Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
IntervençõesPaulo Sacadura Cabral PortasPedro ReisAntónio de Almeida LimaMiguel Horta e CostaPedro Passos CoelhoAlain JuppéVítor GasparAntónio de Almeida Ribeiro
Janeiro de 2012
Edição digital, Ano I, número 1publIcAção do InstItuto dIplomátIco do mInIstérIo dos nEgócIos EstrAngEIros
Negócios EstrangeirosSeminário Diplomático
Ficha técnica
Negócios Estrangeiros – Seminário DiplomáticoEdição digital, Ano I. n.º 1
Publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros
DiretoraManuela Franco
Diretor ExecutivoJorge Azevedo Correia
Editor ExecutivoAna Rita Carvalho
Design GráficoClássica, SA
EdiçãoInstituto Diplomático, Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE)Rua das Necessidades, n.º 19 – 1350-218 LisboaTel. 351 21 393 20 40 – Fax 351 21 393 20 49 – e-mail: [email protected]
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
3
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. - 3
nota introdutória
Com a presente edição do Seminário Diplomático 2012, o Instituto Diplomático inicia-se nas publicações em formato digital,
assegurando assim uma divulgação mais ampla e célere das orientações nacionais em matéria de política externa.
Reunindo muitos dos benefícios das publicações impressas e digitais, a presente edição insere-se no contexto mais amplo de
reformulação da política editorial do Instituto Diplomático. Procurando contribuir para aprofundar a dimensão da política
externa como política pública, e atentas as suas atribuições, o Instituto Diplomático terá como prioridade contribuir para
aprofundar o estudo da diplomacia e da política externa portuguesa em todas as suas dimensões, dirigindo-se a um público
alargado, dentro e fora de Portugal.
O Instituto Diplomático espera que este primeiro ensaio seja bem recebido e, assim, abra caminho para tirar partido das novas
possibilidades proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente para preservar e facultar as
fontes documentais imprescindíveis à história da diplomacia e da política externa portuguesa.
Manuela Franco
Diretora
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
5 Intervenção do ministro de Estado e dos negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral Portas
O seminário diplomático é o momento adequado para definir o que vai ser o Ministério em 2012, o que vai ser a política externa
portuguesa em 2012, e qual é o pensamento e o interesse de Portugal sobre algumas das grandes questões internacionais em
2012. É com gosto que faço este exercício pela primeira vez, precisamente nesta sala que conheço tão bem e que simboliza a
sempre necessária e propícia relação entre a diplomacia e a segurança.
Começo exatamente pela “casa”, consciente do esforço que está a ser exigido aos diplomatas e da crítica, nem sempre irrazoável,
feita aos ministros, por não tratarem exaustiva ou minuciosamente dos assuntos da “casa”. Ora, é meu parecer que não há boa
política externa sem um Ministério dos Negócios Estrangeiros organizado, modernizado e motivado.
Penso, há muito tempo, e creio ser justo dizê-lo, que há poucos setores da Administração Pública em que o custo de uma polí-
tica seja tão pequeno e o benefício que ela pode trazer a Portugal seja tão elevado. Portugal é uma nação antiga e dispõe, por
isso, de uma das diplomacias mais sabedoras, experimentadas e competitivas. A nossa invulgar sobrevivência política em con-
dições adversas; a audácia das peregrinações de Portugal pelo mundo; uma capacidade não delegável de construir pontes, unir
culturas e compreender diferenças; a fina diversidade das nossas parcerias estratégicas, ontem, hoje e amanhã, representam
elementos de uma reputação internacional que não devemos apoucar, e que seria impossível de atingir sem uma cultura de
profissionalismo diplomático que os outros reconhecem, tanto ou mais do que nós próprios.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
6
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Sucede que, para manter o elevado padrão de serviço da “casa”, o Ministério não pode parar no tempo e precisa de se refor-
mar. Essa ideia de reforma será inspiradora de todo o mandato. Acredito na renovação das gerações de diplomatas, acredito
na atualização das orgânicas para melhorar resultados e acredito que há novos horizontes a rasgar ou a vincar na ação prio-
ritária dos diplomatas.
Como sabemos, nos primeiros seis meses, fez-se uma reforma orgânica do Ministério, reduzindo 25% dos seus cargos diri-
gentes, o que sendo boa notícia para o contribuinte só é praticável com escolhas altamente criteriosas daqueles e naqueles em
quem depositamos confiança para dirigir. Depois, fez-se uma reestruturação das embaixadas e dos consulados, assumindo,
sem medo, que a geografia das nossas missões diplomáticas tem de mudar pela simples razão de que o mundo muda. O “tabu”
de que não se podem desativar embaixadas tem uma racionalidade tão misteriosa como a que impediria a abertura de novas
legações. Portugal tem de estar onde estão os Portugueses – e não permitiremos nenhum sacrifício essencial nessa matéria. E
Portugal tem de saber ir para onde vão as suas empresas, as suas marcas, os seus interesses, os seus negócios, as suas oportu-
nidades, o dinamismo das nossas exportações e o potencial dos investimentos no nosso país. Neste processo reformador, foi
ainda relevante clarificar a questão da diplomacia económica. Não há tempo a perder e, por isso, quinzenalmente, reúno com
a administração da AICEP. Permitam-me esta pergunta: se países bem mais desenvolvidos e prósperos reúnem nas embaixa-
das e consulados as suas redes externas – a diplomática, a comercial e a turística – porque haveria Portugal, que até está em
dificuldades e não por acaso até precisa, como de pão para a boca, de uma política externa económica e empresarial eficaz, de
manter a ineficiente singularidade de não conjugar, não coordenar, e às vezes nem tão pouco articular todas as suas energias e
fontes de ação económica externa? Por fim, recordo ainda a reforma, que bem sei não ser isenta de controvérsia, que fez surgir
o novo Camões, que vai simultaneamente ser o Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa. Cuidaremos da importância
da língua e da especificidade da cooperação. Mas escapa-me porque há de Portugal replicar e duplicar serviços que podem ser
comuns, em duas áreas em que a tangente das políticas é tão próxima e a incomunicação das burocracias é tão penalizadora.
Basta recordar o intenso e extenso trabalho em prol do ensino, tanto dos agentes da cooperação como dos da língua, nos paí-
ses de expressão portuguesa, para ter a audácia de apostar nas sinergias.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
7
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Ocorre-me que a ordem das coisas deve ser a de arrumar primeiro os conceitos e depois escolher as pessoas. Este seminário
diplomático acontece no dia seguinte a um dos movimentos diplomáticos de mais longo alcance na história recente do Minis-
tério. Respeitando o natural processo de acreditação junto de países amigos, o que releva afirmar hoje são quatro coisas. A
primeira é a minha gratidão a todos os embaixadores de Portugal que se reformam por imperativo legal; a segunda é que Por-
tugal vai ter embaixadores e cônsules de uma nova geração; a terceira é que Portugal duplica o número de mulheres à frente de
embaixadas ou missões; e, por último, sem que seja um detalhe, houve uma só preocupação, a de procurar colocar os melho-
res nos postos mais difíceis, que é exatamente o que Portugal espera da sua diplomacia neste momento tão difícil para a nossa
realidade interna e para a nossa imagem externa. Anoto, em rodapé, que a deliberada reserva com que o movimento foi pre-
parado marca uma atitude – a da suficiente discrição.
Concluída esta primeira fase, a que alguém, não sem excesso de criatividade, já chamou “Primavera diplomática” – certamente
para pontuar uma sucessão de transformações conceptuais, orgânicas e de direção, feita com gradualismo e inclusividade –,
importa estabelecer as prioridades para este ano. A sua execução contará já com a ajuda do novo Secretário-Geral da “casa”,
que por todos saúdo, e dos novos Diretores-gerais do Ministério, ontem anunciados, de quem também espero muito. O traba-
lho dos Secretários de Estado, agora que todos os diplomas estão publicados e as competências podem, por isso, ser confiadas,
é essencial.
Novos tempos, novas prioridades. Por isso, enuncio os principais trabalhos que nos esperam, para dotarmos o Ministério de
mais consistência na reflexão, mais prontidão na resposta e mais eficácia nos resultados.
Na política de comunidades, temos de garantir uma boa execução de permanências consulares, que substitua com vantagem os
vice-consulados que foram desativados. A integração em consulados maiores tem de correr bem, a deslocação de funcionários
para fazer atos consulares deve de ser regular e previamente anunciada, a possibilidade de, através de novos equipamentos,
servir os nossos emigrantes em locais nunca antes visitados pelo Ministério, deve estar operacional dentro em breve.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
8
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Na política do ensino do Português, terá ser planeada e executada uma reforma em profundidade. Para nós, não há emigran-
tes de primeira e emigrantes de segunda. Isso significa fazer um esforço considerável para a integração curricular do Português
em vários países, melhorar a respetiva avaliação e certificação, e contrariar a iníqua disparidade existente entre as comunida-
des que vivem, por exemplo, no continente americano, e há muito tempo participam na organização e financiamento de rede
do Português, e aquelas outras comunidades, sobretudo em vários países da Europa, onde quase toda a responsabilidade recai
sobre o Estado.
Na política de cooperação, temos de aprender a ter menos dispersão de projetos e mais visibilidade sobre o seu retorno. Deve-
mos, também, progressivamente, estimular a coparticipação e o cofinanciamento dos países que beneficiam da nossa coopera-
ção na exata medida em que isso seja a consequência do seu maior progresso e desenvolvimento. De igual modo, a aposta na
cooperação delegada, em projetos de União Europeia, terá maior peso. Em tempo de austeridade, em que o Estado deve dar o
exemplo, saber escolher é decisivo; e saber avaliar é ser consequente.
Ainda no plano da cooperação, vamos ativar o Conselho Interministerial para a Cooperação. Como todos sabemos, há uma
prática inconveniente, e uma inércia que a torna ainda mais prejudicial, que leva a que cada Ministério tenha a sua peculiar
política de cooperação. O resultado é uma impressionante multiplicação de esforços isolados, e o inerente défice de visão, coe-
rência e planeamento globais. Num país que tem de ter muita cautela com o dinheiro que gasta, e onde devemos prestar contas
sobre o “como” e o “para quê” de cada despesa, a coordenação das ações de cooperação tem de ser transparente, seletiva e,
sobretudo, útil. É preferível apostar em menos projetos com mais lastro do que continuar a disseminar iniciativas que, tantas
vezes, se esgotam em si próprias.
As fusões orgânicas não são um fim em si mesmas. Têm de ser meticulosamente acompanhadas: daremos grande enfoque à
do novo Camões, pelas razões explicadas; e ao estabelecimento de uma cultura de mútua integração entre a nova AICEP e a
antiga e ora extinta Direção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
9
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Daremos também ênfase à criação, nas capitais em que Portugal tem vários postos diplomáticos em simultâneo – por exem-
plo Bruxelas, Viena, Paris e Estrasburgo – dos centros administrativos comuns. Permitam-me um testemunho: quando vejo os
países nórdicos, cada qual com a sua soberania, reunirem-se num só edifício, por exemplo em Berlim, custa-me verificar que,
em Portugal, ainda há quem tema, e por temer renuncie, a fazer o que é óbvio: agregar serviços administrativos que atualmente
estão dispersos, e redundam despesa, em várias embaixadas ou consulados numa só cidade. Tenhamos a humildade da eficácia.
Será ainda prioridade, este ano, rever o Estatuto do Pessoal do Serviço Externo. São tantas as queixas sobre a sua rigidez que
só um módico de temor corporativo adiará numa mudança que é clamorosamente necessária. Não sou dado a esse género de
cobardias institucionais: o que está mal é para mudar, o que está certo é para garantir.
Também devemos dar início, com idêntica preocupação de diálogo social e a necessária articulação institucional, aos trabalhos
preparatórios da reforma do Estatuto da Carreira Diplomática. É uma reforma profunda, nuclear para o prestígio da carreira
e a sua meritocracia; é um trabalho de filigrana que, no momento nacional oportuno, ainda nesta legislatura, queremos fazer
aprovar.
Por fim, mas uma vez mais com importância, quero que o Ministério prepare muito bem preparado o concurso para novos
diplomatas. Vamos aperfeiçoar, tanto o calendário, demasiado extenso, como o programa do concurso, porventura demasiado
clássico. Será um caso de extrema exigência, porque o escol que devemos garantir, terá de ser filho único da excelência e do
mérito e não de qualquer favor ou cunha. Compreenderão que se acentue a componente de formação económica dos novos
diplomatas.
Para trabalhos de e na “casa”, parece-me um programa tão aliciante como árduo. Veremos, daqui a um ano, o que conseguimos.
Devo em seguida dizer algo mais sobre duas das prioridades de política externa que, no momento atual de Portugal, elegi,
desde o primeiro dia, como principais – tendo o cuidado de acrescentar que não esgotam o elenco das nossas tarefas. Refiro-
-me à melhoria da perceção externa sobre Portugal e ao empenhamento total na diplomacia económica.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
10
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
O Senhor Primeiro-Ministro e o Senhor Ministro de Estado e das Finanças não deixarão de se referir, nas intervenções que
hoje aqui farão, à narrativa de Portugal e do caso português no atual contexto financeiro interno e externo. Útil será referir,
para já, alguns pontos politicamente relevantes.
Desde logo, melhorar a perceção externa sobre a situação de Portugal deve ser a vossa missão, diria até, a vossa obsessão diá-
ria. Para isso é essencial que os diplomatas tenham informação e convicção. Providenciaremos a primeira, esperamos de vós
a segunda.
Tenho afirmado inúmeras vezes, que, quando um Estado multissecular como Portugal, cai numa situação de défice e de dívida
em excesso, carece de ajuda externa para evitar a insolvência ou a rutura do sistema financeiro – e era exatamente nessa posi-
ção que estávamos em Junho passado -, a única coisa a fazer é corrigir a rota, cumprir os acordos, apostar na credibilidade,
recuperar a nossa reputação. Devemos reagir a esta crise não com espírito de fação, mas como uma só nação; não com lógica
de classes, mas com atitude nacional; e ter sempre presente que as medidas que são tomadas, na sua grande maioria, na medida
em que não constituem uma opção mas uma obrigação, comprometem a palavra do Estado português e não apenas a deste
ou daquele partido. Ora, o que vos peço, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, falando para uma carreira que só existe
e faz sentido para prosseguir o interesse nacional, é que em 2012 tenhamos sempre presente este conceito: do vosso profissio-
nalismo depende em boa medida o sucesso e a esperança do patriotismo que todos partilhamos, aquele que distingue, explica
e defende Portugal no mundo, aqui e agora, em circunstâncias tão voláteis quanto extremamente complexas.
Saliento, como pontos essenciais, os que me parecem de elementar evidência e reconhecimento.
Há seis meses, Portugal era associado à situação da Grécia. Seis meses volvidos, começam a dar-se condições de espessura e
tempo para singularizar o caso português.
É tão necessário, para Portugal, cumprir os acordos que subscrevemos como Estado, como, para os nossos credores, que Por-
tugal tenha um bom desempenho. Portugal precisa de ser visto e percebido como um Estado que honra a sua palavra e não
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
11
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
falha os seus compromissos. E a ninguém escapa que, para a Europa e o Fundo Monetário Internacional, é importante conso-
lidar um caso de sucesso.
Os dados da execução orçamental do segundo semestre de 2012 parecem substancialmente diferentes da derrapagem verificada
no primeiro semestre. A leitura dessa sua diferença é óbvia: vale a pena fazer todo este esforço porque nos afasta do precipício
e nos aproxima do caminho certo.
O programa de assistência externa, sem o qual, repito, não haveria dinheiro para pagar salários nem pensões, é um programa
cuja previsão de execução é de 36 meses. Faz sentido ir verificando, com o triunvirato, as melhores soluções; mas é estultício
pensar que, ao cabo de apenas seis meses, a reputação de um estado ganha alguma coisa conjugando, politicamente, verbos
como hesitar, vacilar ou incumprir.
Como elementos de caracterização importantes do caso português, o caso que, se quisermos, pode e deve ser bem sucedido,
devemos salientar a solidez de uma maioria de governo, a importância da articulação entre órgãos de soberania e um esforço
relevante para manter a coesão social. Tudo isso distingue Portugal de países onde os governos são frágeis, as instituições coli-
dem e a rutura social é dominante.
Pertencem as senhoras e senhores diplomatas a uma profissão que conhece bem a História de Portugal. Por isso, creio que enten-
dem esta mensagem: Portugal nunca soçobrou perante as dificuldades que enfrentou. Vamos superar juntos, enquanto nação,
este obstáculo; o que nos move não é sequer essa certeza do passado, é apenas reaver a certeza de um país viável e dedicar às
próximas gerações a melhor das homenagens: serem Portugueses livres de hipoteca.
O segundo ponto que devo frisar reconduz-nos a tarefas também urgentes do Ministério, em articulação com os departamen-
tos económicos do governo e da administração. Falo da diplomacia económica.
Quando regressarem aos vossos postos, encontrarão uma carta de missão sobre as prioridades da diplomacia económica.
Algumas matérias são de natureza reservada, mas posso e devo salientar aqui deveres e tarefas que são a pedra de toque da
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
12
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
concretização prática desta prioridade, não sem clarificar que há muito tempo, muitos diplomatas já fazem muita diplomacia
empresarial ou de negócios. O que muda é a radical assunção de que se trata de uma prioridade política; e a facilitação dos
instrumentos orgânicos para a tornar operacional.
– Será assinado, até ao final do mês, um protocolo entre o Ministério e a AICEP, que prevê as formas de integração entre as
duas instituições.
– É essencial completar a integração, nas embaixadas, das redes diplomática, comercial e turística, sob a autoridade do chefe
da missão.
– De cada vez que um diplomata partir para um posto, receberá informação detalhada de sobre os interesses económicos de
Portugal nesse país e a rede de empresas portuguesas que aí estão presentes; de igual modo, cada vez que um adido econó-
mico for nomeado, receberá informação detalhada sobre o funcionamento das missões diplomáticas.
– É essencial que os chefes de missão conheçam o trabalho dos adidos de natureza comercial ou turística; em contrapartida,
haverá comunicação fluida entre a AICEP, em cuja administração está um embaixador, e as missões diplomáticas.
– Será garantida presença da AICEP na coordenação diplomática promovida pela DGPE, bem como a sua articulação com a
DGAE, nas matérias que estão a seu cargo.
– Será estabelecido um serviço de cifra na AICEP, passando a ser corrente a telegrafia diplomática de natureza económica,
empresarial e de negócios, segundo os habituais procedimentos de segurança.
– A rede externa da AICEP e do ITP beneficiará não apenas da sua colocalização nas missões diplomáticas, como os seus fun-
cionários beneficiarão do mesmo regime fiscal aplicável aos diplomatas portugueses no exterior.
– Serão articuladas as viagens de trabalho dos órgãos de soberania do país – começando pelas do governo – com missões
empresariais previamente preparadas e depois objeto de acompanhamento.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
13
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
– Em obediência ao princípio, que sempre enunciei, de que as embaixadas e consulados devem ser, também, centros de negó-
cios de Portugal, onde se promovem as nossas marcas, os nossos produtos e as nossas empresas, cada posto diplomático
deverá definir, num prazo indicado, um business plan, isto é, um conjunto de objetivos e ações para promover as exportações
e atrair os investimentos.
– Esse plano de negócios de cada posto diplomático será alvo de avaliações parcelares e de uma avaliação no final do ano.
Naturalmente, como estamos no início desta institucionalidade política, os planos serão progressiva e gradualmente mais
exigentes.
– As embaixadas devem estar disponíveis para promover eventos económicos e empresariais credíveis de promoção de Portu-
gal no exterior, procurando, em articulação com a AICEP e o ITP, sponsors interessados.
– As missões, sobretudo as que se encontram nas praças financeiras e internacionais mais importantes, devem organizar, regu-
larmente, roadshows dirigidos à captação de investimento estrangeiro em Portugal.
– É especialmente crítica a informação dos postos diplomáticos sobre a abertura de concursos públicos que suscitem interesse
à geometria das empresas portuguesas que já se internacionalizaram ou procuram internacionalizar-se.
– É essencial ter uma boa política de informação e comunicação públicas, inclusive nas redes sociais, sobre Portugal, nos pos-
tos diplomáticos.
– Teremos de fazer um esforço acrescido, metódico e globalizado para construir e mobilizar a rede de quadros portugueses no
exterior, não esquecendo o potencial económico dos portugueses que, por esse mundo fora, são empresários e querem apos-
tar em Portugal.
Eis o essencial de um projeto inspirador, inovador e até emocionante. Se o cumprirmos, prestaremos um enorme serviço a
Portugal.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
14
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
A propósito da diplomacia económica quero que saibam, ainda, que, desde que assumi, por delegação do Primeiro-Minis-
tro, a tutela da AICEP, pedi imediatamente o levantamento dos casos pendentes em duas áreas muito relevantes para a nossa
competitividade.
Refiro-me às convenções para evitar a dupla tributação. Pagar uma vez os impostos previstos na lei é uma obrigação sobre a
qual o governo não é condescendente. Mas pagar duas vezes impostos pelo mesmo investimento não é aceitável. A articulação
com o Ministério das Finanças permitiu delinear uma estratégia: aprovar o que já está negociado, concluir o que estamos a
negociar e iniciar negociações com outros estados. Esperamos duplicar a rede de convenções para evitar a dupla tributação, o
que eleva o nosso patamar de competitividade fiscal.
Refiro-me, também, aos benefícios contratuais do investimento. Nos próximos dias, “arrumaremos a casa”, ou seja, contratos
importantes, que geram riqueza e criam postos de trabalho, serão levados a Conselho de Ministros, tanto como aqueles que,
por circunstâncias de mercado ou das empresas, não atingiram os seus objetivos. A nossa política é a da eficiência: as empre-
sas que investem e cumprem devem receber os seus créditos fiscais; as que por alguma razão não puderam cumprir, natural-
mente, verão caducar esses créditos. O que não é aceitável é que, para decidir uma coisa ou outra, o Estado se demore, atrase
ou se submeta à inércia.
Parece-me suficiente, para começo, este programa tão detalhado nalguns dos aspetos que escolhi aqui referir e que ligam a
política externa à economia.
Como vos disse, devemos, neste início de ano, estabelecer as linhas de orientação da política externa portuguesa em relação a
alguns – não todos, o embaraço está na escolha… – temas inevitáveis das relações internacionais.
É evidente que as parcerias e alianças estratégicas de Portugal têm constantes que definem o interesse nacional de modo perma-
nente. Refiro-me ao empenhamento no projeto da União Europeia, à aposta no multilateralismo das Nações Unidas, à solidez
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
15
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
do compromisso atlântico, onde destaco a NATO e a especial amizade com os Estados Unidos e, claro, à relação de enorme
potencial, não só histórico como futuro, com os países de expressão portuguesa.
Abordarei, sucessivamente, cada um destes sectores.
Temos logo no início deste ano, a concretização, sob a forma de tratado, das conclusões do último Conselho Europeu. Digo
concretização e não negociação, para dar a noção precisa do que, para Portugal, está em causa.
A Portugal interessa que este Tratado seja concretizado e ratificado com celeridade e sem sobressaltos. Pela simples razão de
que estas alterações, destinadas a corrigir o défice de coordenação económica da União, por comparação com a integração
monetária de que dispomos, são entendidas como um instrumento de recuperação da credibilidade e da confiança na Europa
em geral e no euro em particular. Ora, estando Portugal a fazer um esforço muito considerável de consolidação orçamental, que
o distingue e singulariza, isso tem a consequência de colocar Portugal como um dos países mais interessados em que a estabili-
zação da zona euro e a recuperação da confiança aconteçam. Ou seja, se o Tratado é uma peça essencial da resposta europeia
à crise, Portugal tem o maior interesse em que o processo do Tratado – antes e até à sua ratificação – mostre uma Europa ágil
e não uma Europa lenta.
Isso é tanto mais assim quanto, procurando uma posição nacional que implica articulação entre órgãos de soberania e espírito
de consenso com o maior partido da oposição, há elementos que, se não tivessem sido contrariados em devido tempo, poderiam,
esses sim, prejudicar Portugal. Aplicando linguagem diplomática, os interesses de Portugal passam por fronteiras como estas:
– O Parlamento Nacional deve manter as suas prerrogativas na aprovação do Orçamento, sem embargo das consultas já pre-
vistas no chamado “semestre europeu” e apesar das limitações que decorrem do período de assistência financeira, transitório
por natureza.
– Os mecanismos sancionatórios, quanto aos Estados incumpridores, não devem atingir o direito de voto nos órgãos da União.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
16
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
– É importante salvaguardar a posição da Comissão Europeia na arquitetura institucional da União. O papel da Comissão
garante mais equilíbrio do qualquer diretório.
A esta prioridade europeia acresce a enorme atenção que teremos de dar a negociações difíceis, como as novas perspetivas
financeiras e a reforma da PAC. Em ambos os casos, a evolução dos documentos negociais não é negativa, o que, em todo o
caso, está longe de significar que os nossos interesses já estejam salvaguardados.
Falamos agora das Nações Unidas. A eleição para o Conselho de Segurança, bem sucedida na vigência do anterior Governo,
constituiu um êxito diplomático importante. Dá a Portugal, em 2012, uma visibilidade e um potencial geoestratégico que não
é negligenciável e que é meu dever acompanhar institucionalmente e pessoalmente.
A este título, destaco o papel que Portugal desempenhou na questão da Líbia, e aquele que podemos desempenhar, em parceria
com os nossos aliados europeus, tendo em atenção os nossos amigos que são membros da Liga Árabe, na evolução da Síria.
