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NaRua megazine

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Street Art

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Intervenção Urbana é o termo utilizado para designar os movimentos artísticos relacionados às intervenções visuais realizadas em espaços públicos. No início, um movimento underground, que foi ganhando forma com o decorrer dos tempos e se estruturando. Mais do que marcos espaciais, a intevenção urbana estabelece marcas de corte.Particulariza lugares e recria paisagens. Existem intervenções urbanas de vários portes, indo desde pequenas inserções através de adesivos (stickers) até grandes instalações artísticas.

Editorial

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Evento de música pro-movido por moradores de diversas comunidades pertencentes ao conjunto de favelas da Maré, que reúne diversas bandas locais e, muitas vezes, convidados de outros locais de todo o Grande Rio. O encontro acontece sem-pre no Largo do Quarto Centenário, localizado no Morro do Timbau, única zona de montanha de todo o Complexo da Maré, e ficou conhe-cido como “Rock do Zé Toré”, pois neste largo funciona um bar cujo proprietário (o tal do Zé Toré) era quem vendia as bebidas e acaba-va curtindo o show com o público. Sempre regado a muita bebida, em geral da pior qualidade possível, o público se reúne em volta dos músicos, que tocam no mesmo nível dos espectadores, o que sempre ajuda na interação com a banda.

Antigamente, a única intensão era fomentar o entreteni-mento de seu público cativo, ap-resentando bandas de rock. Porém ultimamente o evento tem vindo com pretensões maiores, visando abrir espaço para bandas não só do gênero rock, mas também de variantes pertinentes ao estilo e ao contexto relacionado ao movimen-to. Diversas ban-das oriundas do Complexo da Maré se apresentam no evento, dentre elas Algoz, Café Frio e D’Loks destacam-se pelo estilo próprio e seus trabalhos autorais. A banda “Car-burador”, que já composta por inúmeros integrantes, começou com uma JAM improv-isada por alguns dos convidados para tocar em um dos festivais. Contudo, nas edições seguin-tes, como sempre faltava um ou outro integrante, novos músicos eram convidados para substituir

os ausentes.Isso se tornou tão frequente que passou a ser uma espécie de atração a mais no en-contro, onde por vezes, até quem está na plateia acaba participando. Não se tem um controle exato de quantas edições aconte-ceram nem da regularidade de sua frequência, porém é certo o suces-

so do evento, uma vez que já é um tradicional encontro de rockeiros (ou não).Por acontecer ao ar llivre, acaba por atrair a atenção dos transeuntes e mora-dores dos arredores.Por mais que seja um evento sem fins lucra-tivos, subsidiado pelos

próprios participantes e realizado pela simples vontade

de partilhar música e entreteni-mento, o “Rock no Zé”, que também já foi chamado de vários outros nomes, persiste e move dezenas de pessoas a contemplar amigos, conhecidos e desconhecidos também.

“Rock

no Zé

TORÉ”

“Não importa a

qualidade (da

bebida), o que

vale é a

quantidade!”

Marérock

do

Texto: Thiago Sena

foi

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TORÉ”

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RUAé na

Lugarde

fazendo arte. Apesar de não ser machista, a arte urbana é ainda dominada pelo sexo masculino. Não é uma grande

surpresa se pensarmos que o trabalho pode en-volver escaladas, eventuais corridas da polícia e um

expediente noturno, por vezes solitário. Mas não é isto que pode parar a criatividade de uma mulher. Por

isso, esta matéria tem o foco na produção feminina. Não é militância feminista, é um aviso: elas estão

invadindo a sua rua.

A Rede Feminista de Arte Urbana (Nami) é formada por mulheres artistas que possuem como ponto de partida a cena Urbana e trabalham com artes plásticas, graffiti, fotografia, design, áudio visual, teatro, moda, cenografia, multimídia, educação e pesquisa; criando um intercâmbio de ideias, experiências e conhecimento, promovendo os direitos das mulheres e fortalecendo seu trabalho artístico, intelectual e profissional. A grafiteira

Anarkia (Panmela Castro) é a presidente da Rede, que promove eventos artísticos , cursos e oficinas.acesse www.redenami.com

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Rede

NAMI

MULHER

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A grafiteira carioca Anarkia Boladona é forma-da em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas sua arte tem influência da pichação, nicho habitualmente dominado por homens. Seus trabalhos tratam principalmente da luta feminina em relação ao corpo, à sexualidade e à subjetividade e relações de poder. Em 2008, ela criou o “Grafiteiras Pela Lei Maria da Penha”, projeto que usa o graffiti e cultura urbana

para combater a violência contra as mulheres, dentro do qual surgiu a Rede Nami, que realiza projetos sociais, cursos e eventos. Anarkia foi premiada em Nova York com o DVF Awards, prêmio anual dado a mulheres que lutam para diminuir a violência e a injustiça de gên-ero, pela Diller-von Fustenberg Family Foundation. Mas, além de seu engajamento, ela é reconhecida pelo tal-ento e a qualidade de seu trabalho.

