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Impresso Especial Sindpd-RJ CORREIOS Novembro de 2012 991222451-1 - DR/RJ Nº 399 O reino da Mais-Valia Mercado de TI é um dos que mais cresce no Brasil, mas trabalhador não recebe melhorias salariais compatíveis com esse crescimento. Editorial - Pag 02

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ImpressoEspecialSindpd-RJCORREIOS

Novembro de 2012

991222451-1 - DR/RJ

Nº 399

O reino da Mais-ValiaMercado de TI é um dos que mais cresce no Brasil, mas trabalhador não recebe melhorias salariais compatíveis com esse crescimento.

Editorial - Pag 02

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Editorial Política

Segundo dados do IBGE o mercado de TI no Bra-sil apresentou números três vezes maiores que o PIB (Produto Interno Bruto) do país apenas no 1º trimestre de 2012. Os trabalhadores, no entanto, não viram todo esse crescimento se reverter em ganhos salariais equivalentes, embora tenham, em sua maioria, conquistado ganho real nos sa-lários. Estamos diante, portanto, mais uma vez, da velha prática da Mais-valia, termo cunhado por Karl Marx para designar a disparidade entre o salário pago e o valor do trabalho produzido. O governo brasileiro tem privilegiado as empre-sas de TI com desoneração da folha de paga-mento, possibilitando assim a abertura de novos postos de trabalho e maior produtividade. Isso auxilia na política de emprego do País, mas ainda falta muito para que os empresários entendam que trabalhador satisfeito é trabalhador produ-tivo. Quando se trata das empresas públicas do setor, no entanto, o jogo dos governos federal, estadual e municipal tem sido duro. Embora as empresas públicas tenham entrado na era da produtivida-de, a ordem é negar qualquer tipo de ganho real de salários. Em algumas estatais a busca por “bater metas” tem sido levada às últimas conse-quências, com total desprezo pela humanização dos espaços de trabalho e a inobservância de di-reitos adquiridos a duras penas. A grande desculpa de governos e empresários para tungar os bolsos dos trabalhadores é a cri-se econômica internacional. Realmente a situa-ção externa é crítica, principalmente na Europa, onde as taxas de desemprego têm alcançado pa-tamares assustadores. Mas o Brasil é o Brasil, e aqui a conjuntura é outra. Para mudar esse quadro, é necessária conscien-tização e muita mobilização por parte dos traba-lhadores e trabalhadoras, pois nada nos é dado de graça. A palavra de ordem, portanto, é unida-de em torno de objetivos coletivos.

Setor de TI cresce e trabalhadores querem crescimento de salários e direitos

Um balanço das eleições municipais*Emir Sader

As eleições municipais foram sobredeterminadas pelas eleições de São Paulo. Em primeiro lugar porque é o centro dos dois partidos mais impor-tantes do Brasil nas últimas duas décadas. Em segundo, pelo peso que a cidade tem no conjunto do país – pelo seu peso econômico, por ser sede de dois dos 3 maiores jornais da velha mídia. Esse caráter emblemático foi reforçado porque o candidato opositor ao governo federal foi o mesmo candidato à presidência derrotado há dos anos, enquanto o candidato do bloco do governo federal foi indicado pelo Lula, que se empenhou priorita-riamente na sua eleição. E pelo fato de que São Paulo era o epicentro do bloco da direita, que se estendia ao Paraná, Santa Catarina e aos estados do roteiro da soja, no centro oeste do Brasil. As eleições municipais tiveram claros vencedo-res e derrotados. O maior vencedor foi o gover-no federal, que ampliou o numero de prefeituras conquistadas pelos partidos que o apoiam, mas principalmente conquistou cidades importantes como São Paulo e Curitiba, arrebatadas ao eixo central da oposição. Ao mesmo tempo em que a oposição seguiu sua tendência a se enfraquecer a cada eleição, ao longo de toda a última déca-da, perdendo desta vez especialmente a capital paulista, mas também a paranaense e em toda a região Sul, Sudeste e Centro Oeste, em que os tucanos não conseguiram eleger nenhum prefeito nas capitais. No plano nacional, avança claramente a base aliada, com dois dos seus partidos fortalecendo-se: PT e PSB e enfraquecendo-se relativamente o PMDB. Houve certa fragmentação no interior da base aliada e mesmo no bloco opositor, mas nada que mude a tendência, que se consolida ao longo da década, da hegemonia do bloco governamen-tal, apontando a que, nas eleições de 2014, Dilma apareça como a franca favorita. A eleição de São Paulo se dá na contramão da tendência que se havia consolidado nas eleições presidenciais de 2006 e 2010, em que o Nordes-te, de bastião da direita, se havia tornado bastião da esquerda, pelo voto popular dos maiores be-neficiários das politicas sociais que caracterizam o governo federal desde 2003. Por outro lado, se havia deslocado o bastião da direita para os es-tados mais ricos do sul, do sudeste e do centro-oeste, com São Paulo – onde os tucanos tinham a prefeitura e o governo do Estado – como eixo

fundamental desse bloco opositor. A derrota em São Paulo, a nova derrota do seu ex-candidato duas vezes à presidência e a incapa-cidade de eleger sequer um prefeito em toda essa região, demonstra como a direita se enfraquece também onde concentrava seu maior apoio. Por outro lado, somando erros do PT e campa-nhas com forte apoio de governos estaduais que detêm aliados do governo, o PT foi derrotado em várias cidades importantes entre elas Belo Hori-zonte, Recife, Salvador e Fortaleza, como as mais significativas. Somente em um caso – Salvador – essa derrota se deu para a direita. A derrota em São Paulo é um golpe duro para os tucanos, que sempre contavam com um cau-dal grande de votos paulistas para ter chances de compensar os votos do nordeste dos candidatos do PT e agora se veem enfraquecidos em toda a região onde antes triunfavam. Eventuais candi-datos presidenciais como Aécio – quase obrigado a se candidatar, embora com chances muito pe-quenas de um protagonismo importante, quanto mais ainda de vencer – ou Eduardo Campos – sem possibilidades de se projetar como líder nacional, fora dos marcos do bloco do governo, que já tem Dilma como candidata para 2014 -, são objeto de especulações jornalísticas, à falta de outro tema, mas têm reduzidas possibilidades eleitorais. O julgamento do processo no STF contra o PT foi um dos temas centrais de Serra e revelou sua escassa influência eleitoral diante da imensida-de dos problemas das cidades brasileiras e do interesse restrito da população, apesar da velha mídia tentar fazer dele o tema central do Brasil. Nas urnas, o povo demonstrou que sua transcen-dência é muito restrita a setores opositores e à opinião pública fabricada pelos setores monopo-listas da velha mídia. Os implicados no julgamen-to eram basicamente dirigentes paulistas do PT, mas a eleição em São Paulo demonstrou como o julgamento e a influência da velha mídia continu-am a ser decrescentes. Outros temas podem ser analisados a partir do resultado eleitoral, mas eles não alteram em nada fundamental o transcurso da política brasileira, que segue centrada em torno da resistência do governo aos efeitos recessivos da crise capitalis-ta internacional, para elevar os índices de cresci-mento da economia e seguir expandindo as polí-ticas sociais.