Quando não se fazem reformas, acontecem revoluções. E há um momento a partir do qual as lideranças políticas perdem a
sua legitimidade, na exata medida em que perdem o sentido da história. É o que aconteceu ao regime do Presidente Assad,
cuja continuação no poder está hoje irreversivelmente ligada a um chocante uso da violência, pisando diariamente os direitos
humanos mais elementares. É entendimento do Ministério que devemos contribuir para uma mudança, e fazê-lo com inteligên-
cia nas Nações Unidas a partir de uma iniciativa com legitimidade árabe, bem mais difícil de contrariar por quem ainda olhe
para a Síria com os olhos menos atuais da “Guerra Fria”.
Todos sabemos que é possível uma mudança na Líbia, sem exageradas consequências na ordem internacional; do mesmo modo,
todos sabemos que uma mudança na Síria – sem a qual os civis não serão protegidos – é portadora de várias e sensíveis alte-
rações na região. É este facto que explica a complexidade das decisões. Mas nem isso deve servir de fundamento à paralisia
cúmplice da comunidade internacional, em primeira linha das Nações Unidas.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
17
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Precisamente porque a questão do Médio Oriente interessa à Europa e interessa a Portugal – o nosso país tem um olhar muito
próprio e reconhecido para os temas do Magrebe, Mediterrâneo, Golfo e Médio Oriente – quero sublinhar alguns vértices da
nossa posição:
– A Palestina merece ser um Estado, e não há organização internacional que não reconheça os progressos feitos pela sua Auto-
ridade quanto à capacidade de organizar, administrar e institucionalizar esse Estado.
– Israel tem direito à sua segurança, e nós, europeus, temos a responsabilidade importante de garantir que este princípio não
é aligeirado num processo negocial. É minha firme convicção que só um acordo de paz garante a segurança regional.
– Portugal apoia inequivocamente os esforços do Quarteto para conduzir as negociações diretas entre as partes.
– Não há solução que não passe pelo resultado de dois Estados, vivendo lado a lado em segurança. Mas há um caminho de
boa fé entre as partes que pode conduzir a um “estatuto intermédio” da Palestina nas Nações Unidas, enquanto durar um
processo negocial com calendário e parâmetros consequentes.
– Portugal e os demais países europeus têm a possibilidade acrescida de trabalhar neste cenário, no quadro, não confrontacio-
nal, da Assembleia Geral.
– Um processo negocial não se compadece com atitudes hostis à negociação. Quero por isso condenar com meridiana clareza
a política de colonatos do Governo de Telavive e incentivar as partes à coragem das propostas concretas e das negociações
diretas.
No quadro das Nações Unidas, é ainda relevante que todos os diplomatas portugueses executem, meticulosamente, a política
de angariação de apoios para o objetivo seguinte que está fixado e cuja estratégia está delineada: a eleição de Portugal para o
Conselho de Direitos Humanos.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
18
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Na constância das nossas alianças multilaterais, uma menção atenta sobre a NATO, que é o pilar decisivo na nossa segurança
coletiva.
Essa menção é de compromisso e determinação. Compromisso, no sentido de darmos execução e consequência às decisões
tomadas com a reestruturação das estruturas e comandos. Determinação, no sentido de contribuirmos, ativamente, para o
sucesso da cimeira de Chicago.
Devemos saber opor aos céticos habituais sobre a NATO depois da Guerra Fria o exemplo dos factos: a intervenção na Líbia,
que teve um princípio e um fim, e decorreu no quadro de um mandato das Nações Unidas, foi um sucesso manifesto da NATO.
Faz sentido incluir aqui a referência necessária à excelência das nossas relações com os Estados Unidos da América. Costumo
dizer aos americanos que Portugal é, na Europa, a primeira terra amiga. E acrescentar-lhes que essa velha amizade tem um
símbolo claro no Acordo de Defesa que nos liga e tem expressão relevante no papel que desempenham os Açores, um papel
sempre renovável e atualizável.
O número de Portugueses e luso-descendentes que vivem nos EUA; a importância das praças americanas na recuperação da
perceção sobre Portugal e sobre a nossa exata situação; a vantagem de beneficiarmos de um regime de circulação simples e
fácil que outros países não têm, no quadro do chamado visa waver são outros tantos tónicos para a revitalização, em 2012, da
nossa parceria. Sublinho que, no plano económico, temos de trabalhar mais, diria mesmo muito mais, seja para levar as nossas
empresas ao mercado americano, e para captar investimento com essa origem, em Portugal.
E, claro, a CPLP, comunidade que queremos, cada vez mais uma comunidade de povos e não só de Estados, o outro vetor cru-
cial da nossa política externa.
As relações entre Portugal e cada um dos Estados CPLP têm um lugar próprio e surgirão, em 2012, quer através de cimeiras,
quer através de visitas políticas, momentos importantes. Neste plano, não posso deixar de destacar, sem desvalorizar qualquer
outra realização, o duplo acontecimento desejavelmente ímpar que constituirá o ano de Portugal no Brasil e o ano do Brasil em
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
19
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Portugal. Estamos a preparar a nossa parte com audácia: queremos mostrar o que Portugal tem de melhor. Na nova economia,
na nova cultura, no novo conhecimento. E queremos fazê-lo em parceria transparente com a sociedade civil. Por outro lado, os
dez anos de independência de Timor-Leste, que são ainda os quinhentos anos da chegada dos Portugueses, constituirão outro
momento saliente do ano e terão a homenagem de uma visita de Estado do Senhor Presidente da República. Na nossa agenda
de 2012 releva também a cimeira dos Chefes de Estado da CPLP, a realizar em Maputo, muito orientada para a renovação do
nosso compromisso com a institucionalização da língua comum.
Uma aposta redobrada na CPLP, na sua capacidade de influência regional e no seu prestígio internacional, é nosso guião neste
exigente ano de 2012. A inauguração oficial da sede internacional da CPLP em Lisboa será apenas um símbolo dessa aposta;
os sinais mais encorajadores vêm da capacidade de falar a uma só voz em conferências internacionais, e da necessidade de
falar em português – e garantir a respetiva e boa tradução – nos fora globais. Portugal levará aos seus parceiros projetos que
acrescentem valor, cultural e económico, à organização.
Não quero terminar sem antes deixar uma reflexão sobre dois temas que interessam de sobremaneira a Portugal e que intro-
duzem elementos de verdadeira transformação na ordem internacional. Refiro-me à particular atenção que a política externa
deve dar ao fenómeno das chamadas “Primaveras Árabes” e à revolucionária mudança do contexto económico global com o
advento dos chamados “mercados emergentes”.
As “Primaveras Árabes” – expressão algo controversa dado que estamos no inverno e esses movimentos ainda não conheceram
fim … – são porventura, um dos dados transformadores mais poderosos desde a queda do Muro de Berlim.
Começo por recordar esse facto estranhamente desprezado: na origem dos movimentos políticos e sociais que já transforma-
ram a Tunísia, o Egito, a Líbia, o Iémen, e estão em contínua eclosão na Síria, não está nem principal nem relevantemente a
Al Qaida. Ora, este facto constitui uma notável derrota de um movimento terrorista – hoje muito “franchisado” – que tinha
como pretensão (e arrogância) ser a voz tribunícia das inquietações do mundo islâmico. Se assinalo esta matéria é para centrar
os fundamentos visíveis e reconhecíveis desta onda de transformação, que já arruinou regimes durante décadas considerados
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
20
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
inultrapassáveis, na fadiga face às autocracias, na revolta perante a corrupção e na reivindicação de sociedades com mais e
maiores oportunidades por parte das novas gerações.
É minha convicção profunda que as “Primaveras Árabes” constituem uma oportunidade – eu diria, a oportunidade! – para a
Europa, e também o Ocidente, reconstituírem a sua relação com as sociedades árabes. Dá-se o caso de os europeus e ocidentais
terem, durante muito tempo, sido vistos como condescendentes com os regimes autocráticos que estão em crise. Essa condes-
cendência tinha uma leitura: as garantias na luta contra o terrorismo que alguns países ofereciam. Se esta perceção prejudicou
a Europa e o Ocidente, honra a verdade reconhecer que o envolvimento europeu nas transformações ocorridas – de que o caso
da Líbia constituiu uma fronteira – mudou as perceções e as leituras árabes. Abriu-se uma oportunidade que não podemos
nem devemos desperdiçar.
A responsabilidade de Portugal, nesta matéria não é pequena. Somos um dos Estados e uma das diplomacias com melhor ima-
gem e reputação nas sociedades em mudança. O facto de, nos primeiros seis meses de mandato, ter visitado sucessivamente,
Marrocos, Tunísia, Argélia, Líbia, Emiratos e Qatar quer certamente dizer alguma coisa. Quer dizer, simplesmente, prioridade
política.
Para que nós, europeus, saibamos aproveitar o potencial das “Primaveras Árabes”, em proveito mútuo, é importante não repe-
tir erros do passado e evitar qualquer atitude condescendente. Na verdade, a Europa será tanto melhor percebida e recebida
nas novas realidades árabes se respeitar integralmente o princípio de que as citadas “Primaveras” não são de autoria concep-
tual ou material europeia, são o fruto da coragem e da vontade de mudança das sociedades árabes.
Consequentemente, devemos evitar a tentação da “exportação” de modelos políticos. Serão os eleitores desses países a escolher
em eleições mais transparentes, o seu futuro.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
21
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
A evolução para sociedades mais democráticas não é isenta de tensões – e nós, Portugueses, bem sabemos o tempo que medeia
entre uma revolução e a institucionalização da democracia. A nossa ação externa, face a esses países, deve favorecer uma ati-
tude compreensiva, inclusiva e de reconciliação social, a par da reconstituição (ou reforma) dos Estados.
A benefício do relacionamento que defendemos com esses vizinhos do sul, é preciso não vacilar na aceitação das diferenças:
uma democracia islâmica terá sempre especificidades culturais, institucionais e políticas que a tornarão diferente – apetece
perguntar: so what? –, das antigas democracias parlamentares que conhecemos e defendemos. A aceitação dessa diferença é
uma fonte de não atritos.
Os direitos humanos são universais. Não devemos, por isso, confundir uma impossível homologação de sistemas políticos –
daí a aceitação das diferenças a que dou tanto valor – com esse outro facto, constituinte de progresso (e reconstituinte de espe-
rança) que é a atenção que devemos dar, ao olhar para esta “Primavera”, a temas tão sensíveis como a defesa do estatuto da
mulher e a garantia dos direitos das minorias.
A regra de ouro da nossa credibilidade terá de ser a coerência com que sabemos aceitar o resultado das eleições que tantas
vezes pedimos para serem justas e transparentes. Não pode haver uma “Segunda Argélia”.
A diabolização dos partidos islâmicos é um erro. Desde logo, porque nada é tão previsível e natural, na cultura islâmica, como
o carácter orientador da fé. Depois, porque fé e fanatismo são efetivamente realidades culturais e institucionais distintas e negá-
-lo é uma simplificação grosseira. Ainda, porque nos partidos islâmicos emergentes há, como em todo o lado, os partidários de
“ética de responsabilidade” e os de “ética de convicção”, os adeptos do exercício da responsabilidade e os reféns da demago-
gia. O importante, nesta matéria, é contribuir para que o tempo transforme em adquirido o valor da alternância: os partidos
islâmicos que agora vão governar serão sujeitos ao escrutínio dos resultados. Podem ganhar hoje e perder amanhã, e vice-versa.
Portugal adotará uma atitude proativa de reforço da cooperação com os novos governos saídos das “Primaveras Árabes”.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS Paulo Sacadura cabral Portas
22
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 5 - 22
Feita esta reflexão, junto-lhe outra: a necessidade de Portugal ser, na União Europeia, um dos países mais ambicionados no
relacionamento com as “economias emergentes”. Porque podemos. Porque precisamos. E porque queremos.
Neste ano de 2012, estou a preparar visitas de trabalho a países como a China, a Índia e a Turquia. É possível que aconteçam,
cada qual, sob forma de périplo, de acordo a incluir perspetivas e mercados regionais. O propósito é, também, a coincidên-
cia com missões empresariais bem estruturadas. Outros compromissos, a anunciar em breve, por exemplo na América Latina,
reforçarão esta clara aposta na promoção das nossas exportações, e da abertura ao investimento, para e das economias emer-
gentes. Sempre numa lógica de win-win situation.
Não há contradição – mas há complementaridade – entre mercados tradicionais e os mercados emergentes. A conjuntura
determina a oportunidade: todos sabemos que boa parte das economias para onde vendemos mais estão em recessão ou em
estagnação. Daí o imperativo da diversificação, confirmado pelos números que apontam para uma impressiva resiliência das
nossas exportações para mercados não europeus.
A este propósito, é de sublinhar que a recente decisão do governo sobre a privatização da EDP tem consequências de política
externa. Consequências virtuosas, diria eu.
À reputação histórica de Portugal no Oriente devemos somar uma agressiva política de investimento nesses mercados, a par
da abertura aos seus investimentos. O Ministério tudo deve fazer para que o potencial desta decisão – pela sua transparência,
pela sua audácia, ambas de um Portugal europeu – sejam plenamente aproveitadas.
Entregue este roteiro de conceitos que é também o nosso mapa de deveres, cumpre terminar. E quero fazê-lo, confiando em
todos os diplomatas e agradecendo ao IDN a excelente colaboração para o sucesso deste seminário.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
24 Intervenção do presidente da AIcEpPedro reis
Diplomacia Económica e Internacionalização da Economia Portuguesa
Embora a formulação ou, se quiserem, o assumir frontal do conceito de diplomacia económica seja relativamente recente,
parece-me evidente que as preocupações de natureza económica nunca estiveram ausentes da prática diplomática e que esta
nunca se limitou à pura representação e negociação política.
Esta realidade, porém, se hoje é evidente para qualquer observador, não era, há poucos anos, evidenciada pelos poderes públicos
dos mais diversos países: a diplomacia mais nobre (permitam-me o uso do termo) desejava-se essencialmente política, eventu-
almente de caráter militar, mas não assumidamente económica – daí o papel algo subalterno que, na generalidade dos departa-
mentos governamentais responsáveis pela condução da política externa pelo mundo fora, era atribuído à temática económica
vis a vis a agenda puramente política propriamente dita.
Esta situação felizmente modificou-se, entretanto, profundamente; na atualidade as carreiras consular e de adido comercial
ou económico ganharam em prestígio, e os membros da carreira diplomática clássica, de resto, passaram em grande medida a
exercer funções que antes não lhes estavam cometidas na área económica: o que é de louvar e, claro está, de estimular.
A valorização da dimensão económica da diplomacia acontece, também, porque é hoje ainda mais óbvio que o crescimento
económico é decisivo para assegurar a sustentabilidade a prazo dos estados e das nações.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
25
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Vivemos hoje num mundo profundamente interligado com base num modelo sistémico complexo: estamos colocados perante
problemas globais como a explosão demográfica, a escassez de recursos naturais finitos, os desequilíbrios ambientais, as epi-
demias mundiais, os fenómenos do terrorismo internacional e das migrações provocadas pela pobreza extrema e, como não
podia deixar de ser, a força crescente, para não dizer excessiva, dos chamados “mercados” e dos grandes conglomerados e cor-
porações com um PIB maior do que o de muitos países.
A todos estes problemas globais há que dar uma resposta sintonizada e sincronizada a nível planetário, o que implica e requer
um prisma económico muito vincado nessa mesma resposta. Numa palavra: para problemas globais respostas globais, e para
respostas globais soluções também económicas.
A promoção e a valorização dos setores privados da economia, que incluem a busca e a defesa das oportunidades de investi-
mento, foram finalmente assumidas pelos poderes públicos como preocupação sua, uma vez que a prosperidade económica das
nações – e a sua sustentabilidade ao longo da História – traduz-se também em poder e influência para os estados com efeitos
multiplicadores poderosos que se sentem ao longo do tempo e nas mais diversas áreas nas sociedades humanas.
É este ciclo repetitivo que temos de reforçar: melhor economia maior poder, maior poder melhor economia; já para não entrar
em questões de soberania…
A perceção de prosperidade dos estados mede-se hoje sobretudo pela qualidade de vida dos seus cidadãos, pelo seu patamar
de consumo, pela vitalidade e dinamismo das suas empresas, e não tanto, ou não só, pela existência de um poderio militar
musculado ou pela existência de lideranças políticas carismáticas, num mundo que assiste em direto a alterações tectónicas
profundas dos seus polos de poder.
Foi por etapas e aproximações sucessivas que os objetivos económicos das relações exteriores que dão corpo à diplomacia
económica foram sendo assumidos. Hoje, nas visitas de estado, com o apoio e sob a proteção dos seus mais altos dignitários
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
26
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
políticos e institucionais, viajam empresários e outros agentes económicos do setor privado, direta, transparente e abertamente
envolvidos na prossecução de objetivos de natureza económica: esse é um sinal dos tempos; um bom sinal diria eu.
Penso que é hoje claro para todos que a diplomacia económica não é uma diplomacia à parte e, muito menos, uma forma de
diplomacia paralela ou secundária; mesmo que, em certos casos, possa ser conduzida por um pessoal técnico especializado,
distinto do pessoal diplomático strictu sensu, a sua função é sempre a de constituir um instrumento dos interesses do Estado
no plano externo.
A diplomacia económica, mesmo se oferece aos agentes económicos privados um espaço de promoção dos seus interesses pró-
prios, deve servir sobretudo o interesse público: empresas e empresários são servidos pela diplomacia económica, apenas e na
medida em que eles próprios servem o interesse da coletividade nacional, num ciclo virtuoso de mútuo reforço das duas esfe-
ras: tanto da privada como da pública.
Quanto ao seu âmbito, a diplomacia económica decalca e abrange todas as áreas da diplomacia política: desde a área bilateral,
nas relações entre Estados, à multilateral, de importância crescente à medida que na comunidade internacional regride a lei do
mais forte e se afirma o império do direito, bem como o magistério dos mais aptos, leia-se, dos mais competitivos.
Quanto aos seus intérpretes e agentes, a diplomacia económica tanto é executada por diplomatas, que para tanto deverão
possuir uma formação adequada, como por técnicos especializados dos organismos próprios (como sejam institutos de apoio
ao comércio externo, ao investimento estrangeiro ou à promoção turística), funcionando todos na esfera de competência do
ministério responsável pelas relações exteriores.
Chegados aqui, é importante que também a diplomacia económica detete e monitorize que setores interessa promover prio-
ritariamente, que tipo de investimentos importa captar em primeiro lugar, junto de que mercados deve ser promovida a pro-
dução industrial ou a oferta turística e que países ou regiões deverão constituir o alvo preferencial da diplomacia económica.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
27
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Tudo isso corporiza um conjunto de questões de natureza mais política do que estritamente técnica (como à primeira vista
pode parecer), e devem ser respondidas em coerência com as opções de política económica definidas no plano interno.
Ou seja, cada país deve ter uma visão clara do seu lugar no mundo e na economia global para depois saber definir políticas e
alocar recursos, por natureza escassos, de forma a atingir metas nacionais ambiciosas mas necessárias.
Nesta hora de verdade que atravessa o nosso país, em que somos obrigados a nos reinventar, o que, por sua vez, pressupõe
que encontremos um novo paradigma de desenvolvimento e de crescimento, estou absolutamente convencido que é pela inter‑
nacionalização da nossa economia que passa o nosso futuro, uma vez que o investimento e o consumo, tanto privado quanto
público, se encontram exauridos e limitados por anos de más políticas públicas.
Internacionalizar a economia portuguesa passou assim a ser um desígnio nacional crucial para o futuro do país, como se cons-
tata de forma clara pelo facto do xix Governo Constitucional ter assumido a internacionalização da economia como um vetor
chave da sua política externa, o que, por sua vez, nos traz aqui hoje, de forma a melhor articular a rede diplomática e consular
com a rede externa da AICEP, entidade a que tenho a honra de presidir.
Para o fazer, não podemos deixar de ter presente que Portugal se vê também a braços com uma crise de reputação, de credibi-
lidade. Uma crise que considero ser tão grave como o estado débil das nossas contas públicas.
As sucessivas descidas nos ratings da República por parte das principais agências de notação financeira, que afetam não só o
Estado mas a nossa banca e as nossas empresas, a par do pedido de ajuda externa, revelaram-se um contributo danoso para a
nossa imagem externa e para a capacidade do país produzir riqueza.
Em simultâneo, a banca portuguesa padece de problemas de financiamento, o que a impede de injetar liquidez no setor pro-
dutivo nacional, que, por sua vez, estrangula a atividade das empresas e decapita uma quantidade assinalável de projetos de
investimento.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
28
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Estamos, portanto, colocados perante um conjunto de constrangimentos que afetam, entre outras coisas, a perceção de Portu‑
gal no exterior e que são perniciosos para o clima de negócios, sobretudo para as pequenas e médias empresas que se deparam,
compreensivelmente, e no atual contexto, com dificuldades acrescidas.
Para alterarmos esta situação, como acredito profundamente que vamos conseguir, há que trabalhar a partir das várias van-
tagens reais que temos, sendo uma delas a que o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros identificou ainda há
dias na visita muito simpática e simbólica que efetuou à AICEP, onde sintetizou a tal vantagem crítica ao sublinhar que “Por‑
tugal tem séculos de boa diplomacia”.
Colocar esta nossa “boa diplomacia” ao serviço da recuperação de Portugal é determinante para que consigamos fazer chegar
a proposta de valor do país aos mais variados interlocutores que temos no estrangeiro.
Porque a nossa diplomacia de facto abre portas, porque os nossos embaixadores são conhecidos e reconhecidos no estrangeiro
e porque as nossas empresas precisam deles mais do que nunca essa “boa diplomacia” tornou-se nevrálgica para o nosso futuro.
Numa aceção mais abrangente, temos de reconquistar todos os nossos stakeholders, sejam eles as instituições e reguladores
públicos financeiros internacionais, os grandes grupos económicos multinacionais, os mercados financeiros globais ou os prin-
cipais investidores que atuam à escala mundial.
A diplomacia tem assim a responsabilidade acrescida de actuar, assumidamente, no cumprimento de orientações de política
externa, junto destes novos atores, exercendo influência, e dando corpo àquilo que é o cumprimento do desígnio nacional de
internacionalizar a economia portuguesa.
Mas também a rede da AICEP tem a obrigação de ajudar a reforçar, em simultâneo, os quatro eixos da internacionalização da
nossa economia e que são:
O investimento direto estrangeiro em Portugal;
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
29
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
O investimento português direto no estrangeiro;
A internacionalização das empresas;
e, finalmente, as exportações de bens e serviços.
A AICEP, nomeadamente através da sua rede externa, está por isso à disposição e profundamente comprometida para, de forma
articulada e próxima com a rede diplomática e consular, contribuir para diversificar as exportações portuguesas, apoiando os
projetos de internacionalização de empresas e associações, mas também informando sobre as estimativas de evolução econó-
mica dos mercados e sobre o histórico e as projeções dos montantes de importação & exportação e de investimento externo,
entre outras matérias que se venham a revelar importantes para a internacionalização da nossa economia.
Sempre procurando melhorar o nível de intelligence que gera sobre os vários mercados, por forma a reforçar o networking
entre as nossas empresas e as suas congéneres internacionais.
A AICEP tem a obrigação de ajudar e facilitar as atividades das empresas no exterior, contribuindo para remover os custos de
contexto que estas enfrentam nesses mercados, bem como aqueles com que os investidores externos se defrontam ao chegar a
Portugal.
Cada mercado e cada região geoestratégica terá para isso disponível o seu próprio plano de desenvolvimento específico, que
incluirá as ações de promoção e as diligências a efetuar para remover as barreiras à entrada, designadamente alfandegárias,
regulamentares, ou de outro tipo.
Se me permitem, passo a apresentar brevemente alguns quadros com informações sobre a rede da AICEP com um conjunto de
indicadores que penso que podem ser úteis para compreender o caminho que pretendemos seguir.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
30
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Neste primeiro quadro podemos ver a presença da rede da AICEP na Europa, onde se concentra cerca de metade da rede:
Madrid
Paris
BerlimLondres
Estocolmo
Varsóvia
Moscovo
Haia
Bruxelas
Zurique
Viena
Budapeste
Praga
BucaresteBarcelona
Milão
Istambul
8 Centro de Negócios
9 Escritórios
Dublin
Vigo
Mérida
Oslo
Copenhaga
Helsínquia
Ancara
Atenas
8 Representações
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
31
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
E aqui a presença da AICEP no resto do mundo. No total, a rede externa da AICEP dispõe de 14 centros de negócios, 21 escri-
tórios e 14 representações (ou seja, neste momento temos presença física directa em 49 países), sendo que cerca de 70% são
em colocalização com as representações diplomáticas: este é um processo dinâmico que está sob permanente observação e
ponderação da nossa parte.
6 Centro de Negócios
Macau
São FranciscoNova Iorque
Toronto
Cidade do México
São Paulo
Luanda
Praia
Buenos Aires
Pequim
Tóquio
Kuala Lumpur
Maputo
Joanesburgo
Xangai
Singapura
Rabat
Argel
Santiago do Chile
Tunes
Nova DeliAbu Dhabi
Tripoli
Caracas
12 Escritórios
6 Representações
Jacarta
A rede externa, como é evidente, terá que ser repensada e balanceada em função dos mercados em que Portugal e as suas empre-
sas querem apostar, sobrepondo quatro mapas estratégicos: o das prioridades das empresas, do governo, da rede diplomática
e consular e da realidade da AICEP.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
32
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
A este propósito, deixem-me que vos diga que, do ponto de vista da AICEP, entendo que a definição dos mercados prioritários
cabe em primeira instância às próprias empresas que são quem determina e implementa a sua própria estratégia de internacio-
nalização, ou seja, quem define em que mercados lhe interessa atuar e investir.
