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A reprodução para fins didáticos é permitida observando-se a citação completa do documento.
Oferta e Demanda por Trabalho no Brasil -
2006-2015
Naercio A. Menezes Filho Luiz Guilherme Scorzafave
Titulo
Policy Paper nº05
janeiro, 2013
OFERTA E DEMANDA POR TRABALHO NO BRASIL - 2006-2015
Naercio A. Menezes Filho Luiz Guilherme Scorzafave
Naercio A. Menezes Filho Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Centro de Políticas Públicas (CPP) Rua Quatá, nº300 04546-042 - São Paulo, SP - Brasil [email protected] Luiz Guilherme Scorzafave Universidade de São Paulo Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP-USP) Avenida dos Bandeirantes, 3900, FEA, Bloco C Monte Alegre 14040-900 - Ribeirão Preto, SP - Brasil [email protected]
1
Oferta e Demanda por Trabalho no Brasil – 2006-2015
Naercio Menezes-Filho
Centro de Políticas Públicas do Insper e FEA-USP
Luiz Guilherme Scorzafave
FEA-USP/RP
04 de Abril de 2008
Sumário Executivo
Este estudo visa a projetar a evolução da oferta e da demanda por trabalho nos
estados brasileiros entre 2006 e 2015, com base nos dados de emprego e renda das
Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs) e do PIB dos estados. A equação
de demanda foi estimada com dados entre 1985 e 2004 e, no caso da oferta, estimamos
funções separadas para três grupos: jovens de 15 a 24 anos, mulheres com mais de 25 anos
e homens com mais de 25 anos. Os resultados mostram que a oferta de trabalhadores deve
crescer de 91,3 para 105,7 milhões entre 2006 e 2015. Para as projeções de demanda
utilizamos 3 cenários de taxa de crescimento do PIB: 2,5%, 4% e 6% ao ano. Os resultados
apontam para uma demanda de 107, 118 e 134 milhões trabalhadores em 2015 sob os três
cenários, respectivamente. Assim, se não houvesse aumentos de salários para equilibrar
oferta e demanda, a taxa de desemprego seria zerada em 2014, 2011 e 2010,
respectivamente. O modelo mostra também que a elasticidade da demanda com relação ao
salário é de -0,139 no modelo geral. Os resultados apontam para uma persistência muito
grande no processo de geração de empregos (coeficiente da variável dependente defasada),
o que significa que variações de curto prazo no PIB têm poucos efeitos no processo de
geração de empregos. Essa persistência é maior no caso do setor de serviços e dos
trabalhadores menos escolarizados.
2
1. Introdução
O objetivo deste trabalho é avaliar as perspectivas para a oferta e demanda por
trabalho no Brasil, entre os anos de 2006 e 2015. Para tanto, adotamos uma estratégia de
estimação com dados em painel para os estados brasileiros entre os anos de 1985 e 2005
que nos permitirá prever o comportamento futuro destas duas variáveis. Em uma primeira
análise, estimamos uma curva de demanda para indivíduos de 15 ou mais anos para todo o
período e para os seguintes sub-períodos: 1985-1998 e 1999-2004. Além disso, estimamos
curvas de demanda separadas para diferentes recortes da população: formal/informal,
rural/urbano, agricultura/indústria/serviços, mulheres/homens/jovens. Por fim, realizamos
estimações de curvas de oferta e de demanda por trabalho desagregadas por nível
educacional. Este conjunto de estimações permitiu a construção de vários cenários
prospectivos para a oferta e a demanda de trabalho, bem como para o desemprego até 2015.
2. Dados
Para a estimação da demanda por trabalho, utilizamos como medida da demanda, o
número de indivíduos com 15 ou mais anos ocupados, com base nos dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Como variáveis determinantes da demanda,
utilizamos o PIB dos estados em valores constantes do ano 2000, obtido a partir do
IPEADATA. Já a medida de salário utilizada na equação de demanda foi o valor médio por
estado da renda de todos os trabalhos dos indivíduos com 15 ou mais anos de idade. A
equação de demanda foi estimada com dados entre 1985 e 2004, sendo este o último ano
com dados disponíveis para o PIB por unidades da federação.
