Upload
phamthuy
View
229
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – USP
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA
BÁSICA E APLICADA
NLRP3 inflamassoma: uma plataforma molecular
importante no controle da infecção por Leishmania spp.
DJALMA DE SOUZA LIMA JÚNIOR
Ribeirão Preto 2013
DJALMA DE SOUZA LIMA JÚNIOR
NLRP3 inflamassoma: uma plataforma molecular
importante no controle da infecção por Leishmania spp.
Tese apresentada ao programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada da Faculdade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Imunologia Básica e Aplicada Orientador: Prof. Dr. Dario Simões Zamboni
Ribeirão Preto 2013
III
Trabalho realizado no Laboratório de Patogenicidade Microbiana e Imunidade Inata,
Departamento de Bioquímica e Imunologia da Faculdade de Medicina-
Universidade de São Paulo, com auxílio financeiro do TDR/WHO, INCTV/CNPq e FAPESP
IV
Nome: Djalma de Souza Lima Júnior Título: NLRP3 inflamassoma: uma plataforma molecular importante no controle da infecção por Leishmania spp..
Tese apresentada ao curso de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para a obtenção do grau de Doutor
em Ciências.
Área de concentração: Imunologia
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof (a). Dr (a). Dario S. Zamboni Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Julgamento: ____________________________ Assinatura:___________________________
Prof (a). Dr (a). Fernando Q. Cunha Instituição Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Julgamento: ____________________________ Assinatura:___________________________
Prof (a). Dr (a). Angela K. Cruz Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto
Julgamento: ____________________________ Assinatura:___________________________
Prof (a). Dr (a). Mauro M. Teixeira Instituição:Universidade Federal de Minas Gerais
Julgamento: ____________________________ Assinatura:___________________________
Prof (a). Dr (a). Vera Lucia G. Calich Instituição:Universidade de São Paulo
Julgamento: ____________________________ Assinatura:___________________________
V
“O que prevemos raramente ocorre; o que menos esperamos
geralmente acontece” (Benjamin Disraeli)
“O cientista não se distingue por aquilo que acredita, mas pela maneira e pelo
motivo de sua crença. Suas crenças não são
baseadas na autoridade ou na intuição, mas sim nas evidências”
(Karl Kautsky)
Lima-Júnior, D .S. Dedicatória
VI
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a meu pai,
Djalma Liberato de Souza Lima, pelo
amor incondicional e apoio constante
mesmo diante de sua ausência.
Dedico também à minha namorada
Lílian, que ao longo desses quatro
anos me apoiou incondicionalmente.
Lima-Júnior, D .S. Agradecimentos
VII
AGRADECIMENTOS
Ao prof. Dr. Dario Simões Zamboni, por ter me recebido tão bem em seu laboratório,
pela orientação, confiança e pelo exemplo de organização, dedicação e amor à pesquisa.
Agradeço infinitamente a oportunidade de fazer parte de um grupo de tão alto nível e por ter
me mostrado que a ciência é feita de muito trabalho, dedicação e principalmente detalhes.
Ao prof. Dr. João Santana da Silva, pela co-orientação, pelas conversas e sugestões
que foram extremamente importantes para o desenvolvimento desse trabalho. Pelo exemplo
de honestidade, amor e dedicação à ciência.
Aos professores Dr. Marcelo Torres Bozza, Dr. Fernando de Queiroz Cunha, Dr. José
Carlos Alves Filho e Dra. Vânia Bonato pelo aprendizado, convivência e constante
disponibilidade em ajudar.
Aos colegas e amigos do Laboratório de Patogenicidade Microbiana: Dra. Larissa
Cunha, Dra. Juliana Issa, Dr. Luís Henrique (Beraba), Dr. Marcelo Pereira, Dr. Jonilson
Berlink, Catarina, Mariana, Alexandre, Karol, Tiago (Tiki), Daiane (Jabuzinha), Danielle,
Graziele, Juliana Ribeiro, Talita e Natália pela amizade, harmoniosa convivência e integração,
tornando extremamente prazerosa a realização deste trabalho. Um agradecimento especial à
Dra. Larissa Cunha por toda a paciência, disponibilidade e valiosa colaboração na realização
deste trabalho.
Aos amigos do Laboratório de Imunoparasitologia, tanto aqueles que fazem parte do
grupo quanto aqueles que passaram por lá, mas que fizeram parte da história desta tese, seja
auxiliando em experimentos, discussões de resultados ou simplesmente pelo companheirismo
e amizade: profa. Dra. Vanessa Carregaro, Dr. Diego Costa, Prof. Dr. Tiago Mineo, Prof. Dr.
Fredy Gutierrez, Dra. Denise Fonseca, Dra. Luciana Benevides, Dra. Renata Sesti, Dra. Maria
do Carmo, Dra. Grace Kelly, Dr. Gustavo Garcia, Maria Cláudia, Tiago Medina, Fernanda,
Lima-Júnior, D .S. Agradecimentos
VIII
Manuela, Gustavo (cabelo vermelho), Laís, Marcela Davoli (Marcelona), Marcela Françozo
(Marcelinha), Murilo, Rodrigo, Frederico, Natália (Ketelut) e Ricardo.
À Maira Nakamura, pela amizade, por toda a paciência, disponibilidade e ajuda nas
compras de reagentes para o laboratório e organização do mesmo, sendo de grande
importância na realização deste trabalho.
À Ana Cristine S. Ferreira, por todo o apoio, disponibilidade, dedicação ao trabalho,
sempre me incentivando e demonstrando grande satisfação em escutar e resolver os
problemas reacionados à pós-graduação.
Aos amigos de outros laboratórios, em especial: Dra. Wendy, Dr. Rodrigo, Isa,
Aninha, Ana Flávia, Tiago Malardo, Rafael Sanches (Panda) e Jhimmy Talbot pela ajuda e
ótima convivência.
Ao Wander (Negão), Lúcia (Tia Lúcia), Dona Vera e Dona Lúcia pela ótima
convivência durante esses anos e pela enorme boa vontade em atender a todos os meus
pedidos referentes ao material utilizado no trabalho ou à limpeza.
Aos técnicos do biotério, Júlio, Rubinho, Edinélson, Devanir, Adriana e Rubilan pela
amizade, paciência e inestimável ajuda com os animais.
A todos os funcionários do departamento de Bioquímica e Imunologia, que de forma
direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho.
A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, muito obrigado!
Agradecimentos Especiais
À minha família, pelo incentivo, amor e confiança, comemorando comigo as minhas
realizações.
À Lílian, minha namorada, pelo amor, carinho, compreensão, paciência e
principalmente pelo apoio e respeito às minhas escolhas.
Lima-Júnior, D .S. Agradecimentos
IX
Aos irmãos “Leishmanióticos”, profa. Dra. Vanessa Carregaro e Dr. Diego Luís Costa,
que foram mais que colegas, no início me ensinando com paciência e dedicação as técnicas e
procedimentos, pela constante disponibilidade em ajudar, mas acima de tudo por serem
pessoas tão grandiosas.
Aos amigos prof. Dr. Tiago Mineo e prof. Dr. Fredy Gutierrez, pelos ensinamentos,
dedicação, trabalho e responsabilidade que foram essenciais para a realização desse trabalho.
A vocês dedico meu maior respeito.
Fontes financiadoras: FAPESP (processo nº 2009/05054-6), INCTV/CNPq,
TDR/WHO, FAEPA e Pró-Reitoria de Pós Graduação, pela concessão da bolsa e pelo apoio
financeiro que contribuíram diretamente para o desenvolvimento desse trabalho, bem como
para a participação em eventos científicos, que foram de grande importância para minha
formação acadêmica, científica e profissional.
Lima-Júnior, D. S. Resumo
X
RESUMO
Parasitos do gênero Leishmania são agentes causadores da leishmaniose em humanos,
doença que afeta mais de 12 milhões de pessoas, sendo que 350 milhões correm o risco de
contrair a doença em todo mundo. Os parasitos replicam no interior de macrófagos e
modulam negativamente diversas vias de sinalização nessas células, incluindo aquelas
envolvidas na ativação da imunidade inata. Os principais mecanismos responsáveis pela
resistência do hospedeiro envolvem a expressão de NOS2 e produção de óxido nítrico, um
processo regulado de forma transcricional que ainda não é completamente entendido em
macrófagos infectados com Leishmania. Estudos têm demonstrado que a ativação de
receptores da imunidade inata em células, tais como macrófagos, é crucial para a iniciação da
resposta imune. Essa iniciação é alcançada quando receptores presentes nas células do
hospedeiro detectam componentes microbianos ou sinais de perigo. Membros da família dos
receptores do tipo NOD, dentre eles o NLRP3, tem emergido como importantes sensores de
micróbios e danos celulares. NLRP3 regula a formação do inflamassoma, uma plataforma
molecular que contém a caspase-1 ativa. Esse receptor pode ser ativado pela geração de
espécies reativas de oxigênio, efluxo de K+, dano lisossomal ou após o reconhecimento de
patógenos intracelulares. Neste estudo, nós avaliamos o envolvimento do inflamassoma de
NLRP3 na resistência do hospedeiro contra Leishmania. Nós demonstramos que o
inflamassoma de NLRP3 é uma importante plataforma da imunidade inata para a restrição da
infecção por Leishmania tanto in vitro quanto in vivo. A ativação do inflamassoma de NLRP3
foi crítica para o controle da replicação do parasito em culturas de macrófagos e in vivo,
demonstrado através da infecção de camundongos deficientes para o inflamassoma com L.
(L.) amazonensis, L. (V.) braziliensis e L. (L.) infantum chagasi. A produção de IL-1β
mediada pelo inflamassoma foi crucial para a resistência do hospedeiro à infecção, uma vez
Lima-Júnior, D. S. Resumo
XI
que sua sinalização via IL-1R/MyD88 foi importante e suficiente para induzir a produção de
óxido nítrico mediado pela NOS2. Neste trabalho, nós identificamos uma plataforma
molecular crítica para a resistência contra a infecção por Leishmania spp. e descrevemos os
mecanismos moleculares que explicam a produção de óxido nítrico induzida por Leishmania.
Dessa forma, este estudo liga a sinalização imune inata em macrófagos com a resistência do
hospedeiro a doenças crônicas e persistentes como a leishmaniose.
Lima-Júnior, D. S. Abstract
XII
ABSTRACT
Parasites of the Leishmania genus are the causative agents of leishmaniasis in humans,
a disease that affects more than 12 million people and threatens over 350 million people
worldwide. The parasites replicate intracellularly in macrophages and impair/bypass several
signaling pathways in these cells, including those involved in the activation of innate
immunity. The main mechanisms underlying host resistance involve the production of NOS2-
induced nitric oxide, which is a transcriptionally regulated process that is not completely
understood in Leishmania-infected macrophages. Studies have demonstrated that activation of
innate immunity receptors in cells such as macrophages is crucial for the initiation of immune
response. Initiation is achieved when host cell receptors sense microbial components or
damage signals. Members of the Nod-like receptor family of proteins, including NLRP3, have
emerged as important innate immune sensors of microbes and cellular damage. NLRP3
regulate the assembly of the inflammasome, a molecular platform that contains active
caspase-1. It can be activate by reactive oxygen species generation, efflux of k+, lysosomal
damage or after sensing intracellular pathogens. In this study, we evaluate the involvement of
NLRP3 inflammasome in the host resistance against Leishmania. We demonstrate that the
NLRP3 inflammasome is a major innate immune platform for the restriction of Leishmania
infection both in vitro and in vivo. The activation of the NLRP3 inflammasome was critical
for the control of parasite replication in cultured macrophages and in vivo, as demonstrated
through the infection of inflammasome-deficient mice with L. (L.) amazonensis, L. (V.)
braziliensis and L. (L.) infantum chagasi. The inflammasome-driven IL-1β production was
found to be critical for the host resistance to infection because its signaling via IL-1R/MyD88
was required and sufficient to induce the NOS2-mediated production of nitric oxide. In this
work, we elucidate the major signaling platform for the host resistance against Leishmania
Lima-Júnior, D. S. Abstract
XIII
spp. infection and describe the molecular mechanisms that explain the Leishmania-induced
nitric oxide production. Thus, these studies couple the innate immune signaling in
macrophages with the host resistance to chronic and persistent life-threatening diseases, such
as leishmaniasis.
Lima-Júnior, D. S. Índice
XIV
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. VI AGRADECIMENTOS .................................................................................................. VII
RESUMO ........................................................................................................................... X ABSTRACT ................................................................................................................... XII
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. XVII LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................. XX
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 23 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 32
2.1. Leishmaniose: Características gerais e epidemiologia ...................................... 32
2.2. Agente etiológico e ciclo biológico da leishmaniose ........................................... 33
2.3. Manifestações clínicas da leishmaniose ............................................................... 35
2.4. Eventos iniciais da infecção por Leishmania ...................................................... 38
2.5. Leishmaniose murina e a relação parasito-hospedeiro ..................................... 39
2.6. Resposta imune inata a Leishmania: receptores do tipo Toll ........................... 43
2.7. Receptores do tipo NOD/ Inflamassoma ............................................................. 47
2.8. Sinalização de receptores NLRs sinergiza e complementa a sinalização de
receptores TLRs .......................................................................................................... 61
3. OBJETIVOS ................................................................................................................ 66
3.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 66
3.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 66
4. ANIMAIS, MATERIAL E MÉTODOS .................................................................... 68
4.1 Animais ................................................................................................................... 68
4.2 Parasitos e infecção experimental ........................................................................ 68
4.3 Curso de infecção ................................................................................................... 69
4.4 Quantificação da carga parasitária ...................................................................... 69
4.5 Obtenção do antígeno de Leishmania amazonensis ............................................ 70
4.6 Diferenciação de macrófagos a partir de células da medula óssea .................... 70
Lima-Júnior, D. S. Índice
XV
4.7 Marcação da caspase-1 ativa ................................................................................ 71
4.8 Detecção da ativação de caspase-1 e IL-1β por Western Blotting ...................... 72
4.9 Transdução de macrófagos primários com Asc-GFP e quantificação dos focos
de Asc ........................................................................................................................... 73
4.10 Determinação dos níveis de IL-1β in vitro ......................................................... 74
4.11 Avaliação da fagocitose e atividade leishmanicida de macrófagos .................. 74
4.12 Detecção de espécies reativas de oxigênio (ROS) .............................................. 76
4.13 Cultivo de células ex vivo ..................................................................................... 77
4.14 Dosagem de citocinas ........................................................................................... 77
4.15 Produção de óxido nítrico ................................................................................... 78
4.16 Extração de RNA e síntese de cDNA .................................................................. 79
4.17 Análise da expressão gênica por meio de reações de PCR em tempo real ..... 80
4.18 Análise Estatística ................................................................................................ 81
4. RESULTADOS ............................................................................................................ 83 4.1 O inflamassoma é ativado em resposta à infecção por Leishmania .................. 83
4.2 A ativação de caspase-1 mediada por L. amazonensis depende de Nlrp3 ......... 85
4.3 A ativação do inflamassoma de Nlrp3 induzido por L. amazonensis é
dependente de produção de ROS, efluxo de potássio e liberação de catepsinas ... 88
4.4 O inflamassoma de Nlrp3 contribui para a restrição da multiplicação de L.
amazonensis em macrófagos ...................................................................................... 96
4.5 O inflamassoma de Nlrp3 contribui para o controle da multiplicação de L.
amazonensis in vivo ................................................................................................... 100
4.7 IL-1β derivada do inflamassoma é crítica para o controle da infecção por
Leishmania mediado por óxido nítrico ................................................................... 107
4.8 O inflamassoma de Nlrp3 é crítico para resistência do hospedeiro contra a
infecção por L. braziliensis e L. infantum chagasi, mas não por L. major ............ 113
5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 123
Lima-Júnior, D. S. Índice
XVI
6. SUMÁRIO .................................................................................................................. 132
7. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 134 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 136
9. ANEXOS .................................................................................................................... 162 9.1 Anexo 1: Artigo publicado .................................................................................. 162
9.2 Anexo 2: Repercussão desse trabalho no cenário nacional e internacional.....163
Lima-Júnior, D. S. Lista de Figuras
XVII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Representação esquemática da estrutura dos receptores do tipo NOD....................50 Figura 2. Representação esquemática da cascata de ativação dos NLRs.................................51 Figura 3. Organização estrutural do inflamassoma dos NLRPs..............................................53 Figura 4. TLRs e NLRs cooperam no reconhecimento e resposta a diversos componentes patogênicos ativando mecanismos inflamatórios......................................................................64 Figura 5. Caspase-1 é ativada em reposta à infecção por L. amazonensis...............................85 Figura 6. L. amazonensis induz aumento na produção de IL-1β em macrófagos de forma dependente de caspase-1 ..........................................................................................................87 Figura 7. O inflamassoma de Nlrp3 é requerido para a ativação de caspase-1 em macrófagos infectados por L. amazonensis..................................................................................................88 Figura 8. A infecção por L. amazonensis induz a formação de focos de Asc..........................90 Figura 9. Catepsinas e efluxo de potássio são requeridos para a ativação do inflamassoma induzido por L. amazonensis.....................................................................................................91 Figura 10. A produção de espécies reativas de oxigênio induzida pela infecção com L. amazonensis é independente da ativação do Inflamassoma......................................................93 Figura 11. Espécies reativas de oxigênio são requeridas para a ativação do inflamassoma induzido por L. amazonensis.....................................................................................................94 Figura 12. Bloqueio de ROS durante a fagocitose de L. amazonensis inibe a ativação do inflamassoma............................................................................................................................97 Figura 13. Tratamento com inibidores de espécies reativas de oxigênio não induz morte celular ou apoptose....................................................................................................................98 Figura 14. Ativação do inflamassoma ocorre de maneira independente da ativação de NOX2........................................................................................................................................99 Figura 15. A ativação do inflamassoma de Nlrp3 é critico na restrição da multiplicação de L. amazonensis em macrófagos...................................................................................................101
Lima-Júnior, D. S. Lista de Figuras
XVIII
Figura 16. Componentes do inflamassoma não são requeridos para a internalização de L. amazonensis por macrófagos..................................................................................................103 Figura 17. A ativação do inflamassoma de Nlrp3 é critico na restrição da multiplicação de L. amazonensis em macrófagos...................................................................................................104 Figura 18. Catepsinas, efluxo de potássio e espécies reativas de oxigênio são importantes para o controle da replicação de L. amazonensis em macrófagos...........................................105 Figura 19. Inflamassoma de Nlrp3 é importante para a restrição da infecção in vivo por L. amozonensis............................................................................................................................107 Figura 20. Inflamassoma de Nlrp3 é importante para a restrição da infecção in vivo por L. amozonensis............................................................................................................................108 Figura 21. Ativação do Inflamassoma é crítica para a produção de IL-1β ex vivo................110 Figura 22. IL-1β contribui para a eliminação do parasito (dependente da ativação do
inflamassoma), através de mecanismos dependentes de NO..................................................112
Figura 23. IL-1β e IFN-γ possuem efeito aditivo na eliminação do parasito (dependente da
ativação do inflamassoma), através de mecanismos dependentes de NO...............................114
Figura 24. O inflamassoma é importante para a expressão de Nos2 e produção de NO in vivo
e ex vivo em reposta à infecção por L. amazonensis...............................................................116
Figura 25. IFN-γ é importante para a produção de IL-1β e óxido nítrico ex vivo.................117
Figura 26. Sinalização pelo receptor de IL-1 é importante para o controle da infecção por L.
amazonensis em macrófagos e in vivo....................................................................................118
Figura 27. O inflamassoma de Nlrp3 é ativado em macrófagos após a infecção com diferentes
espécies de Leishmania...........................................................................................................120
Figura 28. A ativação do inflamassoma não é necessária para o controle da infecção in vivo
por L. major.............................................................................................................................121
Figura 29. O inflamassoma de Nlrp3 contribui para o controle da infecção in vivo por L.
braziliensis..............................................................................................................................122
Lima-Júnior, D. S. Lista de Figuras
XIX
Figura 30. O inflamassoma contribui para a resistência à infecção in vivo por L. infantum
chagasi....................................................................................................................................123
Lima-Júnior, D. S. Lista de Abreviaturas e Siglas
XX
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APC: Célula apresentadora de antígeno
ASC: Apoptosis-associated Speck-like protein containg a CARD
Asc−/−: Deleção homozigótica do gene para a molécula ASC
BMDMs: Macrófagos derivados de células da medula óssea
CARD: Domínio de recrutamento de caspase
Caspase-1−/−: Deleção homozigótica do gene para a enzima caspase-1
DAMPs: Padrões moleculares associados a danos
DC: Célula dendrítica
IFN-γ: Interferon-gama
IL: Interleucina
IL-12p40: Subunidade p40 da IL-12
NOS2: Óxido nítrico sintase 2
Nos2−/−: Deleção homozigótica do gene para óxido nítrico sintase induzível
NO: Óxido nítrico
LPG: Lipofosfoglicano
LPS: Lipopolissacarídeo
NAIP: Proteína inibidora de apoptose neuronal
NF-κB: Fator nuclear κB
NLR: Receptor do tipo NOD
Nlrp: NLR family, pyrin domain containing
Nlrp3: NLR family, pyrin domain containing 3
Nlrp3−/−: Deleção homozigótica do gene para o receptor NLRC4
NOD: Domínio de oligomerização nuclear
PAMPs: Padrões moleculares associados a patógenos
Lima-Júnior, D. S. Lista de Abreviaturas e Siglas
XXI
PBS: Salina tamponada com fosfato
PRRs: Receptores de reconhecimento padrão
rIFN-γ: Interferon gama recombinante
Th: T “helper”
Th1: T “helper” tipo 1
Th2: T “helper” tipo 2
TLR: Receptor do tipo Toll
TNF-α: Fator de necrose tumoral alfa
NaCl: Cloreto de sódio
KCl: Cloreto de potássio
UV: Ultravioleta
Introdução
Lima-Junior, D. S. Introdução
23
1. INTRODUÇÃO
A leishmaniose constitui um espectro de doenças causadas por protozoários do gênero
Leishmania, parasitos intracelulares obrigatórios de células do sistema fagocítico
mononuclear, compreendendo espécies responsáveis por diferentes patologias. São
transmitidos aos hospedeiros vertebrados por meio de vetores, insetos do gênero Phlebotomus
no velho mundo e Lutzomyia no novo mundo (flebotomíneos). Ela está presente em todos os
continentes, com exceção da Antártida e Oceania, e é a segunda causa de morte entre as
doenças parasitárias. Estima-se que 350 milhões de pessoas correm o risco de contrair
leishmaniose anualmente no mundo, sendo que cerca de 12 milhões estão infectadas. O fato é
que aproximadamente dois milhões de novos casos surgem por ano (1-1,5 milhões de casos de
leishmaniose tegumentar americana (LTA) e 500.000 de leishmaniose visceral) sendo que
destes, em média 70.000 resultam em óbito (WHO, 2010). Esta alta incidência da doença,
acompanhada por lesões incapacitantes, desfigurantes e algumas vezes fatais, levou a
Organização Mundial de Saúde a incluir a leishmaniose entre as seis endemias mais
importantes no mundo.
Dentre os países da América latina, o Brasil é o país com maiores índices da doença,
sendo que a forma mais comum causada pelo parasito é a leishmaniose tegumentar americana.
A distribuição geográfica da leishmaniose no Brasil é ampla e tem sido registrada em todo o
território nacional (BRASIL, 2010). De 1990 a 2010 foram detectados em média cerca de 20
novos casos por 100.000 habitantes no Brasil, sendo que todas as unidades federadas
registraram casos autóctones da doença. As regiões Norte e Nordeste vêm contribuindo com o
maior número de casos registrados no período de 1990 a 2010 – cerca de 40% e 35%,
respectivamente (BRASIL, 2010). No estado de São Paulo, de 1975 a 2008, foram registrados
12.978 casos. Destes, 621 só em 2001. Na região leste do estado de São Paulo, tem crescido o
número de casos autóctones de LTA desde 1975 (DA SILVA, 2012). No período de 1985 a
Lima-Junior, D. S. Introdução
24
1998, o atendimento de casos de LTA no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) tem
sido de um caso novo/mês (MEDEIROS, 1999) e de 2004 a 2009, de 4 a 5 casos novos por
mês (dados não publicados).
As formas clínicas apresentadas pelas diferentes Leishmanioses podem ser citadas
como: Leishmaniose visceral que é sistêmica e caracterizada pelo acometimento do baço,
fígado, linfonodo e medula óssea, consistindo a forma mais grave da doença; Leishmaniose
cutânea que se apresenta classicamente por pápulas que evoluem para úlceras com bordas
elevadas e fundo granuloso, sendo a forma clínica mais comum da doença; a forma cutânea
difusa que é caracterizada pelo aparecimento de lesões difusas não ulceradas por toda a pele; e
a forma mucocutânea que é caracterizada por destruição progressiva local do tecido mucoso e
submucoso da boca e nariz (BARRAL-NETTO et al., 1998).
Dentre as espécies causadoras de leishmaniose no Brasil, Leishmania (Leishmania)
amazonensis e Leihsmania (Viania) braziliensis são importantes agentes responsáveis pela
leishmaniose tegumentar na região amazônica, induzindo as formas cutânea e mucocutânea da
doença (REITHINGER et al., 2007). É estimado que aproximadamente 10% dos casos de
leishmaniose cutânea progride para a forma mucocutânea da doença, que usualmente
apresenta lesões secundárias destrutivas na mucosa nasal e bucal (HARTLEY et al., 2012).
Embora a conversão da forma cutânea para a forma mucocutânea da doença esteja associada
com o genótipo do parasito e a resposta imune do hospedeiro, as características específicas da
resposta imune que dirigem a forma cutânea e mucocutânea da doença não estão claras
(Revisado em KAYE; SCOTT, 2011). Outra importante espécie do gênero Leishmania é a
Leishmania (Leishmania) infantum chagasi, que é muito recorrente no Brasil e Índia e causa a
forma visceral da doença, forma essa que se não tratada pode levar ao óbito (CHAPPUIS et
al., 2007).
A resposta imune protetora contra Leishmania é principalmente mediada por células.
Lima-Junior, D. S. Introdução
25
Pouco se sabe sobre a participação de anticorpos nessa resposta, embora a presença de
anticorpos específicos seja comum na LTA (SARAVIA et al., 1989). De maneira geral, a
resposta imune inicia-se quando macrófagos ou células dendríticas infectadas pelo parasito
produzem IL-12, que age sobre células NK e NK-T estimulando a produção de IFN-γ, que
tem papel relevante na diferenciação de linfócitos T virgens no subtipo Th1, também
produtores de IFN-γ (MARTIN-FONTECHA et al., 2004; SCHARTON-KERSTEN;
SCOTT, 1995). O IFN-γ produzido inicialmente pelas células NK induz a secreção de IL-12
por células apresentadoras de antígenos (células dendríticas, macrófagos, monócitos,
linfócitos B) e por polimorfonucleares (PMN). A produção inicial de IL-12 pode também ser
desencadeada pela fagocitose e reconhecimento do parasito pelos receptores da imunidade
inata (SUTTERWALA; MOSSER, 1999b) e amplificada por IFN-γ. A citocina IL-12, por sua
vez, amplifica a produção de IFN-γ pelas células Th1, estabelecendo, assim, uma importante
alça de feedback positiva (BELOSEVIC et al., 1989; HEINZEL et al., 1995). Além disso, o
IFN-γ produzido por essas células, juntamente com o TNF-α, produzido pelo macrófago
infectado age na estimulação da produção de radicais de oxigênio e nitrogênio, especialmente
o óxido nítrico no interior dos macrófagos, culminando na eliminação dos parasitos (KEMP,
1997). O óxido nítrico, bem como espécies reativas de oxigênio, é fundamental na atividade
leishmanicida exercida pelos macrófagos, uma vez que foi demonstrado aumento da carga
parasitária quando a óxido nítrico sintase induzível (NOS2) ou a produção de espécies
reativas de oxigênio era deletada em animais nocautes ou bloqueada com inibidores
(DIEFENBACH et al., 1998; EVANS et al., 1993; GANTT et al., 2001; MUKBEL et al.,
2007; MURRAY; NATHAN, 1999). Porém, os mecanismos que regulam a produção desses
agentes leishmanicidas não estão completamente elucidados. Vale ressaltar, que além das
células NK e Th1, considerada como as principais fontes de IFN-γ, parecem existir outras
fontes alternativas de IFN-γ, como células NK-T (LAUWERYS et al., 2000) e células T
Lima-Junior, D. S. Introdução
26
CD8+ (Revisado em SACKS; NOBEN-TRAUTH, 2002).
Dados da literatura demonstraram que as células da imunidade inata possuem
receptores codificados em linhagens germinativas responsáveis pelo reconhecimento de
padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) incluindo ácidos nucleicos,
componentes de paredes celulares de fungos e bactérias, proteínas flagelares, dentre outros
(JANEWAY, JR.; MEDZHITOV, 2002; KARIN; LAWRENCE; NIZET, 2006). A primeira
família desses receptores estudada em detalhes foi a dos receptores do tipo Toll (TLRs – Toll
Like Receptors) (MEDZHITOV, 2001). Os TLRs constituem uma família de 11 proteínas
transmembranas que reconhecem diferencialmente PAMPs através de um domínio
extracelular, iniciando uma resposta inflamatória a partir de um domínio intracelular. Os
TLRs ligam à MyD88 ou TRIF, proteínas que interagem com várias outras moléculas em uma
cascata sinalizadora que leva à translocação de NF-kB e produção de citocinas, tais como IL-
12. Em adição, MyD88 é uma proteína adaptadora essencial na sinalização de citocinas como
IL-1 e IL-18 (TAKEUCHI; AKIRA, 2002), sendo portanto de grande importância para o
desenvolvimento de uma resposta imune do tipo Th1. Camundongos deficientes de MyD88
apresentam uma alta susceptibilidade à infecção por L. major devido à polarização da resposta
imune para o padrão Th2 via dependente de IL-4 (DEBUS et al., 2003). Além disso, MyD88
mostrou-se importante para o controle da infecção in vivo induzida por L. braziliensis
(VARGAS-INC et al., 2009). Outros trabalhos tem demonstrado a importância de receptores
Toll-like específicos na montagem de uma resposta imune eficiente contra parasitos do gênero
Leishmania, tais como TLR2, TLR3, TLR4, TLR7 e TLR9, os quais contribuem para um
eficiente controle da infecção por L. major e L. braziliensis (BECKER et al., 2003; BOU
FAKHER et al., 2009; DE VEER et al., 2003; KROPF et al., 2004a; KROPF et al., 2004b;
LIESE; SCHLEICHER; BOGDAN, 2007; MULLER et al., 1997; POLTORAK et al., 2000;
SCHAMBER-REIS et al., 2013a; WEINKOPFF et al., 2013). Além disso, TLR2 e TLR3
Lima-Junior, D. S. Introdução
27
participam da fagocitose e estão envolvidos na secreção de NO e TNF-α em infecções com L.
donovani (FLANDIN; CHANO; DESCOTEAUX, 2006). Entretanto, a resistência do
hospedeiro mediada por TLRs não explica totalmente a imunidade inata frente à infecção por
Leishmania, uma vez que camundongos MyD88–/– infectados por esse parasito ainda
produzem altos níveis de citocinas pró-inflamatórias (IL-12 e IFN-γ), apresentam lesões
menos evidentes que animais altamente susceptíveis como BALB/c e ainda são capazes de
controlar a infecção (DEBUS et al., 2003; MURAILLE et al., 2003; VARGAS-INC et al.,
2009). Neste contexto, esses achados sugerem que outros receptores da imunidade inata, além
dos TLRs, contribuem para a indução de uma imunidade protetora frente à infecção por
parasitos do gênero Leishmania.
Nos últimos anos, uma nova família de receptores da imunidade inata foi descrita, os
receptores do tipo NOD (NLRs – Nod Like Receptors). Diferente dos receptores Toll-like
(receptores transmembranares), os NLRs consistem de proteínas solúveis que se encontram no
citoplasma e sinalizam em resposta a patógenos intracelulares. Esses receptores são capazes
de reconhecer peptideoglicanos de paredes celulares bacterianas (MARTINON et al., 2004),
sinais endógenos de perigo como o acúmulo de cristais de ácido úrico (SHI; EVANS; ROCK,
2003) e baixas concentrações de potássio intracelular (MARTINON; BURNS; TSCHOPP,
2002), dentre outros.
Os NLRs apresentam uma estrutura característica, composta por três domínios: um
domínio carboxi-terminal LRR que é responsável pelo reconhecimento do ligante; um
domínio NOD (“Nucleotide-binding Oligomerization Domain”), responsável pela
oligomerização do receptor após sua ativação; e um domínio amino-terminal distinto, o qual
desencadeia a função efetora do receptor (ATHMAN; PHILPOTT, 2004b). Na ausência de
infecção, o NLR encontra-se em uma forma inativa; as regiões efetoras permanecem
protegidas pela região LRR o que bloqueia sua ativação. A ligação de moléculas ao LRR
Lima-Junior, D. S. Introdução
28
promove uma modificação estrutural no receptor resultando na exposição de sítios de ligação
ao ATP, permitindo assim a ligação de ATP ao domínio NOD, o qual se oligomeriza
promovendo uma sinalização celular característica de cada NLR (ZINK et al., 2002). NLRs
incluem proteínas tais como NOD1 (do inglês, nucleotide-binding and oligomerization
domain 1), também conhecido como CARD4; NOD2 (também conhecido como CARD15)
(INOHARA et al., 2005); NALPs (proteínas contendo domínios NACHT, LRR e pyrin);
NLRC4 ou IPAF (fator ativador da protease ICE, enzima conversora de IL-1), também
conhecido como CARD12 (ou CLAN) e NAIPs (proteínas inibidoras de apoptose neuronal)
(TING; KASTNER; HOFFMAN, 2006).
Dentre os NLRs, os receptores NOD1 e NOD2 atuam regulando a expressão
transcricional de genes envolvidos na resposta inflamatória contra micróbios patogênicos,
incluindo bactérias e protozoários (MAGALHAES et al., 2011). Outros receptores NLRs
regulam processos pós-transcricionais que levam à formação do inflamassoma, uma
plataforma molecular composta pela caspase-1 ativa (MARTINON; MAYOR; TSCHOPP,
2009). Dentre os NLRs ativadores do inflamassoma podemos incluir os NAIPs, que ativam o
inflamassoma após o reconhecimento do sistema de secreção do tipo III bacteriano ou de
flagelina bacteriana, em um processo que requer outra proteína NLR denominada
NLRC4/IPAF (KOFOED; VANCE, 2011; ZHAO et al., 2011). Por outro lado, outro
receptor ativador do inflamassoma denominado NLRP3 requer a proteína adaptadora ASC
(apoptosis-associated speck-like containing a CARD domain) para ativar caspase-1
(MARTINON; MAYOR; TSCHOPP, 2009). O inflamassoma de NLRP3 é o mais bem
estudado devido sua associação com importantes doenças metabólicas e inflamatórias
crônicas, tais como Alzheimer, diabetes tipo II, obesidade, arteriosclerose e doenças
intestinais (WEN; TING; O'NEILL, 2012). Acredita-se que o NLRP3 responde à
perturbações no citoplasma da célula do hospedeiro, que podem ser causadas por PAMPs (por
Lima-Junior, D. S. Introdução
29
exemplo RNA) ou por agentes estressantes, tais como toxinas bacterianas, micróbios
formadores de poro e estruturas cristalinas que rompem a membrana celular (MARTINON;
MAYOR; TSCHOPP, 2009). É bem estabelecido que o inflamassoma de NLRP3 responde à
perturbações nas membranas de células da imunidade inata e, sendo assim, essa característica
leva ao conceito que NLRP3 é um sensor de dano, podendo assim ser ativado por DAMPs
(Damage-associated molecular patterns).
Através de mecanismos ainda desconhecidos, a ativação do inflamassoma de NLRP3 e
concomitante ativação de caspase-1, requer o efluxo de K+ (sendo impedida por inibidores de
transportadores de K+), catepsinas lisossomais e espécies reativas de oxigênio (DOSTERT et
al., 2008; FRANCHI et al., 2007a; HORNUNG et al., 2008; PETRILLI, 2007). Uma vez
ativada, caspase-1 induz a secreção não convencional de diversas proteínas do hospedeiro e
uma forma específica de morte celular, denominada piroptose (BERGSBAKEN; FINK;
COOKSON, 2009; KELLER et al., 2008). As proteínas secretadas incluem citocinas, tais
como IL-1β, que é regulada a nível transcricional pela sinalização dos receptores TLRs e
posteriormente processada e secretada através de um processo dependente do inflamassoma
(MARIATHASAN et al., 2006).
A ativação do inflamassoma em reposta à infecção por patógenos intracelulares tem
sido extensivamente investigada. Entretanto, pouco se sabe a respeito dos mecanismos pelos
quais a ativação do inflamassoma restringe a replicação de patógenos intracelulares. Modelos
bacterianos de infecção têm demonstrado que o inflamassoma de NAIP5/NLRC4 participa no
controle da infecção por bactérias flageladas, tais como Legionella pneumophila, Salmonella
typhimurium, Shigella flexneri e Pseudomonas aeruginosa (MARIATHASAN et al., 2004;
SUTTERWALA et al., 2007; SUZUKI, 2007; ZAMBONI et al., 2006). Entretanto, apesar de
extensivas caracterizações do papel dessas plataformas moleculares na restrição da replicação
de patógenos tanto in vivo quanto in vitro, os mecanismos envolvidos na resistência do
Lima-Junior, D. S. Introdução
30
hospedeiro são largamente desconhecidos. Além disso, nada se sabe a respeito do
envolvimento do inflamassoma de NLRP3 na infecção provocada por parasitos do gênero
Leishmania. Dessa forma, torna-se de grande importância determinar o papel do
inflamassoma de NLRP3, bem como os mecanismos envolvidos na ativação da imunidade
inata mediada por essa plataforma molecular, durante a infecção por Leishmania. A
determinação do papel desse receptor inato frente à infecção por Leishmania tem o potencial
de abrir novas perspectivas para o tratamento e profilaxia desta infecção, que acomete cerca
de 12 milhões de pessoas ao redor do mundo, bem como de outras doenças inflamatórias
crônicas.
Revisão
Bibliográfica
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
32
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Leishmaniose: Características gerais e epidemiologia
A leishmaniose constitui um espectro de doenças causadas por protozoários do gênero
Leishmania, parasitos intracelulares de células do sistema fagocítico mononuclear,
compreendendo espécies responsáveis por diferentes patologias. O gênero Leishmania é
composto de aproximadamente 30 espécies, sendo que 20 delas têm sido encontradas
causando infecção em humanos, as quais são zoonóticas ou têm recentes origens zoonóticas.
Sua distribuição é determinada por características climáticas, seus vetores, sistemas de
reservatórios, ou ambos, logo é dependente de características ambientais específicas
(ASHFORD, 2000).
A primeira descrição da doença foi feita em 1756, mas foi em 1903 que Leishman
identificou o parasito no baço de um paciente com a forma visceral da doença, fato esse
responsável pelo nome dado ao gênero. No Brasil, o parasito causador da doença cutânea foi
identificado como Leishmania braziliensis em um paciente de Além Paraíba, na fronteira dos
estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais (VIANNA, 1911). Hoje, sabe-se que a leishmaniose
pode ser causada por grande número de espécies e é transmitida por fleblotomíneos dos
gêneros Phlebotomus, presentes no Velho Mundo, e Lutysomyia presentes no Novo Mundo. A
doença é classificada em quatro principais formas clínicas: cutânea localizada (LCL),
mucocutânea (LMC), difusa (LCD) e visceral (LV), sendo que no novo mundo as três
primeiras formas são agrupadas em uma única denominação: leishmaniose tegumentar
americana (LTA).
A leishmaniose está presente em quase todos os continentes, com exceção da Antártida
e Oceania, e é a segunda causa de morte entre as doenças parasitárias. Estima-se que
mundialmente 350 milhões de pessoas corram o risco de contrair a doença, cerca de 12
milhões estão infectadas e aproximadamente dois milhões de novos casos surjam por ano (1-
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
33
1,5 milhão de casos de leishmaniose cutânea e 500.000 de leishmaniose visceral), sendo que
destes, em média 70.000 resultam em óbito (WHO, 2010).
No Brasil, a distribuição geográfica da leishmaniose é ampla e tem sido registrada em
todo o território nacional (BRASIL, 2010). De 1990 a 2010 foram detectados em média cerca
de 20 novos casos por 100.000 habitantes, sendo que todas as unidades federadas registraram
casos autóctones da doença. As regiões Norte e Nordeste vêm contribuindo com o maior
número de casos registrados no período de 1990 a 2010 – cerca de 40% e 35%,
respectivamente (BRASIL, 2010). No estado de São Paulo, de 1975 a 2008, foram registrados
12.978 casos. Destes, 621 só em 2001. Na região leste do Estado de São Paulo, tem crescido o
número de casos autóctones de LTA desde 1975. No período 1985 a 1998, o atendimento de
casos de LTA no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) tem sido de um caso novo/mês
(MEDEIROS, ROSELINO, 1999) e de 2002 a 2005, de 4 a 5 casos novos por mês (dados não
publicados).
2.2. Agente etiológico e ciclo biológico da leishmaniose
Os parasitos do gênero Leishmania são protozoários unicelulares, digenéticos,
pertencentes à ordem Kinetoplastida e à família Trypanosomatidae. A identificação
taxonômica do gênero foi, durante muitos anos, baseada nos aspectos clínicos da doença.
Atualmente, o gênero é subdividido em dois subgêneros, Viannia e Leishmania, levando-se
em conta parâmetros tradicionais (expressão clínica, epidemiologia e distribuição geográfica)
e o perfil de colonização do tubo digestivo do vetor. O subgênero Viannia agrupa espécies
que inicialmente se desenvolvem no intestino posterior e mais tarde no intestino anterior do
inseto transmissor, e o subgênero Leishmania agrupa espécies que se desenvolvem
exclusivamente nos intestinos médio e anterior do flebotomíneo (RYAN; LAINSON; SHAW,
1987).
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
34
O parasito apresenta dois estágios principais no seu ciclo vital. No trato digestivo dos
flebotomíneos fêmeas, se reproduzem as formas flageladas denominadas promastigotas. São
alongadas, possuem flagelo livre e duas principais moléculas de superfície: o lipofosfoglicano
(LPG) e a glicoproteína 63 (gp63) (WOLDAY et al., 1999). Cada promastigota possui 6x106
cópias de moléculas de LPG e 5x106 cópias de gp63 (BOUVIER; ETGES; BORDIER, 1985)
que lhes protegem de processos microbicidas, tais como a lise mediada pelo complemento,
ação de radicais de oxigênio e hidrolases presentes no mamífero e no inseto transmissor
(ILGOUTZ; MCCONVILLE, 2001). Nos hospedeiros mamíferos, dentro do vacúolo
parasitóforo nos macrófagos, os parasitos se multiplicam na forma amastigota (Mendonza-
Léon e cols., 1996). As amastigotas são arredondadas e possuem flagelo involuído. São
altamente resistentes ao ambiente hostil presente dentro do fagolisossoma de macrófagos.
Acredita-se que tal capacidade seja devido a moléculas glicoconjugadas, tais como
glicoinositolfosfolipídios (GIPLs) e o LPG presentes em sua superfície (ILG, 2000) ou
proteofosfoglicanos (PPG) secretados pelo parasito (PETERS; STIERHOF; ILG, 1997).
O ciclo biológico da leishmaniose se inicia quando a fêmea do inseto vetor pica o
animal vertebrado infectado e, durante o repasto, ingerem macrófagos infectados com
amastigotas de Leishmania. No lúmen intestinal, ocorre o rompimento do macrófago,
liberando as formas amastigotas que sofrem divisão binária e se transformam em
promastigotas, que se dividem rapidamente, colonizando o trato digestivo médio e anterior do
flebotomíneo. No intestino médio do inseto há a transformação de amastigotas em
promastigotas procíclicas que são pequenas, ovóides, com pouca motilidade, multiplicam-se
intensamente e em seguida vão se tornando promastigotas longas, afiladas e com muita
motilidade. Posteriormente, transformam-se em promastigotas metacíclicas, que são
pequenas, afiladas e com grande motilidade (SACKS; BRODIN; TURCO, 1990; SARAIVA
et al., 1995). Algumas dessas formas migram para o esôfago, faringe e probóscida do
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
35
flebotomíneo e são inoculadas durante o repasto sanguíneo, reiniciando assim o ciclo no
hospedeiro vertebrado (Revisado em SACKS; KAMHAWI, 2001).
Dentre as muitas espécies de Leishmania já descritas, causadoras de leishmaniose
animal ou humana, Leishmania (Leishmania) amazonensis é um importante agente etiológico
da leishmaniose tegumentar humana e apresenta amplo espectro de formas clínicas (BARRAL
et al., 1991b). Dados recentes indicam que L. (L.) amazonensis está expandindo sua
distribuição geográfica no Brasil, sendo responsável por sintomas clínicos não usuais em
novas áreas de transmissão (ZEREDO-COUTINHO et al., 2007). Recentemente, foram
observados casos de Leishmaniose Tegumentar Americana envolvendo L. (L.) amazonensis
na região nordeste do Estado de São Paulo (MEDEIROS; SILVA, JR.; ROSELINO, 2008).
Adicionalmente, é interessante salientar que a infecção humana por L. (L.)
amazonensis ocorre principalmente em interações acidentais, uma vez que o principal
hospedeiro mamífero desse parasito presente no ecossistema natural são roedores silvestres,
como Proechymis spp. Tais roedores não apresentam lesões cutâneas detectáveis durante o
desenvolvimento do parasito (FORTEA et al., 2007), em oposição às numerosas
manifestações clínicas observadas na doença humana.
2.3. Manifestações clínicas da leishmaniose
As leishmanioses podem ser divididas em dois tipos, de acordo com os órgãos que
acometem: Leishmaniose Tegumentar (Leishmaniose Tegumentar Americana, no Novo
Mundo e Leishmaniose Tegumentar do Velho Mundo), que acomete a pele e mucosas, e a
Leishmaniose Visceral, que acomete as vísceras, principalmente baço, fígado e medula óssea.
A leishmaniose visceral, que é a forma mais grave da doença, pode ser causada por
L. infantum e L. donovani no Velho Mundo e L. chagasi no Novo Mundo. A febre baixa é o
principal sintoma no início da doença, mas outros sintomas como a perda de peso, anemia,
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
36
hepatoesplenomegalia, caquexia e depressão funcional da medula óssea podem surgir de
acordo com a progressão da visceralização (WHO, 2007). Pode ocorrer também
imunossupressão generalizada, que é freqüente causa de morte. Entretanto a infecção humana
por L. donovani nem sempre resulta em doença, pois muitos pacientes podem apresentar um
curso de infecção subclínico somente pela presença de anticorpos específicos (SACKS et al.,
1987).
As espécies responsáveis pela leishmaniose tegumentar no Novo Mundo são:
L. brazieliensis, L. peruviana, L. guyanensis, L. lainsoni, L. naiffi, L. shawi, L. colombiensis,
L. panamensis, L. venezuelensis, L. amazonensis e L. mexicana (GRIMALDI, JR.; TESH,
1993). L. tropica, L. major e L. aethiopica são as espécies descritas no Velho Mundo
(ASHFORD; BETTINI, 1987).
Clinicamente, a leishmaniose tegumentar apresenta-se de maneira variada, desde as
formas inaparentes ou com ulcerações de pele, que podem ser discretas ou extensas e com
evolução espontânea para cura após alguns meses, até aquelas com ulcerações múltiplas ou
disseminadas. A manifestação clínica mais freqüente da doença é a leishmaniose cutânea
localizada, que se caracteriza por lesões ulceradas, únicas, de bordas elevadas e circulares,
com pouca secreção e indolores, podendo haver casos de controle da infecção com cura
espontânea (HERWALDT; ARANA; NAVIN, 1992; MARSDEN et al., 1984). A
leishmaniose cutânea localizada pode ser causada principalmente pelas espécies L.
amazonensis, L. braziliensis, L. guyanensis, L. panamensis, L. peruviana, L. mexicana e L.
venezuelensis no novo mundo e L. major, L.tropica e L. aethiopica, no velho mundo
(BAILEY; LOCKWOOD, 2007; REITHINGER et al., 2007) .
A forma disseminada é caracterizada por úlceras típicas, associadas a inúmeras lesões
papulares ou acneiformes, decorrentes de disseminação hematogênica, podendo, por
contigüidade comprometer a mucosa (CARVALHO, 1994; COSTA et al., 1986). É causada
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
37
pelas espécies L. aethiopica, no velho mundo e L. amazonensis, L. mexicana e L.
venezuelensis no novo mundo (BAILEY; LOCKWOOD, 2007; REITHINGER et al., 2007).
A leishmaniose cutânea difusa, causada por L. (L.) amazonensis é uma forma grave não
responsiva ao tratamento, anérgica e muito rara. É caracterizada predominantemente por
nódulos múltiplos, onde se observa extraordinária riqueza parasitária, podendo ocorrer
também lesões tuberosas, placas e raramente aparecem ulcerações (LLANOS-CUENTAS et
al., 1984).
A forma mais grave do espectro clínico é a cutâneo-mucosa, ou espúndia, que
apresenta significante morbidade e pode levar a um curso fatal. É caracterizada por lesão na
mucosa nasal, que pode expandir e acometer palato mole e duro, úvula, faringe, gengivas e
lábio superior. Paradoxalmente, essas lesões mucosas contêm um número bastante reduzido
de parasitos. O intenso infiltrado inflamatório resulta em exuberante aumento do nariz e do
lábio superior, conferindo à lesão um aspecto tumoral e desfigurante. A perfuração do septo
nasal é observada em torno de 42% dos pacientes, podendo afetar a mucosa traqueobrônquica
e esôfago (BITTENCOURT; BARRAL, 1991; MARSDEN, 1986). No velho mundo, é
causada pelas espécies L. tropica, L. major, L. aethiopica e L. infantum (ALIAGA et al.,
2003; KHARFI et al., 2003; MORSY et al., 1995) e no novo mundo, inclusive no Brasil, a
espécie causadora mais freqüente é a L. braziliensis, mas também pode ser causada pelas
espécies L. panamensis, L. guyanensis , L. mexicana e L. amazonensis (BARRAL et al.,
1991a; DESJEUX, 1996; GRIMALDI, JR.; DAVID; MAHON-PRATT, 1987; MARSDEN,
1986; REITHINGER et al., 2003; SANTRICH et al., 1990; SARAVIA et al., 1985).
Neste contexto, vale ressaltar que a importância da leishmaniose tegumentar reside
não somente na alta incidência e ampla distribuição geográfica, mas também na possibilidade
de assumir formas que podem determinar lesões desfigurantes, incapacitantes e algumas vezes
fatais, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a incluir a doença entre as onze
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
38
endemias mais importantes do mundo (TDR, 2004).
2.4. Eventos iniciais da infecção por Leishmania
Durante a picada da fêmea do flebótomo, promastigotas metacíclicas, presentes nas
glândulas salivares, são inoculadas junto com a saliva, no lago sanguíneo produzido pelo
traumatismo da probóscida do flebótomo, na derme do hospedeiro mamífero (RIBEIRO,
1995). A quantidade de promastigotas inoculadas varia de acordo com a intensidade de
infecção do flebótomo. O número de promastigotas inoculadas parece ser importante no
desenvolvimento da resposta imune. Estima-se que os flebótomos podem inocular de 0 a 1000
promastigotas na derme do hospedeiro mamífero (WARBURG; SCHLEIN, 1986), o que
possivelmente entra como fator importante na variação da intensidade da infecção. Outros
fatores relevantes são as substâncias presentes na saliva do flebótomo (GILLESPIE; MBOW;
TITUS, 2000). Algumas delas podem induzir resposta Th2 e exacerbação da lesão, mesmo em
camundongos naturalmente resistentes (BELKAID et al., 1998; MBOW et al., 1998).
Entretanto, com L. braziliensis, o efeito da exacerbação da doença na presença de saliva
parece ser dependente da composição salivar da espécie do flebótomo, uma vez que a
inoculação de L. braziliensis (106-107 promastigotas) junto com a saliva de Lutsomyia
whitmani leva ao desenvolvimento de lesões que apresentam cura espontânea (BEZERRA;
TEIXEIRA, 2001), enquanto que a inoculação do mesmo parasito (106-107 promastigotas)
com saliva de L. longipalpis causa lesões cutâneas nodulares progressivas, que não se curam
(LIMA; TITUS, 1996).
Uma vez na derme, as promastigotas metacíclicas podem penetrar em granulócitos,
macrófagos (LIMA et al., 1998; POMPEU et al., 1991) ou em células dendríticas (CDs)
(MOLL, 2000). Leishmania pode sobreviver dentro de neutrófilos nas primeiras horas ou
primeiros dias após a infecção (LAUFS et al., 2002; VAN et al., 2004) e pode atrasar,
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
39
embora não evite a apoptose espontânea dos neutrófilos (AGA et al., 2002). Quando
macrófagos ingerem neutrófilos apoptóticos infectados (SAVILL et al., 1989), suas funções
microbicidas não são ativadas (MEAGHER et al., 1992; VAN et al., 2004). Desta forma
acredita-se que a leishmania estaria entrando no macrófago, a sua principal célula hospedeira,
de uma maneira silenciosa (LASKAY; VAN; SOLBACH, 2003).
