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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO DE ZOOTECNIA AMANDA GOMES BRUM NOVOS INSUMOS USADOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE CUIABÁ, MT FEVEREIRO DE 2015

NOVOS INSUMOS USADOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE · novos insumos usados na alimentaÇÃo de bovinos de corte cuiabÁ, mt fevereiro de 2015. amanda gomes brum ... figura

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CURSO DE ZOOTECNIA

AMANDA GOMES BRUM

NOVOS INSUMOS USADOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE C ORTE

CUIABÁ, MT FEVEREIRO DE 2015

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AMANDA GOMES BRUM

NOVOS INSUMOS USADOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE C ORTE Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Marinaldo Divino Ribeiro

Orientador do Estágio Supervisionado: Prof. Mestre Welton Batista Cabral

CUIABÁ, MT

FEVEREIRO DE 2015

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Agradeço a Deus e a Nossa Senhora por ter me dado o s pais que eu

tenho, pois toda fé e força que tenho aprendi deles .

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“O segredo é ter muita fé para seguir

em frente, mas coragem para enfrentar

os obstáculos e a certeza de que

quando nossos sonhos são movidos

por amor, à vitória não demora a

chegar.”

Autor desconhecido

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Reservatórios de melaço de soja ......... ................................................... 11

Figura 2 - Vista parcial do confinamento da Fazenda Jaguar .............................. 17

Figura 3 - Vista da baia C - 14 ................... ............................................................... 18

Figura 4 - Animais no cocho após o fornecimento da ração ................................ 19

Figura 5 - Animais em espera no curral de manejo .. ............................................. 21

Figura 6 – Modelo de baia na fazenda Vila Rica .... ................................................ 22

Figura 7 - Bebedouro das baias da fazenda Vila Rica ........................................... 24

Figura 8 - Funcionário realizando a limpeza do galp ão com vassoura de fogo . 25

Figura 9 - Silos de cevada ........................ ............................................................... 26

Figura 10 - Silo de silagem de milho .............. ......................................................... 26

Figura 11 - Fornecimento de ração no período da tar de ....................................... 27

Figura 12 - Presença de lama perto do cocho ....... ................................................ 28

Figura 13 - Presença de lama em torno do bebedouro Erro! Indicador não definido.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estimativa do número de cabeças confinad as em 2014 ....................... 4

Tabela 2 – Composição bromatologica do melaço de so ja/ níveis de garantia .. 10

Tabela 3 – Composição química do resíduo de cerveja ria úmido e fermentado

segundo alguns autores .......................................................................................... 13

Tabela 4 – Comparação de custos entre os ingredient es resíduo de cevada,

silagem de milho e de milho ................................................................................... 14

Tabela 5 - Composição média e variação de alguns nu trientes observados nos

DDGS (na matéria seca ) ........................................................................................... 14

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2. OBJETIVO ............................................................................................................... 2

3. REALIDADE DA PECUARIA DO MATO GROSSO ................................................. 3

3.1 Dificuldades e perspectivas de se confinar ..................................................................................... 5

4. NOVOS INSUMOS ALIMENTARES PARA BOVINOS ............................................ 9

4.1 Melaço de soja ................................................................................................................................ 9

4.2. Resíduo Úmido de Cervejaria ou Resíduo de Cevada .................................................................. 11

4.3 Grãos secos por destilação com solúveis - DDGS .......................................................................... 14

5. RELATÓRIO DE ESTAGIO .................................................................................... 16

5.1 Novanis .......................................................................................................................................... 16

5.2 Fazenda Jaguar .............................................................................................................................. 16

5.3. Fazenda Vila Rica ............................................................................................... 22

6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ................................................ 30

