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NOTA TÉCNICA UPP/PB nº 10/2012 O objetivo da presente nota técnica é tratar da obrigatoriedade de adoção das normas editadas pela ABNT por entes governamentais em suas licitações, seja na contratação de serviços ou aquisições (compras). Ao final, serão trazidas em destaque questões pertinentes à compra de uniformes escolares. I – Considerações Iniciais: Preambularmente, mister trazermos alguns conceitos e definições que se fazem importantes para esclarecimento e compreensão do fulcro principal do presente documento. A denominação entes governamentais se refere aos órgãos públicos no sentido latu do termo, pertencentes à Administração Pública. A Lei 8.666/93, logo em seu início traz algumas definições no sentido de uma aplicação precisa por parte dos gestores, assim dispõe o artigo 6º, inciso XI: “XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas”.

NOTA TÉCNICA SEBRAE ABNT

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NOTA TÉCNICA UPP/PB nº 10/2012

O objetivo da presente nota técnica é tratar da obrigatoriedade de adoção das

normas editadas pela ABNT por entes governamentais em suas licitações, seja na

contratação de serviços ou aquisições (compras). Ao final, serão trazidas em destaque

questões pertinentes à compra de uniformes escolares.

I – Considerações Iniciais:

Preambularmente, mister trazermos alguns conceitos e definições que se fazem

importantes para esclarecimento e compreensão do fulcro principal do presente

documento.

A denominação entes governamentais se refere aos órgãos públicos no sentido

latu do termo, pertencentes à Administração Pública.

A Lei 8.666/93, logo em seu início traz algumas definições no sentido de uma

aplicação precisa por parte dos gestores, assim dispõe o artigo 6º, inciso XI:

“XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as

entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do

poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas”.

Portanto, entende-se por Administração Pública, grafada com iniciais maiúsculas,

todos os entes públicos, de todos os níveis federativos, estejam eles: na União, nos

Estados, no Distrito Federal e nos Municípios.

Nessa perspectiva, trataremos de licitação, como:

“[...] procedimento administrativo formal em que a Administração Publica convoca, por

meio de condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas interessadas na

apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços” (BRASIL, 2010).

Some-se a isso o fato que segundo a Constituição brasileira são princípios

basilares da Administração Pública: “Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,

Publicidade e Eficiência”.

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Destaque-se aqui, primeiramente, o Princípio da Legalidade, segundo o qual à

administração pública deve seguir à risca os determinantes legais, apenas é permitido o

autorizado em lei.

Já o princípio da eficiência administrativa não fazia parte do rol principiológico

acima transcrito, integrou-se ao ordenamento constitucional por meio da reforma

administrativa trazida com a Emenda Constitucional de nº 19/98. Através da qual o

Estado brasileiro sofreu um processo de “reengenharia” institucional, reduzindo o

componente burocrático em prol de uma textura mais gerencial, donde o precitado

princípio se perfaz como grande norte deste ideário.

Assim, eis que não basta ser legal, impessoal, moral e público, os atos

administrativos devem ser eficientes, aí se incluindo os contratos firmados pela

administração.

Embora tenha sido alvo de crítica de parte dos administrativistas brasileiros, no

mais das vezes por entenderem que a exigência por eficiência já se encontrava implícita

à estrutura da administração pública, outras por conta de mero apontamento ideológico,

dada a origem do termo peculiar à seara da ciência da Administração, certo é que de

uma forma ou de outra tal corrente crítica não preponderou, sendo uníssono o

entendimento hodierno que a Eficiência da administração passou ser exigida em todos

os seus atos.

Vale aqui trazer à lume lição do eminente doutrinador mineiro Onofre Alves

Batista Júnior, em obra sobre o Princípio Constitucional da Eficiência Administrativa,

onde assevera que atentar contra este Princípio é o mesmo, em última instância, que

atentar contra o objetivo fundamental do Estado a busca pelo bem comum, em suas

palavras:

“A atuação ineficiente da AP[ Administração Pública] põe em causa o desiderato

constitucional de atender às necessidades e interesses sociais, econômicos e culturais

da sociedade, deixando de cumprir, mesmo que seja em alguma parcela, o mandamento

maior de busca do bem comum” (Batista Júnior, Onofre, 2012).

Resta portanto, firme que a administração na plenitude de sua atuação deve

atender a ambos os princípios.