Utilizamos como medida de oferta de trabalho o número de pessoas
economicamente ativas (trabalhando ou procurando emprego) com 15 ou mais anos de
idade por estado. Cabe ressaltar que no caso da oferta, estimamos funções separadas para
três grupos: jovens de 15 a 24 anos, mulheres com mais de 25 anos e homens com mais de
25 anos. Utilizamos para tanto os dados da PNAD entre os anos de 1985 e 2005. Já entre os
determinantes da oferta de trabalho, destacamos o número médio de crianças presentes no
domicílio em três faixas etárias: zero a quatro anos, cinco a nove anos e 10 a 14 anos. Outro
regressor utilizado foi a população total com 15 ou mais anos (ou mais de 24 anos para as
3
equações de homens e mulheres) em cada estado. Além destes, adicionamos variáveis
binárias para grupos de educação (0 a 4, 5 a 8, 9 a 11 e 12 ou mais anos de estudo) e para
grupos etários (15 a 24, 25 a 34, 35 a 44, 45 a 54, 55 a 64 e 65 ou mais). Outra variável
explicativa empregada foi a proporção de indivíduos de cor branca por estado, além de uma
variável de tendência linear.
3. Oferta
3.1 – Comportamento Recente
Vamos começar nossa análise com o lado da oferta. O gráfico 3.1 abaixo mostra a taxa de
crescimento populacional observada entre 1981 e 2004 e prevista para o período entre 2005
e 2015, para jovens (15 a 24), homens e mulheres (25 ou mais). Os resultados são bastante
interessantes. Podemos notar que a taxa de crescimento populacional dos homens e das
mulheres situava-se na faixa de 3% e 3,5% (respectivamente) no final da década de 80,
reduziu-se rapidamente para 2,5% em ambos os sexos no período atual e a previsão indica
um declínio constante até 2015, quando deverá chegar a 1,8%. Já a taxa de crescimento
populacional dos jovens flutua bastante ao longo do período amostral, partindo de 2,5% no
começo da década de 80, chegando a 0,5% no final desta década, atingindo 2% no final da
década de 90 e a previsão é que essa taxa seja negativa entre 2005 e 2014, quando então
deverá haver uma diminuição na população jovem, crescendo a taxas positivas novamente
a partir de 2015.
4
Gráfico 3.1 - Crescimento Populacional Anual Observado e Previsto
-1,50%
-1,00%
-0,50%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
81 83 85 87 89 91 93 95 97 99 01 03 05 07 09 11 13 15
Ano
%
Homens Mulheres Jovens
Fonte - IBGE
Gráfico 3.2 - Taxa de Crescimento da Oferta Líquida de Trabalho
-2,00%
-1,00%
0,00%
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05
homens mulheres jovens
O gráfico 3.2 mostra a evolução da taxa de crescimento anual da oferta de trabalho (líquida
da variação populacional observada) para cada grupo demográfico entre 1985 e 2005
(nosso período amostral). O gráfico mostra, em primeiro lugar, que a taxa de crescimento
5
da oferta de trabalho (líquida do crescimento populacional) varia muito mais ao longo do
ciclo do que o próprio crescimento populacional. A taxa de crescimento dos homens
correspondeu quase que exatamente à taxa de crescimento populacional no período, pois a
variação líquida situa-se muito próxima de zero durante todo o período amostral. A oferta
de trabalho das mulheres, ao contrário, cresceu sempre mais do que o crescimento
populacional, como mostra o fato de que a oferta líquida é sempre maior do que zero,
apesar de também variar muito no período. A taxa de crescimento da oferta liquida dos
jovens foi positiva apenas em meados da década de 80 e novamente na primeira década do
novo século, tendo crescido abaixo da taxa de crescimento populacional durante a maior
parte do período de análise.
3.2 – Estimação da Oferta
Vamos agora estimar os determinantes da oferta de trabalho para homens, mulheres e
jovens, para tentar projetar para o futuro o crescimento desta oferta. Como temos dados de
um painel de Estados, vamos estimar um modelo de efeitos fixos, que vão controlar todos
os aspectos não observáveis inerentes a cada Estado, mas fixos no tempo. O modelo é:
ititiit XS (1)
Sendo S a oferta de total de trabalho em cada UF (i) e ano (t), X é um vetor de variáveis
explicativas descritas acima, i são os efeitos fixos para cada UF e it são choques
aleatórios. 1
A tabela 3.1 apresenta os resultados das regressões, separadamente para homens,
mulheres e jovens. A presença de crianças no domicílio afeta significativamente a oferta de
trabalho das mulheres: crianças pequenas (0-4) afetam negativamente a oferta e crianças
maiores (10-14) positivamente. A elasticidade da oferta de trabalho com relação ao
tamanho da população é próxima de 1 para todos os grupos, sendo um pouco mais baixa
para os jovens. O envelhecimento tende a afetar positivamente a oferta de trabalho dos
1 Numa primeira versão do artigo, nós incluímos o salário de mercado entre os regressores da equação de
oferta, que atraiu um coeficiente estatisticamente insignificante na maioria dos casos. Como suspeitamos que
esta variável seja endógena, preferimos não incluí-la na especificação final.
