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Sociedade Brasileira de Pediatria N o 6 Ano I Junho - Julho / 99 Departamento de Amamentação prepara concursos para pediatras 11 NOTÍCIAS Projeto elaborado pela SBP é vitorioso no Congresso 9 Em Cuiabá, o II Congresso regional 10 Publicado o Guia de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Pediatria 5 Campanha de Prevenção de Acidentes e Violência é ampliada 3 Vacinas: O cuidado é bom e a infância agradece (págs. 6 e 7) Vacinas: O cuidado é bom e a infância agradece (págs. 6 e 7) Foto: Angélica de Carvalho

NOTÍCIAS Vacinas - SBP - Sociedade Brasileira de … Sociedade Brasileira de Pediatria No 6 Ano I Junho - Julho / 99 Departamento de Amamentação prepara concursos para pediatras

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Sociedade Brasileira de Pediatria No 6 Ano I Junho - Julho / 99

Departamento deAmamentaçãoprepara concursospara pediatras

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N O T Í C I A S

Projeto elaboradopela SBP é vitoriosono Congresso

9Em Cuiabá,o II Congressoregional

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Publicado o Guia deDefesa Profissionalda SociedadeBrasileirade Pediatria

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Campanha dePrevenção deAcidentes e Violênciaé ampliada

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Vacinas:O cuidado é bom

e a infânciaagradece(págs. 6 e 7)

Vacinas:O cuidado é bom

e a infânciaagradece(págs. 6 e 7)

Foto: A

ngélica de Carvalho

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aro amigo,A SBP faz ani-

versário, neste 27de julho, já se pre-parando para maisum grande aconte-

cimento. É que no próximo ano, a entida-de completará 90 anos. Uma data, sem

ssumi a dire-toria da Co-

missão Executivado Título de Es-pecialista em Pe-diatria (CEXTEP)com o propósitode implementar

mudanças na estrutura da prova, há mui-to solicitadas por parte significativa dacategoria. A obtenção do Título de Espe-cialista em Pediatria (TEP) é um elemen-to fundamental para nossa valorizaçãoprofissional e muitas vezes indispensá-

SBP NotíciasUma publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Conselho Editorial: Lincoln Freire, Wania del Faveroe Reinaldo Martins.

Editora e coordenadora de produção: Maria CelinaMachado (reg. prof. 2.774/ MG) /ENFIM Comunicação;

Relações Públicas da SBP: Andréa de Souza;

Projeto gráfico e diagramação: Paulo Felício;

Estagiárias: Daniela Zdanowsky e Lígia Diniz;

Colaboraram nesta edição: Ana Cristina Costa,Aline Meira, Jenny Valverde, José Eudes Alencar,os fotógrafos Angélica de Carvalho, Carlos Albertoda Silva e Rogério Albuquerque.

Colaboraram também os funcionários da SBP;

Impressão: Grafline Artes Gráficas e Editora Ltda. Av.Mem de Sá 69 - Centro - Rio de Janeiro- RJ. Cep 20230-150 Tel. (021) 221-6331.

Endereço para correspondência: SBP/ Rua SantaClara, 292.Copacabana, Rio de Janeiro. CEP 22041-010. RJ. Tel./Fax (021) 548-1999.E-mail: [email protected]: http://www.sbp.com.br

palavra dopediatra em

toda a sua área deatuação é cadavez mais impor-tante, em funçãodo declínio notó-rio das Ações Bá-

sicas de Saúde no Brasil.Atuo em pneumologia pediátrica desde1982, convivendo com as doenças crô-nicas secundárias, a desnutrição, infec-ções cada vez mais difíceis de seremtratadas, a tuberculose de sempre,asma, e na última década, a aids pedi-átrica.Nossa voz tem que ser mais ouvida nosConselhos Municipais de Saúde, comu-nidades de bairros, postos de saúde.A asma necessita ser tratada globalmen-te e é fundamental o fornecimento peloSUS de antiflamatórios e broncodilata-dores a pacientes carentes e bemtriados. A valorização do nosso ato mé-dico, consulta, depende de quãoabrangente e competente ele for. Nosorganizarmos é a única saída para nos

dúvida, importante e pretendemos marcá-la com a inauguração do Memorial da Pe-diatria Brasileira, no Rio de Janeiro. Que-remos recuperar a história da especiali-dade médica que escolhemos, sem esque-cer de fatos, nem de pessoas. Pretende-mos reunir objetos, fotografias, documen-tos, enfim, todo o acervo que for possível.E sabemos que a trajetória de nossa enti-dade é parte indispensável, integrante do

caminho percorrido pela medicina espe-cializada em crianças e adolescentes nestepaís. Nosso objetivo, no entanto, não é me-ramente acadêmico – muito embora te-nhamos consciência de que este esforçopoderá embasar boas dissertações, tesese pesquisas. É que não poderíamos es-quecer da importância que a recuperaçãohistórica tem para o planejamento de nos-sas ações futuras. Na verdade, nosso gran-

de desejo – e temos trabalhado muitopara realizá-lo – é que além de marcante,o 90 º aniversário da SBP possa tambémser uma grande festa. Uma confraterni-zação para comemorar relevantes con-quistas.Um forte abraço,

Lincoln FreirePara falar com o presidente, o endereço

eletrônico é: [email protected]

vel na busca de melhores oportunidadesde trabalho.Com o objetivo de realizar uma prova ba-seada em situações clínicas do dia-a-dia,e não somente na simples memorização,o exame foi estruturalmente reformuladoe teve sua primeira aplicação em maio úl-timo. Procuramos, no entanto, manter operfil, que é o da avaliação do pediatrageneralista, com prática embasada emconhecimentos teóricos atualizados. Foimuito importante a participação dos 28Departamentos Científicos na elaboraçãoda prova.O número de questões de múltipla esco-lha foi reduzido para 60, sendo

introduzidas as dissertativas, a partir decasos clínicos simulados, com temas bá-sicos e relevantes da pediatria. Nesta pri-meira experiência, tratou-se de aleitamen-to materno, desenvolvimento neuro-psicomotor, prevenção de acidentes e vi-olência. Participaram 1660 candidatos –360 a mais do que a média dos últimosanos. O índice de abstenção também foipequeno, cerca de 5%.Também modificamos a análise dos resul-tados, que será feita de forma crítica, porestado/região e de acordo com o tempo deformatura dos candidatos, para que possa-mos avaliar os problemas específicos deformação dos profissionais e trabalhar em

conjunto com o Grupo de Ensino e Gradu-ação, Especialização e Residência Médi-ca, tentando reverter este quadro. Para ve-rificar ainda se a prova atendeu aos objeti-vos do candidato, introduzimos um ques-tionário de avaliação, distribuído aleatori-amente pelas cinco regiões do país. Estesestudos para o TEP99 ainda estão em fasede conclusão e serão brevemente divulga-dos. A diretoria do CEXTEP continuarátrabalhando com empenho, para aprimo-rar ainda mais a estrutura e aoperacionalização da prova, para oTEP2000.

Hélcio Villaça SimõesDiretor do CEXTEP

protegermos da ação das multinacionaisda saúde, que a longo prazo será muitomaléfica, a exemplo do que já aconteceem outros países.Quais são os principais problemasde crianças e adolescentes no seuestado?No Espírito Santo a educação e a saúdetêm sido pontos deficientes, com exce-ção de certos municípios “ricos”, comoa nossa capital Vitória, onde a Prefei-tura, com programas abrangendo crian-ças/adolescentes, aleitamento materno,planejamento familiar e com postos desaúde e creches bem equipadas, temserviço de referência. Nos últimos me-ses, após um colapso de atendimentono maior posto pediátrico público do Es-tado – outros dois foram fechados há umano – iniciou-se um movimento inter-municipal para melhorar o atendimen-to pediátrico.E quanto ao pediatra, quais os mai-ores desafios enfrentados?Em Vitória, temos duas faculdades demedicina, formando 200 profissionaispor ano e residência em pediatria, que,a cada ano, treina quinze especialistas.Estes ingressam num mercado de tra-

balho dominado pelo sub-emprego malremunerado. O governo estadual– mai-or empregador– paga R$600,00 pormês. Dos 633 afiliados à Sociedade dePediatria, 322 atuam em Vitória, o quedemonstra a falta de incentivo à interi-orização do profissional. Fora da capi-tal, as condições de trabalho e remune-ração são ainda piores.Os maiores desafios são manter a auto-estima profissional, ter a capacidade denos organizarmos, para que possamosbuscar melhores condições de trabalhoe remuneração.Como o sr. está vendo o trabalhodesenvolvido pela SBP?Ver nossa Sociedade atuando nas ques-tões políticas e sociais que envolvem oatendimento da criança e do adolescen-te, modernizando e dinamizando o en-sino da pediatria, nos valoriza como pro-fissionais e cidadãos. É indispensáveltransformar estas ações em mais bene-fícios para os pediatras.Quais as sugestões para o aprimo-ramento do trabalho da SBP?Que não perca de vista as questões re-gionais, mantendo contato estreito comas sociedades estaduais e criando um

PALAVRA DO DIRETOR

PALAVRA DO PRESIDENTE

plano de ação global nas áreas sociais,científica e de honorários médicos.

Mário Tironi Júnioré pediatra em Vitória (ES). Foi escolhido

aleatoriamente para participar desta seção,que a cada edição ouve um profissional.

