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Nivaldo Carneiro

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Nivaldo Carneiro, catálogo Plastipopstellianas

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Segundo Pierre Francastel, o objeto de arte pertence a uma atividade do espírito que está intrinsecamente ligada ao processo criativo. Pensando na versatilidade do processo criativo e na conseqüente especialização sígnica é que olhamos para os três trabalhos do artista plástico Nivaldo Carneiro e que podem ser vistos a partir do dia 24 na Galeria Espaço Imaginário. A obra intitulada “Tão boa quanto a que tem na lata” é uma assemblage de conceitos extraídos diretamente das páginas 50 e 51 do livro “Arte Contemporânea: uma história concisa” de Michael Archer. Dando continuidade a uma linha jocosa de pesquisa dentro da história da arte, o artista ocupa a segunda sala da galeria Espaço Imaginário, investindo em neologismos para criar o seu próprio “Merzbaudes”, inspirado em Kurt Schwitters e Brancusi. E por fim, o terceiro trabalho pode ser visto como a síntese de uma grande homenagem ao século XX, através do sagaz trocadilho visual “Gugu Dadá” que parece refletir a infância da obra “Roda de bicicleta” de Marcel Duchamp.

Extraído do texto* original “Tão boa quanto a que tem nos livros” de Renata Gesomino

*disponível na íntegra no final deste catálogo

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)TIRAGEM LIMITADA A 7 PEÇAS

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (RODA DE VELOTROL)R$ 3.000,00 (cada)

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GUGU DADÁ (MICTÓRIO)R$ 5.000,00 (par)

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MERZBAUDESR$ 8.000,00

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PRANCHAS STELLIANASR$ 3.000,00 (cada)

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PRANCHAS STELLIANASR$ 3.000,00 (cada)

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Nivaldo CarneiroPranchas Stellianas

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Nivaldo CarneiroMerzbaudes

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Nivaldo CarneiroGugu Dadá

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Tão boa quanto a que tem nos a que tem na lata” é uma livros. assemblage de conceitos extraídos

diretamente das páginas 50 e 51 do Para muito além de qualquer livro “Arte Contemporânea: uma

cerebralismo sistemático, que busca história concisa” de Michael Archer, aprisionar a causa de todas as e põe em prática o seguin te coisas em modelos racionais de princípio: “o que se vê é o que se vê”. decodificação, o objeto de arte deve Faz parte de um experimento que ser compreendido também como tem como finalidade compartilhar uma das funções do espírito. Pode- com o espectador a observação se buscar de várias maneiras pessoal do artista em relação às i n f o r m a ç õ e s d i v e r s a s pa r a cores que edificam o mundo, tais in te rp re ta r um a ob ra -d e- ar te , como elas são sem ilusionismos. entretanto, existe um conteúdo Um fruir coletivo das visões subjetivo que não é facilmente dado particulares que Nivaldo Carneiro e que deve ser sentido. Segundo selecionou a partir da memória Pierre Francastel, o objeto de arte afetiva da paisagem eleita - uma pertence a uma atividade do espírito versão debochada da “praia de que está intrinsecamente ligada ao Búzios”, localizada na Ilha do processo criativo. Fundão. As cores presentes nos

Pensando na versatilidade do relevos são as mesmas cores vivas processo criativo e na conseqüente dos barcos, botecos, barracos e especialização sígnica gerada por malocas que ganharam uma nova essa força imaginante, que coloca forma, na interpretação poética de as culturas sempre em movimento, N iva ldo, mantendo seu e lo cabe fazer uma breve análise dos cromát ico. Essas fo rmas são três trabalhos executados pelo compostas por relevos inspirados na artista plástico Nivaldo Carneiro e Minimal Art, apoiados nas paredes que podem ser vistos a partir do dia de maneira a criar uma pequena 24 na Galeria Espaço Imaginário. inclinação suficiente para que as

Sem a pretensão de desvendar tintas em cores variadas (branco, os segredos da sub jet ividade verde, azul, laranja) pudessem humana ou mesmo de revelar a escorrer pelas canaletas, criando origem do processo criativo, nos um extraordinário impacto visual aproximamos dos trabalhos de capaz de provocar uma tênue Nivaldo Carneiro com intuito de oscilação na retina.explorar o universo sígnico que Há um dado subjetivo que escapa dialoga tanto com a história da arte; às análises formais tradicionais: o com o estatuto da artista quanto com resultado do trabalho sugere um o mais banal cotidiano, e com os ritmo, uma vibração, e o formato final objetos materiais que compõem do conjunto da obra, dentro dessa essa realidade compartilhada. instância menos óbvia, parece ligar-

A obra intitulada “Tão boa quanto se com a forma de um instrumento

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de corda. Essa percepçã o é recolhidos pelo artista e que reforçada pela ação performática simbolizam a vida cotidiana e que desenvolvida por Nivaldo Carneiro, aproximam ainda mais a relação de transformando sua criação visual em arte/vida e público.evento performático musical E por fim, o terceiro trabalho é entoando as palavras de Frank uma h omenagem a M arce l Stella: “Eu quero produzir uma Duchamp, ao dadaísmo e a toda pintura que permita a tinta ter uma geração do século XX, que povoou o aparência tão boa quanto a que tem imaginário do artista. O trabalho na lata”. Desta forma, o artista opera Gugu Dadá é uma série composta por uma literalização, nem tão literal por nove objetos distribuídos para assim, mas absolutamente lúdica. ocupar o espaço da galer ia .

Dando continuidade a uma linha Remonta as mesmas combinações jocosa de pesquisa dentro da de cores dos outros trabalhos, história da arte, e ocupando a assinalando uma preferência segunda sala da galeria Espaço cromática fauvista. O trocadilho Imaginário, o artista investe em visual desta vez é com a obra “Roda trocadilhos para criar a obra de bicicleta” de Duchamp. Retirando chamada “Merzbaudes”. Gerada a elementos do universo infantil , partir de um neologismo, da mesma sobretudo, das periferias, Nivaldo maneira que o artista alemão Kurt encontra no corpo do velotrol triciclo Schwitters cria a sua “Merzbau” a matér ia -pr ima idea l para (Merz building), na obra de Nivaldo construção de sua própria “roda” Carneiro, o que se vê é um conjunto sobre banquinho. Ainda com os de baldes que foram empilhados e assentos do velotrol é possível intercalados por cores verdes e traçar semelhanças formais com o vermelhas de maneira a criar um contorno da obra mais conhecida de contraste complementar. Já nas Duchamp – “A fonte”. No universo extremidades dessa coluna de boêmio, sagaz, jocoso e impregnado baldes, pode-se notar ainda a de questões urgentes sobre a vida e colocação de espelhos que tem a arte, de Nivaldo Carneiro, seria como função dinamizar o entorno este um retorno indelével à infância c r i a n d o u m a s e n s a ç ã o d e das artes visuais? O certo é que penetração no espaço para além do brincando, brincando, Nivaldo nos infinito, nas palavras do artista, oferta com uma obra tão boa quanto existia também uma vontade de criar a que tem nos livros.um trabalho que pelo aspecto formal lembrasse a grandeza da “colonne Novembro de 2010sans fin” (coluna sem fim) de Brancusi. Para o observador mais Renata Gesomino.atento, é possível identificar dentro Doutoranda na linha de História e desses baldes a existência de Crítica da Arte pelo PPGAV-UFRJ.diversos objetos que foram

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