664.829 749.970 12,81
Despesa Correntes Líquidas das
Transferências Constitucionais 15.714.902 15.787.195 0,46
Despesa Total com Pessoal (DTP) (2)
7.533.928 7.584.008 0,66
Despesa com pessoal ativo 6.140.895 6.189.337 0,79
Despesa com pessoal inativo e
pensionistas 2.008.479 2.123.194 5,71
Despesas com Terceirizações 1.516.415 1.518.502 0,14
Juros e Amortizações 1.355.885 1.458.578 7,57
Investimentos 2.231.287 2.462.093 10,34
Resultado Primário 949.328 -117.282 -
Fonte: SEFAZ/S2GPR.
Notas: (1)
Na tabela são apresentadas somente as principais receitas e despesas. Portanto, as somas dos
itens não são iguais aos totais. (2)
A Despesa Total com Pessoal é inferior à soma das despesas com pessoal ativo e inativo dado que
são consideradas algumas deduções em seu cálculo.
Mais especificamente, durante o ano de 2017, o Estado recebeu cerca de R$ 365
milhões, a preços de dez./2017, a menos em receitas do Fundo de Participação dos
Estados (FPE). Por outro lado, as outras receitas principais, ICMS e IPVA,
apresentaram taxas reais de variação positivas em relação a 2016 (4,70% no caso do
ICMS e 12,81% em relação ao IPVA).
1 No caso, durante esses meses, houve uma considerável elevação não-recorrente do Fundo de
Participação dos Estados (FPE), em virtude da entrada de recursos da repatriação, e, também, um
aumento significativo de arrecadação do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de
Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD). 2 http://www.ipece.ce.gov.br/Estudos_Gestao_Publica/Boletim_Financas_Publicas/Boletim_Financas_Publicas_Nov2017.pdf
4
Quanto às elevações nessas receitas correntes do Estado, três fatos chamam atenção. O
primeiro refere-se ao significativo impacto do lançamento do REFIS em junho e julho
de 2017, permitindo que contribuintes pudessem pagar valores em atraso de impostos
com o ICMS e o IPVA.
O segundo diz respeito à retomada, mesmo que lenta, da economia cearense, o que pode
ter contribuído para o aumento de arrecadação dos referidos impostos. No caso, os
últimos dados disponíveis mostram que, até o 3º trimestre de 2017, o PIB do Ceará
apresentou um crescimento acumulado de 1,36%. Ademais, previsões do IPECE
indicam que a economia local deverá crescer cerca de 1,5% em 2017, interrompendo o
forte movimento de queda registrado em 2015 e 2016.
Por fim, o terceiro fato a se considerar foi o significativo incremento da arrecadação
com o IPVA. Quanto a isto, tem-se que, além de uma elevação das alíquotas (que entrou
em vigor neste ano), destaca-se que a arrecadação desse imposto pode ter crescido,
também, como decorrência da maior venda de veículos, especialmente a partir de maio
(dados do IBGE mostram que, no período de maio a dezembro de 2017, o comércio
varejista ampliado, que inclui as vendas de veículos, apresentou expressivas taxas de
crescimento em relação aos mesmos meses do ano anterior).
No que se refere às despesas correntes do Governo do Estado, constatou-se, em 2017,
uma elevação real de 0,46% na comparação com o ano imediatamente anterior. Este
pode ser considerado um crescimento relativamente pequeno dado que 2017 foi um ano
marcado por fortes demandas da sociedade por bens e serviços públicos, algo que é
comum em anos recessivos ou de baixo crescimento da economia. Entretanto, em um
contexto em que a RCL apresentou queda e que houve receitas não recorrentes, reforça-
se mais uma vez a necessidade de um contínuo monitoramento da situação fiscal do
Estado, especialmente no que se refere ao controle da despesa corrente.
Considerando os itens que compõem as despesas correntes, continuam merecendo
destaque as despesas com inativos, que cresceram mais rápido do que a de ativos, sendo
isso um possível indício de que está havendo um incremento nos pedidos de
aposentadoria entre os servidores do Estado.
Já no que se refere aos investimentos, considerando o acumulado de 2017, verificou-se
um crescimento real bastante significativo, de 10,34%, em relação a 2016. Este é um
resultado muito importante, pois, mostra que o Governo do Estado, apesar do quadro
recessivo dos últimos anos conseguiu manter a sua capacidade de investimento, o que é
fundamental para a recuperação econômica do Ceará.
No que diz respeito ao resultado primário, verificou-se um resultado negativo de R$
117,2 milhões em 2017. Esse resultado contrasta com o de 2016, quando se obteve um
superávit de R$ 949,3 milhões. Como se argumentou antes, 2017 foi o ano em que se
interrompeu o quadro fortemente recessivo dos anos anteriores que, em parte, se deveu
à manutenção das despesas e à elevação dos investimentos. Adicionalmente, houve
reduções importantes nos repasses federais, o que contribuiu para esse resultado.
