3
Ainda não nham passado três semanas da nossa ida a pé a Fáma quando nos juntámos para nos revermos todos e parlharmos o que nha significado para nós essa experiência. Todos acabámos por dizer qualquer coisa sobre aquilo que nhamos vivido e a maneira como nos nha tocado. Depois de ter dito que nha vindo de lá diferente (não foi a única a dizê-lo…), a Regina acrescentou: E os outros notam! E perguntam-me o que é que me aconteceuÉ sempre assim. Quando vivemos algo que mexe verdadeiramente connosco, de forma tão intensa ou inexplicável que nem nós próprios sabemos dizer bem porquê, ficamos diferentes! Passamos a olhar a vida de maneira diferente. Redefinimos prioridades. Valorizamos a vida e aquilo que a preenche de outra maneira. Isto acontece tanto com as coisas boas, que nos fazem felizes, como foi o caso, como com aquelas que nos magoam muito e obrigam a repensar a vida. Uma das maneiras de nos pormos a falar sobre o que nhamos vivido foi escolher uma palavra que melhor definisse a forma como nos senamos. Reencontro foi uma das palavras mais escolhidas. Reencontro consigo mesmoReencontro com a féMuitas das coisas que acontecem na inmidade do coração são indizíveis. Nós próprios, que as vivemos, temos dificuldade em as verbalizar. Mas elas acabam sempre por transparecer na maneira como nos situamos na vida. Pode manifestar-se de forma exuberante (as centenas de mensagens diárias no WhatsApp ou a espontaneidade como passámos a falar de nós como uma família…). Ou pode acontecer de forma muito discreta, nos silêncios que falam porque são novidade relavamente ao que éramos antesO que é certo é que, como dizia a Regina, os outros notam!Vamos celebrar um Pentecostes que nos fala disto mesmo. Duma revoluçãoque muda a vida dos discípulos e que se nota! Porque não se pode calar o que de bom se vive e descobre. E porque é o próprio Deus que toma conta de nós e nos põe a falar a língua de todos: a do testemunho de uma alegria que encanta porque é o sonho de todos! Pe Luís Alberto COMO INSCREVER-SE: Mande um e-mail para: manifestando o seu desejo de ser incluído/a na nossa mailing list , passando assim a receber a nossa Newsleer Para deixar de a receber, basta enviar um e-mail e será rerado/a da mailing list. Número 67– Maio de 2017 Reflexões E os outros notam! newsletter Reflexões … newsletter

newsletter Reflexões · Será no dia 9 de Junho, às 20.15h. omo é habitual, começamos com Jantar, seguido de Conferência e debate. Desta vez estará connosco Luís Miguel Cintra,

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: newsletter Reflexões · Será no dia 9 de Junho, às 20.15h. omo é habitual, começamos com Jantar, seguido de Conferência e debate. Desta vez estará connosco Luís Miguel Cintra,

Ainda não tinham passado três semanas da nossa ida a pé a Fátima quando nos juntámos para nos revermos todos e partilharmos o que tinha significado para nós essa experiência. Todos acabámos por dizer qualquer coisa sobre aquilo que tínhamos vivido e a maneira como nos tinha tocado. Depois de ter dito que tinha vindo de lá diferente (não foi a única a dizê-lo…), a Regina acrescentou: “E os outros notam! E perguntam-me o que é que me aconteceu”

É sempre assim. Quando vivemos algo que mexe verdadeiramente connosco, de forma tão intensa ou inexplicável que nem nós próprios sabemos dizer bem porquê, ficamos diferentes!

Passamos a olhar a vida de maneira diferente. Redefinimos prioridades. Valorizamos a vida e aquilo que a preenche de outra maneira.

Isto acontece tanto com as coisas boas, que nos fazem felizes, como foi o caso, como com aquelas que nos magoam muito e obrigam a repensar a vida.

Uma das maneiras de nos pormos a falar sobre o que tínhamos vivido foi escolher uma palavra que melhor definisse a forma como nos sentíamos. Reencontro foi uma das palavras mais escolhidas.

Reencontro consigo mesmo… Reencontro com a fé…

Muitas das coisas que acontecem na intimidade do coração são indizíveis. Nós próprios, que as vivemos, temos dificuldade em as verbalizar. Mas elas acabam sempre por transparecer na maneira como nos situamos na vida.

Pode manifestar-se de forma exuberante (as centenas de mensagens diárias no WhatsApp ou a espontaneidade como passámos a falar de nós como uma família…).

Ou pode acontecer de forma muito discreta, nos silêncios que falam porque são novidade relativamente ao que éramos antes…

O que é certo é que, como dizia a Regina, “os outros notam!”