Embora a leishmania consiga diferenciar-se em amastigotas e proliferar dentro de
células dendríticas (PRINA et al., 2004), os macrófagos são as células hospedeiras
preferenciais, onde os parasitos proliferam intensamente nos vacúolos parasitóforos
(KONECNY et al., 1999). No entanto são as células dendríticas infectadas que migram para
o linfonodo regional (MOLL, 2000), e, ainda na pele, estas células podem sofrer influências
de quimiocinas ou citocinas liberadas por queratinócitos, neutrófilos, mastócitos e macrófagos
presentes no sítio de inoculação. Quimiocinas e seus receptores participam na regulação da
migração e das interações das células apresentadoras de antígeno (APCs) com os linfócitos. O
receptor de quimiocina CCR7 é importante na migração de células dendríticas maduras dos
tecidos paras as áreas T dos linfonodos (FORSTER et al., 1999), onde vai ocorrer a
sensibilização dos linfócitos pelas APCs (MOLL et al., 1993; PRINA et al., 2004). Diversas
células como as dendríticas, os macrófagos e os linfócitos B, podem apresentar antígenos às
células T, dando início à sensibilização e expansão das células efetoras. A diferenciação
linfocitária vai depender, entre outros fatores, do tipo de APC, das moléculas co-
estimulatórias expressas e das quimiocinas e citocinas que predominam no microambiente
nestes primeiros momentos da sensibilização linfocitária.
2.5. Leishmaniose murina e a relação parasito-hospedeiro
Os modelos de leishmaniose experimental têm trazido grande contribuição para o
esclarecimento da imuno-regulação da doença. A cura da leishmaniose cutânea é criticamente
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
40
dependente do desenvolvimento de uma resposta imune do tipo Th1. Qualquer falha na
montagem de uma eficiente resposta Th1 anti-leishmania resulta em doença progressiva e
morte (Revisado em SACKS; NOBEN-TRAUTH, 2002). As condições que desencadeiam a
diferenciação Th1 ou Th2 parecem ser multifatoriais. Alguns destes fatores têm sido
evidenciados, trazendo mais clareza para a compreensão da patogênese da leishmaniose,
embora ainda existam muitas lacunas.
A resposta imune protetora contra Leishmania é mediada principalmente por células.
Pouco se sabe sobre a participação de anticorpos nessa resposta, embora a presença de
anticorpos específicos seja comum na LTA (SARAVIA et al., 1989). De maneira geral, a
resposta imune inicia-se quando células apresentadoras de antígenos infectadas pelo parasito
produzem IL-12, que age sobre células NK estimulando a produção de IFN-γ e também sobre
a diferenciação dos linfócitos T imaturos no subtipo Th1, também produtores de IFN-γ. O
IFN-γ produzido por estas células, juntamente com o TNF-α, induz a estimulação da produção
de radicais de oxigênio e nitrogênio, responsável pela eliminação do parasito (KEMP, 1997).
Os mediadores mais bem descritos envolvidos na morte dos parasitos no interior de
macrófagos ativados são os radicais de oxigênio e nitrogênio. Os intermediários reativos que
têm sido implicados na morte da Leishmania incluem: superóxido, peróxido de hidrogênio,
radical hidroxil e óxido nítrico. Macrófagos residentes, que falham em conter o crescimento
da população de Leishmania, produzem estes radicais, mas em baixas quantidades se
comparados aos macrófagos ativados que secretam altos níveis destas moléculas reativas
(BRUNET, 2001). Os macrófagos ativados exibem significativo aumento do mRNA para
óxido nítrico sintase induzível (NOS2) e produzem grande quantidades de NO. A toxicidade
de NO contra protozoários do gênero Leishmania já foi confirmada em diferentes modelos
(BOGDAN, 2001; BRUNET, 2001; GANTT et al., 2001). Camundongos deficientes gerados
por mutação induzida do gene para NOS2 (Nos2−/−) são altamente susceptíveis ao parasito
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
41
(WEI et al., 1995), mostrando o importante papel dos radicais de nitrogênio em restringir o
crescimento da Leishmania in vivo. Porém, os mecanismos envolvidos na indução desses
mediadores leishmanicidas não estão bem estabelecidos.
Após os primeiros dias de ativação, em função das citocinas predominantes no
microambiente, ocorre a definição da diferenciação em Th1 ou Th2 (NAKAMURA et al.,
1997). Células NK e NK-T participam neste momento inicial secretando IFN-γ, que tem papel
relevante na sensibilização de células Th1 (MARTIN-FONTECHA et al., 2004;
SCHARTON-KERSTEN; SCOTT, 1995). IFN-γ produzido inicialmente por estas células
induz a secreção de IL-12 por APC (células dentríticas, macrófagos, monócitos e linfócitos B)
e por polimorfonucleares (PMN). A produção inicial de IL-12 pode ser desencadeada pela
fagocitose do parasito (SUTTERWALA; MOSSER, 1999a) e amplificada por IFN-γ. A
citocina IL-12, por sua vez, amplifica a produção de IFN-γ, estabelecendo, assim, uma
importante alça de regulação positiva (BELOSEVIC et al., 1989; HEINZEL et al., 1995). A
célula NK é considerada como a principal fonte de IFN-γ (SCHARTON; SCOTT, 1993), mas
existem outras fontes alternativas, como células NK-T (LAUWERYS et al., 2000) e células
TCD8+ (Revisado em SACKS; NOBEN-TRAUTH, 2002). Camundongos geneticamente
deficientes de células NK conseguem desenvolver resposta Th1 eficiente, com a produção de
IL-12 e IFN-γ, capazes de controlar a infecção por L. major, indicando que a IL-12 pode
induzir resposta Th1, independente de células NK, possivelmente pela ativação de células
NK-T (SATOSKAR et al., 1999).
A produção de IFN-γ nos primeiros três dias de infecção é crítica para a diferenciação
de linfócitos Th0 em Th1 e para inibir a diferenciação em Th2, e a APC desempenha papel
crítico neste momento (VON; UDEY, 2004). A infecção de células dendríticas com
amastigotas, na presença de IFN-γ, induz sua ativação, ocorrendo aumento na expressão de
moléculas MHC classe I e II, de moléculas co-estimuladoras (CD40, CD54, CD80 e CD86) e
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
42
de síntese de IL-12. Por outro lado, tem sido demonstrado que a infecção de macrófagos,
tanto com amastigotas quanto promastigotas, não induz ativação, nem secreção importante de
IL-12 (MAROVICH et al., 2000; REINER et al., 1994; VON et al., 1998). Outras citocinas,
como TNF-α, IL-1β, IL-15 e IL-18, potencializam o efeito da IL-12 na indução da produção
de IFN-γ por células NK (AKIRA, 2000; FEHNIGER et al., 1999; HUNTER;
CHIZZONITE; REMINGTON, 1995; SHER et al., 1993), propiciando as condições
necessárias para a proliferação de células Th1 efetoras.
Embora o fenótipo Th2, associado com a susceptibilidade à infecção, seja
caracterizado pela alta produção de IL-4, IL-10, IL-13 e TGF-β (HEINZEL et al., 1989;
LOCKSLEY; SCOTT, 1991; SCOTT, 1998), ainda não estão bem estabelecidas as condições
que o desencadeiam. As citocinas Th2 levam ao desenvolvimento de lesões graves em
animais infectados com L. major, provavelmente porque desativam macrófagos. IL-4, IL-13 e
TGF-β inibem a produção de intermediários reativos de oxigênio em macrófagos ativados
com IFN-γ (BOGDAN; ROLLINGHOFF; DIEFENBACH, 2000). Diversas células podem
participar na produção de IL-4 nestas primeiras horas de infecção. Neutrófilos, células T
CD4+ e NK1+ (BRANDT et al., 2000; NOBEN-TRAUTH; HU-LI; PAUL, 2000; 1999; VON
DER et al., 1996) são capazes de secretar IL-4 e com isso modular a resposta para
diferenciação de linfócitos T imaturos em linfócitos do tipo Th2. IL-13 é outra citocina que
favorece a progressão da doença. Ela apresenta ação sinérgica com a IL-4 (MATTHEWS et
al., 2000), mas pode também promover a doença, independente da presença de IL-4
(NOBEN-TRAUTH; PAUL; SACKS, 1999). Um microambiente com predomínio de IL-4,
IL-13 e IL-10 induz a diferenciação e proliferação de células Th2, levando à desativação dos
macrófagos, o que propicia a multiplicação do parasito e a progressão da doença. Por outro
lado, em determinadas concentrações, IL-4 presente durante a ativação inicial de células
dendríticas pode induzir um fenótipo de resistência em camundongos susceptíveis por levar à
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
43
diferenciação dessas células em CDs produtoras de IL-12 (BIEDERMANN et al., 2001). Por
tudo isso, ainda não é suficientemente clara a influência da produção inicial de IL-4 como
determinante para a susceptibilidade (JULIA; GLAICHENHAUS, 1999). A citocina IL-10,
apesar de não ser mediadora dominante na susceptibilidade de BALB/c à infecção por L.
mexicana ou L. amazonensis, tem papel importante na regulação do desenvolvimento de uma
resposta Th1 protetora e, se neutralizada junto com a IL-4, leva à resolução efetiva da doença
(PADIGEL; ALEXANDER; FARRELL, 2003). Sua elevada produção no início da infecção e
a inibição da produção de IFN-γ Leishmania-específica pode contribuir para que a resposta
seja direcionada para o tipo Th2 em camundongos BALB/c infectados com L. major
(CHATELAIN; MAUZE; COFFMAN, 1999).
2.6. Resposta imune inata a Leishmania: receptores do tipo Toll
Células da imunidade inata possuem receptores codificados em linhagens germinativas
responsáveis pelo reconhecimento de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs)
incluindo – vírus, bactérias, fungos e protozoários (JANEWAY, JR.; MEDZHITOV, 2002).
Dentre os PAMPs estão os ácidos nucleicos, componentes de paredes celulares de fungos e
bactérias, proteínas flagelares, dentre outros (KARIN; LAWRENCE; NIZET, 2006). A
primeira família desses receptores estudada em detalhes foi a família dos receptores do tipo
Toll (Revisado em MEDZHITOV, 2001).
A proteína Toll foi inicialmente identificada em insetos frutíferos (Drosophila
melanogaster) estando envolvida na polaridade dorso-ventral durante o desenvolvimento
embrionário (LEMAITRE et al., 1996). Outros estudos demonstraram que a proteína Toll
desempenhava papel essencial na montagem de uma resposta imune eficaz contra o fungo
Aspergillus fumigatus (LEMAITRE et al., 1996). Estes estudos levaram à identificação de
homólogos das proteínas Toll em humanos e camundongos através de pesquisas em bancos de
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
44
dados, sendo esses denominados receptores Toll-Like (TLRs) (MEDZHITOV; PRESTON-
HURLBURT; JANEWAY, JR., 1997). Foram identificados, 10 e 13 membros TLR em
humanos e camundongos, respectivamente (Revisado em AKIRA; UEMATSU; TAKEUCHI,
2006). Os TLRs sinalizam via proteínas adaptadoras contendo domínio TIR tais como MyD88
(myeloid differentiation primary response gene 88), TIRAP [TIR-containing adaptor protein,
também conhecida como MAL (MyD88-adaptor-like)], TRIF [TIR-containing adaptor-
inducing IFN (interferon)-β] e TRAM (TRIF-related adaptor molecule). De forma geral, a
cascata de sinalização mediada pela ativação dos TLRs leva à ativação de MAPK (mitogen-
activated protein kinases) e fatores de transcrição tais como NF-κB (fator nuclear κB) e IRFs
(fatores reguladores de Interferon) induzindo a produção de citocinas inflamatórias e
interferons (IFNs) do tipo I.
Os membros da família dos TLRs são expressos em diversos tipos celulares, tais como
linfócitos T e B, células NK, células dendríticas, macrófagos, fibroblastos, células epiteliais e
endoteliais. No entanto, os TLRs possuem localizações celulares diferentes. TLR1, TLR2,
TLR4, TLR5 e TLR6 são expressos na superfície da célula, enquanto TLR3, TLR7, TLR8 e
TLR9 são expressos em vesículas endossomais.
Vários estudos têm demonstrado que diferentes receptores participam na fagocitose de
parasitos do gênero Leishmania por macrófagos, embora os eventos iniciais de sinalização
ainda sejam desconhecidos. Uma vez que estudos sugerem o papel dos TLRs no
reconhecimento de Plasmodium, Toxoplasma e Trypanosoma, vários grupos ao redor do
mundo têm trabalhado em pesquisas a respeito do papel desses receptores na leishmaniose
(ADACHI et al., 2001; CAMPOS et al., 2001; KEDZIERSKI et al., 2004; MUN et al.,
2003; SCANGA et al., 2002; YAROVINSKY; SHER, 2006). O primeiro estudo avaliando
TLRs e as vias dependentes de MyD88 na infecção por Leishmania major foi realizado por
Hawn et al. em 2002 (HAWN et al., 2002). Os autores demonstraram que houve menor
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
45
expressão de mRNA para IL-1α no grupo Myd88−/− e que os níveis de ativação do promotor
de IL-1α no grupo de animais Myd88+/+ foram semelhantes aos níveis obtidos com LPS
(grupo controle).
Um ano depois, Muraille et al. (2003) demonstraram a importância de MyD88 em
camundongos C57BL/6, um modelo de resposta Th1 dominante com tendência para cura
espontânea da lesão cutânea causada pela infecção por Leishmania major. Camundongos
Myd88−/− apresentaram maior número de lesões cutâneas comparados aos camundongos
Myd88+/+. O número de lesões apresentadas pelos animais Myd88−/−foi similar ao observado
em camundongos BALB/c, que possuem resposta Th2 dominante e tendência a ter maior
número e gravidade das lesões (MURAILLE et al., 2003). Além disso, foram observados
altos níveis de IL-4 e baixos níveis de IFN-γ e IL-12p40 no linfonodo drenante da lesão. Um
estudo semelhante foi realizado por Debus et al. (2003), no qual obtiveram os mesmos
resultados. Nesse estudo, foi avaliado um grupo de camundongos Myd88−/−, tratados com um
anticorpo monoclonal contra a IL-4, o que aumentou a resposta Th1 com elevados níveis de
IFN-γ (DEBUS et al., 2003).
Atualmente, diversos trabalhos têm descrito ligantes de TLRs presentes em parasitos
do gênero Leishmania bem como o papel de alguns desses receptores no controle da infecção.
Observou-se que a ativação de NF-κB e o aumento da produção de TNF-α e IL-12p40
mediado por LPG são dependentes de TLR2 e independentes de TLR4 (BECKER et al.,
2003; DE VEER et al., 2003). Além dos estudos envolvendo TLR2, trabalhos sobre TLR4
também têm obtido resultados promissores. Dados demonstraram que TLR4 era necessário
para um eficiente controle do parasito, provavelmente devido à atividade de NOS2 (KROPF
et al., 2004a; KROPF et al., 2004b). Em um estudo avaliando a ativação da inflamação
sistêmica, foi observado que a atividade leishmanicida de neutrófilos mediada pela enzima
elastase pancreática estava reduzida na ausência de TLR4 (RIBEIRO-GOMES et al., 2007).
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
46
Outros estudos demonstraram que camundongos com uma mutação no gene Tlr4 foram
incapazes de curar lesões cutâneas provocadas por Leishmania major (MULLER et al., 1997;
POLTORAK et al., 2000). Recentemente, trabalhos têm demonstrado a importância de TLR9
no controle da infecção por parasitos do gênero Leishmania. Na leishmaniose visceral,
provocada por L. donovani, foi observado que TLR9 era requerido para a ativação de células
NK e essencial na produção de IL-12 por células dendríticas (SCHLEICHER et al., 2007).
Além disso, foi observado que a sinalização via TLR9 era essencial para a ativação de células
NK em resposta a L. major in vivo (LIESE; SCHLEICHER; BOGDAN, 2007) e que a
ativação de CDs, dependente de TLR9, por DNA de L. major favorece o desenvolvimento de
resposta Th1 e conseqüente resolução da lesão (BOU FAKHER et al., 2009). Recentemente,
foi demonstrado que a sinalização via TLR9 é importante para o controle da infecção por L.
braziliensis de forma independente da produção de IFN-γ (WEINKOPFF et al., 2013). Outro
recente trabalho demonstrou que os receptores TLR3, TLR7 e TLR9 possuem um efeito
aditivo no controle da infecção por L. major, dependente da indução de uma robusta resposta
Th1 (SCHAMBER-REIS et al., 2013b).
Embora a família dos TLRs seja uma importante classe de sensores para a infecção por
parasitos do gênero Leishmania, existem indícios da existência de outros sistemas de
reconhecimento inato que realizam a mesma função. Um papel para o reconhecimento de
moléculas provenientes de Leishmania não baseado em TLR é indicado em estudos nos quais
foram utilizados camundongos deficientes para MyD88. Embora os camundongos Myd88−/−
infectados com Leishmania major apresentem maior susceptibilidade à infecção, o fenótipo
de lesão apresentado por esses animais foi inferior ao dos animais altamente susceptíveis,
como em camundongos BALB/c, e mantiveram a produção de pequenos níveis de citocinas
inflamatórias (IL-12 e IFN-γ) durante toda a infecção (DEBUS et al., 2003; MURAILLE et
al., 2003). Similar aos resultados previamente mencionados, o trabalho de Vargas-
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
47
Inchaustegui et al. (2009) demonstrou que durante a infecção por L. braziliensis camundongos
Myd88−/− foram capazes de controlar a infecção e produzir altos níveis de IL-12p40 e IFN-γ
em células dendríticas e T CD4+, respectivamente (VARGAS-INC et al., 2009).
2.7. Receptores do tipo NOD/ Inflamassoma
Nos últimos anos, uma nova família de receptores da imunidade inata foi descrita, os
receptores do tipo NOD (NLRs) que, diferentemente dos TLRs, consistem de proteínas
solúveis que se encontram no citoplasma (KUFER; FRITZ; PHILPOTT, 2005; MARTINON;
TSCHOPP, 2005). Esses receptores são capazes de reconhecer peptideoglicanos de paredes
celulares bacterianas (MARTINON et al., 2004), sinais endógenos de perigo como o acúmulo
de cristais de ácido úrico (SHI; EVANS; ROCK, 2003) e baixas concentrações de potássio
intracelular (MARTINON; BURNS; TSCHOPP, 2002), dentre outros.
Em humanos, a família dos NLRs é composta de 23 proteínas, e existem
aproximadamente 34 genes NLR em camundongos (TING et al., 2008). Homólogos dos
NLRs estão presentes em plantas (genes R – R para resistência) e animais, incluindo
organismos filogeneticamente mais primitivos, tais como o Zebrafish e ouriços do mar, apesar
de não serem encontrados em insetos e vermes (HIBINO et al., 2006; INOHARA; NUNEZ,
2003). Embora primariamente expressos em células imunes, incluindo linfócitos e células
apresentadoras de antígenos, tais como macrófagos e células dendríticas, os NLRs podem
também ser expressos em células não imunes, incluindo células epiteliais e mesoteliais
(CHEN et al., 2009). Os NLRs apresentam estrutura característica, composta por três
domínios: um domínio carboxi-terminal LRR que, assim como nos TLRs, são responsáveis
pelo reconhecimento da molécula antigênica; um domínio NOD (“Nucleotide-binding
Oligomerization Domain”), responsável pela oligomerização do receptor após a ligação ao
ATP; e um domínio amino-terminal distinto, o qual desencadeia a função efetora do receptor
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
48
(ATHMAN; PHILPOTT, 2004a) (Fig. 1). Na ausência de infecção, o NLR encontra-se em
uma forma inativa; as regiões efetoras permanecem protegidas pela região LRR, a qual
bloqueia sua ativação. A ligação de moléculas antigênicas ao LRR promove modificação
estrutural no receptor permitindo a ligação de ATP ao domínio NOD, o qual se oligomeriza
promovendo uma sinalização celular característica de cada NLR (ZINK et al., 2002) (Fig. 2).
NLRs incluem proteínas, tal como NOD1 (domínio 1 de oligomerização nuclear;
também conhecido como domínio 4 de recrutamento de caspase - CARD4), NOD2 (também
conhecido como CARD15) (INOHARA et al., 2005), NALPs (proteínas contendo domínios
NACHT, LRR e pyrin, atualmente nomeado como NLRP), IPAF (fator ativador da protease
ICE/caspase-1 - enzima conversora de IL-1; também conhecido como CARD12, CLAN e
atualmente chamado de NLRC4) e NAIPs (proteínas inibidora de apoptose neuronal) (TING;
KASTNER; HOFFMAN, 2006).
Os primeiros receptores NLRs reportados como receptores intracelulares microbianos
foram Nod1 e Nod2, e seus ligantes têm sido caracterizados como subcomponentes de
peptídeoglicano (PGN), denominados D-γ-glutamil-meso-DAP (mDAP) e muramil-
dipeptídeo (MDP), respectivamente (GIRARDIN et al., 2003a; GIRARDIN et al., 2003b).
Nod1 e Nod2 ativam NF-κB e MAPKs (proteínas kinase ativadoras de mitose), através da
oligomerização e recrutamento da proteína RIP2 - receptor-interacting protein 2, que resulta
na ativação do complexo kinase IκB (BERTIN et al., 1999; OGURA et al., 2001).
Fibroblastos embrionários de camundongos deficientes de RIP2 são incapazes de ativar NF-
κB em resposta a agonistas de Nod1 e Nod2, revelando o papel crucial da proteína adaptadora
RIP2 na sinalização desses receptores (KOBAYASHI et al., 2005b).
Ambos Nod1 e Nod2 têm sido demonstrados participar na detecção de uma variedade
de patógenos microbianos. In vitro, demonstrou-se que o Nod1 estava envolvido no
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
49
Figura 1: Representação esquemática da estrutura dos receptores do tipo NOD. Os NLRs são caracterizados por três domínios distintos: o domínio C-terminal constituído de regiões ricas em Leucina responsável pelo reconhecimento do ligante (LRRs); o domínio NOD, que medeia a oligomerização do receptor; e um domínio efetor, que pode ser um domínio pyrin (PYD), um CARD (domínio de recrutamento de caspase) ou um domínio BIR (repetições IAP de baculovírus). A maioria dos NLRs também contém um domínio associado ao NOD (NAD). Os NLRs compreendem duas grandes famílias: 14 membros NLRP/NALP contendo o domínio PYD e 5 membros NODs contendo CARD. As duas proteínas contendo o domínio CARD - CIITA e NLRC4/IPAF, e a proteína NAIP contendo BIR, constituem os membros NLRs remanescentes.
reconhecimento de patógenos intracelulares Gram-negativos como Escherichia colli (KIM;
LEE; KAGNOFF, 2004), Chlamydia spp. (OPITZ et al., 2005; WELTER-STAHL et al.,
2006), Campylobacter jejuni (ZILBAUER et al., 2007) e Salmonella spp. (HISAMATSU et
al., 2003). Embora tenha sido identificado inicialmente como um receptor para bactérias
Gram-negativas, Nod1 está implicado na resposta de células endoteliais contra Listeria
monocytogenes que carregam em seu PGN a subunidade meso-DAP (BONECA et al., 2007).
Adicionalmente, apesar de sua localização citosólica, o reconhecimento de microrganismos
extracelulares dependente de Nod1, tais como Pseudomonas aeruginosa e Helicobacter
pylori, também foi reportado (TRAVASSOS et al., 2005; VIALA et al., 2004). Nod2
Modificado de Meylan et al. Nature Reviews, 2006
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
50
Figura 2: Representação esquemática da cascata de ativação dos NLRs. Na ausência do estímulo, Nod2 ou Nalp3 permanecem em uma conformação de auto-inibição pela ligação dos domínios LRRs aos domínios CARDs. Quando moléculas antigênicas se ligam no domínio LRR (ligand binding) altera a conformação do receptor, permitindo o acesso do ATP ao domínio NBD (NOD). O ATP ligado ao domínio NOD altera a conformação do receptor (nucleotide binding), gerando assim a sua forma “ativa”, e o NLR oligomeriza em um complexo protéico utilizando o NOD como um domínio de oligomerização (oligomerization). A oligomerização do receptor recruta moléculas efetoras downstream da via de sinalização. O receptor Nod2 pode recrutar RIP2 kinase, que se auto-fosforila e ativa a cascata de sinalização subseqüente. Já o Nalp3 recruta a proteína adaptadora ASC e pró-caspase-1, que se auto-ativa e cliva substratos, tais como pró-IL-1β.
também tem sido implicado no reconhecimento citosólico de patógenos bacterianos. Em
estudos recentes, Nod2 foi identificado como mediador chave na resposta imune inata contra
S. pneuomoniae (OPITZ et al., 2005), M. tuberculosis (FERWERDA et al., 2005) e
Modificado de Wilmanski et al. Journal Leukocyte Biology, 2008
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
51
L. monocytogenes (KOBAYASHI et al., 2005a).
Alguns NLRs, diferentemente de Nod1 e Nod2, estão envolvidos tanto no
reconhecimento de moléculas microbianas, que são introduzidas por patógenos, quanto no
reconhecimento de fatores endógenos liberados de tecidos submetidos à destruição
(MEYLAN; TSCHOPP; KARIN, 2006). Este reconhecimento pode levar à ativação de
caspases inflamatórias como, por exemplo, caspase-1. Essas proteases conservadas
evolutivamente são produzidas como zimogênios com um pró-domínio de comprimento
variável seguido por uma pequena subunidade catalítica (LAMKANFI et al., 2002).
A caspase-1 é recrutada e ativada por complexos multi-protéicos conhecidos como
inflamassomas (MARTINON; BURNS; TSCHOPP, 2002). Os inflamassomas foram
inicialmente descritos como complexos multi-protéicos formados pela proteína adaptadora
intracelular ASC (apoptosis-associated speck-like protein containg a CARD, também
conhecida como TMS1) e um receptor NLR que funciona como um suporte molecular para a
ativação da caspase-1. O termo inflamassoma foi criado para descrever complexos de alto
peso molecular que ativam caspases inflamatórias induzindo a secreção de IL-1β
(MARTINON; BURNS; TSCHOPP, 2002) (Fig. 3). Inflamassoma é originado da palavra
inflamação que reflete a função deste complexo - e o sufixo "soma" proveniente da palavra
grega soma que significa corpo, freqüentemente utilizada em biologia celular e molecular para
definir entidades ou complexos moleculares, tais como proteassoma, lipossomas, ribossomas,
dentre outros (ZOU et al., 1999).
Atualmente, existem seis inflamassomas distintos caracterizados: o inflamassoma de
NLRP1, NLRC4/IPAF, NLRP6, NLRP12, AIM2 (um membro da família das proteínas
HIN200) e o inflamassoma NLRP3/NALP3. Diversos estudos têm auxiliado no entendimento
de como os inflamassomas operam. Após o reconhecimento de seus respectivos ligantes, os
receptores NLRs recrutam a proteína adaptadora ASC através de interações homofílicas PYD-
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
52
Figura 3: Organização estrutural do inflamassoma dos NLRPs. A estrutura central do inflamassoma é formada pelo receptor NLRP, a proteína adaptadora ASC e caspase-1. As interações homotípicas PYR-PYR são cruciais para o recrutamento do adaptador ASC e ativação das caspases inflamatórias. As regiões ricas em leucina reconhecem os sinais ativadores levando à oligomerização do domínio NOD e iniciando a formação do inflamassoma em forma de “dunet”. A atividade de processamento da IL-1β realizada pela caspase-1 provavelmente ocorre no centro do “dunet”.
PYD. ASC contém uma região N-terminal PYD e uma C-terminal CARD que permite o
recrutamento de caspases inflamatórias, especialmente caspase-1, para a plataforma de
sinalização através de interações CARD-CARD (MARIATHASAN; MONACK, 2007;
OGURA; SUTTERWALA; FLAVELL, 2006). Porém, tem sido descritos inflamassomas que
ativam a caspase-1 de maneira independente de ASC, como o inflamassoma de Nlrc4/Ipaf e
Nlrp1 (FRANCHI et al., 2007b; HSU et al., 2008; MARIATHASAN et al., 2004; SUZUKI,
2007). Além disso, recentemente foi descrito uma forma de ativação não canônica do
inflamassoma envolvendo uma protease relacionada à caspase-1, denominada caspase-11.
Nesse trabalho foi demonstrado que, embora caspase-11 seja dispensável para ativação de
caspase-1 após estimulação com ativadores canônicos de NLRP3 tais como ATP e Nigericina,
a maturação de caspase-1 e secreção de IL-1β em macrófagos infectados com as bactérias
entéricas E. coli, C. rodentium e V. cholerae bem como a susceptibilidade à doses letais de
LPS mostrou-se dependente de caspase-11 (KAYAGAKI et al., 2011). Corroborando com
Modificado de Ting et al. Nature Reviews Immunology, 2008
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
53
esses achados, foi observado que Lipídeo A derivado do LPS de E. coli ou S. typhimurium é
reconhecido no interior celular (de forma independente de TLR4) culminando com a ativação
de caspase-11 por um inflamassoma não canônico e que o tratamento de camundongos com
altas doses de LPS é capaz de induzir sepse letal de forma independente de TLR4 e
dependente de caspase-11 (KAYAGAKI et al., 2013).
A subfamília NLRP/NALP, a maior dentre os NLRs, contendo 14 NLRPs, possuem
domínios efetores característicos PYD (TSCHOPP; MARTINON; BURNS, 2003). Embora as
funções de muitos NLRPs sejam largamente desconhecidas, sabe-se que esses receptores,
após sua ativação formam inflamassomas, os quais são críticos para a produção de diversas
citocinas pró-inflamatórias, tais como IL-1β e IL-18. Diversos tipos de inflamassoma de
NLRP têm sido identificados: o inflamassoma de NLRP1/NALP1 (formado por NLRP1, a
proteína adaptadora ASC, caspase-1 e caspase-5), o inflamassoma de NLRP2/3 (contendo
ASC, Cardinal – proteína similar à extensão C-terminal de NLRP1, Caspase-1 em adição a
NLRP2 e NLRP3) e os inflamassomas de NLRP6 (formado por NLRP6 ou NLRP12, a
proteína adaptadora ASC e caspase-1). Em todos os inflamassomas, a ativação de NLRPs,
através do seu domínio efetor PYD, recruta ASC (contendo domínio PYD e CARD) que, por
sua vez, interage com a caspase-1 através da interação CARD-CARD. NLRP1 também
recruta caspase-5, através seu domínio efetor adicional CARD ligado ao C-terminal, enquanto
que NLRP3 e NLRP6, deficiente de tal domínio CARD, recruta adicionalmente caspase-1
através da interação com uma proteína Cardinal contendo um domínio CARD. A proximidade
das caspases nos inflamassomas parece promover uma ativação cruzada, conduzindo assim à
maturação de citocinas proinflamatórias (MARTINON; TSCHOPP, 2004).
O inflamassoma de NLRP1 humano foi a primeira plataforma de ativação de caspase-
1 identificada (MARTINON; BURNS; TSCHOPP, 2002). Estudos usando NLRP1 purificado,
ASC e caspase-1 demonstraram que NLRP1 formava oligômeros com caspase-1 na presença
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
54
de MDP. Notavelmente, ASC não era essencial para este processo, embora a adição de ASC
aumentasse a ativação de caspase-1 in vitro mediada por NALRP1 (FAUSTIN et al., 2007).
Consistente com os resultados dos estudos humanos, ASC não é requerido para a ativação de
caspase-1 mediada por Nlrp1b (variante murino de NLRP1) em macrófagos de camundongos
(HSU et al., 2008), sugerindo que ASC atua como uma molécula adaptadora somente para
alguns subtipos de inflamassomas. O estímulo fisiológico necessário para a ativação de
NLRP1 não é conhecido, embora a ruptura celular pareça ser suficiente para induzir a
montagem do inflamassoma (GATTORNO et al., 2007). Nalrp1b foi demonstrado ser ativado
em resposta à toxina letal antraz, o que provoca ativação de caspase-1 e morte celular de
macrófagos (HAWKINS; LACHMANN; MCDERMOTT, 2003). Uma importante função
para o inflamassoma de Nalrp1b na defesa do hospedeiro é indicada pela observação que
camundongos com o alelo de “susceptibilidade” para Nalrp1b são mais susceptíveis à
infecção com B. anthracis (KANG et al., 2008).
No caso de Nlrc4/Ipaf, que contém um domínio N-terminal CARD ao invés de um
domínio N-terminal PYD, a interação com a proteína adaptadora ASC ou diretamente com a
região CARD da pró-caspase-1 através de interações homotípicas leva à formação do
inflamassoma ativando caspase-1 (MARIATHASAN; MONACK, 2007; OGURA;
SUTTERWALA; FLAVELL, 2006). O papel de ASC no inflamassoma de NLRC4 não está
claro, mas acredita-se que ASC possa estabilizar ou facilitar o recrutamento de caspase-1 por
Nlrc4. Alternativamente, NLRC4 pode cooperar com receptores NLRPs, ainda não definidos,
levando à ativação de caspase-1.
Diversos estudos demonstraram a importância do inflamassoma de Nlrc4 no controle
da infecção de camundongos por Salmonella typhimurium ou Legionella pneumophila. A
ativação de caspase-1 encontra-se totalmente abolida em macrófagos deficientes para Nlrc4
quando infectados com esses patógenos intracelulares (FRANCHI et al., 2006;
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
55
MARIATHASAN et al., 2006; MIAO et al., 2006). Além disso, Nlrc4 participa no controle
da infecção provocada por Shigella flexneri (GIRARDIN et al., 2001). S. flexneri induz
autofagia, que é facilitada em macrófagos deficientes para Nlrc4, mas não para ASC,
sugerindo que Nlrc4 fornece adicional meio de defesa do hospedeiro independente de ASC e
produção de IL-1β por inibir o processo de autofagia. Porém, diferentemente do que acontece
nas infecções por S. typhimurium e S. flexneri, o controle da infecção por L. pneumophila
requer dois NLRs murinos, Naip5 e Nlrc4, para a formação do inflamassoma e não requer
ASC (MOLOFSKY et al., 2006; REN et al., 2006; ZAMBONI et al., 2006). Foi observado
que a sinalização deficiente de Naip5 torna macrófagos permissivos à L. pneumophila apesar
da ativação de caspase-1, sugerindo que Naip5 possui funções adicionais além do seu papel na
ativação de Nlrc4 e caspase-1 (LAMKANFI et al., 2007). Consistente com os dados
observados em camundongos, linhagens de células humanas knockdown para NAIP ou
NLRC4 possuem aumentada susceptibilidade à infecção por L. pneumophila (VINZING et
al., 2008). Adicionalmente, foi demonstrado recentemente que Naip2 e Naip5 se ligam ao
Nlrc4 permitindo o reconhecimento de PrgJ e flagelina, respectivamente (KOFOED;
VANCE, 2011; ZHAO et al., 2011).
Recentemente descritos, o papel dos inflamassomas de NLRP6 e NLRP12 em
processos infecciosos é pouco conhecido. O receptor NLRP6 tem sido associado com a
manutenção da microbiota. NLRP6 é expresso principalmente em células do compartimento
não hematopoiético, onde atua para manter a homeostase intestinal por regular a composição
da microbiota. Camundongos deficientes para Nlrp6 são mais susceptíveis à colite induzida
por DSS (Dextran sulfato de sódio) e inflamação intestinal associada a tumores (CHEN et al.,
2011; ELINAV et al., 2011; NORMAND et al., 2011). Deficiência em Nlrp6 nas células
epiteliais intestinais de camundongos resultou em uma alterada composição da microbiota
intestinal caracterizada por um aumento na presença das espécies patogênicas Prevotellaceae
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
56
e TM7 (ELINAV et al., 2011). Similares mudanças na composição da microbiota foram
observadas em camundongos Asc−/−, Caspase-1−/− e Il-18−/− sugerindo que a ativação do
inflamassoma de Nlrp6 é importante para a manutenção de uma microbiota intestinal saudável
(ELINAV et al., 2011).
NLRP12 foi o primeiro NLR demonstrado capaz de associar-se com ASC em células
transfectadas, formando um inflamassoma responsável pela ativação da pro-IL-1β. Porém, o
papel desse inflamassoma na imunidade inata permanece incerto. Tanto funções
proinflamatórias quanto anti-inflamatórias têm sido descrita para o inflamassoma de NLRP12.
Estudos tem sugerido que NLRP12 é um antagonista de sinais proinflamatórios induzidos por
receptores TLRs, pela citocina TNF e Mycobaterium tuberculosis (WILLIAMS et al., 2005).
Nlrp12 também está relacionado com o controle da migração de células dentríticas e células
mieloides afetando a hipersensibilidade por contato (ARTHUR et al., 2010; JERU et al.,
2008; LICH et al., 2007; LICH; TING, 2007). Mutações no gene que codifica NLRP12,
assim como para NLRP3, estão ligadas a doenças inflamatórias intestinais. Pacientes com
mutações em NLRP12 estão sendo tratados com sucesso com anticorpo para IL-1
(HAWKINS; LACHMANN; MCDERMOTT, 2003; JERU et al., 2011; LACHMANN et al.,
2009). NLRP12, assim como NLRP6, também está relacionado com a manutenção da
homeostasia intestinal por fornecer proteção contra tumores intestinais (ZAKI et al., 2011).
NLRP12 age negativamente regulando a sinalização de NF-κB e é dispensável para ativar
caspase-1 por diferentes estímulos incluindo ATP, Salmonella typhimurium e espécies de
Listeria (ZAKI et al., 2011).
Recentemente, uma segunda classe de inflamassoma foi descrita. Diferente do
inflamassoma formado pelos NLRs, essa nova classe de inflamassoma é formada a partir da
ativação de proteínas que são codificadas por uma família de quatro genes humanos (IFI16,
AIM2, MNDA e IFIX) e 13 genes de camundongos. Essa família de proteínas é caracterizada
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
57
pela presença de uma região PYD e um ou dois domínios HIN-200 de ligação ao DNA
(SCHATTGEN; FITZGERALD, 2011). Até agora apenas AIM2 e IFI16 mostrou-se capaz de
formar o inflamassoma e ativar caspase-1. Diferente dos NLRs, AIM2 e IFI16 liga-se
diretamente ao seu ligante, que em ambos os casos é dsDNA. AIM2 e IFI16 não possuem a
região CARD, necessitando assim de ASC para o recrutamento da pro-caspase-1. AIM2 foi o
primeiro membro da família ligado às funções do inflamassoma e está localizado no citosol
onde reconhece dsDNA de vírus e bactérias (BURCKSTUMMER et al., 2009; HORNUNG
et al., 2009; ROBERTS et al., 2009). Outros trabalhos demonstraram que AIM2 é importante
para a ativação de caspase-1 em macrófagos infectados com F. tularensis e em resposta ao
DNA de vírus, tais como cytomegalovirus e vaccínia (FERNANDES-ALNEMRI et al., 2010;
JONES et al., 2010; RATHINAM et al., 2010; SAUER et al., 2010).
O receptor IFI16, similar ao AIM2, também tem sido descrito capaz de ativar o
inflamassoma. Em contraste ao AIM2, IFI16 está localizado principalmente no núcleo das
células, embora IFI16 citosólico também possa ser detectado em pequenas quantidades em
alguns tipos celulares. No citosol, IFI16 reconhece dsDNA, culminando com a produção de
interferons do tipo 1 (UNTERHOLZNER et al., 2010). Além disso, IFI16 é capaz de
reconhecer o genoma do vírus da herpes associado ao sarcoma de Kapsosi (KSHV) no núcleo
de células infectadas (KERUR et al., 2011). Em resposta ao KSHV, IFI16 e ASC translocam-
se do núcleo para a região citoplasmática perinuclear, onde eles formam o inflamassoma
recrutando caspase-1 (KERUR et al., 2011).
NLRP3 é um NLR que também participa na formação do inflamassoma através do
recrutamento de ASC e subseqüente ativação de caspase-1, com secreção de IL-1β e IL-18. O
inflamassoma de NLRP3 é de longe o mais bem estudado de todos os inflamassomas e pode
ser ativado por diversos tipos de estímulos tais como moléculas derivadas de patógenos, sinais
endógenos e de origem ambiental. O inflamassoma de NLRP3 pode ser ativado por diferentes
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
58
agentes infecciosos incluindo as bactérias patogênicas Staphylococcus aureus, Listeria
monocytogenes, Klebsiella pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae, Streptococcus pyogenes
Chlamydia pneumoniae, Citrobacter rodentium e Escherichia coli (DUNCAN et al., 2009;
HARDER et al., 2009; HE et al., 2010; KAYAGAKI et al., 2011; KIM et al., 2010;
MEIXENBERGER et al., 2010; MUNOZ-PLANILLO et al., 2009; SHIMADA et al., 2011;
TOMA et al., 2010; WILLINGHAM et al., 2009); fungos patogênicos Candida albicans e
Aspergillus Fumigatus (GROSS et al., 2009; HISE et al., 2009); patógenos virais, tais como
Influenza A, vírus da encefalomiocardite, vírus da estomatite vesicular (ALLEN et al., 2009;
ICHINOHE; PANG; IWASAKI, 2010; RAJAN et al., 2011; THOMAS et al., 2009); e os
parasitos protozoários Schistosoma mansoni e Dermatophagoides pteronyssinus (DAI et al.,
2011; RITTER et al., 2010). Adicionalmente, Nlrp3 é capaz de responder ao MDP
(SUTTERWALA et al., 2006), bem como os compostos antivirais R837 e R848
(KANNEGANTI et al., 2006). Esse grande número de estímulos patogênicos capazes de
ativar NLRP3 sugere que este NLR reconhece micróbios indiretamente por monitorar os
níveis de DAMPs (danos moleculares associados a patógenos) derivados do hospedeiro que
são produzidos ou liberados como consequência de uma injúria tecidual ou celular mediada
por toxinas ou agentes infecciosos (Revisado em LAMKANFI; DIXIT, 2009).
Outra característica peculiar do receptor NLRP3 é a sua capacidade de responder a um
amplo repertório de agonistas que não são necessariamente de origem microbiana, mas são
sinais endógenos. Tem sido demonstrado que NLRP3 responde a mudanças nas concentrações
iônicas celulares, especialmente de potássio, que são produzidas, por exemplo, pela toxina
marinha maitotoxin e pelo ionóforo nigericina (MARIATHASAN, 2006). A ativação de
NLRP3 também é observada por cristais de ácido úrico (MARTINON et al., 2006), ATP
extracelular (MARIATHASAN, 2006) e amilóide-β (HALLE et al., 2008).
Diferente dos outros NLRs ativadores do inflamassoma, NLRP3 é expresso em baixas
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
59
quantidades em células apresentadoras de antígenos, tais como macrófagos e células
dendríticas. Consequentemente, um aumento na expressão de NLRP3 mediado pela ativação
de NF-κB é crítica para a ativação desse inflamassoma (BAUERNFEIND et al., 2009).
Entretanto, para que ocorra a ativação do inflamassoma de NLRP3, apenas o priming não é
suficiente sendo necessário que células expostas a agonistas de TLRs sejam
subsequentemente expostas a toxinas bacterianas, DAMPs ou substâncias cristalinas
(LAMKANFI; DIXIT, 2009; TSCHOPP; SCHRODER, 2010).
Apesar do número crescente de ativadores de NLRP3 e de evidências genéticas claras
que ligam esta via à atividade imunoestimulatória de diversas moléculas, o exato mecanismo
pelo qual NLRP3 é ativado ainda é desconhecido. Não existem evidências que NLRP3 liga
diretamente em algum desses conhecidos ativadores. A diversidade estrutural desses ligantes
sugere que algum mecanismo compartilhado está envolvido na oligomerização de NLRP3
ativando o inflamassoma. Três distintos mecanismos para a ativação do inflamassoma de
NLRP3 tem sido propostos. O primeiro envolve o efluxo de K+ através do receptor
purinérgico P2X7, outros canais de íons e toxinas formadoras de poros tais como nigericina,
maitotoxinas e hemolisinas (FRANCHI et al., 2007a; PERREGAUX; GABEL, 1994;
PETRILLI, 2007; WALEV et al., 1995). Entretanto, esses canais de íons e citotoxinas
também modulam as concentrações celulares de H+, Na+ e Ca+, sugerindo que o fluxo de íons
em geral pode culminar com a ativação de NLRP3 (LAMKANFI; DIXIT, 2009). Neste
contexto, foi observado que ativação de NLRP3 pela fagocitose de ácido úrico envolvia um
elevado influxo de Na+, seguido pelo influxo de água e queda nas concentrações de K+
compensando o aumento da osmolaridade intracelular (SCHORN et al., 2011).
Adicionalmente, o canal iônico (M2) intracelular expresso pelo influenza vírus contribui para
a ativação de NLRP3. Este canal iônico desacidifica o lúmen do complexo de golgi por
exportar íons H+ para o citosol, ativando assim o inflamassoma de NLRP3 (ICHINOHE;
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
60
PANG; IWASAKI, 2010). Recentemente, foi visto que o influxo de Na+ e principalmente o
efluxo de K+ estão relacionados com a ativação do inflamassoma de NLRP3 induzido por
diferentes toxinas bacterianas e materiais particulados (MUNOZ-PLANILLO et al., 2013).
Um segundo mecanismo proposto para a ativação do inflamassoma de NLRP3 é a
geração de espécies reativas de oxigênio (ROS). Diversos ativadores de NLRP3, tais como
ATP, nigericina, sílica, alume, ácido úrico induz a produção de ROS em macrófagos e
monócitos (CRUZ et al., 2007; ZHOU et al., 2011). Entretanto, a sinalização de TLRs induz
a produção de ROS, mas ainda assim falha em ativar o inflamassoma de NLRP3 na ausência
de um segundo estímulo. Concomitantemente, estudos demonstram que ROS mitocondrial
participa na up regulation de transcritos de NLPR3 e pro-IL-1β mediado por NF-κB ao invés
de ativar o inflamassoma de NLRP3 (BAUERNFEIND et al., 2011; BULUA et al., 2011).
O terceiro modelo propõe que a desestabilização da membrana fagolisossomal e
liberação citosólica de catepsinas lisossomais ativa NLRP3. A fagocitose de moléculas
particuladas e cristalinas pode causar dano à membrana lisossomal, e consequentemente levar
ao extravazamento de catepsinas lisossomais para o citosol. Produtos gerados a partir da
atividade proteolítica das catpsinas no citosol podem então ativar o inflmassoma de NLRP3. É
proposto que o processamento de componentes citoplasmáticos pela catepsina B age upstream
da ativação de NLRP3 induzida por sílica, alume e amiloide-β (HALLE et al., 2008;
HORNUNG et al., 2008). Além disso, a liberação de catepsina B está diretamente
relacionada à ativação de caspase-1 pelo ionóforo nigericina (HENTZE et al., 2003),
sugerindo um mecanismo único para a ativação de NLRP3 por estímulos particulados e não
particulados. Entretanto, foi demonstrado que a ativação do inflamassoma de NLRP3 não foi
afetada em macrófagos deficientes de catepsina B estimulados com hemozoína, cristais de
ácido úrico, sílica e alume, sugerindo uma redundância com outras catepsinas ou outras vias
que levam à ativação do NLRP3 (DOSTERT et al., 2009; TSCHOPP; SCHRODER, 2010).
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
61
No entanto, um mecanismo unificador que poderia explicar como o inflamassoma de NLRP3
é ativado permanece desconhecido.
2.8. Sinalização de receptores NLRs sinergiza e complementa a sinalização de receptores
TLRs
Existe grande sobreposição e aparente redundância na natureza no que diz respeito ao
reconhecimento de patógenos pelos diversos NLRs e TLRs e muitos desses receptores
convergem para vias comuns de sinalização (por exemplo, ativação de NF-κB e IL-1β). Uma
razão óbvia para a existência de múltiplos receptores apresentarem vias de sinalização
comuns é a potencialização da resposta inflamatória à infecção. Isto é consistente com o
sinergismo observado entre a sinalização de TLR e NLR em resposta ao PGN (FERWERDA
et al., 2005; NETEA et al., 2005; UEHARA et al., 2005) e entre agonistas de TLR e Nod2
(KOBAYASHI et al., 2005a). As funções entre NLRs e TLRs são naturalmente díspares
quanto à localização celular desses receptores, de tal forma que os NLRs adquiriram maior
importância na detecção de microrganismos intracitoplasmáticos.
Adicional evidência para a complementaridade de papéis entre TLRs e NLRs na resposta
inflamatória é observada durante a secreção de IL-1β. A liberação de IL-1β envolve dois
passos: (a) indução de pró- IL-1β, que é dependente de NF-κB, e (b) clivagem de pró- IL-1β
pela caspase-1 para a forma madura, IL-1β ativa. O primeiro passo requer a ativação de NF-
κB mediada por TLR (KANNEGANTI et al., 2007) entretanto, a ativação da caspase-1
ocorre independentemente de TLRs e exige a formação do inflamassoma (Fig. 4). Estas duas
partes da via, diferentemente regulada por TLRs e NLRs, podem servir como proteção contra
a produção excessiva de IL-1β, que pode causar algumas doenças, tais como vitiligo (JIN et
al., 2007), doença de Crohn (SAITOH et al., 2008) e gota (SOKOLOVSKA; HEM;
HOGENESCH, 2007). Do mesmo modo, múltiplos NLRs ou TLRs podem reconhecer
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
62
estímulos semelhantes, mas regularem de forma diferente pontos do mesmo processo.
Utilizando o exemplo de regulação da produção de IL-1β, a ativação da caspase-1 pela
estimulação por MDP requer a participação de Nlrp3 e ATP, mas não Nod2; no entanto, a
indução de mRNA para IL-1β, por outro lado, requer Nod2, mas não Nlrp3 (MARINA-
GARCIA et al., 2008). Portanto, semelhante à necessidade da sinalização via TLR para
promover a produção de pró-IL-1β através da ativação de NF-κB, no caso da indução de IL-
1β por MDP, NOD2 induz a transcrição de pró-IL-1β por NF-κB, enquanto que Nlrp3 medeia
o processamento de IL-1β através da ativação de caspase-1. Além disso, como descrito acima,
estudos têm sugerido que o reconhecimento de L. pneumophila por ambos Nlrc4 e Naip5 pode
resultar em atividades alternadas no sentido de restringir a replicação intracelular desse
parasito, e que o reconhecimento da flagelina desta bactéria ou de S. typhimurium por TLR5 e
Nlrc4 pode resultar na ativação de diferentes vias, NF-κB e ativação de caspase-1,
respectivamente (LAMKANFI et al., 2007; MIAO et al., 2007). Assim, a multiplicidade de
receptores envolvidos no reconhecimento do mesmo ligante permite não apenas evitar a
produção excessiva de citocinas inflamatórias (como IL-1β), que podem prejudicar o
hospedeiro, como também promover resposta controlada contra a infecção através da ativação
de vias distintas, mas cooperativas.
Atualmente, não restam dúvidas de que as diversas famílias de receptores da imunidade
inata, agindo isoladas ou em conjunto, estão envolvidas na indução de resistência e
susceptibilidade a infecções, como por exemplo, aquelas provocadas por parasitos do gênero
Leishmania. PAMPs derivados de Leishmania, dentre eles o LPG (FLANDIN; CHANO;
DESCOTEAUX, 2006), desencadeiam resposta imune inata que influencia diretamente na
montagem da resposta imune adaptativa. Diversos trabalhos têm demonstrado que receptores
do tipo NOD, dentre eles o receptor NLRP3, são importantes no reconhecimento citosólico de
diversos patógenos levando à ativação da reposta imune e controle da infecção. Porém, nada
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
63
Figura 4: TLRs e NLRs cooperam no reconhecimento e resposta a diversos componentes patogênicos ativando mecanismos inflamatórios. O reconhecimento de PAMPs por TLRs induz a síntese do precursor da IL-1β através da ativação de NF-κB. Bactérias e produtos bacterianos entram no citosol via toxinas formadoras de poros, sistema de secreção tipo III ou IV, ou ativação mediada por ATP do “Pannexin-1” poro. A ativação dos NLRs por PAMPs citosólicos resultam na formação dos inflamassomas ativadores de caspase-1 independentemente de TLRs. A caspase-1 ativa processa o precursor da IL-1β na forma madura da citocina, que é então secretada.
se sabe a respeito da interação entre o receptor NLRP3 bem como os componentes
formadores do seu inflamassoma na infecção provocada por parasitos do gênero Leishmania.
Visto que as vias de sinalização mediadas por NLRP3 são críticas na ativação de uma resposta
imune protetora contra patógenos, é de grande importância determinar o papel do
inflamassoma de NLRP3, bem como os mecanismos envolvidos na ativação da imunidade
inata durante a infecção por Leishmania. A determinação da importância desse receptor inato
frente à infecção por Leishmania tem o potencial de abrir novas perspectivas para o
Kanneganti et al. Immuity Review, 2007
Lima-Junior, D. S. Revisão Bibliográfica
64
tratamento e profilaxia desta infecção, que acomete cerca de 12 milhões de pessoas ao redor
do mundo, bem como de outras doenças inflamatórias crônicas.