*Sociólogo e Cientista Político, Mestre em Filosofia Política e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo

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Balanço das campanhas salariais de 2012 As campanhas salariais de 2012 trouxeram ga-nhos para a grande maioria dos trabalhadores de TI do estado do Rio de Janeiro, representados pelo Sindpd-RJ. Nas empresas particulares, onde está concentra-da a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras, os salários foram reajustados acima da inflação, com ganho real de 1,46% considerado o IPCA (Ín-dice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial. Se comparado ao que conquis-taram categorias de peso, como Bancários, que

fizeram greve nacional de 15 dias e obtiveram 2% de ganho real e aos trabalhadores nos Correios, que também fizeram mobilizações fortes e obtive-ram 1,3%, o resultado da negociação dos traba-lhadores em empresas privadas de TI foi muito positivo, tendo em vista que a campanha foi curta e não houve mobilização paredista. Na Datamec os trabalhadores e trabalhadoras obtiveram 1,4% de ganho real de salários. A em-presa, que foi “doada em privataria” no governo FHC, pertence hoje à Unisys, e mantém contratos com o governo federal. Nas empresas estatais (Serpro e Dataprev) as

campanhas salariais foram longas e desgastan-tes, mas, no final, houve ganhos para os traba-lhadores. Na Dataprev a campanha foi marcada, mais uma vez, pela truculência dos gestores da empresa, que praticam o mais feroz neoliberalismo já visto. Após a 3ª mesa de negociação a empresa, numa tentativa de desmoralizar a Campanha Salarial, apenas 20 minutos após a assinatura da ata da reunião, encaminhou diretamente aos trabalha-dores, através de sua rede interna de comunica-

ção, informe de que havia conseguido autorização do DEST/MP para reajustar em 2% as tabelas sa-lariais do PCS e os valores do Adicional de Ativi-dade. Ao fazê-lo o presidente da estatal, Rodrigo Assumpção, mais uma vez desrespeitou os tra-balhadores e suas instâncias representativas de-mocraticamente constituídas, adotando práticas anti-sindicais que violam convenções da OIT já ratificadas pelo Governo brasileiro. A resposta dos trabalhadores e trabalhadoras veio por meio de assembleias estaduais, onde foi aprovado o ingresso de dissídio coletivo de natu-reza econômica no Tribunal Superior do Traba-

lho, onde a categoria obteve o reajuste de 2% re-troativo a 1º de maio, constituindo, assim, ganho real de salário. No Serpro o movimento negocial encontrou bar-reiras de toda ordem. Da parte da empresa era clara a intenção de adiar as negociações. Da parte da oposição ao Sindicato e à Fenadados o que vi-mos foi a montagem de um verdadeiro circo, com todo tipo de acusação contra as representações, sem nenhuma proposta efetiva para beneficiar a categoria. Ao final da campanha salarial os tra-

balhadores e trabalhadoras obtiveram, além de reajuste salarial pela inflação e uma cartela de tíquete extra, um ganho social importantíssimo: o compromis-so da empresa de rever a Norma GP35, que dá margem à demissão dos traba-lhadores e trabalhadoras PSE’s quando devolvidos ao Serpro por clientes. Com essa possibilidade é tirada da cabeça de milhares de pessoas a espada do desem-prego, razão pela qual as representações (Sindicatos e Fenadados), atentas aos di-reitos dos companheiros e companheiras PSE’s, consideram que a revisão desta norma injusta é a maior conquista do ACT 2012/2013. No Datasus os trabalhadores deram pro-va de garra e determinação ao aderirem à greve nacional dos servidores públicos. Foram quatro meses de paralisação, com aproximadamente 350 mil servidores e mais de 30 categorias paralisadas que mostraram não aceitar as perdas sala-riais e o sucateamento do serviço públi-co. O resultado foi o aumento para o ser-vidor público do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e Previdên-cia, Saúde e Trabalho (PST) no valor de R$1.000 para nível superior, R$930 para nível médio e R$630 para nível auxiliar (valor este que deverá ser parcelado em três anos a partir de janeiro de 2013 até 2015, em cima das gratificações, e so-mente receberão o aumento no seu va-lor total os servidores que obtiverem 100 pontos na avaliação de desempenho). Já os aposentados terão 50 pontos ou a me-tade dos valores dos ativos. No Proderj a luta maior foi contra a in-transigência do governo estadual, que se recusa a dialogar com os servidores sobre o Plano de Cargos e Salários e o sucateamento do órgão, que não tem concurso público para renovar o quadro de servidores, o que propicia o “trem da

privatização”. Durante todo o ano as representa-ções tentaram a via do diálogo, promoveram atos e visitas à Alerj, mas nada foi capaz de demover o governo Cabral. Para 2013 os servidores prome-tem intensificar as mobilizações. Na IplanRio os trabalhadores conquistaram, além de reajuste salarial pela inflação, uma rei-vindicação histórica: a revisão do Plano de Cargos e Salários. Na Cobra Tecnologia a Campanha Salarial está em curso, mas a empresa já deu mostras de que vai endurecer. Os trabalhadores e trabalhadoras estão motivados e mobilizados!

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Serpro

O Sindpd-RJ aconselha os trabalhadores do Ser-pro a ingressarem, por cautela, com ação referen-te a FCT e FCA até novembro de 2012. O motivo é evitar possível prescrição por prazo. Leia a nota do Departamento Jurídico do Sindi-cato: “O Sindpd-RJ, através de seu Departamento Ju-rídico, propôs PROTESTO INTERRUPTIVO DE PRESCRIÇÃO de natureza coletiva, em favor dos trabalhadores do Serpro em 16 outubro de 2009. Para saber se o prazo prescricional (prazo para propor Ação Trabalhista) está interrompido, o

Trabalhadores devem ingressar com ação referente a FCT e FCA até novembro de 2012trabalhador deve telefonar para o Depto. Jurídico para saber se seu nome consta da medida caute-lar acima citada. A par de várias interpretações a respeito da pres-crição e seus efeitos, objetivamente, entendemos que a FCT e a FCA são, na verdade, salários. E pagamento de salários é uma obrigação de trato sucessivo e onerosa. Portanto, é o caso de pres-crição (quando muito) parcial e quinquenal. Mais objetivamente, com a interrupção da pres-crição (que é quinquenal e parcial), há cômputo de novo prazo a partir de 16 de outubro de 2009,

Campanha Salarial do Serpro trouxe avanço social Terminamos mais uma campanha salarial. Há quem diga ter sido uma campanha frustrada, e realmente não foi uma das melhores campanhas, porém, foi a única em que conseguimos avançar em relação à Norma Interna Gp 35, que garante direitos dos trabalhadores e trabalhadoras PSE’s. Esta norma é aquela que devolve trabalhadores do Serpro alocados em clientes, casos em que o Serpro alega não ter onde alocá-los e os demite sumariamente. Se afastarmos nossos olhares do próprio umbigo, teremos a oportunidade de contemplar como êxito a grande oportunidade de uma nova conquista, a qual já vínhamos perseguindo há muito tempo. O comprometimento do Serpro, em mesa de ne-gociação de rever esta norma nos dá, como re-presentantes dos trabalhadores e trabalhadoras, a certeza de que estamos no caminho certo, pois esta norma é, nada mais, nada menos, uma ne-fasta situação que expõe trabalhadores PSEs e seus familiares à própria sorte. Revisão da Norma GP 35 é avanço incontestável Covardia. Este é o termo correto a ser usado por tudo o que acontece aos trabalhadores do qua-dro externo do Serpro. Durante anos a fio, apesar dos baixos salários, esses companheiros e compa-nheiras, funcionários do Serpro, vêm se dedican-do às tarefas específicas do Ministério da Fazenda e convivendo com o desrespeito e a falta de reco-nhecimento por parte da empresa empregadora, que os demite sumariamente quando a ela são devolvidos. Esta situação agora terá fim, pois, com a assina-tura do ACT 2012/2013, a empresa aceitou alte-rar a Norma GP 35, que dá margem à demissão desses trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, as representações, atentas aos direitos dos com-panheiros e companheiras PSE’s, consideram que a revisão desta norma injusta é a maior conquista do ACT 2012/2013.

de forma que este prazo está garantido até 16 de outubro de 2014. Lembramos que a lesão efeti-vamente ocorreu a partir de novembro de 2007. Também é importante ressaltar que, como toda e qualquer matéria levada a juízo, o tema (pres-crição) pode ser interpretado de formas diferen-tes. Assim, mesmo considerando a interrupção do prazo já providenciada pelo Sindpd-RJ, é re-almente aconselhável ter cautela e ajuizar a Ação Trabalhista antes de novembro de 2012. Repeti-mos: apenas por cautela…”

