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JOEL FERNANDES: O ÚLTIMO DIA DO ANO
ROBERTO TRANJAN: ONDE ESTÁ A CRISE
MARCELO PONZONI: DESVIO DE CONDUTA
A internet no Brasil já conta com mais de 120 milhões de usuários, e o potencial de geração de negócios não para de
crescer. Conheça quem se destaca na economia digital
ENTREVISTA: HEIDE CASTRO DESTRINCHA A INVESTIGAÇÃO APRECIATIVA
www.empreendedor.com.br
Negócios criativos, inovadores e rentáveis
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2014
NÃO TEM CRISE.COMI S SN 1414-0 152
ANO 21 I No 242DEZEMBRO 2014R$ 13,90
21 anos
Alexandre Oliveira e Ricardo FritscheMERITT
Alencar de Carvalho GERA
Luiz Alberto Ferla DOT GROUP
Carlos Souza VEDUCA
Gustavo Caetano SAMBA TECH
Vinicius Roveda CONTAAZUL
Eric Santos RESULTADOS DIGITAIS
Luiz Vabo Jr. e Felipe Salvini SIEVE
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Os destaques do ano
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Em 2015, o número de pessoas conectadas à internet no mun-do deve atingir a marca de 3 bilhões, mais de 40% da população mundial, segundo cálculos da consultoria de tecnologia eMarketer divulgados pela BBC, no fim de novembro. No Brasil, o levanta-mento mais recente da Nielsen Ibope apontou 120,3 milhões de pessoas com acesso à internet em 2014 (aproximadamente 60% da população nacional), um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. Os brasileiros já superaram os japoneses e ficam abai-xo apenas dos chineses, estadunidenses e indianos. A estimativa é que o Brasil mantenha a quarta posição, ao menos, até 2018, quando o número de usuários da web deve chegar a 125,9 milhões.
O potencial econômico da internet é imensurável. Nela ocor-rem negócios (estima-se que, somente no Brasil, o e-commerce obtenha um faturamento de R$ 39 bilhões em 2014) e dela sur-gem negócios. A internet é plataforma para soluções direciona-das à economia tradicional e também à economia digital. Nas páginas a seguir, a Revista Empreendedor apresenta uma série de exemplos de empresas que operam neste mercado e se destaca-ram por suas inovações e desenvoltura em 2014. Uma leitura para se inspirar – e, quem sabe, começar 2015 com uma boa ideia de negócio para implementar.
Os destaques do ano Edição especial apresenta empresas que se destacaram no mundo dos negócios digitais em 2014
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Se antes apostar no mercado da inter-net era uma aposta e um sonho, hoje o mercado está em estabilização, e o desafio atual é desenvolver soluções acessíveis em aparelhos móveis. Luiz Alberto Fer-la, presidente do DOT Group, cita que aproximadamente 40 milhões de brasi-leiros afirmaram acessar a internet pela primeira vez através de celulares, o que já representa um terço de todo o universo de internautas brasileiros, cerca de 120 milhões de pessoas. “A internet está no computador de bolso. Isto implica em en-contrar pessoas qualificadas na área e na prospecção de empresas”, diz. O grupo DOT com sede em Florianópolis, nasceu em 1996 com uma empresa de educação a distância e hoje atua nos principais ra-mos da internet – educação, games, redes sociais corporativas, gestão na nuvem, co-mércio eletrônico ou comunicação digital.
Mesmo com crescimento de 42% no faturamento em 2014, os resultados do ano não alcançaram o esperado pela direção, que era fechar o ano com R$ 100 milhões. Em 2013, faturaram R$ 35 milhões e, nes-te, R$ 50 milhões, com uma equipe de 280 funcionários. “O mercado ainda não está tão maduro na comunicação digital e este ano foi confuso na cabeça das empresas, que com eleições ficaram mais cautelosas, não contrataram. Diversos contratos serão cumpridos ano que vem”, diz Ferla.
Atualmente, a empresa investe na ampliação do mercado. Neste ano, foram
instalados escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo, o que deve fortalecer a atu-ação no Sudeste. “Também queremos focar no atendimento de soluções cor-porativas”, adianta Ferla. Até então o gru-po contava com escritórios em Brasília e Belo Horizonte.
Entre as oito empresas do grupo: IEA (educação a distância), Knowtec (inteligên-cia de mercado e gestão do conhecimento), Talk 2 (comunicação digital), DDBR (comu-nicação digital para política), Keepning Up (comércio eletrônico), TechFront (games), SuitePlus (sotfwares de gestão na nuvem) e SocialBase (redes sociais corporativas). “Al-gumas soluções até podem ser novas, mas temos 20 anos de experiência no mercado entregando produtos com qualidade única. Outra vantagem é que ofereceremos solu-ções completas. Fazemos serviços que tal-vez precisariam de 10 empresas diferentes para oferecer”, aponta Ferla.