Objetivos
Lima-Junior, D. S. Objetivos
66
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar o papel do inflamassoma de Nlrp3 no controle da infecção experimental por
parasitos do gênero Leishmania
3.2 Objetivos específicos
3.2.a. Determinar se a infecção por Leishmania é capaz de induzir a ativação de caspase-
1 em macrófagos
3.2.b. Verificar a formação de focos de Asc em macrófagos infectados com L.
amazonensis
3.2.c. Determinar o NLR responsável pela ativação do inflamassoma em resposta à
infecção por Leishmania
3.2.d. Determinar a importância do inflamassoma de Nlrp3 na atividade fagocítica e
leishmanicida de macrófagos
3.2.e. Determinar os mecanismos responsáveis pela ativação do inflmassoma de Nlrp3
durante a infecção por L. amazonensis
3.2.f. Avaliar a importância dos componentes do inflamassoma de Nlrp3 no controle da
infecção in vivo por parasitos do gênero Leishmania
3.2.g. Determinar o papel da IL-1β na resistência do hospedeiro durante a infecção por L.
amazonensis
3.2.h. Avaliar a importância do inflamassoma de Nlrp3 na expressão da enzima NOS2 e
produção de óxido nítrico durante a infecção in vitro e in vivo
Animais, Material e Métodos
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
68
4. ANIMAIS, MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Animais
Foram utilizados camundongos selvagens da linhagem C57BL/6, fêmeas, com 6 a 8
semanas de idade. Camundongos geneticamente deficientes para Asc (Asc−/−) e caspase-1
(Casp-1−/−) foram backcrossed com camundongos C57BL/6 por nove ou oito gerações,
respectivamente, para garantir similar background genético (KUIDA et al., 1995; LARA-
TEJERO et al., 2006). Camundongos Nlrp3−/− e Myd88−/− gerados em background C57BL/6
foram gentilmente cedidos pelo Dr. Vishva Dixit (Genentech, USA) (MARIATHASAN et
al., 2006) e Dr. Shizuo Akira (Osaka University, Japan), respectivamente. Camundongos Il-
1r−/−, IFN-γ−/− e gp91phox−/− (Nox2−/−) foram obtidos do laboratório Jackson. Os camundongos
foram mantidos em condições livres de patógenos específicos, ambiente com temperatura
controlada (22 a 25 °C) e receberam água e ração ad libitum. Os experimentos foram
conduzidos de acordo com o Comitê de Ética em pesquisa animal (CETEA) da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, SP (Processo Nº 097/2009).
4.2 Parasitos e infecção experimental
Formas promastigotas de parasitos Leishmania (L.) amazonensis (IFLA/BR/67/PH8),
Leishmania (L.) amazonensis expressando constitutivamente a proteína GFP (L.a.-GFP;
MHOM/BR/73M2269), Leishmania (V.) braziliensis (MHOM/BR/75/M2903), Leishmania
(L.) major (MRHO/SU/59/P) e Leishmania (L.) infantum chagasi (HU-USF8) foram
cultivadas à 26ºC em meio de cultura Schneider (Sigma-Co, St. Louis, MO, EUA), contendo
20% de soro fetal bovino (SFB) - GIBCO, 100 unidades/mL de penicilina G potássica (USB
Corporation Clevelamd, OH USA) e 2% de urina humana masculina em garrafas de cultura
(Corning Incorporated, Corning NY-USA). Após sete passagens em cultura, os parasitos
foram serialmente passados em camundongos C57BL/6 a fim de manter sua virulência. As
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
69
formas promastigotas metacíclicas (infectivas) foram isoladas de culturas contendo parasitos
em fase estacionária de crescimento através de centrifugação em gradiente de densidade,
como descrito anteriormente (SPATH; BEVERLEY, 2001). Para infecções in vivo com L.
amazonensis, L. braziliensis e L. major, os camundongos foram inoculados com 10 µL de
salina tamponada com fosfato 0,1 M pH 7,2 (PBS) contendo 1 x 106 promastigotas em fase
estacionária de crescimento ou 1 x 105 promastigotas metacíclicas, por via intradérmica na
orelha esquerda. Para infecção com Leishmania infantum chagasi, os camundongos foram
inoculados com 1 x 107 promastigotas de fase estacionária por via intraperitoneal. O inóculo
foi feito em volume de 0,1 mL.
4.3 Curso de infecção
O curso de infecção foi acompanhado através da mensuração do desenvolvimento da
lesão. As orelhas infectadas e controle foram mensuradas semanalmente durante oito semanas
utilizando um paquímetro. O tamanho da lesão foi obtido pela diferença entre a medida da
orelha infectada e orelha controle.
4.4 Quantificação da carga parasitária
Com o intuito de se determinar o parasitismo durante o curso da infecção, a orelha
infectada, linfonodo drenante e baço foram coletados de forma asséptica em PBS. O número
de parasitos presentes nos órgãos avaliados foi determinado pela técnica de diluição limitante
(AFONSO; SCOTT, 1993) com algumas modificações. Resumidamente, os órgãos foram
triturados por meio de dissociadores de tecido (Medcons, Becton Dickinson, São José, Ca,
EUA) em um volume de 2 mL de meio de cultura Schneider (Sigma, St. Louis, MO, EUA)
suplementado com 20% de SFB (GIBCO), 100 unidades/mL de penicilina G potássica (USB)
e 2% de urina humana masculina. Os medcons foram então lavados com 10 mL de meio de
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
70
cultura. A suspensão celular foi então centrifugada a 1540 x g por 10 minutos para a
separação das células contendo os parasitos. Em seguida, o sedimento foi suspenso em 1 mL
de meio e distribuído em placas estéreis de 96 poços, sendo dispostos 200 µL da suspensão
por cavidade, em duplicata. Dessa suspensão foi retirada uma alíquota de 20 µL e adicionada
em outro poço contendo 180 µL de meio. Essa diluição de 1:10 foi feita onze vezes, sempre
trocando as ponteiras de um poço para outro. A placa foi então incubada a 25ºC e a
verificação do crescimento de parasitos feita após 10 dias de cultura. O resultado foi expresso
como média do -log10 do título de parasitos + 1.
4.5 Obtenção do antígeno de Leishmania amazonensis
O antígeno particulado foi obtido de culturas de L. amazonensis em fase logarítmica
de crescimento. Após quatro dias de cultura em garrafa de 175cm2 (Corning), foi feita a
contagem do número de parasitos presentes em 90 mL de cultura e posteriormente foram
realizadas duas lavagens com salina tamponada com fosfato (PBS - 0,1 M pH 7,2) seguido
por centrifugação (1540 x g /10 minutos). Após obtenção de 1x1010 parasitos
aproximadamente, armazenados a -20ºC a cada coleta, o antígeno foi preparado por choque
térmico. Os sedimentos foram descongelados a 37ºC e imediatamente recongelados em
nitrogênio líquido por sete vezes. Posteriormente foi feita dosagem de proteína pelo método
de Lowry (LOWRY et al., 1951) e alíquotas do antígeno foram armazenadas a -70ºC com
concentração ajustada para 1 mg/mL.
4.6 Diferenciação de macrófagos a partir de células da medula óssea
Macrófagos diferenciados de células precursoras da medula óssea (BMDMs) foram
utilizados como modelo para experimentos in vitro. As células precursoras de macrófagos
foram obtidas da medula óssea de fêmures e tíbias de camundongos e cultivadas em meio
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
71
RPMI condicionado, sendo suplementado com 20% de soro fetal bovino (GIBCO), 2 mM de
glutamina, 25 mM de HEPES pH 7,2, 100 unidades/mL de penicilina G potássica (USB) e
com 30% de sobrenadante de cultura de células L929 (meio R20/30) conforme descrito
previamente (WARREN; VOGEL, 1985), com algumas modificações. Resumidamente,
camundongos foram eutanasiados e seus fêmures e tíbias cuidadosamente removidos,
seccionados em ambiente estéril e lavados com PBS utilizando uma seringa com agulha 13 x
4,5 mm. As células recém colhidas foram lavadas e centrifugadas a 300 x g por 10 minutos e,
logo depois incubadas com tampão de lise de hemácias, lavadas e centrifugadas novamente
por mais 10 minutos. Em seguida, as células foram diluídas em meio R20/30 e distribuídas em
placas de cultura em volume de 10 mL por placa utilizada (um fêmur = 4 placas). Um total de
10 mL de meio R20/30 foi adicionado após quatro dias de cultura. Entre o sétimo e o oitavo
dia de cultura as células foram fenotipadas por citometria de fluxo - FACSCantoII (BD). Os
experimentos foram conduzidos com culturas de células possuindo no mínimo 80% de
positividade para CD11b e F4/80.
4.7 Marcação da caspase-1 ativa
Para avaliar a ativação da caspase-1, 1 x 106 macrófagos foram infectados por 6, 12,
24 ou 48 horas com L. amazonensis, L. braziliensis ou L. major (10 parasitos/ célula ou nas
proporções indicadas). Os macrófagos foram removidos da placa com PBS gelado e
transferidos para um tudo de polipropileno. A marcação da caspase-1 ativa foi feita por uma
hora com o reagente carboxyfluorescein FLICA (FAM–YVAD–FMK, Immunochemistry
Technologies, LLC), como recomendado pelo fabricante. Após esse período, as células foram
lavadas por cinco vezes com PBS/Soro fetal bovino 1% e a aquisição das mesmas realizada
no citômetro de fluxo FACSCantoII (BD) sendo as análises realizadas por meio do software
“FlowJo” (Tree Star, Ashland, OR, EUA).
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
72
4.8 Detecção da ativação de caspase-1 e IL-1β por Western Blotting
Um total de 5 x 106 BMDMs foram adicionados em placas de 6 poços, ativados com
LPS ultrapuro (500 ng/mL, InvivoGen) por 4 horas e então infectados com L. amazonensis
(10 parasitos/célula) por 48 horas ou estimulados com 20 µM de nigericina por 40 minutos
em meio sem SFB. Os sobrenadantes foram coletados e precipitados com 50% de ácido
tricloroacético e acetona. As células remanescente nos poços foram lisadas com tampão RIPA
(10 mM Tris-HCl, pH 7.4, 1 mM EDTA, 150 mM NaCl, 1% Nonidet P-40, 1% deoxycholate,
and 0.1% SDS) contendo um coquetel de inibidores de protease (Roche). Os lisados e
sobrenadantes foram ressuspendidos em tampão de amostra contendo SDS (50 mM Tris ; pH
6,8), 2% SDS (USB Corporation, USA), 0,1% azul de bromofenol (Synth, USA), 10%
glicerol (USB Corporation, USA), 2,5% β-mercaptoetanol). As proteínas foram, então,
transferidas para uma membrana de nitrocelulose (GE Healthcare, USA) utilizando o sistema
de transferência Semidry Transfer Cell (Bio-Rad Laboratories, USA) a 15 volts por 40
minutos. Neste sistema foi utilizado tampão de transferência (50 mM Tris, 40 mM glicina e
10% metanol). As membranas foram bloqueadas por 12 horas a 4º C em tampão Tris (TBS –
Tris buffered saline) (25 mM Tris - Hexis Científica, BR, pH 7.4, 0,3 mM KCl - J.T. Backer e
140 mM NaCl – J.T. Bacher) contendo 0,1% Tween-20 (TBS-T) e 5% de leite em pó
desnatado. Após o bloqueio, as membranas foram incubadas com os anticorpos monoclonais
anti-caspase-1 p20 (clone 4B4 - Genentech) (1:250) e anti-IL-1β p-17 (1:200) (Sigma
Aldrich) por 1 hora à temperatura ambiente. As membranas foram então lavadas em TBS-T e
incubadas por 1 hora a 25º C com anticorpo secundário apropriado conjugado com peroxidase
(diluição 1:3000; KPL, USA). Para a detecção das proteínas ligadas aos anticorpos
específicos foi utilizado o reagente ECL luminol (GE Healthcare) e filme Hyperfilm (GE
Healthcare).
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
73
4.9 Transdução de macrófagos primários com Asc-GFP e quantificação dos focos de Asc
Asc murino foi clonado no vetor pEGFP(N2) pEGFP(N2) utilizando os sítios de
restrição XhoI e BamHI. ASC-GFP e GFP foram clonados em um vetor retroviral específico
de camundongo pMSCV2.2 (Clontech). O sistema de vetor pCL (NAVIAUX et al., 1996) foi
usado para o empacotamento dos retrovírus presentes nas monocamadas de células Peak
transfectadas (ATCC CRL-2828, mantido in RPMI 1640 com 10% SFB). Três dias após a
transfecção, o sobrenadante das culturas contendo as partículas virais foi coletado,
centrifugado a 1000 rpm por 5 min e filtrado em filtros de 45 µm. Células da medula óssea de
camundongos caspase-1−/− foram isoladas e cultivadas (5 x 105/poço) em meio de
diferenciação de macrófagos (R20/30) como mencionado anteriormente (WARREN;
VOGEL, 1985). Após três dias de diferenciação, as células foram coletadas pela lavagem com
monocamadas de PBS gelado, centrifugadas, ressuspendidas em meio R20/30
complementado com o sobrenadante contendo partículas virais e cultivadas por quatro dias
adicionais. Os BMDMs transduzidos foram plaqueados em placas de 24 poços contendo
lamínulas de vidro de 13 mm e infectados com promastigotas de fase estacionária de L.
amazonensis (cinco parasitos/célula) ou promastigotas metacíclicas (três parasitos/célula). As
lamínulas foram fixadas com paraformaldeído a 4% após 2, 6 e 24 horas de infecção.
Posteriormente, as células foram permeabilizadas com Triton X-100 (USB, Corporation)
0,3% por 10 minutos, lavadas e bloqueadas com PBS contendo albumina de soro bovino BSA
(Sigma) por 1 h, ambos os tratamentos à temperatura ambiente. As lamínulas foram então
incubadas com anticorpo policlonal anti-L. amazonensis (diluição 1:2000) por 1 h e após a
lavagem com PBS as lamínulas foram incubadas com anticorpo secundário conjugado com o
fluoróforo Alexa Fluor 594 (Invitrogen-Molecular Probes, Carlsbad, CA) por mais 1 h à
temperatura ambiente. As lamínulas foram invertidas em lâminas contendo o meio de
montagem com DAPI (Prolong Gold antifade reagent - Invitrogen). As células foram
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
74
analisadas em microscópio de fluorescência invertido (Leica DMI 4000B) utilizando uma
objetiva de 100X. As imagens foram processadas utilizando o software LAS AF (Leica
Microsystems) e o número de focos de Asc nas células infectadas foi quantificado.
4.10 Determinação dos níveis de IL-1β in vitro
Produção de IL-1β in vitro foi analisada em sobrenadantes de culturas de BMDMs pré-
estimulados com 500 ng/mL de LPS ultrapuro (InvivoGen) ou 10 ng/mL de recombinate
murino IFN-γ (Invitrogen) por seis horas e posteriormente infectados com promastigotas de L.
amazonensis, L. major ou L. braziliensis (10 parasitos/ célula) ou promastigotas metacíclicas
de L. amazonensis (um parasito/ célula) por 42 horas. Nigericina foi utilizado como controle
positivo para produção de IL-1β. Para a quantificação de IL-1β frente à inibição das
catepsinas, espécies reativas de oxigênio e efluxo de K+ BMDMs foram pré-ativados com
LPS ultrapuro (500 ng/mL, InvivoGen), tratados com o inibidor da liberação de catepsinas
CA-074-ME, os inibidores de efluxo de K+ glibenclamida e KCl ou os inibidores da produção
de ROS deferoxiamnia, rotenona, apocinina, DPI e DNP nas concentrações indicadas por duas
horas e então estimulados com L. amazonensis (10 parasitos/ célula) por 42 horas. O
tratamento com NaCl foi utilizado como controle negativo do bloqueio das vias mencionadas
acima.
4.11 Avaliação da fagocitose e atividade leishmanicida de macrófagos
Culturas de BMDMs foram ajustadas na concentração de 1 x 106 células/mL em meio
RPMI acrescido de 10% de SFB (GIBCO), 2 mM de glutamina, 25 mM de HEPES pH 7,2, 50
µM de 2-mercaptoetanol, 100 unidades/mL de penicilina G potássica (USB) e 5% de
sobrenadante de cultura de células L929 (meio R10/5). As células foram distribuídas em
placas de cultura de 24 poços (Becton Dickinson Labware, N.J, USA), sendo 0,5 mL por poço
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
75
e mantidas em repouso durante 90 a 120 minutos para a aderência. Foram realizadas duas
lavagens com PBS estéril a fim de remover as células não aderidas à placa. Para a infecção,
foram utilizados parasitos L. amazonensis expressando ou não a proteína GFP. Para a
avaliação da atividade leishmanicida, as culturas de macrófagos foram infectadas com
promastigotas de fase estacionária (10 parasitos/célula) ou promastigotas metacílicas (um
parasito/célula). Após seis horas de infecção foram realizadas três lavagens com PBS estéril
para a retirada dos parasitos extracelulares e posteriormente adicionado meio fresco. Em
alguns experimentos, a retirada dos parasitos extracelulares e adição de meio fresco foi
realizada após uma ou três horas de infecção. Nos experimentos envolvendo infecção com
L.a.-GFP, alguns poços foram mantidos não infectados como controles negativos de
fluorescência. A cultura foi então mantida a 33oC, em estufa de CO2 (5%). Após 24, 48, 72 e
96 horas de infecção foi determinada a atividade leishmanicida dos BMDMs por citometria de
fluxo (KRAM et al., 2008; MARIM et al., 2010) utilizando o BD FACSCanto II (BD
Biosciences) ou pela contagem de preparações celulares coradas por Giemsa, utilizando um
microscópio de luz com objetiva de 40X. Os dados de citometria de fluxo foram analisados
usando o software FlowJo (Tree Star). Nesta análise, dois parâmetros foram considerados: a
porcentagem de células infectadas e a média de intensidade de fluorescência integrada (iMIF),
que reflete a reposta funcional total frente a infecção e foi calculada pela multiplicação da
porcentagem de células infectadas pela média de intensidade de fluorescência da amostra
(DARRAH et al., 2007). Na análise das células coradas por Giemsa, as taxas de infecção
foram determinadas pela contagem de células infectadas e não infectadas (100-200 BMDMs)
e o número de amastigotas intracelulares presentes em cada célula. Em alguns experimentos, a
análise da fagocitose foi realizada utilizando diferentes concentrações de parasitos (um, 10 e
25 parasitos/células) após três horas de infecção. Quando indicado, BMDMs foram pré-
tratados por seis horas com recombinante murino IL-1β (eBioscience) ou IFN-γ (Invitrogen)
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
76
em concentrações que variaram de 0,1-1000 ng/mL ou com ambas as citocinas nas
concentrações indicadas. Para a inibição do receptor de IL-1, BMDMs foram previamente
tratados com antagonista do receptor de IL-1 (IL-1Ra) (FERREIRA et al., 1988) em
diferentes concentrações (variando de 0,1-100 µg/mL) por três horas, antes da infecção por 48
horas. Para inibição de IFN-γ, BMDMs foram pré-tratados com 2 µg/mL de anticorpo anti-
IFN-γ (BioExcel/ West Lebanon, NH) na presença ou ausência de IL-1β (100 ng/mL) por seis
horas e posteriormente infectados com L. amazonensis por 42 horas. Para inibição das
catepsinas, efluxo de K+ e produção de óxido nítrico, BMDMs foram pré-tratados com
glibenclamida, CA-074-ME, KCl, NaCl, aminoguanidina ou L-NMMA nas concentrações
indicadas durante duas horas e então estimulados com L. amazonensis por 42 horas.
4.12 Detecção de espécies reativas de oxigênio (ROS)
Liberação de espécies reativas de oxigênio extracelular por macrófagos foi mensurada
usando a inibição da redução de citocromo C pela superóxido dismutase (SOD), como
descrito por Johnston e Lehmeyer (JOHNSTON, JR.; LEHMEYER, 1976). Células foram
incubadas em RPMI sem Fenol-RED e estimuladas com L. amazonensis (10 parasitos/célula)
ou IFN-γ por 24 horas. Uma mistura de 800 µM de citocromo C tipo III (Sigma) e meio
RPMI sem Fenol-RED, com ou sem 15 µg/mL de SOD (Sigma), foi adicionada em cada poço
para iniciar a reação. A cultura de células foi mantida à 37ºC por 2 h sem agitação. Por fim, o
sobrenadante da cultura (100 µL) foi coletado e a absorbância (550 nm) foi mensurada em um
espectrofotômetro. Poços contendo macrófagos incubados com citocromo C na presença de
SOD foi usado como branco. Os resultados foram convertidos em nano moles de citocromo C
reduzido usando a fórmula ΔE550 nm= 2,1 x 104 M-1 cm-1 (MASSEY, 1959).
Para a detecção de ROS intracelular, BMDMs foram infectados ou não com
promastigotas de L. amazonensis ou tratados com PMA (100 ng/mL) por 24 horas. No fim da
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
77
incubação, uma concentração de 10 µM de dichlorodihydrofluorescein diacetate (H2DCFDA)
foi adicionada à cultura celular e incubada por 30 minutos para permitir a ligação da sonda.
Posteriormente, as células foram lavadas três vezes com PBS e a conversão da não
fluorescente H2DCFDA na espécie altamente fluorescente dichlorofluorescein (DCF) foi
mensurada por citometria de fluxo (BD FACSCanto II).
4.13 Cultivo de células ex vivo
Para a quantificação da produção de citocinas e óxido nítrico ex vivo, baços e
linfonodos retromaxilares drenantes, de camundongos infectados com 1 x 106 promastigotas
de L. amazonensis (IFLA/BR/67/PH8) por duas e cinco semanas, foram dissociados
utilizando cell strainer (BD Biosciences). O “pellet” celular foi ressuspenso em 1 mL de meio
RPMI acrescido de 10% de SFB (para as células derivadas do linfonodo) ou 4 mL de tampão
de lise de hemácias (para as células derivadas do baço). Após incubação de quatro minutos a
37oC, as células do baço foram novamente centrifugadas a 300 x g por 10 minutos a 4°C e re-
suspensas em 1 mL de meio RPMI acrescido de 10% de SFB. Em seguida, foi realizada a
contagem das células em câmara de Neubauer, acertando-se a concentração celular para 5 x
106 células/mL, sendo 500 µL distribuídos por poço, em placas de 48 poços. Para a dosagem
de citocinas, as células foram estimuladas ou não com 50 µg/mL de antígeno particulado de L.
amazonensis. As culturas foram então incubadas a 37°C, com atmosfera de 5% de CO2 por 48
horas. As amostras foram armazenadas em tubos/placas a -70ºC.
4.14 Dosagem de citocinas
As citocinas IL-1β, e IFN-γ foram dosadas de acordo com protocolo sugerido pelos
fabricantes dos kits de ELISA, BD Bioscience. Brevemente, as placas foram sensibilizadas
overnight, com 100 µL por poço das soluções com anticorpo de captura diluídos nas
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
78
concentrações sugeridas pelos fabricantes. Após cinco lavagens com solução de lavagem
(PBS - Tween 20 a 0,05% - v/v), as placas foram incubadas com 200 µL de tampão de
bloqueio (PBS – 10% Soro Fetal Bovino) por poço, por uma hora, à temperatura ambiente.
Após cinco novas lavagens com PBS (Tween, 100 µL) das amostras e dos padrões com
concentrações conhecidas, foram incubados por duas horas em temperatura ambiente.
Novamente foram lavadas com PBS – Tween, e as placas, incubadas com 100 µL por poço
dos anticorpos de detecção biotinilados por mais uma hora à temperatura ambiente. Após
novas lavagens com PBS – Tween, as placas foram incubadas com avidina – peroxidase, por
30 minutos, à temperatura ambiente, em local protegido da luz. Após novas lavagens com
PBS - Tween, as placas foram incubadas com 100 µL de TMB (KPL, Inc. Gaithersburg, MD,
EUA), por 30 minutos em temperatura ambiente, em local protegido da luz, com posterior
bloqueio da reação, com de 50 µL de H2SO4 2M por poço. As placas foram lidas a 450 nM
em espectrofotômetro. As concentrações das citocinas específicas nos sobrenadantes foram
determinadas comparando-se a densidade óptica dos poços contendo as amostras a uma curva
padrão, obtida pelas densidades nos poços contendo as citocinas recombinantes de
concentração conhecida. O limite de detecção para as diferentes citocinas foi de 7,8 pg/mL.
4.15 Produção de óxido nítrico
A produção de NO por macrófagos foi mensurada pelo acúmulo de nitrito (NO2-) e
nitrato (NO3-) em sobrenadantes coletados após 24 e 48h de cultura, como previamente
descrito (GREEN; TANNENBAUM; GOLDMAN, 1981). Resumidamente, 50 µL de
reagente de Griess (diamina di-hidroclorido naftaleno - NEED) a 0.1% (Sigma) diluído em
água destilada e sulfanilamida a 1% (Sigma) diluída em ácido fosfórico a 5% (Merck S.A.,
Rio de Janeiro, RJ) foi adicionado em 50 µL de sobrenadante. Em seguida foi determinada a
absorbância (DO 540nm) em leitor de miniplacas. Os resultados expressos em µM foram
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
79
determinados pela comparação com a curva-padrão, obtida pelo uso de nitrito de sódio
(Vetec) em concentrações de 200 a 0.9 uM.
4.16 Extração de RNA e síntese de cDNA
A extração de RNA total foi realizada a partir de amostras obtidas de experimentos in
vitro, nos quais BMDMs foram infectados por L. amazonensis por 12 horas, e experimentos
in vivo, nos quais foram utilizadas a lesão e o linfonodo drenante de camundongos infectados
durante sete e 15 dias. As amostras foram coletadas utilizando-se o reagente Trizol
(Invitrogen ™, Carlsbad, CA, EUA) para posterior extração de RNA utilizando um kit
específico para tal (Promega, Madison, WI, EUA). Brevemente, para cada amostra, em um
tubo de fundo cônico de 1,8 mL, foi adicionado o reagente Trizol (1 mL/mg de tecido ou 1
mL para cada 2 x 106 células), sendo agitado por 30 segundos e deixado a temperatura
ambiente por 15 minutos. Para cada um mL da suspensão foram adicionados 200 µL de
clorofórmio (Sigma) e os tubos centrifugados a 12000 x g por 15 minutos a 4°C. A fase
aquosa foi transferida para um tubo novo, onde foi acrescentado etanol 70% em proporções
iguais à amostra (v/v). A solução amostra/etanol foi agitada delicadamente e transferida para
uma coluna de afinidade para RNA (Illustra RNAspin Mini – GE Healthcare, USA). Foram
adicionados tampões específicos, intercalados por rápidas centrifugações por 15 segundos a
8000 x g cada. Finalmente, após várias lavagens com estes diferentes tampões, as amostras de
RNA foram eluídas da coluna com 50 µL de água deionizada e livre de RNAse, sendo
armazenadas a –70º C, até a confecção do DNA complementar (cDNA). O DNA genômico
contido nas amostras foi digerido através do tratamento das mesmas com RQ1 RNAse-Free
Dnase (Promega), de acordo com as especificações do fabricante. Uma alíquota de 5 µL foi
utilizada para a obtenção da concentração de RNA/µL nas amostras, determinada por
espectometria a 260 nm utilizando-se o aparelho Biomate 3 Spectrophotometer
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
80
Thermospectronic (Rochester, NY, EUA).
O DNA complementar (cDNA) foi sintetizado através de uma reação de transcrição
reversa. Primeiramente, foi adicionado oligo-dT (500 mg/mL) (Invitrogen), dNTPs (10 mM)
(Invitrogen) e a enzima ImPromII Reverse Transcriptase (1 µL/reação) (Promega, USA) em
10 µL de solução contendo 1 µg de RNA e a reação mantida a 42º C durante 60 minutos.
Posteriormente, a reação foi inativada por 15 minutos a 70º C.
4.17 Análise da expressão gênica por meio de reações de PCR em tempo real
A expressão quantitativa de genes de citocinas e das enzimas NOS2, arginase I e
arginase II foi analisada através de reações de PCR em tempo real, utilizando-se o sistema
SYBR Green e o aparelho ABI Prism 7000 Sequence Detection System (Applied Biosystems,
Warrington, Reino Unido). Esse sistema (ABI Prism Software) realiza as reações de
amplificação, detecção e quantificação das amostras através de nucleases fluorogênicas
utilizadas na reação, sendo a expressão normalizada com base em controles endógenos.
Oligonucleotídeos foram sintetizados para tais reações com auxílio de software apropriado
(“Primer Express”, Applied Biosystems). O cDNA (2,5 ng/reação) sintetizado a partir do
RNA mensageiro, e oligonucleotídeos específicos (1-2 µg/reação), foram utilizados
juntamente com os tampões de reação contendo “SYBR Green” (Applied Biosystems), como
determinado pelo fabricante. As reações compreenderam 2 minutos a 50 ºC, 10 minutos a 95
ºC, e quarenta ciclos de 15 segundos a 95 ºC e 1 minuto a 58 ºC. Um ciclo final de 20 minutos
com temperatura crescente de 60 a 95 ºC foi empregado para a obtenção de uma curva de
dissociação dos produtos da reação, utilizada para a análise da especificidade de amplificação.
As condições de PCR para cada oligonucleotídeo utilizado foram padronizadas de acordo com
a concentração, temperatura de anelamento, ausência de formação de dímeros e eficiência de
amplificação dos genes alvos e controle interno (gene constitutivo). A positividade das
Lima-Junior, D. S. Animais, Material e Métodos
81
reações foi determinada baseada em controles negativos, não infectados. Os resultados foram
analisados com base no valor de TC (ciclo limiar) ou linha de corte, definido após a reação,
sendo este o ponto correspondente ao número de ciclos onde a amplificação atingiu um dado
limiar, que permitiu a análise quantitativa da expressão do fator avaliado. A determinação dos
níveis de expressão dos genes alvo foi realizada por meio da normalização das amostras
quanto à expressão constitutiva de β-actina. As amostras foram primeiramente expressas em
unidades arbitrárias e posteriormente calculado como aumento relativo da expressão em
células infectadas comparado com controles similares (camundongos ou cultura de
macrófagos de mesmo grupo) não infectados de acordo com a fórmula: mRNA = 2-(ΔΔ
Ct). As
sequências dos primers utilizados foram: β-actin-fwd, AGCTGCGTTTTACACCCTTT; β-
actin-rev, AAGCCATGCCAATGTTGTCT; NOS2-fwd, CGAAACGCTYCACTTCCAA;
NOS2-rev,TGAGCCTATATTGCTGTGGCT; IFN-γ-fwd, GCATCTTGGCTTTGCAGCT;
IFN-γ-rev, CCTTTTTCGCCTTGCTGTTG; TNF-α-fwd, TGTGCTCAGAGCTTTCAACAA;
TNF-α-rev, CTTGATGGTGGTGCATGAGA.
4.18 Análise Estatística
Os resultados estão representados como média mais desvio padrão (SD). Para
comparação entre múltiplos grupos, foi utilizada a análise de variância (two-way ANOVA ou
one-way ANOVA), seguida pelo pós-teste de Bonferroni. Diferenças nos valores entre dois
grupos foram determinadas utilizando o teste t de Student. Todas as análises foram feitas com
o auxílio do software GraphPad-Prism (GraphPad Software Inc., San Diego CA, EUA).
Foram consideradas estatisticamente significativas as diferenças que apresentaram valores de
P igual ou menor a 0,05.
82
Resultados
Lima-Júnior, D. S. Resultados
83
4. RESULTADOS
4.1 O inflamassoma é ativado em resposta à infecção por Leishmania
A ativação de caspase-1 tem sido associada com a resposta de células do sistema
fagocítico (monócitos, células dendríticas e macrófagos) contra diferentes patógenos
bacterianos tais como Staphylococcus aureus, Aeromonas hydrophila, Listeria
Monocytogenesis, S. typhimurium, S. flexneri e Legionella pneumophila. Esse processo ocorre
através da liberação de diversos antígenos (PAMPs) para o meio intracelular que se ligam em
receptores de reconhecimento padrão citosólicos culminando com a ativação de caspase-1
(MOLOFSKY et al., 2006; OZOREN et al., 2006; REN et al., 2006; SUTTERWALA et al.,
2006; ZAMBONI et al., 2006). No entanto, a habilidade de parasitos do gênero Leishmania
em ativar caspase-1 é desconhecida. Nesse contexto, nós avaliamos se o parasito L.
amazonensis era capaz de ativar vias de sinalização que culminavam na ativação endógena da
caspase-1 em macrófagos. Para isso, nós infectamos BMDMs de camundongos C57BL/6 e
Casp-1−/− com L. amazonensis e mensuramos a ativação de caspase-1 com uma sonda
fluorescente (5-carboxifluorescein-YVAD – FAM-YVAD) que se liga com alta afinidade à
forma ativa da caspase-1 (SMOLEWSKI et al., 2001; ZAMBONI et al., 2006). Foi
observado que L. amazonensis, induz a ativação de caspase-1 em macrófagos de
camundongos C57BL6, mas não em macrófagos Casp-1−/− (Fig. 5a-c). Nós então avaliamos a
secreção da forma ativa da citocina IL-1β uma vez que esse processo é dependente da
ativação de caspase-1. Foi visto que BMDMs de camundongos C57BL/6, mas não de
camundongos Casp-1−/−, pré-tratados com lipopolissacarídeo (LPS) ou interferon-γ IFN-γ
produziram quantidades significantes de IL-1β em reposta à infecção com L. amazonensis
(Fig. 6a,b). Nós ainda verificamos se a ativação de caspase-1 era induzida somente em
reposta ao parasito vivo. Para isso, BMDMs de camundongos C57BL/6 foram estimulados
com parasitos vivos ou mortos por calor, irradiação UV ou fixação com formaldeído e então
Lima-Júnior, D. S. Resultados
84
Figura 5: Caspase-1 é ativada em reposta à infecção por L. amazonensis. (a,b) Macrófagos derivados de células da medula óssea (BMDMs) de camundongos C57BL/6 e Caspase-1−/− (Casp-1−/−) foram infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula) durante 6, 12, 24 e 48 h e marcados com a sonda fluorescente FAM-YVAD. (a) Os histogramas verde, rosa, ciano e azul representam a marcação de macrófagos infectados após 6, 12, 24 e 48 h de infecção, respectivamente. O histograma vermelho indica BMDMs não infectados (NI). (b) Quantificação do experimento demonstrado em “a”, indicando a média da porcentagem de células FAM-YVAD+ + desvio padrão (SD) de um experimento feito em triplicata. “L.a” indica L. amazonensis. (c) Porcentagem de células FAM-YVAD+ de BMDMs de camundongos C57BL/6 e Casp-1−/− infectados com L. amazonensis a um MOI de 1, 5, 10 e 20 por 24 h. Os dados representam a média ± SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni) comparado com Casp-1−/−.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
85
mensurado os níveis de IL-1β como medida indireta da ativação de caspase-1. Parasitos vivos
induziram efetivamente a secreção de IL-1β, enquanto que parasitos inviáveis (fervidos,
irradiados ou fixados) falharam em induzir IL-1β (Fig. 6c). Adicionalmente, observamos que
efeitos similares na indução de IL-1β ocorriam em reposta à infecção com formas
promastigotas metacíclicas de L. amazonensis (Fig. 6d).
4.2 A ativação de caspase-1 mediada por L. amazonensis depende de Nlrp3
A ativação de caspase-1 pode decorrer do reconhecimento de PAMPs por diversos
NLRs tais como Naip5, Nrc4, Nlrp1, Nlrp3 dentre outros. Assim, para determinar qual NLR é
responsável pela ativação de caspase-1 em reposta à L. amazonensis, nós realizamos
experimentos com BMDMs deficientes em importantes componentes do inflamassoma.
Através do ensaio de FAM-YVAD, nos demonstramos que BMDMs deficiente para Nlrp3 ou
para a proteína adaptadora Asc falharam em induzir a ativação de caspase-1 (Fig. 7a,b) e
secretar IL-1β após infecção com L. amazonensis (Fig. 7c). Neste experimento, nós também
usamos uma combinação de LPS e Nigericina, que é um conhecido ativador do inflamassoma
de Nlrp3 (MARIATHASAN et al., 2004; MARIATHASAN et al., 2006). Em adição, nós
realizamos análise de western blotting com BMDMs estimulados com Nigericina ou L.
amazonensis para confirmar a ativação do inflamassoma de Nlrp3 em reposta à infecção com
L. amazonensis. Foi observado que a infecção por L. amazonensis induziu o processamento e
secreção de caspase-1 p20 e IL-1β p19 em um processo dependente de Nlrp3, Asc e caspase-1
(Fig. 7d). Os reduzidos níveis de produção de IL-1β e clivagem de caspase-1 em macrófagos
infectados com L. amazonensis comparados com células tratadas com LPS e nigericina
suportam a hipótese de L. amazonensis pode modular ou inibir a ativação do inflamassoma
em alguns casos, uma característica que requer uma análise mais aprofundada. No entanto, o
inflamassoma é ativado em resposta à infecção por Leishmania, e para avaliar a formação do
Lima-Júnior, D. S. Resultados
86
Figura 6: L. amazonensis induz aumento na produção de IL-1β em macrófagos de forma dependente de caspase-1. (a,b) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 e Casp-1−/− foram estimulados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS (a) ou 10 ng mL−1 de IFN-γ (b) e posteriormente infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula) por 42 h. (c) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 foram pré-tratados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS e então estimulados com L. amazonensis viva (L.a), irradiada, fixada com formaldeído (L.a formald.) ou fervida na proporção de 10 parasitos/célula por 42 h. (d) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 e Casp-1−/− foram estimulados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS e posteriormente infectados com promastigotas metacíclicas de L. amazonensis (1 parasito/célula) por 42 h. NI, não infectado. A produção de IL-1β foi avaliada no sobrenadante livre de células por ELISA. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com Casp-1−/− (a,b,d) ou NI (c).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
87
Figura 7: O inflamassoma de Nlrp3 é requerido para a ativação de caspase-1 em macrófagos infectados por L. amazonensis. (a,b) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Nlrp3−/− e Casp-1−/− foram infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula). Após 48 h de infecção, as células foram marcadas com FAM-YVAD e analisadas por citometria de fluxo para determinar a porcentagem de células positivas para FAM-YVAD (a) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (b). (c) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Nlrp3−/−e Casp-1−/− foram estimulados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS e então infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula) por 42 h ou tratados com 20 µM de Nigericina (Nig) por 1 h. A produção de IL-1β foi analisada no sobrenadante livre de células por ELISA. (d) BMDMs pré-tratados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS foram infectados (L.a) ou não (NI) com L. amazonensis a um MOI de 10 por 48 h. O immunoblotting indica a presença de casp-1 p45, casp-1 p20 e IL-1β p19 no sobrenadante da cultura de células (SN) e casp-1 p45 no lisado celular (Lis). Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com NI (a,b) ou BMDMs Asc−/−, Nlrp3−/− e Casp-1−/− similarmente tratados (c).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
88
inflamassoma in situ, nós transduzimos BMDMs com um vetor retroviral codificando Asc
conjugado a GFP (Asc-GFP). Nós infectamos os BMDMs com L. amazonensis e observamos
a formação de focos de Asc em células infectadas após 2 e 6 h de infecção com promastigotas
em fase estacionária de crescimento ou promastigotas metacíclicas de L. amazonensis (Fig.
8a-d), indicando assim a formação do inflamassoma em resposta à infecção por L.
amazonensis.
4.3 A ativação do inflamassoma de Nlrp3 induzido por L. amazonensis é dependente de
produção de ROS, efluxo de potássio e liberação de catepsinas
Efluxo de potássio (HAMON; COSSART, 2011; MARIATHASAN et al., 2006) é
crítico para a ativação do inflamassoma de Nlrp3. Além disso, CA-074-ME (um composto
que inibe catepsina B e L) e glibenclamida (uma droga que inibe canais de potássio sensíveis
ao ATP) inibem a ativação de inflamassoma de Nlrp3 (HORNUNG et al., 2008;
LAMKANFI et al., 2009; MONTASER; LALMANACH; MACH, 2002). Para determinar os
mecanismos responsáveis pela ativação do inflamassoma de Nlrp3 em reposta à infecção por
L. amazonensis, nós inicialmente investigamos se glibenclamida, CA-074-ME e a adição de
potássio extracelular interferem com a ativação de caspase-1 durante a infecção de
macrófagos com L. amazonensis. Através de uma avaliação por citometria de fluxo de células
FAM-YVAD+ e secreção de IL-1β, observamos que ativação de caspase-1 induzida por L.
amazonensis foi inibida pela adição de glibenclamida, CA-074-ME, KCl, mas não NaCl, de
forma dose dependente (Fig. 9a-g).
Além dos mecanismos citados acima, diversos trabalhos têm demonstrado que a
ativação do inflamassoma de Nlrp3 é dependente da geração de espécies reativas de oxigênio
(DOSTERT et al., 2008; ZHOU et al., 2010; ZHOU et al., 2011). De fato, diversos
ativadores de Nlrp3 induzem a geração de ROS e em contrapartida, inibidores de ROS
Lima-Júnior, D. S. Resultados
89
Figura 8: A infecção por L. amazonensis induz a formação de focos de Asc. BMDMs obridos de camundongos Casp-1−/− foram transduzidos com um vetor retroviral codificando Asc-GFP e infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (5 parasitos/célula) (b,c) ou promastigotas metacíclicas (3 parasitos/célula) (d). (a) BMDMs Casp-1−/− não infectados expressando Asc-GFP disperso no citoplasma (verde). (b) BMDMs infectados com L. amazonensis (vermelho) por 2 h demonstrando formação de focos de Asc (verde). (c, d) Quantificação da porcentagem de BMDMs apresentando focos de Asc após 2, 6 e 24 h de infecção. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (one-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni) comparado com NI.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
90
Figura 9: Catepsinas e efluxo de potássio são requeridos para a ativação do inflamassoma induzido por L. amazonensis. (a-c) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 foram pré-tratados por 2 horas com 100 µM de glibenclamida, incubados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula) e então avaliada a ativação de caspase-1 pela marcação com FAM-YVAD. (a) Os histogramas azul e verde representam a marcação de macrófagos infectados que foram tratados (Gliben+L.a) ou não tratados (L.a) com glibenclamida, respectivamente. O histograma vermelho representa BMDMs não tratados e não infectados (NI). A porcentagem de células positivas para FAM-YVAD (b) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (c) são demonstradas. (d-g) BMDMs foram primados com 500 ng mL−1 de LPS por 6 h, tratados por 2 h com diferentes concentrações de glibenclamida (d), CA-074-ME (e), KCl (f) ou NaCl (g) e posteriormente incubados com promastigotas de L. amazonensis a um MOI de 10. Após 40 h de infecção, a liberação de IL-1β foi analisada no sobrenadante por ELISA. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com NI.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
91
bloqueiam a ativação doinflamassoma (DOSTERT et al., 2008). Nesse contexto, nós
investigamos se a produção de espécies reativas de oxigênio está envolvida na ativação do
inflamassoma de Nlrp3 induzida durante a infecção por L. amazonensis. Primeiramente, nós
investigamos se ativação do inflamassoma de Nlrp3 interferia na produção de espécies
reativas de oxigênio. Para isso, BMDMs de camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/−
foram infectados com L. amazonensis e avaliada a liberação de espécies reativas de oxigênio
para meio extracelular, pelo ensaio de redução do citocromo c, e a produção de ROS
intracelular pela marcação com a sonda H2DCFDA (carboxy derivative of fluorescein). Foram
observados níveis similares de ROS extracelular (Fig. 10a) e intracelular (Fig. 10b,c) em
macrófagos C57BL/6 comparados com macrófagos Asc−/− e Casp-1−/− após a infecção com L.
amazonensis. Estímulo com IFN-γ ou PMA foi utilizado como controle positivo para a
produção de superóxidos. Esses dados indicam que a que a infecção por L. amazonensis induz
a liberação de espécies reativas de oxigênio e produção de ROS intracelular de forma
independente da ativação do inflamassoma. Nosso próximo passo foi investigar se o
tratamento com drogas inibidoras de ROS interferia na ativação do inflamassoma induzida
pela infecção com L. amazonensis. A partir da análise por citometria de fluxo de células
FAM-YVAD+ e secreção de IL-1β, observamos que ativação de caspase-1 induzida por L.
amazonensis foi inibida pela adição dos inibidores de ROS rotenona, apocinina,
deferoxiamina, DPI e DNP (Fig. 11). Adicionalmente, verificamos se os efeitos de ROS na
ativação do inflamassoma induzido pela infecção por L. amazonensis ocorria nas fases iniciais
da infecção (durante a fagocitose) ou nas fases tardias (durante a replicação do parasito).
BMDMs de camundongos C57BL/6 foram tratados em diferentes condições com apocinina,
um inibidor reversível da produção de espécies reativas de oxigênio (AHMAD et al., 2012;
HEUMULLER et al., 2008; MATHENY; DEEM; COOK-MILLS, 2000; PHILLIPS et al.,
2010), infectados com L. amazonensis e analisada a ativação de caspase-1 pelo ensaio
Lima-Júnior, D. S. Resultados
92
Figura 10: A produção de espécies reativas de oxigênio induzida pela infecção com L. amazonensis é independente da ativação do Inflamassoma. (a) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram pré-tratados ou não com IFN-γ (10 ng mL−1) por 6 h e então infectados com promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento a um MOI de 10 por 18 h. A liberação de espécies reativas de oxigênio (ROS) foi quantificada pela redução de citocromo C como descrito em Animais, Material e Métodos. (b,c) BMDMs de camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram infectados com promastigotas de L. amazonensis a um MOI de 10 por 24 h e então analisada a produção de ROS por citometria de fluxo. PMA foi usado como controle positivo. A porcentagem de células positivas para FAM-YVAD (b) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (c) são demonstradas. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
93
Figura 11: Espécies reativas de oxigênio são requeridas para a ativação do inflamassoma induzido por L. amazonensis. (a,b) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 foram pré-tratados por 2 horas com 10 µM de rotenona (Roten), 100 µM de apocinina (Apoc), 10 µM de DPI ou 100 µM de DNP, incubados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula) e avaliada a ativação de caspase-1 pela marcação com FAM-YVAD. Após 24 h de infecção, a porcentagem de células positivas para FAM-YVAD (a) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (b) foram calculadas por citometria de fluxo. (c) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 foram primados com 500 ng mL−1 de LPS por 6 h, tratados por 2 h com 2 mM de deferoxiamina (Deferox), 10 µM de rotenona (Roten), 10 µM de DPI, 100 µM de apocinina (Apoc) ou 100 µM de DNP e posteriormente incubados com promastigotas de L. amazonensis a um MOI de 10. Após 40 h de infecção, a liberação de IL-1β foi analisada no sobrenadante por ELISA. (d,e) BMDMs foram primados com 500 ng mL−1 de LPS por 6 h, tratados por 2 h com diferentes concentrações de apocinina (d) ou NaCl (e) e posteriormente incubados com promastigotas de L. amazonensis a um MOI de 10. Após 40 h de infecção, a liberação de IL-1β foi analisada no sobrenadante por ELISA. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com NI.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
94
de FAM-YVAD. Observamos que, similar ao tratamento contínuo com apocinina (-2 a 6), o
tratamento com apocinina durante as duas primeiras horas de infecção (durante a fagocitose
do parasito) inibiu a ativação de caspase-1 (Fig. 12). Por outro lado, a retirada da droga no
início da infecção (-2 a 0) ou o tratamento com apocinina após 4 h de infecção não foi capaz
de inibir a ativação da caspase-1 (Fig. 12). Esses resultados indicam que a produção de ROS
durante a fagocitose de L. amazonensis é crucial para a ativação do inflamassoma de Nlrp3.
De forma conjunta, os dados obtidos indicam que potássio, catepsinas, canais de potássio e
espécies reativas de oxigênio são requeridos para a ativação do inflamassoma de Nlrp3,
suportando assim o papel chave desse inflamassoma na ativação de caspase-1 durante a
reposta de macrófagos à infecção com L. amazonensis.
O tratamento com determinadas drogas ou altas concentrações das mesmas podem ser
citotóxicos. Dessa forma, verificamos a citotoxicidade dos inibidores de ROS utilizados nos
experimentos anteriores. Para isso, nós avaliamos os níveis de morte celular pela liberação de
lactato desidrogenase, incorporação de iodeto de propídeo (PI) e pela expressão de
fosfatidilserina na superfície celular de macrófagos pré-tratados com inibidores de ROS e
infectados com L. amazonensis. De forma geral, não observamos efeitos citotóxicos das
drogas inibidoras de ROS utilizadas para o tratamento dos BMDMs (Fig. 13). Uma única
exceção foi a alta liberação de LDH nas culturas de macrófagos tratados com DPI (Fig. 13a).
Por outro lado, quando analisamos a expressão de fosfatidilserina e incorporação de PI nas
culturas tratadas com DPI, nenhuma diferença em relação às culturas não tratadas (NT) foi
observada (Fig. 13b,c). Dessa forma, esses dados sugerem que o tratamento de macrófagos
com os inibidores de ROS nas condições e concentrações utilizadas nos experimentos
anteriores não induziram nenhum efeito citototóxico.
A produção fisiológica de espécies reativas de oxigênio pode ocorrer decorrente da
atividade mitocondrial, peroxissomas, citocromo P-450 e através da enzima NADPH oxidase
Lima-Júnior, D. S. Resultados
95
Figura 12: Bloqueio de ROS durante a fagocitose de L. amazonensis inibe a ativação do inflamassoma. BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 foram tratados com 100 µM de apocinina e infectados com promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento nas seguintes condições: 2 h antes da infecção, sendo mantido o tratamento durante as 6 h de infecção (-2 a 6), 2 h antes da infecção e mantido o tratamento durante as 2 primeiras horas de infecção (-2 a 2), 2 h antes da infecção e retirado o tratamento durante a infecção (-2 a 0) ou nas duas últimas horas de infecção (4 a 6). A porcentagem de células positivas para FAM-YVAD (a) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (b) foram calculadas por citometria de fluxo. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com NI.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
96
(BALABAN; NEMOTO; FINKEL, 2005; GONZALEZ, 2005; GOTTLIEB, 2003;
HARRISON, 2004; MATA-GREENWOOD et al., 2006; MUELLER et al., 2005;
PRITCHARD, JR. et al., 2001; SCHRADER; FAHIMI, 2004; THANNICKAL; FANBURG,
2000). Trabalhos recentes têm demonstrado que existem diversas enzimas que compõem a
família das NADPH oxidases (atualmente chamadas de NOX). Os membros dessa família são
proteínas transmembranas que transportam elétrons através de membranas biológicas
reduzindo a molécula de O2 em superóxidos. Atualmente, existem diversos membros da
família NOX já caracterizados. Dentre eles, podemos destacar a enzima NOX1 (também
chamada de GP91-2), NOX2 (gp91phox), NOX3 (GP91-3), NOX4 (KOX-1) e NOX5. A partir
do exposto acima e dos dados anteriores que demonstram a importância de espécies reativas
de oxigênio na ativação do inflamassoma de Nlrp3 durante a infecção por L. amazonensis, nós
avaliamos se a produção de ROS mediada pela enzima NOX2 interferia na produção de IL-1β
em macrófagos ou ex vivo durante a infecção com L. amazonensis. Diferente de macrófagos
Asc−/− e Casp-1−/−, BMDMs de camundongos Nox2−/− apresentaram produção de IL-1β similar
àquela observada em culturas de macrófagos C57BL/6 após a infecção com L. amazonensis
(Fig. 14a). Resultados similares foram observados em culturas de células isoladas do baço de
camundongos C57BL/6, Casp-1−/− e Nox2−/− infectados com L. amazonensis (Fig. 14b). Esses
dados indicam que ativação de Nlrp3 durante a infecção por L. amazonensis é independente
da geração de ROS via NOX2.
4.4 O inflamassoma de Nlrp3 contribui para a restrição da multiplicação de L.
amazonensis em macrófagos
Visto que L. amazonensis ativa caspase-1 endógena em macrófagos e que a ativação de
caspase-1 está relacionada com o controle da replicação de diversos patógenos no interior de
Lima-Júnior, D. S. Resultados
97
Figura 14: Ativação do inflamassoma ocorre de maneira independente da ativação de NOX2. (a) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Nlrp3−/− e Nox2−/− foram estimulados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS, infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (10 parasitos/célula) por 42 h e analisada a produção de IL-1β por ELISA. (b) Camundongos C57BL/6, Casp-1−/−e Nox2−/− foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106 promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento. Após 8 semanas de infecção, células do baço foram cultivadas e estimuladas com 50 µg mL−1 de antígeno particulado de L. amazonensis (L.a Ag) por 48 h. Os níveis de IL-1β presentes no sobrenadante das culturas foram mensurados por ELISA. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata (a) ou com 4 camundongos por grupo (b) e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com meio.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
98
macrófagos (MARIATHASAN et al., 2004; SUTTERWALA et al., 2006; WOLFERT et al.,
2002), nosso próximo objetivo foi avaliar o papel do inflamassoma no controle da replicação
de L. amazonensis em BMDMs. Para isso, avaliamos a replicação de promastigotas de fase
estacionária de L. amazonensis em BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 ou deficientes
para componentes do inflamassoma de Nlrp3. Além disso, utilizamos BMDMs de
camundongos Nos2−/−, uma vez que a óxido nítrico sintase induzível (NOS2) é a principal
enzima responsável pela produção de NO na leishmaniose, essencial para a restrição do
crescimento do parasito (LIEW et al., 1991; MUKBEL et al., 2007; STENGER et al., 1994).
Analisando os parasitos intracelulares após coloração por Giemsa observamos que, embora a
internalização do parasito pelos BMDMs fosse similar após 1 h de infecção, BMDMs
derivados de camundongos Asc−/−, Casp-1−/−, Nlrp3−/− e Nos2−/− apresentaram maior
porcentagem de células infectadas (Fig. 15a) e maior número de amastigotas por célula (Fig.
15b, c) após 24, 48, 72 e 96 h de infecção, comparado com BMDMs de camundongos
C57BL/6. Experimentos similares foram realizados utilizando formas promastigotas
metacíclicas de L. amazonensis e observamos que os parasitos replicavam mais
eficientemente em células Asc−/−, Casp-1−/−, Nlrp3−/− e Nos2−/− (Fig. 15d).