PALAVRA DO PEDIATRA

A

Angélica de C

arvalho

C

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Rogério A

lbuquerque

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Campanha de Prevenção de Acidentes e Violência se consolidaLançada pela SBP com grande sucesso, em outubrodo ano passado em todo o Brasil, a CampanhaNacional de Prevenção de Acidentes e Violência naInfância e Adolescência entra agora numa nova fase.Falam sobre isto o Diretor de Promoção Social, João

BP Notícias, qual o balanço que os srs. fa-zem da Campanha?Dr. João Régis: Extremamente positivo. Inici-

ativas muito criativas têm ampliado a Campanha paradiferentes cidades ecreio que o momentoagora é exatamente deregionalização do movi-mento. Para isto, a Pro-moção Social firmou umcompromisso com asSociedades Estaduaisde Pediatria, que atua-lizaram sua representa-ção nesta Diretoria e seresponsabilizaram coma criação de Sub-comis-

sões regionais, se possível com o mesmo desenho daComissão Coordenadora Nacional, ou seja, com a par-ticipação dos Departamentos Científicos diretamenteenvolvidos, como os de Segurança da Criança e doAdolescente, Saúde Escolar, Adolescência e Defesados Direitos da Criança e do Adolescente.Dra. Rachel Niskier: Depois do momento inicial,quando foram realizadas atividades em quase todo opaís, conseguindo chamar a atenção da imprensa e dapopulação para o grave problema da morbidade e mor-talidade por “causas externas”, passamos por um pe-ríodo de estruturação de parcerias estratégicas. Estãoconosco a Organização Pan-Americana de Saúde, comseu fundamental apoio técnico e político; o Unicef,que além de ter confeccionado 100.000 cartazes, temdivulgado a prevenção de acidentes e violência em2.500 estações de rádio e enviou material ao Maurí-cio de Souza, para a inclusão do tema em desenhosanimados da TV Globo. O Ministério da Educação des-de o início deu seu aval ao Projeto Escola Saudável(N.D.R.: leia mais sobre isto na pág. 11) e o Ministé-rio da Saúde confeccionou outros 100.000 cartazes.Dr. José Américo: Ressalto que a SBP foi convida-da pelo Ministério da Saúde a integrar o Comitê Téc-nico Científico – um organismo interno que está ela-borando a política nacional para prevenção de aci-dentes e violência no Brasil. A Pastoral da Criança éoutro parceiro importante e já distribuiu 40.000 car-tazes nas 260 comunidades em que atua. Além disso,os cartazes foram enviados às filiadas da SBP e a vá-rias outras entidades e pessoas interessadas em cola-

FALAM OS ESPECIALISTAS

Régis, a Coordenadora Executiva, Rachel NiskierSanchez, o presidente do Departamento de Segurançada Criança e do Adolescente, José Américo de Campose a presidente do Departamento dos Direitos daCriança e do Adolescente, Célia Silvany.

borar. É preciso dizerque iniciativas con-cretas têm sido toma-das, tanto pelas Soci-edades Estaduais,como pelos membrosdos Departamentos,que têm ministradopalestras, participadode reuniões comuni-tárias, iniciado movi-mentos em hospitais eescolas. Não podemosnos esquecer também das parcerias locais, com pre-feituras, Secretarias Estaduais e Municipais de Saú-de. A prefeitura de Belo Horizonte, por exemplo, alémde promover a sinalização adequada de parques, estáenvolvida em outros projetos, como a divulgação demensagens no Jornal do Ônibus e nos painéis eletrô-nicos destes transportes.Dr. João Régis: Também já existe, por iniciativa dopresidente Lincoln Freire, uma parceria com o Con-selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde.A partir daí, contatamos a diretoria do Conasems, emBrasília, para viabilizar espaços no Congresso da en-tidade, em agosto, no Rio de Janeiro. Pretendemoscom isso, fortalecer a Campanha junto aos municípi-os, levando a estes as atividades escolares contem-pladas no projeto Escola Saudável.Dra. Rachel Niskier: O Conselho Nacional dos Di-reitos da Criança e do Adolescente (Conanda) tem nos

apoiado em impor-tantes iniciativas,abrindo espaço,por exemplo, paranossa participaçãono Encontro Naci-onal da Pastoral doMenor, em setem-bro, em São Paulo.Acho que agora de-vemos intensificaro trabalho que jávem sendo feito

por muitos pediatras, seja no atendimento direto noconsultório, seja em sala de aula ou qualquer outraatividade em que nossa palavra se faça necessária.Quanto aos eventos da própria SBP, os organizadores

têm garantido a presença da Campanha nos congres-sos e cursos.Dr. José Américo: Nos Cursos Itinerantes de Re-ciclagem Profissional, por exemplo, além de falarda prevenção, procuramos sempre contribuir paraa elaboração de projetos com a comunidade local.São ainda importantes as vitórias no Legislativo.Em Minas, a prevenção de acidentes domésticosagora é lei estadual e durante pelo menos 90 diaspor ano será realizada pelo poder público.Dra. Célia Silvany: E não podemos esquecer daenorme conquista que significa a aprovação do pro-jeto da SBP sobre o registro civil no Congresso Na-cional . Af inal , o não cumprimento de suagratuidade vem se constituindo na primeira gran-de violência à infância (N.D.R.: mais detalhes napág. 9). Depois do grande impulso que demos emrelação aos acidentes, estamos também avançandona luta contra a violência e temos trabalhado bas-tante com o poder legislativo.SBP Notícias: Como tem sido este trabalho?Dra. Célia Silvany: Em primeiro lugar, é importan-te frisar que, para coibir a violência contra crianças eadolescentes, muitasleis nacionais e inter-nacionais já existem edevemos procurarmeios para que sejamrespeitadas. Quanto ànova legislação, te-mos procurado co-nhecer os Projetos deLei (PL) e Propostasde Reforma da Cons-tituição (PEC) relati-vos à infância, que tramitam no Congresso Nacional.Recebemos cerca de 480, da Câmara dos Deputadose do Senado Federal e os organizamos por grupostemáticos. Depois da análise realizada pelos Depar-tamentos Científicos, estamos enviando cartas de apoioaos autores dos selecionados, com observações perti-nentes a cada um. Entre os resultados já obtidos, estáa revogação pelo Conselho Nacional de Trânsito daresolução que permitia a adolescentes de 14 anos di-rigirem ciclomotores de 50 cilindradas, movimento doqual a SBP participou. Além disso, a adoção da tam-pa de proteção para medicamentos é um projeto quesugerimos e espera aprovação no Congresso. n

Dr. João Régis

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Foto: C

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Dr. José Américo

Dra.Rachel Niskier Sanchez

Dra. Célia Silvany

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láudio Torós

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ogério Albuquerque

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ogério Albuquerque

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Um Hospital e muita história para contarMEMÓRIA’

idéia do Hospital Infantil surgiude uma prática muito comum emPernambuco: a roda. Facilmenteencontrada em Portugal, a roda

foi trazida para o país ainda no período

imperial e se tratava de um pequenocarrossel colocado no muro vazado deinstituições de acolhimento de criançasabandonadas. Nela, as crianças eramcolocadas em “cestinhas” pelas mãesou responsáveis, que giravam o eixo daroda e tocavam uma sineta, para que asfreiras viessem buscá-las e acolhê-lasno orfanato.

Um tradicional comerciante portu-guês, que vivia em Recife, se comoveucom as crianças abandonadas e resol-veu construir três edifícios num terre-no de 12 mil metros quadrados, doadopela Santa Casa. A princípio, Manoelda Silva Almeida tentou uma parceriacom o Real Hospital Português, para queeles levassem adiante sua idéia. Mascom uma condição: que o hospital não

Pernambuco abriga um dos mais antigos hospitais pediátricos do país. Com 70 anos defuncionamento, o Hospital Infantil Manoel da Silva Almeida é um marco da pediatria no estado e foi

fundamental para a criação da Sociedade de Pediatria de Pernambuco, em 1938. O SBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP Notíciasconta aqui um pouco desta trajetória, tão importante para o cenário da saúde infantil no Brasil.

tivesse a palavra “real”, uma vez queManoel era republicano. A imposiçãonão foi aceita e a obra acabou sendotocada de forma independente. O pri-meiro edifício foi construído para abri-

gar crianças menores; o se-gundo, chamado Casa deSaúde Maria Lucinda, foicriado como internato demeninas; e o Pavilhão SãoJosé, destinado à internaçãode meninos.

O internato de criançasmenores foi transformadoem hospital a partir da ini-ciativa do médico JoãoRodrigues, pediatra amigode Manoel, que conseguiuconvencê-lo da importânciade um hospital pediátrico noestado. Um dos episódiosgraves que evidenciaramessa necessidade aconteceuem 1912, na Casa da Provi-dência – instituição queacolhia crianças na “roda”.Pela manhã, 88 crianças be-beram uma infusãovermífuga que, após três ho-ras da ingestão, começou a

provocar sintomas de intoxicação. A di-reção da instituição decidiu chamar omédico Martins Costa, que – a princí-pio - fez o diagnóstico de embaraço gás-trico. “Uma hora depois, com o agrava-mento do quadro, dr. Martins Costa co-meçou a suspeitar de envenenamento eremeteu uma parte do vermífugo inge-rido pelas crianças para análise do de-legado. Nesse episódio, as crianças in-toxicadas tiveram que ser socorridas naCasa da Jaqueira, hospital que perten-cia à Santa Casa”, conta dr. GenildoLira, atual diretor do Hospital Infantil.

