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N Respostas 19

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dezembro 2011 / janeiro 2012 • A revista N Respostas é uma publicação da N Produções, e objetiva oferecer soluções para o mundo empresarial. Editora-chefe: Renata Araujo, Arte: Leticia Marchini, Diretor Executivo: Jose Paulo Furtado

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José Paulo FurtadoDiretor da Revista N Respostas

nessa última edição do ano de nossa revista gostaria que pensasse se sua empresa é admirada, elogiada. Se as pessoas que adquirem seus produtos ou serviços o fazem com prazer, in-dicam novos clientes e comentam as experiências que tiveram, ou apenas compram o que vendem e simples-mente vão embora?Aprendi que as coisas mais impor-tantes de uma empresa, as duas coi-sas que realmente importam, são: a satisfação dos clientes e a lucratividade que geram. Sem demagogia, empresas vivem de lucro e não de vendas. Quem gosta de “giro” é bailarina e não em-presário. É um engano achar que o fato de girar o estoque ou o que produzimos fará a empresa ter su-cesso.Lembro do início da atividade da N Produções: traba-lhávamos muito e tínhamos alta satisfação dos clientes mas, infelizmente, a empresa não tinha lucro. Demo-ramos um tempo até entender que lucrar não é er-rado. O lucro é a possibilidade que a empresa tem de melhorar a vida dos seus colaboradores, de fazer novos investimentos, de inovar na área em que atua, sem falar que paga mais impostos e cria mais empre-gos. O crescimento traz oportunidades para todos.Ouvindo a entrevista de Jack Welch, CEO da empre-sa norte-americana GE, maior gestor que o mundo já viu em atuação: “A empresa precisa ser rica para ajudar os outros. O Brasil precisa ser rico para aju-dar e manter suas políticas para ajudar os menos favo-recidos. Primeiro tem que resolver o seu problema, depois pensar nos problemas dos outros”. Essa é uma boa dica para a gestão empresarial, como também para você, que é colaborador de uma empresa.Aproveitando a nossa matéria de capa, brilhantemen-te escrita pelo consultor e palestrante Carlos Hils-dorf, comento que desconheço alguma empresa que

conseguiu ter maior satisfação dos clientes do que a Apple, de Steve Jobs. Faça um teste, chegue perto de algumas pessoas que usam um Mac e fale que outra marca é me-lhor. Basicamente, você vai ter que correr muito para não ser “apedre-jado”. Usuários de Macs simples-mente são fãs incondicionais dos seus produtos. Não os trocam por nada desse mundo. Não são clientes apenas, são defensores apaixonados

da marca, fãs de carteirinha. Aplaudo e me inspiro, nossa meta deveria ser essa ao medir o nível de satis-fação de nossos clientes. Pergunto: seus clientes de-fendem sua empresa assim? Quando algum detrator fala mal, eles entram para lhe defender? Pense nisso!E você, caro leitor, como vai a sua marca pessoal? Qual é o nível de satisfação dos colaboradores que tra-balham para você, ou com você? Quando alguém fala mal da sua marca, alguém lhe defende? Ou ajudam a destruir a sua imagem? Pense nisso! Da mesma forma que as empresas precisam de fãs, você também preci-sa deixar uma marca positiva no mercado. Aquele que faz a diferença, que é positivo, que atrai pessoas boas para perto e gera os melhores resultados.Um dia, quem sabe, você possa receber elogios as-sim: obrigado por estar aqui, ao nosso lado. Você faz nossa empresa e nossa vida serem melhores e é ao lado de pessoas assim que queremos servir aos nossos clientes e fazer a diferença para eles.

Feliz Natal e um abençoado 2012 é o que desejamos a você!

Um abraço,

twitter.com/[email protected]

Caro leitor,

Sua empresa possui clientes ou fãs?

Carta ao LeitorN Palavras

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N Respostas é uma publicação da N Produções

Diretor-Executivo:José Paulo Furtado

Direção de Arte:Letícia [email protected]

Editoração:Letícia Marchini

Editora-ChefeRenata Araú[email protected]

Jornalista responsável:Cid Furtado Filho DRT DF 1297

Revisão:Denise Goulart

Fotografia:Telmo Ximenes

Reportagem:Renata Araújo

Colaboradores desta edição:Carlos Júlio • Carlos Hilsdorf • Pedro Mandelli • Gilberto Cabeggi• Homero Reis • Mario Sergio Cortella • Roberto Shinyashiki • Demetrius Borel Lucindo • Gustavo Cerbasi • Renato Alves

Diretora Financeira:

Ana Paula Abí[email protected]

Diretor Comercial:José Paulo [email protected]

www.nproducoes.com.br

Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas:

SHCGN 704/705 Bl. E nº 17 Ed. M.ª Auxiliadora sala 401 CEP 70730-650 Brasília-DFTel/Fax: 61 3272.1027

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Como anunciar: 61 3272.1027 de 2.ª a 6.ª, das 9 às 18h [email protected]

A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados.

Tiragem: 20.000 exemplares.

Impressão: Gráfica Piloto - Goiânia

[email protected]

“Gostaria de parabenizar a revista pelo ótimo texto que Cortella nos oferece. Acolher e, se me permitem, incentivar a discordância é o melhor ca-minho para a aprendizagem e o crescimento. Não vejo a hora de ter a próxima revista nas mãos.”

Helio de AzevedoProfessor de Geografia

Helio, realmente é um pri-vilégio ter o professor Cor-tella como um dos colunis-tas de nossa revista.

Já lhe adianto, em primei-ra mão, uma ótima notícia: ele continuará conosco em 2012!Obrigada pelo feedback, é muito importante contar com a participação de nos-sos leitores.Aproveito a oportunidade para lhe desejar, em nome de toda a equipe N Respos-tas, um excelente final de ano. Renata AraújoEditora-chefe – N Respostas

Leitor

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Capa

SeçõeS

CoLuniStaS

Índice

10. Os múltiplos legados de Steve Jobs por Carlos Hilsdorf

18. pedRO maNdelli além da hierarquia

25. demetRiuS BORel luCiNdO N investimentos

26. ROBeRtO SHiNyaSHiki dicas de campeão

34. HOmeRO ReiS pergunte ao coach

38. maRiO SeRgiO CORtella Filosofando

3. N palavRaS

7. eNtReviSta max gehringer

20. N FlaSHeS Quem passa pelos eventos da N produções

24. etC. entretenimento, trabalho, casa

28. eCO NOtíCiaS

30. N atividadeS

Ano IV • Nº 18 • outubro / novembro 2011

ReSpoStaS

16. ReCuRSOS HumaNOS - Carlos Julio 8 dicas para contratar o melhor profissional para

sua empresa

22. FiNaNçaS peSSOaiS - gustavo Cerbasi dívidas? Só se for para enriquecer!

32. mOtivaçãO - gilberto Cabeggi um plano para fazer acontecer

36. COmpORtameNtO - Renato alves O preço da distração

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Entrevista

você atua em vários segmentos, direcionados para vários conteúdos. você acha que essa diversificação é a uma tendência?Não, depende muito de quem a pes-soa é. Não sei se é melhor ser ge-neralista ou fazer uma coisa só. Eu conheço pessoas que só fazem uma coisa e estão se dando maravilhosa-mente bem, porque ninguém sabe fazer aquilo melhor do que elas. Essa é uma opção. O que eu estou fazen-do, eu fiz durante toda a minha car-reira. Eu gosto e me sinto bem. Me adapto muito facilmente. Para mim, a área nunca teve muita importân-cia, porque tudo é gente. Tem gente lá, tem gente aqui. Entendendo de gente, o resto é muito simples. En-tão, essa escolha vem muito de uma autoavaliação.

Quando e como você optou por ser generalista?Quando comecei a trabalhar, com 16, 17 anos, na empresa iam formar uma brigada de incêndio, precisa-vam de um voluntário, já estava eu lá na brigada. Na época, tinha Madure-za ginasial, um curso que passava na televisão e as empresas tinham salas de aula, precisavam de monitores. Eu já me candidatava. Eu desenhava, então, final de ano, fazia cartões de Natal para todas as seções da empre-sa. Acabei sendo conhecido por um bando de coisas que não tinha nada a ver com o que eu fazia. Se eu soubes-se o que sei hoje, eu teria feito ainda mais coisas. Porque essa é a minha natureza. Eu optei por ser generalis-ta, nem sei bem porquê. Trabalhei na fábrica, fui para o escritório, fui

para vendas, fui para sistemas, ma-rketing, um negócio maluco. E tudo deu certo, não tenho queixa de ne-nhuma das áreas pelas quais passei. Como uma pessoa pode ser contratada em uma nova área de atividade, sem experiência comprovada?Nesse caso, quase na totalidade das situações, a oportunidade é dada dentro da própria empresa em que ela já trabalha. Aí, tudo o que já se sabe sobre a pessoa conta. Uma outra empresa não contrataria, não por ser contra, mas porque em um processo de seleção vai aparecer um candidato certo, que tenha a experiência comprovada naquela área há bastante tempo, então não é risco. Trazer alguém de fora, nes-sas circunstâncias, seria um risco

Consultor e comentarista exclusivo do programa Fantástico e da Rádio CBN, max gehringer esteve em Brasília falando sobre emprego e Carreira para o público da N produções. Na ocasião, gentilmente, nos concedeu a entrevista que se segue.

