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Nocoes de Farmacologia

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Page 1: Nocoes de Farmacologia

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Noções de Farmacologia

CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - CIEP COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

EMENTA: Conhecer a fonte das drogas; saber a forma de apresentação das mesmas, dosagem e super-dosagem; interpretação de prescrição médica; calcular a dosagem prescrita; cuidados de administração, considerando efeitos colaterais e reações adversas; distinguir antibióticos, analgésicos e antitérmicos, antiinflamatórios, sedativos, etc.; interpretação de bulas; cuidados na administração dos medicamentos.

Conteúdo Programático

UNIDADE I - Histórico da Farmacologia 1.1- Conceitos de Farmacologia 1.2- Legislação e Padronização de Medicamentos 1.3- A Natureza das Drogas; 1.4- Sistemas de Medidas 1.5- Preparações Farmacêuticas 1.6- Prescrições e Abreviações UNIDADE II- Administração de Medicamentos 2.1- Diretrizes para a Administração Segura de Medicamentos 2.2- Sistemas de Administração de Drogas; UNIDADE III- Farmacocinética e Farmacodinâmica 3.1- Relações entre Farmacocinética e Farmacodinâmica; 3.2- Metabolização ou Biotransformação de Drogas; 3.3- Biodisponibilidade de Drogas; 3.4- Noções Gerais de Toxicologia;

3.4.1- Agente Tóxico, Toxicidade e Intoxicação; 3.4.2- Destinção entre Efeitos Adversos e não Adversos e Segurança; 3.4.3- Abuso de Drogas e de Álcool

UNIDADE IV- Conhecendo a Classificação dos Medicamentos e os Cuidados de Enfermagem na Administração de Medicamentos 4.1- Classificação dos Medicamentos 4.1.1- Antibióticos 4.1.2- Antimicóticos 4.1.3- Antivirais 4.1.4- Antiparasitários 4.1.5- Antitérmicos e Analgésicos 4.1.6- Antiinflamatório 4.2- Fitoterapia e Interações entre Medicamentos e Plantas Medicinais

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Noções de Farmacologia

INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA OBJTIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE _____________________________________________________

1. Mencionar quadro origens de medicamentos e exemplificar cada uma. 2. Definir os termos especifica 3. Relacionar as responsabilidades da enfermagem na administração. 4. Traçar seus próprios objetivos para este curso.

A administração de medicamentos é uma das maiores responsabilidades da enfermagem. Como membro da equipe de saúde responsável pelo cuidado ao doente, é muito importante que o enfermeiro dedique-se à aquisição de todos os conhecimentos possíveis sobre medicamentos, seu uso ou abuso, dosagem correta, métodos de administração, sintomas de superdosagem e reações e reações anormais que podem ocorrer no tratamento de vários distúrbios. Evidentemente, este conhecimento é indispensável para se oferecer ao paciente o melhor tratamento possível.

A atitude do enfermeiro ao administrar medicamentos é importante para a sua eficácia. Teoricamente, o corpo funciona melhor quando recebe alimentação adequada, repouso, está relaxando e quando se encontra livre de tensão emocional excessiva. Entretanto, devido a anormalidades físicas ou mentais, algumas vezes é necessário recorrer a medicamentos para se produzir um estado de função orgânica próxima do normal.Na melhor das hipóteses, os medicamentos são muletas, e a dependência excessiva deles pode ser muito perigosa. Usados de forma inteligente, são umas dádivas e salvam vidas; usados de forma imprudente, podem causar danos irreparáveis. O enfermeiro que combina observação diligente com integridade moral e bom senso na administração de medicamentos, sem dúvida trará muitas contribuições duradouras à sua profissão e aos pacientes seus cuidados.

A farmacologia sofreu enormes mudanças nas últimas décadas. Muitas substâncias novas comercializadas hoje eram totalmente desconhecidas há uma geração, e dificilmente passa-se um dia que a literatura receba novas substâncias ou medicamentos e novas técnicas e teorias de administração de medicamentos. Os novos avanços são sempre motivo de interesse e curiosidade do estudante, mas é apenas empenhando-se na tarefa de obter alicerces firmes em farmacoterapia que o estudante começará a apreciar estes novos “milagres da era moderna”.

As informações apresentadas nesta obra tentam estabelecer os fundamentos para esses alicerces firmes, mas, como em toda as outras áreas de enfermagem, a responsabilidade de construir este conhecimento é dos próprios estudantes. Uma verdadeira dedicação à profissão apenas coloca o estudante no início de um longo caminho - um caminho que, embora seja árduo, promete a recompensa certa de novos horizontes e lança nova luz sobre a grande tarefa a ele confiada em todo o seu trabalho a serviço do doente.

DEFINIÇOES

Farmacologia: Termo amplo que inclui o estado dos fármacos e suas ações no organismo. Farmácia: Arte de preparar, combinar e aviar medicamentos para uso medicinal. Toxicologia: Ciência que estuda os venenos: sua detecção e os sintomas, diagnóstico e tratamento de condições usadas por eles. Biotecnologia: Campo de farmacologia que envolve o uso de células vivas, geralmente culturas modificadas de Escherichia coli, para fabricar fármacos. Fármaco (droga): Qualquer substância usada como medicamento (p. ex., para diagnosticar, curar, aliviar, tratar ou tratar ou evitar doenças). Os fármacos incluem; Substâncias químicas: Substâncias que podem ser produzidas sinteticamente (p. ex., sulfonamidas, aspirina, bicarbonato de sódio). Partes ou produtos de vegetais: Fármacos no estado bruto que podem ser obtidos de qualquer parte de vários vegetais e usados medicinalmente. Podem-se usar folhas, casca, fruto, raízes, resina e outras partes (p. ex., ergot, digital, ópio). Produto animais: Os produtos glandulares são os principais medicamentos obtidos atualmente de fontes animais (p.ex., hormônio tireóide, insulina).

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Noções de Farmacologia

Algumas substâncias alimentares: Substâncias que em algumas condições servem como alimentos (isto é, vitaminas e minerais em vários alimentos). Adição: Efeitos combinados de dois fármacos, que é igual à soma dos efeitos de cada fármaco usado isoladamente. Efeito adverso ou indesejado: Ação diferente do efeito planejado. Reação alérgica: Reação indesejada que ocorre após o uso de um fármaco. Antagonismo: Efeito combinado de dois fármacos que é menor que o efeito de um deles usados isoladamente. Depressão: Diminuição da atividade das células causadas pela ação de um fármaco. Diagnóstico: Refere-se à arte ou ao ato de determinar a natureza da doença de um paciente. Idiossincrasia: Sensibilidade anormal a um fármaco, ou uma reação não planejada. Paliativo: Substância ou medida que alivia sintomas. Potencialização: Efeito que ocorre quando um fármaco aumenta ou prolonga a ação de outro fármaco, sendo o efeito total maior que a soma dos efeitos de cada um usado isoladamente. Profilático: substância ou medida para evitar doenças. Efeito colateral: Efeito imprevisível que não está relacionado à principal ação do fármaco. Estimulação: Aumento da atividade celular produzido por fármacos. Sinergismo: Ação conjunta de substâncias na qual seu efeito combinado é mais intenso ou tem maior duração que a soma de seus efeitos individuais. Terapêutica: Refere-se ao tratamento da doença. Tolerância: Resistência crescente aos efeitos habituais de uma dosagem estabelecida de um medicamento em virtude do uso contínuo.

LEGISLAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS

OBJETIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE ________________________________________________

1. Identificar os fármacos de acordo com o programa atual do Controlled Act. 2. Relacionar os Official Drug Standards (Padrões Oficiais de Fármacos) 3. Usar o Physicians’ Desk Reference para identificar uma lista selecionada de drogas de acordo com

os nomes genéricos e comerciais.

LESGISLAÇÃO AMERICANA SOBRE DROGAS

A legislação sobre drogas nos Estados Unidos sofreu grandes revisões, como a de 1º de Maio

de 1971, quando o Controlled Substances Act entrou em vigor. Esta lei determina que toda pessoa que fabrique, dispense ou administre qualquer substância controlada sela registrada anualmente no Attorney General (ministério da justiça); esta função de registro é responsabilidade do Drug Enforcement Administration – DEA (Agência de Repressão a Entorpecentes).

A legislação e as formas de controle foram revistas para estabelecer cinco listas de substância controladas. Os fármacos nas listas originais estão sujeitos à revisão anual baseada em notificação feita pelo DEA, e foram feitas muitas alterações nas listas desde que a legislação entrou em vigor.

As relações completas estão disponíveis nos escritórios distritais do DEA. São apresentados aqui apenas alguns exemplos das drogas mais conhecidos em cada lista.

Lista I

1. A droga ou outra substância com alto potencial de abuso. 2. A droga ou outra substância não tem nenhum uso medicinal aceito atualmente nos Estados Unidos. 3. Não há segurança para o uso da droga ou outra substância sob supervisão médica.

Drogas Incluídas: 1. Opióides: cetobemidona, alilprodina. 2. Alguns derivados do opióides: heroína. 3. Alucinógenos: dietilamida do ácido lisérgico (LDS), maconha, mescalina, peiote.

Lista II 1. A droga ou outra substância com alto potencial de abuso.

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2. A droga ou outra substância em uso médico,aceito atualmente nos estados Unidos ou em uso médico atualmente com severas restrições.

3. O abuso da droga ou de outra substância pode causar grave dependência psicológica ou física.

Drogas Incluídas: 1. Muitos derivados do ópio (p. ex., ópio bruto, morfina, codeína, etilmorfina, hidrocodona, metopon,

tebaína). 2. Folhas de coca e derivados, p. ex., cocaína. 3. Opióides: anileridina, diidrocodeína, difenoxilato, levometofan, meperidina, oxicodona. 4. Estimulantes: metanfetamina, anfetamina, fenmetrazina, metilfenidato. 5. Depressores: amorbarbital, secobarbital, pentobarbital.

Lista III 1. A droga ou outra substância que tem menor potencial para abuso que as drogas das listas I e II. 2. A droga ou outra substância em uso médico,aceito atualmente nos Estados Unidos. 3. O abuso da droga ou outra sustância que pode causar moderada ou baixa dependência psicológica.

Drogas Incluídas: 1. Fendimetrazina, metiprilona, nalorfina. 2. Combinações de amorbarbital ou pentobarbital com outros ingredientes ativos. 3. Compostos contendo concentrações limitadas de codeína, diidrocodeína, etilmorfina, ópio ou

morfina com um ou mais ingredientes não-narcóticos ativos em concentrações terapêuticas reconhecidas.

Lista IV

1. A droga ou outra substância tem baixo potencial de abuso em relação às drogas ou outras substâncias da lista III.

2. A droga ou outra substância em uso médico, aceito atualmente nos Estados Unidos. 3. O abuso da droga ou outra substância pode causar limitada dependência física ou psicológica em

relação às drogas na lista IV.

Drogas Incluídas:

1. Composto contendo quantidades limitadas de codeína, diidrocodeína, etilmorfina, ópio ou difenoxilato em combinação com outros ingredientes ativos não narcóticos. (Em todos os casos a concentração permitida destes agentes é menor que a dos compostos incluídos na lista III.)

2. Preparação de difenoxilato e atropina (p. ex., Lomotil).

FÁRMACOS PADRONIZADOS NA AMÉRICA

The United States Pharmacopoeia/National Formulary (USP). Inicialmente dois padrões, a Pharmacopoeia e o national Formulary foram combinados em um

volume oficial para estabelecer padrões para qualidade e potencia das drogas. Antes dos padrões oficiais, a potência das drogas, particularmente de origem vegetal, podia variar da ineficácia até uma dose quase fatal, dependendo da qualidade da planta, do solo e das condições de crescimento. A Pharmacopeia inclui uma relação de medicamentos aprovados e define-os em relação à origem, química, propriedade física, testes para identidade, método de ensaio, armazenamento e dosagem, e fornece orientações para aviamento e uso gerais. É revista periodicamente por uma comissão designada para incluir novos medicamentos e excluir aqueles fora de uso corrente. Novas drogas. Em 1965, a American Medicinal Association (AMA) começou a publicar este texto anual, que lista as drogas, tenham elas sido ou não aprovadas pelos padrões oficiais, organizados de acordo com os empregos terapêuticos dos medicamentos, e as informações baseiam-se na avaliação do Council on Drugs. A inclusão não significativa aceitação pela AMA.

Outras fontes de Informação sobre Drogas

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Physicians’ Desk Reference (PDR). Revisto anualmente e prontamente fornecido a todos os hospitais e médicos, esta fonte de referência provavelmente é a mais usada. Não é considerada uma fonte comercial, e informa as indicações aceitas, os efeitos colaterais e as doses dos fármacos comercialmente disponíveis. Drug Information. Esta publicação anual do American Hospital Formulary Servise contém informações úteis e atualizadas sobre medicamentos.

FÁRMACOS PADRONIZADOS NA INGLATERRA E CANADÁ

British Pharmacopoeia (BC). Semelhante em contexto a United States Pharmacopoeia/National Formulary, esta publicação estabelece os padrões para drogas que são oficiais no Reino Unido e nos seus domínios e colônias. É produzida pela British Pharmacopoeia Commission, sob a orientação do General Medicinal Council. British Pharmaceutical Codex (BPC). Texto semelhante à British Pharmacopoeia, é publicado pela Pharmaceutical Society of great Britain e fornece informações oficiais sobre drogas e padrões. Canadian Formulary (CF). Publicado pela Canadian Pharmaceutical Association, este texto é reconhecido pelo Canadian Food and Drug Act e contém fórmulas para muitas preparações farmacêuticas canadenses. Contém algumas drogas não incluídas na British Pharmacopoeia.

PADRÕES INTERNACIONAIS DE DROGAS

Pharmacopoeia Internatiolalis (IP). Originalmente, a Organização mundial de Saúde era responsável pela publicação deste texto em uma tentativa de padronizar drogas para muitos países europeus. A nomenclatura das drogas está em latim; todas as doses estão no sistema.

LEGISLAÇÃO CANADENSE SOBRE DROGAS

Canadian Food and Act

A Food and Drug Act, aprovada em 1941, autoriza o Governoin-Council a estabelecer padrões de

drogas e limitar variações em qualquer alimento ou droga.

Lista A. Contém uma relação de doenças ou distúrbios para os quais não se pode anunciar a cura. Inclui doenças como gangrena, influenza e apendicite. Lista B. Contém relações de textos de padrões de drogas oficiais, como a United States Pharmacopoeia, a British pharmacopoeia e outras publicações canadenses mencionadas antes. Lista C. Contém uma relação de drogas derivadas de tecidos animais, como extrato hepático e insulina, ao quais se aplicam padrões especiais de qualidade e pureza. Lista D. Contém uma relação de drogas obtidas de microorganismos, como antibióticos, e os requisitos para sua fabricação. Lista E. Contém uma lista de discos ou comprimidos para antibiograma e seus padrões. Lista F. A talidomida é a única droga nesta lista atualmente; sua venda é proibida. Também está incluída nesta lista uma regulamentação de que, algumas drogas só devem ser dispensadas com receita médica. Lista G. Uma relação de drogas controladas com regras de criação rigorosas é incluída nesta lista. Inclui anfetaminas, barbitúricos, benzfetamina, butorfanol, clofentamina, dietilpropion, metanfetamina, metaqualona, metilfenidato, pentazocina, fendimetrazina, fentermina e ácido tiobarbitúrico. Lista H. Contém uma relação de drogas alucinógenas restritas, proibido qualquer profissional de prescrevê-las, incluindo LSD, psilocina e harmalina.

Canadian Narcotic Control Act and Regulations

Esta lei define quem pode prescrever um narcótico, como médicos, dentistas e pesquisadores,

e suas substâncias, e impõe condições ao paciente que recebe uma prescrição de narcótico, exigindo que declare todos os narcóticos que recebeu nos últimos 30 anos.

Além disso, a lei descreve procedimentos para manutenção de registro e dispensação por farmacêuticos. Também são descritas as regulamentações hospitalares.

A metadona é abordada individualmente nesta lei, que estabelece condições para profissionais autorizados que prescrevem e dispensam esta droga.

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NOMES COMERCIAIS (MARCA REGISTRADA)

A maioria das farmácias comercializa estas drogas basicamente pelos nomes comercial e

genérico. Atualmente, há uma grande multiplicidade de nomes comercias pelos quais uma única droga pode ser vendida. A prática de usar estes nomes comerciais freqüentemente confunde o enfermeiro e, às vezes, até o médico, para não falar da inconveniência para o farmacêutico, que deve ter em estoque quadro ou cinco marcas diferentes da mesma droga.

Há uma tendência de retomar ao uso dos nomes oficiais ou genéricos nas prescrições. Em muitos casos esta é uma questão significativa para o custo, sendo o preço da marca registrada comparando ao preço significativamente menor da forma genérica da droga. Algumas companhias de seguro pagam apenas pela forma genérica de uma droga, ou pagam apenas se o paciente for responsável por um co-pagamento significativamente maior da prescrição. Muitas farmácias hospitalares fornecem aos serviços de enfermagem um formulário que lista os nomes oficiais ou genéricos dos produtos comerciais estocados na farmácia.

Questões de Revisão_______________________________________________ 1. Por que é necessário haver controle governamentais sobre os narcóticos? 2. Citar algumas drogas com alto potencial de abuso. 3. Citar algumas drogas com alto potencial de abuso, mas que são usadas com restrições em

tratamentos neste país. 4. Investigar os locais de tratamento para toxicômanos em sua comunidade. 5. Localizar as fontes de informações sobre tóxicos em sua comunidade, município e estado. 6. Discutir a diferença entre o nome genérico e o nome de um medicamento.

SISTEMA DE MEDIDAS

O sistema de pesos e medidas usado em medicina é o sistema métrico. É essencial que o profissional de saúde se familiarize com estes sistemas e seja capaz de usá-lo com precisão.

SISTEMA MÉTRICO

Atualmente a United States Pharmacopeia (Farmacopéia dos Estados Unidos) utiliza exclusivamente

o sistema métrico. Neste sistema são usados algarismos arábicos e decimais. As unidades usadas no sistema métrico são:

Litro para volume (líquidos): Grama para peso (sólidos): Metro para extensão (comprimento).

Estas unidades básicas são sempre multiplicidades e divididas por um múltiplo de 10 para formar todo

o sistemas. Entretanto, há apenas equivalentes usados em medicina. Estes são; Volume peso 1.000mL= 1 litro (L) 1.000mg= 1 grama (g) 1.000g= 1 quilograma (kg) Devemos observar que mililitro (mL) é a unidade correta para medida de líquidos. Entretanto, é

comum usar o mL alternando com o centímetro cúbico (cc). Na verdade, centímetro é uma medida linear, mas o mL e o cc ainda são usados como sinônimos. Portanto, 1.000 cc = 1 litro.

Procedimento para Conversão entre Unidades do Sistema Métrico 1. Para converter miligramas em gramas, mililitros em litros, gramas em quilogramas, dividir por

1.000. 2. Para converter litros em mililitros, gramas em miligramas, quilogramas em gramas, multiplicar

por 100.

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Noções de Farmacologia

EXEMPLOS a. 64 mg = ? g

1.000mg: 1 g = 64 mg: x g 1.000 x = 64 x= 64 = 0,064g 1.000

b. 325 ml= ? L

1.000ml : 1 L = 325 : x L 1.000 x = 325

x= 1000

325 = 0,325 L

Observação: Estas regras podem ser empregadas sem usar o método da razão e proporção. Entretanto, o uso da proporção serve para esclarecer o raciocínio por trás da multiplicação ou divisão.

c. 3,5 L = mL 1.000 ml : 1L = x mL : 3,5 L

1x= 3.500 x= 3.500 mL

EXERCÍCIOS

Transformar no equivalente dentro do sistema métrico:

a) 1.000 mg = ____________________g

b) 500 mg = ____________________g

c) 3. 2.000 ml = ____________________L

d) 1.500 mg = ____________________g

e) 0,1 L = _____________________mL

f) 750 mg = _____________________g

g) 1 kg = _____________________g

h) 5 L = _____________________mL

i) 4 mg = _____________________g

j) 100 g = ____________________kg

k) 0, 25 = _____________________mL

l) 0, 006 = ____________________g

m) 250 mg = _____________________g

n) 2, 5 L = _____________________mL

o) 0, 05 g = _____________________mg

SISTEMA DE MEDIDAS DOMESTICAS

O Sistema Avoirdupois de medidas domésticas comuns, um sistema mais familiar nos Estados Unidos, pode ser comparado ao sistema métrico. As medidas caseiras incluem colheres de chá, de sopa, xícaras, quartilhos e quartos. Estas medidas, embora sejam mais familiares, não são tão precisas e devem ser atividades na administração de medicamentos.

A American Standardes Association determinou que a colher de chá padrão norte-americana contém aproxiadamente 5 mL, e esta medida é aceita pela United States Pharmacopeia.