6
homens e negativamente a das mulheres. A escolaridade afeta positivamente o trabalho das
mulheres e dos jovens, especialmente o nível superior. Finalmente, uma maior porcentagem
de brancos nos estados afeta positivamente a oferta de trabalho dos homens, mas
negativamente a das mulheres e jovens, que é um resultado interessante por si só. Por fim,
incluímos uma tendência temporal para capturar fatores não observados nos dados que
podem estar afetando a participação de cada grupo. Os coeficientes da tendência não são
significativos para homens e jovens, mas são positivos e significantes no caso das mulhres.
Tabela 3.1 – Oferta de Trabalho – Resultados da Estimação – Efeitos Fixos
Var. Dep.: Ln (PEA)
Homens Mulheres Jovens
No crianças 0-4 anos -0,011* -0,281 ---
No crianças 5-9 anos 0,107 0,015 ---
No crianças 10-14 anos -0,089* 0,408 ---
Ln (população) 0,967 0,985 0,942
15-19 anos --- --- -0,433
25-34 anos 0,442 -0,478 ---
35-44 anos 0,402 0,168* ---
45-54 anos 0,387 -0,514* ---
55-64 anos 0,252 0,582* ---
5-8 anos de estudo -0,077 0,622 -0,107*
9-11 anos de estudo 0,005* 0,236* -0,288
12+ anos de estudo| -0,044* 1,122 0,521
Branco 0,033 -0,175 -0,192
Tendência -0,001* 0,008 -0,002*
Constante -0,075* -0,763 0,688
R2 0,9705 0,9950 0,9324
Obs: * não significativo a 10%
A tabela 3.2 utiliza os resultados da tabela anterior para prever o comportamento da oferta
de trabalho dos homens, mulheres e jovens para os próximos 10 anos. Segundo nossas
projeções, em 2015 haverá cerca de 105 milhões de pessoas ofertando trabalho no Brasil,
cuja composição será de aproximadamente 48 milhões homens, 38 milhões de mulheres e
19 milhões de jovens.
7
Tabela 3.2 – Oferta de Trabalho – Resultados da Projeção – 2006-2015
Homens Mulheres Jovens Total
2006 39.948.513 29.845.976 21.580.427 91.374.916
2007 40.903.876 30.790.717 21.299.317 92.993.910
2008 41.867.178 31.736.063 20.988.604 94.591.845
2009 42.851.564 32.692.957 20.636.516 96.181.037
2010 43.823.803 33.652.292 20.281.047 97.757.141
2011 44.751.052 34.600.679 19.975.368 99.327.099
2012 45.658.320 35.548.722 19.692.750 100.899.792
2013 46.545.632 36.499.507 19.444.349 102.489.488
2014 47.414.225 37.455.388 19.238.565 104.108.178
2015 48.245.387 38.401.833 19.099.959 105.747.179 Fonte: Elaboração própria.
Tabela 3.3 – Taxa de Variação Anual da Oferta de Trabalho – Resultados da Projeção
– 2006-2015
Homens Mulheres Jovens Total
2006 2,42 3,63 -0,75 2,04
2007 2,39 3,17 -1,30 1,77
2008 2,36 3,07 -1,46 1,72
2009 2,35 3,02 -1,68 1,68
2010 2,27 2,93 -1,72 1,64
2011 2,12 2,82 -1,51 1,61
2012 2,03 2,74 -1,41 1,58
2013 1,94 2,67 -1,26 1,58
2014 1,87 2,62 -1,06 1,58
2015 1,75 2,53 -0,72 1,57 Fonte: Elaboração própria.
A tabela 3.3 mostra a taxa de crescimento anual da oferta de trabalho prevista pelo
modelo. Para projetar essa taxa levamos em conta a população projetada pelo IBGE até
2015 e as mudanças na estrutura etária, na escolaridade e no número de filhos projetadas
até este ano. A taxa dos homens inicia-se em 2,42% e tende a declinar para 1,75% em 2015.
Já a das mulheres começa em torno de 3,63% e também declina para 2,5% no final do
período. A taxa de crescimento da oferta de trabalho prevista para os jovens é negativa em
todo o período, acompanhando a taxa de crescimento populacional deste grupo. Estas taxas
são compatíveis com as estimativas populacionais do IBGE descritas no gráfico 3.1 acima.
