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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR WORD CLOUD 8.NOV.2011 N.566 ANAM convida Raul Diniz para falar sobre motivação www.aese.pt OPINIÃO Lisboa, 10 de Novembro A educação no mundo global. Os novos desafios My Style: a moda que mais se adapta a si NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO A Fileira da Madeira e do Pinho AGENDA NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO França: mais adultos não vivem como casais EUA: multirraciais, com muitos jovens de minorias O enigma da tolerância intolerante O actual momento do sector da saúde Amor e amizade Gestão de Voluntários Lisboa, 15 de Novembro Construir um plano de negócios Lisboa, 5 de Dezembro Holanda: escolas “brancas” ou “negras”, o importante é funcionarem A favor dos Feriados AESE tem uma nova aplicação para iPad Programa de Gestão e Liderança Porto, 14 de Novembro. Lisboa, 17 de Novembro Moda em Língua Portuguesa Porto, 28 de Novembro Indignados: muita emoção, pouco pensamento Inside Job – A Verdade da Crise

NOTÍCIAS NOTÍCIAS AGENDA PANORAMA DOCUMENTAÇÃO … · o nosso investimento. A primeira parte do livro é dedica-da ao estudo do problema das nossas finanças pessoais, provo-

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NOTÍCIAS WORD CLOUD

8.NOV.2011N.566

ANAM convida Raul Diniz para falar sobre motivação

www.aese.pt

OPINIÃO

Lisboa, 10 de Novembro

A educação no mundo global. Os novos desafios

My Style: a moda que mais se adapta a si

NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO

A Fileira da Madeira e do Pinho

AGENDANOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

França: mais adultos não vivem como casais

EUA: multirraciais, com muitos jovens de minorias

O enigma da tolerância intolerante

O actual momento do sector da saúde

Amor e amizade

Gestão de Voluntários

Lisboa, 15 de Novembro

Construir um plano de negóciosLisboa, 5 de Dezembro

Holanda: escolas “brancas” ou “negras”, o importante é funcionarem

A favor dos Feriados

AESE tem uma nova aplicação para iPad

Programa de Gestão e LiderançaPorto, 14 de Novembro. Lisboa, 17 de Novembro

Moda em Língua PortuguesaPorto, 28 de Novembro

Indignados: muita emoção, pouco pensamento

Inside Job – A Verdade da Crise

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AESE na vanguarda

2 CAESE Novembro 2011

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AESE é a primeira Business School em Portugalcom uma aplicação para iPad

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A aplicação da AESE para iPad jáestá disponível na App Store.

A App da AESE vai ser utilizadapela primeira vez no novoPrograma de Gestão e Liderançacomo uma ferramenta de trabalho,análise e preparação dos casospráticos que vão ser debatidos emaula. A “App” foi desenvolvidaantecipando todas as funcionalida-des necessárias ao trabalho a serrealizado sobre cada documento,garantindo desta forma a acessi-bilidade e utilidade da mesma.

O Director do PGL em Lisboa,Jorge Ribeirinho Machado, acreditaque este programa se destina aosprofissionais que gerem pessoashá pouco tempo, ou que têmpotencial para virem a fazê-lo “embreve”.

Segundo Manuel Sobral, (34ºPADE), Gerente da M-Insight, aApp da AESE para iPad “é mais doque um gadget”. É uma ferramentaque obriga a “repensar o modelo denegócio”, sendo que no caso daAESE, foi pensado como umfacilitador e “não um elemento in-trusivo” no processo de apren-dizagem com o método do caso,leccionado à semelhança da Har-vard Business School e do IESE.

Este projecto da AESE conta aindacom a parceria do ActivoBank, queMiguel Carvalho considera ser um“match perfeito” a nível de inovaçãoe do contacto com o público-alvoque as instituições têm em comum.

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A 14 de Outubro de 2011

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ANAM convida Raul Diniz para falar sobre motivação

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No passado dia 14 de Outubro,realizou-se a 3ª reunião do Progra-ma Mais da ANAM – Aeroportos daMadeira, no Centro de Artes daCasa das Mudas, na Calheta,Madeira.

“Motivação organizacional - Comomotivar os Recursos Humanos noactual contexto?” foi o tema es-colhido para o encontro, que“contou com a brilhante intervençãodo Professor Raul Diniz, presidenteda AESE e professor de Com-portamento Humano na Organi-zação e Ética”, conforme referidopelo Departamento de Comuni-cação da ANAM.

A conferência, seguida de amplodebate, reuniu sessenta e cincocolaboradores, entre os quais oConselho de Administração daANAM e a Direcção dos Aeroportos

da Madeira. A missão do ProgramaMais visa promover o conheci-mento e a partilha de informaçãoentre os vários departamentos daorganização.

3 CAESE Novembro 2011

Prof. Raul Diniz

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Com o apoio da AESE Women Leader’s Forum e da Fast Forward InnovationA 17 de Outubro de 2011

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My Style: a moda que mais se adapta a si

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A imagem é um factor muitoimportante no marketing pessoal.Por isso, a Fast Foward Innovationrealizou em parceria com o AESEWomen Leader’s Forum, no dia 17de Outubro, o seminário "MyStyle",com a consultora de moda BiaKawasaki e o especialista emcirurgia plástica Mateus Kawazaki.

Criar um estilo próprio, gerir oslooks e economizar na hora devestir foram os temas debatidospelos oradores com as empresáriase executivas. O encontro permitiusaber como coordenar os biótiposfaciais e corporais com as tendên-cias e usar a imagem como umavantagem competitiva.

