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Notícias do Mar n.º 313

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Jornal Notícias do Mar Online, n.º 313, Janeiro de 2013.

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A Longa Subida do Atlântico

A frota, cada vez mais reduzida, da Vendée Globe, volta ao mundo em solitário sem escalas nem assistência, já iniciou a longa e difícil subida do Atlântico, rumo ao ponto de chegada em Sables d’Olonne, França.

Vela

Vendée Globe 2012-2013

O duelo de Fran-çois Gabart, no Macif e Armel Le Cléac’h, no

Banque Populaire, vai já com grande vantagem para o pri-meiro que vai de momento 270 milhas à frente. Mas muitos factores serão decisivos até

que esteja encontrado o ven-cedor. Jean-Pierre Dick, no Virbac Paprec III, segue na 3ª posição, a 750 milhas do líder e com uma vantagem de 150 milhas sobre o 4º classificado, o britânico Alex Thomson, no Hugo Boss, que optou por um rumo mais encostado à costa Hugo Boss, o 4º classificado vai a pouca distância do terceiro

Macif leva agora cerca de 90 milhas de vantagem

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Vela

do Brasil e vai a perder vento e velocidade.

O fosso para os restantes oito resistentes é enorme mas numa prova como a Vendée Globe, tudo pode acontecer. Que o diga, Bernard Stamm, no Cheminées Poujoulat. O su-íço foi o mais recente abando-no, devido a uma avaria, mas antes protagonizou o momento polémico desta edição da re-gata.

Stamm foi desqualificado pelos juízes depois de consi-derarem que recebeu assistên-cia externa, num momento em que se encontrava fundeado a tentar reparar o seu IMOCA60. O helvético pediu a reabertura do processo e recebeu a soli-dariedade dos restantes ski-ppers. Um objecto flutuante

não identificado acabou com as hipóteses de Stamm termi-nar a Vendée Globe mas vai

ser curioso ver qual a decisão final dos juízes em relação a este caso.

Banque Populaire passou a ser o perseguidor do Macif

Virbac Paprec é o 3º

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Matos Rosa/Schedelcom os Olhos no Rio 2016No passado dia dia 9 de Janeiro de 2013 realizou-se na sede da empresa Resul, Equipamentos de Energia, SA, a cerimónia de apresentação do projecto despor-tivo da época 2013 e baptismo do barco novo da equipa Resul Sailing Team da qual fazem parte os atletas, António Matos Rosa e Ricardo Schedel.

Vela

RESUL Sailing Team

Os objectivos da equipa para este ano são repre-sentar as cores

de Portugal em todas as com-petições da ISAF World Cup, e nos Campeonatos da Europa e do Mundo.

A cerimónia teve a presença

do velejador olímpico Álvaro Marinho e da Federação Por-tuguesa de Vela representada pelo Director Técnico Nacional – Pedro Rodrigues.

“Estamos muito felizes a agradecidos à Resul, Equipa-mentos de Energia, SA, por nos apoiar em mais uma época

desportiva. Trabalhamos dia-riamente e a nossa ambição é grande. A aquisição deste bar-co novo torna-nos claramente mais competitivos”, comentam António Matos Rosa e Ricardo Schedel

A Resul Sailing Team é uma equipa profissional de vela que

navega na classe olímpica 470. Composta pelos atletas de Alta competição do Clube Naval de Cascais, António Matos Rosa e Ricardo Schedel, a equipa está empenhada numa ambiciosa campanha olímpica rumo aos Jogos Olímpicos 2016 no Rio de Janeiro

GAES 37ª Christmas Race

Frederico Melo, do Clube Naval de Cascais, foi o melhor português na GAES 37ª Christmas Race, realizada em

Palamós, Espanha. Melo foi 4º classificado na classe Finn. Rui Silveira, do Clube Naval da Horta, acabou no 18º lugar em Laser Standard e João Villas-Boas/Paulo Manso, do Clube Naval de Cascais foram 24º em 470.

Frederico MeloMelhor Português

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Torneio de Natal 2012 em Vela LigeiraOrganizado pelo Clube Naval da Horta, decorreu hoje, dia 6 de janeiro de 2013, o torneio de Natal de 2012 em vela ligeira para as classes Optimist (“A” e “Escolinhas”), Laser 4.7, 420, Access 2.3 e Access 303.

Vela

Notícias do Club Naval da Horta

Fizeram-se ao mar 20 velejadores num dia marcado pelo pouco vento, ondu-

lação e muita chuva. Apesar das condições não serem as ideais para a prática de vela, consegui-ram-se realizar 2 regatas para cada uma das classes.

Na classe Access 303 tive-mos uma dupla especial do Clu-be Naval da Madalena, Débora Silva e Marco Medeiros.

Classificações

Optimist Escolinhas

1º Manuel Rolo

2º Bernardo Melo

3º Lucas Silva

4º Simão Medeiros

5º Cristóvão Ribeiro

Optimist A

1º Jorge Silva

2º Mariana Luís

3º Miguel Conceição

4º Bartolomeu Ribeiro

5º Bartolomeu Ribeiro

6º Ivanoel Rodrigues

Laser 4.7

1º Pedro Medeiros

2º Pedro Costa

Access 2.3

1º Rui Dowling

2º Lício Silva

3º Libério Santos

Access 303

Débora Silva/Marco Medeiros

420

Jorge Salvador/Maria Castro

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A Vela nos Jogos OlímpicosA Federação Portuguesa de Vela já concluíu o Estudo do Alto Rendimento e os Critérios de Integração e Seleção 2012-13. Publicamos parte desse estudo que definiu a orientação a seguir para os velejadores de alta competição, a sua participação nos europeus e mundiais, a presença da Vela Portuguesa nos Jogos Olímpicos do Rio deJaneiro e nos Jogos de 2020.

Vela

Alto Rendimento

OAlto Rendimen-to é a prática desportiva em que os prati-

cantes obtêm classificações e resultados desportivos de ele-

vado mérito, aferidos em fun-ção dos padrões desportivos internacionais.

O desporto de alto rendi-mento é hoje reconhecido como importante fator de desenvolvi-

mento desportivo. Além de go-zar de um invulgar impacto no plano social, gera um interesse e entusiasmo pelo desporto que acaba por contribuir para a ge-neralização da prática desporti-

va. O conceito de desporto de

alto rendimento é caracterizado por um elevado cariz de sele-ção, rigor e exigência, espírito de sacrifício, ambição e, por isso, apenas alguns dos melho-res praticantes portugueses se encontram abrangidos por este nível de prática desportiva.

A inclusão de praticantes desportivos no regime de alto rendimento depende do mérito das classificações e resultados desportivos alcançados no pla-no internacional.

Após análise ao período 2009 – 2012, e considerada a experi-ência acumulada nos anteriores Ciclos Olímpicos, pretende-se nos próximos Ciclos consolidar o trabalho desenvolvido numa lógica de continuidade, susten-tabilidade e racionalidade.

No entanto, as especiais exi-gências e o rigor de preparação desportiva subjacentes à exe-cução dos programas de alto rendimento conduziu a algumas modificações no âmbito do seu funcionamento, mantendo os objetivos nucleares mas visan-do alcançar melhores resulta-Laser4.7, uma classe também estratégica

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Vela

dos com a sua implementação. Desta forma, são de realçar,

em particular, os seguintes as-petos:

- Alteração da estrutura programática, substituindo o Projeto de Juniores e Juvenis, pelo recém-criado Programa de Orientação Olímpica cujo principal propósito é potenciar o apoio aos clubes que enqua-dram praticantes integrados no Programa.

- Reforço do apoio e espe-cialização aos praticantes e treinadores;

- Oferta de melhor qualidade no enquadramento das ativida-des de preparação dos prati-cantes

- Proporcionar aos pratican-tes abrangidos, condições de

preparação necessárias para que possam atingir as metas definidas, nomeadamente a integração de novos atletas no Projeto Olímpico;

- Reforço do treino dos pra-ticantes segundo o Modelo de Desenvolvimento do Velejador a Longo Prazo, desde a dete-ção de talentos nas fases pré-competitivas e competitivas, passando pela orientação dos atletas na fase de especializa-ção, culminando no treino de alto rendimento com atletas maiores de 18 anos, cujo obje-tivo final é a obtenção de resul-tado de excelência em classes olímpicas.

Os Clubes, Associações Regionais de Clubes e Asso-ciações Nacionais de Classe,

enquanto entidades preponde-rantes no alto rendimento, terão acesso a informações, resulta-dos e relatórios dos seus vele-

jadores, permitindo não apenas complementar a preparação e orientação dos seus atletas, operacionalizando a sua pre-paração, mas também na orga-nização de treinos, estágios e nas representações nacionais, enquadradas na execução dos Programas.

Gestão e Objetivos A gestão do Alto Rendimento é da responsabilidade do De-partamento Técnico, sob orien-tação da Direção da FPV, e é assegurada por uma estrutura humana de natureza técnica, que incluí: - Diretor Técnico - Coordenador do Programa de Orientação Olímpica - Coordenador do Programa de Preparação Olímpica - Treinadores coordenadores (Grau III ou equivalente), para cada classe enquadrada. - Preparador físico - Fisioterapeuta - Médico - Psicólogo - Velaria

Optimist é a classe estratégca para o plano da FPV

Laser Standard para os Olímpicos masculino e Laser Radial para os Europeus e Mundiais de Juventude e Olímpicos em feminino

Regata de Natal Lusitania Mar

ARegata de Natal Lusitania Mar, organizada pelo Clube Naval de Cascais, contou com a participação de mais de 180 tripulações. Em Optimist

domínio do Clube de Vela de Lagos que conquistou os dois primeiros lugares através de Rodolfo Pires eTiago Serra. Rodrigo Correia, do CNPortimão foi 3º. Francisca Pinho, do SCPorto foi a vencedora da categoria feminina. Tomás Martins, do SADafundo, ganhou nos Laser 4.7, seguido de João Rodrigues e Jack Cookson, ambos do CVLagos.

Em Laser Radial, triunfo de Miguel Gomes, do CNSesimbra. Eduardo Mar-ques, da ANLisboa e Joaquim Coutinho, do GCNFaro, foram 2º e 3º. Frederico Lacerda/Miguel Matos Rosa, do Clube Naval de Cascais, foram os vencedores em 420. João Pestana/Tomás Marques e Joana Azevedo/Marta Pa-quete, ambos do CVAtlântico, completaram o pódio.Em SB20, vitória de José Paulo Ramada/Gonçalo Ribeiro/Miguel Leal Faria/ João Leal Faria. Vasco Serpa/Pedro Costa Alemão/Paulo Manso e Peter Stratton/Francisco Garcia/ Pedro Henriques, foram 2º e 3º classificados.

Cascais Em Ritmo de Festa

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Vela

- Meteorologia A gestão do alto rendimento visa, essencialmente:

1- Promover a articulação das várias entidades intervenientes e acompanhar o desenvolvi-

mento da preparação olímpica prevista no mesmo; 2- Avaliar o cumprimento dos objetivos estabelecidos; 3- Assegurar o tratamento e a gestão da informação relativa aos Programas; 4- Reportar direta e permanen-temente à Direcção da FPV as informações relevantes.5- Apresentar propostas condu-centes à satisfação de neces-sidades e resolução de proble-mas assinalados pelos vários intervenientes no processo (especialmente praticantes e treinadores envolvidos na pre-paração olímpica); 6- Elaborar e apresentar relató-rios das avaliações periódicas dos diferentes programas, a fim

de manter informados todos os intervenientes; 7- Propor critérios que suportem o financiamento das diferentes rubricas dos Programas, desig-nadamente, apoios, enquadra-mento técnico, apetrechamen-to, atividades de preparação e participação competitiva, apoio a clubes e ARV e eventuais ne-cessidades especiais; 8- Solicitar, sempre que neces-sário, o apoio de especialistas, no sentido de serem estabele-cidos contributos potenciadores da adequada preparação dos praticantes que integram o alto rendimento; 9- Assegurar a otimização das condições de preparação dos praticantes ou seleções nacio-nais que reúnam condições para atingirem resultados de excelência em Mundiais, Euro-peus e nos Jogos Olímpicos; 10- Assegurar adequadas con-dições de preparação aos prati-cantes com especial talento; 11- Proporcionar aos prati-cantes desportivos abrangi-dos, condições de preparação necessárias para atingir uma melhoria qualitativa global dos resultados desportivos e um aumento global do número de representantes nacionais, com especial incidência no género feminino.

Programade OrientaçãoOlímpicaUm dos grandes problemas que muitos velejadores têm enfren-tado nas últimas décadas é a grande dificuldade da passa-gem para uma classe Olímpi-ca. As principais razões apontadas são: - a entrada na universidade; - as classes Olímpicas não te-rem expressão em Portugal; - os clubes não terem capaci-dade para enquadrar classes Olímpicas; - as classes Olímpicas serem mais dispendiosas; - a necessidade de treinar mais tempo por semana; - a incapacidade dos clubes e da FPV em enquadrar treinado-res a tempo inteiro; - a necessidade de participa-ção em provas no estrangeiro (para além dos Mundiais e Eu-ropeus)

A classe Finn continua nos Olímpicos em masculino

Classe 420, para os Europeus e Mundeias da Juventude em masculino e feminino

A classe Techno 293 entra nos Jogos Olímpicos da Juventude em masculino e feminino

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Vela

Consubstanciando-se nos Princípios reconhecidos de “Continuidade” e “Especifici-dade”, o Programa de Orienta-ção Olímpica pretende orientar - apoiando - atletas até aos 18 anos que, depois de identifica-dos, possam preparar-se, alcan-çando resultados internacionais em classes estratégicas, que lhes permita obter o Estatuto de Regime de Alto Rendimen-to, culminando na integração no Programa de Preparação Olímpica, ou do próprio Projeto Olímpico.

Com isto, a FPV pretende aplicar medidas e políticas de financiamento que direcionem da melhor forma os seus re-cursos técnicos e financeiros, rentabilizando-os ao máximo.

