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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
ACÓRDÃO N°
SECRETARIA DO PLENOCertifico e dou fé que a presente decisão foi
1 ' -3ã~fro BoJetim Oficial do i ut- iu
n°J&b_de ^Y/Pf/°^0('s4g- com
/2009-TCE/TO - Pleno
1. Processos n°s:
2. Classe de Assunto:
3. Recorrentes:
4. Entidade:
5. Relator:
6. Representante do MP:
7. Advogado:
09987/2008 e apensos n° 08222/2002 (VII Volumes)
(I - Plenário) Pedido de Reconsideração
Ângela Marquez Batista e Neyzimar Cabral de LimaPrefeitura Municipal de Palmas - TO
Auditor Substituto de Conselheiro Adauton Linhares da Silva
Procurador-Geral de Contas João Alberto Barreto Filho
Pedro Martins Aires Júnior - OAB/TO 2.389
Ementa: Pedido de Reconsideração. Conhecido.
Preliminar Rejeitada. Não Provimento. Ciência ao
responsável e advogado. Publicação. Remessa ao
Cartório de Contas.
8. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de n° 09987/2008 e apenso n° 8222/2002 que versam
sobre Pedido de Reconsideração interposto pela Senhora Ângela Marquez Batista-ex-Presidenteda Comissão de Licitação e pelo senhor Neyzimar Cabral de Lima - ex-Membro da Comissão de
Licitação, contra decisão proferida por meio do Acórdão n° 581/2008 - TCE/TO - Pleno, de 19 de
novembro de 2008, extraído dos autos n° 0822/2002, que considerou ilegal o Edital de Licitação,
na modalidade Tomada de Preços n° 07/2001 e o Contrato n° 1373/2001, firmado entre o
Município de Palmas e a Construtora Rio Tranqueira Ltda por infringir os arts. 30 e 32 da Lei n°
8.666/93 e aplicou aos recorrentes multa de R$ 1.000,00 (mil reais), pelas infrações enumerada
nos itens 1 e 2 constantes do Voto do processo, nos termos do art. 39, II da Lei n° 1.284/2001 c/c
art. 159, II do Regimento Interno deste Tribunal, e
Considerando que os recorrentes, impetraram, tempestivamente, o recurso em apreço contra a
deliberação retromencionada;
Considerando a decisão proferida pelo Plenário desta Corte, por meio do Acórdão n° 581/2008-
TCE/TO/Pleno, de 19 de novembro de 2008;
Considerando ainda, o mais que dos autos consta;
ACORDAM por unanimidade de votos os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado,
reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. Io,
XVII, da Lei n° 1.284/2001 c/c o art. 294, V, do Regimento Interno deste Tribunal, em:
8.1. conhecer o Recurso interposto, uma vez que presentes os pressupostos de sua
admissibilidade, para rejeitar a preliminar suscitada e no mérito negar-lhe provimento, mantendo
inalterados os termos do Acórdão n° 581/2008- TCE/TO - Pleno, de 19 de novembro de 2008;
8.2. enviar cópia da decisão aos recorrentes e ao advogado constituído nos autos;
8.3. determinar a publicação desta decisão no Boletim Oficial do Tribunal de Contas, para que
surta os efeitos legais necessários;
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria'
RecMsideracao.doc
Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8: ido de
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
Processos n°s:
Classe de Assunto:
Recorrentes:
Entidade:
Relator:
Representante do MP:
Advogado:
09987/2008 e apensos n° 08222/2002 (VII Volumes)
(I - Plenário) Pedido de Reconsideração
Ângela Marquez Batista e Neyzimar Cabral de LimaPrefeitura Municipal de Palmas - TO
Auditor Substituto de Conselheiro Adauton Linhares da Silva
Procurador-Geral de Contas João Alberto Barreto Filho
Pedro Martins Aires Júnior - OAB/TO 2.389
8.4. determinar a intimação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, de acordo com oartigo 373 do Regimento Interno;
8.5. determinar a remessa dos autos ao Cartório de Contas, para as providências de mister.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS, Sala das Sessões Plenárias, emPalmas, Capital do Estado, aos i~ dias do mês de julho de 2009.