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II – A Normatização Técnica:

Visando garantir a qualidade e segurança nos produtos e serviços postos à

disposição do consumidor brasileiro, assim como, o aperfeiçoamento e desenvolvimento

tecnológico, a Lei nº 5.966 Instituiu o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial, assim dispõe o seu artigo 1º:

“Art. 1º É instituído o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial, com a finalidade de formular e executar a política

nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade

de produtos industriais”.

“Parágrafo único. Integrarão o Sistema de entidades públicas ou privadas

que exerçam atividades relacionadas com metrologia, normalização

industrial e certificação da qualidade de produtos industriais”.

Uma das atividades de destaque do referido sistema (Sinmetro) diz respeito à

elaboração de normas que são sustentáculos da regulamentação técnica no país,

facilitando o comércio e o aperfeiçoamento tecnológico de processos, produtos e

serviços.

Integrante do referido sistema a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), constituída em 1940, possui natureza de direito privado, sendo o ente

responsável pela normalização no Sinmetro, constituindo-se como “Foro Nacional de

Normalização”, possuindo “a função de representar o Brasil perante os

organismos internacionais de normalização “.

Vê-se claro que os objetivos do Sinmetro se adequam inteiramente ao

desenvolvimento nacional, aí inclusos sua normalização.

III – Da Aplicabilidade das Normas Técnicas Emitidas pela ABNT:

Em princípio, as normas emitidas pela ABNT possuem um caráter voluntário no

que concerne a sua exigência.

Inobstante a isso o próprio Código de Defesa e Proteção ao Consumidor (Lei nº

8.078/90), em seu artigo 39, inciso VIII , dispõe:

“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras

práticas abusivas:

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VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em

desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou,

se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro)”;

Vê-se, desta forma, que o CDC visando garantir o consumidor contra práticas abusivas,

consagrou as normas da ABNT como de uma aplicação subsidiária no mercado consumidor, no

caso de não haver normas emitidas pelos órgãos oficiais. Assim, em se tratando de produtos ou

serviços considerados como de consumo, tais normas - as NBR’s, devem ser aplicadas à falta de

uma regulamentação governamental.

Em outros casos, também já se consagrou a obediência aos preceitos da ABNT. É o caso

da Lei nº 8.666/93.

O regulamento brasileiro das licitações em vários momentos traz a oltando ao ponto

central do presente documento, a obrigatoriedade da adoção pela administração das normas

emitidas pela ABNT

Prosseguindo, quase corolário uma licitação, o contrato administrativo é, no mais das

vezes, a resultante de um processo licitatório, de tal maneira que se faz necessária a colação da

definição legal desse tipo contratual. Segundo o Parágrafo único, do artigo 1º da Lei 8.666, de 21

de junho de 1993, contrato é:

“[...] todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada” (BRASIL, 1993).

A definição da lei é clara e abrangente, onde houver acordo de vontades entre ente público e particular, onde se estabeleça direitos e obrigações estar-se-á diante de um contrato, denominado como Contrato Administrativo.

Destacados esses conceitos, convém agora identificarmos os princípios gerais da Administração Pública (AP), de tonalidade constitucional, que arrimam a disciplina contratual dos entes governamentais.

Muito embora certas bases do direito privado sejam aplicadas de forma subsidiária ao

disciplinamento do contrato administrativo, este se baseia em uma estrutura principiológica que

estrutura a administração pública. Os princípios constitucionais da Legalidade, Impessoalidade,

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Moralidade, Publicidade e Eficiência, todos positivados na Carta Política de 1988, são a base

primeira a que deve obediência toda a Administração Pública.

No caso em análise, não obstante à estreita vinculação entre cada um dos princípios

citados, vamos nos cingir a dois deles: Legalidade e Eficiência.

Um dos grandes legados do chamado Estado de Direito moderno, o princípio da

Legalidade é consagrado por praticamente todas administrações integrantes da ordem

internacional, mormente as ocidentais. Princípio este lido como garantia já que a administração

pública deve ater seus atos aquilo estabelecido em lei, está disciplinada pelo estatuto jurídico

administrativo, diversamente do que acontece no mundo estritamente privado, onde aos

indivíduos apenas se impede condutas que a lei vede, daí que na disciplina privada contratual um

dos prncípios fundamentais ser o da autonomia da vontade. A exigência legal é guia inolvidável

dos entes públicos.

