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Noções de economia
Disciplina: Gestão Rural
Curso: Técnico em Agropecuária
Organograma do pensamento econômico
Organograma do pensamento econômico
Valo ração m o n etária
V a lo raçã o m ate ria l
Valo ração m ateria l
Econom ia am bienta l (1970...)Pearce
Valor sub je tivo ind iv idua lIncorporar a na tureza no m ercado
Keynesian ism o (sécu lo XX 1a. m itade)Keynes
Valor sub je tivo ind iv idua lP rodução
Econom ia neoclássica (sécu lo XIX 2da. m itade)W alras, Jevons, M engerValor sub je tivo ind iv idua l
M ercado
M arxism o (sécu lo XIX 2da. m itade)M arx, Enge ls
Traba lho com o fon te de va lor de uso e trocaProdução
Econom ia po lítica c lássica (sécu lo XV III-XIX 1a. m itade)Adam Sm ith , Thom as M althus, D avid R icardo
Traba lho (em gera l) com o fon te de va lor (va lor ob je tivo)P rodução (riqueza das nações)
Econom ia eco lóg ica (1970...)G eorgescu-R oegen, D a ly
Valor sub je tivo ind iv idua l + va lor in trínsecoM ercado + recursos natura is
F is iocrácia (sécu lo XV III)Q uesnay
Traba lho agríco la com o fon te de va lorP rodução
1.Introdução. As principais correntes da ciência econômica
1. Mercantilismo. Europa. Fim século XV. John Hales, Colbert, Thomas Mun, entre outros. Riqueza: acumular moeda/metais preciosos. Riqueza gerada pela circulação.
2. Fisiocratas. França. Fim século XVII. Quesnay. Riqueza gerada pela agricultura. A ordem divina regula a economia.
3. Clássicos. Inglaterra. Fim século XVIII, início do XIX. Adam Smith (1776) A riqueza das Nações. David Ricardo (1823) Valor Absoluto e Valor de troca. Riqueza gerada pelo trabalho tanto na agricultura como na indústria. Leis terrenas regulam a economia.
4. Marxismo. Alemanha. Fim século XIX. Marx. 1867. O capital. Tomo I. Riqueza gerada pelo trabalho e lucro gerado pela exploração da força de trabalho.
5. Neoclássicos. Europa. Fim século XIX (1871-1906). Jevons (Inglaterra, 1971); Walras (Lausana, 1874); Bom Bawerk (Austria, 1889); Pareto (Italia, 1906). Valor subjetivo que é expressado pelo preço de mercado.
6. Keynesianismo. Inglaterra. Primeira metade século XX. J.M.Keynes. Neoclássico que reabilita o papel do Estado na economia, como meio –excepcional- de evitar ou enfrentar uma crise.
Suposto de concorrência perfeita
• Atomicidade. Nenhum ofertante ou demandante tem tamanho suficiente como para influenciar o mercado;
• Produtos homogêneos;• Livre mobilidade de fatores produtivos;• Transparência. Tecnologia e organização da
produção conhecidas por todos;• Tecnologia dada. Não sofre modificações
enquanto dura a analise (este é o único destes supostos de caráter lógico-formal).
Objeto de estudo da ciência econômica
• Objeto de estudo da ciência econômica: “a conduta humana como uma relação entre fins múltiplas e meios limitados, que tem diversa aplicação”.
• Partindo de uma situação de escassez que faz o fato econômico em si.
• E supondo agentes econômicos guiados sistematicamente pelo objetivo de maximizar a utilidade ou o benefício individual.
A escola marxista: conceitos fundamentais
• Homem e trabalho. Evolução econômica da humanidade e as leis fundamentais do materialismo histórico. Principais categorias.
• O valor como uma relação social. Valor do uso e valor de câmbio. A medição do valor.
• Lei do valor e como regula toda economia mercantil.
• Origem do excedente capitalista: a mais-valia. Formas de incrementar a mais-valia.
• Acumulação extensiva e acumulação intensiva de capital.
Homem e trabalho• Segundo esta concepção, o que diferencia o homem do
resto dos animais é o trabalho, como atividade consciente de transformação da natureza.
• Isto implica uma capacidade extraordinária de adaptação a diferentes meios.
• A atividade de transformar o meio, transforma ao mesmo homem.
• O trabalho adota diferentes formas históricas, não só do ponto de vista técnico (relação homem-coisas) senão também, e mais importante, do ponto de vista social (relação entre os homens, ou relações sociais de produção).
• As relações sociais de produção predominantes permitem distinguir diferentes fases da evolução econômica de humanidade, ou modos de produção.
Metabolismo crescentemente mediado com a natureza externa
+=
Relação técnica (Ser humano — Natureza)
Relação social(entre seres humanos)
Homo sapiens
Modos de produção
Comunidade primitiva4 milhões- 10.000 A.C.
Comunidade agrária excedentária
Tributo coletivo
Escravismo1.200 A.C.
FeudalismoSéculo VI DC
CapitalismoSéculo XV...