Vamos celebrar um Pentecostes que nos fala disto mesmo. Duma “revolução” que muda a vida dos discípulos e que se nota! Porque não se pode calar o que de bom se vive e descobre. E porque é o próprio Deus que toma conta de nós e nos põe a falar a língua de todos: a do testemunho de uma alegria que encanta porque é o sonho de todos!

Pe Luís Alberto

COMO INSCREVER-SE:

Mande um e-mail para:

manifestando o seu desejo de ser incluído/a na nossa mailing list , passando assim a receber a nossa Newsletter

Para deixar de a receber, basta enviar um e-mail e será retirado/a da mailing list.

Número 67– Maio de 2017

R e f l e x õ e s …

“E os outros notam! ”

newsletter Reflexões …

newsletter

Page 2: newsletter Reflexões · Será no dia 9 de Junho, às 20.15h. omo é habitual, começamos com Jantar, seguido de Conferência e debate. Desta vez estará connosco Luís Miguel Cintra,

Peregrinação a Fátima a pé – 27 Abril a 1 Maio

No dia 27 Abril partimos rumo a Fátima, onde chegámos dia 1 Maio, o primeiro dia do mês de Maria, em vésperas das comemorações do centenário das Aparições e da canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta. Uma peregri-nação que ligou a Paróquia de N. Senhora de Fátima ao Santuário de Fátima, sob orientação do padre Luis Alberto.

Um grupo rondando os 30 peregrinos, com idades compreendidas entre os 11 e os 72 anos, com as motivações mais variadas fez-se ao Caminho, seguindo as setas azuis e confiando no guia Luis. Poucos se conheciam, mas nas hortas de Chelas já a simpatia natural das peregrinas Madeirenses facilitava o despertar do espírito fraterno e o sentimen-to de comunidade.

Seguimos o trajecto do Caminho do Tejo, uma rota dos Peregrinos de Fátima (recuperada pelo Centro Nacional de Cultura e seguindo tanto quanto possível antigos trilhos alternativos às perigosas bermas das estradas), que liga Lis-boa a Fátima, continuando depois para Santiago de Compostela. Durante 5 dias atravessámos 10 munícipios (Alcanena, Alenquer, Azambuja, Batalha, Cartaxo, Lisboa, Loures, Ourém, Santarém e Vila Franca de Xira), inspirados por paisagens diversas, em contacto directo com a natureza e com as populações locais.

O Caminho faz-se passo a passo

À excepção do Luís e do Padre Luis Alberto que durante toda a viagem carregaram as suas mochilas (uma lição de vida sobre o espírito do peregrino, que carrega apenas o essencial e se liberta de tudo o que é “supérfluo” para po-der suportar o peso da sua mochila de modo a alcançar o seu propósito), tivemos a preciosa ajuda do Tiago e do Pio que para além do transporte da bagagem, não nos faltavam com água, fruta, um reforço energético, um sorriso, uma palavra de ânimo e a garantia de transporte no caso de necessidade. As dormidas foram em Albergues, no chão, mas de manhã já ninguém se lembrava do desconforto. A participação na missa e as orações da noite, abriam a porta ao Espírito Santo, que foi fazendo Caminho com cada um e, responsabilizando-nos uns pelos outros. A ale-gria, a gratidão e a determinação alimentada pela Confiança, eram os sentimentos dominantes. Mas, com cerca de 30 km a somar a cada dia, as bolhas, a fadiga muscular, as dores e o cansaço geral começaram a manifestar-se, so-bretudo quando as planícies começaram a dar lugar a uma paisagem deslumbrante de montes e vales! Valeu a consciência de que num grupo o andamento depende da velocidade dos últimos e é preciso saber moderar o passo! Valeu a partilha de pomadas, anti-inflamatórios, ligaduras, bastões! Valeu o carro de apoio a quem se sentia cansado e a quem fez quilómetros extras e foi parar à povoação seguinte. Valeu a palavra de incentivo e a companhia a quem se sentia na cauda do grupo. Valeu o dab, a energia contagiante da Francisca e da Concha e, o humor do Glenn e dos entrevistados na Peregrina-ção TV. Valeram o tratamento das bolhas, as massagens, os alongamentos e as ligaduras funcionais. Valeu a oração do terço rezada em conjunto, a canção do Peregrino, o sacramento da reconciliação. Valeu a Fé, a Confiança e a Esperança.

