52
Escolma textual 30 de Xaneiro Nas fronteiras da e da Guerra

Nas fronteiras da PAZ e da guerra

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Escolma textual para celebrar lendo a Xornada Escolar da Paz 2013.

Citation preview

Escolma textual30 de Xaneiro

Nas fronteiras da

e da Guerra

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Índice de contidosO DEREITO HUMANO Á PAZ..........................................................................................................4ALBERTI, Rafael.................................................................................................................................6APOLLINAIRE, Guillaume.................................................................................................................8ARESTI, Gabriel................................................................................................................................10AVILÉS DE TARAMANCOS, Antón................................................................................................11

O PATER NOSTER DE BIAFRA.................................................................................................11HAI QUE MATAR A SUPERMÁN..............................................................................................12

BASISU, Muin ..................................................................................................................................14BORGES, Jorge Luis..........................................................................................................................15BRECHT, Berthold ............................................................................................................................15CASARES, Carlos..............................................................................................................................16CASTAÑO, Yolanda ..........................................................................................................................17CORCOBA HERRERO, Víctor.........................................................................................................18CORDERO, Luz Helena....................................................................................................................18DARWISH, Mahmud.........................................................................................................................20

do seu Poema de Beirut.................................................................................................................20CADÁVERES ANÓNIMOS.........................................................................................................20A NENA / O BERRO.....................................................................................................................21UNHA APERTA AO SEU ASASINO...........................................................................................21

DURÁ, Carlos....................................................................................................................................22EHRMANN, Max...............................................................................................................................22FERREIRO, Celso Emilio..................................................................................................................23FIGUERA AYMERICH, Ángela........................................................................................................24FREIRE, Natércia...............................................................................................................................24GANDHI............................................................................................................................................25GONZÁLEZ, Ángel...........................................................................................................................28GOYTISOLO, José Agustín...............................................................................................................29GUILLÉN, Nicolás.............................................................................................................................30HERNÁNDEZ, Miguel......................................................................................................................31HUGO, Víctor....................................................................................................................................32KAUNDA, Kenneth David................................................................................................................33Martin Luther KING...........................................................................................................................33JOUHAUX, Léon...............................................................................................................................34LA FONTAINE, Jean de....................................................................................................................35LEWIS, Ralph Maxwell.....................................................................................................................36LUQUE SÁNCHEZ, Ramón..............................................................................................................37

Xornada Escolar da Paz 2013 2 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

MANUEL MARÍA.............................................................................................................................38PROCLAMA CONTRA A GUERRA ATÓMICA.........................................................................38ODA Á GUERRA..........................................................................................................................41

MIRANDA, Antonio..........................................................................................................................42MUNDIM, Lupércio...........................................................................................................................43PASCAL ROS, Alfonso......................................................................................................................44QUEIZÁN, María Xosé......................................................................................................................45

NELSON MANDELA...................................................................................................................45CAMPO DE CONCENTRACIÓN................................................................................................47

RELGIS, Eugen..................................................................................................................................49UNHA TARDE DE OUTONO...........................................................................................................50ZAQTAN, Ghassan...........................................................................................................................51

Monumento á Paz (Ciudad Colón, Costa Rica)1

1 http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=773174&page=218

Xornada Escolar da Paz 2013 3 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

O DEREITO HUMANO Á PAZ

A paz duradeira é premisa e requisito para o exercicio de todos os dereitos e deberes humanos. Non a paz do silencio, dos homes e mulleres silenciosos, silenciadas. A paz da liberdade - e polo tanto de leis xustas - da alegría, da igualdade, da solidariedade, onde todos os cidadáns contan, conviven, comparten.

Paz, desenvolvemento e democracia forman un triángulo interactivo. Os tres requírense mutuamente. Sen democracia non hai desenvolvemento duradeiro: as disparidades fanse insostibles e desembócase na imposición e o dominio.

A renuncia xeneralizada á violencia require o compromiso de toda a sociedade. Non son temas de goberno senón de Estado; non duns mandatarios, senón da sociedade no seu conxunto (civil, militar, eclesiástica). A mobilización que se precisa con urxencia para, en dous ou tres anos, pasar dunha cultura de guerra a unha cultura de paz, esixe a cooperación de todos. Para cambiar, o mundo necesita a todo o mundo. É necesario un novo enfoque da seguridade a escala mundial, rexional e nacional. As forzas armadas deben ser garantía da estabilidade democrática e da protección cidadá, porque non pode transitarse de sistemas de seguridade total e liberdade nula, a outros de liberdade total e seguridade nula. Os ministerios de guerra e de defensa han de converterse progresivamente en ministerios da paz.

Existe hoxe un desexo xeneralizado de paz e debemos aplaudir a lucidez e a fortaleza de espírito de que fixeron gala todas as partes en litixio... Estes pactos énchennos de esperanza e de tristura á vez, cando pensamos nas vidas inmoladas no longo camiño cara ao cese da violencia. E nas feridas abertas, difíciles de pechar. Pedimos por tanto que, "ao tempo que reavivamos a "construción da paz na mente dos homes", se decidan os contendentes que nda confían na forza das armas, a depoñelas e a disporse á reconciliación.

Non abonda coa denuncia. É tempo de acción. Non abonda con coñecer, escandalizados, o número de nenos explotados sexual ou laboralmente, o número de refuxiados ou de famentos. Trátase de reaccionar, cada un na medida das súas posibilidades. Non hai que contemplar soamente o que fai o goberno. Temos que desprendernos dunha parte de "o noso". Hai que dar. Hai que darse. Non impor máis modelos de desenvolvemento nin de vida. O dereito á paz, a vivir en paz, implica cesar na crenza de que uns son os virtuosos e acertados, e outros os errados; uns os xenerosos en todo e outros os necesitados de todo.

Xornada Escolar da Paz 2013 4 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

... Erradicar a violencia: velaquí a nosa resolución. Evitar a violencia e a imposición indo... ás fontes mesmas do rancor, a radicalización, o dogmatismo, o fatalismo. A pobreza, a ignorancia, a discriminación, a exclusión... son formas de violencia que poden conducir - aínda que non a xustifiquen nunca- á agresión, ao uso da forza, á acción fratricida.

... debemos engadir (aos outros dereitos) o que os condiciona a todos: o dereito á paz, o dereito a vivir en paz! Este dereito á nosa "soberanía persoal", ao respecto á vida e á súa dignidade.

Os dereitos humanos! Nos albores dun novo milenio, esta debe ser a nosa utopía: poñelos en práctica, completalos, vivilos, revivilos, reavivalos cada amencer. Ningunha nación, institución ou persoa debe sentirse autorizada a posuír e representar os dereitos humanos nin menos aínda a outorgar credenciais aos demais. Os dereitos humanos non se teñen nin se ofrecen, senón que se conquistan e merecen cada día.

... edifiquemos así, en condicións adversas e en terreos inhóspitos, un porvir de paz, dereito fundamental, premisa. E así, 'Nós, os pobos' ', teriamos cumprido a promesa que fixemos en 1945, coas máis abominables imaxes da terrible contenda que acababa de concluír doéndonos na retina: "evitar o horror da guerra aos nosos descendientes", "construíndo os baluartes da paz no espíritu" de todos os poboadores da Terra.

(Fragmentos pertencentes á declaración "O Dereito Humano á Paz. do Director Xeral da UNESCO"; París, xaneiro de 1997. 2)

Arco da Paz (Milán)3

2 http://www.unesco.org/cpp/sp/declaraciones/HRtoPeace.htm3 http://es.wikiarquitectura.com/index.php/Arco_di_Pace

Xornada Escolar da Paz 2013 5 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

ALBERTI, Rafael (Puerto de Santa María 1902-1999)

Mensaje de Juan Panadero al Congreso Mundial por la Paz(Fragmento)

Aquí estoy. Aquí ya estamos.No tenemos cara. Somosel planeta que habitamos.Venid. No tenemos nombre.Aunque todos respondamosa una misma luz: el hombre. (...)Matadnos. Nos mataréis.Pero es más fuerte la vidaque la muerte que ofrecéis.Y al fin correréis la suertede los que matando llegana darle a su vida muerte. (...)¿Queréis la guerra? No iremos.Con la paz entre las manospor arma, os enterraremos¡Paz al mundo! Corazonesarrebatados y unidosde millones y millones.Paz para toda la gente.Se abran y cierren los ojosdel día tranquilamente.