Objetivosestratégicosdo Programade OrientaçãoOlímpica - Desenvolver e potenciar ve-lejadores para a obtenção de resultados de mérito em Cam-peonatos Internacionais, nas classes estratégicas, no es-calão Júnior, em especial nos Jogos Olímpicos da Juventu-de, no Mundial de Juniores da ISAF, e no Europeu de Juniores da EUROSAF; - Integração do maior número de atletas em regime de Alto Rendimento; - Assegurar harmoniosas tran-sições de atletas entre classes estratégicas e estimular cor-retas transições para classes Olímpicas, integrando o Pro-grama de Preparação Olímpica (PPO) ou o próprio Projeto Rio 2016; - Rentabilização dos meios para atingir melhores resultados a longo prazo.- Criar uma estrutura organiza-da e sustentável para desenvol-ver novos talentos; - Construir um programa de de-senvolvimento do velejador aos níveis físico, técnico, tático e psicológico, melhorando essas qualidades nos atletas integra-dos; - Formação e fidelização de treinadores nacionais; - Interação entre equipas nacio-nais de juniores e olímpicas; - Gestão e base de dados dos atletas de alto rendimento e do

A classe SL-16 Open participa nos Europeus e Mundiais da Juventude

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Vela

desenvolvimento da sua condi-ção física e psicológica.

As Classes São Classes Estratégicas, as assim classificadas e defini-das pela Direcção da FPV, com base nos seus princípios estratégicos e tendo em consi-deração as classes e discipli-nas olímpicas, assim como as classes e disciplinas definidas

para o Campeonato do Mundo de Juniores da ISAF, Campeo-natos Europeus de Juniores da EUROSAF, Jogos Olímpicos da Juventude e o reconhecido ní-vel competitivo internacional de cada classe. Assim, as classes estratégicas são: - Optimist Masculino/Feminino (sub-16) - Laser 4.7 Masculino/Feminino (sub-17) Classes para Mundial Juventu-de ISAF e Europeu Juventude EUROSAF- Laser Radial Masculino (sub-19)/Feminino (sub-19) - 420 Open/Masculino (sub-19)/Feminino (sub-19) - RS-X vela 8.5m2 e 60cm fin Masculino (sub-19)/Feminino (sub-19) - SL-16 Open (sub-19) - 29er Open (sub-19) Classes para os Jogos Olímpi-cos Juventude- Techno 293 Masculino (sub-17)/Feminino (sub-17)- Byte CII Masculino (sub-17)/Feminino (sub-17)

A classe Laser 4.7 é consi-derada uma classe de transição para o Laser Radial ou para a classe 420, pelos velejadores que não tenham atingido ain-da o peso e altura necessários, para essas classes. Por essa razão, apenas serão integrados velejadores desta classe, os que não completem, até ao dia

Byte CII é uma classe que entra nos Jogos Olímpicos da Juventude em masculino e feminino

A classe 49er participa nos Olímpicos em masculino e feminino Classe RS-X para os Mundiais e Europeus da Juventude e Olímpicos tanto masculino como feminino

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Vela

31 de Dezembro desse ano, os 17 anos de idade.

O Laser Radial masculino é a classe recomendada para quem deseja progredir para a classe Laser Standard. Apesar de os velejadores desta clas-se poderem também progredir para uma classe olímpica dupla como o 470, 49er ou Nacra17, recomenda-se que, para estas classes, a passagem seja feita pelo 420, uma vez que é uma classe mais específica em ter-mos de continuidade em clas-ses duplas.

Para quem deseje seguir para as classes 49er ou Na-cra17, recomenda-se também alguma preparação nas classes 29er e SL16, respetivamente.

Programade Preparação OlímpicaSão objetivos estratégicos do PPO: - Proporcionar aos praticantes desportivos abrangidos, condi-ções de preparação necessá-rias para atingir uma melhoria qualitativa dos resultados des-portivos e um aumento global do número de representantes nacionais, com especial inci-dência no género feminino; - Obtenção de resultados de mérito em Campeonatos Inter-nacionais, em classes olímpi-cas, em especial em Mundiais, Europeus e Jogos Olímpicos; - Obtenção de resultados que permitam a integração de atle-tas no Projeto Olímpico do COP, apoiando as suas carrei-ras olímpicas; - Gestão e base de dados dos atletas de alto rendimento e do desenvolvimento da sua condi-ção física e psicológica; - Rentabilização dos meios para atingir melhores resultados a longo prazo.As Classes Olímpicas - 470 Masculino - 470 Feminino - Laser Standard Masculino - Laser Radial Feminino - 49er Masculino - 49er FX Feminino - Finn Masculino - Nacra 17 Misto - RS-X Masculino - RS-X FemininoSerão integrados os seguintes atletas: - velejadores integrados no Pro-

jeto Olímpico do COP; - velejadores que tenham obti-do estatuto de alto rendimento do IPDJ/ esperanças Olímpicas do COP, numa classe Olímpica, com contrato de alto rendimen-to com a FPV; - velejadores que tenham obti-do estatuto de alto rendimento do IPDJ numa classe estraté-gica FPV, com contrato de alto rendimento com a FPV; - Por decisão do Departamento Técnico, poderão ser integra-dos outros velejadores.

Classe 470 nos Olímpicos do Rio de Janeiro em masculino e feminino

A classe Nacra 17 em misto participa nos Jogos Olímpicos

A classe 29er Open participa nos Europeus e Mundiaisa da Juventude

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INTERCÉLTICA Edita Guia para a Gestão Ambiental de Centros NáuticosO Ambiente é pilar do desenvolvimento da náutica no Espaço Atlântico. Em virtude disso, a INTERCÉLTICA, parceiro-coordenador do NEA2, editou, recentemente, um guia pioneiro para a gestão ambiental de centros náuticos. A necessidade de gerir a faixa costeira e zonas lacustres de forma integrada e coordenada, de modo a conciliar a atividade humana, a preservação do meio ambiente e a valorização dos recursos marinhos. As políticas e estratégias de desenvolvimento sustentável devem, por isso, incorporar os centros náuticos.

Notícias do Mar

Ambiente no Espaço Atlântico

Os Centros Náuticos devem implemen-tar medidas que re-sultem não apenas

na diminuição do consumo de ma-térias-primas, energia e água, mas também na redução da contamina-ção gerada, através da utilização criteriosa das matérias-primas e da reutilização, sempre que tecni-camente viável, dos fluxos de des-perdícios gerados, em alternativa à deposição final dos resíduos.

As atividades náuticas são tam-bém uma oportunidade única para o desenvolvimento de uma cons-ciência ecológica, ensinando a interpretar as dinâmicas marinhas e fluviais. O seu vasto leque de modalidades potencia as ativida-des náuticas como o “meio” para abranger um vasto leque da popu-lação.

Porém, o desafio de preservar e proteger o meio ambiente mari-nho e zonas lacustres, a quantida-de e a complexidade dos diplomas legais, regulamentos e programas de ação, que, por vezes, se sobre-põem ou se encontram desajusta-dos à realidade, são um verdadeiro obstáculo e fonte de desmotivação para os profissionais do sector.

Afim de evitar que os múltiplos esforços se tornem demasiado fragmentados e para garantir que as diversas iniciativas sejam con-sistentes e transversais, urge que atores públicos e privados do sec-tor náutico trabalhem em coopera-

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Notícias do Mar

ção. Assim, este guia para a gestão

ambiental de Centros Náuticos é uma ferramenta técnica de apoio aos empreendedores de ativida-des náuticas e decisores políticos possibilitando-lhes uma gestão efi-ciente e sustentável das infraestru-turas náuticas que tutelam.

O projeto europeu NEA2 “Nautisme Espace Atlantique 2”, financiado pelo Programa de Co-operação Transnacional Espaço

Atlântico, através do Fundo Euro-peu de Desenvolvimento Regional, visa o desenvolvimento sustentá-vel e coordenado do conjunto da fileira náutica nas regiões da faixa atlântica através de um reforço

de cooperação baseado em três eixos temáticos: desenvolvimento económico, proteção do ambiente e coesão social.

O objetivo do eixo ambiental, coordenado pela associação por-

tuguesa INTERCÉLTICA, é garan-tir que o sector náutico do Espaço Atlântico se torne numa referência internacional no que respeita à proteção e valorização do ambien-te marinho.

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Excelente Desempenhocom Mar Agitado

No Teste que efectuámos na baía de Cascais ao Capelli Tempest 570, equipado com o motor Honda BF115, destacamos as excelentes performances que o motor obteve com esta embarcação e o desempenho marinheiro do semi-rígido ilaliano.

Náutica

Teste Capelli Tempest 570 Top com Honda BF115 Texto e Fotografia Antero dos Santos

O casco é em V profundo

Efectuámos o teste a convite de Angel Pilot, o importador exclusi-vo do estaleiro Capelli

para Portugal.O estaleiro Capelli, um dos mais

prestigiados de Itália, constrói em-barcações em fibra até aos 9,70 metros de comprimento e barcos semi-rígidos até aos 13,10 metros. A gama de barcos em fibra é consti-tuída por 15 modelos, e a gama dos semi-rígidos, conta atualmente com um total de 35 modelos divididos em quatro linhas, Top, Tender, Work e Easy.

A linha Top, é uma gama de classe de barcos desenhados e equipados para proporcionar uma utilização polivalente e com gran-de comodidade, apresentando ex-celentes acabamentos. Esta linha dirige-se a um consumidor exigen-te que pretende uma embarcação robusta, bem equipada e possa oferecer uma polivalente utilização, sobretudo para a pesca desportiva,

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Náutica

Honda BF115 montado no Tempest 570 Top

O Capelli Tempest 570 Top tem um banco à popa

Capelli Tempest 570 Top

o mergulho e a pesca submarina. No estanto o estaleiro incorpora em todas as embarcações, uma grande variadade de quipamentos standard e opcionais para permitir também, com a maior comodidade, a diver-são e uso nos passeios familiares e outros desportos aquáticos.

Capelli Tempest570 TopEste semi-rígido do estaleiro italia-no Capelli, mantém as caracterís-ticas da gama Tempest, com uma construção sólida e com o casco em V profundo, para garantir um desempenho com conforto. É uma embarcação que tem as dimensões adequadas para a pesca embarca-da, pois manobra-se com facilidade para se encostar às pedras, para o spinning e o corrico e tem um com-primento que permite navegar com segurança para o largo, para a pes-ca ao fundo.

O Tempest 570 tem os tubos construídos em Neoprene-Hypalon,

os quais são colados tanto por fora ao casco como por dentro à cober-ta, aumentando deste modo a ro-bustez do barco.

A consola de condução central é individual, tem um pára-brisas alto protegido por um corrimão em aço inox e dispõe de um compartimen-to com porta estanque. O assento do piloto é do tipo encosto para a condução de pé e tem igualmente um compartimento com porta es-tanque.

O Tempest 570 dispõe à frente de um amplo porão para meter a palamenta ou guardar um açafate para o peixe e tem o porão para o ferro. Todo este espaço pode ser convertível em solário.

À proa o barco tem um cabeço-te em fibra com uma roldana e um cunho de amarração.

À popa o Tempest 570 tem um banco estofado com encosto, den-tro do qual existe um enorme porão para arrumações de palamenta, sa-cos e equipamentos.

Nas passagens laterais ao lado do banco está fixado um roll-bar em aço inox. Como a escada de banhos se encontra a bombordo, o roll-bar apoia também a entrada para o interior do barco.

De salientar que, como opcional, este modelo tem um toldo, mastro para o esqui e ainda chuveiro à popa com um depósito de 45 litros.

Motor Honda BF115A Honda Marine lançou este motor de 4 tempos, para a faixa do merca-do dos motores de média potência, para equipar embarcações em fibra ou semi-rígidos, apostando num motor que tem a maior cilindrada, a mais elevada potência e binário na classe dos motores de 115 HP.

Devido às suas cracterísticas, o BF115 é um motor com grande impulso e destina-se muito espe-cialmente para embarcações pro-fissionais, ou barcos grandes e pe-sados que necessitam de motores que combinem a alta potência com

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Náutica

O casco em V profundo permite uma navegação muito estável

A curvar o Tempest 570 Top mostrou muita segurança

Com O Honda BF 115 o Tempest 570 desenvolveu elevadas performances

um elevado binário e precisem de hélices de grande diâmetro, para conseguirem uma excelente pro-pulsão mesmo a baixa rotação. Essas embarcações, que podem agora dispor do BF115, são muitas vezes equipadas com motores fora

de borda com 135 HP ou ainda com mais potência.

Este motor de 115 HP tem 2.354 cm3 de cilindrada, com 4 cilindros em linha e dupla árvore cames à cabeça (DOHC), tendo também in-corporado todas as tecnologias de

ponta desenvolvidas pela Honda Marine e que têm sido introduzi-das nos motores da nova geração da marca japonesa, para obter um desempenho performante e com grande economia de consumo de combustível.

O BF115 tem o sistema de injec-ção programada de combustível e ainda o sistema BLAST, exclusivo da Honda, que é o binário aumen-tado a baixa rotação que melhora as performances no arranque, com uma aceleração rápida, para os

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Náutica

O Tempest 570 Top tem um solário à proa

O casco em V profundo permite uma navegação muito estável

barcos planarem de imediato.Neste motor foi também intro-

duzido o ECOmo, o sistema de controlo de combustão pobre, uma tecnologia altamente avançada, que consegue elevados níveis de economia de combustível, durante a navegação de cruzeiro em pa-tamares entre as 3.000 rpm e as 4.500 rpm.

O BF115 foi equipado com duplo veio de equilibragem de contra-ro-tação. Com esta tecnologia o motor tem um funcionamento extrema-mente suave e sem vibrações se-cundárias, em especial nas gamas de rotação média a alta.

De salientar que o BF115 apre-senta um ECM, módulo de controlo electrónico do motor e do comando da maioria das funções do motor, disponibilizando uma saída de da-dos da gestão do motor de acordo com a norma NMEA 2000, podendo ser igualmente ligado a uma ampla variedade de equipamentos de elec-trónica de navegação e sondas.

O alternador de elevada potência com 55 A, permite obter a energia suficiente para carregar a bateria e a ligação de quaisquer equipamen-tos electrónicos de 12 V.

Outra característica deste motor, com interesse para os pescadores, é a opção de instalar um interruptor de comando de velocidades lentas para a pesca ao corrico. Com este interruptor pode-se regular com precisão de 50 em 50 rpm, as ro-tações do motor entre as 650 e as 900 rpm.