Neste tempo, os desafios mudaram. “Antigamente o problema maior era real-mente técnico e não tínhamos pessoas tão qualificadas na área como hoje. A grande questão atual é que a comunicação digital passa por bons gestores que entendam do mercado e saibam conduzir a equipe com harmonia e eficiência. Outro desafio é a capacidade comercial. “Precisamos, além de prospectar clientes, fazê-los entender os benefícios das ferramentas e como utilizá-las, o que pode ser uma verdadei-ra evangelização, já que trabalhamos com
O DOT Group, que atua nos principais ramos da economia digital,
tem como desafio atual desenvolver soluções
para aparelhos móveis
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Um lugar na internet do futuro
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Luiz Alberto FerlaIdade: 49 anosFormação: Engenharia de Produção Mecânica e AdministraçãoNaturalidade: Cascavel (PR)
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produtos novos no mercado.”Em comum, além da plataforma digital,
uma característica das soluções da DOT é que elas são escalonáveis. “Conseguimos atender a muitos clientes numa mesma plataforma, aliás, uma tendência atual da internet.” O enfoque também caracteriza os produtos. “Começamos com ensino a distância e as demais empresas foram sur-gindo para dar suporte à área de educação. Seja games, comunicação digital ou moni-toramento de informações, elas orbitam em torno da ideia inicial.”
Para Ferla, o mercado de comuni-cação digital no Brasil ainda não está no mesmo patamar dos Estados Unidos, mas
o atraso, que antes era de décadas, agora é de meses, segundo o presidente do gru-po. “Também devemos considerar nosso atraso em proporcionar investimentos e condições de crescimento para empresas inovadoras, seja na carga tributária ou am-biente institucional, legal. Mesmo assim, somos os melhores em oferecer produtos entendendo a cultura brasileira.”
Um dos principais diferenciais da em-presa digital é que ela obrigatoriamente busca a inovação, já que a concorrência é mundial e o mercado dinâmico. “Para ino-var, precisamos incentivar a criatividade, oferecendo capacitações, qualificações e proporcionando um estilo mais confortável para trabalhar. Um funcionário que conse-gue melhorar um processo é criativo. In-vestimos no conhecimento humano.” Não por acaso, também em 2014, a empresa foi listada entre as 100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil na área de tecnologia digital, prêmio concedido pela Great Place to Work (GPTW).
1995
2001
2008
2010
2011
2012
2013
2014
Fundação do IEA
Fundação da Knowtec
Criação da Talk 2
Fundação da DDBR
Fundação da Keeping Up
Aquisição da TechFront
Aquisição da SuitePlus e SocialBase
Criação do DOT Digital Group
Monta escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo
Está entre as 100 melhores empresas brasileiras de tecnologia digital para se trabalhar
Linha do tempo
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DOT Digital GroupFaturamento: 50 milhões em 2014Funcionários: 280Sede: Florianópolis. Escritórios em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo
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Pacotes de treinamento de funcionários de empresas devem multiplicar por quatro o faturamento da Veduca, mas o
restante dos cursos é gratuito
Conteúdo para dar e vender
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Carlos SouzaIdade: 34 anosFormação: Engenharia aeronáutica, pelo ITANaturalidade: Vitória (ES)
No ar desde março de 2012, a plata-forma Veduca amplia a oferta de ensino a distância no Brasil, reunindo conteúdo de universidades internacionais e brasileiras. Com a meta de democratizar a educação oferecendo conteúdo de qualidade e gra-tuito, já conquistou 540 mil alunos com 487 cursos de 23 instituições de ensino superior, entre elas as brasileiras UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Unicamp (Universidade Estadual de Cam-pinas) e Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) e as internacionais MIT (Massachusetts Institute of Technology), Harvard, Oxford e Princeton.
As videoaulas são acompanhadas por ferramentas de estudo como bloco de ano-tação, material de apoio para download, chat e fórum de discussões. Alguns ofere-cem quizzes e tutoria on-line. Além disso, todas as aulas internacionais possuem legendas em português, já que apenas 2% da população brasileira domina o idioma. Desde junho de 2013, o sistema começou a oferecer, pela primeira vez no Brasil, cursos baseados na tecnologia MOOC, do inglês Massive Open Online Course, um sistema de aprendizado em massa. “Buscamos pro-porcionar a melhor experiência de aprendi-zado on-line possível, de forma exclusiva” afirma o diretor Carlos Souza. “Quando ingressamos no mercado não havia nada parecido no País. O Brasil é a sétima econo-mia do mundo e está nas últimas posições nas avaliações educacionais”, completa.