"Gostei muito de ter comparecido",referiu Alexia Regojo, membro daDirecção do Grupo Regojo. "A Biaé uma comunicadora excelente,

os temas, a sequência da apresen-tação junto com o apoio visual eentusiasmo transmitido, tornaram oseminário muito interessante."

Alexandra Chumbo, PsicólogaClínica da Associação Família eSociedade, considera que “parti-cipar no seminário "MyStyle" foisem dúvida uma mais-valia paramim, quer em termos profissionais,quer como mãe, esposa e mulher!Este seminário representou uma

oportunidade para sistematizar co-nhecimentos já adquiridos eadquirir novos relacionados comuma temática tão apaixonante paratodas as mulheres: a moda! Foitambém o reforçar de uma convic-ção pessoal muito forte (que tenhotalvez por "defeito" profissional):mulheres que se arranjam bem ese sentem bonitas, sobem a suaauto-estima e consequentementese sentem mais capazes e qua-lificadas!”.

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Sessão de Continuidade para antigos participantes no GOS17 de Outubro de 2011

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Gestão de Voluntários

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A 17 de Outubro, a AESEorganizou uma sessão decontinuidade sobre “Voluntariado”,para os antigos participantes doGOS - Gestão das OrganizaçõesSociais. Este encontro reuniudirigentes de organizações sociais,todos eles com experiência pessoalde voluntariado, interessados emgerir melhor o imenso capitalhumano dos voluntários nasrespectivas instituições.

O tema foi orientado por MariaHelena Presas (4º GOS), co-fundadora e coordenadora donúcleo de voluntariado na paróquiado Campo Grande, e coordenadorado voluntariado na Entrajuda.

Depois de introduzir o enqua-dramento jurídico do voluntariado ede referir alguns estudos recentes,foram-se analisando boas práticas

e experiências a evitar; vantagense modo de resolver as dificuldadesreais que podem surgir e dificultar aintegração dos voluntários nas ins-tituições.

No actual enquadramento, oassunto é de especial interesse.Pode, se for bem aproveitado,contribuir para a solução de váriosdos problemas agudos colocadospela crise financeira no tecidosocial português.

A sessão foi muito participada,tendo decorrido num ambientepositivo e amistoso. Foi tambémocasião de rever caras conhecidas,entre os participantes das ediçõesanteriores do GOS.

5 CAESE Novembro 2011

Drª Maria Helena Presas

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Juan Palacios Raufast, Professor de Gestão Financeira do IESE, explica

Como investir as poupanças e administrar o dinheiro

O livro “Finanças pessoais”, apre-sentado na AESE a 3 de Novem-bro, aborda a evidente falta deatenção para com o próprio negó-cio pessoal: o nosso património.

Segundo a sinopse “com estaobra, Juan Palacios Raufastpretende fazer com que o leitorpossa gerir investimentos ren-táveis através de uma série deideias simples e eficazes que aju-darão a reflectir aquilo que faze-mos com as nossas poupanças eo nosso investimento.

A primeira parte do livro é dedica-da ao estudo do problema dasnossas finanças pessoais, provo-cado pela falta de educação finan-ceira, pela ameaça demográfica epela composição das nossas pou-panças. A este estudo junta-seuma revisão do mercado finan-ceiro, apresentando as principais

alternativas de investimento, osprodutos que qualquer investidorpode comprar no mercado finan-ceiro directamente ou através deintermediários (letras, títulos, obri-gações, Bolsa, divisas, matérias--primas e produtos de valor…).

Em segundo lugar, Juan Palaciosdescreve as duas formas básicasque costumamos utilizar para geriro nosso património:1) A especulação (Temos umobjectivo claro e concreto quandoinvestimos? Estamos pendentesda situação da sociedade que nosrodeia, ou apenas do preço daacção? Investimos a curto ou alongo prazo? Decidimos comcalma ou sob impulsos? Agimoscom base em razões ou ememoções?)2) O investimento, onde depara-mos com dois tipos de investi-dores:

• Os activos: aqueles que nãoprocuram antecipar-se ao que omercado irá fazer, como acontececom o especulador. O investidoractivo tem interesse, além dopreço, pelo valor do investimento esó investirá se achar que oinvestimento vale mais do que oseu preço, e vice-versa.• Os passivos: aqueles que ten-tam manter sempre uma carteiraequivalente à representada pelatotalidade do mercado financeiroglobal. É um investidor que nãofaz apostas contra o mercado,considerando que os seus preçossão o melhor sinal do valor dequalquer investimento.

6 CAESE Novembro 2011

Leitura recomendada

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Editora: AletheiaISBN: 978-989-622-427-1

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Boletim da Capelania

Amor e amizade

Muitas vezes S. Josemariaexortava os pais a serem amigosdos filhos, o que pode parecerintrigante: então, se tanto osamam, como não hão-de seramigos? O mesmo se diga demarido e mulher: ou serão amigos,ou não se amam…

Não é verdade. Uma coisa é oamor e outra a amizade. Por amor,sou capaz de dar a vida poralguém; por amizade, gosto deconversar com ele, ou com ela. Ospais amam os filhos, e os filhos, ospais; marido e mulher, em geral,amam-se muito. Sacrificam-sesem hesitação uns pelos outros.Em caso de necessidade. Foradisso, em muitos lares, quaseparecem indiferentes; e ainda pior:arreliam-se mutuamente, discutemcom azedume, fecham-se emsilêncios ferozes…

Amam-se; sentem-se responsá-veis pelos outros; a separaçãoseria um drama… Como diz aanedota: «-Nunca pensou emseparar-se da sua mulher? –Separar-me? Nunca! Matá-la,muitas vezes!»