por Renata araújo

MaxGehringer

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maior. Dentro da própria empresa, essa possibilidade, sim, existe.O que você tem a dizer para o profissional na faixa dos 50 anos, que, por algum motivo, perdeu o emprego e precisa se recolocar?Existe uma choradeira danada, di-zendo de uma discriminação contra pessoas com mais de 45, 50 anos. As pesquisas não mostram isso. Nunca mostraram. A realidade é que essa é a categoria com índice de desem-prego mais baixo, cerca de 6% no máximo. Uma vez escrevi um ar-tigo dizendo “Prepare-se para ser demitido e você não será!” Porque se você se preparar bem, estudar, tiver sempre atualizado, na hora que tiver uma lista, você não vai embo-ra...Quem vai é quem não está pre-parado e, como não está, aí vai ser difícil conseguir outro emprego. Eu conheço gente de 60 anos que está muito atualizada. Eu trabalhei em um monte de empresas e nun-ca vi nenhuma descriminar. Há 10 anos eu disse que o melhor exemplo de empregabilidade no Brasil era a Hebe Camargo, e quem estava na moda eram a Tiazinha e a Feiticei-ra. Isso foi de 1999 para 2000. Eu escrevi: daqui a 10 anos, portanto, no ano passado, se a Hebe quiser mudar de emprego ela vai ter duas ou três propostas e nós não vamos mais nem saber por onde andam a Tiazinha e a Feiticeira. E foi dito e feito. É muito mais fácil dizer: não sou admitido porque já tenho mais de 45 anos, do que dizer que não sou admitido porque faz 20 anos que não estudo nada, não me atualizo, que deixei de conhecer pessoas... O que se pode fazer para orientar os jovens dentro do

excesso de possibilidades na hora de escolher o curso ou a carreira?Devemos orientá-lo a ler bastante; a procurar algum tipo de estatística do MEC, do IBGE... Ele deve optar por um curso que facilite a entrada no mercado de trabalho. Adminis-tração, engenharia e informática. São os três cursos que garantem que o índice percentual de jovens que se formam e conseguem emprego na área seja alto. Os mais saturados são Comunicação Social (jornalis-mo), Psicologia e Direito, ainda com um agravante: quem quiser seguir em Direito, depois de se formar, tem que passar no exame da OAB, que está aprovando 10, 12%, só. É uma loucura você fazer um curso e depois ter 80 e tantos por cento de chance de não fazer aquilo porque não passou no exame da Ordem... Também tem que se orientar sobre o curso técnico. Hoje, as empresas declaram que têm vagas, mas não encontram profissionais. E tem gen-te formada, com pós-graduação, MBA, intercâmbio, que não conse-gue emprego. Esses empregos são para técnicos, que é o que nós não estamos formando. Então, fazer curso técnico é uma grande vanta-

gem. Não é perder tempo, é ganhar tempo na carreira, ao contrário do que parece. O curso técnico garante mais ou menos 90% de empregabili-dade. Normalmente, o jovem se em-prega antes de terminar o curso e en-tra na empresa. Dentro da empresa, ele pode começar a prestar atenção em áreas diferentes, conversar com quem trabalha nelas e escolher a área que interessa para ele. Dessa forma, ele pode fazer uma escolha melhor.e com que idade se deve procurar o primeiro emprego?Eu sempre recomendo que o jovem comece a trabalhar cedo, com 17, 18 anos. Quando ele tem 21, 22, já tem uma certa experiência, conhe-ce o sistema. Sabe o que é lidar com um chefe, o que é lidar com um co-lega invejoso, ou seja o que for, né? Conhece tudo que existe dentro de uma empresa. Não se deve esperar para entrar no mercado de trabalho com 24, 25 anos, quando já passou aquela fase em que o jovem aceita que todo mundo critique. Aí, ele entra e já escuta meia dúzia de coisas que nunca escutou na vida. Fica deprimi-do, uma série de coisas. Por isso, é bom começar a trabalhar o quanto antes. Pode até ser numa ONG, mas o importante é começar.em relação à hierarquia nas empresas, você acha que existe um perfil mais eficaz, um mo-delo ideal de liderança? É me-lhor um líder mais aberto ou um chefe que se impõe?Não, eu não acredito em modelo ideal, isso depende muito. Qual é a cultura dessa empresa? A cultura dentro da empresa é determinada pelo comportamento do dono ou do presidente. Numa empresa, quanto mais as pessoas se parecem com a primeira pessoa, mais chances elas

“Fazer curso técnico é uma grande vantagem.”

[Entrevista]

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têm de ser promovidas. Então, se o sistema hierárquico é, por exemplo: o chefe fala o mínimo possível. Ele prefere se comunicar por escrito, para deixar tudo registrado. Mui-to raramente ele recebe uma pes-soa para ficar ouvindo história. Ele comunica todo mundo ao mesmo tempo quando tem que dar uma de-terminação. O que acontece se al-guém com espírito de liderança mais aberto entrar nessa empresa? Ele vai ser excluído pelo grupo claramente. Os outros chefes vão ser contra ele. A mesma coisa acontece numa em-presa que tem estilo aberto, jovial e simpático e entra um líder que fala pouco, que pouco sai da sala, que determina normas, que faz questão do cumprimento de horário. Então, é ao contrário. Ele vai ser posto para fora pelos outros, vai ser acusado de dinossauro.pensei que você fosse dizer que dependia do setor, da função específica... Não, o estilo de liderança depende da cultura e toda cultura é determi-nada de cima para baixo. A cultura é sempre dada pelo exemplo e as-similada pela observação. Sempre. Eu trabalho numa área e observo quem foi promovido ali nos últimos 2 anos. Os caras se parecem, eles se vestem igual, andam igual. Se eu não me parecer com eles eu não vou ser promovido. É muito importante entender que a empresa não se adap-ta ao funcionário. O funcionário é quem se adapta à empresa.você acredita numa mudança com a mesma direção? Que uma empresa que já existe ali há 20 anos e aí alguém chega e fala que não está bem...Já vi consultorias implantarem re-latórios... Mas nunca vi o centro do

poder da empresa mudar, nunca vi mudar o procedimento. Pode ser que um sujeito tenha aí um ataque cardíaco, toca na mão de Deus e re-solva mudar, mas aí, é mais fácil o camarada vender a empresa, pegar o dinheiro e aproveitar os anos que restam, do que mudar a cultura da empresa.Qual é a chave para acertar na hora da contratação?A cultura. No meu tempo de Elma Chips, a gente tinha um logotipo que é um sorriso. Eu tinha um logo-tipo na parede atrás de mesa. Quan-do um candidato entrava na minha sala sério, eu falava: você tem ideia por que temos essa logo? Então, faz o seguinte: volta lá fora, fecha a porta, bate de novo e entra. O cara entrava com um sorriso. Então, eu mostrei para ele que se ele quiser ser sisudo, ele não vai trabalhar aqui. Eu sempre fazia muita pergunta orien-tada para ver emoções, sentimentos. Fazia 3 ou 4 perguntas de praxe, porque o pessoal dos recursos hu-manos gostava que fizesse. Mas essa era uma empresa que gostava que as pessoas botassem para fora o que es-tavam sentindo. As que não gostam, não podem contratar pessoas que gostam de rir, de contar piada, que gostam de ficar andando. É errado contratar alguém apenas por você acreditar no perfil e no potencial dela?Não sei se é certo ou errado, mas na prática isso não ocorre. Nem a pes-soa entusiasmada, que tem vontade mas não tem estudo necessário, pré--requisito para o cargo; nem o jovem que estudou demais e nunca traba-lhou. Na hora da contratação, o que a empresa quer? Ela quer equilíbrio: escolaridade mínima necessária e um pouco de experiência. Então, às

vezes, a pessoa que tem muito es-tudo e nenhuma prática acaba per-dendo uma vaga para quem tem um equilíbrio melhor.Quais são suas expectativas para 2012?Vai ser um ano muito bom! A não ser que exista alguma turbulência externa que afete muito a econo-mia brasileira; a não ser que a Gré-cia quebre, dê um efeito dominó, quebre a Europa... Aí, paciência. Se acontecer, será uma catástrofe eco-nômica no mundo, outra depressão de 29 e ninguém escapa... Mas eu não acho que isso vá acontecer, eu acho que 2012 vai ser um ano mui-to bom. Que conselhos você deixa como mensagem final?Além de tudo o que nós falamos até agora... Outra coisa que todo mundo pode fazer é ser curioso. O curioso faz mais perguntas e apren-de mais. Quem faz muita pergunta, normalmente, sabe dar boas respos-tas. Quem chega em cima é tremen-damente curioso, nada passa perto dele sem ele ver o que é aquilo. Ter foco é necessário. Foco todo mundo tem que ter. Não desistir, todo mun-do pode. Persistência é uma boa. Deu errado?! Vou fazer de novo! Não vou desistir! E o mais impor-tante: prepare-se para ser demitido e você não será.

“O estilo de liderança depende da cultura.”

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Capa

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por Carlos Hilsdorf

para muitos, é difícil separar um homem de seu legado, especialmente quando o legado faz do homem um mito, uma lenda que “transcende” sua realidade cotidiana. No entanto, a única maneira de conhecermos verdadeiramente o legado e o homem consiste em observar simul-taneamente, mas com lentes independentes, o homem, suas realiza-

ções e as interconexões entre a personalidade, caráter, temperamento e sua obra.evidente que levar isso às minúcias exigiria um livro, além e diferente dos já publicados, incluindo “Steve Jobs – A Biografia”, de autoria de Walter isaacson, editado no Brasil pela Companhia das letras.

Múltiplos legadosA palavra “job”, em inglês, tem entre suas múltiplas traduções: obra, negócio, assunto, trabalho e empre-endimento lucrativo. Coloque-a no plural e você co-meça a visualizar os múltiplos legados de Steve Jobs – um profissional da Era da Convergência.A Era da Convergência, da qual Jobs é um ícone ine-quívoco, caracteriza-se pela multifuncionalidade, interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e mul-tiexpertise. Trata-se de uma era onde os modelos de negócios precisam ser mais abrangentes, inclusivos e inteligentes, abrangendo tanto os aspectos tangíveis

quanto intangíveis, e, principalmente, oferecendo produtos e serviços que o cliente sequer pen-

sou ainda em demandar!Steve Jobs foi visionário ao aprovei-

tar algumas soluções já existen-tes, tecnologias emergentes, um

novo momento da internet no

mundo e focar em vender computadores criados para as pessoas e não para as empresas!Sua caminhada, examinada de maneira criteriosa, ou seja, além do mito, nos deixa múltiplos legados em diferentes áreas do conhecimento e dos relaciona-mentos humanos e empresariais.É importante reconhecer que legado não significa apenas as contribuições que admiramos, mas aquelas com as quais podemos aprender e modificar o mun-do. O Dicionário Houaiss define “legado” como uma palavra derivada do latim legatum – doação que é dis-criminada em testamento. Com o passar do tempo, em língua portuguesa, a palavra legado começou a ser utilizada como “aquilo que fica” da vida de uma pessoa e, não raro, as pessoas utilizam a expressão apenas no sentido das “virtudes”, esquecendo-se que os erros também nos trazem o legado do conheci-mento e da sabedoria que deles advêm, afinal, testa-mentos deixam bens e dívidas...

