A ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE NO MERCADO: UM ESTUDO SOBRE AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NOS ESCRITÓRIOS DA ZONA OESTE DE PORTO

VELHO.

Flávio de Paula MOTA1

Janaína Gomes PACHECO2

Mayckon David Silva PAIVA3

Yasmin Santana de LIMA4

RESUMO

O mercado contábil está em ampla expansão, todavia há a necessidade de profissionais

qualificados para a execução de várias tarefas, desde a escrituração até a auditoria. Esse trabalho

apresenta um estudo quantitativo e avaliativo sobre as atividades desenvolvidas nos escritórios

de contabilidade da Zona Oeste de Porto Velho. Acerca das entrevistas junto ao

acompanhamento das respostas aos questionários respondidos pelos representantes presentes nos

escritórios de contabilidade da Zona Oeste de Porto Velho – RO verificou-se que a maioria dos

escritórios de contabilidade desta área não busca aprofundar seus serviços e se atêm apenas a

desenvolver a contabilidade comercial e a gerencial e considera alto o nível de satisfação das

empresas para quem eles assessoram referente aos serviços de contabilidade, a maioria dos seus

clientes tem o perfil de micro empresas e empresas de pequeno porte, geralmente optando pelos

regimes simples e lucro presumido. As pesquisas deste artigo buscaram trazer informações

referentes às atividades desenvolvidas pelos escritórios de contabilidade da Zona Oeste de Porto

Velho, visto que é de grande relevância, tanto para a comunidade acadêmica do Curso de

Ciências Contábeis quanto para os profissionais da área, que queiram acompanhar o

desenvolvimento e o desempenho que há no ramo da contabilidade privada em Porto Velho, pois

a contabilidade é um dos principais instrumentos que auxiliam a administração a tomar decisões

e o contador deve estar qualificado para acompanhar as mudanças e se adaptar às novas

realidades.

Palavras – chave: Contabilidade. Profissional Contábil. Atividades da Contabilidade.

ABSTRACT1 Acadêmico do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR)2Acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR)3Acadêmico do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR)4Acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

1

The accounting market is in broad expansion, however there is a need for qualified professionals

to perform various tasks, from bookkeeping to auditing. This paper presents a quantitative

evaluation and study on the activities carried out in the offices of accounting from Westside of

Porto Velho. About the interviews by the tracking of responses to the questionnaires answered

by the representatives present in the offices of accounting from Westside of Porto Velho – RO it

was found that most offices of accounting in this area seeks to deepen its services and cling only

to develop commercial and managerial accounting and considers the high level of satisfaction of

the companies for whom they advise regarding accounting services, the majority of its customers

has the profile of micro companies and small businesses, usually opting for simple schemes and

deemed income. Incoming search terms for this article sought to bring information relating to

activities carried out by accounting firms in the area west of old port, since it is of great

importance, both for the academic community of the Accounting course as for the professionals,

who want to follow the development and performance in the private accounting branch in Porto

Velho because accounting is one of the main instruments that assist the Administration to make

decisions and the meter must be qualified to follow the changes and adapt to the new realities.

Keywords: Accounting. Accounting Professional. Accounting Activities.

1. INTRODUÇÃO

Em tempos atuais não se imagina um mundo sem a contabilidade, de fato, o seu

desenvolvimento se deu devido ao aumento de sua importância com o passar dos tempos. Com a

crescente complexidade dos negócios, surgiu a necessidade de um entendimento mais abrangente

dos diversos aspectos relacionados às atividades de uma organização.

Nos últimos anos os serviços dos profissionais contábeis têm tido uma cobrança cada

vez maior no que concerne à credibilidade das demonstrações contábeis e de igual forma os

serviços dos auditores independentes que examinam estas demonstrações.

Nas últimas décadas, observa-se uma mudança sem precedentes no ambiente

econômico e social. Diante disto, as organizações e, por conseguinte, seus colaboradores, devem

estar preparados para identificar, avaliar e implementar ações visando adaptar as organizações às

novas exigências impostas por este ambiente. Dentro deste contexto, o fator humano tem

recebido destaque, sendo atribuído às pessoas o diferencial competitivo para vencer num

mercado cada vez mais exigente.

2

Com foco a essas questões é relevante explanar sobre a atuação da contabilidade no

mercado, o que leva a um problema de forma mais fechada. Quais são os ramos de atuação dos

escritórios de contabilidade da Zona Oeste de Porto Velho?