Com a inauguração, em 1929, o Hos-pital se tornou um prolongamento daCasa da Providência e um complemen-to da Santa Casa de Misericórdia. A cri-ação, em março de 1946, da Fundação

Manoel de Almeida, que hoje é presi-dida por Irene Almeida Gonçalves deOliveira - neta de seu idealizador-, se-parou a Casa da Providência do Hospi-

tal Infantil, ficando a primeira sob con-trole da Santa Casa. O Hospital passoua integrar a nova Fundação. Nesse mes-mo período, a Casa de Saúde MariaLucinda foi transformada em hospitalpara adultos.

Surge a Sociedade dePediatria de Pernambuco

(Sopepe)O Hospital Infantil foi também im-

portante para mais uma ação pioneirano estado de Pernambuco. Foi lá que,no dia 16 de junho de 1938, os médi-cos João Rodrigues, FernandoWanderley, EdécioCunha, Breno Dhaliada Silveira, ArlindoNoya e Pesivo Cunhase reuniram paradiscutir a criação deuma sociedade. Essaentidade, de acordocom a ata da reu-nião, teria como ob-jetivos o estudo dosproblemas de saúdee a cooperação comas instituições deamparo às mães ecrianças necessitadas. Dois dias depois,a reunião de fundação da Sopepe reu-nia seus primeiros associados, entreeles o médico Otávio de Freitas, consi-derado sócio-fundador da instituição.“Nos 61 anos de atividade da entidade,os trabalhos só foram interrompidos uma

vez, durante a Segunda Guerra Mundi-al, para a qual alguns pediatras foramenviados”, conta dr. Genildo Lira.

Nos 70 anos do Hospital InfantilManoel da Silva Almeida adiretoria foi ocupada porquatro médicos. O primei-ro deles foi o dr. JoãoRodrigues, que esteve àfrente desde a inauguraçãodo hospital até sua morte,

17 anos depois, e foi um dos fundado-res da Sopepe. Logo em seguida, o mé-dico Frederico Carvalheira, que traba-lha há 55 anos na instituição, assumiua diretoria por um curto período. De-pois dele veio a administração mais lon-ga: foram 41 anos com o dr. ArthurCoutinho à frente do hospital. Com suamorte, o hospital ficou dois anos semdiretor, até a posse do dr. Genildo Lira.

Atualmente, o Hospital conta com 45leitos e oito médicos, além das especi-alidades de cirurgia, urologia, ortope-dia, cirurgia plástica reparadora – to-das em pediatria. O Hospital Infantil, aCasa de Saúde e a Fundação funcionam

com 252 funcionários, incluindo 104médicos no ambulatório e 15 freiras. Oantigo Pavilhão São José está fechado eserá reformado em breve. “Logo queestiver concluída a obra, passará a aten-der pelo Sistema Único de Saúde (SUS)conta o diretor Genildo Lira. n

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No Manoel da Silva nasceu a pediatria em Pernambuco

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Defesa Profissional implementa propostas do I FórumA primeira é a publicação do GuiaGuiaGuiaGuiaGuia, consolidado a partir de documentos da Comissão Estadual do Médico deMinas Gerais. Os sócios quites da SBP o estão recebendo, encartado nesta edição do SBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP Notícias. A segundaé a divulgação do texto abaixo sobre o sistema norte-americano de gerenciamento da saúde, assumido comoposição oficial do Departamento de Defesa Profissional da SBP e elaborado por um de seus membros, o drEduardo da Silva Vaz, que também é presidente da Sociedade de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.

são do que corporações compostas por acionistas. Es-tas corporações, com o argumento de que os gastos coma saúde na América estavam aumentando velozmente,surgiram para controlar os custos. Outra face de suapropaganda institucional é de que estas empresas cui-dam da saúde e não da doença, ao contrário do modeloatual.

No entanto, as H.M.O. são empresas de capital aber-to - em que seus presidentes ganham milhões de dóla-res anuais - com a finalidade de impedir o acesso livredos pacientes ao atendimento médico-hospitalar, deacordo com denúncia da USA Family, uma entidade dedefesa do consumidor de Washington. As empresas di-ficultam o uso por parte dos pacientes da tecnologia deponta, impedem o livre acesso dos usuários aos espe-cialistas, com o objetivo de “maximizar lucros”. A do-ença passa a ser considerada mercadoria. Em algunsestados americanos, estas organizações já estão ope-rando, inclusive, no serviço público.

Com a regulamentação dos planos de saúde, estasempresas, com o aval do Governo e do Congresso, jáoperam em nosso país. O mercado para as H.M.O. nosEstados Unidos já está saturado. No momento há umagrande reação, por parte dos usuários, médicos e seto-

REPORTAGEM / ENTREVISTA

om o objetivo de levar à prática as decisões do IFórum de Defesa Profissional da SBP, realizadoeste ano, no Rio de Janeiro, a diretoria e o Depar-

tamento de Defesa Profissional se reuniram, com a pre-sença do presidente da entidade, Lincoln Freire e di-vidiram as questões em sete grupos: ações que depen-dem apenas da SBP; ações junto à Associação MédicaBrasileira (AMB); ao Ministério da Saúde; à Unimed;aquelas que se referem à educação continuada/ensi-no; as que dependem de outras entidades como os Con-selhos Regionais de Medicina, Sindicatos e Associa-ções e as que dependem do poder público de uma ma-neira geral.

Segundo a diretora e agora também presidente doDepartamento de Defesa Profissional da Sociedade (jáque o dr. Arnaldo Pineschi solicitou licença do cargo),Eliane de Souza, foram também definidos prazos e res-ponsabilidades para cada uma destas atividades. Comoconseqüência, na última reunião conjunta da diretoriacom o Conselho Superior da SBP, constituído pelos pre-sidentes das filiadas (ver mais informações na pág. 10),foram trocadas informações e designadas tarefas paraas direções dos estados.

Ficou a cargo dos presidentes das sociedades depediatria estaduais – que receberam o protocolo de ne-gociação – agilizar os entendimentos com as Unimedslocais. Para isto, ficou estipulado o prazo de até pri-meiro de outubro deste ano. Também ficaram defini-das como responsabilidades destes a criação das câ-maras técnicas de pediatria nas Unimeds e nos Conse-lhos Regionais de Medicina, diferenciando sempre oatendimento pediátrico, que é mais amplo do que umaconsulta médica. A indicação da diretoria é tambémpara que, até a próxima reunião do Conselho Superior,sejam criados Departamentos de Defesa Profissionalnos estados. Foi também distribuído um roteiro para acriação de cooperativas. As filiadas receberam aindaum projeto para tabela SIA/SIH/SUS, sobre a remune-ração dos pediatras em seus procedimentos.

Pediatra, diga não ao managed care!O managed care ou cuidado gerenciado surgiu nos

Estados Unidos há três décadas, tendo sido intensifi-cado nos últimos dez anos com as H.M.O. (organiza-ções gerenciais de saúde, em português), que nada mais

res governamentais americanos, contra esta forma degerenciamento de saúde que nega atendimento aos pa-cientes.

Em abril de 1999, o jornal New England abordou oassunto em artigo intitulado “A Exportação do Managedcare para a América Latina”, em que o articulista cha-ma a atenção para o interesse tanto do FMI quanto doBanco Mundial na implantação desta forma perversade gerenciamento na América Latina, favorecendo em-préstimos aos países que se sujeitarem, como o Brasil,a este tipo de administração.

No Brasil, pelo menos três organizações já estão atu-ando no momento: CIGNA (associada à Golden Cross),AETNA (associada à Sul América) e PRUDENTIAL(associada à Bradesco).

O que tem a ver o managed care com os pediatras?Muito: nos Estados Unidos, o pediatra é consideradoespecialista. Porém, no Brasil, pela cultura de nossopovo, a estratégia destas empresas será outra.

O pediatra, no sistema de capitação (pagamento porcabeça), terá a responsabilidade de cuidar de um de-terminado número de pacientes, por um valor fixo men-sal. Todo risco ficará por conta do pediatra, que serámonitorado por um executivo da H.M.O.. O médico nãoterá a liberdade de encaminhar seus pacientes aos exa-mes necessários, deverá sempre submeter-se ao con-trole da seguradora. As crianças somente poderão seratendidas por especialistas na área de pediatra comsua anuência. O pediatra arcará com os custos do en-caminhamento, quando excederem os previstos pelaH.M.O..

Este modelo além de ser anti-ético, pois coloca oprofissional sob o jugo de um burocrata, funcionárioda seguradora, rompe claramente com a relação médi-co-paciente, obrigando o usuário a se consultar sem-pre com o mesmo médico. Além disso, quando os pedi-atras não cumprirem as metas das H.M.O., poderão serdispensados e substituídos por um novo provedor. Istofere a autonomia profissional.

Pediatra, diga não ao managed care, não se iludacom a garantia de um nicho de atendimento, estas em-presas somente visam o lucro, não respeitando nem omédico nem o paciente. Devemos lutar, sim, pela auto-nomia profissional e pela livre escolha do pediatra, pelopaciente. n

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Toda atenção às vacinas!14 de agosto é o dia da Campanha Nacional de Vacinaçãocontra a Poliomielite para menores de cinco anos. Aproveitandoa data, a Sociedade Brasileira de Pediatria lembra que o idealé imunizar as crianças o mais precocemente possível, inclusivena maternidade, como no caso da hepatite B e da BCG. Quantoà poliomielite, novos registros da doença em Angola levam oMinistério da Saúde (MS) a recomendar a intensificação dasações de vigilância epidemiológica e o aprimoramento da

perdidas: momentos em que a vacinação poderia serindicada e que são esquecidos – como, por exemplo,em um atendimento de emergência em pronto-socorro,em uma internação hospitalar e nas escolas”. E acres-centa: “os responsáveis devem procurar os serviços desaúde e não apenas ficar esperando pelas campanhasde vacinação”.

