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Neuroma de Morton Karine de Brito Figueiredo Reumatologia - 2009

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Neuroma de MortonKarine de Brito FigueiredoReumatologia - 2009

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•Histórico:1845 – descrição do quadro clínico, pelo

cirurgião da rainha da Inglaterra , Lewis Durlacher;

1876 – T.G. Morton (ortopedista americano) descreve uma possível hipertrofia do nervo interdigital do ramo lateral do nervo plantar com pinçamento do ramo digital comum;

1893 – feita excisão de pequena nodulação com cura dos sintomas por Hoadley;

1943 – feita a definição mais clara por McElvenny: tumor benigno causado pelo braço mais lateral do nervo plantar medial.

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Neuroma de Morton Conhecido também como neurite digital

plantar ou metatarsalgia de Morton.

Tumoração dolorosa da região intermetatársica distal e interdigital, no local correspondente à bifurcação dos ramos digitais dos nervos plantares sob o ligamento intermetatarsal transverso.

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Neuroma de Morton

Resulta frequentemente de pressão crônica no pé ou de trauma repetitivo causado por calçados inapropriados ou por problemas mecânicos no pé.

Representa uma neuropatia compressiva ( mais que um neuroma verdadeiro ) de um nervo interdigital, tipicamente entre a 3ª e 4ª ou 2ª e 3ª cabeças metatarsais, e raramente na 1ª ou 4ª.

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SÍNDROME DE MORTON OU SÍNDROME DOLOROSA DO ESPAÇO INTERMETATÁRSICO

É uma metatarsalgia da segunda cabeça metatársica, que em função de o primeiro osso metatársico ser curto demais e o segundo mais longo, passa a sustentar o peso, provocandoespessamento do osso e consequentemente dor.

Dor aguda que piora com a marcha ou quando se fica na ponta dos pés.

>Sexo feminino .Se ocorrer sobrecarga e/ou alteração mecânica

do pé, a prevalência é igual para ambos os sexos.

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Localização anatômica

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Anatomia dos nervos da região: nervo tibial posterior, que ao nível do túnel tarsiano se bifurca em nervo plantar medial e nervo plantar lateral.

Ambos enervam toda a região plantar e dorsal do ante-pé.

Na maioria dos casos, o ramo medial do nervo plantar lateral se anastomosa ao quarto ramo do nervo plantar medial, que depois dessa união passa por baixo do ligamento metatarseano transverso.

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Patofisiologia O termo neuroma não é correto , pois a

proliferação aleatória de axônios vista em um neuroma traumático não é encontrada, e a deposição de material hialino e colágeno responsabiliza-se pelo aumento.

Processo patológico: provavelmente degenerativo em vez de proliferativo, com trauma recorrente contra o ligamento intermetatarsal transverso profundo sendo a causa mais provável, mas mesmo isso é incerto.

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Microtrauma recorrente, fibrose perineural, isquemia por oclusão da vasa vasorum e edema endoneural provavelmente são os responsáveis pelos sintomas do neuroma interdigital.

Uma bursa intermetatarsofalangeana ou cisto sinovial também podem causar compressão do nervo.

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Epidemiologia:

Mulheres na proporção de 4:1 em relação aos homens;Média de idade de idade média de 48 anos (variando entre 20 a 70); Maioria unilateral.

Bilateral em 15 % dos casos;Mais freqüentes no lado esquerdoDois neuromas no mesmo pé é uma incidência rara e próxima dos 3%.A incidência no terceiro espaço é de 80% das vezes, enquanto no segundo espaço é de 16%.

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Quadro clínico Pode ser assintomático.Sintomas típicos:

DOR

-Paroxismos (lancinante, queimação ou neuropática) na fenda interdigital afetada.

- Pode ser contínua ou em cãibras.

- Duração: semanas a anos.

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DOR

Aumenta: -com a marcha,

principalmente em superfícies duras.- saltos altos- sapatos apertados

Alivia:-com o repouso, remoção do

sapato ou massagem no ante-pé.