Como o objetivo geral este artigo científico quantifica e avalia as atividades

exercidas pelos escritórios de contabilidade da Zona Oeste de Porto Velho, e como objetivo

específico coleta dados das empresas de contabilidade no CRC – RO extrai informações em

forma de questionários dos empresários do ramo de contabilidade, entrevista seus profissionais,

tabula dados e verifica os resultados.

A relevância desse assunto se justifica pela necessidade de uma pesquisa sobre as

atividades desenvolvidas pelos escritórios da Zona Oeste de Porto Velho para os Acadêmicos

dos Cursos de Ciências Contábeis e para os profissionais da área visando acompanhar o

desenvolvimento e o desempenho que há no ramo.

Os aspectos metodológicos envolvem pesquisa bibliográfica e descritiva de cunho

quantitativo, uma pesquisa de campo que envolve os empresários ou representantes destes do

ramo de contabilidade. Estes responderam um questionário com 11 (onze) perguntas fechadas,

onde puderam divulgar suas atividades.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O desenvolvimento da contabilidade através dos anos

De acordo com Sá (2008), para compreendermos a Contabilidade como um ramo do

conhecimento humano, é necessário que retornemos às suas origens, pois, segundo ele, “grande

parte dos erros que estão sendo cometidos na atualidade, especialmente no campo das Normas,

decorre de falta de conhecimento histórico, ou seja, de debilidade cultural.”

Consoante com os relatos de vários autores pode-se afirmar que a contabilidade é

uma das ciências mais antigas e complexas em virtude de estar relacionada aos primeiros

registros comerciais da história da humanidade, cuja importância era controlar as riquezas

adquiridas com as transações comerciais da época.

No decorrer, surgiram as Escolas de Pensamento Contábil em busca de visões

científicas para o aperfeiçoamento da contabilidade, todavia, é de se ressaltar que nem todas

contribuíram com o avanço da área contábil, tendo em vista que algumas escolas não avançaram

mais do que sua própria natureza empírica.

Conforme Barros (2002, p. 01), a contabilidade é considerada uma ciência social,

pois:

3

(…) “Estuda e pratica as funções de controle e de registro relativas aos atos  e fatos  da  Administração  e  da Economia.    Mais especificamente, trata-se do estudo e  do controle  do patrimônio  das  entidades (empresas). Isso é feito por meio  dos registros contábeis dos fatos e das respectivas demonstrações dos resultados produzidos”.

Com a ascensão da globalização, devido à alta taxa de concorrência de mercado, as

empresas passaram a crescer e, em virtude disso, o profissional contador passou a se aperfeiçoar.

A profissão passou a exigir um maior conhecimento da área, levando-se em consideração que

estes profissionais eram retentores de informações imprescindíveis das quais os gestores

poderiam se utilizar para um melhor desempenho em suas tomadas de decisões.

Portanto, pode-se dizer que essa ciência é necessária para toda e qualquer empresa

independente do seu porte, seguimento e da sua forma de tributação.

2.2 A Formação do Profissional Contábil

A busca por constantes especializações e conhecimentos mais amplos sobre a

profissão são cada vez mais imprescindíveis para os profissionais da contabilidade, visto que os

níveis de concorrência são, indiscutivelmente, maiores a cada ano. Com isso, o mercado de

trabalho torna-se mais exigente, procurando por profissionais aptos a operar instrumentos de

gestão cada vez mais sofisticados.

Tais exigências ocorrem pelo fato de que a Contabilidade é o “campo de

conhecimento essencial para a formação dos agentes decisórios dos mais variados níveis”, em

outros termos, a Contabilidade é um dispendioso mecanismo no qual se pode medir o conflito

existente entre os principais grupos de agentes econômicos, no que se referem governos,

empresas e investidores.

Para que isso ocorra, é inevitável que haja uma intensa evolução no ensino dessa

Ciência a ponto de formar profissionais competentes e qualificados para o mercado de trabalho,

para que, assim, possam acompanhar o estágio de rápido desenvolvimento no qual se encontra a

Ciência Contábil.

À vista disso, pode-se notar que o amplo crescimento do mercado de trabalho é

inevitável e isso exige que os profissionais comprometidos busquem se adequar a essa nova

realidade.