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Noções de Farmacologia

Medicamentos administrados com colher de chá geralmente não requerem mediadasprecisas, por isso é, xaropes para tosse, anti histamícos, vitaminas líquidas. Também deve ser observado que a capacidade da colher de chá doméstica pode variar considerar consideralvelmente, em alguns casos de 3,5 a 5 mL. Doses exatas de medicamentos como cigoxina ou doses para crianças muito pequenas devem ser medidas com uma seringa oral, um conta-gotas calibrado ou uma colher de dosagem pediátrica vendida em farmácias. Suspensões antibióticas geralmente podem ser administradas utilizando-se a colher de chá.

Alguns equivalentes aproximados das medidas caseiras são: 1 colher de chá = 1 onça líquida = 5 mL 6 1 colher de sopa = 1 onça líquida = 15 mL 2 2 colheres de = 1 onça líquida = 30 mL 1 xícara = 8 onças = 240 mL 500 mL = quartilho 1.000 mL = 1 litro = 1 quarto 30 g = 1 onça 1 kg = 2,2 libras EXEMPLOS

a. 45 g = ? onças 30 g : 1 onça = 45 g : x onças 30 x = 45 x 1 x = 45 = 1 1 onça 30 2 b. 150 libras = ? kg 2,2 1b : 1 kg = 150 1b : x kg 2,2 x = 150 x 1 x= 150 = 68,2 1b 2,2

EXERCÍCIOS

Converter nos equivalentes aproximados em medidas domésticas: 1. 10 mL =___________________ colheres de chá

2. 2 xícaras = ___________________ onças

3. 10 1b = ___________________ kg

4. 60 mL = ___________________onças

5. 22 libras = ___________________ kg

6. 3 onças = ____________________g

7.60 mL = ____________________colheres de chá

8. 6 colheres de chá = ____________________ onças líquidas

9. 3 onças = ____________________ colheres de chá

10. 70 kg = ____________________ 1b

EXERCÍCIOS

Fazer as conversões abaixo: 1. 0,5 L = _____________________mL

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Noções de Farmacologia

2. 4 mL = _____________________cc

3. 1 onça = _____________________ mg

2

4. 0,1 g = ______________________mg

5.500 mL = ______________________quartilho

6. 1 onça = ______________________ mL

2

7. 30 1b = _______________________ kg

8. 30 mL = _______________________ colheres de chá

9. 1.500 mg = _______________________ g

10. 2 onças = _______________________ g

11. 5 colheres de sopa =____________________mL

12. 5 colheres de sopa = ___________________ onças

13. 1 grama = ___________________mg

14. 10 mL = ___________________colheres de chá

15. 15 mL = ___________________ onça

16. 2 1 = ___________________ mL

2

17. 30 g = ____________________ onça

18. 3 kg = ____________________ 1b

19. 165 1b = ____________________kg

20. 3 quartilhos = ____________________ quarto

PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS OBJETIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE ____________________________________________________ 1. Citar as diversas preparações farmacêuticas. 2. Distinguir entre um elixir e uma tintura e exemplificar cada um deles. 3. Discutir a vantagem de se administrar medicamentos sob a forma de cápsula ao invés de comprimido. 4. Distinguir loção de linimento e exemplificar cada um deles. Devido as varias propriedades das diferentes drogas e aos seus muitos empregos, é necessário ter diferentes meios de prepará-las para uso pelo pacientes. Estão relacionadas aqui as preparações farmacêuticas mais comuns. DEFINIÇÕES Soluções: Preparações líquidas aquosas contendo uma ou mais substâncias completamente dissolvidas. Toda solução tem duas partes: o soluto ( a substância dissolvida) e o solvente (a substância, geralmente um líquido, na qual o soluto é dissolvido). Óleos essenciais: Soluções saturadas de óleos voláteis (p. ex., óleo essencial de hortelã de cânfora). Xaropes: Soluções aquosas de açúcar. Estes podem ou não conter substâncias medicinais adicionadas. (p. ex., xarope simples, xarope de ipeca) Espíritos: Soluções alcoólicas de substâncias voláteis. Também são conhecidos como essências de hortelã, espírito de cânfora).

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Noções de Farmacologia

Elixires: Soluções contendo álcool, açúcar e água. Podem ou não ser aromáticas, e podem tr não medicamentos ativos. Na maioria das vezes são usados como flavorizantes ou solventes (p. ex., elixir de hidrato de terpina, elixir de fenobarbital). Tinturas: Soluções alcoólicas ou hidroálcoólicas preparadas a partir de fármacos (p. ex., tintura de iodo, tintura de digital). Extrato Fluido: Extrato líquido alcoólico de um fármaco produzido por percolção, de forma que 1 mL do extrato fluido contém 1 g do fármaco. São usados apenas medicamentos vegetais (p. ex., extrato fluido de glicirriza). Emulsões: Suspensões de glóbulos de gordura em água (oude glóbulos de água em gordura) com um agente emulsificador (p. ex., Haley’s MO, Petrogalar). ( O leite homogeneizado também é uma emulsão.) Linimento: Mistura de fármacos com óleo, sabão, água ou álcool para aplicação externa com fricção. (p. ex., loção de cânfora, linimento de clorofórmio). Loções: Preparações aquosas contendo substâncias suspensas para aplicação local, calmante. A maioria é aplicada com palmadinhas leves, e não friccionada (p. ex., loção de calamina, Caladryl loção). Pós: Quantidades em dose única de um fármaco ou mistura de fármacos na forma pulverizada embaladas individualmente em papelotes (p. ex., pó de Seidlitz). Comprimidos: Unidades de dose única confeccionadas comprimidos-se fármacos pulverizados em um molde adequado (p. ex., comprimidos de aspirina). Formas especiais de comprimidos incluem comprimidos sublinguais (a serem mantidos sob a língua até serem dissolvidos) e comprimidos de revestimento entérico (com um revestimento que impede sua absorção até chegarem ao trato intestinal). Formas de ação prolongada ou de liberação lenta: Os fármacos ativos são apresentados na forma de comprimidos para liberação durante várias horas ou colocados em esferas em uma cápsula. As esferas possuem tamanhos variados e desintegram-se durante um período de 8 a 24 horas. As formas de liberação lenta não podem ser partidas ou trituradas, pois sua eficácia depende da liberação das várias camadas no decorrer do tempo. Pílulas: Unidades de dose produzidas por mistura do fármaco pulverizado com um líquido como xarope e enroladas em um formato redondo ou oval.São amplamente substituídas pr outras formas da apresentação hoje (p. ex., pílulas de Hinkle). Cápsulas: Fármacos pulverizados em um recipiente de gelatina. Os líquidos podem ser colocados em cápsulas de gelatina elásticas (p. ex., cápsulas de óleo de bacalhau, cápsula de Benardryl.). Supositórios: Mistura de fármacos com alguma base firme como manteiga de cacau, que pode então ser moldada para introdução em um orifício do corpo. Os supositórios retais, vaginais e uretrais são os tipos mais comuns (p ex., supositórios vaginais de Furacin, supositórios de Dulcolax, mas podem ser feitos supositórios nasais ou óticos). Pomadas: Misturas de fármacos com uma base oleosa externa, geralmente para fricção (p. ex., pomada de óxido de zinco, pomada Bem-Gay). Géis: Suspensões aquosas de fármacos insolúveis na forma hidratada. O gel de hidróxido de alumínio, USP, é um exemplo. Aerossóis: Agentes farmacêuticos ativos sem um recipiente pressurizado. Trociscos ou pastilhas: Preparações planas, redondas ou retangulares mantidas na boca até se dissolverem. Questões de revisão______________________________________________________ 1. Exemplificar a diferença entre: a. Uma cápsula e um comprimido. b. Uma cápsula de liberação lenta e um comprimido. c. Um elixir e uma tintura. 2. Citar três tipos comuns de supositórios. 3. Citar cinco preparações farmacêuticas usadas para aplicação local. 4. Qual a diferença entre uma pomada e uma loção? 5. Que precauções você considera importantes no uso de agentes para uso externo? Tarefa Especial: Se o curso não incluir aulas de laboratórios, uma vista à farmácia de um hospital para observar as várias preparações farmacêuticas completará o aprendizado neste momento.

INTRODUÇÃO À DOSAGEM Objetivos para o estudante

Page 12: Nocoes de Farmacologia

Noções de Farmacologia

Ser capaz de _____________________________________________________ 1. Interpretar um pedido de medicamentos ou receitas com 100% de exatidão. 2. Interpretar uma prescrição escrita com 100% de exatidão. 3. Usar abreviações aceitas com 100% de exatidão. 4. Relacionar os fatores que influenciam a dosagem.

5. Demonstrar habilidade inicial na transcrição de prescrições.

Dosagem é a quantidade de medicamentos ou agente prescrito para um determinado paciente ou condição. Dose é a porção medida do medicamento tomada de cada vez. Os fatores que influenciam a dosagem são os seguintes:

Idade: A idade de um paciente afetará sua resposta aos medicamentos. As crianças e os idosos necessitam de doses menores que a dose habitual do adulto.

Sexo: O sexo de um paciente algumas vezes afeta a resposta aos medicamentos. As mulheres são mais susceptíveis à ação de alguns fármacos e geralmente recebem doses menores. A administração de medicamentos a mulheres nas primeiras semanas de gravidez pode causar danos ao feto. Durante o terceiro trimestre há a possibilidade de trabalho de parto prematuro causado por fármacos que podem estimular as contrações musculares.

Condições do paciente: São indicados doses menores quando a resistência do paciente está diminuída. O comprometimento da função renal e hepática pode causar acúmulo dos em níveis tóxicos.

Fatores psicológicos: A personalidade de uma pessoa freqüentemente é importante em sua resposta a determinados fármacos.

Fatores ambientais: O ambiente no qual os medicamentos são administrados e a atitude do enfermeiro que os administra podem influenciar o efeito dos medicamentos.

Temperatura: O calor e o frio também afetam a respostas aos medicamentos. Pode ser necessário diminuir a dosagem de alguns fármacos durante o período de calor.

Método de administração: Geralmente, são prescritas doses maiores quando um medicamentos é administrada por via oral ou retal, e doses menores quando se usa a via parental.

Fatores genéticos: A idiossioncrasia a drogas é uma susceptibilidade anormal de alguns indivíduos que os faz reagir de forma diferente da maioria das pessoas a um fármaco. Acredita-se que esta intolerância a pequenas quantidades de alguns fármacos seja devida a fatores genéticos.

Peso corporal: A dosagem de alguns fármacos potentes freqüentemente é calculada com base na razão entre miligramas do fármaco e quilogramas de peso corporal do paciente.Quanto maior o peso de uma pessoa, mais diluída será, e uma menor quantidade irá acumular-se nos tecidos. Por outro lado, menor o peso de uma pessoa, maior é o acumulo nos tecidos, e mais potente é o efeito produzido.

PRESCRIÇÃO A prescrição provavelmente é tão antiga quanto a história escrita da humanidade. A primeira forma

literária real sobre farmácia foi um papiro, denominado Papiro de Ebers, que incluía métodos para fazer desaparecer doenças e também listas de medicamentos e métodos de mistura.

Uma prescrição é uma ordem escrita por um profissional para ser preparada por um farmacêutico, indicando a medicação que o paciente necessita e contendo todas as necessárias para o farmacêutico e o paciente (figura 13.1). A prescrição consiste em várias partes:

1. Data, nome e endereço do paciente. 2. Inscrição, que estabelece o nome e as quantidades os ingredientes. 3. Subscrição, que fornece orientações para o farmacêutico. 4. Signatura (Sig), que fornece orientações para o paciente 5. Assinatura, endereço e número de registro do médico. Partes de um Pedido ou Receita

Um médico, dentista ou outro profissional qualificado escreve o pedido ou receita para a administração de medicamentos. Um enfermeiro que administra medicamentos deve conhecer bem a legislação que regulamenta que regulamenta o exercício de as normas da instituição.

Um pedido ou receita completa de um fármaco contém o nome do fármaco, a dosagem, quando deve ser administrado, como deve ser administrado, quantas vezes deve ser administrado, a data do pedido ou receita e a assinatura do médico que escreveu.

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Os antibióticos e os narcóticos são exemplos dos medicamentos que têm uma norma automática de controle. É necessário um novo pedido ou receita para o medicamento seja continuado após um período específico estabelecido pela instituição. ABREVIAÇÕES

Para administrar medicamentos com segurança, é necessário estar completamente familiarizado com as abreviações aceitas. A quantidade de um fármaco a ser administrado pode ser escrita no sistema métrico ou no sistema farmacêutico. No sistema métrico a quantidade do fármaco é escrita em algarismos arábicos e decimais antes da medida métrica. Alguns exemplos são: 100 mg, 2.500 mL, 0,5 g, 2 L. No sistema farmacêutico são usados tanto algarismos arábico quanto romanos. A medida geralmente é escrita antes da quantidade do fármaco a ser administrada, como gr 10, gr ¼, gr IV. A abreviação ss freqüentemente é usada para designar ½.

Quando são usados algarismos romanos, o I é expresso como i. Alguns exemplos são: gr ii, gr viiss.

Há várias formas de escrever pedidos ou receitas de medicamentos utilizando-se algarismos romanos. Alguns exemplos são: gr x, gr ix, grxv, gr iss.

A lista de abreviações apresentada no Quadro 13.1 inclui aquelas encontradas com maior freqüência em prescrições e receitas médicas. QUADRO 13.1 ABREVIAÇÕES COMUNS EM PRESCRIÇÕES

ABREVIAÇÃO SIGNIFICADO ABREVIAÇÃO SIGNIFICADO aa de cada Ou Ambos os olhos ac Antes das refeições Pc Após as refeições Ad lib À vontade Q A cada Bid Duas vezes ao dia Qd diariamente c com Qh A cada hora caps Uma cápsula Q2h A cada duas horas cc Centímetro cúbico Q3h A cada 3 horas CH Comprimido hipodérmico Qiu 4 vezes ao dia cp comprimido Qod Em dias alternados elix elixir Qs Quantidade suficiente et E Rx tomar fldxt Extrato fluído

s sem

g grama SC Por via subcutânea gr grão Sig rótulo gt Uma gota Sos Quanto necessário hs Ao deitar Sp frumenti uísque IM Por via intramuscular Ss metade IV Por via intravenosa Stat imediatamente L litro Tid 3 vezes ao dia µg micrograma Tr tintura mL mililitro U unidade od Uma vez ao dia Vo Por via oral od Olho direito Xp Por via oral oe Olho esquerdo Exercícios___________________________________________________

1. Escrever o significado das seguintes abreviações: H _____________________ Qd _____________________ Ac _____________________ Mg _____________________ Qid _____________________ Hs _____________________

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Stat ____________________ Bid ____________________ 2. interpretar as seguintes ordens: a. Leite de magnésia 30 mL hs. b. Penicilina VK mg ac diaramente. c. Tylenol cps ii star e q 4h sos. 3. Diferenciar entre uma ordem de codeína 30 mg q 4h sos e uma ordem de sulfato de codeína 30 mg qid. 4.Escrever as seguintes dosagens utilizando o sistema métrico de medidas e as abreviações aceitas: a. Duzentos e cinqüentas miligramas de eritromicina a cada seis horas. b. Trinta miligramas de fenobarbital ao deitar. c. Cinqüenta miliqramas de demerol por via intramuscular a cada quadro a seis horas quando necessário para alívio de dor no local da cirurgia. d. Quinze unidades de insulina NPH por via subcutânea toda manhã antes do desjejum. e. Quinze mililitros de extrato fluído de cáscara-sagrada ao deitar, quanto necessário. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS OBJETIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE ________________________________________________________ 1.Diferenciar efeitos locais de sistêmicos e dar exemplos de cada um. 2. Relacionar os quatro métodos de administrar de medicamentos. 3. Definir o termo parental e exemplificar os métodos parentais de administração de fármacos. 4. Citar as vantagens e desvantagens da administração de medicamentos pela via parental. 5. Relacionar diretrizes para a administração de medicamentos. 6. Identificar as causas de erros na administração de medicamentos. 7. Usar abreviações comuns com 100% de exatidão. 8. Demonstrar habilidade inicial em despejar medicamentos. 9. Controlar a velocidade de fluxo das soluções intravenosas.

A segurança é o objetivo mais importante na administração de medicamentos. A seguir são apresentadas diretrizes a serem seguidas quando se deseja uma administração segura de medicamentos. DIRETRIZES PARA A ADMINISTRAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS 1. Conhecer as normas do hospital ou estabelecimento. 2. Administrar apenas aqueles medicamentos que constam na prescrição assinada pelo médico. 3. Consultar o enfermeiro-chefe ou médico quando tiver dúvida a respeito de qualquer medicação. 4. Certificar-se de que os dados no registro de medicamentos ou no fichário Kardex correspondem exatamente ao rótulo do medicamento do paciente. 5. Solicitar sempre a outra, pessoa, como por exemplo: o enfermeiro-chefe ou farmacêutico, para conferir os cálculos. 6. Não conversar durante a administração da medicação, a não ser para pedir ajuda. Lembre-se de que a atenção é o aspecto mais importante da segurança. Seis Itens Certos para a Correta Administração de Medicamentos 1. Paciente certo 2. Horário e freqüência de administração certos 3. Dose certa 4. Via de administração certa 5. Medicamento certo 6. Documentação certa 7. Manter o armário ou carrinho de medicamentos sempre trancado quando não estiver sendo usado. 8. Não fornecer a chave do armário ou carrinho de medicamentos a pessoa não autorizada.

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MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Os métodos de administração dos medicamentos modificam seus efeitos no organismo. Algumas drogas só podem ser administradas por um método, enquanto outras podem ser administradas de varias formas, dependendo da preparação usada e da razão pela qual o medicamento é administrado. De modo geral, dois tipos de administração de drogas nos interessam: local (que visa um efeito limitado ao local da aplicação) sistêmica (que visa um efeito geral no qual a droga é absorvida pelo sangue e transportada para um ou mais tecidos do corpo).

Os sistemas de administração de drogas são denominados formas de dosagem. As indústrias farmacêuticas embalam os medicamentos de forma a manter a estabilidade química e, algumas vezes, a biodisponibilidade.

Os sistemas de administração também podem realizar funções muito especiais para algumas drogas em algumas populações de paciente. Enfermos com vômito, epilepsia, asma ou dor necessitam de alívio rápido. A administração nasal ou pulmonar por inaladores pode permitir que se alcancem rápidos níveis de sanguíneos do fármaco. Alternativamente, se for difícil a adesão para vias de administração complicadas, pode ser melhor usar sistemas de ação relativamente longa como transdérmicos, orais de liberação lenta e injetáveis de liberação prolongada.

Novos sistemas de administração de administração que estão sendo desenvolvidos incluem os bioadesivos que permitem a localização em mucosas como via administração, bem como transportadores de fármacos que impedem sua remoção pelo fígado, baço, pulmão e osso.

Administração para Efeitos locais

O efeito local é obtido quando o fármaco é aplicado na área imediata. Ocasionalmente, pode absorção indesejada no local da aplicação, resultado em um efeito indesejado ou tóxico.

O ácido bórico, o salicilato de metila e o hexaclorofeno mostraram exercer efeitos prejudicais sistêmicos, particularmente quando aplicados a grandes superfícies ou em regiões sem pele. Aplicação na Pele. A pele intacta, excerto a pele de recém-nascido, geralmente é impermeável à maioria das substâncias. Pomadas contendo antiinflamatórios ou antibióticos são úteis por seus efeitos locais. Deve-se ter cuidado para não aplicar substâncias tópicas a áreas sem o conhecimento do médico, pois pode haver absorção indesejada. Aplicação na Mucosa. A aplicação de medicamentos nas várias mucosas do corpo pode ser feita visando efeitos locais ou sistêmicos. As mucosas da boca, olho, nariz, vagina e reto são constantemente banhados por soluções aquosas e geralmente são permeáveis que a pele. Supositórios. Os supositórios podem ser introduzidos no reto para causar efeitos locais, como o Dulcolax, por sua ação local para promover um efeito laxante, ou na forma de bases solúveis, para atingir um afeito sistêmico (isto é, antieméticos, substâncias analgegésicas, ou medicamentos como aspirina, por seu efeito antipirético). Os supositórios vaginais geralmente são usado para tratamento de infecção locais, embora possa haver alguma absorção sistêmicos. Enemas. Os enemas usados mais comumente para promover efeitos laxantes; alguns enemas de retenção de base oleosa podem conter fármacos que visão efeitos sistêmicos. Soluções Nasais: Essas soluções podem ser usadas para tratamento de distúrbios sistêmicos, como asma, ou para exercer um efeito local na diminuição da congestão nasal. Deve-se ter cuidado para que as vias nasais estejam livres de exsudato antes de se administrar uma solução nasal, e a extremidade do frasco deve ser protegida de contaminação. As válvulas dos sprays nasais devem ser limpas após cada uso. Soluções Oftálmicas. Deve-se ter cuidado para evitar contaminação das soluções oftálmicas. O frasco conta-gotas ou a extremidade do tubo de pomada nunca devem tocar as membranas oculares. Estas preparações geralmente têm data de validade para garantir sua esterilidade; esta data deve ser conferida antes do uso. Soluções Otológicas. Não é necessário usar técnica absolutamente estéril para administrar soluções otológicas. Com o paciente deitado, deve-se primeiro puxar delicadamente a orelha para retificar o canal auditivo e então instalar as gotas otológicas neste canal. O paciente deve permanecer em decúbito por alguns minutos após instalação das gotas, a fim de segurar seu efeito.