O fantasma da poliomieliteEm 1994, o Brasil recebeu o Certificado de

Erradicação da Poliomielite, segundo decisão da XXIVConferência Sanitária da OPAS. Desde 1990 não sãoregistrados casos. Mas a reintrodução do vírus selva-gem da pólio pode se dar a qualquer momento. “Avigilância da pólio no País está fraca. Muitos casos deparalisia flácida aguda, cujos sintomas podem ser con-fundidos, não estão sendo corretamente investigados”,alerta o dr. Reinaldo Martins, membro do Comitê As-sessor de Imunizações do Ministério da Saúde (MS) e

do Conselho Acadêmico da SBP. Ele chama atençãoainda para o risco iminente do surgimento de casos dadoença aqui, em virtude do surto atual em Angola –um dos maiores dos últimos tempos. Até o dia 13 demaio, 882 casos já haviam sido notificados, com 52mortes, na epidemia que começou em março. A preo-cupação aumenta quando se sabe que existem vôos re-

gulares para o Rio de Janeiro e São Paulo, de ondepartem para outros estados. As autoridades locais e oConsulado de Angola já estão em alerta, a fim demonitorar esses grupos e também os brasileiros queviajam regularmente para lá, como os funcionários daConstrutora Odebrecht.

Um outro agravante é que este ano, por causa dolançamento da campanha de vacinação dos idosos, osdias nacionais de vacinação contra a pólio – que tradi-cionalmente aconteciam em junho e agosto – foramadiados. A segunda etapa da vacinação será no dia 16de outubro. Para o dr. Reinaldo, a situação é extrema-mente grave e requer grande zelo.

Sarampo e rubéola ainda preocupamA literatura médica aponta o sarampo como uma

das principais causas de morbidade e mortalidade en-tre crianças menores de cinco anos nos países subde-senvolvidos. A OMS estima que, a cada ano, ocorram45 milhões de casos da doença em todo o mundo, re-presentando quase dois milhões de mortes. No Brasil,a vacina contra o sarampo começou a ser introduzidaem 1967, mas só veio a ser implantada definitivamen-te em 1973, com a criação do PNI. Segundo dados daCoordenação de Vigilância Epidemiológica do MS, acobertura vacinal média contra o sarampo para crian-ças menores de um ano na década de 80 ficou em tornode 65%. De 1990 a 1998, a taxa de cobertura subiupara 96,38% no mesmo grupo etário. As coberturas,contudo, não são homogêneas e escondem áreas comíndices baixos.

Desde 1968, o sarampo é uma doença de notifica-ção compulsória no Brasil e continuou sendo uma dasprincipais causas de mortalidade na infância até o iní-cio da década de 90. Apesar das campanhas realiza-das e do decréscimo no número de casos até 1996, em1997 uma preocupante epidemia da doença estendeu-se por quase todos os estados brasileiros, com 54.157casos confirmados – a maioria em adultos jovens nafaixa de 20 a 29 anos, que nasceram na década de 70,quando as coberturas vacinais eram baixas; tambémforam acometidas crianças com menos de um ano ain-da não vacinadas.

Esse episódio demonstra que o sarampo ainda re-

CAPA

imunização. A SBP participa do recém-lançado Plano deErradicação do Sarampo até o ano 2.000 e convida todos oscolegas a se integrarem neste esforço. Sobre a febre amarela, éimportante registrar que, pela primeira vez, a vacina estarádisponível nos postos de saúde do país para crianças a partirde nove meses. Isto porque o mosquito Aedes está cada vezmais presente no Brasil e países vizinhos. Este ano foramregistrados casos de febre amarela urbana na Bolívia.

m 1990, o Brasil participou da Reunião da Cú-pula Mundial das Nações Unidas em Favor daInfância – que reuniu 158 países em NovaIorque – sendo signatário da Declaração Mun-

dial sobre Sobrevivência, Proteção e Desenvolvimentoda Criança, assumindo 26 metas para o ano 2.000, amaioria referentes às políticas de saúde para a infân-cia e adolescência e assistência materno-infantil. Valedestacar o declínio da mortalidade infantil por doen-ças imunopreveníveis na faixa até cinco anos de idadee a erradicação da poliomielite nas Américas.

O fato é que nunca se vacinou tanto no Brasil. Es-tatísticas oficiais demonstram que as taxas de cobertu-ra nas campanhas costumam ser iguais ou superiores a90%, muito embora os números escondam aheterogeneidade deste universo. Segundo a dra. Mariade Lourdes de Sousa Maia, coordenadora do ProgramaNacional de Imunizações (PNI) do MS, a cada campa-nha são distribuídos em média 32 milhões de doses devacinas contra a poliomie-lite. No dia 14 de agosto, aestimativa do governo é que16.341.557 crianças de atécinco anos sejam vacina-das. Um nítido avanço, secomparado às coberturas dedécadas atrás. É bem ver-dade que esse progressonão é uniforme e está lon-ge de ser o ideal. O relató-rio “Saúde nas Américas”,divulgado em 1998 pelaOrganização Pan-America-na da Saúde (OPAS), apon-ta o Brasil ainda como focode doenças transmissíveisque já poderiam estarerradicadas do continente.

Dr. Eduardo S. Carvalho, presidente do Departa-mento Científico de Infectologia da SBP e professor daEscola Paulista de Medicina/ UNIFESP, chama a aten-ção para a importância de que pediatras e pais estejamconscientes de suas responsabilidades. “Um aspectoimportante diz respeito às chamadas oportunidades

Foto: A

ngélica de Carvalho

E

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presenta um sério problema de saúde pública no Paíse um desafio para as autoridades. A partir de 1998, aOPAS passou a recomendar a seus países-membrosuma ação mais intensa, com a adoção do Plano deErradicação do Sarampo, tendo como meta acabar coma doença até o ano 2.000. No Brasil, a SBP participado projeto, para o qual pretende mobilizar também associedades de pediatria estaduais. A dra. ElizabethDavid, membro do Grupo Técnico das DoençasExantemáticas e Febris do MS,,,,, destaca algumas açõesestratégicas: “O Plano tem como base, entre outrosaspectos, a mobilização de recursos e parcerias cominstituições de pesquisa e organismos internacionais,um maior controle das atividades de vigilânciaepidemiológica, com estratégias específicas de veri-ficação de suscetíveis e a manutenção de coberturasvacinais iguais ou superiores a 95% em todos os mu-nicípios brasileiros”. Em 1998, segundo o MS, foramregistrados 8.875 casos de sarampo. Este ano, atéjunho, os dados preliminares confirmaram 124 casos.O MS criou um grupo-tarefa para o acompanhamentodo sarampo e contratou um técnico em cada estadopara monitorar a doença.

Quanto à rubéola congênita, está prevista a inten-sificação das ações que visam eliminá-la, com vaci-nação massiva das crianças em certas faixas etárias,além das puérperas nas maternidades. A intro-dução da vacina Tríplice Viral (Sarampo, Rubéola eCaxumba), aplicada a partir dos 15 meses de idade, éarma importante no controle dessas doenças, já es-tando disponível na rede pública de diversos estados.

Vigilância contra a febre amarelaA febre amarela é uma doença infecciosa viral

sistêmica, de aparecimento súbito e transmitida atra-vés de picadas de mosquitos. A expressão clínica dadoença pode manifestar-se em graus variáveis de com-prometimento. Podem ocorrer desde sintomas leves einespecíficos, até manifestações graves, com osurgimento de fenômenos hemorrágicos diversos, ic-terícia e disfunção renal aguda.

Há dois mecanismos distintos envolvidos na trans-missão da doença, caracterizando o ciclo silvestre e ociclo de transmissão urbana. A transmissão da febreamarela em ambiente urbano no Brasil não ocorre des-de 1942. Entretanto, o vetor implicado na cadeia detransmissão da doença em área urbana – o mosquitoAedes aegypti – encontra-se presente em todos os es-tados brasileiros, em 2.921 municípios, causando epi-demias de dengue – outra doença viral por ele trans-mitida – a partir de 1981.

Desde 1988 casos de febre amarela silvestre têmsido registrados nas áreas endêmicas (Acre, Amazo-nas, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).No ano passado, segundo o MS, foram confirmados 34casos e 15 óbitos nos estados do Pará, Roraima, Ama-zonas e Mato Grosso. A gravidade da situação levouà elaboração do Plano de Intensificação da Vacinação

contra a Febre Amarela. Em 1998, foram vacinadas11.510.831 pessoas no País, correspondendo a 29%da população programada (dados do PNI). Contudo,a população de maior risco (acima de 15 anos) conti-nuou desprotegida, pois a vacinação atingiu basica-mente os menores de 15 anos – o que confirmaas dificuldades em relação à imunização deadultos e a necessidade de buscar estraté-gias para mudar esse quadro. Outro fatorque contribui para a transmissão do vírusamarílico é o difícil controle do vetor. Atéjunho deste ano, foram detec-tados 34 casos de febre ama-rela silvestre.