Como podem verificar neste quadro, há uma elevada concentração dos laços comerciais e dos fluxos financeiros com a União
Europeia.
Fonte: Banco de Portugal
AméricaNorte
1,5%3,3%
AméricaNorte
6,1%4,1%
AméricaNorte
1,4%1,5%
AméricaNorte
11,3%5,8%
AméricaLa6na
27,7%12,0%
AméricaLa6na
1,5%3,4%
AméricaLa6na
0,6%5,6%
AméricaLa6na
3,1%5,9%
UE
55,4%68,1%
UE
82,5%74,0%
UniãoEuropeia
94,2%86,6%
UniãoEuropeia
74,8%72,2%
Ásia
0,3%1,4%
Ásia
2,653,1%
Ásia
0,1%0,3%
Ásia
1,3%1,7%
Inves6mento Estrangeiro
Exportação de Serviços
África
7,7%6,6%
África
3,7%9,7%
África
0,0%0,2%
África
3,3%7,0%
Inves6mento IDPE
Exportação de Bens
Ano de 2000Ano de 2010
Valores em % do total
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
33
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Os negócios internacionais de Portugal, quer seja investimento direto estrangeiro em Portugal, quer sejam importações, expor-
tações e investimento das empresas portuguesas no estrangeiro, estão demasiado concentrados nos parceiros da União Euro-
peia, numa percentagem que varia entre 74 e 86% em cada uma das vertentes referidas.
Com a economia europeia à beira de uma estagnação e com 4 dos nossos principais parceiros comerciais – Espanha, França,
Reino Unido e Itália – a implementar, simultaneamente, medidas de austeridade, a situação torna-se mais complexa, como é
fácil de imaginar.
De salientar ainda que os 10 principais mercados para as exportações portuguesas representaram cerca de 77% do total das
mesmas; sendo 7 desses mesmos mercados, parceiros comunitários.
Ao nível da exportação de bens e serviços, olhando para o mapa, compreendemos que há margem de crescimento para as
empresas portuguesas. Com 8% de exportações de bens e serviços para África e apenas 4% para os mercados das Américas,
há que trabalhar para o aumento sustentado e acelerado destes números para compensar a excessiva dependência do mercado
europeu a que me referi no ponto anterior.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
34
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Fonte: Banco de Portugal
União Europeia
Bens + Serviços
74%
América do NorteBens + Serviços
4%
América La>na
Bens + Serviços
4%
África
Bens + Serviços
8%
Situação em 2010
Também ao nível da atração de investimento, é preciso trabalhar no sentido de captar o interesse por parte de investidores fora
do espaço da União Europeia.
Não está refletido neste slide o recente investimento chinês feito no nosso país, mas este é seguramente um dos mercados com
enorme potencial e no qual, naturalmente, iremos apostar ainda com mais determinação.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
35
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Fonte: Banco de Portugal
América La6na
Atracção de Inves6mento – 6%
Inves6mento no Exterior – 12%
América do Norte
Atracção de Inves6mento – 2%
Inves6mento no exterior – 4%
União Europeia
Atracção de Inves6mento – 86%
Inves6mento no exterior – 68%
África
Atracção de Inves6mento – 1%
Inves6mento no Exterior – 7%
Situação em 2010
Como tenho vindo a defender, a internacionalização do nosso tecido económico e empresarial obriga-nos a um esforço adicio-
nal de diversificação quanto aos mercados em que estamos presentes.
De forma simplista, devemos olhar para a estratégia de internacionalização como uma matriz de dupla entrada, combinando
depois as diversas possibilidades existentes. Isto significa que, se num eixo dessa matriz, considerarmos as grandes empresas e
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
36
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
as pequenas e médias empresas e, no outro eixo, considerarmos os mercados estabilizados e os emergentes, verificamos que o
esforço que temos que fazer passa por dar particular atenção à combinação PME’s e mercados emergentes.
Até porque, como é compreensível pela sua dimensão e relevância económica, as grandes empresas geralmente do que precisam
é da intervenção ao mais alto nível da nossa diplomacia, e não tanto de informação relativa a mercados ou a setores específi-
cos, como acontece com as pequenas e médias empresas.
O crescente protagonismo das economias emergentes tem vindo a dar força a um mundo multipolar, com diversas zonas do
globo a registarem crescimentos muito significativos, nomeadamente em África, na América Latina e na Ásia.
De notar que África é já hoje a segunda zona do mundo mais representativa para as exportações portuguesas, depois da União
Europeia, nomeadamente por causa do peso de Angola mas não só.
Exportámos, em 2011, mais para África do que para toda a América, desde o Canadá ao Chile.
Não deixa de ser curioso que, não tendo África contribuído para a crise económica e financeira com que o mundo se vê a bra-
ços, esteja hoje a contribuir para a sua solução, através do elevado dinamismo de muitas das economias africanas, que expor-
tam matérias-primas para outras economias emergentes e que estão a atrair investimento estrangeiro a um ritmo crescente e
assinalável.
A América Latina, por sua vez, também está a registar um crescimento económico significativo: além da exportação de maté-
rias-primas para as economias emergentes, nomeadamente a China, assiste-se a um crescimento robusto dos seus mercados
internos com um enorme potencial no futuro próximo.
Como sabem, o Brasil ultrapassou recentemente o Reino Unido e tornou-se a sexta maior economia do mundo, sendo a pri-
meira vez na história que o PIB do Reino Unido é ultrapassado pelo de um país da América Latina.
Este exemplo não deixa de ter um alto caráter simbólico.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
37
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
A proximidade cultural e linguística destes países com Portugal faz de algumas destas economias uma prioridade para a expan-
são dos negócios das empresas portuguesas.
Pelo que, países onde ainda não temos representante da AICEP, como é o caso da Colômbia e do Perú, serão reequacionados
a breve trecho.
Outro mercado importante que assinalaria é a Rússia, que aderiu no mês de dezembro à Organização Mundial de Comércio,
depois de 17 anos de negociações.
Espera-se que a economia russa cresça de forma muito dinâmica nos próximos anos, representando também ela um potencial
interessante a explorar pelas nossas empresas e sentindo nós o interesse crescente de investidores russos em ativos nacionais,
como é, aliás, também o caso de investidores oriundos da zona do Golfo.
Resumindo, as nossas exportações para os BRIC representaram, em 2010, apenas 2,6% do total exportado por Portugal, com
o Brasil a representar 50% deste valor.
Se considerarmos que os 4 BRIC adicionaram à economia mundial, nos últimos 10 anos, um PIB equivalente a 8 vezes o da
economia de Espanha, e não esquecendo que este conjunto de 4 mercados tem 3 mil milhões de consumidores e representa
20% do PIB mundial, fica patente o enorme potencial que tais economias representam para as nossas empresas.
Se agora olharmos para o gráfico dos 50 principais mercados de exportação de bens, não podemos deixar de reparar no enorme
peso que Espanha, França, Alemanha e Reino Unido têm na nossa balança de exportações, seguidos de Angola (o primeiro dos
países não europeus a figurar no gráfico).
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
38
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
0
2.500.000
5.000.000
7.500.000
10.000.000
Espanha
Alemanha
França
Reino Unido
Angola
HolandaItáliaEUA
BélgicaBrasil
México
SuéciaSuíça
Polónia
Marrocos
Turquia
Cabo Verde
Dinamarca
Rep. Checa
Finlândia
China
Argélia
Gibraltar
Áustria
Roménia
Canadá
Venezuela
Moçambique
Tunísia
Japão
Rússia
Hong Kong
Grécia
Irlanda
HungriaChile
Noruega
EgiptoEAU
África do Sul
Eslováquia
Arábia Saudita
Israel
Austrália
BulgáriaÍndia
Senegal
Luxemburgo
Singapura
Argentina
2009 2010
50 Principais Mercados de Exportação de Bens
Sem prejuízo de continuarmos a apostar nos mercados consolidados, percebemos que as nossas exportações têm que ter des-
tinos mais diversificados, onde o crescimento é mais viável durante os próximos anos.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
39
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Evolução dos 10 Principais Mercados
Entre os anos de 2000 e 2010
Fonte – INE
Bélgica
Brasil
Itália
EUA
Holanda
R. Unido
Angola
Alemanha
França
Espanha
1.593.920
196.923
1.087.881
1.525.027
1.159.589
2.938.481
370.986
4.847.327
3.459.035
5.466.956
5,9%
0,7%
4,0%
5,6%
4,3%
10,8%
1,4%
17,8%
12,7%
20,1%
1.055.762
440.171
1.393.950
1.326.946
1.403.774
2.014.033
1.914.833
4.785.454
4.338.416
9.760.710
2,9%
1,2%
3,8%
3,6%
3,8%
5,5%
5,2%
13,0%
11,8%
26,6%
1.767
1.114
1.623
3.122
1.971
2.606
4.165
2.722
3.547
4.119
1.497
1.302
1.603
2.079
1.575
1.857
7.132
2.117
3.064
4.122
Valores – Milhares de Euros
Desta forma, estou certo que seremos capazes de assegurar a consolidação da nossa presença nos mercados essenciais para o
equilíbrio da nossa balança externa, entre os quais os países de expressão portuguesa, aliada a uma aposta nos países de maior
potencial, designadamente nos mercados da América Latina, do Norte de África e do Golfo, bem como, em alguns países do
espaço asiático como já referi.
Aqui é importante continuar a tentar fazer o match entre as nossas importações de recursos naturais e as nossas exportações;
ou seja, estender um esquema de “permuta” com aqueles países em que somos fortes como compradores e onde temos, por
isso, uma posição negocial reforçada.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
40
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Neste tipo de mercados, aliás, a atuação da diplomacia é determinante para a concretização de negócios, uma vez que é preciso
chegar eficazmente ao decisor, que muitas vezes ocupa um cargo político ou de grande relevo na administração.
A atuação da nossa diplomacia e o seu envolvimento em projetos, designadamente os que dizem respeito às grandes empresas,
é um fator de conforto e de confiança determinante para as nossas empresas, pois o envolvimento da embaixada ou da pessoa
do embaixador em fases decisivas do projeto é sinónimo de credibilidade e, logo, de eficácia na condução de todo o processo.
Do meu ponto de vista, é também essencial e urgente alargar a base de empresas exportadoras portuguesas.
Distribuição das Empresas Exportadoras em 2010
> 50 milhões de euros
Entre 25 e 50 milhões de euros
90 empresas
111 Empresas
Entre 1 e 25 milhões de euros
Menos de 1 milhão de euros
2.829 Empresas
14.683 Empresas
47% do Total
11%
37%
5%
Volume de Exportação Nº de Empresas % das Exportações
95%
Fonte: INE – Ins6tuto Nacional de Estafs6ca
Atualmente, 90 empresas são responsáveis por praticamente cerca de 50% das nossas exportações.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
41
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Há que trabalhar para que mais empresas exportem e para que as que já estão envolvidas no processo de internacionalização
exportem ainda mais.
Um dos caminhos por onde devemos enveredar para atingir este objetivo passa justamente pelo triângulo geográfico virtuoso
que abarca as maiores potências de língua portuguesa.
Fonte: Banco de Portugal
A Língua Portuguesa como Recurso Económico
O Triângulo Virtuoso
Brasil
Portugal
Angola
Moçambique
Cabo VerdeS.Tomé e Príncipe
A meu ver, o conceito chave em que nos devemos concentrar é o da multidiversificação: diversificação de mercados para além
do mercado da União Europeia, e diversificação das empresas exportadoras bem como dos produtos e serviços que exportamos.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
42
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
Estou convencido que é por esta multidiversificação que passa a reconfiguração da nossa estratégia de internacionalização da
economia portuguesa.
Uma nota para referir o plano de desenvolvimento específico a elaborar para cada mercado, que incluirá também um plano de
ações para promover a notoriedade do País e dos serviços e marcas portuguesas.
Há que reforçar e estimular em toda a linha, de forma coerente e concertada, a imagem positiva de Portugal como um país
propício para a realização de negócios e adequado à captação de investimento.
Todos sabemos que a estratégia de promoção externa do País tem sido prejudicada nos últimos anos por alguma falta de coor-
denação e de consistência (no conceito e no tempo) que escolhemos abraçar: não é de hoje, e muito menos de agora, o pro-
blema, ou, deveria dizer, a desorientação.
Acredito que este governo será capaz de articular uma nova imagem para Portugal de forma profissional e bem fundamentada.
É neste quadro geral e nesse sentido que a AICEP tem vindo a desenvolver algumas feiras setoriais (automóvel e aeronáutica
para dar dois exemplos); feiras multissetoriais nalguns mercados que pelo seu estágio de desenvolvimento assumem particular
relevância (como são exemplo os casos de Angola, Argélia, Líbia e Moçambique); ações “mais procura”, que põem diretamente
em contato a procura dos mercados internacionais e a oferta nacional; e ainda ações integradas em alguns mercados (Brasil
e Estados Unidos), exatamente por considerarmos que nestes casos existe um défice de perceção da capacidade empresarial
nacional, e atuando nós sempre no princípio de colmatar “falhas de mercado”.
Para além destas iniciativas, destacaria o trabalho feito pela AICEP na organização de encontros com importadores em Por-
tugal e na organização, país fora, de ações de capacitação junto de futuros exportadores.
Sem prejuízo da continuação da aplicação deste programa, existem algumas medidas, que poderão ser dinamizadas e têm
por objetivo criar sinergias na projeção internacional do país, tendo sempre presente que devemos definir rapidamente uma
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
43
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
“proposta de valor para Portugal”, ou seja, uma narrativa sólida para atrair investimento e para ajudar as nossas empresas a
internacionalizarem-se.
Tal pode, e deve, passar por temas como:
– A definição e promoção de uma imagem integrada do País no exterior, a chamada “Marca Portugal”, que tem que ser o
espelho do ADN do nosso país e dos seus fatores de diferenciação, com os seus séculos de história e com todos os fatores de
atratividade que nos distinguem dos outros povos e nações. A Marca Portugal deve resultar de um esforço de concertação de
perspetivas diversas, sobretudo ao nível da AICEP e do Turismo de Portugal, que se traduza numa mensagem estável e reco-
nhecida por todos os quadrantes políticos, económicos e sociais relevantes da nossa sociedade.
– A formatação de iniciativas multidisciplinares que envolvam a língua, a cultura, o turismo e a esfera empresarial em merca-
dos relevantes, como é o caso do Brasil no próximo ano;
– A utilização crescente da cultura – e a oferta respetiva – como elemento integrador e definidor da identidade lusa e da sua
capacidade de inovação e universalidade, como fator de promoção do país em todos os mercados relevantes.
– O planeamento atempado das iniciativas externas dos órgãos de soberania e dos organismos da esfera pública: a diplomacia
de negócios deve estar presente nas agendas externas destas instituições, sobretudo junto dos mercados onde o fator de
influência política é decisivo para o processo de tomada de decisão.
Estes são apenas alguns exemplos práticos do que poderá ser uma nova e estimulante agenda para a diplomacia portuguesa no
seu sentido mais lato que, ressalva-se, deve estar devidamente munida de instrumentos que permitam acompanhar o processo
de internacionalização da nossa economia, quer numa perspetiva de inbound – atração de investimento, quer numa perspetiva
de outbound – investimento direto de Portugal no exterior, internacionalização de empresas e aumento de exportações.
Sem ser exaustivo, dou conta de 3 medidas relativas a cada um destes eixos.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
44
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
No eixo do inbound, destacaria a necessidade de simplificar os processos de licenciamento, criando uma verdadeira via verde
para o processo de investimento externo com maior celeridade e transparência. Destacaria também a necessidade de definir
instrumentos de captação de investimento ao nível do Compete/QREN e IEFP com um papel muito ativo da AICEP na sua
formatação, implementação, avaliação e atribuição. Por fim, destacaria a necessidade de rever o sistema de benefícios fiscais
para reforçar a captação de investimento externo e estimular a atração de residentes estrangeiros com poupanças elevadas.
No eixo do outbound, salientaria a necessidade de prorrogar as facilidades de seguros de crédito e estender as linhas existen-
tes para 2012 com eventual aumento do plafond das mesmas. A melhoria dos prazos de recuperação do IVA em atividades
destinadas à exportação (filosofia de conta corrente na qual o IVA da importação é cobrado apenas com a efetiva exportação
do produto). E, finalmente, a promoção do capital de risco como instrumento de apoio à internacionalização, passando pela
eventual criação de um Fundo Soberano para a Internacionalização.
Adicionalmente, destacaria apenas uma última medida sobre a qual vale a pena refletir, que pode representar uma oportuni-
dade interessante para aproveitar as potencialidades das comunidades portuguesas na diáspora e que passa pela constituição
de fundos de capital de risco, subscritos por elementos das comunidades portuguesas, especificamente para apoiar a entrada
de empresas portuguesas nos seus mercados.
O envolvimento das comunidades portuguesas na internacionalização da nossa economia através do desenvolvimento de mecanis-
mos financeiros atrativos representará, estou seguro, uma oportunidade interessante para a captação de capital e financiamento.
Em comunidades significativas como as que existem nos Estados Unidos, África do Sul, ou mesmo Venezuela e Brasil, estes
produtos financeiros podem ser instrumentos agregadores de investimento de base portuguesa.
A nova AICEP está a trabalhar com determinação no sentido de criar as condições certas e necessárias para que os serviços
públicos de Portugal no exterior, encabeçados pelas representações diplomáticas e consulares, possam ser capazes de captar o
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis
45
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 24 - 45
interesse de investidores para o nosso país por um lado, e por outro de acompanhar as nossas empresas na conquista de mais
oportunidades de negócios, junto de entidades públicas e privadas.
Esta é a visão da AICEP sobre a diplomacia económica, comercial, ou de negócios, visando aproveitar a oportunidade única que
este momento representa para conferir uma nova vitalidade e uma renovada relevância à diplomacia portuguesa, colocando-a
efetivamente ao serviço da internacionalização da nossa economia.
Tenho a certeza de que os senhores embaixadores e o corpo diplomático nacional, neste contexto singular e exigente, darão o
seu inestimável contributo para cumprir Portugal.
Podem ter vossas Excelências também a certeza de que a AICEP, por seu lado, está totalmente à disposição dos senhores embai-
xadores para tudo o que considerarem oportuno.
Senhor Ministro, permita-me apenas duas palavras finais para encerrar esta minha intervenção:
A primeira para lhe assegurar publicamente, a total lealdade e comprometimento por parte da AICEP com os objetivos que o
seu Ministério definiu: encontrará em mim, na minha administração e em todos os colaboradores da AICEP, absoluta dedica-
ção e empenho em cumprir a agenda estratégica e operacional que traçou.
Em segundo lugar, e tendo bem presente a hora decisiva que o país atravessa e a exigência que é pedida aos portugueses em
geral e àqueles a quem cumpre servir o estado quando o país mais precisa de todos, em particular, saiba que na AICEP dare-
mos a Portugal o nosso melhor até ao limite das nossas forças pois essa é a condição, e o ingrediente fundamental, para asse-
gurar um futuro melhor às próximas gerações como é nossa responsabilidade e nossa obrigação: pode ter a certeza de a AICEP
estará à altura do que o Governo, e o país acima de tudo, exige de nós!
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
47 Intervenção do administrador da AIcEp antónio de almeida lima
Foi hoje aqui já frisado de forma clara e inequívoca a importância do reforço da diplomacia económica, no seu sentido mais
lato, para ajudar a restaurar a credibilidade financeira do nosso país e reduzir o défice externo, além de contribuir para o cres-
cimento da nossa economia, garantindo desse modo o emprego nacional e o bem estar da população.
Não irei insistir sobre estes objetivos da diplomacia económica, que são, naturalmente, evidentes para todos. Centrar-me-ei,
nesta breve intervenção, na forma como o novo modelo institucional deverá contribuir para os atingir e que o senhor ministro
já aqui enunciou.
Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que todos nós, ao longo dos anos, nas mais variadas funções, em particular no
quadro externo, fomos já chamados a contribuir para a promoção da economia portuguesa, no quadro geral do nosso múnus
profissional, mas também em ações concretas e objetivas de defesa do interesse nacional na área comercial ou empresarial.
A novidade não está, portanto, na ênfase dada à promoção da nossa economia, isto é, das nossas exportações de bens e servi-
ços, dos investimentos das nossas empresas no exterior e na atração de investimentos para Portugal, funções que todos conti-
nuaremos a desempenhar.
O que se espera que o novo modelo institucional traga é uma mais eficiente coordenação da ação externa na defesa dos interes-
ses portugueses, favorecendo a unidade de ação e a articulação das suas vertentes política, económica, cultural e de cooperação.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
48
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
Em segundo lugar, é necessário esclarecer alguns equívocos quando nos referimos à “diplomacia económica”, equívocos esses
que têm estado na origem de várias dificuldades práticas que todos nós também conhecemos. Todos eles radicam no erro que
persiste em considerar-se que a “diplomacia económica” é um exclusivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, só porque
ela fará uso da arte diplomática.
Na verdade, a “diplomacia económica”, no sentido lato, exige uma estreita coordenação entre vários agentes, entre os quais
(i) o sector empresarial, (ii) os organismos públicos e privados, que gerem os mecanismos de apoio à internacionalização da
economia, (iii) e a rede externa do estado, que promove os interesses do país no estrangeiro. Em termos institucionais, não
existe uma verdadeira “diplomacia económica”, sem uma coerente e particular articulação entre o Ministério dos Negócios
Estrangeiros, o Ministério da Economia, o Ministério das Finanças e a AICEP. Evidentemente que tal não exclui a necessidade
de coordenação com outros ministérios setoriais que gerem também mecanismos de apoio, mas o alcance dessa coordenação
é, precisamente, sectorial e não transversal.
Em poucas palavras, o que se espera do novo modelo institucional de diplomacia económica é uma melhor e mais eficiente arti-
culação de todos os intervenientes no processo de internacionalização da economia. Atendendo ao contexto em que vivemos,
é caso para afirmar que não há melhor ocasião para se promover o trabalho em equipa do que aquela surgida da necessidade!
Não me irei alongar aqui sobre as competências de todas as entidades envolvidas na diplomacia económica. Centrar-me-ei
apenas naquilo que poderíamos chamar de “diplomacia económica no sentido estrito”: isto é, aquela que envolve sobretudo
a articulação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a AICEP.
Neste âmbito, as mudanças do novo modelo foram já anunciadas e são do conhecimento público. Começando pelas resolu-
ções do Conselho de Ministros que aprovaram as orientações gerais na matéria de diplomacia económica, a que se seguiu o
despacho do Primeiro-Ministro, de 15 de Novembro, delegando as competências sobre a AICEP no Ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros, a nomeação da nova administração da agência em 2 de Dezembro e, finalmente a publicação, em Diá-
rio da República de 29 de Dezembro, da nova lei orgânica do MNE.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
49
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
Esse novo modelo assenta nos seguintes elementos principais:
i) Na criação do Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia (CEIE), presidido pelo Primeiro-Ministro
e que tem por missão avaliar as políticas públicas e as iniciativas privadas e respetiva articulação em matéria de inter-
nacionalização da economia portuguesa, de promoção e captação de investimento estrangeiro e de cooperação para o
desenvolvimento;
ii) Na delegação no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em articulação com o Ministério da Economia e do Emprego,
da tutela direta da AICEP, que tem agora um lugar particular na preparação dos trabalhos do Conselho Estratégico de
Internacionalização da Economia e na coordenação e execução e das suas orientações;
iii) Na reformulação orgânica do MNE, com a extinção da Direção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos, sucedendo-
-lhe nas suas várias atribuições a AICEP, a Direção-Geral de Política Externa e a Direção-Geral de Assuntos Europeus.
Neste sentido também, entendeu o Conselho de Ministros nomear um novo Conselho de Administração da AICEP em
que tem assento um administrador executivo do quadro diplomático do MNE, para reforçar execução prática da orien-
tação geral para uma maior e melhor coordenação das estruturas da diplomacia económica;
vi) Finalmente e no mesmo sentido, na integração das redes externas do MNE, da AICEP e do Turismo de Portugal.
Em termos práticos, o objetivo último é o de potenciar a rede externa do Estado para apoiar a economia nacional, racionali-
zando os recursos existentes, garantindo a unidade de ação e resolvendo os conflitos de competências.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
50
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
Comecemos pela rede externa.
A ela compete, assim como a outras entidades públicas e privadas, contribuir não só para a execução da estratégia de diplo-
macia económica definida pelo governo, mas também para a sua elaboração e consolidação.
O princípio que norteará a organização das redes é o da integração hierárquica e funcional de todas as estruturas nos postos
diplomáticos e consulares.
Em termos funcionais, em matéria de diplomacia económica, os titulares dos postos passarão a receber orientações e instru-
ções diretamente da AICEP, competindo-lhes assegurar localmente a coordenação e a coerência da atuação externa portuguesa.
Por outro lado, a integração implicará que os delegados da AICEP passem a ser acreditados junto das autoridades locais como
adidos ou conselheiros económicos.
Em termos de rede consular, esses delegados poderão, ainda, vir a ser acreditados como vice-cônsules, onde e quando tal se
justificar, com dependência hierárquica dos cônsules-gerais, sem prejuízo das competências próprias de coordenação do embai-
xador acreditado no país em questão. A ação dos cônsules honorários pode ser outro instrumento ao serviço da diplomacia
económica no âmbito da rede externa, naturalmente bem enquadrados pela estrutura hierárquica referida
No que toca ao turismo, nos postos onde haja um delegado do Turismo de Portugal, este passará a depender também hierar-
quicamente do titular do posto; onde não exista tal delegado, a promoção do turismo ficará a cargo do adido ou conselheiro
económico.