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Administração para Efeitos Sistêmicos

Para se alcançar os efeitos sistêmicos de um medicamento, ele deve primeiro ser absorvido para o sangue e transportado para o tecido ou para o órgão em que atua. Para produzir estes efeitos, os fármacos podem ser administrado por via oral, sublingual, reta, parental, por inalação ou em, alguns casos, até mesmo topicamente. Administração Oral. Embora seja o método mais popular do ponto de vista de aceitabilidade e conveniência do paciente, a administração oral tem a desvantagem de ter início de ação mais lento que a administração parental. Este método não deve ser usado se for desejado um efeito muito rápido. Alguns fármacos, como via oral, a insulina, não são eficazes quando administrados por via oral, por que são destruídos pelas enzimas no trato gastrointestinal.

Os fármacos administrados por via oral podem estar sob a forma de comprimidos, cápsulas ou líquidos. O sabor é um fator importante do ponto de vista do paciente. O sabor desagradável de muitos medicamentos pode ser disfarçado com grandes volumes de líquidos, como sucos de frutas ou bebidas efervescentes, ou em xaropes ou emulsões. Os Líquidos de sabor desagradável devem ser administrados frios, freqüentemente com gelo, e seguidos por um gole de água.

O alimento retarda ou reduz a absorção de muitos fármacos, incluindo a aspirina e algumas formas de penicilina. Outros medicamentos São melhor absorvidos e menos irritantes para o estômago quando tomados juntos com alimento. Os exemplos de medicamentos que devem ser ingeridos com alimentos são produtos que contêm ferro e algumas formas de eritromicina.

A absorção pode ser reduzida se alguns medicamentos forem administrados com determinados alimentos Por exemplo, por um período a tetraciclina foi administrada com leite para reduzir a irritação gástrica. Mais tarde, constatou-se que a tetraciclina era seriamente utilizada e tornava-se muito menos eficaz devido aos suplementos de cálcio, magnésio e minerais que se ligavam à tetraciclina, reduzindo assim a quantidade do medicamento disponível no organismo.

Ao tomar medicamentos orais o paciente deve ser aconselhado a: 1. Ler todas as instruções, advertências e interações sobre o fármaco, que geral encontram-se claramente impressas nas preparações vendidas sem receita médica. As preparações vendidas sem receita médica são drogas também e não devem ser ignoradas como causa de possíveis efeitos colaterais com drogas prescritas. 2. Tomar os medicamentos em geral com um corpo cheio de água para permitir que a droga seja dissolvida e comece a agir mais rápido. 3. Medicamentos nunca devem ser combinados com álcool. Alguns xaropes para tosse contêm álcool em quantidades suficiente para ser notada. 4. Não misturar medicamentos a bebidas quentes. A temperatura quente pode destruir alguns fármacos e o ácido tânico presente no chá quente pode reduzir a absorção de alguns medicamentos. 5. Não misturar medicamentos a alimentos, excerto se especificamente prescrito. 6. Suplemente de vitaminas e minerais possuem substâncias que podem interferir na absorção de fármacos. Estes devem ser observados como medicamentos usados sem prescrição. Procedimento para Despejar e Administrar Medicamentos Orais 1. Lavar as mãos. 2. Identificar o paciente conferido seu bracelete de identificação. Caso não haja bracelete, e exista qualquer dúvida quanto ao paciente ser capaz de informar corretamente seu nome, peça a um membro de confiança da equipe que identifique o paciente. 3. Comprar o rótulo da droga com o registro de medicamentos ou fichário Kardex ao retirar o recipiente de seu local, antes de despejar e antes de recolocar o recipiente de seu local. 4. Colocar pílulas, comprimidos e cápsulas na tampa do frasco antes de colocar no copo-medida. Evitar tocá-los com os dedos. 5. Ao despejar líquidos, evitar o lado do rótulo. Limpar o gargalo do frasco com toalha de papel ou lenço de papel úmido antes de recolocar a tampa. 6. Segurar o corpo-medida ou proveta graduada ao nível dos olhos e colocar o polegar sobre o vidro no volume desejado. 7. Ao administrar mais de um medicamento a um paciente, deve ser usada a seguinte ordem: administrar comprimidos e cápsulas seguidos por água, ou outro líquido; depois administrar líquidos diluídos com água, quando necessário. Medicamentos para tosse são administrados não diluídos e não são seguidos por líquidos. Comprimidos sublinguais e bucais são administrados por último.

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8. Permanecer com o paciente até que toda a medicação tenha sido deglutida. 9. Só anotar no Kardex ou no prontuário após administrar a medicação. 10. Relatar e anotar a medicação prescrita, mas não administrada.

Geralmente é feito um cartão semelhante ao ilustrado na figura 14.1 para cada medicamento que o paciente recebe. Cada hospital tem seu próprio formulário, com adaptações. Muitos hospitais e unidades de internação transcrevem as receitas para um Kardex.

Muitos fármacos comumente usados são encontrados em embalagens com dose unitária. Uma embalagem de dose unitária contém a quantidade de medicamento para uma única dose na forma apropriada para administração pela via prescrita. Comprimidos, cápsulas e líquidos podem ser preparados em embalagem com dose unitária. Todas as embalagens com dose unitária são identificadas com o nome genérico, nome comercial, precauções, data de validade, se apropriada, e instruções para armazenamento. A embalagem das drogas concorre para a segurança da medicação porque não é necessário calcular dosagens. Embalagens em tiras facilitam a contagem dos narcóticos, porque todas as dosagens na tira são numeradas. Este tipo de embalagem também impede a contaminação causada pela colocação dos comprimidos nas mãos durante a contagem.

Medicamentos líquidos podem ser medidos em uma proveta graduada ou copo-medida, dependendo do volume desejado e da precisão necessária (Figura 14.2). Volumes mito pequenos ou exatos não devem ser medidos em copos - medidas. Deve-se usar uma seringa para medida de volumes menores que 5 mL.

NOME Jane Kingsley QUARTO 338-1 MEDICAÇÃO Gantrisin PRONTUÁRIO 6004871 DOSE 0,5 grams HORÁRIO 9-1 – 5 - 9

Administração Sublingual. O procedimento para administrar medicamentos sublinguais é o mesmo que para administração oral. Entretanto, o medicamento não é deglutido; é colocado sob a língua do paciente, onde deve ser mantido até se dissolver ou ser absorvido. O numero de medicamentos que podem ser administrados dessa forma é limitado. Administração Parental. O termo parental refere-se a todas as formas de administração de medicamentos com uma agulha. Embora este seja indubitavelmente o método mais eficiente de administração de medicamentos, porque evita todas as variáveis de absorção tópica e gastrointestinal, também pode ser mais arriscado. Os efeitos indesejados podem ser rápidos e até mesmo fatais.

Sempre que a pele se rompe, é possível o desenvolvimento de infecções: assim, deve ser usada técnica asséptica rigorosa. As injeções podem causar lesão de nervos se posicionadas incorretamente, e a perfuração acidental de vasos sanguíneos pode causar formação de hematoma ou a introdução incorreta de uma droga para uso diretamente em um vão sanguíneo.

Os medicamentos para uso injetável são fornecidos na forma de ampolas ou fracos, conforme ilustrado na Figura 14.1. As ampolas são destinadas para uso único, e a parte não usada deve ser desprezada. Os frascos com tampa de borracha são usados tanto para dose unitária quanto para múltiplas doses. Deve-se ler o rótulo cuidadosamente, verificando-se a concentração da droga e o uso pretendido do frasco específico. Se houver qualquer sinal de precipitação, mudança de cor ou turvação no frasco, este deve ser desprezado.

Algumas drogas para uso parental são fornecidas ampola na forma de pó, que deve ser diluído pelo enfermeiro antes da administração. As introduções para reconstituição estão incluídas na bula, recomendado diluição com solução fisiológica estéril ou água destilada, e devem ser seguidas rigorosamente.

Existem seringas descartáveis para qualquer medicamento a ser administrado por via subcutânea, intramuscular e intravenosa (Figura 14.4) Algumas das vantagens das seringas descartáveis são: 1. Esterilidade assegurada. 2. Precisão. 3. Menor traumatismo dos tecidos causados por agulhas rombas. 4. Imediatamente disponíveis.

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Estas doses unitárias de seringas descartáveis são as mais convenientes, mas também as formas mais dispendiosas de medicações parentais. Injeção Intradérmica. Esta forma de injeção é usada exclusivamente para teste cutâneo. A agulha é introduzida em um ângulo quase paralelo à superfície cutânea. Quando corretamente posicionada, surgirá uma pequena bolha na superfície cutânea no local onde o material intradérmico é depositado. Geralmente se escolhe a superfície interna do braço ou parte posterior para o teste cutâneo (Figura 14.5A). Injeção Subcutânea. Na injeção subcutânea, a solução é depositada sob a pele no tecido adiposo ou conjuntivo imediatamente sob a derme. Geralmente se usa uma agulha calibre 25, com um comprimento de 3/8 a 5/8 de polegada (10 a 15 mm), dependendo da espessura de tecido subcutâneo do paciente. Geralmente è usado um ângulo de 45 graus, embora com uma agulha curta possa ser usado um ângulo de 90 graus também Após limpeza cuidadosa com álcool ou outro desinfetante, a pele geralmente é suavemente beliscada e separada do músculo. A pele é solta antes da injeção do medicamento. Antes da injeção, a agulha é aspirada para certificar-se de que não houver perfuração de um vaso sanguíneo, e então o material é injetado. Geralmente as quantidades injetadas por via subcutânea são menores que 2 mL. Injeção Intramuscular. Para injeção intramuscular (IM) é usada uma agulha de 1 a 3 polegadas (25 a 75 mm). O calibre da agulha geralmente baseia-se na viscosidade do material injetado. Amiúde se uma agulha de calibre 20 a 25 para injeções de penicilina, mas é escolhido um calibre menor para soluções de outros fármacos.

Há vários locais que podem ser usados para injeções intramusculares, incluindo o músculo deltóide no braço, o vasto lateral na face lateral da coxa e o glúteo máximo nas nádegas. Deve ser feito um rodízio dos locais se for prescrita administração intramuscular repetida de medicamentos.

Ao se administrar injeções intramuscular a crianças, é escolhida uma agulha mais curta. Em lactantes freqüentemente é usada uma agulha de 3/8 d polegada (10 mm). O músculo vasto lateral na face ântero-lateral da coxa é o local preferido para lactantes e crianças pequenas, porque os músculos glúteos não estão bem desenvolvidos. A agulha é introduzida em posição ântero-posterior após o músculo ser firmemente apreendido e a criança firmemente contida.

Deve-se ter cuidado de aspirar a seringa antes de injetar o medicamento. Administração Intravenosa. A via intravenosa (IV) é usada quando se deseja o início mais rápido de ação do fármaco. A medicação é injetada diretamente de uma ampola especial para uso IV ou diluída em um frasco de líquidos para administração mais gradual. Pode ser usada qualquer veia superficial, ou pode-se fazer uma dissecção para utilizar a veia subclávia ou veias mais profundas dos membros.

Assim como em muitos casos o efeito pretendido do fármaco ocorre em poucos segundos, os efeitos indesejados podem ocorrer com a mesma rapidez. Por essa razão, freqüentemente é necessário supervisão direta de um médico.

A via IV pode ser usada quando os fármacos são irritantes demais para serem injetados por via subcutânea ou intramuscular, porque a túnica íntima dos vasos sanguíneos costuma ser bastante resistente ao efeito destes agentes. Deve-se ter cuidado para evitar o extravasamento destes agentes; pode haver necrose local.

A via IV também é usada para administrar líquidos, eletrólitos, dextrose ou outros açúcares, e proteínas. Deve-se ter cuidado para evitar incompatibilidades ao se misturar fármacos em várias soluções IV. Se houver turvação, alteração da cor ou precipitados quanto um fármaco é misturado, a solução não deve ser usada.

A velocidade de fluxo da solução IV é monitorizada mantendo-se o número adequado de gotas por minuto. O número de gotas por minuto varia com o calibre do equipo intravenoso usado e deve ser cuidadosamente verificado pelo enfermeiro em cada caso. As calibrações podem variar de 10 a 60 gotas/mL. Controle da Velocidade de Soluções Intravenosas. Os frascos de soluções intravenosas são apresentados em embalagens de 250, 500e 1.000 mL. A prescrição pode determinar uma solução específica a ser administrada a intervalos específicos (p. ex., 150 mL por hora durante 8 horas) ou uma quantidade específica pode ser administrada continuamente (p. ex., mL durante um período de 6 horas). Em qualquer caso o número apropriado de gotas por minuto é de determinado pela regulagem do equipo intravenoso específico usado.

EXEMPLO

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A prescrição determina a administração de 1. 000 mL de solução de dextrose a 5% em um período de 8 horas. O equipo está regulado de tal forma que 15 gotas = 1 mL. Qual deve ser a velocidade de fluxo em gotas por minuto? Primeiro: Determinar o número de mililitros por hora. 1.000 mL = 125 mL /h 8h Segundo: Determinar o número de mililitros por minuto. 125 mL/h = 2,1 (ou 2 mL/min) 60 (min/h) Terceiro: Converter os mililitros por minuto nas gotas necessárias. 1 mL = 15 gotas Portanto, 2 mL = 30 gotas por minuto. EXEMPLO Quanto tempo será necessário para administrar 250 mL de uma solução IV que está fluindo na velocidade de 30 gotas por minuto? Este equipo está regulado para 60 gotas/mL. Primeiro Primeiro : Converter gotas em mililitros. Se 60 gotas = 1 mL, 30 gotas = 0,5 mL/ min. Segundo: Determinar quantos minutos serão necessários para que esta quantidade de líquidos seja absorvida. 250 mL= 500 min 0,5 mL/min Terceiro: Converter minutos em horas. 500 min = 8,3 h 60 min/h Injeção Intra-arterial. Em casos especiais, mais especificamente na administração de agentes antineoplásicos, o fármaco é injetado diretamente em uma artéria que segue para o tecido ou órgão afetado. É usado um equipo especial para este fim. A forma intra-arterial pode administrar altas doses se um fármaco a uma área registrada do corpo, eliminando assim alguns dos efeitos colaterais sistêmicos do agente. Atualmente, os pacientes podem receber alta com medicações intra- arteriais preparadas para auto-aplicação durante longos períodos. Questões de Revisão ___________________________________________________ 1. Discutir os métodos usados para aplicar medicação às mucosas nasais, orofaringe, olhos, vias urinárias e vagina. 2. Citar os métodos usados para administrar fármacos com obtenção de sistêmicos. 3. Definir o termo parental. 4. Que vantagem a administração oral de fármacos tem sobre a administração parental? 5. Citar um exemplo de cada um dos seguintes métodos de injeção: 6. Quais são alguns hábitos que você deve desenvolver para administrar medicações com segurança? 7. Discutir o procedimento correto para despejar e medir 15 mL de leite de magnésia, utilizando um frasco que contém 230 mL do medicamento. 8. Sem o uso de referência, preparar uma lista de abreviações comuns usadas em ordem de medicamentos. Outras oportunidades de aprendizado: 1. Se o curso de farmacologia não se correlacionar com o curso básico de enfermagem, recomenda-se que seja oferecido o equipamento para despejar as várias formas de medicamentos orais para exame. 2. Praticar a transcrição por vários métodos. O Corpo: O Cenário dos Fármacos

Quando uma variedade de drogas, dos mais diversos grupos de fármacos, é administrada, deve-se considerar que esses, quando associados, podem não somente trazer benefícios para o cliente, mas que também podem complicar ainda mais a sua condição clinica, variando de um simples efeito colateral, até uma complicada e perigosa reação adversa, sendo ambas as complicações possíveis de gerar inúmeras alterações de ordem orgânica ou psíquica, que podem passar de uma simples alteração de comportamento

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ou de um determinado parâmetro vital, até a perda de consciência, ou colapso circulatório grave, podendo inclusive, levar o cliente à morte.

Atualmente pode-se observar que os profissionais de enfermagem estão mais preparados para reconhecer os efeitos secundários dos fármacos que estão relacionados à atividades orgânicas específicas, como por exemplo, funções cardiovascular, respiratória, renal etc. No entanto, esses profissionais apresentam ainda, uma grande dificuldade em correlacionar as alterações de ordem psíquica ou emocional que afetam comumente o humor ou a libido, conseqüentes da administração de alguns fármacos, como por exemplo a lidocaína, que dentre outros efeitos secundários, pode possibilitar o surgimento de confusão mental.

Cabe o enfermeiro conhecer bem o corpo que está submetendo à administração do fármaco não de maneira isolada, e sim procurando estabelecer conexões possíveis entre os diferentes aparelhos ou sistemas orgânicos e as drogas que lhes são administradas. Antes mesmo de conhecer os diversos grupos de fármacos, o enfermeiro deve considerar que o corpo do cliente é um organismo que se comunica, que não é um mero receptor de fármacos, e que por isso para toda ação, este estará reagindo com uma reação específica, e muitas das vezes simbólica.

Quando um determinado fármaco é administrado, seu efeito, por menos sistêmico e seletivo que possa ser, pode provocar alterações no funcionamento de outras estruturas orgânicas, ou ainda, alterar completamente o comportamento ou a qualidade de vida dos clientes.

Pode-se tomar como exemplo a utilização de fármacos como diuréticos ou os anticonstipantes, que muitas vezes são prescritos pelo médico e aprazados pelos enfermeiros, em horários completamente inadequados, como à noite, o que certamente comprometeria o sono do cliente, que teria que despertar várias vezes para atender suas necessidades, prejudicando, dessa forma, a necessidade de sono e repouso da recuperação para a saúde.

Este capítulo tem como objetivo espertar nos enfermeiros a sensibilidade de compreender o corpo, considerando a mente, os órgãos e os seus sentidos como um elemento ímpar, indivisível e capaz de reagir das mais variadas formas às estimulações que recebe a todo instante, provenientes do meio que cerca, ou nesse caso, estimulações oriundas da presença do fármaco no organismo. Princípios da Administração de Medicamentos

Ao falar sobre administração de drogas, torna-se imprescindível, assim como em relação o corpo, tecer algumas considerações básicas sobre a ciência que se preocupa em estudar os fármacos, a Farmacologia.

Como docentes de Fundamento de Enfermagem, hoje, Semiotécnica de Enfermagem, os autores têm verificado o quanto é difícil trabalhar com os acadêmicos de Enfermagem do curso de graduação, quando o assunto é administração de medicamentos. Nesse momento, torna-se evidente o despreparo dos alunos para a realização de tal procedimento, talvez, pelo o fato de não terem aproveitado melhor os conteúdos referentes aos princípios da administração de medicamentos, quando cursaram a disciplina de farmacologia.

Nos dias atuais, o surgimento de novos fármacos no mercado nacionais faz com que os enfermeiros mantenham-se sempre atualizados sobre as atividades farmacológicas, mas para que isso seja mais especial, faz-se necessário que o enfermeiro tenha noções básicas de farmacologia.

A farmacologia é a ciência que estuda os efeitos das drogas no organismo, desde a sua administração, através de uma das vias de aceso ao organismo, até o seu metabolismo e eliminação. Dessa forma, é de fundamental importância para o enfermeiro ter conhecimentos sobre o assunto, pois da mesma forma que quem prescrever as drogas precisa conhecer as suas diversas vias de administração, efeitos terapêuticos, doses terapêuticas, efeitos colaterais, reações adversas, além de conhecer as sus vias de eliminação; o responsável pela administração, também deve ter esse conhecimento.

A farmacodinâmica é uma parte da farmacologia que se preocupa em estudar todo o percurso que a droga administrada faz no organismo até que seja eliminada. É muito importante que o enfermeiro saiba, por exemplo, qual a via de administração ou qual a via de eliminação de uma determinada droga, ou ainda, conhecer em que área do organismo ela será metabolizada, bem como indicar qual o seu sítio de ação, suas indicações e contra-indicações, bem como determinar quais os principais efeitos que elas podem provocar no organismo.

A administração de drogas em unidades de terapia intensiva dá-se de maneira diferenciada das demais unidades. Nesses setores, as drogas são administradas em associação, cabendo na maioria das vezes ao enfermeiro estabelecer quais os horários em que as possibilidades e interações medicamentosas que podem apresentar.

Dessa forma, caberá ao profissional procurar conhecer cada vez mais a farmacodinâmica das drogas comumente utilizadas por ele nas unidades de terapia intensiva, procurando inclusive, orientar os seus técnicos ou auxiliares sobre os principais cuidados ao administrar uma determinada droga.

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Um outro ponto muito importante na farmacologia é a apresentação das drogas ou fármacos. Encontra-se hoje no mercado uma infinidade de apresentações de drogas, que muitas vezes, acabam confundindo o profissional no momento de sua administração. Em algumas situações, é comum que algumas drogas sejam administradas no organismo, utilizando-se determinadas apresentações que não são compatíveis com as vias utilizadas.