A febre amarela é umadoença sujeita ao Regulamen-to Sanitário Internacional. Todo casosuspeito deve ser notificado imediata-mente. Pacientes com quadro febril deinício súbito acompanhado de icterícia,que apresentem pelo menos um dos seguintes acha-dos clínicos ou laboratoriais – sinal de Faget(dissociação pulso-temperatura), epistaxe,gengivorragia, hematúria, hematêmese, melena,albuminúria e oligúria – devem ser considerados sus-peitos. Nas datas da campanha nacional de vacina-ção, os estados da Região Norte estarão intensifican-do a aplicação da vacina contra a febre amarela. OPará já iniciou o esquema. Outros estados estão ouestarão incorporando a vacina ao seu calendário, de-pendendo da situação epidemiológica local.

Idade Nº de doses IntervaloA partir donascimento

Vacina contra Hepatite B

3 0-1-6 meses

* reforços a cada dez anos. Em casos de epidemia, a vacinação contraa febre amarela pode ser antecipada para os seis meses de idade.

Idade Nº de doses

9 meses ou mais * única

Vacina contra febre amarela / MS

mais sérias complicações da Hepatite B é o câncerhepático. Isto torna a responsabilidade do pediatramaior na indicação da vacina”, alerta. Entretanto,ele reconhece que, na prática, a mudança ainda não

foi assimilada. “Precisamos consolidar estaconquista para o bem tanto de nossas cri-

anças, como de toda a população”, diz.Para a dra. Maria de Lourdes, do PNI,a baixa cobertura deve-se a dois fa-tores: a dificuldade em implantar

a vacina nas maternidades e ointervalo de seis meses

entre as doses, o quefaz com que muitas cri-

anças não retornem.“Precisamos do auxílio dos

médicos”, desabafa.O dr. Reinaldo Martins

acrescenta: “É preciso ampli-ar o enfoque além da criança”.

Para ele, uma boa estratégia de mobilização seria apro-veitar o momento do nascimento, não apenas para va-cinar a criança contra a hepatite B, mas para esten-der a cobertura vacinal também aos pais, imunizan-do-os contra o sarampo e a rubéola. “A maternidadeé um ponto de encontro natural entre a população e oserviço de saúde. Devemos valorizar e tirar o máximoproveito deste momento, fazendo todas as vacinas pos-síveis”, simplifica. “É preferível vacinar, independen-te de sorologia. A vacina não irá fazer mal”.

O MS informa que a vacina contra hepatite B jáestá disponível nos postos de saúde em todo o Brasile será aplicada juntamente com a primeira dose davacina contra a pólio nos menores de cinco anos, emagosto, na Região Norte. A vacinação nessa Regiãoserá estendida às escolas, abrangendo as faixas etáriasaté 15 anos, como comumente é realizado.

Haemophilus influenzae b (Hib)O MS informa ainda que a vacina que protege con-

tra a infecção pelo Haemophilus influenzae b (causamais freqüente de meningite em crianças até cincoanos), já foi distribuída em vários estados, entre eles,Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba eCeará – que já iniciaram as vacinações ou poderãofazê-lo a qualquer momento. Alguns estados preten-dem aproveitar a campanha da pólio. Outros darãoinício à cobertura ainda no mês de julho. Países comoa Finlândia, França, Alemanha e os Estados Unidos,que utilizam rotineiramente a vacina, praticamenteafastaram esta grave ameaça de seus territórios. n

Alerta para a hepatite BA hepatite do tipo B é uma doença que o pediatra

normalmente não vê, porque na maioria das vezes nãoapresenta manifestações clínicas, vindo a acarretaroutras complicações na adolescência ou na idade adul-ta. A transmissão da hepatite B da mãe para o filho –chance de cronificação em torno de 90% – pode serevitada com a aplicação da vacina nas primeiras dozehoras após o nascimento, ainda na maternidade, damesma maneira que é aplicada a vitamina K. Emuma das coxas aplica-se a vitamina K e na outra aprimeira dose da vacina contra a hepatite B. O MS e aSBP recomendam essa conduta.

Segundo o dr. Eduardo S. Carvalho, os pediatrasprecisam se conscientizar da importância da vacinanos primeiros momentos de vida, pois quanto maiscedo o indivíduo adquire o vírus da doença, piores asconseqüências, aumentando as chances de complica-ções no futuro. “É importante lembrar que uma das

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ENTIDADES

Vem aí o Centro deTreinamento em Serviços!

Dr. Lincoln Freire esteve presente no último Congresso Uruguaio de Pediatria, quando teve a oportunidade deexpor as principais ações da Sociedade Brasileira. Participou também da reunião de presidentes do Cone-Sul, que ao final, elaborou a seguinte Carta conjunta:

DECLARAÇÃO DE MONTEVIDÉUAs Sociedades de Pediatria da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai realizaram, nesta data,durante o 22º Congresso Uruguaio de Pediatria, sua reunião anual de avaliação e continuidade do Convêniode Cooperação das Sociedades de Pediatria do Cone-Sul.

Da mesma forma que em oportunidades anteriores, analisou-se a evolução dos cuidados com a saúde decrianças e adolescentes na região e planejaram-se as ações conjuntas, que se desenvolverão no futuro.

Um assunto importante analisado foi o processo de capacitação, certificação, educação continuada e re-certificação dos recursos humanos necessários para o adequado desenvolvimento das políticas de saúde.

Neste sentido, o conjunto das Sociedades manifesta sua preocupação com as propostas direcionadas a subs-tituir a pediatria, tanto no seu papel de promotora da saúde no primeiro nível de atenção, como na suaresponsabilidade pela formação dos recursos humanos necessários para sua concretização.

Se as políticas que propõem estas mudanças não se reverterem, os cuidados com a saúde de crianças eadolescentes estarão sendo entregues a profissionais com formação menor do que a necessária e possível emnossos países.

As Sociedades de Pediatria do Cone-Sul assumem o compromisso de alertar sobre estes riscos e decidempromover, com o conjunto da população e os organismos responsáveis pela saúde pública e pela formação dosrecursos humanos (universidades, serviços de saúde e sociedades científicas), as ações necessárias parareverter esta situação. Trata-se de um retrocesso injustificável, que compromete conquistas obtidas ao longodeste século.

Montevidéu, 16 de maio de 1999.

Dr. Osvaldo A. Blanco (Argentina), Dra. Ruth Maldonado (Bolívia), Dr. Juan José Latorre Larenas (Chile) Dr.Antonio Arbo Sosa (Paraguay), Dr. Lincoln Marcelo Silveira Freire (Brasil), Dr. Antonio Nairac (Uruguay)

Dra. Conceição Segre, diretora de Intercâmbio Inter-nacional da SBP, explica que os sócios brasileiros quese filiam à AAP têm os mesmos direitos que os sóciosamericanos, ou seja, a participar dos Comitês, a tari-fas reduzidas para encontros, na assinatura doPediatrics e na aquisição do Red Book. Além disso,recebem o AAP News e as comunicações da Academia

Elaborado diagnóstico de residênciasO Programa Nacional de Reconhecimento de Residência eCredenciamento de Especialização e Aperfeiçoamento emPediatria da SBP já concluiu o levantamento dos serviços dopaís que oferecem residência. Segundo a dra. Vera LúciaBezerra, coordenadora do Grupo de Trabalho que trata dosProgramas, são 119 e destes, 109 credenciados pelo Minis-tério da Educação. O estudo mostra ainda que para residên-cia de terceiro ano (R3), é na área de Neonatologia que existeuma maior disponibilidade de serviços, seguida por TerapiaIntensiva e Pneumologia. Além disso, são 64 os serviços quetambém oferecem os estágios. O Manual de Credenciamentoestará em breve disponível na Sociedade Brasileira e nasestaduais. Os serviços que quiserem se credenciar serão vi-sitados e avaliados, de acordo com os novos critérios e requi-sitos, a partir do segundo semestre de 1999.

Manual de ProcedimentosAdministrativos e Financeiros

Entrou em vigor no dia 1o de junho o Manual de Procedimen-tos Administrativos e Financeiros da SBP. O dr. José Orleans,assessor da presidência, explica que o objetivo é tornar trans-parentes os atos administrativos. O Manual trata da admis-são e demissão de funcionários, regulamenta compras e even-tos, cuida das atividades que envolvem contas, aplicaçõesbancárias, despesas e receitas. É válido para a sede (RJ) epara os escritórios regionais. Estará à disposição das filiadas,que poderão adquirir cópias.

O SBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP Notícias inaugura esta coluna, para es-clarecer dúvidas recorrentes de sócios.

Como obter o Título de Especialista com áreade atuação ( em subespecialidade pediátri-ca) da AMB?

As novas normas aprovadas em Assembléia daAMB em dezembro de 1998 visam unificar os Tí-tulos de Especialista, mas causaram algumasincompreensões entre os sócios da SBP. Existemduas fases nesse processo:

1. Requerimento de emissão do certificado:n O candidato aprovado deverá dirigir-se àFederada da AMB de sua região levando xeroxda identidade do Conselho Regional de Medici-na (CRM) e a declaração de aprovação no con-curso, emitida pela sociedade de especialista (ex:aprovado pela SBP na prova de Título de Especi-alista em Pediatria com Área de Atuação em Pneu-mologia Infantil);n Preencher o requerimento específico fornecidopela Federada;n Pagar as taxas estabelecidas pela AMB, deR$40,00 para sócios da AMB e R$200,00 paranão-sócios da AMB.

2. Confecção do certificado: a AMB se res-ponsabiliza pela confecção do mesmo, ao custode R$45,00 por diploma (adicionais às taxas eemolumentos cobrados acima).