Adicionalmente, avaliamos a replicação de L. amazonensis em macrófagos por citometria
de fluxo e microscopia de fluorescência, usando L. amazonensis expressando
constitutivamente GFP (L.a-GFP). Inicialmente, para validar a eficiência da citometria de
fluxo, infectamos BMDMs de camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− com diferentes
MOIs de L.a-GFP por 3 h e determinamos a porcentagem de BMDMs GFP+ e a média da
intensidade de fluorescência integrada (iMIF) do parâmetro GFP. Analisando os resultados,
encontramos uma correlação direta entre o MOI utilizado para a infecção e a porcentagem de
BMDMs GFP+, bem como a iMIF de macrófagos infectados (Fig. 16). Além disso,
observamos que diferentes BMDMs apresentaram porcentagem similar e iMIF após 3 h de
Lima-Júnior, D. S. Resultados
99
Figura 15: A ativação do inflamassoma de Nlrp3 é critico na restrição da multiplicação de L. amazonensis em macrófagos. BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Nlrp3−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− foram incubados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis a um MOI de 10 ou promastigotas metacíclicas a um MOI de 1. (a-c) As células foram infectadas com parasitos em fase estacionária por 1 h, lavadas e incubadas por 24, 48, 72 e 96 h. Culturas foram fixadas, coradas com Giemsa e analisadas pra determinar a porcentagem de células infectadas (a), a média de amastigotas por célula (b) e o número de amastigotas contidos em cada célula (após 48 h de infecção) (c). (d) As células foram infectadas com promastigotas metacíclicas por 1 h, lavadas e incubadas por 24, 48, 72 e 96 h. Coloração com Giemsa foi usada para determinar a média do número de amastigotas por célula. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
100
infecção com L. amazonensis. Os parasitos GFP+ foram então utilizados para avaliar o papel
do inflamassoma no controle da replicação intracelular do parasito por citometria de fluxo. As
cargas parasitárias detectadas nos BMDMs Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− foram
significativamente maiores quando comparadas àquelas encontradas em BMDMs de
camundongos C57BL/6, e foram similares àquelas observadas em BMDMs de camundongos
Nos2−/−, como demonstrado pela porcentagem de células GFP+ após 48 e 96 h de infecção
(Fig. 17a-c) e MIFs de BMDMs GFP+ durante a análise da cinética de crescimento com
duração até 96 h (Fig. 17d). A análise de microscopia de fluorescência demonstrou resultados
similares aos observados anteriormente, onde BMDMs de camundongos Asc−/−, Casp-1−/− e
Nlrp3−/− apresentaram maior quantidade de parasitos intracelulares comparados com BMDMs
de camundongos C57BL/6 após 48 h de infecção (Fig. 17e).
Posteriormente, investigamos se o tratamento de BMDMs com os inibidores do
inflamassoma de Nlrp3 descritos anteriormente afetavam no controle da replicação do
parasito. Observamos que BMDMs de camundongos C57BL/6 tratados com CA-074-ME,
glibenclamida, KCl, inibidores de ROS (apocinina, rotenona, DPI), mas não NaCl, foram
mais susceptíveis à replicação intracelular de L. amazonensis, como demonstrado pela
porcentagem de células GFP+ e iMIF dos BMDMs infectados. Entretanto, esses tratamentos
não alteraram a replicação do parasito em BMDMs Asc−/−, Casp-1−/− (Fig. 18). Em conjunto,
esses resultados mostram que a ativação do inflamassoma de Nlrp3 é crítico para a restrição
da replicação de L. amazonensis em macrófagos.
4.5 O inflamassoma de Nlrp3 contribui para o controle da multiplicação de L.
amazonensis in vivo
Como mencionado anteriormente, a resistência do hospedeiro frente a infecção por
Leishmania é determinada, principalmente, pela capacidade de macrófagos de conter a
Lima-Júnior, D. S. Resultados
101
Figura 16: Componentes do inflamassoma não são requeridos para a internalização de L. amazonensis por macrófagos. BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram incubados por 3 h com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis expressando constitutivamente a proteína GFP (L.a-GFP) a um MOI de 1 (a), 10 (b) ou 25 (c) e analisada a internalização por citometria de fluxo. Os histogramas verde, vermelho e azul representam a marcação de BMDMs C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/−, respectivamente. O histograma cinza representa macrófagos não infectados. (d, e) Quantificação dos experimentos demonstrados em a, b e c indicando a porcentagem de células GFP+ (d) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (e) para o parâmetro GFP. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
102
Figura 17: A ativação do inflamassoma de Nlrp3 é critico na restrição da multiplicação de L. amazonensis em macrófagos. BMDMs de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/−, Nlrp3−/− e Nos2−/− foram incubados com promastigotas de fase estacionária de L.a-GFP a um MOI de 10. A porcentagem de células GFP+ (a,c) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMIF) (b) para o parâmetro GFP após 48 h (a-c) e 96 h (a,b) de infecção foi quantificado por citometria de fluxo. (d) Média da intensidade de fluorescência de BMDMs infectados por 1, 24, 48, 72 e 96 h. (e) Imagens de microscopia de fluorescência de BMDMs de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− infectados por 48 h com La-GFP (verde). O núcleo foi marcado com DAPI e demonstrado em azul. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (a,b,d) ou teste t de Student (c)) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
103
Figura 18: Catepsinas, efluxo de potássio e espécies reativas de oxigênio são importantes para o controle da replicação de L. amazonensis em macrófagos. BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/−, Nlrp3−/− e Nos2−/− foram pré-tratados com CA-074-ME (100 µM), glibenclamida (100 µM) (Gliben), KCl (100 mM) ou NaCl (100 mM) (a,b) ou apocinina (100 µM) (Apoc), rotenona (10 µM) (Roten), DPI (10 µM) ou NaCl (100 mM) (c,d) e então incubados com promastigotas de fase estacionária de L.a-GFP a um MOI de 10. A porcentagem de células GFP+ (a) e a média de intensidade de fluorescência integrada (iMFI) (b) para o parâmetro GFP foram calculadas por citometria de fluxo. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com não tratado (NT).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
104
replicação do parasito. Visto que macrófagos deficientes para componentes do inflamassoma
falham no controle da multiplicação intracelular de L. amazonensis, nosso próximo passo foi
verificar se o papel do inflamassoma de Nlrp3 no controle da infecção in vivo. Para isso,
utilizamos um modelo de infecção intradérmica na orelha, como descrito anteriormente
(BELKAID et al., 2000). Após a infecção com promastigotas em fase estacionária de
crescimento, observamos aumento significativo no tamanho da lesão e a presença de uma
intensa necrose cutânea na orelha de camundongos Asc−/−, Casp-1−/−, Nlrp3−/−, comparado
com camundongos C57BL/6 (Fig. 19a,b). Corroborando com aumento de lesão,
camundongos Asc−/−, Casp-1−/−, Nlrp3−/− também apresentaram maior carga parasitária na
orelha, linfonodo e baço, mensurada por diluição limitante de homogenatos dos órgãos após
oito semanas de infecção (Fig. 19c). Adicionalmente, realizamos infecções em camundongos
com background A/J, uma linhagem de camundongo resistente à infecção por L. amazonensis
(ANDRADE et al., 1984), para confirmar se o fenótipo observado anteriormente era limitado
ao background de camundongo C57BL/6, escolhido para nosso modelo experimental. Para
isso, geramos camundongos deficientes para caspase-1 no background A/J, backcrossing
camundongos que carregam o alelo deficiente para caspase-1 com camundongos A/J por 10
gerações. Os experimentos realizados com esta linhagem de camundongo demonstraram que
camundongos A/J deficiente para caspase-1 (A/J- Casp-1−/−) possuíam aumento no
desenvolvimento de lesão, intensa necrose cutânea e maior carga parasitária que
camundongos A/J selvagens, após infecção (Fig. 19d-f). Resultados similares (aumento no
desenvolvimento de lesão, intensa necrose cutânea e maior carga parasitária) foram obtidos
após a infecção de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− com 104 ou 105
formas promastigotas metacíclicas de L. amazonensis, formas infectivas do parasito que são
injetadas no hospedeiro mamífero através da picada de insetos durante uma infecção natural
(Fig. 20). Esses resultados demonstram que independente do background do camundongo e
Lima-Júnior, D. S. Resultados
105
Figura 19: Inflamassoma de Nlrp3 é importante para a restrição da infecção in vivo por L. amozonensis. Camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− com background C57BL/6 (a-c) ou A/J e Casp-1−/− com background A/J (A/J-Casp-1−/−) (d-f) foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106 promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis. (a,d) O tamanho da lesão (em mm; para cada camundongo, a espessura da orelha infectada foi subtraída pela espessura da orelha controle não infectada) foi monitorado semanalmente. (b,e) Imagens representativas da lesão presente na orelha dos camundongos após 8 semanas de infecção. (c,f) A carga parasitária na lesão (orelha), linfonodo drenante da lesão e baço foi mensurada após 8 semanas de infecção pela técnica de diluição limitante como descrito em Animais, Material e Métodos. Os dados representam a média ± SD de 4 ou 5 camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em seis (a-c) ou três (d-f) experimentos independentes. Cada símbolo representado em c e f indica um camundongo. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (a,d) ou teste t de Student (c,f)) para Asc−/−, Casp-1−/−
e Nlrp3−/− comparado com C57BL/6 (a,c) ou A/J-Casp-1−/− comparado com A/J (d,f).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
106
Figura 20: Inflamassoma de Nlrp3 é importante para a restrição da infecção in vivo por L. amozonensis. Camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− com background C57BL/6 foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 104 (a-c) ou 1 x 105 (d-f) promastigotas metacíclicas L. amazonensis. (a, d) O tamanho da lesão (em mm; para cada camundongo, a espessura da orelha infectada foi subtraída pela espessura da orelha controle não infectada) foi monitorado semanalmente. (b, e) Imagens representativas da lesão presente na orelha dos camundongos após 8 semanas de infecção. (c, f) A carga parasitária na lesão (orelha), linfonodo drenante da lesão e baço foi mensurada após 8 semanas de infecção pela técnica de diluição limitante como descrito em Animais, Material e Métodos. Os dados representam a média ± SD de 5 camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. Cada símbolo representado em c e f indica um camundongo. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (a, d) ou teste t de Student (c, f)) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
107
da forma do parasito utilizada para infecção, a ativação do inflamassoma de Nlrp3 é crucial
para o eficiente controle da multiplicação do parasito e resolução das lesões cutâneas
induzidas durante a leishmaniose experimental.
Para investigar a ativação do inflamassoma em camundongos infectados, quantificamos a
produção de IL-1β no sobrenadante de culturas de células obtidas do linfonodo drenante da
lesão e baço de camundongos infectados com L. amazonensis. Observamos aumento
significativo na produção de IL-1β por células do linfonodo e baço de camundongos C57BL/6
após duas ou cinco semanas de infecção. A produção de IL-1β detectada nos experimentos ex
vivo foi totalmente dependente da ativação do inflamassoma, uma vez que nenhuma produção
de IL-1β foi detectada no sobrenadante de culturas de células obtidas de camundongos Asc−/−
e Casp-1−/− (Fig. 21).
4.7 IL-1β derivada do inflamassoma é crítica para o controle da infecção por Leishmania
mediado por óxido nítrico
Uma vez que o processamento de IL-1β é estritamente dependente da ativação do
inflamassoma e que polimorfismos no gene da Il1β humana estão associados com a
severidade da doença (FERNANDEZ-FIGUEROA et al., 2012; MORAVEJ et al., 2012),
fomos então investigar o papel da IL-1β na resistência do hospedeiro à infecção por L.
amazonensis. Para avaliar especificamente o papel da IL-1β na restrição da Leishmania
dependente do inflamassoma, quantificamos a replicação do parasito em BMDMs de
camundongos C57BL/6 e deficientes para o inflamassoma que foram tratados com diferentes
concentrações de antagonista do receptor de IL-1 (IL-1Ra). Foi observado que a inibição da
sinalização endógena do receptor de IL-1 resultou em aumento, dose-dependente, da
susceptibilidade de BMDMs de camundongos C57BL/6. De forma contrária, a
susceptibilidade de BMDMs Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− não foi afetada pelo tratamento com
Lima-Júnior, D. S. Resultados
108
Figura 21: Ativação do Inflamassoma é crítica para a produção de IL-1β ex vivo. Camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106
promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento. Após 2 (a,b) e 5 (c,d) semanas de infecção, células do baço (a,c) e linfonodo (b,d) foram cultivadas e estimuladas com 50 µg mL−1 de antígeno particulado de L. amazonensis (L.a Ag) por 48 h. Os níveis de IL-1β presentes no sobrenadante das culturas foram mensurados por ELISA. Os dados representam a média + SD de 4 camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
109
IL-1Ra (Fig. 22a). Nós ainda avaliamos o papel da IL-1β na atividade leishmanicida de
macrófagos, tratando BMDMs de camundongos C57BL/6 com IL-1β ou IFN-γ exógeno e
analisando a replicação do parasito. Similar ao tratamento com IFN-γ, BMDMs tratados com
IL-1β exógena apresentaram restrição da multiplicação do parasito de forma dose-dependente
(Fig. 22b). Para certificar se a atividade leishmanicida de BMDMs ativados com IL-1β
dependia de componentes do inflamassoma, tratamos BMDMs de camundongos C57BL/6,
Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− com IL-1β exógena e avaliamos a replicação do parasito.
Observamos que a adição de IL-1β exógena induziu aumento substancial na atividade
leishmanicida de BMDMs de camundongos C57BL/6 e, em menor extensão, em BMDMs de
camundongos deficientes para componentes do inflamassoma (Fig. 22c). Adicionalmente,
avaliamos se a IL-1β contribuía para a produção de óxido nítrico em BMDMs infectados.
Para isso, realizamos a dosagem de nitrito (NO2-) como medida indireta da produção de óxido
nítrico no sobrenadante de cultura de BMDMs de camundongos C57BL/6 que foram tratados
com IL-1β ou IFN-γ exógeno. Vale ressaltar que NO, quando livre, reage com oxigênio e
água para formar nitrito que se acumula e pode ser dosado no sobrenadante de cultura de
células. Foi encontrado aumento dose-dependente na produção de NO2- após o tratamento
com IL-1β ou IFN-γ (Fig. 22d). Além disso, BMDMs Asc−/−e Casp-1−/−, mas não BMDMs
Nos2−/−, foram capazes de produzir NO em reposta à IL-1β (Fig. 22e). Notavelmente, a
adição de IL-1β exógena somente restaurou parcialmente a atividade leishmanicida e a
produção de NO em BMDMs deficientes para componentes do inflamassoma (Fig. 22c,e).
Dessa forma, acreditamos que o inflamassoma está envolvido em processos adicionais que
levam à resistência de macrófagos.
Uma vez que o IFN-γ é crucial para produção de NO (MONCADA; PALMER;
HIGGS, 1991; NATHAN, 1992; WERNER-FELMAYER et al., 1990), investigamos a
importância inflamassoma na produção de IFN-γ em BMDMs infectados com L.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
110
Figura 22: Produção de IL-1β, dependente do inflamassoma, contribui para a eliminação do parasito e produção de NO. (a) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− foram cultivados na concentração de 1 x 106 na presença ou ausência de diferentes concentrações do antagonista do receptor de IL-1 (IL-1Ra). Após 3 horas, as células foram infectadas com promastigotas de L.a-GFP em fase estacionária de crescimento a um MOI de 10. A porcentagem de células GFP+ foi determinada por citometria de fluxo após 42 horas de infecção. (b-e) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 (b,d) ou de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− (c, e) foram tratados ou não com as concentrações indicadas de IFN-γ ou IL-1β por 6 h e então infectados com L.a-GFP a um MOI de 10. Após 42 horas de infecção, a porcentagem de células GFP+ foi calculada por citometria de fluxo (b,c) e os níveis de nitrito presentes no sobrenadante da cultura foram avaliados pelo ensaio de Griess (d,e). Os dados representam a média ± SD de um experimento feito em triplicata e são representativos dados obtidos em quatro (a), três (c,e) ou dois (b,d) experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (a,c,e) ou one-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (b,d)) para Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− comparado com C57BL/6 (a) ou culturas não tratadas (b-e).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
111
amazonensis. Para isso, infectamos BMDMs de camundongos C57BL/6 e Casp-1−/− com L.
amazonensis e mensuramos a expressão de IFN-γ por quantitativa RT-PCR. Observamos que
BMDMs de camundongos Casp-1−/− apresentaram reduzida expressão de Nos2 e Ifng, mas
não de Tnfa (fator de necrose tumoral α), em reposta à infecção (Fig. 23a). Esses dados
indicam que o inflamassoma é requerido para uma eficiente produção de IFN-γ em BMDMs.
Nosso próximo passo foi tratar BMDMs com IFN-γ em combinação com IL-1β.
Observamos que a adição de ambas as citocinas complementou totalmente a produção de NO
e a restrição da multiplicação de L. amazonensis em BMDMs de camundongos Casp-1−/−
(Fig. 23b). Corroborando com o resultado anterior, quando adicionamos anticorpo específico
para IFN-γ nas culturas (bloqueando IFN-γ endógeno), IL-1β sozinha induziu controle similar
da multiplicação de L. amazonensis e produção de NO em BMDMs de camundongos
C57BL/6 e Casp-1−/− (Fig. 23b).
Finalmente, avaliamos o papel do óxido nítrico nos mecanismos leishmanicidas induzidos
por IL-1β e inflamassoma. Para isso, bloqueamos a produção endógena de NO, em BMDMs
de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− infectados com L. amazonensis, com
os inibidores de NO L-NMMA ou aminoguanidina. Observamos que ambas as drogas
afetaram a atividade leishmanicida de macrófagos derivados de camundongos C57BL/6,
porém nenhuma alteração no parasitismo de células deficientes para Asc, caspase-1 e Nos2
foi observada (Fig. 23c,d). Coletivamente, esses dados suportam fortemente o importante
papel de NO como uma molécula efetora que medeia a atividade leishmanicida de
macrófagos, através de mecanismos que envolvem a produção das citocinas IL-1β e IFN-γ
induzidas pela ativação do Inflamassoma.
Avaliações adicionais foram feitas para investigar se a modulação da produção de NO
pela IL-1β derivada do inflamassoma também estava associada com a regulação da expressão
da enzima NOS2 in vivo. Para isso, camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram
Lima-Júnior, D. S. Resultados
112
Figura 23: IL-1β e IFN-γ, dependentes do inflamassoma, possuem efeito aditivo na eliminação do parasito, através de mecanismos dependentes de NO. (a) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 e Casp-1−/− foram infectados com promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento a um MOI de 10 por 12 h. A expressão de Ifng, Nos2 e Tnfa foi determinada através de PCR em tempo real (qRT-PCR). Os níveis de expressão de mRNA foram normalizados pela expressão constitutiva do gene da β-actina. Os resultados foram calculados como aumento em relação à expressão obtida em células correspondentes não infectadas. (b) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6 e Casp-1−/− foram pré-tratados ou não com as concentrações indicadas de IFN-γ e/ou IL-1β por 6 horas e posteriormente infectados com L.a-GFP a um MOI de 10. Quando indicado, 2 µg mL−1 de anticorpo anti-IFN-γ foi adicionado nas culturas. Após 42 h de infecção, a porcentagem de células GFP+ foi calculada por citometria de fluxo e os níveis de nitrito aferidos usando o ensaio de Griess. (c,d) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nos2−/− foram pré-tratados por 3 h com diferentes concentrações de L-NMMA (c) ou aminoguanidina (Ag) (d) e então infectados com L.a-GFP a um MOI de 10. Após 42 h de infecção, a porcentagem de células GFP+ foi estimada por citometria de fluxo. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (b-d) ou teste t de Student (a)) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
113
infectados com L. amazonensis e a expressão de NOS2 foi avaliada por qRT-PCR.
Camundongos Asc−/− e Casp-1−/− demonstraram redução significativa nos níveis de
expressão de NOS2 tanto na orelha quanto no linfonodo, comparados com camundongos
C57BL/6 (Fig. 24a,b). Além disso, também observamos um evidente papel do inflamassoma
na indução de NO ex vivo, em resposta à infecção por L. amazonensis. Células obtidas do
linfonodo drenante da lesão e baço de camundongos C57BL/6 infectados, mas não de
camundongos Asc−/− e Casp-1−/−, produziram elevados níveis de NO após estimulação com
antígeno particulado de L. amazonensis (Fig. 24c,d). Este processo foi dependente da
produção de IFN-γ em reposta ao antígeno de L. amazonensis, uma vez que culturas ex vivo
de células do linfonodo ou baço de camundongos Ifng−/− não produziram IL-1β e NO em
reposta à estimulação com o antígeno (Fig. 25). Assim, esses resultados demonstram que a
ativação do inflamassoma é crucial para a indução da produção de NO in vivo por
mecanismos dependentes de IL-1β e IFN-γ.
Por fim, investigamos o papel da sinalização de IL-1 na restrição da infecção de
macrófagos, realizando experimentos com BMDMs de camundongos deficientes para IL-1R e
MyD88, ambos requeridos para a sinalização de IL-1. Vimos que BMDMs obtidos de
camundongos Il-1r−/− e Myd88−/− foram tão susceptíveis quanto BMDMs obtidos de
camundongos Asc−/− e Casp-1−/− após infecção com L. amazonensis (Fig. 26a,b).
Corroborando com esses achados, camundongos Il-1r−/− e Myd88−/− apresentaram
susceptibilidade similar a de camundongos Asc−/− e Casp-1−/− durante o curso da infecção por
L. amazonensis (Fig. 26c-e).
4.8 O inflamassoma de Nlrp3 é crítico para resistência do hospedeiro contra a infecção
por L. braziliensis e L. infantum chagasi, mas não por L. major
Evidências demonstram que a reposta imune contra distintas espécies de Leishmania e
Lima-Júnior, D. S. Resultados
114
Figura 24: O inflamassoma é importante para a expressão de Nos2 e produção de NO in vivo e ex vivo em reposta à infecção por L. amazonensis. Camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/−
foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106 promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento. (a,b) Após 7 e 15 dias de infecção, a expressão de Nos2 na orelha (a) e linfonodo (b) foi determinada por PCR em tempo real (qRT-PCR) e normalizada para gene da β-actina. Os níveis de expressão de mRNA foram calculados como aumento em relação à expressão obtida em camundongos correspondentes não infectados. (c,d) Camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram infectados por 2 e 5 semanas e então isoladas células do linfonodo (c) e baço (d). As células foram estimuladas com 50 µg mL−1 de antígeno particulado de L. amazonensis por 48 h e a quantidade de nitrito presente no sobrenadante da cultura foi aferida pelo ensaio de Griess. Os dados representam a média + SD de três camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
115
Figura 25: IFN-γ é importante para a produção de IL-1β e óxido nítrico ex vivo. Camundongos C57BL/6, Asc−/−, Il-1r−/−e IFN-γ−/− foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106
promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento. Após 5 semanas de infecção, as células do baço (a,c,e) e linfonodo (b,d,f) foram estimuladas com 50 µg mL−1 de antígeno particulado de L. amazonensis (L.a Ag) por 48 h. Os níveis de IFN-γ (a,b) e IL-1β (c,d) presentes no sobrenadante das culturas celulares foram mensurados por ELISA. (e,f) Quantidade de nitrito presente no sobrenadante das culturas mensurado pelo ensaio de Griess. Os dados representam a média + SD de 4 camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com culturas não estimuladas (Meio).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
116
Figura 26: Sinalização pelo receptor de IL-1 é importante para o controle da infecção por L. amazonensis em macrófagos e in vivo. (a,b) BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/−, Il-1r−/− e Myd88−/− foram infectados com promastigotas de L.a-GFP em fase estacionária de crescimento a um MOI de 10. Após 48 h de infecção, a porcentagem de células GFP+ (a) e a média da intensidade de fluorescência integrada (iMFI) foi calculada por citometria de fluxo. (c-e) Camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/−, Il-1r−/− e Myd88−/−foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106 promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de crescimento. (c) O tamanho da lesão (em mm; para cada camundongo, a espessura da orelha infectada foi subtraída pela espessura da orelha controle não infectada) foi monitorado semanalmente. (d) Imagens representativas da lesão presente na orelha dos camundongos após 8 semanas de infecção. (e) A carga parasitária na lesão (orelha), linfonodo drenante da lesão e baço foi mensurada após 8 semanas de infecção pela técnica de diluição limitante como descrito em Animais, Material e Métodos. Os dados demonstrados representam a média ± SD de um experimento feito em triplicata (a,b) ou 5 camundongos por grupo (c-e) e são representativos de dados obtidos em dois (a,b) ou três (c-e) experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student (a,b,e) ou two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (c)) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
117
mesmo dentro da mesma espécie, pode diferir significativamente (TACCHINI-COTTIER;
WEINKOPFF; LAUNOIS, 2012). Neste contexto, nosso próximo objetivo foi investigar se
ativação do inflamassoma ocorria em resposta à infecção por outras espécies de Leishmania e
se essa ativação contribuía para o controle da infecção. Inicialmente, infectamos BMDMs de
camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− com Leishmania (Leishmania) major,
L. (V.) braziliensis e L. (L.) infantum chagasi e avaliamos a ativação de caspase-1 e produção
de IL-1β por citometria de fluxo e ELISA, respectivamente. Marcação com FAM-YVAD e a
produção de IL-1β demonstraram que o inflamassoma de Nlrp3 foi ativado em BMDMs
infectados com L. major, L. braziliensis e L. amazonensis (Fig. 27). Nós então avaliamos o
papel do inflamassoma na restrição da infecção in vivo por L. major, L. braziliensis e L.
infantum chagasi. Surpreendentemente, diferente do encontrado durante a infecção com L.
amazonensis, nenhuma diferença significativa foi observada no desenvolvimento de lesão e
carga parasitária na orelha e linfonodo de camundongos C57BL/6 comparado com
camundongos deficientes para componentes do inflamassoma, após infecção intradérmica
com L. major (Fig. 28). Por outro lado, a infecção de camundongos com L. braziliensis e L.
infantum chagasi demonstraram que o inflamassoma possui um importante papel na restrição
da infecção in vivo induzida por essas duas espécies (Fig. 29 e 30). Esses dados em conjunto,
mostram que a ativação do inflamassoma é um importante processo na resistência do
hospedeiro contra a infecção induzida por diferentes espécies de parasitos do gênero
Leishmania.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
118
Figura 27: O inflamassoma de Nlrp3 é ativado em macrófagos após a infecção com diferentes espécies de Leishmania. BMDMs obtidos de camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− foram infectados com promastigotas de L. amazonensis (L.a), L. major (L.m) ou L. braziliensis (L.b) em fase estacionária de crescimento a um MOI de 10. (a) Após 48 h de infecção, as células foram marcadas com FAM-YVAD e analisadas por citometria de fluxo para determinar a porcentagem de células FAM-YVAD+. (b) BMDMs foram pré-tratados por 6 h com 500 ng mL−1 de LPS e então infectados com promastigotas de fase estacionária de L. amazonensis (L.a), L. major (L.m) ou L. braziliensis (L.b) (10 parasitos/célula) por 42 h. A produção de IL-1β foi analisada no sobrenadante livre de células por ELISA. Os dados representam a média + SD de um experimento feito em triplicata e são representativos de dados obtidos em dois experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com não infectado (NI).
Lima-Júnior, D. S. Resultados
119
Figura 28: A ativação do inflamassoma não é necessária para o controle da infecção in vivo por L. major. Camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106 promastigotas de L. major em fase estacionária de crescimento. (a) O tamanho da lesão (em mm; para cada camundongo, a espessura da orelha infectada foi subtraída pela espessura da orelha controle não infectada) foi monitorado semanalmente. (b,c) A carga parasitária na lesão (orelha) (b) e linfonodo drenante da lesão (c) foi mensurada após 8 semanas de infecção pela técnica de diluição limitante como descrito em Animais, Material e Métodos. Os dados demonstrados representam a média ± SD de 5 camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (a) ou teste t de Student (b, c)) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
120
Figura 29: O inflamassoma de Nlrp3 contribui para o controle da infecção in vivo por L. braziliensis. (a,b) Camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 106 promastigotas de L. braziliensis em fase estacionária de crescimento. (c,d) Camundongos C57BL/6, Asc−/−, Casp-1−/− e Nlrp3−/− foram infectados por via intradérmica na orelha com 1 x 105 promastigotas metacíclicas de L. braziliensis. (a,c) O tamanho da lesão (em mm; para cada camundongo, a espessura da orelha infectada foi subtraída pela espessura da orelha controle não infectada) foi monitorado semanalmente. (b,d) A carga parasitária na lesão (orelha) e linfonodo drenante da lesão foi mensurada após 8 semanas de infecção pela técnica de diluição limitante como descrito em Animais, Material e Métodos. Os dados demonstrados representam a média ± SD de 4 (a,b) ou 5 (c,d) camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (two-way ANOVA com pós-teste de Bonferroni (a,c) ou teste t de Student (b,b)) comparado com C57BL/6.
Lima-Júnior, D. S. Resultados
121
Figura 30: O inflamassoma contribui para a resistência à infecção in vivo por L. infantum chagasi. Camundongos C57BL/6, Asc−/− e Casp-1−/− foram infectados por via intraperitoneal com 1 x 107 promastigotas de L. infantum chagasi em fase estacionária de crescimento. (a-d) A carga parasitária no baço (a,c) e fígado (b,d) o foi avaliada após 4 (a,b) e 8 (c,d) semanas de infecção pela técnica de diluição limitante como descrito em Animais, Material e Métodos. Os dados demonstrados representam a média ± SD de 5 camundongos por grupo e são representativos de dados obtidos em três experimentos independentes. *P < 0.05 (teste t de Student) comparado com C57BL/6.
Discussão
Lima-Júnior, D. S. Discussão
123
5. DISCUSSÃO
O sistema imunológico de mamíferos inclui dois componentes distintos, porém
interdependentes: o sistema imune inato e o adaptativo. A resposta imune inata é responsável
pela detecção precoce e destruição de micróbios invasores, sendo dependente de um conjunto
limitado de receptores, codificados por genes da linhagem germinativa. Por outro lado, a
subsequente resposta imune adaptativa depende de uma diversidade enorme de receptores
gerados por rearranjos gênicos randômicos, responsáveis pela detecção de microrganismos e
desenvolvimento de uma reposta imune de memória (Revisado em JANEWAY, JR., 2002).
Embora a resposta imune adaptativa dependa da imunidade inata para seu início, bem como
para a natureza da resposta, ela pode também influenciar na resposta imune inata, levando a
interações sinérgicas entre as duas armas do sistema imune responsáveis pela remoção de
agentes patogênicos (HOEBE; JANSSEN; BEUTLER, 2004). Adicionalmente, o sistema
imune inato é responsável pelo monitoramento do ambiente interno do hospedeiro, a fim de
detectar qualquer anormalidade endógena de identidade própria (MEDZHITOV; JANEWAY,
JR., 2002).
Para iniciar a resposta imune inata, PRRs reconhecem padrões moleculares associados a
patógenos ativando várias cascatas de sinalização extracelulares e intracelulares capazes de
induzir diferentes tipos de respostas inflamatórias. Essas respostas são essenciais para a
remoção eficaz de agentes patogênicos, mas podem ativar respostas nocivas ao hospedeiro
como, por exemplo, a sepse (POLTORAK et al., 1998). No entanto, elas são rigorosamente
controladas pela associação a alças de regulação negativas e/ou por fatores anti-inflamatórios,
tais como TGF-β, IL-10 ou hormônios esteróides.
Intensos estudos envolvendo os receptores do tipo Toll têm nos levado a acreditar que a
resposta imune inata pode ser iniciada por um sistema de proteínas estruturalmente
relacionadas que funcionam como receptores para componentes microbianos específicos
Lima-Júnior, D. S. Discussão
124
(AKIRA; TAKEDA, 2004). Esse modelo de reconhecimento e resposta do hospedeiro,
entretanto, não é restrito aos TLRs. Marcantes evidências para essa observação surgiram de
descobertas nas quais membros da família NLR demonstraram atuar de modo similar aos
TLRs, também reconhecendo componentes microbianos, embora presentes no citosol ao invés
de na membrana celular ou de vesículas (INOHARA; NUNEZ, 2003; MARTINON;
TSCHOPP, 2005). Essa similaridade estende-se para a estrutura nos dois sistemas em que
ambos TLRs e NLRs reconhecem patógenos através de um domínio LRR. Porém, as vias de
sinalização desencadeadas pela ativação de TLRs ou NLRs possuem algumas diferenças.
A geração de uma resposta imune eficiente requer um efetivo reconhecimento de
patógenos pelo sistema imune inato, sendo essencial para a resistência contra diferentes
doenças, dentre elas a leishmaniose. A sinalização de TLRs dependente de MyD88 apresenta
um papel chave no reconhecimento de Leishmania, porém as espécies desse gênero são
imunologicamente silenciosas e capazes de modular eficientemente a resposta mediada pela
sinalização de PRRs em resposta à infecção (GREGORY; OLIVIER, 2005; SHIO et al.,
2012; SOONG, 2008; XIN; LI; SOONG, 2008). Nos últimos anos, diversos trabalhos têm
demonstrado a importância dos NLRs na montagem de imunidade inata eficiente contra
infecções provocadas pelos mais diversos patógenos. Dentre esses NLRs, destaca-se o
receptor Nlrp3 que, através de vias dependentes da molécula adaptadora ASC, ativa caspase-1
levando à produção de mediadores inflamatórios que participam diretamente no controle da
infecção provocada por diversos patógenos, tanto intra quanto extracelulares. Neste estudo
nós investigamos a participação do inflamassoma de Nlrp3 no controle da infecção
experimental por parasitos do gênero Leishmania.
Nossos resultados mostraram que BMDMs de camundongos C57BL/6 infectados com
diferentes espécies de Leishmania foram capazes de ativar caspase-1 endógena e induzir
secreção de IL-1β, sugerindo a participação dos receptores NLRs na resposta imune inata
Lima-Júnior, D. S. Discussão
125
induzida por esse patógeno. Sabe-se que a ativação de caspase-1 é decorrente do
reconhecimento mediado por NLRs de moléculas microbianas introduzidas por patógenos
e/ou fatores endógenos liberados de tecidos em destruição (MEYLAN, 2006). Já a secreção
de IL-1β, ocorre por um mecanismo não convencional de secreção de proteínas, dependente
da ativação de caspase-1 (KELLER et al., 2008). A ativação dos NLRs em reposta à
Leishmania foi então confirmada pela ausência de ativação de caspase-1 e secreção de IL-1β
em BMDMs deficientes para componentes do inflamassoma de Nlrp3 (Nlrp3, Asc e caspase-
1). Além disso, esse fenômeno foi ainda evidenciado pela indução de focos de Asc em
resposta à L. amazonensis. Diferentes trabalhos já haviam demonstrado que a infecção por
parasitos do gênero Leishmania induzia a produção de IL-1 (BERSUDSKY; APTE; EL-ON,
2000; DELFINO et al., 1995; FILIPPI et al., 2003; VON et al., 2003; XIN; LI; SOONG,
2007), porém as vias de sinalização envolvidas na produção dessa citocina ainda não haviam
sido descritas. Nosso estudo identificou que a ativação do receptor Nlrp3 e posterior ativação
de caspase-1 é crucial para a secreção de IL-1β durante a infecção por Leishmania.
Corroborando com esses achados, foi demonstrado recentemente que a ativação de Dectin-1 e
receptor de manose em resposta à infecção por L. infantum também contribui para a produção
de IL-1β, de forma dependente da ativação de caspase-1 (LEFEVRE et al., 2013).
Neste estudo, nós ainda verificamos os mecanismos responsáveis pela secreção de IL-
1β e ativação do inflamassoma em resposta à infecção por Leishmania. Para isso, BMDMs de
camundongos C57BL/6 foram infectados com parasitos vivos, irradiados, fixados com
formaldeído ou inativados por calor. Surpreendentemente, nós observamos que apenas na
presença do parasito vivo, ocorria a ativação de caspase-1 e eficiente secreção de IL-1β. Estes
resultados sugerem que fatores de virulência do parasito, bem como a invasão de parasitos
viáveis são críticos para a ativação do inflamassoma e secreção de IL-1β, que é consistente
com outros estudos que demonstraram que a invasão de macrófagos por patógenos viáveis é
Lima-Júnior, D. S. Discussão
126
necessária para a estimulação de vias que culminam com a ativação de caspase-1 (CHEN et
al., 2012; MCNEELA et al., 2010). Nós especulamos que processos que dependem de uma
participação ativa do parasito, tais como perturbação da membrana lisossomal, desbalanço
iônico (efluxo de K+) e indução de stress oxidativo são críticos para a ativação do
inflamassoma de Nlrp3. A desestabilização da membrana lisossomal por cristais de ácido
úrico ou colesterol, o fluxo de íons tais como Na+ e K+, e a geração de espécies reativas de
oxigênio são estímulos que podem ser detectados por Nlrp3 culminando com a ativação de
caspase-1 (CRUZ et al., 2007; MARTINON et al., 2006; MUNOZ-PLANILLO et al., 2013;
RAJAMAKI et al., 2010; ZHOU et al., 2010; ZHOU et al., 2011).
Para elucidar os mecanismos requeridos para a ativação do inflamassoma de Nlrp3
durante a infecção por L. amazonensis, nós realizamos experimentos bloqueando DAMPS que
ativam o receptor Nlrp3. A ativação de caspase-1 e liberação de IL-1β após a infecção com L.
amazonensis foi dependente da liberação de catepsinas, efluxo de potássio e geração de
espécies reativas de oxigênio. Uma vez que glibenclamida pode agir diretamente na inibição
da formação do inflamassoma de Nlrp3 de forma independente da inibição de canais de K+
(COLL; O'NEILL, 2011; LAMKANFI et al., 2009), nós utilizamos altas concentrações de
KCl para demonstrar que o efluxo de potássio é um mecanismo importante na ativação do
inflamassoma de Nlrp3 induzida por L. amazonensis. Adicionalmente, nós observamos que a
produção de ROS durante a fagocitose do parasito foi crucial para a ativação de caspase-1.
Corroborando com esses resultados, um trabalho recente demonstrou a ativação de caspase-1
mediada por Dectin-1 ou receptor de manose em reposta à infecção por L. infantum ocorreu
através de mecanismos dependentes da geração de ROS (LEFEVRE et al., 2013). Estudos
adicionais serão importantes para determinar os mecanismos upstream da ativação do
inflamassoma de Nlrp3 durante a infecção por Leishmania.
Lima-Júnior, D. S. Discussão
127
Diversos trabalhos têm demonstrado a importância da ativação de caspase-1 no
controle da replicação intracelular de diversos patógenos, tais como Salmonela (BRENNAN;
COOKSON, 2000; HERSH et al., 1999), Shigella (CHEN et al., 1996) e Legionella
(ZAMBONI et al., 2006). Neste estudo, demonstramos que a ativação do inflamassoma de
Nlrp3 levou a processos autônomos em macrófagos que culminaram com a restrição da
replicação intracelular dos parasitos. Esses processos ocorreram devido a produção de IFN-γ e
processamento de IL-1β, que culminaram com aumento na expressão de NOS2, enzima
relacionada com a restrição da replicação de Leishmania em macrófagos mediada pela
produção de NO (GREEN, 1990a; GREEN, 1990b; MUKBEL et al., 2007). Vale ressaltar
que a produção de NO está diretamente relacionada à ativação de NF-κB (FORSTERMANN;
KLEINERT, 1995; XIE; KASHIWABARA; NATHAN, 1994) e, uma vez secretada, a citocina
IL-1β sinaliza via IL-1R/MyD88 induzindo a ativação de NF-κB e assim aumentando a
expressão de genes proinflamatórios, dentre eles NOS2. Esses dados explicam recentes
trabalhos que demonstraram o papel chave da sinalização de IL-1β como fator determinante
para o desenvolvimento de formas controladas de leishmaniose em humanos (FERNANDEZ-
FIGUEROA et al., 2012; MORAVEJ et al., 2012). Polimorfismos no gene da IL-1β estão
associados com a severidade da doença, podendo levar ao desenvolvimento de casos graves
de leishmaniose visceral em pacientes com L. infantum chagasi ou formas difusas
incontroláveis de leishmaniose cutânea em pacientes infectados com Leishmania mexicana
(FERNANDEZ-FIGUEROA et al., 2012; MORAVEJ et al., 2012). Através do modelo
experimental de infecção em macrófagos e in vivo utilizado neste estudo, observamos que
macrófagos e camundongos deficientes para o receptor da IL-1 foram tão susceptíveis quanto
aqueles deficientes para Asc, Nlrp3 e caspase-1, indicando que a sinalização de IL-1 possui
um papel chave na restrição da replicação de Leishmania spp. de forma dependente do
inflamassoma. Dados publicados recentemente ressaltam os achados mencionados acima, uma
Lima-Júnior, D. S. Discussão
128
vez que foi observado que macrófagos estimulados com nanopartículas de PLGA (polyester
poly(lactide-co-glycolide acid)) carregadas com uma proteína de membrana de
Kinetoplastídeos de 11 kDa (KMP-11) diminuíram significativamente a replicação de L.
braziliensis no interior das células. Adicionalmente, a incubação de macrófagos com
nanopartículas de PLGA carregado com KMP-11 induziu a ativação de caspase-1 e secreção
de IL-1β sugerindo a participação do inflamassoma nesse processo. Por outro lado, a inibição
de caspase-1 em macrófagos estimulados com PLGA carregado com KMP-11 induziu
aumento na replicação do parasito (SANTOS et al., 2013). Outro trabalho publicado
recentemente por membros do nosso grupo demonstrou que BMDMs de camundongos
C57BL/6 tratados com IL-1β apresentaram maior controle na replicação de T. cruzi e aumento
na produção de óxido nítrico (SILVA et al., 2013).
Como mencionado anteriormente, a produção de IFN-γ e IL-1β mediada pelo
inflamassoma culminou em um efeito aditivo na indução de NO e consequente diminuição da
replicação do parasito em macrófagos. Além disso, observamos que a administração conjunta
de IFN-γ e IL-1β complementou totalmente a produção de NO e a restrição da multiplicação
de L. amazonensis em macrófagos Casp-1−/−. Esses dados corroboram e explicam um
trabalho publicado anteriormente (JUTTLER et al., 2007), no qual foi observado que em
diferentes tipos de células produtoras de NO presentes no sistema nervoso central, quando
inibida a ativação de caspase-1 e produção endógena de IL-1β, o tratamento com IFN-γ, TNF-
α ou ambas as citocinas não acarretava em um aumento de expressão da enzima NOS2, bem
como produção de óxido nítrico. A expressão de NOS2 e produção de NO induzida pelo
tratamento exógeno com IFN-γ e/ou TNF-α dependia de um mecanismo parácrino
envolvendo a forma ativa da citocina IL-1β produzida endogenamente, considerado um fator
chave desse mecanismo.
Lima-Júnior, D. S. Discussão
129
A susceptibilidade de camundongos à leishmaniose cutânea é caracterizada
principalmente pela incapacidade em montar uma eficiente imunidade inata contra o parasito.
Os eventos que direcionam o desenvolvimento dessa imunidade dependem
predominantemente da sinalização de PRRs durante a interação parasito-hospedeiro. Nesse
estudo foi demonstrado que a ativação do inflamassoma de Nlrp3 mostrou-se crítica para o
controle da replicação de L. amazonensis, L. braziliensis e L. infantum chagasi in vivo. Os
mecanismos envolvidos na susceptibilidade de camundongos deficientes para os componentes
do inflamassoma de Nlrp3 possivelmente dependem de IL-1, uma vez que camundongos Il-
1r−/− infectados apresentaram um perfil de susceptibilidade similar aos camundongos Asc−/−,
Nlrp3−/− e Casp-1−/−. Por outro lado, apesar do inflamassoma de Nlrp3 ser ativado em
macrófagos infectados com L. major, a ativação do inflamassoma foi dispensável para a
resistência do hospedeiro durante a infecção in vivo. É importante destacar que camundongos
de background C57BL/6 são naturalmente resistentes à infecção por L. major (Revisado em
SACKS; NOBEN-TRAUTH, 2002). Dessa forma, esse background genético altamente
restritivo pode fornecer mecanismos de resistência adicionais, suficientes para limitar a
replicação do parasito, dispensando a presença do eixo inflamassoma/IL-1. O dispensável
papel do inflamassoma na restrição da infecção por L. major corrobora com estudos anteriores
que demonstraram que a sinalização de IL-1 é dispensável para a resistência contra a infecção
por L. major em camundongos com background genético C57BL/6 (KAUTZ-NEU et al.,
2011; KOSTKA et al., 2006; SATOSKAR et al., 1998). Neste contexto, estudos futuros
serão importantes para investigarem o papel do inflamassoma e sinalização de IL-1 em um
modelo de camundongo com background genético susceptível à infecção por L. major.
Porém, independente do background genético, as infecções realizadas com espécies altamente
virulentas, que transpõem a resistência natural de camundongos C57BL/6 à infecção por
Lima-Júnior, D. S. Discussão
130
Leishmania, demonstraram o papel crítico do inflamassoma e da sinalização de IL-1 na
resistência do hospedeiro à infecção.
De forma geral, os dados obtidos nesse trabalho fornecem bases moleculares para a
resistência à infecção por Leishmania spp. Nossos dados evidenciam um modelo que conecta
moléculas e processos celulares importantes na resistência do hospedeiro, incluindo óxido
nítrico, MyD88 e sinalização da citocina IL-1. A identificação desta via fundamental na
resistência do hospedeiro à leishmaniose pode permitir o desenvolvimento de estratégias
terapêuticas que visem a modulação do inflamassoma e/ou da sinalização de IL-1 facilitando
o tratamento de doenças infecciosas crônicas, negligenciadas e às vezes fatais como a
leishmaniose.
Sumário
Lima-Júnior, D. S. Sumário
132
6. SUMÁRIO
– A Leishmania induz a ativação de caspase-1.
– O inflamassoma de Nlrp3 é ativado em reposta à infecção por Leishmania spp..
– A infecção por L. amazonensis induz a formação de focos de Asc em macrófagos.
– A ativação do inflamassoma de Nlrp3 durante a infecção por L. amazonensis ocorre por
mecanismos dependentes da liberação de catepsinas, efluxo de potássio e espécies reativas de
oxigênio.
– O Nlrp3 inflamassoma é critico para a restrição da multiplicação de L. amazonensis em
macrófagos.
– O Nlrp3 Inflmassoma é importante para o controle da infecção in vivo por L.
amazonensis.
– A ativação do inflamassoma é crucial para a produção de IL-1β ex vivo.
– A ativação do inflamassoma em reposta à infecção por L. amazonensis contribui para a
expressão de NOS2 in vivo e produção de NO ex vivo.
– IL-1β e IFN-γ derivados da ativação do inflamassoma exercem efeito aditivo para o
controle da infecção por L. amazonensis mediado por óxido nítrico.
– O inflamassoma de Nlrp3 é crítico para a resistência do hospedeiro contra a infecção
por L. braziliensis e L. infantum chagasi, mas não por L. major.
Conclusão
Lima Júnior, D. S. Conclusão
134
7. CONCLUSÃO
A ativação do inflamassoma de Nlrp3, durante a infecção por Leishmania, é crucial
para a resistência do hospedeiro à infecção. Esse controle é mediado por mecanismos
dependentes da produção de IL-1β e IFN-γ, os quais induzem a geração de óxido nítrico que
contribui para a restrição da replicação do parasito no interior de macrófagos.
Referências Bibliográficas
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
136
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADACHI, K., TSUTSUI, H., KASHIWAMURA, S., SEKI, E., NAKANO, H., TAKEUCHI, O., TAKEDA, K., OKUMURA, K., VAN, K.L., OKAMURA, H., AKIRA, S., NAKANISHI, K. Plasmodium berghei infection in mice induces liver injury by an IL-12- and toll-like receptor/myeloid differentiation factor 88-dependent mechanism. J. Immunol., v. 167, p. 5928-5934, 2001.
AFONSO, L.C.C., SCOTT, P. Immune responses associated with susceptibility of C57BL/10 mice to Leishmania amazonensis. Infect. Immun., v. 61, p. 2952-2959, 1993.
AGA, E., KATSCHINSKI, D.M., VAN, Z.G., LAUFS, H., HANSEN, B., MULLER, K., SOLBACH, W., LASKAY, T. Inhibition of the spontaneous apoptosis of neutrophil granulocytes by the intracellular parasite Leishmania major. J. Immunol., v. 169, p. 898-905, 2002.
AHMAD, A., MONDELLO, S., DI, P.R., MAZZON, E., ESPOSITO, E., CATANIA, M.A., ITALIANO, D., MONDELLO, P., ALOISI, C., CUZZOCREA, S. Protective effect of apocynin, a NADPH-oxidase inhibitor, against contrast-induced nephropathy in the diabetic rats: a comparison with n-acetylcysteine. Eur. J. Pharmacol., v. 674, p. 397-406, 2012.
AKIRA, S. The role of IL-18 in innate immunity. Curr. Opin. Immunol., v. 12, p. 59-63, 2000.
AKIRA, S., TAKEDA, K. Toll-like receptor signalling. Nat. Rev. Immunol., v. 4, p. 499-511, 2004.
AKIRA, S., UEMATSU, S., TAKEUCHI, O. Pathogen recognition and innate immunity. Cell., v. 124, p. 783-801, 2006.
ALIAGA, L., COBO, F., MEDIAVILLA, J.D., BRAVO, J., OSUNA, A., AMADOR, J.M., MARTIN-SANCHEZ, J., CORDERO, E., NAVARRO, J.M. Localized mucosal leishmaniasis due to Leishmania (Leishmania) infantum: clinical and microbiologic findings in 31 patients. Medicine (Baltimore)., v. 82, p. 147-158, 2003.
ALLEN, I.C., SCULL, M.A., MOORE, C.B., HOLL, E.K., ELVANIA-TEKIPPE, E., TAXMAN, D.J., GUTHRIE, E.H., PICKLES, R.J., TING, J.P. The NLRP3 inflammasome mediates in vivo innate immunity to influenza A virus through recognition of viral RNA. Immunity., v. 30, p. 556-565, 2009.
ANDRADE, Z.A., REED, S.G., ROTERS, S.B., SADIGURSKY, M. Immunopathology of experimental cutaneous leishmaniasis. Am. J. Pathol., v. 114, p. 137-148, 1984.
ARTHUR, J.C., LICH, J.D., YE, Z., ALLEN, I.C., GRIS, D., WILSON, J.E., SCHNEIDER, M., RONEY, K.E., O'CONNOR, B.P., MOORE, C.B., MORRISON, A., SUTTERWALA, F.S., BERTIN, J., KOLLER, B.H., LIU, Z., TING, J.P. Cutting edge: NLRP12 controls dendritic and myeloid cell migration to affect contact hypersensitivity. J. Immunol., v. 185, p. 4515-4519, 2010.
ASHFORD, R.W. The leishmaniases as emerging and reemerging zoonoses. Int. J. Parasitol., v. 30, p. 1269-1281, 2000.
ATHMAN, R., PHILPOTT, D. Innate immunity via Toll-like receptors and Nod proteins. Curr. Opin. Microbiol., v. 7, p. 25-32, 2004b.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
137
ATHMAN, R., PHILPOTT, D. Innate immunity via Toll-like receptors and Nod proteins. Curr. Opin. Microbiol., v. 7, p. 25-32, 2004a.
BAILEY, M.S., LOCKWOOD, D.N. Cutaneous leishmaniasis. Clin. Dermatol., v. 25, p. 203-211, 2007.
BALABAN, R.S., NEMOTO, S., FINKEL, T. Mitochondria, oxidants, and aging. Cell., v. 120, p. 483-495, 2005.
BARRAL, A., PEDRAL-SAMPAIO, D., GRIMALDI, J.G., MOMEN, H., MAHON-PRATT, D., RIBEIRO DE, J.A., ALMEIDA, R., BADARO, R., BARRAL-NETTO, M., CARVALHO, E.M., . Leishmaniasis in Bahia, Brazil: evidence that Leishmania amazonensis produces a wide spectrum of clinical disease. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 44, p. 536-546, 1991b.
BARRAL, A., PEDRAL-SAMPAIO, D., GRIMALDI, J.G., MOMEN, H., MAHON-PRATT, D., RIBEIRO DE, J.A., ALMEIDA, R., BADARO, R., BARRAL-NETTO, M., CARVALHO, E.M., . Leishmaniasis in Bahia, Brazil: evidence that Leishmania amazonensis produces a wide spectrum of clinical disease. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 44, p. 536-546, 1991a.
BARRAL-NETTO, M., BRODSKYN, C., CARVALHO, E.M., BARRAL, A. Human_leishmaniasis/cytokines.bahia.br. Braz. J. Med. Biol. Res., v. 31, p. 149-155, 1998.
BAUERNFEIND, F., BARTOK, E., RIEGER, A., FRANCHI, L., NUNEZ, G., HORNUNG, V. Cutting Edge: Reactive Oxygen Species Inhibitors Block Priming, but Not Activation, of the NLRP3 Inflammasome. J. Immunol., v. 187, p. 613-617, 2011.
BAUERNFEIND, F.G., HORVATH, G., STUTZ, A., ALNEMRI, E.S., MACDONALD, K., SPEERT, D., FERNANDES-ALNEMRI, T., WU, J., MONKS, B.G., FITZGERALD, K.A., HORNUNG, V., LATZ, E. Cutting edge: NF-kappaB activating pattern recognition and cytokine receptors license NLRP3 inflammasome activation by regulating NLRP3 expression. J. Immunol., v. 183, p. 787-791, 2009.
BECKER, I., SALAIZA, N., AGUIRRE, M., DELGADO, J., CARRILLO-CARRASCO, N., KOBEH, L.G., RUIZ, A., CERVANTES, R., TORRES, A.P., CABRERA, N., GONZALEZ, A., MALDONADO, C., ISIBASI, A. Leishmania lipophosphoglycan (LPG) activates NK cells through toll-like receptor-2. Mol. Biochem. Parasitol., v. 130, p. 65-74, 2003.