O que falta aí? A amizade. Seramigo quer dizer ter interessescomuns; gostar do que os outrosgostam; e daí o gosto deconversar com cada um sobrequalquer coisa. Mas quando amulher despreza o futebol ou apolítica, e o marido as modas e asdoenças dos tios; quando o painão suporta as «manias» musicaisou desportivas do filho, e o filhonão quer saber nada das históriasnem dos negócios paternos;quando a mãe acha que todas asamigas da rapariga são «pirosas»e os amigos mal vestidos, inúteis e

idiotas… Não há conversa possí-vel. Não há amizade.

E continua a haver amor?Continua. Coberto de cinzas. Sóquando acontece uma desgraça,um susto grande, um perigoiminente, volta a soltar-se emchamas. Não vale a pena esperarpor isso.

Novembro de 2011

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7 CAESE Novembro 2011Capela da AESE

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AGENDA Programa de Continuidade

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Seminários

ProgramaPrograma de Gestão e LiderançaPorto, 14 de NovembroLisboa, 17 de Novembro

Saiba mais >

Ciclo “O Sector Florestal e a sua importância económica”A Fileira da Madeira e do Pinho

Lisboa, 10 de NovembroSaiba mais >

Sessão de ContinuidadeO actual momento do sector da saúde

Lisboa, 15 de NovembroSaiba mais >

Eventos

SemináriosConstruir um plano de negócios

Lisboa, 5 de DezembroSaiba mais >

5º Encontro sectorialModa em Língua Portuguesa

Lisboa, 28 de NovembroSaiba mais >

8 CAESE Novembro 2011

SemináriosIntrodução à gestão de startups tecnológicas

Lisboa, 14 e 21 de NovembroSaiba mais >

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BLOG

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A educação no mundo global. Os novos desafios

“Num artigo do The New York Times, de 1952, havia umas considerações sábias de Einstein sobrea educação, que merecem ser recordadas. Dizia: ‐ «Não é suficiente um ensino especializado.Através dele, a pessoa transforma‐se numa máquina útil, mas não num ser harmonicamentedesenvolvido». Ainda que mais aplicável à situação norte‐americana da época, é bom não perderde vista as múltiplas dimensões do ser humano. (…)”

Leia maisPublicado no Diário de Notícias, a 25 de Outubro de 2011

A favor dos Feriados

“A proposta de Orçamento de 2012 prevê que se reduza o número de horas de descanso, através do aumento do tempo de trabalho e da diminuição de feriados.Ora bem, não tenho problemas em aumentar o tempo de trabalho (uma parte muito grande das pessoas trabalha mais do que o horário estrito de trabalho, vão passar a trabalhar o horário estrito de trabalho).Mas não concordo mesmo com a eliminação de feriados. (...)”

Leia mais e comente Publicado no Blog AESE, a 20 de Outubro de 2011

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Jorge Ribeirinho Machado

Eugénio Viassa Monteiro

9 CAESE Novembro 2011

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António Henriques (33º PADE), éo novo presidente de direcção doClube de Empresários de Coimbra,instituição de utilidade pública, fun-dada em Fevereiro de 1992, quetem como missão principal dignifi-car e valorizar a actividade dosEmpresários.

Jorge Borges (41º PDE), foinomeado “regional marketing direc-tor”, assumindo assim a direcçãode marketing da Toshiba paraPortugal e Espanha.

Nesta secção pretendemos dar notícias sobre algumas trajectórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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Maria João Condessa (8ºPADIS), é actualmente Partnerda MJ Condessa Consulting.

10 CAESE Novembro 2011

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PANORAMA

França: mais adultos não vivem como casaisA França continua a ser a campeãda natalidade na União Europeia,com uma taxa de fecundidade de2,01 filhos por mulher em 2010,segundo os dados do InstitutoNacional de Estatística (INSEE).Enquanto que a média europeia éde 1,6, e os países do Sul(Espanha, Itália, Portugal, Grécia)estão em 1,4, e os da EuropaCentral ainda pior, a França e ospaíses nórdicos mantêm uma na-talidade elevada.

A França é o segundo país maispovoado da Europa, depois daAlemanha (81,8 milhões), cujapopulação tem di-minuído.

A idade média da primeira mater-nidade continua a subir, e situa-sejá nos 30 anos. Mas varia deacordo com o nível de estudos damãe: em 2008, era de 25,3 anosnas mulheres com estudos bási-cos, 28,3 anos para as de nível deensino secundário e 30 anos paraas de título universitário. Quantomais são os estudos, mais seatrasa tanto o casamento como amaternidade.

Segundo os dados do INSEE, oaumento da fecundidade em 2010deve-se essencialmente às mu-lheres com mais de 30 anos e,sobretudo, às de mais de 35.

Mas também aqui se nota o “efeitotítulo”: em 2008, as francesas semtítulo, tinham uma taxa de 2,5filhos por mulher, contra 1,8 paraas de título secundário ou supe-rior. Entre as mulheres sem filhos- 13% das gerações nascidas nosanos 60 –, as mulheres com títulouniversitário estão fortemente re-presentadas.