Finalmente, tem-se que a Dívida Consolidada Líquida (DCL) do Ceará cresceu entre o
primeiro quadrimestre de 2014 e o 3° quadrimestre de 2015, tanto em termos absolutos
como relativos à RCL, atingindo seu nível máximo, de 61,7% da RCL, no fim desse
período. Posteriormente a DCL passou a cair consideravelmente, alcançando o patamar
de 37,89% da RCL no terceiro quadrimestre de 2017.
5
Notas Metodológicas
Nesse Boletim de Finanças Públicas pretende-se apresentar de forma sucinta o
comportamento das finanças públicas cearenses dos últimos doze meses, podendo ser
utilizado como uma referência na tomada de decisão tanto de agentes públicos como
privados. Pretende-se ainda que ele sirva de instrumento de consulta para os cidadãos
cearenses e outros interessados na situação das contas públicas do Estado do Ceará. Sua
frequência é mensal, o que poderá permitir um acompanhamento pormenorizado das
finanças públicas estaduais.
Para as análises foram utilizados dados constantes no sistema S2GPR, da Secretaria da
Fazenda (SEFAZ), e todos os valores foram atualizados pelo IPCA do último mês da
série. Para o cálculo da Receita Corrente Líquida (RCL) e da Despesa Total com
Pessoal (DTP) foi utilizado o método empregado nos relatórios fiscais da SEFAZ.
Relativamente a DTP não foi considerado o gasto com pessoal via Consórcio de Saúde
Pública, cujas informações não constam no sistema da S2GPR, sendo, portanto, a DTP
apresentada uma aproximação daquela informada nos Relatórios de Execução
Orçamentária (RREO).
Deve-se ainda observar que todos os valores apresentados nesse relatório foram
atualizados a preços do último mês do período, assim deve-se alertar que eles diferem
daqueles constantes nos relatórios apresentados pela SEFAZ, como os da RCL e os
limites com despesa de pessoal, pois esses últimos apresentam valores correntes.
6
Receitas Correntes
O comportamento da Receita Corrente Líquida (RCL) do estado do Ceará, no período
de janeiro a dezembro de 2017, é apresentado na Figura 1, destacando-se também a sua
trajetória no período imediatamente anterior, ou seja, nos doze meses do ano de 2016.
Figura 1: Receita Corrente Líquida dos últimos doze meses e do período
imediatamente anterior (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Do período em análise pode-se constatar que a RCL, de 2017, foi de R$ 18,0 bilhões e,
em 2016, foi de R$ 18,7 bilhões, isto é, houve uma redução real de 3,56% da RCL entre
os dois períodos. Destaque-se que as receitas extraordinárias, no final de 2016,
contribuíram para essa queda, essas receitas foram oriundas dos repasses do FPE
(Fundo de Participação dos Estados) dos recursos arrecadados pela União com a
repatriação de recursos e a arrecadação de mais de R$ 500 milhões com ITCD (Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação, de Quaisquer Bens ou Direitos) nos meses
de novembro e dezembro de 2016.
Caso sejam descontadas as arrecadações extraordinárias de ITCD e FPE, no final de
2016, a RCL de 2016 teria sido de R$ 17,6 bilhões, isto é, 5,9% menor do que a
verificada. Nesse sentido, descontando-se esses dois fatos não recorrentes nas receitas
do Estado, teria ocorrido uma elevação de 2,5% na RCL do Ceará em 2017.
Por outro lado, contribuindo para a elevação da arrecadação de 2017, o Governo do
Estado promoveu elevações de alíquotas de impostos cobrados localmente, que serão
abordadas mais adiante.
Já na Figura 2 é apresentado o valor das receitas correntes líquidas dos últimos quatro
anos, sendo possível constatar, mais uma vez, que as receitas de 2017 estão inferiores as
de 2016, porém superiores as observadas em 2014 e 2015. Destaque-se, novamente, que
se forem desconsiderados os fatores não recorrentes mencionados anteriormente as
receitas de 2017 seriam superiores as verificadas em 2016. Nesse sentido é possível
supor que as medidas fiscais tomadas em 2016, que passaram a vigorar em 2017,
contribuíram para a recuperação das receitas fiscais do Estado.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 1.558.608 1.638.237 1.332.539 1.402.346 1.461.081 1.741.505 1.288.259 1.394.446 1.360.882 1.428.943 1.474.050 1.944.433
Jan/2016 a Dez/2016 1.526.433 1.593.098 1.407.346 1.428.551 1.548.701 1.656.575 1.038.535 1.647.678 1.298.708 1.351.603 2.215.660 1.978.506
-
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
7
Figura 2: Receita Corrente Líquida acumulada até dezembro (R$ 1.000,00 de
Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Obs.: Para o cálculo da RCL foram consideradas as receitas e as deduções
acumuladas até o mês de dezembro de cada ano.
A principal fonte de receita corrente do estado do Ceará é a arrecadação de ICMS que,
como se pode verificar na Figura 3, em oito meses, no ano de 2017, apresentou receitas
superiores àquelas observadas no ano anterior. Nesse sentido, houve um crescimento
real de 4,7% quando se comparam os dois anos. Pode-se mencionar três fatos que
explicam esse crescimento das receitas do ICMS, sendo o primeiro o lançamento de um
novo programa de refinanciamento (REFIS) de dívidas tributárias entre os meses de
junho e julho de 2017.