Unidade é fundamental Além do avanço inconteste em relação à Norma GP 35, a maioria dos trabalhadores e trabalhado-ras do Serpro teve a reposição da inflação e mais uma cartela de tíquete. Um ganho pequeno, mas real. A grande questão para o próximo ano é como se dará o formato da campanha salarial, pois a diretoria do Sindpd-RJ acredita na união de es-forços em prol da categoria e, desde já, chama a OLT e demais entidades a se unirem numa cam-panha unificada. A oposição pode e deve existir, pois é salutar o debate de ideias e formas de pensamento, no entanto, não podemos deixar de lembrar que a divisão irresponsável do movimento só divide a categoria. E com a mesma dividida, quem ganha são os patrões. A Fenadados por diversas vezes teve sua repre-sentação legal reafirmada pela Justiça e, conside-

rando que não cabem mais recursos a essa deci-são do Tribunal Superior do Trabalho, a mesma convoca todos os sindicatos filiados a se junta-rem em prol dos trabalhadores, mesmo os não filiados, como o Sindpd-SP, por exemplo, podem passar procuração e se juntar ao movimento Na-cional. Chegou a hora da virada em 2013, pois somen-te com mobilizações e greves faremos o Governo negociar decentemente. Em todas as campanhas coordenadas pela CUT, o que vimos foi que só teve aumento real quem entrou em greve, afinal esse sempre foi e sempre será o principal instru-mento de luta do trabalhador. Por último, destacamos como positiva a norma que altera as regras das eleições em âmbito na-cional, pois a partir do próximo ano, teremos os OLTs em cada Local de Trabalho.

Durante audiência pública realizada no dia 11/10, em Brasília (DF), o procurador Valdir Pe-reira da Silva, do Ministério Público do Trabalho (MPT) - 10a Região, disse que adotará todas as medidas cabíveis para a reparação das injustiças

Ministério Público quer que Serpro reenquadre salários dos anistiadosimpostas aos anistiados do Serpro. O procurador não aprova a conduta da empresa com relação aos salários que paga para anistiados, tão pouco aceita as alegações apresentadas pela empresa para não efetivar o necessário reenquadramento

salarial desses trabalhadores. A audiência no MPT é fruto de denúncia feita pela assessoria jurídica da Fenadados, na pessoa do advogado Marthius Sávio em junho deste ano.

Acesse a página do Sindicato e confira os nossos convênios.

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Dataprev

Trabalhadores da Dataprev conquistam 2% de ganho real sobre salários

Sindpd-RJ reintegra mais um trabalhador da Dataprev O Departamento Jurídico do Sindpd-RJ conse-guiu, através de ação trabalhista, a reintegração de mais um trabalhador demitido injustamente pela Dataprev - Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social. Daniel Lima da Silva é o nome do aposentado que foi demitido pela empresa no dia 09/04/2012, e

O Departamento Jurídico do Sindpd-RJ correu atrás dos direitos dos trabalhadores demitidos injustamente e conseguiu três liminares, com a efetiva reintegração de 3 empregados:1 - João Carlos Ferreira Damasceno - Conse-guiu sua reintegração através de liminar defe-rida pela MM 76ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro;2 - Jandira Frederico de Oliveira – Conseguiu sua reintegração através de liminar deferida pela 78ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro;

Trabalhador da Dataprev obtém êxito na Justiça e mantém GEAP

Esta foi uma longa Campanha Salarial, em que a direção da Dataprev tentou de tudo para enfra-quecer as representações dos trabalhadores, mas a categoria conseguiu encerrar o processo nego-

cial com ganho real de salários. Mas não foi sem muita garra e luta! Após enfrentar várias artimanhas da gestão da Dataprev, o Comando Nacional de Campanha Sa-larial chamou o Conselho Diretor da Fenadados,

órgão máximo da Federação que, apesar de ter autonomia para decidir, optou por, democratica-mente, encaminhar aos trabalhadores para deli-beração, em assembleias, o indicativo de ingresso

de dissídio de natu-reza econômica junto ao Tribunal Superior do Trabalho. Embo-ra rejeitada no Rio de Janeiro, a proposta foi aceita pelos trabalha-dores da maioria dos estados e o dissídio foi instaurado, com o objetivo de retroagir o reajuste de 2% que a empresa tentou atra-vessar fora da Campa-nha Salarial, à data-base da categoria, 1º de maio. O resultado veio no dia 17 de outubro quan-do, em mesa de con-ciliação no TST, a Da-taprev teve que aceitar retroagir a 1º de maio de 2012 o índice de 2% aplicado sobre as ta-belas salariais do PCS e os valores do Adicio-nal de Atividade. Ou seja, os trabalhadores

e trabalhadoras ganharam 2% sobre o Adicional de Atividade e os salários praticados em 30 de abril. Neste caso o chamado “pacto federativo” foi benéfico ao conjunto dos trabalhadores, pois, em-bora o Rio de Janeiro, que conta com a maioria

O Sindpd-RJ obteve, através do seu Departa-mento Jurídico, decisão liminar garantindo ao trabalhador da Dataprev a permanência do seu plano de saúde GEAP, que foi suspensa pela em-presa indevidamente. Afastado por doença, o trabalhador recebia o au-xílio doença há muitos anos, porém em março de 2012 a empresa converteu o benefício em aposen-tadoria por invalidez e decidiu suspender o paga-mento ao trabalhador a partir do mês seguinte. A juíza Letícia Cavalcanti Silva, da 1ª Vara do Trabalho do Rio de janeiro, entendeu que a sus-pensão do pagamento da participação no plano de saúde ao trabalhador da Dataprev correspon-de a uma alteração do contrato de trabalho, fa-zendo com que o trabalhador fique no prejuízo. Tendo em vista a postura errada por parte da Da-taprev, já que a aposentadoria por invalidez não extingue o contrato de trabalho, o trabalhador ingressou com reclamação trabalhista através do Departamento Jurídico do Sindpd-RJ e obteve decisão liminar para manutenção do pagamento da parte que cabe a Dataprev.

numérica de trabalhadores, tenha sido derrotado nas assembleias, todos saíram ganhando.

Decisão no TST comprova que representações dos trabalhadores estavam certas

Todas as falácias pregadas pela oposição contra as legítimas representações dos trabalhadores caíram por terra, pois o acordo fechado na mais alta corte trabalhista do Brasil comprova que as representações dos trabalhadores (Fenadados, Sindpd-RJ e demais sindicatos filiados), estavam corretas em sua análise sobre a procedência do dissídio, pois agora sim podemos afirmar que os trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev tive-ram aumento real de salários. No Rio de Janeiro, a oposição ao Sindpd-RJ e à Fenadados chegou a lançar uma campanha de-magoga e antidemocrática: através de texto as-sinado pela presidente da Aned, representantes da OLT e dois diretores do nosso Sindicato, todos lotados na Álvaro Rodrigues que se dizem opo-sição, defenderam um abaixo-assinado contra o ingresso de dissídio coletivo de natureza econô-mica, ignorando o resultado de assembleias de-mocráticas realizadas em todo o País, que delibe-raram pelo ingresso do dissídio no TST. Os fatos demonstram que essa prática só traria prejuízo aos trabalhadores. Esta é a resposta que a diretoria do Sindpd-RJ tem a dar aos que nos acusaram de “pelegos” ao defender a ida a dissídio. Está na hora da oposi-ção assumir uma postura mais responsável, dei-xando de lado seus interesses partidários e pen-sando mais na categoria. Chega de politicagem!

para quem o Sindicato conseguiu a reintegração à Dataprev, através de decisão tomada pela juíza Maria Helena Motta, na 81ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. Esta é mais uma vitória do Departamento Jurí-dico do Sindpd-RJ que vem se empenhando para garantir o direito dos trabalhadores de TI.