BELKAID, Y., KAMHAWI, S., MODI, G., VALENZUELA, J., NOBEN-TRAUTH, N., ROWTON, E., RIBEIRO, J., SACKS, D.L. Development of a natural model of cutaneous leishmaniasis: powerful effects of vector saliva and saliva preexposure on the long-term outcome of Leishmania major infection in the mouse ear dermis. J. Exp. Med., v. 188, p. 1941-1953, 1998.
BELKAID, Y., MENDEZ, S., LIRA, R., KADAMBI, N., MILON, G., SACKS, D. A natural model of Leishmania major infection reveals a prolonged "silent" phase of parasite amplification in the skin before the onset of lesion formation and immunity. J. Immunol., v. 165, p. 969-977, 2000.
BELOSEVIC, M., FINBLOOM, D.S., VAN DER MEIDE, P.H., SLAYTER, M.V., NACY, C.A. Administration of monoclonal anti-IFN-gamma antibodies in vivo abrogates natural resistance of C3H/HeN mice to infection with Leishmania major. J. Immunol., v. 143, p. 266-274, 1989.
BERGSBAKEN, T., FINK, S.L., COOKSON, B.T. Pyroptosis: host cell death and inflammation. Nat. Rev. Microbiol., v. 7, p. 99-109, 2009.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
138
BERSUDSKY, M., APTE, R.N., EL-ON, J. Interleukin 1alpha activity of peritoneal and bone marrow macrophages infected with Leishmania major and Leishmania donovani in vitro. Exp. Parasitol., v. 94, p. 150-157, 2000.
BERTIN, J., NIR, W.J., FISCHER, C.M., TAYBER, O.V., ERRADA, P.R., GRANT, J.R., KEILTY, J.J., GOSSELIN, M.L., ROBISON, K.E., WONG, G.H., GLUCKSMANN, M.A., DISTEFANO, P.S. Human CARD4 protein is a novel CED-4/Apaf-1 cell death family member that activates NF-kappaB. J. Biol. Chem., v. 274, p. 12955-12958, 1999.
BEZERRA, H.S., TEIXEIRA, M.J. Effect of Lutzomyia whitmani (Diptera: Psychodidae) salivary gland lysates on Leishmania (Viannia) braziliensis infection in BALB/c mice. Mem. Inst. Oswaldo Cruz., v. 96, p. 349-351, 2001.
BIEDERMANN, T., ZIMMERMANN, S., HIMMELRICH, H., GUMY, A., EGETER, O., SAKRAUSKI, A.K., SEEGMULLER, I., VOIGT, H., LAUNOIS, P., LEVINE, A.D., WAGNER, H., HEEG, K., LOUIS, J.A., ROCKEN, M. IL-4 instructs TH1 responses and resistance to Leishmania major in susceptible BALB/c mice. Nat. Immunol., v. 2, p. 1054-1060, 2001.
BITTENCOURT, A.L., BARRAL, A. Evaluation of the histopathological classifications of American cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis. Mem. Inst. Oswaldo Cruz., v. 86, p. 51-56, 1991.
BOGDAN, C. Nitric oxide and the immune response. Nat. Immunol., v. 2, p. 907-916, 2001.
BOGDAN, C., ROLLINGHOFF, M., DIEFENBACH, A. Reactive oxygen and reactive nitrogen intermediates in innate and specific immunity. Curr. Opin. Immunol., v. 12, p. 64-76, 2000.
BONECA, I.G., DUSSURGET, O., CABANES, D., NAHORI, M.A., SOUSA, S., LECUIT, M., PSYLINAKIS, E., BOURIOTIS, V., HUGOT, J.P., GIOVANNINI, M., COYLE, A., BERTIN, J., NAMANE, A., ROUSSELLE, J.C., CAYET, N., PREVOST, M.C., BALLOY, V., CHIGNARD, M., PHILPOTT, D.J., COSSART, P., GIRARDIN, S.E. A critical role for peptidoglycan N-deacetylation in Listeria evasion from the host innate immune system. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 104, p. 997-1002, 2007.
BOU FAKHER, F.H., RACHINEL, N., KLIMCZAK, M., LOUIS, J., DOYEN, N. TLR9-dependent activation of dendritic cells by DNA from Leishmania major favors Th1 cell development and the resolution of lesions. J. Immunol., v. 182, p. 1386-1396, 2009.
BOUVIER, J., ETGES, R.J., BORDIER, C. Identification and purification of membrane and soluble forms of the major surface protein of Leishmania promastigotes. J. Biol. Chem., v. 260, p. 15504-15509, 1985.
BRANDT, E., WOERLY, G., YOUNES, A.B., LOISEAU, S., CAPRON, M. IL-4 production by human polymorphonuclear neutrophils. J. Leukoc. Biol., v. 68, p. 125-130, 2000.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária em Saúde. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde. p. 639-701, 2010.
BRENNAN, M.A., COOKSON, B.T. Salmonella induces macrophage death by caspase-1-dependent
necrosis. Mol. Microbiol., v. 38, p. 31-40, 2000.
BRUNET, L.R. Nitric oxide in parasitic infections. Int. Immunopharmacol., v. 1, p. 1457-1467, 2001.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
139
BULUA, A.C., SIMON, A., MADDIPATI, R., PELLETIER, M., PARK, H., KIM, K.Y., SACK, M.N., KASTNER, D.L., SIEGEL, R.M. Mitochondrial reactive oxygen species promote production of proinflammatory cytokines and are elevated in TNFR1-associated periodic syndrome (TRAPS). J. Exp. Med., v. 208, p. 519-533, 2011.
BURCKSTUMMER, T., BAUMANN, C., BLUML, S., DIXIT, E., DURNBERGER, G., JAHN, H., PLANYAVSKY, M., BILBAN, M., COLINGE, J., BENNETT, K.L., SUPERTI-FURGA, G. An orthogonal proteomic-genomic screen identifies AIM2 as a cytoplasmic DNA sensor for the inflammasome. Nat. Immunol., v. 10, p. 266-272, 2009.
CAMPOS, M.A., ALMEIDA, I.C., TAKEUCHI, O., AKIRA, S., VALENTE, E.P., PROCOPIO, D.O., TRAVASSOS, L.R., SMITH, J.A., GOLENBOCK, D.T., GAZZINELLI, R.T. Activation of Toll-like receptor-2 by glycosylphosphatidylinositol anchors from a protozoan parasite. J. Immunol., v. 167, p. 416-423, 2001.
CARVALHO E.M., BARRAL A., COSTA J.M., BITTENCOURT A., MARSDEN P. Clinical and immunopathological aspects of disseminated cutaneous leishmaniasis. Acta Trop., v. 56, p. 315-325, 1994.
CHAPPUIS, F., SUNDAR, S., HAILU, A., GHALIB, H., RIJAL, S., PEELING, R.W., ALVAR, J., BOELAERT, M. Visceral leishmaniasis: what are the needs for diagnosis, treatment and control? Nat. Rev. Microbiol., v. 5, p. 873-882, 2007.
CHATELAIN, R., MAUZE, S., COFFMAN, R.L. Experimental Leishmania major infection in mice: role of IL-10. Parasite Immunol., v. 21, p. 211-218, 1999.
CHEN, C.C., TSAI, S.H., LU, C.C., HU, S.T., WU, T.S., HUANG, T.T., SAID-SADIER, N., OJCIUS, D.M., LAI, H.C. Activation of an NLRP3 inflammasome restricts Mycobacterium kansasii infection. PLoS. One., v. 7, p. e36292-2012.
CHEN, G., SHAW, M.H., KIM, Y.G., NUNEZ, G. NOD-like receptors: role in innate immunity and inflammatory disease. Annu. Rev. Pathol., v. 4, p. 365-398, 2009.
CHEN, G.Y., LIU, M., WANG, F., BERTIN, J., NUNEZ, G. A functional role for Nlrp6 in intestinal inflammation and tumorigenesis. J. Immunol., v. 186, p. 7187-7194, 2011.
CHEN, Y., SMITH, M.R., THIRUMALAI, K., ZYCHLINSKY, A. A bacterial invasin induces macrophage apoptosis by binding directly to ICE. EMBO J., v. 15, p. 3853-3860, 1996.
COLL, R.C., O'NEILL, L.A. The cytokine release inhibitory drug CRID3 targets ASC oligomerisation in the NLRP3 and AIM2 inflammasomes. PLoS. One., v. 6, p. e29539-2011.
COSTA, J.M., MARSDEN, P.D., LLANOS-CUENTAS, E.A., NETTO, E.M., CARVALHO, E.M., BARRAL, A., ROSA, A.C., CUBA, C.C., MAGALHAES, A.V., BARRETO, A.C. Disseminated cutaneous leishmaniasis in a field clinic in Bahia, Brazil: a report of eight cases. J. Trop. Med. Hyg., v. 89, p. 319-323, 1986.
CRUZ, C.M., RINNA, A., FORMAN, H.J., VENTURA, A.L., PERSECHINI, P.M., OJCIUS, D.M. ATP activates a reactive oxygen species-dependent oxidative stress response and secretion of proinflammatory cytokines in macrophages. J. Biol. Chem., v. 282, p. 2871-2879, 2007.
DAI, X., SAYAMA, K., TOHYAMA, M., SHIRAKATA, Y., HANAKAWA, Y., TOKUMARU, S., YANG, L., HIRAKAWA, S., HASHIMOTO, K. Mite allergen is a danger signal for the skin via activation of inflammasome in keratinocytes. J. Allergy Clin. Immunol., v. 127, p. 806-814, 2011.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
140
DARRAH, P.A., PATEL, D.T., DE LUCA, P.M., LINDSAY, R.W., DAVEY, D.F., FLYNN, B.J., HOFF, S.T., ANDERSEN, P., REED, S.G., MORRIS, S.L., ROEDERER, M., SEDER, R.A. Multifunctional TH1 cells define a correlate of vaccine-mediated protection against Leishmania major. Nat. Med., v. 13, p. 843-850, 2007.
DE VEER, M.J., CURTIS, J.M., BALDWIN, T.M., DIDONATO, J.A., SEXTON, A., MCCONVILLE, M.J., HANDMAN, E., SCHOFIELD, L. MyD88 is essential for clearance of Leishmania major: possible role for lipophosphoglycan and Toll-like receptor 2 signaling. Eur. J. Immunol., v. 33, p. 2822-2831, 2003.
DEBUS, A., GLASNER, J., ROLLINGHOFF, M., GESSNER, A. High levels of susceptibility and T helper 2 response in MyD88-deficient mice infected with Leishmania major are interleukin-4 dependent. Infect. Immun., v. 71, p. 7215-7218, 2003.
DELFINO, D., CHIOFALO, M.S., RIGGIO, G., ANGELICI, M.C., GRAMICCIA, M., GRADONI, L., IANNELLO, D. Induction of interleukin 1 alpha in murine macrophages infected in vitro with different species and strains of Leishmania. Microb. Pathog., v. 18, p. 73-80, 1995.
DESJEUX, P. Leishmaniasis. Public health aspects and control. Clin. Dermatol., v. 14, p. 417-423, 1996.
DIEFENBACH, A., SCHINDLER, H., DONHAUSER, N., LORENZ, E., LASKAY, T., MACMICKING, J., ROLLINGHOFF, M., GRESSER, I., BOGDAN, C. Type 1 interferon (IFNalpha/beta) and type 2 nitric oxide synthase regulate the innate immune response to a protozoan parasite. Immunity., v. 8, p. 77-87, 1998.
DOSTERT, C., GUARDA, G., ROMERO, J.F., MENU, P., GROSS, O., TARDIVEL, A., SUVA, M.L., STEHLE, J.C., KOPF, M., STAMENKOVIC, I., CORRADIN, G., TSCHOPP, J. Malarial hemozoin is a Nalp3 inflammasome activating danger signal. PLoS. One., v. 4, p. e6510-2009.
DOSTERT, C., PETRILLI, V., VAN, B.R., STEELE, C., MOSSMAN, B.T., TSCHOPP, J. Innate immune activation through Nalp3 inflammasome sensing of asbestos and silica. Science., v. 320, p. 674-677, 2008.
DUNCAN, J.A., GAO, X., HUANG, M.T., O'CONNOR, B.P., THOMAS, C.E., WILLINGHAM, S.B., BERGSTRALH, D.T., JARVIS, G.A., SPARLING, P.F., TING, J.P. Neisseria gonorrhoeae activates the proteinase cathepsin B to mediate the signaling activities of the NLRP3 and ASC-containing inflammasome. J. Immunol., v. 182, p. 6460-6469, 2009.
ELINAV, E., STROWIG, T., KAU, A.L., HENAO-MEJIA, J., THAISS, C.A., BOOTH, C.J., PEAPER, D.R., BERTIN, J., EISENBARTH, S.C., GORDON, J.I., FLAVELL, R.A. NLRP6 inflammasome regulates colonic microbial ecology and risk for colitis. Cell., v. 145, p. 745-757, 2011.
EVANS, T.G., THAI, L., GRANGER, D.L., HIBBS, J.B., JR. Effect of in vivo inhibition of nitric oxide production in murine leishmaniasis. J. Immunol., v. 151, p. 907-915, 1993.
FAUSTIN, B., LARTIGUE, L., BRUEY, J.M., LUCIANO, F., SERGIENKO, E., BAILLY-MAITRE, B., VOLKMANN, N., HANEIN, D., ROUILLER, I., REED, J.C. Reconstituted NALP1 inflammasome reveals two-step mechanism of caspase-1 activation. Mol. Cell., v. 25, p. 713-724, 2007.
FEHNIGER, T.A., SHAH, M.H., TURNER, M.J., VANDEUSEN, J.B., WHITMAN, S.P., COOPER, M.A., SUZUKI, K., WECHSER, M., GOODSAID, F., CALIGIURI, M.A. Differential
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
141
cytokine and chemokine gene expression by human NK cells following activation with IL-18 or IL-15 in combination with IL-12: implications for the innate immune response. J. Immunol., v. 162, p. 4511-4520, 1999.
FERNANDES-ALNEMRI, T., YU, J.W., JULIANA, C., SOLORZANO, L., KANG, S., WU, J., DATTA, P., MCCORMICK, M., HUANG, L., MCDERMOTT, E., EISENLOHR, L., LANDEL, C.P., ALNEMRI, E.S. The AIM2 inflammasome is critical for innate immunity to Francisella tularensis. Nat. Immunol., v. 11, p. 385-393, 2010.
FERNANDEZ-FIGUEROA, E.A., RANGEL-ESCARENO, C., ESPINOSA-MATEOS, V., CARRILLO-SANCHEZ, K., SALAIZA-SUAZO, N., CARRADA-FIGUEROA, G., MARCH-MIFSUT, S., BECKER, I. Disease severity in patients infected with Leishmania mexicana relates to IL-1beta. PLoS. Negl. Trop. Dis., v. 6, p. e1533-2012.
FERREIRA, S.H., LORENZETTI, B.B., BRISTOW, A.F., POOLE, S. Interleukin-1 beta as a potent hyperalgesic agent antagonized by a tripeptide analogue. Nature., v. 334, p. 698-700, 1988.
FERWERDA, G., GIRARDIN, S.E., KULLBERG, B.J., LE, B.L., DE JONG, D.J., LANGENBERG, D.M., VAN, C.R., ADEMA, G.J., OTTENHOFF, T.H., VAN DER MEER, J.W., NETEA, M.G. NOD2 and toll-like receptors are nonredundant recognition systems of Mycobacterium tuberculosis. PLoS. Pathog., v. 1, p. 279-285, 2005.
FILIPPI, C., HUGUES, S., CAZARETH, J., JULIA, V., GLAICHENHAUS, N., UGOLINI, S. CD4+ T cell polarization in mice is modulated by strain-specific major histocompatibility complex-independent differences within dendritic cells. J. Exp. Med., v. 198, p. 201-209, 2003.
FLANDIN, J.F., CHANO, F., DESCOTEAUX, A. RNA interference reveals a role for TLR2 and TLR3 in the recognition of Leishmania donovani promastigotes by interferon-gamma-primed macrophages. Eur. J. Immunol., v. 36, p. 411-420, 2006.
FORSTER, R., SCHUBEL, A., BREITFELD, D., KREMMER, E., RENNER-MULLER, I., WOLF, E., LIPP, M. CCR7 coordinates the primary immune response by establishing functional microenvironments in secondary lymphoid organs. Cell., v. 99, p. 23-33, 1999.
FORSTERMANN, U., KLEINERT, H. Nitric oxide synthase: expression and expressional control of the three isoforms. Naunyn Schmiedebergs Arch. Pharmacol., v. 352, p. 351-364, 1995.
FORTEA, J., PRINA, E., DE LA, L.E., LECOEUR, H., LANG, T., MILON, G. Unveiling pathways used by Leishmania amazonensis amastigotes to subvert macrophage function. Immunol. Rev., v. 219, p. 66-74, 2007.
FRANCHI, L., AMER, A., BODY-MALAPEL, M., KANNEGANTI, T.D., OZOREN, N., JAGIRDAR, R., INOHARA, N., VANDENABEELE, P., BERTIN, J., COYLE, A., GRANT, E.P., NUNEZ, G. Cytosolic flagellin requires Ipaf for activation of caspase-1 and interleukin 1beta in salmonella-infected macrophages. Nat. Immunol., v. 7, p. 576-582, 2006.
FRANCHI, L., KANNEGANTI, T.D., DUBYAK, G.R., NUNEZ, G. Differential requirement of P2X7 receptor and intracellular K+ for caspase-1 activation induced by intracellular and extracellular bacteria. J. Biol. Chem., v. 282, p. 18810-18818, 2007a.
FRANCHI, L., STOOLMAN, J., KANNEGANTI, T.D., VERMA, A., RAMPHAL, R., NUNEZ, G. Critical role for Ipaf in Pseudomonas aeruginosa-induced caspase-1 activation. Eur. J. Immunol., v. 37, p. 3030-3039, 2007b.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
142
GANTT, K.R., GOLDMAN, T.L., MCCORMICK, M.L., MILLER, M.A., JERONIMO, S.M., NASCIMENTO, E.T., BRITIGAN, B.E., WILSON, M.E. Oxidative responses of human and murine macrophages during phagocytosis of Leishmania chagasi. J. Immunol., v. 167, p. 893-901, 2001.
GATTORNO, M., TASSI, S., CARTA, S., DELFINO, L., FERLITO, F., PELAGATTI, M.A., D'OSUALDO, A., BUONCOMPAGNI, A., ALPIGIANI, M.G., ALESSIO, M., MARTINI, A., RUBARTELLI, A. Pattern of interleukin-1beta secretion in response to lipopolysaccharide and ATP before and after interleukin-1 blockade in patients with CIAS1 mutations. Arthritis Rheum., v. 56, p. 3138-3148, 2007.
GILLESPIE, R.D., MBOW, M.L., TITUS, R.G. The immunomodulatory factors of bloodfeeding arthropod saliva. Parasite Immunol., v. 22, p. 319-331, 2000.
GIRARDIN, S.E., BONECA, I.G., CARNEIRO, L.A., ANTIGNAC, A., JEHANNO, M., VIALA, J., TEDIN, K., TAHA, M.K., LABIGNE, A., ZAHRINGER, U., COYLE, A.J., DISTEFANO, P.S., BERTIN, J., SANSONETTI, P.J., PHILPOTT, D.J. Nod1 detects a unique muropeptide from gram-negative bacterial peptidoglycan. Science., v. 300, p. 1584-1587, 2003a.
GIRARDIN, S.E., BONECA, I.G., VIALA, J., CHAMAILLARD, M., LABIGNE, A., THOMAS, G., PHILPOTT, D.J., SANSONETTI, P.J. Nod2 is a general sensor of peptidoglycan through muramyl dipeptide (MDP) detection. J. Biol. Chem., v. 278, p. 8869-8872, 2003b.
GIRARDIN, S.E., TOURNEBIZE, R., MAVRIS, M., PAGE, A.L., LI, X., STARK, G.R., BERTIN, J., DISTEFANO, P.S., YANIV, M., SANSONETTI, P.J., PHILPOTT, D.J. CARD4/Nod1 mediates NF-kappaB and JNK activation by invasive Shigella flexneri. EMBO Rep., v. 2, p. 736-742, 2001.
GONZALEZ, F.J. Role of cytochromes P450 in chemical toxicity and oxidative stress: studies with CYP2E1. Mutat. Res., v. 569, p. 101-110, 2005.
GOTTLIEB, R.A. Cytochrome P450: major player in reperfusion injury. Arch. Biochem. Biophys., v. 420, p. 262-267, 2003.
GREEN, L.C., TANNENBAUM, S.R., GOLDMAN, P. Nitrate synthesis in the germfree and conventional rat. Science., v. 212, p. 56-58, 1981.
GREEN S.J., CRAWFORD R.M., HOCKMEYER J.T., MELTZER M.S., NACY C.A. Leishmania major amastigotes initiate the L-arginine-dependent killing mechanism in IFN-gamma-stimulated macrophages by induction of tumor necrosis factor-alpha. J Immunol., v. 145, p. 4290-4297, 1990a.
GREEN S.J., MELTZER M.S., HIBBS JR, J.B., NACY C.A. Activated macrophages destroy intracellular Leishmania major amastigotes by an L-arginine-dependent killing mechanism. J Immunol., v. 144, p. 278-283, 1990b.
GREGORY, D.J., OLIVIER, M. Subversion of host cell signalling by the protozoan parasite Leishmania. Parasitology., v. 130 Suppl, p. S27-S35, 2005.
GRIMALDI, G., JR., DAVID, J.R., MAHON-PRATT, D. Identification and distribution of New World Leishmania species characterized by serodeme analysis using monoclonal antibodies. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 36, p. 270-287, 1987.
GRIMALDI, G., JR., TESH, R.B. Leishmaniases of the New World: current concepts and implications for future research. Clin. Microbiol. Rev., v. 6, p. 230-250, 1993.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
143
GROSS, O., POECK, H., BSCHEIDER, M., DOSTERT, C., HANNESSCHLAGER, N., ENDRES, S., HARTMANN, G., TARDIVEL, A., SCHWEIGHOFFER, E., TYBULEWICZ, V., MOCSAI, A., TSCHOPP, J., RULAND, J. Syk kinase signalling couples to the Nlrp3 inflammasome for anti-fungal host defence. Nature., v. 459, p. 433-436, 2009.
HALLE, A., HORNUNG, V., PETZOLD, G.C., STEWART, C.R., MONKS, B.G., REINHECKEL, T., FITZGERALD, K.A., LATZ, E., MOORE, K.J., GOLENBOCK, D.T. The NALP3 inflammasome is involved in the innate immune response to amyloid-beta. Nat. Immunol., v. 9, p. 857-865, 2008.
HAMON, M.A., COSSART, P. K+ Efflux Is Required for Histone H3 Dephosphorylation by Listeria monocytogenes Listeriolysin O and Other Pore-Forming Toxins. Infect. Immun., v. 79, p. 2839-2846, 2011.
HARDER, J., FRANCHI, L., MUNOZ-PLANILLO, R., PARK, J.H., REIMER, T., NUNEZ, G. Activation of the Nlrp3 inflammasome by Streptococcus pyogenes requires streptolysin O and NF-kappa B activation but proceeds independently of TLR signaling and P2X7 receptor. J. Immunol., v. 183, p. 5823-5829, 2009.
HARRISON, R. Physiological roles of xanthine oxidoreductase. Drug Metab Rev., v. 36, p. 363-375, 2004.
HARTLEY, M.A., RONET, C., ZANGGER, H., BEVERLEY, S.M., FASEL, N. Leishmania RNA virus: when the host pays the toll. Front Cell Infect. Microbiol., v. 2, p. 99-2012.
HAWKINS, P.N., LACHMANN, H.J., MCDERMOTT, M.F. Interleukin-1-receptor antagonist in the Muckle-Wells syndrome. N. Engl. J. Med., v. 348, p. 2583-2584, 2003.
HAWN, T.R., OZINSKY, A., UNDERHILL, D.M., BUCKNER, F.S., AKIRA, S., ADEREM, A. Leishmania major activates IL-1 alpha expression in macrophages through a MyD88-dependent pathway. Microbes. Infect., v. 4, p. 763-771, 2002.
HE, X., MEKASHA, S., MAVROGIORGOS, N., FITZGERALD, K.A., LIEN, E., INGALLS, R.R. Inflammation and fibrosis during Chlamydia pneumoniae infection is regulated by IL-1 and the NLRP3/ASC inflammasome. J. Immunol., v. 184, p. 5743-5754, 2010.
HEINZEL, F.P., RERKO, R.M., AHMED, F., PEARLMAN, E. Endogenous IL-12 is required for control of Th2 cytokine responses capable of exacerbating leishmaniasis in normally resistant mice. J. Immunol., v. 155, p. 730-739, 1995.
HEINZEL, F.P., SADICK, M.D., HOLADAY, B.J., COFFMAN, R.L., LOCKSLEY, R.M. Reciprocal expression of interferon gamma or interleukin 4 during the resolution or progression of murine leishmaniasis. Evidence for expansion of distinct helper T cell subsets. J. Exp. Med., v. 169, p. 59-72, 1989.
HENTZE, H., LIN, X.Y., CHOI, M.S., PORTER, A.G. Critical role for cathepsin B in mediating caspase-1-dependent interleukin-18 maturation and caspase-1-independent necrosis triggered by the microbial toxin nigericin. Cell Death. Differ., v. 10, p. 956-968, 2003.
HERSH, D., MONACK, D.M., SMITH, M.R., GHORI, N., FALKOW, S., ZYCHLINSKY, A. The Salmonella invasin SipB induces macrophage apoptosis by binding to caspase-1. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 96, p. 2396-2401, 1999.
HERWALDT, B.L., ARANA, B.A., NAVIN, T.R. The natural history of cutaneous leishmaniasis in Guatemala. J. Infect. Dis., v. 165, p. 518-527, 1992.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
144
HEUMULLER, S., WIND, S., BARBOSA-SICARD, E., SCHMIDT, H.H., BUSSE, R., SCHRODER, K., BRANDES, R.P. Apocynin is not an inhibitor of vascular NADPH oxidases but an antioxidant. Hypertension., v. 51, p. 211-217, 2008.
HIBINO, T., LOZA-COLL, M., MESSIER, C., MAJESKE, A.J., COHEN, A.H., TERWILLIGER, D.P., BUCKLEY, K.M., BROCKTON, V., NAIR, S.V., BERNEY, K., FUGMANN, S.D., ANDERSON, M.K., PANCER, Z., CAMERON, R.A., SMITH, L.C., RAST, J.P. The immune gene repertoire encoded in the purple sea urchin genome. Dev. Biol., v. 300, p. 349-365, 2006.
HISAMATSU, T., SUZUKI, M., REINECKER, H.C., NADEAU, W.J., MCCORMICK, B.A., PODOLSKY, D.K. CARD15/NOD2 functions as an antibacterial factor in human intestinal epithelial cells. Gastroenterology., v. 124, p. 993-1000, 2003.
HISE, A.G., TOMALKA, J., GANESAN, S., PATEL, K., HALL, B.A., BROWN, G.D., FITZGERALD, K.A. An essential role for the NLRP3 inflammasome in host defense against the human fungal pathogen Candida albicans. Cell Host. Microbe., v. 5, p. 487-497, 2009.
HOEBE, K., JANSSEN, E., BEUTLER, B. The interface between innate and adaptive immunity. Nat. Immunol., v. 5, p. 971-974, 2004.
HORNUNG, V., ABLASSER, A., CHARREL-DENNIS, M., BAUERNFEIND, F., HORVATH, G., CAFFREY, D.R., LATZ, E., FITZGERALD, K.A. AIM2 recognizes cytosolic dsDNA and forms a caspase-1-activating inflammasome with ASC. Nature., v. 458, p. 514-518, 2009.
HORNUNG, V., BAUERNFEIND, F., HALLE, A., SAMSTAD, E.O., KONO, H., ROCK, K.L., FITZGERALD, K.A., LATZ, E. Silica crystals and aluminum salts activate the NALP3 inflammasome through phagosomal destabilization. Nat. Immunol., v. 9, p. 847-856, 2008.
HSU, L.C., ALI, S.R., MCGILLIVRAY, S., TSENG, P.H., MARIATHASAN, S., HUMKE, E.W., ECKMANN, L., POWELL, J.J., NIZET, V., DIXIT, V.M., KARIN, M. A NOD2-NALP1 complex mediates caspase-1-dependent IL-1beta secretion in response to Bacillus anthracis infection and muramyl dipeptide. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 105, p. 7803-7808, 2008.
HUNTER, C.A., CHIZZONITE, R., REMINGTON, J.S. IL-1 beta is required for IL-12 to induce production of IFN-gamma by NK cells. A role for IL-1 beta in the T cell-independent mechanism of resistance against intracellular pathogens. J. Immunol., v. 155, p. 4347-4354, 1995.
ICHINOHE, T., PANG, I.K., IWASAKI, A. Influenza virus activates inflammasomes via its intracellular M2 ion channel. Nat. Immunol., v. 11, p. 404-410, 2010.
ILG, T. Proteophosphoglycans of Leishmania. Parasitol. Today., v. 16, p. 489-497, 2000.
ILGOUTZ, S.C., MCCONVILLE, M.J. Function and assembly of the Leishmania surface coat. Int. J. Parasitol., v. 31, p. 899-908, 2001.
INOHARA, CHAMAILLARD, MCDONALD, C., NUNEZ, G. NOD-LRR proteins: role in host-microbial interactions and inflammatory disease. Annu. Rev. Biochem., v. 74, p. 355-383, 2005.
INOHARA, N., NUNEZ, G. NODs: intracellular proteins involved in inflammation and apoptosis. Nat. Rev. Immunol., v. 3, p. 371-382, 2003.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
145
JANEWAY, C.A., JR., MEDZHITOV, R. Innate immune recognition. Annu. Rev. Immunol., v. 20, p. 197-216, 2002.
JERU, I., DUQUESNOY, P., FERNANDES-ALNEMRI, T., COCHET, E., YU, J.W., LACKMY-PORT-LIS, M., GRIMPREL, E., LANDMAN-PARKER, J., HENTGEN, V., MARLIN, S., MCELREAVEY, K., SARKISIAN, T., GRATEAU, G., ALNEMRI, E.S., AMSELEM, S. Mutations in NALP12 cause hereditary periodic fever syndromes. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 105, p. 1614-1619, 2008.
JERU, I., HENTGEN, V., NORMAND, S., DUQUESNOY, P., COCHET, E., DELWAIL, A., GRATEAU, G., MARLIN, S., AMSELEM, S., LECRON, J.C. Role of interleukin-1beta in NLRP12-associated autoinflammatory disorders and resistance to anti-interleukin-1 therapy. Arthritis Rheum., v. 63, p. 2142-2148, 2011.
JIN, Y., MAILLOUX, C.M., GOWAN, K., RICCARDI, S.L., LABERGE, G., BENNETT, D.C., FAIN, P.R., SPRITZ, R.A. NALP1 in vitiligo-associated multiple autoimmune disease. N. Engl. J. Med., v. 356, p. 1216-1225, 2007.
JOHNSTON, R.B., JR., LEHMEYER, J.E. Elaboration of toxic oxygen by-products by neutrophils in a model of immune complex disease. J. Clin. Invest., v. 57, p. 836-841, 1976.
JONES, J.W., KAYAGAKI, N., BROZ, P., HENRY, T., NEWTON, K., O'ROURKE, K., CHAN, S., DONG, J., QU, Y., ROOSE-GIRMA, M., DIXIT, V.M., MONACK, D.M. Absent in melanoma 2 is required for innate immune recognition of Francisella tularensis. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 107, p. 9771-9776, 2010.
JULIA, V., GLAICHENHAUS, N. CD4(+) T cells which react to the Leishmania major LACK antigen rapidly secrete interleukin-4 and are detrimental to the host in resistant B10.D2 mice. Infect. Immun., v. 67, p. 3641-3644, 1999.
JUTTLER, E., BONMANN, E., SPRANGER, M., KOLB-BACHOFEN, V., SUSCHEK, C.V. A novel role of interleukin-1-converting enzyme in cytokine-mediated inducible nitric oxide synthase gene expression: Implications for neuroinflammatory diseases. Mol. Cell Neurosci., v. 34, p. 612-620, 2007.
KANG, T.J., BASU, S., ZHANG, L., THOMAS, K.E., VOGEL, S.N., BAILLIE, L., CROSS, A.S. Bacillus anthracis spores and lethal toxin induce IL-1beta via functionally distinct signaling pathways. Eur. J. Immunol., v. 38, p. 1574-1584, 2008.
KANNEGANTI, T.D., LAMKANFI, M., KIM, Y.G., CHEN, G., PARK, J.H., FRANCHI, L., VANDENABEELE, P., NUNEZ, G. Pannexin-1-mediated recognition of bacterial molecules activates the cryopyrin inflammasome independent of Toll-like receptor signaling. Immunity., v. 26, p. 433-443, 2007.
KANNEGANTI, T.D., OZOREN, N., BODY-MALAPEL, M., AMER, A., PARK, J.H., FRANCHI, L., WHITFIELD, J., BARCHET, W., COLONNA, M., VANDENABEELE, P., BERTIN, J., COYLE, A., GRANT, E.P., AKIRA, S., NUNEZ, G. Bacterial RNA and small antiviral compounds activate caspase-1 through cryopyrin/Nalp3. Nature., v. 440, p. 233-236, 2006.
KARIN, M., LAWRENCE, T., NIZET, V. Innate immunity gone awry: linking microbial infections to chronic inflammation and cancer. Cell., v. 124, p. 823-835, 2006.
KAUTZ-NEU, K., KOSTKA, S.L., DINGES, S., IWAKURA, Y., UDEY, M.C., VON, S.E. IL-1 signalling is dispensable for protective immunity in Leishmania-resistant mice. Exp. Dermatol., v. 20, p. 76-78, 2011.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
146
KAYAGAKI, N., WARMING, S., LAMKANFI, M., VANDE, W.L., LOUIE, S., DONG, J., NEWTON, K., QU, Y., LIU, J., HELDENS, S., ZHANG, J., LEE, W.P., ROOSE-GIRMA, M., DIXIT, V.M. Non-canonical inflammasome activation targets caspase-11. Nature., v. 479, p. 117-121, 2011.
KAYAGAKI, N., WONG, M.T., STOWE, I.B., RAMANI, S.R., GONZALEZ, L.C., KASHI-TAKAMURA, S., MIYAKE, K., ZHANG, J., LEE, W.P., MUSZYNSKI, A., FORSBERG, L.S., CARLSON, R.W., DIXIT, V.M. Noncanonical Inflammasome Activation by Intracellular LPS Independent of TLR4. Science., v. 2013.
KAYE, P., SCOTT, P. Leishmaniasis: complexity at the host-pathogen interface. Nat. Rev. Microbiol., v. 9, p. 604-615, 2011.
KEDZIERSKI, L., MONTGOMERY, J., CURTIS, J., HANDMAN, E. Leucine-rich repeats in host-pathogen interactions. Arch. Immunol. Ther. Exp. (Warsz. )., v. 52, p. 104-112, 2004.
KELLER, M., RUEGG, A., WERNER, S., BEER, H.D. Active caspase-1 is a regulator of unconventional protein secretion. Cell., v. 132, p. 818-831, 2008.
KEMP, M. Regulator and effector functions of T-cell subsets in human Leishmania infections. APMIS Suppl., v. 68, p. 1-33, 1997.
KERUR, N., VEETTIL, M.V., SHARMA-WALIA, N., BOTTERO, V., SADAGOPAN, S., OTAGERI, P., CHANDRAN, B. IFI16 acts as a nuclear pathogen sensor to induce the inflammasome in response to Kaposi Sarcoma-associated herpesvirus infection. Cell Host. Microbe., v. 9, p. 363-375, 2011.
KHARFI, M., FAZAA, B., CHAKER, E., KAMOUN, M.R. [Mucosal localization of leishmaniasis in Tunisia: 5 cases]. Ann. Dermatol. Venereol., v. 130, p. 27-30, 2003.
KIM, J.G., LEE, S.J., KAGNOFF, M.F. Nod1 is an essential signal transducer in intestinal epithelial cells infected with bacteria that avoid recognition by toll-like receptors. Infect. Immun., v. 72, p. 1487-1495, 2004.
KIM, S., BAUERNFEIND, F., ABLASSER, A., HARTMANN, G., FITZGERALD, K.A., LATZ, E., HORNUNG, V. Listeria monocytogenes is sensed by the NLRP3 and AIM2 inflammasome. Eur. J. Immunol., v. 40, p. 1545-1551, 2010.
KOBAYASHI, K.S., CHAMAILLARD, M., OGURA, Y., HENEGARIU, O., INOHARA, N., NUNEZ, G., FLAVELL, R.A. Nod2-dependent regulation of innate and adaptive immunity in the intestinal tract. Science., v. 307, p. 731-734, 2005a.
KOBAYASHI, K.S., CHAMAILLARD, M., OGURA, Y., HENEGARIU, O., INOHARA, N., NUNEZ, G., FLAVELL, R.A. Nod2-dependent regulation of innate and adaptive immunity in the intestinal tract. Science., v. 307, p. 731-734, 2005b.
KOFOED, E.M., VANCE, R.E. Innate immune recognition of bacterial ligands by NAIPs determines inflammasome specificity. Nature., v. 477, p. 592-595, 2011.
KONECNY, P., STAGG, A.J., JEBBARI, H., ENGLISH, N., DAVIDSON, R.N., KNIGHT, S.C. Murine dendritic cells internalize Leishmania major promastigotes, produce IL-12 p40 and stimulate primary T cell proliferation in vitro. Eur. J. Immunol., v. 29, p. 1803-1811, 1999.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
147
KOSTKA, S.L., KNOP, J., KONUR, A., UDEY, M.C., VON, S.E. Distinct roles for IL-1 receptor type I signaling in early versus established Leishmania major infections. J. Invest Dermatol., v. 126, p. 1582-1589, 2006.
KRAM, D., THALE, C., KOLODZIEJ, H., KIDERLEN, A.F. Intracellular parasite kill: flow cytometry and NO detection for rapid discrimination between anti-leishmanial activity and macrophage activation. J. Immunol. Methods., v. 333, p. 79-88, 2008.
KROPF, P., FREUDENBERG, M.A., MODOLELL, M., PRICE, H.P., HERATH, S., ANTONIAZI, S., GALANOS, C., SMITH, D.F., MULLER, I. Toll-like receptor 4 contributes to efficient control of infection with the protozoan parasite Leishmania major. Infect. Immun., v. 72, p. 1920-1928, 2004a.
KROPF, P., FREUDENBERG, N., KALIS, C., MODOLELL, M., HERATH, S., GALANOS, C., FREUDENBERG, M., MULLER, I. Infection of C57BL/10ScCr and C57BL/10ScNCr mice with Leishmania major reveals a role for Toll-like receptor 4 in the control of parasite replication. J. Leukoc. Biol., v. 76, p. 48-57, 2004b.
KUFER, T.A., FRITZ, J.H., PHILPOTT, D.J. NACHT-LRR proteins (NLRs) in bacterial infection and immunity. Trends Microbiol., v. 13, p. 381-388, 2005.
KUIDA, K., LIPPKE, J.A., KU, G., HARDING, M.W., LIVINGSTON, D.J., SU, M.S., FLAVELL, R.A. Altered cytokine export and apoptosis in mice deficient in interleukin-1 beta converting enzyme. Science., v. 267, p. 2000-2003, 1995.
LACHMANN, H.J., LOWE, P., FELIX, S.D., RORDORF, C., LESLIE, K., MADHOO, S., WITTKOWSKI, H., BEK, S., HARTMANN, N., BOSSET, S., HAWKINS, P.N., JUNG, T. In vivo regulation of interleukin 1beta in patients with cryopyrin-associated periodic syndromes. J. Exp. Med., v. 206, p. 1029-1036, 2009.
LAMKANFI, M., AMER, A., KANNEGANTI, T.D., MUNOZ-PLANILLO, R., CHEN, G., VANDENABEELE, P., FORTIER, A., GROS, P., NUNEZ, G. The Nod-like receptor family member Naip5/Birc1e restricts Legionella pneumophila growth independently of caspase-1 activation. J. Immunol., v. 178, p. 8022-8027, 2007.
LAMKANFI, M., DECLERCQ, W., KALAI, M., SAELENS, X., VANDENABEELE, P. Alice in caspase land. A phylogenetic analysis of caspases from worm to man. Cell Death. Differ., v. 9, p. 358-361, 2002.
LAMKANFI, M., DIXIT, V.M. Inflammasomes: guardians of cytosolic sanctity. Immunol. Rev., v. 227, p. 95-105, 2009.
LAMKANFI, M., MUELLER, J.L., VITARI, A.C., MISAGHI, S., FEDOROVA, A., DESHAYES, K., LEE, W.P., HOFFMAN, H.M., DIXIT, V.M. Glyburide inhibits the Cryopyrin/Nalp3 inflammasome. J. Cell Biol., v. 187, p. 61-70, 2009.
LARA-TEJERO, M., SUTTERWALA, F.S., OGURA, Y., GRANT, E.P., BERTIN, J., COYLE, A.J., FLAVELL, R.A., GALAN, J.E. Role of the caspase-1 inflammasome in Salmonella typhimurium pathogenesis. J. Exp. Med., v. 203, p. 1407-1412, 2006.
LASKAY, T., VAN, Z.G., SOLBACH, W. Neutrophil granulocytes--Trojan horses for Leishmania major and other intracellular microbes? Trends Microbiol., v. 11, p. 210-214, 2003.
LAUFS, H., MULLER, K., FLEISCHER, J., REILING, N., JAHNKE, N., JENSENIUS, J.C., SOLBACH, W., LASKAY, T. Intracellular survival of Leishmania major in neutrophil
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
148
granulocytes after uptake in the absence of heat-labile serum factors. Infect. Immun., v. 70, p. 826-835, 2002.
LAUWERYS, B.R., GAROT, N., RENAULD, J.C., HOUSSIAU, F.A. Cytokine production and killer activity of NK/T-NK cells derived with IL-2, IL-15, or the combination of IL-12 and IL-18. J. Immunol., v. 165, p. 1847-1853, 2000.
LEFEVRE, L., LUGO-VILLARINO, G., MEUNIER, E., VALENTIN, A., OLAGNIER, D., AUTHIER, H., DUVAL, C., DARDENNE, C., BERNAD, J., LEMESRE, J.L., AUWERX, J., NEYROLLES, O., PIPY, B., COSTE, A. The C-type lectin receptors dectin-1, MR, and SIGNR3 contribute both positively and negatively to the macrophage response to Leishmania infantum. Immunity., v. 38, p. 1038-1049, 2013.
LEMAITRE, B., NICOLAS, E., MICHAUT, L., REICHHART, J.M., HOFFMANN, J.A. The dorsoventral regulatory gene cassette spatzle/Toll/cactus controls the potent antifungal response in Drosophila adults. Cell., v. 86, p. 973-983, 1996.
LICH, J.D., TING, J.P. Monarch-1/PYPAF7 and other CATERPILLER (CLR, NOD, NLR) proteins with negative regulatory functions. Microbes. Infect., v. 9, p. 672-676, 2007.
LICH, J.D., WILLIAMS, K.L., MOORE, C.B., ARTHUR, J.C., DAVIS, B.K., TAXMAN, D.J., TING, J.P. Monarch-1 suppresses non-canonical NF-kappaB activation and p52-dependent chemokine expression in monocytes. J. Immunol., v. 178, p. 1256-1260, 2007.
LIESE, J., SCHLEICHER, U., BOGDAN, C. TLR9 signaling is essential for the innate NK cell response in murine cutaneous leishmaniasis. Eur. J. Immunol., v. 37, p. 3424-3434, 2007.
LIEW, F.Y., LI, Y., MOSS, D., PARKINSON, C., ROGERS, M.V., MONCADA, S. Resistance to Leishmania major infection correlates with the induction of nitric oxide synthase in murine macrophages. Eur. J. Immunol., v. 21, p. 3009-3014, 1991.
LIMA, G.M., VALLOCHI, A.L., SILVA, U.R., BEVILACQUA, E.M., KIFFER, M.M., ABRAHAMSOHN, I.A. The role of polymorphonuclear leukocytes in the resistance to cutaneous Leishmaniasis. Immunol. Lett., v. 64, p. 145-151, 1998.
LIMA, H.C., TITUS, R.G. Effects of sand fly vector saliva on development of cutaneous lesions and the immune response to Leishmania braziliensis in BALB/c mice. Infect. Immun., v. 64, p. 5442-5445, 1996.
LLANOS-CUENTAS, E.A., MARSDEN, P.D., CUBA, C.C., BARRETO, A.C., CAMPOS, M. Possible risk factors in development of mucosal lesions in leishmaniasis. Lancet., v. 2, p. 295-1984.
LOCKSLEY, R.M., SCOTT, P. Helper T-cell subsets in mouse leishmaniasis: induction, expansion and effector function. Immunol. Today., v. 12, p. A58-A61, 1991.
LOWRY, O.H., ROSEBROUGH, N.J., FARR, A.L., RANDALL, R.J. Protein measurement with the Folin phenol reagent. J. Biol. Chem., v. 193, p. 265-275, 1951.
MAGALHAES, J.G., SORBARA, M.T., GIRARDIN, S.E., PHILPOTT, D.J. What is new with Nods? Curr. Opin. Immunol., v. 23, p. 29-34, 2011.
MARIATHASAN, S., MONACK, D.M. Inflammasome adaptors and sensors: intracellular regulators of infection and inflammation. Nat. Rev. Immunol., v. 7, p. 31-40, 2007.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
149
MARIATHASAN, S., NEWTON, K., MONACK, D.M., VUCIC, D., FRENCH, D.M., LEE, W.P., ROOSE-GIRMA, M., ERICKSON, S., DIXIT, V.M. Differential activation of the inflammasome by caspase-1 adaptors ASC and Ipaf. Nature., v. 430, p. 213-218, 2004.
MARIATHASAN, S., WEISS, D.S., NEWTON, K., MCBRIDE, J., O'ROURKE, K., ROOSE-GIRMA, M., LEE, W.P., WEINRAUCH, Y., MONACK, D.M., DIXIT, V.M. Cryopyrin activates the inflammasome in response to toxins and ATP. Nature., v. 440, p. 228-232, 2006.
MARIM, F.M., SILVEIRA, T.N., LIMA, D.S., JR., ZAMBONI, D.S. A method for generation of bone marrow-derived macrophages from cryopreserved mouse bone marrow cells. PLoS. One., v. 5, p. e15263-2010.
MARINA-GARCIA, N., FRANCHI, L., KIM, Y.G., MILLER, D., MCDONALD, C., BOONS, G.J., NUNEZ, G. Pannexin-1-mediated intracellular delivery of muramyl dipeptide induces caspase-1 activation via cryopyrin/NLRP3 independently of Nod2. J. Immunol., v. 180, p. 4050-4057, 2008.
MAROVICH, M.A., MCDOWELL, M.A., THOMAS, E.K., NUTMAN, T.B. IL-12p70 production by Leishmania major-harboring human dendritic cells is a CD40/CD40 ligand-dependent process. J. Immunol., v. 164, p. 5858-5865, 2000.
MARSDEN, P.D. Mucosal leishmaniasis ("espundia" Escomel, 1911). Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., v. 80, p. 859-876, 1986.
MARSDEN, P.D., TADA, M.S., BARRETO, A.C., CUBA, C.C. Spontaneous healing of Leishmania braziliensis braziliensis skin ulcers. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., v. 78, p. 561-562, 1984.
MARTIN-FONTECHA, A., THOMSEN, L.L., BRETT, S., GERARD, C., LIPP, M., LANZAVECCHIA, A., SALLUSTO, F. Induced recruitment of NK cells to lymph nodes provides IFN-gamma for T(H)1 priming. Nat. Immunol., v. 5, p. 1260-1265, 2004.
MARTINON, F., AGOSTINI, L., MEYLAN, E., TSCHOPP, J. Identification of bacterial muramyl dipeptide as activator of the NALP3/cryopyrin inflammasome. Curr. Biol., v. 14, p. 1929-1934, 2004.
MARTINON, F., BURNS, K., TSCHOPP, J. The inflammasome: a molecular platform triggering activation of inflammatory caspases and processing of proIL-beta. Mol. Cell., v. 10, p. 417-426, 2002.
MARTINON, F., MAYOR, A., TSCHOPP, J. The inflammasomes: guardians of the body. Annu. Rev. Immunol., v. 27, p. 229-265, 2009.
MARTINON, F., PETRILLI, V., MAYOR, A., TARDIVEL, A., TSCHOPP, J. Gout-associated uric acid crystals activate the NALP3 inflammasome. Nature., v. 440, p. 237-241, 2006.
MARTINON, F., TSCHOPP, J. Inflammatory caspases: linking an intracellular innate immune system to autoinflammatory diseases. Cell., v. 117, p. 561-574, 2004.
MARTINON, F., TSCHOPP, J. NLRs join TLRs as innate sensors of pathogens. Trends Immunol., v. 26, p. 447-454, 2005.
MASSEY, V. The microestimation of succinate and the extinction coefficient of cytochrome c. Biochim. Biophys. Acta., v. 34, p. 255-256, 1959.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
150
MATA-GREENWOOD, E., JENKINS, C., FARROW, K.N., KONDURI, G.G., RUSSELL, J.A., LAKSHMINRUSIMHA, S., BLACK, S.M., STEINHORN, R.H. eNOS function is developmentally regulated: uncoupling of eNOS occurs postnatally. Am. J. Physiol Lung Cell Mol. Physiol., v. 290, p. L232-L241, 2006.
MATHENY, H.E., DEEM, T.L., COOK-MILLS, J.M. Lymphocyte migration through monolayers of endothelial cell lines involves VCAM-1 signaling via endothelial cell NADPH oxidase. J. Immunol., v. 164, p. 6550-6559, 2000.
MBOW, M.L., BLEYENBERG, J.A., HALL, L.R., TITUS, R.G. Phlebotomus papatasi sand fly salivary gland lysate down-regulates a Th1, but up-regulates a Th2, response in mice infected with Leishmania major. J. Immunol., v. 161, p. 5571-5577, 1998.
MCNEELA, E.A., BURKE, A., NEILL, D.R., BAXTER, C., FERNANDES, V.E., FERREIRA, D., SMEATON, S., EL-RACHKIDY, R., MCLOUGHLIN, R.M., MORI, A., MORAN, B., FITZGERALD, K.A., TSCHOPP, J., PETRILLI, V., ANDREW, P.W., KADIOGLU, A., LAVELLE, E.C. Pneumolysin activates the NLRP3 inflammasome and promotes proinflammatory cytokines independently of TLR4. PLoS. Pathog., v. 6, p. e1001191-2010.
MEAGHER, L.C., SAVILL, J.S., BAKER, A., FULLER, R.W., HASLETT, C. Phagocytosis of apoptotic neutrophils does not induce macrophage release of thromboxane B2. J. Leukoc. Biol., v. 52, p. 269-273, 1992.
MEDEIROS A.C.R., ROSELINO, A.M.F. Leishmaniose tegumentar americana: do histórico aos dias de hoje. An Bras Dermat., v. 74, p. 329-36, 1999.
MEDEIROS, A.R., SILVA, W.A., JR., ROSELINO, A.M. DNA sequencing confirms the involvement
of Leishmania (L.) amazonensis in American tegumentary leishmaniasis in the state of Sao Paulo, Brazil. Clinics. (Sao Paulo)., v. 63, p. 451-456, 2008.
MEDZHITOV, R. Toll-like receptors and innate immunity. Nat. Rev. Immunol., v. 1, p. 135-145, 2001.
MEDZHITOV, R., JANEWAY, C.A., JR. Decoding the patterns of self and nonself by the innate immune system. Science., v. 296, p. 298-300, 2002.
MEDZHITOV, R., PRESTON-HURLBURT, P., JANEWAY, C.A., JR. A human homologue of the Drosophila Toll protein signals activation of adaptive immunity. Nature., v. 388, p. 394-397, 1997.
MEIXENBERGER, K., PACHE, F., EITEL, J., SCHMECK, B., HIPPENSTIEL, S., SLEVOGT, H., N'GUESSAN, P., WITZENRATH, M., NETEA, M.G., CHAKRABORTY, T., SUTTORP, N., OPITZ, B. Listeria monocytogenes-infected human peripheral blood mononuclear cells produce IL-1beta, depending on listeriolysin O and NLRP3. J. Immunol., v. 184, p. 922-930, 2010.
MEYLAN, E. Intracellular pattern recognition receptors in the host response. 2006.
MEYLAN, E., TSCHOPP, J., KARIN, M. Intracellular pattern recognition receptors in the host response. Nature., v. 442, p. 39-44, 2006.
MIAO, E.A., NDERSEN-NISSEN, E., WARREN, S.E., ADEREM, A. TLR5 and Ipaf: dual sensors of bacterial flagellin in the innate immune system. Semin. Immunopathol., v. 29, p. 275-288, 2007.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
151
MIAO, E.A., PUCHE-ARANDA, C.M., DORS, M., CLARK, A.E., BADER, M.W., MILLER, S.I., ADEREM, A. Cytoplasmic flagellin activates caspase-1 and secretion of interleukin 1beta via Ipaf. Nat. Immunol., v. 7, p. 569-575, 2006.
MOLL, H. The role of dendritic cells at the early stages of Leishmania infection. Adv. Exp. Med. Biol., v. 479, p. 163-173, 2000.