Um exemplo disso é a freqüência com que se administra, por exemplo, a nifedipina, uma droga anti-hipertensiva, que caracteristicamente apresenta uma certa labilidade quando em contato com o suco gástrico, o que justifica a apresentação na forma de cápsula, e que freqüentemente é perfurada, para que seu conteúdo seja diretamente administrado pela sonda gástrica, acarretando certamente, um mau aproveitamento do efeito terapêutico. Embora seja uma falha muito grave, essa prática é muito comum.

Um outro problema não tão raro de acontecer é a administração de drogas erradas, em clientes errados, pelas vias erradas e em horários errados. Esse engano pode, dependendo da droga, da via administrada ou da condição de base do cliente, acarretar sérias complicações orgânicas e funcionais para o indivíduo.

Para tentar minimizar a ocorrência desse problema, é importante estar atento aos chamados “5 acertos” de Wanda Horta, referentes à administração de drogas pelas diversas vias. Deve-se sempre procurar administrar a droga certa, no horário certo, na dosagem certa, pela via certa e no cliente certo.

Para que todos esses acertos sejam efetuados, principalmente quando a prática acontece em unidades de terapia intensiva, em que o número de fármacos utilizados é consideravelmente maior do que em unidades de cuidados básicos, torna-se necessário que toda a atenção do enfermeiro esteja voltada para a separação, manipulação e administração do fármaco, evitando-se nesses momentos, que sua atenção seja desviada para outras situações.

Além de tudo, vale ressaltar que uma perfeita caligrafia do médico no momento da prescrição seja respeitada, caso contrário, o enfermeiro deve certificar-se junto ao médico sobre o nome a droga que foi prescrita, procurando, sempre que houver dúvidas sobre o fármaco, a dose ou a sua via de administração, questionar o médico e confirmar tais prescrições. As falhas desses profissionais também não são raras, e cabe ao enfermeiro estar atento a esses possíveis acontecimentos. Definição de termos Droga: é quaisquer substâncias químicas, simples ou compostas, de múltiplas origens que é utilizada com varias finalidades, e quando administrada em organismos vivos, é capaz de provocar alterações somática ou funcionais. Medicamentos ou fármacos: É sinônimo de drogas, que quando administrado no organismo vivo é capaz de produzir efeito terapêutico. Tóxico: drogas que ao serem administradas no organismo vivo são capazes de produzir efeitos nocivos. Efeito terapêutico de um fármaco: está relacionado ao efeito benéfico ao organismo esperado quando da administração do fármaco. Como exemplo, o efeito terapêutico de um fármaco antitérmico é a diminuição da temperatura, ou seja, o efeito esperado após a administração desse tipo de fármaco no organismo. Dose terapêutica: é a quantidade mínima de um fármaco que, quando administrada ao organismo, é capaz de desenvolver o seu efeito terapêutico. Um exemplo de dose terapêutica seria a dose dose100 mg de AAS diariamente para atuar no organismo como antiagregante plaquetário. Efeito colateral: é o efeito freqüentemente encontrado na administração dos fármacos, principalmente aqueles de atividade seletiva, e corresponde a um efeito que se percebe paralelamente ao sistema onde se desejava alcançar o efeito terapêutico, ou em outro sistema do organismo. Esse tipo de efeito é rotineiramente esperado, porém, não é desejado. Normalmente não traz maiores prejuízos ao orgasmo. Um exemplo muito freqüente de efeito colateral é a tosse provocada pela a administração de alguns inibidores da ECA, como o Captopril. Efeito adverso: é o efeito que se faz presente, geralmente de maneira nociva e incômoda, ao se administrar um fármaco. É também conhecido como reação adversa. É um tipo de efeito menos freqüente que o feito colateral, e diferentemente desse, a sua ocorrência não é esperada e nem tão pouco desejada. Reação alérgica: é um tipo de reação, algumas vezes esperada pela própria natureza do fármaco, que está intimamente relacionada com a sensibilidade alérgica de cada indivíduo. Essa reação pode variar, dependendo da sensibilidade alérgica de cada indivíduo, desde uma simples reação local, caracterizada por vermelhidão (rubor), coceira intensa (prurido) e edema, até mesmo quadros alérgicos mais graves como os casos de anafilaxia, podendo inclusive levar o indivíduo à morte em poucos instantes. As reações do tipo anafiláticas geralmente ocorrem em função de hipersensibilidade do organismo ao fármaco, e manifesta-se sintomatologicamente por um grave estado de inadequação circulatória (choque), que é precedido por cianose de extremidades, dispnéia súbita, edema generalizado, mais comum na face e

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Noções de Farmacologia

glote, e colapso circulatório. Por ser caracteristicamente de instalação súbita, faz-se necessário que o cliente seja monitorizado antes, durante e algum tempo após a administração de fármacos em indivíduos com histórico de hipersensibilidade tópica. Efeito idiossincrásico: também conhecido como idiossincrasia, é a manifestação de um efeito contrário ao efeito terapêutico. Acontece quando um fármaco é administrado e o efeito que se apresenta é completamente contrário ao efeito que se deseja obter. Um tipo de idiossincrasia muito comumente observado acontece com a administração de sedativos, principalmente os benzodiazepínicos, em particular o diazepam, que quando administrado, em vez de sedar o indivíduo, induzindo o mesmo ao sono, acaba fazendo com que ele fique mais excitado ainda. Agonista e antagonista - agonista são um fármaco ou hormônio que, ocupando receptores celulares específicos, produz um efeito biológico. Já o antangonista, é toda substância, incluindo os fármacos, que se opõem à estimulação de um sistema biológico efetua-dor. Quando um fármaco ocupa os mesmo receptores do agonista específico, fica caracterizado antagonismo competitivo ou farmacológico. Por exemplo, a diminuição da freqüência cardíaca induzida por catecolaminas pelo propranolol. O antagonismo fisiológico ocorre quando outro sistema efetor e outros receptores são ativados: por exemplo, a adrenalina opondo-se ao broncoespasmo induzindo pela histamina. A fármacocinética: o Organismo Agindo sobre o Fármaco

Todo fármaco administrado pela via oral é absorvido pelo organismo através do trato gastrintestinal e através da circulação porta vai inicialmente para o fígado onde é submetido ao sistema enzimático de biotransformação e degradação. Dependendo de sua estrutura química, pode ser completamente metabolizado e inativado, não atingindo níveis na circulação sistêmica na sua forma ativa. Essa degradação é denominada de metabolismo de primeira passagem, ou hepático inicial.

Dessa forma, um fármaco que é administrado pela via sublingual ou endovenosa não sofre esse mesmo efeito. Isso proporciona uma concentração maior do fármaco na circulação sistemática, com doses reduzidas dele. Por esse motivo, as doses de um mesmo fármaco que sofrem importante efeito de primeira passagem são bastante superiores à dose parental, na qual a biodisponibilidade é total. O termo “biodisponibilidade” é utilizado para definir a quantidade intacta do fármaco que atinge a circulação sangüínea para um efeito biológico.

É exatamente a biodisponibilidade que determina se um fármaco poderá ser administrado por uma via ou outra, no que se refere ao seu aproveitamento peloorganismo. Assim, um fármaco pode ser muito bem absorvido pelo trato gastrintestinal quando administrado pela via oral, e completamente destruído pelo fígado, sem possuir nenhuma biodisponibilidade, devendo apenas ser utilizado pela via parental, como, por exemplo, a lidocaína no combate à arritmia cardíaca. Alguns fármacos não são absorvidos, logo não possuem nenhuma biodisponibilidade.

Distribuição

Após a administração parental ou oral do fármaco e sua presença no sangue, ele se liga em graus variável às proteínas plasmáticas, particularmente à albumina. Uma fração livre e se distribui por todo o organismo.

A ligação do fármaco às proteínas plasmáticas é fundamental para ele não seja rapidamente eliminado, o que possibilita que permaneça por um período maior no organismo, desempenhando o seu efeito terapêutico, equilibrando-se com a fração livre, que é continuamente metabolizada e/ ou excreta pelo organismo, através da urina ou bile. A distribuição de um fármaco no organismo contribui sobremaneira na determinação do esquema de dosagem e esquema terapêutico com que ele será administrado, uma vez que permite ao profissional, conhecer o tempo médico que seja o fármaco poderá totalmente eliminado.

Quando um fármaco é administrado pela via endovenosa, o tempo necessário para que 50% da concentração inicial dele se distribuam pelo organismo chama-se meia-vida plasmática alfa de um fármaco. E a meia-vida plasmática beta, ou de eliminação, corresponde ao tempo necessário para que a concentração plasmática estável de um fármaco diminua em 50% devido a sua eliminação do organismo. A meia-vida plasmática depende basicamente da biodisponibilidade do fármaco.

Já a vida média do fármaco é o tempo médio de duração do efeito ou da própria substância no organismo.

Excreção

Na fase de excreção, uma grande parcela dos medicamentos administrados é degradada no organismo, sendo o fígado o principal responsável por esse fenômeno. A biotransformação hepática pode ser estimulada ou inibida por diferentes substâncias químicas ou medicamentos, como o fenobarbital,

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Noções de Farmacologia

anticoncepcionais orais e a rifampicina. A insuficiência hepática, por exemplo, só é capaz de reduzir consideravelmente o metabolismo de fármaco quando ocorre em grau bastante elevado. A biotranformação hepática muda completamente a estrutura química das diferentes substâncias, facilitando sobremaneira a sua excreção do organismo. Os rins são os principais responsáveis por essa excreção, tanto de metabólicos como de fármacos ativos. Níveis consideráveis dessas substâncias podem ser encontrados na saliva, suor, fezes e leite materno. Esse conhecimento é de grande importância, pois, se, por exemplo, uma mulher estiver amamentando, deverá interromper o alimento caso tenha necessidade de utilizar um fármaco que é excretado em grande quantidade no leite materno, podendo proporcionar efeitos indesejáveis para o organismo do recém-nascido. O clearance renal de uma determinada droga ou fármaco é um exame que determina a capacidade do sistema renal de eliminar a droga ou fármaco em um intervalo de tempo. Esse exame é freqüentemente utilizado para se determinar a capacidade da função renal em indivíduos quanto a excreção de fármacos de baixo índice terapêutico, tais como os digitálicos, os hipoglicemiantes orais, aminoglicosídeos e sais de lítio.

A Farmacodinâmica: o Fármaco Agindo sobre o Organismo

O local e o mecanismo de ação dos diferentes medicamentos são importantes para a avaliação da ação farmacológica, a qual pode manifestar-se como um efeito terapêutico ou tóxico para o organismo.

Nessa etapa, os profissionais de enfermagem podem avaliar se o medicamento prescrito está determinado um efeito terapêutico ou não. A melhora clínica impõe uma monitorização periódica para prevenir o surgimento de efeitos indesejáveis ou mesmo tóxicos. Essa investigação geralmente corresponde à avaliação clínica rotineira, não somente por parte do médico, mas também e principalmente por parte dos profissionais de enfermagem, ainda mais por parte dos profissionais de enfermagem, ainda mais se considerar que são tais profissionais que geralmente administram os fármacos, e também permanecem durante as 24 horas junto ao cliente.

A avaliação clínica deve ser utilizada considerando o histórico referente à diminuição ou desaparecimento da sintomatologia em função da utilização do fármaco, ou em função de exame clínico, observando-se o funcionamento dos diversos sistemas orgânicos, além da verificação dos sistemas vitais e a interpretação dos exames laboratoriais.

Poe exemplo, no uso de digitálicos e diuréticos em um cliente com cardiopatia aguda, com edma agudo de pulmão, o profissional observa a melhora da dispnéia e uma maior diurese como aspectos farmacoginâmicos.

Biodisponibilidade e bioequivalência A biodisponibilidade determina a ração de um fármaco presente no plasma sob a forma ativa e

disponível para efeito biológico, enquanto a bioequivalência refere-se à equivalência química entre dois ou mais produtos, isto é, dois xaropes da mesma substância provenientes de dois fabricantes diferentes apresentam, no uso de doses iguais, as mesmas concentrações sangüíneas e teciduais.

Concentração plasmática

Todo fármaco é administrado a um cliente em determinada concentração sangüínea que está em equilíbrio com a parcela presente nos diferentes tecidos. A concentração sangüínea ou plasmática do fármaco pode proporcionar informações adicionais para orientar uma terapêutica segura e eficaz, tanto no início quanto na manutenção.

A concentração plasmática de um fármaco é a sua concentração no plasma, e geralmente é medida em miligrama por (mg/ l) de sangue.

Dose cumulativa

São as doses que determinam um aumento persistente das concentrações plasmáticas do fármaco. São geralmente utilizadas até que a concentração máxima do fármaco seja atingida. Comum para medicamentos de efeito cumulativo. Vias de administração

As vias de administração de medicamentos são de extrema importância na determinação não somente das doses e da velocidade e duração dos efeitos dos fármacos no organismo, como também na

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Noções de Farmacologia

determinação das apresentações, das diluições e do tempo de administração que esses fármacos irão requerer.

Nas unidades de terapia intensiva, a via de eleição, e que comumente é utilizada é a endovenosa. Embora se trate de uma via extremamente perigosa e que exige conhecimento por parte do enfermeiro de outras áreas, como a microbiologia e anatomia, ele oferece a vantagem de um efeito imediato do fármaco no organismo, que é extremamente necessário, principalmente em situações onde há risco de morte, como nos casos de reações anafiláticas e de parada cardiorrespiratória, situações em que o imediato da droga aumenta as chances de sobrevida do cliente.

Basicamente, as vias de administração de fármacos no organismo são: oral, sublingual, intramuscular, subcutânea e intradérmica. Porém, nas unidades de terapia intensiva, a via mais utilizada é a intravenosa, por se tratar de uma via em que a ação dos medicamentos ocorre imediatamente após sua administração.

O sucesso da terapêutica das doenças humanas depende, em grande parte, da capacidade do médico em escolher o medicamento apropriado para cada caso, bem como a sua dose, a via a ser administrada e o tempo de duração do tratamento com tal fármaco.

No entanto, os resultados da terapêutica somente são favoráveis caso o profissional que manipula a administra o fármaco tenha conhecimento das características peculiares de cada um, o que possibilitara executar a técnica mais adequada à sua administração, garantindo o uso correto, seguro e científico do fármaco.

Nos dias atuais, o profissional de enfermagem assumiu a administração de medicamentos como sendo uma de suas atividades no dia-a-dia de suas práticas de cuidar. Nesse sentido, de iatrogenias, cabe a eles estar atento a alguns fatores intervenientes na ação e no efeito farmacológico no organismo.

Dentre os fatores que podem interferir na ação do fármaco no organismo, as de maior relevância são: Dose do fármaco: é a quantidade de uma droga administrada ao organismo, de uma só vez ou

fracionadamente. É de fácil compreensão o fato de que, quanto maior for a dose, mais intenso deverá ser o efeito produzido por ela no organismo. No entanto, essa relação está na dependência de diversas outras condições.

Variação individual: diz respeito às características individuais de cada pessoa, tais como a idade e o

peso, por exemplo. A idade, embora não seja um fator diferencialmente das modificações importantes no modo de agir dos fármacos, algumas vezes influencia quando é responsável por algumas debilidades orgânicas que determinam a suscetibilidade do organismo aos fármacos. Diferentemente, o peso é um fator bastante importante como modificador da ação de um determinado fármaco. De maneira geral, a intensidade dos efeitos obtidos pela administração de uma dose de um fármaco, é inversamente proporcional ao peso do indivíduo, e por esse motivo, as doses muitas vezes são determinadas em função do peso do cliente (MG/ kg de peso).

Via de administração: a via pela qual o fármaco é administrado no organismo determina, em certos

casos, o seu modo de agir. Certas substâncias quando são administradas por uma via são inativadas, e por outra via não.

Condições patológicas: certas doenças podem modificar a resposta do organismo ao fármaco, como

nos casos de insuficiência renal e hepática, em que a excreção e o metabolismo da droga são prejudicados, fazendo com que, muitas vezes, esses fármacos estejam agindo por mais tempo no organismo.

Tolerância e intolerância do organismo ao fármaco: eventualmente, o organismo pode apresentar

sensibilidade anormal, aumentada ou diminuída, a um fármaco. Quando desenvolver resistência à ação de uma substância, recebe o nome de tolerância. O termo intolerância refere-se aos casos em que se observa uma hipersensibilidade ou uma reação anômala ao uso de um determinado fármaco. Ambas podem ocorrer simultaneamente.

Além de considerar esses aspectos, os profissionais de enfermagem, antes de administrar qualquer fármaco deve atentar para algumas regras que são básicas para o preparo e administração de medicamentos.

Antes de manipular os fármacos, profissionais deve ter a máxima concentração voltada para seu trabalho, evitando conversas paralelas e desnecessárias. Certificar-se ainda, além dos “5 certos” de Vanda Horta (cliente certo, dose certa, horário certo, via certa e medicamento certo), verificar a validade do medicamento e as condições gerais do cliente, inclusive os sinais vitais.

Ele deve lembrar que toda administração de fármacos precisa ter prévia prescrição por parte do médico, salvo em situações de urgência, como na parada cardiorrespiratória, por exemplo, solicitando imediatamente depois de encerradas as manobras, que o mesmo faça a prescrição por escrito. Faz parte de o procedimento ter sempre em mãos a folha de prescrição no momento do preparo do fármaco, e não

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Noções de Farmacologia

relutar em pedir maiores esclarecimentos ao médico sobre qualquer dúvida ou suspeita a respeito do fármaco, no que se refere à sua indicação, dose e via de administração.

É proibida a administração de medicamentos que estejam sem rótulos ou ilegíveis, preparados por outros, salvo em situações especiais, em que todo processo de manipulação do fármaco foi acompanhado, ou quando ele já vem manipulado da farmácia por um farmacêutico que assinou e carimbou a embalagem, responsabilizando-se legalmente pelo produto manipulado. Também são proibidos medicamentos que tenham sido contaminados no momento de sua manipulação (injetáveis principalmente), e ainda, medicamentos que tenham suas características físicas alteradas.

Abusos de Drogas e Álcool

Objetivos para o Estudante Ser capaz de ________________________________________________

1. Identificar os fatores de risco que predispõem ao abuso de drogas e álcool. 2. Identificar fatores de risco específicos do adolescente. 3. Compreender a dependência de drogas e seus sintomas. 4. Identificar os sintomas de abstinência na dependência de drogas. 5. Identificar os sintomas exibidos por um paciente sob a influência de drogas. 6. Familiarizar-se com os efeitos à curto prazo e a longo prazo do alcoolismo. 7. Identificar as drogas que têm seus efeitos potencializados quando associadas ao álcool. 8. Identificar os sintomas físicos e as seqüelas de uma superdosagem de drogas

O abuso de drogas e álcool tornou-se um problema nacional e internacional de proporções gigantescas,

e afeta, de alguma forma, todos nós. O uso de drogas psicoativas por crianças e adolescentes é um fato consumado. A maioria dos esforços preventivos razoáveis agora se concentra na educação. Programas de reabilitação têm êxito limitado, mas essas iniciativas vêm aumentando, uma vez que o problema acional persiste.

De acordo com uma publicação do Department of Health and Human services, mais de 90% dos adolescentes nos Estados Unidos terão experimentado álcool antes de concluírem o segundo grau, 50% a maconha, 17% a cocaína e 12% alucinógenos. Das 25.000 mortes de jovens por acidentes que ocorrem anualmente, cerca de 40% estão relacionados com ao álcool.

Realizaram-se estudos sobre os fatores de risco que predispõem ao abuso de substâncias. Mostraram que a vulnerabilidade ao uso de drogas é maior em crianças com baixa auto-estima, que possuem um sentimento de abandono, grande necessidade de aprovação social, vínculo inadequado com a família e a sociedade, comunicação e adaptação inadequadas, incapacidade de assimilar reconhecimento social e incapacidade de aceitar as conseqüências de seus atos. Uma história familiar de alcoolismo ou abuso de drogas aumenta muito o risco.

O adolescente que usa drogas pode chegar pela primeira vez ao médico em virtude de traumatismo relacionado a intoxicação ou secundário a uma superdosagem aguda da droga. A equipe de saúde deve ser responsável não apenas pelo tratamento do traumatismo, mas também pelo reconhecimento e avaliação do problema de uso de drogas e, espera-se, pelo início de algum tipo de programa de controle. A maioria dos adolescentes tem três esferas de internação: escola, família e colegas. Os adolescentes com dificuldade em qualquer uma destas esferas provavelmente devem ser encaminhados para farmacoterapia. Pode não ser fácil convencer um paciente e sua família da necessidade de tratamento, pois pode haver negação, minimização do problema como uma ocorrência única, ou rejeição dos valores da sociedade como um todo.

Durante crises agudas ou superdosagens em pessoas que abusam de drogas, o profissional de saúde tem a responsabilidade de avaliar o tipo de droga usado, o método de administração, o horário em que a droga foi tomada e o padrão prévio de abuso da droga. Esta informação pode obtida com o paciente, se este for capaz de responder, ou com a família ou amigos.