Conselheiro Severiano
Presid
ar
Adauto/LinhareslasávaAudtopSubstituto de Conselheíí
Relator
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8222-2002 - Pedido deReconsideracao.doc
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
Processos n°s:
Classe de Assunto:
Recorrentes:
Entidade:
Relator:
09987/2008 e apensos n° 08222/2002 (VII Volumes)
(I - Plenário) Pedido de Reconsideração
Angela Marquez Batista e Neyzimar Cabral de Lima
Prefeitura Municipal de Palmas - TO
Auditor Substituto de Conselheiro Adauton Linhares da Silva
Representante do MP: Procurador-Geral de Contas João Alberto Barreto Filho
Advogado: Pedro Martins Aires Júnior - OAB/TO 2.389
RELATÓRIO N° 134/2009
1 ratam os presentes autos de Pedido de Reconsideração interposto pela Senhora
Angela Marquez Batista-ex-Presidente da Comissão de Licitação e pelo Senhor Neyzimar Cabral
de Lima - ex-Membro da Comissão de Licitação, contra decisão proferida por meio do Acórdão
n° 581/2008 - TCE/TO - Pleno, de 19 de novembro de 2008, extraído dos autos n° 0822/2002,
que considerou ilegal o Edital de Licitação, na modalidade Tomada de Preços n° 07/2001 e o
Contrato n° 1373/2001, firmado entre o Município de Palmas e a Construtora Rio Tranqueira
Ltda por infringir os arts. 30 e 32 da Lei n° 8.666/93 e aplicou aos recorrentes multa de R$
1.000,00 (mil reais), pelas infrações enumerada nos itens 1 e 2 constantes do Voto do processo,
nos termos do art. 39, II da Lei n° 1.284/2001 c/c art. 159, II do Regimento Interno deste
Tribunal.
Inconformado com a r. decisão, os recorrentes impetraram o presente recurso, em 22
de dezembro de 2008, alegando em síntese:
"Ex positis, requer-se desta colenda Corte de Contas, a reforma do Acórdão n°
581/2008-TCE-TO, para que seja acatada a preliminar levantada, ou assim não
entendendo, que sejam considerados legais o edital da Tomada de Preços n°
07/2001 e o contrato n° 1373".
A Coordenadoria do Cartório de Contas por meio do Despacho n° 102/2009, fls. 14,
certifica que o recurso é tempestivo.
O Corpo Especial de Auditores emitiu Parecer de Auditoria n° 985/2009, fls. 16,
emitido pelo Auditor Márcio Aluizio Moreira Gomes, manifestando-se da seguinte forma, no
essencial: "Pelo exposto este membro do Corpo Especial de Auditores manifesta o seu
entendimento no sentido de que a peça analisada ostenta natureza recursal para o caso,
preenchendo os requisitos básicos processuais do cabimento pertinente à espécie, podendo,
pois, ser conhecido e provido pelos fundamentações acima expostas, podendo a decisão
constante do Acórdão n° 581/2008 ser reformada em sua totalidade, considerando legal o
Edital de Pregão Presencial n° 07/2001 e o contrato dele decorrente".
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra
Reconsideracao.doc
Relatoria\P-9987-2008 e apenso Pedido de
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
O Ministério Público junto a esta Corte de Contas, em sua manifestação por meio do
Parecer n° 1503/2009, de fls. 17/19, do Procurador-Geral de Contas, João Alberto Barreto Filho,
assim entende: "Ante o exposto, o Ministério Público de Contas, responsável pelo controle
da legalidade dos atos administrativos, por força das suas atribuições previstas nas
Constituições Federal e Estadual, bem como no artigo 145, inciso V da Lei n° 1.284/2001,
manifesta-se pelo CONHECIMENTO, por ser próprio e tempestivo, e no mérito DAR-LHE
PROVIMENTO, devendo modificar a Decisão do Acórdão n° 581/2008 - TCE - PLENO,
considerando legal o Edital de Pregão Presencial n° 07/2001 e o contrato dele decorrente".
É o relatório.
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8222-2002 - Pedido de 2
Reconsideracao.doc
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
VOTO
\J presente recurso preenche os requisitos de sua admissibilidade, vez que o mesmo
é tempestivo, cabível e os recorrentes são partes legítimas, viabilizando, destarte, oenfrentamento de seu mérito.