O princípio da Eficiência (PE) foi trazido ao ordenamento jurídico pátrio a partir da

Emenda Constitucional 19/98. Embora hodiernamente venha expresso em várias Cartas,em

outras tantas é decorrência lógica, v.g. o caso alemão.

A gênese de tal princípio encontra referência nos cânones da Ciência da Administração,

mas ao ser adotado pelo direito no disciplinamento da AP foi remodelado às exigências do direito

administrativo. Não mais se pode enxergar nessa perspectiva princiológica como ao que remete

seu significado primeiro a um busca pela maximização dos lucros, haja vista os interesses

precípuos do estado, daí nos referirmos à sua (re)modelação às exigências do direito,

fundamentalmente aqui ao regime jurídico administrativo. Portanto, embora se mantenha um

pressuposto de aplicação stricto sensu, qual seja: a escassez de recursos, a eficiência estatal

agora se coaduna ao objetivo primeiro a consecução do ibem comum.

De tal maneira que pedimos vênia para trazermos à colação o conceito de eficiência

trazido pelo

A despeito de termos como eficácia e efetividade serem comuns na seara jurídica, do

ponto de vista da eficiência trazida a lume pela princípio constitucional os significados são outros.

A efici pressupondo em sentido estrito

S

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A primeira mudança consiste na introdução do etambutol como quarto fármaco na fase

intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do esquema básico, e tem como

justificativa a constatação do aumento da resistência primária à isoniazida (de 4,4 para

6,0%) e a resistência primária à isoniazida associada à rifampicina (de 1,1 para 1,4%),

observado no II Inquérito Nacional de resistência aos fármacos anti-TB conduzido em

2007-2008, em comparação com os resultados do I Inquérito Nacional, realizado no

período de 1995 a 1997.

A segunda mudança consiste em introduzir a apresentação em comprimidos com

dose fixa combinada dos 4 fármacos (4 em 1) para a fase intensiva do tratamento. Os

comprimidos são formulados com doses reduzidas de Isoniazida e Pirazinamida em

relação às atualmente utilizadas no Brasil.

O esquema básico com quatro fármacos é mundialmente utilizado, com

excelentes resultados quanto à efetividade, em particular pela maior adesão ao

tratamento. Espera-se com a introdução de um quarto fármaco aumentar o sucesso

terapêutico e evitar o aumento da multirresistência (resistência a Rifampicina +

Isoniazida).

As vantagens da mudança da apresentação dos fármacos são, entre outras, o

maior conforto do paciente, pela redução do número de comprimidos a serem ingeridos;

a impossibilidade de tomada isolada de fármacos e a simplificação da gestão

farmacêutica em todos os níveis.

Além das mudanças citadas acima, o sistema compreenderá alterações no

acompanhamento do caso no sistema de informações, no retratamento de casos, e

tratamento para tuberculose resistente.

O processo de implementação do sistema de tratamento, bem como a

disponibilização das novas apresentações seguirá um cronograma e uma metodologia

de trabalho estabelecida entre o PNCT e os estados. Serão realizados estudos clínicos

para avaliar o impacto desse novo esquema de tratamento no país.

Para a fase de manutenção considerando os estoques existentes, o

desenvolvimento das apresentações em comprimido (2 em 1) com doses reduzidas de

Isoniazida pelos laboratórios oficiais e que a aquisição efetuada pelo Ministério da Saúde

foi apenas de comprimidos para a fase intensiva (4 em 1), permanece o uso da

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apresentação de Rifampicina e Isoniazida em cápsulas até que estejam disponíveis as

apresentações em comprimidos.

Enfatiza-se a necessidade da organização dos níveis assistenciais no âmbito

estadual e municipal, priorizando a atenção básica, e a formalização de uma rede

integrada de referência e contra-referência.

Continuarão disponíveis as medicações em formulações individualizadas para

utilização em esquemas especiais.

Para crianças até 10 anos continuará sendo preconizado o tratamento atual.

Page 8: NOTA TÉCNICA SEBRAE ABNT

Preconiza-se a solicitação de cultura, identificação da espécie e teste de sensibilidadeem todos os casos de retratamento.

O número que antecede a sigla dos medicamentos significa a duração do tratamento em meses.O número subscrito refere-se à frequência semanal, quando o uso não for diário.

