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Agricultores satisfeitos com a recuperação ambiental P R O J E T O 5 ABRIL 2017

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Agricultoressatisfeitos com a recuperaçãoambiental

P R O J E T O

5ABRIL2017

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Mais um ano de trabalhos árduos em prol da agricultura familiar

rondoniense passou. Podemos celebrar muitos resultados positivos, como a implantação do núcleo de associações; ações educacionais de capacitação e intercâmbios realizados; centenas de famílias atendidas por serviços de extensão rural, milhares de mudas produzidas e doadas, bem como algumas dezenas de áreas recuperadas. Em breve essas áreas possibilitarão não apenas passos para adequação ambiental das propriedades beneficiárias, mas diversificação produtiva e melhorias na renda das famílias envolvidas.O projeto Semeando Sustentabilidade, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental é uma inovação para o público rural, pois integra atividades que permitem melhorar aspectos ligados à conservação da Amazônia, produzir mais em espaços menores e reaproveitar áreas alteradas e degradadas, evitando novos avanços sobre a floresta. Boa leitura,Direção CES Rioterra.

Editorial

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FichaTécnicaBoletim Informativo doProjeto Semeando SustentabilidadeAno 07 - Edição 05 - Abril - 2017

Produzido pelo Setor de Comunicaçãodo CES Rioterra

Tiragem: 2.000 exemplaresDistribuição GratuitaFotos: Centro de Estudos Rioterra

Jornalista responsável - Ana Aranda - 016 DRT RO

RECUPERAÇÃODE ÁREAS

PROJETO PROPORCIONA NOVOS SIGNIFICADOS PARA ÁREAS ABANDONADAS

O trabalho de recuperação de áreas (RAD) consiste em darmos um novo uso para ambientes das propriedades rurais que se encontravam abandonados. Com isso, evitamos a abertura de novas áreas florestadas para produção, diminuindo a pressão sobre os recursos naturais na Amazônia. Além de evitar desmatamentos, evitamos perda de biodiversidade, ajudamos a manter o ciclo de chuvas e os estoques de carbono existentes na floresta.

Entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017 o Centro de Estudos Rioterra executora do projeto Semeando Sustentabilidade, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, recuperou nos municípios de Itapuã do Oeste, Cujubim e Rio Crespo/RO, mais de 50 hectares, totalizando cerca de 200 hectares recuperados. O número pode parecer pouco significante diante dos passivos ambientais existentes na região. Contudo, seu efeito multiplicador, a possibilidade de haver unidades amostrais, o envolvimento dos beneficiários e os resultados de organização social fazem com que seu poder de replicação seja extremamente significativo. Grandes mudanças precisam de pequenos atos. O Semeando Sustentabilidade é um exemplo claro de que os indicadores numéricos, são insuficientes para expressar as dimensões qualitativas do projeto e sua importância para subsidiar ações voltadas à conservação da Amazônia.

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Especial

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SONHO SUSTENTÁVEL

O sonho da terra própria exigiu da família da agricultora mineira Marilza Francisco Ferreira uma verdadeira odisseia em terras rondonienses até a compra de um lote em Itapuã do Oeste. Ela conta que saiu com os pais da terra natal no ano de 1985 em busca do “Eldorado”, como Rondônia ficou conhecida na época. No Estado, eles primeiramente se instalaram em Ji-Paraná, depois mudaram-se para Rolim de Moura, retornaram para Ji-Paraná, viveram em Ariquemes, de onde, finalmente, migraram para Itapuã. Juntamente com o filho Franklin Ferreira, ela relata as dificuldades encontradas para gerir o sítio e o apoio recebido do projeto Semeando Sustentabilidade.

A família recentemente aderiu ao projeto ‘Semeando Sustentabilidade’, mas antes disso, Franklin participou de cursos realizados pela Rioterra para os agricultores de Itapuã. “Nos cursos aprendi que dá para trabalhar uma área pequena e ter um resultado satisfatório”, afirma ele.