Em sessão Ordinária, realizada no dia 19 de novembro de 2008, o Tribunal Pleno
examinou, discutiu e relatou os autos que tratam da análise do Edital de Licitação, na modalidade
Tomada de Preços n° 07/2001 e do Contrato n° 1373/2001, firmado entre o Município de Palmas
e a Construtora Rio Tranqueira Ltda, tendo como objeto a construção de 02 (dois) Centros de
Educação Infantil em Palmas, sendo 1 (um) no Aureny III e 1 (um) na ARSE 111 (1104 Sul), no
valor de R$ 1.125.790,40 (um milhão cento e vinte e cinco mil setecentos e noventa reais e
quarenta centavos), com prazo de vigência de 120 (cento e vinte) dias, contados à partir da data
da Ordem de Serviço, proferindo julgamento pela ilegalidade e aplicando multa, conforme
Acórdão n° 581/2008 - TCE/TO - Pleno, de 19 de novembro de 2008.
Os argumentos trazidos à baila pelos recorrentes em sede meritória são em síntese:
"PRELIMINARMENTE: DA PERDA DO OBJETO
Conforme consta do Regimento Interno, julgada a prestação de contas anual do
ordenador, restará prejudicada a análise formal de contrato (art. 101)
(...)
Assim sendo, requer a reforma da decisão, para que seja considerada a perda de
oportunidade do exame formal do contrato e edital, nos termos do art. 102 do
RI/TCE, o que desde já requer.
DO MÉRITO
Adentrando ao mérito, há de ser relevado pelos Membros desta Egrégia Corte de
Contas, que o edital e contratos sub examines, eram tidos como "padrão" pela
Prefeitura Municipal de Palmas (...) Ocorre Excelências, que todos os demais
contratos e editais de licitação da Prefeitura de Palmas, que seguiam exatamente
o modelo aprovado pela Advocacia Geral do Município, foram julgados
regulares por essa Corte, não restando prudente o presente acórdão...
DA AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO CURRICULUM(...) A solicitação de assinatura tinha por base, confirmar que o funcionário
indicado concordava com as qualificações indicadas pela licitante, tendo a
vencedora do certame atendido o item (...) Esclarece-se, ainda, que tal solicitação
encontra respaldo no art. 30, II da Lei 8.666/93, pois trata-se de "comprovação
de aptidão para desempenho da atividade pertinente" com a "indicação do
pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação,
bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se
responsabilizará pelos trabalho". Ou seja, a apresentação do currículo vitae
devidamente assinado, diferentemente do contido no voto do Auditor Substituto
de Conselheiro, está previsto na Lei 8.666/93.
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8222-2002 - PeàiSO\de 3Reconsideracao.doc
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
DO QUADRO PERMANENTE
Quanto a comparação do documento apresentado pela empresa Consber e pela
Rio Tranqueira, náo teve sorte do Voto condutor do Acórdão.
A uma porque o documento apresentado pela empresa vencedora do certame, fls.
539 e 540, diferentemente do indicado no parecer ministerial, trata-se de registro
de contrato entre o indicado como responsável técnico: Newton Andrade Soares,
e a licitante vencedora, Construtora Rio Tranqueira. A duas, porque a exigência,
consagrada tanto na Lei 8.666/93 quanto a na Constituição, obriga a
licitante/contratada realizar o objeto do contrato com a participação pessoal e
direta dos integrantes de seu corpo técnico, cuja composição indicou na fase de
habilitação.
DA VINCULAÇÀO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
(...) Conclui-se que a inabilitaçáo de alguns proponentes operou-se,
exclusivamente, pela desconformidade com o estabelecido no edital, e o
descumprimento de qualquer regra do instrumento convocatório deve ser
reprimido, contrario sensu, frustar-se-ia a própria razão de ser da licitação,
violando os princípios da legalidade, moralidade e isonomia".
Pois bem, passo a análise dos fundamentos do recurso:
DA PRELIMINAR
A alegação dos recorrentes de que deve ser julgado prejudicado o presente processo
em virtude do julgamento das contas, deve ser rejeitado, pois as contas apreciadas por esta Corte
de Contas referem-se às consolidadas, conforme Parecer Prévio n° 118/2003 (Processo n°
1366/2002), fls. 890/907.
As contas de ordenador não foram julgadas, tendo em vista que no exercício de 2001,
não eram de encaminhamento obrigatório, assim, nada obsta a apreciação e julgamento dos
presentes autos.
Resta esclarecer que nas contas de ordenador o Tribunal de Contas, profere
julgamento, enquanto que nas contas consolidadas o mesmo emite apenas Parecer Prévio, para
subsidiar o julgamento pelo Poder Legislativo.
Assim, o Tribunal de Contas tem atribuição de julgar a boa e regular aplicação dos
recursos públicos e auxiliar o Poder Legislativo na realização do controle externo da
Administração Pública e no julgamento das contas anuais dos chefes do Poder Executivo.