No tratamento e na reabilitação do usuário de drogas o profissional de saúde está envolvido em muitos níveis, ajudando o paciente durante o período de abstinência, observando o paciente quanto a outros problemas e os efeitos do tratamento e o nível de cooperação do paciente.

SETE SINAIS DE POSSÍVEL ENVOLVIMENTO COM AS DROGAS

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Noções de Farmacologia

1. Modificação na freqüência ou no rendimento escolar ou profissional (p. ex., o estudante cujas notas começam a cair ou cujo absenteísmo causa preocupação).

2. Mudança na aparência pessoal (p. ex., o estudante que antes se apresentava arrumado e agora aparece descabelado e desarrumado).

3. Oscilação de humor e mudanças de atitude. 4. Afastamento de contatos familiares. 5. Associação com amigos que usam drogas. 6. Padrões incomuns de comportamento ou maneirismos. 7. Atitude defensiva em relação a drogas.

DEPENDÊNCIA DE NARCÓTICOS

A heroína é a droga preferida pela maioria dos dependentes nos Estados Unidos. Embora esta droga seja ilegal neste país, meios ilícitos mantêm o suprimento dos viciados. O elixir paregórico, a morfina e a hidromorfona (Dilaudid) também são usados freqüentemente.

A sensação desejada é a euforia após a administração, geralmente intravenosa. Com o uso contínuo, há uma tolerância à droga e são necessárias doses maiores para produzir euforia. Após determinado período, o vício é tão intenso que a droga é usada para homeostasia e para evitar sintomas de abstinência. Superdosagens acidentais e morte podem ocorrer inadvertidamente ou em uma tentativa de obter euforia novamente

Os sintomas de abstinência de narcóticos são intensos e podem ameaçar a vida. Os primeiros sintomas de abstinência são mal-estar e fraqueza cerca de 6 a 12 horas após a última dose. Após 12 horas, ocorrem bocejos e transpiração, e o paciente fica ansioso. Após 24 horas, ocorrem contrações musculares, calafrios, dores musculares, aumento da freqüência e da profundidade da respiração, elevada da pressão arterial, dilatação pupilar e extrema agitação. Os sintomas de abstinência atingem seu nível máximo em 48 horas e começam a ceder em 72 horas. Os sintomas gerais de fraqueza e mal-estar podem persistir por várias semanas.

Foram desenvolvidos programas de manutenção com metadona para manter dependentes de narcóticos após a abstinência. Embora a metadona seja um narcótico causador de dependência, produz pouca euforia e permite que o paciente conviva normalmente em sociedade. Mesmo com a metadona, a percentagem de cessação permanente da dependência é pequena.

ABUSO DE SEDATIVOS HIPNÓTICOS Embora estas drogas possam ser obtidas de modo ilegal, freqüentemente podem ser obtidas através

de medicamentos prescritos a um paciente, amiúde por muitos médicos ao mesmo tempo. Estas drogas tornaram-se perigosas, principalmente quando combinadas com álcool ou outras drogas depressivas.

A abstinência não é tão grave quanto com os narcóticos, e é caracterizada principalmente por insônia, irritabilidade e sintomas relacionados a ansiedade.

ABUSO DE MACONHA A maconha é uma substância intoxicante obtidas das folhas e flores da Cnnabis. Geralmente é fumada

na forma de cigarro e produz sensação de euforia e um estado de sonho. A duração do efeito é de 3 a 12 horas. Certamente ocorre dependência física, embora não esteja determinada a questão de vício real.

Alguns distúrbios foram atribuídos ao uso prolongado ou crônico da maconha. Incluem quebras cromossomiais, alterações da personalidade e mentais, ansiedade e irritação quando a droga não está disponível. Foi observada ginecomastia no sexo masculino.

Uma de suas notórias inconveniências é levar o dependente a experimentar outras substâncias mais viciosas em busca de maior euforia.

Usos Medicinais da maconha Poucas idéias são tão firmemente defendidas pelo público e tão questionadas pelos médicos quanto os

poderes curativos da maconha. Os pesquisadores estão entrando com atraso neste campo para estabelecer com certeza científica se as afirmações de alívio da dor, efeitos antieméticos e relaxantes musculares têm alguma validade médica.

Os defensores falam em alívio na síndrome pré-menstrual, náuseas e vômitos da quimioterapia, caquexia da AIDS e do câncer, glaucoma, prurido, insônia, artrite, depressão, dor do parto, distúrbio de déficit de atenção, neuropatia periférica e esclerose múltipla.

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Noções de Farmacologia

Também haverá uma comparação entre a maconha fumada e o THC, que é o delta-9-tetraidrocanabinol, o ingrediente mais ativo, administrado por via oral. O THC esteve disponível por algum tempo na forma de um co0mprimido sintético denominado dronabidol (Marinol). Teoricamente, as formas fumadas e orais devem ter o mesmo efeito, mas a maioria dos participantes prefere a forma fumada, tanto para controle da dose quanto do início da ação. O Marinol, quando tomado por via oral, requer cerca de duas horas para fazer efeito, e então a dose pode ser muito alta. Quando fumada, os componentes químicos da maconha chegam à corrente sanguínea em segundos, e ao encéfalo logo depois. Os usuários podem controlar o efeito a cada baforada.

Alguns acreditam que a maconha tem muitos efeitos para ser imediatamente controlada como droga com fins medicinais. Algumas de suas ações são sensações de bem-estar, apetite voraz, alteração da percepção do tempo e da distância, e localidade, mas os usuários também apresentam ruptura da memória de curto prazo e supressão das defesas imunes.

A pesquisa indubitavelmente lançará luz sobre esta questão nos próximos anos. ABUSO DE COCAÍNA Embora a cocaína já tenha sido considerada uma droga de entretenimento relativamente “segura”,

agora é considerada uma das mais importantes de todas as drogas causadoras de dependência. Em 1984, foi introduzido o “crack”, que tem grande potência e é altamente causador de dependência, e

disponibilidade, associada ao seu preço relativamente baixo, aumentou muito o número de dependentes. Acredita-se que uma vez seja suficiente para causar dependência porque o desejo extremo de recuperar a euforia com esta droga.

A cocaína é uma estimulante do sistema nervoso central com efeitos semelhantes aos da anfetamina. Produz um forte efeito estimulante e eufórico e aumenta a freqüência de pulso, a pressão arterial e a freqüência respiratória. O usuário tem maior sensação de autoconfiança, clareza de pensamento, alerta e aumento da energia e do bem-estar. É comum haver diminuição da necessidade de sono e alimentos. O indivíduo intoxicado exibe tremor, disforia, delírio, delusões e comportamento agressivo.

Os sintomas de abstinência incluem depressão profunda e exaustão acentuada. O comportamento suicida é comum na abstinência.

Atualmente são usados medicamentos para tratar o dependente de cocaína e para ajudar no processo de abstinência e de reposição. Incluem antidepressivos como desipramina, imipramina, protriptilina e trazodona. O lítio, geralmente prescrito nos distúrbios maníoco-depressivos, tem sido eficaz, principalmente se combinado a um antidepressivo. Os suplentes dos aminoácidos tirosina e triptofano, quando combinados a um antidepressivo, parecem bloquear a euforia da cocaína.

ABUSO DE ÁLCOOL Droga mais comum atualmente, o álcool está perdendo grande parte de sua aceitabilidade social com a

conscientização dos efeitos de seu uso excessivo. Ao contrário de outras substâncias usadas em excesso, o álcool tem alguns efeitos benéficos quando

tomado com moderação. Foi demonstrado que eleva o nível de lipoproteínas de alta densidade (o tipo “bom” de colesterol) e assim reduz o risco de doença coronarina. Seu efeito sobre o comportamento é bem conhecido, desde a sensação do comportamento, perda do controle sensitivo-motor e coma em dosagem excessiva.

Com a ingestão crônica, o usuário perde a capacidade de realizar movimentos motores essenciais, há entorpecimento da memória e da discriminação e ocorrem náusea e vômito. Acredita-se que os efeitos acumulativos no sistema nervoso central e no fígado progridam a cada dose.

Crianças nascidas de mães alcoólatras apresentam um conjunto de malformações congênitas conhecidas como síndrome alcoólica fetal, representada duende característica e retardo mental. Há alguma noção de que mesmo pequenas doses de álcool durante a gravidez pode prejudicar o feto.

Muito medicamento vendido sob prescrição medica são potencializados até mesmo por pequenas quantidades de álcool, e geralmente são substâncias que tem a sedução como efeito colateral. Incluem anti-histamínicos, tranqüilizantes, alguns antidepressivos, medicamentos para dormir e muitos relaxantes musculares. Por via de regra, deve-se evitar o consumo de álcool quando se toma qualquer medicamento prescrito (Quadro 33.1)por uma fácies de

Drogas Vendidas sob Prescrição que são Afetadas pelo Álcool Álcool combinado com Pode causar

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Noções de Farmacologia

Medicamentos para dormir Intoxicação rápida com pequenas Tranqüilizantes quantidades de álcool Antidepressiva Sonolência excessiva Medicamentos contra cinetose Confusão mental Analgésicos Relaxantes musculares Anti-histamínicos Medicamento contra alergia Medicamento antiangina Tonteira, síncope Anti-hipertensivos Falta de coordenação muscular, queda Aspirina Aumento da irritação Antiinflamatórios não-esteróides gástrica e sangramento Comprimento de potássio Anticoagulantes Metronidazol (flagl) Reação grave, semelhante à do Hipoglicemeiantes orais dissulfiram (Antabuse); Alguns antibióticos náusea, taquicardia, dispnéia Anticoangulantes Alterações na eficácia da Hipoglicemiantes orais droga que controla o distúrbio Medicamentos contra convulsões

Sintomas Comparativos do Uso de drogas Droga Sintomas Físicos Sinais a Investigar Efeitos Perigosos Inalantes (gás, aerossóis)

Náusea, tonteira, cefaléias, falta de coordenação

Odor da substância na respiração, sintomas de intoxicação

Inconsciência, lesão encefálica, morte súbita

Heroína, narcóticos Euforia, sonolência, náusea, vômito

Pupilas puntiformes, marcas de injeção nos braços

Morte por superdosagem, AIDS, hepatite por uso de agulhas contaminadas

Cocaína, anfetamina Localidade, estedo de hiperalerta, aumento da pressão arterial

História de emagrecimeno, hiperatividade, úlceras na mucosa nasal

Morte súbita, alucinações, paranóia

Barbitúricos, álcool, tranqüilizantes

Intoxicação, diminuição da freqüência respiratória

Cápsulas e pílulas, história de consultas com mais de um médico, fala arrastada

Morte por superdosagem, principalmente em combinação com álcool

Alucinógenos, LSD, PCP

Alteração do humor, pânico, concentração em detalhes

Cápsulas, quadrados de papel Mata-borrão

Comportamento imprevisível e violento

Maconha Alteração da percepção, euforia, riso, olhos vermelhos, boca seca

Papéis de cigarro, odor de corda queimada

Reação de pânico, comprometimento da memória

LSD= dietilamida do ácido lisérgico; PCP= cloridato de fenciclina. Implicações Clínicas

1. O uso de drogas entre adolescentes é muito comum. A avaliação do paciente deve incluir algumas perguntas sobre uso de drogas e álcool. 2. Uma negação radical do uso de drogas não deve ser aceita se o adolescente tem fatores de riscos para uso de drogas. 3. Os sintomas de abstinência do uso de drogas são graves e ameaçam a vida. Existem muitas intervenções de enfermagem para aliviar parte do desconforto. 4. Após a abstinência aguda, o problema da dependência permanece. O acompanhamento subseqüente tem importância vital e deve ser reforçado e incentivo.

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5. Pode haver abuso de sustâncias utilizando-se apenas medicamentos prescritos. Este problema pode ser descoberto questionando-se sobre a adesão ao uso de vários medicamentos como meio de aquisição de drogas. 6. Não existe droga de entretenimento “segura”. 7. A substância consumida em excesso com maior freqüência é o álcool. A sociedade proporciona muitas situações na qual o abuso de álcool é aprovado ou tolerado. Constatou-se agora que os padrões sociais são prejudicais quando se tenta controlar o abuso de álcool. 8. A cocaína é uma droga perigosa e que causa extrema dependência, principalmente na forma de “crack”. 9. Muitas drogas são úteis no tratamento da dependência de cocaína e d heroína. Estas substâncias reduzem o desejo pela drogas impedem a recorrência de dependência. 10. Os sintomas de uso de drogas, embora não sejam explícitos em casos, podem permitir ao enfermeiro identificar pacientes que posam estar sob a influência de drogas. Estudos de Casos 1. A paciente chegou à emergência após um acidente de carro. Ela tem fratura do punho e múltiplas

equimoses. Embora fosse esperado que estivesse preocupada e com dor, ela apresenta radiante, alegre, loquaz e alerta. Que outra avaliação pode ser feita sobre esta paciente?

2. O paciente é trazido por seus pais para teste psicológico. No ensino fundamental. Mark era excelente aluno. Entretanto, parece ter problemas de ajuste no segundo grau. Suas notas são apenas suficientes para aprovação, ele parece não ter amigos, e suas roupas estão desarrumadas e sujas. Que tipo de questionamento pode ser apropriado aqui?

3. A paciente telefona para a clínica e diz que precisa de uma nova prescrição de Valium. Todo o seu frasco de comprimido caiu no vaso do sanitário. Você lê em seu prontuário que sua bolsa foi roubada e ela precisou de uma nova prescrição há apenas 2 semanas. Também possui cefaléias que exigem muitos analgésicos, e freqüentemente faz solicitações logo antes do consultório fechar. Os médicos que fazem atendimento noturno relatam numerosas solicitações de prescrições. Que outros problemas devem pesquisados?

Questões de Revisão 1. Citar alguns sintomas de abstinência de heroína. 2. Quais são os sintomas que podem surgir quando uma pessoa vem consumindo quantidades

excessivas de álcool? 3. Que sintomas ou fatores sociais podem identificar um adolescente em risco de usar drogas e

álcool? 4. Como você abordaria o tema de abuso de drogas com um adolescente? 5. Quais os sintomas de uso de cocaína? Quais os riscos de superdosagem? 6. Por que um indivíduo torna-se dependente de heroína? O tratamento e a reabilitação são efetivos 7. Qual a droga usada no tratamento de dependentes de heroína? 8. Que drogas podem ajudar no tratamento da dependência de cocaína? 9. Citar sete sinais de possível envolvimento com drogas. 10. Quais podem ser os sinais de que uma pessoa está as seguintes substâncias? a. Crack b. Álcool c. Heroína 11. Qual é a diferença entre o comportamento excêntrico “normal” de um adolescente e o

comportamento freqüentemente associado ao uso de drogas? Substâncias Antibióticas, Antimicóticas, Antivirais e Antiparasitárias Objetivos para o Estudante Ser capaz de _________________________________________________________ 1. Identificar os antibióticos e indicar suas aplicações usuais. 2. Identificar os efeitos colaterais graves dos antibióticos. 3. Distinguir entre um antibiótico de amplo espectro e um antibiótico de espectro limitado. 4. Distinguir entre cefalosporinas de primeira, segunda e terça geração. 5. Citar exemplos de antibióticos usados no tratamento de doenças específicas.

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6. Identificar as substâncias antivirais e suas aplicações usuais. 7. Identificar as substâncias antiparasitais comuns.

Antibióticos são substâncias, produzidas por células vivas, que matam ou inibem o crescimento de microorganismos. As primeiras informações sobre antibióticos nos foram dadas por Sir Alexander Fleming em 1928, quando ele descobriu que um produto do fungo Penicillium tinha o poder de destruir muitos microorganismos causadores de doença. Atualmente, produzimos muitos antibióticos a parti de fungos, bactérias e leveduras, mas um número crescente é fabricado sinteticamente. Amiúde, apenas uma pequena modificação na estrutura de um antibiótico produzido naturalmente pode resultar em alterações significativas na ação e no efeito de um fármaco. Cada antibiótico tem seu próprio “espectro” de atividade característico contra vários microorganismos. Um antibiótico de “amplo espectro” é eficaz contra muitos microorganismos; um antibiótico de “espectro limitado” é eficaz somente contra alguns.

Foram feitas muitas descobertas nos últimos anos acerca da crescente resistência de muitos microorganismos à ação dos antibióticos em. Acredita-se que o uso de antibióticos em muitas infecções triviais permitiu que os microorganismos desenvolvessem formas mutantes resistentes aos fármacos. Isso ocorre particularmente se um antibiótico for tomado durante apenas alguns dias, em vez dos 10 dias mínimos geralmente prescritos. Os organismos naturalmente mais resistentes ao fármaco conseguem crescer e se multiplicar, enquanto somente os mais fracos morrem.

Reações alérgicas a vários antibióticos também são comuns. Com a exposição repetida a uma fé repetida a um fármaco, vários mecanismos de defesa do organismo começam a ser sensibilizados e ocorrem reações alérgicas. Freqüentemente estas reações são leves e podem causar apenas um exantema, que é facilmente tratado. Entretanto, exposições subseqüentes ao fármaco podem causar reações graves e até mesmo fatais.

Considerações sobre as Crianças Antibióticos Desnecessários As crianças não necessitam de antibióticos para tratar uma doença leve. Entretanto, pais ocupados freqüentemente desejam uma cura eficiente, infalível. Devem-se informar os pais que o uso excessivo de antibióticos está produzindo organismos resistentes a antibióticos, e tranqüilizá-los nas situações em que os antibióticos não são necessários. Penicilinas

Desde sua descoberta como o primeiro antibiótico, houve muitas alterações na estruturada penicilina para aumentar sua utilidade.

Penicilina G, USP; benzilpeniciclina, BP. Utilizada na forma de sal sódio ou potássio para aumentar sua hidrossolubilidade, esta primeira forma de penicilina contínua sendo utilizada comumente no tratamento de infecções estreptocócicas e pneumocócicas, bem como da gonorréia, sífilis, meningite e outras infecções causadas por organismos sensíveis à penicilina. Sua principal desvantagem é que em sua forma cristalina possui uma curta duração de ação e deve ser injetada, pois é destruída quando administrada por via oral. Antes da administração de qualquer forma de penicilina, o paciente deve ser cuidadosamente questionado acerca de reações alérgicas ao fármaco.

Dose: Adultos; (IV) 5 milhões a 20 milhões de unidades por dia em dose fracionadas. A dose é individualizada.

Crianças: (IM, IV) 25.000 a 50.000 unidades/kg/dia em doses divididas quatro vezes ao dia. A dose é individualizada.

Recém-nascidos: (IM, IV) 25.000 unidades duas vezes ao dia. A dose é individualizada. Formas de Penicilina G de Ação Prolongada Devido à curta duração da forma cristalina de penicilina G, foram desenvolvidas várias formas de ação

prolongada, que têm a vantagem de ser administrada por via intramuscular, de forma que o fármaco se deposita no tecido muscular e pode ser absorvido lentamente pelo organismo.

Estas formas de ação prolongada podem ser administradas SOMENTE por via intramuscular. Podem causar embolização fatal se forem incorretamente administradas por via intravenosa.

Penicilina G procaína, USP, BP (Mycillin, Crysticillin, Duracillin). A adição de procaine à molécula de

penicilina dá origem a um produto que proporciona bons níveis sanguíneos de penicilina por cerca de 6 horas.

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Dose: Adultos (IM) 600.000 a 4 milhões de unidades por dia em dose fracionadas a cada 6 horas. Crianças (IM) 300.000 a 1,2 milhões de unidades por dias em doses fracionadas a cada 6 horas. Recém-nascidos: Esta forma não é recomendada.