No Teste GrandeDestaque paraas PerformancesNo dia do teste, o mar na baía de

Cascais estava com alguma agita-ção, mas permitiu fazer as medi-ções habituais.

Assim, no arranque, o barco em apenas 1,90 segundos entrou a planar. Quando acelerámos até às 5.000 rpm, o Tempest 570 em 9,91 segundos atingiu os 34 nós. Na máxima aceleração, às 5.800 rpm atingimos os 39,5 nós.

Consideramos estas perfor-mances muito boas e reveladoras do grande poder de aceleração do Honda BF115.

O barco no mínimo de velocida-de a planar, fez 11,5 nós às 2.600 rpm, valor adequado para um semi-rígido com o casco em V profundo.

Salientamos bastante as velo-cidades de cruzeiro económicas, estabelecidas pelo sistema ECOmo

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Náutica

Características TécnicasComprimento 5,66 m

Boca 2,56 m

Dimensões interiores 4,38 x 1,30 m

Diâmetro do tubo max. 0,56 m

Peso 500 Kg

Lotação 10

Depósito de combustível 90 L

Potência máxima 135 HP

Motor Honda BF115

Preço barco motor s/IVA 28.500 e

PerformancesTempo de planar 1,90 segundos

Aceleração até 5.000 rpm 34 nós 9,91 seg.

Velocidade máxima 39,5 nós 5.800 rpm

Mínimo a planar 11,5 nós 2.600 rpm

Velocidade cruzeiro ECOmo 26 nós 4.000 rpm

3.000 rpm 16,7 nós

3.500 rpm 20,6 nós

4.000 rpm 25,8 nós

4.500 rpm 28,9 nós

5.000 rpm 33,6 nós

5.500 rpm 37,8 nós

Importador/Distribuidor: Angel PilotUrbanização do Pateiro, Lt. 2 Ponte Charuto – Pateiro 8400-654 Parchal

Tel.: 282 343 086 Tlm.: 91 799 98 70 www.angelpilot.com Honda Marine Tel.: 21 915 03 74 www.honda.pt O piloto tem uma condução de pé confortável e segura

Banco encosto do piloto

Com este tipo de casco o Tempest 570 tem um desempenho confortável

do motor neste barco, com 20,5 nós às 3.500 rpm, 26 nós às 4.000 rpm e 29 nós às 4.500 rpm, que mostra-ram formar um conjunto equilibrado e com características muito rápidas

em velocidades de cruzeiro.Graças às características do

casco, o Tempest 570 teve um desempenho muito confortável a navegar contra o mar, permitindo

velocidades acima dos 30 nós com segurança e comodidade.

Este modelo permite uma boa

condução de pé, com o piloto bem apoiado no banco encosto, mano-brando o barco com facilidade e sem esforço.

A descer a ondulação o Tempest 570 manteve-se sempre direito e um toque no “trim” foi o suficiente para o barco não travar na onda.

No final, salientamos que o cas-co deflectiu bem a água e nunca salpicou para dentro, mantendo o barco seco.

Page 19: Notícias do Mar n.º 313

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A Novidade Humminbird, o Sonar 360ºA Humminbird tem-se destacado largamente nos últimos 10 anos em revolucionar tecnologias na área da Hidroacústica. Foi pioneira na adaptação a pequenas embarcações das caras soluções de sonar de varrimento lateral (Side Imaging) e Sonar de ver abaixo (Down Imaging).

Electrónica

Notícias Nautel

Em 2013 chega o maior dos passos: O sonar 360º.

A Humminbird 360 Imaging ™ fornece uma imagem submersa completa em torno do barco, com o mesmo fino detalhe que a sua tecnologia SIDE IMA-GING (sonar de varrimento lateral).

Com um único movimento, a 360IMAGING tem a capacidade de cobrir um círculo de diâmetro de 100 metros.

Note-se que esta funcionalida-de se encontra nos equipamentos Multifunções, da 898, 998 e 1198 e incorporando logo também a pos-sibilidade de ter “SIDE IMAGING”, “DOWN IMAGING” e sonda 2D tra-dicional, Radar, GPS, NMEA2000,

Ethernet etc (compatível pois com os modelos 798, 898, 998,1198 que já tenham Ethernet).

Com a certeza de que a tecno-logia de sondas multifeixe o utiliza-dor consegue uma perceção muito mais nítida do ambiente subaquáti-co, grande parte das novidades da Humminbird para 2013 vão para os combinados e sondas com “DownI-maging”. Todos os modelos Dow-nImaging permitem no entanto con-tinuar a ter a tradicional sonda 2D, a côres. Isto é único no mercado . Numa marca concorrente, a única que tem algo semelhante ao DI, o consumidor é obrigado a adquirir uma ou outra (DownImaging ou 2D tradicional) em equipamentos dife-rentes, o que não só é caro como complicado de instalar.

Sem agravamento de preço, vários equipamentos combinados dos mais populares da Humminbird passarão a ter DI standard, em pa-ralelo, como dito, com a sonda 2D : 587HD DI, 581 HD DI, 386HD DI etc.

Vários novos modelos de sonda também aparecem, sempre com o DI como pano de fundo : 561 DI, 596HD DI etc.

O “Down Imaging” veio mesmo para ficar, e as bases desta tecno-logia podem ser consultadas em www.nautel.pt.

A outra tecnologia, SIDE IMA-GING, chega por outro lado a equi-

pamentos de gama mais baixa, que permitem a que mais utilizadores possam beneficiar das suas van-tagens. É o caso da nova 598HD SI, que por só 1.240€, sendo tam-bém GPS/Chartplotter e sonda 2D, oferece ao utilizador o mais baixo preço possível pelo Sonar de Var-rimento Lateral.

Na popular série PiranhaMax, também chegam novos modelos, monocromáticos e a côres: Pira-nha Max143, 153, 195, 196i e 176i. 598HD DIVer mais em www.nautel.ptNautel-Sistemas Eletrónicos Lda Tel.: 213 007 030 [email protected]

598HD DI

Piranha Max

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20 2013 Janeiro 313

FPAS Assina Protocolo coma Falculdade de Motricidade HumanaPara assinalar a celebração do protocolo entre a Faculdade de Motricidade Humana (FMH), a Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS) e a recém-formada Comissão Nacional de Mergulho e Atividades Subaquáticas (CNMAS), realizou-se no passado dia 6 de Dezembro de 2012, no salão nobre da FMH, na Cruz Quebrada - Jamor, um conjunto de cinco iniciativas com a designação: “ Vol-tar ao Mar”.

Notícias do Mar

Notícias da FPAS

Oevento iniciou-se com uma exposição de fo-tografia subaquática de Rui Guerra, inti-

tulada: “Açores natureza submari-na em estado puro”. A coleção de obras a ver, compõe-se de vinte e seis magníficas fotos (70 x 59), se-leccionadas de um trabalho de re-colha efectuado pelo fotógrafo nos Açores, com licença especial.

As obras estarão expostas ao público, até ao final de Janeiro de 2013, num local próprio e criado nos corredores principais da FMH, denominado de espaço de expo-sições “Professor Mário Godinho”, que formalmente se inaugurou com esta mostra.

A título de curiosidade toda a informação técnica desta expedi-ção foi fornecida em suporte digital, acessível através da internet no site da FMH, o que possibilita a sua con-sulta e descarga por código, antes ou durante a própria visita física.

Após percorrer e acompanhar a exposição, o fotógrafo Rui Guerra, apresentou uma palestra destina-da aos alunos e convidados, sobre a - “Recolha de imagens em Des-

porto e Ciência”, em que transmitiu apontamentos e conselhos da sua grande experiência como fotógrafo submarino profissional, várias ve-zes campeão nacional e mundial desta modalidade. Num tom infor-mal, apresentou um conjunto de imagens ilustrativas, da sua men-sagem com enorme valor técnico e estético.

É importantea relação entrea Universidadee a AtividadeDesportiva Federada Seguiu-se a cerimónia alusiva à as-sinatura do protocolo entre a FMH e a FPAS, levada a cabo pelos res-pectivos presidentes, designada-mente o Prof. Doutor Carlos Neto, da FMH, o Prof. Ricardo José, da FPAS, e o Prof. Doutor Fernando Duarte Pereira, da CNMAS.

Na ocasião, Presidente da FMH, Carlos Neto, salientou a importân-cia da relação entre a Universidade e a atividade desportiva federativa. Relembrou, o interesse das activi-dades de natureza para a formação das crianças, tendo acentuado a

necessidade de criar carreiras pro-fissionais associadas ao Desporto, mas também ao recreio e turismo, realçando o que está por fazer, face ao desígnio nacional do Mar.

O presidente da FPAS, Ricardo José, destacou a importância da entreajuda entre as instituições, re-alçando a necessidade de termos referências na alta competição in-

ternacional para os novos pratican-tes, referindo os exemplos de Jody Lot, campeão mundial de pesca submarina, e de Rui Guerra, entre outros atletas nacionais.

Disponibilizando e solicitando apoio de recursos humanos e ma-teriais da UTL para aceder a outros níveis de desenvolvimento, por exemplo, através da intervenção laboratorial científica no trabalho e acompanhamento das carreira des-portivas dos atletas, caracterização e apoio às competições e na gestão federativa através de projectos na área das tecnologias de informação e comunicação, referindo o que está criado por parte da Federação.

O presidente do Conselho Pe-dagógico da FMH e presidente da

Assinatura do Protocolo FMH e FPAS

Exposição da FPAS e de fotografias de Rui Guerra

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Notícias do Mar

CNMAS da FPAS, Fernando Du-arte Pereira, aproveitou a ocasião para, conjuntamente com os outros membros presentes na mesa, per-tencentes à respetiva comissão, nomeadamente o Professor Doutor Emanuel Gonçalves, para a área do Ambiente e Biologia, e o Dr. Marcos Miranda, para a área da medicina desportiva subaquática, apresentar as finalidades e objectivos do tra-balho a realizar, no âmbito da CN-MAS e deste protocolo, na área da formação, segurança e gestão da qualidade.

Referindo a necessidade ur-gente de unir esforços e concertar ações no sector do Mergulho e Ati-vidades Subaquáticas em torno do Mar, entre Governo, Federações, Universidades e Escolas. Salien-tou essencialmente a necessida-de de se trabalhar, ao abrigo da legislação recente no sector, na formação de técnicos de desporto. Afirmou ser intenção desta Comis-são aproximar as actividades, e a nossa cultura do mar português, às escolas, desde o ensino infantil e básico ao superior, aproveitando a oportunidades como o Mergulho, enquanto Desporto e Turismo, está desenvolvido a nível internacional e com as transposições legislativas europeias para o nosso país, que estão em curso, relacionada com a proposta de Lei que aguarda publi-cação (PL n.108/XII).

Qualificar a prática desportivae de turismo activo A quarta iniciativa, foi mais uma pa-lestra técnica, sobre o “Mergulho e o ensino”, dirigida aos dirigentes, professores e empresários do sec-tor e parceiros institucionais.

Na qual, Fernando Duarte Pe-reira, fez um breve historial sobre o início do mergulho recreativo mun-dial, nos países, do sul de Itália e França, sobre a formação de mer-gulho no nosso país, associada ao ensino superior, ao ISEF, FMH-UTL e FPAS em particular. Lamentou o estado degradado de conservação das instalações próprias que a FMH dispôs, e que utilizou no passado, desde 1994, ao abrigo de um pro-tocolo de exploração conjunta, com uma empresa criada por alunos - Cipreia, tendo esta parceria pos-sibilitado a realização de centenas de certificações de mergulho inter-nacional, e continuar a assegurar actualmente, condições logísticas de formação na área de pós gradu-ada no âmbito do Desporto de Na-tureza e Aventura, que a FMH-UTL oferece.

Seguidamente, fez uma análise sobre uma controvérsia existente na comunidade científica interna-cional, neste sector do ensino e formação do desporto aventura - o risco real versus benefícios educa-

tivos, que o mergulho e este tipo de modalidades desportivas e tu-rísticas oferecerem. Falou de ser o “tempo e oportunidade de mudança de paradigma formativo no sector do Desporto de Aventura, natureza e náutico”, apresentando os requi-sitos e carreira dos futuros técnicos desportivos, nesta área.

Culminou, apelando à necessi-dade das escolas, centros de mer-gulho e fornecedores de serviços em geral, ligados ao desporto e recreio “qualificarem os produtos e serviços intangíveis de oferta, assim como os espaços, equipamentos e materiais, por forma, a qualificar a prática desportiva e de turismo ac-

tivo, assegurando a estabilidade e gestão da qualidade dos produtos e a busca de constante melhoria”.

Terminou referindo os casos actuais, como a criação de locais artificiais de mergulho no Algarve “transformando sucata em vida”, e o caso específico dos Açores, tema da exposição de Rui Guerra, frisan-do o potencial natural que a nossa zona marítima e costeira oferecem, faltando, em seu entender, a for-mação de recursos humanos para a preencher, reforçando a necessi-dade de se criar uma educação ao longo da vida em torno da nossa Cultura do Mar.

Por último, coube à Comissão

de Audiovisuais da FPAS, fazer a apresentação das obras e entrega de diplomas e troféus do “II Open do Continente de Fotografia Subaquá-tica 2012”, realizado no passado dia 6 de Outubro de 2012, em Peniche na Reserva das Natural das Berlen-gas. Cada concorrente seleccionou 6 fotos, uma delas a preto e branco. Nos três primeiros lugares ficaram os atletas, Filomena Sá Pinto - em terceiro lugar, Pedro Vasconcelos - em segundo lugar e Rui Bernardo - em primeiro lugar.

O evento foi encerrado num am-biente de grande entusiasmo dos participantes e satisfação os pre-miados.

Prof Doutor Fernando Duarte Pereira

Vencedor Open do Continente Fotografia Subaquáticas 2012

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Como Escolher um Kayak de Pesca

Se está na dúvida qual o kayak certo para si, você não está sozinho. Todos os praticantes tiveram que passar por esta indecisão.

Pesca Desportiva

Pesca de Kayak Texto e Fotografia Rui Carvalho

Seleccionar o kayak certo é como um processo de elimina-ção, não pelo valor

mas o que se ajusta mais a si e às suas necessidades de utilização, e o processo começa por si.