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Ocasionalmente parestesia ou anestesia das bordas contíguas dos dedos adjacentes.

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Exame físico:

Área mais frequente de dor à palpação: 3⁰ espaço imediatamente distal ao ligamento intermetatarsal transverso.

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Estalido palpável e audível : neuroma salta para trás e para frente cruzando o ligamento transverso.

Afastamento dos dedos: se bursa intermetatarsal aumentada ou neuroma excepcionalmente espesso.

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Diagnóstico

É clínico.

Podem ser usados: RNM US

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TratamentoInfiltração: CE + anestésico

Uso de órteses para a planta do pé elevando o arco plantar.

Neurólise

Quando essas medidas não funcionam deve-se fazer a remoção cirúrgica.

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Cirúrgico: 80-95% dos pctes ficam completamente assintomáticos.

Critério para resultado bem sucedido: alívio da dor.

Mann e Reynolds: - 65% alguma dor pós cirurgia.- 68% entorpecimento- 20% melhora < 50% da dor.

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Paciente deve ser informado antes da cirurgia que alguns sintomas podem permanecer depois da cirurgia.

Procurar outras causas de metatarsalgia que podem coexistir.

É controverso se a excisão deva ser o tratamento de escolha (ex: neurólise epineural).

Escolha do local de incisão ( dorsal ou plantar): determinada pela experiência do cirurgião.

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Neuroma recorrente

-Via de acesso plantar: é a recomendada, pois a exposição é excelente.

- Via de acesso dorsal : a identificação do coto do neuroma no meio do tecido cicatricial pode ser difícil.

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Independente da via de acesso→ nervo deve ser transeccionado proximalmente o máximo que a incisão possibilitar.

Se o nervo não for transeccionado bem proximal ao ligamento intermetatarsal transverso profundo:

- fibras nervosas plantarmente dirigidas podem prender ou impedir o afastamento do nervo digital comum.

-aderência perto da cabeça metatarsal

-sintomas recorrentes.

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Mann:

- recomenda via de acesso dorsal para neuroma recorrente ou para incisão original.

Tratamento pós –operatório:

-48h: repouso com elevação máxima da extremidade ( permitido somente ida ao banheiro).- Deambular: o tolerado- Suturas removidas em 2-3 semanas

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Fasceíte plantar

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É a dor decorrente de alterações biomecânicas causadas pela tensão dos músculos intrínsecos e local de inserção da fáscia plantar no calcâneo.

Causa mais frequente de dor em calcâneo.

Pico de incidência: - 40-60 anos na população geral- mais precoce em corredores

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> ⅓ dos casos é bilateral

Esporão de calcâneo coexiste frequentemente.

- efeito causal desconhecido- pode representar resposta 2ª a uma

reação inflamatória.

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ANATOMIAA fáscia é uma faixa de tecido conjuntivo

fibroso denso que vai desde a tuberosidade medial do calcâneo até as falanges proximais, e tem a função de dar suporte ao pé. 

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ANATOMIA

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Etiologia Pouco entendida Multifatorial provavelmente.Possíveis fatores de risco:

- obesidade- ortostatismo prolongado ou

saltos frequentes- dorsoflexão reduzida dos

tornozelos- esporão de calcâneo- pé plano

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Incidência aumentada em corredores

Sugerindo ser causada por microtraumas repetitivos

Fatores de risco para esta população:- treino excessivo (↑ súbito da distância corrida)- pé plano/cavo- dorsiflexão limitada do tornozelo- correr em superfície firme, não flexível.- falta de sapatos adequados para corrida.

Evidência da associação da maioria destes fatores é limitada ou ausente.

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É comum entre dançarinas de balet e dança aeróbica.

Pode ocorrer de forma isolada ou associada a outras doenças reumáticas (artrite reativa e EA).

PatologiaVaria de degeneração do tecido

fibroso a proliferação fibroelástica, com ou sem evidência de inflamação crônica.