Penicilina G benzantina, USP, BP (Bicill). Pela adição de benzatina à molécula de penicilina, produz-se uma forma muito insolúvel de penicilina. O fármaco é lentamente liberado do depósito no músculo e pode proporcionar doses prolongadas, porém baixas, de penicilina por até 1 mês. Esta forma é usada em injeções mensais para profilaxia em pacientes que tenham febre reumática e no tratamento da sífilis, além de outros casos em que se deseja ação prolongada. Bicillin L-A. Penicilina pura. Dose: Adultos: (apenas IM) 1,2 a 4,8 milhões de unidades. Crianças: (apenas IM) 600.000 a 1,2 milhões de unidades. Bicillin C-R. Uma combinação de partes iguais de penicilina procaína, de forma que se alcança um nível sanguíneo terapêutico mais rápido. A faixa de dosagem é semelhante à da Bicillin L-A. Penicilina v, USP, BP (V-Cillin, Pen Vee). Modificando-se a estrutura da penicilina G, esta forma de penicilina pode ser absorvida por via oral. É usada basicamente no tratamento de infecções respiratórias. Dose: Adultos: (oral) 250 a 500mg a cada 6 horas. Crianças: (oral) 15 a 50 mg/kg por dia em quatro doses fracionadas. Considerações Sobre as Crianças Antibióticos e Otoxidade (Lesão Auditiva) Muitos antibióticos, mas principalmente os aminoglicosídeos como a gentamicina (Garamicina) e a canamicina (Kantrex), podem causar lesão auditiva como feito colateral. Geralmente são reservados para infecções graves causadas organismos Gram-negativos, e a dose deve ser cuidadosamente controlada. É bom realizar audiometria na criança pequena quando estes fármacos forem usados no período neonatal. Penicilinas Semi-sintéticas Numerosas pesquisas e modificações da molécula de penicilina resultaram em novas formas de penicilina com um maior espectro de atividade que a molécula original e maior eficácia em caso de administração oral. Toxidade Geral e Efeitos Colaterais A hipersensibilidade as penicilinas sempre deve ser levada em consideração. Entretanto, em casos pessoas sensíveis à penicilina G podem ser capazes de tolerar as formas modificadas de penicilina. Quando prescrita por via oral, pode haver cólica abdominal ou diarréia. Pode haver supercrescimento de organismos não-susceptíveis como Monilia, resultado em infecções vaginais ou perineais. ATIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS: CEFALOSPORINAS Também derivadas originalmente de um fungo, as cefalosporina estão estruturalmente relacionadas às penicilinas. Como a penicilina, estes agentes exercem sua atividade contra células jovens em processo de divisão, interferindo na formação das paredes celulares bacterianas. Devido à sua semelhança com a molécula de penicilina, há considerável sensibilidade cruzada com a penicilina. Embora se acredite que a reação alérgica cruzada ocorra somente em cerca de 25% dos casos, estes fármacos devem ser administrados com cuidado a todos os pacientes com história de alergia à penicilina. Os efeitos tóxicos gerais destes fármacos incluem desconforto gastrointestinal quando são administrados por via oral, bem como erupções cutâneas alérgicas. As cefalosporina são divididas em três grupos gerais, denominados de primeira, de segunda e de terceira geração, com base nos respectivos espectros de atividade. Cefalosporina de Primeira Geração Estas substâncias são ativas contra organismos como estreptococos e algumas cepas de estafilococos. Além disso, são eficazes contra alguns organismos que invadem as vias urinárias. Cefalosporina de Segunda Geração

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Além da atividade contra os organismos de primeira geração, estas substâncias também são eficazes Haemophilus influenza, um invasor comum do ouvido médio e das vias respiratórias. TETRACICLINAS

As tetraciclinas são antibióticos de amplo espectro eficazes contra muitos organismos, em especial aqueles que infectam o sistema respiratório e o tecidos moles. Embora muitas tetraciclinas possam ser administradas por via parental, elas são absorvidas por via oral e geralmente são administradas dessa forma.

As tetraciclinas são usadas principalmente no tratamento de infecções causadas por organismos Rickettsia, Chlamydia e Mycoplasma susceptíveis e por várias bactérias Gram-negativos e Gram-positivos É o medicamento adequado para tratamento da febre maculosa as Montanhas Rochas e da doença de Lyme.

Os efeitos adversos gerais incluem irritação gastrointestinal; o supercrescimento de organismos não-susceptíveis, como leveduras, que podem produzir diarréia: uma erupção perineal causada por monilia infecção vaginal. As tetraciclinas não devem ser administradas durante a gravidez ou qualquer criança com menos de 8 anos, porque o fármaco concentra-se no esmalte do dente em desenvolvimento e causa uma coloração castanha ou amarelada nos dentes.

ANTIBIÓTICOS MACROLÍDEOS; ERITROMICINAS A eritromicina é um antibiótico macrolídeo, e esta classe de antibióticos, à medida que se tornou mais diversa, passou a ser conhecida como macrolídeo.

A própria eritromicina é em geral só bacteriostática e exerce seu efeito apenas contra organismos que estão se multiplicando. É um antibiótico de espectro relativamente limitado, em geral eficaz contra os mesmos organismos afetados pela penicilina. Freqüentemente é usada em pacientes alérgicos à penicilina. Embora seja eficaz por via parental, é muito usada por vi oral, basicamente para tratamento de infecções respiratórias altas e baixas. É eficaz contra cocos Gram-positivos, como estafilococos e estreptococos, e bacilos Gram-positivos, como o Bacillus anthracis, o causador do antraz.

Os agentes sintéticos pertencentes a esta classe, como a azitromicina, a claritromicina e a diritromicina, possuem espectros de atividade expandidos e geralmente são mais potentes que a própria eritromicina.

Os efeitos indesejados em geral incluem dor e cólica após a administração oral, bem como reações cutâneas.

Cefalosporina de Terceira Geração Este grupo é menos eficaz contra os estreptococos e pneumococos que as primeiras cefalosporina, porém é mais eficaz contra os invasores Gram-negativos dos tratos gastrointestinal e urinário. Geralmente são reservados para infecções graves que não respondem a outros medicamentos. ANTIMICROBIANOS QUINOLONAS As quinolonas são uma nova classe de antimicrobianos eficazes por via oral, que atuam por inibição da enzima bacteriana DNA girase. São eficazes contra patógenos dos tratos respiratório, urinário e gastrointestinal e contra alguns organismos causadores de doença sexualmente transmissíveis. Podem ser usados em infecções resistentes aos antibióticos primitivos.

Estas substâncias são análogas ao ácido nalidíxico, USP (abordagem no capítulo sobre fármaco para o trato urinário). São totalmente sintéticas, e atuam especificamente sobre a estrutura do DNA do microorganismo, causando anormalidade que resultam em morte do micróbio.

Os efeitos colaterais são leves com esses fármacos e geralmente não causam interrupção. As reações mais comuns são gastrintestinais (isto é, náuseas e vômito). Erupções, insônia, irritabilidade e artralgia são menos comuns. As quilonas devem ser administradas com cuidado a pacientes em uso de anticoagulante, porque em alguns casos prolongam o tempo de sangramento.

ANTIMICÓTICOS Os fungos são membros da família vegetal, parasitos obrigatórios porque não contêm clorofila para seu auto-sustento.

As infecções fúngicas dos seres humanos podem ser tão simples quanto a dermatofitose dos pés (pé de atleta), a dermatofitose do corpo (exantemas fúngicas na pele) ou monilíase (uma infecção superficial da boca freqüentemente observada em lactentes).

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Quanto há comprometimento do sistema imune, as infecções fúngicas podem torna-se graves e ameaçar a vida. Tanto a AIDS quanto o complexo relacionado à AIDS (CRA) são causados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), mas devido ao acentuado comprometimento do seu sistema imune, os pacientes com estes distúrbios freqüentes estão sujeitos a infecções fúngicas graves e com risco de vida. Estes pacientes podem apresentar meningite criptocócica, candidíase, orofaríngea grave e candidíase esofágica. Geralmente são usadas formas intravenosas de antimicóticos para tratamento destes distúrbios.

ANTIVIRAIS A descoberta dos antibióticos revolucionou o tratamento de infecções bacterianas. Era previsto que logo também seriam identificadas substancias antivirais com eficácia semelhante. Uma questão importante no desenvolvimento das substâncias antivirais foi a relação mais íntima entre atividades metabólicas virais e do hospedeiro. A pesquisa de inibidores seletivos da atividade viral que não fossem muito tóxicos para o ser humano foi muito mais difícil do que se acreditava inicialmente.

Os vírus são fundamentalmente diferentes de todos os outros microorganismos patogênicos porque necessitam de uma célula intacta para sua replicação, e podem comandar a síntese de centenas a milhares de vírus durante um único ciclo de infecção.

ANTIVIRAIS USADOS NO TRATAMENTO DA AIDS

O impacto da AIDS desde sua identificação no início da década de 1970 ocasionou grande pesquisa de antivirais que fossem eficazes contra essa doença. A AIDS é causada por um vírus da família Retroviridae. É um vírus de ácido ribonucléico (RNA) e tem dois filamentos de RNA como material genético. É denominado retrovírus porque converte informações genéticas “retrogradamente” do RNA para o DNA. (A informação geralmente vai do DNA para o RNA).

Dentro do vírus da AIDS há uma DNA polimerase denominada transcriptase reversa, que transcreve o RNA viral de filamento único em numerosas cópias de DNA de duplo filamento após o vírus entrar no citoplasma de uma célula. O DNA viral entra no núcleo da célula do hospedeiro, e parte é permanentemente integrada ao DNA cromossomial da célula.

Existem dois mecanismos para determinar a progressão da AIDS e a necessidade de tratar ou trocar os medicamentos se o tratamento estiver se tornando menos eficaz:

• Carga viral. É medida diretamente ao nível do RNA do HIV, sendo atributo um número, que significa o número de cópias virais por microlitro. Em uma contagem viral superior a 30.000, é recomendado tratamento. O objetivo é uma carga viral indetectável, ou pelo menos abaixo de 5.000 cópias por microlitro.

• Contagem de células CD4. As células CD4 são a subpopulação de linfócitos denominadas células Tauxiliares (células T4). A intensidade da redução da contagem de CD4 corresponde à intensidade da progressão da doença da AIDS. A contagem de células CD4 em pessoas não afetadas deve ser significativamente maior que 400 células por mililitro. Neste momento, é recomendado tratamento quanto à contagem de células CD4 cai abaixo de 350/ml.

Três categorias principais de fármaco antivirais são usadas no tratamento da AIDS. Todas as doses são indicadas somente para adultos.

1. Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos de Nucleosídeos (ITRAN) Este grupo de fármacos exerce sua atividade antiviral por conversão intracelular do fármaco em um metabólico trifosfato. Estes metabólitos triplo-fosfatados são análogos de um dos quadros componentes essenciais da molécula de DNA (adenina, timina, guanina ou citosina). O análogo então se encaixa na molécula de DNA viral e interfere na atividade da DNA polimerase dirigida por RNA (= transcriptase reversa) viral. Zidovudina (Retrovir). O trifosfato de zidovudina compete com o trifosfato de timidina para incorporação ao DNA viral. A síntese de DNA é então interrompida prematuramente. Efeitos colaterais: Náuseas, vômito, geralmente não há efeitos hematológicos. Dose: (Oral) 600 mg por dia fracionados em 2 a três doses. Didanosina (Videx). O trifosfato de didanosina compete com o trifosfato de adenosina pela incorporação ao Dna viral. Os antiácidos aumentam a biodisponibilidade deste fármaco impedido sua degradação no pH ácido do estômago.

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Efeitos colaterais: Foi associada a pancreadite fatal: observar sintomas abdominais. Necessita de exames oftalmológicos freqüentes para avaliar neurite óptica ou alterações da retina, neuropatia periférica, comprometimento renal. Dose: (Oral) 200 mg um vez ao dia. Zalcitabina (hivid). A zalcitabina compete com o trifosfato de desoxicitina. Efeitos colaterais: Neuropatia, úlceras orais e esofágicas, leucopenia. Dose: (Oral) 0,75 mg (750 mcg) a cada 8 horas Estavudina (Zerit). Dose: (Oral) 20 mg a cada 12 horas. Lamivudina (Epivir): Dose: (Oral) 150 mg uma vez ao dia. Abacavir (Ziagen). Dose; (Oral) 300 mg duas vezes ao dia. 2. Inibidores da Transcriptase Reversa Não-análogos de Nucleosídeos (ITRNN) Estes fármacos interferem no vírus HIV ligando-se diretamente à transcriptase reversa viral e atuam como inibidores específicos da transcriptase reversa. Nevirapina (Viramune). A nevirapina é ativa contra o HIV do tipo 1, mas não contra o HIV do tipo 2. Há rápido desenvolvimento de resistência, exceto quando usada com outros antivirais. Efeitos colaterais: Reações cutâneas graves (lesões bolhosas do tipo síndrome de Stevens-Johnson), hepatotoxicidade. Dose: (Oral) 200 mg uma vez ao dia. Masilato de delavirdina (Rescriptor). Embora a maioria do vírus HIV do tipo 1 seja susceptível, alguns subtipos são resistentes. Ineficaz contra o vírus do tipo 2. Usar com outros agentes para diminuir a resistência. Tomar com uma bebida ácida (p. ex., suco laranja) para aumentar a absorção. Efeitos colaterais: A erupção é o principal efeito colateral. Dose: (Oral) 400 mg a cada 8 horas. Efavirenz (Sustiva). O efavirenz também é eficaz somente é eficaz somente contra o HIV do tipo 1. Usar com outros fármacos para reduzir a resistência. Efeitos colaterais: efeitos no SNC, sonhos anormais, vertigem, delírios, exanterma, náuseas, toxidade hepática. Dose: (Oral) 600 mg uma vez a dia. 3. Inibidores da Protease Estes fármacos interferem diretamente na protease viral. A prótese é essencial no ciclo de replicação do HIV e na formação do vírus infeccioso. Durante a replicação do HIV, a protease do HIV divide polipeptídios dos genes gag e gagpol enzimas virais essenciais - isto é, transcriptase reversa, integrasse e protease. Diferentes dos ITRN ou ITRNN, estas substâncias atuam em outra etapa do ciclo de replicação do HIV, e podem ser usadas isoladamente ou associadas a outros fármacos. Há formação de resistência cruzada entre fármacos nesta classe. Saquinavir (Fortovase, Invirase). O saquinavir é ativo contra os vírus HIV dos tipos 1 e 2. Sua absorção é reduzida em 45% se tomando junto com alimento: não deve ser usado sozinho devido à resistência. Efeitos colaterais: Neuropatia periférica em até 50% dos pacientes, hepatotoxicidade, pancreadite. Dose: (Oral) 40 mg a cada 12 horas. Ritonavir (Norvir). Esta substâncias atua contra os vírus dos tipos 1 e 2 da AIDS. Efeitos colaterais: Náuseas vômito, diarréia, alteração do paladar, parestesias periféricas. Dose: (Oral) 600 mg a cada 12 horas. Sulfato de indinavir (Crixivan). O indinavir atua contra os vírus dos tipos 1 e 2. Efeitos colaterais: Náuseas, vômito, hiperbilirrubinemia, erupção cutânea, anafilaxia. Dose: (Oral) 800 mg a cada 8 horas.

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Mesilato de nelfinavir (Viracept). Ativo contra os vírus dos tipos 1 e 2 da AIDS. Efeitos colaterais: Diarréia, erupções cutâneas, diabetes de início recente. Dose: (Oral) 750 mg três vezes ao dia. Amprenavir (Agenerase). Ativo contra os vírus dos tipos 1 e 2 d AIDS. As pessoas que tomam este medicamento não devem tomar suplementos de vitamina. E pois, cada cápsula já contém 109 unidades de vitamina E. A dose diária pode ser de 16 cápsulas. Efeitos colaterais: Náuseas, vômito, erupção cutânea, parestesias, diabetes de início recente. Dose: (Oral) cápsula de 150 mg; dose até 1.200 mg (8 cápsulas) por via oral duas vezes ao dia. ANTIPARASITÁRIOS Vários parasitos são capazes de invadir o corpo humano. Os parasitos tropicais não são abordados neste trabalho. Drogas Anti-helmínticas As infestações por vermes existem em todo o mundo, mas se manifestam principalmente nos clima mais quente. As práticas culturais de higiene são importantes na prevenção das infestações por vermes, porque em todos os casos elas são disseminadas pela via fecal-oral. As creches, onde a pessoa que troca faldas é a mesma que manipula a comida, foram importantes fontes de disseminação de vermes e outros parasitos. Albendazol, USP (Albenza). O albendazol é usado no tratamento de lesões ativas do sistema nervoso central causadas pela forma larva da Taenia solium (tênia do porco), geralmente associado a corticosteróide. Além disso, é usado na doença hidática cística que envolve lesões no pulmão, fígado e peritôneo causadas pela forma larva da tênia do cão. Dose: Adultos: (Oral) 400 mg duas vezes ao dia por 8 a 30 dias. Crianças: (Oral) 15 mg/kg fracionados em duas doses por 8 a 30 dias. Mebendazol, USP, BP (Vermox). Este medicamento é usado no tratamento de áscaris, ancilóstomos, triquinas e muitos parasitos tropicais. Dose: adultos: (Oral) um comprimido de 100 mg duas vezes ao dia por 30 dias. Crianças: A mesma dose dos adultos. Citrato de piperazina, USP. Este fármaco é utilizado no tratamento de infecções por áscaris e oxiúros. Dose: Adultos: (Oral) 65 mg/kg por 7 dias. Crianças: A mesma dose de adultos. Praziquantel (Biltricide). O praziquantel mostrou ser ativo contra muitas tênias patogênicas para os seres humanos, incluindo a tênia do cachorro e do gato e as tênias do boi e do porco. Também é ativo contra todas as espécies de Schistosoma. Geralmente o tratamento é feito apenas durante um dia. Dose: Adulto: (Oral) 60 a 75 mg/kg/dia fracionados em três doses. Crianças: A mesma dose dos adultos. Pamoato de pirantel, USP, BP (Antiminth). Este fármaco é usado para tratamento de infestações por áscaris, ancilóstomos e oxiúros. Dose: Adultos: (Oral) 11 mg/kg. Crianças: A mesma dose dos adultos. Tiabendazol, USP, BP (Mintezol). Esta substância é usada no tratamento da larva migrans cutânea (dermatite serpiginosa) e das infestações por triquina. Dose: Adultos: (Oral) 25/kg duas vezes ao dia por 2 dias. Uma suspensão de 10% do fármaco pode ser aplicada topicamente para tratamento de larva miigrans cutânea também. Crianças: A mesma dose dos adultos. Medicação para Piolhos e Escabiose Os piolhos e a escabiose ocorrem indiscriminadamente em todos os grupos sócio-econômicos. As infestações de piolhos na rede escolar criam um problema de saúde pública, em especial no outono.

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Freqüentemente não é possível ver os piolhos, mas a infestação é caracterizados por prurido e pela presença de lêndeas, que são os pequenos ovos prateados presos ao fio de cabelo.

A escabiose é causada por um ácaro que penetra sob a pele causa intenso prurido no corpo. Freqüentemente é transmitida por apertos de mãos, porque a pele fina entre os dedos é um típico ponto de infestação. Lindano, USP, BP(Kwell). Esta substância pode ser usada como xampu contra piolhos na cabeça ou pode ser aplicada no corpo inteiro para tratamento da escabiose. Devido à possibilidade de efeitos neurotoxicos, este produto vendido sob prescrição médica só deve ser usado se outros medicamentos vendidos sem necessidade de prescrição tiverem falhado. Dose: Adultos: (Tópico) solução a 1% aplicada uma vez ao corpo ou couro cabeludo. O tratamento pode ser repetido mais uma vez após uma semana, se necessário. Crianças: A mesma dose dos adultos. Permetrina creme rinse (Nix). Este produto é recomendado como tratamento em dose única contra piolhos. Dose: Adultos: (Tópico) Após lavar, enxaguar e secar os cabelos com toalha, o creme é aplicado e deixado no cabelo por 10 minutos. Crianças: A mesma dose dos adultos. Permetrina creme tópico (Acticin, Elimite). Quando aplicado como creme, esta substância é eficaz contra escabiose. Deve ser aplicada de forma uniforme a todas as superfícies cutâneas e deixada por 8 a 14 horas, depois retirada completamente com água. Dose: Adulta e Crianças: Uma aplicação tópica do creme pode ser repetida em 2 semanas, se necessário. Piretrinas com butóxido de piperonila (R & C Lice Treatment, Blue Gel, Tisit Liqui, Licide). Quando usados em associação, estes medicamentos são muitos eficazes como tratamento tópico para piolhos da cabeça e do púbis. São apresentados na forma de solução, xampu ou gel contendo piretrinas a 0,17% a 0,33%. Dose: Adultos e Crianças: Aplicar à superfície do corpo afetado uma vez, lavar com água após 10 minutos. Pode ser repetido após 7 a 10 minutos, se necessário. Implicações Clínicas

1. Todos os antibióticos injetáveis devem ter a data de validade cuidadosamente conferida antes da administração.

2. O paciente deve ser cuidadosamente questionado acerca de reações alérgicas prévias a antibióticos.

3. Após a administração, deve-se verificar se o paciente apresenta possíveis efeitos indesejados, como exantema cutâneo, angústia respiratória ou outras reações alérgicas.

4. Familiarizar-se com as etiquetas especiais colocadas nos prontuários dos pacientes mencionadas alergias a medicamentos.

5. Lembrar-se de conferir emblemas “Alerta médico” que um paciente não-responsivo pode estar usando.

6. O enfermeiro deve estar ciente das reações de sensibilidade cruzada dos antibióticos, como aquela entre a penicilina e as cefalosporinas.

7. Os pacientes devem ser cuidadosamente instruídos a tomar toda a dose de antibióticos para evitar o desenvolvimento de cepas resistentes de bactérias.

8. Restos de antibióticos devem ser desprezados se não forem totalmente utilizados, porque os antibióticos perdem a validade rapidamente.

9. As técnicas de assepsia ainda são a forma mais eficaz de infecção. Não se pode contar com antibióticos para corrigir infecções causadas por desrespeito à assepsia.

10. Muito antibióticos causam irritação quando administrados por injeção. As injeções intramusculares devem ser administradas profundamente nos grandes músculos.