Um segundo fato foi a majoração da alíquota modal3 de ICMS de 17% para 18%,
ocorrida no mês de abril de 2017, que deve ter contribuído para a elevação da
arrecadação desse imposto, testes estatísticos mais apurados devem ser realizados para
mensurar esse impacto. Por fim, o terceiro fator a contribuir para a elevação da
arrecadação estadual foi o início do processo de recuperação da economia cearense4.
Figura 3: Arrecadação de ICMS dos últimos doze meses e do período
imediatamente anterior (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
3 Essa alíquota não engloba combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, ver Lei n° 16.177/2016.
4 Dados do IPECE e IBGE indicam que, até o 3º trimestre de 2017, o PIB do Ceará apresentou um
crescimento acumulado de 1,36%. Ademais, previsões do IPECE indicam que a economia local deverá
crescer cerca de 1,5% em 2017, interrompendo o forte movimento de queda registrado em 2015 e 2016.
17.931.427
17.319.480
18.691.392
18.025.329
2014 2015 2016 2017
RCL
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 831.622 759.761 667.137 738.466 702.648 911.830 806.450 806.504 838.673 850.032 894.707 922.563
Jan/2016 a Dez/2016 798.718 800.332 682.412 761.662 731.816 747.141 769.981 795.501 804.508 790.836 789.457 821.536
500.000
550.000
600.000
650.000
700.000
750.000
800.000
850.000
900.000
950.000
8
Comparando-se a arrecadação de ICMS dos últimos quatro anos constata-se o
significativo incremento da arrecadação de ICMS frente aos anos de 2016 e 2015,
entretanto observa-se que ela ainda é inferior a de 2014, como pode ser observado na
Figura 4. Assim, constata-se que nem a recuperação da economia estadual, presenciada
no ano de 2017, nem a majoração da alíquota de ICMS combinadas foi suficiente para
recuperar a arrecadação de ICMS para os níveis verificados antes da crise econômica.
Figura 4: Arrecadação de ICMS acumulada até dezembro (R$ 1.000,00 de
Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Ademais, analisando-se a arrecadação de ICMS, mês a mês, em relação à RCL do
período, pode-se verificar por meio do indicador de Independência Fiscal o grau de
autonomia da principal receita própria do Estado para o financiamento de suas despesas.
Esse indicador é construído de tal forma que, quanto mais próximo de 100%, melhor.
Na Figura 5 é apresentada a evolução do indicador de Independência Fiscal nos últimos
doze meses, de jan./2017 a dez./2017 e, também, de jan./2016 a dez./2016.
Figura 5: Independência Fiscal dos últimos doze meses e do período imediatamente
anterior (%)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Então, comparando os resultados obtidos durante os meses do ano de 2017 em relação
aos meses do ano 2016 pode-se constatar uma maior independência fiscal
principalmente nos meses de junho, agosto, novembro e dezembro. E ainda, no ano de
2017, a partir do mês de julho os resultados estão próximos a 60%, bem acima do
primeiro semestre, que estavam mais próximo de 50%. Vale registrar ainda que, em
dez./2017, houve uma considerável redução no indicador em relação ao mês anterior,
mas se manteve acima do valor registrado em dez./2016.
9.904.840
9.494.717
9.293.900
9.730.393
2014 2015 2016 2017
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 53,4 46,4 50,1 52,7 48,1 52,4 62,6 57,8 61,6 59,5 60,7 47,4
Jan/2016 a Dez/2016 52,3 50,2 48,5 53,3 47,3 45,1 74,1 48,3 61,9 58,5 35,6 41,5
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
9
Quanto à arrecadação de IPVA pode-se observar, na Figura 6, que ela, no ano de 2017,
cresceu, em termos reais, 12,81% quando se compara ao ano anterior, ou seja, a
arrecadação teve um incremento de R$ 85,1 milhões (a preços de dez./2017) entre os
dois períodos. É interessante observar que as arrecadações de janeiro, março, maio e
junho de 2017 contribuíram significativamente para esse desempenho. No caso, o
aumento da arrecadação do IPVA em junho de 2017 pode ser explicado tanto pelo fato
de, nesse ano, ter-se possibilitado o pagamento desse imposto em cinco parcelas
(fevereiro a junho) com a possibilidade dos devedores desse imposto poderem negociar
seus débitos com o REFIS, mencionado anteriormente.
Figura 6: Arrecadação de IPVA dos últimos doze meses e do período
imediatamente anterior (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Adicionalmente, constata-se na Figura 6 que, mesmo após o período de fevereiro a
junho, em que se concentrou a arrecadação do IPVA em 2017, os valores do referido
imposto foram consistentemente maiores, em termos reais, entre julho e dezembro de
2017, que nos mesmos meses de 2016. Esse é mais um indício que a economia cearense
está reaquecendo, pois, com a recuperação aumenta a venda de veículos o que, por sua
vez, possibilita o aumento da arrecadação do IPVA5.