Sindicato já havia conseguido outras três reintegrações3 – Boris Haas - Conseguiu sua reintegração através de liminar deferida pela 41ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, em audiência reali-zada no dia 18/09. No total o Sindicato conseguiu reintegrar qua-tro trabalhadores que foram demitidos injusta-mente da Dataprev, e, neste momento, existem outros casos aos cuidados do Departamento Jurídico do Sindpd-RJ, que serão julgados fu-turamente.

O Sindpd-RJ está na luta pelos demitidos da Dataprev!

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Dataprev

Os trabalhadores e trabalhadoras da Dataprev vêm amargando problemas e mais problemas na utilização e nas formas de pagamento do plano de saúde da Geap. Para tentar achar soluções vi-áveis que tragam mais conforto e segurança para a categoria, entidades representativas, entre elas o Sindpd-RJ, estão debatendo a fundo o proble-ma. Nos dias 18 e 19 de setembro o Sindpd-RJ par-ticipou, representado pelo diretor Willian Barral, do Seminário Nacional Sobre a Geap, promovido pela CUT/CNTSSS em conjunto com a Fenada-dos e Fenasps. Participaram do evento represen-tantes de diversas categorias, como SINDPPDS, Anfip, Sindsep, Sindisprev, Condserf, Sintrajufe, Universidade Federais, entre outras. A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizou Audiência Pú-blica no dia 8 de novembro, em Brasília, com o objetivo de discutir o sistema de gestão, formas de ampliação do financiamento e medidas para fortalecimento do Plano de Saúde da GEAP. So-licitado pela deputada Eryka Kokay (PT-DF) em 27 de junho e aprovado em Reunião Deliberati-va Ordinária da Comissão no dia 04 seguinte, o evento contou com a presença de especialistas e interessados no tema, entre eles diretores da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS). Na data da audiência esta publicação estava na gráfica, mas os trabalhadores e trabalhadoras não ficarão sem informações. O Sindpd-RJ este-ve presente à audiência pública e fará informe específico sobre o tema!

Câmara estuda reintegração de demitidos pela Dataprev em 1999 A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou, em agosto, projeto que garante a reintegração de ex-empregados da Em-presa de Tecnologia e Informações da Previdên-cia Social (Dataprev) em postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida está prevista no Projeto de Lei 898/11, do deputado Filipe Pereira (PSC-RJ). O relator da proposta, deputado Erivelton Santa-na (PSC-BA), lembrou que, em 1999, o Ministério da Previdência determinou que todos os servido-res da Dataprev cedidos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fossem devolvidos à entidade de origem. Ao serem devolvidos, muitos foram de-mitidos. “Aos servidores demitidos não foi sequer oferecida a possibilidade de adesão ao programa de demissão voluntária que, coincidentemente, foi adotado na empresa, logo após a consolidação

do processo de afastamento destes servidores”, lamentou o deputado. Erivelton Santana defendeu a reintegração: “O dirigente da Dataprev não tem o poder de rescin-dir o contrato de trabalho dos seus empregados da forma como foi feita porque o ato de desliga-mento do empregado tem que ser devidamente motivado, já que o servidor foi admitido mediante concurso público”.Reintegração De acordo com o projeto, a reintegração valerá para os funcionários que tenham sido despedidos sem justa causa ou demitidos sem direito a realo-cação entre 1º de janeiro de 1999 e 31 de janeiro de 2000. Segundo o texto, o servidor deve ser reincorpora-do ao cargo que ocupava antes ou, quando for o caso, naquele resultante de eventual transforma-

ção, assegurada a respectiva progressão salarial e funcional. A reintegração não será retroativa, ou seja, só gerará efeitos financeiros depois do efetivo retorno ao serviço.Proposta está em estudo na CCJ A proposta, que tramita de forma conclusiva, está sendo analisada agora pela Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cidadania (CCJ), onde será submetido a cinco seções regimentais para re-ceber emendas, ou não, dos parlamentares que compõem a CCJ. Após este procedimento, será colocado em pauta e, dependendo da ordem de numeração, será pedida a inversão da pauta e, assim, será encaminhado para votação. É impor-tante lembrar que os parlamentares podem pedir vista do projeto, retirada da pauta e obstruir seu trâmite na comissão.

Novos esclarecimentos e orientações sobre o Processo de Promoção de 2003

Geap – seminário e audiência pública tratam dos problemas dos trabalhadores da Dataprev com plano de saúde

Conforme informamos anteriormente, o I. Magis-trado da 12ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro determinou perícia contábil para apurar os valo-res devidos pela Dataprev da promoção por mé-rito de 2003. É sabido que o Magistrado não per-mitirá recebimento de valores em dobro, ou seja, os trabalhadores e trabalhadoras que assinaram o acordo com a empresa terão esta situação (rece-bimento de valores e concessão de nível salarial) verificada, com a possibilidade de não haver cré-dito resultante da promoção por mérito a partir de março de 2003. A diretoria do Sindpd-RJ deixa claro que ainda há possibilidade de reverter a situação para quem fez o acordo, com a utilização de outra fundamen-

tação, embora seja uma situação delicada. Não serão divulgadas todas as estratégias para não alertar, antecipadamente, a Dataprev. O perito nomeado foi notificado para estimar seus honorários e pegou os autos no dia 24 de agosto de 2012. Há alguns dias ele protocolou a sua estimativa dos honorários, que agora será encaminhada ao Juiz, para avaliação e definição dos próximos passos da execução. A Direção do Sindpd-RJ junto com a sua Asses-soria vem lutando em favor dos trabalhadores neste e em outros processos. Boatos, informações imprecisas e até mesmo “teses mirabolantes” só interessam àqueles que pretendem tumultuar o ambiente.

O SINDPD-RJ, REPETIMOS, ESTÁ ATUANDO DE FORMA INTRANSIGENTE E FIR-ME NESTE PROCESSO NA DEFESA DO DIREITO DA CATEGORIA.

Com informações da Agência Câmara

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Datasus

Datamec

Os trabalhadores e trabalhadoras da Datamec conquistaram, em 2012, ganho real de salários de 1,4%, além de reajuste de 9,14% no auxílio alimentação, que agora tem valor facial de R$20 por dia. O Acordo Coletivo de Trabalho foi assinado no dia 26 de julho, em Minas, na sede do Sindica-to local (Sindados-MG). É importante frisar que a Campanha Salarial da categoria se encerrou com aprovação de 87,71% dos trabalhadores e traba-lhadoras do Rio de Janeiro.

Acordo Coletivo da Datamec garante 1,4% de ganho real de salário

Os servidores do Datasus no Rio de Janeiro de-monstraram, durante o ano de 2012, que tem disposição para à luta. Uniram-se aos demais trabalhadores da base da Confederação dos Tra-balhadores no Serviço Público Federal (Condsef), nas mobilizações por avanços nos processos de negociação e a apresentação de propostas con-cretas por parte do governo, numa das principais greves de servidores públicos dos últimos tem-pos. Conquistados boa parte dos reajustes reivindica-dos, agora os servidores se debruçam sobre o im-bróglio criado pela CGESP (Coordenação de Ges-tão de Pessoal), que, sob a desculpa de questões burocráticas, estagnou o andamento do processo sobre a Prescrição Quinquenal, causando gran-des prejuízos aos trabalhadores. No final de outubro representantes dos servido-res do Datasus, entre eles os diretores do Sin-dpd-RJ Edna Rosa e André Pimentel; o servidor do Datasus Francisco Sampaio; e o advogado da Condsef Valmir Floriano V. de Andrade, estive-ram em Brasília para dar vistas ao processo da

Servidores do Datasus continuam na luta por avanços nos processos de negociação

Prescrição Quinquenal. Em reunião os integrantes da comissão discutiram a melhor maneira de o sindicato explicar para a CGESP/COLEP o quan-to seu parecer está equivocado. Outro encontro foi com o diretor da Condsef Sérgio Ronaldo, para estabelecer uma estratégia de de-fesa dos direitos dos servidores. Um grupo formado pelo advogado Valmir, os representantes sindi-cais Sérgio Ronaldo e Edna Rosa e o servidor Francisco, vai finali-zar a defesa e será marcada uma reunião com a SAA, CGESP/CO-LEP, para entregar o documento e discutir a possível mudança de posicionamento quanto ao pa-recer já emitido por essa Coordenação. Se não houver consenso, então será solicitado o envio do processo para o MPOG. Neste caso, a Condsef e o Sindpd-RJ irão trabalhar para provar que, no

caso do Datasus, é legítima a aplicação da GAE e Anuênio sobre a Diferença de Vencimentos/Re-muneração.