11. A resolução da febre é um sinal usado para verificar a aficácia precoce de um antibiótico contra uma infecção.

12. O estudante deve estar ciente dos possíveis efeitos colaterais dos fármacos utilizados contra infecção.

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13. A superinfecção Poe organismos não-susceptíveis a antibióticos é uma seqüela comum da antibioticoterapia. As superinfecções podem ocorrer na forma de exantema, comumente Monilia na região oral ou genital, ou na forma de diarréia.

14. A boa nutrição, o repouso adequado e limpeza geral são importantes para o bem-estar de um paciente em recuperação de uma infecção.

15. Instruir os pacientes sobre a importância da higiene na prevenção da disseminação de parasitos. Unhas curtas mantidas muito limpas, boas técnicas de lavagem das mãos e evitar colocar objetos na boca, como lápis, e roer as unhas são atitudes que devem ser enfatizadas.

16. Familiariza-se com as etapas usadas para evitar infecção cruzada por piolhos. Pente, escovas e outros objetos de toucador do couro cabeludo não devem ser compartilhados. Roupas penduradas em vestiários podem disseminar a infecção de uma peça para outra.

17. Fazer exame de fezes para verificar se há vermes. A transmissão por assentos sanitários e comadres deve ser evitada.

18. As superinfecções por fungos e bactérias são comuns em pacientes imunodeprimidos. Estes pacientes devem ser observados cuidadosamente e intrudidos a alterações na pele, mucosas ou nos hábitos intestinais.

19. As infecções como vacirela e resfriados comuns podem ter complicações com risco de vida para o paciente imunodeprimidos. O paciente e a família devem ser instruídos a evitar pessoas infectadas.

Estudos de casos 1. O paciente foi encaminhado por seu médico de família a um otorrinolaringologista local devido a sua

deficiência auditiva. O médico obteve a seguinte história: O paciente estava bem até os 35 anos, quando adquiriu uma pneumonia lobar grave que não foi curada com tratamento apropriado com penicilina. Estudos complementares mostraram que ele tinha tuberculose, e recebeu tratamento eficaz. Que outras investigações poderiam ser feitas em relação à causa desta surdez?

2. A paciente foi tratada de uma sinusite recorrente e persistentes com tetraciclina e descongestionantes Ornade. No oitavo dia de medicação seu quadro melhorou, mas ela apresentava queixas de diarréia e desconforto abdominal com cólica.Que recomendações devem ser feitas?

3. Uma paciente trouxe sua filha de 2 meses para uma consulta de rotina. Seu comprimento e peso haviam aumentado normalmente. O bebê parecia saudável, excerto por uma placa branco-amarela que cobria a maior parte de sua língua, e algumas manchas eram observadas na mucosa bucal. O que é isso? Como é tratado? É grave?

4. Um paciente, com 3 anos de idade, iniciou tratamento com ampicilina há 3 dias para otite média. Hoje sua mãe ligou para contar que notou uma erupção (plana) rosa-clara em seu retorno enquanto lhe dava banho. A erupção não parecia prurigosa. Ela também relatou que ele não tinha mais febre, e não se queixava mais de dor de ouvido. A medicação deve ser interrompida? Que precauções devem ser tomadas?

Prostaglandinas e Inibidores das Prostaglandinas

Inicialmente acreditava-se que as drogas pertencentes a esta classe de substâncias farmacológicas exercessem seus efeitos através do sistema nervoso central porque destas substâncias exibem efeitos analgésicos e antiinflamatórios.

Agora se sabe que as primeiras drogas, como a aspirina, durante muito tempo consideradas analgésicos com ação sobre o sistema nervoso central, exercem seus efeitos através do sistema das prostaglandinas.

O primeiro trabalho sobre prostaglandinas foi feito na década de 1930, quando os ginecologistas de Nova York, Kurzrok e Lieb, observaram que o sêmen humano era capaz de produzir forte contração ou relaxamento do útero. Logo foi constatado que esta substância desconhecia, denominada prostaglandinas porque se acreditava que fosse produzida pela próstata, também poderia afetar outros músculos lisos.

Mais tarde foi constatada que o termo prostaglandina não era uma boa denominação porque estas substâncias estavam amplamente distribuídas em muitos tecidos e líquidos do corpo. São produzidas próximas de seus locais de ação e rapidamente matabolizada quando circulam pelo o corpo.

Para simplificar, estas substâncias são designadas alfabeticamente prostaglandinas A,B, C, e assim por diante, e abreviadas como PGA (prostaglandinas A), PGB, etc.

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Noções de Farmacologia

As prostaglandinas conhecidas são estudadas de acordo com o sistema orgânico afetado por elas. SISTEMA REPRODUTOR Nos homens, acredita-se que as prostaglandinas ajudem no esvaziamento das vesículas seminais,

auxiliando assim na ejaculação. Nas mulheres, acredita-se que a liberação de prostaglandinas ajude na contração uterina durante a

menstruação. As prostaglandinas comerciais são usadas para induzir contrações uterinas em abortamentos eletivos.

Dinoprostona (Prstin E2 supositório). Esta prostaglandinas geralmente é administrada na forma

de supositório vaginal. É administrada para interromper uma gravidez entre a 12 e a 20 semana de gestação. Também pode ser usada para evacuar o útero quando há aborto retido ou morte fetal.

Os efeitos adversos incluem tonteira, vômito, diarréia, retenção urinária, cefaléia e arritmia cardíaca. Dose: (vaginal) 20 mg por supositório a cada 3 a 5 horas. Dinoprostona (Prepildil Cervical Gel). Quando administrada por via endocervical, esta substância

estimulada o útero grávido a contrair. É indicada para amadurecer um colo desfavorável a termo ou próximo ao termo quando há necessidade obstétrica de indução. Perturbação gastrintestinal materna e cefaléias são efeitos colaterais comuns.

Dose: seringa de 3 g aplicada ao colo. SISTEMA CIRCULATÓRIO O débito cardíaco geralmente aumenta com as prostaglandinas E, F e A, mas o uso terapêutico

destas substâncias ainda não foi aperfeiçoado. O objetivo primário da prostaglandinas E foi manter o canal arterial aberto em lactantes com

cardiopatia congênita. Isso permite ao recém-nascido preservar a função de circulação fetal e aumenta a oxigenação do sangue em alguns casos. (Inversamente, os inibidores das prostaglandinas como a indometacina, estudada adiante neste capítulo, são usados para fechar o canal arterial persistente quando os processos naturais não ocorrem na criança saudável sob outros aspectos. Isso reduziu muita a necessidade de cirurgia em muitos lactantes).

Solução estéril de alprostadil (Prostaglandin E, Prostin VR Pediatric). Esta substancia é administrada por infusão intravenosa para manter o canal arterial aberto. Lactantes com algumas deformidades cardíacas congênitas dependem do canal arterial aberto para suprir sangue oxigenando até que tenham idade suficiente ou sejam suficientemente estáveis para serem submetidos à cirurgia cardíaca corretiva.

Esta substância não deve ser usada em lactantes com síndrome de angústia respiratória. Foi observado que causa proliferação cordial dos ossos longos com uso prolongado.

Dose: Como infusão IV contínua, administrado 0,1 µg/kg/min . Epoprostenol sódico (Flolan). O epoprostenol tem dois efeitos principais: a) causa vasodilatação

direta dos leitos vasculares pulmonar e sistêmicos, e b) inibe a agregação plaquetária. É usado no tratamento da hipertensão pulmonar.

Como efeito colateral, esta substância não parece interromper gestações, mas evidentemente devem ser tomadas precauções na gravidez. Pode haver efeitos aditivos se for usada com drogas anti-hipertensivas, anticoagulantes ou antiplaquetárias.

Dose: Somente para adultos (IV) Infusão a 2 ng/kg/minuto. SISTEMA GASTROINTESTINAL

Misoprostotol (Cytotec). Este análogo sintético da prostaglandina E (alprostadil) é uma substância anti-secretora gástrica com efeitos protetores sobre a mucosa gástrica. É usado para a prevenção de úlceras gástricas induzidas por DAINs. Deve ser administrado durante toda a duração do tratamento com DAINE.

É abortivo, portanto é contra-indicado na gravidez. Dose: 200 µg quatro vezes o dia durante as refeições. SISTEMA URINÁRIO

Page 39: Nocoes de Farmacologia

Noções de Farmacologia

Alprostadil (MUSE). O alprostadil é uma prostaglandina E natural. Causa vasodilatação e inibe a agregação plaquetária. É usada pela via de administração quando necessário para se obter ereção. O início da ação se dá em 5 a 10 minutos; a duração da ação é de 30 a 60 minutos .

O desconforto local é leve e transitório. Há relatos de queimação e sangramento urtal e dor testicular como efeitos colaterais.

Dose: Somente para adultos (Ttransurenal) 125-1.000 µg injetados na uretra. ALERGIA E IMUNOLOGIA

Foi demonstrado que as prostaglandinas impedem a liberação de histamina das células sensibilizadas. Entretanto, doses muito baixas de prostaglandinas provocam a resposta oposta e estimulam a liberação de histamina. Ainda não foram desenvolvidos agentes terapêuticos para exercer uma reposta previsível nesta área.. DROGAS ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO-ESTERÓIDES (DAINEs) INIBIDORES DAS PROSTAGLANDINAS Embora a ação exata das prostaglandinas em muitas áreas do corpo ainda não esteja esclarecida, foi constatado que muitas substâncias terapêuticas exercem seus efeitos através da inibição dos sistemas doe prostaglandinas. Alerta sobre Plantas Medicinais Salgueiro-branco O salgueiro-branco é usado no tratamento do reumatismo, da inflamação e da febre. Reduz os efeitos da probenecida e estimula a ação antiplaquetárias das drogas antiinflamatórias não-esteroídes (DAINs) e da warfarina; assim, não deve ser tomado com warfarina ou DAINEs. Também estimula a ação da fenitoína e do metotrexato. Seu uso deve ser evitado em pacientes com tendências hemorrágicas preexistentes. Ver mais informações sobre o salgueiro no Capítulo 35. Como as prostaglandinas figuram em posição de destaque no processo de inflamação e são encontradas em exsudatos inflamatórios, foi constatado que o mecanismo de ação de ação de muitas substâncias antiinflamatórias consistia na verdade em impedir a síntese de prostaglandinas no local da inflamação.

Muitas substâncias antigas e novas são inibidores da prostaglandina. Aspirina, USP, ácido acetilsalicílico, BP. Embora seja usada há muito tempo como analgésico e antiinflamatório, apenas recentemente foi descoberto o verdadeiro mecanismo de ação da aspirina, e agora se acredita que a aspirina inibe a síntese de prostaglandinas.

A aspirina é usada para aliviar a dor leve a moderada, tratar cefaléias, agir como medicação antiinflamatória em distúrbios artríticos e reduzir a agregação plaquetária, impedindo assim a formação de coágulos sanguíneos. Para este uso são tomadas baixas doses de aspirinas diariamente.

Foi estabelecida uma relação entre crianças que tomaram aspirina e o desenvolvimento de síndrome de Reye, um distúrbio freqüentemente fatal caracterizado por encefalopatia e lesão hepática. Agora se recomenda que não seja administrada aspirina a crianças com distúrbios febris leves. Entretanto, ainda é usada em distúrbios inflamatórios como artrite reumatóide juvenil.

Dose: Adultos: (Oral, Retal) 325 a 650 mg a cada 4 horas. Crianças: (Oral) 65 mg/kg/dia apenas para distúrbios inflamatórios. Indometacina, USP, BP (Indocin). Usada por via oral no tratamento da artrite, esta substância também é

injetada em nascidos para induzir fechamento do canal arterial. Não deve ser usada em pacientes idosos porque a incidência de hemorragia gastrointestinal é alta.

Dose: Adultos: (Oral) 25 mg três vezes ao dia. Recém-nascidos: 0,2 mg/kg; pode ser administrada até seis vezes. Tolmetina sódica, USP, BP (Tolectin). Esta substância é usada na artrite e com distúrbios

inflamatórios mais localizados, como bursite e cotovelo de tenista (tennis elbow). Dose: Adultos: (Oral) 400 mg três vezes ao dia, aumentada quanto necessário para 2 g/dia. Crianças: (Oral) 10 a 30 mg/kg/dia divididos em doses. Considerações sobre as Crianças Aspirina

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Noções de Farmacologia

Evitar a administração de aspirina para crianças com menos de 18 anos. A administração de aspirina a

lactentes e crianças pequenas está associada ao desenvolvimento de síndrome de Reye. Outras drogas antiinflamatórias não-esteróides como o ibuprofeno (Motrin), não mostram esta associação.

Ibuprofeno, USP, BP (Motrin). Além do uso como antiinflamatório, esta substância é freqüentemente

usada no tratamento de cólicas menstruais e da dor de associada à ovulação. Dose: Adultos: (Oral) 200 a 600 mg quatro vezes ao dia. Crianças: (Oral) 100 mg quatro vezes ao dia. Piroxicam, USP, BP(Feldene). A principal vantagem desta substância é que tem uma meia-vida

prolongada no corpo e pode ser tomada em dose única diária para o tratamento de distúrbios inflamatórios. Dose: Adultos: (Oral) 20 mg uma vez ao dia. Cetorolaco de trometamina (Toradol). Esta substância pode ser usada por via intramuscular para

alívio da dor aguda. Em estudos do tratamento da dor, o efeito analgésico geral obtido com 30 mg de Toradol foi equivalente a 16 a 12 mg de morfina ou 100 pós-operatória, e o paciente não exibe a sedação associada a analgesia com narcóticos.

Dose: (IM) 30 a 60 mg como dose de ataque; depois, 15 a 30 mg IM a cada 4 a 6horas. Dose máxima diária; 150 mg.

(Oral) 10 a 20 mg a cada 4 horas. Máximo diário de 40 mg. Diflunisal, USP, BP (Dolobid) Dose: Somente para adultos: (Oral) 1.000 mg inicialmente e depois 500 mg a cada 12 horas. Diclofenaco (Voltaren) Dose: Somente para adultos: (Oral) 150 a 200 mg fracionados em duas doses. Etodolac (Lodine, Lodine XL) Dose: Somente para adultos: (Oral) 200 a 400 mg a cada 6 a 8 horas, ou na forma de ação prolongada

(XL) 400 a 1.000 mg uma vez ao dia. Fenoprofeno cálcico, USP, BP (Nalfon) Dose: Somente para adultos: (Oral) 600 mg quatro vezes ao dia. Flurbiprofeno (Ansaid, Ocufen) Dose: Somente para adultos: (Oral) 200 a 300 mg/dia fracionados em duas a quatro doses.. Cetoprofeno (Orudis) Dose: Somente para adultos: (Oral) 150 a 300 mg/dia fracionados em três a quatro doses. Leflunomida (Arava) Dose: Somente para adultos: (Oral) 100 mg/dia por 3 dias, depois 20 mg/dia. Meclofenato (Meclomen) Dose: Somente para adultos: (Oral) 1.200 a 2.000 mg fracionados em três doses. Ácido mefenâmico (Ponstel) Dose: Somente para adultos: (Oral) 500 mg inicialmente e depois 250 mg a cada 6 horas. Naproxeno, USP, BP(Naprosyn) Dose: Adultos: (Oral) 250 ao dia até um máximo de 740 mg/dia.

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Noções de Farmacologia

Crianças: (Oral) 5 a 10 mg/kg/dia. Naproxeno sódico (Anaprox) Dose: Somente para uso adultos: (Oral) 275 a 500 mg duas vezes ao dia. Oxaprozina (Dayprol) Dose: Somente para adultos: (Oral) 600 a 1.200 mg uma vez ao dia. Sulindac, USP, BP (Clinoril) Dose: Somente para adultos: (Oral) 400 mg/dia fracionados em duas doses. INIBIDORES DA ENZIMA CICLOOXIGENASE-2 (INIBIDORES DA COX-2) Os inibidores da COX-2 são uma nova classe de DAINEs que inibem preferencialmente a enzima COX-

2 em relação à COX-1. As DAINEs originais inibem tanto COX-1 quanto COX-2. O conhecimento da função específica e a diferenciação destas enzimas está além dos limites deste trabalho. Estas substâncias são descritas como uma classe por esta função, portanto, é necessário identificar o termo.

A principal vantagem deste grupo de DAINEs é que possuem efeito antiplaquetário consideravelmente menor, mas há menos tendências hemorrágicas como efeito colateral. O uso prolongado de DAINEs, geralmente necessário em distúrbios artríticos, causa uma alta percentagem de queixas gastrointestinais graves, tanto dor abdominal quanto hemorragia gastrointestinal. Estas substâncias são eficazes como antiinflamatórios, principalmente na artrite e em outros distúrbios inflamatórios, mas têm efeito adverso muito reduzido sobre o trato gastrointestinal. Anualmente existem apenas dois inibidores da COX-2. São usadas por via oral somente em adultos.

Celecoxib (Celebrex) Dose: 100 a 200 mg duas vezes ao dia. Rofecoxib (vioxx) Dose: 12,5 a 25 mg uma vez ao dia. Implicações Clinicas

1. A aspirina e outras prostaglandinas têm como principal efeito colateral a irritação gástrica. Deve-se

observar se o paciente apresenta sinais de desconforto gástrico quando são administradas estas substâncias.

2. O uso rotineiro de aspirina e drogas semelhantes deve ser interrompido antes dos procedimentos cirúrgicos, porque ocorrem distúrbios hemorrágicos com o uso prolongado. Os pacientes cirúrgicos devem ser questionados acerca da auto-administração de drogas contendo na aspirina.

3. Os pacientes alérgicos à aspirina devem ser advertidos sobre drogas contendo aspirina como Darvon Compound, Fiorinal, Robaxisal, emuitas combinações, assim como combinações comerciais de analgésicos com anti-histamínicos.

4. O paciente deve ser advertido sobre sinais de distúrbios hemorrágicos, como sangramento gengival, fezes negras e patéquias, que são efeitos colaterais destes medicamentos.

5. A retenção hídrica e problemas visuais ocorrem como efeitos colaterais dos inibidores das prostaglandinas. O paciente deve ser observado quanto a estes problemas.

6. As DAINEs devem ser tomadas cerca de meia hora antes das refeições, para dar tempo suficiente para a dissolução da droga: o efeito protetor com o alimento oferece ajudará, então, a evitar a irritação gástrica.

7. Em crianças geralmente se prefere usar o aceitamento à aspirina devido à associação entre a ingestação de aspirina e o desenvolvimento de síndrome de Reye.

8. Alguns inibidores das prostaglandinas possuem sensibilidade cruzada com a aspirina. Devem ser evitados em pessoas sensíveis à aspirina.

9. Além dos medicamentos antiinflamatórios, a aplicação de compressas mornas e medidas de fisioterapia podem aumentar a mobilidade articular no tratamento de distúrbios artríticos.

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Noções de Farmacologia

10. Elevações da pressão arterial podem indicar retenção hídrica, que pode ser observada como um efeito colateral destes medicamentos.

11. Os pais devem ser alertados a manter a aspirina e outras drogas em lugar seguro, fora do alcance das crianças.

12. As prostaglandinas administradas para afetar um sistema corporal podem ter uma série de efeitos colaterais sobre outros sistemas.

13. O tipo COX-2 de DAINEs pode ser usado se houver história de desconforto abdominal com as DAINEs não-seletivas.

Estudos de Casos 1. Paciente vem tendo consideráveis problemas com cólicas menstruais. Que substâncias podem ser

prescritas para aliviar seus sintomas? Ela conta que usou por conta própria muitos medicamentos sem alívio.

2. A paciente vem usando comprimidos de acetaminofeno (Tylenol) sem obter alívio da artrite. O médico receitou-lhe ibuprofeno (Motrin), mas ela diz que este causa irritação gástrica e prefere tomar Tylenol. Como você poderia explicar a ela a diferença entre essas drogas?

3. O paciente tem uma longa história de úlceras pépticas. Agora tem artrite reumatóide e deve tomar uma DAINE. Que substância pode ser melhor, e porque?

Fitoterapias e Interações entre Medicamentos e Plantas Medicinais Basta olhar ao redor em qualquer farmácia ou loja de produtos naturais para perceber que os

medicamentos fitoterápicos estão aqui para ficar. Na verdade, proliferam diariamente. Em um contexto histórico, evidentemente, muitas de nossas medicações vieram de plantas. A palavra

“droga” vem do francês “drogue”, que significa erva. Os vegetais fornecem a aspirina, a morfina, a quinina e a digital, para mencionar somente alguns medicamentos usados atualmente. À medida que se aperfeiçoa a atividade de laboratório, somos capazes de extrair apenas os ingredientes ativos dos vegetais, padronizando a dosagem e obtendo com segurança resultados previsíveis de cada dose. Nas formas antigas das drogas, como a folha de digital, toda a folha era pulverizada e transformada em um comprimido. As preparações tireóideas iniciais eram simplesmente glândulas tireóideas pulverizadas. Evidentemente havia muito mais dificuldades com ensaios e procedimentos para determinar a concentração e a potência de cada preparação. Algumas destas dificuldades persistem com o uso de medicamentos fitoterápicos não padronizados.