MOLL, H., FUCHS, H., BLANK, C., ROLLINGHOFF, M. Langerhans cells transport Leishmania major from the infected skin to the draining lymph node for presentation to antigen-specific T cells. Eur. J. Immunol., v. 23, p. 1595-1601, 1993.
MOLOFSKY, A.B., BYRNE, B.G., WHITFIELD, N.N., MADIGAN, C.A., FUSE, E.T., TATEDA, K., SWANSON, M.S. Cytosolic recognition of flagellin by mouse macrophages restricts Legionella pneumophila infection. J. Exp. Med., v. 203, p. 1093-1104, 2006.
MONCADA, S., PALMER, R.M., HIGGS, E.A. Nitric oxide: physiology, pathophysiology, and pharmacology. Pharmacol. Rev., v. 43, p. 109-142, 1991.
MONTASER, M., LALMANACH, G., MACH, L. CA-074, but not its methyl ester CA-074Me, is a selective inhibitor of cathepsin B within living cells. Biol. Chem., v. 383, p. 1305-1308, 2002.
MORAVEJ, A., RASOULI, M., KALANI, M., ASAEI, S., KIANY, S., NAJAFIPOUR, S., KOOHPAYEH, A., ABDOLLAHI, A. IL-1beta (-511T/C) gene polymorphism not IL-1beta (+3953T/C) and LT-alpha (+252A/G) gene variants confers susceptibility to visceral leishmaniasis. Mol. Biol. Rep., v. 39, p. 6907-6914, 2012.
MORSY, T.A., KHALIL, N.M., SALAMA, M.M., HAMDI, K.N., AL SHAMRANY, Y.A., ABDALLA, K.F. Mucosal leishmaniasis caused by Leishmania tropica in Saudi Arabia. J. Egypt. Soc. Parasitol., v. 25, p. 73-79, 1995.
MUELLER, C.F., LAUDE, K., MCNALLY, J.S., HARRISON, D.G. ATVB in focus: redox mechanisms in blood vessels. Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol., v. 25, p. 274-278, 2005.
MUKBEL, R.M., PATTEN, C., JR., GIBSON, K., GHOSH, M., PETERSEN, C., JONES, D.E. Macrophage killing of Leishmania amazonensis amastigotes requires both nitric oxide and superoxide. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 76, p. 669-675, 2007.
MULLER, I., FREUDENBERG, M., KROPF, P., KIDERLEN, A.F., GALANOS, C. Leishmania major infection in C57BL/10 mice differing at the Lps locus: a new non-healing phenotype. Med. Microbiol. Immunol., v. 186, p. 75-81, 1997.
MUN, H.S., AOSAI, F., NOROSE, K., CHEN, M., PIAO, L.X., TAKEUCHI, O., AKIRA, S., ISHIKURA, H., YANO, A. TLR2 as an essential molecule for protective immunity against Toxoplasma gondii infection. Int. Immunol., v. 15, p. 1081-1087, 2003.
MUNOZ-PLANILLO, R., FRANCHI, L., MILLER, L.S., NUNEZ, G. A critical role for hemolysins and bacterial lipoproteins in Staphylococcus aureus-induced activation of the Nlrp3 inflammasome. J. Immunol., v. 183, p. 3942-3948, 2009.
MUNOZ-PLANILLO, R., KUFFA, P., MARTINEZ-COLON, G., SMITH, B.L., RAJENDIRAN, T.M., NUNEZ, G. K(+) Efflux Is the Common Trigger of NLRP3 Inflammasome Activation by Bacterial Toxins and Particulate Matter. Immunity., v. 38, p. 1142-1153, 2013.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
152
MURAILLE, E., DE, T.C., BRAIT, M., DE, B.P., LEO, O., CARLIER, Y. Genetically resistant mice lacking MyD88-adapter protein display a high susceptibility to Leishmania major infection associated with a polarized Th2 response. J. Immunol., v. 170, p. 4237-4241, 2003.
MURRAY, H.W., NATHAN, C.F. Macrophage microbicidal mechanisms in vivo: reactive nitrogen versus oxygen intermediates in the killing of intracellular visceral Leishmania donovani. J. Exp. Med., v. 189, p. 741-746, 1999.
NAKAMURA, T., KAMOGAWA, Y., BOTTOMLY, K., FLAVELL, R.A. Polarization of IL-4- and IFN-gamma-producing CD4+ T cells following activation of naive CD4+ T cells. J. Immunol., v. 158, p. 1085-1094, 1997.
NATHAN, C. Nitric oxide as a secretory product of mammalian cells. FASEB J., v. 6, p. 3051-3064, 1992.
NAVIAUX, R.K., COSTANZI, E., HAAS, M., VERMA, I.M. The pCL vector system: rapid production of helper-free, high-titer, recombinant retroviruses. J. Virol., v. 70, p. 5701-5705, 1996.
NETEA, M.G., FERWERDA, G., DE JONG, D.J., JANSEN, T., JACOBS, L., KRAMER, M., NABER, T.H., DRENTH, J.P., GIRARDIN, S.E., KULLBERG, B.J., ADEMA, G.J., VAN DER MEER, J.W. Nucleotide-binding oligomerization domain-2 modulates specific TLR pathways for the induction of cytokine release. J. Immunol., v. 174, p. 6518-6523, 2005.
NOBEN-TRAUTH, N., HU-LI, J., PAUL, W.E. Conventional, naive CD4+ T cells provide an initial source of IL-4 during Th2 differentiation. J. Immunol., v. 165, p. 3620-3625, 2000.
NOBEN-TRAUTH, N., PAUL, W.E., SACKS, D.L. IL-4- and IL-4 receptor-deficient BALB/c mice reveal differences in susceptibility to Leishmania major parasite substrains. J. Immunol., v. 162, p. 6132-6140, 1999.
NORMAND, S., ANOYE-CRESPIN, A., BRESSENOT, A., HUOT, L., GRANDJEAN, T., PEYRIN-BIROULET, L., LEMOINE, Y., HOT, D., CHAMAILLARD, M. Nod-like receptor pyrin domain-containing protein 6 (NLRP6) controls epithelial self-renewal and colorectal carcinogenesis upon injury. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 108, p. 9601-9606, 2011.
OGURA, Y., INOHARA, N., BENITO, A., CHEN, F.F., YAMAOKA, S., NUNEZ, G. Nod2, a Nod1/Apaf-1 family member that is restricted to monocytes and activates NF-kappaB. J. Biol. Chem., v. 276, p. 4812-4818, 2001.
OGURA, Y., SUTTERWALA, F.S., FLAVELL, R.A. The inflammasome: first line of the immune response to cell stress. Cell., v. 126, p. 659-662, 2006.
OPITZ, B., FORSTER, S., HOCKE, A.C., MAASS, M., SCHMECK, B., HIPPENSTIEL, S., SUTTORP, N., KRULL, M. Nod1-mediated endothelial cell activation by Chlamydophila pneumoniae. Circ. Res., v. 96, p. 319-326, 2005.
OZOREN, N., MASUMOTO, J., FRANCHI, L., KANNEGANTI, T.D., BODY-MALAPEL, M., ERTURK, I., JAGIRDAR, R., ZHU, L., INOHARA, N., BERTIN, J., COYLE, A., GRANT, E.P., NUNEZ, G. Distinct roles of TLR2 and the adaptor ASC in IL-1beta/IL-18 secretion in response to Listeria monocytogenes. J. Immunol., v. 176, p. 4337-4342, 2006.
PADIGEL, U.M., ALEXANDER, J., FARRELL, J.P. The role of interleukin-10 in susceptibility of BALB/c mice to infection with Leishmania mexicana and Leishmania amazonensis. J. Immunol., v. 171, p. 3705-3710, 2003.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
153
PERREGAUX, D., GABEL, C.A. Interleukin-1 beta maturation and release in response to ATP and nigericin. Evidence that potassium depletion mediated by these agents is a necessary and common feature of their activity. J. Biol. Chem., v. 269, p. 15195-15203, 1994.
PETERS, C., STIERHOF, Y.D., ILG, T. Proteophosphoglycan secreted by Leishmania mexicana amastigotes causes vacuole formation in macrophages. Infect. Immun., v. 65, p. 783-786, 1997.
PÉTRILLI V., PAPIN S., DOSTERT C., MAYOR A., MARTINON F., TSCHOPP J. Activation of the NALP3 inflammasome is triggered by low intracellular potassium concentration. Cell Death Differ., v. 14, p. 1583-1589, 2007.
PHILLIPS, S.A., PECHMAN, K.R., LEONARD, E.C., FRIEDRICH, J.L., BIAN, J.T., BEAL, A.G., BASILE, D.P. Increased ANG II sensitivity following recovery from acute kidney injury: role of oxidant stress in skeletal muscle resistance arteries. Am. J. Physiol Regul. Integr. Comp Physiol., v. 298, p. R1682-R1691, 2010.
POLTORAK, A., HE, X., SMIRNOVA, I., LIU, M.Y., VAN, H.C., DU, X., BIRDWELL, D., ALEJOS, E., SILVA, M., GALANOS, C., FREUDENBERG, M., RICCIARDI-CASTAGNOLI, P., LAYTON, B., BEUTLER, B. Defective LPS signaling in C3H/HeJ and C57BL/10ScCr mice: mutations in Tlr4 gene. Science., v. 282, p. 2085-2088, 1998.
POLTORAK, A., SMIRNOVA, I., CLISCH, R., BEUTLER, B. Limits of a deletion spanning Tlr4 in C57BL/10ScCr mice. J. Endotoxin. Res., v. 6, p. 51-56, 2000.
POMPEU, M.L., FREITAS, L.A., SANTOS, M.L., KHOURI, M., BARRAL-NETTO, M. Granulocytes in the inflammatory process of BALB/c mice infected by Leishmania amazonensis. A quantitative approach. Acta Trop., v. 48, p. 185-193, 1991.
PRINA, E., ABDI, S.Z., LEBASTARD, M., PERRET, E., WINTER, N., ANTOINE, J.C. Dendritic cells as host cells for the promastigote and amastigote stages of Leishmania amazonensis: the role of opsonins in parasite uptake and dendritic cell maturation. J. Cell Sci., v. 117, p. 315-325, 2004.
PRITCHARD, K.A., JR., ACKERMAN, A.W., GROSS, E.R., STEPP, D.W., SHI, Y., FONTANA, J.T., BAKER, J.E., SESSA, W.C. Heat shock protein 90 mediates the balance of nitric oxide and superoxide anion from endothelial nitric-oxide synthase. J. Biol. Chem., v. 276, p. 17621-17624, 2001.
RAJAMAKI, K., LAPPALAINEN, J., OORNI, K., VALIMAKI, E., MATIKAINEN, S., KOVANEN, P.T., EKLUND, K.K. Cholesterol crystals activate the NLRP3 inflammasome in human macrophages: a novel link between cholesterol metabolism and inflammation. PLoS. One., v. 5, p. e11765-2010.
RAJAN, J.V., RODRIGUEZ, D., MIAO, E.A., ADEREM, A. The NLRP3 inflammasome detects encephalomyocarditis virus and vesicular stomatitis virus infection. J. Virol., v. 85, p. 4167-4172, 2011.
RATHINAM, V.A., JIANG, Z., WAGGONER, S.N., SHARMA, S., COLE, L.E., WAGGONER, L., VANAJA, S.K., MONKS, B.G., GANESAN, S., LATZ, E., HORNUNG, V., VOGEL, S.N., SZOMOLANYI-TSUDA, E., FITZGERALD, K.A. The AIM2 inflammasome is essential for host defense against cytosolic bacteria and DNA viruses. Nat. Immunol., v. 11, p. 395-402, 2010.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
154
REINER, S.L., ZHENG, S., WANG, Z.E., STOWRING, L., LOCKSLEY, R.M. Leishmania promastigotes evade interleukin 12 (IL-12) induction by macrophages and stimulate a broad range of cytokines from CD4+ T cells during initiation of infection. J. Exp. Med., v. 179, p. 447-456, 1994.
REITHINGER, R., DUJARDIN, J.C., LOUZIR, H., PIRMEZ, C., ALEXANDER, B., BROOKER, S. Cutaneous leishmaniasis. Lancet Infect. Dis., v. 7, p. 581-596, 2007.
REITHINGER, R., MOHSEN, M., AADIL, K., SIDIQI, M., ERASMUS, P., COLEMAN, P.G. Anthroponotic cutaneous leishmaniasis, Kabul, Afghanistan. Emerg. Infect. Dis., v. 9, p. 727-729, 2003.
REN, T., ZAMBONI, D.S., ROY, C.R., DIETRICH, W.F., VANCE, R.E. Flagellin-deficient Legionella mutants evade caspase-1- and Naip5-mediated macrophage immunity. PLoS. Pathog., v. 2, p. e18-2006.
RIBEIRO, J.M. Blood-feeding arthropods: live syringes or invertebrate pharmacologists? Infect. Agents Dis., v. 4, p. 143-152, 1995.
RIBEIRO-GOMES, F.L., MONIZ-DE-SOUZA, M.C., EXANDRE-MOREIRA, M.S., DIAS, W.B., LOPES, M.F., NUNES, M.P., LUNGARELLA, G., DOSREIS, G.A. Neutrophils activate macrophages for intracellular killing of Leishmania major through recruitment of TLR4 by neutrophil elastase. J. Immunol., v. 179, p. 3988-3994, 2007.
RITTER, M., GROSS, O., KAYS, S., RULAND, J., NIMMERJAHN, F., SAIJO, S., TSCHOPP, J., LAYLAND, L.E., PRAZERES DA, C.C. Schistosoma mansoni triggers Dectin-2, which activates the Nlrp3 inflammasome and alters adaptive immune responses. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A., v. 107, p. 20459-20464, 2010.
ROBERTS, T.L., IDRIS, A., DUNN, J.A., KELLY, G.M., BURNTON, C.M., HODGSON, S., HARDY, L.L., GARCEAU, V., SWEET, M.J., ROSS, I.L., HUME, D.A., STACEY, K.J. HIN-200 proteins regulate caspase activation in response to foreign cytoplasmic DNA. Science., v. 323, p. 1057-1060, 2009.
RYAN, L., LAINSON, R., SHAW, J.J. Leishmaniasis in Brazil. XXIV. Natural flagellate infections of sandflies (Diptera: Psychodidae) in Para State, with particular reference to the role of Psychodopygus wellcomei as the vector of Leishmania braziliensis braziliensis in the Serra dos Carajas. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., v. 81, p. 353-359, 1987.
SACKS, D., KAMHAWI, S. Molecular aspects of parasite-vector and vector-host interactions in leishmaniasis. Annu. Rev. Microbiol., v. 55, p. 453-483, 2001.
SACKS, D., NOBEN-TRAUTH, N. The immunology of susceptibility and resistance to Leishmania major in mice. Nat. Rev. Immunol., v. 2, p. 845-858, 2002.
SACKS, D.L., BRODIN, T.N., TURCO, S.J. Developmental modification of the lipophosphoglycan from Leishmania major promastigotes during metacyclogenesis. Mol. Biochem. Parasitol., v. 42, p. 225-233, 1990.
SACKS, D.L., LAL, S.L., SHRIVASTAVA, S.N., BLACKWELL, J., NEVA, F.A. An analysis of T cell responsiveness in Indian kala-azar. J. Immunol., v. 138, p. 908-913, 1987.
SAITOH, T., FUJITA, N., JANG, M.H., UEMATSU, S., YANG, B.G., SATOH, T., OMORI, H., NODA, T., YAMAMOTO, N., KOMATSU, M., TANAKA, K., KAWAI, T., TSUJIMURA,
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
155
T., TAKEUCHI, O., YOSHIMORI, T., AKIRA, S. Loss of the autophagy protein Atg16L1 enhances endotoxin-induced IL-1beta production. Nature., v. 456, p. 264-268, 2008.
SANTOS, D.M., CARNEIRO, M.W., DE MOURA, T.R., SOTO, M., LUZ, N.F., PRATES, D.B., IRACHE, J.M., BRODSKYN, C., BARRAL, A., BARRAL-NETTO, M., ESPUELAS, S., BORGES, V.M., DE OLIVEIRA, C.I. PLGA nanoparticles loaded with KMP-11 stimulate innate immunity and induce the killing of Leishmania. Nanomedicine., v. 2013.
SANTRICH, C., SEGURA, I., ARIAS, A.L., SARAVIA, N.G. Mucosal disease caused by Leishmania braziliensis guyanensis. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 42, p. 51-55, 1990.
SARAIVA, E.M., PIMENTA, P.F., BRODIN, T.N., ROWTON, E., MODI, G.B., SACKS, D.L. Changes in lipophosphoglycan and gene expression associated with the development of Leishmania major in Phlebotomus papatasi. Parasitology., v. 111 ( Pt 3), p. 275-287, 1995.
SARAVIA, N.G., HOLGUIN, A.F., MAHON-PRATT, D., D'ALESSANDRO, A. Mucocutaneous leishmaniasis in Colombia: Leishmania braziliensis subspecies diversity. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 34, p. 714-720, 1985.
SARAVIA, N.G., VALDERRAMA, L., LABRADA, M., HOLGUIN, A.F., NAVAS, C., PALMA, G., WEIGLE, K.A. The relationship of Leishmania braziliensis subspecies and immune response to disease expression in New World leishmaniasis. J. Infect. Dis., v. 159, p. 725-735, 1989.
SATOSKAR, A.R., OKANO, M., CONNAUGHTON, S., RAISANEN-SOKOLWSKI, A., DAVID, J.R., LABOW, M. Enhanced Th2-like responses in IL-1 type 1 receptor-deficient mice. Eur. J. Immunol., v. 28, p. 2066-2074, 1998.
SATOSKAR, A.R., STAMM, L.M., ZHANG, X., SATOSKAR, A.A., OKANO, M., TERHORST, C., DAVID, J.R., WANG, B. Mice lacking NK cells develop an efficient Th1 response and control cutaneous Leishmania major infection. J. Immunol., v. 162, p. 6747-6754, 1999.
SAUER, J.D., WITTE, C.E., ZEMANSKY, J., HANSON, B., LAUER, P., PORTNOY, D.A. Listeria monocytogenes triggers AIM2-mediated pyroptosis upon infrequent bacteriolysis in the macrophage cytosol. Cell Host. Microbe., v. 7, p. 412-419, 2010.
SAVILL, J.S., WYLLIE, A.H., HENSON, J.E., WALPORT, M.J., HENSON, P.M., HASLETT, C. Macrophage phagocytosis of aging neutrophils in inflammation. Programmed cell death in the neutrophil leads to its recognition by macrophages. J. Clin. Invest., v. 83, p. 865-875, 1989.
SCANGA, C.A., ALIBERTI, J., JANKOVIC, D., TILLOY, F., BENNOUNA, S., DENKERS, E.Y., MEDZHITOV, R., SHER, A. Cutting edge: MyD88 is required for resistance to Toxoplasma gondii infection and regulates parasite-induced IL-12 production by dendritic cells. J. Immunol., v. 168, p. 5997-6001, 2002.
SCHAMBER-REIS, B.L., PETRITUS, P.M., CAETANO, B.C., MARTINEZ, E.R., OKUDA, K., GOLENBOCK, D., SCOTT, P., GAZZINELLI, R.T. UNC93B1 and nucleic acid-sensing Toll-like receptors mediate host resistance to infection with Leishmania major. J. Biol. Chem., v. 288, p. 7127-7136, 2013b.
SCHAMBER-REIS, B.L., PETRITUS, P.M., CAETANO, B.C., MARTINEZ, E.R., OKUDA, K., GOLENBOCK, D., SCOTT, P., GAZZINELLI, R.T. UNC93B1 and nucleic acid-sensing Toll-like receptors mediate host resistance to infection with Leishmania major. J. Biol. Chem., v. 288, p. 7127-7136, 2013a.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
156
SCHARTON, T.M., SCOTT, P. Natural killer cells are a source of interferon gamma that drives differentiation of CD4+ T cell subsets and induces early resistance to Leishmania major in mice. J. Exp. Med., v. 178, p. 567-577, 1993.
SCHARTON-KERSTEN, T., SCOTT, P. The role of the innate immune response in Th1 cell development following Leishmania major infection. J. Leukoc. Biol., v. 57, p. 515-522, 1995.
SCHATTGEN, S.A., FITZGERALD, K.A. The PYHIN protein family as mediators of host defenses. Immunol. Rev., v. 243, p. 109-118, 2011.
SCHLEICHER, U., LIESE, J., KNIPPERTZ, I., KURZMANN, C., HESSE, A., HEIT, A., FISCHER, J.A., WEISS, S., KALINKE, U., KUNZ, S., BOGDAN, C. NK cell activation in visceral leishmaniasis requires TLR9, myeloid DCs, and IL-12, but is independent of plasmacytoid DCs. J. Exp. Med., v. 204, p. 893-906, 2007.
SCHORN, C., FREY, B., LAUBER, K., JANKO, C., STRYSIO, M., KEPPELER, H., GAIPL, U.S., VOLL, R.E., SPRINGER, E., MUNOZ, L.E., SCHETT, G., HERRMANN, M. Sodium overload and water influx activate the NALP3 inflammasome. J. Biol. Chem., v. 286, p. 35-41, 2011.
SCHRADER, M., FAHIMI, H.D. Mammalian peroxisomes and reactive oxygen species. Histochem. Cell Biol., v. 122, p. 383-393, 2004.
SCOTT, P. Differentiation, regulation, and death of T helper cell subsets during infection with Leishmania major. Immunol. Res., v. 17, p. 229-238, 1998.
SHER, A., OSWALD, I.P., HIENY, S., GAZZINELLI, R.T. Toxoplasma gondii induces a T-independent IFN-gamma response in natural killer cells that requires both adherent accessory cells and tumor necrosis factor-alpha. J. Immunol., v. 150, p. 3982-3989, 1993.
SHI, Y., EVANS, J.E., ROCK, K.L. Molecular identification of a danger signal that alerts the immune system to dying cells. Nature., v. 425, p. 516-521, 2003.
SHIMADA, K., CROTHER, T.R., KARLIN, J., CHEN, S., CHIBA, N., RAMANUJAN, V.K., VERGNES, L., OJCIUS, D.M., ARDITI, M. Caspase-1 dependent IL-1beta secretion is critical for host defense in a mouse model of Chlamydia pneumoniae lung infection. PLoS. One., v. 6, p. e21477-2011.
SHIO, M.T., HASSANI, K., ISNARD, A., RALPH, B., CONTRERAS, I., GOMEZ, M.A., BU-DAYYEH, I., OLIVIER, M. Host cell signalling and leishmania mechanisms of evasion. J. Trop. Med., v. 2012, p. 819512-2012.
SILVA, G.K., COSTA, R.S., SILVEIRA, T.N., CAETANO, B.C., HORTA, C.V., GUTIERREZ, F.R., GUEDES, P.M., ANDRADE, W.A., DE, N.M., GAZZINELLI, R.T., ZAMBONI, D.S., SILVA, J.S. Apoptosis-Associated Speck-like Protein Containing a Caspase Recruitment Domain Inflammasomes Mediate IL-1beta Response and Host Resistance to Trypanosoma cruzi Infection. J. Immunol., v. 191, p. 3373-3383, 2013.
SMOLEWSKI, P., BEDNER, E., DU, L., HSIEH, T.C., WU, J.M., PHELPS, D.J., DARZYNKIEWICZ, Z. Detection of caspases activation by fluorochrome-labeled inhibitors: Multiparameter analysis by laser scanning cytometry. Cytometry., v. 44, p. 73-82, 2001.
SOKOLOVSKA, A., HEM, S.L., HOGENESCH, H. Activation of dendritic cells and induction of CD4(+) T cell differentiation by aluminum-containing adjuvants. Vaccine., v. 25, p. 4575-4585, 2007.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
157
SOONG, L. Modulation of dendritic cell function by Leishmania parasites. J. Immunol., v. 180, p. 4355-4360, 2008.
SPATH, G.F., BEVERLEY, S.M. A lipophosphoglycan-independent method for isolation of infective Leishmania metacyclic promastigotes by density gradient centrifugation. Exp. Parasitol., v. 99, p. 97-103, 2001.
STENGER, S., THURING, H., ROLLINGHOFF, M., BOGDAN, C. Tissue expression of inducible nitric oxide synthase is closely associated with resistance to Leishmania major. J. Exp. Med., v. 180, p. 783-793, 1994.
SUTTERWALA, F.S., MIJARES, L.A., LI, L., OGURA, Y., KAZMIERCZAK, B.I., FLAVELL, R.A. Immune recognition of Pseudomonas aeruginosa mediated by the IPAF/NLRC4 inflammasome. J. Exp. Med., v. 204, p. 3235-3245, 2007.
SUTTERWALA, F.S., MOSSER, D.M. The taming of IL-12: suppressing the production of proinflammatory cytokines. J. Leukoc. Biol., v. 65, p. 543-551, 1999a.
SUTTERWALA, F.S., MOSSER, D.M. The taming of IL-12: suppressing the production of proinflammatory cytokines. J. Leukoc. Biol., v. 65, p. 543-551, 1999b.
SUTTERWALA, F.S., OGURA, Y., SZCZEPANIK, M., LARA-TEJERO, M., LICHTENBERGER, G.S., GRANT, E.P., BERTIN, J., COYLE, A.J., GALAN, J.E., ASKENASE, P.W., FLAVELL, R.A. Critical role for NALP3/CIAS1/Cryopyrin in innate and adaptive immunity through its regulation of caspase-1. Immunity., v. 24, p. 317-327, 2006.
SUZUKI, T. Differential regulation of caspase-1 activation, pyroptosis, and autophagy via Ipaf and ASC in Shigella-infected macrophages. 2007.
TACCHINI-COTTIER, F., WEINKOPFF, T., LAUNOIS, P. Does T Helper Differentiation Correlate with Resistance or Susceptibility to Infection with L. major? Some Insights From the Murine Model. Front Immunol., v. 3, p. 32-2012.
TAKEUCHI, O., AKIRA, S. MyD88 as a bottle neck in Toll/IL-1 signaling. Curr. Top. Microbiol. Immunol., v. 270, p. 155-167, 2002.
THANNICKAL, V.J., FANBURG, B.L. Reactive oxygen species in cell signaling. Am. J. Physiol Lung Cell Mol. Physiol., v. 279, p. L1005-L1028, 2000.
THOMAS, P.G., DASH, P., ALDRIDGE, J.R., JR., ELLEBEDY, A.H., REYNOLDS, C., FUNK, A.J., MARTIN, W.J., LAMKANFI, M., WEBBY, R.J., BOYD, K.L., DOHERTY, P.C., KANNEGANTI, T.D. The intracellular sensor NLRP3 mediates key innate and healing responses to influenza A virus via the regulation of caspase-1. Immunity., v. 30, p. 566-575, 2009.
TING, J.P., KASTNER, D.L., HOFFMAN, H.M. CATERPILLERs, pyrin and hereditary immunological disorders. Nat. Rev. Immunol., v. 6, p. 183-195, 2006.
TING, J.P., LOVERING, R.C., ALNEMRI, E.S., BERTIN, J., BOSS, J.M., DAVIS, B.K., FLAVELL, R.A., GIRARDIN, S.E., GODZIK, A., HARTON, J.A., HOFFMAN, H.M., HUGOT, J.P., INOHARA, N., MACKENZIE, A., MALTAIS, L.J., NUNEZ, G., OGURA, Y., OTTEN, L.A., PHILPOTT, D., REED, J.C., REITH, W., SCHREIBER, S., STEIMLE, V., WARD, P.A. The NLR gene family: a standard nomenclature. Immunity., v. 28, p. 285-287, 2008.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
158
TOMA, C., HIGA, N., KOIZUMI, Y., NAKASONE, N., OGURA, Y., MCCOY, A.J., FRANCHI, L., UEMATSU, S., SAGARA, J., TANIGUCHI, S., TSUTSUI, H., AKIRA, S., TSCHOPP, J., NUNEZ, G., SUZUKI, T. Pathogenic Vibrio activate NLRP3 inflammasome via cytotoxins and TLR/nucleotide-binding oligomerization domain-mediated NF-kappa B signaling. J. Immunol., v. 184, p. 5287-5297, 2010.
TRAVASSOS, L.H., CARNEIRO, L.A., GIRARDIN, S.E., BONECA, I.G., LEMOS, R., BOZZA, M.T., DOMINGUES, R.C., COYLE, A.J., BERTIN, J., PHILPOTT, D.J., PLOTKOWSKI, M.C. Nod1 participates in the innate immune response to Pseudomonas aeruginosa. J. Biol. Chem., v. 280, p. 36714-36718, 2005.
TSCHOPP, J., MARTINON, F., BURNS, K. NALPs: a novel protein family involved in inflammation. Nat. Rev. Mol. Cell Biol., v. 4, p. 95-104, 2003.
TSCHOPP, J., SCHRODER, K. NLRP3 inflammasome activation: The convergence of multiple signalling pathways on ROS production? Nat. Rev. Immunol., v. 10, p. 210-215, 2010.
UEHARA, A., YANG, S., FUJIMOTO, Y., FUKASE, K., KUSUMOTO, S., SHIBATA, K., SUGAWARA, S., TAKADA, H. Muramyldipeptide and diaminopimelic acid-containing desmuramylpeptides in combination with chemically synthesized Toll-like receptor agonists synergistically induced production of interleukin-8 in a. Cell Microbiol., v. 7, p. 53-61, 2005.
UNTERHOLZNER, L., KEATING, S.E., BARAN, M., HORAN, K.A., JENSEN, S.B., SHARMA, S., SIROIS, C.M., JIN, T., LATZ, E., XIAO, T.S., FITZGERALD, K.A., PALUDAN, S.R., BOWIE, A.G. IFI16 is an innate immune sensor for intracellular DNA. Nat. Immunol., v. 11, p. 997-1004, 2010.
VAN, Z.G., KLINGER, M., MUELLER, A., DANNENBERG, S., GEBERT, A., SOLBACH, W., LASKAY, T. Cutting edge: neutrophil granulocyte serves as a vector for Leishmania entry into macrophages. J. Immunol., v. 173, p. 6521-6525, 2004.
VARGAS-INC, TAI, W., XIN, L., HOGG, A.E., CORRY, D.B., SOONG, L. Distinct roles for MyD88 and Toll-like receptor 2 during Leishmania braziliensis infection in mice. Infect. Immun., v. 77, p. 2948-2956, 2009.
VIALA, J., CHAPUT, C., BONECA, I.G., CARDONA, A., GIRARDIN, S.E., MORAN, A.P., ATHMAN, R., MEMET, S., HUERRE, M.R., COYLE, A.J., DISTEFANO, P.S., SANSONETTI, P.J., LABIGNE, A., BERTIN, J., PHILPOTT, D.J., FERRERO, R.L. Nod1 responds to peptidoglycan delivered by the Helicobacter pylori cag pathogenicity island. Nat. Immunol., v. 5, p. 1166-1174, 2004.
VIANNA G. Sobre uma nova espécie de Leishmania. Brasil Med. v. 25, p. 411, 1911
VINZING, M., EITEL, J., LIPPMANN, J., HOCKE, A.C., ZAHLTEN, J., SLEVOGT, H., N'GUESSAN, P.D., GUNTHER, S., SCHMECK, B., HIPPENSTIEL, S., FLIEGER, A., SUTTORP, N., OPITZ, B. NAIP and Ipaf control Legionella pneumophila replication in human cells. J. Immunol., v. 180, p. 6808-6815, 2008.
VON DER, W.T., BEEBE, A.M., ROOPENIAN, D.C., COFFMAN, R.L. Early production of IL-4 and induction of Th2 responses in the lymph node originate from an MHC class I-independent CD4+NK1.1- T cell population. J. Immunol., v. 157, p. 4421-4427, 1996.
VON, S.E., BELKAID, Y., JAKOB, T., SACKS, D.L., UDEY, M.C. Uptake of Leishmania major amastigotes results in activation and interleukin 12 release from murine skin-derived dendritic
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
159
cells: implications for the initiation of anti-Leishmania immunity. J. Exp. Med., v. 188, p. 1547-1552, 1998.
VON, S.E., EHRCHEN, J.M., BELKAID, Y., KOSTKA, S.L., MOLLE, K., KNOP, J., SUNDERKOTTER, C., UDEY, M.C. Interleukin 1alpha promotes Th1 differentiation and inhibits disease progression in Leishmania major-susceptible BALB/c mice. J. Exp. Med., v. 198, p. 191-199, 2003.
VON, S.E., UDEY, M.C. Requirements for Th1-dependent immunity against infection with Leishmania major. Microbes. Infect., v. 6, p. 1102-1109, 2004.
WALEV, I., RESKE, K., PALMER, M., VALEVA, A., BHAKDI, S. Potassium-inhibited processing of IL-1 beta in human monocytes. EMBO J., v. 14, p. 1607-1614, 1995.
WARBURG, A., SCHLEIN, Y. The effect of post-bloodmeal nutrition of Phlebotomus papatasi on the transmission of Leishmania major. Am. J. Trop. Med. Hyg., v. 35, p. 926-930, 1986.
WARREN, M.K., VOGEL, S.N. Bone marrow-derived macrophages: development and regulation of differentiation markers by colony-stimulating factor and interferons. J. Immunol., v. 134, p. 982-989, 1985.
WEI, X.Q., CHARLES, I.G., SMITH, A., URE, J., FENG, G.J., HUANG, F.P., XU, D., MULLER, W., MONCADA, S., LIEW, F.Y. Altered immune responses in mice lacking inducible nitric oxide synthase. Nature., v. 375, p. 408-411, 1995.
WEINKOPFF, T., MARIOTTO, A., SIMON, G., HAUYON-LA, T.Y., AUDERSET, F., SCHUSTER, S., ZANGGER, H., FASEL, N., BARRAL, A., TACCHINI-COTTIER, F. Role of Toll-like receptor 9 signaling in experimental Leishmania braziliensis infection. Infect. Immun., v. 81, p. 1575-1584, 2013.
WELTER-STAHL, L., OJCIUS, D.M., VIALA, J., GIRARDIN, S., LIU, W., DELARBRE, C., PHILPOTT, D., KELLY, K.A., DARVILLE, T. Stimulation of the cytosolic receptor for peptidoglycan, Nod1, by infection with Chlamydia trachomatis or Chlamydia muridarum. Cell Microbiol., v. 8, p. 1047-1057, 2006.
WEN, H., TING, J.P., O'NEILL, L.A. A role for the NLRP3 inflammasome in metabolic diseases--did Warburg miss inflammation? Nat. Immunol., v. 13, p. 352-357, 2012.
WERNER-FELMAYER, G., WERNER, E.R., FUCHS, D., HAUSEN, A., REIBNEGGER, G., WACHTER, H. Tetrahydrobiopterin-dependent formation of nitrite and nitrate in murine fibroblasts. J. Exp. Med., v. 172, p. 1599-1607, 1990.
WILLIAMS, K.L., LICH, J.D., DUNCAN, J.A., REED, W., RALLABHANDI, P., MOORE, C., KURTZ, S., COFFIELD, V.M., CCAVITTI-LOPER, M.A., SU, L., VOGEL, S.N., BRAUNSTEIN, M., TING, J.P. The CATERPILLER protein monarch-1 is an antagonist of toll-like receptor-, tumor necrosis factor alpha-, and Mycobacterium tuberculosis-induced pro-inflammatory signals. J. Biol. Chem., v. 280, p. 39914-39924, 2005.
WILLINGHAM, S.B., ALLEN, I.C., BERGSTRALH, D.T., BRICKEY, W.J., HUANG, M.T., TAXMAN, D.J., DUNCAN, J.A., TING, J.P. NLRP3 (NALP3, Cryopyrin) facilitates in vivo caspase-1 activation, necrosis, and HMGB1 release via inflammasome-dependent and -independent pathways. J. Immunol., v. 183, p. 2008-2015, 2009.
WOLDAY, D., BERHE, N., AKUFFO, H., BRITTON, S. Leishmania-HIV interaction: immunopathogenic mechanisms. Parasitol. Today., v. 15, p. 182-187, 1999.
Lima Júnior, D. S. Referências Bibliográficas
160
WOLFERT, M.A., MURRAY, T.F., BOONS, G.J., MOORE, J.N. The origin of the synergistic effect of muramyl dipeptide with endotoxin and peptidoglycan. J. Biol. Chem., v. 277, p. 39179-39186, 2002.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Control of the leishmaniasis: report of a meeting of the WHO Expert Committee on the control of leishmaniases. WHO Technical Report Series, 949, 2010
XIE, Q.W., KASHIWABARA, Y., NATHAN, C. Role of transcription factor NF-kappa B/Rel in induction of nitric oxide synthase. J. Biol. Chem., v. 269, p. 4705-4708, 1994.
XIN, L., LI, K., SOONG, L. Down-regulation of dendritic cell signaling pathways by Leishmania amazonensis amastigotes. Mol. Immunol., v. 45, p. 3371-3382, 2008.
XIN, L., LI, Y., SOONG, L. Role of interleukin-1beta in activating the CD11c(high) CD. Infect. Immun., v. 75, p. 5018-5026, 2007.
YAROVINSKY, F., SHER, A. Toll-like receptor recognition of Toxoplasma gondii. Int. J. Parasitol., v. 36, p. 255-259, 2006.
ZAKI, M.H., VOGEL, P., MALIREDDI, R.K., BODY-MALAPEL, M., ANAND, P.K., BERTIN, J., GREEN, D.R., LAMKANFI, M., KANNEGANTI, T.D. The NOD-like receptor NLRP12 attenuates colon inflammation and tumorigenesis. Cancer Cell., v. 20, p. 649-660, 2011.
ZAMBONI, D.S., KOBAYASHI, K.S., KOHLSDORF, T., OGURA, Y., LONG, E.M., VANCE, R.E., KUIDA, K., MARIATHASAN, S., DIXIT, V.M., FLAVELL, R.A., DIETRICH, W.F., ROY, C.R. The Birc1e cytosolic pattern-recognition receptor contributes to the detection and control of Legionella pneumophila infection. Nat. Immunol., v. 7, p. 318-325, 2006.
ZEREDO-COUTINHO, R.B., CONCEICAO-SILVA, F., SCHUBACH, A., CUPOLILLO, E., QUINTELLA, L.P., MADEIRA, M.F., PACHECO, R.S., VALETE-ROSALINO, C.M., MENDONCA, S.C. First report of diffuse cutaneous leishmaniasis and Leishmania amazonensis infection in Rio de Janeiro State, Brazil. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., v. 101, p. 735-737, 2007.
ZHAO, Y., YANG, J., SHI, J., GONG, Y.N., LU, Q., XU, H., LIU, L., SHAO, F. The NLRC4 inflammasome receptors for bacterial flagellin and type III secretion apparatus. Nature., v. 477, p. 596-600, 2011.
ZHOU, R., TARDIVEL, A., THORENS, B., CHOI, I., TSCHOPP, J. Thioredoxin-interacting protein links oxidative stress to inflammasome activation. Nat. Immunol., v. 11, p. 136-140, 2010.
ZHOU, R., YAZDI, A.S., MENU, P., TSCHOPP, J. A role for mitochondria in NLRP3 inflammasome activation. Nature., v. 469, p. 221-225, 2011.
ZILBAUER, M., DORRELL, N., ELMI, A., LINDLEY, K.J., SCHULLER, S., JONES, H.E., KLEIN, N.J., NUNEZ, G., WREN, B.W., BAJAJ-ELLIOTT, M. A major role for intestinal epithelial nucleotide oligomerization domain 1 (NOD1) in eliciting host bactericidal immune responses to Campylobacter jejuni. Cell Microbiol., v. 9, p. 2404-2416, 2007.
ZINK, S.D., PEDERSEN, L., CIANCIOTTO, N.P., BU-KWAIK, Y. The Dot/Icm type IV secretion system of Legionella pneumophila is essential for the induction of apoptosis in human macrophages. Infect. Immun., v. 70, p. 1657-1663, 2002.
ZOU, H., LI, Y., LIU, X., WANG, X. An APAF-1.cytochrome c multimeric complex is a functional apoptosome that activates procaspase-9. J. Biol. Chem., v. 274, p. 11549-11556, 1999.
Anexos
Lima Júnior, D. S. Anexos
162
9. ANEXOS
9.1 Anexo 1: Artigo publicado
a r t i c l e s
nature medicine VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 909
Leishmaniasis is caused by protozoan parasites of the Leishmania genus, which includes several species wildly distributed in South America and Asia1. Whereas L. (L.) amazonensis and L. (Viannia) braziliensis induce the cutaneous and mucocutaneous forms of the disease, L. (L.) infantum chagasi causes a life-threatening visceral form of leishmaniasis1,2.
Leishmania parasites survive and multiply in macrophages, which are able to produce leishmanicidal products that contribute effec-tively to the restriction of parasite proliferation3–5. A potent leish-manicidal factor produced by macrophages is NO produced by the enzyme NOS2, which is tightly regulated in response to infection by pathways that are not completely elucidated6–8.
Macrophage activation is crucial for the initiation of protective immune responses to different diseases, including leishmaniasis. Activation is achieved when host cell receptors sense microbial com-ponents or stress signals. Members of the Nod-like receptor (NLR) family of proteins have emerged as important innate immune sen-sors of microbes and damage9. Certain NLRs regulate the assembly of the inflammasome, a multimeric complex that contains active caspase-1 (reviewed in ref. 10). The Nlrp3 inflammasome requires the adaptor protein Asc (also called Pycard) and has been extensively studied because of its association with important chronic inflam-matory diseases, including gout, Alzheimer’s disease and type 2 diabetes11. The Nlrp3 inflammasome responds to microbial RNA
and perturbations in the membranes of innate immune cells; this feature suggests that Nlrp3 is a sensor of damage (reviewed in ref. 10). Through mechanisms that are not yet elucidated, the assembly of the canonical Nlrp3 inflammasome requires the efflux of potassium (K)+ and is impaired by inhibitors of K+ transporters, lysosomal cathep-sins and reactive oxygen species12–15. Once activated, caspase-1 induces processing and secretion of IL-1β, which is transcriptionally regulated when microbial components are sensed by pattern recogni-tion receptors16.
The activation of the inflammasome in response to infection by intracellular pathogens has been extensively investigated. However, only a few studies have addressed the role of the inflammasome in the restriction of infection by these microbes, and the mechanisms that underlie inflammasome-mediated host resistance are largely unknown17–20. In this study we addressed the role of the inflamma-some in the host response to intracellular protozoan parasites of the Leishmania genus. We found that the Nlrp3 inflammasome is engaged in response to L. amazonensis infection and that activation of this molecular platform has a crucial role in the restriction of parasite replication both in isolated macrophages and in vivo. Notably, we found that IL-1β is important for host resistance to infection, as IL-1β signaling through IL-1R and MyD88 contributes to induce NOS2-mediated production of NO, which is a major host defense mecha-nism against Leishmania spp.
1Departmento de Biologia Celular, Molecular e Bioagentes Patogêncios, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil. 2Departmento de Bioquímica e Imunologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil. 3Departmento de Imunologia, Instituto de Microbiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil. 4Departmento de Ciências Biológicas e Centro de Terapia Celular e Molecular, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil. 5Department of Immunobiology, Yale University School of Medicine, New Haven, Connecticut, USA. 6Howard Hughes Medical Institute, Yale University School of Medicine, New Haven, Connecticut, USA. 7Present addresses: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais, Brazil (T.W.P.M.), and School of Medicine, Antonio Nariño University, Bogotá, Colombia (F.R.S.G.). Correspondence should be addressed to D.S.Z. ([email protected]).
Received 26 February; accepted 6 May; published online 9 June 2013; doi:10.1038/nm.3221
Inflammasome-derived IL-1β production induces nitric oxide–mediated resistance to LeishmaniaDjalma S Lima-Junior1,2, Diego L Costa2, Vanessa Carregaro2, Larissa D Cunha1, Alexandre L N Silva1, Tiago W P Mineo2,7, Fredy R S Gutierrez2,7, Maria Bellio3, Karina R Bortoluci4, Richard A Flavell5,6, Marcelo T Bozza3, João S Silva2 & Dario S Zamboni1
Parasites of the Leishmania genus are the causative agents of leishmaniasis in humans, a disease that affects more than 12 million people worldwide. These parasites replicate intracellularly in macrophages, and the primary mechanisms underlying host resistance involve the production of nitric oxide (NO). In this study we show that the Nlrp3 inflammasome is activated in response to Leishmania infection and is important for the restriction of parasite replication both in macrophages and in vivo as demonstrated through the infection of inflammasome-deficient mice with Leishmania amazonensis, Leishmania braziliensis and Leishmania infantum chagasi. Inflammasome-driven interleukin-1b (IL-1b) production facilitated host resistance to infection, as signaling through IL-1 receptor (IL-1R) and MyD88 was necessary and sufficient to trigger inducible nitric oxide synthase (NOS2)-mediated production of NO. In this manuscript we identify a major signaling platform for host resistance to Leishmania spp. infection and describe the molecular mechanisms underlying Leishmania-induced NO production.
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
a r t i c l e s
910 VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 nature medicine
RESULTSThe inflammasome is activated in response to L. amazonensisAlthough caspase-1 is activated in macrophages in response to sev-eral intracellular and extracellular bacterial pathogens, the ability of parasites from the Leishmania genus to trigger caspase-1 activation is unknown. To determine whether macrophages activate caspase-1 in response to L. amazonensis infection, we infected bone marrow–derived macrophages (BMDMs) from C57BL/6 mice with station-ary-phase forms of L. amazonensis and directly measured caspase-1 activation using a fluorescent dye that stains the active form of cas-pase-1 (FAM-YVAD)20. We found that L. amazonensis infection trig-gered caspase-1 activation in C57BL/6 but not in caspase-1–deficient (Casp1−/−) BMDMs (Fig. 1a–c). The secretion of IL-1β is depend-ent on active caspase-1. We observed that BMDMs obtained from C57BL/6 mice, but not those from Casp1−/− mice, produced signifi-cant amounts of IL-1β in response to L. amazonensis infection in cells pretreated with lipopolysaccharide (LPS) or interferon-γ (IFN-γ) (Fig. 1d,e). To further evaluate whether caspase-1 activation is induced in response to live parasites, we infected BMDMs with live or nonviable (dead) L. amazonensis parasites and measured IL-1β secretion. Live L. amazonensis effectively induced IL-1β secretion, whereas nonviable parasites (boiled, inactivated with ultraviolet light or formaldehyde fixed) did not induce IL-1β secretion (Fig. 1f). We also observed these effects in response to infection with metacyclic forms of the parasite (Fig. 1g).
To determine which NLR is responsible for caspase-1 activation in response to L. amazonensis infection, we performed experiments using BMDMs deficient in different inflammasome components. The FAM-YVAD assay revealed that BMDMs from Pycard−/−, Casp1−/− and Nlrp3−/− mice induced neither caspase-1 activation (Fig. 2a,b) nor IL-1β secretion after infection with L. amazonensis (Fig. 2c). In this experiment we also used a combination of LPS and nigericin, which induces activation of the Nlrp3 inflammasome16,17. Moreover, we per-formed western blot assays with BMDMs treated with nigericin or L. amazonensis to further confirm the activation of the Nlrp3 inflam-masome in response to L. amazonensis infection. We observed that
L. amazonensis infection induced the processing and secretion of the caspase-1 subunit p20 and the IL-1β subunit p19 in a Nlrp3-dependent, Asc-dependent and caspase-1–dependent manner (Fig. 2d). The reduced amount of IL-1β production and caspase-1 cleavage in L. amazonensis–infected macrophages as compared to cells treated with LPS and nigericin supports the hypothesis that L. amazonen-sis may modulate and perhaps inhibit inflammasome activation in some instances, a feature that will require further investigation. Nonetheless, the inflammasome is engaged in response to Leishmania infection, and to further evaluate inflammasome assembly in situ, we transduced BMDMs with a retroviral construct encoding GFP-tagged Asc (Asc-GFP). We infected the transduced BMDMs with L. amazonensis and found formation of Asc foci in the infected cells at 2 and 6 h after infection with either stationary-phase or metacyclic forms of L. amazonensis (Fig. 2e–h), thus indicating the assembly of the inflammasome in response to L. amazonensis infection.
Potassium efflux is crucial for the activation of the Nlrp3 inflam-masome16,21. Moreover, CA-074-ME (a compound that inhibits both cathepsin B and cathepsin L) and glibenclamide (a drug that inhibits ATP-sensitive potassium channels) both inhibit activation of the Nlrp3 inflammasome15,22,23. To further investigate the role of Nlrp3 in the activation of caspase-1 in response to L. amazonensis infection, we determined whether glibenclamide, CA-074-ME and extracellular K+ interfere with caspase-1 activation during the macrophage response to L. amazonensis infection. FAM-YVAD+ staining and IL-1β secre-tion demonstrated that the addition of glibenclamide, CA-074-ME or potassium chloride (KCl), but not sodium chloride (NaCl), impaired L. amazonensis–induced caspase-1 activation (Supplementary Fig. 1). Taken together these results indicate that potassium, cathepsins and K+ channels are all required for L. amazonensis–induced Nlrp3 inflam-masome activation, thus supporting a key role for this inflammasome in caspase-1 activation in BMDMs infected with L. amazonensis.
Inflammasome facilitates restriction of Leishmania infectionTo evaluate the role of the inflammasome in the restriction of L. amazonensis replication in BMDMs, we measured parasite
C57BL/6a
0 102 103
FAM-YVAD104 105
NI6 h12 h24 h48 h
FAM-YVAD0 102 103 104 105
Casp1–/–
NI6 h12 h24 h48 h
b50
40
6 h 12 h 24 h 48 h
NI L.a NI L.a NI L.a NI L.a
30*
**
*
20
C57BL/6Casp1–/–
10
FA
M-Y
VA
D+ c
ells
(%
)
0
c
Parasite-to-cell ratio0:1 1:1 5:1 10:1 20:1
* *
*
C57BL/6Casp1–/–
FA
M-Y
VA
D+ c
ells
(%
) 50
40
30
20
10
0
d350 *
*
300
250
200
150
100
IL-1
β (p
g m
l–1)
50
0
Med
ium LPS L.
a
LPS +
L.a
C57BL/6Casp1–/–
e1,200
1,000
800
600
400
200
0
*
IL-1
β (p
g m
l–1)
Med
iumIF
N-γ
IFN-γ
+ L.
a
C57BL/6Casp1–/–
f g
**
IL-1
β (p
g m
l–1)
IL-1
β (p
g m
l–1)
300500
400
300
200
100
0
200
100
0NI
L.a
L.a
irrad
iated
L.a
form
ald.
L.a
boile
dLP
S
LPS +
L.a
Med
ium
C57BL/6Casp1–/–Figure 1 Caspase-1 is activated in response to L. amazonensis infection. (a) Flow cytometry
analysis of C57BL/6 and Casp1−/− BMDMs infected with L. amazonensis at an MOI of 10 at 6 (green), 12 (purple), 24 (cyan) and 48 h (blue) of infection. The red-filled histograms indicate BMDMs that were not infected (NI). (b) Quantification of the average percentages of FAM-YVAD+ cells in the experiment in a. L.a, L. amazonensis. (c) Percentage of FAM-YVAD+ C57BL/6 and Casp1−/− BMDMs infected at an MOI of 1, 5, 10 or 20 for 24 h. (d,e) IL-1β production assessed by ELISA of C57BL/6 and Casp1−/− BMDMs stimulated for 6 h with 500 ng ml−1 LPS (d) or 10 ng ml−1 IFN-γ (e) and subsequently infected with L. amazonensis for 42 h. (f) IL-1β production assessed by ELISA of C57BL/6 BMDMs pretreated for 6 h with 500 ng ml−1 LPS and left uninfected or treated with live, irradiated, formaldehyde (formald.) fixed or boiled L. amazonensis at an MOI of 10 after 42 h of infection. (g) IL-1β production assessed by ELISA of C57BL/6 and Casp1−/− BMDMs stimulated for 6 h with 500 ng ml−1 LPS and infected with metacyclic forms of L. amazonensis at an MOI of 1 for 42 h. One representative of three (a–f) or two (g) independent experiments performed in triplicate is shown. Error bars (b–g), s.d. *P < 0.05 (two-way analysis of variance (ANOVA) with Bonferroni’s post test (b,c) or Student’s t test (d–g)) compared to Casp1−/− (b–e,g) or NI (f).
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
a r t i c l e s
nature medicine VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 911
replication in BMDMs obtained from C57BL/6 or inflammasome- deficient mice. We also used BMDMs from Nos2−/− mice because NOS2-induced NO is essential for the restriction of parasite growth8,24,25. Although parasite internalization by the BMDMs was similar after 1 h of infection, the BMDMs from Pycard−/−, Casp1−/−, Nlrp3−/− and Nos2−/− mice had higher percentages of infected cells (Fig. 3a) and higher numbers of intracellular amastigotes (Fig. 3b,c) after 24, 48, 72 and 96 h of infection compared to C57BL/6 BMDMs. We performed similar experiments using metacyclic forms of L. amazonensis and found that the parasites replicated more efficiently in cells deficient in the inflammasome or NOS2 (Fig. 3d). To further evaluate L. amazonensis replication in BMDMs, we used GFP-expressing L. amazonensis (La-GFP+) to quantify parasite replication using flow cytometry. To validate the effectiveness of this method, we infected BMDMs with different multiplicities of infection (MOIs) of La-GFP+ for 3 h and determined the percentage of GFP+ BMDMs using flow cytometry. We observed a direct correlation between the MOI used for infection, the percentage of GFP+ BMDMs and the integrated mean fluorescence intensity (iMFI) of the infected BMDMs (Supplementary Fig. 2). We then used the La-GFP+ parasites to evaluate the role of the inflam-masome in the restriction of intracellular parasite replication using flow cytometry. We observed that the parasite loads in the Nlrp3−/−, Pycard−/− and Casp1−/− BMDMs were significantly higher than those in C57BL/6 BMDMs and were similar to those in Nos2−/− BMDMs, as demonstrated by the percentage of GFP+ BMDMs at 48 h after infec-tion (Fig. 3e) and the MFIs of the GFP+ BMDMs during a 96-h growth kinetics analysis (Fig. 3f). We further investigated whether treatment of the BMDMs with the inhibitors described above affects the restric-tion of parasite replication. We observed that the C57BL/6 BMDMs treated with CA-074-ME, glibenclamide or KCl, but not NaCl, were more susceptible to L. amazonensis replication, as demonstrated by the percentage of GFP+ BMDMs and the iMFIs of the infected BMDMs; however, these treatments did not alter parasite replication in Pycard−/− or Casp1−/− cells (Fig. 3g,h). Taken together, these results indicate that the activation of the Nlrp3 inflammasome is important for the restric-tion of L. amazonensis replication in BMDMs.