Pontos a terem conta:Aspectos pessoaisO seu peso, altura e condição fí-sica terão um grande impacto na escolha do kayak e são as primei-ras coisas a considerar.Onde guardaro kayak?Meça bem o local onde pensa guardar o kayak, o modelo que poderá ser o mais indicado para si pode ser o mais comprido. Os mo-delos mais compridos disponíveis no mercado têm 4,80 metros.TransporteEm que tipo de veículo é que pen-sa transportar o kayak? Não só temos que ter em consideração a altura do nosso carro bem como o seu comprimento. A lei diz que o “kayak” pode sair 55cm para a frente e 45cm para trás.

O Melhor Conselho...São poucas as empresas a vender kayaks de pesca, no entanto é fácil de optar onde comprar, a quem realmente percebe do assunto, a quem pratica o desporto, aconselha correctamente o kayak cer-to, dá formação, acompanhamento técnico na parte de marinharia e pesca.

Preferênciados locaise tipos de pescaO segundo factor determinante é, onde vai pescar e que tipo de téc-nica vai utilizar.

Mais mar, mais barragem ou ambas, uma vez no mar quais são as condições predominantes desse local (Correntes/Ventos), que tipos de pesca vai fazer? As técnicas utilizadas num kayak são praticamente todas as utilizadas na pesca embarcada (barcos a motor), a técnica mais utilizada no mar pelos pescadores de kayak são o trolling, deriva, jigging e o spinning.VelocidadeA importância da velocidade não é para ver quem chega primeiro ao pesqueiro, a questão é, qual a força constante que vou impri-mir na pagaia para manter uma velocidade cruzeiro? Isto vai de-pender de muitos factores como a forma do casco, a forma da quilha, o tipo de proa fase há re-sistência ao vento e mar, o peso, a largura, o comprimento, etc… Para simplificar a equação, um

kayak longo e estreito será mais rá-pido do que um mais largo e curto. Se pretende fazer grandes deslo-cações regularmente ou praticar muito tempo Trolling “corrico”, vai ficar mais bem servido com um kayak rápido, mas se quiser sa-crificar alguma velocidade vai ter vantagens noutras técnicas como o jigging ou pesca fundeada.

Compreender o relacionamen-to entre a velocidade e a estabili-dade é importante para encontrar o kayak certo, de acordo com a sua altura e peso.EstabilidadePescar a partir de um kayak não é uma tarefa complicada, uma parte a ter em consideração é a estabili-dade. Em termos muito gerais um kayak mais largo é mais estável mas mais lento que um mais es-

treito. Em termos de estabilidade há dois tipos de estabilidade, a primária e a secundária.

A estabilidade inicial (ou a ins-tabilidade) é descrita como “instá-vel” pelos novatos que se sentam a primeira vez num kayak. A esta-bilidade primária torna-se menos importante quando ganhamos experiência e aprendemos a con-trabalançar o nosso peso com o kayak, tal como aprender a andar de bicicleta.

A estabilidade secundária é a mais importante, esta estabilidade vai melhorando ao longo do tempo “duas saídas” tornando todos os movimentos de pesca muito mais descontraídos, (no lançamento, na ferragem no jigging e princi-palmente na posição de pesca la-teral (com os dois pés do mesmo

Pescar a partir de um Kayak não é tarefa complicada

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Pesca Desportiva

lado). O outro factor que afecta a estabilidade é o seu centro de gravidade, quanto mais baixo for o acento maior a estabilidade, mas isto torna a zona do acento mais molhada. Os modelos com acen-tos mais elevados tendem a ser lateralmente mais altos o que faz com que exista mais área exposta ao vento, mas se é daqueles que faz algumas milhas durante o dia de pesca, tem que dar mais impor-tância à velocidade.ManeabilidadeO leme é um dos acessórios mais importantes num kayak. Se pre-tende um kayak de pesca para deslocações curtas e mares cal-mos pode optar por um kayak mais curto e sem leme, a habili-dade de mudar de trajectória rapi-damente sem leme só é adquirida com a prática mas a manobra nun-ca é feita com a rapidez desejada. Quanto maior é o kayak maior a necessidade de ter leme. O maior exemplo da utilização do leme é para quem pesca no mar ou bar-ragem em zonas pouco abrigadas do vento, o vento tem tendência a tirar o kayak da sua trajectó-ria, obrigando a constantes cor-recções com a pagaia, o que faz baixar a velocidade de cruzeiro e o desgaste físico aumenta rapida-mente, o outro exemplo é quando estamos a trabalhar no limite da rebentação ao Robalo ou ao Sar-go, se estiver paralelo à praia com a maré a descer as ondas tendem a quebrar cada vez mais fora e se for apanhado desprevenido pode-rá ser tarde para aproar o kayak para a onda, com o leme tudo fica mais simples, rápido e fácil.ArmazenamentoQual a capacidade de armaze-namento seco (interior) que um kayak de pesca deve ter?

Quando escolhemos um kayak há a tendência para vermos só por cima e somente mais tarde é que damos pela falta de espaço interior que em alguns modelos é quase nulo. O armazenamento seco é um aspecto que poucos dão importância na escolha de um kayak, mas é um ponto importan-tíssimo na escolha de um kayak de pesca, com a prática temos tendência a passar mais horas a pescar, e quando assim é passa a haver uma necessidade de car-regar a máquina de mantimentos, roupas secas, mais material de pesca, canas suplentes e em caso de uma noite na barragem a tenda e o saco de cama vão dar jeito.

O leque de escolha dos kayaks próprios para pesca cresceu muito nos últimos 4 anos, e existem mo-delos que foram completamente abandonados.

Todos os kayaks para pesca têm um acesso ao casco pela proa, no entanto esse acesso nunca é uti-lizado quando estamos dentro de água. Perante este cenário temos que escolher um kayak que te-nha um bom acesso central. Este acesso central permite um grande conforto ao pescador, temos tudo o que necessitamos rapidamente sem sairmos da nossa cadeira. Kayakde 1 ou 2 lugares?Um kayak de pesca deve ser sem-pre de 1 lugar, um kayak de dois lugares é para andar sempre com duas pessoas e normalmente com o objectivo de passeio, caso con-trário existe a necessidade de re-equilibrar o kayak acrescentando pesos que normalmente são colo-cados na proa.

Existem alguns modelos que permite ir sentado mais ao meios, mas é sempre complicado porque não tem leme. Os modelos de dois lugares têm poucos compartimen-tos secos ou nenhum. Difíceis de manobrar dentro e fora de água, o que torna todas as tarefas difíceis quando o amigo não pode ir e es-tamos sozinhos.

Existem outros factores nega-tivos, como a colocação de aces-sórios como a sonda, quem é que vê e controla a sonda o homem da frente ou quem vai atrás.

Todos gostamos de personali-zar a nossa máquina, com aces-

sórios ou pinturas, e sendo um kayak de dois lugares a coisa fica muito complicada.

Se tiver um filho pequeno que goste de ir pescar com o pai a es-colha de um kayak de dois lugares pode ser a melhor opção até ele crescer.

Agora que já tem algumas di-

cas fundamentais e está munido para poder escolher melhor o seu SIT-ON-TOP de pesca, mas con-tinua a ser um pouco subjectivo, o que é perfeito para alguns pode não ser necessariamente bom para outros.

Mais informações:www.pescadekayak.com

O Kayak deve ter um espaço adequado para montar a agulha, sonda e GPS

Ao corrico ou spinning podem-se capturar exemplares como este

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Alto MarOnde Procurar Peixes?

Pescar em mar aberto pode ser intimidante para alguns pescadores novos, mas avanços na eletrônica, barcos, motores e equipamentos fazem com que a pesca de alto mar seja cada dia mais fácil e mais segura do que nunca. É sobre isso que José Luís Costa nos vai falar neste número.

Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Encontrar peixes em mar aberto pode ser mais difícil do que em águas mais ra-

sas, mas os princípios são muito semelhantes: Combinação da cor-reta temperatura da água, tempo, iscas e correntes sobre qualquer estrutura, e teremos boas hipóte-ses de encontrar peixes.

Pesca junto à costaQuando pescamos junto à costa, procurem peixes predadores que usam a costa como uma barreira natural para encurralar os peixes pequenos, que andem em torno das pedra e corais nas estrutu-ras do fundo ou onde as ondas quebram na praia e voltam nova-mente para o mar. Além disso, as ondas quebrando na praia produ-zem água altamente oxigenada que aquece mais rápido do que águas mais profundas.

Áreas com rochas submersas Quando capturamos um peixe, marcamos no GPS e voltamos ao mesmo local

A pesca no alto mar permite capturar exemplares como este

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Pesca Desportiva

Texto e Fotografia: José Luís Costa (www.pesca-embarcada.com) / Mundo da Pesca

Marcas de TerraDesde os tempos mais remotos que os navegadores usavam na navegação referências de terra, aumentando a margem de erro à medida que se afastavam da costa e/ou contato visual se perdia. Es-tes problemas foram solucionados com alguns aparelhos que vieram solucionar este problema. Nos dias de hoje, e à falta de um GPS, podemos fazer como os antigos e usar marcas de terra, criando dois enfiamentos. Para isso basta marcar dois pontos em terra que sirvam como referência, e em cada um deles devemos criar um enfiamento com base nesse mesmo ponto e outra referência que consigamos fixar. Quando isso ocorre é certo que estamos no local pretendido. Rezar é para que não haja nevoeiro…

e algas são também zonas que os peixes preferem.

Quando se pesca a corricar, à deriva ou fundeado perto da costa, é importante manter os olhos abertos para águas rasas ou ondas grandes que podem

comprometer a nossa segurança a bordo.

Rochas, recifese barcos afundadosTanto na pesca costeira ou em alto mar, rochas, recifes e barcos A pesca em mar aberto é mais segura do que nunca

Para pescar os peixes dos recifes o melhor é fundear e ficar em cima deles

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Pesca Desportiva

Bons IndicadoresPara encontrar o peixe, procure variações na temperatura da água, on-line podemos também obter imagens e mapas da tempera-tura da água e correntes que são um recurso inestimável. Aves e car-dumes de peixes alimentando-se na superfície são bons indicadores de atividade e muitas das vezes o peixe vai ser visível à superfície. Um espetáculo!

Os pássaros indicam muitas vezes onde está peixe

afundados são um bom lugar para começar a procurar peixes. Es-tas estruturas abrigam todas as etapas da cadeia de alimentar e oferecem aos peixes um lugar para se abrigarem das correntes oceânicas.

Quando pescamos em alto mar, perto de recifes artificiais ou naturais, procurem por peixes que vivem tanto na estrutura ou patrulham as bordas externas das mesmas. Algumas espécies só visitam uma estrutura em con-

dições de água específica, en-quanto outros são residentes du-rante todo o ano; mesmo que um recife, barco afundado, ou rochas que estejam a muitos metros de água, a estrutura pode ainda afe-tar as condições na superfície, a estrutura dura também afetará o fundo que o rodeia. Por isso, pro-curem por peixes em seu redor.

Quando procuramos por pre-dadores de alta velocidade como o atum, dourados, marlins etc., em alto-mar, o melhor é corricar

com amostras de alta velocidade ou então lento se for com iscas vi-vas. Para os moradores do recife, como sargos, choupas, pargos, etc., geralmente é melhor fun-

dear ou manter o barco no local com auxílio do motor e deixar cair a nossas iscas para o fundo.

Os predadores do fundo tam-bém podem ser enganados com jigs pescando na vertical para o fundo e rapidamente trabalhando as amostras de volta para o barco como se fosse um peixe peque-no tentando escapar ou mori-bundo. Os peixes que patrulham o fundo em torno das estruturas podem ser enganados fazendo derivas enquanto vamos traba-lhando as amostras ou iscas na-turais. Estas estruturas são fáceis de encontrar nas cartas náuticas, tornando-os um ótimo lugar para começar a pesca em alto mar.

Torres e ajudasà navegaçãoEstruturas feitas pelo homem, incluindo torres eólicas, faróis, molhes e ajudas à navegação como boias são tão valiosas para os peixes como elas são para os pescadores; a essas referências chamam-se “marcas de terra”. Al-gumas espécies vivem no fundo da estrutura e outros procuram o seu perímetro. Os peixes podem estar em qualquer lugar, em rela-ção à estrutura, a favor ou contra a corrente e até mesmo a cente-nas de metros de distância das

Os equipamentos de electrónica são um precioso auxiliar para a pesca no mar alto

Ao pescar junto à costa deve-se procurar os peixes predadores

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Pesca Desportiva

mesmas. O primeiro passo para a captura de peixe, na pesca de alto mar é a utilização de uma sonda e então depois identificar o quão fundo o peixe está, pode-mos assim utilizar a melhor tática para colocar uma isca na frente deles.

Corricar com iscas naturais ou artificiais ao redor de uma tor-re ou boia vai chamar a atenção de predadores. Ao lutar com um peixe em torno de uma estrutura, é imprescindível a utilização de equipamento de alta qualidade de forma a podermos evitar rotu-ras. Antes de pescar junto a uma torre ou boias de navegação, não se esqueça de verificar os regula-mentos locais, que podem restrin-gir a pesca.

Montes e montanhas submarinosMesmo quando se pesca de alto mar em centenas de metros de água, a menor variação em pro-fundidade às vezes em forma de colinas e montes pode conter um número surpreendente de pei-xes.

Essas cadeias de montanhas submersas desviam as correntes e oferecem aos peixes um lugar para se esconder, trazendo mui-tos nutrientes, fazendo com que sejam ótimos locais para a pes-ca de alto mar, também podem fornecer aos peixes condições mais favoráveis de água, como a temperatura da água, nível de luz ou salinidade que podem estar fora da faixa para uma espécie em particular na parte inferior do monte do mar, mas apenas cor-reta na parte superior. Além dis-so são barreiras naturais para os predadores encostarem as pre-sas, ficando “entre a espada e a parede”.

Estas estruturas podem se estender por quilômetros, assim a melhor tática para pescar em montanhas é fazer derivas com iscas naturais ou artificiais, mui-tas vezes os peixes, mantêm-se na mesma área. Quando captura-mos um peixe, marcamos o ponto no GPS e voltamos ao mesmo lo-cal para encontrar mais.

Este montes e montanhas submersas estão geralmente marcados nas cartas náuticas, assim estas estruturas são relati-vamente fáceis de encontrar. Pro-cure as condições ideais de água e tempo sobre estas estruturas, e é muito provável que encontre-mos peixe.