2.3 – Campo de atuação do profissional contábil

4

O Bacharel em Ciências Contábeis tem um campo de atuação profissional bem

amplo, onde as prerrogativas profissionais são tratadas no artigo 25 do Decreto-lei nº 9.295/46 e

suas atribuições definidas pela Resolução nº 560/83, do Conselho Federal de Contabilidade.

Art. 2º - O contabilista pode exercer as suas atividades na condição de profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de Conselheiro de quaisquer entidades, ou, em qualquer outra situação jurídica definida pela legislação, exercendo qualquer tipo de função.

Atualmente, a profissão vive um momento áureo, onde todas as empresas precisam

ter um auxilio do profissional da contabilidade, seja ela de pequeno, médio ou grande porte,

deverá existir a figura do Profissional da Contabilidade.

O Profissional da Contabilidade pode exercer múltiplas funções, as quais estão

especificadas na Resolução do CFC, o qual menciona as respectivas funções da profissão

contábil, como: analista; assessor; assistente; auditor (interno ou externo); conselheiro consultor;

controlador de arrecadação; controller; educador; escritor ou articulista técnico; escriturador

contábil ou fiscal; executador subordinado; fiscal de tributos; legislador organizador; perito;

pesquisador; planejador; professor ou conferencista; redator e revisor.

Desta feita, pudemos evidenciar o vasto campo na área contábil para atuação do

profissional no mercado de trabalho, sendo que as oportunidades oferecidas são em grande

escala e o mesmo é bastante amplo, oferecendo muitas oportunidades para uma carreira bem

sucedida no setor contábil em nosso país, sendo estas definidas dentro das prerrogativas

especificadas pela Resolução CFC, no decreto de lei.

Das áreas que o profissional da contabilidade pode atuar no mercado de trabalho, é

relevante destacar as auditorias interna e independente, a perícia contábil, a contabilidade

pública, a contabilidade comercial e a gerencial.

De acordo com Crepaldi (2004, p.23), por sua vez, entende que a auditoria pode ser

definida como:

[...] levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade. A auditoria compreende o exame de decumentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmções internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.

Logo, auditoria é a técnica contábil utilizada para avaliar essas informações,

constituindo assim, complemento indispensável para que a contabilidade atinja plenamente a sua

finalidade. Desta forma, o registro definitivo de Auditor Independente é conferido ao contador

que estiver registrado no Conselho Regional de Contabilidade e tiver exercido atividade de 5

auditoria por período não inferior a cinco anos (podendo ser reduzido para três anos, após

conclusão do curso de especialização em Auditoria Contábil, em nível de pós-graduação).

De acordo com a Resolução CFC nº 858, de 21 de outubro de 1999, a perícia contábil

é:

[...] O conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.

Em suma, a função de Perito Contábil, é o exercício da perícia judicial motivada por

uma questão judicial, solicitada pela justiça, a função do contador é fazer uma verificação na

exatidão dos registros contábeis e em outros aspectos, daí a designação Perito Contábil.

Segundo Kohama (2000, p.50):

A contabilidade pública é um dos ramos mais complexos da ciências contábeis, e tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público interno, ou seja, União, Estados Distrito Federa e Municípios e respectivas autarquias [...].

Assim, a Contabilidade Pública é um ramo da Contabilidade que estuda e pratica as

funções de orientação e controle relativas aos atos e fatos da administração econômica das

aziendas públicas. A mesma exerce a função de prever, escriturar, controlar, analisar e interpretar

os atos e fatos da gestão pública.

O controle sobre a ação do governo é exercido através do orçamento, da escrituração,

do inventário, das demonstrações contábeis e da auditoria financeira e orçamentária. O objeto da

Contabilidade Pública é, pois, “estudar os fenômenos aziendais do setor público, enquanto

tenham expressão quantitativa”.

Só os fenômenos que envolvem expressão monetária interessam à Contabilidade.

Todo o conjunto patrimonial heterogêneo (qualitativo) pode ser expresso como um fundo de

valores homogêneos (quantitativo) através de um denominador comum monetário.

Para o controle e análise dos fatos da administração pública, a Contabilidade Pública

se utiliza de contas estruturadas nos sistemas orçamentário, patrimonial, de resultados e de

compensação.

A Contabilidade Comercial é o ramo da Contabilidade que mede o patrimônio

comercial, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações do comerciante. O comerciante é

toda pessoa física ou jurídica que aproxima vendedores e consumidores, levando-os a completar

6

uma operação comercial. Os dados que são fornecidos pela empresa servirão de base para analise

de futuras decisões.