Cobra

No dia 25 de outubro ocorreu a primeira mesa de negociação com os representantes da Cobra. Es-tiveram presentes representantes da Fenadados, Sindpd-RJ, Sindpd-DF, Sindpd-MT, Sindpd-PE, Sindpd-RN, Sindpd-CE, Sindpd-BA, OLTs RJ, DF, PE, CE e o Assessor Jurídico da Fenadados, advogado Marthius Sávio. A empresa negou todas as reivindicações de in-clusão e pediu nova redação (que ainda não nos

Na 1ª mesa de negociação Cobra Tecnologia nega reivindicações dos trabalhadores e categoria manifesta indignação

O Sindpd-RJ realizou no dia 26/10, na porta da empresa, sua assembleia para delibe-rar sobre o que foi apresen-tado ontem pela empresa, e a comunidade rejeitou a proposta, mostrando indig-nação com a falta de sensi-bilidade da Cobra Tecnologia para com seus funcionários. A comunidade Cobra se mantém firme em seus pro-pósitos e as representações já mobilizaram a categoria para a luta contra o arbítrio nas negociações e outras questões importantes, tais como demissões imotivadas e desmonte da empresa.

Trabalhadores realizam Ato contra a postura inflexível da empresa

apresentou) de algumas cláusulas do acordo an-terior. Como se fosse pouco, ofereceu reajustar salários e benefícios apenas pelo IPCA (5,28%), sem ganho real e sem 13ª Cesta (Cesta Natalina). Os representantes dos empregados demonstra-ram sua insatisfação com a postura da empresa. Até o fechamento desta edição não havia sido realizada nova mesa.

Mesas específicas tratam de pendências As representações dos trabalhadores, entre elas o Sindpd-RJ têm se reunido com a Datamec para tratar de pendências, tais como plano de saúde; demitidos; e calendário de PLR. Expectativa de acordo sobre PLR 1998 A diretoria do Sindpd-RJ tem se reunido com representantes da Datamec para tratar do acor-do sobre a PLR/1998. A expectativa é fechar o acordo em breve, superando um problema que se arrasta há mais de uma década.

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Servidores do Datasus em greve

Assembleia na Datamec

Direção da Cobra recebe troféu abacaxi dos trabalhadores

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Particulares

Os trabalhadores e trabalhadoras em empresas privadas de TI aprovaram no dia 02/10, por una-nimidade, em assembleia realizada na sede do Sindicato, a contraproposta patronal de reajuste de 6,7% (a partir de 1º de setembro) sobre sa-lários e demais cláusulas econômicas, inclusive pisos, e de 7,6% sobre o auxílio refeição (tíquete) e os benefícios indiretos. Com isso, o menor valor facial de tíquete passará a R$17,00 para jornada de 8 horas e de R$12,37 para jornada de 6 horas. Reajuste garante ganho real de 1,46% acima do índice oficial de inflação É importante frisar que o reajuste salarial (que recai também sobre as demais cláusulas econô-micas e benefícios indiretos), ficou no patamar de 1,46% acima do IPCA (Índice de Preços ao Con-sumidor Amplo), que mede a inflação oficial.

Trabalhadores conquistam reajuste salarial acima da inflação Se comparado ao que conquistaram catego-rias de peso, como Bancários, que fizeram greve nacional de 15 dias e aos trabalhado-res nos Correios, que também fizeram mobi-lizações fortes, o resultado da negociação dos trabalhadores em empresas privadas de TI foi positivo, tendo em vista que não houve mobili-zação paredista. Confira:Bancários – 7,5% de reajuste salarial, após 15 dias de greve nacionalCorreios – 6,5% após greve. Não houve acordo e o reajuste foi decidido em Dissídio Coletivo de Trabalho, pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho)Trabalhadores de TI – 6,7% após negociação sem greve ou qualquer outra mobilização

Dois trabalhadores em empresas privadas de TI foram reintegrados aos seus postos de trabalho após demissões irregulares. O primeiro caso se deu na empresa Tecnologia Bancária S/A, que demitiu imotivadamente a trabalhadora Mariana Becker Leite, dispensada apesar de possuir estabilidade por acidente de trabalho. O Departamento Jurídico do Sindicato ingressou com ação para anular a demissão e a juíza da 35ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro acolheu o pedido de Tutela Antecipada, determinando a reintegração da trabalhadora e assegurando os benefícios concedidos na época da demissão (fun-ção, jornada e salário), inclusive plano de saúde

Trabalhadores são reintegrados aos seus postos de trabalhoe tíquete refeição, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00. A decisão foi cumprida, ou seja, a empregada, reintegrada, porém em audiência inicial foi for-malizado acordo considerando o período de esta-bilidade e a manutenção do plano de saúde. O segundo caso envolve a empresa Rio Card, que demitiu um trabalhador que tinha estabilidade, uma vez que era membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). O Sindicato en-trou em negociação com a empresa e reivindicou os direitos do trabalhador, que foi reintegrado ao seu posto de trabalho no dia em que seria feita a sua homologação, 10 de outubro.

A ELF teve que fazer o enquadramento sindical depois que o Sindpd-RJ agiu (ver site) Outras empresas na mesma situação estão sendo alvo de enquadramento solicitado pelo Sindicato, além do cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho. Aquelas que insistem em descumprir quaisquer cláusulas estão sendo obrigadas a acertar as contas com os trabalhadores. As principais irregularidades são encontradas no pagamento do benefício direto e indireto, tais como participação no plano de saúde além de 1%, tíquete etc.

Enquadramento sindical da Elf

Veja nossos convênios:AcademiaAcademia Exercity Agências de turismoJusTour Agência de Viagens e Turismo Viva Rio Turismo Auto EscolaAuto escola Rio de JaneiroColégioOga Mitá EscolaColégio Batista ShepardCurso Mag de Cascadura Ltda Cooperativa Educacional da Região de Jacarepaguá CEREJA Colégio Graham Bell (Sinttel - Rio) ClínicasClassident DenteCross Assistência Odontológica Jorge AvellarNúcleo Psicanalítico do Rio de Janeiro CursosBit Company CCAAFISK YES NSI Training

Exames LaboratoriaisAll-Lab Laboratório de Análises Clínicas FarmáciasSaúde Homeopática Ltda-ME Farmabox Hotéis/PousadasPousada Suarez – Penedo Pousada SintellColônia de Férias UNCPSPousada Villa Harmonia ParatyPousada Arcobaleno Campos de Provence LazerParadiso clubeRio Water Planet LojasM. WannaCasa e Cozinha Campo GrandeÓticas Óticas Carol S.A.Socorro dos Óculos RestaurantesEstrela do Sul SegurosSinaf Seguros

Acesse a página do Sindicato e confira os convênios na íntegra

Rio D´ouro Corre-tora de Seguros Universida-desLa Salle Instituto Superior de Educação Universidade Gama Filho SUESC Universidade Estácio de Sá FabelUnicarioca UniverCidade - Centro Universitário da Cidade do Rio de JaneiroUCB - Universidade Castelo BrancoFIJ - Faculdades Integradas de JacarepaguáUVA - Universidade Veiga de Almeida Faculdade Moraes Junior Novos convênios:AVM Faculdade Integrada (Cân-dido Mendes)Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAN)Organizações Hélio Alonso de Educação e CulturaAdvogadoEspecializado em inventários judiciais e extrajudi-ciais, testamentos, arrolamentos, partilhas, lega-lizações imobiliárias e demais atos pertinentes ao direito das sucessões.