A ideia de que os bons resultadosda fecundidade francesa sedevem sobretudo à imigração nãosão confirmados pelos dados. Em2008, a taxa de fecundidade, queera de 1,79 para as mulheresnascidas em França, aumentava

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11 CAESE Novembro 2011

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até 1,86 com a contribuição dasnascidas no estrangeiro ou nosterritórios do ultramar. A suainfluência é, portanto, positiva,mas não determinante.

O título universitário abre muitasportas às mulheres, mas nãoprecisamente as do casamento.Em França, as universitárias ca-sam-se mais tarde, têm o seuprimeiro filho mais velhas etambém é mais provável que nãotenham filhos e vivam sozinhas,em comparação com as mulheresque têm menos estudos.

Esta é uma das conclusões de umestudo de France Prioux, MagaliMazuy e Magali Barbieri publicadona revista “Population” do InstitutoNacional de Estudos Demográ-ficos (INED). O estudo constata

que “o casamento é mais tardio emenos frequente”, e que se de-senvolvem outras formas de vidaa dois ou a sós: união livre, pactocivil de solidariedade, celibato,famílias monoparentais, famíliasrecompostas...

Embora a constituição de casaisseja mais frequente, as rupturassão ainda mais habituais, pelo queos adultos de 25 a 65 anos –homens ou mulheres – vivemsozinhos em maior percentagemdo que antes. Dá a impressão deque a mera união de facto nãocontribui para solidificar o com-promisso. De 1999 a 2006, têmvindo a aumentar os lares unipes-soais, embora esta regra não seaplique por igual a ambos ossexos: o título universitário tendea favorecer os homens no mer-

cado matrimonial, enquanto queentre as mulheres estimula ocelibato.

O casamento continua a declinar.Em 2010, realizaram-se 249.000,o que significa uma taxa de 4 por1.000 habitantes, quando nosanos setenta era o dobro. “O esta-do do homem casado e, mais ain-da, o da mulher casada são clara-mente menos universais nas gera-ções recentes”, salienta o estudo.E, quando chega, o casamento émais tardio: a idade média docasamento, que nos anos oitentaera de 25 anos para os homens ede 23 para as mulheres, passoupara 31,7 anos entre os homens ecerca de 30 entre as mulheres.

Pelo contrário, essa espécie devínculo sem compromisso que é o

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Pacto Civil de Solidariedade(PACS), criado em 1999, teve umêxito inesperado. Embora no prin-cípio tenha sido encarado comoum modo de dar uma soluçãojurídica aos casais homossexuais,a realidade é que se converteunum sucedâneo do casamento.Actualmente, constituem-se trêsPACS por cada quatro casamen-tos. Em 2010, estabeleceram-se185.000 uniões deste tipo, 95%delas entre um homem e umamulher.Ter filhos tão-pouco está já ligadoao compromisso matrimonial. Em2010, 54,8% dos nascimentosocorreram fora do casamento.

Com o PACS, um casal pode fa-zer declaração fiscal conjunta,num falecimento o sobreviventefica isento do imposto sucessório

e pode continuar no domicílio co-mum, beneficia das prestaçõessociais do companheiro, obtém li-cença de residência para estran-geiros, e assume solidariamenteas dívidas contraídas no sustentofamiliar. Devem-se ajuda materiale assistência recíproca, mas nãofidelidade; podem reconhecer osfilhos comuns, mas não adoptarem conjunto. Para estabelecer umPACS, basta inscrição no tribunale, para o dissolver, declaração devontade, unilateral ou conjunta.Ou seja, têm acesso a quasetodas as vantagens do casamentoe a quase nenhum dos seuscompromissos.

Será por isso que cada vez maisfranceses têm optado por estafórmula, talvez porque estão es-caldados da sua experiência fa-

miliar. “Somos a geração dos paisdivorciados”, confessa um daque-les que fizeram a subscrição deum PACS.

A maior frequência das rupturas,matrimoniais ou não, levou a quetenha havido um aumento de fa-mílias monoparentais, em geral, acargo de mulheres. Também aqui,com menos de 45 anos, quantomenor é o nível de estudos, maisfrequente é a família monoparen-tal.

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13 CAESE Novembro 2011

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PANORAMA

EUA: multirraciais, com muitos jovens de minoriasSegundo os dados do censo de2010, a população dos EUA é de308,7 milhões, com um aumentode 9,7% em relação aos 281,4milhões do anterior censo do ano2000.

A divisão da população por origemétnica mostra uma crescente di-versidade:

Os hispânicos, que podem ser dequalquer raça, constituem a mino-ria mais importante, e represen-tam 16,3% da população. Mais demetade (53%) identificam-se co-mo brancos.

Geograficamente, três em cadaquatro hispânicos vivem em noveEstados que têm amplas comuni-dades latinas (Arizona, Califórnia,Colorado, Florida, Illinois, NovoMéxico, Nova Jersey, Nova Iorquee Texas), mas a parte dos quevivem noutros Estados está acrescer.

Entre os jovens há menos brancosdo que nas gerações precedentes. »»

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EUA: População por raça e etnia em 2010

Milhões% da

população Aumento

2000-2010 (%) Brancos 196,8 63,7 5,7Hispânicos 50,4 16,3 43,0Negros 37,6 12,2 12,3Asiáticos 14,4 4,7 43,3Índios 2,2 0,7 18,4

14 CAESE Novembro 2011

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A população de jovens brancosreduziu-se em 4,3 milhões (10%)na década passada. Pelo con-trário, o crescimento tem sidodevido às minorias, as quais re-presentam 46,5% da populaçãocom menos de 18 anos. Osasiáticos, os negros e os hispâ-nicos contribuíram em 79% para oaumento da população na últimadécada.