Na área de um hectare beneficiada pelo projeto, a família

NASCENTE PROTEGIDA

O casal Arnaldo Souza Miranda, 66 anos, e Ramarta de Assis Vieira Miranda, 58, mostram com orgulho as árvores que protegem uma nascente localizada no sítio de 100

hectares onde eles moram e trabalham, no município de Cujubim. As árvores nativas que protegem o manancial da propriedade foram plantadas há cerca de quatro anos, com recursos do projeto ‘Semeando

Sustentabilidade’. Seu Arnaldo conta que, na época, ele tinha muita vontade de recuperar a área, que estava bastante degradada com o pisoteio do gado e a erosão

muito forte da época das chuvas. “Foi quando eu soube do trabalho da Rioterra. Aí, o pessoal do projeto veio e fez o trabalho. Deram tudo o que eu precisava para plantar as árvores. Foi uma mão na roda, cem por cento”, lembra o produtor.

está cultivando cacau, banana, mandioca “e bastante fruta que eu plantei em volta”, conta dona Marilza. A expectativa da família é melhorar a renda da propriedade quando começar a produção. “O projeto é uma força, um incentivo para a lavoura, porque traz a melhoria da terra, que é nossa maior dificuldade. Aí você vai agregando outras plantas”, acrescenta Franklin.

Outro aprendizado proporcionado pela Rioterra foi a possibilidade de reflorestar e ao mesmo tempo cultivar espécies que permitem um retorno econômico mais rápido, segundo Franklin. “Acho que a questão ambiental tem que estar associada à produção, como acontece quando se trabalha com um sistema destes (Sistema agroflorestal – SAF). Quando se cultiva castanha, açaí, e outras árvores frutíferas

leva tempo para se conseguir um valor compensatório, e aí o agricultor acaba desistindo. Por isso, se tem a ideia de que preservar não compensa financeiramente”, considera o produtor.

PECUÁRIA OU LAVOURA

A principal atividade da propriedade de dona Marilza é a pecuária. A lavoura ainda é um projeto da família, por causa das dificuldades de melhorar o solo. “Não é só um sonho. A lavoura é também uma questão de renda, porque a agricultura rende mais do que a pecuária.

Mas tem que investir no solo. Além disso, tem que considerar que a lavoura demora a começar a produzir e geralmente é mais difícil para o agricultor se manter enquanto não começa a produção, sendo que a pecuária é bem mais rápida”, relata Franklin.

Sementes do CampoEspecial

“Eu sabia que tinha que preservar, mas por conta própria ficaria caro e talvez eu nem tivesse feito a recuperação da área”, afirma. Para ele, o projeto foi muito importante, “porque a gente aprendeu como preservar as coisas. No futuro, isso (a recuperação da área) poderia fazer muita falta. O reflorestamento evita a erosão, limpa as nascentes e a água flui melhor. Pretendo dar continuidade ao trabalho”, acrescenta o “Seu” Arnaldo.

Na área reconvertida pela Rioterra, o produtor plantou mudas de frutíferas, como cupuaçu, açaí, manga e camu-camu, na sombra do arvoredo. “As fruteiras são novas. Mesmo que não seja para tirar renda, mas que dê uma boa fruta, além de preservar, já está muito bom”, segundo o produtor.

DO PARANÁ PARA RONDÔNIA

O casal migrou do Paraná para Rondônia em 2000 e se instalou em Cujubim. No município, eles adquiriram e venderam outro lote antes de se fixar na propriedade onde hoje vivem. A longa viagem entre o Sul e o Norte foi motivada pelo sonho da terra. No Paraná, eles plantavam milho, algodão e feijão, entre outras culturas.

A propriedade do seu Arnaldo tem 100 hectares e uma reserva de mata de aproximadamente sete alqueires (16,8 hectares). Atualmente, o produtor “mexe com tudo, planta abacaxi, cria um pouco de porco e tem um plantel de 100 cabeças de gado de corte, sendo que o abacaxi já foi a principal renda da família”. Com os três filhos criados, todos morando na cidade, a alegria do casal é receber a família nos finais de semana e a presença constante dos netos, como Cauane, quatro anos, que passa as férias escolares com os avós.