Os múltiplos legadosde Steve Jobs

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Assim, os legados de Steve Jobs pos-suem fatos e aspectos positivos que podemos reeditar para a nossa re-alidade e, também, fatos e aspectos negativos, bastante comuns ao estilo de personalidade e temperamento que possuía (segundo os relatos da-queles que conviveram com ele com grande proximidade), que podem e devem nos orientar para não repetirmos os mesmos equívocos. O sucesso nos negócios não é sinônimo de equilíbrio e harmonia nos demais aspectos da vida.Seus legados podem ser divididos em, pelo menos, quatro grandes áreas:

1.Arte e Tecnologia

2.Administração e Negócios3.Liderança

4.Apresentação de Produtos (keynote) e Marketing

Arte e Tecnologia:

Steve Jobs era obcecado (esta palavra o define bem) por unir arte e tecnologia. Era um apaixonado por

design, queria que seus produtos fossem esteticamente encantado-res, refinados – fato que perseguiu e conquistou em todos os seus lançamentos do Imac em diante. E este foi um dos múltiplos fato-res de sucesso da Apple, que em perfeito sincronismo com a era da convergência transformou compu-

tadores, telefones e tablets em objetos de desejo esté-tico, verdadeiras joias do consumo!

Administração e Negócios:

Steve era ambicioso, pensava grande – o que com-pensava e complementava os aspectos mais low profi-le da personalidade e do temperamento de Wozniak. A Apple desafiou a soberania da IBM e Steve foi um dos poucos executivos que teve o prazer de retornar como CEO a uma empresa criada por ele e da qual foi demitido no processo interno de luta pelo poder. E, lembremos, voltou vendendo à Apple a empresa que fundou ao sair da companhia e trazendo na bagagem as bases do sistema operacional que viria a ser a pla-

Capa

Nasce Steven paul Jobs, em São Fran-cisco, Califórnia, em 24 de fevereiro de 1955. O nome Jobs viria dos pais adotivos (paul e Clara Hagopian Jobs), uma vez que o bebê fora deixado para adoção por seus pais biológicos (Joanne Simpson e o imigrante sírio abdulfattah John Jandali).

entre 1974 e 1975 iniciou a parceria com Steve Wozniak (personalidade que deve ser estudada por quem dese-ja entender em profundidade o sucesso da apple e influências sobre a carreira de Jobs). ambos se conhece-ram no Homebrew Computer Club, em palo alto, um grupo local de hobistas de eletrônica. Wozniak também havia abandonado a universidade da Califórnia em 1975.

Jobs e Wozniak, observando as tendências e preferências de consumidores cuja paixão compartilha-vam, perceberam que o computador verdadeiramente pessoal (montado e barato) estava a ca-minho… venderam alguns bens pesso-ais (a calculadora científica da HP de Woz e a mini-van Volkswagen de Jobs), obtiveram uS$1.300,00 (mil e trezentos dólares) e começaram seu projeto na garagem de Jobs.

em 1 de abril de 1976, os dois Steves fundavam a apple inc. , cujos produtos inovadores (apple i e ii) os tornaram milionários. Já em 1982, Steve Jobs, então com 27 anos de idade, foi o mais jovem a aparecer na capa da revista Fortune 500, fato raríssimo antes da era pontocom.

em 1985, os produ-tos apple iii e lisa não decolaram e em 6 de fevereiro de 1985, Wozniak, por divergência de objetivos pesso-ais, desligou-se definitivamente da apple. Steve Jobs foi forçado pelo conse-lho administrativo a abandonar a apple e fundou a NeXt, outra empresa de computadores, cujos computadores não fizeram sucesso, mas o sistema ope-racional NeXtstep, de interface gráfica de incrível beleza e facilidade de utiliza-ção chamou a aten-ção do mercado.

aos 17 anos ingres-sou na universidade Reed College, em portland, Oregon, curso que abando-naria em caráter definitivo seis meses depois.

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atos:

“legado não significa apenas as contribuições que admiramos, mas aquelas com as quais podemos

aprender e modificar o

mundo.”

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taforma e um dos múltiplos segredos de sucesso da Apple até hoje.Neste mesmo período, Steve reinventou e valorizou a Pixar, comprando-a da Lucas Filmes e vendendo-a posteriormente à sua parceira Disney, da qual, como vimos, tornou-se o maior acionista físico. É inegável que encontramos em ambas as situações um tino em-presarial de primeira linha, associado à sua obsessão pelos detalhes, comum às pessoas geniais que conse-guem realizar caminhos autodidatas e não precisam se submeter a rígidas estruturas hierárquicas.

Liderança:

Podemos dizer que Steve Jobs era um líder do tipo infernal, daqueles que rompem com o paradigma de que o único tipo de liderança que funciona é a do líder afável. Todos os relatos demonstram que era dificíli-mo trabalhar com ele, não apenas por sua paixão pe-los detalhes, mas por sua postura muitas vezes arro-gante e até humilhante para com seus liderados. Era uma pessoa pouco flexível, fato comum às pessoas com transtorno obsessivo compulsivo, cujo conjunto de particularidades definiria bem uma personalidade

como a de Jobs, hipótese muito provável para aqueles que se derem ao trabalho de mergulhar de maneira criteriosa em sua biografia.Ainda assim, o anseio de milhares e milhares de ta-lentos brilhantes consistia em trabalhar ou continuar trabalhando com ele, o que, por definição, confirma um princípio fundamental da liderança segundo o qual os liderados sabem que o líder (independente-mente de seu estilo de personalidade e temperamen-to) conduzirá cada um a superar seus limites, buscan-do esgotar todas as possibilidades de superação. Foi graças a este estilo infernal de liderança e, possivel-mente, ao TOC que muitos dos produtos mais geniais da Apple saíram da prancheta de liderados esgotados pela pressão...

Apresentação de Produ-tos (keynote) e Marke-ting:

Steve foi um extraordinário homem de marketing (talvez até mesmo a informação de que a sua biografia não devia

em 1996/1997, Steve Jobs vendeu a NeXt Computers para a apple e volta a ser o CeO da companhia. a apple estava interessada no sistema opera-cional NeXtstep, que viria a ser a base do mac OS.

em 2000, a apple introduziu os imacs que, já baseados no sistema mac OS, revolucionavam com design muito inovador e material translúcido, colo-cando fim ao bege da era pC.

em 2001 foi lança-do o ipod, repro-dutor de mídia (no início, música) digital integrado a uma loja virtual de venda de conteúdo. modelos futu-ros ofereceriam disponibilidade para vídeos, jogos e aplicativos, até culminar em 2007 com o lançamento do primeiro ipho-ne, smartphone da apple, e em 2010 o ipad.

em 24 de agosto de 2011, Jobs renun-ciou à presidência da apple e reco-mendou Tim Cook como seu sucessor. Nesta década fan-tástica da história da apple e de sua própria carreira como ícone de uma revolução tecno-lógica e de suas relações com novos negócios, Steve consagrou-se por suas emblemáticas e esperadas pales-tras (keynotes) nas macworlds, eventos em que eram lança-das as novidades da apple.

Steve Jobs morre aos 56 anos, em 5 de outubro de 2011, devido a um câncer pancreático que “enfrentava” desde 2004. Neste mo-mento, a apple se encontrava como a oitava empresa de capital aberto mais lucrativa das amé-ricas, tendo che-gado, no primeiro trimestre de 2010, a bater a microsoft em lucratividade, pela primeira vez em vinte anos de comparações.

em 1986, Jobs compra da lucas Film o estúdio de computação gráfica Pixar por 10 milhões de dólares. estabelecendo uma parceria estraté-gica com a Disney, deu-se início a uma série de fantásticos sucessos: Toy Story, procurando Nemo, Ratatouille, up, altas aventuras, entre outros. Com a posterior venda da pixar para o grupo de Comunicação e entretenimento Disney (janeiro de 2006), Steve Jobs passou a ser o maior acionista individual da Disney, ocupando posto no conselho diretivo.

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“Steve Jobs era um líder do tipo infernal, daqueles que rompem com o paradigma de que o único tipo de liderança que funciona é a do líder afável.”

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omitir nenhum fato e de que ele não iria sequer ler e revisar os originais se deva a esta característica, mas isto é, no momento, apenas uma hipótese).O maior brilhantismo de um grande homem de marketing trabalhando em causa de marca pró-pria é tornar-se maior que a própria marca, um ícone referência de um segmento, assim como também aconteceu com Walt Disney. Neste que-sito, Jobs seguramente ultrapassou em milhares de anos-luz a Bill Gates. O carisma de Jobs, sua trajetória, produtos e apresentações tornaram--no uma espécie de pop star dos negócios!Jobs foi um excelente palestrante, sabia utilizar com precisão suas forças em apresentações con-cisas, objetivas, assertivas e tremendamente im-pactantes. Estas apresentações, especialmente as que fazia na Macworld, eram esperadas o ano todo por um público ansioso por vê-lo ao vivo, mesmo enquanto doente. O aplicativo Keynote, da Apple, foi desenvolvido especialmente para as apresentações de Jobs, só depois, com o sucesso destas apresentações, foi disponibilizado ao gran-de público. Claro que o segredo de Jobs não era o Keynote, mas a maneira como utilizava os slides, as animações eram apenas um detalhe. Na ver-

dade, Jobs era um gigan-te ao vender ideias que vendiam conceitos para depois vender produtos. Este era o seu segredo: ideias que vendiam con-ceitos para depois vender produtos!Como este artigo é uma breve reflexão sobre o con-junto da obra e do autor

Steve Jobs, pararemos por aqui. Se você quer com-preender melhor quem foi, como foi e o que há de expertise disponível no estilo Jobs, recomendo que mergulhe em profundidade na bibliografia disponí-vel e não se esqueça de estudar com o mesmo en-tusiasmo a trajetória de Steve Wozniak, porque há muito a aprender com ele e muito a compreender sobre o estilo Jobs a partir da trajetória de Wozniak – antes, durante e depois da Apple!

Valeu a pena, Steve. Fica aqui o respeito e homenagem da revista N Respostas, minha e de todos os que pro-varam o gosto inigualável da maçã.