O termo fitoterápico é usado para designar qualquer vegetal ou parte de vegetal usado por suas qualidades medicinais, de sabor ou aromáticas. Neste texto tentamos citar as plantas comuns e não incluir aquelas que não têm valor medicinal comprovado, ou aquelas com uso menos comum.

Um dos muitos problemas com estes produtos de automedicação é que, na melhor das hipóteses, o dinheiro é desperdiçado pois, não há base científica para as afirmações algumas vezes abusivas feitas a respeito destes produtos ou, na pior das hipóteses, o produto pode ser prejudicial para uma pessoa com determinadas doenças. Além disso, em grau cada vez mais alarmante, foi constatado que interferem no metabolismo de muitas medicações vendidas sob prescrição, ou o modificam.

Os Estados Unidos têm atualmente, no mínimo, cinco vezes mais pessoas usando plantas medicinais que no início da década de 1990. Alguns estudos mostram que 35% a 48% dos indivíduos estudados teriam tomado um remédio natural no último ano, e cerca de um terço o tomaria diariamente. Muitos pacientes não admitem que usam terapias alternativas devido ao constrangimento ou ao medo de censura. É muito importante avaliar o uso de medicamentos fitoterápicos durante toda e qualquer toda e qualquer anamnese.

A dificuldade em determinar a potência, a atividade farmalógica e a padronização da dose têm problemas evidentes na indústria de alimentos naturais. Além disso, nenhuma agência reguladora, como é o caso da Food and Drug Administration, supervisona produtos fitoterápicos. Quando um fabricante ou comerciante de alimentos naturais afirma que um remédio pode ser “bom” para enxaqueca, nervosismo, para dormir, melhorar a memória, resfriados, e assim por diante, deve ser lembrado que não há garantia de que um produto terá o efeito declarado no rótulo.

Conscientes dessas contradições tentarão separar parte da literatura e estudar os remédios fitoterápicos e naturais comuns, depois os efeitos colaterais conhecidos e as interações, quando houver.

As doses podem não ser fornecida em todos os casos, mas são apresentadas quando disponíveis. Em vez de citar uma dose não comprovada, na maioria dos casos as formas disponíveis comercialmente são apenas citadas.

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Noções de Farmacologia

FITOTERÁPICOS

Alho. Há muito tempo um elemento importante na medicina e na cozinha de todo o mundo, o alho era usado antigamente em cataplasmas como antibacteriano eficaz. Mostrou alguma eficácia na redução dos níveis de colesterol e triglicérides, enquanto aumenta os níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL). Interfere na adesividade plaquetária e reduz os níveis sanguíneos de glicose, mas os estudos não mostraram redução da pressão arterial, como se afirma. Os benefícios do alho parecem vir de uma substância chamada alicina, que é decomposta em várias outras substâncias. Para obter total benefício, coma-o cru. Apresentação; Bulbo de alho fresco, pó seco, óleo e extratos aquosos. Cápsula: Várias concentrações de 3 a 5.000 mg Aloé (babosa). O gel das folhas semelhantes a cáctus do aloé é usado desde a pré-história. Esfregar o aloé na pele para aliviar pequenas queimaduras, tratar infecções e hidratar áreas secas de pele recomendável. Seu uso tópico no tratamento da psoríase é novo e ainda não totalmente aprovado, mas parece funcionar melhor que o placebo. Foi usado internamente côo catártico, que incluem arritmias cardíacas, edema e nefropatias, quando usado por via oral. Apresentação: Cápsula: 250 mg, 470 mg. Gel: 72%, 99%. Angélica. As partes medicinais desde vegetal são as sementes, toda erva e a raiz. Segundo a lenda, Angélica foi revelada a um monge por um anjo, como cura para a peste. Embora seu efeito sobre a peste não seja conhecido, foi demonstrado que promove a circulação para os membros e produz um efeito de aquecimento no corpo. As mulheres a consideram útil no tratamento das cólicas menstruais. Aplicada externamente, proporciona alívio da artrite, e é útil no tratamento local de piolhos. Foi usada em remédios populares como tratamento para infecções respiratórias. Apresentação: Raiz pulverizada em uma dose diária de 4,5 g. Tintura: solução de 1:5 para uso interno ou externo. Arnica. As partes vegetais da arnica incluem as flores secas, as folhas e o rizoma e as raízes secas. Quando tomada internamente, foi usada para tratar infecções respiratórias. Exatamente, mostrou ser eficaz como anti-séptico e analgésico. Alivia espasmos musculares e a dor articular, quando aplicada topicamente. Apresentação: Planta inteira. Tintura: 1: 10, usando-se etanol a 70%. Pomada: arnica a 15% em base neutra. Asa fétida. A goma resina oleosa é o ingrediente ativo desta planta. Possui leve efeito desinfetante intestinal e foi usada no tratamento da dispepsia e do distúrbio do Cólon irritável. Sua eficácia como sedativo é menos certa. Tem um odor pútrido e um sabor amargo, daí seu apelido: ”esterco do diabo”. Apresentação: Tintura: solução de 1:5; dose recomendada, 20 gotas por via oral. Camomila. Especificamente, uma xícara de chá de camomila feito com as flores da plantas era uso para aliviar a ansiedade feminina. Além disso, é um remédio popular para estômago nervoso e é conhecida por seu efeito calmamente sobre o músculo liso do trato intestinal. Usada externamente, alivia irritações cutâneas e hemorróidas, e usada como colutório pode aliviar a dor de dente. Apresentação: Cápsula: Várias concentrações de 125 a 354 mg. Líquido em uma diluição de 1: 4. Chá: 3 g da planta para xícara de água quente. Cobrir por 5 a 10 minutos, depois coar. Cardo-marino. Os ingredientes ativos das sementes do cardomariano são a silimarina e a silibina. Testes in vivo mostraram que após tomar esta substâncias há aumento da síntese protéica nos hepatócitos devido ao aumento da atividade do RNA ribossômico. Isso ativa a capacidade de regeneração do fígado através do desenvolvimento celular. A hepatoproteção também pode ser atribuída a suas propriedades antioxidantes e a sua alteração da membrana do hepatócito, impedindo assim a entrada de toxinas na célula. É usada

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Noções de Farmacologia

como auxiliar no tratamento da cirrose alcoólica e da hepatite. Foi usada no tratamento do envenenamento pelo cogumelo Amanita. Apresentação: Cápsula: Várias concentrações, 70 a 1.050 mg Castanha-da-índia. As sementes e folhas da castanha-da-índia são usadas na medicina. No uso interno, foi observado que a castanha-da-índia reduz a permeabilidade vascular e exerce um efeito de tensionamento vascular. É usada no tratamento do edema do membro inferior causado por insuficiência venosa. A castanha-da-índia tem um componente cumarínico; assim, potencializa o efeito do cumarínico administrado com fins terapêuticos. Não é aconselhável uso prolongado devido aos efeitos colateriais de hepatoxicidade e nefroxicidade. Pode ser usada topicamente para tratamento de hemorróidas. Apresentação: Cápsula: várias concetrações de 250 a 485 mg. Tintura: 1:1, em entanol a 75%. Chaparral. Os chaparrais são um grupo de arbustos encontrados no sudoeste dos Estados Unidos e no Méxicos. As pequenas folhas e brotos são usados medicinalmente para fazer chá. É usado há muito tempo pelos índios americanos para tratar infecções respiratórias e condições dolorosas como artrite e dor abdominal. Há relatos de pacientes com câncer beneficiados pelo chá de chaparral, e este efeito está sendo estudado. Foi demonstrado que contém potentes antioxidantes. Apresentação: pequenas folhas pulverizadas. Confrei. A raiz fresca e as folhas do confrei são usadas medicinalmente. Os efeitos cicatrizantes desta planta são atribuídos a seu ingrediente ativo, a alantoína, substância que promove proliferação celular. Cataplasmas e pomadas feitos de confrei têm efeitos cicatrizantes e antiinflamatórios quando aplicados topicamente. Foi usado internamente no tratamento de gastrite e de úlceras pépticas, bem como, em doenças inflamatórias. Entretanto, é hepatotóxico; assim, não é aconselhável seu uso oral prolongado. Apresentação: erva pulverizada Chá: 5 a 10g em xícara de água fervente, deixar em infusão por 10 a 15 minutos. Éfedra (ma-huang). Os bambus jovens e os rizomas secos são as partes medicinais deste vegetal. É usado há muitos séculos, principalmente na Ásia, para tratar resfriados, asma e outros sintomas respiratórios. O uso da efedrina/pseudo-efedrina padronizada superou amplamente o uso da droga nas doenças respiratórias. Foi usada no passado em preparações alimentares comerciais, as quais foram removidas do comércio devido ao número de efeitos colaterais desagradáveis. Quando tomada por via oral, há sensível aumento da energia, aumento da freqüência cardíaca e aumento da pressão arterial, bem como, descongestão nasal e broncodilatação. Esta droga pode induzir psicose tóxica, bem como, convulsões com risco de vida, taquicardia, hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva. São observadas intoxicações com risco de vida quando são tomadas doses muito altas da droga. Apresentação: a erva é triturada e apresentada na forma de pó. Chá: feito com 1 a 4g por xícara de água quente. Tintura: feita de 1 parte da droga para 4 partes de mistura de álcool/água, tomar 6 a 8 mL. Equinácea. Extratos feitos com esta raiz eram os remédios preferidos contra resfriados antes dos antibióticos. É estudada na Alemanha e tem sido demonstrado em laboratório que alguns (dos muitos) tipos disponíveis estimulam o sistema imune. Os fisioterapeutas tendem a preferir tinturas líquidas feitas com álcool porque o contato direto com a orofaringe pode aumentar o efeito da equinácea. Pode ser tomada profilaticamente para evitar resfriados, ou usada no início da infecção. Apresentação: cápsula: várias concentrações de 100 a 500 mg. Líquido: 120mg/5mL Chá de raiz: usar ½ colher de chá da droga em 1 xícara de água fervente. Coar após infusão por 10 minutos. Erva-de-são-cristóvão (raiz-de-cobra). As raízes e os rizomas escuros desta planta são usados para tratar os fogachos da menopausa, a tensão pré-menstrual e a dismenorréia. O antigo remédio “Lydia Pinkham’s Vegetable Compund” continha muitos ingredientes naturais, incluindo a erva-de-são-cristóvão. Parece que pelo menos três frações da erva suprimem o hormônio luteinizante (LH) e ligam-se aos receptores

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Noções de Farmacologia

estrogênicos. É contra-indicada durante a gravidez pois está associada a aumento do risco de abortamento espontâneo. Apresentação: cápsula: vários tamanhos de 60 a 545mg. Erva-de-são-joão (hiperíco). As partes medicinais da erva-de-são-joão incluem os botões e flores frescas, mas todas as partes da planta que ficam acima do solo podem ser usadas. Foi usada com eficácia no tratamento da depressão leve e moderada em estudos concluídos na Alemanha. Agora é um componente de vários medicamentos fitoterápicos para o tratamento da ansiedade e da depressão. Seu uso em combinação com SSRIs e antidepressivos tricíclicos está sendo estudado. Apresentação: cápsula: várias concentrações, 125 a 1.000mg Chá: 2 a 3g da erva seca por xícara de água quente. Líquido: 300mg/5mL Transdérmica: 900mg/24h

gengibre. A raiz do gengibre foi usada durante séculos para muitos males. É usada na pirose. como antiemético e como antimf1amatório, e aumenta o tônus e a peristalse intestinal. Foi comparada favoravelmente com a escopalamina e o dimenidrinato quando usada para evitar a cinetose. Pode ser usada com moderação para tratamento da náusea matinal em gestantes. Alguns relatam que o biscoito chamado "ginger snap" tem quase o mesmo efeito da erva.

Apresentação: Erva pulverizada. Cápsula: Várias concentrações, 100 a 1.000 mg. Chá: 0,5 a 1 g de erva para 1 xícara de água fervente, deixar 5 minutos em infusão.

gingko biloba. Os estudos mostraram que as sementes e as folhas da árvore do gingko podem aliviar os sintomas de claudicação Intermitente, aumentar o desempenho para caminhar. e diminuir um pouco a dor no membro inferior. Foi estudado no tratamento da doença de Alzheimer, e são obtidos benefícios significativos, se moderados, com a erva. Também é conhecido por seu efeito antioxidante. Foram observados aumento do tempo de sangramento e hematomas subdurais após uso prolongado. Não deve ser tomado com warfarina pois esta substância aumenta o efeito anticoagulante.

Apresentação: Cápsula: Várias concentrações de 30 a 500 mg. Folhas pulverizadas: 3 a 6 g como infusão em 1 xícara de água quente.

ginseng. Em chinês "gin" significa homem e "seng" significa essência. Por causa da aparência da raiz, semelhante à humana. e de sua suposta capacidade de curar quase tudo. É usado como estimulante, como tônico e no tratamento dos fogachos da menopausa. Há afirmações acerca da estimulação da função cognitiva. mas isso não é comprovado. Atualmente é usado no tratamento de uma "falta de energia" subjetiva. Não deve ser usado com warfarina ou DAINEs. pois aumenta o efeito anticoagulante destas substâncias.

Apresentação: Raiz triturada. Cápsula: Várias concentrações de 100 a 1.250 mg,

hidraste-do-canadá. As partes medicinais do hidraste-do-canadá são o rizoma e as fibras da raiz secos ao ar, que contêm os alcalóides ativos hidrastina, berberina e canadina. É mal absorvido quando administrado por via oral, mas mostrou alguma eficácia no tratamento de parasitas intestinais, principalmente espécies de Salmonela. ShigeIla e Klebsiella, bem como atividade in vitro contra Giardia lamblia, Trichomonas e Enlamoeba histolytica. Foi usado no passado para tratamento de infecções oculares. principalmente tracoma. Também possui propriedades hipotensoras. anti-secretoras. antitumorais e sedativas. O uso prolongado pode causar distúrbios digestivos e constirpação, irritação da mucosa e, ocasionalmente, alucinações. Tem efeito antagonista sobre a atividade anticoagulante da heparina.

Apresentação: Cápsula: 500 a 1.000 mg Extrato: hidrastina a 5%.

kava·kava. Os habitantes das ilhas ao Sul do Oceano Pacífico fazem uma bebida relaxante com o rizoma

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Noções de Farmacologia

seco e as raízes da kava há séculos. O uso em rituais denota euforia, fraqueza muscular e. em doses maiores, sono profundo. Alguns estudos bem embasados mais recentes mostraram que a kava pode aliviar a ansiedade e o estresse. Quando mascada, causa dormência na boca.

Apresentação: Cápsula: Várias concentrações de 100 a 500 mg.

lúpulo. Esta planta perene tem flores masculinas e femininas. A inflorescência fêmea, semelhante a cone, é usada na medicina. Foi usada como estimulante do apetite, no tratamento de neuropatias e cefaléias, e como sedativo. Entretanto, seu uso mais comum é na preparação comercial de cerveja. à qual confere o sabor característico.

Apresentação: Erva pulverizada. Extrato líquido de 1: 1 em etanol a 45%. Chá: 1 colher de chá cheia em 1 xícara de água fervente, deixar em infusão por 10 a 15 minutos.

olmo-americano. A parte interna seca do córtex desta árvore é usada medicinalmente por muitos nativos. O ingrediente ativo é a mucilagem derivada da casca interna, quando embebida em água. Pode ser usada localmente como demulcente para tratamento de muitos distúrbios tópicos, incluindo úlceras, feridas, abs-cessos e dores de dente. Ingerida. é uma bebida que alivia irritações da mucosa.

Apresentação: Erva pulverizada. Cápsula: 370 mg.

pimenta-de-caiena (Capsícum) Alimentos apimentados podem ser bons para a saúde. A pimenta-de-caiena. quando tomada por via oral, auxilia a digestão. Estimula a produção de sucos gástricos e ajuda a aliviar os gases. Além disso. 3S pimentas contêm vitamina C, ferro. cálcio, fósforo e vitaminas do complexo B. A mordida de uma pimenta chili deflagra a liberação de endorfinas no encéfalo, e sabe-se que este mecanismo alivia a dor. Foram demonstrados vários efeitos antimicrobianos após a administração da pimenta-de-caiena. A capsaicina, o ingrediente ativo da pimenta, pode ser aplicada topicamente para aliviar a dor da neuropatia diabética, e para tratamento tópico de distúrbios musculares e articulares. É um ingrediente comum de sprays de autodefesa. Quando pulverizada nos olhos de um agressor, causa cegueira imediata e irritação por até 30 minutos, sem efeito permanente.

Apresentação: Cápsula: Várias concentrações, 400 a 500 mg. Creme: 0,25% e 0,75% em base neutra.

salgueiro-branco. A casca de galhos novos (2 a 3 anos) é colhida no início da primavera para uso medicinal. O ingrediente ativo é a salicina, precursor do ácido salicílico, que é o precursor do ácido acetilsalicílico, ou aspirina. Possui efeitos antireumáticos, antiinflamatórios e antipiréticos. O tanino, componente da casca, tem propriedades adstringentes nas mucosas. O salgueiro-branco também reduzirá a agregação plaquetária, como a aspirina. Não deve ser tomado com warfarina ou outras DAINEs.

Apresentação: Erva pulverizada. Chá: 2 a 3 g colocados em água fria, levados a ferver, e depois deixados em infusão por 5 minutos.

Serenoa repens (sabal). Os frutos da Serenoa repens, um tipo de palmeira nativa da Flórida. são as partes ativas desta planta. Sua ação na supressão dos sintomas da hipertrofia prostática benigna (HPB) não está esclarecida. Acredita-se que inibe a testosterona redutase, uma enzima que converte a testosterona em 5-alfa-testosterona na próstata. Reduz os sintomas da HPB, incluindo hesitação urinária, nictúria. e polaciúria. Também mostrou reduzir os níveis sanguíneos do antígeno específico da próstata (PSA). O carcinoma de próstata concomitante deve ser sempre considerado e excluído quando há sintomas de obstrução da próstata.

Apresentação: Cápsula: Várias concentrações, 80 a 1.000 mg.

tanaceto. Houve grande interesse na atividade das folhas do tanaceto na prevenção de enxaquecas, e alguns novos estudos parecem confirmar sua eficácia. Quando usado como auxílio digestivo, para tratar parasitas intestinais, artrite e cólicas menstruais ou como anestésico local, sua eficácia não foi confirmada.

Apresentação: Cápsula: Várias concentrações de 80 a 1.000 mg. Chá: feito com 2 colheres de chá da droga para cada xícara de água quente, permitir infusão por 25

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Noções de Farmacologia

minutos.

trevo-vermelho. Os capítulos florais secos do trevo podem ser usados internamente para tratar tosses e doenças respiratórias. Para uso externo, é próprio para tratamento de doenças cutâneas crônicas como psoríase e eczema. Foi usado em associação com outras ervas, como a "Red Clover Combination ", para o tratamento do câncer. Sua utilidade como antineoplásico não é comprovada. Há um efeito anticoagulante semelhante ao dos curnarínicos; portanto, é sinérgico com a warfarina e potencializa o efeito antiplaquetário das DAINEs.

Apresentação: Erva pulverizada. Extrato líquido: 1:1 preparado em etanol a 25%. Chá: 4 g em 1 xícara de água fervente, deixar em infusão por 10 a 15 minutos.

valeriana. Tanto Hipócrates quanto Galena usavam a raiz da valeriana como sedativo para tratamento da insônia, e hoje ela é usada com eficácia para este fim. Sua principal desvantagem parece ser seu odor desagradável. Freqüentemente é associada ao lúpulo ou à erva-de-são-joão em produtos comerciais.

Apresentação: Cápsula: Várias concentrações de 100 a 1.000 mg. Chá: Uma colher de chá cheia (3 a 5 g) de raiz pulverizada por xícara de água quente, coar após 10-15 minutos.

zimbro. Os frutos cônicos desta planta, quando administrados por via oral, atuam como diuréticos. Também têm um efeito antihipertensivo. As utilizações mais comuns são como flavorizante do gim e como ingrediente nos sais de banho. A administração oral prolongada pode resultar em nefroroxicidade.

Apresentação: Droga pulverizada. Cápsula: 515 mg. Chá: 0,5 g por xícara de água fervente. deixar em infusão por 10 a 15 minutos.

INTERAÇÕES ENTRE MEDICAMENTOS E PLANTAS MEDICINAIS

É essencial que os profissionais de saúde saibam quais soluções fitoterápicas o paciente está usando. Perguntas sobre o uso de medicamentos livres de prescrição médica ou comerciais devem fazer parte de toda história clínica. Se o paciente perceber que o profissional é questionador, pode não ser obtida uma história completa e correta.

Os medicamentos fitoterápicos interagem com a, drogas de duas maneiras gerais: nas formas farmacocinética e farmacodinâmica. Os efeitos farmacocinéticos incluem alterações na absorção, distribuição, metabolismo ou excreção da droga. Estas alterações biológicas podem aumentar ou diminuir a quantidade de droga disponível para produzir o efeito desejado. As interações farmacodinâmicas, modificam a forma como uma droga afeta um tecido ou um sistema orgânico. Isso pode resultar em maior ou menor efeito da droga sobre o órgão.