“...dá para trabalhar uma área pequena e ter um resultado satisfatório...”

“Eu sabia que tinha que preservar, mas por conta própria ficaria caro...”

Depoimentos dos beneficiários do projeto

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afirma que não desiste de plantar, um projeto de vida que ganhou impulso quando ela aderiu ao

projeto Semeando Sustentabilidade.Dona Marinalva soube do trabalho da Rioterra pela

vizinhança. Confirmou a notícia em reuniões realizadas pela

entidade e se diz “satisfeita” com o projeto. “Achei vantagem no que eles falaram e eles vieram, ajeitaram tudo direitinho. Hoje só temos esta roça no terreno que a Rioterra trabalhou aqui no sítio. Mas eu não vou desistir, estou querendo plantar mais, penso em graviola, açaí e outras espécies. A experiência com a Rioterra foi vantagem. Muito boa, acho que deveria continuar”, elogia a produtora.

Na área do sítio trabalhada em parceria com a Rioterra, ela cultiva açaí e mandioca, consorciados com as mudas de árvores nativas, que têm a função de reflorestamento. “Daqui a um ano, já estarei colhendo a banana e, em quatro, deve começar a produção do açaí”, comemora a agricultora.

Ele diz que também foi importante o aprendizado sobre o plantio de árvores nativas para o reflorestamento recebido por meio do projeto, diante das exigências da Legislação Ambiental de manutenção de reservas legais e proteção de matas ciliares. “Aqui ainda não chegou uma fiscalização, mas a gente sabe que existe esta lei e que um dia teremos que nos adequar. Se eu não tivesse encontrado o ‘Semeando’, eu não ia saber como fazer o reflorestamento. Ia sofrer uma penalidade maior, sem saber por onde começar. Hoje já tenho uma noção do que preciso fazer. Tenho um hectare reflorestado e daqui a um ano ou mais pretendo reflorestar outras áreas”.

O Sr. Juarez afirma que o projeto lhe deixou uma lição de sustentabilidade. “É importante, o reflorestamento, porque alguém vai ser beneficiado no futuro. A gente hoje sabe como está o clima. Tem dias de muita chuva ou seca,

em outros esquenta demais. Então, cada um fazendo um pouquinho, com certeza vai fazer uma diferença grande”.

CURSOS E VISITA DE CAMPO

Por meio do ‘Semeando Sustentabilidade’, seu Juarez participou de uma visita técnica a plantios de cacau de Ouro Preto e Cujubim. O produtor já havia passado por uma experiência negativa com o cacau, abandonando a lavoura quando ela foi atacada pela “vassoura de bruxa”, praga que ataca os cacaueiros. “Um besouro afetou demais a minha lavoura e eu tive que abandonar. Hoje, já plantei mais cacau e acho que vai dar certo”, conta, otimista. Outro benefício do projeto foi a elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade. ”Eu só levei os documentos e eles fizeram para mim, sem nenhum custo. Foi importante”.

Juarez reclama da falta de recursos para correção do solo de grande parte da propriedade. O problema é geral na região, afirma. “Estou tentando reflorestar. Tem pasto que dá para usar, mas exige a correção de solo, gradeamento e calcário. Tenho terra na propriedade que não estou usando por falta de condições de investimento”.

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CONFIANÇA NO PROJETO

“Em 2010, em um bendito dia apareceu aqui a camionete da Rioterra, com o nome da Petrobras no letreiro, e ficamos curiosos com aquilo. Aí recebi a proposta do projeto de recuperação de matas ciliares das nascentes com o plantio de árvores nativas. E como estava precisando mesmo, aceitei a proposta e o resultado está aí”. Quem conta esta história é o seu Jaime Carvalho dos Santos, 61 anos, proprietária de um sítio em Cujubim, onde a Rioterra recuperou uma área de mata ciliar através do projeto ‘Semeando Sustentabilidade’, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental.