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 36

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RESUMO

O estado de Mato Grosso possui a maior concentração do rebanho nacional de bovinos e, com isso, um dos seus desafios de alimentar esses animais com baixo custo sem utilizar somente insumos tradicionais, encontrando como alternativa a adição de subprodutos, coprodutos ou resíduos industriais na alimentação de bovinos de corte. Mesmo com as exportações de carne bovina in natura em alta, alguns produtores do estado resolveram recuar na quantidade de animais confinados com receios de ter prejuízo com a produção. Aqueles que continuam a investir na atividade buscam formas de reduzir os custos do confinamento. Como até 70% dos custos de um confinamento são com alimentação, novos insumos como o melaço de soja, uma fonte energética, o resíduo úmido de cervejaria, uma fonte volumosa e proteica e o DDGS, fonte proteica vem sendo testados e adotados por produtores. O uso de resíduos da agroindústria como alternativa de alimentos além de beneficiar o produtor, ajuda para as indústrias que não sabem o que fazer com os resíduos, ou gastam caro para seu descarte apropriado. Todos novos ingredientes precisam de estudos, já que podem sofrer alterações de acordo com o processo que são manipulados, além dos níveis de inclusão, prós e contras da sua adição na nutrição animal.

Palavras-chaves: pecuária de corte; alimentação; melaço de soja; resíduo úmido de cervejaria; DDGS.

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1 1. INTRODUÇÃO

A pecuária de corte intensiva no Estado de Mato Grosso constantemente

passa por mudanças, seja na oferta dos animais, no preço da arroba ou nos custos

com instalações e insumos, sendo que os insumos voltados para a alimentação dos

animais têm sido foco de atenção por todos os pecuaristas que se envolvem em

confinamento de bovinos. Sabe-se que os custos com a alimentação animal é um

dos fatores mais onerosos na atividade de produção de proteína animal, podendo

ser de 70 % ou mais dos custos totais da atividade.

Segundo o IMEA (2014), Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária,

a quantidade de cabeças bovinas confinadas reduziu nos últimos três anos, o que

coloca os pecuaristas, profissionais e técnicos envolvidos na atividade a procurarem

alternativas para reduzirem custos que não seja o da reposição de animais, para

continuarem a atividade. A saída de muitos é a adoção de novos insumos na dieta,

que estão disponíveis na região em que se encontram, de maneira a gastar-se

menos com a logística, tendo fornecimento escalonado e com custo aceitável.

A utilização de resíduos e coprodutos não é novidade na pecuária, mas é

possível perceber que os produtores estão interessados em insumos diferentes,

além da casca de soja, torta de algodão, caroço de algodão, entre outros. Insumos

como cevada, melaço de soja e DDGS tem se mostrado alternativas viáveis ao

produtor de carne bovina, tanto na questão econômica quanto na nutricional, ou

seja, são ingredientes que adicionam qualidade ao que o animal irá consumir sem

pesar no bolso.

A pecuária de corte, é a atividade de produção animal mais difundida no

Estado e é uma atividade que ainda não está totalmente estruturada e qualificada,

como podemos perceber na suinocultura ou avicultura. Existem diversas realidades

nas propriedades que trabalham com bovinos, sendo a função do técnico ajudar o

pecuarista a melhorar sua produção dentro da realidade que ele se encontra, traçar

objetivos que se enquadram na sua situação e não incentivar a procura por técnicas

que se dizem milagrosas.

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2. OBJETIVO

Descrever insumos alimentares de dietas de bovinos de corte, que vem sendo

utilizados por produtores do estado de Mato Grosso, que reduzem os custos da dieta

dos bovinos de corte confinados.

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3. REALIDADE DA PECUARIA DO MATO GROSSO

Segundo o IBGE, em 2012, Mato Grosso tinha de rebanho bovino 28,7

milhões de cabeças, sendo o maior do país. No começo de 2014 o INDEA MT

(Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso), apresentou novos dados

mostrando que o rebanho diminui 0,84 % em relação ao ano de 2013, indicando uma

leve queda do total de bovinos, indo para 28.427.059 milhões de cabeças. Mesmo

com a queda o estado continua tendo a maior parte do rebanho nacional.

Nos Gráficos 1, 2 e 3 é possível ver como o abate de fêmeas influenciou nos

preços dos bezerros nos anos seguintes, o que significou aumento de custos para os

produtores que trabalham com recria, engorda e terminação.

Gráfico 1 – Cotação de bezerro 12 meses - Juara 2012 – R$/cab

Gráfico 2 – Cotação de bezerro 12 meses - Juara 2013 – R$/cab

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4 Gráfico 3 – Cotação de bezerro 12 meses - Juara 2014 – R$/cab

Essa queda aconteceu pela grande quantidade de abate de fêmeas no

começo de 2012, o que também interferiu na produção de 2014, no alto valor dos

bezerros e dos animais de reposição.