8
Gráfico 3.3 – Projeções de Oferta de Trabalho –
Homens, Mulheres, Jovens e Total – 2006-2015
90
92
94
96
98
100
102
104
106
108
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
homem
mulher
jovem
0
20
40
60
80
100
120
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
Gráfico 3.4 – Projeções de Oferta de Trabalho
Homens, Mulheres, Jovens – 2006-2015
10
20
30
40
50
60
20062007
20082009
20102011
20122013
20142015
Milh
ões
mulher homem jovem
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
9
As figuras 3.3 e 3.4 ilustram graficamente os números descritos acima. A figura 3.4, em
particular, confirma a previsão de que a parcela dos jovens na força de trabalho tenderá
a se reduzir, enquanto que a fração de homens e de mulheres tende a crescer.
4. Demanda
Antes de tratar dos resultados da estimação da demanda por trabalho, vamos
apresentar algumas estatísticas descritivas de crescimento do emprego e PIB entre 1985 e
2004. A tabela 4.1 mostra que entre 1985 e 1989 o emprego cresceu percentualmente
praticamente o mesmo que o PIB, em torno de 11%. Entre 1989 e 2000 o emprego cresceu
somente 15%, enquanto o PIB cresceu 24,4%. Já o período 2000-2004 apresentou um forte
crescimento do emprego relativamente à variação do PIB. No período como um todo,
ambas as variáveis cresceram praticamente na mesma proporção.
Tabela 4.1 - Variação do PIB e do Emprego - 1985-2004 (em %)
Emprego PIB Emprego/PIB
1985-1989 11,6 10,6 1,09
1989-2000 15,5 24,4 0,63
2000-2004 20,4 13,7 1,49
1985-2004 55,1 56,5 0,98 Fonte: Elaboração própria.
Passamos agora ao processo de estimação e previsão da demanda por trabalho.
Neste caso, nosso objetivo é estimar a elasticidade emprego com relação ao PIB, ou seja,
qual a resposta do emprego para uma variação de 1% no PIB. Para tanto, vamos usar
novamente um modelo de dados em painel para o conjunto de estados brasileiros. O
modelo a ser estimado é:
ititititiit uLwPIBL 1 (2)
sendo L a demanda por trabalho, w o salário e u o termo aleatório.
10
Neste caso, a presença da variável dependente defasada faz com que a elasticidade
de curto prazo ( ) seja diferente da elasticidade de longo prazo, que é dada por: )1/( .
Isto ocorre por que um aumento do PIB atual afeta diretamente o nível de emprego atual,
mas como o nível de emprego atual afeta também o emprego ano que vem (via variável
dependente defasada), o efeito de curto prazo de PIB é amplificado no longo prazo. Quanto
maior for a persistência temporal do emprego ou os custos de ajustamento, maior será e
maiores serão os efeitos de longo prazo em termos de emprego de uma dada alteração no
PIB.
Para estimar a equação (2) adotamos o estimador de Arellano e Bond (1991) que
utiliza o Método dos Momentos Generalizados (MMG). Este método é apropriado para se
eliminar os efeitos específicos dos estados, bem como para lidar com a endogeneidade
presente no modelo, já que tanto o PIB como o salário e a demanda por trabalho no período
anterior são variáveis potencialmente endógenas, ou seja, correlacionadas com o termo
aleatório. Este método utiliza valores defasados das variáveis explicativas (pib, emprego e
salário defasados dois e três períodos) como instrumentos para seus valores correntes,
combinando os instrumentos de maneira ótima, mesmo em presença de
heteroscedasticidade e auto-correlação.
Vamos estimar este modelo para o período 1985-2004 como um todo e para dois
subperíodos: 1985-1998 e 1999-2004. Os resultados estão na tabela 4.2. Para o período
como um todo, o coeficiente estimado do PIB foi positivo e estatisticamente significativo.
O coeficiente da variável dependente defasada ficou muito próximo de 1 (0,881) mostrando
uma inércia muito grande na determinação do nível de emprego no Brasil. Já os salários
afetam negativamente o nível de emprego, como previa a teoria da demanda por trabalho.
Na segunda coluna estimamos o modelo para o primeiro sub-período, entre 1985 e 1998.