SBP RESPONDE

Data Evento Local Contato

Agosto VI Congresso Paraibano de Pediatria João Pessoa /PB (0xx83) 225-381105 a 08

Agosto III Curso Internacional de Otorrinolaringologia Pediátrica Foz do Iguaçu / PR (0xx41) 329-221419 a 21 s

Setembro XII Congresso Latino-americano de Salvador / BA (0xx71) 245-347708 a 1108 a 11 Doenças Sexualmente Transmissíveis

VI Conferência Pan-americana de Aids

Setembro II Congresso Nacional de Pediatria: Região Centro-oeste Cuiabá / MT (0xx65) 623-4709 / 624-372508 a 12 I Congresso Matogrossense de Pediatria

Outubro II Congresso de Pediatria do Cone Sul Porto Alegre / RS (0xx51) 336-185008 a 12

Outubro Curso Nestlé de Atualização em Pediatria Foz do Iguaçu / PR10 a 15

Temas como pneumologia, alergia e neonatologia serão abordados em mesas-redondas e colóquios. Poderão participarmédicos de todas as regiões do país, isentos de taxa. Os interessados devem preencher a ficha de inscrição e remetê-la paraa Caixa Postal 21.288 (Cep: 04602-970, São Paulo/ SP) ou para o fax (0xx11) 5508-7657, ou então entregá-la aoRepresentante de Nestlé - Nutrição Infantil. Podem ainda enviá-la pela Internet, no site www.nestle.com.br/nutricaoinfantil.

AGENDA

(News Letters), figuram na listagem anual dos associa-dos e recebem um cartão de sócio internacional. Aanuidade é de U$60,00 ou U$165,00, por três anos, oque, vale lembrar, significa um custo muito inferior aoque é pago nos Estados Unidos. Interessados devementrar em contato com a secretaria da SBP, no telefone(21) 548-1999.

Os direitos do sócio internacional da Academia Americana○ ○ ○

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NOTICIAS DE BRASILIA

O Senado e a Câmara dosDeputados aprovaram o pro-jeto 553/99, elaborado pelaSociedade Brasileira de Pe-diatria (SBP) e apresentado pelo deputado AgneloQueiroz, da bancada de Brasília, que altera a Lei9.534/97, estabelecendo punição aos cartórios quea descumprirem. Trata-se da gratuidade do regis-tro e da expedição das certidões de nascimento eóbito no país. As sanções – que receberam emen-das também de outro parlamentar – terão as se-guintes gradações: advertência, multa (a ser esti-pulada pelo Tribunal de Justiça do estado), sus-pensão das atividades por 90 dias, prorrogável pormais 30 e perda da delegação de funcionamento. Oprojeto agora só depende da sanção presidencial,“que esperamos aconteça o mais rapidamente pos-sível”, frisa Lincoln Freire.

A estimativa é que, a cada ano, cerca de um mi-lhão de crianças deixam de ser registradas no país.“Um milhão que sobrevivem sem ter acesso ao direitoelementar de possuir registro oficial. Privados dessedireito, que é pré-requisito para todos os demais. Sãocrianças que morrem distantes das nossas estatísti-cas e, consequentemente, dos planejamentos desti-nados a promover a saúde infantil”, alerta o presi-dente da SBP. Por isto, juntamente com Dioclécio Cam-pos Júnior, presidente do Departamento Científico dePediatria Ambulatorial, procurou o Poder Legislati-vo: “Foi o deputado Agnelo quem deu forma e traba-lhou, dentro do Congresso, para esta vitória”, conta,adiantando que a Sociedade tem contatado outros par-

Humanização HospitalarO Ministério da Saúde – a partir da comissão

da qual fazem parte a Área de Saúde da Criançae Aleitamento Materno, Secretaria de Assistên-cia à Saúde e a SBP – está avaliando projeto dehumanização da assistência da criança hospitali-zada. O objetivo é diagnosticar a realidade doatendimento hoje prestado e traçar metas que as-segurem o cumprimento das normas internacio-nais, como acompanhamento familiar 24hs eludoterapia. A proposta inclui a criação de umselo – designado em conjunto pelos Ministérios

da Saúde e Educação aos hospitais que atenderem aestes critérios – e de uma linha de financiamentopara a abertura e/ou qualificação/ampliação dos re-cursos assistenciais nas áreas de intervenção no de-senvolvimento infantil.

CONANDA - III Conferência Nacionaldos Direitos da Criança e do Adolescente

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e doAdolescente (Conanda) estará realizando, entre os dias22 e 26 de novembro deste ano, em São Paulo, sua III

SBP EM AÇAO~

lamentares pediatras e médi-cos em geral, para discutirtambém outros projetos de in-teresse da infância e da cate-

goria profissional: “Temos sido muito bem recebi-dos”, comenta.

A SBP participa ainda da preparação da Sema-na Nacional do Registro Civil, marcada para acon-tecer de 11 a 15 de outubro em todo o país. Seráuma mobilização que, nos moldes das campanhasde vacinação, vai informar a população sobre agratuidade e alertá-la para a necessidade de se re-gistrar. Este movimento está sendo organizado peloMinistério da Saúde, Ministério da Justiça, Minis-tério da Educação, Casa Civil, Secretaria de As-sistência Social, Senado, Câmara dos Deputados,CNBB, Andi, Pró-Mundo e Unicef, além da Socie-dade Brasileira de Pediatria.

Congresso Brasileiro de PediatriaEnvie suas sugestões!

O XXXI Congresso Brasileiro dePediatria será realizado entre osdias 7 e 13 de outubro de 2.000,em Fortaleza, no Ceará. Com o tema“Pediatra de Mãos Dadas com a

Criança – Novos Tempos”, o encon-tro terá caráter não apenas científico,

mas também social, buscando ainda mais a valoriza-ção do profissional. A informação é do Dr. João Borges,presidente da Sociedade do Ceará e organizador doevento.

A Comissão Científica, formada pelo dr. Nelson Ro-sário Filho e pela dra. Anamaria Cavalcante e Silva,informa que o Congresso será composto de 64 mesasredondas, 64 colóquios e vários cursos. O dr. JoãoBorges destaca ainda a tradicional hospitalidade dopovo cearense e informa que o Centro de Convenções,onde será realizado o Congresso, acaba de ser reforma-do, estando com sua capacidade dobrada e inteiramen-

Ato Público pelo Direito de Nascere Viver com Saúde

A SBP e a Federação Brasileira de Ginecologia eObstetrícia (Febrasgo) estão organizando um ato públi-co, a ser realizado no dia 12 de outubro deste ano, emFoz do Iguaçu. Preparam também um documento compropostas para diminuir os índices de mortalidadematerna e neonatal no Brasil, a ser entregue ao Minis-tro da Saúde.

O Dr. Benjamin Kopelman, presidente do Departa-mento de Neonatologia da SBP, explica que a mortali-dade neonatal – ocorrida até o primeiro mês – é a mai-or na população infantil do país. No documento a serentregue figuram como principais objetivos o incenti-vo ao pré-natal e a melhoria das condições dos hospi-

Venha fazer parte deuma grande sociedade!

Cerca de 12 mil pediatras de todo o país estarão, embreve, recebendo um convite para se associar à SBP. Notexto estão descritas as vantagens da filiação, como orecebimento de publicações, desconto na assinatura doPrograma Nacional de Educação Continuada em Pedia-tria (Pronap), pesquisa bibliográfica gratuita e outros ser-viços do Centro de Informações Científicas, redução datarifa de inscrição para os Títulos de Especialista, des-contos na obtenção do Programa de Consultório, na taxade inscrição em congressos, cursos e encontros e na as-sociação à Academia Americana de Pediatria e a isen-ção de pagamento nos Cursos Itinerantes de Reciclageme Atualização.

te climatizado. Acrescenta ainda que tem como meta arealização de um evento bastante participativo e, paraisso, solicita que todos respondam a mala direta,encartada no último SBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP Notícias, colaborando comsugestões de temas e professores.

Conferência Nacional. Com previsão de cerca de700 participantes, o encontro trará como principaltema a avaliação das conferências anteriores, as-sim como a análise do Estatuto da Criança e doAdolescente desde sua criação, em 1990.

O Conanda é um conselho paritário, sendo com-posto por vinte entidades titulares, das quais dezsão governamentais e dez da sociedade civil. Naúltima eleição, a SBP foi a segunda titular maisvotada. É representada pela dra. Rachel NiskierSanchez, do Departamento de Defesa dos Direitosda Criança e do Adolescente da Sociedade.

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tais, maternidades e salas de parto, assim como a pró-pria reciclagem profissional dos pediatras que atuamdurante o parto. São ainda metas o incentivo ao aleita-mento materno e a diminuição da incidência decesáreas.

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Vitória no Congresso Nacional!Aprovado projeto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria

Agora a lei da gratuidade do registro civil será cumprida

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FILIADAS

Atualize sua inscrição na SBP

1. Faça um depósito em favor da Sociedade Brasileira de Pediatria na conta nº 029292-3 da agência nº 0227-5 do Bradesco (para saber o valor da anuida-de, integral ou parcelada em duas vezes, telefone para 0xx21.548-1999 / Setor de Cadastro da SBP);

2. Preencha os dados do cupom abaixo;

3. Envie cópia do comprovante do depósito pelo fax 0xx21.548-1999 ou pelo Correio, juntamente com o cupom preenchido ou reprodução deste.