To evaluate the role of the inflammasome in infection of mice, we used an ear model of infection26. We observed a significant increase in the size of the lesions and skin necroses in the ears of Nlrp3−/−,
Pycard−/− and Casp1−/− mice compared to those in the ears of C57BL/6 mice (Fig. 4a,b). Consistent with the increased lesion size, Nlrp3−/−, Pycard−/− and Casp1−/− mice also harbored increased parasite loads in the ears, lymph nodes and spleen as measured by a limiting dilu-tion of organ homogenates after 8 weeks of infection (Fig. 4c). We obtained similar results in mice infected with metacyclic promas-tigotes of L. amazonensis, the infective forms of the parasite that are injected through insect bites in natural infections (Fig. 4d–f). We also performed infections in an A/J mouse background, which is resistant to L. amazonensis27, to evaluate whether the observed phenomena were limited to the mouse background chosen for our experimental model. Therefore, we generated caspase-1–deficient mice in an A/J background (A/J-Casp1−/−) by backcrossing mice carrying the caspase-1–deficient allele with A/J mice for ten generations. The experiments performed with this mouse strain indicated that the caspase-1 deficiency in A/J-Casp1−/− mice increased lesion develop-ment, skin necrosis and parasite load compared to infected A/J control mice (Fig. 4g–i). Taken together, these results suggest that regardless of the mouse background and parasite forms used for infection, the inflammasome is important for the efficient restriction of parasite infection in cutaneous leishmaniasis.
To investigate inflammasome activation in infected mice, we quantified the production of IL-1β in cells obtained from L. amazonensis–infected mice. We found substantial production of IL-1β in lymph-node and spleen cells obtained from C57BL/6 mice infected for 2 or 5 weeks. The production of IL-1β detected in these ex vivo experiments was dependent on the inflammasome, as we detected no IL-1β in the supernatants of cultures of cells obtained from infected Pycard−/− or Casp1−/− mice (Supplementary Fig. 3).
Inflammasome triggers NO-mediated resistance to infectionWe assessed the role of IL-1β in host resistance to L. amazonensis infection because the processing of this cytokine in BMDMs is dependent strictly on the inflammasome and because polymor-phisms within the human IL1B gene are associated with severity of disease28,29. We quantified parasite replication in C57BL/6 and inflammasome-deficient BMDMs treated with different concentra-tions of an IL-1R antagonist (IL-1Ra)30. We observed that inhibiting endogenous IL-1R signaling resulted in a dose-dependent increase
a30
NI
NINig
L.a* *
*
* * *
*
*
*
L.a
NI L.a
NI L.a
NI L.a
10 µM
FA
M-Y
VA
D+ c
ells
(%
)
IL-1
β (p
g m
l–1)
NI2
h6
h24
h NI2
h6
h24
h
Asc
foci
(%
)
iMF
I
8,000
b c
d e f
g h
20
10
0
SN
Casp-1 p45
Casp-1 p20
Casp-1 p45
IL-1β p19
Lys
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
C57BL/
6LP
S
Med
ium L.a
LPS +
L.a
LPS +
Nig
Pycard–/
–
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
6,000
4,000
2,000
2,000
0
1,200400300200100
0
1086420
10
8
6
4
2
0
NIL.a
Figure 2 The Nlrp3 inflammasome is required for caspase-1 activation in macrophages infected with L. amazonensis. (a,b) Flow cytometry analysis of FAM-YVAD staining of C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nlrp3−/− BMDMs infected with stationary-phase L. amazonensis at an MOI of 10 for 42 h. (c) IL-1β production from C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nlrp3−/− BMDMs stimulated for 6 h with LPS (500 ng ml−1) and infected with stationary-phase L. amazonensis at an MOI of 10 for 42 h or treated with 20 µM nigericin (Nig) for 1 h. (d) Immunoblotting for caspase-1 p20 and IL-1β p19 in cell-culture supernatants (SN) and cell lysates (Lys) of BMDMs stimulated for 6 h with LPS (500 ng ml−1) and infected or not infected with stationary-phase L. amazonensis at an MOI of 10 for 42 h. (e–h) Immunofluorescence and quantification of Casp1−/− BMDMs transduced with a retroviral construct encoding Asc-GFP and infected with stationary-phase L. amazonensis at an MOI of 5 (f,g) or with metacyclic promastigotes at an MOI of 3 (h). (e) Uninfected Casp1−/− BMDMs expressing Asc-GFP dispersed in the cytoplasm (green). (f) BMDMs infected with L. amazonensis (red) for 2 h showing the Asc-GFP foci (green). (g,h) Quantification of the percentage of Asc foci at 2, 6 and 24 h after infection of the BMDMs. One representative of three experiments performed in triplicate is shown throughout. Error bars (a–c,g,h), s.d. *P < 0.05 (Student’s t test (a–c) or one-way ANOVA with Bonferroni’s post test (g,h)) compared to NI (a,b,g,h) or similarly treated Pycard−/−, Casp1−/− and Nlrp3−/− BMDMs (c).
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
a r t i c l e s
912 VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 nature medicine
in the susceptibility of C57BL/6 BMDMs to infection; in contrast, the susceptibility of Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− BMDMs was not affected by IL-1Ra treatment (Fig. 5a). To evaluate the role of IL-1β in the leishmanicidal activity of BMDMs, we treated C57BL/6 BMDMs with recombinant IL-1β or IFN-γ and measured parasite replication. We observed a dose-dependent restriction of parasite replication in BMDMs treated with either IL-1β or IFN-γ (Fig. 5b). To address whether the leishmanicidal activity induced through IL-1β required components of the inflammasome, we treated BMDMs from C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− mice with exogenous IL-1β and measured parasite replication. We observed that the addi-tion of exogenous IL-1β triggered pronounced leishmanicidal activity in C57BL/6 BMDMs and, to a lesser extent, in BMDMs obtained from inflammasome-deficient mice (Fig. 5c). To determine whether IL-1β contributes to NO production in infected BMDMs, we measured the
production of nitrite in the supernatants of L. amazonensis–infected C57BL/6 BMDMs treated with IL-1β or IFN-γ. We observed a dose-dependent production of NO2
− in response to either IFN-γ or IL-1β (Fig. 5d). BMDMs from Pycard−/− and Casp1−/− mice, but not Nos2−/− mice, produced NO in response to IL-1β (Fig. 5e). Notably, the addi-tion of exogenous IL-1β only partially restored the leishmanicidal activity (and NO production) in inflammasome-deficient BMDMs (Fig. 5c,e). Thus, we speculate that the inflammasome is involved in additional processes leading to macrophage resistance.
Because IFN-γ is crucial for NO production31–33, we investigated the requirement of the inflammasome for IFN-γ production in BMDMs infected with L. amazonensis. We infected BMDMs from C57BL/6 and Casp1−/− mice with L. amazonensis and measured the expression of IFN-γ using quantitative RT-PCR. We observed that caspase-1–deficient BMDMs had impaired expression of Nos2 and
g90
80
70
60
50
40
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
Per
cent
age
ofG
FP
+ c
ells
***
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
140
120
100
80
60
40
iMF
I (×
103 )
***
e
* **90
80
70
60
50
40
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
Per
cent
age
ofG
FP
+ c
ells
100
a
90
80
70
60
* ** *
501 24 48
Time (h)72 96
Per
cent
age
of c
ells
infe
cted
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
Nos2–/–
b
9
7
5
3
1
* **
*
1 24 48Time (h)
72 96
Ave
rage
num
ber
ofpa
rasi
tes
per
cell
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
Nos2–/–
f
*****
**
****
***
3.0
2.5
2.0
1.5
1.01 24 48
Time (h)72 96
MF
I (×
103 )
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
Nos2–/–
d
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
**
*
1 24 48Time (h)
72 96
Ave
rage
num
ber
ofpa
rasi
tes
per
cell
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
Nos2–/–
c
50
40
30
20
10
0
****
****
****
1–4
5–7
8–11 >1
1
Num
ber
ofam
astig
otes
per
cel
l
Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
Nos2–/–
C57BL/6
Medium CA-074-MEh
Gliben KCI NaCIFigure 3 L. amazonensis multiplication is increased in macrophages from inflammasome- deficient mice. (a–d) Giemsa staining of C57BL/6, Nlrp3−/−, Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− BMDMs infected with stationary-phase L. amazonensis at an MOI of 10 (a–c) or metacyclic promastigotes at an MOI of 1 (d) for 1 h, washed and incubated for 24, 48, 72 or 96 h. (e,f) Flow cytometry analysis of BMDMs infected for 48 h (e) or for 24, 48, 72 or 96 h (f) with stationary-phase L. amazonensis constitutively expressing GFP (La-GFP+). (g,h) Flow cytometry analysis of C57BL/6 BMDMs pretreated with CA-074-ME (100 µM), glibenclamide (Gliben; 100 µM), KCl (100 mM) or NaCl (100 mM) and subsequently incubated with La-GFP+ at an MOI of 10 for 48 h. One representative of three independent experiments performed in triplicate is shown throughout. Error bars (a–h), s.d. *P < 0.05 (two-way ANOVA with Bonferroni’s post test (a–d,f) or Student’s t test (e,g,h)) for Pycard−/−, Casp1−/−, Nlrp3−/− and Nos2−/− compared to C57BL/6 (a–f) or medium (g,h).
C57BL/6 Pycard–/–
Pycard–/
–
Pycard–/
–
Pycard–/
–
Pycard–/
–
Pycard–/
–
Pycard–/–Casp1–/– Nlrp3–/–
C57BL/
6
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
C57BL/6 Casp1–/– Nlrp3–/–
** * *
** * * *
1 cm 1 cm 1 cm
3.0 C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nlrp3–/–
Lesi
on s
ize
(mm
) 2.5
2.0
1.5
**
**
** *
1.0
0.5
01 2 3
Time of infection (weeks)4 5 6 7 8
A/J
A/J
A/J-Casp1–/–
A/J-Casp1–/
–A/J
A/J-Casp1–/
–
2.5 Pycard–/–
Lesi
on s
ize
(mm
)
**
**
* *2.0
1.5
1.0
0.5
01 2 3
Time of infection (weeks)4 5 6 7 8
C57BL/6
Casp1–/–
Nlrp3–/–
1.75
Lesi
on s
ize
(mm
)
***
*
** * *1.50
1.25
1.00
0.75
0.50
0.250
1 2 3Time of infection (weeks)
4 5 6 7 8
A/JA/J-Casp1–/–
d
e h
i
ga
b
c f10
Ear Lymph node Lymph nodeSpleen Spleen Ear Lymph node
–log
10 o
fpa
rasi
te ti
ter
–log
10 o
fpa
rasi
te ti
ter
–log
10 o
fpa
rasi
te ti
ter
864
C57BL/
6
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
* * *8
Ear
76
45
C57BL/
6
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
Pycard–/
–
C57BL/
6
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
* **
5432
* * * *3210
87654
5.04.54.03.53.02.5
C57BL/
6
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
5432
C57BL/
6
Casp1–/
–
Nlrp3–/
–
3210
Figure 4 The Nlrp3 inflammasome is important for the in vivo restriction of L. amazonensis infection. (a–c) Quantification of lesion development (a), representative images of ear lesions after 8 weeks of infection (b) and limiting dilution analysis of parasite burden in the infected ear, draining lymph node and spleen at 8 weeks of infection (c) in C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nlrp3−/− mice in the C57BL/6 genetic background infected in the ear dermis with 106 stationary-phase L. amazonensis promastigotes. (d–f) As in a–c but using infection with 105 metacyclic promastigotes of L. amazonensis. (g–i) As in a–c but using A/J and A/J-Casp1−/− mice infected in the ear dermis with 106 stationary-phase L. amazonensis promastigotes. One representative of six (a–c) or three (d–i) independent experiments using four or five mice per group is shown (with the symbols in c, f and i each representing an individual mouse). Error bars (a,d,g), s.d. *P < 0.05 (two-way ANOVA with Bonferroni’s post test (a,d,g) or Student’s t test (c,f,i)) for Pycard−/−, Casp1−/− and Nlrp3−/− compared to C57BL/6 (a,c,d,f) or A/J-Casp1−/− compared to A/J (g,i).
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
a r t i c l e s
nature medicine VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 913
Ifng, but not Tnfa (tumor necrosis factor-α) RNA, in response to infection (Fig. 5f). These data indicate that the inflammasome is required for the efficient production of IFN-γ in BMDMs.
Next, we treated BMDMs with IFN-γ in combination with IL-1β and observed that the addition of both cytokines fully complemented Casp1–/– BMDMs for NO production and restriction of L. amazonensis infection (Fig. 5g). Accordingly, when we added antibodies specific to IFN-γ to the cultures (that is, blocking the endogenous IFN-γ), IL-1β alone induced similar production of NO and restriction of L. amazonensis infection in C57BL/6 and Casp1–/– BMDMs (Fig. 5g). To further evaluate the role of NO in leishmanicidal mechanisms induced through IL-1β and inflammasomes, we used the inhibitors L-NMMA and aminoguanidine to block the endogenous production of NO in L. amazonensis–infected BMDMs. We observed that both
drugs affected the leishmanicidal activity of C57BL/6 BMDMs but did not alter the parasitism of cells deficient in Asc, Casp1 or Nos2 (Fig. 5h,i). Collectively these data indicate that the inflammasome is important for NO-dependent restriction of parasite replication in BMDMs through mechanisms involving the production of IL-1β and IFN-γ.
The role of the inflammasome in the induction of NO produc-tion in response to L. amazonensis was also evident ex vivo. Cells obtained from the lymph nodes and spleens of infected C57BL/6, but not Pycard−/− or Casp1−/−, mice induced NOS2 expression and NO production after stimulation with L. amazonensis antigens (Supplementary Fig. 4a–d). This process was dependent on the IFN-γ produced in response to the L. amazonensis antigens, as the ex vivo cultures from Ifng−/− mice did not produce IL-1β and NO in response to antigen stimulation (Supplementary Fig. 5).
**
*
e f
NO
– 2 (µ
M)
NO
– 2 (µ
M)
mR
NA
expr
essi
on
***
* *
– – – + – – – –– + – – + – – –– – + – – – – +– – – + + + – –– – – – – – + +
*
10152025
50
5.07.5
10.012.5
2.50
00.
1 1
IL-1β (ng ml–1)
IL-1β (1 ng ml–1)IL-1β (10 ng ml–1)
IL-1β (100 ng ml–1)IFN-γ (10 ng ml–1)
Anti–IFN-γ
10 IfngNos2
Tnfa
100
90
* * *
a
80
70
Per
cent
age
ofG
FP
+ c
ells
60
500
0.1 1
IL-1Ra (µg ml–1)
10 100
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nos2–/–
**
**
b
70
5060
40302010
00.
1 1
Cytokines (ng ml–1)
10 1001,
000
IFN-γIL-1β
*
**
**
*
NO
– 2 (µ
M)
50403020100
00.
1 1
Cytokines (ng ml–1)
10100
1,00
0
d IFN-γIL-1β
** *
*
c
708090
100
5060
400
0.1 1
IL-1β (ng ml–1)
10 100
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nos2–/–
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nos2–/–
C57BL/6Casp1–/–
g
Per
cent
age
ofG
FP
+ c
ells
20
40
60
80
0
*
**
* *
10
20
40
30
0
* **
C57BL/6Casp1–/–
h
80
70
Per
cent
age
ofG
FP
+ c
ells
60
40
50
00.
51.
0
L-NMMA (mg ml–1)
2.5
* * *
i
8070
Per
cent
age
ofG
FP
+ B
MD
Ms
60
4030
50
0 10 100
Ag (µM)1,
000
* * *
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nos2–/–
C57BL/6Pycard–/–
Casp1–/–
Nos2–/–
Figure 5 IL-1β and IFN-γ contribute to inflammasome-dependent parasite elimination through NO-dependent mechanisms. (a) Flow cytometry analysis of C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− BMDMs pretreated for 3 h with IL-1Ra and infected with stationary- phase La-GFP+ at an MOI of 10 for 42 h. (b,c) Flow cytometry analysis of C57BL/6 (b) and C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− BMDMs treated or not with different concentrations of IFN-γ or IL-1β for 6 h and infected with La-GFP+ at an MOI of 10 for 42 h. (d,e) Nitrite concentrations, estimated by Griess assay, in the supernatants from the BMDMs cultures in b and c, respectively. (f) Expression of Ifng, Nos2 and Tnfa in C57BL/6 and Casp1−/− BMDMs infected with stationary-phase L. amazonensis promastigotes at an MOI of 10 for 12 h. The values are shown as the average fold change over uninfected controls. (g) Flow cytometry analysis and nitrite production of C57BL/6 and Casp1−/− BMDMs treated or not with the indicated concentrations of IFN-γ, IL-1β or both for 6 h and subsequently infected with La-GFP+ at an MOI of 10 for 42 h. Where indicated, 2 µg ml−1 of antibody to IFN-γ (anti–IFN-γ) was added to the cultures. (h,i) Flow cytometry analysis of C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− BMDMs pretreated for 3 h with different concentrations of L-NMMA (h) or aminoguanidine (Ag) (i) and subsequently infected with La-GFP+ at an MOI of 10 for 42 h. One representative of four (a), three (c,e–i) or two (b,d) independent experiments performed in triplicate is shown. Error bars (a–i), s.d. *P < 0.05 (two-way ANOVA with Bonferroni’s post test (a,c,e,g–i), one-way ANOVA with Bonferroni’s post test (b,d) or Student’s t test (f)) for Pycard−/−, Casp1−/− and Nos2−/− compared to C57BL/6 (a,h,i) or for Casp1−/− compared to C57BL/6 (f,g) or untreated cultures (b–e).
d Pycard–/– Casp1–/– ll1r–/– Myd88–/–C57BL/6
1 cm
a90
80
70
60
50Per
cent
age
ofG
FP
+ c
ells * * *
*
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
ll1r–/
–
Myd88
–/–
b*
**
*
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
ll1r–/
–
Myd88
–/–
20.017.515.012.510.07.55.0
iMF
I (×
104 )
e*
* **
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
ll1r–/
–
Myd88
–/–
Spleen3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
** * *
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
ll1r–/
–
Myd88
–/–
Lymph node5.0
4.5
4.0
3.5
3.0
2.5
** *
*
C57BL/
6
Pycard–/
–
Casp1–/
–
ll1r–/
–
Myd88
–/–
11
10
9
8
7
6
5
Ear
–log
10 o
fpa
rasi
te ti
ter
c
**
**
**
3.5
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
01 2 3 4 5 6 7 8
Lesi
on s
ize
(mm
)
Time of infection (weeks)
Pycard–/–
Casp1–/–
ll1r–/–
Myd88–/–
C57BL/6
Figure 6 IL-1R signaling is important for the control of L. amazonensis infection in macrophages and in vivo. (a,b) Flow cytometry analysis of C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/−, Il1r−/− and Myd88−/− BMDMs incubated for 48 h with stationary-phase La-GFP+ at an MOI of 10. One representative of two independent experiments performed in triplicate is shown. (c) Lesion development in C57BL/6, Pycard−/−, Casp1−/− Il1r−/− and Myd88−/− mice infected in the ear dermis with 106 stationary-phase L. amazonensis promastigotes. (d) Representative images of ear lesions after 8 weeks of infection in the mice in c. (e) Limiting dilution analysis of parasite burden in the infected ear, draining lymph node and spleen measured 8 weeks after infection in the mice in c. One representative of three independent experiments using five mice per group is shown in c and e (each symbol in e represents an individual mouse). Error bars (a–c), s.d. *P < 0.05 (Student’s t test (a,b,e) or two-way ANOVA with Bonferroni’s post test (c)) for Pycard−/−, Casp1−/−, Il1r−/− and Myd88−/− compared to C57BL/6.
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
a r t i c l e s
914 VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 nature medicine
To further investigate the role of IL-1 signaling in the restriction of macrophage infection, we performed experiments with BMDMs from mice deficient in IL-1R or MyD88, which are both required for IL-1 signaling. We observed that the BMDMs obtained from Il1r−/− and Myd88−/−mice were as susceptible to infection as those obtained from Pycard−/− and Casp1−/− mice (Fig. 6a,b). Accordingly, Il1r−/− and Myd88−/− mice were as susceptible to infection as mice deficient in Asc and Casp1 (Fig. 6c–e).
We then examined the activation and role of the inflammasome in response to infection with other species of the Leishmania genus, namely Leishmania (Leishmania) major, L. (V.) braziliensis and L. (L.) infantum chagasi. FAM-YVAD staining and IL-1β production showed that the inflammasome is activated in BMDMs infected with L. major, L. braziliensis or L. amazonensis (Supplementary Fig. 6a,b). However, we detected no difference in lesion development or parasite burden in the ears and lymph nodes of C57BL/6 and inflammasome-deficient mice after intradermal inoculation of L. major (Supplementary Fig. 7). In contrast, the inflammasome was important for restric-tion of in vivo infection with L. braziliensis or L. infantum chagasi (Supplementary Fig. 8). Taken together, these results indicate that activation of the inflammasome is an important process in host resist-ance against infection with several species of the Leishmania genus.
DISCUSSIONThe generation of an appropriate immune response, which requires an effective innate immune recognition of parasites, is essential for human resistance against infectious diseases, including leishmania-sis. Although MyD88-dependent Toll-like receptor (TLR) signaling has been reported to be important for parasite recognition34,35, the species of Leishmania are known to be immunologically silent and bypass recognition by innate immune receptors during infection36–39. In this study we identified the inflammasome as a crucial innate immune platform for the recognition of Leishmania spp. Notably, the activation of the inflammasome leads to autonomous macro-phage mechanisms that culminate with the restriction of intracel-lular parasite replication. These processes involve the regulation of IFN-γ and processing of IL-1β, which facilitates the expression of NOS2, an enzyme that is required for NO-mediated restriction of Leishmania replication in macrophages6–8. These data explain recent reports indicating that IL-1β signaling is crucial for the determination of the severity of disease in humans28,29. Polymorphisms within the human IL1B gene are associated with severity of disease, which can lead to either the development of severe cases of visceral leishmaniasis in patients infected with L. infantum chagasi or uncontrolled diffuse forms of cutaneous leishmaniasis in patients infected with Leishmania mexicana28,29. In this study we found that macrophages and mice that were deficient in IL-1R were just as susceptible to infection as those deficient in Casp1, Asc or Nlrp3, which suggests that IL-1 signaling is important for the inflammasome-dependent restriction of Leishmania spp. replication.
Although the inflammasome is activated in BMDMs infected with L. major, it was dispensable for host resistance to infection. It is important to highlight that the C57BL/6 background is the canonical restrictive background for L. major infection (reviewed in ref. 40). Thus, in such a restrictive genetic background, additional resistance mechanisms may be sufficient to limit parasite replication regardless of the presence of the inflammasome–IL-1 axis. The dispensable role of the inflammasome in the restriction of L. major infection corrobo-rates previous reports indicating that IL-1 signaling is dispensable in resistance against L. major infection in mice with the C57BL/6 genetic
background41–43. In this context, future studies will be important to test the role of the inflammasome and IL-1 signaling in a mouse back-ground that is susceptible to L. major infection. Nonetheless, regard-less of genetic background, infections performed with highly virulent species, which bypass the C57BL/6-mediated natural resistance to infection, supported an important role of the inflammasome and IL-1 signaling in host resistance to infection. Our data favor a model that couples molecules and cellular process that are known to be important in host resistance, including IFN-γ, NO, MyD88 and IL-1 signaling. The identification of this pivotal pathway in host resistance to leish-maniasis may enable the development of future therapeutic strate-gies for the modulation of the inflammasome, IL-1 signaling or both to facilitate the treatment of chronic, life-threatening and neglected infectious diseases such as leishmaniasis.
METhODSMethods and any associated references are available in the online version of the paper.
Note: Supplementary information is available in the online version of the paper.
ACKNoWLeDGMeNTSWe are grateful to M. Nakamura for technical assistance, F. Cunha (Universidade de São Paulo, Brazil) for providing IL-1Ra and V. Dixit (Genentech, USA) for providing us with the Nlrp3−/− mice and the antibody to caspase-1 p20. This work was supported by grants from Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV/CNPq), Núcleo de Apoio à Pesquisa em Doenças Inflamatórias (NAPDIN, grant 11.1.21625.01.0), Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FAEPA), Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases/World Health Organization (TDR/WHO, grant A60999 to D.S.Z.) and Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, grant 2006/52867-4 to D.S.Z.). D.L.C., V.C., L.D.C., A.L.N.S. and D.S.L.-J. (grant 2009/05054-6) are supported by fellowships from FAPESP. R.A.F. is an Investigator of the Howard Hughes Medical Institute. D.S.Z., M.B., M.T.B. and J.S.S. are Research Fellows from Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brazil.
AUTHoR CoNTRIBUTIoNSD.S.L.-J. designed and performed experiments, analyzed data, generated figures and wrote the manuscript. D.L.C., V.C., L.D.C. and A.L.N.S. designed and performed experiments and analyzed data. T.W.P.M., F.R.S.G. and M.T.B. helped with data interpretation, discussed the hypotheses and participated in manuscript preparation. M.B., K.R.B., R.A.F. and J.S.S. provided reagents and discussed the hypotheses. D.S.Z. supervised the project, designed the experiments, helped with data interpretation, participated in data analysis and wrote the manuscript.
CoMPeTING FINANCIAL INTeReSTSThe authors declare no competing financial interests.
Reprints and permissions information is available online at http://www.nature.com/reprints/index.html.
1. Reithinger, R. et al. Cutaneous leishmaniasis. Lancet Infect. Dis. 7, 581–596 (2007).
2. Chappuis, F. et al. Visceral leishmaniasis: what are the needs for diagnosis, treatment and control? Nat. Rev. Microbiol. 5, 873–882 (2007).
3. Bosque, F., Saravia, N.G., Valderrama, L. & Milon, G. Distinct innate and acquired immune responses to Leishmania in putative susceptible and resistant human populations endemically exposed to L. (Viannia) panamensis infection. Scand. J. Immunol. 51, 533–541 (2000).
4. Liu, D. & Uzonna, J.E. The early interaction of Leishmania with macrophages and dendritic cells and its influence on the host immune response. Front. Cell Infect. Microbiol. 2, 83 (2012).
5. Mosser, D.M. & Edwards, J.P. Exploring the full spectrum of macrophage activation. Nat. Rev. Immunol. 8, 958–969 (2008).
6. Green, S.J., Crawford, R.M., Hockmeyer, J.T., Meltzer, M.S. & Nacy, C.A. Leishmania major amastigotes initiate the l-arginine–dependent killing mechanism in IFN-(–stimulated macrophages by induction of tumor necrosis factor-α. J. Immunol. 145, 4290–4297 (1990).
7. Green, S.J., Meltzer, M.S., Hibbs, J.B. Jr. & Nacy, C.A. Activated macrophages destroy intracellular Leishmania major amastigotes by an l-arginine–dependent killing mechanism. J. Immunol. 144, 278–283 (1990).
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
a r t i c l e s
nature medicine VOLUME 19 | NUMBER 7 | JULY 2013 915
8. Mukbel, R.M. et al. Macrophage killing of Leishmania amazonensis amastigotes requires both nitric oxide and superoxide. Am. J. Trop. Med. Hyg. 76, 669–675 (2007).
9. Chen, G., Shaw, M.H., Kim, Y.G. & Nunez, G. NOD-like receptors: role in innate immunity and inflammatory disease. Annu. Rev. Pathol. 4, 365–398 (2009).
10. Martinon, F., Mayor, A. & Tschopp, J. The inflammasomes: guardians of the body. Annu. Rev. Immunol. 27, 229–265 (2009).
11. Wen, H., Ting, J.P. & O’Neill, L.A. A role for the NLRP3 inflammasome in metabolic diseases—did Warburg miss inflammation? Nat. Immunol. 13, 352–357 (2012).
12. Franchi, L., Kanneganti, T.D., Dubyak, G.R. & Nunez, G. Differential requirement of P2X7 receptor and intracellular K+ for caspase-1 activation induced by intracellular and extracellular bacteria. J. Biol. Chem. 282, 18810–18818 (2007).
13. Pétrilli, V. et al. Activation of the NALP3 inflammasome is triggered by low intracellular potassium concentration. Cell Death Differ. 14, 1583–1589 (2007).
14. Dostert, C. et al. Innate immune activation through Nalp3 inflammasome sensing of asbestos and silica. Science 320, 674–677 (2008).
15. Hornung, V. et al. Silica crystals and aluminum salts activate the NALP3 inflammasome through phagosomal destabilization. Nat. Immunol. 9, 847–856 (2008).
16. Mariathasan, S. et al. Cryopyrin activates the inflammasome in response to toxins and ATP. Nature 440, 228–232 (2006).
17. Mariathasan, S. et al. Differential activation of the inflammasome by caspase-1 adaptors ASC and Ipaf. Nature 430, 213–218 (2004).
18. Sutterwala, F.S. et al. Immune recognition of Pseudomonas aeruginosa mediated by the IPAF/NLRC4 inflammasome. J. Exp. Med. 204, 3235–3245 (2007).
19. Suzuki, T. et al. Differential regulation of caspase-1 activation, pyroptosis, and autophagy via Ipaf and ASC in Shigella-infected macrophages. PLoS Pathog. 3, e111 (2007).
20. Zamboni, D.S. et al. The Birc1e cytosolic pattern-recognition receptor contributes to the detection and control of Legionella pneumophila infection. Nat. Immunol. 7, 318–325 (2006).
21. Hamon, M.A. & Cossart, P. K+ efflux is required for histone H3 dephosphorylation by Listeria monocytogenes listeriolysin O and other pore-forming toxins. Infect. Immun. 79, 2839–2846 (2011).
22. Lamkanfi, M. et al. Glyburide inhibits the Cryopyrin/Nalp3 inflammasome. J. Cell Biol. 187, 61–70 (2009).
23. Montaser, M., Lalmanach, G. & Mach, L. CA-074, but not its methyl ester CA-074Me, is a selective inhibitor of cathepsin B within living cells. Biol. Chem. 383, 1305–1308 (2002).
24. Liew, F.Y. et al. Resistance to Leishmania major infection correlates with the induction of nitric oxide synthase in murine macrophages. Eur. J. Immunol. 21, 3009–3014 (1991).
25. Stenger, S., Thuring, H., Rollinghoff, M. & Bogdan, C. Tissue expression of inducible nitric oxide synthase is closely associated with resistance to Leishmania major. J. Exp. Med. 180, 783–793 (1994).
26. Belkaid, Y. et al. A natural model of Leishmania major infection reveals a prolonged “silent” phase of parasite amplification in the skin before the onset of lesion formation and immunity. J. Immunol. 165, 969–977 (2000).
27. Andrade, Z.A., Reed, S.G., Roters, S.B. & Sadigursky, M. Immunopathology of experimental cutaneous leishmaniasis. Am. J. Pathol. 114, 137–148 (1984).
28. Fernandez-Figueroa, E.A. et al. Disease severity in patients infected with Leishmania mexicana relates to IL-1β. PLoS Negl. Trop. Dis. 6, e1533 (2012).
29. Moravej, A. et al. IL-1β (–511T/C) gene polymorphism not IL-1β (+3953T/C) and LT-α (+252A/G) gene variants confers susceptibility to visceral leishmaniasis. Mol. Biol. Rep. 39, 6907–6914 (2012).
30. Ferreira, S.H., Lorenzetti, B.B., Bristow, A.F. & Poole, S. Interleukin-1 β as a potent hyperalgesic agent antagonized by a tripeptide analogue. Nature 334, 698–700 (1988).
31. Moncada, S., Palmer, R.M. & Higgs, E.A. Nitric oxide: physiology, pathophysiology, and pharmacology. Pharmacol. Rev. 43, 109–142 (1991).
32. Nathan, C. Nitric oxide as a secretory product of mammalian cells. FASEB J. 6, 3051–3064 (1992).
33. Werner-Felmayer, G. et al. Tetrahydrobiopterin-dependent formation of nitrite and nitrate in murine fibroblasts. J. Exp. Med. 172, 1599–1607 (1990).
34. Debus, A., Glasner, J., Rollinghoff, M. & Gessner, A. High levels of susceptibility and T helper 2 response in MyD88-deficient mice infected with Leishmania major are interleukin-4 dependent. Infect. Immun. 71, 7215–7218 (2003).
35. Muraille, E. et al. Genetically resistant mice lacking MyD88-adapter protein display a high susceptibility to Leishmania major infection associated with a polarized Th2 response. J. Immunol. 170, 4237–4241 (2003).
36. Gregory, D.J. & Olivier, M. Subversion of host cell signalling by the protozoan parasite Leishmania. Parasitology 130 (suppl.), S27–S35 (2005).
37. Shio, M.T. et al. Host cell signalling and Leishmania mechanisms of evasion. J. Trop. Med. 2012, 819512 (2012).
38. Soong, L. Modulation of dendritic cell function by Leishmania parasites. J. Immunol. 180, 4355–4360 (2008).
39. Xin, L., Li, K. & Soong, L. Down-regulation of dendritic cell signaling pathways by Leishmania amazonensis amastigotes. Mol. Immunol. 45, 3371–3382 (2008).
40. Sacks, D. & Noben-Trauth, N. The immunology of susceptibility and resistance to Leishmania major in mice. Nat. Rev. Immunol. 2, 845–858 (2002).
41. Satoskar, A.R. et al. Enhanced Th2-like responses in IL-1 type 1 receptor-deficient mice. Eur. J. Immunol. 28, 2066–2074 (1998).
42. Kostka, S.L., Knop, J., Konur, A., Udey, M.C. & von Stebut, E. Distinct roles for IL-1 receptor type I signaling in early versus established Leishmania major infections. J. Invest. Dermatol. 126, 1582–1589 (2006).
43. Kautz-Neu, K. et al. IL-1 signalling is dispensable for protective immunity in Leishmania-resistant mice. Exp. Dermatol. 20, 76–78 (2011).
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
nature medicine doi:10.1038/nm.3221
ONLINE METhODSAnimals. Six- to 8-week-old-female mice were used for the infection experi-ments. Pycard−/− and Casp1−/− mice were previously described and back-crossed to C57BL/6 mice for nine and eight generations, respectively, to ensure similar genetic backgrounds44,45. The Nlrp3−/− mice were generated in the C57BL/6 background16. A/J, C57BL/6, Myd88−/−, Il1r−/− and Ifng−/− mice in the C57BL/6 background were obtained from the animal facilities of the Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, FMRP/USP. Caspase-1– deficient mice in an A/J background (A/J-Casp1−/− mice) were constructed by backcrossing mice carrying the caspase-1–deficient allele with A/J mice for ten generations. The mice were bred and maintained under specific patho-gen-free conditions at the animal facilities of the University of São Paulo, FMRP/USP. All of the mice experiments were conducted according to the guidelines of the institutional committee for animal care at the Comissão de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, FMRP/USP.
Parasites and infection. The parasite used were L. (L.) amazonensis PH8 strain (IFLA/BR/67/PH8), L. (L.) amazonensis 73M2269 strain (MHOM/BR/73M2269), which constitutively expresses GFP (La-GFP+), L. (V.) braziliensis M2903 strain (MHOM/BR/75/M2903), L. (L.) major LV39 strain (MRHO/SU/59/P) and L. (L.) infantum chagasi (HU-USF 8). The parasites were cultured at 26 °C in Schneider’s Drosophila medium (Invitrogen, Carlsbad, CA), pH 7.0, supplemented with 20% heat-inactivated FCS (GIBCO BRL), 100 U ml−1 peni-cillin G potassium (USB Corporation, Cleveland, OH, USA), 2 mM l-glutamine and 2% human urine, pH 6.5. After seven culture passages, the parasites were serially passed in C57BL/6 mice to ensure that their virulence was maintained. The infective-stage metacyclic promastigotes of L. amazonensis were isolated from stationary cultures through density-gradient centrifugation as described previously46. For the L. amazonensis, L. braziliensis and L. major infections, the mice were infected with either 1 × 106 stationary-phase or 1 × 105 metacyclic promastigotes, which were suspended in 10 µl of PBS, through an intradermal injection into the left ear. The ear lesions were measured weekly with a dial gauge caliper and compared to the thickness of the uninfected contralateral ear. For the L. infantum chagasi infection, the mice were inoculated with 1 × 107 stationary- phase promastigotes through the intraperitoneal route. The parasite burdens were determined in the ear, spleen and liver and in retromaxilar lymph nodes draining from the side of the infection as described previously47.
BMDMs and infection. BMDMs were prepared as previously described48. Briefly, isolated femurs and tibia were flushed with PBS, and precursor cells were cultured in RPMI supplemented with 30% L929 cell-conditioned medium and 20% FBS48. After 7 d in culture, mature BMDMs were harvested and infected with stationary-phase promastigotes at an MOI of 10 or with metacyclic pro-mastigotes at an MOI of 1 (unless otherwise indicated). After 6 h of infection, the free parasites were washed, and fresh medium was added to the infected cultures. In some experiments, the free parasites were washed, and fresh medium was added to the infected cultures after 1 h of infection. The leishmanicidal activity of the cells was determined at 24, 48, 72 or 96 h after infection by flow cytometry using a FACSCanto II flow cytometer (BD Biosciences) and count-ing the Giemsa-stained cytospin preparations under a light microscope with a ×40 objective. The flow cytometric data were analyzed using FlowJo software (Tree Star). In this analysis, two parameters were considered: the percentage of infected cells and the iMFI, which reflects the total functional response toward the infection and is calculated by multiplying the number of infected cells by the MFI49. In the analysis of Giemsa staining, the infection rate was determined by scoring the infected and uninfected cells (100–200 BMDMs) and the number of intracellular amastigotes per infected BMDM. Where indicated, the BMDMs were pretreated for 6 h with recombinant mouse IL-1β (eBioscience) or IFN-γ (Invitrogen) in the range of 0.1–1000 ng ml−1 or with both cytokines at the indicated concentrations. For the inhibition of IL-1R, BMDMs were pretreated with 0.1–100 µg ml−1 of IL-1Ra30 for 3 h before infection for 48 h. For the inhibition of IFN-γ, BMDMs were pretreated with 2 µg ml−1 of antibodies to IFN-γ (BioXCell, clone XMG1.2) with or without IL-1β (100 ng ml−1) for 6 h and subsequently infected with L. amazonensis for 42 h. For the inhibition of cathepsins and the K+ efflux, the BMDMs were primed for 4 h with 500 ng ml−1
ultrapure LPS (InvivoGen, tlrl-peklps), treated with glibenclamide, CA-074-ME, KCl or NaCl at the indicated concentrations for 2 h and subsequently stimulated with L. amazonensis for 42 h.
ELISA and nitrite determination. IL-1β and IFN-γ production was assessed using IL-1β (BD Biosciences) and IFN-γ (BD Biosciences) ELISA kits. In vitro IL-1β production was analyzed in supernatants harvested from the BMDMs that were prestimulated with 500 ng ml−1 of ultrapure LPS (InvivoGen, tlrl-peklps) or 10 ng ml−1 of IFN-γ (Invitrogen) for 6 h and subsequently infected with stationary- phase promastigotes at an MOI of 10 or metacyclic promastigotes at an MOI of 1 for 42 h. For the ex vivo analysis of IL-1β and IFN-γ production, single-cell suspensions were prepared from the lymph nodes or spleen of mice infected for 2 or 5 weeks. The cell concentrations were adjusted to 5 × 106 cells ml−1 and plated at 0.5 ml per well in 48-well tissue-culture plates. The cells were stimulated with 50 µg ml−1 of L. amazonensis particulate antigens. The supernatants were harvested after 48 h, and the amounts of IL-1β and IFN-γ were measured using ELISA. NO2
− accumulation, as an indicator of NO production, was measured using Griess reagent50.
Endogenous caspase-1 staining using FAM-YVAD–fluoromethyl ketone (FMK). BMDMs were cultured and infected with stationary-phase L. amazonensis at an MOI of 10. After 6, 12, 24 or 48 h of infection, the BMDMs were stained for 1 h with FAM-YVAD-FMK (Immunochemistry Technologies) as recommended by the manufacturer’s instructions. Active caspase-1 was then measured by flow cytometry. The data were acquired on a FACSCanto II flow cytometer (BD Biosciences) and analyzed with FlowJo software (Tree Star).
Western blot analyses. A total of 5 × 106 BMDMs were seeded per well, primed with 500 ng ml−1 ultrapure LPS (InvivoGen, tlrl-peklps) for 4 h and then infected with L. amazonensis for 48 h or stimulated with 20 µM nigericin (Sigma-Aldrich) for 40 min in the absence of FBS. The supernatants were collected and pre-cipitated with 50% trichloroacetic acid and acetone. After their clarification by centrifugation, the cells were lysed in RIPA buffer (10 mM Tris-HCl, pH 7.4, 1 mM EDTA, 150 mM NaCl, 1% Nonidet P-40, 1% deoxycholate and 0.1% SDS) in the presence of a protease inhibitor cocktail (Roche). The lysates and superna-tants were resuspended in Laemmli buffer, boiled, resolved by SDS-PAGE and transferred (Semidry Transfer Cell, Bio-Rad) to a 0.22-µm nitrocellulose mem-brane (GE Healthcare). The membranes were blocked in Tris-buffered saline (TBS) with 0.01% Tween-20 and 5% nonfat dry milk. The rat monoclonal anti-body to caspase-1 p20 (1:250, Genentech, 4B4), the goat antibody to IL-1β p-17 (1:200, Sigma Aldrich, I3767) and specific horseradish peroxidase–conjugated antibodies (1:3,000, KPL, 14-16-06 and 14-13-06) were diluted in blocking buffer for the incubations. The enhanced chemiluminescence luminol reagent (GE Healthcare) was used for antibody detection.
Retroviral transduction and quantification of Asc foci. Mouse Asc was cloned into the pEGFP(N2) vector (Clontech) using XhoI and BamHI restriction sites. Asc-GFP and GFP were cloned into the pMSCV2.2 mouse-specific retroviral vector (Clontech). The pCL vector system51 was used for packaging retroviruses in transfected monolayers of Peak cells (ATCC CRL-2828, maintained in RPMI 1640 with 10% FBS). The supernatant of the Peak cells was collected at 3 d after transfection, passed through a 0.45-µm filter and used for BMDM transduction. BMDMs were obtained from the femurs of Casp1−/− mice and seeded at 5 × 105 cells per well in differentiation medium (RPMI 1640 medium supplemented with 30% L929 cell-conditioned medium, 20% FBS, 100 U ml−1 penicillin and 100 µg ml−1 streptomycin) as previously described48. After differentiation for 3 d, the BMDMs were harvested and spun down, and the medium was replen-ished with retroviral-containing Peak cell supernatants complemented with RPMI 1640 containing 20% FBS and 25% LCCM. The BMDMs were fed with differentiation medium and cultured for an additional 4 d. The BMDMs were seeded at 2.0 × 105 cells in 24-well plates containing 12-mm glass cover slides. The infection was performed as described above with promastigotes of L. amazo-nensis (MOI 5) and fixed with 4% paraformaldehyde at 2, 6 or 24 h after infection. L. amazonensis was stained with in house–generated rabbit polyclonal antibody to L. amazonensis (1:3,000) and secondary antibody to rabbit IgG conjugated with Alexa 594 (1:300, Invitrogen, A11012). The cells were counterstained
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
nature medicinedoi:10.1038/nm.3221
with DAPI, mounted using Prolong Gold Antifade Reagent (Invitrogen) and analyzed under fluorescence using a Leica DMI 4000B inverted microscope with a ×100 oil objective. The images were processed using LAS AF software (Leica Microsystems), and the number of Asc-GFP foci in the infected cells was quantified.
Real-time PCR. Total RNA was extracted from 1 × 106 Leishmania-infected BMDMs (MOI 10) using TRIzol reagent (Invitrogen). Contaminating DNA was removed with an RNAse-free DNAse set (Promega). cDNA was synthesized from 1 µg of RNA using the SuperScript II reverse transcriptase (Invitrogen). Subsequent real-time PCR was performed on an ABI PRISM 7000 sequence detector (Applied Biosystems) using SYBR Green (Invitrogen). The following primer sequences were used: Actb forward (5′-AGCTGCGTTTTACACCCTTT-3′), reverse (5′-AAGCCATGCCAATGTTGTCT-3′); Nos2 forward (5′-CGAA ACGCTYCACTTCCAA-3′), reverse (5′-TGAGCCTATATTGCTGTGGCT-3′); Ifng forward (5′-GCATCTTGGCTTTGCAGCT-3′), reverse (5′-CCTTTTT CGCCTTGCTGTTG-3′); and Tnfa forward (5′-TGTGCTCAGAGCTTTCAA CAA-3′), reverse (5′-CTTGATGGTGGTGCATGAGA-3′). The mRNA expres-sion levels were normalized to β-actin. The adjusted values were calculated using the following formula: 2−(CT target − CT β-actin), where CT is the cycle threshold. The fold change in the expression was calculated as the n-fold difference in expression in the infected cells compared to the uninfected cells.
Statistical analyses. For comparisons of multiple groups, two-way analysis of variance (ANOVA) followed by the Bonferroni’s post test were used. The dif-ferences in values obtained for two different groups were determined using Student’s t test. Analyses were performed using Prism 5.0 software (GraphPad). A difference was considered statistically significant when P ≤ 0.05.
44. Kuida, K. et al. Altered cytokine export and apoptosis in mice deficient in interleukin-1β converting enzyme. Science 267, 2000–2003 (1995).
45. Lara-Tejero, M. et al. Role of the caspase-1 inflammasome in Salmonella typhimurium pathogenesis. J. Exp. Med. 203, 1407–1412 (2006).
46. Späth, G.F. & Beverley, S.M. A lipophosphoglycan-independent method for isolation of infective Leishmania metacyclic promastigotes by density gradient centrifugation. Exp. Parasitol. 99, 97–103 (2001).
47. Afonso, L.C. & Scott, P. Immune responses associated with susceptibility of C57BL/10 mice to Leishmania amazonensis. Infect. Immun. 61, 2952–2959 (1993).
48. Marim, F.M., Silveira, T.N., Lima, D.S. Jr. & Zamboni, D.S. A method for generation of bone marrow-derived macrophages from cryopreserved mouse bone marrow cells. PLoS ONE 5, e15263 (2010).
49. Darrah, P.A. et al. Multifunctional TH1 cells define a correlate of vaccine-mediated protection against Leishmania major. Nat. Med. 13, 843–850 (2007).
50. Green, L.C., Tannenbaum, S.R. & Goldman, P. Nitrate synthesis in the germfree and conventional rat. Science 212, 56–58 (1981).
51. Naviaux, R.K., Costanzi, E., Haas, M. & Verma, I.M. The pCL vector system: rapid production of helper-free, high-titer, recombinant retroviruses. J. Virol. 70, 5701–5705 (1996).
npg
© 2
013
Nat
ure
Am
eric
a, In
c. A
ll rig
hts
rese
rved
.
Supplementary Information Titles
Journal: Nature Medicine Article Title: Inflammasome-derived IL-1! production induce nitric oxide–
mediated resistance to Leishmania Corresponding Author:
Dario S. Zamboni
Supplementary Item & Number
Title or Caption
Supplementary Figure 1 Cathepsins and potassium efflux are required for the L. amazonensis-induced inflammasome activation
Supplementary Figure 2 The inflammasome components are not required for the internalization of L. amazonensis by macrophages
Supplementary Figure 3 The inflammasome is required for IL-1! production ex vivo
Supplementary Figure 4 The inflammasome is important for NOS2 expression and NO production in vivo and ex vivo in response to L. amazonensis stimulation
Supplementary Figure 5 IFN-" is important for IL-1! and nitric oxide production ex vivo
Supplementary Figure 6 The inflammasome is activated in macrophages infected with L. amazonensis, L. major, and L. braziliensis
Supplementary Figure 7 Inflammasome activation is not necessary for the restriction of L. major infection
Supplementary Figure 8 The inflammasome accounts for the host resistance to L. braziliensis and L. infantum chagasi
Supplementary Methods Online Methods
! "# #! $!! "!!!
$%!!!
"%!!!
&%!!!
' ( )
*+,$-./0-123$4
526789:2;16<8
! "# #! $!! "!!!
$%!!!
"%!!!
&%!!!
' ( 1)
=>2
! "# #! $!! "!!!
$%!!!
"%!!!
&%!!!
' ( 1)
?;>2
;
@8
7
0
! "# #! $!! "!!!
$%!!!
"%!!!
&%!!!>A !BC )D, ,
?* +E;
526789 F+E;
!
$!
"!
&!G
HA),IJAKF -:822L-.M
4
?* +E;
526789 F+E;
!
"%!!!
C%!!!
N%!!!
O%!!!
G
6)H*
: <
' ( )
*+,$-./0-123$4
*+,$-./0-123$4
*+,$-./0-123$4
!"##$%&%'()*+,-./"*%,01,,2)(3%#4.'4,)'5,#6()44."&,%77$"8,)*%,*%9".*%5,76*,(3%,!"#$%$&'()(*+*:.'5";%5,.'7$)&&)46&%,);(.<)(.6'1-.):;4-PQ98-1;RRQS,<8R6T8<-1;:RQ/U;08L-
69:V7;W8<-S6WU-LW;W6Q9;RX-/U;L8-!"#$%$&'()(*+*#/RQ1;LW60QW8L-.+E;4-;W-;9-)Y*-Q@-$!-;9<-;LL8LL8<-@QR-:;L/;L8,$-;:W6T;W6Q9-7X-HA),IJAK-LW;69690E-.)4-ZU8-72V8,-;9<-0R889,@6228<-U6LWQ0R;1L-R8/R8L89W-WU8-LW;69690-Q@-69@8:W8<-1;:RQ/U;08-WU;W-S8R8-WR8;W8<-.526789F+E;4-QR-9QW-WR8;W8<-.+E;4-S6WU-026789:2;16<8%-R8L/8:W6T82XE-ZU8-R8<,@6228<-U6LWQ0R;1L-R8/R8L89W-WU8-V9WR8;W8<-;9<-V969@8:W8<-P)K)L-.?*4E-ZU8-/8R:89W;08-Q@-HA),IJAK-/QL6W6T8-:822L-.=4-;9<-WU8-69W80R;W8<-18;9-@2VQR8L:89:8-69W89L6WX-.6)H*4-.;4-;R8-LUQS9E-.5:/4-P)K)L-S8R8-/R618<-S6WU-+[\-.#!!-90]124-@QR-N-U%-WU89-WR8;W8<-@QR-"-U-S6WU-<6@@8R89W-:Q9:89WR;W6Q9L-Q@-026789:2;16<8-.54%->A,!BC,)D-.%4%-=>2-.74-QR-?;>2-./4-;9<-LV7L8^V89W2X-69:V7;W8<-S6WU-!"#$%$&'()(*+*#/RQ1;LW60QW8L-;W-;9-)Y*-Q@-$!E-HQRWX-UQVRL-;@W8R-
WU8-18;9L-_-\K-Q@-WR6/26:;W8-L;1/28L-;9<-;R8-R8/R8L89W;W6T8-Q@-WU8-<;W;-Q7W;698<-@RQ1-WSQ-69<8/89<89W-8`/8R6189WLE-G[-a-!E!#-.\WV<89WbL-,-W8LW4-:Q1/;R8<-WQ-?*E
68.5%>&%5.)(%5,*%4.4()';%,(6,!)+*-%$(+$Kc;21;-<8-\E-+61;,dV96QR%-K680Q-+E->QLW;%-J;98LL;->;RR80;RQ%-+;R6LL;-KE->V9U;%-A28`;9<R8-+E?E-\62T;%-Z6;0Q-eE[E-)698Q%-HR8<X-fE\E-5VW68RR8g%-);R6;-P8226Q%-=;R69;-PQRWQ2V:6%-f6:U;R<-AE-H2;T822%-);R:82Q-ZE-PQgg;%-dQhQ-\E-\62T;%-;9<-K;R6Q-\E-i;17Q96
!"! !#"! $%"!#
$#
&#
'#
(#
!## )%*+,-'!"#$%&'('
./01/2345/678
69:.;61/<<=
!"! !#"! $%"!#
&##
(##
!>$##
!>'##
$>###
$>&##?@:ABC6!#DE
4
F /
.404=?3/63761/<<6043?7 .404=?3/63761/<<6043?7
G 1!"! !#"! $%"!
)*$+,-! )*$+,-! )*$+,-!