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Diagnóstico

Dor á palpação local. Pé em dorsiflexão com uma mão

+Toque da fáscia plantar com a outra

mão(do calcâneo até os dedos)

Laboratório não ajudaRx : objetivo → afastar outras

desordens como fratura de estresse.Incidências: perfil e axialEsporão de calcâneo não tem

valor diagnóstico.

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US: S 80% E 88,5%

RNM: para casos resistentes

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Diagnóstico diferencial

1)Ruptura da fáscia plantar2) Dor por compressão nervosa (n. tibial

posterior)3) Dor óssea4)D. de Paget5)Tendinite do tibial posterior6) Artrite reativa e outras

espondiloartropatias7) Atrofia do coxim em calcâneo(idosos)8)Sarcoidose

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Tratamento Conservador:

1) Alívio da dor

-Repouso ( no início).

- AINES (+ de 2 semanas somente para aqueles com inflamação sistêmica).

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2) Alterações de sapatos e hábitos

- Palmilha de silicone para calcâneo .

- Calçados atléticos ( com suporte para o arco plantar)

- Splints (uso noturno para deixar calcâneo em posição neutra , com ou sem dorsiflexão).

- Evitar excessivo impacto sobre o calcâneo ( pular, caminhar, uso de trampolim, etc).

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3) Tratamento da obesidade

4)Exercícios

- Fisioterapia: alongar a fáscia plantar e fortalecer a musculatura da parte inferior da perna, a qual estabiliza o tornozelo e o calcanhar.

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1 - Alongamento Com a Toalha:

- Sentar sobre uma superfície firme, com a perna lesionada estendida à frente do corpo. - Laçar o pé com uma toalha e puxá-la, suavemente, em direção ao corpo, mantendo os joelhos estendidos.  - Manter essa posição por 30 segundos e repetir 3 vezes. - Para um bom alongamento, é necessário sentir, apenas, um desconforto, não devendo causar uma dor aguda. - Quando esse alongamento for muito fácil, deve-se iniciar o alongamento da panturrilha em pé.

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2 - Alongamento em Pé da Panturrilha: - Ficar de pé, com os braços estendidos para frente e as mãos espalmadas e apoiadas em uma parede na altura do peito.  - A perna do lado lesionado deve estar, aproximadamente, 40 cm atrás da perna do lado são.  - Manter o lado lesionado estendido, com o calcanhar no chão, e inclinar-se contra a parede.  - Flexionar o joelho da frente até sentir o alongamento da parte de trás do músculo da panturrilha, do lado lesionado.  - Manter essa posição de 30 a 60 segundos e repetir 3 vezes.

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3 - Alongamento da Aponeurose Plantar:

- Em pé, com o ante pé lesionado na borda de um degrau e o médio pé e calcanhar sem apoiar em nada, tentar alcançar o fundo do degrau com o  calcanhar até sentir o alongamento do arco do pé.  - Manter por 30 segundos.  - Relaxar e repetir 3 vezes.

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4 - Rolamento Sobre Lata Congelada:

- Descalço, deslize seu pé lesionado para frente e para trás rolando do seu calcanhar ao seu arco mediano uma lata de refrigerante congelada. - Repita de 3 a 5 minutos. -Esse exercício é particularmente benéfico se feito logo pela manhã.

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5 - Levantamento Dos Dedos do Pé Sentado:

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6 - Apanhar a Toalha:

- Com o calcanhar no chão, apanhar a toalha com os dedos do pé e largar. - Repetir de 10 a 20 vezes.

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5) Caso não ocorra melhora com todas as medidas anteriores em 2-3 semanas, considerar:

- Infiltração : alívio temporário atrofia ruptura da fáscia

plantar (estudo com 765 pctes → 51 fizeram infiltração > destes 43 ruptura).

- Ondas de choque: resultados conflitantes.

Revisão 2005: sem benefício clínico importante.

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Toxina botulínica: melhora em 3-8 semanas. Necessidade de + estudos.

Cirurgia/criocirurgia

Prognóstico

FavorávelResolução de 80% em 1 ano.

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Obrigada!

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