Vales e o talude

Deve-se procura conjugar as condições do local e do fundo onde está o peixe

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Pesca Desportiva

Visão de um mestreInterpretar a sonda é imprescindível, sobretudo quando procuramos predadores a alimentarem-se. Perguntamos ao “mestre” Rui Santos como identifica na sonda estes festins alimentares de predadores como robalos, pargos e corvinas.Rui Santos – A sonda é mais de meio caminho andado quando procu-ro predadores. Para mim é quase tudo e também tem de haver algum feeling sobre o assunto.Em traços gerais posso dizer que procuro manchas de grande densi-dade na sonda, que geralmente correspondem a bolas de cor aver-melhada. O significado disto é que pode eventualmente ser um car-dume a compactar-se mais por estar a ser atacado por predadores. Um bom sinal é que esta mesma bola esteja levantada do fundo. É isto que procuro na maior parte das vezes e sempre junto a um cabe-ço ou pontal de pedra.

Rui Santos

continentalOs vales, desfiladeiros e penhas-cos que marcam o fim da Plata-forma Continental superam qual-quer cadeia de montanhas em terra. Estas variações extremas forçam a subida de águas ricas em nutrientes das profundezas e abastece toda a cadeia alimentar, tornando o local perfeito para uma viagem de pesca de alto mar. Ve-

locistas como o atum, marlins, golfinhos, vêm aqui se alimentar na metade superior da coluna de água, enquanto gigantes como garoupas, chernes, gorazes, par-gos ficam no fundo marinho.

Quando pescamos no Talude Continental, os pescadores geral-mente corricam iscas naturais ou artificiais, enquanto que pescado-res de fundo usam pescas muito

mais pesadas e enormes para le-var as iscas até ao fundo; é nor-mal nesta situação usar carretos elétricos devido à profundidade a que se pesca.

A grande aventuraPescar em alto mar oferece-nos uma maior altura de água, mas também peixes de maior por-te. Esta combinação de uma gran-de aventura e peixes grandes atrai pescadores das águas costeiras a sair para o azul selvagem.

Para se conseguir enganar um peixe de água salgada, você precisa pensar como um. Cinco fatores afetam onde e quando o peixe se irá alimentar: estruturas,

correntes, temperatura da água, o tempo e as iscas.

Os peixes vivem num mundo tridimensional onde eles podem mover-se horizontalmente ou ver-ticalmente e potencialmente viajar milhares de quilômetros em bus-ca de uma refeição. Alguns pei-xes são predadores de embosca-da, enquanto outros perseguem as suas presas ou simplesmente se alimentam de vegetação ou in-vertebrados. Mas todos os peixes usam estes fatores para encon-trar comida e evitar serem co-midos. A compreensão de como todos estes elementos funcionam vai certamente ajudá-lo na procu-ra de boas pescarias.

A Sonda é meio caminho andado para se encontrar o peixe

Uma pescaria variada resulta numa boa escolha dos locais

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No Rio Cávado, em Esposende, a GNR Apreendeu Redes e 4 Quilos de MeixãoO Destacamento de Controlo Costeiro de Matosinhos da GNR apreendeu no passado dia 10 de Janeiro, no rio Cávado, em Esposende, sete redes utilizadas para a pesca ilegal meixão e ainda 4,2 quilos destas pequenas enguias.

Notícias do Mar

A Pesca Ilegal ao Meixão

As sete redes, com cerca de 40 me-tros de compri-mento, cada uma,

têm como valor estimado 3.500 euros.

O meixão encontrado nas re-des e apreendido foi devolvido ao rio. Salienta-se que esta iguaria que é enviada ilegalmente para Espanha, pode atingir o preço de 500 euros o quilo.

Considerado o “caviar portu-guês”, a apanha ilegal do meixão, as enguias bébés, está a crescer, desde que se instalou a crise eco-nómica em Portugal e as zonas ri-beirinhas do Mondego, Tejo, Sado e Guadiana, por onde as enguias passam, estão completamente a saque.

Devido à diminuta malhagem destas redes, são capturados não apenas as enguias bébés como outros pequenos peixes, com grave prejuizo para o ecossiste-ma local

Em virtude da Legislação existente estar ultrapassada, pois parte é regulada pelo Decreto-Lei nº44 623 de 10de outubro de 1962 e Decreto-Regulamentar nº 43/87 de 17 de julho de 1987, as coimas são ridículas e não se prende ninguém, pelo que o crime desta actividade compensa bem.

A pesca ilegal de juvenis está a ameaçar a sobrevivência da en-guia nos rios portugueses.A pes-ca é toda enviada para o país vi-

zinho, pois para os os espanhóis é uma iguaria de luxo, felizmente para os portugueses, o que é mais apreciado são as enguias já bem adultas.

Um quilo de meixão pode valer 500 euros

GNR devolve ao rio o meixão

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Uma Fascinação que Despertou ConsciênciasNa prossecução do objecto social da Confraria TAGUS VIVAN, que abrange todo o universo do Tejo, impôe-se ouvir uma cidadã espanhola que abraçou a causa do Tejo transnacional com muito empenho. O seu nome é Bárbara Palomares, doutorada em história, que para além de ser uma boa amiga é uma mulher dinâmica e empreendedora que decidiu estudar o Tejo Ibérico a fundo para o divulgar e despertar as consciências. Ela foi a minha parceira, pela parte de Espanha, durante o período activo do lançamento, proclamação e divulgação da Candidatura do Tejo Ibérico a Património da Humanidade, a TAGUS UNIVERSALIS.

Notícias do Mar

Conhecer e Viajar Pelo Tejo Texto e Fotografia de ArquivoCarlos Salgado

Aentrevista tinha que começar com uma pergunta fundamental.

C.S.- Porquê essa tua paixão pelo Tejo?

B.P.- A minha paixão pelo rio Tejo surgiu há uns dez anos quando iniciava os meus estudos de dou-toramento em Toledo. Foi quando comecei a conhecer a importância que o Tejo tinha para esta cidade. Não fazia sentido a declaração desta cidade como Património da Humanidade sem o Tejo e o papel fundamental que ele desempenha para a mesma. Foi então quan-do decidi descer até à beira do rio para ver Toledo dali doutra óptica, doutra perspectiva, em definitivo

desde o Tejo que lhe deu origem e quando ali estive pude comprovar a riqueza paisagística e patrimonial enriquecida pelo rio, um património e uma paisagem completamente desconhecida da grande maioria da sociedade espanhola.

O Tejo é o rio que mais história tem de todos os rios espanhóis; ele foi a fronteira de conquistas e recon-quistas, nele se estabeleceram as barreiras e divisões das diferentes Espanhas que existiram ao longo da história ( e que existem ainda ). A sua riqueza arquitectónica abarca restos de todas as civilizações que ocuparam Toledo e, a paisagem natural, tanto a flora como a fauna, concede um carácter único a esta

cidade. Esta foi a origem da minha fascinação e interesse pelo Tejo, a minha paixão foi tal que comecei a sentir a necessidade de conhecer o rio com mais profundidade na sua totalidade e complexidade. É o rio mais extenso da Península Ibéri-ca, nasce em Aragão e atravessa um número importante de regiões de Espanha que desenham no rio uma paisagem única em cada um dos seus territórios, daí a sua com-plexidade que da mesma forma que unifica e gera a identidade ou o ca-rácter das populações ribeirinhas, também é um factor de divisão de-vido às diferenças que ele próprio vai adquirindo na geografia penin-sular, até à embocadura do maior estuário da Europa, junto a Lisboa. Toda esta enorme diversidade e identidade provocou em mim uma fascinação maior à medida que ia adqirindo mais conhecimento do Tejo. Mas surpreendeu-me haver tão poucas publicações sobre a sin-gularidade única deste rio em Espa-nha, o que mostra a falta de interes-se por este rio, o que é gerador de um desconhecimento generalizado na sociedade espanhola e entre as pessoas e os cidadãos que vivem junto dele, que estão hoje de costas voltadas para ele.

Por essa razão decidi empe-nhar-me voluntariamente no estudo do Tejo criando uma associação em Espanha dedicada exclusivamente à investigação, didáctica e divul-gação deste rio nas suas vertentes cultural e natural. Procurei, duran-te alguns anos, atrair mais amigos para o Tejo para criarmos a tal As-sociação, e entendemos que não fazia sentido fazer um estudo do rio que não fosse da sua totalidade, pois o Tejo espanhol e o português são o mesmo, porque um rio não re-conhece fronteiras políticas ou ter-ritoriais, porque ele simplesmente acha que une dois países numa só identidade com as suas diferenças culturais. A partir daí começámos a procurar parceiros em Portugal que tivessem uma sensibilidade pareci-da com a nossa para desenvolver um projecto conjunto que zelasse pelos interesses e pela defesa do rio Tejo, nos seus aspectos cultu-rais e naturais e, nessa busca tive-mos a sorte de encontrar a Associa-

ção de Carlos Salgado com quem estabeleci uma grande amizade, que ainda perdura hoje e perdu-rará. Juntos iniciámos um árduo, complexo e difícil caminho criando uma plataforma internacional para a defesa do rio Tejo denominada Tagus Universalis Transnacional. Com esta plataforma internacional deu-se início a um período precioso ( não sem algumas complicações ), mas conseguimos divulgar e levar o Tejo a diversas regiões, tanto por-tuguesas como espanholas e, ini-ciámos uma espécie de despertar emocional ( principalmente em Es-panha ) por este nosso rio que es-tava adormecido nas consciências de muitos espanhóis. Foram quase dez anos de luta que, agora à dis-tância, penso que conseguimos muito daquilo que nos propuzemos, talvez tivessemos pecado pela ambição excessiva ou por pensar-mos que todos tinham os mesmos sentimentos pelo Tejo como nós mas, como ia dizendo, analizando à distância julgo que pela nossa di-nâmica logramos que se passou a falar mais do Tejo, e conseguimos remover algumas consciências que continuam a pugnar por ele. Porém, as dificuldades económicas que os nossos dois países atravessam e os diferentes interesses políticos que existem relativamente ao rio, levaram a que a Associação Tagus Universalis Transnacional acabas-se por se dissolver. Mas sentimo-nos recompensados do esforço e do custo, em tempo e dinheiro, que pessoalmente suportámos para termos conseguido atrair e reunir todos aqueles que se solidarizaram com a causa da recuperação da paisagem cultural do Tejo e que por certo, prosseguirão com esse ob-jectivo. Quanto a nós, continuamos enamorados do Tejo e vamos con-tribuindo, dalguma forma, para que um dia o Tejo seja verdadeiramente reconhecido e possa desfrutar de uma recuperação, sendo-lhe acres-centado valor a fim de servir um turismo sustentável criando uma regeneração económica para roda a bacia hidrográfica do Tejo.

Eu actualmente sigo a minha luta individual por este rio, que me emociona, que gerou muitas das suas cidades e paisagens para que

Bábarba Palomares

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Notícias do Mar

sejam Património da Humanidade, que tem uma luz única e, só me resta dizer-vos que, a minha paixão por este rio só se pode explicar se o conhecermos, acercando-nos dele e simplesmente escutar o que nos dizem as suas águas sussurrantes, o que nos inebria de tal forma que não podemos deixar de amá-lo.

C.S.- Sinto que em Espanha o rio Tejo não é amado, porquê?

B.P.- O Tejo em Espanha tem sido sempre um dos rios mais des-conhecidos de todos os grandes rios espanhóis. Sabe-de que é o rio mais extenso da Península Ibé-rica, conhece-se alguns dos seus afluentes e as regiões por onde passa até à sua desembocadura no oceano Atlântico em Portugal, mas pouco mais se sabe deste rio fun-damental. O seu esquecimento ou declínio começou em meados do século XX, quando o rio começou a deixar de ser o centro da vida das populações ribeirinhas e portanto as suas águas e as varzeas onde se cultivavam as hortaliças e outros legumes, foram trocadas por outras zonas e lugares de abastecimento. A contaminação das suas águas que foi aumentando pouco a pouco, o que também levou a que o Tejo deixasse de ser um lugar lúdico e divertido, adaptado à prática des-portiva como as descidas de cano-agem e a pesca desportiva. A insta-lação das indústrias próximo do rio e o polémico transvase a partir da sua cabeceira para Segura ( Múr-cia ), levaram o Tejo a converter-se numa espécie de cloaca onde a prá-tica de qualquer actividade, seja de que tipo for, seja impraticável. Esta situação actualmente está longe de mudar ou melhorar; não há vontade política para travar a degeneração do Tejo porque são muitos os inte-resses empresariais e institucionais que impedem que projectos como a Associação Tagus Universalis Transnacional, pretendia realizar no Tejo em Espanha como seja: um Plano Director que procurasse con-seguir o equilíbrio entre a acção do homem e a recuperação do seu pa-trimónio cultural e da sua paisagem natural. Encontrar uma forma de conseguir estabelecer esse equilí-brio e plasmá-lo num Plano Direc-tor, executando-o faseadamente era o objectivo da Ass. Tagus Uni-versalis em Espanha mas, como é que esse plano conseguia avançar quando os interesses de quem faz a gestão do rio são muito diferentes dos que nós propunhamos. A crise económica actual que está atingin-do fortemente a Espanha, agrava a situação crítica de muitos dos seus rios porque se prevê a redução con-siderável de manter a conservação desses rios, com as consequências negativas do agravamento do meio ambiente e da preservação do seu

património cultural, que é verdadei-ramente ingente. Tem faltado um bom plano de gestão da paisagem cultural do rio Tejo, sensibilizando a sociedade civil, dando-lhe um maior conhecimento das riquezas do Tejo, mobilizando os cidadãos. Não obs-tante estas adversidades, tais como a falta de vontade e empenho dos políticos ( uma coisa é o que eles dizem aos cidadãos e a outra é o que fazem realmente na prática ) e o procedimento dos empresários, há sempre quem se preocupe com o Tejo, de forma individual ou em pequenas associações sem fins lu-

crativos, e trabalhe para que o rio volte a recuperar o esplendor de outrora, o que é de louvar. Contudo há que reconhecer que a autonomia da Extremadura é uma das regiões que demonstra alguma sensibilida-de e que mais projectos tem para o Tejo, pelo que espero que esta política possa dar fruto a longo pra-zo, gerando sensibilidade e consci-ência entre os cidadãos que, esses sim, são os verdadeiros donos do rio Tejo, porque sentem a obrigação de o legar aos seus descendentes e não há direito de lhes legar um “ rio ferido de morte “. Temos que procu-

rar a todo o custo, que os nossos vindouros possam herdar não só um rio em condições óptimas mas também mentelizá-los de que têm de cuidar dele, mantendo-o nas mesmas condições ou melhor do que o receberam. Mas se eles vão herdar um rio poluido, como pode-mos exigir-lhes que cuidem dele, que o amem, que o melhorem, se nós não soubemos conservá-lo.