Assembleia dos trabalhadores em empresas privadas de TI

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Secretaria de Aposentados do Sindpd-RJ na luta pelos direitos dos idososAposentado

A Secretaria de Aposentados do Sindicato tem como objetivo principal manter a continuidade

Saúde

Sofrimento psíquico no trabalho

A CUT-RJ promoveu debate sobre o sofrimento psíquico do trabalho, com palestra feita por Fer-nando Gastal, doutor em Psicologia Clínica do Trabalho e professor da UFRJ. O evento foi pro-movido conjuntamente pelas secretarias da Ju-ventude (Thiara Nascimento), de Formação (Maria do Céu), Relações do Trabalho (Marcello Azevedo) e Saúde do Trabalhador (Luiza Dantas) da CUT-RJ. A atividade se insere na campanha da CUT em defesa do trabalho decente, que está relacionada

à luta contra o adoecimento pelo trabalho. O professor Gastal traçou um quadro his-tórico do sofrimento psíquico dos traba-lhadores desde o início da industrialização até os dias atuais. A conclusão é que, para extrair o máximo de produtividade dos tra-balhadores, sempre houve assédio moral, super exploração e aprisionamento das energias. Gastal fez questão de sublinhar que a so-ciedade capitalista é uma sociedade que enquadra os sentidos, os sentimentos, a disciplina e o corpo. Ou seja, o homem é utilizado como máquina de produzir. Nes-te sentido, o taylorismo e o fordismo foram sistemas pensados para extrair o máximo de produtividade e aceleração dos pro-cessos, com exigências físicas e psíquicas cada vez maiores. Hoje o adoecimento no trabalho, ou pro-

vocado pelo disciplinamento, está cada vez mais presente nos call centers, nos bancos, no setor de TI, nas fábricas, etc. A consequência, alerta o professor, é que não param de crescer denún-cias de suicídios, depressões, impotências físicas e distúrbios mentais. Por tudo isso, a luta pelo trabalho decente e pela garantia de direitos, a promoção da saúde e da qualidade de vida devem estar presentes nas agendas sindicais, nas negociações e nas pautas a serem apresentadas aos patrões e ao governo.

Em 2011, a profissão de TI foi considerada a mais estressante pelo instituto de pesquisa Swns. Num outro levantamento, realizado pelo Instituto Datafolha a pedido do Sindicato dos Trabalhadores em TI de São Paulo, houve indi-cação de que as atividades do setor são cansa-tivas. Segundo publicações do Sindpd o estudo mostra que descansar é o hábito mais comum de 93% dos trabalhadores do setor nas horas vagas, sejam eles da capital ou interior e inde-

Sindpd-RJ na luta contra o estresse nas atividades de TI

pendente do nível de escolaridade. A diretoria do Sindpd-RJ está atenta ao pro-blema, que atinge os trabalhadores da catego-ria. No dia 31 de julho William Barral, diretor do Sindicato, esteve no programa de TV “Encon-tro com Fátima Bernardes”, onde denunciou a pressão que os trabalhadores e trabalhadoras sofrem todos os dias, num setor onde surgem ferramentas novas a cada minuto e as metas de produção não param de aumentar.

Prata da Casa

O Projeto de Qualificação Profissional de Infor-mática é um curso que o Sindicato oferece aos trabalhadores sindicalizados ao Sindpd-RJ e seus dependentes, com duração entre quatro e seis meses cada curso, com o objetivo de atuali-zar o trabalhador e formar os dependentes e apo-sentados que se inscrevem para as aulas. Os cursos oferecidos pelo Projeto do Sindicato são:Básico – toda terça-feira, de 10h às 12 horas ou das 14h às 16 horas, e quinta-feira, das 10h às 18 horas;Excel Básico e Avançado – toda quarta-feira, das 18h às 20 horas;Pacote Libre Office – toda terça-feira, das 16h às 18 horas, e quinta-feira, das10h às 12 horas;Linux – não tem turma;Macro (automatização de trabalho de planilha) – toda terça-feira, das 18h às 20h;(Novo!) Edição gráfica (utilizando o software livre Gimp) – com previsão de aulas para toda quinta-feira, das 14h às 16h. Os únicos cursos que necessitam de pré-requisi-tos são Excel Avançado e o Macro, pois são segui-dos de noções básicas do curso de Excel. Os cursos de informática são gratuitos e quem não for sindicalizado poderá se sindicalizar no ato da inscrição. Os interessados na inscrição para o cadastro de reserva deverão entrar em contato com o Departamento de Formação do Sindicato pelo e-mail ([email protected]) ou pelo telefone (21) 2516-2620, ramais 226 e 228.

Projeto de Qualificação de Informática do Sindpd-RJ

permanente das lutas sindicais e estimular os companheiros aposentados a continuarem na luta por seus direitos, pois eles são parte inte-grante e importante da categoria de TI. Visando fortalecer esse objetivo, o Sindpd-RJ le-vou 18 companheiros para o Ato Público realiza-do em Brasília para pressionar os parlamentares a votarem os projetos de interesse da categoria, tais como:1 - Reajuste único para todos os aposentados e pensionistas;2 - Recuperação das perdas salariais;3 - Fim do fator previdenciário. As entidades presentes neste Ato foram: Confe-

deração Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap); Federação dos Aposentados e Pensio-nistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj); e Sindpd-RJ, entre outros. Além disso, o Sindicato estará presente no Con-gresso da Copab, que será realizado em Salvador nos dias 08, 09 e 10 de novembro. O Grupo de Trabalho (GT) de aposentados do Sindicato vem se reunindo toda quinta-feira para incluir mais companheiros e, juntos, construir a luta por seus direitos. O Sindicato também rea-lizará, até o final do ano, festa natalina para os aposentados da categoria de TI.

Pré-Vestibular para Trabalhadores

Em breve as inscrições estarão abertas.

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Plenária dos aposentados no auditório do Sindpd-RJ

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Debate

No dia 25 de setembro pela segunda vez a voz feminina da Presidenta Dilma Rousseff inaugu-rou uma Sessão da Assembleia Geral da ONU, tradição iniciada por Oswaldo Aranha em 1947.Conforme constatado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki Moon, a 67ª Sessão teve como pano de fundo um “contexto internacional desordena-do”, referindo-se, entre outros fatos, às crises que estão em curso no mundo, às recentes disputas territoriais na Ásia, aos desdobramentos da Pri-mavera Árabe, à ameaça de agressão israelense contra o Irã, bem como às últimas revoltas de grupos muçulmanos com a consequente morte do embaixador dos EUA na Líbia. Mesmo diante do cenário de turbulências e ame-aças belicistas, o discurso brasileiro surpreendeu pela altivez de confrontar pautas de interesse das grandes potências. Começou com temas de eco-nomia, destacando o uso da “legítima defesa co-mercial” contra protecionismos e guerra cambial. Seguiu ressaltando a economia do Brasil como exemplo de crescimento com responsabilidade social, citando percentuais de redução da po-breza. Ao se referir às crises no Oriente Médio e no norte da África, identificou-as como um gri-to contra a pobreza e a falta de oportunidade, e como signo do ressentimento histórico diante de políticas colonialistas e neocolonialistas. Sobre a Síria, condenou a violência do governo de Damasco, mas ressaltou a participação das forças externas ao armar a população civil e pro-duzir violência indiscriminada, entendendo que só a negociação pacífica poderia reduzir a catás-trofe humanitária naquele país. Em relação às revoltas no mundo islâmico, repudiou a escalada de preconceito islamofóbico que cresce em países ocidentais. Reafirmou o histórico apoio ao reco-nhecimento do Estado da Palestina, bem como a tradicional posição brasileira quanto à reforma do Conselho de Segurança, criticando a forma-ção de coalizões à revelia e à margem do direito internacional. Na questão ambiental, destacou a importância da Rio+20 e do documento final: crescer-incluir-proteger-preservar. Sobre a integração, em refe-rência implícita ao golpe no Paraguai, enfatizou