Comparando-se o desempenho dos últimos quatro anos, conforme a Figura 7, observa-
se que a arrecadação de IPVA, em 2017, foi a maior registrada desde 2014. Possíveis
explicações para o incremento da arrecadação de IPVA são a mudança de suas
alíquotas, no ano de 2015, que passaram a valer no ano de 20176, o programa de
parcelamento de débitos fiscais (REFIS) e o aumento da venda de veículos em 2017,
especialmente nos últimos meses. Observa-se que esse crescimento do IPVA, em 2017,
somou-se à recuperação da arrecadação do ICMS.
5 Conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE tem-se que, no período de maio a
dezembro de 2017, o comércio varejista ampliado (que inclui as vendas de veículos, motocicletas, partes
e peças) apresentou expressivas taxas de crescimento em relação aos mesmos meses do ano anterior, de
forma que no acumulado de 2017 verificou-se um crescimento de 1,92% em relação a 2016, revertendo o
ciclo de fortes quedas registrado nos dois anos anteriores. 6 Disponível em: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/novas-aliquotas-do-ipva-
sao-para-2017-diz-sefaz-1.1435641
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 220.311 93.632 99.896 84.048 86.088 73.529 24.204 17.362 14.310 13.167 11.320 12.103
Jan/2016 a Dez/2016 200.735 103.752 94.274 84.073 81.306 27.633 18.605 15.142 10.979 9.486 9.023 9.819
-
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
10
Figura 7: Arrecadação de IPVA acumulada até dezembro (R$ 1.000,00 de
Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
A segunda maior fonte de receita corrente do estado do Ceará são os recursos
transferidos pela União do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que é constituído
por uma fração da arrecadação de Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). Como se pode observar na Figura 8, os valores transferidos em
2017, exceto pelos meses de maio, novembro e dezembro, são superiores àqueles
observados em idênticos meses do ano anterior. Considerando-se que nos meses de
novembro e dezembro de 2016 houve um significativo incremento dos repasses
causados pela repatriação de recursos, pode-se constatar que, de uma forma geral, os
repasses de 2017 foram maiores que os de 2016, sendo isso uma possível decorrência da
retomada da atividade econômica brasileira.
Figura 8: Receitas transferidas do FPE dos últimos doze meses e do período
imediatamente anterior (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Comparando-se o comportamento das transferências do FPE nos últimos quatro anos,
conforme a Figura 9, constata-se que houve uma redução, entre os anos de 2016 e 2017,
de R$ 365 milhões nos valores repassados. Como já foi observado anteriormente, o
desempenho do FPE, em 2016, foi afetado por fatores não recorrentes, como a
repatriação de recursos, que não se repetirão e, assim, ao serem desconsiderados os
valores decorrentes da repatriação, as transferências do FPE, como pode ser visto na
654.482
679.174
664.829
749.970
2014 2015 2016 2017
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 456.641 560.405 351.835 435.449 477.499 440.793 353.909 384.049 322.041 377.534 374.323 495.359
Jan/2016 a Dez/2016 445.870 535.583 324.967 399.706 505.761 415.828 320.001 370.980 302.011 363.191 641.109 770.091
-
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
11
Figura 9, teriam sido de R$ 4,8 bilhões. Dessa forma, sem a repatriação, as
transferências do FPE teriam crescido 4,2% entre 2016 e 2017.
Figura 9: Receitas transferidas pelo FPE acumuladas até dezembro (R$ 1.000,00
de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Adicionalmente, comparando o volume de recursos transferidos através do FPE, mês a
mês, em relação à RCL do período, tem-se o indicador de Dependência Fiscal para
financiamento das despesas.
No caso, na Figura 10 é apresentada a evolução do indicador de Dependência Fiscal nos
últimos doze meses, de jan./2017 a dez./2017, assim como no período de jan./2016 a
dez./2016. Comparando seus resultados, verifica-se no primeiro semestre de 2017 um
percentual próximo de 30%, que foi sendo reduzido ao longo do segundo semestre de
2017 diminuindo, assim, a dependência fiscal, que nos últimos dois meses ficou
próximo de 25%. Quando se comparam os resultados dos últimos dois meses de 2017
com o ano anterior verifica-se que em 2016 houve uma dependência maior. Isso ocorreu
devido o aumento da arrecadação da União proveniente da repatriação de recursos, e
que parte foi distribuída para os entes da Federação.
Figura 10: Dependência Fiscal dos últimos doze meses e do período imediatamente
anterior
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Dado o exposto anteriormente, observa-se que as receitas do governo do Estado, em
2017, foram positivamente influenciadas pela recuperação da economia estadual e
nacional, pela majoração das alíquotas do IPVA e do ICMS e pelo lançamento do
REFIS. Observou-se, também, que, em 2016, receitas não recorrentes contribuíram para
um significativo incremento das receitas correntes do Estado e, como seria de se
esperar, fato que minimiza a redução de 3,56% da RCL de 2017, quando comparada a
2016.