E com esta reflexão vos deixo, desejando vivamente que algum dia o Tejo recupere o papel funda-mental que desempenhou histori-camente.

Tejo Transnacional

Proclamação da TU na Expo 2008 Saragoça

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Um Rio Que Nos Dá VidaHá que Conhecê-lo para o Preservar e Devolvê-lo aos CidadãosUm rio é uma corrente de água doce, mais ou menos caudalosa, que é entre os recursos naturais um dos mais importantes para a existência da Vida. Foi decisivo na evolução da humanidade com uma importância sempre crescente à medida que a sociedade evoluiu. Não pode o Homem de hoje ignorar esta realidade sem o risco de comprometer a sua própria existência. Mas é preciso conhecê-lo e senti-lo para o proteger e cuidar.

Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo Texto e IlustraçõesCarlos Salgado

Estou completamen-te de acordo, por conhecimento pró-prio, com tudo o

que diz, com clarividência, a mi-nha amiga Bárbara Palomares na entrevista que me deu, tanto na primeira parte em que evi-dencia as riquezas que o Tejo possui bem assim como com as pobrezas que ela aponta na segunda parte da entrevista. Posso mesmo afirmar que em muitos aspectos o Tejo portu-guês é um espelho do Tejo es-panhol, salvo raras excepções

que resultam da oroidrografia, do clima e da maior proximida-de que as comunidades ribeiri-nhas têm dele. O homem tem contribuído para essas pobre-zas com a passividade e até a conivência dos governos, dos serviços públicos e das polí-cias desde meados do século passado. Há quase meio sé-culo que pugno pelo Tejo e vou continuar, por isso tenho dito e apregoado através de vários meios e em diversas ocasiões, inclusivamente neste Jornal, e sei do que falo, que o TEJO,

RIO DE MUITOS DONOS, SE NÃO FOSSE TÃO FORTE JÁ ESTARIA MORTO; SOFREU MALDADES E ENCHEU-SE DE PROBLEMAS: COMERAM DELE AS INDÚSTRIAS PO-LUENTES, A AGRICULTURA INTENSIVA E A AGROPECU-ÁRIA, A CONSTRUÇÃO CI-VIL, AS HIDROELÉCTRICAS, A PESCA ILEGAL E ALGUNS PARASITAS E ULTIMAMENTE UNS ABUTRES que vão sobre-voando aquilo que resta dos re-cursos deste rio, espreitando a oportunidade para atacar.

Contudo, tenho para mim que o grande rio ainda tem con-dições para renascer, assim haja inteligência, coragem e determinação para empreender essa cruzada!

Quero, mais uma vez, dá-lo a conhecer melhor aos meus con-cidadãos, mas entendi que devo começar por mostrar nos seus melhores aspectos, direi posi-tivos, porém não vou deixar de pôr o dedo nas feridas sempre que entender que é preciso.

Há meio século que ando a navegar no Tejo e como de-

Capa do Livro

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Notícias do Mar

vem calcular já vi muitas coisas, umas boas e outras más e por isso sei do que falo. Curiosa-mente, comecei por considerar que esta minha atitude se devia a uma paixão pelo Tejo, mas al-guns amigos meus dizem que se trata duma obsessão mas agora cheguei à conclusão de que aquilo que sinto pelo Tejo é uma “ fascinação “.

Há muito que tinha no meu imaginário fazer uma viagem a partir da nascente até à foz, o que acabei por concretizar e dela fazer um Diário de Bordo a que dei o título de Tejo, maior que o pensamento…porque na realidade o Tejo é bastante maior do que se possa imaginar porque ele é muito mais do que água.

Este “ Diário de Bordo ” pretende ser um meio didácti-co que quer dar a conhecer o Tejo, rio transnacional, histórico e eixo identitário relevante dos dois países que percorre, que merece ser mais conhecido e respeitado pelas suas valências e potencialidades excepcionais tais como a Paisagem Natural tão diversificada, a Biodiversi-dade e o Património Histórico e Cultural, material e imaterial, e a sua interacção ancestral com o homem. Quer objectivamente despertar o interesse e o desejo do cidadão que o leia, para ir à descoberta do Tejo e percorrê-lo, indo visitar os sítios para o conhecer de perto e melhor, desfrutando-o e deslumbrando-se como eu, com tudo o que os seus olhos virem e as emoções que sentir. Está elaborado de modo a privilegiar a imagem ao texto por meio de fotografias, desenhos e pinturas ( que na sua maioria são da minha auto-ria ) daquilo que encontrei ao longo da viagem e que quero transmitir com realismo, Essas imagens vão identificadas por legendas e textos descritivos, que no seu conjunto mostram a paisagem natural, a fauna e a flora bem assim como a relação ancestral do Rio com as comu-nidades ribeirinhas e os seus usos e costumes tradicionais. As informações nele contidas são, na generalidade, o resulta-do do que vi no terreno, ouvi e li em documentos sobre os sítios que percorri e que visitei duran-te esta viagem. As fotografias,

cuja única intenção foi a de mostrar os sítios como os vi no período do dia e na hora em que passei por eles são, obviamen-te, qualitativamente despreten-siosas. Outras ilustrações com-plementares que o livro contém são de gravuras e de documen-tos antigos e de obras de arte relevantes que são do domínio público bem assim como outras relativas aos vestígios arqueo-lógicos achados no Vale do Tejo português desde a Pré- história até à presença Romana.

Optei por dividir o percurso da viagem em lanços, como um roteiro, no sentido de montan-te para jusante, lanços esses que desenhei à mão livre em cima do joelho à medida que fui descendo o rio. São eles: em Espanha - 1. Em busca da Nascente; 2. Rumo ao Alto Tajo; 3. Travessia da região das Re-presas ( los Pántanos ); 4. Rota monumental; 5. De Castilla la Mancha para a Extremadura; 6. Rumo a Portugal. Em Portugal - 7. Tejo Internacional e Alto Tejo; 8. Médio Tejo; 9. Baixo Tejo; e 10. Estuário. Cada lanço é pre-cedido do respectivo diagrama e do texto descritivo do mesmo. Pelo facto deste Diário de Bor-do ter acabado por ser denso e volumoso ( 300 pag. ), torna - se impensável poder ser publi-cado em papel nos tempos que correm. Perante esta realidade e porque não quero metê-lo na gaveta, nem posso deixar de dar mais este contributo para que o Tejo seja conhecido em toda a sua vastidão e abran-gência, optei por o publicar on-line, gratuitamente. Decidi fazer a sua publicação fraccio-nada em fascículos separados a partir de Janeiro de 2013, no intuito de manter uma chama viva prolongada sobre o Tejo, e conto também com o Notícias do Mar para os ir transmitindo aos seus leitores, e espero que o seu realismo seja bem elu-cidativo porque é esse o meu propósito.

Aproveito para vos solicitar que à medida que vão rece-bendo esses fascículos os vão divulgando ( reencaminhando ) para outros amigos, contribuin-do assim para criar uma rede de cidadãos amigos do Tejo, porque ninguém ama ou prote-ge aquilo que desconhece.

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GPS Garmin: A Informação Certano Momento Exato, com Rota TraçadaQual o melhor restaurante das redondezas? Qual o centro comercial mais interessante? Onde posso encontrar a bomba mais próxima? E o hotel mais económico? Não perca tempo com pesquisas na Internet ou longos telefonemas para os amigos. Pergunte à Garmin!

Electrónica

Notícias Garmin

AGarmin, líder mundial em soluções de na-vegação por satélite*, possui um portefólio

de equipamentos GPS extrema-mente vasto e criado a pensar nas distintas necessidades dos vários utilizadores. No entanto, existe algo que os vários modelos possuem em comum – são mais do que sim-ples equipamentos de hardware portadores das mais recentes tec-nologias. São na verdade soluções de navegação completas, que colo-cam ao serviço dos clientes o sof-

tware mais ajustados às diferentes situações. Para além de oferecer uma experiência de utilização sim-ples e intuitiva, as soluções da Gar-min distinguem-se pela riqueza que oferecem em termos de informação privilegiada acerca dos melhores locais em cada destino, ou seja, os Ponto de Interesse (POI) que fazem parte integrante de cada mapa.

Os GPS Garmin vêm com mi-lhões de pontos de interesse que melhoram toda a sua experiência de navegação, permitindo ao utili-zador não só aceder à informação

útil no momento certo, mas tam-bém poder usufruir dos melhores locais que cada zona ou país tem para oferecer. Encontre facilmente, perto do seu destino ou no seu per-curso, estacionamentos, postos de combustível, táxis, hospitais, caixas multibanco, bares, restaurantes, hotéis, bibliotecas, cinemas e muito mais. A lista está dividida por as-sunto, facilitando as pesquisas, e o GPS traça automaticamente a rota até ao local. Sem enganos, nem desvios desnecessários.

Vai de viagem para um país des-

conhecido? Assistir a um evento internacional? Numa excursão de aventura? Não perca tempo com livros, perguntas e mapas no hotel. Os pontos de interesse da Garmin indicam-lhe os melhores locais em cada destino, consoante as neces-sidades e objetivos. Para além disto, a Garmin permite ainda o download de pontos de interesse adicionais. Existem milhares de POIs criados pela comunidade de utilizadores Garmin que podem ser transferidos para o seu GPS, através do softwa-re POI Loader (gratuito). Para além disto, o próprio utilizador pode criar pontos de interesse, uma forma de distinguir os locais mais interessan-tes ou traçar rotas diferentes num mesmo destino.

“Atualmente, as pessoas ne-cessitam mais do que um simples equipamento que lhes indique as direções para um determinado des-tino. Querem um companheiro de viagem, um verdadeiro parceiro co-nhecedor dos melhores locais em cada região ou país. A Garmin tem investido cada vez mais na criação de uma solução completa que vai além dos simples mapas”, afirma Mariana Dias, Marcoms Manager da Garmin Portugal. “Os milhares de Pontos de Interesse disponibi-lizados pelas soluções da Garmin oferecem informação rica, fiável e extremamente importante para quem viaja e pretende usufruir do melhor que um local tem para ofe-recer, sem perdas de tempo”, con-cluiu.

Ciências do Mar

No passado domingo, dia 13 de janeiro, em Ilhavo, foi inaugurado com uma enorme enchente de público, o Aquário de Bacalhaus, uma estrutura que

representa bem a terra que se afirma como a Capital Portuguesa do Bacalhau. O auditório e o átrio do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) foram pequenos demais para acolher todos aqueles que quiseram assistir à festa de inauguração do Aquário de Bacalhaus, uma nova aposta do espaço museológico dedicado à cultura do mar.A construção do Aquário do Bacalhau envolveu um investimento de cerca de 2,8 milhões de euros, 85 por cento dos quais são de fundos europeus No tanque, que tem uma capacidade de 120 metros cúbicos de água, nadam já 40 peixes e, dentro de dois meses, serão 60 no total, pois há mais 20 bacalhaus

Em Ilhavo foi Inauguradoo Primeiro Aquário de Bacalhau

jovens em quarentena.Ribau Esteves, presidente da câmara de Ílhavo, informou: “Alguns vieram da Noruega e outros vieram da Islândia, mas já parecem ser daqui”. Estes peixes passaram a ser as estrelas principais da nova valência do Museu Marítimo de Ilhavo, pois esta exposição não será estática. “Vamos ter, por exemplo, um espectáculo com o mergulhador a entrar no tanque e a dar de comer aos baca-lhaus”, finalizou Ribau Esteves.O presidente da Câmara explicou ainda que o Museu Marítimo de Ílhavo “é já, desde há quatro anos, o museu municipal mais visitado” e tem estado no grupo dos dez museus nacionais e municipais mais visitados do país, recebendo entre os 50 e os 80 mil visitantes por ano.O autarca salientou que Ílhavo continua a ter “uma actividade económica muito importante” na área da pesca, pois são do Porto de Aveiro os únicos 14 navios de pesca longínqua que Portugal tem e é na indústria transformadora de pescado de Ílhavo que é transformado 80 por cento do bacalhau laborado em Portugal

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Obra Tem que Estar Pronta Antes da PrimaveraDeram finalmente início as dragagens do Portinho de Vila Praia de Âncora, uma obra esperada ansiosamente pela comunidade local dos pescadores, impedidos de sairem e entrarem a barra com segurança, devido a estar cheia de areia.

Notícias do Mar

Desassoreamento do Portinho de Vila Praia de Âncora

Oportinho foi constru-ído em 2003, mas desde o início que não satisfez os pes-

cadores, os quais são os que me-lhor do que ninguém conhecem as correntes, a força do mar e a deslocação das areias nos fundos. Eles são os primeiros a saber qual a forma de resolver os problemas que o mar pôe. O maior erro dos decisores políticos, é que a grande maioria destas obras e a orientação dos molhes são projetados e cons-truídos sem consultar os pescado-res. Veja-se o que aconteceu em Sines, tem acontecido em Sagres e está a acontecer igualmente em Vilas Praia de Âncora.

Assim, este portinho, desde que foi construído, é a quarta vez que está a ser desassoreado. Devido ao frequente assoreamento da barra e do interior do porto, os pescadores veem-se constantemente impedi-dos de sairem para a faina.

Vasco Presa, presidente da as-sociação dos pescadores profissio-nais e desportivos de Vila Praia de Âncoraa afirma “havia um porto an-tigo, construído em mil oitocentos e tal, que estava melhor concebido”. Recordando as questões levanta-das com o portinho, acrescentou “os erros do projeto foram logo apontados de início, mas não nos quiseram ouvir e agora o prejuizo que esta situação tem causado aos pescadores já levou muitos a aban-donarem a actividade e os barcos de pesca ao espadarte acabam por ir descarregar à lota de Vigo, agravando ainda mais a economia local”

O desassoreamento chegou a ser anunciado pelo Governo para

maio ou junho de 2011 mas, mais uma vez nada se fez e só agora as obras arrancaram.