Você sabia?Na Sociedade Brasileira de Pediatria, não existem débitos anteriores. Cada inscrição vale por um ano e pode ser feita emqualquer mês. Se você é sócio e não está quite, siga o roteiro abaixo e voltará a obter os benefícios de ser associado de uma dasmaiores entidades médicas do mundo:

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Conselho Superiorse reúne em Vitória

Realizada, dias 18 e 19 de junho, emVitória, reunião conjunta da diretoria ple-na, coordenadores de Comissões e Gru-pos de Trabalho e do Conselho Superiorda SBP - integrado pelos presidentes das

Vem aí o II CongressoRegional de Pediatria

“Crescer no Brasil Central” será o temado II Congresso Nacional de Pediatria: Re-gião Centro-oeste / I Congresso da Socieda-de Matogrossense de Pediatria, de8 a 11 de setembro em Cuiabá(MT). Na programação científicaestão assuntos como emergências naprática diária e febre de origem inde-terminada. Serão ministrados cursospré-congresso, como o de Reanimação Neo-natal. Haverá também o Encontro com o Pro-fessor – espaço informal dedicado à troca deexperiências. O presidente do evento é o dr.Euze Carvalho.

Paralelamente, acontecerá o I FórumRegional de Educação em Saúde, abertoà participação da comunidade, que trata-rá de temas como crianças e adolescen-tes em situações de risco, drogas, violên-cia e prevenção de acidentes. Oficinascom apresentação de vídeos, debates euma peça teatral também serão realiza-dos para os adolescentes. As inscriçõespodem ser feitas na Sociedade de Pedia-tria do Estado. O valor até o final de ju-lho é de R$120,00, para sócios e

do sul. Quanto ao TEP, será concedidotambém por proficiência, para pessoas denotório saber devidamente comprovado.Os critérios serão encaminhados àsfiliadas e universidades. Para julgar casoa caso, foi constituída uma Comissão dealto nível e a decisão terá validade pordois anos. n

Nome: CPF:

Endereço: Tel: ( )

Bairro: CEP:

Cidade: Estado: E-mail:

Data: / / Assinatura:

Manual para eventosjá está disponível

O Manual de Orientação Básica paraa realização de Congressos e Eventos daSBP já está disponível em todas asfiliadas. De acordo com o diretor respon-sável, dr. Dirceu Solé, a idéia é auxiliar apreparação e a realização de encontros ci-entíficos. Segundo ele, o documento ain-da poderá ser modificado, de acordo comsugestões. n

Cursos Itinerantes noMaranhão, Alagoas,

Paraíba e ParanáImperatriz, no Maranhão, será a pró-

xima cidade contemplada com o CursoItinerante de Reciclagem e Atualizaçãoem Pediatria (CIRAP), nos dias 02 e 03de agosto. Os temas serão alergia,infectologia, terapia intensiva. Ainda noEstado, o curso deverá ocorrer de 25 a 28de agosto, em Caxias e Bacabal.

Entre os dias 24 e 28 de agosto, será avez de Maragogi, Arapiraca, Santana doIpanema, em Alagoas e também de Cam-pina Grande, Patos e Cajazeiras, naParaíba. Infectologia, gastroenterologia ecuidados primários serão os assuntos. Jáem Maringá, Londrina e Guarapuava, noParaná, serão discutidas as meningites, atuberculose e a criança portadora de de-ficiência auditiva. O evento está previstopara o final de agosto. n

filiadas e pelo presidente do ConselhoAcadêmico. Esteve presente também,como convidado, o dr. Eleuses Paiva, can-didato à presidência da Associação Mé-dica Brasileira, que expôs sua plataformade ação.

Os membros da diretoria relataram ostrabalhos que estão sendo realizados, as-sim como os dirigentes das Sociedadesestaduais. Além da troca de informações,o Conselho autorizou a captação de re-cursos para a inauguração, no próximoano, do Memorial da SBP, que coincidirácom a comemoração dos 90 anos da enti-dade. Foi formada uma Comissão parapreparar o aniversário. Organizou-se tam-bém uma Comissão para estudar a regio-nalização das sociedades estaduais. De-finiu-se ainda a realização, emFlorianópolis (SC), do congresso regional

R$210,00 para não-sócios. Os telefonessão: (0xx65) 623-4709, 624-3725 ou624-1103. n

RegistroFaleceu, dia 25 de abril, aos 77 anos,

a dra. Aparecida Gomes Pinto GarciaAparecida Gomes Pinto GarciaAparecida Gomes Pinto GarciaAparecida Gomes Pinto GarciaAparecida Gomes Pinto Garcia.Uma das primeiras pediatras a traba-lhar no Instituto Fernandes Figueira, noRio de Janeiro, dra. Aparecida atuoudurante 57 anos na área de patologiamaterno-infantil, tendo criado, em1953, o Departamento de Patologia Clí-nica. Trabalhos científicos publicadosno Brasil e no exterior lhe renderam otítulo de pesquisadora de notório saberdo CNPq. Deixou um arquivo de 50 anosde trabalhos em patologia pediátrica,hoje o maior do país. Na SBP, colaboroucom o Jornal de Pediatria nos últimos10 anos. n

Presidente visita os estadosDr. Lincoln Freire foi a Curitiba

(PR), para a abertura do I Encontro deDefesa Profissional do Norte do Paraná.Reuniu-se com o presidente da Socie-dade de Pediatria do Estado, dr. GilbertoSprott Mira e o vice-presidente, dr.Daltro Zunino e visitou o Programa deAssistência Infantil em Londrina. NoDistrito Federal, participou de reuniãono Ministério da Saúde e visitou o Hos-pital das Clínicas da Universidade deBrasília. Em Recife (PE), se reuniu como Departamento de Infectologia, parti-cipou do II Simpósio Brasileiro de Va-cinas – “Vacinas para Todos” e encon-trou-se com a diretoria da Sociedade dePediatria do estado. Esteve ainda emSão Paulo (SP), para o I CongressoPaulista de Política Médica. n

Reunidos em Vitória, diretoria e Conselho Superi-or da SBP decidiram apoiar a candidatura do dr.Eleuses Paiva à presidência da AMB

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DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS´

Escola Saudáveltem CIPA Escolar

Elaborado pelo Departamento de Se-gurança da Criança e do Adolescente daSBP e pelo Departamento de Saúde Es-colar do Rio Grande do Sul, o ProjetoEscola Saudável será agora encaminha-do ao Conselho Nacional de SecretáriosMunicipais de Saúde (Conasems) e aoCongresso Nacional, como proposição delei. A Dra. Ana Maria Moreira, consul-tora do projeto, explica que para a for-mulação das Comissões Internas de Pre-venção de Acidentes Escolares (asCIPAEs) foi tomada como exemplo a le-gislação trabalhista, que institui asCIPAs (Comissões Internas de Preven-ção de Acidentes) nas empresas.

O diferencial do projeto Escola Sau-dável é a conotação educativa, envolven-do alunos, pais, professores e funcioná-rios, na tentativa de conscientizá-los so-bre a importância das medidas preven-tivas de acidentes. No Rio Grande do Sul,foi criado o Serviço de Saúde Escolar,que apresentou o projeto a várias esco-las, das quais oito já têm CIPAEs poradesão, já que não se trata de medidaobrigatória.

Na última reunião do Departamentode Saúde Escolar foram também discu-tidos o projeto Escolas Promotoras deSaúde – do qual a SBP faz parte e obje-tiva ampliar o conceito de educação, in-cluindo questões como meio ambiente emelhorando, assim, a qualidade de vida– e a realização do III Congresso Brasi-leiro Integrado de PediatriaAmbulatorial, Saúde Escolar e CuidadosPrimários, marcado para Natal, entre osdias 15 e 19 de abril de 2000. n

SBP lança concursos na Semana Nacional da

AmamentaçãoA Semana da Amamentação no

Brasil acontecerá, neste ano, entreos dias 1o e 7 de outubro. A mudan-ça foi feita a partir de uma decisãodo Ministério da Saúde, depois deouvidas as Secretarias Estaduais. Otema do evento será “Amamentar:Educar para a Vida”. De acordo coma dra. Sônia Salviano, presidente doDepartamento de Aleitamento Mater-no da SBP, a amamentação é uma

questão de aprendizado e é neces-sário “que se trabalhe a cultura doaleitamento materno, através do en-sino em casa, na escola e em todosos níveis de educação”.

Durante a Semana da Amamen-tação, a SBP vai lançar nacionalmen-te o Concurso de Fotografias de Mu-lheres Amamentando. Os detalhes,como prêmios e comissão julgadora,ainda estão sendo formulados, masos interessados – que devem neces-sariamente ser pediatras – podem co-meçar a se preparar. Será tambémlançado em outubro o Concurso deMonografias sobre Aleitamento Ma-terno para residentes em pediatria.Os vencedores receberão passagens

e hospedagem para o Congresso Bra-sileiro de Pediatria, em Fortaleza, emoutubro de 2000. n

Norma Brasileira paraComercialização de

Alimentos para LactentesA Norma Brasileira para

Comercialização de Alimentos paraLactentes, elaborada pelo InstitutoNacional de Alimentação e Nutrição(INAN), está em vigor desde outu-bro de 1993 e tem como objetivo in-centivar o aleitamento materno, as-

sim como regulamentar acomercialização de alimen-tos para lactentes e substi-tutos do leite materno. Adra. Sônia Salviano esclare-ce que o desconhecimentosobre a resolução às vezesgera problemas e, por essemotivo, sua divulgação e fis-calização vêm sendo imple-mentadas.