Em termos operacionais, as duas prioridades imediatas serão a continuação do processo de co-localização das várias represen-
tações e a definição de estratégias específicas para os mercados de cada país onde existam postos diplomáticos.
Onde a co-localização não seja ainda efetiva, os Chefes de Missão serão chamados a identificar, sempre que possível, as medi-
das necessárias à sua rápida concretização, obedecendo, naturalmente, ao critério da contenção de custos.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
51
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
Isto implica que os serviços externos do MNE passam a contar de uma forma mais sistemática e formal com a colaboração
funcional das redes externas da AICEP e do Instituto do Turismo de Portugal, ou seja, um conjunto de mais 173 pessoas, entre
delegados e serviços de apoio, mas também, que a AICEP e o ITP passam a contar da mesma forma com o apoio sistémico e
formal da rede externa MNE, incluindo a diplomática e consular. Tem de ser uma win-win situation, porque em última análise
é o país que ganha com isso.
Quanto à definição de estratégias por mercado, os Chefes de Missão serão chamados a propor os seus elementos definidores,
assim como a identificar os objetivos anuais que poderão contribuir para a sua execução.
Com efeito, não se espera que as embaixadas e consulados sejam meros executores da política definida pelas autoridades cen-
trais, sendo essencial, pela sua experiência e conhecimento do terreno, que contribuam para a elaboração e consolidação da
estratégia de diplomacia económica nacional.
Isto significa, que, em termos de procedimentos, os Chefe de Missão passarão a ter três novas responsabilidades, que consti-
tuirão a base do trabalho económico a desenvolver:
Em primeiro lugar, deverão apresentar, no início de cada ano, um contributo para a definição ou ajustamento da estratégia ins-
titucional de diplomacia económica para o mercado do país onde se encontrem acreditados. Neste caso, poderão igualmente
fazê-lo, no caso de se encontrarem acreditados como Chefes de Missão não-residentes noutros países, também para esses mer-
cados, se para tal forem solicitados ou se entenderem justificado;
Em segundo lugar, deverão preparar um plano de anual de objetivos e atividades de diplomacia económica, que contribua para
a execução da estratégia para o respetivo mercado e que apresente indicadores que permitam avaliar a afetação prevista dos
recursos humanos, materiais e financeiros;
Finalmente, deverão realizar, no final de cada ano, um relatório anual de atividades que avalie qualitativa e quantitativamente
os resultados das ações definidas no respetivo plano de atividades.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
52
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
Este trabalho de base contará, naturalmente, com o apoio e a coordenação da AICEP na elaboração das estratégias e dos pla-
nos de atividades, contribuindo, nomeadamente, para a identificação dos meios e instrumentos disponíveis e dos sectores estra-
tégicos para a internacionalização da economia.
Por outro lado, a AICEP promoverá, na medida do possível, a realização de ações de formação para funcionários diplomáticos
e técnicos, facilitando o contacto com as empresas investidoras e exportadoras para os diferentes mercados, de acordo com as
prioridades que venham a ser definidas anualmente.
Sobre este ponto, é necessário que sejamos muito claros. Num quadro de consolidação orçamental muito exigente, é crucial
uma clara identificação de prioridades, a criteriosa distribuição de recursos humanos e financeiros e uma atuação centrada em
objetivos e metas bem definidos. Isso significa que não poderão ser atribuídos os mesmos meios a todos os Postos. Mas tal em
nada diminui a importância do trabalho económico que todas as embaixadas e consulados poderão e deverão fazer.
Se muito se espera dos Chefes de Missão, na identificação de interlocutores adequados e oportunidades de negócio e no apoio
aos empresários portugueses, da parte da AICEP iremos trabalhar para fornecer o apoio que até agora poderia ter faltado para
garantir a coordenação com o sector privado e para uma mais adequada promoção dos produtos, marcas e serviços nacionais.
Gostaria ainda de referir algumas das alterações que permitirão articular a AICEP com a Direção-Geral de Política Externa e
com a Direção-Geral dos Assuntos Europeus.
Nos termos da nova lei orgânica do MNE – e em breve irão ser aprovados novos estatutos da AICEP consonantes com esta
– a coordenação funcional da ação externa está cometida à DGPE. Nesta conformidade, a administração da AICEP passará
também a estar representada no conselho coordenador político-diplomático presidido pelo DGPE.
Desde logo será criada para as comunicações telegráficas a sigla de cifra “AICEP”. Será, assim, possível uma ligação direta com
todos os Postos, esperando-se que toda a informação relativa a matérias de diplomacia económica passe a ser atribuída dire-
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
53
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
tamente à AICEP, mantendo-se em conhecimento a respetiva Direção de serviços regional da DGPE ou da DGAE e, quando
adequado, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
Excetuam-se desta regra, naturalmente, as matérias relativas à Política Comercial Comum da União Europeia, que deverão
continuar a ser atribuídas à DGAE, dando-se delas conhecimento à AICEP.
Em termos de articulação com outros departamentos, serviços ou organismos sectoriais competentes, a DGPE e a DGAE pro-
cederão à difusão adequada da informação telegráfica, sucedendo nesta matéria à extinta DGATE.
O mesmo sucede em matéria de negociação de acordos do foro económico, cujo acompanhamento imediato competirá aos
serviços tanto da DGPE, como da DGAE.
Finalmente, prevê-se uma crescente mobilidade de funcionários entre o MNE e a AICEP e vice-versa, com o intuito de facilitar
o trabalho em equipa que se espera de todos nós.
Neste sentido a eventual participação de técnicos da AICEP no estudo sistémico das implicações da legislação comunitária na
competitividade externa dos vários setores empresariais poderá ser um contributo novo ao trabalho nesse sentido já produzido
pela DGAE ou pelos ministérios setoriais
Por outro lado, diplomatas e quadros do MNE irão integrar as estruturas da agência. Igualmente poderão ser colocados fun-
cionários dos quadros do MNE na rede externa da AICEP.
Vamos trabalhar para que a cultura económica, em especial comercial e empresarial, ganhe cada vez mais peso na formação e
avaliação dos nossos diplomatas e demais quadros do MNE. Neste sentido a administração da AICEP passará também a estar
representada no conselho diplomático.
Como nos disse esta manhã o senhor Ministro os Chefes de Missão irão receber nos próximos dias uma carta de missão em
que estes temas serão mais desenvolvidos. Será o mapa de execução das novas orientações.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima
54
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54
Sei perfeitamente que teremos de ir afinando o rumo à medida que formos navegando, no geral das instruções e no particular
da situação de cada posto. Faremos isso em permanente diálogo construtivo.
Termino citando o ministro britânico dos negócios estrangeiros em recente discurso na conferência anual da confederação da
indústria britânica: O Foreign and Commonwealth office existe para defender e promover os interesses nacionais britânicos
no seu sentido mais lato. Hoje mais do que em nenhum outro momento da história recente, esse interesse nacional exige-nos
que usemos a diplomacia britânica em apoio dos empregos e do crescimento da nossa economia. É isso que estamos determi-
nados a fazer.
Tenho a certeza que o MNE, os seus dirigentes e funcionários subscrevem também esta visão. Pela minha parte, gostaria de
lhes assegurar, desde já, que contarão sempre com a minha pronta e total colaboração.
Intervenção do comissário-geral de portugal para as comemorações do Ano de portugal no brasil
miguel Horta e costa
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
56 Intervenção do comissário-geral de portugal para as comemorações do Ano de portugal no brasilmiguel Horta e costa
2
Agenda
▪ Introdução
▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil
▪ Características do projeto
▪Organização e cronograma
2
Agenda
▪ Introdução
▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil
▪ Características do projeto
▪Organização e cronograma
Ano de Portugal no Brasil 7 de Setembro 2012 a 10 de Junho 2013
Apresentação do projeto no Seminário Diplomático 2012
Janeiro de 2012
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
57
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
2
Agenda
▪ Introdução
▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil
▪ Características do projeto
▪Organização e cronograma
Houve por bem o governo português convidar-me para assumir o importante cargo de Comissário-Geral para o Ano de Por-
tugal no Brasil.
É para mim uma grande honra e foi com absoluto sentido de responsabilidade, com muito entusiasmo e também satisfação
pessoal que abracei este desafio.
Mas ao fazê-lo o que fez o governo foi convidar, do universo empresarial português, entidades para as quais a relação entre
Portugal e Brasil foi sempre uma constante ao longo do seu percurso profissional.
– Em 1982 como presidente da Marconi participei na criação da parceria com a Embratel do Brasil permitindo a automati-
zação das comunicações via satélite entre os dois países;
– Em 1988 como Secretário de Estado do Comércio Externo presidi pelo lado português a uma Comissão mista Portugal/Bra-
sil tendo pelo lado brasileiro o então Secretário de Estado Paulo, Tarso Flexa de Lima.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
58
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Acompanhava-me então o Vice-Governador do Banco de Portugal, Walter Marques, com quem foi possível conseguir a decisão
histórica do Governo brasileiro de levantar a cláusula-ouro permitindo e facilitando o investimento brasileiro em Portugal.
– Em 1998 como vice-Presidente do Grupo Portugal Telecom com o pelouro internacional liderei a participação do Grupo no
processo de privatização do sistema TeleBras e, nesse contexto, a aquisição de uma participação de controle na Telesp celu‑
lar. Esta aquisição permitiu-me participar no desenvolvimento dos serviços de Telecomunicações Móveis em São Paulo. O
investimento inicial de 3,5 mil milhões de dólares foi, à data, o maior investimento Português no estrangeiro, e a primeira
de várias iniciativas de Grupos empresariais Portugueses no Brasil.
– Ao longo de quase uma década, primeiro como Vice‑Presidente e depois como presidente executivo do Grupo Portugal Tele‑
com, liderei todo o processo e desenvolvimento de Telecomunicações no Brasil, com a extensão dos serviços a todo o terri‑
tório Brasileiro e criação da Vivo em joint venture com a Telefónica.
– Mais recentemente assumi a presidência da Fundação Luso Brasileira, tendo o ano passado levado a primeira exposição
individual da pintura Paula Rego ao Brasil, num total de 130 obras, que foram apresentadas na Pinacoteca do Estado de
São Paulo com o maior sucesso.
Deste longo percurso na gestão de relações Luso Brasileiras espero poder retirar a experiência e inspiração necessárias para
honrar tão importante responsabilidade como Comissário‑Geral para o Ano de Portugal no Brasil.
– Organizado na sequência de programas semelhantes realizados por outros países, nomeadamente o ano de França no Brasil
(em 2009) ou ano de Itália no Brasil (a decorrer).
– Estes eventos têm tipicamente resultados muito positivos. Na sequência do ano de França no Brasil conseguiu-se, por exem-
plo, triplicar o volume negócios entre países, +27% de turistas franceses no Brasil ou +20% matrículas em cursos de Portu-
guês em França.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
59
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
3
Ano de Portugal no Brasil na sequência de iniciativas semelhantes de outros países
Período: Abril a Novembro 2009
Eventos: 560 espetáculos, shows, exposições, palestras, debates etc
Temas: artes visuais, música, arte e cultura, ciência, entre outros
Resultados: 3x incremento no volume negócios entre países; +27% de turistas no Brasil; +20% matrículas em cursos de Português em França
Período: Outubro 2011 a Julho 2012
Eventos: Mais de 500 mostras, exposições, festas, feiras e fóruns
Temas: enogastronomia, ciência e tecnologia, arquitetura e design, economia e negócios, moda, arte, teatro e dança, cinema e desporto
Resultados: N.a.
França Itália Outros
Holanda 2011
PortugalSet. 2012 – Jun. 2013
Alemanha2013
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
60
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
O Ano de Portugal no Brasil irá decorrer de 7 de Setembro de 2012, dia da Independência do Brasil, a 10 de Junho de 2013,
Dia de Portugal
4
Período do Ano de Portugal no Brasil
De 7 Setembro 2012(Independência do Brasil)
a 10 Junho de 2013(Dia de Portugal)
4
Período do Ano de Portugal no Brasil
De 7 Setembro 2012(Independência do Brasil)
a 10 Junho de 2013(Dia de Portugal)
5
Contexto desafiante em Portugal e de elevado momentum para o Brasil
PortugalBrasil
6ª economia mundial em
crescimento económico sustentado
Tecnologia de ponta (aeronáutica,
exploração petrolífera, etc)
Palco de grandes eventos culturais
e desportivos (Copa 2014,
Olimpíadas 2016)
Necessidade de capitalizar
língua e cultura portuguesas
Crise económica (com
efeitos na autoestima)
Capital humano de elevado
potencial, mas com imperativo
de olhar para o exterior
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
61
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Este projeto surge, como todos sabemos, numa altura particularmente desafiante para Portugal, nomeadamente pela forte crise
económica com efeitos na autoestima, e de elevado momentum para o Brasil, em forte crescimento económico.
6
Oportunidade para encetar uma nova etapa na construção da imagem de Portugal no Brasil
Etapas e aspetos marcantes para a imagem de Portugal no Brasil
▪ Principal destino migratório de Portugal
▪ Foco em mão de obra barata
▪ Emigração das elites em Portugal
▪ Regresso a Portugal no in cio da década de 80
▪ Início dos grandes investimentos de Portugal no Brasil
▪ Presença de principais empresas Portuguesas (PT, EDP, etc)
Inicio Sec. XX
Década de 70
Década de 90
Ano de Portugal no Brasil
▪ Oportunidade histórica para renovar imagem de Portugal
▪ Projetar um Portugal moderno, virado para o futuro e parte integrante da Europa
í
Depois de 3 grandes fases da construção da imagem de Portugal no Brasil – o início do século xx, a década de 70 e a década
de 90 – todas com os seus traços distintivos, esta é uma oportunidade histórica para renovar a imagem de Portugal no Brasil.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
62
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Grandes desígnios do programa
7
1
2
Um Novo Portugal para o
Brasil
Mais Brasil em Portugal
Mais Portugal no Brasil
Atualizar imagem e apresentar criatividade e conhecimento dos Portugueses
Promover intercâmbio cultural, económico, cient fico, etc
3
Realização (em simultâneo?) do Ano do Brasil em Portugal
Estreitar vínculos entre as Sociedades Civis Estimular interes-
se dos cidadãos e insti-tuições brasileiras em Portugal
Portugal de Novo - Projetar um Portugal moderno, virado para o futuro e parte
í
integrante da Europa
Este é um programa com desígnios ambiciosos, antes de mais de projetar Portugal de Novo – um Portugal moderno, virado
para o futuro e parte integrante da Europa:
1) Trazer um Novo Portugal para o Brasil, nomeadamente:
– Atualizar imagem e apresentar a criatividade e conhecimento dos Portugueses;
2) Estimular Mais Portugal no Brasil, nomeadamente:
– Promover intercâmbio cultural, económico, científico, etc.
3) Promover Mais Brasil em Portugal, nomeadamente:
– Estreitar vínculos entre as Sociedades Civis
– Estimular interesse dos cidadãos e instituições brasileiras em Portugal
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
63
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
8
Âmbito temático e geográfico
Âmbito temático
▪ Áreas de atuação prioritárias – Empresarial/
Economia – Desporto– Cultura – Educação– Ciência – Tecnologia e Inovação
▪ 10 a 20 grandes eventos e multiplicidade de eventos temáticos
Âmbito geográfico
▪ Cobertura mediática e divulgação em todo o Brasil
▪ Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro como cidades prioritárias
▪ Salvador e Belo Horizonte com visão de programa integrado
▪ Restantes cidades (a definir) com eventos específicos
O programa para o Ano de Portugal no Brasil focar-se-á em 6 áreas-chave:
1. Empresarial / Economia
2. Cultura
3. Desporto
4. Educação
5. Ciência
6. Tecnologia / Inovação
Este programa pretende gerar awareness a todos os Brasileiros através da cobertura média em todo o Brasil e um plano de
eventos nas cidades mais relevantes (10 a 20 grandes eventos e uma multiplicidade de atividades com enfoque nas áreas-chave
definidas):
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
64
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
– Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro como cidades prioritárias
– Salvador e Belo Horizonte com visão de programa integrado
Para todas as áreas temáticas que definimos estamos neste momento a iniciar contactos com as entidades setoriais relevantes
e a definir um conjunto de eventos que marquem o projeto.
Áreas de atuação prioritárias: Empresarial/Economia
9
• Potenciar investimento e reforçar presença económica de Portugal no Brasil (e vice versa)
• Confrontar e comunicar casos de sucesso empresarial em ambos os países
Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos
• PSI20 meet BM&FBOVESPA
• Case study empresarial EFACEC
• Programa turístico “Portugal para dois”
• Vouchers Portugal (para utilização nos melhores Hoteis e Restaurantes de Portugal)
• Responsabilidade Social: Casos de sucesso Portugueses e Brasileiros
Entidades Chave
• Ministérios da Economia de Portugal e Brasil
• Principais empresas e gestores de ambos os países
1) Empresarial / Economia
Naturalmente com um foco especial nos setores em que as empresas portuguesas estão a apostar no Brasil:
– energia;
– telecomunicações;
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
65
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
– exploração petrolífera;
– banca e serviços financeiros;
– imobiliário e turismo
Mas também em setores onde o conhecimento, e a expertise tem tornado famosos alguns nomes portugueses pela excelência
do seu trabalho como é o caso da arquitetura do design e da moda.
Exemplos de sucesso
Áreas de atuação prioritárias: Cultura
10
• Apresentar ao Brasil a “Indústria da
Cultura Portuguesa”
• Promover literatura, arte, música,
gastronomia, moda, arquitectura,
Design, entre outros
Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos
• Arte
• Bienal de Arte Moderna e Contemporânea
• Exposição de Arte Sacra
• Ministérios da Cultura Portugal e Brasil
• Principais entidades setoriais
• Música
• Duetos entre artistas Portugueses e
Brasileiros - Maior concerto luso-brasileiro
• Gastronomia
• Vinhos/azeites Portugueses no Brasil
• Restaurante Portugal Degusto
• Outros
• Eventos em moda, arquitetura, etc
• Literatura
• Feira do Livro com Portugal como tema
• Promoção de novos autores Portugueses
Entidades Chave
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
66
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
2) Cultura
Esta área abrange um vasto conjunto de atividades artísticas que vão das artes visuais como a pintura e a escultura, à lite-
ratura e à poesia, da música ao teatro, ao cinema e à televisão.
Trata-se de uma área que irá estar naturalmente na base de alguns dos grandes eventos a preparar e nos quais terá também
lugar a gastronomia e a enologia portuguesas.
Áreas de atuação prioritárias: Desporto
11
▪ Fortalecer laços existentes, com especial
incidência em desportos relevantes em ambos
os países
▪ Gerar eventos de grande visibilidade para
promoção do projeto
Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos
▪ Jogo amigável entre seleções nacionais
de futebol
▪ Competição de surf com atletas
Portugueses e Brasileiros
▪ Torneio de Golf Portugal-Brasil
▪ Regata Pedro Álvares Cabral
▪ …
Entidades Chave
▪ Federações de Futebol, Vela, Golf e Surf em
ambos os Países (entre outros)
▪ Principais clubes desportivos
3) Desporto
Quando pensamos em desporto naturalmente pensamos em futebol. Será que termos as duas seleções a jogar é um desafio
ao nosso alcance? Penso que sim.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
67
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Mas temos o golf, a vela, o surf e o hipismo que são modalidades com enormes tradições nos dois países e que se podem
inscrever nas iniciativas a estudar.
Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos
Entidades Chave
12
Áreas de atuação prioritárias: Educação
Dar visibilidade ao talento nas novas gerações
Aproximar entidades-chave em ambos os países
Intercâmbio entre melhores alunos dos dois países
Bolsas de mérito
PSI 20 nas principais Universidades Brasileiras
Navio Escola Sagres com jovens Portugueses e Brasileiros
…Ministérios da Educação e Ciência de Portugal e Brasil
Educação
O Ano de Portugal no Brasil será uma grande oportunidade para o estreitar dos laços entre as grandes escolas portuguesas e
brasileiras.
As Universidades dos nossos dois países terão neste ano a ocasião de em conjunto reforçarem parcerias e a sua ligação à socie-
dade civil.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
68
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos
Entidades Chave
13
Áreas de atuação prioritárias: Ciência
▪Partilhar experiências e conhecimentos
▪Mostrar o que de mais avançado existe em
Portugal
▪Bolsas de investigação para projetos conjuntos
▪ Erasmus científico
▪…
▪Ministérios da Educação e Ciência de Portugal
e Brasil
▪Principais institutos científicos em ambos os
Países
Ciência
A oportunidade de estreitar os laços na investigação científica entre os dois países poderá passar por criar um programa “Eras-
mus” para jovens investigadores, cobrindo as mais variadas áreas da ciência ou com um foco especial em algumas em particular.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
69
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos
Entidades Chave
14
Áreas de atuação prioritárias: Tecnologia/Inovação
▪Alavancar o talento e competências-chave de ambos os países
▪Dar a conhecer casos de sucesso Portugueses a instituições brasileiras
▪Prémio Portugal Brasil para a Inovação
▪Mostra de avanços da Nanotecnologia em Portugal
▪…
▪Ministérios da Economia de Portugal e Brasil
▪Principais empresas de tecnologia em ambos os Países
Tecnologia / Inovação
Considero que é ainda razoavelmente desconhecido da maioria dos portugueses o notável sucesso de muitas jovens e mais
maduras empresas portuguesas na área da inovação e da tecnologia.
É um grande desafio levá-las ao Brasil, o que poderá para muitas significar o princípio da sua internacionalização.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
70
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
Outras caraterísticas do programa
15
Grupo alvo
Parcerias e Patrocínios
•Visibilidade a todos os Brasileiros
•Alvos específicos nas áreas temáticas definidas
•Parceria com grande empresa de media Brasileira (cobertura em todos os meios)
•Comité Patrocinadores oficiais
•Patrocínio direto de eventos específicos
Modelo de Organização
•Eventos sob marca única
•Grandes eventos com organização centralizada
•Eventos específicos com organização “local” e monitorização central
Avaliação de sucesso
•Definição de métricas para aferição do sucesso do programa
•Exposição
•Resultados
Para atingir o objetivo de cobertura em todos os meios e em todo o Brasil estamos em contatos com um grande parceiro media
brasileiro, uma peça fundamental para a promoção e sucesso do programa.
Planeamos dois tipos de parceiros:
– Membros do Comité de Patrocinadores oficiais, presentes no advisory board da organização, um grupo selecionado de per-
sonalidades portuguesas e brasileiras;
– Patrocinadores diretos de eventos específicos nas áreas-chave definidas.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
71
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
16
Organização
Conselho Geral Governo Português
Coordenador Geral
Relações com Media
Tecnologia, Inov. e Ciência
Comissário GeralDr. Miguel Horta e Costa
Empresarial / Economia Cultura
Finanças
Parceiro de Media
Gestão de PatrocíniosGestão de Eventos
Grupo selecionado de personalidades
portuguesas e brasileiras
Advisory Board
Instituições relevantes portuguesas e brasileiras (Embaixadas, Câmaras de Comércio, entre outros)
Equipa sediada em Portugal e no Brasil
Educação e Desporto
Estamos a finalizar a estrutura organizativa para o projeto, que conta já com Pedro Soares Oliveira, do Ministério dos Negó-
cios Estrangeiros e Adriano Jordão, para a área da Cultura.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa
72
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72
17
Cronograma
Dez Fev Abr Mai Ago Set
Preparação de eventos específicos
Atividade
Definição do conceito e estrutura de parcerias
Preparação e aprovação do caderno de encargos e macro-objetivos do programa
Negociação de patrocínios a apoios a eventosespecíficos
Preparação da “versão teste” do programa nas suas múltiplas vertentes
Apresentação do conceito do programa a patrocinadores e stakeholders (Portugal e Brasil)
Selecção do parceiro de media
Evento de lançamento (Brasília + SP/RJ)
Estamos neste momento a ultimar a visão geral do projeto e calendário detalhado para sua implementação, que contamos
apresentar ao Governo Português em finais de Fevereiro.
Nas últimas décadas Portugal assistiu a um elevado desenvolvimento das suas capacidades. Aumentamos os nossos centros de
competência. Desenvolvemo-nos em diversas áreas e setores onde somos os principais players a nível mundial.
Essa imagem ainda não chegou ao Brasil com a profundidade que todos ambicionamos.
Esse é o grande desafio para todos nós.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
74 Intervenção do primeiro-ministroPedro Passos coelho
Começo por agradecer ao ministro Paulo Portas o convite para participar nesta edição do Seminário Diplomático.
O senhor ministro já teve ocasião de partilhar convosco as principais prioridades e linhas de força da política externa.
Dizia há dias um líder político estrangeiro que os diplomatas são “provavelmente a moeda mais depreciada da política”. Que
fique claro que para o Governo português não o são.
A carreira diplomática, o quadro diplomático, não configura apenas um corpo especial do Estado.
Ela representa, desde a fundação da nação, uma das nossas mais destacadas linhas da frente, prevendo, protegendo e proje-
tando os interesses superiores do país.
A nossa soberania, tal como hoje a conhecemos, e a nossa presença no mundo, muito deve à ação dos diplomatas.
Temos plena consciência que a segurança política e económica de Portugal passa também pela vossa ação, sobretudo num
contexto de acelerada mutação, onde as tradicionais fronteiras e conceitos de soberania se esbatem numa nova realidade de
crescente interdependência política, económica e social.