A Contabilidade Comercial é exercida pelas pessoas que exploram atividades que

objetivam o lucro e pode ser dividida em: Contabilidade Mercantil, Contabilidade Industrial e

Contabilidade de serviços, onde são analisados tópicos importantes como noções de comércio,

sociedades comerciais entre outras.

As finalidades fundamentais da Contabilidade Comercial é procurar apresentar de

forma ordenada, o histórico das atividades da empresa, a interpretação dos resultados, e através

de relatórios produzirem as informações que se fizerem precisas para o atendimento das

diferentes necessidades.

Já a contabilidade gerencial é uma ferramenta indispensável para a gestão de

negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se

convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos

e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e fiscais.

Assim, esse ramo da contabilidade está voltado para fins internos, estando

direcionado ao planejamento, controle, avaliação e tomada de decisões. Segundo Iudícibus

(1998), a Contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, está voltada para a Administração

da Empresa procurando suprir as informações que se encaixem de uma maneira efetiva no

modelo decisório do administrador.

O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso de informação contábil para

a administração, pois os dados contidos em seus relatórios propiciam fortes influências no

planejamento estratégico empresarial, portanto todo tipo de empresa deve utilizar a contabilidade

gerencial para direcionar seus negócios presentes e futuros e para que isso ocorra é necessário

um sistema gerencial eficaz. O profissional contábil que exerce a função gerencial recebe o nome

de Controller, e este não se prende totalmente aos princípios tradicionais aceitos pelos

contadores (RICARDINO, 2005).

2.4 A influência dos Avanços Tecnológicos na formação do Profissional Contábil

O profissional contábil está passando por um momento em que exige muita reflexão,

pois com o avanço da tecnologia da informação aliada ao grande desenvolvimento das

telecomunicações, muita coisa está mudando dentro das organizações, que lançam mão cada vez

mais da tecnologia para auxiliar seus gestores nas tomadas de decisões e na elaboração de planos

estratégicos. Meira Neto, Abdon (2003, p.12) Segundo o mesmo autor este avanço da tecnologia

7

da informação dentro das organizações vem ocorrendo também na área contábil, onde alguns

anos atrás as grandes empresas tinham enormes departamentos de contabilidade, para classificar,

conciliar, datilografar ou digitar lançamentos, etc. e que hoje em dia já não se vê mais isto, pois

todo este trabalho está "informatizado"

Do mesmo modo em que o uso da informática é imprescindível em todos os

seguimentos da sociedade, a contabilidade se tornou uma área de trabalho que não vive mais sem

a ajuda dos computadores.

Os Sistemas Integrados, ou seja, um software aplicativo possibilita que a empresa

compartilhe dados, uniformizem processos, produzam e utilizem informações em tempo real.

São módulos integrados com toda a empresa, como departamento fiscal, financeiro, trabalhista,

vendas, compras, etc., que estão interligados com a contabilidade e que tem a função de atender

às necessidades de informações para apoio à tomada de decisão.

São Sistemas, Softwares e Programas de Contabilidade mais constantes nos

escritórios o MasterMaq, Domínio Sistemas, ProSoft e SCI Informática.

Com relação aos informativos que devem ser elaborados periodicamente, tais como o

SINTEGRA, o CAGED, a SEFIP, a DIRF, a DACON, a DCTF e demais obrigações, também é

possível importá-los nos softwares adequados, fornecidos pelos órgãos competentes e

posteriormente enviá-los via internet.

O governo brasileiro, através da Receita Federal, implantou mais um avanço na

informatização, o Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital (SPED), dividido em três partes

o SPED Contábil, SPED Fiscal e a Nota Fiscal Eletrônica, que consta na modernização do

sistema atual do cumprimento das obrigações acessórias transmitidas pelas empresas, dessa

forma os livros contábeis, tais como, livro diário, razão, balancetes, balanços entre outros serão

substituídos por arquivos digitais on-line.

Devido toda esta tecnologia, o contador dedica-se mais a leitura pertinente da

contabilidade e executa um trabalho mais seguro e preciso em um intervalo de tempo menor,

sendo assim, é inquestionável a maior valorização do profissional contábil.