Os coeficientes estimados para este sub-período não foram muito diferentes dos estimados
para o período como um todo. Na terceira coluna, estimamos o modelo para o período mais
recente, entre 1999 e 2004, que, como vimos acima, foi um período de ampla geração de
empregos. Surpreendentemente, os coeficientes estimados para este último período também
não foram muito diferentes dos estimados para o período como um todo. A única mudança
foi que o coeficiente da variável dependente defasada aumentou ainda mais, passando para
0.937.
11
A elasticidade de curto prazo estimada para o período como um todo foi de 0.171,
ou seja, um crescimento de 10% gera um aumento de emprego de 1,7% no mesmo ano.
Mas, como vimos acima, o efeito de longo prazo pode ser muito maior. De fato, como o
coeficiente estimado da variável dependente defasada ficou muito próximo de 1, mostrando
uma inércia muito grande na determinação do emprego no Brasil, a elasticidade de longo
prazo, calculada segundo a fórmula acima, foi de 1,416. Estes valores são mostrados na
tabela 4.3. No sub-período inicial as elasticidades de curto e de longo prazo são de 0,196 e
1,451 respectivamente, muito próximas das estimadas para o período como um todo. Para o
sub-período final, entretanto, a elasticidade de longo prazo é de 2,444, graças ao enorme
efeito da variável dependente defasada. Assim, o que explica o grande número de
empregos gerados no começo deste novo século, para uma dada taxa de crescimento do
PIB, foi que os pequenos efeitos do PIB no curto prazo geraram impactos cumulativos
importantes no emprego no longo prazo. A intuição econômica por trás desse resultado é
que nesse último período as condições econômicas estavam dadas para que choques de
crescimento levassem a uma dinâmica persistente de criação de empregos, ao invés da
grande volatilidade observada em períodos anteriores.
Tabela 4.2 – Demanda por Trabalho – Resultados da Estimação - GMM
Var. Dep.: Ln (Empregot)
1985-2004 1985-1998 1999-2004
Ln (Emprego t-1) 0,881 0,865 0,937
Ln (PIB t) 0,171 0,196 0,154*
Ln (Salário t) -0,139 -0,065 -0,427
Dummies de Ano Sim Sim Sim
Obs: * Coeficientes não significativo a 10%
Tabela 4.3 – Elasticidade-PIB da Demanda por Trabalho
Var. Dep.: Ln (Emprego t)
1985-2004 1985-1998 1999-2004
Curto Prazo 0,171 0,196 0,154
Longo Prazo 1,416 1,451 2,444
12
A partir dos resultados da estimação do modelo, pudemos construir previsões para o
comportamento futuro da demanda por trabalho no Brasil, com base nas elasticidades de
curto prazo e de longo prazo. Em todos os casos, consideramos três cenários para a taxa de
crescimento do PIB: 2,5% a.a. (média do período 1985-2004), 4% a.a. e 6% a.a. Para
simular o processo de geração de empregos no longo prazo, nós montamos um modelo
dinâmico que permite que o emprego em um ano afete o nível de emprego do ano posterior,
de acordo com as estimativas de impacto da variável dependente defasada. Assim, um
aumento do PIB em um determinado ano vai afetar o emprego no curto e no longo prazo,
uma vez que o aumento de emprego no curto prazo é automaticamente transmitido para o
ano posterior, e assim por diante. É importante enfatizar que nas simulações a seguir
estamos mantendo os salários de mercado constantes, independentemente do que ocorrer
com a demanda por trabalho. Na economia real, é de se esperar que os salários reajam toda
vez que a demanda estiver crescendo a uma taxa superior à oferta, de forma a ajustar oferta
e demanda por trabalho.
Os resultados das simulações estão no Gráfico 4.1. As projeções mostram que, usando os
parâmetros estimados para o período como um todo, se a economia brasileira crescer à taxa
de 2,4% ao ano, a demanda por trabalho será de 108 milhões de trabalhadores em 2015.