Paz en todos los hogares.Paz en la tierra, en los cielos,bajo el mar, sobre los mares.Paz en la albura extendidadel mantel, paz en la mesasin ceño de la comida.En las aves, en las flores,en los peces, en los surcosabiertos de las labores.Paz en la aurora, en el sueño.Paz en la pasión del grandey en la ilusión del pequeño.Paz sin fin, paz verdadera.Paz que al alba se levantey a la noche no se muera.¡Paz, paz, paz! Paz luminosa.Una vida de armoníasobre una tierra dichosa.Lo grita Juan Panadero.Juan en paz, un Juan sin guerra,

un hombre del mundo entero4.

4 https://docs.google.com/document/d/1hScuC7GhpvqNf-LRlhgtbgdeEkiOYLRxa7Te415F9UI/edit ? hl=es&pli=1

Xornada Escolar da Paz 2013 6 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Pomba quiromántica de José Seguiri, baseada nun deseño de Rafael Pérez Estrada (Málaga5)

5 http://paseandoconinda.blogspot.com.es/2010/10/calles-y-plazas-de-malaga.html

Xornada Escolar da Paz 2013 7 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

APOLLINAIRE, Guillaume (Roma 1880 – Paris 1918)

A pomba apuñalada e o surtidor de auga

Douces figures poignardées chères lèvres fleuriesMya MareyeYette et LorieAnnie et toi MarieOù êtes-vous ô jeunes fillesMais près d'un jet d'eau qui pleure et qui prieCette colombe s'extasieTous les souvenirs de naguèreO mes amis partis en guerreJaillissent vers le firmamentEt vos regards en l'eau dormantMeurent mélancoliquementOù sont-ils Braque et Max JacobDerain aux yeux gris comme l'aubeOù sont Raynal Billy DalizeDont les noms se mélancolisentComme des pas dans une égliseOù est Cremnitz qui s'engageaPeut-être sont-ils morts déjàDe souvenirs mon âme est pleineLe jet d'eau pleure sur ma peine.Ceux qui sont partis à la guerreau Nord se battent maintenantLe soir tombe Ô sanglante merJardins où saignent abondamment le laurier rose fleur guerrière6.

6 http://jacquesmottier.online.fr/pages/apollinaire.html

Xornada Escolar da Paz 2013 8 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

7

7 http://biblioalange.wordpress.com/2011/03/21/guillaume-apollinaire-la-paloma-apunalada-y-el-surtidor/

Xornada Escolar da Paz 2013 9 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

ARESTI, Gabriel (Bilbao, 1933-1975)

Se por dicir unha verdadehan de matarmeas fillas,han de violarmea muller,han de derrubara casaonde vivo;se por dicir unha verdadehan de cortarmea mancon que escribo,a linguacon que canto;se por dicir unha verdadehan de borraro meu nomedas páxinas de ouroda literatura vasca,en ningún momento,de ningún xeito,en ningún lugarpoderánfacerme calar8.

8 http://basquepoetry.net/?i=poemak-es&b=1378

Xornada Escolar da Paz 2013 10 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

AVILÉS DE TARAMANCOS, Antón (Noia 1935-1992)

O PATER NOSTER DE BIAFRA

Señor Deus: Quen coma tique vive tan na alturaque non lle chega a fame de Biafra.

Os Ibos rezan a cada hora o Pater Noster:Señor que estás nos ceos santificadoque es pantrigo e leite e marmeladadeixa caír frangullas do teu reinopois estamos eiquí comendo merda—a nosa propia merda asoleada—.Non nos deixes caír tanta miseriatantas flechas, obuses, epidemias.Nós somos xente, Deus, non perdoamos:fulmina para sempre ós nemigosdenantes que entre nós nos fulminemos.

Señor Deus que aluméa-las alturasacórdate que embaixo hai feras cegas.

Quen coma ti que come e ten sotana,quen coma ti. Canté. Non nos esquezas.

Xornada Escolar da Paz 2013 11 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

HAI QUE MATAR A SUPERMÁN

O paxaro, o morcego multicolor, o miñato de pouta biónicaque ha de beber os catro do noso monte Sagro,onde cantaban os druídas o himno megalítico do poboe prendían a labarada popular con cerne de carballo milenario.

O paxaro terríbel de ollo perpendicular no firmamentoque vai encher de bosta nuclear todos os cómaros do Iroite, da Curota e do Confurco.¡O paxaro da morte ven voando, e temos que avisar a toda a xente!

Onde cantaba a fonte, onde libremente cantaba o paspalláse a cotovía desfiaba cada serán a súa fita de música,onde o corvo fero e antigo ollaba como un patriarca desde o cume máis alto,onde o poldro salvaxe proclamaba a súa liberdade constitucional,apouséntase o gringo co seu aparello terrorífico.

Ai do Barbanza, amigo, de cervos fuxidíos e de lobosque agora ouvearán nunha gaiola.As pedras do altar da nosa patria serán agora o WC de luxodo home de Minessotta primitivo no seu furor,bufando no seu búfalo interestelar e cantandoo seu cántico de anxo depravado ou de animal depredador.

Temos que construír a catapulta tridimensionalou a bandarria de cincocentas mil arroas-forzapara esmagarlle os collóns a Supermán. ¡E vén voando!

Están os símbolos antigos no fío da hecatombe, pero no corazón da mocidade da miña patriaérguese agora un berro que xa nunca se poderá apagarsenon con sangue. ¡E temos que avisar a toda a xente!

É preciso a carraxe. Acumular furor e dinamita,erguer o estadullo atávico que brúe no epicentropara escorrentar a besta apocalíptica e atobalacun pau de ferro atravesado nos rínsna súa plataforma unicelular de aceiro inoxidábele que poidan brincar os nenos ledamente.9

9 “O Pater Noster de Biafra” do libro Os poemas da ausencia (1963-1969) e “Hai que matar a Supermán” de Nova crónica de Ulises (1978) in AVILÉS DE TARAMANCOS, Obra poética completa, Espiral Maior, Opera Omnia, A Coruña, 2003, pp. 141 e 161-162.

Xornada Escolar da Paz 2013 12 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Monumento á Paz Global, en memoria de John Lennon (Liverpool)10

10 http://beatlesmagazine.blogspot.com.es/2010/09/monumento-de-la-pz-en-honor-john-sera.html

Xornada Escolar da Paz 2013 13 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

BASISU, Muin (Gaza 1927-Londres 1984)

EU, TI, EL

No seu vocabulario non había árboresnin flores...No seu vocabulario non había paxaros.Só sabía o que lle ensinaran:matar aos paxaros,e matou aos paxaros,odiar á lúa,e odiou á lúa,ter un corazón de pedra,e tivo un corazón de pedra,a berrar: " Viva o que sexa! "" Abaixo o que sexa! "" Morra o que sexa! ".

No seu vocabulario non había árbores,no seu vocabulario non habíati nin euporque el debía matarnosa ti e a min.Só sabía o quelle ensinaran:matarnos a ti e a min11.

11 http://www.poesiaarabe.com/muin_basisu.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 14 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

BORGES, Jorge Luis ((Buenos Aires 1899–Ginebra 1986)

LOS JUSTOS

Un hombre que cultiva un jardín, como quería Voltaire.El que agradece que en la tierra haya música.El que descubre con placer una etimología.Dos empleados que en un café del Sur juegan un silencioso ajedrez.El ceramista que premedita un color y una forma.Un tipógrafo que compone bien esta página, que tal vez no le agradaUna mujer y un hombre que leen los tercetos finales de cierto canto.El que acaricia a un animal dormido.El que justifica o quiere justificar un mal que le han hecho.El que agradece que en la tierra haya Stevenson.El que prefiere que los otros tengan razón.Esas personas, que se ignoran, están salvando el mundo12.