Desenvolvimento das forças produtivas
Escasso e muito lento
AgriculturaDomesticação animais
Obras hidráulicas, administração,construção
Ferro, arado, metal, armas, transporte, navegação
Rotação da terra,Arado melhor cavalo, moinhos
Maquinismo, Revolução industrial 1,2,3....
Propriedade de meios de produção
COLETIVA COLETIVA COLETIVA PRIVADAterra instrumentos escravos
PRIVADAterra
PRIVADAMeios de produção
Divisão social do trabalho
GêneroEtária
Territorial inter-tribus
Campo-cidadeInter-aldeias
Amos e escravos
Senhores e servos
Capitalistas e assalariadosInternacional
Relações sociais de produção
Comunitárias Não antagônicas
Comunitárias Não antagônicas
Tributárias Não antagônicas
EscravistasExploraçãoAntagônicas
FeudaisExploraçãoAntagônicas
CapitalistasExploraçãoAntagônicas
Relações de distribuição
Igualitáriascomunitárias
Igualitáriascomunitárias
Igualitáriascomunitárias
DesiguaisDe Classe
DesiguaisDe Classe
DesiguaisDe Classe
Não existe excedente nem intercâmbio
Existe excedente e intercâmbio
Não existe propriedade privada dos meios de produção Existe propriedade privada dos meios de produção
Evolução econômica da humanidade
Modo de produçãoO modo de produção parte de determinadas forças produtivas e se
constitui com a conformação das relações de produção. Essa correspondência é necessária, mas transitória.
Modo de produção
Forças produtivas
Relações sociais deProdução (produção,
distribuição e consumo)
• Características naturais do assentamento• Meios de produção (instrumentos e objetos de trabalho)• Formas de organização do trabalho (individuais, cooperação simples e complexa)• Características da população (sexo, idade, saúde, etc.)
Comunitárias, Tributárias, Mercantis, Escravistas, Feudais, Capitalistas, Socialistas, ... ???
Nas sociedades concretas ou formações econômico-sociais, coexistem diferentes modos de produção, mas um deles predomina e subordina aos outros, determinando a forma em que estes existem e operam.
Nas economias mercantis, as coisas se produzem como mercadorias
• A mercadoria é uma categoria histórica
• É um produto do trabalho humano;
• Concebido de antemão para ser vendido no mercado;
• Que possui Valor de Uso (utilidade); e
• Valor de câmbio (capacidade de ser trocada no mercado por algo equivalente).
• Como se mede o valor de câmbio?
Valor e lei do valor– Como se mede o valor de uma mercadoria? Pelo
tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la.
– Como opera o valor na concorrência?– Enfrenta produtores do mesmo bem com tempos
individuais de produção diferentes (técnicas, habilidades) impondo diferentes resultados para cada um no mercado.
– Isto é a lei do valor, que é a lei principal de uma economia mercantil.
– Acima dela operam as leis de oferta e demanda, regulando os preços, para os quais o valor é a base, de forma que os preços flutuam em torno ao valor, em condição de concorrência livre, não monopólica.
Os efeitos da concorrência intra-ramal
A B C=A/B D= média C E= BxD F= E-AProdutor TempoQuantidade Valor ind. Valor mercado Recebe DiferençaA 10 4 2,5 2 8 -2B 10 5 2,0 2 10 0C 10 6 1,7 2 12 2Total 30 15 30/15=2 0
Conclusões* O valor é gerado na produção. O mercado só distribui segundo a produção* O valor é social, resultado da concorrência no mercado* O valor gera diferenciação social* O valor provoca incremento da produtividade do trabalho* O valor é a força que guia a divisão social do trabalho* O valor é a força que guia a especialização. No caso agrícola mono-cultivo
Concorrência inter-ramal
Um mecanismo similar enfrenta os diferentes ramos de produção gerando migrações permanentes dos investimentos de um ramo a outro em prol do maior lucro.
Isto gera um permanente desequilíbrio entre oferta e procura: de um lado sobre-produção; do outro, escassez, constituindo o caráter intrinsecamente anárquico da produção capitalista.
A lei do valor regula toda economia mercantil, determinando:
a) O desenvolvimento da divisão social do trabalho: internacional, regional, ramos, sub-ramos, diversidade produtos, etc.
b) O ritmo e a forma do desenvolvimento das forças produtivas: ritmo acelerado e forma anárquica.
c) O desenvolvimento da diferenciação social com o enriquecimento de poucos e o empobrecimento da maioria. Desiguala produtores mercantis simples, levando, nos extremes, à formação das classes próprias do capitalismo (capitalistas e assalariados). Estas se continuam desigualando, o qual se expressa em diferentes graus de acumulação ou riqueza-pobreza, numa situação sempre instável.
O ciclo do capital e a origem do lucro
Ciclo do capital: D – M — M’– D’ Onde D’>D D’- D= g
Onde, quando se gera “g”?? Quando se gera algo novo?
Quem gera isso?
Origem do lucro capitalistaJornada de trabalho: 8 hs.