A conclusão dos trabalhos vai depender das condições do mar mas, segundo os responsáveis pela obra, o desassoreamento deve ficar concluído antes da primavera.

Portinho de Vila Praia de Âncora

O desassoreamento deve ficar pronto antes da primavera

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A IGFA Establece Novas Regrase Recomendações para a LibertaçãoOs pescadores desportivos, sejam pescadores de fim-de-semana, caçadores de recordes mundiais, ou participantes em torneios, estão a ficar cada vez mais conscientes da necessidade de conservação do peixe que adoram perseguir.

Pesca Desportiva

Big Game

Como pedem por mais e melhor ciência para for-talecer a saúde

dos peixes por todo o mundo, também eles têm olhado para as maneiras para reduzir o im-pacto do seu “hobby” nas espé-cies de peixes desportivos. Em particular, mais e mais torneios estão a adoptar um formato “All-release”, necessitando um standard para a libertação das capturas. Respondendo a esta necessidade, a IGFA estabele-ceu um novo conjunto de Re-gras de Libertação para clarifi-car e dar suporte aos ideais da pesca desportiva.

A IGFA espera que estabele-

cendo uma definição para uma “libertação oficial IGFA” não somente institui um standard através do qual os pescado-res poderão comparar as suas libertações, mas também, e mais importante, encorajar os pescadores a continuar a liber-tar os seus peixes. Na recente reunião anual do conselho, o Conselho de Comissários da IGFA aprovou o seguinte:

A IGFA considerará um peixeoficialmentelibertado quando uma ou maisdas seguintesacçõesNos Açores, um marlin azul com cerca de 300 kg vai ser reanimado e libertado

No Algarve um espadim azul vencido, vai ser reanimado e libertado

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Pesca Desportiva

fôr cumprida:A. O mate (homem do leader) agarrar o leader.B. O destorcedor toque na pon-teira da cana.C. A ligação (nó ou outra qual-quer) entre o leader e a linha mestra/double line/linha mosca passe a ponteira da cana.

O comprimento do leader terá que estar de acordo com as regras em vigor da IGFA. Concretamente, para linhas até e incluindo 10 kg (20 lbs) o le-ader não poderá exceder 4.57 mts (15 pés). Nas linhas acima de 10 kg (20 lbs) o leader não poderá exceder os 9,14 mts (30 pés). Todas as medidas do leader serão incluindo a amos-tra ou montagem dos anzóis e são medidas até à curva do último anzol. As exigências da IGFA na pesca com mosca não estipulam o comprimento total do leader. De qualquer modo, desde que as regras da IGFA não autorizam “class tippets” superiores a 10 kg (20 lbs), a IGFA adoptará a convenção de que o comprimento máximo para um leader de mosca será 4.57 mts (15 pés) mantendo assim a concordância com as regras da pesca convencional. O comprimento do leader da pesca com mosca inclui a mos-ca e será medido até à curva do último anzol. As “shock tippets” não poderão medir mais do que 30.48 cm (12 polegadas) de comprimento e as “class ti-ppets” terão que ter um mínimo de 38.10 cm (15 polegadas) de comprimento.

Esta nova regra estabelece um novo standard para a liber-tação de uma captura, e faz com que as regras de liberta-ção para torneios – muitos dos quais já seguem as Regras da IGFA como base para as res-pectivas regras do torneio.

“ Qualquer coisa que faça-mos para promover uma liberta-ção apropriada do peixe, espe-cialmente em torneios, é bom”, disse o Presidente da IGFA Rob Kramer. “Estabelecendo regras para o que se considera uma li-bertação, a IGFA espera facilitar que mais peixe seja devolvido à água nas melhores condições de sobrevivência”.

Adoptando esta alteração das regras, o Conselho de Co-missários da IGFA vê também

uma única e benéfica oportu-nidade para estabelecer uma recomendação para melhores práticas de segurança e liberta-ção ética do peixe:

• Anzóis circulares deverão ser sempre usados quando se pesca com isco natural, vivo ou morto

• O anzol deverá ser remo-vido se possível e sem causar um dano adicional ao pescador ou ao peixe

• Se o anzol não puder ser removido, o leader deverá ser cortado tão perto quanto possí-vel do anzol

• O mate (homem do lea-der) deverá evitar tentar partir a linha manualmente porque tal poderá causar danos adicionais ao peixe, especialmente aque-les que não foram ferrados na mandibula

• Um tempo dilatado deverá ser gasto a reavivar um peixe exausto movendo-o suave-mente para a frente na água de modo a que esta circule através das guelras

• Deverão ser usadas redes sem nós ou revestidas a borra-cha sempre que um peixe tenha que ser levantado nelas

“ Os pescadores percebe-ram que para apoiarmos o seu crescimento, teremos que to-dos tomar a responsabilidade de ser seguranças dos nossos recursos, adiantou Kramer. “ A

IGFA está orgulhosa de estar a ter um papel progressivo no esforço destas mudanças e re-comendações.”

Para ver todas as Regras In-

É necessário muita técnica para capturar um peixe e também muita consciência para o libertar

Um espadim azul em combate nas águas do Algarve

ternacionais de Pesca da IGFA, por favor visite:

http://www.igfa.org/Fish/INTERNACIONAL-ANGLING-RULES.aspx

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Class Offshore 225 Começa em Grande

O maior campeonato mundial da UIM começa sua décima segunda edição em 2013 ainda mais forte com 16 etapas, duas a mais do que em 2012. Tudo parece andar de acordo com o planeamento do Istanbul Offshore Club, entidade que criou e vem promovendo esse campeonato cujas provas acontecem em diversas cidades ao longo da Turquia.

Motonáutica

Texto Gustavo BahiaFotografia IOC Isiklar World Offshore 225 Championship

Tudo fruto da paixão pela Motonáutica do megaempresá-rio turco Ugur Isik,

que tem sido o pilar forte para o desenvolvimento do desporto nesse hospitaleiro país. Ugur Isik é o Presidente do Istanbul Offshore Club, seu Grupo em-presarial, ISIKLAR, é o principal patrocinador do campeonato que conta também com vários patrocinadores, e, o suporte político e financeiro do Governo da Turquia, através do Ministé-rio do Desporto e da Federação dos Desportos em Desenvolvi-mento.

2013com mais barcosCom 10 barcos, 2012 teve o menor número de participantes Uma das largadas da temporada 2012

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Motonáutica

da história da categoria, mas mesmo assim apresentou no-vidades significativas, como a

adesão de três novos países e uma equipa internacional com dois barcos. A GHB Offshore

Racing do empresário brasileiro Gustavo Bahia veio participar do Isiklar UIM World Offshore

O YKM é um forte candidato à disputa do título de 2013

A dupla Italiana do Galatasarayli deve-se mostrar mais competitiva em 2013

Regularidade foi o forte aliado do Besiktas para a conquista do vice-campeonato de 2012

Conseguirão os campeões de 2012 manter a liderança em 2013?

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Motonáutica

225 a convite de Ugur Isik, sen-do a equipa responsável por tra-zer 3 novos países através dos seus integrantes. Pela primeira vez o campeonato contou com a participação de Porto Rico, com o Throttleman Juan Carlos Carrasquillo. Essa famosa ilha caribenha já tem seu nome gra-vado na história da Motonáutica Offshore, com o Bi-Campeão Mundial de Class 1 Offshore Feliz Serralles. Em 2012 Car-rasquillo iniciou sua trajectória internacional, com uma expe-riência de vários anos em pro-vas Offshore em Porto Rico e no automobilismo também nos Estados Unidos. Portugal foi o segundo país que teve pela primeira vez um piloto partici-pando deste campeonato. João Filipe Galvão de Carvalho é pi-loto e Chefe da Equipa na GHB Offshore Racing, sendo um profissional com muitos anos de experiência na Motonáutica, teve uma participação destaca-da, sendo o primeiro português a participar de provas Offshore em Campeonatos do Mundo. Com sua participação em 2012, João Filipe conseguiu o record de 13 etapas das 14 do cam-peonato. Todo esse trabalho da GHB Offshore Racing vem mostrando resultados em Por-tugal e em Porto Rico, onde ou-tros pilotos e throttlemen vem procurando se organizar para participarem em 2013. Segundo Gustavo Bahia, a GHB Interna-tional Sports Management tem sido procurada por alguns pro-fissionais interessados em par-ticipar na sua Equipa e outros

Os campeões venceram 12 das 13 etapas do campeonato

O Polimersan será um forte candidato a vitórias em 2013

O campeonato tem participação de fortes marcas como o WD-40

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Motonáutica

em inscreverem novas equipas. Até o momento estão confirma-dos 11 barcos para 2013, mas esse número pode subir para 14, dependendo das confirma-ções das inscrições até o próxi-mo mês de Abril.

Calendáriocom 16 provasO calendário provisório já cons-ta no site da IOC, mas ainda não foi totalmente confirmado, já que poderão haver algumas trocas de cidades e datas até o mês de fevereiro próximo. De qualquer forma o Campeonato vai começar em Istambul no mês de maio e já tem confir-madas as cidades de Samsun, Erdek, Trabzon, Mersin, Van e Gaziantep como certas.

Quais as equipas para 2013A lista das equipas confirmadas para 2013 é a seguinte: ECI Men Cosmetics com o barco 88 dos Campeões Kerem Tuncer/Alpay Akdilek (TUR); Besiktas com o barco 03 dos vice-cam-peões Murat Leki/Orçun Tufan

(TUR); Efe Project – Mitsu-bishi Electric com o barco 33 da dupla Nevzat Arman/Onur

A dupla João Filipe e Juan Carrasquillo muito alegres pela companhiaUgur Isik da o sinal laranja de preparação para a partida

O Angel Yachts venceu a última etapa de 2012

Um dos barcos da equpa de resgate do IOC

Um bela vista do lado asiático de Istambul com o barco 27 a sair para os treinos

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Motonáutica

Ozgul (TUR); YKM Sports com o barco 02 da dupla Saruhan Tan/Kerim Zorlu (TUR); Gsyiad-Galatasarayli com o barco 05 para a dupla Francesco Radae-li/Giovanni Casagni (ITA); Angel Yachts com o barco 66 da dupla Cengiz Siklaroglu/Ugur Yelmen (TUR); Lenore Yacht com o barco 14 da dupla Ilker Ozmen/Umur Duyar (TUR); Polimersan com o barco 07 da dupla Hakan Vanli/Tarik Oktem (TUR); WD

40 com o barco 40 da dupla Bogac Hurzat/Mehmet Hantal (TUR); GHB Offshore Racing Porto Rico com o barco 27 para dupla Juan Carrasquillo/ C. Du-ran (PR) e GHB Offshore Ra-cing Portugal com o barco 72 para a dupla João Filipe(POR)/TBN. Ainda por confirmar as participações do piloto Suha Yenigul com um segundo bar-co da equipa Angel Yachts, de uma dupla de Portugal e outra de Porto Rico. Caso tudo se confirme serão 14 barcos na primeira etapa em Istambul.

Uma categoriade baixo custoUm dos pontos fortes do suces-so dessa categoria é o baixo custo operacional em relação as demais categorias. O pro-motor também garante alguns benefícios as equipas, fazendo com que seus custos anuais sejam mais viáveis num perío-do de grande contenção mun-dial. Mesmo assim, uma equipa precisa de um orçamento anual mínimo da ordem dos €200 mil por barco.

A GHB Offshore Racing teve um ano de aprendizagem em 2012

Suha Yanegil substituiu Carrasquillo em algumas provas

O EFEProject teve um excelente desempenho e pode surpreender os favoritos em 2013O throttleman Puerto Riquenho foi uma grande mais valia para a equipa

A dupla prepare-se para ocupar os postos no cockpit

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Um Clube ao Mais Alto NívelO Surf Clube de Viana, além do seu longo historial consagrado de títulos desportivos, tem, atualmente, atletas a competirem em todos os circuitos nacionais da Federação Portuguesa de Surf e também em circuitos europeus e mundiais. A capacidade organizativa e formativa deste clube vianense continua a ser referência, tanto ao nível nacional como internacional.

Surf

Notícias do Surf Clube de Viana

Com uma história de 24 anos na promoção das ati-vidades de “surf”

ao mais alto nível, vê no Cen-tro de Alto Rendimento Surf de Viana do Castelo, cuja abertu-ra aguarda, a oportunidade de contribuir com todo o seu know-how para uma gestão de refe-rência deste espaço.

O SCV realizou, no passado dia 7 de dezembro, a sua maior aula de sempre, em Viana do Castelo, para 65 surfistas. Além dos 32 surfistas que frequen-tam o seu Programa Contínuo (Iniciação, Avançado e Compe-tição), juntaram-se 33 alunos, oriundos de vários países eu-ropeus, como Lituânia, Estó- Turma Erasmus Surfingviana

Escola Surf Clube Viana - Praia do Cabedelo

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Surf

nia, Polónia, República Checa e Espanha, que, ao abrigo do Programa Erasmus, estão a es-tudar em várias universidades e politécnicos da região Norte. Este que foi o primeiro contacto destes alunos com o surf e com o oceano Atlântico, registou um êxito tal que já estão agenda-das outras ações de formação para janeiro e fevereiro.

A praia do Cabedelo é o local ideal para a formação massiva de surfistas dada a sua quali-dade ambiental, a consistência das suas ondas e ainda a ca-pacidade formativa do clube lo-cal, que tem como um dos seus principais objetivos potenciar, na região de Viana do Castelo, as atividades náuticas, nomea-damente o surf e o bodyboard. Atletas do SCV competem em todos os circuitos da FPS Os alunos da sua Escola de Surf e os atletas do SCV, na presente temporada, participa-ram nos Circuitos Nacional de Surf Esperanças e Nacional Bodyboard Esperanças, Liga Meo Pro Surf, Circuito Nacional Bodyboard Open e na Taça de Portugal. De destacar a atleta Filipa Fernandes, Campeã de Bodyboard nos Jogos Náuticos em Quiberon, João Guedes, atleta da Selecção Nacional e atual Vice-Campeão Europeu de Surf, e João Neiva, atleta que participa no Circuito Mun-dial de Bodyboard.