O maior crescimento que temocorrido, correspondeu aos hispâ-nicos, cuja taxa de natalidade sesitua acima da apresentada pelosbrancos não hispânicos, emgrande parte porque a populaçãobranca tem vindo a conhecer umprocesso de envelhecimento e,proporcionalmente, tem menosmulheres na faixa etária de con-ceber.

A média etária da população éactualmente de 36,8 anos, mas ados brancos (41 anos) é a maiselevada, acima da dos hispânicos(27), dos negros (31) e dosasiáticos (35).

Consequentemente, os brancossão agora uma minoria entre apopulação jovem pertencente adez Estados, incluindo o Arizona,onde foi aprovada uma polémicalei, que teve por alvo a imigraçãoilegal.

Nos EUA, a percentagem depessoas com mais de 65 anos(13%) é inferior à da maioria dospaíses desenvolvidos, e a suapopulação envelhece a um ritmomais lento. O Japão tem apopulação mais envelhecida, com22,6% de pessoas com mais de

65 anos, seguido pela Alemanha epela Itália, com percentagensacima dos 20%. Em zonas comona Europa Ocidental e Central, amaioria dos países tem hoje níveispercentuais que são superiores a15%.

A maior juventude da populaçãonorte-americana tem-se vindo areflectir igualmente numa taxa defecundidade de 2 filhos por mu-lher, enquanto que, na UniãoEuropeia, essa taxa não ultrapas-sa os 1,6. Isto proporciona umavantagem dos Estados Unidosrelativamente à União Europeia,cuja população em idade de tra-balhar irá conhecer um processode declínio.

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15 CAESE Novembro 2011

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PANORAMA

Holanda: escolas “brancas” ou “negras”, o importante é funcionarem Durante anos debateu-se naHolanda o modo de conseguir queos filhos de imigrantes se distri-buíssem entre todas as escolas,sem se concentrarem só nalgu-mas. Segundo a terminologia cor-rente nesse país, são designadaspor “escolas negras” aquelas ondemais de 70% dos alunos são filhosde pais imigrantes, independente-mente da raça que tiverem. E ospais holandeses tendem a procu-rar para os seus filhos escolas“brancas”, com maioria de alunosautóctones, onde pensam que onível académico será mais ele-vado.

Com o novo governo – coligaçãode liberais de direita e demo-cratas-cristãos –, conseguirartificialmente a integração esco-lar deixou de ser uma meta napolítica holandesa. A chamada“escola negra” já não é tabu. Éaquilo que confirma Marja vanBijsterveldt, ministra da Educação,democrata-cristã, em duas entre-vistas publicadas nos diários na-cionais “NRC Handelsblad” e“Volkskrant”. “Apesar dos esforçosrealizados, as escolas brancas enegras são uma realidade e estáainda por demonstrar que tenhatido um efeito negativo”, disse.

Nas grandes cidades, 50% dasescolas primárias não consegui-ram a integração, enquanto que, àescala nacional, das 7.000 esco-las primárias somente 700 têmmais de 50% de alunos de paisestrangeiros.

A prioridade desta política mudouem 2006. A escola começou areceber financiamento extra poraluno, não pela sua origem étnica,mas pelo nível socioeconómicodos pais, pois tinha-se constatadoque este, sim, era um factor queinfluía nos baixos resultados. Pelocontrário, proteger pela origem »»

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16 CAESE Novembro 2011

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étnica foi considerado comopaternalista. Jaap Dronkers, cate-drático de pedagogia da Universi-dade de Maastricht, apoia a deci-são: “Aquilo que a ministra faz éabandonar uma falsa ilusão. A‘cor’ não influi nos resultadosacadémicos dos alunos. Tem maisa ver com o nível dos pais. Alémdisso, comportamo-nos como setodos os imigrantes fossem iguais,mas é a mistura de grupos étnicoso que torna mais difícil o sucessoescolar. Reside aqui, possivel-mente, o surpreendente êxito dasescolas islâmicas. A homogenei-dade facilita que os professoresse especializem. Neste sentido, asegregação não parece ser tãonegativa”.

Um dos obstáculos para aintegração racial nas escolas foi o

artigo 23º da Constituição holan-desa, que protege a liberdade deescolha da escola pelos pais e, aomesmo tempo, permite às escolasconfessionais a possibilidade denão admitirem crianças de outrareligião. Este tipo de escolasconstituem dois terços do total erecebem as mesmas ajudas eco-nómicas que as escolas públicas,as quais perfazem o outro terço.Este direito a seleccionar alunosde acordo com as crenças fa-miliares veio a favorecer, por seuturno, a criação de escolas islâ-micas.

A ministra da Educação holandesaafirma que, tanto os pais como aspróprias escolas, ou ainda osmunicípios, podem propor-se atítulo pessoal a luta contra asegregação, como é aquilo que

acontece em Nimega, onde todasas crianças são matriculadas numponto central e a partir de lá sãodistribuídas misturadas. Todavia,este objectivo já não estarápresente na política nacional deensino.

“O novo governo opõe-se a fixar apartir de cima a política anti--segregação”, declara a ministraVan Bijsterveldt. “É importante quese estimule os pais naquela que éa sua responsabilidade pessoal. Ogoverno irá avançar com todos osmeios para conseguir a melhoriada situação das crianças nosplanos social e económico, tantose frequentarem uma escola ne-gra, como se o fizerem numabranca”.