5.351.360
5.191.447
5.395.099
4.825.643
5.029.837
2014 2015 2016 2016 s/ Rep. 2017
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 29,3 34,2 26,4 31,1 32,7 25,3 27,5 27,5 23,7 26,4 25,4 25,5
Jan/2016 a Dez/2016 29,2 33,6 23,1 28,0 32,7 25,1 30,8 22,5 23,3 26,9 28,9 38,9
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
12
Despesas Correntes e de Investimentos
Esta parte do Boletim de Finanças Públicas destina-se à análise das despesas do estado
do Ceará, sendo, na Figura 11, apresentado o comportamento das principais despesas
correntes nos meses dos anos de 2016 e 2017. Como se pode observar na referida
figura, as despesas correntes do ano de 2017 foram bastante próximas àquelas
verificadas em 2016. De fato, as despesas correntes, em 2017, foram, apenas, 0,46%
superiores às do ano anterior, o que representou um incremento das despesas de R$ 72,3
milhões.
Figura 11: Despesa Corrente Liquida das Transf. Constitucionais dos últimos doze
meses (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Ao se observar o comportamento dos últimos quatro anos, que é apresentado na Figura
12, contata-se que a despesa corrente, líquida das transferências constitucionais do
Governo do Estado foram reduzidas, entre os anos de 2014 e 2017, em 1,6% (R$ 256
milhões). Observa-se, portanto, que a dinâmica de crescimento das despesas correntes
estaduais têm obedecido a restrição imposta pela dinâmica da receita corrente do
Estado.
Figura 12: Despesa Corrente Liquidas das Transferências Constitucionais
acumulada até dezembro (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 765.441 1.178.955 1.292.841 1.241.530 1.304.542 1.331.352 1.603.953 1.273.847 1.194.562 1.223.198 1.347.019 2.029.955
Jan/2016 a Dez/2016 730.233 1.158.074 1.240.957 1.367.341 1.291.005 1.466.969 1.355.377 1.211.013 1.190.775 1.232.489 1.292.202 2.178.467
-
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
16.044.006
15.401.607
15.714.902 15.787.195
89,47 88,93
84,08
87,58
81,00
82,00
83,00
84,00
85,00
86,00
87,00
88,00
89,00
90,00
15.000.000
15.200.000
15.400.000
15.600.000
15.800.000
16.000.000
16.200.000
2014 2015 2016 2017
Despesas Correntes Liq. Transf Constitucionais DCLTC (% RCL)
13
Adicionalmente, ainda na Figura 12, constata-se que as despesas correntes líquidas de
transferências constitucionais do Estado comprometeram, em 2017, 87,6% de sua RCL.
Analisam-se, também, as despesas pelo enfoque do indicador de Rigidez das Despesas
como objetivo identificar a flexibilidade das despesas de custeio em relação à despesa
total. Consideram-se como Despesas de Custeio os gastos com pessoal, o serviço da
dívida (juros, encargos financeiros e amortizações) e outras despesas correntes. Quanto
mais esse indicador se aproximar de 100%, mais preocupante será, pois, demonstra uma
menor flexibilidade fiscal.
Na Figura 13 é apresentada a evolução do indicador de Rigidez das Despesas de
jan./2017 a dez./2017, e ainda para o período de jan./2016 a dez./2016. Comparando os
resultados, verifica-se que em apenas quatro meses do ano de 2017 o indicador
apresentou resultado inferior ao mesmo mês do ano anterior (fevereiro, agosto, outubro
e novembro). Apesar disto, com a exceção de junho, os demais valores de 2017 não
tenderam a ser muito maiores que os registrados no ano anterior.
Figura 13: Rigidez das Despesas dos últimos doze meses e do período
imediatamente anterior (%)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
A principal despesa corrente do estado do Ceará é o gasto com pessoal, cujas
informações são apresentadas na Figura 14. No caso, essas despesas totalizaram, nos
doze meses de 2017, R$ 7,48 bilhões (a preços de dez./2017), valor 0,66% superior ao
observado no ano anterior, ficando praticamente estável nesses dois anos.
Figura 14: Despesa Total com Pessoal dos últimos doze meses (R$ 1.000,00 de
Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Obs.: As despesas de pessoal pagas por Consórcio de Saúde Pública não foram consideradas nesse
relatório, dado que elas não constam no sistema S2GPR.
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Jan/2017 a Dez/2017 100,00% 91,76% 90,34% 89,42% 91,91% 89,24% 88,10% 89,07% 89,84% 87,95% 83,79% 74,52%
Jan/2016 a Dez/2016 99,38% 94,08% 88,63% 86,93% 86,53% 76,75% 82,18% 91,02% 84,75% 89,51% 98,14% 73,34%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 549.876 541.027 580.170 635.165 588.488 609.264 839.773 568.312 566.373 574.477 590.181 940.901
Jan/2016 a Dez/2016 501.398 531.486 554.928 592.891 562.006 735.912 687.664 620.779 584.835 598.035 592.431 971.563
-
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
14
Relativamente aos limites da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), em 2017, a
Despesa Total com Pessoal (DTP) representou 42,07% da RCL, valor inferior ao limite
de alerta (43,74% da RCL). No período imediatamente anterior o indicador representava
40,31% da RCL. Deve-se considerar que as receitas não recorrentes, no final de 2016,
contribuíram para essa significativa redução da razão entre a DTP e a RCL7.