“Tudo fica cada vez mais simples. Esse é um dos meus mantras – foco e simplicidade!”

“Acredito que parte do que tornou o Mac ótimo foi que as pessoas que trabalharam nele eram músi-cos, poetas, artistas, zoólogos e historiadores que, por acaso, eram os melhores cientistas de compu-tação do mundo!”

“Meu trabalho não é ser fácil com as pessoas. Meu trabalho é torná-las melhores.”

“Quando voltei para cá, em 1997, eu estava pro-curando mais espaço e encontrei um arquivo de velhos Macs e outras coisas. Despachei tudo para Stanford. Quem olhar para trás em negócios está perdido. Você tem de olhar para a frente!”

“Não temos chances de fazer muitas coisas, e to-dos devem ser realmente excelentes. Porque essa é a nossa vida. A vida é breve e morremos, sabe? E todos escolhemos fazer isso com a própria vida. Portanto, é melhor ser muito bom. É melhor valer a pena!”

“Jobs era um gigante ao

vender ideias que vendiam

conceitos para depois vender

produtos.”

Como reflexão final, Steve Jobs por Steve Jobs (cinco frases que sugerem sua maneira de ver o mundo e os negócios):

Carlos Hilsdorf é economista, pós-graduado em Marke-ting pela Fgv, consultor e pesquisador do comportamen-to humano. Considerado um dos melhores palestrantes do Brasil na atualidade. palestrante dos Congressos mundiais de administração da alemanha e itália. autor do best seller atitudes vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero, e do sucesso 51 atitudes essenciais para vencer na vida e na Carreira. Referência nacional em desenvolvimento humano. Site: www.car-loshilsdorf.com.br – twitter: @carloshilsdorf

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15NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

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www.nrespostas.com.br16 NRespostas

Responde:

Carlos Juliotwitter: @profcarlosjulio

Os profissionais de recrutamento e recur-sos humanos precisam hoje copiar a condu-ta dos jogadores de xadrez.

Precisam pensar quatro, cinco, talvez dez jogadas adiante. Isso quer dizer que não podem ape-nas contratar pessoas para o que a empresa “é”, mas para o que “virá a ser”.Há uma década, escrevi meu pri-meiro livro: Reinventando Você. Ali, eu já mostrava que as em-presas estavam se reinventando e que, desse modo, os profissionais também teriam de se reinventar.Confira aqui os 8 fatores mais importantes analisados por bons headhunters na hora de contratar um profissional:

1. Ideia de sustentabilidade e responsa-bilidade;

2. Conexão dinâmica com as equipes de trabalho e com o mercado;

3. Versatilidade e disposição para ino-var;

4. Empenho para aprender com as no-vas experiências;

5. Capacidade de intraempreender;

6. Visão holística de processos, do pla-nejamento ao pós-venda;

7. Abordagem humanista da ação produ-tiva;

8. Os melhores profissionais da área precisam falar inglês, ter conhecimento de processos de gestão e comunicação empresarial, saber trabalhar em equipe e, sobretudo, entender de pessoas.

“O que está em curso, portanto,

é uma metamorfose

na ideia do fazer. as novas

profissões estão sendo

redesenhadas pelo

vento das mudanças.”

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Pergunta:Cesar Smithempresário

Recu

rsos

Hum

anos

8 dicaspara contratar

Considerando a mudança veloz nos mercados e nos processos de trabalho, o que garante que um novo colaborador vai atender às de-mandas da companhia em um ano, em um mês ou em uma semana?

para sua empresao melhor profissional

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17NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

O que está em curso, portanto, é uma metamorfose na ideia do fa-zer. As novas profissões estão sendo redesenhadas pelo vento das mu-danças. Um bom caso é o da Tecno-logia da Informação (TI).Já não basta ser um bom técnico.Eu pergunto: de que adianta um ótimo especialista que não sabe ade-quar o produto de seu esforço às ne-cessidades específicas do negócio?Convém destacar que toda infor-mação deve, em algum momento, transformar--se em ferramenta para as pessoas envolvidas na produção de bens ou na prestação de serviços. O novo profissional de TI deve, portanto, trabalhar na geração de conexões inteligentes e duradouras.Apresento outro exemplo notável. Até recente-mente, falava-se em gestor ambiental e em profis-sional de turismo.Nos dias atuais, muitas agências buscam pessoas com um mix dessas habilidades. O gestor de tu-rismo ambiental tem um extraordinário desafio pela frente.É sua incumbência derrubar o mito de que as joias da natureza devem ser reservadas aos eleitos da ciência e aos militantes do preservacionismo.Dessa forma, ele projeta atividades que aproxi-mam as pessoas comuns das melhores paisagens, cuidando para produzir o menor impacto possível e para ge-rar nos visi-tantes uma consciência e c o l ó g i c a mais evolu-ída.Afinal, as pessoas cuidam daquilo que apreciam, das coisas que assumem sim-bologias próprias em suas experiências. Esse novo profissional utiliza-se de uma abordagem holística e participativa para despertar o interesse das pessoas pelo meio ambiente.

Com certeza, esse é o caminho para a construção de uma postura coletiva responsável e também para a obtenção de fundos a serem investidos nos projetos de preservação.Na minha palestra que chamo de Economia do Cedro (e também é título de meu mais recente livro), as profissões podem até manter suas de-nominações originais, mas é certo que os profis-sionais terão de reinventar seus procedimentos e condutas.Se o mundo está mudando velozmente, é funda-mental modificar o jeito de recrutar e selecionar pessoas. Hoje, vale tanto o “know-how” quanto o “imagine-how”.No caso dos novos profissionais, portanto, o con-ceito de “valor” está solidamente associado à dispo-sição para aprender cooperativamente, ao talento para desenvolver atividades transdisciplinares e,

obviamente, ao empenho no processo de reinvenção per-manente.Se algum re-

crutador ainda não sabe disso, reinvente-se com urgência.

Carlos Júlio é professor, palestran-te, empresário e escritor. Siga @profcarlosjulio no twitter e seja fã no Facebook.

“Se o mundo está mudando velozmente, é fundamental modificar o

jeito de recrutar e selecionar

pessoas. Hoje, vale tanto o ‘know-how’

quanto o ‘imagine-how’.”

para sua empresa

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www.nrespostas.com.br18 NRespostas

Quando eu tinha 20 anos, julgava que a correnteza era contra a mi-nha jangada, nada acontecia a meu favor; vejo o mesmo fenômeno se

repetir com minhas filhas. Sempre que posso costumo dizer a todos que 25 anos é uma vida, não precisa querer tudo no primeiro ano; o tempo traz a lucidez e consequentemente a paciência de construir aos poucos o caminho para poder passar por ele mesmo e evoluir.Esse caminho a ser construído refere-se a cinco camadas de alicerce, ou seja:

Conteúdo: não acredito francamente que alguém consiga fazer “cara de conte-údo” e ir muito longe. Saber muito é im-portante, mas o mais importante é que as pessoas saibam que você sabe; a chave é construir competência reconhecida.Contexto: entender o contexto do país, dos negócios, de sua profissão, saber

definir uma forma de ser pró-ativo no ambien-te e não conviver com o negativo das questões.Método: cada problema, cada tarefa deve ser equacionada por um método de encaminha-mento. Procure colocar etapas na sua cabeça e não só objetivos.Palco: dominar conteúdo, ser pró-ativo no contexto e pensar em etapas parece suficien-te, mas não é. Ser independente e saber arti-cular relacionamentos na empresa e fora dela é essencial; mas, cuidado: articular significa ajudar as pessoas para obter o retorno e não o inverso. Não se esqueça: o seu crescimento é diretamente proporcional ao volume de pesso-as que você ajuda a crescer.Vontade: todos os alicerces são fortes mas essa é a cola, vontade de perseverar nos itens ci-tados em pelo menos cinco, seis, sete anos para perceber a diferença. Aceitar que a continuida-de e a consistência de ação e discurso criam o

“a chave é construir

competência reconhecida.”

Além da hierarquiape

dro

Man

delli

25anos

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19NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

espaço para que o raio de sol o atinja.Essas cinco camadas parecem, do meu ponto de vista, um óti-mo alicerce, mas não se pertur-be com outras pessoas que não têm nada disso mas têm sorte; ora, há pessoas que nascem viradas para a lua e, se esse não for o seu caso, deixe-as quie-tas, não as inveje e não as siga. Diz um conto que um náufrago, ao nadar vários dias, foi parar numa praia, exausto dormiu. No dia seguinte, ao procurar comida, faminto, viu um jabuti na forquilha de um galho de árvore e pensou: “jabuti não sobe em galho de árvore, coitado, vou tirá-lo de lá”.Subiu na árvore e, ao pegar o jabuti com muita pena, recebeu uma flechada nas costas e morreu; moral do conto (autor desconhecido): se na sua organização existem jabutis, não mexa neles, alguém os colocou lá, deixe-os quietos, siga seu rumo.Uma última lição que aprendi: se eu soubesse disso tudo 25 anos atrás, o meu sucesso atual não seria tão

gostoso, tão saboreado; a deter-minação de conquistar o espaço é mais eficaz do que conhecer o caminho previamente.

“dominar conteúdo, ser pró-ativo no con-

texto e pensar em etapas parece sufi-ciente, mas não é.”

Pedro Mandelli é consultor na área de mudança organizacional, sócio-diretor da mandelli Consultores associados, é professor da Fundação dom Cabral e autor do livro “muito além da hierarquia”.

Leia mais sobre o assunto em:

muito além da hierarquiapedro mandellieditora gente - 2001

Em um cenário cada vez mais diversificado, o gestor precisa ter em sua equipe pessoas que sejam autônomas. e façam acontecer. para isso, é preciso que cada gestor faça um autodiagnóstico ge-rencial e transforme-se em um profissional além da hierarquia. esse conceito, criado pelo renomado professor e consultor Pedro Mandelli, vai ajudá-lo a assumir o perfil de um gestor que valoriza as pessoas e os processos de desenvolvimento próprio e de seus subordinados, tendo como objetivo capacitar a equipe para que todos cresçam profissionalmente e entreguem os resultados. Nesta edição, revista e ampliada, além de pontos-chave da gestão de pessoas, como o entendimento da relação líder-liderado e o respeito ao alinhamento de comportamento em um time, o autor aborda, em um novo capítulo, todos os aspectos da criação de um ambiente de alta performance para toda a organização. Com a aplicação desses conceitos, sem dúvida você tem tudo para se tornar um líder muito além da hierarquia.