Agora que a solução está dando resul-tados econômicos. Em 2012, eles recebe-ram R$ 1,5 milhão da Bolt Ventures, Mac-millan Digital Education e 500 Startups, e no ano seguinte mais R$ 1,1 milhão dos mesmos investidores. O ano de 2014 foi o primeiro a apresentar faturamento, en-tre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões. Em 2015, a empresa espera faturar R$ 20 milhões, e está prestes a receber outro aporte de investidores. Grande parte do lucro tem
surgido de soluções de pacotes de espe-cializações montados para treinar funcio-nários de empresas espalhadas pelo Brasil e exterior. “Especialização em massa tem gerado uma grande economia para estas companhias”, relata Souza.
No mais, todo conteúdo do site é gratuito. Entre os cursos, nove oferecem certificação do MEC (a única etapa paga do sistema), como os de Probabilidade Estatística, Energias Renováveis e Bioener-gética. No final de 2013, a Veduca lançou o primeiro MBA, em Engenharia e Inovação, em parceria com a UFSC e USP, e em agos-to deste ano foi ao ar o MBA em Gestão da Sustentabilidade. Até agora, 22 mil pessoas assistiram aulas do MBA em Engenharia e 1.400 obtiveram o certificado, um índice de 6,36% de conclusão. “Verificamos que quem solicita o certificado inicialmente se compromete a levar os estudos on-line até o final, ao passo que as outras pessoas des-frutam do conteúdo por aperfeiçoamento pontual ou até curiosidade”, diz Souza.
Hoje com cursos pontuais e MBAs, o Veduca não disponibiliza cursos comple-tos de graduação porque a lei brasileira não permite que mais que 20% do conte-údo seja de ensino a distância. “Sabemos que modelos híbridos, nos quais os estu-dantes aprendem a teoria em casa e vão ao curso presencial para lidar com proje-tos e estudos de caso aumentam a perfor-mance dos cursos de graduação”, diz.
Conforme o diretor, as parcerias com as universidades apresentam ótimos re-sultados. “Desenvolver tecnologia não é o foco das universidades. Elas já possuem os papéis essenciais de produzir conteúdo de alta qualidade, fazer pesquisas e formar profissionais. O desenvolvimento tecno-lógico de educação a distância pode ser elaborado e aperfeiçoado por empresas. Instituições superiores vêm percebendo a questão, tanto que nossas parcerias cons-tantemente evoluem”, diz.
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Em janeiro deste ano, o Veduca passou a disponibilizar um curso on-line de capaci-tação em Adwords (serviço de links patroci-nados) com a certificação Google Partners. “Estas videoaulas estão também no Youtube, mas preparamos este material e oferecemos mais ferramentas de aprendizagem.”
Para o diretor, o maior desafio da empre-sa, por mais que seja de tecnologia digital, é compreender as pessoas. “Nosso maior de-safio é entender quais são as necessidades do aluno no aprendizado para construirmos a melhor plataforma de estudos on-line.”
História de superaçãoA criação do Veduca começou depois
de um grave acidente sofrido por Souza. Em 2007, quando ele estava com 26 anos, sofreu um acidente no Valle Nevado, no Chile. Fraturou o crânio e ficou um mês internado. “Deu tempo para pensar, in-clusive que eu estava adiando meus so-nhos de ter um negócio próprio. A gente adia planos por não saber bem como e quando começar, mas pra um sonho, o
melhor momento é o agora.”Com o ideal mais latente, Souza ainda
trabalhou alguns anos na área de marke-ting da multinacional americana Procter &Glambe. “Sou formado em engenharia aeronáutica, mas escolhi o marketing por-que ele exige interação completa com o mercado, entre desenvolvimento do pro-duto, logística e vendas. É uma função cen-tral que permite o exercício da liderança. Entendi que isso seria mais fácil do que me especializar na criação de uma parte de um avião”, ele analisa. “Mas meu sonho não era vender sabão em pó ou fraldas descartá-veis. Eu precisava achar uma maneira de fa-zer algo que mudasse a vida das pessoas.”
A fundação do Veduca não foi por aca-so. Em 2011, Souza começou a estudar mais de uma centena de modelos e negó-cios que estavam crescendo nos Estados Unidos e ainda não haviam chegado ao Brasil até chegar no site de educação a dis-tância. “Tem gente que acha que a ideia do negócio cai como um raio na cabeça, mas ele deve ser bem avaliado.”
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2013
2014
Fundação da Veduca
Recebe R$ 1,5 milhão de investimento
Conquista mais R$ 1,1 milhão investido
Renova plataforma e lança os primeiros Moocs
Lança o primeiro MBA aberto on-line do mundo
Lança o segundo MBA
Está entre as 100 melhores empresas brasileiras de tecnologia digital para se trabalhar
Linha do tempo
VeducaFuncionários: 30Faturamento: 6 milhões em 2014Sede: São Paulo
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