Ainda não há muito tempo se dizia que quando os EUA espirravam, a Europa se constipava. Eu diria que agora basta uma
forte gripe na Grécia para que a Europa e o mundo se constipem. É o chamado efeito borboleta, mas causando danos de ele-
fante numa loja de cristais.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
75
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Neste sentido, e perante uma soberania cada vez mais partilhada e reconfigurada, a vossa ação não se cinge apenas ao campo
externo, ganhando uma dimensão interna cada vez mais relevante. Aliás, já não é mais possível dissociar os planos interno e
externo.
A diplomacia económica, que importa acentuar na vossa ação quotidiana, também não se dissocia da diplomacia política. Uma
proximidade política propicia ou deve propiciar uma proximidade económica e vice-versa.
Vivemos tempos de crise e de incerteza económica e financeira sem precedentes no pós-Guerra, à escala global mas sobretudo
à escala europeia.
Raymond Aron, ao rotular o período pós-Segunda Guerra Mundial de “Guerra fria”, dizia que esta se caracterizava por uma
situação de “Guerra improvável, Paz impossível.”
Abusando desta imagem, atrever-me-ia a dizer que a Europa parece viver um período de guerra impossível, devendo contudo
alcançar não apenas a paz provável mas a paz duradoira sustentada na resolução política, económica e financeira da crise por
que atravessa.
São tempos muito difíceis para a Europa, e para Portugal eu diria mesmo tempos de emergência económica e social.
O Governo vai cumprir com determinação e rigor os compromissos assumidos com a União Europeia e o FMI; e vai prosse-
guir reformas estruturais abrangentes e indispensáveis para democratizar a economia, e assim promover o crescimento e refor-
çar a competitividade – envolvendo a fiscalidade, a legislação laboral, a justiça, a administração pública, a regulação, o sector
público empresarial e a valorização do capital humano.
Estou consciente de que este é um desafio muito exigente, que requer um esforço coletivo sem precedentes na história da demo-
cracia portuguesa. Tal como acredito na coragem e na capacidade dos Portugueses, também estou confiante no que respeita à
participação qualificada e profissional da diplomacia portuguesa nesta grande tarefa nacional.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
76
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Encaro assim o suporte diplomático como fundamental para a plena modernização de áreas essenciais, por via das reformas
em curso e em perspetiva.
A proteção e a salvaguarda do interesse nacional no atual contexto de mudança acelerada exigem assim, por seu turno, da
vossa parte, a capacidade de avaliação, muitas vezes quase imediata, do centro dos nossos interesses e uma atitude firme e
determinada na negociação de modo a garantir a proteção desses mesmos interesses.
Mas não nos iludamos. Temos de estar preparados para trilhar um caminho que será longo e difícil, uma verdadeira maratona,
em que não se pode perder de vista o potencial de impacto de fatores externos nem sempre inteiramente previsíveis. Basta olhar
para o passado recente em termos europeus para perceber que não há soluções fáceis e rápidas e que, mais frequentemente
do que teríamos desejado, as soluções possíveis são desafiadas no plano institucional antes ainda de sequer serem executadas.
Na Europa, existe por vezes a sensação de que se caminha de forma lenta e fragmentada, anunciando medidas avulsas de
cimeira em cimeira. Por vezes apetece dizer como Kissinger: “there cannot be a crisis next week; my schedule is already full”.
Mas a verdade é que a União Europeia são 27 estados, 27 democracias. O seu tempo de ação, que se mede em meses, e não
em horas, nem sempre coincide com o tempo dos mercados. O importante no entanto é agir de forma clara, segura e sem
precipitações.
A crise financeira de 2008 alastrou rapidamente ao mercado das dívidas soberanas europeias assentes em défices descontrola-
dos de Estados que viveram acima das suas possibilidades. No caso português, a crise financeira acabou por expor aos olhos
de todos os nossos desequilíbrios económicos e estruturais.
A crise revelou também fragilidades intrínsecas, de ordem sistémica e estrutural, na economia europeia. Completar Maastricht
e Lisboa, reforçando o pilar económico da nossa União Monetária, revelou-se não apenas necessário mas urgente.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
77
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Não se trata apenas de proteger o Euro, que acaba de cumprir a sua primeira década de vida (sendo hoje a segunda moeda
internacional). Trata-se de revigorar o próprio projeto europeu.
Nas várias Cimeiras em que participei foi possível chegar a consenso em matéria de substância e de processo, de que sublinha-
ria: a necessidade de articular medidas estruturais com medidas conjunturais de impacto a curto prazo; o reconhecimento de
que a estabilidade requer mais disciplina e convergência orçamental e económica para alcançar um crescimento mais compe-
titivo, mas também mais solidário; o carácter imperioso do objetivo do equilíbrio orçamental.
É um processo em construção. Participaremos ativamente no processo de negociação – que já se iniciou, envolvendo nesta fase
o próprio Reino Unido – do novo Pacto intergovernamental, salvaguardando o nosso ordenamento constitucional e os direi-
tos de voto.
É com este propósito que procuraremos reforçar, através da inscrição da chamada “regra de ouro” em sede legislativa refor-
çada, os compromissos assumidos quanto ao limite do endividamento, e cumpriremos a obrigação de reduzir a dívida pública
na proporção acordada.
É este o desafio que temos pela frente, o desafio de tornar a Europa mais competitiva, de preferência a 27 mas com abertura
a projetos de cooperação reforçada se necessário. Schengen e a própria moeda única demonstram que é possível aprofundar o
projeto europeu congregando por essa via um máximo de vontades.
Mas não tenhamos ilusões: este aprofundamento implica tornar países como Portugal mais convergentes e competitivos.
O Pacto de Estabilidade e Crescimento reforçado no Direito Europeu e nacional é a resposta que os 27 estabeleceram e que
julgo adequada.
Não se trata de consagrar regras cegas porque a chamada “regra de ouro” comporta a flexibilidade necessária para atender
a recessões ocasionais ou a contingências excecionais. Também não se trata de consagrar regras ideologicamente enviesadas
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
78
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
porque a responsabilidade orçamental não é, ou não deve ser, assunto de direita ou de esquerda. Trata-se até de trazer mais
transparência ao debate público, na medida em que as diferentes propostas dos vários partidos políticos terão de incluir as
necessárias contrapartidas orçamentais, levando mais informação aos eleitores sem com isso descaraterizar os seus diferentes
programas.
Não há crescimento sustentado sem equilíbrio orçamental. E não há equilíbrio orçamental sustentável sem reformas de fundo
e estruturais viradas para o crescimento competitivo e gerador de emprego a nível nacional.
Estas medidas estruturais da União Europeia e da Zona Euro não devem ser vistas de forma dissociada da importante ação
que o BCE tem vindo a desenvolver, no respeito da sua independência e sem requerer revisão dos tratados.
Por vezes os mercados não reagem de forma tão rápida quanto se supõe (ou o ritmo da especulação sugere). O BCE na vés-
pera da Cimeira de dia 9 de Dezembro tomou uma decisão sem precedentes e de grande alcance ao conceder liquidez pratica-
mente ilimitada (ao flexibilizar a elegibilidade de colaterais) ao sistema bancário europeu para três anos (repito três anos!). E
na penúltima semana de Dezembro facultou 500 mil milhões de Euros, a que a banca nacional não deixou aliás de recorrer.
Muito se tem falado da suficiência ou insuficiência do firewall, do temporário Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)
e do permanente Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Mas este firewall também não pode ser visto de forma separada
do imenso poder de fogo que o BCE tem demonstrado.
Também passou quase despercebida a importante decisão tomada no passado dia 9 de Dezembro pelos Chefes de Estado e
do Governo ao mitigar a intervenção do setor privado (PSI) no MEE, através da remissão para o apertado condicionalismo
previsto pelo FMI no que toca a restruturações de dívida, o que reforça a mensagem de que o caso grego é verdadeiramente a
exceção e não a regra.
Noto aliás que o BCE passou a ser o gestor quer do FEEF quer do MEE.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
79
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
A resposta sistémica europeia deve pois ser encontrada nesta articulação pragmática de instrumentos, meios e intervenções.
A construção da resposta de sistema a uma crise de sistema não deve porém levar-nos a uma postura de complacência. A Europa
defronta-se ainda com grandes desafios.
A Europa não pode permanecer assimétrica.
Mais Europa significa mais convergência, macroeconómica, orçamental e financeira. Significa também mais integração, mais
união económica mas também mais união política, assente numa nova disciplina.
Não bastam “acordos de cavalheiros”, como vimos. A palavra dada deve ser vertida em normas claras e consequentes, deve
ser traduzida em Direito. A União Europeia é uma comunidade de direito.
É este o sentido do novo Pacto Orçamental. Acelerar e obrigar a convergência, naturalmente tendo presentes as especificida-
des de cada país.
A solidariedade deve assentar em responsabilidade. E temos uma responsabilidade nacional a cumprir. Ninguém fará por nós
o que só a nós compete.
Mas este novo Pacto deve pressupor o aprofundamento do mercado único. Daí que se preveja a sua integração nos Tratados,
bem como o reforço do papel das instituições europeias e do método comunitário, que defende o interesse geral da União e
promove o “bem público europeu”.
A questão da legitimidade democrática tem sido suscitada por vários quadrantes políticos.
Sejamos claros: a legitimidade democrática deve assentar no princípio da igualdade entre Estados mas deve também residir
numa nova partilha de soberanias à escala europeia, assim como no primado do Direito e na continuada proteção das liber-
dades e das garantias.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
80
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
A Europa será sempre uma comunidade de democracias. Aliás o Tratado de Lisboa veio confirmar um regime de inclusividade
e interação com os parlamentos nacionais e a atribuir competências colegislativas ao Parlamento Europeu.
A Europa pós Tratado de Lisboa conta com uma dupla legitimidade democrática, nacional e europeia, a par de uma partilha
alargada de soberanias.
A resposta europeia à crise global passa por esta realidade dual.
E passa por mais mercado interno e mais convergência política na ação externa e de defesa da União.
Portugal deve permanecer na linha da frente nestes domínios, pois os interesses nacionais assim o exigem.
Nas atuais circunstâncias, julgo correto afirmar que nunca Portugal dependeu tanto da Europa como agora e nunca a Europa
dependeu tanto do esforço de reformas estruturais em países como em Portugal. Neste sentido, o interesse nacional confunde-
-se hoje cada vez mais com o interesse coletivo europeu.
Não alimentamos dúvidas retóricas sobre o êxito ou o fracasso do projeto europeu. Sabemos que a resposta tem de ser mais
Europa.
E mais Europa significa ultrapassar as vulnerabilidades endógenas do projecto europeu, concebido num ciclo de prosperidade
e que, ao contrário do que terá sido pensado, não se revelou perene.
É pois na Europa que também se joga o futuro de Portugal. Daí a prioridade que atribuí desde a primeira hora ao esforço e
ao papel de Portugal no concerto europeu.
Com pragmatismo e realismo, mas sem ceder em questões que radicam da nossa ordem política constitucional.
À escala global, já não há potências na Europa, embora alguns países talvez ainda não se tenham apercebido disso devidamente.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
81
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
As projeções são claras: em 2050 não haverá nenhum país europeu entre as seis maiores economias mundiais. Mas a UE estará
entre as três maiores…
Para negociar com potências emergentes como a China e a Índia, a unidade europeia torna-se indispensável.
Portugal deve contribuir proativamente para essa unidade.
Neste sentido, deveremos também aproveitar a participação dos portugueses no Serviço Europeu de Ação Externa, alguns dos
quais ocupam postos-chave como Washington, Brasília, Nova Deli e Kiev.
Por vezes esquecemos que a Europa é, a todos os títulos, a potência emergente por excelência nas últimas décadas.
Nunca a Europa teve tanto poder, sendo o primeiro parceiro comercial e o primeiro doador.
É também a economia social de mercado mais avançada, o maior mercado interno do mundo e o espaço onde os direitos e
liberdades fundamentais estão mais desenvolvidos.
(Tudo isto com 500 milhões de habitantes e com países ainda muito díspares.)
A Europa, ou reforça estas suas características, estes seus atributos, ou perde relevância.
Para isso a abertura aos mercados é indispensável.
Retroceder para a Europa das nações ou estabelecer a fortaleza europeia em termos de protecionismo comercial não seria ape-
nas andar para trás. Seria desaparecer do atual mapa geoestratégico e geo-económico.
Resta-nos pois progredir. Não são apenas os mercados que o pedem. São os nossos parceiros por esse mundo fora.
Destacaria ainda uma outra frente de negociação em 2012, que se antevê extremamente exigente e que é de crucial importância
para Portugal: a negociação do Quadro Financeiro Plurianual da UE para o período 2014-2020. Devemos encarar e negociar
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
82
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
esse quadro de perspetivas financeiras europeias, também na medida do que envolve de perspetivas financeiras para o nosso
país.
Interessa-nos, desde logo, influenciar a definição das prioridades políticas da UE e aí a Política de Coesão é a nossa primeira
prioridade, na medida em que poderá apoiar decisivamente as reformas estruturais e o programa de ajustamento da nossa eco-
nomia. Mas, numa negociação das políticas e instrumentos que será global, temos outros interesses fundamentais a defender
habilmente.
Se muito se pede aos diplomatas que estão na Europa, não menos se pede aos que se encontram fora dela.
Portugal depara-se com um desafio verdadeiramente determinante para o seu futuro: ser simultaneamente um modelo de inte-
gração (europeia) e um modelo de abertura (ao Mundo). É este o desafio que temos pela frente e a que devemos responder
desde já, lançando as bases para uma ação externa sustentável, com objetivos claros.
Com efeito, se o nosso espaço de inserção económico-financeira se joga cada vez mais no contexto europeu, já a nossa relevân-
cia enquanto país se estabelece e radica, também cada vez mais, nas nossas especificidades de relacionamento extraeuropeu,
que devemos aprofundar com um novo sentido de urgência e uma visão de longo prazo.
Portugal é um país do seu tempo. Somos claramente um país europeu, mas também somos decididamente um país atlântico e
de vocação verdadeiramente global.
No quadro extraeuropeu, importa pois consolidar uma perspetiva primordialmente ofensiva na defesa e projeção dos nossos
interesses, em detrimento de uma lógica reativa ou defensiva.
Daí a importância da vertente Económica da Diplomacia ou da designada Diplomacia Económica.
O Governo tomou um conjunto de medidas destinadas a facilitar a absorção deste objetivo por parte dos poderes públicos, a
promover uma maior integração de conhecimento entre o sector público e sector privado.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
83
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
A criação do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia é disso um exemplo, assim como a transferência – cla-
rificadora de competências e fortalecedora do papel da rede diplomática – da tutela da AICEP para o senhor ministro de Estado
e dos Negócios Estrangeiros. Pela primeira vez um diplomata, exercerá funções executivas neste instrumento estratégico.
A ação diplomática integrada no apoio à internacionalização da economia portuguesa deve ser um eixo prioritário da vossa
ação.
O reforço do vosso conhecimento do ambiente de negócios local, o muitas vezes necessário enquadramento político-económico
e até das práticas, dos usos e costumes, o acompanhamento hábil e interessado de um projeto de investimento, a facilitação
de contatos entre potenciais parceiros de negócios que possam viabilizar a entrada das empresas portuguesas nos respetivos
mercados, podem ser determinantes do êxito ou do fracasso de um projeto.
Sei que a diplomacia económica não é nova para nenhum de vós, que há muito faz parte do trabalho que, com dedicação e
empenho, desenvolvem em Lisboa e no estrangeiro. Mas quero sublinhar que a sua prioridade foi reforçada. Não se trata de
um ciclo temporário de interesse. Esse é e será um interesse prioritário e perene; esse é o caminho do futuro, um caminho a
trilhar ofensivamente.
Este interesse prioritário na diplomacia económica deve acompanhar uma redefinição do interesse estratégico nacional no sen-
tido de reposicionar mais favoravelmente a economia portuguesa nas grandes redes económicas mundiais.
Os principais fatores de crescimento e emprego nas atuais circunstâncias são conhecidos: as exportações e a atração do investi-
mento externo. E aqui importa privilegiar o espaço extraeuropeu por razões óbvias relacionadas não só com o abrandamento
económico na Europa mas com o atual e previsível ciclo económico global.
Mas não bastam as exportações e o investimento externo.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
84
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Precisamos de internacionalizar a nossa economia, abri-la ao mundo. Pretendemos não só uma economia mais aberta mas
também mais competitiva, com mais inovação e empreendedorismo, com o reforço da capacidade produtiva e exportadora.
Precisamos de projetar não apenas as grandes empresas, incluindo do sector financeiro, mas também as pequenas e médias,
numa lógica de coligação empresarial e cruzamento de interesses. A união faz a força.
Faço pois apelo ao reforço de uma estratégia ativa de promoção internacional de Portugal, junto dos vossos interlocutores nos
meios políticos, financeiro, económico-empresariais, sociedade civil, comunidade portuguesa, com mensagens credíveis, posi-
tivas e geradoras de confiança sobre o rumo que está a ser seguido.
Devemos ainda olhar, na iminência da adesão da Croácia, para os países do alargamento de forma inovadora, procurando
desde já identificar mercados e oportunidades. O mesmo se diga a respeito da Rússia, cada vez mais defrontada com dilemas
estratégicos que fazem da Europa um destino mais do que natural.
Considero a Lusofonia um quadro estratégico económico emergente no mundo global que devemos explorar com renovado
empenho e visão de longo prazo.
Constituída por apenas oito países, a CPLP está presente em quase todos os continentes e Oceanos (América, África, Europa,
Ásia-Oceânia; Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico). Em termos de organização internacional é simultaneamente pequena e
para-global.
Neste sentido, devemos olhar para a CPLP e cada um dos países que a integra, como a nossa Comunidade emergente à escala
global, com mais de 230 milhões de cidadãos que se expressam em português.
Importa hoje mais do que nunca aprofundar o entrosamento dos nossos interesses económicos com parceiros “atlânticos”,
como o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé, e com o parceiro do Índico, Moçambique, e do Pacífico, Timor.
É esta plataforma para-global que devemos potenciar.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
85
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Acresce que a Língua Portuguesa se encontra em situação de consolidação, de crescimento e de afirmação internacional, ocu-
pando atualmente o terceiro lugar das línguas universais de origem europeia, sendo, porém, maioritariamente falada fora da
Europa.
A CPLP integra o BRIC mais ocidental, e nesse sentido mais “europeu” (o Brasil) bem como as economias que mais crescem,
países maioritariamente ricos em recursos naturais mas que vêm acumulando também massa cinzenta e conhecimento.
Portugal tem capital humano, know-how, acesso a mercados. Tem pequenas, médias e grandes empresas prontas a estabelecer-
-se, não apenas em termos comerciais, mas também em termos de prestar contributo ao desenvolvimento económico e social
dos nossos parceiros.
Somos sem dúvida um parceiro ideal para o desenvolvimento dos PALOP e Timor, mas também um parceiro preferencial para
economias mais desenvolvidas como o Brasil.
Não foi por acaso que as duas primeiras visitas bilaterais que realizei ao espaço extraeuropeu tenham sido precisamente ao
Brasil e Angola, onde se abordou não uma parceria estratégica, mas uma aliança política, económica, empresarial, comercial
e cultural.
Olhando para o Atlântico, para a nossa inserção geográfica, e para as nossas plataformas continentais e zonas económicas
exclusivas, para a crescente economia do Mar, a lusofonia representa mais de um terço do Atlântico, e esse terço é central para
os nossos interesses partilhados.
Este é o novo triângulo estratégico que pode dotar todos os países da CPLP, também no Índico e no Pacífico, de uma nova
dinâmica enquanto ator político e económico, reforçando o papel de cada um dos nossos países nas respetivas comunidades
regionais.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
86
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Se a CPLP foi uma opção política em 1996 em torno da língua e cultura, a CPLP deve tornar-se agora numa necessária opção
estratégica e numa opção mutuamente ganhadora, em termos económicos e geopolíticos, no século xxi.
Em suma, a CPLP pode ter a sua Primavera estratégica global.
Se o nosso eixo lusófono e o seu motor atlântico se afiguram cada vez mais importantes na nossa ação externa, tal não nos
deverá distrair da prioridade consolidada que constitui a nossa relação com o Atlântico Norte, particularmente os EUA.
Portugal é e deverá continuar a ser uma ponte euro‑atlântica para o desenvolvimento económico, a paz e a segurança
A valorização das nossas excelentes relações com o nosso aliado americano representa não só um imperativo nacional, mas
sobretudo, nas atuais circunstâncias, um enorme desafio de renovação e fortalecimento.
Estamos cientes dos tempos históricos por que atravessam os nossos aliados americanos, dos constrangimentos económicos e
orçamentais sem precedentes, da reflexão em curso sobre a sua presença militar no mundo, da atenção crescente virada para
Asia-Pacífico, tudo isto em ano de eleições.
É um facto que a Europa e Portugal não são um problema ou uma ameaça para os EUA e que uma definição de prioridades
em termos negativos não ajuda certamente a uma correta perceção das atuais realidades geoestratégicas.
Mas podemos e devemos (proactivamente) contribuir para aquela perceção. Portugal não é um aliado conjuntural, ou de opor-
tunidade. Não é apenas aliado por estar no Conselho de Segurança até ao final deste ano.
Daí que a intensificação da nossa aliança no quadro do acordo de cooperação e defesa seja um imperativo de valor acrescen-
tado em termos de custo benefício. E essa cooperação ganha em alargar-se a novos domínios, como o da Ciência e Inovação,
ou a economia do mar.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
87
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
É também no eixo euro-atlântico que devemos procurar inspiração no quadro da NATO, maximizando as oportunidades cria-
das com a aprovação, em Lisboa, do novo conceito estratégico.
Estamos perante um novo paradigma que a crise financeira veio acelerar, em que, por um lado, os EUA consideram que já não
lhes cabe assumir a principal fatia do chamado esforço de guerra, e, em que, por outro, os membros da União Europeia veem
os seus limitados orçamentos de defesa reduzirem-se progressivamente.
A Líbia deve obrigar-nos a uma reflexão.
Quer a smart defense quer o pooling and sharing devem configurar duas caras da mesma moeda. Quer a NATO, quer a UE,
precisam de parcerias sólidas e previsíveis com outros contribuintes militares e políticos.
Em síntese, o fomento de sinergias e complementaridades a nível de segurança e defesa não é um chavão mas uma necessidade
que nos obriga a pensar de forma criativa.
Portugal, no esforço coletivo de segurança e defesa e enquanto aliado credível e solidário, irá manter as suas responsabilidades
operacionais não obstante os atuais constrangimentos.
Permitam-me uma breve palavra sobre a ONU, onde a nossa atuação tem permitido reafirmar a centralidade da ONU e do
sistema das Nações Unidas.
Assinalo a importância das iniciativas em áreas como “Os Novos Desafios à Segurança” e a “Proteção de Civis em Conflitos
Armados”, bem como os debates sobre os métodos de trabalho do Conselho.
Portugal tem saído reforçado deste exercício, que tem envolvido intensas consultas sobre crises regionais, quer sobre a Líbia (a
cujo Comité de Sanções presidimos num momento crucial), sobre o medio Oriente, ou sobre missões em países que importam
para Portugal, como a Guiné ou Timor.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
88
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Penso que este excelente desempenho poderá reforçar a nossa candidatura ao Conselho de Direitos Humanos (2015-17).
Falei a propósito da CPLP como uma possível primavera estratégica.
Mas devemos olhar também para outras primaveras ou emergências, como a ocorrida no mundo árabe.
Existe um mundo de oportunidades na vizinhança a Sul e não podemos deixar de explorar a primavera das nossas relações
com o Mundo Árabe.
Após a queda do muro de Berlim e o 11 de Setembro, esta será a mudança mais significativa a nível geoestratégico.
Temos de nos adaptar, respeitando a escolha livre e democrática dos povos da região, e apreender as diversas facetas do Islão
político.
Estamos ainda numa fase de transição de desfecho ainda incerto quanto ao maior país árabe, o Egipto.
Mas devemos olhar proactivamente para a estratégia que a Europa e o G8 traçaram, particularmente para a Parceria para a
Democracia e a Prosperidade Partilhada que a Comissão europeia apresentou em Maio.
Esta oferta de apoio europeu, e seus diversos financiamentos, encerrará certamente oportunidades para as nossas empresas,
nomeadamente no que respeita à capacitação local em termos de formação profissional, e de modernização do Estado e da
economia.
Claro está que é neste momento, que qualifico de transformação profunda, diria revolucionária, que Portugal deve fazer valer
a sua proximidade política e histórica, a sua própria experiência de transição democrática, as suas relações especiais forjadas
ao longo dos últimos anos, com Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
89
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Neste contexto de transformação, interessa-nos desenvolver o diálogo e a cooperação com a Liga Árabe, onde Portugal é um
dos poucos países europeus que beneficiam do estatuto de observador. Será igualmente importante apoiar o relançamento da
União para o Mediterrâneo e do Fórum “5+5”.
Também não podemos deixar de explorar uma nova era de cooperação com o Golfo, com novas Embaixadas nos Emiratos e
agora no Qatar. O cruzamento de interesses económicos e financeiros joga aqui um papel crucial.
Quanto ao processo de paz do Médio Oriente, a nossa posição, como tive a oportunidade de transmitir quer a Abbas, quer a
Netanyahu, consiste em privilegiar, no quadro europeu, e por esta via no quarteto, o reatamento de negociações diretas.