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www.nrespostas.com.br20 NRespostas

4

5

1

2

3

1. Cerca de 1.400 pessoas comparecem a mais uma noite de conhecimentos top 10 empresarial.

2. Gustavo Cerbasi fala sobre finanças pessoais.

3. paulo Storani conta sua experiência como integrante do BOpe.

4. ação proposta pela Sisters promoções e eventos atrai o público para o stand da Romancini treinamento & Desenvolvimento durante o coffee break.

5. Storani impressiona a todos com suas orientações de como liderar uma tropa de elite nos negócios.

6. Stand da petrobras realiza ação e sorteia troca de óleo ao final do evento.

7. interação com a fanpage da Nproduções durante o even-to, valendo revista N Respostas e ingresso para tOp 10 com João dória Jr.

8. vá e vença!! este é o lema da tropa de elite.

9. as sócias Carolina Romancini e thais melo, com o robô contratado pela Romancini especialmente para o evento.

10. gustavo Cerbasi verá seu best seller “Casais inteligentes enriquecem juntos” transformado em filme em 2012.

N Flashes

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21NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

O que eles dizem da N produções:

6

8 10

9

Mario Sergio CortellaFilósofo e Educador

“Agregar pessoas é agre-gar valor às pessoas!

Parece óbvio como teoria, mas na prática muitos abandonam este prin-cípio. Não é caso da N

Produções, pois esta, ao nos agregar, nos eleva”.

Giselly CostaAdministração – Rede Gasol de

Combustíveis

“O Top 10 empresarial tem o efeito de sensibilizar e a revis-

ta N Respostas tem o efeito de informar. Parabéns a todos da N Produções que contribuem com conteúdos e ferramentas para melhorarmos nosso tem-

po e sermos mais produtivos dentro e fora da empresa.”

Adrianne Marques Brito RochaAnalista de Capacitação Empresarial

SEBRAE - DF

“É com muito prazer que repre-sento o Sebrae/DF nessa feliz parceria com a N Produções. Parabéns à N Produções pela

competência e profissionalismo demonstrados a cada evento. O

Sebrae no Distrito Federal cresce com essa parceria e os nossos

empresários agradecem.”

Fotos: telmo Ximenes

7

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www.nrespostas.com.br22 NRespostas

?

!

Pergunta:Bruna Dutra turismóloga

Fina

nças

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Responde:

Gustavo Cerbasi twitter: @gcerbasi

Nem toda dívida é ruim. Mas, antes que você se orgulhe de ter a sua, saiba que raros são aqueles que realmente sabem usar o dinheiro do banco para prosperar. Empréstimos, financiamentos e compras a prazo somente são úteis quando nos tornamos mais ricos com eles. Essa riqueza não é necessariamen-te medida em reais. Com o uso do crédito, podemos, por exemplo, comprar um computador que nos ajude nos estudos, montar um negó-cio virtual que nos traga uma renda complementar, ou fazer um curso que aumente nossas possibilidades de subir na carreira.Mesmo assim, somente aqueles que possuem um disciplinado controle de suas finanças saberão se estão ficando ou não mais ricos ao trabalhar com dinheiro alugado dos outros. Curiosamente, quanto mais controlamos nossas finanças, menor a tendência de contrairmos dívidas.A regra do sucesso é simples: somente compre

a prazo ou financie quando seu dinheiro estiver rendendo em uma aplicação juros maiores que os do financiamento. Isso é raro de acontecer. Não invista em aplicações financeiras se estiver deven-do; elimine primeiro as dívidas para depois co-

meçar seu plano de investimentos. É hipocrisia crer que enriquecemos enquanto ganhamos 0,6% de juros no investimento e perdemos 3% no financiamento, por exemplo. Para quem já está endividado, é pre-ciso um plano de eliminação de suas dívidas, composto de três passos:1. Urgência: coloque em prática os outros dois passos o quanto antes!

Quanto mais demorar, mais juros pagará.2. Substituição de dívidas: troque as dívidas que você tem por alternativas mais baratas. Qui-te as dívidas no cartão, na financeira e no cheque especial (juros maiores que 8% ao mês), toman-do empréstimos diretamente com seu gerente no banco (juros da ordem de 4% ao mês) ou, melhor

Dívidas?Só se for para enriquecer!

Ouvi dizer que há uma diferença entre dívida boa e dívida ruim. É verdade que algumas dívi-das podem ser boas para mim?

“troque as dívidas que

você tem por alternativas

mais baratas.”

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23NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

ainda, antecipando o recebimento do décimo--terceiro ou do imposto de renda (juros entre 3 e 4% ao mês). Uma boa alternativa para substitui-ção de dívidas é o refinanciamento do automóvel. Quem já tem um carro quitado pode vendê-lo à vista, pagar as dívidas atuais com o dinheiro recebido e comprar um novo automóvel finan-ciado, preferencialmente com valor igual ou in-ferior ao do automóvel que possuía. Os juros do financiamento de automóveis são da ordem de 2% ao mês.3. Eliminação das dívidas: depois de subs-tituir as dívidas anteriores pela alternativa mais barata, proponha-se a uma dieta rigorosa. Não de alimentos, mas de dinheiro. Planeje-se para tentar pagar as dívidas no menor prazo possível, fazendo para isso restrições no orçamento que desagradarão a toda a família. Corte gastos com lazer, roupas, alimentos mais caros e economize energia, água e telefone. Faça isso da forma mais intensa possível e no menor espaço de tempo ne-cessário, acumulando recursos para pagar a dí-

vida ou grande parte dela. Esta dieta rigorosa só funciona durante um cur-to período de tempo, jamais por um período de vários meses. Todo sofri-mento é válido e bem aceito quando tem data para acabar e os objetivos são bastante interessantes. E perceba: o sofrimento imposto para a correção do pro-blema só ocorre porque em algum momento no passado optamos por luxos que nossa renda não comportava.A velha regra sobre juros continua válida: faça-os trabalhar para você, a fim de não precisar conti-nuar trabalhando para pagá-los. Essa lei faz todo sentido no país que tem e terá, por um bom tem-po, as taxas de juros reais mais altas do mundo.

Gustavo Cerbasi (www.maisdinheiro.com.br) é consultor financeiro e au-tor dos livros Casais inteligentes enriquecem Juntos (ed. gente) e Como Organizar sua vida Financeira (ed. Campus). No twitter @gcerbasi.

Sucesso éser umaobra prima

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“planeje-se para tentar pagar as dívidas no menor prazo possível.”

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www.nrespostas.com.br24 NRespostas

Etc por Renata araújo[Entretenimento, trabalho, casa]

Relógio diferente. Se ver as horas nesses olhos (sim, isso é um relógio!) é algo um pouco complicado, você pode mar-car o tempo de acordo com as expressões: olhos para baixo de sono é o aviso da hora de acordar; para cima é a fome da hora do almoço e apontando para a porta ao lado é sinal de que está na hora de ir embora do trabalho. Para ter um horário mais específico, é só lembrar que o olho da esquerda marca as horas; e o da direita, os minutos. Assinado pelo designer Mike Mak, o relógio é feito de plástico, funciona com duas pilhas AA e custa R$ 99,90 na Kinkyland.

Carteira criativa. Por incrível que pa-reça, isso não é um envelope: é uma car-teira. Uma das mais famosas carteiras des-sa linha, a Airmail Mighty Wallet possui o design supercriativo de um envelope de viagens internacionais.

Ideias para o verão. Quer refrescar a cabeça no verão? Estes ventiladores diferentes funcionam via USB. Você pode encontrá--los na loja Uatt em 3 forma-tos divertidos: o Ventilaflor (R$ 98,75) tem as pétalas feitas de material macio e está disponível nas cores la-ranja, rosa e roxo; o Gelato em forma de sorvete cus-ta R$ 16 e o Retrô clássico vale R$ 82 e tem opções em branco, pink e azul. Confira no site da Uatt.

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25NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

A N Investimentos prepara, para o primeiro tri-mestre do próximo ano, uma parceria de destaque no cenário financeiro, onde irá se associar a uma das mais destacadas ASSET do mercado nacional. Poderemos oferecer aos nossos associados toda e total assessoria relacionada ao mercado financeiro, para que você possa fazer o dinheiro trabalhar a seu favor e não contra você.Renda fixa, renda variável, debêntures, tesouro di-reto, ações, empréstimos, financiamentos, enfim, tudo que você precisa saber para minimizar cus-tos e maximizar seus lucros financeiros, afinal, o dinheiro tem que trabalhar para você e não você trabalhar para o dinheiro.Contaremos com a assessoria do economista e ad-ministrador financeiro, Demetrius Borel Lucindo, profissional de mercado desde 1986, quando co-meçou sua carreira, destacando-se em várias insti-tuições financeiras.Aproveitamos e fizemos algumas perguntas básicas ao Demetrius:

1.Por que as pessoas têm problemas financeiros?

Todo e qualquer agente econômico, pessoa física ou jurídica, tem que gastar menos do que arrecada. No começo, isso pode ser difícil, mas lhe trará uma enorme recompensa no futuro próximo.

2. Por que as pessoas aplicam tão mal o seu exce-dente?

Puro desconhecimento. Por exemplo, tenho me deparado com pessoas que aplicam em Fundos DI com taxa de administração de 4% a.a. (ao ano), o que é um absurdo, pois considerando uma taxa básica de 11%, descontando o imposto cobrado, e essa abusiva taxa, sobram menos de 5%, o que é bem pior que a caderneta de poupança. Sem consi-derarmos os riscos envolvidos.

3. Por que as pessoas têm medo da Bolsa e nor-malmente perdem ao optar pelas ações?

Mesmo motivo: puro desconhecimento. As pes-soas compram porque ouviram o amigo falar que ganhou uma grana, esquecem das perguntas mais simples: está caro ou barato? Qual é a expectativa de retornos em dividendos (dinheiro pago em es-pécie, que é uma parte do lucro da companhia)? Qual o custo de oportunidade?Nas nossas próximas edições vamos abordar esses e outros temas fascinantes do mercado financeiro. Vocês poderão participar ativamente enviando suas dúvidas ao nosso mais novo consultor financeiro.