Na Tabela 1 estão descritas sete regiões do estado, que foram divididas pelo

IMEA de acordo com suas características agropecuárias. Pode-se perceber que as

regiões Médio-Norte, Oeste e Norte foram as que mais cresceram em número de

animais confinados. Os produtores encontraram oportunidades de investir na

atividade. Na região Noroeste a quantidade de animais manteve-se, enquanto que o

Nordeste, o Centro-sul e o Sudeste não colocaram a mesma quantidade de animais

para se confinar, houve uma queda significativa. Essa queda pode ser justificada

pelo aumento dos custos de produção em 2014, o que fez com que alguns

pecuaristas tivessem mais cautela no momento de investir na atividade.

Tabela 1 – Estimativa do número de cabeças confinadas em 2014

Macrorregiões 2013 Abril\14 Julho\14 Var. Abr-Jul\14

Noroeste 4000 4600 4600 0,00% Norte 11300 27691 28571 3,18%

Nordeste 93083 102268 95817 -6,31% Médio-Norte 175930 132771 153945 15,95%

Oeste 147772 147958 158706 7,26% Centro-sul 122740 116400 112980 -2,94%

Sudeste 163002 194971 190961 2,06%

Mato Grosso 717827 726659 745580 2,60% Fonte: Imea.

O medo de investir na atividade pode ser pelo fato do produtor não

contabilizar seu custos e os retornos. Se em 2012, quando o preço da arroba (@)

estava em média R$ 85,00, por um animal de 18@ o pecuarista recebeu R$

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5 1.530,00. Descontando o preço do bezerro de R$ 700,00, restariam para ele R$

830,00 de lucro bruto. Já em 2014, uma @, em algumas regiões, chegou a custar

mais que R$ 140,00. Usando o valor da @ de R$ 130,00, o mesmo animal de 18@

renderia R$2.340 ao pecuarista. Descontando-se o preço do bezerro, em média R$

1.100,00 no último semestre de 2014, o produtor tem um lucro bruto de R$ 1.240,00

para pagar os custos com mão de obra, operacional, alimentação e ter uma receita

positiva.

A tendência da pecuária intensiva é ficar cada vez mais onerosa devido a

diversos fatores como preço do animal de reposição, custo da terra, gastos com

logística e alimentação, qualificação de mão de obra, mas tudo em função de uma

atividade de qualidade, tanto de serviço como de produtos.

3.1 Dificuldades e perspectivas de se confinar

Em Mato Grosso, a pecuária tem papel fundamental na economia. Ela

participou da colonização do Estado e, década após década fo,i se modificando por

questões de mercado consumidor, pressão ambiental, nível de tecnificação e o

avanço de outras atividades.

A produção intensiva de bovinos é caracterizada por confinamentos dos

animais, onde a intenção de produzir um animal pronto para o abate deve atender

critérios comportamentais, nutricionais, sanitários de forma rentável ao produtor.

Todavia o que se percebe é que nem sempre essa atividade acontece da

forma mais rentável e os fatores que levam a isso vão desde problemas

organizacionais, com mão de obra, falta de informação e assistência técnica, até

problemas com controle dos custos gerais de confinar.

São diversas as barreiras que produtores e técnicos encontram no dia a dia

do confinamento, o quadro a seguir foi elaborado pela ACRIMAT, (Associação dos

Criados de Mato Grosso), numerando algumas delas.

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6 Quadro 1 – Levantamento das principais barreiras do confinamento segundo

produtores e técnicos da área

ORD BARREIRAS SOLUÇÕES ENCONTRADAS

1

Desarmonia e falta de coordenação entre os

elos da cadeia da pecuária de corte

Estabelecimento de parcerias e alianças que favorecem e criem ambiente de negócios onde as transações possam ser suportadas por contratos

2 Dificuldade na aquisição

de animais

Realizar planejamento envolvendo estudos para avaliação dos custos na aquisição de animais com qualidade e genética, logística de transporte em relação à aquisição de animais e abate dos animais, e observando a situação sanitária do rebanho

3 Elevados custos com a

atividade

Planejamento e controle da compra de insumos e utilização das mão de obra envolvida na atividade, bem como dos custos para a manutenção dos animais confinados