BRECHT, Berthold (Augsburgo1898 – Berlín 1956)

Hai moitas maneiras de matar.Poden meterche un coitelo no ventre.Quitarche o pan.Non curarte dunha enfermidade.Meterte nunha mala vivenda.Empurrarte ata o suicidio.Torturarte ata a morte por medio do traballo.Levarte á guerra, etc...Só poucas destas cousas están prohibidas no noso Estado13.

12 http://www.poemas-del-alma.com/jorge-luis-borges-los-justos.htm#ixzz2IMdmTZeN13 http://www.ddooss.org/documentos/poesia/Bertolt_Brecht.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 15 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

CASARES, Carlos (Ourense 1941-Nigrán 2002)

COMO LOBOS

Agora pasou xa e non hai paragüeiro que o arranxe e é mellor calar por se acaso, por se volven e te untan e che din veña vostede connosco, que cho poden decir, e te levan, que te poden levar e métente alí, naquel cuartiño e pregúntanche ¿ónde estaba vostede o sábado ás dúas da mañá?, eso por che preguntar algo, e ti non sabes qué decir e sóltanche un viaxe e aguantas porque aínda que non queiras, aguantas, Eduardo, aguantas ou te perdes, aguantas como aguantan todos, anque despois os amigos che digan ti non tes o que ten que ter un home porque se mo fan a min mórdolles o corazón, que todo o mundo é moi valente, todo o mundo, pero xa se viu que cando entraron na taberna e preguntaron polo Roxo, ninguén se atreveu a defendelo e eso que todos eran amigos del, pero cando lle dixeron Roxo, veña vostede connosco, ninguén protestou. E agora o Roxo está podrecendo e o mal foi del que morreu por se meter onde non debía, que o tiñamos ben avisado, que lle tiñamos ben dito mira, Roxo, que vas acabar mal, mira que vas por mal camiño, pero el era teimudo e non fixo caso, porque volta con que todos os homes somos iguais e que temos dereitos, home sí, eso sabémolo todos, me cago na puta, tamén o sei eu, pero non se pode falar, que non home, que non se pode e hai que aguantar e deixar os dereitos e as valentías a unha beira e se mexan por ti, deixa que mexen, que para o que han levar... E de nada che vale que vaias alí e lle digas aquí estou eu que son irmán do Roxo e veño a lles preguntar qué fixeron do meu irmán que lle como o fígado ao desgraciado que fose, que non che vale de nada e vanche decir que eles non saben, que alá o xuez e ao mellor cóllente e mañá apareces ti tamén tirado nunha cuneta. E ao que te azuce e che diga que non es home, que non es merecente de ser irmán do Roxo, dille que cale, que a vida é así e o que manda, manda e o que non, non manda nada, dígocho eu, Eduardo, dígoche de corazón que a ti non te nomearon para nada, para nada, Eduardo, para nada, porque o meu fillo é testigo de que lle dixeron ten que vir connosco para arranxar un asunto e o teu irmán díxolles que non iba, que el estaba bebendo e que non tiña ningún asunto que arranxar fora de alí e entón eles sacaron as pistolas e xa non falaron máis e o Roxo mirou para os compañeiros e preguntoulles ¿é que xa non hai homes? e eles calaron coma mortos pois outra cousa non se podía facer se non querían morrer todos alí e naquel instante chegou a Sara e díxolles ¿aónde levan ao meu home?, pero non lle contestaron nada, que eu penso que eles iban cocidos, que o Roxo era moito home e tiñan medo que se lles repuxese. Mandárono subir á camioneta branca e marcharon con el cara o monte do Sarnadoiro. O demais xa o sabes ti. Apareceu morto dun tiro na cabeza. Agora xa pasou. E é mellor calar. Tamén calou o médico cando lle levaron ao fillo. Sonche cousas da vida e don homes, que somos como lobos uns para os outros, como lobos, Eduardo, dígocho eu, coma lobos14.

14 CASARES, Carlos, Vento ferido, Galaxia, Vigo, 1981, 3ª ed., pp. 19-24

Xornada Escolar da Paz 2013 16 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Castelao, Así aprenderán a non ter ideas, Galicia mártir 1937 (Museo de Pontevedra)15

CASTAÑO, Yolanda (Santiago de Compostela 1977)

Se o meu corpo non podeter casa no meu corpo,a miña entraña será quen guinde pedras.

Non desexo calcular o prezo dos meus esforzos.Non quero recontar os abatidos.Non hei malgastar máis unha sóa gotaDeixádeme co que amo.

Se non recupero o templodesta alugada memoria,a invicta conciencia será quen guinde pedras.

Non quero obcecarme co futuro da batallanon perderei meus días na carraxenon hei malgastar máis unha sóa gotaCánto tempo tarda en acabarse todo16.

15 http://www.museo.depo.es/coleccion/catalogo.castelao/es.03110000.html?TCWJKnLePI

16 in Cartafol poético para Alexandre Bóveda, Espiral Maior, A Coruña, 2006, p.52

Xornada Escolar da Paz 2013 17 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

CORCOBA HERRERO, Víctor (Cuevas del Sil,León 1958)

TODA ACCIÓN BÉLICA ES INJUSTA

Toda acción bélica es abusiva,por la reacción de odio que genera,por su terror, bandera que abandera,por el desamor de llamas que aviva.

Toda intriga bélica es revulsiva,crea mal y repele alma sincera: es necio modo de humanizar fiera, de amparar derechos de forma altiva.

Declaro la verdad en son de verso:Ninguna guerra es justa, todas llanto, rematan la quietud del universo.

Porque la paz, el más sublime cantoa la existencia, mar de amor inmerso,es pauta de luz y radiante manto17.

CORDERO, Luz Helena (Colombia 1961)

AS ARMAS

Muitos armam-se para a guerra.É necessário,Outros se armam para o mundo.É preciso.Armam-se alguns para a morte.É natural.Tu te armas para o amore estás tão indefesopara a guerra,para o mundo,para a morte18.

17 http://poesias.es/poetas-famosos/toda-acci%C3%B3n-b%C3%A9lica-es-injusta18 http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/colombia/luz_helena-cordero.html

Xornada Escolar da Paz 2013 18 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Deusa da Paz do artista chinés Yao Yuan en Copiapó (Chile)19

19 http://www.patriagrande.com.ve/temas/internacionales/china-dona-a-chile-estatua-que-representa-el- rescate-de-los-33-mineros/

Xornada Escolar da Paz 2013 19 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

DARWISH, Mahmud (Al-Birwa 1941- Houston 2008)

do seu Poema de Beirut: A guerra: destrúe a nosa obra de teatro para que a representemos sen texto

(nin guión.A guerra: memoria dos primitivos e dos civilizados.A guerra: comeza no sangue.A guerra: remátase no aire.A guerra: fai un burato na nosa sombra para pasar dunha porta a outra20.

CADÁVERES ANÓNIMOS (do poemario Non pidas perdón)Cadáveres anónimos.Ningún esquecemento os reúne,Ningunha lembranza os separa...Esquecidos na herba invernalSobre a vía pública,Entre dous longos relatos de bravuraE sufrimento." Eu son a vítima! ". " Non, eu sona única vítima! ". Eles non replicaron:"Unha vítima non mata a outra.E nesta historia hai un asasinoE unha vítima". Eran nenos,Recollían a neve dos cipreses de CristoE xogaban cos anxos porque tiñanA mesma idade... fuxían da escolaPara escapar das matemáticasE a antiga poesía heroica. Nas barreiras,Xogaban cos soldadosAo xogo inocente da morte.Non lles dicían: deixade os fusísE abride as rutas para que a bolboreta encontreÁ súa nai preto da mañá,Para que voemos coa bolboretaFóra dos soños, porque os soños son estreitosPara as nosas portas. Eran nenos,Xogaban e inventaban un conto para a rosa vermellaBaixo a neve, detrás de dous longos relatosDe bravura e sufrimento.Logo escapaban cos anxos pequenosCara a un ceo límpido21.