Quanto às despesas com pessoal nos últimos quatro anos, observa-se, na Figura 15, que
em 2017, elas apresentaram um nível similar, em termos reais, às verificadas em 2016.
Entretanto, elas ainda estão 7,5% abaixo daquelas verificadas em 2014. Considerando-
se o nível de comprometimento da despesa com pessoal, relativamente à RCL, contata-
se que elas estão relativamente abaixo do nível de alerta da LRF.
Figura 15: Despesa com Pessoal acumulada até Dezembro (R$ 1.000,00 de
Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Obs.: As despesas de pessoal pagas por Consórcio de Saúde Pública não foram
consideradas nesse relatório, dado que elas não constam no sistema S2GPR.
Quanto à despesa com pessoal, deve-se observar que seus dois principais componentes
são a despesa com pessoal ativo e inativo que, conforme se pode verificar na Figura 16,
apresentam comportamentos distintos. Nesse sentido, observa-se que enquanto a
despesa com pessoal ativo apresentou um incremento de 0,79%, entre 2016 e 2017, as
despesas com pessoal inativo cresceram 5,71%.
É interessante ressaltar que há uma tendência de queda do gasto com pessoal ativo,
quando se comparam as despesas dos últimos quatro anos, ou seja, a despesa com ativos
caiu 9,9%, entre 2014 e 2017, enquanto a despesa com pessoal inativo aumentou em
9,6% (ver a Figura 17). Dado o maior crescimento do gasto com pessoal inativo, torna-
se necessário um constante monitoramento da evolução dessa despesa visando adotar
medidas que garantam a sustentabilidade da previdência estadual.
7 Deve-se lembrar, mais uma vez, que esses valores diferem daqueles reportados no RREO divulgado pela
SEFAZ devido os valores utilizados nesse boletim estarem a preços constantes.
8.19
9.54
5
7.87
7.03
5
7.53
3.92
8
7.58
4.00
8
45,73 45,48
40,31 42,07 43,74
46,17
-
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
6.500.000
7.000.000
7.500.000
8.000.000
8.500.000
9.000.000
2014 2015 2016 2017
DESPESA TOTAL COM PESSOAL % DESPESA COM PESSOAL
% LIMITE DE ALERTA % LIMITE PRUDENCIAL
15
Figura 16: Despesa com Pessoal Ativo e Inativo dos últimos doze meses (R$
1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Figura 17: Despesa com Pessoal Ativo e Inativo acumulada até dezembro
(R$ 1.000,00 de dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Outra importante despesa corrente do Governo do Estado do Ceará refere-se à locação
de mão de obra que, em 2017, de acordo com a Figura 18, alcançou a cifra de R$ 1,50
bilhão, valor similar ao verificado em 2016. Destaque-se que esse valor equivale a
8,42% da RCL, em 2017, e 8,11%, em 2016.
Quando a comparação é entre os valores acumulados nos últimos quatro anos, conforme
os dados apresentados na Figura 19, constata-se que as despesas com locação de mão-
de-obra cresceram 31,6% entre os anos de 2014 e 2017, tendo, em 2014, representado
6,43% da RCL e, em 2017, 8,42% da RCL.
8.665.078
6.140.895
2.008.479
8.886.889
6.189.337
2.123.194
DESPESA BRUTA COM PESSOAL PESSOAL ATIVO PESSOAL INATIVO
Jan/2016 a Dez/2016 Jan/2017 a Dez/2017
6.8
71
.52
7
1.9
37
.28
6
6.4
29
.35
4
1.99
9.47
9
6.1
40
.89
5
2.0
08
.47
9
6.18
9.33
7
2.1
23
.19
4
PESSOAL ATIVO PESSOAL INATIVO
2014 2015 2016 2017
16
Figura 18: Despesa com Locação de Mão-de-obra e Serviços dos últimos doze
meses (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Figura 19: Despesa com Locação de Mão-de-obra e Serviços acumulada até
Dezembro (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
O Governo do Estado do Ceará, em 2017, pagou a título de juros e amortizações de sua
dívida um total de R$ 1,46 bilhão (a preços de dezembro de 2017), o que representou
8,09% da RCL do período. Esse montante foi 7,57% superior ao observado em 2016,
quando foi pago R$ 1,36 bilhão, comprometendo 7,25% da RCL. O limite com essa
despesa foi estabelecido pela Resolução 43/2001 do Senado Federal, e não pode exceder
11,5% da RCL.
Figura 20: Despesas com Juros e Amortizações (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 126 109.184 142.307 109.289 143.432 124.355 121.097 109.639 112.823 112.866 114.601 318.781
Jan/2016 a Dez/2016 3.729 115.852 132.914 127.732 134.281 118.868 111.919 116.865 116.496 108.924 128.038 300.796
-
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
1.15
3.59
2
1.3
47
.53
3
1.5
16
.41
5
1.51
8.50
2
6,43
7,78 8,11
8,42
-
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
-
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
2014 2015 2016 2017
Terceirização %RCL
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 84.589 67.028 159.852 116.667 82.832 118.848 98.780 131.148 4.634 203.995 123.263 266.944
Jan/2016 a Dez/2016 3.188 229.293 123.269 127.540 93.326 135.244 107.248 134.828 42.355 89.592 162.905 107.097
-
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
17
No acumulado de janeiro a dezembro, constata-se, como pode ser visto na Figura 21,
que a despesa com pagamento de Juros e Amortizações apresentou um padrão de
crescimento entre os anos 2014 e 2017. Essas despesas representaram 6,17%, em 2014,
e 8,09%, em 2017, da RCL acumulada no período, portanto, significativamente abaixo
do limite de 11,5%.
