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I “Ser uma metamorfose ambulante”: Nem anjo, nem besta: apenas homem. O presente trabalho teve por objetivo relatar e compreender como se constitui a identidade em suas diversas formas Constituição da identidade possibilita a formação de um profissional que possa ler e interpretar a realidade de uma melhor forma. Item: Uma pergunta aparentemente simples Segundo Ciampa, aparentemente falar em identidade é uma coisa simples, mas quando começamos a nos questionar quem somos nós, muitas duvidas começam a surgir. Ao refletirmos sobre esta questão nos damos conta que nossa identidade vem se construindo, durante nossa trajetória de vida, e que esta não é estanque, é algo que sempre vem se moldando, através de agregação de conhecimentos, convivência com a família, colegas, trabalho, as instituições a que iremos fazer parte, a profissão, a formação profissional, tudo interfere no sujeito e vai ai se desenhando sua identidade. Assim, segundo o autor traz:

Nem Anjo, Nem Besta Apenas Homem

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Porque esta é uma questão complicada? Porque segundo o próprio autor “...a identidade passa a ser entendida como o próprio processo de identificação” (CIAMPA, 1989, p. 61). Assim, ao mesmo tempo que possuímos uma identidade única, ela não é estática, ela é uma construção, assim também viemos descobrindo, nossas preferências, nossos gostos, nossas posições frente a algumas situações, etc.

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Page 1: Nem Anjo, Nem Besta Apenas Homem

I

“Ser uma metamorfose ambulante”: Nem anjo, nem besta: apenas

homem.

O presente trabalho teve por objetivo relatar e compreender como se

constitui a identidade em suas diversas formas

Constituição da identidade possibilita a formação de um profissional que possa

ler e interpretar a realidade de uma melhor forma.

1° Item: Uma pergunta aparentemente simples

Segundo Ciampa, aparentemente falar em identidade é uma coisa

simples, mas quando começamos a nos questionar quem somos nós, muitas

duvidas começam a surgir. Ao refletirmos sobre esta questão nos damos conta

que nossa identidade vem se construindo, durante nossa trajetória de vida, e

que esta não é estanque, é algo que sempre vem se moldando, através de

agregação de conhecimentos, convivência com a família, colegas, trabalho, as

instituições a que iremos fazer parte, a profissão, a formação profissional, tudo

interfere no sujeito e vai ai se desenhando sua identidade.

Assim, segundo o autor traz:

(...)falamos das pessoas como se elas fossem de uma determinada forma e não se modificassem, o que é falso. Basta observarmos nossos próximos, basta nos observarmos. No mínimo, as pessoa pessoas ficam mais velhas, as crianças se tornam adultos e os adultos anciãos. (...) Há mudanças ou menos prováveis mais ou menos desejáveis, mais ou menos controláveis, mais ou menos... mudanças. (CIAMPA,1989, p. 61).

Entende-se assim, que, mudar nossos hábitos, posturas, agregar novos

conhecimento ou simplesmente mudar de opinião sobre determinado assunto é

algo natural, advêm do próprio ser humano, que pode ser positivo para

algumas pessoas ou negativos para outros. Ou como o próprio autor menciona

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“para configurar uma identidade como uma totalidade. Uma totalidade

contraditória, múltipla e mutável, no entanto una ... sou uma unidade de

contrários, sou uno na multiplicidade e na mudança” (CIAMPA, 1989, p. 61).

2° Item: No principio era o verbo.

A palavra verbo nos remete a ação, que estamos sempre em

movimento, trabalhando, estudando, criando, etc. E quando estou criando,

trabalhando, estudando estou construindo algo, objetivando um produto, que

neste caso é a identidade.

Segundo o autor,:

“...Faz-se necessário refletirmos como um grupo existe objetivamente através das relações que estabelecem seus membros entre si e com o meio onde vivem, isto é, pela sua pratica, pelo seu agir (num sentido amplo, podemos dizer pelo seu trabalho); agir, trabalhar, fazer, pensar, sentir, etc., já não mais substantivo mais verbo. (CIAMPA,1989, p. 65).

Pensar que a ação produz um produto, nos faz refletir porque nossa

identidade é mutável, ela é o produto de nossas ações, quando estamos

trabalhando dentro de uma instituição, quando optamos por uma profissão e

nos debruçamos nos material estudado, estamos dando formato a nossa nova

identidade.

3° Item: Uma questão complicada.