ESQUEMAS PARA TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

ESQUEMA BÁSICO (EB - 2RHZE/4RH) PARA ADULTOS E ADOLESCENTES

R (Rifampicina) – H (Isoniazida) – Z (Pirazinamida) – E (Etambutol)

Indicações:

- Caso novo(*) de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar

(exceto meningoencefalite) infectados ou não pelo HIV.

(*) caso novo - paciente que nunca usou ou usou por menos de 30 dias medicamentos

antituberculose.

- Retratamento: recidiva (independentemente do tempo decorrido do primeiro

episódio) ou retorno após abandono com doença ativa.

Regime Fármacos Faixa de

peso

Unidades/dose Mese

s

2RHZE

Fase

intensiva

RHZE

150/75/400/275 mg

comprimido

em dose fixa

combinada

20 a 35 kg 2 comprimidos

2

36 a 50 kg 3 comprimidos

> 50 kg 4 comprimidos

4RH RH

300/200 mg ou

150/100 mg

20 a 35 kg1 comprimido ou cápsula

300/200 mg

4

36 a 50 kg 1 comp. ou cáps. de 300/200

Page 9: NOTA TÉCNICA SEBRAE ABNT

Recomenda-se a solicitação de cultura, identificação e teste de sensibilidade (TS)para todos os casos com baciloscopia positiva ao final do segundo mês de tratamento.

Na meningoencefalite tuberculosa deve ser associado corticosteróide ao esquema anti-TB:prednisona oral (1 a 2 mg/kg/dia) por 4 semanas ou dexametasona intra-venosa nos casos graves (0,3 a 0,4

mg/kg/dia) por 4-8 semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subseqüentes.

Fase de

manuten

cápsula ou

comprimido

mg + 1 comp. ou cáps. de

150/100 mg

> 50 kg 2 comp. ou cáps. 300/200 mg

ESQUEMA PARA MENINGOENCEFALITE (EM - 2RHZE/7RH)

EM ADULTOS E ADOLESCENTES

Regime Fármacos Faixa de

peso

Unidades/dose Mese

s

2RHZE

Fase

intensiva

RHZE

150/75/400/275 mg

comprimido

em dose fixa

combinada

20 a 35 kg 2 comprimidos

2

36 a 50 kg 3 comprimidos

> 50 kg 4 comprimidos

7RH

Fase de

manuten

ção

RH

300/200 mg ou

150/100 mg

cápsula ou

comprimido

20 a 35 kg1 comprimido ou cápsula

300/200 mg

736 a 50 kg

1 comp. ou cáps. de 300/200

mg + 1 comp. ou cáps. de

150/100 mg

> 50 kg 2 comp. ou cáps. 300/200 mg

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A responsabilidade da conduta terapêutica de todos os casos que apresentemefeitos adversos “maiores” é da Referência Secundária

ESQUEMAS ESPECIAIS (EE) PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

EM ADULTOS E ADOLESCENTES

1- Alterações hepáticas:

Com doença

hepática prévia

- Hepatite viral

aguda

- Hepatopatia

crônica:

Viral, auto-

imune e

criptogênica

- Hepatopatia

alcoólica:

Esteatose

hepática

Hepatite

alcoólica

Sem cirrose

TGO / TGP

> 3 x LSN

2SRE / 7RE

2SHE / 10HE

3SEO / 9EO

TGO / TGP

< 3 x LSN

Esquema

básico

Com cirrose3SEO / 9EO

Sem doença

hepática prévia

(Hepatotoxicidad

e após o início do

TGO / TGP

5 x LSN

Reintrodução

(*)

RE H Z

Reintrodução

do Esquema

básico ou

substituto

Page 11: NOTA TÉCNICA SEBRAE ABNT

tratamento)

(ou 3 x LSN

com sintomas)

Icterícia

Persistência de TGO / TGP 5 x

LSN por quatro semanas ou

casos graves de TB

3SEO / 9EO

LSN – Limite superior da normalidade; TGO – Transaminase glutâmico

oxalacética; TGP - Transaminase glutâmico pirúvica.

(*) Nos casos de intolerância moderada a grave, hepatotoxicidade ou

hipersensibilidade, mantém-se a recomendação de reintrodução fármaco por fármaco

para a avaliação da necessidade de substituição do fármaco. Reintroduzir os fármacos

quando TGO e TGP < 2 vezes LSN: reiniciar RHZ um a um. Primeiro RE; 3-7 dias depois

solicitar exames; se não houver aumento reintroduzir H; uma semana após se não

houver aumento de TGO ou TGO reiniciar Z.