Quanto às contas anuais consolidadas da ação governamental, a Constituição
estabelece para o Tribunal de Contas a atribuição apenas de emitir Parecer Prévio, de caráter
também definitivo, entretanto, sem o poder de julgar. O julgamento é feito pelo Poder
Legislativo. Cuida-se de sistema especial adstrito às contas do Chefe de Governo, que não as
presta unicamente como chefe de um Poder, mas como responsável geral pela execução
orçamentária, tanto assim, que a aprovação política das contas, não libera do julgamento de suas
contas especificas, entregue a decisão do Tribunal de Contas. Tais contas anuais, versam, em
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8222-2002 - Pedido_^de 4Reconsideracao.doc " "
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
síntese, sobre: balanço geral; gestão financeira, orçamentária e patrimonial; cumprimento dos
programas previstos na lei orçamentária anual; dívida pública; aplicação do percentual mínimo
no ensino, saúde e pessoal; relação e cópias de Leis e Decretos referentes à abertura de créditos
adicionais; organização e controle interno da Prefeitura, entre outros.
No que concerne à competência privativa do Tribunal de Contas de julgar as contas de
ordenador de despesa, dirige-se aos atos isolados de gestão. Nestes atos estão compreendidos a
compra de materiais e demais equipamentos para o devido funcionamento da máquina
administrativa. Constituem atos isolados de gestão administrativa, com uso direto do dinheiro
público, o empenho, a liquidação, o pagamento e outros, os quais podem e devem ser fiscalizados
isoladamente e, se possível, diuturnamente, para que possam ser corrigidos a tempo ouimpugnados e sancionados com multa.
Assim, rejeito a preliminar de perda de oportunidade do exame formal do contrato e
edital, e passo a análise do mérito.
DO MÉRITO
Não comungo com os argumentos dos recorrentes, haja vista que as razões do
presente recurso não oferecem elementos capazes de modificar o decisum, pois não foi
apresentado nenhum elemento ou documento novo, que tivesse o condão de elidir ou justificar as
ocorrências irregulares ensejadoras da deliberação atacada. Assim, a decisão atacada não merece
reforma mantenha-a pelos seus próprios fundamentos. Para tanto faço a sua transcrição,litteratim:
"Quanto ao mérito verifico as seguintes irregularidades:
ITEM 1 - A desqualificação das empresas MARISIL ENGENHARIA E
CONSTRUÇÕES LTDA e WARRE ENGENHARIA LTDA, por descumprimentodo item 6.6.3, letra "c" do Edital (fls. 66), sendo a primeira pelafalta da assinatura
nos currículus e a segunda por conter apenas assinatura da empresa e não da
pessoa mencionada.
Tal exigência não encontra amparo no art. 30 da Lei de Licitações, logo não poderia
ser exigido, pois, como é sabido, este dispositivo legal é taxativo ao descrever
"limitar-se-á", enumerando exatamente o que pode ser exigido na documentação
relativa à qualificação.
Jessé Torres Pereira Júnior1 com muita propriedade transcreve voto do processo n°14.851/99 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nos seguintes termos:
"Não é outro o sentido do verbo empregado no caput do dispositivo - 'A
documentação relativa a qualificação técnica limitar-se-á':... Quer dizer, o edital
1 Comentário à Lei de Licitações e Contratações da Administração Pública. 6a edição. 2003. Fls. 347.Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8222-2002 - Pedi<Reconsideracao.doc * '
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
pode exigir até o limite das comprovações previstas no art 30, não podendo ir alémdelas, mas pode exigir menos do que o previsto no art 30, de acordo com anatureza, o valor e a complexidade do objeto e de sua execução".
O art. 30 da Lei n°8.666/93 estabelece que:
"Art 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:I- registro ou inscrição na entidade profissional competente;II- comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatívelem características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para arealização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dosmembros da equipe técnica que se responsabilizarápelos trabalhos;III- comprovação,fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, equando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e dascondições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;IV-prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for ocaso. J
§1° A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, nocaso das licitações pertinentes a obras e serviços, seráfeita por atestadosfornecidospor pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nasentidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seuquadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional denível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente,detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviçode características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maiorrelevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências dequantidades mínimas ouprazos máximos;
§? As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadasno parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
§3a Será sempre admüida a comprovação de aptidão através de certidões ouatestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacionalequivalente ou superior.
§ 4a Nas licitações parafornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quandofor o caso, seráfeita através de atestadosfornecidos por pessoa jurídica de direitopublico ouprivado.