O contador gerencial é definido pela Federação Internacional de Contabilidade como

um profissional que identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações

(tanto financeiras quanto operacionais) para uso de suas atividades e para assegurar o uso

apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos.

2.2 O Perfil dos Clientes dos Escritórios de Contabilidade

8

Os escritórios de contabilidade normalmente trabalham com perfis variados de

clientes, portanto é importante mencionar e classificá-los. São estes:

2.2.1 Micro Empreendedor Individual – MEI

É pessoa física que exerce pessoalmente atividade de empresário, assume

responsabilidade ilimitada e em caso de falência responde com seus bens pessoais. O empresário

individual não tem personalidade jurídica, ou seja, mesmo tendo registro no Cadastro Nacional

de Pessoa Jurídica - CNPJ, não é considerado pessoa jurídica.

Segundo o artigo 18A da Lei Complementar 123/2006, § 1°, para ser considerado

como micro empreendedor individual, é necessário faturar nada acima de R$60.000,00 (sessenta

mil reais) por ano, ser optante pelo Simples Nacional, não esteja impedido de optar pela

sistemática prevista neste artigo supracitado.

Não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular e pode ter apenas

um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

2.2.2 Micro Empresa – ME

Segundo o artigo 3° da LC 123/2006, em seu inciso I, considera-se ME, para efeito

do Simples, a "pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou

inferior a R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)".

2.2.3 Empresa de Pequeno Porte – EPP

Conforme artigo 3°, inciso II da LC 123/2006, é a "pessoa jurídica que tenha

auferido, no ano-calendário, receita bruta superior a R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil

reais) e igual ou inferior a R$3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)".

2.2.4 Empresa de Médio Porte

Empresa de médio porte, no Brasil, é baseada em estudos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estática - IBGE.

É caracterizada pela quantidade de funcionários que ela possui. Se for indústria, é

considerada como média empresa com 100 a 499 funcionários. Caso ela seja uma empresa

comercial ou de serviços ela poderá ter de 50 a 99 funcionários para ser considerada uma

empresa média.9

2.2.5 Empresa de Grande Porte

É uma empresa que recebe tratamento diferenciado por alguns governos por possuírem

uma estrutura de maior capacidade de produção. Geralmente a diferença é baseada pela

quantidade de empregados ou faturamento da empresa. O tratamento diferenciado pode ser

caracterizado por cobrança de mais impostos ou incentivos fiscais específicos. Alguns autores

levam em conta os estudos do IBGE para medir essas empresas como foi citado pelo numero de

funcionários, porém não há uma regra específica.

3. PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa foi realizada na cidade de Porto Velho, no período de 02 a 09 de junho de

2014. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, que utiliza o método descritivo estatístico com

entrevistas nos escritórios de contabilidade situados na Zona Oeste de Porto Velho. No trabalho

de campo, para a coleta de dados, foram utilizados questionários estruturados do tipo objetivo.

Vale ressaltar que os dados aqui elencados são somente a nível estatístico de

conhecimento e não será possível citar os devidos nomes dos escritórios, visto que não foi

autorizado por seus gestores responsáveis.

Antes de adentrar na referida análise dos questionários, faz-se necessário observar o

seguinte quadro:

TABELA 1 – QUANTITATIVO DE ESCRITÓRIOS VISITADOS

FONTE: Autores do trabalho

10

Dos escritórios visitados: Nº %

Mudaram de local 2 8,00%

Não responderam 3 12,00%

Local não encontrado 1 4,00%

Não era escritório de contabilidade 4 16,00%

Não estava aberto 2 8,00%

Responderam o questionário 13 52,00%

TOTAL 25 100,00%

Como se pode notar, de um total de 25 (vinte e cinco) escritórios visitados, 2 (dois)

destes mudaram de local; 3 (três) não se sentiram à vontade para responder o questionário, pois o

acharam de cunho pessoal; 1 (um) local não foi encontrado; 2 (dois) encontravam-se fechados e

4 (quatro) locais não eram escritórios de contabilidade, sendo estes uma residência, um comércio

de casa de pesca, uma agência de venda de passagens e um consultório odontológico. Em

percentuais, 48% dos escritórios visitados não responderam a pesquisa e, pouco mais da metade,

somente 52%, foram avaliados.

3.1 Dados da pesquisa

Após ter sido feita a estatística dos questionários, foram alcançados os seguintes

resultados.