C. M.

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17 CAESE Novembro 2011

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PANORAMA

Indignados: muita emoção, pouco pensamentoNuma entrevista publicada no “ElPaís” (17-10-2011), o sociólogoZygmunt Bauman salienta que aemoção suscitada pelo movimento15 de Maio pode ser episódica, senão se concretizar nalgumasideias.

Zygmunt Bauman qualifica estemovimento como “emocional” eadverte que “se a emoção seencontra apta para destruir, ela éespecialmente inepta para conse-guir construir alguma coisa. Aspessoas de qualquer classe econdição reúnem-se nas praças egritam as mesmas palavras deordem. Todas estão de acordosobre aquilo que rejeitam, mas

haverá cem respostas diferentesse as interrogarmos sobre o quedesejam”.

A emoção inscreve-se na “moder-nidade líquida”, a qual ZygmuntBauman analisou nas suas obras.“A emoção é instável e inapro-priada para se poder configuraralguma coisa coerente e dura-doura”.

O movimento dos indignadoscresce, mas, segundo ZygmuntBauman, “esse crescimento éconseguido através da emoção,falta-lhe pensamento. Apenas comemoções, sem pensamento, nãose chega a lado nenhum”.

Mudaria o diagnóstico se surgis-sem líderes do movimento? “Omovimento não o aceitaria, vistoque tanto o seu poder como o seugozo é a horizontalidade, o sen-tirem-se juntos e iguais, algo que,em grande parte, lhes é negadopela actual sociedade super indivi-dualista”.

Antigamente era preciso muitotempo para preparar protestos emmassa como os do 15 de Maio,mas, agora, as redes sociais per-mitem que sejam convocados emmuito pouco tempo. Todavia,igualmente, “as manifestaçõessão episódicas e propensas à hi-bernação”.

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18 CAESE Novembro 2011

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PANORAMA

Inside Job – A Verdade da CriseRealizador: Charles FergusonActores: Matt Damon como

narradorMúsica: Alex HeffesDuração: 120 min.Ano: 2010

Este documentário ganhou umÓscar em 2011 e tem originadovárias polémicas, continuando“em alta” à medida que a criseeconómica se expande... O modocomo nos é narrada a história temum objectivo claro: apontar osculpados pela actual situaçãofinanceira. Ao longo do filme vãoaparecendo testemunhos grava-dos de altos responsáveis deorganismos económicos, indiví-

duos concretos, com nome pró-prio, o que credibiliza a sua narra-tiva. O ritmo e a sucessão deentrevistas pretende apresentarculpados de uma forma directa,“apanhados” pelas suas própriaspalavras e actos. A câmara está láe filma… no entanto, se pareceassim tão simples identificar osculpados, porque é que tudo con-tinua mal?

Pouco a pouco vai crescendo umaquestão: terão sido mesmo sóestes os responsáveis pela crise?Não haverá uma simplificaçãoexagerada? O que levou aquelaspessoas a actuarem daquele mo-do? Como se encara a ganância

na mentalidade moderna? Não seensina a tantos e tantos que ogrande objectivo existencial é “go-zar” a vida a qualquer preço sempensar em custos? Está ou nãojustificado que se viva acima dassuas possibilidades e se compremtantas coisas supérfluas sem di-nheiro para as pagar? Na prática,quem alimenta esta mentalidadeconsumista em que o que conta é“ter mais”?

Este documentário defende a re-forma do sistema económico, maspara além disso, é também ne-cessário reformular o modo comocada um individualmente pensa eage. Está também nas mãos de »»

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19 CAESE Novembro 2011

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cada um agravar ou minorar umasituação global, composta poracções concretas tomadas porpessoas de carne e osso. Aposte--se nas boas acções… sempre!

Tópicos de análise:

1 - Cada um deve olhar para sipróprio antes de atirar asculpas para os outros.

2 - É necessário ir às causasreais dos erros para que nãose repitam.

3 - Ter princípios fortalece aactuação individual contra amentalidade dominante.

4 - Os mass media possuem“leituras” que audiências eagentes devem conhecer…

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20 CAESE Novembro 2011

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DOCUMENTAÇÃO

O enigma da tolerância intoleranteEm nome da tolerância, algunsgovernos ocidentais actuam demodo intolerante contra gruposque mantêm posições diferentesdo “politicamente correcto” domomento. A crença na verdade éconsiderada perigosa, enquanto aimposição do relativismo é apre-sentada como um bem. O soció-logo Michael Casey, professor daThe University of Notre DameAustralia, explica como se chegoua esta situação (a entrevista foipublicada originalmente em“MercatorNet.com”.).

O chamado Estado “neutral”aprova certos valores e proíbeoutros, consoante estejam de

acordo ou não com os requisitosexigidos pela moda da tolerância.

– Qual é o sentido genuíno datolerância e a que se referequando fala da “tolerância into-lerante”?

– Originalmente, a tolerância erauma prática ao serviço da convi-vência nas sociedades plura-listas; uma forma de conviver e derespeitar a liberdade dos outros.Mas agora converteu-se numvalor absoluto; talvez o valor porexcelência no Ocidente.

O problema é quando, para criaruma sociedade tolerante, as de-

mocracias recorrem cada vezmais à intolerância. Uma boa so-ciedade deve proteger-se e às mi-norias mais vulneráveis contra osgrupos que se negam a respeitaros direitos de outras pessoas.Mas a “tolerância intolerante” deque falo, dirige-se contra gruposque, eles sim, respeitam os direi-tos e as liberdades dos outros.