Consiste em fazer ver que as transformações regionais, não só no Egito mas também a evolução da Síria, do Irão, e noutros
países da região, desaconselham vivamente o status quo e que políticas que levem na prática ao enfraquecimento quer dos EUA
quer da UE, os negociadores de relevo, redundarão a prazo num novo ciclo de conflito.
Uma breve palavra para sublinhar a importância do reforço das nossas relações com a Turquia, que joga um papel crescente
nas transformações em curso, e que representa para Portugal uma interessante oportunidade económico-comercial tendo em
conta as potencialidades do mercado turco e a ligação à região do Cáucaso e a Ásia Central.
Gostaria também de deixar uma palavra sobre os nossos interesses emergentes na Ásia.
Na Ásia joga-se hoje, para muitos, o futuro. É uma região de relevância central, onde estão em curso mutações profundas com
consequências de grande alcance.
A China impõe-se crescentemente no papel de uma poderosa locomotiva com taxas de crescimento impressionantes e com um
mercado de 1300 milhões de efetivos e potenciais consumidores.
É, sem dúvida, a grande potência emergente da região mas com um protagonismo que se projeta já a nível global.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
90
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Na senda da China surgem outras economias emergentes entre as quais se destaca a da Índia seguida de perto pela da Malásia,
da Tailândia, da Indonésia e de Singapura.
Devemos ainda ter um novo olhar sobre as potências asiáticas do tradicional arco ocidental, procurando desde já explorar
oportunidades que poderão vir a ser cruciais no quadro do acordo de comércio livre com a União Europeia já em vigor com
a Coreia do Sul e em negociação com o Japão.
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio, o mercado asiático representa hoje 1/3 do comércio mundial de mer-
cadorias. Em 2011, a China foi o primeiro exportador mundial e o segundo importador. A China – juntamente com os EUA e
a Alemanha – representa cerca de 28% de todo o comércio mundial de mercadorias.
Mas mesmo retirando a China da equação, os países asiáticos estão hoje fortemente representados no ranking mundial por
exportações (com o Japão no 4º lugar, Singapura no 12º e a Índia no 17º.
O dinamismo económico da região torna-se ainda mais patente se olharmos para o ranking mundial dos países por cresci-
mento do seu PIB.
Nessa perspetiva, verificamos que as principais “equipas” neste “mundial” são as asiáticas.
No plano político, a afirmação crescente da China tem funcionado como agente catalisador na região. Tem espoletado a busca
de realinhamentos geoestratégicos e novos equilíbrios de forças. Os movimentos tectónicos em curso estimulam, por sua vez,
dinâmicas novas e agravam contenciosos latentes. A competição pelos recursos energéticos e pelo domínio das vias marítimas
são disso exemplo e envolvem quase todos os países da região.
Perante uma Ásia emergente – em plena metamorfose – como deverá agir Portugal? Quais são as nossas mais-valias? Como é
que nos deveremos inserir de forma vantajosa neste espaço simultaneamente antigo e moderno?
A meu ver, Portugal beneficia de diversas vantagens:
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
91
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
a) primeiro que tudo, a sua credibilidade. Resulta do peso da ancestralidade da sua presença e da sua tradição de tolerância,
de diálogo, da sua vocação cosmopolita e de uma agenda sem interesses escondidos. São esses os fatores que sempre represen-
taram um elemento diferenciador positivo face a outras potências europeias que depois de nós vieram;
b) em segundo lugar, o seu património histórico e cultural. Portugal é perspetivado pelos asiáticos como uma referência cultu-
ral – o encetar de uma nova fase histórica. A herança cultural é enorme não só em termos patrimoniais e arquitetónicos mas
também artístico e linguístico;
c) em terceiro lugar, Portugal detém uma importante rede de relacionamentos especiais, sem paralelo com outros países da
nossa dimensão, que abarca, verdadeiramente, todo o globo. É uma porta para a globalização para a esmagadora maioria dos
países asiáticos que apostam na diversificação das suas relações.
Mas Portugal deverá encarar friamente que a antiguidade da sua presença arrisca-se a não ser mais do que isso. Constata-se
hoje um desconhecimento geral do Portugal moderno pelos agentes asiáticos. Simultaneamente, Portugal revela uma penetra-
ção comercial reduzida naqueles países.
Torna-se pois necessário dar o “salto para a modernidade” aos olhos dos agentes asiáticos. E, para esse efeito, é na Ásia que a
diplomacia económica pode – e deve – ter um papel ainda mais determinante.
O objetivo tem de ser, acima de tudo, fortalecer a nossa visibilidade e dar a conhecer o Portugal de hoje.
Alguns países asiáticos merecem aqui uma breve referência individualizada.
Começaria pela China pois representa um desafio particular pela sua dimensão e pela existência de constrangimentos legais e
factuais. Será necessário um trabalho de concertação entre agentes empresariais devidamente apoiados pelo estímulo político.
Pequim é hoje uma presença económica em Portugal, agora reforçada através da sua entrada na EDP.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
92
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Esta participação chinesa irá trazer importantes apoios à expansão dos seus projetos industriais bem como um programa de
investimentos em Portugal no âmbito das energias renováveis. Mas deve servir também para uma maior penetração das empre-
sas portuguesas na China.
A Índia é outro mercado no qual devemos aprofundar os nossos interesses. Trata-se de um país com a 2ª maior população do
Mundo e, depois da China, o outro polo de crescimento na região. Também aqui o Acordo de Comércio Livre com a UE deve
levar-nos a um exercício de marcação do terreno.
A América Latina, para além do Brasil, configura hoje um outro espaço de oportunidades.
Temos que saber retirar consequências da realidade dos factos: é na América Latina, tal como em África e na Ásia, que estão
atualmente os países com maiores índices e potencial de crescimento. Tudo aponta para que esta seja uma grande década para
a América Latina.
A América Latina é hoje uma das regiões mais dinâmicas do mundo. Apresenta elevados índices de crescimento económico,
uma população jovem e uma cultura vibrante.
Há previsões que indicam que, em 2020, haverá ao todo oito países com um rendimento per capita equiparável à média dos
desenvolvidos.
Essas previsões estão atentas à forma como as necessidades crescentes de outras áreas do globo, em rápida expansão, têm
impactado sobre as economias latino-americanas dando-lhes um impulso acrescido.
Pelas múltiplas oportunidades existentes a região é uma prioridade da nossa política externa.
Para além do Brasil – líder incontestado na região – os interesses de Portugal espalham-se por um conjunto de outros países.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho
93
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 74 - 93
Nesse quadro, será de destacar o México – atualmente o nosso 4º maior importador fora da UE. Mas também outros, como o Chile,
a Colômbia, a Venezuela e o Peru, com quem pretendemos prosseguir o aprofundamento das nossas relações e do nosso investimento.
São, também, motores relevantes de inovação e de mobilidade profissional e académica, geradores de verdadeiras sinergias que
transcendam as meras abordagens segmentadas.
As empresas portuguesas têm vindo a aumentar de forma significativa os seus investimentos naquela região e, reciprocamente,
Portugal tem-se afirmado como um destino de eleição para as companhias latino-americanas.
A atual crise financeira tende a fazer com que a oferta de oportunidades esteja a pender a favor dos latino-americanos. Com-
pete-nos (a nós) explorar esse potencial, cientes da proximidade das nossas relações procurando colher benefícios para as nos-
sas empresas e – de forma mais lata – para a nossa agenda de crescimento económico e o emprego.
Concluo com uma palavra de encorajamento para todos, no sentido de fazer do atual momento de crise também uma oportu-
nidade para trilhar novos caminhos, para explorar novas primaveras.
Diz o ditado popular que a necessidade aguça o engenho. Portugal vai também ultrapassar este momento de emergência socioeconómica
através do seu esforço e do seu engenho, fortalecendo antigas alianças e estabelecendo novas alianças com novos parceiros.
Portugal fortaleceu-se sempre que se abriu ao exterior. Somos um país de múltiplas vocações, na Europa e fora dela.
Um Portugal mais presente e ativo na Europa e um Portugal mais presente, ativo e aberto ao Mundo são as duas facetas – que
se reforçam mutuamente – do desafio estratégico que temos pela frente.
O futuro de Portugal no Século xxi passa pela nossa resposta a este desafio. Os diplomatas são, neste aspeto, a moeda crucial
que nunca será depreciada pelo Governo que chefio.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
95 Intervenção do ministro de Estado e dos negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Je voudrais d’abord vous remercier, Monsieur le Ministre, de votre invitation et de la chaleur de votre accueil. C’est un grand
honneur pour moi de pouvoir m’exprimer devant vous aujourd’hui, à l’occasion de votre rencontre annuelle. Je sais la qualité
des relations qu’entretiennent les diplomates français et portugais dans tous les pays où nous avons les uns et les autres des
ambassades. Je connais et j’apprécie la tradition francophone de la diplomatie portugaise. Et je tiens à vous dire combien le
dialogue avec mon homologue, M. Paulo Portas, est pour moi une source d’enrichissement et pour nos diplomaties l’occasion
de construire ensemble des positions utiles à nos intérêts, à ceux de l’Europe, et pourquoi pas au monde.
A l’aube de cette année, je voudrais également vous présenter mes vœux les plus sincères, pour vous-mêmes et pour vos familles.
Qu’il s’agisse de la crise de la dette européenne, du succès des transitions démocratiques dans le monde arabe ou encore de la
construction d’un monde plus équilibré et plus juste, 2012 sera une nouvelle année de bouleversements et de renouvellement.
Pour relever ces défis, la France et le Portugal doivent unir leurs forces.
Notre relation, fruit d’une longue histoire commune, est une relation d’amitié et de confiance.
Cette amitié s’appuie sur le partage d’une «latinité» qui nous rapproche, mais aussi sur la vision du monde souvent similaire
de deux pays habitués à entretenir des liens sur tous les continents.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
96
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
Elle s’appuie également sur une profonde estime. Je voudrais dire aujourd’hui le soutien que la France apporte aux mesures
courageuses et difficiles décidées par le Portugal pour tenir ses objectifs de redressement budgétaire et de désendettement. Nous
avons confiance dans la capacité du Portugal à tenir sa trajectoire de réduction des déficits, qui accompagne l’effort de solidarité
de 78 milliards d’euros accordé par l’Union européenne et le Fonds monétaire international en 2011. Ce message de confiance
a été confirmé par la troïka Fonds monétaire international / Banque centrale européenne / Commission. C’est ce message qui
compte, bien plus que celui des agences de notation.
Notre amitié s’appuie enfin sur l’engagement que nous partageons au service de la paix, de la liberté et de la démocratie. J’en
veux pour preuve les efforts conjoints de nos deux pays pour favoriser l’émergence d’un vaste espace de stabilité et de sécurité
dans le monde arabe.
Nul n’avait prévu le «printemps arabe», la France pas plus que d’autres pays. Mais mon pays, comme le vôtre, a très vite con-
sidéré que cet élan des peuples vers la liberté était une formidable chance. Il s’est très vite mobilisé pour l’accompagner:
Nous avons appelé la communauté internationale à intervenir en Libye, en application du principe de responsabilité de protéger.
Nous avons proposé notre soutien aux gouvernements engagés dans un processus de transition – je pense à la Tunisie, à l’Egypte
et au Maroc.
Dans le cadre de la présidence française du G8, nous avons lancé le Partenariat de Deauville, pour aider les pays qui mettent
en œuvre des réformes politiques et économiques profondes.
Aujourd’hui, ces efforts commencent à porter leurs fruits:
La Libye s’est libérée et la phase de reconstruction est désormais engagée.
Sous notre impulsion commune avec nos partenaires allemands et britanniques, le Conseil de sécurité a pris des positions fer-
mes sur la situation au Yémen, qui ont conduit les principaux acteurs à s’engager dans le plan de transition.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
97
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
Pour la première fois, des élections libres et démocratiques ont eu lieu en Tunisie, au Maroc et en Egypte. Je sais que ces élec-
tions suscitent des interrogations. Certains se demandent si les valeurs au nom desquels les peuples se sont levés constitueront
bien la base des futurs régimes. D’autres craignent un retour aux errements du passé. Mais nous ne pouvons refuser à des peu-
ples dont la voix a si longtemps été étouffée le droit d’exprimer leurs choix. Nous ne pouvons accréditer l’idée selon laquelle
islam et démocratie seraient incompatibles. Nous ne pouvons admettre que les peuples arabes n’aient d’autre choix que la dic-
tature ou l’extrémisme. Nous devons au contraire nous garder des procès d’intention et laisser aux nouveaux gouvernements,
qui ont été élus pour donner corps aux aspirations des peuples à la liberté et à la démocratie, le temps de faire leurs preuves.
Enfin, le Partenariat de Deauville est désormais pleinement opérationnel. Il constitue un atout majeur au service de l’éducation
et de l’accès à l’emploi, qui sont les meilleures garanties du succès des transitions démocratiques.
Ces efforts, nous devons les poursuivre ensemble.
L’urgence, c’est que le régime syrien mette fin aux exactions odieuses qu’il continue à perpétrer contre son peuple et qui cons-
tituent un véritable crime contre l’humanité. Nous devons tout mettre en oeuvre, avec nos partenaires européens et avec tous
ceux qui le veulent, au premier rang desquels la Ligue arabe, pour aider l’opposition et le peuple syrien à obtenir enfin le res-
pect de leurs droits. Le silence du Conseil de sécurité est inacceptable et nous ne nous y résignons pas.
Nous devons aussi continuer à nous engager en faveur de la reprise des négociations entre Israéliens et Palestiniens. Nous
l’avons fait récemment, quand nous avons répété que la colonisation devait immédiatement cesser, y compris à Jérusalem-Est.
Nous devons également poursuivre nos efforts au sein de l’Union européenne, où nous nous sommes mobilisés pour que la
priorité accordée à la rive sud de la Méditerranée soit maintenue dans le cadre de la rénovation de la politique de voisinage.
Enfin, nous devons continuer à nous engager dans le cadre de l’Union pour la Méditerranée, pour renforcer la solidarité entre
les pays du pourtour méditerranéen autour de réalisations concrètes. La France apprécie le soutien que le Portugal a toujours
apporté à cette initiative, qui renouvelle le projet méditerranéen de l’Union européenne. Un nouveau secrétaire général, le Maro-
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
98
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
cain Youssef Amrani, a pris ses fonctions en juillet dernier à Barcelone. Nous devons appuyer les efforts qu’il a engagés sur des
projets précis: l’autoroute trans-maghrébine, le plan solaire méditerranéen, l’office méditerranéen pour la jeunesse, le soutien
aux sociétés civiles et notamment aux femmes, l’appui au PME, la protection civile, etc.
Notre coordination est d’autant plus essentielle que nous devons aider l’Europe à traverser la crise sans précédent à laquelle
elle est confrontée.
Membre actif de l’Union européenne et de la zone euro, le Portugal sait bien ce que la construction européenne a apporté à nos
peuples: la paix, alors que nous avions connu des siècles de guerre; la démocratie, alors que nous peinions à la construire dans
nos pays; la liberté économique et le progrès social, dans une conception humaniste que nous voulons préserver; la liberté de
circulation des hommes et des femmes, dont le Portugal sait mieux que tout autre combien elle est essentielle.
Aujourd’hui, l’Union européenne est à la croisée des chemins. La conviction du gouvernement français, c’est que si nous
voulons surmonter la crise et garantir la poursuite du projet européen, nous avons besoin de nouveaux sauts d’intégration,
d’approfondissement et de gouvernance. Nous avons besoin de plus d’Europe.
Cela vaut naturellement pour la zone euro. Avec l’Allemagne, nous avons proposé en décembre l’idée d’un nouveau traité sur
l’union économique renforcée. Cette démarche était ouverte à tous. Face à la crise, nous avons en effet besoin de tous ceux
qui, comme le Portugal, ont depuis leur adhésion pleinement joué le jeu d’une intégration européenne accrue, avec la convic-
tion que nous devons avancer sans niveler les ambitions sur celles du moins disant. Le Royaume-Uni a refusé cette approche,
en demandant à amputer le marché intérieur de la régulation des services financiers. Ce n’était pas acceptable. Nous le regret-
tons, mais nous constatons que nous avons été 26 à demander - ou à ne pas nous opposer - à ce que nous allions de l’avant.
Le projet de traité qui a été présenté par Herman van Rompuy est une proposition équilibrée, une bonne base de travail. Nous
plaidons pour qu’il soit finalisé dès que possible en vue du Conseil européen du 30 janvier:
Avec un gouvernement économique pour la zone euro;
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
99
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
Avec un volet de croissance et de convergence;
Et avec des règles de responsabilité budgétaire, ce qu’il est convenu d’appeler la règle d’or d’équilibre budgétaire et les sanc-
tions en cas de non respect de ces règles, sauf majorité qualifiée opposée au Conseil.
Ce traité viendra compléter les éléments de la réponse globale de l’Europe à la crise de la dette, qu’il s’agisse des plans d’aide à
la Grèce, à l’Irlande et au Portugal, de la création du mécanisme de solidarité, des nouvelles règles de gouvernance et d’équilibre
budgétaire, ou du «pacte pour l’euro plus» pour la croissance, la convergence et la compétitivité.
Restent les questions de la Banque centrale européenne et des eurobonds.
Sur la Banque centrale européenne, notre ligne est claire et partagée par Berlin. La Banque centrale est indépendante. Il ne nous
revient pas de dire ce qu’elle doit faire ou ne pas faire. Nous savons pouvoir compter sur elle pour prendre ses responsabilités,
comme elle l’a toujours fait.
Sur les eurobonds, nous devons faire preuve de réalisme. Une mutualisation des dettes des pays de la zone euro ne sera réa-
lisable qu’au terme d’un processus d’intégration économique et budgétaire, pas avant d’avoir établi des règles communes de
désendettement et de retour à l’équilibre budgétaire. Notre objectif commun, c’est de tenir ces engagements de réduction des
déficits pour retrouver ensemble la maîtrise de notre destin, de nos choix et de notre indépendance.
Plus d’Europe, c’est aussi ce dont nous avons besoin pour l’espace Schengen. Il ne s’agit pas de construire une Europe forte-
resse. Il s’agit de construire une Europe qui contrôle effectivement ses frontières extérieures afin de préserver la libre circula-
tion de ses citoyens.
Les crises migratoires de 2011 l’ont montré, notamment à la frontière gréco-turque et à Lampedusa: nous avons besoin d’un
pilotage plus politique, plus clair, plus réactif et plus efficace de l’espace Schengen. C’est le sens des propositions que nous avons
présentées en décembre dernier pour renforcer l’agence Frontex, pour disposer de clauses de sauvegardes en matière de visas
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
100
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
et de rétablissement, dans certains cas précis et encadrés, des contrôles aux frontières intérieures, et pour renforcer le système
d’évaluation Schengen.
Plus d’Europe, c’est enfin ce dont nous avons besoin pour nous affirmer davantage sur la scène internationale. C’est la raison
pour laquelle nous devons dynamiser le Service européen d’action extérieure (SEAE) et utiliser tous les outils du traité de Lis-
bonne, notamment pour faire avancer la politique de sécurité et de défense commune.
Cette politique, 2011 en a montré les limites, notamment en Libye. Mais 2011 a aussi montré l’efficacité des instruments dont
elle dispose. Je pense notamment aux sanctions. Elles ont été décisives pour la chute de Laurent Gbagbo en Côte d’Ivoire. Elles
ont permis à l’Union européenne de faire pression sur la Syrie quand le Conseil de sécurité restait paralysé. Elles sont plus que
jamais nécessaires en Iran, notamment sur le secteur pétrolier et financier, face à la poursuite d’un programme nucléaire dont
il est clair qu’il n’a pas de finalité civile.
Lors du Conseil du 1er décembre dernier, nous avons pu tracer une feuille de route sur la politique de sécurité et de défense
commune. Cela nous a permis de maintenir sur la table l’idée de capacité permanente européenne de planification et de con-
duite d’opérations. Cela nous permet surtout d’avancer sur les opérations et sur les projets concrets de mutualisation et de par-
tage des capacités identifiées par l’Agence européenne de Défense. La France compte sur le Portugal pour soutenir les futures
opérations de politique de sécurité et de défense commune: au Sahel, pour renforcer les capacités régionales de lutte contre Al
Qaida au Maghreb islamique, et dans la Corne de l’Afrique, pour renforcer les capacités maritimes régionales de lutte contre
la piraterie, en appui de l’opération Atalante.
Outre ces trois dossiers, nous avons cette année un défi particulier à relever ensemble: la négociation des prochaines perspec-
tives financières pour 2014/2020. Nous y parviendrons d’autant mieux que le Portugal et la France partagent la même ambi-
tion: faire en sorte que l’Europe ne dépense pas plus, mais mieux.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
101
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
Le budget de l’Union européenne ne peut pas s’exonérer des efforts de maîtrise budgétaire engagés par les Etats membres. Dans
cet esprit, la Commission a proposé une stabilisation des dépenses de la Politique agricole commune au niveau de 2013. C’est
pour nous un minimum. L’essentiel de l’effort de stabilisation ne saurait porter sur la seule Politique agricole commune.
Sur les ressources, nous devrons travailler à un système moins complexe que les rabais empilés. La France souhaite notamment
que nous avancions sur la directive présentée en septembre dernier pour créer une taxe sur les transactions financières, dont
une partie pourrait être affectée au budget communautaire.
Cette Europe plus intégrée, plus unie et plus forte que nous appelons de nos vœux est indispensable. Dans un monde désormais
multipolaire, elle doit trouver toute sa place aux côtés des nouvelles puissances qui s’affirment chaque jour davantage.
Le Portugal est bien placé pour le savoir, lui qui dispose avec la lusophonie d’un espace de solidarité intercontinental très com-
parable à ce qu’est la francophonie pour la France et l’hispanité pour l’Espagne. Nous savons la richesse et la diversité du
monde. Nous savons que notre avenir se jouera aussi sur les autres continents.
Je pense d’abord à l’Afrique, qui comptera demain un quart de l’humanité et qui est aujourd’hui devenue un acteur global sur
la scène internationale.
Nous le savons tous, le continent africain est confronté à des défis majeurs:
Défi de la démocratie – des progrès significatifs on été réalisés en 2011, en Côte d’Ivoire, au Sud-Soudan, au Niger, en Guinée
ou à Madagascar, mais l’année 2012 sera également marquée par des échéances déterminantes, au premier rang desquelles les
élections au Sénégal.
Défi de la progression de l’Etat de droit – je voudrais saluer le projet engagé par les pays européens pour accompagner les auto-
rités de Guinée Bissau dans la réforme de leur système de sécurité. Les événements qui se sont produits à Bissau fin décembre
montrent que ces efforts doivent être poursuivis.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
102
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
Défi de la sécurité – je pense au terrorisme, à la piraterie et aux trafics en tout genre, notamment celui de la drogue en Afrique de
l’ouest, face auxquels l’Union européenne est pleinement mobilisée, en étroite coordination avec les pays des régions concernés.
Défi du développement – en 2010, sous présidence française, les pays membres du G20 n’ont pas ménagé leurs efforts pour
lutter contre la famine dans la corne de l’Afrique et aider le continent africain à avancer vers les objectifs du millénaire pour
le développement
Défi écologique, enfin, sur un continent particulièrement menacé par le réchauffement climatique et la désertification.
Pour aider l’Afrique à relever ces défis, la France est déterminée à travailler avec l’ensemble des pays africains: les pays fran-
cophones, bien sûr, auxquels nous unit une relation ancienne et profonde, mais aussi les puissances émergentes du continent,
comme le Nigéria, l’Afrique du Sud, l’Ethiopie - je me suis rendu dans ces 3 pays en 2010 - ou encore l’Angola.
La France est également déterminée à soutenir les efforts d’intégration du continent africain. Je pense avant tout à l’Union afri-
caine, qui s’est affirmée en moins de 10 ans comme un acteur incontournable et symbolise aujourd’hui la diversité, la force et
la richesse de l’Afrique. C’est la raison pour laquelle, comme le Portugal, nous sommes attachés au respect du multilinguisme,
dans cette enceinte comme au sein des autres organisations régionales. Nous avons exprimé notre tristesse lors de la récente
disparition de Césaria Évora, dont l’œuvre contribue au rayonnement de la lusophonie partout dans le monde.
Pour relever les défis auxquels elle est confrontée, l’Afrique doit aussi s’exprimer pleinement au sein de la gouvernance mondiale.
Nous l’avons vu au sommet de Cannes: le continent africain occupe aujourd’hui toute sa place au sein du G20. Nous avons
en effet veillé à ce qu’il soit représenté dans toute sa diversité: à travers l’Afrique du Sud, membre permanent, symbole de
l’émergence, à travers la présidence en exercice de l’Union africaine et à travers l’Ethiopie, qui préside le comité d’organisation
du Nouveau partenariat pour le développement de l’Afrique et porte la voix des pays les plus pauvres.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
103
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
L’Afrique doit également trouver toute sa place au sein du Conseil de Sécurité des Nations Unies. Bien sûr, avec trois membres
non permanents, le continent n’en est pas absent. Mais le Conseil de Securité, créé en 1945 et réformé pour la dernière fois en
1963, doit mieux refléter la réalité du monde d’aujourd’hui. C’est la raison pour laquelle la France plaide pour son élargisse-
ment, et notamment pour l’attribution de nouveaux sièges à l’Afrique, dans les deux catégories de membres.
Enfin, l’Afrique doit pouvoir trouver toute sa place dans la nouvelle gouvernance mondiale de l’environnement que la France
appelle de ses vœux. La conférence de Rio + 20 nous permettra de franchir une étape majeure en ce sens, avec la création d’une
organisation mondiale de l’environnement, située à Nairobi.