20 http://www.poesiaarabe.com/poema_de_beirut.htm21 http://www.poesiaarabe.com/Darwish_victimas.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 20 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

A NENA / O BERRO

Na praia hai unha nena, a nena ten familiaE a familia unha casa.A casa ten dúas xanelas e unha porta...No mar, un acoirazado divírtese cazando aos que camiñanPola praia: catro, cinco, seteCaen sobre a area. A nena sálvase por pouco,Grazas a unha man de néboa,Unha man non divina que a axuda. Berra: Pai!Pai! Levántate, regresemos: o mar non é como nós.O pai, amortallado sobre a súa sombra, a mercé do invisible,Non responde.Sangue nas palmeiras, sangue nas nubes.Lévaa en volandas a voz máis alta e máis afastada daPraia. Berra na noite deserta.Non hai eco no eco.Converte o berro eterno en noticiaRápida que deixa de ser noticia candoOs avións regresan para bombardear unha casaCon dúas xanelas e unha porta22.

Ramala, agosto do 2006.

UNHA APERTA AO SEU ASASINO

Da unha aperta ao seu asasino para lograr a súa clemencia: enfadaríaste moito comigo se sobrevivise? Irmán... irmán: que fixen para que me asasines? Dous paxaros voan sobre nós, apunta cara arriba. Dispara o teu inferno lonxe de min... ven á choza da miña nai para que che prepare as fabas. Que dis? Que dis? Non soportas a miña aperta nin o meu cheiro? Estás canso do medo que me habita? Entón bota ese revólver ao río. Que dis?... Un inimigo na ribeira do río dirixiu a súa metralleta cara a aperta? Entón dispara contra o inimigo. Escaparemos xuntos das súas balas e escaparás do teu delito. Que dis? Matarasme para que o inimigo volva á súa casa/a nosa casa e ti retornes ao xogo da caverna? Que fixeches co café da miña nai e da túa nai? Que crime cometín para que me asasines, irmán? Non desatarei a corda da nosa aperta. Non te deixarei23.

22 http://www.poesiaarabe.com/darwish_el_grito.htm23 http://www.poesiaarabe.com/abraza_darwish.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 21 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

DURÁ, Carlos (Valencia, 1970)

el problemaes que no haycuartelsin guerra24

EHRMANN, Max? (EE. UU. 1872-1945)25

Ti es unha criatura do universo,non menos que as árbores e as estrelas, tes dereito a existir.E téñalo claro ou non, sen dúbida o universo marcha como debería.Por iso debes estar en paz con Deus, calquera que sexa a túa idea del,e sexan calquera os teus traballos e aspiracións.Conserva a paz coa túa alma na barulleira confusión da vida.Aínda con toda a súa farsa, penalidades e sonos falidos, o mundo é aínda fermoso.Ten ledicia, esfórzate por ser feliz!26

Restos do único edificio que quedou en pé en Hiroshima o 6 de agosto de 1945 despois da explosión da bomba atómica27

24 http://www.edicionpersonal.com/poemas%20recibidos.htm25 http://presencias.net/indpdm.html?http://presencias.net/miscel/ht4006.html

26 http://epdlp.com/texto.php?id2=464

27 http://es.123rf.com/photo_6047849_la-cupula-de-la-a-bomb-las-ruinas-de-la-sala-de-promocion-del- industrial-del-prefectura-de-hiroshima.html

Xornada Escolar da Paz 2013 22 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

FERREIRO, Celso Emilio (Celanova 1912-Vigo 1979)

POEMA NUCLEAR

¡Qué ben, que bomba ven co seu rebombio!A bomba, ¡bong!, a bomba, bon amigoA bomba con aramios, con formigas,con fornos pra asar meniños loiros,A bomba ten lombrices, bombardinos,vermes de luz, bombillas fluorescentes,peixes de chumbo, vómitos, anémonas,estrelas de plutonio plutocráticoesterco de cobalto hidroxenado,martelos, ferraduras, matarratos.

A bomba, bong, A bomba, bon amigoCon átomos que estoupan en cadeiae creban as cadeias que nos atan:

Os outos edificiosOs outos funcionariosOs outos financeirosOs outos ideais¡Todo será borralla radioaitiva!

As estúpidas nais que paren fillospolvo serán, mais polvo namorado

Os estúpidos pais, as prostitutas,as grandes damas de beneficencia,magnates e mangantes, grandes cruces,altezas, excelencias, eminencias,cabaleiros cubertos, descubertos,nada serán meu ben,si a bomba ven,nada o amor, e nada a morte mortacon bendiciós e plenas indulxencias

¡Qué ben, que a bomba ven! Nun instantiñoa amable primavera faise cinzade vagos isotopos placentarios,de letales surrisas derretidasbaixo un arco de átomos triunfales.

Xornada Escolar da Paz 2013 23 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

A bomba, ¡bong! A bomba co seu bombode setas e volutas abombadasaxiña ven, vela ahi ven, bon amigo.

Estános ben! ¡Está ben! Está bon!

¡¡¡¡BOOOONG!!!! 28

FIGUERA AYMERICH, Ángela (Bilbao 1902-Madrid 1984)

Donde veasque el látigo o la espada se levantanque la prisión redobla sus cerrojosque los fusiles amenazan muerteacércate y, a pecho descubierto,lanza un tremendo NO que salve al mundo29.

FREIRE, Natércia (Ribatejo, Portugal 1920-2004)

GUERRASão meus filhos. Gerei-os no meu ventre.Via-os chegar, às tardes comovidos,Nupciais e trementes,Do enlace da Vida com os sentidos.

Estiveram no meu colo, sonolentos.Contei-lhes muitas lendas e poemas.Às vezes, perguntavam por algemas.Respondia-lhes: mar, astros e vento.

Alguns, os mais ousados, os mais loucos,Desejavam a luta, o caos, a guerra.Outros sonhavam e acordavam roucosDe gritar contra os muros que há na Terra.

São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.Nove meses de esperança, lua a lua.

Grandes barcos os levam, lentamente...30

28 http://militialyrica.wordpress.com/2007/01/28/poema-nuclear/29 http://www.internautasporlapaz.org/index.php/Teletipos/Aymerich-Sanchez- Anes-Eluard.html 30 http://josemariaalves.blogspot.com.es/2009/06/natercia-freire-1920-2004- guerra.html

Xornada Escolar da Paz 2013 24 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

GANDHI (India 1869-1948)

Non deixes que morra o sol antes que morran os teus rancores.

A humanidade non pode liberarse da violencia máis que por medio da non violencia.

Os medios impuros desembocan en fins impuros

O que se obtén con violencia, soamente se pode manter con violencia.

A violencia é o medo aos ideais dos demais.

A violencia é a lei dos animais, mentres que a non-violencia é a lei do home.

Para unha persoa non violenta, todo o mundo é a súa familia.

A non-violencia completa é completa ausencia de mala vontade cara a todo o que vive. A non-violencia, na súa forma activa, é boa vontade cara a todo o que vive. É perfecto amor.

A non-violencia é unha meta cara á cal tende, aínda que sen sabelo, a humanidade enteira.

A non-violencia na súa forma activa é boa vontade cara a todo o que vive. É perfecto amor.

A verdadeira non-violencia é imposible se non se posúe unha intrepidez inalterable.

A tarefa que enfrontan os devotos da non violencia é moi difícil, pero ningunha dificultade pode abater os homes que teñen fe na súa misión.

Imaxino que sei o que significa vivir e morrer como non violento. Pero fáltame demostralo mediante un acto perfecto.

Canto máis a practico, con maior claridade advirto o lonxe que estou da plena expresión da non violencia na miña vida.

Quixera sufrir todas as humillacións, todas as torturas, o ostracismo absoluto e ata a morte, para impedir a violencia.

Xornada Escolar da Paz 2013 25 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Monumento a Gandhi en Ginebra (Suiza)31

O meu credo da non-violencia é unha forza extremadamente activa. Nel non hai lugar para a covardía nin tampouco para a debilidade. Hai esperanzas de que o home violento sexa algún día non-violento, pero non hai ningunha esperanza para o covarde.

A non-violencia é a forza máis grande que a humanidade ten á súa disposición. É máis poderosa que a arma máis destrutiva inventada polo home. A destrución non corresponde nin moito menos á lei dos homes. Vivir libre é estar disposto a morrer, se é preciso, ás mans dos demais, pero nunca a darlle morte. Sexa cual fóra o motivo, todo homicidio e todo atentado contra a persoa é un crime contra a humanidade.