Anarkia Boladona

Filha de mexicanos, a artista plástica paulis-tana Fefe Talavera vem ganhando espaço na cena de arte de rua internacional por sua paixão. Os bichos e monstros que grafita são inspirados em “alebrijes”, bonecos do artesanato mexicano feitos de papel. “O artista que os criava dizia que isso ajudava a diminuir seus pesadelos”, conta. Para Fefe, suas criaturas têm efeito semelhante. “Sou uma pessoa violenta e a pintura me faz relaxar”.Fefe cria metáforas para fortes emoções humanas, como raiva, medo, sonhos e desejos. As técnicas são variadas: colagens, graffiti, adesivos, ilustras com nan-quim, ranhuras em vidro e publicidade.Ta

lave

raFe

fe

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Nasceu em 1979. A grafiteira francesa ficou famosa com suas bonequinhas delicadas que começaram a ser vistas nas ruas de Paris, as Fafinettes. Sexies e basicamente uma releitura de uma Pin Up moderna, as Fafinettes inspiraram garotas de carne e osso a se vestirem como elas.

Fafi

Vanessa Alice Bensimon,nascida em 1973 em Toulouse, França, é reconhecidamente uma das mais influentes grafiteiras. Seus desenhos de mulheres sexies e provocantes já provocou uma reação negativa de algumas feministas.M

iss

Van

Claudia Walde, já era bastante reconhecida e apreciada quando impressionou o mundo, após grafitar um muro de 106m de comprimento por 6m de altura (todas as imagens reproduzidas aqui foram retiradas deste mural). A visualidade da artista alemã mistura o real a personagens surreais, com cores vivas e detalhes minuciosos. M

adC

É uma artista americana de 28 anos, especialista em pintura a óleo em tela ou madeira. O seu estilo é charmoso e distintivo, sendo que a característica mais marcante de seus trabalhos estão nos olhos, sempre grandes e que atraem quem está olhando para um mundo belo e surreal. Ta

tiSu

arez

Aiko nasceu em Tóquio, mas vive em Nova Iorque desde a década de 90. Sua arte mistura motivos florais, cartoons femininos e a visualidade da cultura pop em um trabalho em mídias variadas. AIKO utiliza stencil, tinta spray e técnicas de impressão em silkscreen para criar um trabalho vibrante e de larga escala. La

dyAi

ko

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Misturando pintura, ilustração e colagem pelas paredes e muros da cidade, a artista urbana Miso, ou Stanislava, como é conhecida na Austrália, tem apenas 21 anos e rabisca as ruas de Melbourne desde os 14. Sua inspiração vai desde o estilo estético Art Nouveau até o grafite contemporâneo, passando pela arte construtivista russa. Ultimamente, ela vem se inspirando também com folclores europeus, mitologia grega e literatura russa. M

iso

Nascida no Equador, Lady Pink (Sandra Fabara) ganhou Nova Iorque através de seu graffiti. No colegial ela já estava exibindo pinturas em galerias de arte e em 1979, começou a competir com os meninos por um espaço cor de rosa, deixando as ruas e trens com um toque feminino. Pi

nk

Swoon é uma artista urbana norte americana nascida em New London, Conecticut e criada em Daytona Beach, Florida. Contudo, aos 19 anos ela conquistou Nova Iorque e se especializou em uma arte que mistura a técnica do lambe lambe a papéis finamente trabalhados e recortados. Apesar do processo delicado, os temas retratados têm um tom crítico, por vezes bastante pesado sobre a realidade social de seu país.Sw

oon

Camila Pavanelli, mais conhecida como “Minhau”, destaca-se em seu trabalho pela utilização de traços fortes e cores contrastantes. Marca registrada de seu trabalho, os gatinhos ganham espaço nos muros e outros locais da cidade de São Paulo rompendo com o cinza predominante do concreto e das construções.M

INHA

U

Artista de rua autodidata, Faith47, nascida na África do Sul, teve seus primeiros contatos com o graffiti em 1997, por influência de um membro da YMB Crew, Wealz130 com quem ela foi casada e tem um filho, que também é artista de rua. Seus trabalhos são bastante instrospectivos e reflexivos e suas inspirações partem principalmente de questões existenciais. Fa