Figura 21: Despesa com Juros e Amortizações acumuladas até Dezembro
(R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
O comportamento, nos últimos doze meses, do último gasto analisado nesse Boletim, a
despesa de investimento, que é uma despesa de capital, é apresentada na Figura 22.
Como é possível apurar na referida figura, os investimentos, em 2017, foram superiores
aos de 2016, representando um incremento de R$ 230,8 milhões, ou 10,3% a mais, em
termos reais, do que fora investido no período imediatamente anterior. Destaca-se que
os últimos três meses de 2017, outubro a dezembro de 2017, os investimentos foram
44,5% maiores que os verificados nesses mesmos meses do ano anterior.
Figura 22: Investimentos dos últimos doze meses (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
Se a análise se detiver nos quatro últimos anos, conforme a Figura 23, observa-se que os
investimentos do estado do Ceará acumulados em 2017 estão em um nível superior ao
de 2016, porém, inferior ao de 2014 e 2015. Constata-se, ainda, que as despesas com
investimentos, em 2017, representaram 13,6% da RCL acumulada no ano. Esse nível é
significativamente inferior ao verificado em 2014 (23,6% da RCL), mas ainda é
relevante dado o quadro significativamente recessivo dos anos anteriores.
369.
230
47
1.4
66
46
7.8
12
457.
948
73
7.0
27
782.
313
888.
074
1.00
0.63
0
6,17
7,24 7,25
8,09
-
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
-100.000
100.000
300.000
500.000
700.000
900.000
1.100.000
1.300.000
1.500.000
1.700.000
1.900.000
2014 2015 2016 2017
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA AMORTIZAÇÕES % RCL
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan/2017 a Dez/2017 - 121.128 174.817 149.349 123.680 198.430 238.067 206.056 168.630 240.821 229.676 611.440
Jan/2016 a Dez/2016 - 91.648 173.228 246.221 219.839 226.969 187.553 135.864 201.490 125.534 156.936 466.005
-
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
18
Figura 23: Investimentos acumulados até Dezembro (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: S2GPR/SEFAZ.
4.240.733
2.683.793 2.231.287
2.462.093
23,65
15,50
11,94
13,66
-
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
-
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
4.000.000
4.500.000
2014 2015 2016 2017
Investimentos Inv (%RCL)
19
Resultado Primário
Devido à disponibilidade de dados, este bloco do boletim destina-se à análise do
resultado primário do Estado, tendo-se utilizado para esse fim os dados do Relatório
Resumido de Execução Orçamentária (RREO) divulgados pela SEFAZ. Nesse sentido,
optou-se por considerar o resultado sem as deduções autorizadas pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), dado que ao considerá-las pode-se concluir que a dívida pública
estadual está caindo8, se for reportado um superávit primário no RREO, e, quando se
analisa a dívida pública constatar o seu aumento no mesmo período9.
Assim, na Figura 24, são apresentados os valores dos resultados primário dos seis
bimestres de 2016 e 2017, sendo possível constatar que, tanto em 2016 como em 2017,
foram registrados superávits primários em dois bimestres (1º e 3º). Entretanto, os
déficits registrados nos demais bimestres de 2017 foram, no acumulado, superiores aos
verificados no ano anterior.
Figura 24: Resultado Primário dos seis últimos bimestres
(R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: SEFAZ.
Quanto ao resultado primário acumulado nos últimos quatro anos constata-se que houve
uma reversão do resultado entre os anos de 2016 e 2017, isto é, o Estado deixou de
apresentar superávit primário para registrar déficit (ver a Figura 25). Contudo, esse
déficit está bem inferior aos verificados nos anos de 2014 e 2015.
8 Como pode ser observado na Tabela abaixo o resultado primário de 2014 foi um superávit de R$ 606
milhões, sem as deduções o resultado seria um déficit de $1.773 milhões, porém a dívida teve um
incremento de R$ 2.249 milhões entre 2013 e 2014. Como pode-se observar a variação da dívida entre
2013 e 2014 não é compatível com o superávit primário reportado no RREO do 6° bimestre de 2014. É
interessante observar que esse mesmo argumento é válido para o ano de 2015.
Resultado primário com e sem deduções previstas (R$ 1.000,00 de abr./2017)
Ano Resultado Resultado sem Deduções Dívida
2013 - - 4.987.278,04
2014 606.263,97 -1.773.140,67 7.236.943,40
2015 571.447,54 -1.247.480,44 10.068.966,41
2016 1.882.802,54 932.331,69 7.861.486,99
Fonte: SEFAZ 9 Além disso, a adoção das deduções inviabiliza análises comparativas com períodos em que elas não
foram adotadas.