31 http://www.callejeandoporelplaneta.com/2011/05/ginebra-una-ciudad-muy-europea.html

Xornada Escolar da Paz 2013 26 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

O home ten que saber sinxelamente que o mal vén do mal. O mesmo que o ben, pola súa banda, se explica polo ben... A lección que hai que sacar desta traxedia da bomba atómica é que non nos libraremos da súa ameaza fabricando outras bombas máis destrutoras aínda, posto que a violencia non é capaz de facer desaparecer a violencia. A humanidade non pode librarse da violencia máis que por medio da non-violencia. Só o amor é capaz de vencer o odio. Responder ao odio co odio equivale a agravar os seus efectos máis aínda.

Poderíase chegar a unha paz permanente se os condutores recoñecidos da humanidade, que controlan as máquinas de destrución, renunciasen por completo a utilizalas, sabendo plenamente o que isto implica.

Reitero a miña convicción de que non haberá paz para os aliados nin para o mundo a menos que deixen de lado a súa certeza sobre a eficacia da guerra e o seu terrible correlato de impostura e fraude e se decidan a traballar por unha paz real baseada na liberdade e na igualdade de todas as razas e nacións.

Posto que eu son imperfecto e necesito a tolerancia e a bondade dos demais, tamén hei de tolerar os defectos do mundo ata que poida encontrar o segredo que me permita poñerlles remedio.

Un país, unha civilización pódese xulgar pola forma en que trata os seus animais.

A causa da liberdade convértese nunha burla se o prezo a pagar é a destrución dos que deberían gozar da liberdade.

Ninguén pode facer o ben nun espazo da súa vida, mentres fai dano noutro. A vida é un todo indivisible.

O home non posúe o poder de crear vida. Non posúe, tampouco por conseguinte, o dereito a destruíla. 32

32 http://www.lasalle.es/lalaguna/pastoral/recursos/oraciones/FRASES%20O%20SENTENCIAS %20CELEBRES%20SOBRE%20LA%20PAZ.pdf

https://docs.google.com/document/edit?id=1bNvhRzQ9KarkXrJmOO1UHwDFGZwLFmEj3TfLtVJuRh4&pli=1

Xornada Escolar da Paz 2013 27 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

GONZÁLEZ, Ángel (Oviedo 1925-Madrid 2008)

ELEGIDO POR ACLAMACIÓN

Sí, fue un malentendido.

Gritaron: ¡a las urnas!

y él entendió: ¡a las armas! -dijo luego.

Era pundonoroso y mató mucho.

Con pistolas, con rifles, con decretos.

Cuando envainó la espada dijo, dice:

La democracia es lo perfecto.

El público aplaudió. Sólo callaron,

impasibles, los muertos.

El deseo popular será cumplido.

A partir de esta hora soy -silencio-

el Jefe, si queréis. Los disconformes

que levanten el dedo.

Inmóvil mayoría de cadáveres

le dio el mando total del cementerio33.

33 http://www.cervantesvirtual.com/bib/bib_autor/AGonzalez/poema6.shtml

Xornada Escolar da Paz 2013 28 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

GOYTISOLO, José Agustín (Barcelona 1928-1999)

SOLDADO SÍMadre dicen que debemosir a matar o a moriry los que lo dicen madre

y los que lo dicen madrenos están matando aquí.

Soldado así yo no quierosoldado yosoldado contra mi hermanosoldado no.

Frente al tirano y sus leyesyo mi corazón pondríapara que volviera al airepara que volviera al airepor tu casa y por la mía.

Soldado así yo seríasoldado asísoldado junto a mi hermanosoldado si.34

Monumento ao quinto, Cartagena (Murcia)35

34 https://n-1.cc/file/download/112440035 http://academiasdeljardin.blogspot.com.es/2012/11/soldado-de-reemplazo-de-saenz-de.html

Xornada Escolar da Paz 2013 29 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

GUILLÉN, Nicolás (Cuba, 1902-1989)

No sé por qué piensas tú,soldado, que te odio yo,si somos la misma cosayo,tú.

Tú eres pobre, lo soy yo;soy de abajo, lo eres tú;¿de dónde has sacado tú,soldado, que te odio yo?

Me duele que a veces túte olvides de quién soy yo;caramba, si yo soy tú,lo mismo que tú eres yo.

Pero no por eso yohe de malquererte, tú;si somos la misma cosa,yo,tú,no sé por qué piensas tú,soldado, que te odio yo.

Ya nos veremos yo y tú,juntos en la misma calle,hombro con hombro, tú y yo,sin odios ni yo ni tú,pero sabiendo tú y yo,adónde vamos yo y tú...¡No sé por qué piensas tú,soldado, que te odio yo!

Goya, Rapaces xogando a soldados, 1779 (Museo do Prado, Madrid)36

(de Cantos para soldados y sones para turistas,

en Obra poética 1920-1972, La Habana, Instituto Cubano del Libro, 1972)37.

36 http://www.museodelprado.es/goya-en-el-prado/obras/ficha/goya/muchachos-jugando-a-soldados/

37 http://cvc.cervantes.es/literatura/escritores/guillen/poemas/poema_12.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 30 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

HERNÁNDEZ, Miguel (Orihuela 1910 – Alicante 1942)

GUERRATodas las madres del mundo,ocultan el vientre, tiemblan,y quisieran retirarse,a virginidades ciegas,el origen solitarioy el pasado sin herencia.Pálida, sobrecogidala fecundidad se queda.El mar tiene sed y tienesed de ser agua la tierra.

Alarga la llama el odioy el amor cierra las puertas.Voces como lanzas vibran,voces como bayonetas.Bocas como puños vienen,puños como cascos llegan.Pechos como muros roncos,piernas como patas recias.El corazón se revuelve,se atorbellina, revienta.Arroja contra los ojossúbitas espumas negras.

La sangre enarbola el cuerpo,precipita la cabezay busca un hueco, una heridapor donde lanzarse afuera.

La sangre recorre el mundoenjaulada, insatisfecha.Las flores se desvanecendevoradas por la hierba.Ansias de matar invadenel fondo de la azucena.Acoplarse con metalestodos los cuerpos anhelan:desposarse, poseerse

de una terrible manera.

Desaparecer: el ansiageneral, creciente, reina.Un fantasma de estandartes,una bandera quimérica,un mito de patrias: unagrave ficción de fronteras.

Músicas exasperadas,duras como botas, huellanla faz de las esperanzasy de las entrañas tiernas.Crepita el alma, la ira.El llanto relampaguea.¿Para qué quiero la luzsi tropiezo con tinieblas?

Pasiones como clarines,coplas, trompas que aconsejandevorarse ser a ser,destruirse, piedra a piedra.Relinchos. Retumbos. Truenos.Salivazos. Besos. Ruedas.Espuelas. Espadas locasabren una herida inmensa.

Después, el silencio, mudode algodón, blanco de vendas,cárdeno de cirugía,mutilado de tristeza.El silencio. Y el laurelen un rincón de osamentas.Y un tambor enamorado,como un vientre tenso, suenadetrás del innumerablemuerto que jamás se aleja.

(do Cancionero y romancero de ausencias)38

38 http://www.ciudadseva.com/textos/poesia/esp/hndzmigu/guerra.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 31 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

HUGO, Víctor (Becançon 1802-Paris1885)

BÊTISE DE LA GUERRE

Ouvrière sans yeux, Pénélope imbécile,Berceuse du chaos où le néant oscille,Guerre, ô guerre occupée au choc des escadrons,Toute pleine du bruit furieux des clairons,Ô buveuse de sang, qui, farouche, flétrie,Hideuse, entraîne l’homme en cette ivrognerie,Nuée où le destin se déforme, où Dieu fuit,Où flotte une clarté plus noire que la nuit,Folle immense, de vent et de foudres armée,A quoi sers-tu, géante, à quoi sers-tu, fumée,Si tes écroulements reconstruisent le mal,Si pour le bestial tu chasses l’animal,Si tu ne sais, dans l’ombre où ton hasard se vautre,Défaire un empereur que pour en faire un autre ?39

ESTUPIDEZ DA GUERRA

Obreira sen pestanas, estúpida Penélope,Ama da desorde onde oscila a nada,Guerra, oh guerra ocupada en choques de escuadróns,Invadida do toque furioso do clarín,Bebedora de sangue que, feroz e murcha,Odiosa, ao home arrastras a borracheira tal;Nube onde o destino se deforma e Deus foxe,Onde flota un fulgor máis negro que a noite,Tola inmensa, de vento e de raios armada,Para que serves, xigante, para que serves, fume,Se os teus derrubamentos reconstrúen o mal,Se en nome da besta cazas o animal,Se ti non sabes nesa sombra onde os teus azares se ocultanSó para alzar a outro, a un tirano destrúes?