Seu Jaime afirma que “sozinho seria praticamente impossível fazer este processo todo de recuperação da área. Selecionar as árvores, pagar a mão de obra para plantar, conseguir as mudas. E não tive despesa nenhuma,

apenas cedi a área, e para mim o benefício que trouxe considero que foi vantagem. Além das informações de como fazer. Na época vieram muitas pessoas que acompanharam mesmo o processo. Tudo certinho. Tive toda a cobertura que precisava”.

O projeto também deixou uma lição de sustentabilidade. “Para nós, proprietários, penso que só temos a ganhar com o projeto. A perda é zero. Porque a gente não pode pensar só em desmatar. Tem que pensar em construir também. Salvar a água e preservar”.

LIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE

O mineiro Juarez de Paula, 64 anos, chegou em Rondônia com os pais e seis irmãos em 1973. Primeiro morou em Jaru e desde 1976 está radicado em Itapuã do Oeste. Ele hoje se dedica principalmente à pecuária nas terras adquiridas pela mãe na década de 1970. A propriedade tem 100 hectares e ele calcula que cerca de 70% do lote foi desmatado. Em 2014, o produtor aderiu ao projeto ‘Semeando Sustentabilidade’. “O projeto me deu boas condições para trabalhar e eu acreditei de cara”, recorda o produtor. A propriedade foi contemplada com um sistema de irrigação que incluiu a construção de um poço de 42 metros de profundidade. “É um grande patrimônio que eu ganhei”, considera o produtor.

Na área reflorestada pela Rioterra, onde as árvores nativas já estão bem desenvolvidas, seu Juarez também plantou café, cacau melancia e maracujá. Não foi feliz com o maracujá, porque a lavoura foi atacada por abelhas, mas conseguiu um “retorno melhor” com a melancia, produto que ele pretende plantar novamente no local, juntamente com uma lavoura de milho.

REALIZAÇÃO DE PROJETO DE VIDA

Marinalva Garcia de Oliveira, 51 anos, seis filhos, mineira, quando se mudou com a família para Rondônia, no final dos anos 1990, trouxe na bagagem o sonho de ter a própria terra e de viver da lavoura. Hoje, proprietária de um sítio de 21 alqueires, luta com dificuldades para plantar. Para isso, precisaria melhorar a qualidade da terra, “que é fraca”, mas alega falta de recursos para a compra dos insumos necessários, além da falta de maquinário. Sem outra alternativa, a família cuida de cerca de 30 vacas leiteiras para garantir o sustento. Mas o sonho persiste e a produtora

18 KM COM OS CACÁIOS NAS COSTAS

Seu Jaime tem hoje cerca de 120 cabeças de gado na propriedade e outras tantas em parceria com o filho, mas até chegar a este ponto a luta foi grande. O produtor conta que em 1998 chegou em Cujubim e a região onde hoje ele tem o sítio era coberta pela floresta. “Onde nós estamos agora era mata mesmo. Tinha abertura só a 25, 30 quilômetros daqui. Viemos na picada, na raça, tinha muita malária. Cheguei a carregar os cacáios nas costas por 18 quilômetros. Carregando alimentação e sementes para plantar”, relata seu Jaime.

Como outros produtores da região, ele também sonha com a lavoura. “Tô sempre mexendo com as plantas. Recentemente plantei um hectare de milho com uma plantadeira movida por cavalo de um vizinho, que trouxe o equipamento, já velho, do Paraná. Fiz análise do

solo, adubei, tudo direitinho. Deu muito milho”. Como liderança na região, seu Jaime acredita que se houvesse a disponibilidade de maquinários para tratar a terra “certamente faríamos uma verdadeira agricultura familiar em Rondônia”.

“Tem que pensar em salvar a água, preservar”

“É um grande patrimônio que eu ganhei”

“...eles vieram, ajeitaram tudo direitinho...”

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