1° bim 2° bim 3° bim 4° bim 5° bim 6° bim
1° bim 2017 a 6° bim 2017 959.414 -110.416 191.237 -619.475 -44.511 -493.532
1° bim 2016 a 6° bim 2016 1.113.436 -267.265 18.717 -264.434 -104.024 452.897
-800.000
-600.000
-400.000
-200.000
-
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
20
Figura 25: Resultado Primário acumulado até o sexto bimestre
(R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: SEFAZ.
-1.805.464
-1.270.221
949.328
-117.2822014 2015 2016 2017
Resultado Primário Acumulado
21
Dívida Pública
Esta parte do boletim dedica-se a uma breve análise da dívida pública cearense. Em
primeiro lugar frise-se que a dívida é uma variável de estoque, o que difere das demais
abordadas nesse documento que são variáveis de fluxo.
Como pode ser observado na Figura 26, a Dívida Consolidada Líquida (DCL) do Ceará
cresceu entre o primeiro quadrimestre de 2014 e o 3° quadrimestre de 2015, tanto em
termos absolutos como relativos à RCL, atingindo seu nível máximo, de 61,7% da RCL,
no fim desse período. Posteriormente a DCL passou a cair, alcançando o patamar de
36,8% da RCL no primeiro quadrimestre de 2017, voltando a subir, no 2° e 3°
quadrimestre de 2017, para 37,89%.
Figura 26: Dívida Consolidada Líquida (R$ 1.000,00 de Dez./2017)
Fonte: SEFAZ.
Pode-se considerar, de forma resumida, que a DCL é composta da Dívida Consolidada
(DC) menos as disponibilidades de caixa do Governo do Estado, sendo possível,
portanto, reduzir a DCL ou pela redução da DC ou via aumentos da disponibilidade de
caixa. Nesse sentido, a Figura 27 apresenta o comportamento das disponibilidades de
caixa e da DC do Governo do Ceará entre o 1° quadrimestre de 2014 e o 3°
quadrimestre de 2017.
Constata-se, via inspeção da Figura 27, que a queda da DCL, abordada anteriormente,
foi resultado tanto da redução, de R$ 679 milhões, da DC como da elevação, de R$ 551
milhões, das disponibilidades de caixa entre agosto de 2015 e dezembro de 2017. Ou
seja, enquanto a DC foi reduzida em 5,4% a disponibilidade de caixa cresceu 17,6%.
4,0
2
5,4
1 7
,37
6,7
8
9,3
9
10
,25
8,2
1
7,9
1
8,0
0
6,7
7
7,0
0
8,2
5 23,3
30,9
42,2 39,5
50,3
61,7
49,8 46,7
43,61
36,78 37,89 37,89
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
-
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
1°
quad.
2014
2°
quad.
2014
3°
quad.
2014
1°
quad.
2015
2°
quad.
2015
3°
quad.
2015
1°
quad.
2016
2°
quad.
2016
3°
quad.
2016
1°
quad.
2017
2°
quad.
2017
3°
quad.
2017
Bilh
õe
s
DCL % RCL
22
Figura 27: Dívida Consolidada X Disponibilidade de Caixa (R$ bilhões de
Dez./2017)
Fonte: SEFAZ.
Com base na composição da Dívida Consolidada do Estado, cujos dados são
apresentados na Figura 28, percebe-se que, no período compreendido entre o primeiro
quadrimestre de 2014 e 2017, houve uma mudança, dado que a dívida interna foi
reduzida em 1,6% e a externa cresceu em, aproximadamente, 75%. Uma implicação
dessa estratégia, de incrementar a dívida externa em detrimento da interna, é que
variações da DCL e do pagamento dos serviços da dívida tornam-se mais sensíveis às
variações cambiais. Assim, espera-se que quando houver maior volatilidade da taxa de
câmbio, como as que ocorreram em 2015 e 2016, a dívida pública cearense varie de
forma significativa independentemente do resultado primário do Governo do Estado.
Figura 28: Dívida Interna e Externa do Estado do Ceará (R$ bilhões de Dez./2017)
Fonte: SEFAZ.
8,63 8,80
10,29 10,33
12,50 12,16
11,24 10,58 10,83
10,49 10,38
11,97
4,62
3,40 3,09
3,57 3,12
2,16
3,09 2,67
3,01 3,72
3,38 3,72
-
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
1° quad.2014
2° quad.2014
3° quad.2014
1° quad.2015
2° quad.2015
3° quad.2015
1° quad.2016
2° quad.2016
3° quad.2016
1° quad.2017
2° quad.2017
3° quad.2017
Bil
hõ
es
DC Caixa
4,63 4,82
5,49 5,25
5,87
5,46 5,25
4,95 4,87
3,71 3,56
4,61
3,23 3,22
4,02 4,33
5,82 6,05
5,35 5,01
5,32 5,16 5,13
5,75
-
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
1° quad.2014
2° quad.2014
3° quad.2014
1° quad.2015
2° quad.2015
3° quad.2015
1° quad.2016
2° quad.2016
3° quad.2016
1° quad.2017
2° quad.2017
3° quad.2017
Bil
hõ
es
Div. Interna Div. Externa