Preferencialmente, utilizar esquemas com Rifampicina ou Isoniazida, por serem os

medicamentos reconhecidamente mais eficazes contra o Mycobacterium tuberculosis.

O esquema com Rifampicina tem a vantagem de ter menor tempo de duração.

O Esquema com um derivado quinolônico pode ser uma alternativa no

impedimento do uso de R ou H. Se essa for a melhor opção, frente à complexidade do

caso, o tratamento deve ser rigorosamente supervisionado, prevenindo-se o surgimento

de resistência ao derivado quinolônico, que é uma das principais medicações para a

composição do Esquema de Multirresistência.

2- Intolerância a um fármaco:

Rifampicina (2HZES / 10HE)

Isoniazida (2RZES / 4RE)

Page 12: NOTA TÉCNICA SEBRAE ABNT

Pirazinamida (2RHE / 7RH)

Etambutol (2RHZ / 4RH)

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A responsabilidade da conduta terapêutica de todos os casos comqualquer resistência aos medicamentos é da Referência Terciária

ESQUEMAS PARA TUBERCULOSE RESISTENTE

EM ADULTOS E ADOLESCENTES

1- Monorresistência à Rifampicina ou Isoniazida

• Recomeçar novo esquema indicado:

Rifampicina (2HZES / 10HE)

Isoniazida (2RZES / 4RE)

• A manutenção do esquema básico com prorrogação da segunda fase do

tratamento para 7 meses poderá ser considerada quando a monorresistência for

identificada na fase de manutenção do tratamento. Para tanto, deve ser realizada

criteriosa avaliação da evolução clínica, bacteriológica, radiológica, adesão e história de

tratamento anterior para tuberculose.

2- Polirresistência: resistência à R ou H + outro fármaco

• Esquemas individualizados de acordo com o TS.

3- Multirresistência: resistência à RH, resistência à RH e outro(s) fármaco(s) de primeira

linha, falência(*) ao esquema básico.

(*) falência - persistência de baciloscopia positiva ao final do tratamento; fortemente

positivos (++ ou +++) no início do tratamento,

mantendo essa situação até o quarto mês de tratamento; ou positividade inicial seguida

de negativação e nova positividade a partir

do quarto mês de tratamento.

ESQUEMA PARA MULTIRRESISTÊNCIA (EMR – 2S5ELZT / 4S3ELZT / 12ELT)

S (Estreptomicina) – E (Etambutol) – L (Levofloxacina) – Z (Pirazinamida) – T (Terizidona)

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A adesão ao tratamento deve ser verificada em todas as suspeitas de falência, concomitantemente à solicitação de cultura, identificação da espécie e teste de sensibilidade.

Obs.: Em maiores de 60 anos a Estreptomicina deve ser administrada na dose máxima

de 500 mg/dia.

4- Tuberculose extensivamente resistente (XDR, do inglês extensively drug resistant):

resistência à RH + qualquer fluoroquinolona + um dos três fármacos injetáveis de

segunda linha: Amicacina, Kanamicina e Capreomicina.

• Esquemas individualizados com fármacos de reserva avaliados por profissionais

experientes no manejo desse tipo de paciente.

Informações complementares

a) Os esquemas até então denominados IR e III não serão mais utilizados.

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Permanecem as recomendações de supervisionar o tratamento e de oferecer a testagemanti-HIV para TODOS os pacientes com tuberculose.

b) Para os casos de coinfecção TB/HIV-Aids que necessitem de terapia

antirretroviral, incompatível com o uso da Rifampicina, a Rifabutina estará disponível

para a composição do esquema básico e para meningoencefalite, no lugar da

Rifampicina.

c) Os casos que necessitem de esquemas especiais ou qualquer resistência

devem ser notificados no Sistema de Informação para Tratamentos Especiais de

Tuberculose (SITETB) e devidamente encerrados no Sistema de Informação de Agravos

de Notificação (SINAN).

Nota: Outras informações mais detalhadas sobre o tratamento da tuberculose serão

publicadas pelo PNCT/SVS/MS em edição atualizada do Guia de Vigilância Epidemiológica

da Tuberculose, 2009.

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