Caso a economia cresça à taxa de 4%, a demanda em 2015 será de 120 milhões, e um
crescimento de 6% gerará 135 milhões de postos de trabalho em 2015. Se utilizarmos as
elasticidades estimadas para os dois sub-períodos, os resultados não se alteram
significativamente. Utilizando os dados do período mais recente, que foi mais bem
sucedido em termos de geração de empregos, estimamos que a demanda por emprego no
cenário mais desfavorável (2,5% a.a.) será de 112 milhões, 4 milhões acima do previsto
pelo modelo que usa dados do período como um todo. No cenário mais favorável (6%a.a.),
a demanda por trabalho em 2015 seria de 142 milhões
13
Gráfico 4.1 – Projeções de Demanda por Trabalho – 2006-2015
1985-2004
70
80
90
100
110
120
130
140
150
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a 6,0% a.a
1985-1998
70
80
90
100
110
120
130
140
150
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a 6,0% a.a
1999-2004
70
80
90
100
110
120
130
140
150
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a 6,0% a.a
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
14
5 – Desemprego
Com as projeções da oferta e da demanda realizadas acima, podemos construir
alguns cenários para a taxa de desemprego, dependendo da elasticidade PIB-emprego
considerada e da taxa de crescimento do PIB até 2015. O Gráfico 5.1 apresenta estes
resultados. Podemos verificar que, utilizando os dados para o período como um todo, se a
economia crescer 2% ao ano, e os salários não se alterassem para ajustar a evolução da
demanda à evolução da oferte de trabalho, o desemprego diminuiria paulatinamente até ser
zerado em 2014.
Gráfico 5.1 – Projeções de Taxa de Desemprego – 2006-2015
Elasticidades de 1985-2004
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Elasticidades de 1985-1998
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
15
Elasticidades de 1999-2004
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
No caso da economia crescer 4% ao ano, a taxa de desemprego seria zerada em 2011 e se a
economia crescer 6% ao ano, ela seria zerada em 2010. Utilizando os parâmetros estimados
no último sub-período, por exemplo, podemos notar que a taxa de desemprego seria zerada
em 2012 (cenário mais desfavorável), 2011 (economia crescendo 4% a.a.) ou 2010 (6%a.a.)
Desta forma, como a oferta de trabalho tende a declinar significativamente nos próximos
anos, o desemprego também deverá declinar substantivamente.
6 - Análise por Subgrupos
Nesta seção, apresentaremos os resultados da previsão da demanda para diferentes grupos
da população, com o objetivo de prever como o crescimento do PIB pode afetar a demanda
por estes grupos e assim os diferenciais salariais entre eles.
6.1. – Homens / Mulheres / Jovens
Primeiramente, apresentamos o resultado da previsão da demanda quando
estimamos demandas por trabalho separadas para homens, mulheres e jovens. A tabela 6.1
apresenta os resultados do modelo estimado, bem com as elasticidades-PIB da demanda por
trabalho estimadas para o curto e longo prazo.
16
Tabela 6.1 – Demanda por Trabalho – Homens, Mulheres e Jovens – 1985/04
Var. Dep.: Ln (Emprego t)
Homens Mulheres Jovens
Ln (Emprego t-1) 0,900 0,793 0,766
Ln (PIB t) 0,174 0,110* 0,302
Ln (Salário t) -0,119 -0,080* -0,196
Dummies de Ano Sim Sim Sim
Elasticidade PIB-Emprego
Curto Prazo 0,174 0,110 0,302
Longo Prazo 1,744 0,528 1,290
Obs: * Coeficientes não significativos a 10%
Fica claro que a elasticidade do emprego com relação ao PIB no longo prazo são
maiores para os homens e para os jovens do que para as mulheres, justamente o grupo de
terá maior crescimento da oferta no período. O Gráfico 6.1 apresenta as projeções de oferta
(calculadas na primeira seção deste trabalho) e de demanda por trabalho para cada grupo
separadamente, para os três cenários de crescimento do PIB. É necessário enfatizar que nós
estamos supondo que os salários de mercado não reagirão para ajustar a demanda à oferta e
que não há substitutabilidade entre os trabalhadores dos diferentes grupos. A figura 6.1
mostra que para os homens e para os jovens a taxa de crescimento da demanda nos três
cenários ultrapassaria a taxa de crescimento da oferta num período relativamente curto. Já
para as mulheres, a taxa de crescimento da oferta é superior à demanda em quaisquer
cenários, o que resultaria em persistência do desemprego para as mulheres.
17
Gráfico 6.1 – Projeções de Oferta e Demanda por Trabalho –
Homens, Mulheres e Jovens – 2006-2015
Homens
30
35
40
45
50
55
60
65
70
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a. Oferta
Mulheres
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a. Oferta
Jovens
15
17
19
21
23
25
27
29
31
33
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a. Oferta
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
18
6.2 – Agropecuária / Indústria / Serviços
A composição setorial da economia brasileira vem se alterando historicamente em
favor do setor serviços/indústria e em detrimento da agropecuária. O gráfico 6.2 abaixo
mostra a evolução desde 1985 da proporção de cada setor de atividade no PIB do Brasil. Os
dados revelam uma oscilação do número de postos na agricultura em torno dos 10%, dos
serviços em torno de 50% e da indústria na casa dos 40%.