N Investimentos

N InvestimentosD

emetrius Borel Lucindo

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www.nrespostas.com.br26 NRespostas

O sucesso chega, mas não para os pro-fissionais comuns. Ele vem para aque-les que buscam resultados acima dos conseguidos pela grande maioria das pessoas. Mas se você ainda se considera um profissional comum, lembre-se de que se tornar um campeão é algo que pode ser conseguido desde que você decida buscar essa meta. E trabalhe do modo a chegar lá, isto é, tenha objetivos, trabalhe por eles e esteja disposto a superar as dificuldades que vão surgir pelo caminho.Vou dar-lhe algumas dicas do que você pode fazer para tornar-se um campeão e conquistar o sucesso no próximo ano:

Resolva problemasTorne-se um especialista em resolver problemas para sua empresa, para sua equipe e em especial para seus clien-tes. Aprenda a dizer “Problemas? Oba!” cada vez que surgir uma situa-ção difícil que exija que alguém tome as rédeas e traga soluções e resultados. Seja você esse profissional que trará o diferencial de satisfação para seus clientes, sua empresa e sua equipe.

Seja ágilNum mundo dinâmico como o de hoje, você precisa preparar-se para decidir rápido e implantar suas decisões ainda mais rapidamente. O sucesso virá para

“torne-se um especialista em resolver

problemas para sua empresa,

para sua equipe e em especial

para seus clientes.”

Garantasua vaga

no pódio“estamos próximos da virada de mais um ano. e 2012 promete oferecer muitas oportunidades. O sucesso vai surgir para muitos e um deles pode ser você.”

Dicas de campeãoRo

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27NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

aqueles que tiverem a capacidade de dar respostas velozes às oportunidades. É preciso agir e fazer sua equipe trabalhar rapidamente. O sucesso virá para quem souber agir e entregar os resultados antes que a concorrência.

Amplie seus conhecimentosUm profissional muito especialista tende a ter uma atuação restrita e perder muitas oportunidades. Hoje, o mercado exige que você tenha conheci-mentos mais amplos e que possa atuar em diversas frentes de trabalho. Busque estar atento ao que o mercado necessita e prepare-se para atender a essa

demanda. Quanto mais você conhecer dos negócios da sua empresa e das necessidades dos seus clientes, maiores se-rão suas chances de resolver os problemas que surgirem.

Amplie sua visão Uma visão mais ampla, sob os diversos enfoques da sua profissão e do mercado, vai lhe dar mais agilidade

e maior probabilidade de acertos em suas deci-sões. Informe-se, mantenha-se em contato com as fontes confiáveis que falam sobre o seu negócio e preste atenção ao mundo ao seu redor e, principal-mente, a tudo o que afeta a sua profissão. Exercite a sua visão de futuro, procurando antecipar-se aos acontecimentos. Cultive uma visão de 360 graus e enxergue muito além do que a maioria dos pro-fissionais.

Aprimore a sua capacidade de liderar equipesA sua capacidade de realização depende muito da capacidade de realização de sua equipe. Portanto, desenvolva características de liderança, aprimore o seu jeito de liderar. Invista forte em aumentar a sua capacidade e a de sua equipe para transformar oportunidades

em resultados. As melho-res conquistas virão quando você e sua equipe estiverem trabalhando em sintonia, em busca das mesmas metas. É preciso ter sempre em mente que em uma equipe afinada “o resultado final é sempre maior do que a soma dos re-sultados individuais.”

Busque entender de genteO grande diferencial de qualquer empresa está nas pessoas que trabalham nela. Como líder, é funda-mental que você entenda de gente para estimular sua equipe a dar o melhor de si e conseguir os melhores resultados. Seja sempre um líder espe-cial, que reconhece a grandeza que existe em cada membro de sua equipe.

Prepare-se para garantir o seu lugar no pódio. 2012 vai estar cheio de oportunidades!

Um grande abraço,

Roberto Shinyashiki

“Cultive uma visão de

360 graus e enxergue muito além

do que a maioria dos

profissionais.”

“Como líder, é fundamental que você entenda de gente para estimular sua equipe a dar o melhor de si e conseguir os melhores resultados.”

Roberto Shinyashiki é doutor em administração de empresas pela Faculda-de de economia, administração e Contabilidade da universidade de São paulo (Fea/uSp). www.shinyashiki.com.br

Leia mais sobre o assunto em:

problemas? Oba! Roberto Shinyashikieditora gente

para ter sucesso atualmente, a lição mais importante é entender que os problemas que as pessoas nos trazem podem ser os melhores presentes que acontecem em nossas vidas.eu sei que isso pode parecer estranho, pois as pessoas em geral pensam que quando alguém nos traz uma difi-culdade está trazendo mais trabalho, preocupação e estresse. mas o que eu quero que você entenda é que um problema é uma grande oportu-nidade de crescer, tanto pessoal quanto profissionalmente. Resolver um problema que aparece é aproveitar a chance de mostrar sua com-petência no trabalho, seu valor como profissional e também de ganhar mais dinheiro.por isso, quando trazem problemas para a gente resolver, temos que comemo-rar... problemas? Oba!

Page 28: N Respostas 19

www.nrespostas.com.br28 NRespostas

Eco por Renata araújo[notícias]

*Fonte: portal do meio ambiente, vilmar Berna

Os dez mandamentos do Amigo do Planeta

1. Só jogue lixo no lugar certo. A cidade, a escola, a casa mais limpa não é a que mais se varre, é a que menos se suja! Um Amigo do Pla-neta só joga seu lixo nos locais apro-priados, ou guarda no bolso e traz para colocar na lixeira ou reciclagem da própria casa.

2. Poupe água e energia. Os rios e mananciais estão sendo agre-didos pela poluição e pelo desmata-mento, o que torna a água potável cada vez menos disponível, e eleva seu custo de tratamento. A energia, para ser gerada, precisa afogar rios e terras férteis, deslocar populações ou usar recursos não renováveis como petróleo e carvão.

3. Não desperdice. Escolha con-sumir o necessário. Resista a mo-dismos que nos obrigam a trocar de carro, roupa, bens. Além de gastar dinheiro desnecessariamente, des-perdiçamos recursos naturais e po-luímos o planeta. Diga não a produ-

tos supérfluos, ou feitos

para

durar pouco; que gastem muita energia ou água ou que contaminem o meio ambiente.

4. Cuide dos animais e plan-tas. Seja responsável com os ani-mais e as plantas. Não deixe que sofram desnecessariamente, cuide para que tenham água, alimento, conforto. Recuse a se divertir em rodeios e circos com a dor e o sofri-mento dos animais.

5. Cuide das árvores. Ajude a defender as árvores e florestas exis-tentes. Denuncie as agressões. Plan-te novas árvores e cuide delas. Re-cuse comprar madeiras e móveis que não comprovem a origem ecologica-mente correta e legal. Utilize os dois lados da folha de papel e encaminhe o papel para reciclagem.

6. Não polua. Use o menos possí-vel o automóvel, ele provoca polui-ção do ar, gasta combustível, agrava o efeito estufa, engarrafa o trânsito. Reveja seu comportamento, suas atitudes em casa, no trabalho, na comunidade e mude o que estiver provocando poluição ou degradação ambiental. Não espere que alguém faça isso por você.

7. Coleta seletiva de lixo. O que chamamos de lixo são maté-ria-prima e recursos naturais mis-turados e fora do lugar. A recicla-gem devolve estes recursos para fabricar novos produtos, retirando

menos da natureza.

8. Conheça e conviva com a natureza. Mantenha o contato com a natureza. Faça passeios na flo-resta, tome banho de cachoeira, vá à praia, contemple o pôr do sol, a lua cheia. Coloque os pés no chão. Cul-tive uma horta, um jardim. Estude e leia mais sobre a natureza. Quan-to mais você souber, melhor poderá agir em sua defesa.

9. A natureza não vota e nem se defende. Faça você por ela!Mesmo sozinho você pode denun-ciar as agressões ambientais. Escre-va às autoridades, ao SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor de empresas, à imprensa. Participe de campanhas pela internet ou pesso-almente. Na hora de votar, escolha representantes comprometidos com a causa ambiental e acompanhe o mandato.

10. Crie um clube de amigos do planeta na escola, ou as-sociação! A escola ou associação de moradores pode oferecer aos alunos e cidadãos a possibilidade de atuarem de forma organizada, assu-mindo ações concretas para melho-ria ambiental, como plantar e cuidar das novas árvores, fazer coletas de sementes e produzir novas mudas, denunciar agressões ambientais, aju-dar a implantar a coleta seletiva de lixo na escola etc.

Page 29: N Respostas 19

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Page 30: N Respostas 19

www.nrespostas.com.br30 NRespostas

Em almoço oferecido pela N Produções a alguns de seus clientes VIPs, seu diretor-executivo, José Paulo Furtado, recebeu os palestrantes convida-dos para o Top 10 Empresarial de setembro, na sede da Fundação Universa. Nessa versão do evento, que já desperta forte in-teresse e disputa por suas poucas vagas, os pre-sentes tiveram oportunidade de visitar as belas instalações dessa moderna escola de negócios e de ouvir uma breve apresentação sobre os projetos que a N Produções vem desenvolvendo em 2011 e as perspectivas do que será oferecido ao público

brasiliense no próximo ano. Também puderam desfrutar da companhia dos grandes especialistas na área de vendas, comuni-cação digital e carreira, além de ouvir uma breve prévia do que Claudio Diogo, Martha Gabriel e Max Gehringer apresentariam logo mais, à noite. Foram distribuídos livros e autógrafos.Banco do Brasil, Petrobras, Sebrae, Laboratório Sabin, Centro Brasileiro da Visão, Grupo Rosá-rio Distrital, Diletto Café são apenas algumas das empresas que representaram os setores público e privado do empresariado local.