Admitir que a verdade existe, em-bora os caminhos para chegar aela sejam diversos, constitui umfundamento mais sólido para aconvivência.

Isto acontece, por exemplo, quan-do se rotula de “intolerantes” os »»

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cristãos por manterem distinçõeslegítimas entre casais que podemconsiderar-se fruto do casamentoe os que não o são; ou quandoquerem dar preferência no acessoa determinados postos de trabalhoàqueles que partilham a sua fé; ouquando defendem os direitos dosnão nascidos e dos deficientes.

No seu sentido genuíno, aintolerância seria negar-se arespeitar os direitos de outraspessoas, mas agora alargou-se aalgo que de nenhuma forma éintolerância: o direito a negarconsiderar como boas escolhasaquelas com que não se está deacordo. A “tolerância intolerante”pretende obrigar, em nome datolerância, a admitir como bons,valores e práticas com que sediscorda.

Respeitar a liberdade de todos

– Quando se forjou o conceitode tolerância? Quem consideracomo sendo o ponto de refe-rência da tolerância na históriado Ocidente?

– A fonte mais antiga e importanteé o escritor latino Lactâncio (240--320 d.C.), membro do séquito deConstantino. Influiu decisivamentena sua concepção da tolerânciaquando este último veio a serimperador.

A obra fundamental de Lactâncio,“Institutiones divinae”, contém oque possivelmente será a primeirateoria articulada da tolerância reli-giosa. Para Lactâncio, a devoçãoreligiosa só é autêntica se prati-cada com liberdade. A coerção em

questões de fé contradiz a próprianatureza da crença religiosa. Seexiste um castigo por se seguiruma religião falsa, somente Deuspode impô-lo. Em resumo, o res-peito pela religião exige respeitopela liberdade.

O tratado contemporâneo maisimportante sobre a tolerância é deJohn Rawls (1921-2002), da Uni-versidade de Harvard. SegundoRawls, o Estado deve ser “neutral”perante as diversas concepçõesdo bem que os cidadãos defen-dem; tem de se limitar a criar umquadro político garantindo umaigualdade de liberdade e de justiçaonde todos possam viver as suaspróprias crenças.

Embora a ideia ressoe bem, al-cançar esta meta – sobretudo nos

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grupos que partem com desvan-tagem – torna inevitável que oEstado vigie a sociedade cada vezmais de perto. A sua lógica é queas crenças que “discriminam” sãointolerantes, porque, quando sãolevadas à prática, violam osdireitos dos outros. Daí que, parasalvaguardar a sociedade toleran-te, seja preciso restringir a liber-dade dos que têm crenças “discri-minatórias”.

O curioso do assunto é que ochamado Estado “neutral” acabapor aprovar alguns valores eproibir outros, consoante estejamou não de acordo com os requi-sitos de moda da tolerância.Actualmente, estes requisitos le-vam com demasiada frequência aconcluir que os cristãos coerentessão pessoas intolerantes.

Se compararmos a concepção datolerância de Lactâncio com a deRawls, observamos una diferençaimportante: enquanto que a visãode Lactâncio tem o seu princípio eo seu fim no respeito pelaliberdade, a de Rawls funcionacomo um meio para conseguiruma visão concreta da sociedadeboa ou justa. Mas a intolerânciasurge precisamente quando secoloca ao serviço de um projectoparticular.

O mito do Estado neutral

– A filosofia característica danossa época é o relativismo.Como afecta ele o conceito detolerância?

– O relativismo parece considerarque a tolerância é fundamental.

Se não existem valores nemmelhores nem piores do queoutros, e se a verdade (e, portan-to, o juízo entre valores) é inal-cançável, a tolerância converte-sena única base para a vida social epolítica.

Mas estes são esteios muitodébeis para sustentar uma vidaem comunidade. A suspeita queparece estar subjacente é que secada um insistir na verdade dassuas próprias convicções, acaba-remos por nos atacar uns aosoutros de forma a tentarmos imporos nossos valores sobrepondo-osaos dos outros.

Perante este panorama, a tole-rância converte-se num dogma defé acima de todos os outros va-lores. Para se garantir a harmonia

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social – argumenta-se – todos de-vemos acreditar nisto e, se neces-sário, tal deve ser imposto, tarefaque cabe ao Estado.

O relativismo reforça assim o mitode que, numa sociedade tolerante,o Estado é neutral perante dife-rentes valores. Mas a realidade éque ninguém vive de maneiraneutral.

Quando o relativismo é aquilo quedá forma à vida moral da socie-dade, qualquer actividade consen-tida entre adultos que não viola alei converte-se num “direito” a queninguém tem a possibilidade de seopor. E isso independentementedos efeitos nocivos que possa ternos indivíduos e igualmente nacomunidade.

Não há verdadeira neutralidadequando o bem não pode serpreferido ao mal. Se queremosuma sociedade realmente tole-rante, necessitamos que a suabase seja a verdade, não orelativismo.

Uma paixão partilhada

– Mas acreditar na verdade, nãoleva necessariamente a discri-minar aqueles que não aceitama “nossa verdade”?

– Esta abordagem explica asrazões porque o relativismo éconsiderado por vezes como aúnica forma de filosofia moralsegura para uma democracia.Dada a pluralidade de visões domundo, por um lado, e a firmeinsistência em defender a nossa,

por outro, a verdade parece nãosó inverosímil, como igualmentetirânica.