Que motivações nos levaram a Peregrinar

Peregrinar oferece uma enorme riqueza de experiências ao nível da fé e da espiritualidade, do auto-conhecimento, das relações inter-pessoais, do turismo e até da aventura. Os testemunhos destes peregrinos comprovam isso. “Proximidade com a Igreja, nomeadamente com N. Senhora”, “explorar o meu lado espiritual”, “a experiência, a fé, a comunhão com Nossa Senhora, dar graças”, “(...) penitência”, “acção de Graças pela intercessão de Maria pelo meu irmão (que sofreu um AVC)”, “cumprir promessa pelo nascimento da nossa filha com saúde”, “(...) desde há 7 anos, todos os anos, por me fazerem sentir muito bem comigo próprio, por ser um período de reflexão, introspecção e diálogo com Deus”, “realização pessoal”, “uma descoberta. Saber melhor quem sou”, “superação”, “curiosidade, conhecer pessoas”, “interação com outras pessoas”, “conhecer novos locais e novas pessoas, visitando Fátima”.

Chegada a Fátima: uma explosão de sensações

“ Percebi que estar cercado de pessoas solidárias torna possível qualquer jornada” A chegada a Fátima foi descrita como uma “explosão de sensações: emoção, alegria, felicidade, gratidão, paz e aco-lhimento pela Mãe do Céu”. O sentimento de “vitória”, por ter sido alcançado um “objectivo tão desafiador” (153 km em 5 dias, com distâncias diárias superiores a 30 km, em pisos e relevos tão diversos) foi vivido por todos, num “ambiente de grande cumplicidade”. Todos chegaram ao Santuário pelo seu próprio pé, superando medos, bolhas,

newsletter

Página 2 Tempo de Partilha

Page 3: newsletter Reflexões · Será no dia 9 de Junho, às 20.15h. omo é habitual, começamos com Jantar, seguido de Conferência e debate. Desta vez estará connosco Luís Miguel Cintra,

tendinites, fadiga muscular e outras mazelas, conscientes que “a fé, a forte solidariedade, foram fundamentais para a conclusão do Caminho”. Mas, o sentimento de “dever cumprido” rapidamente deu lugar à “nostalgia e uma saudade muito grandes”: tinha terminado “uma experiência de dias intensamente vividos” (alvorada às 5 horas da manhã), com a certeza de a querer repetir na próxima oportunidade, sem deixar perder os laços que já se tinham construído.

Resumindo a experiência da Peregrinação numa palavra Encontro foi a a palavra mais citada, seguidas de Confiança e Fé. “Encontro (...) por ter sido um momento de encontro de cada um consigo mesmo: com o seu espírito e com o seu cor-po; com Jesus, com Deus e com Maria; com os outros caminheiros, com a natureza, com os povoados, com Deus, com a vida, com as estradas, com a oração, com os nossos pensamentos” (Renato)

Sem quer alongar e a título de reflexão deixamos algumas das palavras, que partilhámos convosco na missa das 19h, no passado dia 20 de Maio: Alexandra – Devoção; Alice – Magia, Ana Cristina – Família, Ana Margarida - Coragem, Carla - Gratidão, Conceição - Verdade, Constança - Festa, Fátima - Fraternidade, Fernanda - Rio Graça - Confiança, Francisca - Divertida, Glenn - Reencontro, Gui - Despojamento, Helena - Amizade, Luís – entrega; Padre Luís Alberto – Caminho; Manel - União, Margarida - Amizade, Marisa - Encontro, Paula – Amor à Mãe do Céu, , Pedro Inácio – Aber-tura de coração, Pio, Regina - Reencontro, Renato - Encontro, Sofia - Fé, Teresa, Tiago – Carregar, Virgínia - Felicidade

Mas, como diz a Marisa: “É difícil expressar em palavras o que se sente, porque vive-se. As palavras e as fotografias ficam muito aquém do que é a peregrinação. Só sei uma coisa: peregrina uma vez, peregrina para sempre”. Encontramo-nos para o ano?

Graça Lucena

Nos dias que se avizinham preparamo-nos para várias celebrações importantes que marcam o final deste ano pastoral No próximo Domingo, dia 4 de Junho, teremos já a celebração, na missa das 19h, da Festa do Glória (1º Volume) e da Festa do Pai Nosso (2º Volume). A Primeira Comunhão, juntamente com a celebração dos sacramentos da iniciação cristã para três crianças e um adulto, terá lugar no dia 15, dia de Corpo de Deus, na missa das 12h. No dia 17, na mis-sa das 19h, teremos a celebração do Crisma, presidida pelo Sr D. Joaquim Mendes. E no dia 18 teremos a celebração da Profissão de Fé e a Festa da Entrega do Credo, na missa das 12h. Entretanto vamos encerrar o ciclo de encontros “À Mesa Com…” Será no dia 9 de Junho, às 20.15h. Como é habitual, começamos com Jantar, seguido de Conferência e debate. Desta vez estará connosco Luís Miguel Cintra, actor e encenador a quem este ano foi atribuído o Prémio Àrvore da Vida — Padre Manuel Antunes, com quem vamos falar da relação da cultura com a fé, e de como uma se torna cami-nho para a outra. Inscrições até ao dia 8 de Junho.

Página 3

Entre Nós...