Estes encontros, que vêm sendo realizados com frequência, têm sido excelentes ferra-

max gehringer, martha gabriel e Claudio diogo

José paulo Furtado fala sobre os projetos da N produções para 2012

max gehringer convida os presentes para o almoço

N Atividades

almoço com

Max Gehringer, Cláudio Diogo e Martha Gabriel

por Renata araújo

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31NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

Claudio diogo à vontade entre os convidados

max gehringer e representantes da petrobras

martha gabriel autografa seus livros

Fotos: telmo Ximenes

mentas de aproximação entre a N Produções e seus clientes. Promovem também aproxima-ção entre todas as empresas pre-sentes, gerando novos negócios e parcerias. Mais ainda, são momentos de rica troca de experiência e conhecimen-to, assim como todas as de-mais atividades promovidas pela N Produções, que há sete anos se preocupa em promover educação, conte-údo e resultados para o am-biente corporativo de Brasí-lia e Goiânia.

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www.nrespostas.com.br32 NRespostas

Tudo o que você sonha realizar dará mais certo se tiver um plano para seguir. Não dá para andar no escuro o tempo

todo e, de repente, querer bater naquela porta cer-ta e chegar àquele lugar que você deseja ir.Tanto na vida pessoal como na profissional, o mais provável quando você não tem um plano é chegar a lugares errados ou, mesmo que chegue aos lugares certos, gastar muito mais energia do que seria ne-cessário. E levar muito mais tempo do que deveria. Isso quando não desiste no meio do caminho.

Então, se você decidiu mesmo mudar algo em sua vida, é fundamental que tenha um bom plano:

1. Tenha claro o seu objetivo final.

Você precisa saber para onde vai e o que quer da vida.Tem um pensamento que diz “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Mas esse não é o seu caso. Não lhe interessa

qualquer caminho, porque o que você quer é o su-cesso! Então defina com clareza o seu objetivo final.

2. Construa um plano de transição.Algumas mudanças vão ser mais simples e outras, mais complicadas. Mas uma coisa é certa: mudan-ças sempre exigem mais do que você está acostu-mado a dar enquanto permanece acomodado na vida.Decidir mudar é um passo importante. Colocar-se em ação é fundamental para fazer valer o que você já decidiu. Mas nunca é fácil fazer essas mudanças na sua vida. A fase de transição, entre a vida que você leva hoje e a vida que sonha para você, é sempre muito difícil.Ter um plano de transição significa cuidar do lado prático da sua vida, de modo a viabilizar os seus projetos com o mínimo de atropelos possível.

3. Mantenha uma rede de proteção.Durante a mudança para a sua nova vida vai ter mo-mentos em que pessoas vão criticá-lo, e elas podem ser muito duras. Outras vezes, a falta de recursos

Responde:

Gilberto Cabeggitwitter: @gilbertocabeggi

?

!

Pergunta:Flávia Bittar

médica

É muito comum as pessoas decidirem sobre alguma mudança em suas vidas, porém desistirem no meio do caminho, não realizando os seus ob-jetivos. O que falta para que essas pessoas tenham sucesso?

fazer acontecer

“Se você decidiu mesmo mudar

algo em sua vida, é

fundamental que tenha

um bom plano.”

Mot

ivaç

ão

Um plano para

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para seguir em frente pode se tornar difícil de suportar. À medida que avança, você vai en-frentar muitos problemas, vai se decepcionar com os seus resultados, que nem sempre serão de acordo com o que você imaginava, vai gas-tar quase toda a sua energia e perder o entusiasmo. Nesses momentos, você vai precisar contar com uma rede de proteção para ajudá-lo a se manter no rumo que você traçou. Você vai precisar montar essa rede de proteção. Ela deverá ser consti-tuída por um mentor e por amigos verdadeiros que irão apoiá-lo nas ho-ras mais difíceis, nos momentos de maior desafio e de maior dúvida.4. Parta para o tudo ou nada.Quando você percebe que sua vida precisa de uma mudança, está na hora de avaliar o que você anda fa-

zendo e o que o levou até onde está. Porque o seu próximo passo preci-sará ser diferente, e possivelmente mais forte e decisivo, se você quiser um resultado melhor para a sua vida daí para diante.Se você já fez de tudo o que era pos-sível para resolver essa situação, sem sucesso, e já não suporta mais viver dessa forma, então só há uma solu-ção: parta para o tudo ou nada.Se a sua vida não está levando você para um caminho de felicidade, é hora de mudar. E muitas vezes mu-dar radicalmente. É tudo ou nada.

5. Não desista no meio do caminho.É preciso concentrar-se naquilo que você quer para a sua vida, no seu so-nho de felicidade e realização, e não nas dificuldades do seu dia a dia.Não perca o foco, não largue a mu-dança pela metade, não desista antes de chegar ao seu objetivo.

É preciso cons-truir as bases para uma vida mais feliz e mais pro-missora. E para fazer delas uma realidade inegável e inquestionável na sua vida, é necessário focar na recompensa e não no preço a pagar.Avance sempre, tendo em mente que as dificuldades são passageiras e tendo a fé e a determinação como companheiras de viagem.Acredite que sempre vale a pena buscar os seus sonhos e se dar a chance de recomeçar.Antes tarde do que nunca!

Gilberto Cabeggi é escritor, assessor editorial e de co-municação escrita e ghost writer, com especialização em comportamento humano. É autor dos livros “todo dia é dia de ser feliz” e “antes tarde do que nunca”.

“Não perca o foco, não largue a mudança pela metade, não desista antes de chegar ao seu objetivo.”

SISTERS, a agencia que dá importância à percepção dos sentidos de seus clientes. Afinal, a medida que adquirimos novas informações, mudamos nossa visão do mundo.

Em 2011 nós inovamosseu modo de ver.

Em 2012 inovaremosoutros sentidos.

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www.nrespostas.com.br34 NRespostas

Pergunte ao coachH

omer

o Re

is

Embora seja coach, nunca tinha pensado em sistematizar meu “código de valor e conduta”. Então, comecei a pensar naquilo que creio e no modo como trabalho. Não tenho a pretensão de fazer um documento referencial. Entendo que estas coisas são dinâmicas, no tempo e no espa-

ço. Por isso, vão, aqui e agora, onze ideias – afinal, não são mandamentos – sobre ser coach.

1. Nada será proibido, nada será obrigado; tudo será permitido. As regras só funcio-nam se a gente as entende. Proibir por proi-bir torna-nos demasiadamente mecânicos. A vida não obedece o dualismo maniqueísta do certo-errado; bom-mau. Tudo tem um outro lado. Ser coach é ser capaz de enten-der o porquê das coisas, para fazer escolhas conscientes e responsáveis. Isto nos remete a uma competência muito útil: indagar para aprender.

2. Tudo é lícito, mas nem tudo convém. O universo é feito de uma infinidade de coisas. Coisas que nem se sabe que existem, e coisas que

existem mas que não lhe são adequadas. Faça es-colhas conscientes e entenda que nossa visão é sempre parcial. O seu julgamento é apenas um deles; logo, pode lhe ser conveniente, mas não é uma regra que vale para todos.

3. Tudo é lícito, mas não seja dominado por nada. Embora tudo lhe seja lícito, é a liberdade que rege a vida. Somos seres fundamentalmente livres. Tudo o que nos domina tira de nós um pouco de nossa essência. Portanto, cuide para que sua vida seja constituída de opções e não pela falta delas.

4. A vida não é predeterminada. Limites fazem parte. Conviva com eles, mas entenda que boa parte do que somos, é fruto de nossas escolhas. Cada escolha tem as respectivas consequências. Portanto, deixe de falar em sorte, azar etc. e as-suma a responsabilidade pelas escolhas que fez e faz. Se for oportuno, peça ajuda, mas não transfi-ra a responsabilidade das escolhas que fez.

5. Todo ser é, por natureza, legítimo, livre, autô-nomo e diferente. Não tente ser igual a ninguém e não obrigue ninguém a ser igual a você. Você é o que é, e é belo por isso. A beleza está em ser

Aprender

“Não tente ser

igual a ninguém

e não obrigue

ninguém a ser

igual a você.”

Envie sua pergunta para o coach Homero Reis. participe pelo e-mail: [email protected]

Qual é o código de valor e conduta do coach?

a ser

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35NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

único, com todas as possibilidades e limi-tações que isto traz. Faça concessões legí-timas e tenha flexibilidade; mas não alegue ter sido obrigado a nada.

6. Viva a partir da aprendizagem. Viver é aprender sempre; por isso existem pro-blemas. Eles foram criados para desenvol-ver nossa capacidade de solucioná-los. Se aprender a vê-los como espaços de aprendiza-gem, vai descobrir que cada dia nos superamos. Tudo o que temos agora, em algum momento, foi impossível ou proibido. No entanto, al-guém quebrou a regra e fez diferente. A no-vidade é transgressora. Você pode querer, ou não, correr este risco.

7. A culpa não é a melhor companhia. Viver sob a sombra da culpa é construir um cami-nho para a depressão e demais doenças da alma. Seja honesto consigo e faça o melhor que puder. Não tente agradar a todos, nem fa-zer tudo. Esta é a fonte da culpa. Saber dizer NÃO é um bom negócio.

8. Entenda que o tempo é agora e que as coisas só acontecem se você agir. Não se prenda ao passado, nem viva no futuro. O passado é uma referência e o futuro, uma expectativa. É agora que você vai fazer a diferença. Quem quer que as coisas aconteçam age! Quem se autoengana começa o regime na segunda-feira; vai ler aque-le livro amanhã etc. Agora é a hora de fazer por você aquilo que só você pode.

9. Nada é tão belo quanto a pluralidade. Apren-da a conviver e a relacionar-se. A sustentabili-dade da vida se dá pela diferença. Vê-la como possibilidade, e não como ameaça, faz toda a di-ferença. Tudo tem seu espaço e sua função. Sua forma de entender o universo e sua mecânica é apenas uma possibilidade. Não é a única, nem a melhor. Todos temos nossas filosofias de vida. O gostoso é ser capaz de conviver pelo simples pra-zer de usufruir das possiblidades entre diferen-ças. Você não conhece tudo o que existe, nem todas as razões; portanto, não julgue.

10. Razão e emoção nos constituem e só são

úteis quando atuam jun-tas. Essa ideia de que somos se-res racionais é falsa e já cumpriu seu papel. Usamos nossa razão para dar sentido às nossas emo-ções. No entanto, quantas vezes você viveu o conflito de ter que escolher entre as duas? A vida é feita de escolhas, mas não há a necessida-de de estabelecer um duelo entre razão e emo-ção. O sucesso está, justamente, em aprender a tornar emoções fundamentais em aliadas.