5 hs. Tempo necessárioValor da força de trabalho
3 hs.Tempo excedentePlus-valor
O trabalhador é contratado para produzir valor durante 8 hs, mas, em menos tempo produz o equivalente a seu valor, de onde o que produz por acima deste, constitui um excedente ou plus-valor, que é a base do lucro capitalista.
O valor da força de trabalho é o valor de todos os bens necessários para reproduzir à pessoa e sua capacidade de trabalhar. Está determinado pelodesenvolvimento das forças produtivas e pela luta de classes.
Formas de incremento do pv
V PV
1. Plusvalor absoluto: aumento do tempo de trabalho, mantendo constante o valor da força de trabalho.
VPV
2. Plusvalor relativo: diminuição do valor da força de trabalho, mantendo constante o tempo de trabalho.
A. Na produção
B. Na circulação
3. Pagamento à força de trabalho por abaixo do seu valor: uso da força, Inflação.
Formas de acumulação do capital• 1. Acumulação extensiva. Avanço sobre espaços,
recursos e população não incorporados ainda ao mercado.
• Conseqüências: depredação recursos naturais, transformação de populações em consumidores, produtores mercantis, desempregados, assalariados, migrações, perda de diversidade cultural.
• 2. Acumulação intensiva: potencialização do capital, aumentando a sua produtividade (tecnologia, processos de trabalho, etc.).
• Conseqüências sobre o capital: tendência ao monopólio (centralização e concentração de capital) e crises.
• Conseqüências sobre o trabalho: instabilidade salarial e de emprego. Crescente desemprego.
Concorrência intra e inter-ramal, sobre a terra e sobre a força de trabalho
D ife renc ia ç ã o S oc ia l
D iv isã o S oc ia l do T ra b a lho
D esenvo lv im en to da sF orç a s p rodu tiva s
In tra-ram al
O fer ta y P rocura nã o co inc idem
In ter-ram al
R enda de M onopó lio
R en ta D ife renc ia l
Sob re a terra
C onversã o da fo rç a de tra b a lhoem m erca dor ia
Sob re a força de trabalho
C O N C O R R ÊN C IA
3. Análise comparativa
Teoria Neoclássica Teoria marxista
Homem Genérico, a-histórico, mas lhe atribui um caráter individualista, egoísta e competitivo que extrapola o capitalista.
Histórico, sem uma essência imanente. Produz e se produz dialeticamente através do trabalho.
Este é necessidade e também realização de sua liberdade e criatividade.
Indivíduo/
Sociedade
A sociedade é a somatória de indivíduos.
A sociedade tem um caráter próprio, que é mais que a soma dos indivíduos.
Derivação metodológica
A lógica ou funcionamento do indivíduo explica o funcionamento da sociedade.
A sociedade possui suas leis, e estas enquadram e condicionam o comportamento individual.
Teoria Neoclássica Teoria marxista
Necessidades Genéricas, ahistóricas e associais (iguais para todos, e no tempo)
Históricas e de classe
Igualdade/
Desigualdade
Todos são proprietários de fatores de produção e se diferenciam por quanto possuem.
Os homens se diferenciam segundo o lugar que ocupem nas relações de produção.
A diferença principal é entre proprietários e não de meios de produção, constituindo as classes sociais.
Valor Subjetivo: valoração individual de utilidade.
Objetivo, material (tempo de trabalho).
Sociedade Harmônica e equilibrada.
A sociedade evolui linearmente como aperfeiçoamento/crescimento. Sempre houve capital, mercado, individualismo, etc.
O conflito, o desequilibro e as crises são inerentes à sociedade e à economia.
Esta se transforma através do conflito, particularmente a luta de classes. Se diferenciam etapas econômicas segundo modos de produção dominantes.
Teoria Neoclássica Teoria marxista
Construção das teorias
•Tem alguns elementos induzidos da observação empírica, mas,é fundamentalmente, especulativa.•Trata-se de um modelo ideal que, em parte, descreve alguns processos, mas idealizados, e em parte prescreve o que deveria ser para um funcionamento ideal.•Trabalha dentro da lógica formal.•Por sua concepção do valor e o caráter de modelo, se pode considerar idealista.
•Se trata de uma analise crítica do capitalismo, do qual extrai as leis tendênciais que o governam.•Se deriva, fundamentalmente, de um estudo concreto da sociedade capitalista mais avançada na época. •A partir do que descobre neste estudo, hipotetiza sobre as leis da evolução econômica e social geral.•Diferencia essência de aparência.•Trabalha com a lógica dialética.•Trata-se de uma concepção materialista histórica.
Implicações ideológicas
Pro-capitalista Anti-capitalista.
Bibliografia
• FOLADORI, G. & MELAZZI, G. Economia de la sociedad capitalista, Montevideo: Ediciones de la Banda Oriental, 1991, Caps. 1, 3, 4 e 5.
• SINGER, Paul, O que é a economia, São Paulo: Contexto, 2001.
• VASCONCELLOS, M.A. & GARCIA, M., Fundamentos de Economia, São Paulo: Saraiva, 2003.