Altivez do Brasil na ONULarissa Ramina e Carol Proner

que a democracia não está imune a assaltos na América Latina e no Caribe, e que demanda ações do Mercosul e da Unasul. Ao referir-se a Cuba, destacou que os embargos anacrônicos golpeiam sua população. Encerrou o discurso com os jogos olímpicos, destacando a chama olímpica como re-presentativa do respeito às diferenças, mensagem de inclusão e entendimento que devem inspirar a continuidade do fortalecimento e da legitimidade da ONU. O tom do discurso brasileiro pode não ter agra-dado aos que já criticavam a política externa do Governo Lula e do então Chanceler Celso Amo-rim. O Brasil segue defendendo o multilateralis-mo, a solução pacífica dos conflitos, o princípio da não intervenção e, portanto, choca-se fron-talmente com a posição dos EUA e de algumas potências europeias ao atacar a difusão da isla-mofobia, a ajuda militar à oposição na Síria e, principalmente, a política monetária norte-ame-ricana que inundou o mercado de liquidez para valorizar artificialmente o câmbio e prejudicar as exportações de países emergentes. Não obstante, trata-se de postura que certamente se coaduna com a posição de um país que figura como a 6ª economia do mundo, que detém gran-des reservas naturais e minerais, o maior estoque de biodiversidade do planeta, um dos maiores mercados consumidores, mas que, para além da fortaleza estrutural, apresenta-se como alternati-va de desenvolvimento por conseguir crescer com inclusão social. O Brasil fala com a autoridade de país que está, mesmo integrando o modo de pro-dução capitalista, tentando encontrar equilíbrio entre acumulação e distribuição de renda. Embora com tantos obstáculos e desafios a se-rem superados, a gestão da presidenta Dilma chama a atenção de outras economias e conta com a aprovação recorde de 62% da população.

(*) Carol Proner e Larissa Ramina são Doutoras em Direito, Professoras do Programa de Mestrado em Direitos Fundamentais e Democracia da UniBrasil.Texto originalmente publicado no portal Carta Maior (www.cartamaior.com.br)

Enquanto isso, na Europa...

Assuntos que o povoestá comentando- As despesas com segurança pública no Brasil totalizaram mais de 51,5 bilhões de reais em 2011, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. A informação consta na 6ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, na sede da Fecomercio de São Paulo. #Umpoçosemfundo

- A batalha pela retomada de terras indígenas se arrasta no Mato Grosso do Sul e o estado é responsável pelos mais altos índices de assassi-natos de indígenas #Conflitofundiário

- Joaquim Barbosa acelerou o julgamento do STF porque ele teve passagem comprada para a Alemanha. Se perdesse, iria ter que se tratar no Sarah Kubitschek #STF_justiça

- A regulamentação dos meios de comunicação é uma realidade em países desenvolvidos como o Reino Unido, a França e Canadá. Por que não no Brasil? #RegulaDilma

- Com ventos de 175 km/h, furacão Sandy atingiu, também, sudeste de Cuba. E a mídia não comentou nada sobre isso! #FuracãoSan-dyemCuba

- Grécia: sai ou não sai da zona do Euro?! O ministro-presidente do estado alemão da Ba-viera, Horst Seehofer, declarou que “não havia motivo no momento” para falar em uma saída da Grécia da Zona do Euro #Gréciaemrisco

- O custo com os faltosos no Enem 2012 foi mais 90 milhões de reais. A decisão do MEC é de fazer um estudo para tentar reduzir o núme-ro de candidatos que se inscrevem e faltam ao exame. #Enem2012

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Igualdade racial

Dados do Ministério da Saúde indicam que 53% dos homicídios registrados no país vitimam pes-soas jovens. Destas, mais de 75% são negras. Além disso, enquanto as mortes de jovens bran-cos caíram de 9.248, em 2000, para 7.065, em 2010, a morte de jovens negros cresceu de 14.055 para 19.255 no mesmo período. Para combater esta realidade, o Governo Fede-ral lançou, em setembro, o programa Juventude Viva, que é a fase inicial do Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra. “O Juven-tude Viva representa um plano de enfrentamen-to à mortalidade da juventude negra. Vai come-çar como uma experiência em Alagoas, com os vários ministérios envolvidos desenvolvendo um conjunto de ações de inclusão e contra a cultura de violência”, explicou a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros. Entre as iniciativas a serem desenvolvidas, a ministra mencionou a adoção, pelas escolas es-taduais, de aulas em período integral; a criação de espaços culturais em territórios violentos e o estímulo ao empreendedorismo juvenil, princi-palmente quando associado à chamada econo-mia solidária. Além disso, o programa também prevê ações de capacitação dos profissionais que atuam com os jovens, especialmente os policiais. “Será extremamente importante o trabalho que faremos com as forças policiais para que possa-mos ter um comportamento diferenciado dos po-liciais em relação aos jovens, especialmente em relação ao jovem negro, que, por conta da dis-criminação racial, acaba sendo mais atingido por essa violência”, explicou a ministra.

Mais de 75% dos jovens assassinados no Brasil são negros O Juventude Viva, segundo a ministra, irá be-neficiar não apenas jovens negros entre 15 e 29 anos, mas toda a população das regiões contem-pladas com iniciativas como a construção de es-paços culturais. “Pretendemos atingir os jovens negros, que, nos últimos anos, são os que mais têm sofrido com esses altos índices de homicí-

dios, mas, embora o diagnóstico que conduza o programa leve em conta a população negra, seu caráter é amplo. A instalação de uma praça de cultura em um bairro de maioria negra faz toda a diferença para toda a população”, acrescentou a ministra. “Embora tenhamos experimentado, nos últimos anos, uma melhoria dos indicadores sociais da população negra, temos ainda milhões de jovens negros que estão fora da escola e do

mercado de trabalho, sendo uma população vul-nerável às possibilidades de se envolver em situa-ções violentas e que tem a vida pouco valorizada, já que não está inserida em nenhum tipo de rede social mais forte.” A cidade de Maceió foi escolhi-da para sediar o lançamento do programa, pois a capital de Alagoas ocupa o segundo lugar entre

as cidades com o maior número de homicídios no país. Coordenado pela Secretaria de Políticas de Pro-moção da Igualdade Racial, da Presidência da Re-pública, o programa contará com a colaboração dos Ministérios da Cultura, Educação, Saúde, Trabalho e Esportes.