§? É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão comlimitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisqueroutras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§6-As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para ocumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação derelação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penascabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apensoReconsideracao.doc «"Fciiau
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
§ 8a No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidadetécnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução,cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análisedos preços e será efetuada exclusivamentepor critérios objetivos.§ 9a Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva altaespecialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução doobjeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação deserviços públicos essenciais.
§10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação dacapacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § Ia deste artigo deverãoparticipar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição porprofissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pelaadministração".
ITEM2 -A Desqualificação da EMPRESA CONSBER CONSTRUÇÕESLTDApela falta de autenticação de documentação, falta de comprovação de que oresponsável técnicofaz parte do quadro permanente da empresa efolha solta - item6.1 (fls. 110) e 6.6.3, letra "d.2" (fls. 112) do Edital.
O art. 32, caput2 da Lei 8.666/93 prevê a apresentação de documentos originaisafastando a possibilidade de alguém ter que autenticar um documento original,levando a conclusão de que o original do Boletim de Ocorrência de fls. 555, justificaafalta de autenticação da Carteira de Identidade e do CPF defls. 556.
Ademais, à luz dos princípios da razoabilidade da proporcionalidade, uma medidade tamanha gravidade como a eliminação de proponente da licitação devido àfaltade autenticação de documento demonstra-se exagerada e inadequada, especialmenteporque ela ocorreu ainda nafase de habilitação e pode ser facilmente suprida pelosdemais documentos apresentados e ao longo do procedimento licitatório.
Já a desqualificação pela exigência da comprovação de que o responsável técnicofaz parte do quadro permanente da empresa, é fácil constatar a sua obscuridade,pois por este mesmo motivo poder-se-ia desqualificar a empresa vencedora da
licitação, conforme demonstrado no Requerimento n° 222/03, fls. 760/765 doMinistério Público Especialjunto a esta Corte de Contas, o qual transcrevo:
"2.2.2. Comprovação de que o responsável técnicofaz parte do quadro permanenteda Empresa - para comprovação do item 6.6.3 "d.2" do Edital a proponenteConsberjuntou:
-Fls. 573 - Certidão fornecida pelo CREA de que o Engenheiro Lister HaueisenPimenta Ruas é o responsável técnico da empresa Consber Construções Ltda;
2 Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartórcompetente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.
e apenso P-8222-2002 -- Pédidto 8e 7
u
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
- Fls. 578- Certidão de acervo técnico, fornecido pelo CREA, de que o responsável
técnico, Engenheiro Lister Haueisen Pimenta Ruas foi o responsável técnico de
obra semelhante à do objeto da licitação;
Comparando estes documentos com os documentos apresentados pela empresa
vencedora da licitação afirma construtora Rio Tranqueira Ltda, referentemente ao
mesmo item 6.6.3 (d.2), verifica-se:
Fls. 521 - Certidão de acervo técnico, fornecido pelo CREA, de que o engenheiro
Newton Andrade Soares foi o responsável técnico de obra de característica
semelhante à do objeto da licitação;
Fls. 536/541 - Certidão de acervo técnico, fornecido pelo CREA, de que o
engenheiro Juarez Lopes Marinho foi o responsável técnico de obra de
característica semelhante à do objeto da licitação;
Fls. 542/543 - Documentofornecido pelo CREA de que Newton Andrade Soares e
Juarez Lopes Marinhoforam inclusos como responsáveis técnicos da construtora
Rio Tranqueira Ltda;
As demais empresas proponentes também apresentaram a mesma ordem de
documentos a saber:
PROPONENTES
Empreiteira União Ltda
Warre Engenharia Ltda
Marisil Engenharia Ltda
WK Construtora e Designer Ltda
CERTIDÃO DO CREA de
comprovação do
responsável técnico
Fls. 211/212
Fls. 315/317
Fls. 410 e 412
Fls. 467/468
Comprovantes de acervo do
responsável técnico em obras
semelhantes à do objeto da
licitação
233/261
328/339
409, 411, 413/423
464/465
Embora todos os proponentes tenham igualmente apresentados os documentos
facultados pelas letras (d.1) e (d2), do item 6.6.3 do Edital SOMENTE A
PROPONENTE CONSBER FOIDESCLASSIFICADA POR ESTEMOTIVO."