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Lady

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Markone começou na arte do graffiti em 1995 com um traço próprio em suas pinturas, adaptando sempre a imagem criada ao espaço disponível no momento. Recentemente participou do maior projeto de Graffiti nacional, o primeiro Museu Aberto de Arte Urbana do mundo. Com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, o MAAU é um projeto de humanização artística que visa trocar a cinza característica das grandes metrópoles pelas cores e a alegria do Graffiti. N.U.C. a abreviação do Primeiro Coletivo de Graffiti/Tattoo do Brasil, uma junção de idéias mais conhecida como Neurose Urbana Crew. Formada por Markone, Chivitz e Marone em 1999 com a intenção de criar arte a todo o momento, incentivando e interagindo com o público do graffiti, fidelizando assim ainda mais a arte em suas peles. A tatuagem surgiu na vida de Markone em 2001, em meio a um turbilhão de

trabalhos artísticos, e veio para ficar. Com seu estilo característico, e sua inspiração vinda das ruas, já participou de várias convenções e tatuou em diversos lugares do mundo. Passou uma temporada na Europa, onde aperfeiçoou sua arte com Alfredo Genovese. O estilo livre adquirido em sua formação do Grafitti foi fundamental no desenvolvimento do processo de tatuar, adaptando o traço dos muros para as peles. De acordo com o tatuador Chivitz que já esta nesse caminho desde 1996, o grafitti, assim como a tatu-agem mostra-se como intervenções na sociedade por chocar a o meio em que são inseridos. A tatuagem levou Chivitz ao grafitti pela vontade de aumentar sua visibilidade no meio das artes urbanas, sempre se interessou por arte e enquanto só era tatuador ficava restrito ao que as pessoas pediam a ele, a partir do momento que conheçeu Markone conseguiu ampliar seus horizontes e firmar suas artes em escalas maiores.Assim que começou com o grafite descobriu o quão difícil seria esse caminho, por ser considerada uma arte marginalizada e esta no mesmo código penal da pichação.

Street

Tattoo

De grafiteiro para tatuador

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1ª Mostra

doSENAI Criativa

Artes Gráficas

Data: 05 de junho a 05 de agosto de 2012Local: Indústria Criativa – SENAI Artes Gráficas

Street

Tattoo

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J

O GRANDIOSO MISTERIOSO

R

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O que acontece quando um grafiteiro

acha uma câmera em uM trem É impossívelpassar despercebido pelas obras do fotógrafo JR. Gigantes e monocromáticas suas imagens já estamparam várias cidades do mundo, sempre escolhidas a dedo. As imagens podem chocar ou fazer rir mas sempre causam impacto. JR não revela sua identidade e diz que o que faz é ilegal e não comissionado, não está submetido a editores ou galerias e sua arte é acessível para qualquer um. No seu projeto Women JR percorreu cidades do mundo fotografando mulheres e utilizando a técnica do lambe-lambe para colar os retratos nas casas e muros da comunidade. Na áfrica ao invés de papel também foi utilizado lona, que se transformou em telhado nas casas que antes não tinham. Em 2009, depois de ler na imprensa sobre a morte de 4 jovens no morro da providencia, o fotógrafo decidiu que o Rio seria seu próximo destino. Lá ele fotografou mulheres de todas as idades e bateu de porta em porta para colar as fotos gigantes.No projeto WRINKLES OF THE CITY - ruas

da cidade, JR faz retratos de idosos que representam a memória da cidade. Depois imprime as fotos em tamanhos monumentais e as cola na mesma cidade em lugares que inspiram a história “é surreal, o que eu estou fazendo ali em cima? o que é tão especial em mim? é lisongeiro o fato de que ele achou minha cara interessanto o suficiente para usar como um projeto de arte” Bob evans, um dos retratados.No início de 2011, o artista de rua JR recebeu o Prêmio TED concebido para aglutinar o talento e os recursos excepcionais da comunidade TED. É concedido anualmente para um indivíduo excepcional, que recebe a quantia de US$ 100 mil e, o que é muito mais importante, faz “um desejo para mudar o mundo”. Após meses de preparação, o ganhador revela seu desejo na cerimônia de premiação, que ocorre na Conferência TED. Esses desejos deram origem a iniciativas colaborativas de grande impacto.

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O que acontece quando um grafiteiro

acha uma câmera emum trem

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Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o graffiti é composto por vários estilos \ formas. Atualmente os estilos mais conhecidos e consequentemente mais utilizados são os seguintes :

Estilosgrafittti

Graffiti, na maior parte dos casos em paredes legais ou paredes pouco expostas, sem grandes riscos de problemas com as autoridades. Hall-of-fame é um graffiti mais pensado e mais trabalhado, dando importância não só ao lettering(1) , mas também aos fundos e eventuais characters(2). Quando o hall-of-fame atinge uma proporção considerável, é muitas vezes também chamado de produção.