3.1.1 Tempo de atuação no mercado

Em se tratando do tempo que os escritórios de contabilidade estão atuando, de um

total de 13 (treze) escritórios, 4 (quatro) responderam que têm cinco anos ou menos atuando com

o ramo de contabilidade em Porto Velho, 1 (um) tem entre 6 e 10 anos, 3 (três) têm de 11 a 20

anos e 5 (cinco) dos escritórios têm mais de 20 anos de contabilidade em Porto Velho. Ou seja,

38,46% dos escritórios contábeis têm mais de 20 anos de profissão, todavia, pode-se notar que o

número de escritórios que têm 5 anos ou menos no mercado é grande, chegando a ser 30,77% do

total de escritórios avaliados.

GRÁFICO 1: Quadro quantitativo do tempo de atuação dos escritóriosFONTE: Autores do trabalho

3.1.2 Programas Utilizados

11

Ao que se referem aos programas, sistemas e softwares de contabilidade, nota-se o

seguinte:

GRÁFICO 2: Quadro quantitativo dos programas, softwares ou sistemas utilizadosFONTE: Autores do trabalho

Com 38,46% o programa MasterMaq é o mais utilizado pelos escritórios, em

seguida, vieram os programas Domínio e SCI Informática, que ficaram com o mesmo percentual

de 23,08%, somente 7,7% dos entrevistados utilizavam o Prosoft e os usuários que utilizam

outros programas somaram 23,08%.

3.1.3 Atividades desenvolvidas

No que tange o rol das atividades desenvolvidas pelos escritórios, pode-se observar

na figura a seguir que nenhum deles exerce uma única atividade específica, longe disso, todos os

entrevistados prestam serviços de diversas áreas no ramo da contabilidade e consultoria

empresarial.

GRÁFICO 3: Quadro quantitativo das atividades desenvolvidas pelos escritórios de contabilidadeFONTE: Autores do trabalho

12

Dos escritórios entrevistados, os maiores índices de atividades desenvolvidas são os

de assessoria de Contabilidade Comercial, chegando ao percentual de 92,31%, e os serviços de

Contabilidade Gerencial com um percentual de 69,23%. Dentre as atividades que são menos

desenvolvidas estão Auditoria (53,85%), Perícia Contábil (30,77%), Consultoria e Treinamento

(30,77%) e a Contabilidade Pública (7,69%).

3.1.4 Grau de satisfação dos clientes

Ao responderem sobre o grau de satisfação dos clientes para os quais prestam seus

serviços, 84,62% dos entrevistados responderam que consideram alto. Ao passo que 7,69%

responderam que considera médio e outros 7,69% desconhecem a satisfação de seus clientes.

GRÁFICO 4: Quadro quantitativo do nível de satisfação dos clientes dos escritórios contábeisFONTE: Autores do trabalho

3.1.5 Quantidade de clientes

Conforme mostra a figura a seguir, 61,54% dos escritórios têm mais de 30 clientes,

dentre esses, há um com mais de 1.200 (um mil e duzentos) clientes, entre eles 430 (quatrocentos

e trinta) empresas. O percentual de 30,77% está os escritórios que têm entre 21 a 30 clientes e

apenas 7,69% dos entrevistados tem entre 11 e 20 clientes. Vale ressaltar que nenhum dos

escritórios possui menos de 10 clientes, caso este que evidencia que não seria possível manter

um escritório, seus funcionários e despesas com essa quantidade de clientes, a não ser que estes

fossem de grande porte.

13

GRÁFICO 5: Quadro quantitativo do número de clientesFONTE: Autores do trabalho

3.1.6 Perfil dos clientes

GRÁFICO 6: Quadro quantitativo do perfil dos clientesFONTE: Autores do trabalho

Como se pode observar, pouco mais da metade dos entrevistados (53,85%) listaram

que têm como cliente todos os tipos apresentados. O segundo maior percentual de clientes

atendidos pelas empresas contábeis são os Micro e Pequeno Empreendedores, que detém

38,46%, em seguida as Empresas de Pequeno Porte são as que detêm 30,77% do perfil dos

clientes. As que têm menor índice são as empresas de Médio Porte (23,08%), Micro

Empreendedor Individual (15,38%) e as empresas de Grande Porte (7,69%).