39 http://www.poetica.fr/poeme-62/victor-hugo-betise-de-la-guerre/

Xornada Escolar da Paz 2013 32 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

KAUNDA, Kenneth David (Zambia, 1924)

Se aceptásemos a violencia e a utilizásemos nun par de anos teriamos sementado a inseguridade na nosa patria. Os que non estiveran de acordo connosco, seguirían o noso propio exemplo, e tratarían de organizar unha revolta. A historia demostrou demasiadas veces que os medios que un emprega para chegar á meta, son frecuentemente os mesmos que outros utilizan logo para derrocar o seu poder.

Martin Luther KING (Atlanta 1929 - Memphis 1968)

Nada que un home faga o envilece máis que permitirse caer tan baixo como para odiar alguén.

Aprendemos a voar como os paxaros e a nadar como os peixes, pero non aprendemos a sinxela arte de vivir como irmáns.

Podedes facer o que queirades, pero nós seguiremos amándovos... Metédenos nas cadeas e aínda así amarémosvos. Lanzade bombas contra as nosas casas, ameazade os nosos fillos e, por dificil que sexa, amarémosvos tamén... Pero chegará un día en que conquistaremos o voso corazón e a vosa conciencia e deste modo a nosa vitoria será dobre.

Para alcanzar un fin pacífico, debemos empregar medios pacíficos. E con estas palabras... pretendo dicir que o fin e os medios deben estar en estreita correspondencia, pois o fin xa está contido nos medios, e, finalmente, uns medios destrutivos nunca poderán levarnos cara a un fin construtivo... E tamén quero dicirvos que, se desexamos a paz na Terra e boa vontade para cos homes, o primeiro que debemos facer é aceptar a afirmación -contida nos métodos da non-violencia- de que toda vida humana é sagrada.

(no seu libro O clarín da conciencia)

A violencia crea máis problemas sociais que os que resolve. Unha nación que gasta máis diñeiro en armamento militar que en

programas sociais achégase á morte espiritual.40

40 http://www.lasalle.es/lalaguna/pastoral/recursos/oraciones/FRASES%20O%20SENTENCIAS%20CELEBRES%20SOBRE%20LA%20PAZ.pdf

http://www.proverbia.net/citasautor.asp?autor=608

Xornada Escolar da Paz 2013 33 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Monumento a Martín Luther King, Washington (EE. UU.)41

JOUHAUX, Léon (París 1879-1954)

"Nós non quixemos esta guerra. Os que a desencadearon, déspotas con propósitos sanguinarios, con sonos de hexemonía universal, recibirán o seu castigo. Non só o estertor dos moribundos, os clamores dos sufrimentos dos feridos subirán ata eles como reprobación universal, senón o lóstrego de odio que se acenderá nas miradas das nais, dos orfos e deas viúvas."42

(nos comezos da I Guerra Mundial)

41 http://america.infobae.com/notas/35847-Obama-inaugur-un-monumento-a-Martin-Luther-King-y-record- su-lucha

42 http://www.claseshistoria.com/1guerramundial/+jouhaux.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 34 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

LA FONTAINE, Jean de (Aisne 1621- París 1695)

Le noir démon des combatsVa quitter cette contréeNous reverrons ici-basRégner la déesse Astrée

O Paix! source de tout bienViens enrichir cette terreEt fais qu'il ne reste rienDes images de la guerre.

Chasse des soldats gloutonsLa troupe fière et hagardeQui mange tous nos moutonsEt bat celui qui les garde.

Délivre ce beau séjourDe leur brutale furieEt ne permet qu'à l'amourD'entrer dans la bergerie.

Fais qu'avecque le bergerOn puisse voir la bergèreQui coure d'un pas légerQui danse sur la fougère

Et qui du berger tremblantVoyant le peu de courageS'endorme, ou fasse semblantDe s'endormir à l'ombrage

Accorde à nos longs désirsDe plus douces destinéesRamène nous les plaisirsAbsents depuis tant d'années.

Etouffe tous ces travauxEt leurs semences mortellesQue les plus grands de nos mauxSoient les rigueurs de nos belles

Et que nous passions les joursEtendus sur l'herbe tendrePrêts à conter nos amourA qui voudra les entendre43.

O negro demo dos combatesabandonará este lugarveremos de novo aquíá deusa Astrée reinar

Oh Paz! Fonte de todo benven a enriquecer esta terrae fai que non quede nadadas imaxes da guerra.

Expulsa aos soldados lambónsá tropa orgullosa e espavorecidaque come todos os nosos añose malla ao que os garda

Libera esta bela moradada súa brutal furiaE permite só o amorentrar no curro.

Fai que co pastorse poida ver a pastoraque corre con paso lixeiroque baila sobre o fento

E quen do pastor tremendovendo o pouco valordorme, ou aparenta quedorme na sombra

Concede aos nosos grandes desexosos máis gratos destinosTráenos os praceresausentes dende hai tantos anos.

Apaga todos estes traballose as súas sementes mortaisque os nosos maiores malessexan os rigores das nosas amadas

E que pasemos os díasdeitados na herba tenradispostos a contar os nosos amoresa quen queira oílos.

43 http://www.poesie.net/paix.htm

Xornada Escolar da Paz 2013 35 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

LEWIS, Ralph Maxwell (1904-1987)

CREDO DA PAZ

Son culpable de provocar a guerracando por soberbia uso a miña intelixenciapara prexudicar aos meus semellantes.

Son culpable de provocar a guerracando terxiverso as opinións daquelesque difiren das miñas.

Son culpable de provocar a guerracando non respecto os dereitos e as propiedadesdos demais.

Son culpable de provocar a guerracando cobizo o que outros adquiriron honestamente.

Son culpable de provocar a guerracando trato de manterme nunha posición superiorquitando a outros a oportunidade de avanzar.

Son culpable de provocar a guerracando considero que os meus parentes e eusomos xente privilexiada.

Son culpable de provocar a guerracando penso que podo monopolizar os recursosda natureza coma se fosen patrimonioexclusivamente meu.

Son culpable de provocar a guerracando imaxino que outra xenteten que pensar e vivir como eu.

Son culpable de provocar a guerracando penso que o éxito na vidasó depende de alcanzar poder, fama e riqueza.

Xornada Escolar da Paz 2013 36 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Son culpable de provocar a guerracando penso que as mentes da xentedeberían ser controladas pola forza e non pola razón.

Son culpable de provocar a guerracando creo que o Deus que eu conciboé o único que teñen que aceptar os demais.

Son culpable de provocar a guerracando penso que o país onde nace un hometen que ser -necesariamente- o únicoonde el debe pasar toda a súa vida44.

LUQUE SÁNCHEZ, Ramón (Mengíbar, Jaén, 1957)

EL JARDÍN DE LA PAZ

En el jardín de la paz hay flores de mil colores, son anhelos de ideales que alegran los corazones.

Están verdad y alegría, el perdón y la amistad, sueños que paran la guerra, está solidaridad. También afecto y nobleza, sinceridad y utopía, compartir, honor, ayuda, respetarse y valentía.

El que labra este jardín no tiene oficio ni edad; sólo basta el corazón para cuidar a la paz.

En el jardín de la paz ha brotado la ilusión, se regó con esperanza y ha salido mucho amor.

En el jardín de la paz hizo una paloma el nido, cada uno de sus pichones lleva una rama de olivo45.