.$/0+1'('
)%*+,-'!"#$%&'('.$/0+1'('
!"##$%&%'()*+,-./"*%,01,,23%,.'4$)&&)56&%,76'%'(5,)*%,'6(,*%8".*%9,46*,(3%,.'(%*')$.:)(.6',64,!"#$%$&'()(*+*,;+,&)7*6#3)/%516+72/6H4007IJF/0?K/F6H4107LM45/=6B+@N@=E6807H6)%*+,-'>6!"#$%&'('>642F6.$/0+1'('6H?1/6I/0/6?21OG43/F68706D6M7O0=6I?3M6=343?7240P6LM4=/6)*2$3$45676/8/2L07H4=3?573/=63M436172=3?3O3?K/<P6/CL0/==69:.6B,4J9:.E6436@QA=6786!6B)E>6!#6B;E>642F6$%6B7ER6SM/650//2J>60/FJ>642F6G<O/J8?<</F6M?=37504H=60/L0/=/2363M/6=34?2?256786?28/13/F6TS>6!"#$%&'('>642F6.$/0+1'('6+@N@=>60/=L/13?K/<PR6SM/6504PJ8?<</F6M?=37504H=6?2F?143/63M/6O2?28/13/F6+@N@=R6B9<%E6SM/68<7I61P37H/30P6UO423?8?143?7267863M/6/CL/0?H/236=M7I26?264J16?2F?143/=63M/6L/01/2345/6786,4J9:.;61/<<=6B9E642F63M/6?23/5043/F6H/4268<O70/=1/21/6?23/2=?3P6B?@:AE6B%ER6SM/6F4346=M7I260/L0/=/2363M/6H/42=6V6WN678630?L<?143/6=4HL</=642F640/60/L0/=/2343?K/67863M/6F43467G34?2/F6807H63I76?2F/L/2F/236/CL/0?H/23=R
)%*+,-'!"#$%&'('.$/0+1'('9:%0;'('
)%*+,-'!"#$%&'('.$/0+1'('9:%0;'('
)%*+,-'!"#$%&'('.$/0+1'('9:%0;'('
!
"!
#!!
#"!
$!!
$"!
% %
&'(#)*+,)-./#0
!
"!
#!!
#"!
$!!
% %
12345-
'67)8,
!
"!
#!!
#"!
$!!
$"!
% %
12345-
'67)8,
!
"!
#!!
#"!
$!!
%
$)922:;
<+.22= '>-+?)=@327 A
B 3
&'(#)*+,)-./#0
")922:;
C"DE'FG!"#$%&'(')$*+,-'('
C"DE'FG!"#$%&'(')$*+,-'('
!"#$%$&!)C"DE'FGH!"#$%&'('H)7=3))$*+,-'(')-4B2)I2J2)[email protected])I4K?)#!G);K7K4@=7J>)+?7;2)./0$1$23454*6*+J@-7;K4,@K2;)7=3);7BJ4L4B23)$)I22:;)*"#$0)7=3)")I22:;)* 0)7LK2J)4=L2BK4@=6)M?2)B2..;)LJ@-)K?2)
;+.22=)* 0)7=3).>-+?)=@32)*$#% ./0$1$23454*6*)
2;K4-7K23)A>)N'&<86)M?2)37K7;?@I=)J2+J2;2=K)K?2)-27=;)O)<P)@L)Q)-4B2)+2J),J@5+)7=3)7J2)
J2+J2;2=K7K4R2)@L)K?2)37K7)@AK74=23)LJ@-)K?J22)4=32+2=32=K)2S+2J4-2=K;6)%T)U)!6!")*KI@(I7>)8VWX8
I4K?)E@=L2JJ@=4Y;)+@;K)K2;K0)B@-+7J23)I4K?)C"DE'FG)B5.K5J2;6)
! "#
"
$#
$"
!#
%%
%
%
! "#
!
&
'
(
$#
%%
%
) $"#
!
&
'
(
$#
%%
*+,a
-
) $"#
"
$#
$"
!#
% %
%%
./01234567b
d
8")9.:'
!"#$%&'('
;<073=>+/?@
0ABC37D1,7??<54
3=)*+,@
;<073=>+/?@
;<073=>+/?@
E1F774./01234567
;<073=>+/?@
BG!3=H@
I
-$+./0'('
8")9.:'
!"#$%&'('-$+./0'('
!"##$%&%'()*+,-./"*%,01,,23%,.'4$)&&)56&%,.5,.*()'(,46*,78!9,%:#*%55.6',)';,78,#*6;"<(.6',123414*,)';,563414*,.',*%5#6'5%,(6,!"#$%$&'()(*+*#5(.&"$)(.6'138")9.:'J3!"#$%&'('J3+463-$+./0'('30<-73K7,73<45-LF+M763K<M23$#'3?M+M<54+,/312+?73783$9$:*252+1+31,50+?M<N5M7?O3=)=>@3CPM7,3)3+463$"36+/?35P3<4P7-M<54J3M2737D1,7??<54?35P3)*+,3<43M2737+,3=)@3+463F/012345673=>@3K7,73
-+F-LF+M763+?3M273P5F63<46L-M<543-501+,763M53L4<4P7-M7630<-73P,503M273-5,,7?1546<4N3?M,+<4O3=<=;@3H<-73M2+M3K7,73<4P7-M763P5,3!35,3"3K77Q?3K7,73L?763M53N747,+M73563414*3-LFML,7?35P3M273F/012345673=<@3+463?1F7743=; 783$9$:*252+1+31+,M<-LF+M73+4M<N743P5,3&(32O3;273+05L4M35P3BG!I31,7?74M3<43M273-LFML,73?L17,4+M+4M?3K+?37?M<0+M763R/3M273S,<7??3+??+/O3
5RM+<4763P,503MK53<467174674M37D17,<074M?O3%T3U3#O#"3=MK5IK+/3CBGVC3K<M23954P7,,54<W?315?M3M7?M@3
-501+,763K<M238")9.:'3-LFML,7?O
!
"!!
#!!
$!!
%&'"
!
$!
(!
)!
"#!
"*!
"+!
!
"
#
$
,
* -*./&0(
123445
%67'
!
"
#
$
,
*
&892:;5<=4
>4=?@9
&AB;CD
!
#
,
(
+
"!
"#EE E
7F#'; G>H
>4=?@9
&AB;CD
!
#
,
(
+
E
E
E E
EE
EE
EE
E
E
B
I
4
J
=
K
7F#'; G>H
E
!"#$%&'(')*%&+'('),-% '('
;G5D;93L"H
;G5D;93L"H
%67';G5D;93L"H
-*./&0(!"#$%&'(')*%&+'('),-% '('
-*./&0(!"#$%&'(')*%&+'('),-% '('
-*./&0(!"#$%&'(')*%&+'('),-% '('
%&'";G5D;93L"H
-*./&0(!"#$%&'(')*%&+'('),-% '('
-*./&0(!"#$%&'(')*%&+'('),-% '('
./01213!;-*./&0(M;!"#$%&'('M;)4%&5'('M;B5=; '(';9?I4;N4O4;?5<I@3BP4=;N?P:;"!(;QPBP?<5BO8;2:BQ4;460"7"839.9#2#;2O<9BQP?D<P4Q;B5=;QBIO?K?I4=;BP;*;N44RQ;BKP4O;?5K4IP?<5A;S:4;I433Q;KO<9;P:4;Q23445G H;B5=;3892:;5<=4;G 460"7"839.9#2#;
"#$ H;I<5PB?54=;?5;P:4;I@3P@O4;Q@24O5BPB5PQ;NBQ;4QP?9BP4=;@Q?5D;T&%1CA;S:4;B9<@5P;<K;7F#';2O4Q45P;?5;P:4;I@3P@O4;Q@24O5BPB5PQ;NBQ;4QP?9BP4=;@Q?5D;P:4;UO?4QQ;BQQB8;G HA;S:4;=BPB;Q:<N5;O42O4Q45P;P:4;94B5Q;V;1W;<K;,;9?I4;24O;DO<@2;B5=;BO4;O42O4Q45PBP?X4;<K;P:4;=BPB;<JPB?54=;KO<9;PN<;?5=4245=45P;4Y24O?945PQA;EZ;[;!A!*;GPN<'NB8;C7F\C;N?P:;/<5K4OO<5?]Q;2<QP;P4QPH;I<92BO4=;N?P:;5<5'QP?9@3BP4=;I@3P@O4Q;G94=?@9HA
!" #$% #$& #$'(
)(
*(
+( ,-./#01!"#$%&'('
234567849: 2;<==>2?@
A
!" #$% #$' #$&(
)((
*((
+((
B((
-((
C
C
C
"#6)2?DE2'=F)A
%
&
C CC )$*+,-'('
./%+0'('
,-./#01!"#$%&'(')$*+,-'('./%+0'('
!"##$%&%'()*+,-./"*%,01,,23%,.'4$)&&)56&%,.5,)7(.8)(%9,.',&)7*6#3)/%5,.'4%7(%9,:.(3!"#$%$&'()(*+*;,!"#%$,'-;,)'9,!"#.-$&+/+)(*+*12/GH<2'%IIGJ6K<ILM<K2'%;IGDN%E<>2?/595>A2G&O%LH<K2PIG'2,-./#01Q2!"#$%&'('Q2)$*+,-'('Q2%HK2./%+0'('2'L;<2J<I<2LHP<;O<K2JLON2>O%OLGH%IR2DN%><2DIG'%>OLEGO<>GP2123$4$56787*9*2?#$%AQ2123:%$59/987*9*3?#$&AQ2%HK21234$;6%3?#$'A2%O2%H25S"2GP2)($22?)A2TN<2;<==>2J<I<2>O%LH<K2PGI2345678492%PO<I2BU2N2GP2LHP<;OLGH2%HK2%H%=RV<K2ONIGWEN2P=GJ2;ROG'<OIR2OG2K<O<I'LH<2ON<2D<I;<HO%E<>2GP2345678492DG>LOLM<2;<==>$2?<A2/595>2J<I<2OI<%O<K2
;<==6PI<<2>WD<IH%O%HO>2W>LHE2X#"Y4$2TN<2K%O%2>NGJH2I<DI<><HOON<2'<%H>2Z2Y92GP2OILD=L;%O<2>%'D=<>2%HK2%I<2I<DI<><HO%OLM<2GP2ON<2K%O%2G&O%LH<K2PIG'2OJG2LHK<D<HK<HO2<[D<IL'<HO>$2C\2]2($(-2?OJG6J%R24!S842JLON2/GHP<IIGHL^>2DG>O2O<>OA2;G'D%I<K2JLON2HGH6LHP<;O<K2?!"A$2
! " # $ % & ' ( ) !**
*+"%
*+%*
*+'%
!+**,%'-./&!"#$%&'(')$*+,-'('
01234536752896473:;22<=>
.2=6473=6?23:11>
!+*
!+%
"+*
"+%
#+*
#+%
@ A
,%'-./&
!"#$%&'('
)$*+,-'('
"+%
#+*
#+%
$+*
$+%
B.4C
!*345
3D@E@=69239692E3:4EC@7>
8F@E .G1DH374I2
,%'-./&
!"#$%&'('
)$*+,-'('
!"##$%&%'()*+,-./"*%,01,,2'3$)&&)45&%,)6(.7)(.5',.4,'5(,'%6%44)*+,35*,(8%,*%4(*.6(.5'53,./01$23%0.'3%6(.5'13,%'-./&J3!"#$%&'('J3@7I3)$*+,-'('316823;2E236752892I36739H232@E3I2E16=;69H3!*&3=9@9647@EG3DH@=23./01$23%3DE41@=96C492=+3:)>30H23K2=6473=6?23:67311L354E32@8H314M=2J39H23=6?234539H236752892I32@E3;@=3=MA9E@892I3AG39H23=6?234539H23M76752892I38479E4K32@E>3;@=3147694E2I3;22<KG+3:9>30H23D@E@=6923AMEI27=6739H236752892I32@E3@7I3IE@6767C3KG1DH374I23;2E2312@=ME2I3(3;22<=3D4=936752896473M=67C3K616967C3I6KM9647@7@KG=6=+30H23I@9@3=H4;73E2DE2=27939H212@7=3N3OP3453%316823D2E3CE4MD3@7I3@E23E2DE2=279@96Q234539H23I@9@34A9@672I35E4139HE22367I2D27I27932RD2E61279=+3
!"#$%&'
(
()"
*)(
*)"
+)(
+)"
,)( -
*)(
*)"
+)(
+)"
,)(
,)"
.)(
--
* + , . " ' # /(
()*
()+
(),
(). !"#$%&'!"#$%&'('
-
- -
-
-
- -
-
0
1 2304
,
.
"
'
#
-
-
.
"
'
#
-
567889
(
*
+
,
.
"
' -
-
(
*
+
,
.
"- -
%:;84< 8
= >
%8?:@9A?:B8ACDDE
F:D8A@=A:9=82G:@9ACH88I?E
J%@>*(A@=
A6040?:G8AG:G84AC@4>09E
J%@>*(A@=
A6040?:G8AG:G84AC@4>09E
J%@>*(A@=
A6040?:G8AG:G84AC@4>09E
%KD6LA9@<8
)$*+,-'('
!"#$%&'('
)$*+,-'('
)$*+,-'('
)$*+,-'('
)$*+,-'('
!"#$%&'
!"#$%&'
!"#$%&'
!"##$%&%'()*+,-./"*%,01AA23%,.'4$)&&)56&%,)776"'(5,46*,(3%,365(,*%5.5()'7%,(6,!"#$%&'()(*+,(,,)'8,!"#(+-&+./0#12&3&,(1A!"#$%&'MA!"#$%&'('MA09<A)$*+,-'('AD:28AH848A:9=82G8<A:9AGL8A804A<84D:?AH:GLA*('A?G0G:@904KA6L0?8A./01%$234356*3*064@D0?G:>@G8?AC)97EA@4A:9=82G8<A:9G40684:G@98077KAH:GLA*(#A?G0G:@904KA6L0?8A./0367$689:0#;$<$*3A64@D0?G:>@G8?AC89/E)AC)EAFL8A78?:@9A?:B8AC:9ADDNA=@4A802LAD@O?8MAGL8A?:B8A@=AGL8A:9=82G8<A804AH0?A?O1G402G8<A1KAGL8A?:B8A@=AGL8AO9:9=82G8<A2@9G4@7A804EAH0?AD@9:G@48<AH88I7K)AC:EAFL8A6040?:G8A1O4<89?A:9AGL8A:9=82G8<A804A09<A<40:9:9>A7KD6LA9@<8AH848AD80?O48<A/AH88I?6@?GA:9=82G:@9AO?:9>A7:D:G:9>A<:7OG:@9A0907K?:?)AC89/EAFL8A6040?:G8A1O4<89?A:9AGL8A?67889AC8;4EA09<A7:;84AC%;/EAH848AD80?O48<A.AC8;%EA09<A/AC4;/EAH88I?A6@?GA:9=82G:@9AO?:9>A7:D:G:9>A<:7OG:@9A0907K?:?)AFL8A<0G0A?L@H9A48648?89GAGL8AD809?APA5QA@=A.A@4A"AD:28A684A>4@O6A09<A048A48648?89G0G:;8A@=AGL8A<0G0A@1G0:98<A=4@DAGL488A:9<8689<89GA8R684:D89G?)A-SATA()("ACGH@JH0KAUVWXUAH:GLA$@9=844@9:Y?A6@?GAG8?GAC)EA@4A5GO<89GY?A80G8?GAC89/EEA2@D6048<AH:GLA!"#$%&')
!"#$%&'('
!"#$%&'('
!"#$%&'('
Lima Júnior, D. S. Anexos
163
9.2 Anexo 2: Repercussão desse trabalho no cenário nacional e internacional
Os anexos a seguir se referem à repercussão desse trabalho no cenário nacional e
internacional. Como mostrado no anexo 1, um dos trabalhos resultantes dessa tese foi publicado
na revista Nature Medicine, uma das mais conceituadas revistas de circulação internacional.
Além do impacto científico mundial, devemos destacar a importância desse trabalho para a
ciência nacional, uma vez que ele foi totalmente realizado em território nacional e por
pesquisadores brasileiros. Acreditamos que esse artigo tem papel importante para encorajar a
comunidade científica brasileira a buscar artigos de grande solidez científica. Tais artigos são
importantes, pois destacam nosso País (e nossa comunidade) no cenário internacional, e destacam
a comunidade científica brasileira diante do público leigo brasileiro.
Assim, considero as entrevistas apresentadas abaixo de grande importância, uma vez que
servem como pontes entre os pesquisadores e a sociedade. É a partir de textos didáticos, objetivos
e informativos como os contidos nessas entrevistas que podemos encurtar a distância
pesquisador-sociedade existente em nosso país. Além disso, iniciativas como essa são uma forma
de darmos um retorno para a sociedade, justificando todo o investimento despendido por ela em
ciência e educação.
Por fim, gostaria de destacar que as perspectivas futuras desse trabalho são amplas. Os
resultados obtidos nesse estudo auxiliaram significativamente na compreensão da patogênese e da
resposta imune na Leishmaniose. Acreditamos que esses dados poderão contribuir diretamente
para o futuro desenvolvimento de terapias efetivas e/ou vacinas contra a Leishmaniose e quem
sabe contra outras doenças provocadas por protozoários intracelulares.
05/07/13 15:25Desvendado mecanismo de defesa contra Leishmaniose | USP Ribeirão Preto
Página 1 de 3http://www.ribeirao.usp.br/noticias.asp?id=897
USP Ribeirão Preto Graduação-Cursos Pós-graduação Ouvidoria Prefeiturado Campus
Dissertações e Teses Notícias Eventos
Hospitaldas Clínicas Hemocentro
Escola de Educação Física e Esportede Ribeirão Preto
Escola de Enfermagem
Faculdade de CiênciasFarmacêuticas
Faculdade de Economia,Administração e Contabilidade
Faculdade de Filosofia, Ciências eLetras
Faculdade de Medicina
Faculdade de Odontologia
Faculdade de Direito
Procuradoria Geral
Biblioteca
Centro de visitantes
Cultura
Esporte - CEFER
Laboratório de resíduos químicos
Livraria - EDUSP
Moradia
Receba as notícias USP em seu e-mail
Você está em: Usp-Ribeirão Preto > Notícias
24 TweetarTweetar 2 Receba notícias USP no email Imprimir
Notícias - Ver todas (+) Sexta-Feira, 5/7/2013 - Ribeirão Preto - SP
CAPA21/6/2013
Desvendado mecanismo de defesa contraLeishmanioseAchado de pesquisadores da USP de Ribeirão Preto e festejado pela comunidade científica nacional, acaba de
ser publicado pela revista Nature.
Pesquisa, inteiramente realizada nos laboratórios da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, conseguepreencher importantes lacunas, explicando como organismosde mamíferos debelam a infecção causada por um protozoáriodo gênero Leishmania. O trabalho revela os processosintracelulares, ocorridos em células de defesa de hospedeiros,em resposta à infecção pelo parasita da leishmaniose.
O líder da equipe, professor Dario Simões Zamboni (foto), contaque já era conhecida a ação do óxido nítrico para a morte doprotozoário. O óxido nítrico é uma molécula que cumpre uma
infinidade de funções no organismo. No sistema imunológico, é uma arma importante na defesa contramicróbios que causam doenças.
O que ainda não se sabia era como as células reconhecem a doença e ativam determinadas vias desinalização que levam à produção de óxido nítrico durante a leishmaniose. Esse estudo, coordenadopor Zamboni, investigou, tanto in vitro quanto em animais vivos, o efeito da Leishmania em células dedefesa (macrófagos) de camundongos.
Quando o organismo é atacado pelo protozoário que causa essa doença, os macrófagos o “fagocitam”(levam o patógeno para dentro dessas células). “Existe uma plataforma molecular que reconhece aLeishmania no interior dos macrófagos e sinaliza para o sistema imune, informando que se trata deuma infecção por um patógeno que pode causar danos ao organismo”, explica o pesquisador. Omacrófago então ativa essa plataforma, chamada inflamossoma, que é composta por várias proteínasque estão no citoplasma da célula. A seguir, o inflamossoma induz a produção de outra molécula, ainterleucina 1-beta (IL-1ß). Como uma mensageira imunológica, a IL-1ß se liga a receptores celularesque orientam o macrófago a produzir óxido nítrico e matar a Leishmania. Esse processo, afirma opesquisador, “leva à resistência dos mamíferos frente à leishmaniose”.
O achado dos pesquisadores de Ribeirão Preto é hoje festejado pela comunidade científica nacionale, pela importância, acaba de ser publicado pela revista Nature Medicine, em edição online do últimodia 9 de junho. Essa é a primeira vez que se descreve como esse mecanismo acontece - desde afagocitose da Leishmania, até a morte pelo óxido nítrico. “Colocamos algumas peças importantesnesse complexo quebra-cabeça que é a leishmaniose”, comenta Zamboni, já que até então só seconhecia alguns detalhes desse processo.
Resistência imunológica e importância para futuros tratamentos e vacinas
Ao mostrar como as células de defesa de um mamífero, hospedeiro da Leishmania, fagocitam ematam o parasita, os cientistas da USP de Ribeirão Preto dão um passo muito importante para oentendimento da resistência imunológica durante a leishmaniose. Como os experimentos tambémutilizaram animais vivos, conseguiram comprovar que, quando o animal infectado com a Leishmaniatem alguma deficiência nos genes do inflamossoma ou na sinalização por IL-1ß, ele apresenta umadoença muito mais grave. É que o sistema imunológico falha no controle da infecção.
Apesar de terem estudado camundongos, eles acreditam que o mesmo mecanismo aconteça com oshomens, uma vez que estudos realizados por outros grupos indicam que seres humanos commutações nos genes que realizam a sinalização por IL-1ß têm uma forma muito mais grave dadoença.
5/7/2013 - Ribeirão Preto - SP
REAL PLAYER
Programas exclusivos
FEA ComunidadeAmbiente é o MeioMúsica & CiaDica LegalClássicos em PautaMinuto da NotíciaRádio USP Ribeirão na RedeSaúde com Ciência e Jazz
UNIDADES USP - Ribeirão Preto
Visite também as páginas das unidades
SERVIÇOS USP - Ribeirão Preto
Conheça todos serviços oferecidos
Recomendar 189
05/07/13 15:25Desvendado mecanismo de defesa contra Leishmaniose | USP Ribeirão Preto
Página 2 de 3http://www.ribeirao.usp.br/noticias.asp?id=897
Moradia
Posto da Fapesp
Restaurante Central - Cardápio
Departamento de Saúde
Transportes
Telefones - Ramais
Contato Portal - USP Ribeirão
Av. Bandeirantes, 3.900 Monte Alegre -Ribeirão Preto - SP CEP: 14040-900 Fone: (16) 3602-3525
Veja o mapa completo do Campus
doença.
Além de ajudar na compreensão de respostas imunológicas, a pesquisa aponta armas para umadoença que acomete mais de 12 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial deSaúde (OMS). Zamboni explica que a Leishmania está entre os parasitas que oferecem os maioresproblemas à saúde pública humana. A doença está presente em diversos países de clima tropical,como a populosa Índia, países do Oriente Médio, da África e América Latina, incluindo o Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, no período de 1991 a 2010, um dos tipos de leishmaniose, ategumentar americana, apresentou média anual de 27.374 casos. Ao longo desse período, observou-se uma tendência no crescimento da endemia. Atualmente, ela faz vítimas em todos os estadosbrasileiros.
A leishmaniose é transmitida pela picada de um pequeno inseto de cor amarelada, o flebotomíneo, etem diversos mamíferos como hospedeiros. Um problema particularmente grave para a leishmaniosevisceral humana, outro tipo frequente no Brasil, é a infeção de cães. Como portadores da doença, oscães infectados podem ser picados pelo inseto transmissor e posteriormente picar os seres humanos,transmitindo a doença. Como o cachorro acompanha o homem, ao se mudar de áreas endêmicaspara outras regiões do país, o animal traz consigo o parasita.
A equipe de Zamboni observou que o mecanismo de controle da infecção dependente doinflamassoma e IL-1ß funciona para três espécies de grande incidência no Brasil, aLeishmaniaamazonensis, a Leishmania brasiliensis, causadoras da leishmaniose tegumentar (feridasindolores na pele ou mucosas do indivíduo afetado), e a Leishmania infantum chagasi,responsável pela forma visceral, considerada o tipo mais grave, pois ataca o fígado, o baço e medulaóssea.
Saber como as células do corpo reconhecem parasitas e porque algumas pessoas são resistentes eoutras apresentam um quadro de doença muito ruim é importante para a busca de tratamentos ouvacinas. Para tratar a leishmaniose hoje, a medicina usa drogas que atuam no parasita. Nessesentido, o investimento em ciência e tecnologia por meio de investigação cientifica pode gerar maisconhecimentos acerca da doença e de como o sistema imune opera para levar os indivíduos àresistência. “Com esse conhecimento em mãos, poderá ser possível desenvolver vacinas eficazes,além de modular determinados processos para melhorar a imunidade dos indivíduos levando aocontrole da doença”, afirma o cientista.
Veja a matéria:
Por : Rita Stella
NOTÍCIAS - ÚLTIMAS
5/7/2013 - Festival Tanabata
5/7/2013 - Biodiversidade de Portugal
5/7/2013 - Palestras na Farmacologia
4/7/2013 - FEARP de Portas Abertas
4/7/2013 - Interdição rua do Lago
4/7/2013 - Fotografando a ciência
3/7/2013 - Aula Pública na Pedagogia
3/7/2013 - Doação para o Hemocentro
05/07/13 15:25Desvendado mecanismo de defesa contra Leishmaniose | USP Ribeirão Preto
Página 3 de 3http://www.ribeirao.usp.br/noticias.asp?id=897
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Próximo > >>
3/7/2013 - Doação para o Hemocentro
3/7/2013 - Nei Lopes
2/7/2013 - Seminário reúne pesquisadores e indústria da área da saúde
2/7/2013 - Descoberto processo para bloqueio de dor inflamatória
1/7/2013 - Curso de Língua e Cultura Árabe
1/7/2013 - Neuroendocrinologistas das Américas se reúnem no Brasil
1/7/2013 - SOS Mata Atlântica
1/7/2013 - Saúde com Ciência e Jazz fala sobre o pâncreas
28/6/2013 - Prontuário eletrônico do paciente em tempos de genômica
27/6/2013 - Ribeirão recebe Conferências USP
27/6/2013 - Aumenta o número de processos contra cirurgiões-dentistas e clínicas odontológicas
27/6/2013 - Corais Minaz no Dica Legal
27/6/2013 - Educação Financeira
27/6/2013 - SIICUSP abre inscrições
27/6/2013 - Nanotecnologia transporta medicação para dentro das células
26/6/2013 - Projeto CEO
26/6/2013 - Nei Lopes no Música & Cia.
25/6/2013 - FMRP recruta idosos para pesquisa
25/6/2013 - Interface da academia e a indústria
25/6/2013 - Nativos da América do Sul no Ambiente É o Meio
25/6/2013 - Vaga para Professor Doutor no CID
22/6/2013 - Acupuntura no Saúde com Ciência e Jazz
20/6/2013 - Biodiversidade e vida selvagem em Portugal: perspectivas de pesquisa
Menu Principal
USP - Ribeirão Preto
Graduação
Pós-graduação
Ouvidoria
Prefeitura do Campus
Hospital das Clínicas
Hemocentro
Comunicação
USPfm 107,9 MHz
TV USP
Newsletter - Cadastre-seJornal - Edições anterioresExpediente e Contato
OUTROS
CIRP - Centro de Informática
SVOI - Serviço de Verificação de Óbitos do Interior
Portal USP - www5.usp.br
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
Outros CAMPI
BAURU
LORENA
PIRACICABA
PIRASSUNUNGA
SÃO CARLOS
SÃO PAULO
USP - LESTE
© 1997-2013 Universidade de São Paulo - Unidade Ribeirão Preto - Direitos Autorais Privacidade - Desenvolvido por NaturalDesign
05/07/13 15:29G1 - Pesquisa da USP sugere caminho para criar vacina contra leishmaniose - notícias em Ribeirão e Franca
Página 1 de 3http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/06/pesquisa-da-usp-sugere-caminho-para-criar-vacina-contra-leishmaniose.html
globo.com
notíciasesportesentretenimentovídeos
ASSINE JÁCENTRALE-MAILcriar e-mail globomail free globomail proENTRAR ›
Ribeirão e Franca
24/06/2013 19h18 - Atualizado em 25/06/2013 00h42
Pesquisa da USP sugere caminho para criar vacina contraleishmanioseEstudo mostra a ação de células no combate à doença, diz pesquisador.Trabalho foi desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.Do G1 Ribeirão e Franca
TweetarTweetar 64
Comente agora
Recomendar 160
05/07/13 15:29G1 - Pesquisa da USP sugere caminho para criar vacina contra leishmaniose - notícias em Ribeirão e Franca
Página 2 de 3http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/06/pesquisa-da-usp-sugere-caminho-para-criar-vacina-contra-leishmaniose.html
Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP) revelou pela primeira vez a ação de célulasdo sistema imunológico no combate à leishmaniose.
A pesquisa mostra o passo a passo dos processos intracelulares ocorridos em células de defesa dos organismos hospedeiros da doença, emresposta à infeccção pelo parasita da leishmaniose.
Segundo o professor Dario Simões Zambroni, coordenador da pesquisa, a descoberta deve ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos epode até contribuir na criação uma vacina para o combate à doença.
Causada por protozoários, a leishmaniose é uma zoonose que tem como principais hospedeiros o cachorro e o homem. Nos seres humanos, atransmissão se dá pela picada de mosquitos hematófagos - que se alimentam de sangue -, como o mosquito-palha.
A manifestação da doença pode ser cutânea ou visceral, dependendo do gênero do parasita. A leishmaniose ataca as células que fazem parte dosistema imunológico do indivíduo.
"Nesse trabalho a gente consegue colocar várias peças no quebra-cabeças, que é a doença da leishmaniose, e entender como as células do nossosistema de defesa reconhecem e combatem o parasita que causa a doença. Quanto mais a gente entender a doença, maiores são as chances defazermos um medicamento racional que possa usar as vias conhecidas do sistema imune para matar a leishmaniose. Aumentam as chances defazer um novo medicamento que seja eficaz contra a doença ou eventualmente uma vacina para preveni-la", diz.
saiba mais
Fapesp aprova Centro de Terapia Celular na USP de Ribeirão Preto, SPUSP testa remédio para hipertensão contra sintomas da esquizofreniaPesquisa da USP aponta risco de famílias terem filhos deficientesEstudantes da USP usam simulador para estudar sinais da velhice
Através da análise de células de camundongos - nos animais vivos e in vitro - os pesquisadores observaram a ação do óxido nítrico no combate aum dos protozoários causadores da leishmaniose.
De acordo com Zamboni, as moléculas de óxido nítrico atuam diretamente na defesa do organismo contra micróbios.
Embora a ação da molécula já fosse conhecida pela comunidade científica, a forma como as células se comportavam para ativar a produção deóxido nítrico ainda era um mistério.
"Ainda temos muito para entender como o sistema imunológico reconhece e combate a infecção. Quanto mais entendermos esse processo,maiores as chances de termos um tratamento eficaz contra a doença, que ocorre em todo o país", afirma o pesquisador.
05/07/13 15:29G1 - Pesquisa da USP sugere caminho para criar vacina contra leishmaniose - notícias em Ribeirão e Franca
Página 3 de 3http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/06/pesquisa-da-usp-sugere-caminho-para-criar-vacina-contra-leishmaniose.html
Pesquisadores da USP analisamcomportamento de células do sistema imunológico no combate à leishmaniose. (Foto: Carlos Trinca/ EPTV)tópicos:
Ribeirão Preto
veja também
Pesquisa da USP enriquece leite para dar mais resistência a idosos10/12/2012Manifestação reúne 200 pessoas em Pontal por melhorias em transporte
Via de acesso à cidade chegou a ser bloqueada, diz manifestante. PEC 37 e duplicação derodovia estiveram entre os temas citados.
24/06/2013
Gerente diz que atropelador ignorou aviso sobre protesto, afirma polícia24/06/2013
Movimento Passe Livre entrega carta de reivindicações ao MP em Ribeirão24/06/2013
05/07/13 15:38Notícias de Saúde? Leia no Jornal Eletrônico. FMRP - HCFMRP - FAEPA
Página 1 de 2http://jornal.fmrp.usp.br/?p=12489&data=2013-07-05
Achado de pesquisadores da FMRP-USP acaba de ser publicado pelarevista Nature
Pesquisa, inteiramente realizada nos laboratórios daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP,consegue preencher importantes lacunas, explicando comoorganismos de mamíferos debelam a infecção causada porum protozoário do gênero Leishmania. O trabalho revela osprocessos intracelulares, ocorridos em células de defesa dehospedeiros, em resposta à infecção pelo parasita daleishmaniose. Doença que, no Brasil, é conhecida comoCalazar e “barriga d’água”.
O líder da equipe, professor Dario Simões Zamboni (foto),conta que já era conhecida a ação do óxido nítrico para amorte do protozoário. O óxido nítrico é uma molécula quecumpre uma infinidade de funções no organismo. No sistemaimunológico, é uma arma importante na defesa contramicróbios que causam doenças.
O que ainda não se sabia era como as células reconhecem a doença e ativam determinadas vias de sinalização quelevam à produção de óxido nítrico durante a leishmaniose. Esse estudo, coordenado por Zamboni, investigou, tanto invitro quanto em animais vivos, o efeito da Leishmania em células de defesa (macrófagos) de camundongos.
Quando o organismo é atacado pelo protozoário que causa essa doença, os macrófagos o “fagocitam” (levam opatógeno para dentro dessas células). “Existe uma plataforma molecular que reconhece a Leishmania no interior dosmacrófagos e sinaliza para o sistema imune, informando que se trata de uma infecção por um patógeno que podecausar danos ao organismo”, explica o pesquisador. O macrófago então ativa essa plataforma, chamada inflamossoma,que é composta por várias proteínas que estão no citoplasma da célula. A seguir, o inflamossoma induz a produção deoutra molécula, a interleucina 1-beta (IL-1ß). Como uma mensageira imunológica, a IL-1ß se liga a receptores celularesque orientam o macrófago a produzir óxido nítrico e matar a Leishmania. Esse processo, afirma o pesquisador, “leva àresistência dos mamíferos frente à leishmaniose”.
O achado dos pesquisadores de Ribeirão Preto é hoje festejado pela comunidade científica nacional e, pelaimportância, acaba de ser publicado pela revista Nature Medicine, em edição online do último dia 9 de junho. Essa é aprimeira vez que se descreve como esse mecanismo acontece - desde a fagocitose da Leishmania, até a morte peloóxido nítrico. “Colocamos algumas peças importantes nesse complexo quebra-cabeça que é a leishmaniose”, comentaZamboni, já que até então só se conhecia alguns detalhes desse processo.
Resistência imunológica e importância para futuros tratamentos e vacinas
Ao mostrar como as células de defesa de um mamífero, hospedeiro da Leishmania, fagocitam e matam o parasita, oscientistas da USP de Ribeirão Preto dão um passo muito importante para o entendimento da resistência imunológicadurante a leishmaniose. Como os experimentos também utilizaram animais vivos, conseguiram comprovar que, quandoo animal infectado com a Leishmania tem alguma deficiência nos genes do inflamossoma ou na sinalização por IL-1ß,ele apresenta uma doença muito mais grave. É que o sistema imunológico falha no controle da infecção.
Apesar de terem estudado camundongos, eles acreditam que o mesmo mecanismo aconteça com os homens, uma vezque estudos realizados por outros grupos indicam que seres humanos com mutações nos genes que realizam asinalização por IL-1ß têm uma forma muito mais grave da doença.
Além de ajudar na compreensão de respostas imunológicas, a pesquisa aponta armas para uma doença que acometemais de 12 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Zamboni explica que aLeishmania está entre os parasitas que oferecem os maiores problemas à saúde pública humana. A doença está
Compartilhe
05/07/13 15:38Notícias de Saúde? Leia no Jornal Eletrônico. FMRP - HCFMRP - FAEPA
Página 2 de 2http://jornal.fmrp.usp.br/?p=12489&data=2013-07-05
presente em diversos países de clima tropical, como a populosa Índia, países do Oriente Médio, da África e AméricaLatina, incluindo o Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, no período de 1991 a 2010, um dos tipos de leishmaniose, a tegumentaramericana, apresentou média anual de 27.374 casos. Ao longo desse período, observou-se uma tendência nocrescimento da endemia. Atualmente, ela faz vítimas em todos os estados brasileiros.
A leishmaniose é transmitida pela picada de um pequeno inseto de cor amarelada, o flebotomíneo, e tem diversosmamíferos como hospedeiros. Um problema particularmente grave para a leishmaniose visceral humana, outro tipofrequente no Brasil, é a infeção de cães. Como portadores da doença, os cães infectados podem ser picados pelo insetotransmissor e posteriormente picar os seres humanos, transmitindo a doença. Como o cachorro acompanha o homem,ao se mudar de áreas endêmicas para outras regiões do país, o animal traz consigo o parasita.
A equipe de Zamboni observou que o mecanismo de controle da infecção dependente do inflamassoma e IL-1ß funcionapara três espécies de grande incidência no Brasil, a Leishmaniaamazonensis, a Leishmania brasiliensis, causadoras daleishmaniose tegumentar (feridas indolores na pele ou mucosas do indivíduo afetado), e a Leishmania infantum
chagasi, responsável pela forma visceral, considerada o tipo mais grave, pois ataca o fígado, o baço e medula óssea.
Saber como as células do corpo reconhecem parasitas e porque algumas pessoas são resistentes e outras apresentam umquadro de doença muito ruim é importante para a busca de tratamentos ou vacinas. Para tratar a leishmaniose hoje, amedicina usa drogas que atuam no parasita. Nesse sentido, o investimento em ciência e tecnologia por meio deinvestigação cientifica pode gerar mais conhecimentos acerca da doença e de como o sistema imune opera para levaros indivíduos à resistência. “Com esse conhecimento em mãos, poderá ser possível desenvolver vacinas eficazes, alémde modular determinados processos para melhorar a imunidade dos indivíduos levando ao controle da doença”, afirmao cientista.
As reportagens referentes ao assunto, produzida pela TV USP e veiculada no Jornal da EPTV, estão disponíveis nestaEdição, em "VÍDEOS EM DESTAQUE".
Referência: Portal de Informações da USP / Ribeirão Preto - Por : Rita Stella
Editor: Benedito Carlos MacielCorpo Editorial: Carlos Gilberto Carlotti Junior, Marcos Felipe Silva de Sá, Sandro Scarpelini
Coordenação Executiva: Célia Bíscaro, Raquel IlianoAssessoria Técnica: Vinicius Lima, Fábio Sant'Ana, José Franscisco da Silva, Kátia Suzuki,
Sidney Porcincula, Felipe Pellison, Leandro Barbosa, Luis Fernando CozinAssessoria: Luci Pugin, Fátima Breda, Marta Bárbara, Patrícia Souza Cainelli, Maria Aparecida Ferreira,
Daniel Watanabe, Daniel Menezes de Souza, Gilberto Soares Júnior, Michelle C. Lara, Cássio de Paula, Rodrigo Silva, Diego Torres, Marcos de Assis
Jornal Eletrônico do Complexo Acadêmico de Saúde - FMRP-USP | HCFMRP | FAEPA 2012 - Todos os Direitos Reservados - Fale Conosco
Dois m acrófagos (az u l ) expres s ando um a das m olécu las doin flam as s om a (verde) e in fectados com Le is hm ania
am az onens is (verm elho)
Estudo desvenda aspectos importantes para a compreensãoda leishmaniose
revistapesquisa.fapesp.br /2013/06/09/estudo-desvenda-aspectos- importantes-para-a-compreensao-da- leishmaniose
Atores do sistema imunológico, o inflamassoma e a interleucina 1-beta têm papel central nadetecção do parasita
Um grupo de pesquisadores brasileiros que busca entender em detalhe os mecanismos deimunidade contra a leishmaniose acaba de conseguir umacontribuição importante. Dario Zamboni, da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo (USP) emRibeirão Preto, e seus colaboradores mostraram o papelde um conjunto de proteínas chamado inflamassomanessa batalha, em artigo publicado neste domingo (9/6)no site da Nature Medicine. O trabalho foi realizadointeiramente em seu laboratório no interior paulista, noâmbito de um projeto do Programa JovensPesquisadores da FAPESP.
A leishmaniose é uma doença silenciosa no que dizrespeito à ativação do sistema imunológico. Osprotozoários do gênero Leishmania que causam tanto aversão visceral como a tegumentar se alojam dentro dascélulas sem matá- las, e não assolam o organismo inteirocomo acontece em muitas infecções bacterianas. “Umalesão cutânea de leishmaniose pode permanecer pormeses sem cicatrizar”, conta o biólogo Dario Zamboni.Em parte por isso, Leishmania é um parasita poucodetectado pelo sistema imunológico.
Já se sabia que uma arma importante usada pelo sistemaimunológico é o óxido nítrico, molécula que cumpre uma infinidade de funções no organismo, incluindo a defesacontra micróbios que causam doenças. “Ninguém sabia as vias de sinalização que levam à produção de óxidonítrico durante a leishmaniose”, explica o pesquisador. O estudo coordenado por ele examinou o efeito dainfecção por Leishmania em células de defesa (macrófagos) de camundongo in vitro, e também nos animais vivos.Descobriram que a infecção induz a agregação, dentro das células dos roedores, das proteínas que formam oinflamassoma. Este, por sua vez , altera outra molécula importante do sistema imunológico, a interleucina 1-beta(IL-1β), tornando-a ativa. A IL-1β funciona como uma mensageira imunológica: sai da célula e circula até encontraroutra célula infectada, em cuja superfície se liga a receptores que desencadeiam a sinalização para a síntese deóxido nítrico.
O mecanismo funciona, o estudo mostrou, para as espécies Leishmania amazonensis e L. brasiliensis, causadorasda leishmaniose tegumentar, e L. infantum chagasi, responsável pela forma visceral da doença. Em L. major,menos comum no Brasil, o estudo mostrou que os parasitas ativam o inflamassoma, mas esse efeito não énecessário para controlar a infecção. Ainda não está claro o que está por trás dessa diferença.
Apesar de ter estudado apenas camundongos nesse trabalho, Zamboni acredita que o mesmo aconteça emseres humanos. “Outros estudos mostraram que mutações em genes que participam da sinalização por IL-1βtambém afetam a suscetibilidade à leishmaniose em seres humanos”, explica.
A esperança é contribuir para possíveis tratamentos, mas esse ainda é um objetivo distante no horizonte. Nãohaverá uma solução simples como cápsulas de IL-1β, inclusive porque desequilíbrios nos teores e nofuncionamento dessa molécula estão por trás de uma série de doenças auto- inflamatórias. “Entender a doença,assim como os mecanismos de resistência, é fundamental para se desenvolver uma terapia racional e vacinascontra essa doença”, afirma Zamboni. Nesse caso, ele busca inspiração no que determina o sucesso – ou não –do próprio sistema imunológico nesse combate.
“O trabalho de Dario Zamboni e coautores é daqueles que desatam nós”, comenta Walter Colli, do Instituto de
Química da USP (IQ-USP). “Muitos patógenos que infectam células do sistema imune sobrevivem no interiordessas células estabelecendo uma convivência, já que nem destroem o hospedeiro nem são por ele destruídos.O hospedeiro combate o invasor, controlando a infecção. É como se fosse estabelecido um equilíbrio que torna adoença de progressão lenta, ainda que sempre presente.” Em sua avaliação, o trabalho de Zamboni elucidaesses mecanismos e dá um passo para compreender como o sistema imunológico combate esse e outrosintrusos.
Colli ressalta que Zamboni faz parte de uma linha de pesquisa com destaque no Brasil: fez Iniciação Científica nolaboratório de Isaac Roitman na Universidade de Brasília e doutorou-se sob a orientação de Michel Rabinovitch,na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Depois de um pós-doutorado na Universidade Yale com CraigRoy, Zamboni se instalou na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Dois alunos de Zamboni já foramagraciados com prêmios outorgados pela Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz) por trabalhosapresentados sobre receptores intracelulares presentes nas células do sistema imune que participam da detecçãoe do controle de Leishmania e de Trypanosoma cruzi, um indício de que a escola de pensamento em que seformou continua a render frutos. “A lista de colaboradores de Zamboni mostra que, em algumas áreas, já temosmassa crítica para atuar coletivamente com projetos ousados e inovadores que visem, mais do que a quantidade,a qualidade em nossa produção científica”, avalia o professor do IQ-USP.
776 VOLUME 14 NUMBER 8 AUGUST 2013 NATURE IMMUNOLOGY
Evolving awayViruses use specific host receptors to infect cells, and this frequently trig-gers an evolutionary ‘arms race’, with the host mutating receptors and the virus playing ‘catch-up’. In PLOS Biology, Sawyer et al. investigate how the host counters viruses that use highly conserved host receptors for entry. The transferrin receptor Tfr1 is used by certain viruses for entry into host cells, but because Tfr1 is critical for cell survival, it does not tolerate mutation well. By examining the structures and sequences of Tfr1 from different rodent species, the authors find that the entire receptor is highly conserved except for a few residues that undergo strong positive selec-tion. Those sequences overlap the interaction surfaces of arenaviruses and mouse mammary tumor viruses that use Tfr1 for entry and thereby impose strict barriers on infection. These findings offer insight into how the host can mutate critical housekeeping genes to impede the entry of viruses without affecting essential physiological functions. ZFPLOS Biol. (28 May 2013) doi:10.1371/journal.pbio.1001571
Metabolic control of cytokinesFull effector function of TH1 cells requires that the cells switch to aerobic glycolysis. In Cell, Pearce and colleagues report post-transcriptional regulation of mRNA encoding IFN-γ and IL-2 mediated by the enzyme GAPDH when cells switch their metabolism from oxidative phosphorylation to aerobic glycolysis. GAPDH binds to AU-rich elements in the 3´ untranslated region of mRNA to suppress protein translation. That effect is relieved by increasing the abundance of glyceraldehyde-3-phosphate, the GAPDH substrate produced during glycolysis. Studies of T cells with transgenic expression of green fluorescent protein–linked GAPDH, isolated from mice infected with Listeria monocytogenes, show that the expression of IFN-γ and IL-2 protein is inversely correlated with GAPDH abundance. Interestingly, expression of the inhibitory molecule PD-1 is higher in T cells with higher expression of GAPDH. The authors suggest that the availability of glucose as a carbon source serves to regulate T cell effector function by influencing GAPDH activity as either a post-transcriptional regulator or a catalytic enzyme in the glycolysis pathway. LADCell 153, 1239–1251 (2013)
Boosting cancer immunotherapyCD47 is an antiphagocytic ‘don’t eat me’ signal highly expressed by many cancer cells to avoid detection by macrophages. In Science, Weiskopf et al. use a high-affinity, in vitro–engineered variant of SIRPα, the ligand for CD47, to antagonize CD47 on cancer cells. The SIRPα variant competes with wild-type SIRPα for the same epitope, and binds human CD47 with greater affinity and has stronger antagonism than does wild-type SIRPα. The high-affinity SIRPα monomers do not induce macrophage phagocytosis on their own but act in synergy with tumor-specific antibodies to induce phagocytosis of tumor cells in vitro. In vivo, the high-affinity SIRPα monomers act as an adjuvant for tumor-specific antibodies to enhance macrophage infiltration, inhibit tumor growth and improve survival in various tumor models and have no cytotoxicity against untransformed cells that express CD47. Thus, these engineered SIRPα variants may provide a universal adjuvant for augmenting the efficacy of cancer immunotherapies. IVScience (30 May 2013) doi:10.1126/science.1238856
Written by Laurie A. Dempsey, Zoltan Fehervari & Ioana Visan
Barrier with a biteThe intestinal epithelium has a key role in limiting the dissemination of gut microbes through both its function as a physical barrier as well as its release of antimicrobial peptides. In Cell Host and Microbe, Hooper and colleagues demonstrate that bacteria-induced autophagy in intes-tinal cells is important for gut immunity. Challenging mice with inva-sive Salmonella serovar Typhimurium or Entercoccus faecalis triggers autophagy in the intestinal epithelium. The ability to invade the epithe-lium is critical for such a response, because the normal host microbiota or mutant bacteria unable to enter cells fail to elicit autophagy. Signaling via the pattern-recognition receptor adaptor molecule MyD88 in epi-thelium is also essential, but how this is ‘wired’ into the autophagocytic machinery is unclear. Finally, defective autophagocytosis specifically in intestinal epithelium leads to more dissemination of bacteria. Thus, epithelial cell–intrinsic autophagy is a further means by which gut bar-rier integrity is maintained. ZFCell Host Microbe (12 June 2013) doi:10.1016/j.chom.2013.05.004
NO to LeishmaniaLeishmaniasis, a prevalent parasitic disease that causes considerable morbidity, is dampened by the production of nitric oxide (NO) by macrophages. In Nature Medicine, Zamboni and colleagues show that the NLRP3 inflammasome is activated after infection with Leishmania and is required for optimal production of NO. Live parasites trigger assembly of NLRP3 inflammasomes, caspase-1 activation and release of IL-1β, but dead parasites do not. Signaling through the IL-1β receptor via MyD88 acts in synergy with IFN-γ to enhance expression of the gene encoding inducible NO synthase and elicit NO production. Mice deficient in the inflammasome components NLRP3, Asc or caspase-1 have a greater parasite burden, similar to that of mice that lack NO synthase. It remains unclear how Leishmania parasites trigger inflammasome activation; however, it probably involves active lysosomal membrane damage triggered by the parasite. LADNat. Med. (9 June 2013) doi:10.1038/nm.3221
Integration-induced deathThe mechanism by which human immunodeficiency virus type 1 (HIV-1) induces the death of helper T cells has not been defined. In Nature, Cooper et al. show that virus-induced cell killing is triggered by viral integration and involves activation of the DNA damage–response pro-tein DNA-PK. Through the use of an integrase-deficient HIV-1 mutant virus and integrase inhibitors, the authors show that integration is both necessary and sufficient to trigger cell death by HIV-1. Integration elicits a cellular response to double-stranded DNA damage involving activation of DNA-PK, phosphorylation of the tumor suppressor p53 and cell death. A pharmacological integrase inhibitor abolishes HIV-1-induced killing of primary CD4+ T cells from acutely infected subjects, and inhibition of DNA-PK abolishes cell death during HIV-1 infection in vitro. These results suggest that inhibitors of these enzymes may improve T cell sur-vival and immunological function in HIV-1-infected people. IVNature (5 June 2013) doi:10.1038/nature12274
RESEARCH H IGHL IGHTSnp
g©
201
3 N
atur
e A
mer
ica,
Inc.
All
right
s re
serv
ed.
I N F L A M M A S O M E
Inflammasome is involved in parasite resistanceThis study identifies a role for the NLRP3 (NOD-, LRR- and pyrin domain-containing 3) inflammasome in triggering the production of nitric oxide (NO), which is necessary for host resistance to Leishmania parasites. First, it was shown that infection of bone marrow-derived macrophages (BMDMs) with Leishmania amazonensis induces caspase 1 activation and high levels of interleukin-1β (IL-1β) production. These effects were dependent on the presence of key inflammasome components (the adaptor protein ASC, caspase 1 and NLRP3) and potassium efflux, which is required for NLRP3 inflammasome activation. Second, it was shown that BMDMs that lack functional NLRP3 inflammasomes or that are deficient in inducible nitric oxide synthase 2 (NOS2) fail to restrict the intracellular replication of L. amazonensis. The assessment of skin lesions caused by L. amazonensis infection in various inflammasome-deficient mouse strains confirmed a key role for the NLRP3 inflammasome in controlling parasite load in vivo. Finally, signalling through the IL-1 receptor was shown to link the inflammasome-driven production of IL-1β to the NOS2-mediated production of NO for effective host resistance.ORIGINAL RESEARCH PAPER Lima-Junior, D. S. et al. Inflammasome-derived IL-1β production induces nitric oxide-mediated resistance to Leishmania. Nature Med. 19, 909–915 (2013)
O S T E O I M M U N O LO GY
The CD27–CD70 axis in osteoclast developmentThe engagement of CD70 on dendritic cells (DCs) and lymphocytes by CD27 sustains immune activation. Here, the CD27–CD70 axis is shown to also impede osteoclast development in the bone marrow. Cd27+/– mice that constitutively express a Cd70 transgene on DCs had increased trabecular bone mass compared with Cd27+/+ mice because of defective osteoclast differentiation. Osteoclast progenitors could be classified into a CD27hi subset, which could generate both osteoclasts and DCs, and a CD27low subset, which was fully commited to the osteoclast lineage. Constitutive CD70 signalling skewed osteoclast progenitors towards DC differentiation, which led to the defective development of osteoclasts. It will be interesting to assess whether chronic immune activation (including constitutive CD70 signalling) also affects the function of other haematopoietic progenitor cells in the bone marrow.ORIGINAL RESEARCH PAPER Xiao, Y. et al. Osteoclast precursors in murine bone marrow express CD27 and are impeded in osteoclast development by CD70 on activated immune cells. Proc. Natl Acad. Sci. USA http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1216082110 (2013)
T C E L L M E M O RY
Right time, right place for protectionOwing to their limited proliferative capacity and poor long-term survival, the CD27lowKLRG1hi subset of effector memory CD8+ T cells was assumed to have a small role in protection against secondary infections. Now, it has been shown that these cells in fact have a potent cytotoxic capacity and a distinct localization in the red pulp of the spleen, where they provide effective protection against secondary challenge with Listeria monocytogenes or vaccinia virus. The KLRG1hi population form the main secondary memory cell subset following antigen-specific boosting and are optimally placed to engage with invading pathogens. This study suggests that the composition and the location of CD8+ T cell populations might be the best predictors of vaccine efficacy.ORIGINAL RESEARCH PAPER Olson, J. A. et al. Effector-like CD8+ T cells in the memory population mediate potent protective immunity. Immunity 38, 1250–1260 (2013)
IN BRIEF
R E S E A R C H H I G H L I G H T S
NATURE REVIEWS | IMMUNOLOGY VOLUME 13 | AUGUST 2013
© 2013 Macmillan Publishers Limited. All rights reserved