European Surfing Federation elogia trabalho do SCVDurante a última reunião do comité executivo do European Tour of Surfing (ETS), o traba-lho notável do SCV em prol do surf foi enaltecido, tendo ficado “a porta aberta” para a organi-zação de uma etapa do novo ETS, que terá início em 2013.

O SCV confirma o interesse manifestado pela Fédération Française de Surf e pelaFe-deración Española de Surf no sentido de realizar, no início de 2013, estágios das respetivas seleções nacionais nos Centros de Alto Rendimento (CAR) Surf portugueses, em particular, no CAR Surf de Viana do Castelo.

Notícias do Surf Clube de Viana

Um Clube ao Mais Alto NívelDe igual forma, a Federação

Portuguesa de Surf aguarda a abertura do CAR Surf de Viana para, aproveitando a semelhan-ça com o tipo de ondas da Ilha Hainan (China), agendar os es-tágios da seleção nacional com vista à preparação da Taça do Mundo da InternationaI Surfing Association - ISA China Cup 2013 - competição exclusiva para as melhores oito seleções de surf do mundo.

CAR Surf de Viana do Castelo está no

calendário de 2013De entre a calendarização de eventos para 2013 do SCV, em parceria com a Câmara Municipal de Viana do Caste-lo, destaque para o XV Luso Galaico (18 e 19 maio), os XIX Jogos Náuticos Atlânticos (15 a 19 julho), o Campeonato Euro-peu Surf (julho/agosto), o Surf/Bodyboard Esperanças (agos-to), as datas destes dois últimos eventos ainda estão sujeitas a confirmação.

O SCV tem conhecimento que o CAR Surf de Viana do Castelo, financiado em 85%

pelo FEDER, foi concluído, es-tando pronto a servir o Despor-to Nacional, e que a sua abertu-ra está apenas dependente de decisão dos seus promotores - CMVC, FPS e Instituto do Des-porto de Portugal. O Surf Clube Viana, com uma história de 24 anos na promoção das ativida-des de “surf” ao mais alto nível e como parte interessada neste projeto, aguarda luz verde des-ta troika do CAR Surf de Viana do Castelo para que se cumpra um desígnio há muito prometi-do a esta associação náutica vianense.

Reunião Federação Europeia Surf - CAR Peniche

CAR Surf de Viana do Castelo

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José Braga Aborda CampanhaNacional à ISA China Cup“Uma honra estar entre as oito melhores Selecções Nacionais do Mundo”. É assim que o seleccionador nacional José Braga começa por falar da participação de Portugal na China Cup, uma prova especial, estinada às oito melhores Selecções do “ranking” ISA em 2012, e que terá lugar na província de Hainan, entre 25 e 28 de Janeiro próximo.

Surf

ISA China Cup

OSeleccionador Na-cional encara a Chi-na Cup como uma prova especial, em

que, assegura: “Não temos nada a perder”.

“Há vários anos que Portugal se classifica entre as oito melhores na-ções de surf do Mundo nos World Surfing Games [Mundiais de Surf]. É uma posição que temos consoli-

dada, o que não quer dizer que não aspiremos a algo mais nesta China Cup.

Não temos qualquer pressão, nada a perder e tudo a ganhar.”

A posição entre as oito melhores do Mundo, num grupo que integra também Havai, Austrália, Estados Unidos, França, Japão, Brasil e Peru é notável, sobretudo quando vista à luz da dimensão portuguesa,

explica José Braga:“Temos atletas de grande qua-

lidade, com provas dadas a nível internacional e medalhas em mun-diais, o que é impressionante se se tiver em conta que esta qualidade surge de uma população surfista muito reduzida e num país ainda com muito pouca tradição. Quan-tos surfistas têm países como os EUA ou o Brasil e há quantos anos se faz surf no Havai? Depois, há o caso especial do Japão, mas isso explica-se pelo enorme investimen-to que se tem feito no surf naquele país, em que os atletas viajam mui-to e têm destinos de ondas de clas-se mundial relativamente perto.”

Portugal tem talento no surf e, sobretudo, talento muito jovem. Basta atentar a esta Selecção, em que o elemento mais velho, João Guedes, tem 26 anos, e em que o bicampeão nacional, Vasco Ribeiro, tem 18 anos.

Juventude que nem sequer foi critério importante na escolha dos atletas para esta campanha, expli-ca o seleccionador:

“Para mim, nesta, como noutra selecção qualquer, contam vários factores que considero fundamen-tais, mais até que o talento indivi-

dual. O espírito de grupo e a capa-cidade de se sacrificar pela equipa, até em detrimento do seu resultado individual.”

Uma lógica que comanda as op-ções de José Braga mas que, nesta equipa em particular, acrescentou outros factores:

“Escolhi os atletas para esta Se-lecção com base no facto de terem uma clara aposta em projectos inter-nacionais e também na disponibili-dade demonstrada para a Selecção noutras ocasiões, nomeadamente, no Eurosurf do ano passado, que aliás, vencemos. É um prémio para a sua disponibilidade em sacrifício de outros compromissos, mas tam-bém, face aos resultados obtidos, uma escolha que me dá garantias de qualidade. Finalmente, do ponto de vista puramente técnico, tentei escolher dois atletas ‘regulares’ [pé esquerdo à frente na prancha] e dois ‘goofies’ [pé direito à frente na prancha]. Foi uma escolha difícil, como sempre, que deixou outros atletas seleccionáveis de fora, mas guiada por estes critérios absolu-tamente transparentes e que têm tido bom retorno para campanhas anteriores.”

Recorde-se que A China Cup é uma prova dedicada, em exclusivo, às oito melhores

nações do Surf mundial no ranking da ISA 2012, apuradas no Mundial de Juniores do Panamá deste ano. Nomeadamente: Havai, Austrália, Brasil, EUA, Japão, Fran-ça, Peru e Portugal.

Os eleitos de José Braga para esta competição da elite do surf mundial e que estarão em jogo títu-los individuais e colectivos são:Open Vasco RibeiroFrederico MoraisEduardo FernandesJoão GuedesFeminino Maria AbecasisCarina DuarteEquipa Técnica José BragaPedro Barbudo(seleccionador adjunto)

A Federação Portuguesa de Surf conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos para as Selecções Nacionais

José Ribeiro

José Braga

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Director: Antero dos Santos – [email protected] Comercial: João Carlos Reis - [email protected]ção: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana.Administração, Redação: Tel: 21 446 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - [email protected]

João Macedo Lança app de Telemóvel com Ensinamentos Básicos de SurfJoão Macedo, surfista de ondas grandes que divide o seu tempo entre Portugal e a Califórnia, onde surfa habitualmente as ondas gigantes de Mavericks, lançou uma aplicação disponível para Iphone, Ipad e telemóveis e tablets com sistema android que pretende ensinar a surfar.

Surf

Notícias da Federação Portuguesa de Surf

Esta aplicação cha-mada “How to surf app” ensina os fun-damentos técnicos,

etiqueta e segurança dentro de água, dicas e truques, tudo de uma maneira simples, intuitiva e utilizando todos os recursos multimedia disponíveis neste tipo de ferramenta.

Uma aplicação que é, ao fim a cabo, a reencarnação tecno-lógica do “Livro 7 - Como ser surfista” escrito pr João Mace-do em 2004 e que tem agora esta nova vida pela mão de

uma pequena empresa califor-niana, a WSC, de amigos que João conheceu na sua experi-ência norte-americana.

“Se não tivesse ido para os Estados Unidos, provavelmen-te esta aplicação nunca teria nascido. Foram contactos qur fiz por lá e algumas conversas que deram origem a este pro-jecto que considero muito inte-ressante e aliciante para quem queira começar a conhecer o mundo do surf”

Os ensinamentos e dicas explicados nesta aplicação são

usados no dia a dia da escola de João Macedo, a Surf Acade-mia (www.surfacademia.com) e já deram origem a valores sólidos do surf nacional como

Nicolau Von Rupp, João Gue-des, Tomás Valente ou Pedro Pinto.

Mais informações em www.how2surfapp.com

João Macedo

João Macedo em Mavericks

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Notícias do Mar

Últimas

OWhite Dolphin ven-ceu a Panerai Tran-sat Classique 2012, a espetacular regata

transatlântica para barcos clás-sicos e vintage organizada pelo Clube Naval de Cascais e o Atlan-tic Yacht Club e apoiada pela Offi-cine Panerai.

Como prémio, o ketch Marco-ni de 1967 recebeu um Luminor 1950 Rattrapante 8 Days Titanio – 47mm, uma edição especial, cria-da pela Panerai para este evento, com o logotipo Transat Classique no fundo da caixa. Tendo largado de Cascais exatamente às 12h00 do dia 2 de Dezembro, o White Dolphin chegou a Barbados às 15h49 de dia 23 de Dezembro à frente do Corto. Este sloop con-seguiu ultrapassar o participante mais antigo da frota, o The Blue Peter (1930) que chegou em ter-ceiro lugar.

O White Dolphin segue os passos do Stiren, vencedor da re-gata anterior realizada em 2008, e acrescenta mais um capítulo à lenda da Panerai Transat Classi-que. Fez uma prova perfeita e ter-minou em primeiro lugar em tempo real e no tempo corrigido na etapa

Panerai Transat Classique 2012

39º Torneio Internacional de Vela do Carnaval

Todos os Caminhos Vão Dar a Vilamoura

Aproxima-se a data da mais clássica das regatas nacionais. O Torneio Internacional de Vela do Carnaval cumpre este ano a 39ª edição e tem o aliciante de ser, em simultâ-

neo, Campeonato de Portugal de Classes Olímpicas 2013. A prova decorre entre 9 e 11 de Fevereiro, em Vilamoura.São esperados em águas algarvias muitas centenas de velejadores que competem nas seguintes classes: Laser Standard, Laser Radial, Finn, 49er, 49er FX, 470, RS:X, Optimist,420, Snipe, F18, Dart 18 e Laser 4.7.Está prevista a realização de 9 regatas com o seguinte programa: 09/02/13 13 horas Sinal de Advertência 1ª regata do dia10/02/13 11 horas Sinal de Advertência 1ª regata do dia11/02/13 11 horas Sinal de Advertência 1ª regata do dia

White Dolphin Coroado Vencedor

de Saint-Tropez para Cascais e na regata principal de Cascais para Barbados. Estas vitórias devem-se muito às magníficas linhas do ketch – foi construído em 1967 no estalei-ro Beltrami e acabado no estaleiro de Sangermani, ambos em Itália – mas também à determinação, ha-bilidade e entusiamo da tripulação. Liderados por Pascal Stefani, o pro-prietário, e Yann Delplace, skipper, Fred, Nicolas, Jean-Fabrice, Arnaud e Jordan demonstraram solidarieda-de e engenho para resolver os pro-blemas técnicos que caracterizaram a travessia – problemas no motor e gerador, vela rasgada e mastro par-tido. Mas também disfrutaram de alguns momentos memoráveis, com paisagens noturnas inesquecíveis, excelentes condições para surf e pores-do-sol espetaculares…Pascal Stefani refere “o que marcou mais esta regata foram as dificuldades. Tivemos de lutar ao longo da corrida, primeiro para alcançar e ultrapassar o The Blue Peter e depois para man-ter a nossa liderança afastando ao mesmo tempo os ataques do Corto e do Persephone, os dois rivais que nos ameaçavam no tempo corrigido. A nossa melhor opção era ir dire-tamente para Sul, indo pelo leste à

volta das Canárias. Lá, encontrámos um pouco de vento, enquanto os nossos adversários ficaram presos em ares mais leves. Mas, mesmo se fosse um momento significativo, ainda tínhamos muito que fazer para ganhar a corrida.”

Na etapa final, entre Cascais e Barbados, as tripulações tiveram de suportar o mar agitado e can-sativo. Os mais afetados foram os barcos mais pequenos da frota. Às vezes era impossível cozinhar e dormir foi quase uma experiên-cia de ginástica. Juliette Petres, do Cipango recorda-se bem: “os três rapazes a bordo são pesos pesa-dos e facilmente ficavam entalados nos beliches. Considerando que sou mais leve não conseguia parar de rolar de um lado para o outro.” Mas apesar do desconforto, todos concordaram que foi uma magnífi-ca aventura, especialmente Pascal Stefani, proprietário do White Dol-phin e vencedor da Panerai Transat Classique 2012. Depois de receber o relógio Panerai com o logótipo da regata gravado Pascal deixou esta mensagem aos organizadores: “To-dos nós tínhamos o mesmo sonho, obrigada por nos ajudarem a torná-lo realidade.” Um elogio comovente

para todos aqueles que no Comet Organisation e no Atlantic Yacht Club trabalharam no duro para que o evento decorresse sem problemas.

Durante a cerimónia de entre-ga de prémios, que se realizou na soberba casa da praia decorada com as cores da Panerai para a ocasião, o ambiente foi emocio-nante. Quem estava presente ficou tocado pelo visível nervo-sismo de Elizabeth e Matthew Kelman, de 7 e 6 anos respeti-vamente, quando receberam o prémio especial (de velejadores mais jovens da regata). A compe-tição saudável e bem-humorada dos participantes esteve também em evidência, especialmente no caso de duas equipas que dis-putaram entre si uma verdadeira corrida dentro da regata. Gérald Ravache, o jovem proprietário do Gimcrack, presenteou Maurice Benzaquen proprietário do Cipan-go com um pedaço da vela balão e do gancho que durante as últi-mas etapas da regata os privou de ter qualquer esperança de cru-zar a linha antes do seu rival mais próximo. Este presente é também símbolo de como as tripulações empurram os seus barcos, mas sempre com pleno conhecimen-to dos seus limites. Na verdade, muito pouco se quebrou nos bar-cos e ninguém ficou ferido.

Para alguns dos participantes, uma nova viagem começa agora com a largada para as ilhas Gra-nadinas, enquanto outros seguem para a ilha de Martinica. Para o The Blue Peter o futuro passa pela temporada das Caraíbas que começa já a 21 de Janeiro com a Barbados Round the Island Race – o Valteam participa também – seguindo para a Antígua Classic Yacht Regatta, um dos principais eventos do Panerai Classic Ya-chts Challenge.

Classificação final1- White Dolphin2- Corto3- The Blue Peter

White Dolphin venceu a Panerai Transat Classique