3.1.7 Regime de tributação geralmente adotado pelos clientes

Pôde se observar que 76,92% dos escritórios trabalham com dois tipos distintos de

clientes: os que utilizam o Lucro Presumido e os que são do Simples Nacional. Em menor

número estão os escritórios que têm clientes somente do Simples Nacional (15,38%), Lucro

Presumido (7,69%) e Lucro Real (7,69%).

14

GRÁFICO 7: Quadro quantitativo do regime de tributação adotado pelos clientesFONTE: Autores do trabalho

3.1.8 Quantidade de funcionários

Do quadro de funcionários nos escritórios entrevistados 38,46% têm5funcionários ou

menos, 46,15% têm entre 6 e 10 funcionários. O menor índice de quantidade verificado foram os

dos escritórios têm entre 11 e 20 funcionários e os que têm mais de 20 funcionários, ambos com

a porcentagem de 7,69%.

GRÁFICO 8: Quadro quantitativo de funcionáriosFONTE: Autores do trabalho

3.1.9 Nível de graduação dos funcionários

Foi unânime, em todos os escritórios entrevistados, a presença de bacharéis em

contabilidade no quadro de funcionários. Vale ressaltar que, mesmo com as restrições sofridas

em grande parte dos serviços contábeis realizados pelos técnicos em contabilidade, o número de

escritórios em que eles se encontram é de 61,54%, todavia é de grande importância saber que os

funcionários que têm o nível técnico estão buscando a formação em bacharelado. É de se notar,

também, que em 53,85% dos escritórios tem bacharéis que estão fazendo ou já concluíram uma

especialização.

15

GRÁFICO 9: Quadro quantitativo do nível de graduação dos funcionáriosFONTE: Autores do trabalho

3.1.10 Contratação de estagiários

Apenas 7,69% dos escritórios tinham estagiários em seu quadro de funcionários. É

relevante observar a porcentagem pequena de estagiários nos escritórios, isso se dá ao fato de

que os escritórios de contabilidade não contratam acadêmicos para estágio com redução de horas

e outros benefícios, entretanto contratam-nos como efetivos, mesmo sem experiência, para

aprenderem e desenvolverem os serviços nos escritórios.

GRÁFICO 10: Quadro quantitativo da contratação de estagiáriosFONTE: Autores do trabalho

Como dito alhures, 46,15% não contratam estagiários, todavia, dependendo da

ocasião, 23,08% dos escritórios contratam a partir do 5° Período, 7,69% a partir do 6° Período e

15,38% a partir do 4° Período.

3.1.11 Nível de satisfação no ramo contábil

Sobre o nível de satisfação atuando na contabilidade 46,15% os gestores dos

escritórios responderam como satisfação total, 23,08% como satisfação parcial e 30,77% dos

entrevistados opinaram por não responder a esse questionamento.

16

GRÁFICO 11: Quadro quantitativo do nível de satisfação dos gestores no ramo contábilFONTE: Autores do trabalho

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo consistiu em relatar os aspectos e opiniões de gestores dos

escritórios de contabilidade, à vista da proposta de uma forma mais fechada que foi a pesquisa

sobre os ramos de atuação dos escritórios de contabilidade da Zona Oeste de Porto Velho.

É importante verificar as responsabilidades dos profissionais contábeis e o

compromisso que possuem com a sociedade em geral, o que reflete de uma forma especial com

os usuários interessados diretamente na situação tanto econômica como financeira das

organizações, pois este profissional está fortemente ligado aos movimentos de uma economia de

mercado em ascensão, e requer um aberto andamento de valores. Por isto, os contabilistas devem

cada vez mais buscar aprimoramento, a atualização e a modernização, para que os

desenvolvimentos tecnológicos e precisões do âmbito de trabalho estejam sempre contemplados

com as exigências do perfil do profissional que o mercado espera.

No que concerne à relevância da justificativa do presente estudo, as atividades

desenvolvidas pelos escritórios de contabilidade acerca da análise das repostas dos gestores ou

seus representantes, observou em larga escala que a maioria dos escritórios desenvolve somente

atividades de Contabilidade Comercial e Gerencial, poucos são os que oferecem Perícia,

Consultoria e Treinamento ou mesmo Contabilidade Pública. Consideram tais atividades com

grau de satisfação alto, os perfis de seus clientes são variados com maior ênfase para as Micro

Empresas e Empresas de Pequeno Porte e menor ênfase para empresas de Grande Porte, no qual

a tributação de tais empresas geralmente possui o Lucro Simples ou Lucro Presumido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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