Dans le monde multipolaire qui se dessine sous nos yeux, les pays émergents doivent aussi pouvoir pleinement jouer leur rôle.
L’émergence est une réalité incontournable: aujourd’hui, 2 des 3 plus grandes économies mondiales sont asiatiques, le Brésil
se classe au 7e rang et l’ensemble de l’Amérique latine connaît depuis 10 ans une croissance soutenue d’environ 6% par an.
Nous ne pouvons nier que ce phénomène bouscule nos acquis. Mais trop souvent, l’émergence est perçue comme un danger
pour l’Europe. Trop souvent, l’opinion publique se laisse séduire par les sirènes du déclinisme. Les récents débats sur la con-
tribution de la Chine à la résolution de la crise de la zone euro en sont la meilleure illustration. Contrairement aux idées qui
circulent parfois dans les médias, la participation chinoise à la stabilisation financière de la zone euro n’est pas le fruit d’une
stratégie prédatrice. Elle est le reflet d’interdépendances croissantes. Si la Chine s’engage, c’est parce qu’il est dans son intérêt
bien compris de contribuer à la prospérité de son premier partenaire commercial.
La réalité, en effet, c’est que l’émergence représente avant tout la sortie de la misère pour des centaines de millions d’êtres
humains. Elle constitue une opportunité sans précédent pour nos économies: l’opportunité d’accéder à des marchés potentiels
de plusieurs centaines de millions de consommateurs, l’opportunité de trouver de nouveaux terrains d’investissements et de
nouveaux viviers de coopération scientifique et intellectuelle, l’opportunité de développer un dialogue d’égal à égal entre les
civilisations, meilleur rempart contre l’extrémisme et le repli sur soi.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
104
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
Ces opportunités, nous devons les saisir. Nous devons construire avec les pays émergents une relation équilibrée et responsa-
ble qui profite à tous.
Une relation équilibrée, cela suppose de repenser les rapports entre les émergents et l’Europe. Face à la Chine, l’Inde ou le Bré-
sil, l’Union européenne avance trop souvent en ordre divisé. Ne nous y trompons pas, si nous voulons être crédibles, c’est bien
à l’échelle européenne que doit être conçu notre dialogue avec ces pays. Notre priorité, c’est de nous entendre sur nos objectifs
et nos stratégies.
Au cœur de ces stratégies, nous devons placer le principe de réciprocité. Je pense en particulier aux accords de libre-échange
que nous négocions avec les pays émergents et dans lesquels le respect de règles partagées par tous est essentiel, notamment en
matière d’accès aux marchés publics et de respect de la propriété intellectuelle.
Nous devons aussi relever le défi que l’émergence lance à nos propres modèles et conduire en interne les réformes nécessai-
res pour renforcer notre compétitivité. Plus que jamais, une politique industrielle déterminée et des investissements massifs en
recherche et développement s’imposent.
Une relation responsable, cela suppose d’accepter de donner aux émergents la place qui leur revient dans la gouvernance mon-
diale, tout en les encourageant à prendre leurs responsabilités.
La France s’est fortement engagée pour faire évoluer le système international hérité de 1945 et permettre aux pays émergents de
s’y impliquer davantage. Je pense à la création du G20, à l’appui sans ambigüité que nous apportons à l’élargissement du Con-
seil de sécurité des Nations Unies et à notre position ouverte sur la réforme des droits de vote au Fonds monétaire international.
Dans ces enceintes rénovées, nous ne cherchons pas à imposer nos valeurs et nos intérêts, au risque de passer pour des don-
neurs de leçons. Nous cherchons à convaincre que face à défis globaux comme le développement durable, la protection de
l’environnement et le réchauffement climatique, nous devons conjuguer nos efforts. Nous avons pour cela une réelle légitimité.
En Europe, nous avons su construire un modèle coopératif qui a assuré à notre continent une paix et une prospérité sans précé-
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ
105
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 95 - 105
dent dans l’histoire du monde. A nous de faire rayonner ce modèle. Notre politique culturelle est à cet égard un atout majeur.
Elle démontre que la mondialisation n’est pas synonyme d’uniformisation. Elle contribue au débat d’idées qui agite les pays
émergents. Elle doit également à attirer en Europe les étudiants et les chercheurs de ces pays et nous aider à resserrer les liens
entre nos peuples.
Patrie de navigateurs, d’explorateurs et de voyageurs, le Portugal a toujours été une terre d’audace, de modernité et d’ouverture
au monde. Depuis son adhésion à la Communauté Économique Européenne, il a toujours fait la preuve de son volontarisme
et de son ambition pour l’Europe. Fidèle à l’esprit de la «révolution des œillets», il a à cœur de porter au monde le message
humaniste de notre continent.
Aujourd’hui plus que jamais, à l’aube d’une année qui s’annonce cruciale pour nos pays, pour l’Europe et pour le monde, nous
avons besoin de cette ouverture au monde, de cette ambition et de cette détermination.
Forts de notre engagement commun en faveur de la paix, de la démocratie et de la liberté, confiants dans la capacité de l’Europe
à surmonter la crise, convaincus de la nécessité d’agir pour un monde plus équilibré où chacun puisse trouver sa place, sachons
unir nos efforts au service de la vision que nous avons en partage.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
107 Intervenção do ministro de Estado e das Finanças Vítor gaspar
Portugal: ajustamento na área do euro
Investimentos internacionais
• Quais os aspetos mais importantes para investir, produzir e trabalhar em Portugal?
• Risco – país determinante para a atração de investimento internacional
• Importância do ajustamento no quadro do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal
Estrutura da Apresentação
1. O difícil caso português
2. Programa de assistência económica e financeira
3. Consolidação orçamental
4. Estabilidade financeira
5. Transformação estrutural
6. Portugal não pode falhar, Portugal não falhará
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
108
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
o difícil caso português
Desequilíbrios de Portugal expostos no contexto da crise económica e financeira
1. Finanças públicas numa trajetória insustentável
2. Endividamento externo enorme
3. Crescimento económico anémico e baixa produtividade
taxas de rendibilidade da dívida pública a 10 anos diferenciais face a alemanha (em pontos base)
Desequilíbrios macroeconómicos e
debilidades estruturais acumulados durante mais de uma década
Fonte: Bloomberg MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 5
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11
France Netherlands
Italy Spain
Austria Finland
Belgium Greece
Ireland Portugal
Desequilíbrios de Portugal expostos no contexto da crise económica e financeira
3. Crescimento económico anémico e baixa produtividade
1. Finanças públicas numa trajetória insustentável
2. Endividamento externo enorme
Taxas de rendibilidade da dívida pública a 10 anos Diferenciais face a Alemanha (em pontos base)
Fonte: Bloomberg
Dez-11
Desequilíbrios macroeco-nómicos edebilidades estruturais
acumulados durante mais
de uma década
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
109
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL
Imprudência persistente na política orçamental
elevados défices orçamentais e dívida pública crescente
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 6
Elevados défices orçamentais e dívida pública crescente Finanças públicas numa posição frágil
Saldo corrente primário estrutural Em percentagem do PIB
Imprudência persistente na política orçamental
Défice e dívida pública Em percentagem do PIB
Fonte: AMECO e Ministério das Finanças Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças
1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Portugal Euro Area0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0123456789
101112131415
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Net borrowing of Gen. Govern.
Public debt - right axis
Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças
Finanças públicas numa posição frágil
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 6
Elevados défices orçamentais e dívida pública crescente Finanças públicas numa posição frágil
Saldo corrente primário estrutural Em percentagem do PIB
Imprudência persistente na política orçamental
Défice e dívida pública Em percentagem do PIB
Fonte: AMECO e Ministério das Finanças Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças
1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Portugal Euro Area0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0123456789
101112131415
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Net borrowing of Gen. Govern.
Public debt - right axis
Fonte: AMECO e Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
110
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO ENORME
Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas
endividamento crescente do setor privado
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 7
Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente
Dívida externa bruta portuguesa Em percentagem do PIB
Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas
Dívida dos Particulares e Empresas não Financeiras Em percentagem do PIB
0
50
100
150
200
250
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Banco de Portugal (*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal
2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO ENORME
40
60
80
100
120
140
160
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Households (*) Non-financial Corporations
(*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal
endividamento externo crescente
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 7
Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente
Dívida externa bruta portuguesa Em percentagem do PIB
Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas
Dívida dos Particulares e Empresas não Financeiras Em percentagem do PIB
0
50
100
150
200
250
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Banco de Portugal (*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal
2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO ENORME
40
60
80
100
120
140
160
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Households (*) Non-financial Corporations
Fonte: Banco de Portugal
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
111
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE
Condições insuficientes para promover o crescimento económico
– Restrições ao controlo de empresas por capital estrangeiro
– Proteção de vários setores da economia
– Fracas condições ao desenvolvimento da atividade empresarial
– Rigidez do mercado de trabalho
– Deficiente funcionamento do sistema de justiça
– Insuficiente atração de investimento direto estrangeiro
– Acumulação de capital no setor dos bens e serviços não transacionáveis
– Falta de concorrência em vários setores
– Baixos níveis de inovação
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
112
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
programa de Assistência Económica e Financeira
Programa de ajustamento acordado com o FMI, CE e BCE em Abril de 2011
Envelope financeiro Mil milhões de euros
• O Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal cobre as necessidades de financiamento das Administrações Públicas entre 2011 e meados de 2014.
• O envelope financeiro totaliza 78.000 M3 em empréstimos, incluindo 12.000 M3 destinados à recapitalização do setor bancário.
• Cada desembolso depende do resultado da avaliação trimestral da missão técnica sobre a execução do programa
MAIS INFORMAçãO DISPONíVEL EM
FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2011/cr11363.pdf Comissão_Europeia:_http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/occasional_paper/2011/pdf/ocp89_en.pdf
1. Emissões líquidas 2. A desembolsar até ao final de Janeiro de 2012 Fonte: IGCP
Após a 2ª avaliação trimestral a execução do programa foi considerada em linha com os
objetivos
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 10
Total Desembolsado1 3ª Tranche2
EFSM 26 14.1 2.7
EFSF 26 6.0 2.7
IMF 26 10.3 2.7
Total 78 30.4 8.0
Programa de ajustamento acordado com o FMI, CE e BCE em Abril de 2011
O Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal cobre as necessidades de financiamento das Administrações Públicas entre 2011 e meados de 2014.
O envelope financeiro totaliza 78.000M€ em empréstimos, incluindo 12.000 M€ destinados à recapitalização do setor bancário.
Cada desembolso depende do resultado da avaliação trimestral damissão técnica sobre a execução do programa.
1 Emissões líquidas 2 A desembolsar até ao final de Janeiro de 2012 Fonte: IGCP
Após a 2ª avaliação trimestral a execução do programa foi considerada em linha com os objectivos
Envelope financeiro Mil milhões de euros
Mais informação disponível em FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2011/cr11363.pdf
Comissão_Europeia:_http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/occasional_paper/2011/pdf/ocp89_en.pdf
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
113
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Resposta aos maiores desafios da economia portuguesa
PILAR OBJETIVO
CoNSolIDAção orçAMENtAl
RETOMA DE UMA TRAJETóRIA SUSTENTÁVEL PARA AS FINANçAS PúBLICAS • Redução do rácio da dívida pública em percentagem do PIB a partir de 2013 • Medidas de consolidação com base em aumento de receita e
diminuição de despesas, com maior peso nos cortes de despesa • Vasto conjunto de medidas orçamentais de natureza estrutural
EStABIlIDADE FINANCEIrA
ESTABILIzAçãO DO SISTEMA FINANCEIRO • Medidas para reduzir as vulnerabilidades do setor bancário e a
dependência do financiamento junto do Eurosistema • Reforço da liquidez e solvência dos bancos, através de rácios de capital
mais elevados e de um fundo de suporte à recapitalização • Reforço do quadro de supervisão e de regulação
trANSForMAção EStruturAl
TRANSFORMAçãO ESTRUTURAL PROFUNDA COM VISTA A AUMENTAR O CRESCIMENTO DO PRODUTO POTENCIAL • Programa de privatizações • Remoção dos obstáculos ao adequado funcionamento de
uma economia de mercado aberto em Portugal
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
114
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Processo de consolidação orçamental já em curso...
o vAlor
DéFICE
orçAMENtAl
PArA 2011
FICArá ABAIxo
DE 4% Do PIB
• CONTRAçãO DA ATIVIDADE ECONóMICA EM 2011 INFERIOR
ÀS ExPETATIVAS (ESTIMATIVA DE 1,6% QUE COMPARA COM
2,2% PREVISTOS NO PROGRAMA)
• EVOLUçãO DA RECEITA FISCAL NãO EVIDENCIA
DETERIORAçãO
• COBRANçA COERCIVA DE IMPOSTOS ACIMA DOS OBJETIVOS
• TRANSFERêNCIA PARCIAL PARA O ESTADO DOS FUNDOS DE
PENSõES DA BANCA EM CERCA DE 6.000M€
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
115
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Défice do 3º trimestre de 2011 abaixo dos 4%
défice orçamental em contas nacionais – evolução trimestral em percentagem do Pib
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 13
Défice do 3º trimestre de 2011 abaixo dos 4% Défice orçamental em contas nacionais – evolução trimestral Em percentagem do PIB
Fonte: INE
7,7
9,0
3,8
Q1 Q2 Q3 Q4
?
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
116
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Sucesso da privatização da EDP
oPortuNIDADES IDENtIFICADAS
DADoS rElEvANtES ProCESSo DE PrIvAtIzAção
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 14
1 Em relação à cotação de fecho da semana anterior à apresentação da proposta vinculativa Fonte: EDP – Investor Presentation, November 2011; Ministério das Finanças
Canal de internacionalização
Acesso aknow-how especializado
20%
40%
19%
20%
EBITDA, 9M2011
Maior plano hídrico da Europa
3º maior player mundial em energia eólica
Best Electric Utility Worldwide em 2010 e 2011
4 biders internacionais 1 Europa 2 América Latina 1 Ásia
Venda de 21,35% do capital à China Three Gorges Receita total de 2.693M€
com um prémio de 42,6% por ação1
Investimento de 2.000M€até 2015 em parques eólicos
Financiamento garantido de 2.000M€ através de entidades bancárias chinesas
Dados relevantes Oportunidades identificadas
Exemplo das oportunidades de negócio em Portugal Sucesso da privatização da EDP
Processo de privatização
CANAl DE
INtErNACIoNA-
lIzAção
ACESSo A
kNow-how
ESPECIAlIzADo
4 BIDDErS INtErNACIoNAIS
• 1 Europa
• 2 América Latina
• 1 Ásia
vENDA DE 21,35% Do CAPItAl
à ChINA thrEE GorGES
• Receita total de 2.693M€ com um prémio de 42,6% por ação
• Investimento de 2.000M€ até 2015 em parques eólicos
• Financiamento garantido de 2.000M€ através de entidades bancárias chinesas
MAIor PlANo híDrICo DA EuroPA
3º MAIor PlAyEr MuNDIAl EM ENErGIA EólICA
BESt ElECtrIC utIlIty worlDwIDE EM 2010 E 2011
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
117
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
consolidação orçamental
Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012
défice global
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 16
Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012
(*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa (p) Previsão Fonte: Ministério das Finanças
Em percentagem do PIB
Défice global Défice estrutural (*)
10,1 9,8
4,0 4,5
2009 2010 2011 2012
9,610,9
7,1
2,9
2009 2010 2011 2012(e) (p) (e) (p)
(*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa (p) Previsão Fonte: Ministério das Finanças
défice estrutural (*)
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 16
Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012
(*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa (p) Previsão Fonte: Ministério das Finanças
Em percentagem do PIB
Défice global Défice estrutural (*)
10,1 9,8
4,0 4,5
2009 2010 2011 2012
9,610,9
7,1
2,9
2009 2010 2011 2012(e) (p) (e) (p)
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
118
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Esforço de ajustamento em 2012 maioritariamente do lado da despesa
Em percentagem do PIB
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 17
Esforço de ajustamento em 2012 maioritariamente do lado da despesaEm percentagem do PIB
1,4
3,5
0,80,6 0,2
0,5
1,7 5,3
0
1
2
3
4
5
6
Fonte: Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
119
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Principais reformas estruturais nas finanças públicas
• Melhoria do controlo orçamental em todos os níveis da Administração Pública
• Imposição de sanções pelo não cumprimento dos limites de despesa
• Reestruturação do Setor Empresarial do Estado
• Controlo e possível renegociação dos contratos de Parcerias Público‑Privadas
• Redução e simplificação das estruturas da Administração Pública
• Execução de um programa de privatizações ambicioso
– REN
– Caixa Seguros
– GALP
– TAP
– ANA
– RTP
– CTT
– AdP
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
120
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
- Estabilidade Financeira
- transformação Estrutural
- portugal não pode Falhar, portugal não Falhará
Finanças públicas equilibradas
Saldo orçamental das administrações Públicas perto do equilíbrio
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 22
-12,0
-10,0
-8,0
-6,0
-4,0
-2,0
0,02010 2011 2012 2013 2014 2015
Overall balance Structural balance (1)
Saldo orçamental das Administrações Públicas perto do equilíbrio Diminuição da dívida pública
Dívida pública Em percentagem do PIB
Finanças públicas equilibradas
Saldo orçamental Em percentagem do PIB
Fonte: Ministério das Finanças (1) Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças
60
70
80
90
100
110
120
2010 2011 2012 2013 2014 2015
(1)Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças
diminuição da dívida pública
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 22
-12,0
-10,0
-8,0
-6,0
-4,0
-2,0
0,02010 2011 2012 2013 2014 2015
Overall balance Structural balance (1)
Saldo orçamental das Administrações Públicas perto do equilíbrio Diminuição da dívida pública
Dívida pública Em percentagem do PIB
Finanças públicas equilibradas
Saldo orçamental Em percentagem do PIB
Fonte: Ministério das Finanças (1) Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças
60
70
80
90
100
110
120
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
121
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Eliminação do défice externo
em percentagem do Pib
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 23
Eliminação do défice externo
Fonte: Ministério das Finanças
Em percentagem do PIB
Fonte: Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
122
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Retoma da trajetória de crescimento
crescimento económico sustentado
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 24
Crescimento económico sustentado Criação de emprego
Taxa de desemprego Percentagem
Retoma da trajetória de crescimento
Crescimento do PIB Taxa de crescimento anual
Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças
-3
-2
-1
0
1
2
3
2010 2011 2012 2013 2014 2015
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Ministério das Finanças
criação de emprego
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 24
Crescimento económico sustentado Criação de emprego
Taxa de desemprego Percentagem
Retoma da trajetória de crescimento
Crescimento do PIB Taxa de crescimento anual
Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças
-3
-2
-1
0
1
2
3
2010 2011 2012 2013 2014 2015
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
123
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Crescimento económico: importância da agenda de transformação estrutural
• Privatizações
• Medidas de liberalização do controlo das empresas
• Concorrência, ex. redução de rendas em setores protegidos da concorrência internacional
• Mercado de trabalho
• Educação e formação
• Energia
• Telecomunicações e serviços postais
• Transportes
• Outros serviços
• Mercado de habitação
• Sistema judicial
• Contratação Pública
• Enquadramento da atividade empresarial
trANSForMAção EStruturAl DA ECoNoMIA PortuGuESA
CoNSolIDAção orçAMENtAl E EStABIlIDADE FINANCEIrA CoMo CoNDIçõES NECESSárIAS…
… MAS Não SuFICIENtES
• Abertura ao investimento
estrangeiro e aos
desafios da concorrência
internacional
• Localização atrativa para
investir e trabalhar
• Integração plena no
Mercado Único Europeu
• Desenvolvimento de uma
cultura de estabilidade
AMPlo CoNjuNto DE rEForMAS EStruturAIS
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
124
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Portugal não pode falhar, Portugal não falhará
Crise como uma oportunidade de mudança positiva que conduz a um novo patamar de progresso
económico
•�Portugal�protagonizou�um caso de sucesso na segunda metade do Séc. xx
•�A�história�prova�que conseguimos grandes feitos quando enfrentamos desafios nacionais
•�Amplo�consenso interno, político e social, sobre a necessidade de ajustamento
•�Apoio�dos�nossos�parceiros internacionais para garantir financiamento até 2014
Portugal vai emergir como um país diferente
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
125
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS
1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL
Falta de disciplina orçamental
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 31
Falta de disciplina orçamental
Fonte: INE e Ministério das Finanças Nota: Os valores previstos para os saldos orçamentais correspondem aos reportados nas atualizações dos PEC
Saldos Orçamentais previstos e observados Em percentagem do PIB
1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL
Fonte: INE e Ministério das Finanças Nota: Os valores previstos para os saldos orçamentais correspondem aos reportados nas atualizações dos PEC
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
126
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS
2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTE
Níveis muito elevados das necessidades de financiamento da economia
A deterioração da posição de investimento internacional…
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 32
-150 -100 -50 0 50 100
Belgium
Germany
Netherlands
Finland
Austria
France
Italy
Spain
Greece
Ireland
Portugal
A deterioração da posição de investimento internacional…
…conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro
Posição de investimento internacional em 2010 Em percentagem do PIB
Níveis muito elevados das necessidades de financiamento da economia
Posição de investimento internacional Em percentagem do PIB
Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI Fonte: Banco de Portugal
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
General GovernmentFinancial SectorNon-f inancial corporations and HouseholdsMonetary AuthoritiesNet Foreign Assets Position
2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTE
Fonte: Banco de Portugal
…conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 32
-150 -100 -50 0 50 100
Belgium
Germany
Netherlands
Finland
Austria
France
Italy
Spain
Greece
Ireland
Portugal
A deterioração da posição de investimento internacional…
…conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro
Posição de investimento internacional em 2010 Em percentagem do PIB
Níveis muito elevados das necessidades de financiamento da economia
Posição de investimento internacional Em percentagem do PIB
Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI Fonte: Banco de Portugal
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
General GovernmentFinancial SectorNon-f inancial corporations and HouseholdsMonetary AuthoritiesNet Foreign Assets Position
2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTE
Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
127
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS
3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE
Fraco desempenho da economia portuguesa
PIB – Portugal e alguns parceiros europeus, 2000 = 100
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 33
Fraco desempenho da economia portuguesa
Fonte: Eurostat
90
100
110
120
130
140
150
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Germany IrelandGreece SpainFrance ItalyEA -17 Portugal No período
1999-2010, o PIB de Portugal cresceu a uma taxa média anual de 1%, oque compara com 1,4% na área do euro
3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE
PIB – Portugal e alguns parceiros europeus, 2000 = 100
no período 1999-2010, o Pib de Portugal cresceu a uma taxa média anual de 1%, o que compara com 1,4% na área do euro
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
128
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS
As características dos desequilíbrios de Portugal não são únicas
Diversos países têm dívida pública elevada…
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 34
0 50 100 150
Greece
Italy
United States
Belgium
Ireland
Portugal
United Kingdom
Germany
France
Austria
Malta
0 200 400 600 800 1000 1200
Ireland
United Kingdom
Netherlands
Belgium
Portugal
Austria
France
Finland
Greece
Spain
United States
Diversos países têm dívida pública elevada… …bem como elevado nível de dívida externa
Dívida externa bruta em 2010 Em percentagem do PIB
As características dos desequilíbrios de Portugal não são únicas
Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI
Dívida pública em 2010 Em percentagem do PIB
Fonte: AMECO Fonte: AMECO
…bem como elevado nível de dívida externa
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 34
0 50 100 150
Greece
Italy
United States
Belgium
Ireland
Portugal
United Kingdom
Germany
France
Austria
Malta
0 200 400 600 800 1000 1200
Ireland
United Kingdom
Netherlands
Belgium
Portugal
Austria
France
Finland
Greece
Spain
United States
Diversos países têm dívida pública elevada… …bem como elevado nível de dívida externa
Dívida externa bruta em 2010 Em percentagem do PIB
As características dos desequilíbrios de Portugal não são únicas
Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI
Dívida pública em 2010 Em percentagem do PIB
Fonte: AMECO Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
129
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL
Ajustamento orçamental previsto no Programa para 2012
Em percentagem do PIB
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 36
Ajustamento orçamental previsto no Programa para 2012 Em percentagem do PIB
(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário Fonte: Ministério das Finanças
5,94,5
0,50,5
0,7
3,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
Défice2011
Medidastemporárias
Juros CenárioMacroecon.
Esforço deajustamento
Défice2012
(1)
(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário
Fonte: Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
130
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL
Esforço de ajustamento adicional previsto no Orçamento do Estado de 2012
Em percentagem do PIB
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 37
4,0 4,5
0,5
0,50,7
3,03,2
0,2
0,82,3
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
Défice2011
Medidastemporárias
Juros CenárioMacroecon.