11. Competência se faz com inspiração e téc-nica. As grandes obras de arte foram feitas por pessoas que eram possuídas por grandes sonhos e que esmeravam-se em torná-los realidade. A inspiração solitária só nos faz sonhadores; a técnica apurada nos faz construtores; mas, é na combinação delas que surge a criação que ex-pressa nossa identidade. Por isso, tenha sonhos, mas esmere-se no conhecimento técnico.

Termino este texto com minha utopia existen-cial. É algo que escrevi para mim mesmo. Es-pero que gostem:

Enquanto ilumina, gasta-se a ofertar-se. Desa-pega-se ao ponto de não mais ser em si para vir a ser além. Consome-se até não mais estar. Nisso que faz, ensina, tão plena e espontanea-mente, que não se percebe desapegar-se, inclu-sive de si. Até que se torna espectro, viajando por todos os espaços a iluminar. Deixa de ser substantivo concreto para ser efemeridade...

Homero Reis é bacharel em administração de empresas, mestre em educação, psicanalista clínico, coach master e coach ontológico empre-sarial e membro da international Coaching Federation. www.homeroreis.com

“a vida é feita de escolhas,

mas não há a necessidade

de estabelecer um duelo

entre razão e emoção.”

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www.nrespostas.com.br36 NRespostas

Responde:

Renato Alveswww.campeaodememorizacao.com.br

?

!

Pergunta:Thiago Rodrigues

Contador

Respondo com meu próprio exemplo. Aos 25 anos, eu trabalhava como gerente de in-formática de uma pequena editora de listas telefônicas. Eu era o encarregado de fazer diariamente a copia de segurança dos arqui-vos dos milhares de anúncios e assinantes inseridos manualmente na lista durante o período de venda das publicidades. O crono-grama estava em dia e a lista seria um su-cesso, não fosse por um pequeno detalhe: eu me esqueci de fazer a cópia de segurança dos arquivos da lista. O computador central foi infectado por um vírus que destruiu seu HD e todos os arquivos que havíamos preparado ao longo do ano. Meu pequeno lapso fez com que eu arrastas-se uma equipe inteira ao traba-lho sob pressão, passando dias,

noites e madrugadas inteiras recuperando o trabalho perdido. Fui prova viva de que um esquecimento poderia arruinar uma empresa. Depois disso, só me restou pedir demissão.Toda distração, de alguma forma, nos expõe à lei da causalidade, isto é, se para toda causa existe um efeito, para toda distração haverá uma consequência! Se fôssemos estimar em valores todo o dinheiro gasto com distra-ções sofridas anualmente por governos bu-rocráticos e desorganizados, empresas sem métodos operacionais eficientes e cidadãos distraídos, a cifra certamente seria suficiente para alimentar todos os famintos do mundo,

construir fontes de energia limpa para abastecer grandes cidades ou alfabetizar todos os humanos.

O preço

“para toda distração

haverá uma consequência!”

Com

port

amen

to

da distração

tenho sofrido muitos prejuízos relacionados aos meus esquecimentos e simplesmente não vejo como me li-vrar deles. Será que posso ter esperança?

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37NRespostasdezembro 2011\ janeiro 2012

“a crença de que eu sofria de algum tipo de problema de memória produziu resultados desastrosos.”

Como estimei isso? Simples: um dia, tive a disci-plina de fazer uma planilha e anotar tudo o que via e ouvia sobre distrações e esquecimentos. Dos mais absurdos, como a pessoa que esqueceu um fogão dentro do metrô; a mulher que esqueceu seu vestido de noiva no ônibus; o corretor que se esqueceu de renovar o seguro do carro de um cliente que acabara de sofrer um acidente ou o médico que se distraí e esquece o bisturi no corpo do paciente.Em meu livro Os 10 Hábitos da Memorização, propus uma análise do preço da falta de foco. Calculando o valor de pequenos lapsos como uma luz acesa, uma televisão ligada ou o combustível gasto para retornar e buscar algo esquecido foi provável estimar que um cidadão esquecido so-fra prejuízo anual em torno de 2 mil reais. Acre-dite: tem gente gastando bem mais do que isso! Uma pessoa me contou que esqueceu o seu tablet no bolsão da poltrona do avião: 2 mil reais num único esquecimento. A garota da casa lotérica se esqueceu de registrar o bolão da mega-sena: 53 milhões de reais. Até o lastimável ocorrido na empresa em que eu trabalhava, eu nunca havia pensado na hipótese de sofrer algum tipo de proble-ma sério por déficit de aten-ção. Mas aquele episódio me marcou tão profundamente que mudou a forma como eu tratava a minha mente. Eu comecei a vigiá-la de perto, a prestar atenção, a persegui-la como um aman-te ciumento.A questão era: quanto mais eu prestava atenção em meus lapsos, mais eu me dis-traía! Algo que em princípio parecia com a lei da atração, na verdade era fisiológico, pensar de modo negativo em relação à minha mente

naturalmente influenciava mi-nha percepção e minha capaci-dade de memorização. A crença de que eu sofria de algum tipo de problema de memória produziu resultados desastrosos. Até que certo dia surgiu uma luz no fim do túnel. Um amigo me ofereceu de presente um livro sobre técnicas de concentração. Livro simples, escrito por um guru indiano, mas com ideias lúci-das que mudaram radicalmente minha percepção sobre foco, memória e concentração. Aprender a olhar para dentro, a policiar os pensamentos, a respirar corretamente ajudaram a acalmar a mi-nha mente, mas não fiquei apenas nisso.Entrei numa rotina de estudo interdisciplinar que envolvia práticas de yoga, teorias da neurociên-cia, discussões da filosofia da mente, neurolin-guística e até mesmo computação. Eu estudava e praticava exaustivamente todos os modelos de exercícios para concentração. Fui aprimorando e desenvolvendo minhas próprias técnicas e feliz-mente hoje domino plenamente a arte de como dirigir o foco da minha atenção. Os resultados

foram tão impressionantes que me permitiram uma grande vi-rada. Dali em diante eu nunca mais sofreria com distrações, riscaria da minha vida definiti-vamente o verbo esquecer, e me tornaria, em abril de 2006, o homem com a melhor memória do Brasil. O que não é nada mal para um ex-esquecido. Então... Você também pode!

Renato Alves é escritor e preparador mnemô-nico. www.renatoalves.com.br

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www.nrespostas.com.br38 NRespostas

FilosofandoM

ario

Ser

gio

Cort

ella

Algumas concepções orientais mile-nares pregam o desapego ao mundo. Mas, para proteger algo ou alguém, é preciso ter apego. Como proteger

e cuidar sem apego? É essa uma das razões por que as pessoas em geral e a maioria dos jovens em particular ainda não se envolvem com temas fundamentais como a ecologia, não se preocupam em zelar pela natureza para garantir um mundo sustentável. Para jovens, o erotismo permeia tudo e esse tema, a ecologia, não foi erotizado. As campanhas publicitárias conseguem erotizar um jeans de tal forma que ele pode ser vendido pelo preço de uma TV de 42 polegadas. Conse-guem erotizar um par de tênis e vendê-lo pelo preço de dois pneus de carro. Conseguem, em re-sumo, transformar objeto em desejo. As pessoas precisam do que desejam.O tema da sustentabilidade, no entanto, raramen-te foi erotizado. A maioria das campanhas se apoia na tese de que

devemos nos desapegar para proteger o planeta. Mas, insisto, o que nos faz zelar, proteger, cuidar é o apego, e não o desapego. É porque me apego àquilo que gosto, que usufruo, que desfruto que quero cuidar da minha saúde. É porque me apego a alguém que quero cuidar dessa relação, para que ela não se esgarce. É porque me apego, por exemplo, à beleza da natu-reza que quero protegê-la. A falta de erotização das campanhas

em prol da natureza resulta que, para um jovem, a única coisa que se entende é que ele precisa abrir mão de alguma coisa para manter o planeta. E abrir mão significa gerar desinteresse. Assim, é preciso erotizar a responsabilidade so-cioambiental, transformá-la em desejo de cuidar da vida em suas múltiplas faces, para que se possa ter apego ao rio, à sociedade humana, de forma que o rio não fique poluído e a sociedade não se frature numa comunidade de vítimas.Para piorar, em ecologia trabalha-se a ideia de que “vai acontecer”, em vez de “está acontecendo”.Com esse discurso, é praticamente impossível fazer com que alguém com 20 anos de idade se preocupe com algo que pode acontecer daqui a 50 anos.

Erotizar

Mario Sergio Cortella, filósofo e doutor em Educação pela PUC-SP, na qual é professor-titular da pós-graduação em educação (Currículo) e professor-convidado da Fundação dom Cabral. Foi Secretário municipal de educação de São paulo (1991-1992) e é autor, entre outros livros, de “a escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos” (Cortez); “Nos labirintos da moral”, com yves de la taille (papirus); “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes); “Não nascemos prontos!” (vozes); “Sobre a esperança: um diálogo”, com Frei Betto (pa-pirus), “O que é a pergunta”, com Silmara Casadei (Cortez), entre outros.

Leia mais sobre o assunto em:

O que a vida me ensinou: viver em paz, para morrer em paz! - m. S. CortellaSão paulo: Saraiva, 2010.

“editado pela Saraiva e pela versar, “O que a vida me ensinou” é uma coleção diferente, que mistura pequenas biografias com grandes lições de vida. Seu objetivo é revelar as principais experiências, os episó-dios mais marcantes, os maiores desafios, os valores e os princípios que nortearam a vida de profissionais de destaque em suas áreas. Mais do que uma série de livros de memórias ou de orientações, esta é uma coleção de reflexões, inspirações e referências.

Neste volume, Sergio Cortella aborda questões como: qual é a sua verdade? Qual é a sua essência? O que permanecerá de você no mundo? Se você não existisse, que falta faria? O autor conta suas experiências, seus medos e os obstáculos que teve que percorrer para chegar ao topo.”

“a maioria das campanhas se

apoia na tese de que devemos

nos desapegar para proteger

o planeta. mas, insisto,

o que nos faz zelar, proteger,

cuidar é o apego, e não o

desapego.”

a ecologia

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