Vistas assim as coisas, tende-se apensar que quando a verdadeprevalece, as possibilidades deconhecimento, a liberdade e aautonomia se reduzem. As ideiassobre o bom e o mau, o verda-deiro e o falso, causam entãodivisão e intolerância.

Mas esta não é a única interpre-tação possível. Poderíamos esco-lher outro caminho: abandonar ainsistência obstinada de que nãoexiste algo como a verdade, ou deque é perigosa; admitir que talvezexista a verdade e que é possívelaceder a ela; e que, de facto,todos a procuramos, com maiorou menor acerto.

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Admitir a possibilidade da ver-dade, e que todos nós partilhamoso desejo de a encontrar e de viversob a sua luz, altera a situaçãopor completo. Não se renuncia àdiversidade, à discrepância, aocepticismo e à controvérsia, masagora integram-se num caminhocomum. Isto faz com que a con-fiança, a abertura e o respeitopelos outros – no quadro dos nos-sos diferentes compromissos mo-rais – sejam simultaneamentemais firmes e mais fáceis. E é istoque realmente significa a tolerân-cia.

A verdade não é uma respostadentro de uma caixa, e muitomenos um garrote. É o desenvol-vimento da realidade na qual cadaum de nós se encontra. Para ondequeiramos que a nossa busca da

verdade nos leve, a aceitaçãocomum de que a verdade é o quetodos estamos a procurar, mudaas regras do jogo. Tira-nos dobeco sem saída da “tolerânciaintolerante”.

Quando o Estado decide

– Um elemento chave da suacrítica é o “decisionismo”. Aque se refere com estaexpressão? Como degrada ele atolerância?

– O “decisionismo” é uma palavrafeia para expressar uma ideiaempobrecida da autoridade. Nasua formulação mais simplessignifica que, perante a ausênciade verdade, a autoridade derivasomente da decisão de afirmar umconjunto de valores sobre todos

os outros. Concorda com orelativismo ao não admitir valoresque sejam universalmente verda-deiros, mas rejeita a sua conclu-são de que então todos sãoequivalentes. O decisionismo éuma “solução” para o relativismo;pressupõe tomar partido e decidir– substituindo assim a verdadepor um acto da vontade – parajustificar que certos valores sãosuperiores a outros.

Na formulação adoptada por mui-tos governos ocidentais, o “deci-sionismo” pressupõe que a deci-são de optar por determinadosvalores sobre outros é deixadanas mãos das maiorias parlamen-tares. Sempre que se respeite oprocedimento correspondente, adecisão aprovada torna-se vincu-lativa.

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Depois poder-se-á revestir comuma roupagem jurídica e mesmomoral. Mas a decisão é o queconta e, até certo ponto, o quedetermina aquilo que é “justo” e“verdadeiro” em cada caso parti-cular. À falta de uma verdade, é oêxito do procedimento – e a suacapacidade para resolver contro-vérsias – o que legitima a decisão.

Consequentemente, se um grupode cidadãos – por exemplo, oscristãos – continuar a contestarcertas decisões alegando queactuam em defesa da dignidade,da liberdade, da vida humanadesde a concepção até à mortenatural, do casamento e da famílianatural, da liberdade religiosa, daconsciência... deve-se actuar con-tra eles para fazer cumprir o que a“sociedade tolerante” exige.

A solidariedade, fonte detolerância

– Como podemos escapar da“tolerância intolerante”?

– Quando a tolerância acaba portratar como intolerantes os cida-dãos que eles, sim, respeitam edefendem os direitos e as liber-dades dos outros, é preciso quenos interroguemos em que as-pectos nos estamos a enganar evoltar a assentar as bases. Achoque uma forma de o fazer é anco-rar a tolerância na solidariedade.

Tal como tem sido praticada, atolerância converte as discrepân-cias em diferenças irreconciliá-veis. Não há entendimento moralpossível, e até a ideia de umanatureza humana comum é dis-

cutida. A única forma de resolveros conflitos de valores seriaatravés da afirmação da vontade.

Esta tolerância relativista favorecea suspeita e a desconfiança entreos cidadãos. Fomenta a dureza ea presunção de se querer imporas ideias próprias às outras pes-soas, até com hostilidade. As pes-soas acabam por viver entrinchei-radas com as que pensam demodo semelhante, ou para se “de-fenderem”, ou para “atacarem”.

A solidariedade corrige esta situa-ção. Contra o relativismo, propõeo ideal da tolerância na verdade;admitir a possibilidade de que averdade existe, mesmo que os ca-minhos para chegar até ela sejamdiversos, constitui um fundamentomais sólido para a convivência.

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Por outro lado, a solidariedadeassume que pertencemos a umasó família humana. E como numaboa família, não nos limitamos asuportar-nos de má vontade ouressentidos; procuramos enrique-cer-nos com as diferenças dosoutros.

A solidariedade trata os sereshumanos não como átomos inde-pendentes, mas como pessoasque dependem umas das outraspara a sua realização. Somosautónomos, mas a nossa autono-mia é modelada pela reciproci-dade; pela nossa capacidade emassumir livremente responsabili-dades para com os outros, nãoapenas para connosco.

Se a “tolerância intolerante” trouxeconsigo a presunção de que o

discordante é um inimigo, a soli-dariedade favorece a presunçãode que o discordante pode vir aser um amigo.

M. C.

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