44 http://betty-de-todo-como-en-botica.blogspot.com.es/2010_07_01_archive.html

45 http://bibliopoemes.blogspot.com.es/2011/04/volem-un-jardi-de-pau-amb-flors-ocells.html

Xornada Escolar da Paz 2013 37 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

MANUEL MARÍA (Outeiro de Rei 1929 – A Coruña 2004)

PROCLAMA CONTRA A GUERRA ATÓMICAPara Valentín Fernández, en Buenos Aires

Homes do átomo, xornaleiros do trustimperialista, criados dos que a segregación racial e escribencon maiúscula -¡qué tráxica ironía!-as verbas liberdade e democracia.Homes do átomo, que aló en cabo Kennedy,nas soedades interminábeis da Siberia,detrás das murallas de Chinaou nas fermosas illas do Pacíficoxogades con neutrós e megatós:¿xa non resoan nos vosos ouvidosas explosiós de Hirosima e Nagasaki...?¿Non levades chantados no corazóncomo coitelos os berros de arrepíode tantísimos milleiros de inocentesque vós sacrificastes no nomeda liberdade, da democracia, deso que se chama cultura occidental?¿Non vos cansades de servir a homesque soio teiman no imperialismoe que cobren as súas intencióscon verbas fermosas, puras e inocentescomo son: liberdade, fraternidade, dereitos humanos e democracia?¿Por qué, decídeme, servides a xenteque sempre anda a falar de pazpresentándose armada deica os dentes?¿Nunca pensastes que no mundo haimáis probabilidades que as da Técnicae do progreso chamado material?

Xornada Escolar da Paz 2013 38 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Tamén hai moitísimos homes sinxelos, puros,inocentes, verdadeiros, que só pensanen como han chegar ao remate do mes,no prezo do pan, da luz e das patacas, en canto costa un traxe, unhos zapatos,que fan números e máis númerospara poder mercar un tocadiscos.¿Pensastes algunha vez nos millós de seres aos que vós podedes facer case felicescos vosos átomos, dándolles unha vidamoito máis levadeira e doada?¿Nunca sentistes reflexar na vosa almao cintilar puro das estrelas?Para vós as estrelas soio son algoque está a tantos anos luz e a ondehai que chegar antes que ninguén para quea vosa sona de sabios quede ben probadae o prestixio político dos amosquede firmisimamente cimentado.¿Nunca reparastes na beleza que teñen as verbas: amor, trigo, comprensión,viño, aceite, carballo e laranxeira?¿Medistes, por casualidade, a luzque garda unha sorrisa, descompuxestesa forza explosiva que se pecha nun laio?¿Falastes, de verdade, algunha vez,cun semellante de corazón a corazón?Estades arredados do mundo, isoladosnos laboratorios como estrañas floresde invernadoiro, como pezas rarasde museo. Vou dicir algo que xa sabedes:os átomos están cheos de beleza, protós e electrós son moi fermosos,un mundo marabilloso para soñar.Pero vós consentides e queredesque se volten feroces contra o home.Permitides que destruían aos vosos semellantes,que maten sen piedade aos vosos irmaos.Homes do átomo: decídelle que nonaos vosos amos; desprezade o seu ouro;aprendede a amar e entón comprenderedesque a vida é moi fermosa,que nada hai tan fermoso como a vida.

Xornada Escolar da Paz 2013 39 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Broken Chair, monumento ás vítimas das minas anti-persoa, Ginebra (Suiza)46

46 http://www.callejeandoporelplaneta.com/2011/05/ginebra-una-ciudad-muy-europea.html

Xornada Escolar da Paz 2013 40 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

ODA Á GUERRA

A guerra é a salvación da humanidade,fai avantar a ciencia, desenrola ao pobo, crea industrias importantese potentes, fai florecer a economíadun xeito case milagroso, aseguraa paz, é constructiva, sirvede inspiración aos cantos épicos,fabrica heroes inmortais e lexendarios.Na guerra un pode demostrar o seuvalor e o seu valer, gañar ascensos,acadar condecoraciós moi prezadas, brillantes e honrosísimas. En tempode guerra todo é progreso, lediciae máis fartura. Mísiles, tanques,fusiles, pistolas, metralletas,escuadras, canós aéreos e antiaéreos,bombas atómicas, de mao e de napalmerguen unha música doce e harmoniosaque a xente escoita compracidae enlevada. Todos van á mortemoi felices, os feridos teñen nos beizosa flor dunha sorisa. Non se derramasangue, ¡ai, eso non!. Os camposbombardeados e incendiadosseméllanse aos xardíns e ás máxicasfogueiras do San Xoan.Os homes esquécense de odiare aprenden a amarse de verdade47.

47 “Proclama contra a guerra atómica” do libro Remol (1970) e “Oda á guerra” de Odes nun tempo de paz e de alegría in MANUEL MARÍA, Obra poética completa I (1950-1979), Espiral Maior, Opera Omnia, A Coruña, 2001, pp. 396-398 e 467-468.

Xornada Escolar da Paz 2013 41 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

MIRANDA, Antonio (Brasil, 1940)

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE“escombros sobre escombros”

”acordar os mortos

e recompor as ruínas”

WALTER BENJAMIN

a história da humanidade

é a prova da insanidade

a que estamos submetidos

— sem deus, sem destino

bilhões de seres calcinados

reciclando a perversidade

readubando rancores, sortilégios

agourentos, malfadados

a história não tem ciclos

nem fases, mas camadas

— ossários, escombros

matéria em decomposição

recompor os mortos

putrefactos, liquefeitos

de olhos arregalados

sem a noção de tempo

anjos sem asas, desfeitos

como poeira, atritando-se

desviando-se no espaço

de um tempo estagnado:

tempo sem cronologia

espaço de materialidade

transformável e errante

na indissolução do fim48

48 http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_ilustrada/portugues/assim_caminha_human idade.html

Xornada Escolar da Paz 2013 42 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

MUNDIM, Lupércio (Sâo Paulo 1946)

Que se calen os canóns,que dispensen os soldados,porque as batallas son ilusiónsque só producen derrotados.Que a paz sempre predominesobre a guerra e a violencia,que o home nunca esquezaonde leva a súa impertinencia.Que os nenos poidan xogarcoas súas alegrías en sintonía,que os adultos poidan brindara un futuro pleno de harmonía.Que as armas sexan destruídasporque só causan morte e sufrimento,que novas alianzas sexan tecidasporque da extinción non hai arrepentimento49.

49 http://cursos5y6arbreblanc.blogspot.com.es/2009/01/que-se-callen-los-caones.html

Xornada Escolar da Paz 2013 43 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

PASCAL ROS, Alfonso (Pamplona 1965)

MANUAL DE SUPERVIVENCIA

(...)Mataron a un chicano a pocos pasosy un blanco interrumpió su desayuno.Nos quedamos de piedra,yo soy de tierra adentro y me sorprendo,con toda nuestra carne y nuestros huesos.Parece que han pasado dos mil añoscuando otra vez nos salen los coloresy aquí estamos, seguimos como ayercon la persecución correspondiente,los buenos y los malos, el dale que te pego contra el otroa golpes por un trozo de banderao un palmo de terreno tras las líneasconcedido a unos grandes almacenes.

Ellos hacen sus cuentas cada día, los daños y las bajas previsibles,en público se insultan y se abrazan a solas en su cumbrecon la cuenta corriente a buen recaudo.Fingen que se los llevan los demoniospara alentar al pueblo contra el puebloy aprovechan la angustia de la gentey el mapa de los sueños, el corazón a juego,repartiéndose a regla la ciudad que van a destruiry a levantar, a medias el negocio,igual que van a medias con los muertos.Pero yo sé todos los nombres de esos muertosy cómo les mintieron, tú a ese bando, tú al otro, igual que cuando echábamos de niñoslos equipos a pies en el recreo.(...)50

50 in Nueva poesía en le viejo reyno. Ocho poetas navarros, Hiperión, Madrid, 2012, pp. 138-139

Xornada Escolar da Paz 2013 44 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

QUEIZÁN, María Xosé (Vigo, 1939)

NELSON MANDELA

Non é fácil o camiño da liberdade, afirmasNelson Mandelae haberá que pasar polo val das sombras da morteunha e outra vezata alcanzar o cume.