Gráfico 6.2 – Divisão PIB por Setor de Atividade Econômica
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Serviços
Indústria
Agricultura
Fonte: IPEADATA
A seguir, estimamos a demanda por trabalho nos três setores de atividade
econômica: agricultura, indústria e serviços. Vale dizer que neste caso consideramos o PIB
de cada setor como variável explicativa e não o PIB da economia como um todo. A tabela
6.2 mostra os resultados dessas estimações. Interessante notar, em primeiro lugar, que o
crescimento do PIB agrícola não está criando empregos no curto nem no longo prazo, uma
vez que o coeficiente estimado é negativo e estatisticamente insignificante. Isto pode ser
resultado do processo de mecanização agrícola que tem ocorrido campo. No caso da
indústria, o coeficiente estimado é positivo, mas insignificante a 10%, mostrando que o
crescimento do Pib industrial também não foi pródigo em gerar empregos. Na verdade, o
grande gerador de empregos nos últimos 20 anos foi o setor de serviços, que acabou
absorvendo grande parte da mão de obra deslocada da agro-pecuária e indústria.
19
Tabela 6.2 – Demanda por Trabalho – Setor de Atividade – 1985/04
Var. Dep.: Ln (Emprego t)
Agropecuária Indústria Serviços
Ln (Emprego t-1) 0,667 0,622 0,810
Ln (PIB t) -0,067* 0,102* 0,100
Ln (Salário t) -0,007* -0,234 -0,068*
Dummies de Ano Sim Sim Sim
Elasticidade PIB-Emprego
Curto Prazo -0,067 0,102 0,100
Longo Prazo -0,200 0,269 0,531
Obs: * Coeficientes não significativos a 10%
O gráfico 6.3 ilustra a projeção de demanda em cada setor, com base nas estimativas
mostradas na tabela anterior. Segundo estas estimativas, o emprego na agricultura deve
diminuir ainda mais nos próximos anos, cedendo lugar para uma pequena expansão do
emprego industrial (2 a 3 milhões de empregos adicionais) e para uma grande expansão do
emprego no setor de serviços (10 a 18 milhões de empregos adicionais).
Gráfico 6.3– Projeções de Demanda por Trabalho por Setor de Atividade
Agropecuária
12
13
14
15
16
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
20
Indústria
18
19
20
21
22
23
24
25
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Serviços
45
50
55
60
65
70
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
6.3 – Rural / Urbano
Passamos agora a analisar as perspectivas da demanda por trabalho nas áreas rural
ou urbana. A tabela 6.3 mostra os resultados dos modelos estimados utilizando-se as
mesma técnicas explicitadas acima. Os resultados mostram que o efeito de curto prazo do
Pib sobre o emprego é maior no setor rural do que no setor urbano, mas que este efeito é
mais amplificado no setor urbano, pois a inércia do nível de emprego é muito maior neste
setor. Assim, a elasticidade do emprego com relação ao PIB é maior no setor rural no curto
prazo, mas duas vezes maior no setor urbano no longo prazo.
21
Tabela 6.3 – Demanda por Trabalho – Rural/Urbano – 1985/04
Var. Dep.: Ln (Emprego t)
Rural Urbano
Ln (Emprego t-1) 0,391 0,850
Ln (PIB t) 0,221 0,099
Ln (Salário t) 0,095* -0,015*
Dummies de Ano Sim Sim
Elasticidade PIB-Emprego
Curto Prazo 0,221 0,099
Longo Prazo 0,363 0,664
Obs: * Coeficientes não significativos a 10%
Esta combinação interessante de resultados dá origem à previsão de demanda por
trabalho nos dois setores mostrada no gráfico 6.4. Segundo estas previsões, a geração de
emprego no setor urbano será muito superior à geração no setor rural, o que está de acordo
com os exercícios anteriores, que mostravam uma queda no emprego no setor agrícola em
conjunto com uma expansão no setor de serviços.
Gráfico 6.4 – Projeções de Demanda por Trabalho – Rural/Urbano – 2006-2015
Rural
14
15
16
17
18
19
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
22
Urbano
60
65
70
75
80
85
90
95
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
6.4 – Formal / Informal
Em consonância com os termos de referência do projeto, foi considerado como
“trabalho informal” a soma de:
i) assalariados sem carteira
ii) empregadores sem contribuição
iii) trabalhadores autônomos sem contribuição
iv) trabalhadores familiares sem remuneração
v) servidores domésticos sem carteira assinada
A seguir, apresentamos os resultados da estimação da demanda por trabalho
separadamente para os setores formal e informal da economia. Os resultados mostram que o
efeito do crescimento do Pib sobre o emprego é muito maior no setor informal do que no
formal, e que o efeito da variável dependente defasada é muito similar nos dois casos.