A Secretaria de Igualdade Racial do Sindpd-RJ realizou no sábado 27, o evento Reparação Histó-rica x Ações Afirmativas, com a presença de mi-litantes do Movimento Negro do Rio e da Baixada Fluminense. Aberto e gratuito, o evento contou com palestra de Eloi Ferreira, presidente da Fundação Palma-res e ex-ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e do pro-fessor Yedo Ferreira, do Movimento pela Repara-ção. A Secretária de Igualdade Racial do Sindica-to, Delfina de Souza, fez a mediação. A abertura foi feita pelo Secretário de Igualdade Racial da Fenadados, Luís Carlos Garcia (Mussula). As dis-cussões giraram em torno dos conceitos “Repara-ção Histórica” e “Ações Afirmativas”. Segundo Yedo Ferreira, a política de Ações Afir-mativas não contempla a real reparação que o povo negro tem direito após séculos de escravidão e exclusão social. Para ele a questão de fundo é o projeto de Nação que queremos, ou seja, a re-paração histórica passa pela luta ideológica para

Evento debate o contraponto: Reparação Histórica x Ações Afirmativas

a conquista de um País onde o povo negro tenha papel protagonista. Já Eloi Ferreira con-sidera que a conquista de políticas afirmativas, tais como a implemen-tação do Estatuto da Igualdade Racial e a Lei de Cotas para negros, é uma forma de iniciar um processo sustentá-vel de reparação, inse-rindo a população negra nos espaços de poder. Após as palestras a ple-nária iniciou um rico debate de ideias e pro-jetos.Acesse http://www.livestream.com/sindpdrj e assista vídeos do evento.

Visite a página do Sindpd-RJ: www.sindpdrj.org.br

Ativistas do Movimento Negro participam de debate no auditório do Sindpd-RJ

Fonte: Agência Brasil

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SOS Crianças Desaparecidas O programa SOS Crianças Desaparecidas é uma ação integrada à Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desa-parecidos (REDSAP), de alcance nacional, voltada para localizar crianças e adolescentes desaparecidos através de fotos divulgadas na mídia em geral e pesquisa em abrigos, com o objetivo de reintegrá-las às famílias. A ação visa também a implantação da cultura da identificação, evitando assim o desapa-recimento de crianças em locais de grande concentração de pessoas.

Nome: Anderson Mendonça da SilvaIdade: 12 anos Desaparecido: 12/08/2012Local do desaparecimento: São Gonçalo - RJSituação: Saiu de casa e não retornou

Nome: Daiana Silva de JesusIdade: Atualmente 16 ANOSDesaparecido: 03/03/2011Local do desaparecimento: Rio de Janeiro - RJSituação: Saiu de casa e não retornou

Nome: Dayana de Oliveira Cardoso Idade: 16 anosDesaparecido: 13/09/2012Local do desaparecimento: Zona Norte - RJ Situação: Saiu de casa e não retornou

Nome: Nathalina do Nascimento LimaIdade: Atualmente 16 anosDesaparecido: 24/06/2010Local do desaparecimento: Zona Oeste - RJSituação: Rapto por estranho

Nome: Sabrina Firmino de FreitasIdade: Atualmente 16 anosDesaparecido: 31/03/09Local do desaparecimento: Baixa-da Fluminense - RJSituação: Saiu de casa e não retornou

Nome: Lorrayne Teixeira Crispim Idade: 18 anos Desaparecido: 27/03/2010Local do desaparecimento: Volta Redonda - RJSituação: Saiu de casa e não retornou * Portadora de deficiência

Democratização da Comunicação

No dia 27 de agosto o Fórum Nacional pela De-mocratização da Comunicação (FNDC) lançou em inúmeros estados do país a campanha “Para ex-pressar a liberdade, uma nova lei para um novo tempo”. Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, a secretária nacional de Comunicação da CUT e coordenadora geral do FNDC, Rosane Bertotti, fala sobre a importância da mobilização “para garantir a diversidade e a pluralidade de vo-zes, rompendo com o monopólio que asfixia a co-municação”. Vivemos um momento político extremamente complexo, onde os meios de comunicação assu-mem abertamente posições políticas reacioná-rias, manipulando informações e fazendo pressão e proselitismo por uma volta ao passado. De que forma a campanha do FNDC busca romper com este monopólio da palavra detido pelos barões da mídia? O lema da nossa campanha é “Para expressar a liberdade, uma nova lei para um novo tempo”. Estamos falando da liberdade de todos e todas, do direito que a sociedade tem de ser informada de forma veraz, sem manipulações, distorções e omissões. Infelizmente, o Código Brasileiro de Te-lecomunicações, que completa 50 anos na próxima segunda-feira, 27 de agosto, foi feito sob medida para satisfazer os interesses de uma meia dúzia de

Rosane Bertotti: “Democratização da comunicação é um passo inadiável para que todos tenham voz”*Leonardo Severo

senhores que fizeram das concessões públicas um negócio privado, altamente lucrativo, onde o que vale é o interesse do “dono” e de seus anunciantes. Mas esta lei, que já era ruim, piorou muito. Assim, o tempo foi passando e a regulamentação do fun-cionamento das rádios e televisões no país ficou completamente anacrônica. Na verdade, são cinco décadas de absurda concentração, de negação da pluralidade e da diversidade. Felizmente, com a nossa luta, com a participação da classe trabalha-dora, do povo brasileiro, nosso país mudou e não cabe mais na camisa de força representada por essa legislação completamente antidemocrática. A extrema concentração existente possibilita que meia dúzia de famílias que controlam os meios imponha padrões de comportamento e valores ao conjunto da sociedade, numa aberta negação dos próprios princípios democráticos. Qual a sua ava-liação? Como dissemos, esta situação foi permitida e mantida pela existência de uma legislação arcaica, bem ao gosto do conservadorismo que perpetuou durante estas cinco décadas o seu poder, e impôs seus interesses, sobre o conjunto da sociedade, negando a liberdade de expressão e o direito à co-municação. É por esta razão que várias entidades dos movimentos sociais se somaram com o FNDC para levar adiante essa campanha em favor de uma nova legislação. Como dissemos uma nova lei para este novo tempo que vivemos, de convergên-cia tecnológica, que nos abre inúmeras possibili-dades, desde que façamos com que o interesse pú-blico prevaleça. Nossa luta é pela universalização do acesso à internet, por banda larga para todos, com investimentos em ciência e tecnologia nacio-nal para que o país não fique amarrado à lógica dos pacotes das grandes empresas transnacionais. Nossa lógica é outra, é de romper com toda e qual-quer mordaça, com toda e qualquer asfixia. É um compromisso que temos com a inclusão, com a

pluralidade, com o respeito à diversidade, com o interesse público, com o Brasil. O FNDC tem afirmado que um novo regramen-to não só é necessário, como urgente. Quais são os principais pontos a serem incorporados nesta nova legislação para o setor, o chamado “marco regulatório”? Muito diferente do que alguns setores da mídia vêm repetindo à exaustão, inclusive realizando no Brasil um encontro da Sociedade Interameri-cana de Imprensa (SIP) para tergiversar sobre o tema, numa tentativa de confundir a opinião pú-blica, defendemos uma regulamentação democrá-tica. Os eixos podem ser sintetizados, como disse o ex-ministro das Comunicações Franklin Martins numa palavra de ordem: nada além da Constitui-ção. O fato é que artigos da Constituição Cidadã, de 1988, nunca foram regulamentados porque o advento do neoliberalismo no início dos anos 90 criou inúmeros obstáculos para qualquer avanço na área social, enquanto propagandeava as priva-tizações, as desnacionalizações, o individualismo. Então, quando falamos nada além da Constitui-ção, queremos dizer que é preciso regulamentar os artigos como o que proíbe a formação de monopó-lios e oligopólios, como o que garante o respeito à diversidade regional e à produção independente, que impede a concessão a políticos. Além disso, a Conferência Nacional de Comunicação, realizada no final do governo Lula, apontou para a formação do Conselho Nacional de Comunicação. Ou seja, não estamos reinventando a roda, apenas quere-mos regrar o setor com mecanismos democráticos para garantir que o direito das pessoas a uma in-formação veraz esteja acima do cifrão. Nosso com-promisso é com a democracia, é garantir que todos tenham voz e vez. É para isso que vamos à luta! Viva a liberdade de expressão!Acesse o site da Campanha: http://www.paraex-pressaraliberdade.org.br

*CUT Nacional

Cidadadnia

Utilidade Pública