Normalmente quando os writers(3) se referem a comboios, utilizam a palavra inglesa train, existe então o conceito de trash-train(4) , que se utiliza para comboios fora de circulação, que se destinam a abate ou requalificação. Geralmente estes comboios são bastante fáceis de pintar, ideal para obter boas fotografias de graffiti em comboios, uma vez que o writer(3) tem mais tempo para elaborar o seu graffiti, do que se tratasse de um comboio em condições normais.

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Um grupo de writers(3), que se une por um objectivo e forma o seu ‘’colectivo’’. As crews costumam ter nomes extensos, que são abreviados através de siglas, normalmente entre 2 a 4 letras. Através dessas siglas, algumas vezes são criadas novas definições para o nome de crew. Um writer pode pertencer a várias crews. Muitas vezes os writers optam por pintar o nome das suas crews, seja abreviado ou por extenso, em detrimento do seu próprio tag. Se os writers dão reputação às suas crews, o contrário também acontece, daí que se torne importante também fazer crescer o nome da crew.

Estilo de graffiti nascido em Nova Iorque nos anos 70. É um estilo bastante complexo, que vive muito da intersecção de formas e que normalmente tem um elemento característico que são as setas. O resultado final torna-se algo altamente indecifrável para quem esteja fora do graffiti e, por vezes, até para quem está por dentro.

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Bombing poderá ser considerado qualquer tipo de graffiti ilegal. No entanto, quando se fala de um bombing ou bomb, fala-se de um graffiti na rua (não em comboios ou metropolitanos) e que não se encaixa nas definições de tag (pseudónimo do criador do graffiti, nomeadamente a sua assi-natura) ou trow-up (estilo de graffiti, caracterizado mais a frente).

É provavelmente o tipo de graffiti mais dificil de definir, mas uma possível definição para refere-se qualquer tipo de graffiti que viva só dos contornos e não esteja preenchido. Mais concretamente é a actividade do writer(3) quando este se limita a tagar paredes.

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+

A origem do stencil se encontra na China, juntamente com a invenção do papel, no século 105 d.C. Antes disso a técnica utilizava-se de elementos naturais, como folhas e rochas, para fazer máscaras das partes que não se podia colorir com os pigmentos. Com o uso do papel se começou a entalhar a forma, o desenho, a escrita e tudo o mais que se quizesse reproduzir fielmente. Se pode dizer que o stencil foi aprimeira forma de gravura. Nos anos 600, na China, começaram a fazer desenhos mais complexos e aplicar a técnica para a decoração de tecido, embora com o uso de poucas cores. Foi porém no Japão que a técnica do stencil sobre o tecido se aperfeiçoou com a introdução de uma primeira máscara lavável e, consequentemente, reutilizável. O papel recebia, antes de ser entalhada com o motivo desejado, um tratamento especial com suco de caqui. Isso o deixava impermeável.

Suas obras são carregadas de conteúdo social expondo claramente uma total aversão aos conceitos de autoridade e poder. Em telas e murais faz suas críticas, normalmente sociais, mas também comportamentais e políticas, de forma agressiva e sarcástica, provocando em seus observadores, quase sempre, uma sensação de concordância e de identidade. Apesar de não fazer caricaturas ou obras humorísticas, não raro, a primeira reação de um observador frente a uma de suas obras será o riso. Espontâneo, involuntário e sincero, assim como suas obras.

stencil

Banksy

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Os GêmeosOz Gêmeoz

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Destas duas mentes transbordam todas as cores e sabores da imaginação. Lá tudo é possível e qualquer sonho se torna realidade. A inspiração para tantos desenhos e fábulas mágicas vem da forma com que a dupla Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como OSGEMEOS,refletem em seu interior a realidade e a fantasia que lhes rodeiam. Cada pequeno detalhe, porque são através deles que suas obras assumem esta forma já tão reconhecível, são componentes importantes na criação do mundo fantástico, cheio de histórias cotidianas em forma de poesia. O mundo encantado em que vivem todos os seus personagens e que funciona como a janela da alma única dos irmãos gêmeos é repleto de uma mistura harmoniosa entre realismo e ficção.