Non houbo sombras velando a túa infanciana familia real dos transkei.Educado para os privilexios e o moscateladoptas o facho candente dos colonizadoselixes os riscos da clandestinidadeentregas a vida á causa da liberacióndo teu pobozulús segregados polos boersnegros encarcerados polos boersafricanos esmagados polos boers

Non é fácil o camiño da liberdadeporfiamos contigo, Mandeladura vida coa gadoupa ao axexoo medo engedellado nas entrañas,represión, cadea, exilio, morte.

Pero unha luz reloce na impacienciae vemos a liberación moi próximavivimos esperando,durmimos e acordamos esperando.A esperanza é máis ca unha certeza.Se resiste Mandela na cadaea, nós tamén resistiremos.O espello solidario devólvenos a nosa negritude.Igualados polo imperialismo.

Nada nos afasta do optismismoutopía devecida, eclipse do sentido.“Que inxenuidade presentar a propia impaciencia como argumento teórico!”Xordos a Engels e solidarios coas loitas do mundofacemos centos de revolucións no alén!

Xornada Escolar da Paz 2013 45 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Se está lonxe a fronteira onde morrernós aquí morremos a cada intre.Chámannos os nosos desde a mortecos textos fundadores da memoriae as verbas devanceiras tomadas de prestadoderon en martelo e fouceen loita proletaria, en espiralno convencemento de que seráGaliza a nosa xeración quen te salve.

Camiño da liberdade, xabre, sima reposeira,angosto camiño de nunca acabarsenda ideal que nunca abandonamos.Nelson Mandela sabe: os grandes riscos están na resistencia.Porque os tempos nunca son chegados,mellores tempos sempre chegarán

A liberdade non é negra nin branca...Na liberdade, senda infinda,vai un único fachón aceso, unha soa cor.A túa concienciaNelson Mandelaé resplandor ardente nas entrañasfaro da nosa vida.

Monumento de homenaxe a Nelson Mandela, KwaZulu-Natal (Sudáfrica)51

51 http://www.abadiadigital.com/monumento-de-homenaje-a-nelson-mandela/

Xornada Escolar da Paz 2013 46 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

CAMPO DE CONCENTRACIÓN

Estábamos na illa de San Simóne cercáronnos as ondas que grandes son.atendemos a morte

Condenados na illa, trampa mortalrodeados das ondas grandes do mar.Atendemos a morte

Galegos e asturianos militante unióncondenados polas forzas de represión.Atendemos a morte

Non hai mariñeiros nin embarcaciónque nos leven lonxe desta prisión.Atendemos a morte

O buque Upo Mendi alí nas adegas garda centos de penados.Atendemos a morte

O medo chega en ondas ao litoralpresaxiando a pálida marea final.Atendemos a morte

O perfecto fulgor das postas de solprovoca máis rabia e desesperación.Atendemos a morte

Morreremos na illa de San Simónaltas ondas frustran a liberación.Atendemos a morte

Como poden as ondas do mar de Vigotorturar e aflixir ao meu amigoe levalo á morte?

Non son as ondas do alto marson homes fascistas que armados vane provocan a morte52.

52 QUEIZÁN, Mª Xosé, Cólera, Xerais, Vigo, 2007, pp. 22-24 e 56-57.

Xornada Escolar da Paz 2013 47 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

Presos no campo de concentración da Illa de San Simón53

53 http://todoslosrostros.blogspot.com.es/2008/07/exterminio-en-la-isla-de-san-simn.html

Xornada Escolar da Paz 2013 48 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

RELGIS, Eugen (Rumanía 1895- Uruguay 1987)

A PAZ Unha flor ignorada,arraigada na rocha máis estéril e dura,elévase do odio en remuíñosobre o mar tenebroso da vida.

E crece solitaria, abre os pétalosda súa luz en serenas alboradas-máis branca que unha aparición divina-ata encerrarse en sonos ao anoitecer.

Espera suplicanteque a abracen as ondas da vida;que a arranquen do páramoda desolación,acendendo a noite coa súa luz.

Pero as ondas foxen da flor da Pazque chama sen cesar dende a rocha:Non escumarán de odio...Teñen medodo encanto do sol e do amor54.

54 http://denip.webcindario.com/pazpoesia.html

Xornada Escolar da Paz 2013 49 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

UNHA TARDE DE OUTONOO meu irmán pertenceu á 82ª División Aerotransportada que tiña o seu

campo de adestramento preto de Columbus, Xeorxia. Soubemos que o enviaran ao norte de África, pero cando recibimos a noticia da súa morte dixéronnos que caera en Francia o 21 de agosto de 1944. Tiña dezanove anos.

Isto é o que recordo da tarde en que me enterei da terrible noticia.

Non vou dicir que tiven algunha intuición ou presentimento do que ía suceder aquel día. Camiñei cara a casa, despois de que o autobús do colexio me deixase ao final da nosa rúa, sen ter a menor idea do que me agardaba. Lembro que era a mellor época do ano, un deses días dourados de finais de verán, co outono a piques de chegar. As follas das árbores empezaban a cambiar de cor preparándose para o seu intenso canto do cisne, antes de entrar na sombría estación que nos esperaba.

Corría o ano 1944 e eu empezaba o meu segundo curso no instituto. A miña nai e eu estabamos case sempre sós na vella casa de campo que herdaramos dos meus avós paternos. A nosa pequena propiedade estaba rodeada de granxas de vacas no norte do estado de Nova York. O meu pai traballaba na Canle de Barge e só viña á casa os fins de semana, en parte debido á distancia, e en parte, ao estrito racionamento de gasolina que estaba en vigor. O meu irmán alistárase como paracaidista nada máis saír do instituto e embarcara para ultramar en marzo daquel mesmo ano. As súas cartas chegábannos do norte de África pero deixaban entrever que pronto o trasladarían a outro destino.

Ao entrar na casa pola cociña notei que algo acontecera. Nubes de vapor ascendían dende a gran cafeteira de aluminio colocada no lume e varios tarros de cristal baleiros estaban aliñados sobre un pano de cociña estendido na mesa. Outros utensilios para preparar marmelada -coitelos, cazos e embudes- estaban tirados por todos lados. A caixa que contiña os aros de goma vermellos que se usaban para pechar hermeticamente os tarros estaba aberta. Parecía coma se toda a actividade daquel cuarto se tivese detido había tan só un instante. A que se debía aquel silencio? Onde estaba a miña nai? Ela sempre me recibía na cociña cando volvía á casa. Mentres a buscaba pola casa, lembro terme fixado nun brillante raio de sol vespertino que iluminaba un cesto de tomates. Estaban resplandecentes naquel vermello acendido.

O noso comedor daba ao norte da casa e sempre estaba escuro. Na penumbra, vin sobre a mesa un papel amarelo engurrado e naquel terrible instante decateime de todo. No papel estaban escritas as palabras máis temidas naqueles tempos de guerra: "Lamentamos comunicarlle... "

Willa Parks Ward (Jacksonville, Florida55)

55 http://www.elotrolado.net/hilo_textos-para-reflexionar-sobre-la-paz_162011

Xornada Escolar da Paz 2013 50 IES “San Paio” - TUI

Nas fronteiras da PAZ e da Guerra Escolma textual

ZAQTAN, Ghassan (Palestina, 1954)

ALMOFADA

Aínda haberá tempopara dicirllenai,boas noites,volvíncunha bala na miña cabeza.Aí está a miña almofadaquero tombarmee descansar.Se a guerraalgunha vez chama á porta,dille que estou a descansar56.

56 http://www.wpm2011.org/es/node/61

Xornada Escolar da Paz 2013 51 IES “San Paio” - TUI

Alguén dixo que a letra con sangue entraba;

nós dicimos que a PAZ con letras, con lecturas entra.Na batalla entre as armas e as letras nós formamos na escuadra das letras dispostos a dar ata a última gota de tinta escribindo a palabra, a última

gota de saliva lendo a palabra

GRUPO DE BIBLIOTECA & CLUB DE LECTURA “PEDRA DO ACORDO”

TUI 2013