Segundo Adilson Abreu Dallari3:
"existem várias manifestações doutrinárias ejá existejurisprudência no sentido de
que, na fase de habilitação, não deve haver rigidez excessiva; deve-se procurar a
finalidade da fase de habilitação, deve-se verificar se o proponente tem
concretamente idoneidade. Se houver um defeito mínimo, irrelevante para essa
3 Apud RECURSO ESPECIAL N° 542.333 - RS (2003/0106115-0) - STJ
Z:\Departamentos\Relatorias\4Relatoria\2009\Processos de outra Relatoria\P-9987-2008 e apenso P-8222^002Reconsideracao.doc / / /
Pedida* de 8
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
comprovação, isto não pode ser colocado como excludente do licitante. Deve haver
uma certa elasticidade em função do objetivo, da razão de ser da fase de
habilitação; interessa, consulta ao interesse público, que haja o maior número
possível de participantes".
Assim, não obstante o exercício do direito constitucional da ampla defesa e
contraditório os responsáveis pela comissão de licitação e o contratante não
conseguiram sanar as irregularidades apontadas nos itens 1 e 2 acima transcritos,
ficando sujeitos a multa prevista art. 39, II da Lei Orgânica c/c art. 159, II do
Regimento Interno, por infração à norma legal (art. 30 e 32 da Lei n° 8.666/93).
(...)
A propósito esclarece Marcai Justen Filho4:
"A licitação consiste em um instrumento jurídico para afastar a arbitrariedade na
seleção do contratante. Portanto o ato convocatório deverá definir de modo
objetivo, as diferenças que são reputadas relevantes para a Administração. A
isonomia significa o tratamento uniforme para situações uniformes, distinguindo-
se-as na medida em que exista diferença."
Vê-se, portanto, que a licitação tem por objetivo uma dupla perspectiva: de um
lado, pretende-se que os entes governamentais realizem a contratação mais
vantajosa, e de outro, garante aos administrados a possibilidade de participarem
dos negócios que a administração deseja realizar com particulares.
A obediência ao princípio da isonomia constitui uma garantia para os interessados na
licitação, por não amparar discriminações arbitrárias que possam surgir por
preferências ou interesses pessoais, emprocesso de desvantagempara a administração.
Finalizando, resta salientar que o art. 49, §2" da Lei n° 8.666/93 estabelece que a
nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato. Verbis:
"Art 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente
poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato
superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de
terceiros, medianteparecer escrito e devidamentefundamentado.
(...)
§ 2a A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o
disposto no parágrafo único do art 59 desta Lei".
É preciso enfatizar, por isso mesmo, que ao Administrador Público não é concebidoo uso do princípio da autonomia de vontade dado ao particular, para a
Comentário à Lei de Licitação e Contratos Administrativo, 5a Edição, pág. 57.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO TOCANTINS
administração pública tal regra inexiste, por razões óbvias. O Administrador Públicoestá atrelado à letra da lei para poder atuar. Seufacere ou nonfacere decorre da
vontade da lei. Em alentado estudo sobre o princípio da legalidade, Hely Lopes
Meireles5, assevera que: "a Legalidade, como princípio de administração (CF, art37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles
não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso...". E mais adiante
preleciona que: "a eficácia de toda atividade administrativa está condicionada àleu..". Porfim, que: "As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e
seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo de vontade
conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros
poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos...".
Por tais fundamentos há de se manter o Acórdão questionado, por seus próprios ejurídicos fundamentos.
Ante o exposto, VOTO no sentido de que este Tribunal acate as providências abaixo
mencionadas adotando a decisão, sob a forma de Acórdão que ora submeto a deliberação desteColendo Pleno:
a) conheça o Recurso interposto, uma vez que presentes os pressupostos de sua
admissibilidade, para rejeitar a preliminar suscitada e no mérito negar-lhe provimento, mantendoinalterados os termos do Acórdão n° 581/2008- TCE/TO - Pleno, de 19 de novembro de 2008;
b) envie cópia da decisão aos recorrentes e ao advogado constituído nos autos;
c) determine a publicação da decisão no Boletim Oficial do Tribunal de Contas, paraque surta os efeitos legais necessários;
d) determine a intimação do representante do Ministério Público junto ao Tribunal deContas, de acordo com o artigo 373 do Regimento Interno;
e) determine a remessa dos autos ao Cartório de Contas, para as providências demister.
SALA DAS SESSÕES, em Palmas, Capital do Estado do Tocantins, aos J- do mêsde julho de 2009.
AdautonXinhares da Sm
Auditor Substituto de Conselhen-o-Relator
Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros, 28 edição, p. 82.
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