Os GêmeosOz Gêmeoz

Suas histórias dançam entre dois importantes pilares, o olhar sonhador que possibilita a materialização de um mundo cheio de fantasias e suas críticas incisivas sobre as dificuldades enfrentadas por tantos cidadãos espalhados pelo mundo,vitimas de um modelo socioeconômico que se encontra em grande transformação.Dessa união nascem obras que invocam um universo lírico e criações que mesclam ambas projeções, como se os próprios personagens mágicos criticassem com olhos inocentes toda a discrepância que existe nesta sociedade. (…)

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O graffiti entrou na vida dos irmãos em 1986, quando ainda viviam na região central de São Paulo onde passaram sua infância e adolescência. A cultura hip hop chegava ao Brasil e os jovens do bairro começaram a colorir suas idéias nos muros da cidade. Naquela época, com apenas 12 anos, tudo era novidade e sem ter de onde tirar suas referências, Gustavo e Otavio improvisavam e inventavam sua própria linguagem, pintando com tintas de carro, látex, spray e usando bicos de desodorante e perfume para moldar seus traços; já que ainda não existiam acessórios e produtos próprios para a prática.

O que a cidade proporcionou a eles foi essencial para o desenvolvimento de todas as habilidades que se transformaram depois no estilo próprio e imediatamente reconhecível dos artistas. O graffiti atuou sempre como uma válvula de escape para a dupla. Uma maneira que encontraram de criar um mundo onde só se pode penetrar através de suas mentes e onde tudo funciona pela lógica própria de Tritrez, o universo habitado pelos personagens amarelos, onde brilha e reina a sintonia entre todos os seus elementos. Cada parte e cada detalhe esta mergulhada na magia que envolve a imaginação dos irmãos. (…)

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A pintura feita nas ruas e as criações fei-tas para obras e instalações em galerias partem do mesmo mundo onírico que existe dentro da mente da dupla, mas tomam rumos distintos. A primeira é o próprio dialogo dos artistas com as ruas, com cada pessoa que passa e de forma direta ou indireta interage com a pintura, isso é o graffiti. A segunda é a materialização de sonhos, ideais, criticas sociais e políticas que retratam o universo vivido dentro em contraste com que se apresenta fora no dia-a-dia dos próprios irmãos.

No momento em que todas estas idéias entram dentro de uma galeria elas deixam de pertencer ao graffiti e passam a fazer parte do mundo que envolve a arte contemporânea.A imaginação são as asas que os gemeos utilizam para ir aos mais divertidos e ilusórios lugares que habitam suas mentes. É a porta aberta e o convite para mergulhar no humor e nas delicias de poder criar um mundo da nossa própria maneira e com todas as cores e fantasias que se possa imaginar.

Suas Obras

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DA LAPA

BAMBAS

Lapa, imagine 12 metros de andaime e um muro de 300 metros no coração do Rio de Janeiro, acrescente muitas latas de spray, muitas cores, e o resultado é esse painel denominado “BAM-BAS DA LAPA”, pintado pelos grafiteiros: Acme, Afa, Aira, Akuma, Br, Bragga, Ch2, Chico, Eco, Godri, Jou, Ment, Pia, Swk, Tm1 e Toz. Este painel faz parte do Projeto R.U.A. O famoso reduto da boemia, a Lapa agora virou uma galeria a céu aberto. Alguns grafiteiros profissionais criaram um painel com o tema “Rio, samba, boemia carioca e Lapa” na lateral de um sobrado — o espaço tem 300 metros quadrados —, na Rua Cardeal Câmara, próximo à Fundição Progresso. A inicia-tiva foi fruto de uma parceria público-privada, é uma nova ação de um programa antipichação da prefeitura. A obra ficará pronta no próximo sába-do e deve ser a primeira de outras nos mesmos moldes.— A ideia mostra que a Lapa não é só boemia, mas o berço do grafite também. Queremos valorizar a arte de rua e com ela combater a

pichação. O inicio foi na Lapa, mas já existem planos de revitalizar muito outros lugares e também de levar o projeto para Santa Teresa. Os Pichadores dão prejuízo de R$2 milhões à prefeitura. Por isso programamos o grafite na revitalização da lapa. e foi confeccionado através da união de esforços públicos e privado, num movimento pra revitalização da Lapa.Um dos produtores do painel, André Bretas, chamou a atenção para o fato de a obra ser um trabalho coletivo. O grupo de grafiteiros é formado por nomes conhecidos no meio. Para o trabalho, serão utilizadas 600 latas de spray, 120 litros de tinta látex e três andares de andaimes. Os artistas empregarão 35 cores diferentes.— Acredito que a Lapa vá abraçar o projeto, sim. Com estrutura e incentivo, grafiteiros de todas as partes terão interesse de fazer painéis aqui no bairro. Vamos transformar a Lapa numa grande galeria — disse Thomaz Viana, conhecido como Toz.

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