Esforço deajustamento
Défice2012
Esforço de ajustamento adicional previsto no Orçamento do Estado de 2012 Em percentagem do PIB
(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de carácter temporário Fonte: Ministério das Finanças
(1)
Estimativa preliminar
Previsão inicial
Esforço adicional previsto no OE 2012
(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário
Fonte: Ministério das Finanças
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
131
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
ESTABILIDADE FINANCEIRA
O processo de desalavancagem está em curso, assim como o reforço do capital dos bancos
PROCESSO DE DESALAVANCAGEM
• Manutenção de um fluxo apropriado de financiamento à economia, em particular ao setor exportador
• Revisão periódica dos planos de financiamento dos bancos
REFORçO DO CAPITAL DOS BANCOS
• Consistência da abordagem de Portugal com a legislação europeia
• Lei da Recapitalização Bancária aprovada no Parlamento Rácios entre crédito e recursos de clientes, Bancos domésticos
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 39
O processo de desalavancagem está em curso, assim como o reforço do capital dos bancos
Processo de desalavancagem – Manutenção de um fluxo apropriado de
financiamento à economia, em particular ao setor exportador
– Revisão periódica dos planos de financiamento dos bancos
Reforço do capital dos bancos – Consistência da abordagem de Portugal com a
legislação europeia – Lei da Recapitalização Bancária aprovada no
Parlamento
Fonte: Banco de Portugal
Próximos desafios 1. Requisitos do BdP: Rácio de Core Tier 1 de 9% (final 2011) e 10%
(final 2012) 2. Requisitos da EBA: Rácio de Core Tier 1 de 9% (Junho 2012) + buffer 3. Impacto da transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos e
do programa especial de inspeções on-site
Rácios entre crédito e recursos de clientes, Bancos domésticos Percentagem
Rácio crédito - recursos de clientes Rácio crédito - recursos de clientes Rácio crédito líquido de imparidade - recursos de clientes
Fonte: Banco de Portugal
PRóxIMOS DESAFIOS
1. Requisitos do BdP: Rácio de Core Tier 1 de 9% (final 2011) e 10%
(final 2012)
2. Requisitos da EBA: Rácio de Core Tier 1 de 9% (Junho 2012) + buffer
3. Impacto da transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos e
do programa especial de inspeções on-site
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
132
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
The Portuguese measures are aligned with the European strategy
• The European Banking Authority (EBA) published a formal Recommendation, and the final figures, related to banks’ recapitalization needs. The aggregated shortfall amounts to 114.7bn Euros.
• Banks will be required to strengthen their capital positions by building up an exceptional and temporary capital buffer against sovereign debt exposures to reflect market prices as at the end of September.
• In addition, banks will be required to establish an exceptional and temporary buffer such that the Core Tier 1 capital ratio reaches a level of 9% by the end of June 2012.
• Sales of sovereign bonds will not alleviate the buffer requirement to be achieved by June 2012.
• Pursuant to the Recommendation, the national authorities will require banks to submit, by 20th January, their plans detailing the actions they intend to take to reach the set targets.
Source: EBA Communication, 08 December 2011
Aggregated shortfall required by country, million Euros
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 40
The Portuguese measures are aligned with the European strategy
The European Banking Authority (EBA) published a formal Recommendation, and the final figures, related to banks’ recapitalization needs. The aggregated shortfall amounts to 114.7bn Euros.
Banks will be required to strengthen their capital positions by building up an exceptional and temporary capital buffer against sovereign debt exposures to reflect market prices as at the end of September.
In addition, banks will be required to establish an exceptional and temporary buffer such that the Core Tier 1 capital ratio reaches a level of 9% by the end of June 2012.
Sales of sovereign bonds will not alleviate the buffer requirementto be achieved by June 2012.
Pursuant to the Recommendation, the national authorities will require banks to submit, by 20th January, their plans detailing the actions they intend to take to reach the set targets.
Source: EBA Communication, 08 December 2011
Aggregated shortfall required by country, million Euros
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
133
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Transformação Estrutural
reformas estruturais já executadas (1/2) nÃo eXauStiVo
PrinciPaiS ProgreSSoS
Administração pública
• Redução do número de cargos dirigentes em 27% (-1712) e do número de estruturas em 38% (-137) • Apresentação do Documento Verde da Reforma da Administração Local (Sector empresarial, Organização
do Território, Gestão Municipal e Democracia Local)
telecomunicações • Diminuição das tarifas de terminação móvel em 22%, que deverão descer 64% (acumulados) até final de 2012 • Conclusão do leilão de radiofrequências para prestação de serviços de comunicações móveis de 4ª geração
transportes • Apresentação do Plano Estratégico dos Transportes, com um conjunto de reformas na rede e infra-estrutura
dos sectores rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo • Em curso a reestruturação das empresas de Transportes (cash flow operacional neutro no final de 2012)
Mercado da habitação
• Alteração da nova lei de arrendamento urbano e simplificação do processo de despejo • Simplificação do regime de reabilitação urbana • Atualização dos valores patrimoniais tributários dos imóveis (a concluir até final de 2012)
Sistema judicial
• Apresentação de um relatório com um conjunto de medidas concretas para redução das pendências em tribunais
• Elaboração da proposta de Lei sobre custas judiciais • Implementação da lei de Arbitragem • Proposta de alteração do Código de Insolvência e recuperação de empresas, com enfoque na celeridade,
simplificação e na criação de fase extra-judicial de recuperação • Preparação de alteração ao Código do Processo Civil • Reforma do sistema de gestão dos tribunais e lançamento do novo mapa judicial
Energia • Aceleração da liberalização do mercados de eletricidade e gás • Redução de rendas e aumento da concorrência
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
134
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Transformação Estrutural
reformas estruturais já executadas (2/2) nÃo eXauStiVo
PrinciPaiS ProgreSSoS
Abertura da economia
• Eliminação de direitos especiais do Estado e de Golden Shares • Privatização EDP • Revisão da Lei Quadro das Privatizações • Preparação de legislação sobre Ativos Estratégicos
Mercado de trabalho
• Proposta de reforma do subsídio de desemprego em discussão na Concertação Social • Alterações ao regime do despedimento • Redução da compensação por cessação do contrato de trabalho (para 20 dias/ano), com objectivo de reduzir
até à média da UE (8-12dias/ano de trabalho)
outros serviços • Liberalização do acesso e exercício de profissões e serviços regulados • Simplificação dos encargos administrativos das empresas (reforço do balcão único e do licenciamento zero)
Serviço Nacional de Saúde
• Redução do preço dos medicamentos (preço máximo dos genéricos e revisão dos países de referência) • Controlo da prescrição de medicamentos e MCDT • Redução da margem das farmácias e distribuidores • Publicação de guidelines clínicas • Promoção do uso de genéricos • Revisão das taxas moderadoras
Concorrência e regulação
• Operacionalização de um tribunal especializado em Competição, Regulação e Supervisão • Revisão da Lei da Concorrência – consulta pública concluída, proposta final em conclusão • Proposta de reforço da independência dos principais reguladores de acordo com melhores práticas internacionais
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
135
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
A transformação estrutural está em curso...
O aumento do nível de escolaridade das gerações mais jovens…
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 44
0
10
20
30
40
50
60
O aumento do nível de escolaridade das gerações mais jovens…
… tem permitido aproximar a qualificação do capital humano à dos parceiros europeus
Percentagem da população com ensino superior no grupo etário dos 25-34 anos em 2009
A transformação estrutural está em curso...
Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"
Percentagem da população que completou o ensino superior por grupo etário Percentagem
0
10
20
30
40
50
60
25-64 25-34 35-44 45-54 55-64
1999 2009
Melhoria do nível de qualificação das gerações mais novas
Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011”
… tem permitido aproximar a qualificação do capital humano à dos parceiros europeus
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 44
0
10
20
30
40
50
60
O aumento do nível de escolaridade das gerações mais jovens…
… tem permitido aproximar a qualificação do capital humano à dos parceiros europeus
Percentagem da população com ensino superior no grupo etário dos 25-34 anos em 2009
A transformação estrutural está em curso...
Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"
Percentagem da população que completou o ensino superior por grupo etário Percentagem
0
10
20
30
40
50
60
25-64 25-34 35-44 45-54 55-64
1999 2009
Melhoria do nível de qualificação das gerações mais novas
Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011”
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
136
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
A transformação estrutural está em curso...
Portugal ocupa uma posição cimeira entre os países europeus em termos de conclusão de doutoramentos
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 45
Portugal ocupa uma posição cimeira entre os países europeus em termos de conclusão de doutoramentos
Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo
Posição em 2011 nos rankings das escolas de gestão do Financial Times
Estudantes que completaram o doutoramento em 2009, percentagem
#33 Escola de Negócios Europeia #65 Mestrado em Gestão #45 Formação de executivos
#39 Escola de Negócios Europeia #2 e #61 Mestrado em Gestão(1)
#65 Formação de executivos
Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"
(1) O Mestrado na posição #2 (CEMS) é oferecido por uma rede de escolas europeias da qual a NOVA SBE faz parte
Fonte: Rankings Financial Times – Business Education Rankings
0 1 2 3
Estónia
Espanha
Bélgica
Irlanda
Eslovénia
França
Países Baixos
UE 21
Áustria
Eslováquia
Alemanha
Finlandia
Portugal
Posição de destaque nos níveis de qualificação mais avançados A transformação estrutural está em curso...
Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011”
Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 45
Portugal ocupa uma posição cimeira entre os países europeus em termos de conclusão de doutoramentos
Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo
Posição em 2011 nos rankings das escolas de gestão do Financial Times
Estudantes que completaram o doutoramento em 2009, percentagem
#33 Escola de Negócios Europeia #65 Mestrado em Gestão #45 Formação de executivos
#39 Escola de Negócios Europeia #2 e #61 Mestrado em Gestão(1)
#65 Formação de executivos
Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"
(1) O Mestrado na posição #2 (CEMS) é oferecido por uma rede de escolas europeias da qual a NOVA SBE faz parte
Fonte: Rankings Financial Times – Business Education Rankings
0 1 2 3
Estónia
Espanha
Bélgica
Irlanda
Eslovénia
França
Países Baixos
UE 21
Áustria
Eslováquia
Alemanha
Finlandia
Portugal
Posição de destaque nos níveis de qualificação mais avançados A transformação estrutural está em curso...
Fonte: Rankings Financial Times – Business Education Rankings
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
137
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
A transformação estrutural está em curso...
diversificação geográfica das exportações portuguesas
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 46
EFTA: Islândia, Noruega, Liechtenstein, Suíça PALOP: Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe UE-15: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido Fonte: INE
Pesos no total em percentagem
0 20 40 60 80
Outros
Japão
Canadá
EFTA
Brasil
OPEP
EUA
PALOP
Intra - UE15
20002010
A transformação estrutural está em curso... Diversificação geográfica das exportações portuguesas A transformação estrutural está em curso...
EFTA: Islândia, Noruega, Liechtenstein, Suíça PALOP: Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe UE-15: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido Fonte: INE
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
138
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Portugal foi bem sucedido em ajustamentos passados
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 47
-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986
Portugal foi bem sucedido em ajustamentos passados
Programas de ajustamento em Portugal
Fonte: Banco de Portugal
Portugal é um caso paradigmático de ajustamentos rápidos e bem sucedidos em democracia
Balança corrente Em percentagem do PIB No passado, o
ajustamento foi efetuado sobretudo pelo setor privado
Atualmente, o setor público também ajustará de forma significativa
no passado, o ajustamento foi efetuado sobretudo pelo setor privado
atualmente, o setor público também ajustará de forma significativa
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
139
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Resposta rápida do setor privado no ajustamento
No anterior programa de ajustamento (83-84), o setor privado ajustou de forma rápida
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 48
No anterior programa de ajustamento (83-84), o setor privado ajustou de forma rápida
Em 2009, o setor privado começou o processo de ajustamento (mas …)
Necessidades de Financiamento por Setor Institucional,em percentagem do PIB
Resposta rápida do setor privado no ajustamento
Taxa de crescimento anual Percentagem
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Total economy Non-financial private sector
Financial sector General Government-2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989
Private consumption( residents)
Public consumption GDP
Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal
Em 2009, o setor privado começou o processo de ajustamento (mas …)
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 48
No anterior programa de ajustamento (83-84), o setor privado ajustou de forma rápida
Em 2009, o setor privado começou o processo de ajustamento (mas …)
Necessidades de Financiamento por Setor Institucional,em percentagem do PIB
Resposta rápida do setor privado no ajustamento
Taxa de crescimento anual Percentagem
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Total economy Non-financial private sector
Financial sector General Government-2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989
Private consumption( residents)
Public consumption GDP
Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar
140
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140
Successful adjustment processes are possible without a devaluation process, as shown by Latvia’s experience
STRONG IMPLEMENTATION OF ThE BUDGET
• Fiscal adjustment over 16% of GDP since end 2008
• Two-thirds of the adjustment on expenditure side
FINANCIAL SECTOR STABILIzATION
• Restructuring of Parex Banka and MLB
• Strengthen of supervision and regulation
INTERNAL ADJUSTMENT FOR COMPETITIVENESS
• Wage flexibility
• Enhancement of productivity
• Gains in competitiveness
Source: European Commision, “The Adjustment in Latvia”
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 49
Successful adjustment processes are possible without a devaluation process, as shown by Latvia’s experience
Source: European Commision, “The Adjustment in Latvia”
Strong implementation of the budget – Fiscal adjustment over 16% of GDP
since end 2008 – Two-thirds of the adjustment on
expenditure side
Financial sector stabilization – Restructuring of Parex Banka and
MLB – Strengthen of supervision and
regulation
Internal adjustment for competitiveness
– Wage flexibility – Enhancement of productivity – Gains in competitiveness
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
142 Intervenção do secretário-geral do mnEantónio de almeida ribeiro
Cabe-me a honra de hoje encerrar mais uma edição do Seminário Diplomático, uma tradição que se cumpre há já dezasseis
anos, e cuja utilidade me parece incontestável, ao permitir, não só o reencontro entre colegas que em muitos casos apenas se
reveem uma vez por ano, mas também, e sobretudo, para em conjunto debatermos alguns dos temas mais importantes e prio-
ritários que nos ocuparão ao longo dos próximos doze meses.
Não menos importante este ano é o facto de o Seminário ter lugar pouco tempo depois do início de um novo ciclo político em
Portugal, tendo-nos dado a oportunidade de ouvir as intervenções dos Senhores Primeiro-Ministro e Ministro de Estado e das
Finanças, bem como a do Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que transmitiu as principais linhas de polí-
tica externa para 2012 e definiu os principais pontos em que a diplomacia portuguesa tem de se concentrar.
O Seminário permitiu-nos ainda tomar conhecimento e debater outros temas da nossa agenda e projetos que estão no nosso
horizonte mais imediato, como é o caso do Ano de Portugal no Brasil, um paradigma inovador no qual a vertente sociedade
civil desempenhará um papel de relevância.
A presença do Ministro Alain Juppé foi igualmente um momento alto deste nosso encontro, refletindo a importância que damos
ao relacionamento com um dos principais Estados-membros da UE, a quem nos unem laços muito especiais, desde logo pela
presença de uma vastíssima comunidade portuguesa espalhada por todo o país e de um fluxo de comércio e níveis de investi-
mento particularmente relevantes para Portugal.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro
143
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
Coincide também o presente evento com um período crítico para Portugal, durante o qual se torna imprescindível o contri-
buto e a solidariedade de todos. É o próprio futuro da nação que está em jogo, e só o esforço e empenho de todos e de cada
um permitirão ultrapassar as presentes dificuldades. Acreditar no nosso futuro como nação, não é só um dever, é um desígnio
que todos queremos prosseguir.
A diplomacia económica deve ser um conceito dinâmico. É consabido que a recuperação económica do nosso país passa fun-
damentalmente pela prossecução do aumento sustentado das exportações e por atrair mais investimento estrangeiro.
É preciso consagrarmos mais tempo e emprestarmos imaginação e esforço ao objetivo crucial de colocar mais produtos nacio-
nais no estrangeiro, aumentando índices de exportações, de promover contatos com empresários e empresas, associações e
organizações empresariais, participações em seminários, promoção de road-shows, conferências e outro tipo de eventos desta
natureza, serão encarados como muito importantes, além de serem essenciais para a avaliação do desempenho de cada um. É
fundamental criar oportunidades, abrir perspetivas, analisar potencialidades nos vários mercados em que a nossa rede diplo-
mática e consular está inserida. Muito se tem feito neste domínio, mas é preciso fazer ainda mais e melhor.
Nunca é demais recordar a propósito que a promoção da marca Portugal no exterior passa também pela exportação da ima-
gem de um Portugal político, social e cultural, que suscite interesse nos nossos interlocutores estrangeiros, que entusiasme os
seus empresários a investir aqui, que persuada as autoridades em causa a criar condições para que as nossas empresas e os
nossos produtos possam afirmar-se nos respetivos mercados.
Liga-se com esta ideia a articulação com a AICEP, num novo quadro institucional recentemente aprovado, não pretendendo,
no entanto, repetir aquilo que já hoje aqui ouvimos de responsáveis bem mais qualificados do que eu para o fazer.
Justamente por todos querermos que este novo modelo funcione e cumpra os propósitos que estiveram na base da sua criação,
julgo essencial que a articulação funcional a nível das embaixadas seja assegurada da melhor forma possível.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro
144
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
Nesse sentido, é essencial que os delegados da AICEP, a partir daqui plenamente integrados nas estruturas das embaixadas e
consulados, se articulem e cooperem plenamente com o chefe de missão com quem devem planear o estabelecimento de prio-
ridades e objetivos para cada país e cada mercado. De igual modo, será estabelecido um novo tipo de relacionamento insti-
tucional entre MNE e AICEP a nível central, qualitativamente superior, sendo muito relevante o fato de termos um embaixa-
dor colocado como vice-presidente do Conselho de Administração, esperando-se que num futuro próximo possa fazer-se um
intercâmbio de funcionários de ambas as instituições colocados em diferentes níveis das respetivas estruturas, com o objetivo
de facilitar a ligação e a articulação mútuas.
Pretende-se criar progressivamente uma cultura que temos de cultivar a todos os níveis da carreira diplomática, nomeadamente
nas camadas mais jovens e nos futuros adidos, a quem é fundamental incutir a importância do setor económico no exercício
das funções diplomáticas, cabendo ao IDI nesta matéria um papel destacado.
Com efeito, na ausência de meios significativos ao nosso dispor, é absolutamente imprescindível criar sinergias e otimizar os
recursos existentes, trabalhando em conjunto, naturalmente salvaguardando o papel específico desempenhado por cada um,
mas cabendo ao embaixador a coordenação, a realização de contatos ao nível adequado, muitas vezes da maior utilidade para
se alcançarem objetivos que, de outra forma, seriam mais difíceis ou mesmo impossíveis de atingir.
As embaixadas deverão cada vez mais estar ao serviço dos empresários e das empresas portuguesas, que nelas podem pro-
curar apoio, um conselho, ou a facilitação de um simples contato. As empresas precisam de sentir que os embaixadores e as
embaixadas podem ser úteis para os seus objetivos, para explorar novos mercados e novas oportunidades. Este é um objetivo
para nós absolutamente prioritário. Igualmente os nossos empresários precisam de melhor conhecer a estrutura portuguesa, o
âmbito e as condições da sua atuação, e o alcance da sua influência para melhor poderem dela se socorrer.
Não quero com isto dizer que os embaixadores portugueses não cumpram já este desiderato, praticando aquilo a que se tem
designado “diplomacia económica”. O que quero é sublinhar a relevância da diplomacia económica, para a qual o MNE tem
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro
145
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
de contribuir dando um efetivo valor acrescentado, sob pena de nos arriscarmos a ficar irrelevantes numa matéria fundamen-
tal para Portugal.
Referi no início da minha intervenção a difícil situação que o país atravessa e a necessidade de todos colaborarmos com a nossa
participação no esforço nacional de saneamento das finanças públicas.
Também aqui o MNE não poderá ficar fora deste esforço coletivo, tendo já sido tomadas, ou estando em vias de ser tomadas,
uma série de decisões que acabam por afetar a generalidade dos postos e dezenas de funcionários, praticamente abrangendo
todos os níveis e todas as carreiras do Ministério.
Tenho perfeita noção de que se trata de medidas em muitos casos penalizadoras e que frequentemente provocam sério trans-
torno à vida de cada um, e mesmo ao funcionamento de muitos postos, que de repente se veem privados de meios importantes
que tinham ao seu dispor.
Posso assegurar-vos que nenhuma destas medidas foi tomada de ânimo leve, tendo havido plena consciência das consequên-
cias graves que em muitos casos elas iriam implicar.
Infelizmente, porém, não havia, nem há, qualquer outra alternativa que pudesse ser adotada. Sendo necessário cumprir inte-
gralmente o orçamento atribuído ao MNE, foi preciso rever todas as despesas dentro do teto que nos foi atribuído e que sofreu
um considerável corte pelas razões que são do domínio público. Acresce que, ao contrário do que se passou em anos anterio-
res, não serão expetáveis quaisquer reforços por parte do Ministério das Finanças ao longo de 2012. Esta é a realidade pura e
dura e é fundamental que todos tenham dela plena consciência.
Também aqui, só com o esforço de todos poderemos alcançar os objetivos que somos obrigados a cumprir. E só com a boa
vontade e a compreensão de todos o conseguiremos atingir. Sei que é o caso porque conheço a capacidade de lealdade e de
dedicação à causa pública dos diplomatas e de todos os funcionários deste Ministério.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro
146
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
É pois, para este quadro muito difícil de forte contenção e de limitações, que peço o vosso compromisso individual e, sobre-
tudo, a vossa total colaboração. É absolutamente incontornável fazer cortes nas despesas a todos níveis e fazê-lo desde o pri-
meiro momento, única forma de afastar o risco de terem de ser tomadas outras medidas complementares ainda mais gravosas
do que aquelas que são já hoje conhecidas.
Ainda assim, gostaria de mencionar que está prevista a realização de um concurso para adidos a ter lugar no decurso de 2012.
Há também intenção de retomar as negociações com vista a um novo estatuto da carreira diplomática, tal como o Senhor
Ministro anunciou recentemente, procurando-se que o novo diploma reflita as adaptações que o tempo mostrou serem neces-
sárias, sem ao mesmo tempo esquecer o objetivo de dignificar a carreira diplomática, elemento que naturalmente não pode
deixar de estar presente em todo este exercício.
Será, igualmente, lançado um movimento diplomático nos termos previstos no estatuto da carreira, ainda que sem a dimensão
que normalmente teria, se não existissem os presentes constrangimentos.
Antes de terminar, julgo fazer sentido uma breve referência ao nosso primeiro ano de mandato como membro não permanente
do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que representou um dos mais significativos desafios que a diplomacia portu-
guesa enfrentou em 2011, e continuará a enfrentar até final de 2012.
Visto de Lisboa a avaliação deste primeiro ano de mandato é globalmente muito positiva.
Presidimos até aqui a três órgãos subsidiários do Conselho – Comités de Sanções à Líbia e à Coreia do Norte e Tribunais – e
participámos ativamente nas discussões sobretudo das questões africanas e dos temas politicamente mais controversos rela-
cionados com a primavera Árabe. A atribuição da presidência do Comité de Sanções à Líbia resultou aliás do reconhecimento
– por todos – do nosso perfil e do papel construtivo que desempenhamos no Conselho.
Este primeiro ano de mandato culminou praticamente com a nossa presidência do Conselho, em novembro , que, julgo, reforçou
a nossa imagem e credibilidade no sistema das Nações Unidas. Apesar da escassa margem de manobra de qualquer membro em
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro
147
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
impor uma agenda, Portugal conseguiu realizar dois eventos de sua iniciativa – os debates sobre Novos Desafios à Segurança
e sobre Métodos de Trabalho do Conselho. Ambos cobriram questões politicamente muito atuais na agenda internacional e
prioritárias na nossa campanha para o Conselho de Segurança. Tivemos uma participação a nível político nos debates regu-
lares sobre Timor-Leste e sobre a Proteção de Civis. Juntamente com o Brasil, conseguimos objetivamente aumentar a visibi-
lidade política da CPLP nos debates do Conselho de Segurança, tendo a Presidência angolana discursado, por diversas vezes,
em português.
O início do segundo ano de mandato e a entrada de cinco novos membros no Conselho, constituem o momento ideal para
avaliar se todos os objetivos que nos propusemos estão a ser cumpridos e se podemos, eventualmente, introduzir melhorias.
Revendo os procedimentos de funcionamento à luz da experiência deste ano achamos, na Secretaria de Estado, que podemos
melhorar a circulação de informação entre Nova Iorque, Lisboa e os restantes postos; valorizar a informação a que temos
acesso estando no Conselho e usar mais eficazmente a nossa presença no CSNU para valorizar as nossas embaixadas junto
dos países membros do Conselho e dos países cujas situações constam da sua agenda. Naturalmente é fundamental ter o input
dos nossos postos nesta análise.
Um balanço final deste nosso mandato no Conselho não passará apenas pela avaliação do que dissemos e fizemos enquanto
membros do CS. Passará, sobretudo, por definir o que é que fica deste mandato – para a Missão em Nova Iorque, para o Minis-
tério, para a diplomacia portuguesa e para a nossa política externa em geral.
Outros desafios virão para além do Conselho de Segurança, e deve ser destacada a campanha em curso para o Conselho de
Direitos Humanos, para a qual desde já renovo o pedido de acompanhamento de muito perto por parte de todos os chefes de
missão, especialmente nos casos em que ainda não tenha sido confirmado o apoio para a eleição. Sugestões e recomendações
sobre esta matéria serão igualmente bem-vindas e serão avaliadas em função da evolução da campanha e da necessidade de se
atuar sempre e quando for necessário.
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS
Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS
Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima
Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta
Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo
Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ
Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar
Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro
Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149
148 Uma palavra final para recordar que amanhã terá lugar um Seminário sobre Política Consular, organizado e presidido pelo
Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e para o qual chamo desde já a vossa atenção, já que tratará de
temas particularmente relevantes não apenas para os chefes de postos consulares. Contamos com a presença de vós, assim
como a dos colegas cônsules que se encontrem neste período em Lisboa.
Assumi há pouco mais de duas semanas a função de Secretário-Geral. Quero desde já colocar-me, e à minha equipa, à inteira
disposição, sendo para mim fundamental manter com todos um diálogo estreito e regular sobre as matérias que estão sob a
minha área de competência.