Porque esta é uma questão complicada? Porque segundo o

próprio autor “...a identidade passa a ser entendida como o próprio processo

de identificação” (CIAMPA, 1989, p. 61). Assim, ao mesmo tempo que

possuímos uma identidade única, ela não é estática, ela é uma construção,

assim também viemos descobrindo, nossas preferências, nossos gostos,

nossas posições frente a algumas situações, etc. Esta, é então construída no

decorrer de nossa vida, estamos sempre nos surpreendendo com nós mesmos.

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Assim, o meio social ao qual fazemos parte nos influencia nesta

construção, por exemplo: A família, a sociedade, a formação, as instituições ao

qual desenvolveremos nosso trabalho, amigos, religião, etc. São meios que nos

darão suporte para a construção desta identidade social.

4° Item: Nem anjo, nem besta: apenas homem.

Ter clareza desta construção, nos faz pensar que o homem pode

mudar, para melhor ou para pior. O autor faz uma analogia com a semente que

nos remete a pensar, que esta nasce, cresce morre. Mas o contexto onde ela é

cultivada ira influenciar se esta será produtiva, se desenvolvera plenamente ou

será uma plantinha frágil e sem resistência, isto decorre do cuidado, da terra,

das condições onde esta nasce.

Segundo o autor

“... é do contexto histórico social em que o homem vive que decorrem suas determinações e, conseqüentemente emergem as possibilidades ou impossibilidades, os modos e as alternativas de identidade. (CIAMPA,1989, p. 73).

Assim, o homem, ele nasce, faz parte de uma família, depois de

uma sociedade, e sua identidade vai ser resultado das oportunidades e do

contexto onde esta inserido. Mas estes fatores externos não são os únicos,

existem outros fatores que contribuem para esta construção, pois o homem

pode se regenerar, conforme as situações vem se apresentando em sua vida.

5° Item: “Chegando a ser um” ou (o que é o mesmo) “ser uma

metamorfose ambulante”

Esta reflexão sobre o texto do autor levou a refletir sobre a profissão de

Serviço Social, pois esta possui uma identidade coletiva, assim como cada

aluno possui a sua (que é construída no decorrer de sua vida), com

suas característica únicas, princípios, etc. Ao ingressarmos em uma

universidade há um choque de identidades que se fundem, e quando formos

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trabalhar em alguma instituição vai ocorrer a fusão entre instituição, profissional

e pessoal, e isto irá resultar no tipo de profissional que cada um irá se tornar,

ex: Radical (abre mão de tudo pela sociedade), corrupto se vende

pelo salário e esquece seu compromisso ético profissional, ou o político, que

aprende a formular estratégias onde mantenha seu emprego, e não negue o

direito a seu usuário, sempre haverá uma saída justa para as situações, somos

profissionais, precisamos de dinheiro como qualquer trabalhador, mas

possuímos uma aspiração em comum, de fazer algo mais pela sociedade com

o nosso trabalho (e vejo hoje, que isto não ocorre só no serviço social, mas sim

em todas as áreas do conhecimento, umas mais do que outras, por causa do

enfoque social)

 Fazendo uma analogia com o perfume, ele é um só,

uma fragrância geral, mas ao tocar a pele de uma pessoa, a uma reação

química que torna a essência única. Por isso não somos os mesmos depois

que ingressamos em uma universidade, somos alguém que esta agregando

outras conhecimentos, ampliando suas visões de homem e de mundo, mas

procura mesclá-las com o que vem de berço.

Então, se o homem é uma metamorfose ambulante, é porque temos o

poder de mudar nossa historia, pois como o autor menciona: “Trata-se de não

contemplar inerte e quieto a historia. Mas, de se engajar em projetos de

coexistência humana que possibilitem um sentido da historia como realização

de um porvir a ser feito com os outros.

Assim o autor conceitua a categoria identidade como um processo

interno evolutivo de construção, e que pode ser modificado, moldado, não é

algo estático, e sim esta sempre em movimento alimentando-se da contradição

e evoluindo, ou seja, em outras palavras é uma metamorfose que o ser

humano sofre no decorrer de sua vida.

Referencia:

CIAMPA, Antonio da Costa. In: Psicologia Social: Um homem em movimento

(Identidade). Editora brasiliense. São Paulo, 1989.

Texto construído em grupo de estudos: Ana Claudia L. da Silva e Maria

Tereza Silva Lima (graduandos de Serviços Social).

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