A médica destacou al-guns pontos importantes dalegislação, cuja edição inte-gral estará em breve à dis-posição dos interessados napágina da SBP na Internet.A Norma determina que todoo material educativo deveráressaltar os benefícios daamamentação, orientandosobre a alimentação da mãee os efeitos negativos do usoda mamadeira e da chupe-

ta. Além disso, estabelece que a ali-mentação da criança com o uso deleites infantis modificados deveráser prescrita pelo médico.

Quanto ao relacionamento en-tre fabricantes e profissionais desaúde, afirma que são vedadas con-cessões de estímulos financeiros oumateriais a pessoas físicas, sendo so-mente permitidas as concessões aentidades científicas ou associaçõesde médicos, desde que reconhecidasnacionalmente. São também proibi-das as doações de produtos a mater-nidades e instituições infantis, sal-vo em situação de necessidade, cujadeterminação depende da autorida-de sanitária competente. n

Departamento de Adolescênciadiscute gravidez

O Departamento de Adolescência daSBP participará, em agosto, do Semi-nário Internacional de Gravidez na Ado-lescência, que será realizado emBrasília, pelo Ministério da Saúde (MS).Serão discutidas propostas para redu-ção do problema, que vem aumentandonos últimos anos no país. Em 1996, dos2.743.141 partos realizados no Siste-ma Único de Saúde, cerca de 25% fo-ram de adolescentes entre 10 e 19 anosde idade. n

Prova de Habilitação emCardiologia Pediátrica

Ocorrerá no dia 11 de novembro, emBelo Horizonte, a prova de habilitaçãoem Cardiologia Pediátrica. Para organi-zar e coordenar o exame, foi criada aComissão Paritária do Título de Habili-tação em Cardiologia Pediátrica, forma-da pelo Departamento de CardiologiaPediátrica da Sociedade Brasileira deCardiologia (SBC) e pelo Departamentode Cardiologia da SBP. O exame, que seráfeito durante o XVI Congresso Brasilei-ro de Cardiologia Pediátrica, constará deuma prova de conhecimentos, do tipomúltipla escolha. Serão aprovados os

Publicado o DocumentoCientífico de Neonatologia

Está chegando aos sócios quites daSBP o primeiro Documento Científicolançado nesta gestão. Será sobre Neo-

candidatos que obtiverem um índice deacertos igual ou superiora 70%.

Os interessados devem possuir Títu-lo de Especialista em Cardiologia (TEC)concedido pela SBC ou Título de Espe-cialista em Pediatria (TEP) concedidopela SBP, além de treinamento de doisanos em serviço de Cardiologia Pediátri-ca. As inscrições serão feitas de 1 a 30de outubro, sendo R$150,00 o valor dataxa. Para maiores informações, entrarem contato com o Departamento de Car-diologia Pediátrica da SBC, no telefone(0xx51) 217-3355. n

natologia com o tema “A linguagem dador no recém-nascido”. De acordo como dr. Renato Procianoy, diretor de pu-blicações da SBP, o Documento é umaatualização, com enfoque prático parao pediatra geral. Ainda este ano, serãopublicados outros três: Segurança daCriança e do Adolescente, Infectologiae Otorrinolaringologia. n

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Bombeiros previnem acidentes e orientam a amamentaçãoTENDÊNCIAS & CULTURA

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a madrugada do último dia 20de fevereiro, Sandra Sotero Go-mes acordou com fortes dores nosseios e febre alta. Seu segundo

filho, com apenas quatro dias, já toma-va mamadeira. Ela tinha muito leite,tentava amamentá-lo, mas o neném nãopegava corretamente o seio, o que cau-sou engurgitamento e fissuras. Foi en-tão que Sandra ligou para o Banco deLeite Humano de Taguatinga e em pou-cos minutos uma bombeira estava em

sua casa, aplicando massagens, fazen-do a ordenha e orientando sobre comoamamentar corretamente. A partir des-ta visita, Sandra passou a amamentarexclusivamente no peito. Hoje sua fi-lha Samara, que está com cinco meses,é um bebê completamente saudável.

E isso tem sido possível, em grandeparte, graças ao Projeto Amamentação.Criado pelo Banco de Leite Humano doHospital Regional de Taguatinga (BLH/HRT) em 1996, o projeto - fruto do apri-moramento de um trabalho realizado noDistrito Federal desde 1992, em parce-ria com o Corpo de Bombeiros - ganhouforça. São 24hs, de domingo a domin-go, de prestação de serviços à comuni-dade, realizada por oito bombeiros (qua-tro homens e quatro mulheres), que sealternam. O atendimento aos domicíli-os é feito em dupla e enquanto abombeira coleta o leite, o bombeiro dáorientações ao pai do bebê. À noite eaos finais de semana, uma dupla ficade plantão no próprio BLH, dando in-formações pelo telefone, além de aten-der aos chamados urgentes de mães quenão podem se deslocar até o Hospital.

Em 1998, foi o Banco de Leite deTaguatinga, cidade satélite de Brasília,que coletou o maior volume de leite hu-mano no País. “Foram cerca de 2.780litros de leite, comparados a 13 mil noDistrito Federal e 70 mil no Brasil”, in-forma dra. Sônia Salviano, coordenado-

ra do BLH e presiden-te do Departamento deAleitamento Maternoda SBP. Nem mesmoaos feriados o trabalhoé interrompido. Sãonutrizes que vêm de ci-dades com até 50km dedistância para serematendidas no BLH doHospital Regional deTaguatinga, que é, des-de 1993, HospitalAmigo da Criança.

O tenente Renato deSouza Brandão, que ad-

ministra o trabalho no Corpo de Bom-beiros, conta que as bombeiras são trei-nadas no Hospital, e recebem todo tipode instrução necessária para atuar jun-to às mães. A bombeira Agda Lúcia Mar-celo Gomes diz que em seu plantão24hs, chega a fazer 30 coletas por dia,além dos atendimentos urgentes à noi-te. As coletas são feitas de acordo comas ligações, e para cada dia da semanaexiste uma área fixa para buscar o lei-te, que foi devidamente armazenadopelas nutrizes, de acordo com as orien-tações das bombeiras.

Na Bahia, vistoria contrao escapamento de gás

Inspirado na experiência inovadorado Distrito Federal, foi implantado, emFeira de Santana (BA), o projeto Bom-beiro Amigo, uma parceria entre o Cen-tro de Referência para o Incentivo aoAleitamento Materno e Banco de LeiteHumano (CIAMA-BLH) do Hospital Ge-ral Clériston Andrade e o Corpo de Bom-beiros. “Após seis meses, o balanço émuito positivo”, avalia a coordenadorado projeto e do CIAMA-BLH, dra.

Graciete Vieira, também do Departa-mento de Aleitamento Materno da SBP.Além do trabalho com a amamentação,o grupo passou a realizar também a vis-toria para prevenção de acidentes.

São 12 bombeiras treinadas no pró-prio Hospital, que visitam os domicíli-os em pares. O trabalho consiste na co-leta e orientação de ordenha manual àsdoadoras, além de serem dadas infor-mações sobre os benefícios do aleita-mento materno para a mulher. Paralela-mente é feita a supervisão do local, ve-rificação das condições dos telhados,das instalações de gás e se os animaisestão vacinados, além da distribuiçãode folhetos explicativos. As visitas sãorealizadas de 7h00m às 12h00m. A atu-ação das bombeiras também é feita den-

tro do Banco de Leite. Atualmente, duasprofissionais trabalham no atendimen-to às mães e dão palestras mensais noalojamento conjunto do Hospital.

Só no mês de maio deste ano, 150mães foram atendidas em seus domicí-lios, cerca de 8 visitas por dia, soman-do um volume de leite coletado de 77,15

Aliada aos Bancos de Leite, Corporação faztrabalho exemplar em Taguatinga e Feira de Santana

litros. No Hospital foram 147 atendi-mentos, com volume de leite de 4,2 li-tros. “A distribuição do leite foi de77,70 litros, o que demonstra a impor-tância da coleta externa, pois a internanão atende à demanda”, afirma dra.Graciete. O leite coletado é doado aosbebês prematuros, nas indicações mé-dicas específicas.

Engajada neste trabalho, a bombeiraPatrícia Porto diz que ver os resultadosé o melhor da história. Uma das ativi-dades de Patrícia é orientar para que aretirada do leite seja feita de forma ma-nual, evitando o perigo de contamina-ção oferecido pela bomba. No Corpo deBombeiros, quem supervisiona o traba-lho é o coronel Jorge Antônio PrudenteFraga. Foi ele quem, procurado para fir-mar parceria com o Banco de Leite, ima-ginou desenvolver, paralelamente, a pre-venção de acidentes nos lares. “A leinão obriga que os bombeiros façam vis-toria em residências. Mas este projetofoi a solução para a prestação destes ser-viços à nossa comunidade”, explica.

Uma das importantes causas de aci-dentes nos lares, especialmente os maiscarentes, são as más instalações de gás.Em 1999, os bombeiros já atenderam a10 chamados. E “a idéia é ampliar otrabalho” , diz o coronel. Mais um car-ro deve ser comprado e o Banco de Lei-te poderá funcionar também à noite eaos sábados e domingos.

A bombeira Daniela de Andrade Ara-újo, que trabalha no projeto desde a suaimplantação, já passou por estágios noBanco de Leite e na Pediatria. Agora,faz somente os atendimentos externos.“Quando a mãe apresenta casos maissérios, como mastite, nós encaminha-mos para o Hospital”, conta.

N

Feira de Santana (BA)

Taguatinga (DF)