Tabela 6.4 – Demanda por Trabalho – Formal/Informal – 1985/04
Var. Dep.: Ln (Emprego t)
Formal Informal
Ln (Emprego t-1) 0,786 0,773
Ln (PIB t) 0,101* 0,340
Ln (Salário t) -0,154 -0,234
Dummies de Ano Sim Sim
23
Elasticidade PIB-Emprego
Curto Prazo 0,101 0,340
Longo Prazo 0,472 1,495
Obs: * Coeficientes não significativos a 10%
O gráfico 6.5 mostra a previsão de demanda por trabalhadores formais e informais
até 2015, com base nessas estimativas. As figuras mostram que se a tendência passada
persistir, a expansão do emprego no setor informal será maior que no setor formal. No
cenário de 2,5% de crescimento do PIB, por exemplo, seriam gerados 7 milhões de
empregos adicionais no setor formal e 13 milhões de empregos no setor informal. No
cenário de 6% seriam 13 milhões de empregos no setor formal e quase 35 milhões no setor
informal. É obvio que mudanças institucionais que favoreçam o emprego formal podem
alterar estas perspectivas.
Gráfico 6.5 – Projeções de Demanda por Trabalho – Formal/Informal – 2006-2015
Formal
30
35
40
45
50
55
60
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
24
Informal
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
6.4 – Educação
No caso da desagregação por educação, trabalhamos com quatro grupos de pessoas,
de acordo com a escolaridade: 0 a 4, 5 a 8, 9 a 11 e 12 ou mais anos de estudo completos. A
tabela 6.6 abaixo mostra os resultados em termos de demanda por trabalho para cada grupo
educacional. Os resultados mostram que os efeitos do crescimento do pib sobre o emprego
são inversamente proporcionais ao nível educacional. Assim, as maiores elasticidades, tanto
no curto como no longo prazo são obtidas para o grupo com menor nível educacional, e
vice-versa. Estes resultados, aparentemente contra-intuitivos parecem mostrar que os
trabalhadores menos educados são aqueles que mais dependem do crescimento da
economia para se empregar, ao contrário dos trabalhadores mais educados.
Tabela 6.6 – Demanda por Trabalho – Escolaridade – 1985/04
Var. Dep.: Ln (Emprego t)
0 a 4 5 a 8 9 a 11 12 +
Ln (Emprego t-1) 0,766 0,757 0,699 0,545
Ln (PIB t) 0,596 0,307 0,192 0,144*
Ln (Salário t) -0,153 -0,124 -0,189 -0,014*
Dummies de Ano Sim Sim Sim Sim
25
Elasticidade PIB-Emprego
Curto Prazo 0,596 0,307 0,192 0,144
Longo Prazo 2,546 1,263 0,639 0,316
Obs: * Coeficientes não significativos a 10%
O gráfico 6.8 mostra as projeções de demanda por trabalhadores de cada nível educacional
até 2015, com base nas estimativas da tabela anterior. Os gráficos mostram que a demanda
que mais cresceria com o aumento do PIB, em todos os cenários, seria a demanda por
trabalhadores menos qualificados. Portanto, tenderia a haver uma diminuição do
desemprego desses trabalhadores e uma redução dos diferenciais de salários associados à
educação. Seria necessário pesquisas adicionais para verificar possíveis explicações para
essa maior sensibilidade do emprego menos qualificado ao crescimento da economia.
Gráfico 6.8 – Projeções de Demanda por Trabalho – Educação – 2006-2015
0 a 4 anos de estudo
12
22
32
42
52
62
72
82
92
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
26
5 a 8 anos de estudo
15
20
25
30
35
40
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
9 a 11 anos de estudo
25
27
29
31
33
35
37
39
41
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
12 ou mais anos de estudo
10
11
12
13
14
15
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
ões
2,5% a.a. 4,0% a.a. 6,0% a.a.
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados da PNAD/IBGE
27
Referência
Arellano, M. e Bond, S. (1991). “Some Tests of Specification for Panel Data: Monte Carlo
Evidence and an Application to Employment Equations”, Review of Economic Studies, vol.
58.