4 Impacto ambiental da

atividade

Tratamento e disposição adequada dos resíduos, com a exploração da geração de bioenergia tendo como base o gás metano gerado, aumentando a receita da atividade

5 Complexidade na

comercialização dos animais

Associação de produtores para comercializar em escala, bem como utilização de derivativos da BM&F travando preços no Mercado Futuro

6 Dificuldade de manejo

dos animais

Homogeneização dos lotes de animais, adaptando-os às dietas e praticando adequado manejo de cocho, observando as frequências de fornecimento promovendo a redução do período de confinamento

7 Elevada utilização do

caroço de algodão

Pesquisar e normatizar os níveis aceitáveis deste resíduo para que não comprometa a qualidade e palatabilidade da carne

8 Falta de mão de obra Capacitação e treinamento com cursos especializados na área abrangendo aspectos de manejo, nutricionais e operacionais para maquinários

9 Problemas sanitários Utilização de vacina contra pneumonia e outros manejos sanitários

Fonte: Diretrizes para o desenvolvimento da pecuária de corte de Mato Grosso – Visão de universitários e pecuaristas (2012).

No quadro as barreiras foram ordenadas de acordo com o que mais

preocupava os produtores e pode-se perceber que são alguns problemas atingem a

maioria dos produtores seja ele confinador ou não, tais como desorganização da

cadeia produtiva, impactos ambientais, problemas na comercialização, falta de mão

de obra. É necessário criar alianças para que o setor se fortaleça crescendo de

forma mais organizada e racional para cada pecuarista. É importante entender que o

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7 planejamento prévio da atividade faz com que o produtor tenha melhores condições

na aquisição de insumos e também na hora da comercialização para a indústria

frigorifica.

Cada uma das barreiras apresentadas são oportunidades para técnicos e

instituições se aprofundarem e tentar auxiliar os pecuaristas no seu dia a dia. A

pecuária de corte brasileira é uma cadeia fornecedora de grande quantidade de

proteína animal, tanto para consumo interno, como para exportação. É indiscutível

que se crie condições melhores para o setor, para que a produção continue sendo

estimulada e de maneira que favoreça todos os elos envolvidos.

Apesar dos entraves da atividade e as exportações, em toneladas, no terceiro

semestre de 2014 ter reduzido, o valor pago pela carne brasileira foi de US$1,089

bilhão pela carne exportada, até novembro. Sendo considerado recorde esse

montante. (Gráfico 4)

Gráfico 4 – Evolução das exportações da carne bovina no Brasil em US$

Fonte: ABIEC/ SECEX-MDIC.

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8 Segundo IBGE (2013), a Rússia (26,4%), Hong Kong (18,1%), Egito (13,6%),

Venezuela (11,0%), Chile (6,2%), foram os principais países importadores da carne

bovina in natura do Brasil no 3º trimestre de 2013. O volume destinado para a

Rússia teve um crescimento significativo de 26,3%. Isso aconteceu depois que as

restrições sanitárias impostas em 2011 para a exportação de carne brasileira foram

retiradas.

A tendência da carne bovina brasileira é ser almejada cada vez mais, os EUA

retomaram as negociações sobre importação da carne bovina in natura e se isso

acontecer, outros países provavelmente se tornarão consumidores também. Com

mais exportações a tendência é a valorização da cerne bovina, ou seja, os preços

irão subir e o Mato Grosso, que tem a maior parte do rebanho nacional e, portanto,

tem o papel de melhorar e intensificar a produção de animais para atender a

demanda externa e interna do país.

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9 4. NOVOS INSUMOS ALIMENTARES PARA BOVINOS

A produção de bovinos de maneira intensificada só tende a aumentar e como

os custos com a alimentação representam grande parte, serão apresentados a

seguir alguns insumos que podem ser incluídos na dieta dos animais de forma que

podem proporcionar menores custos para o produtor, cuja propriedade se encontra

perto de um centro de fornecimento.

Em todo confinamento é necessário que se faça o planejamento da atividade

antes de inicia-lá, o planejamento nutricional tem que ser realizado paralelamente.

Todavia para que a dieta fornecida tenha êxito o planejamento deve conter alguns

requisitos básicos como:

• Ser acompanhado de um técnico responsável que entenda da parte

nutricional;

• Observar a aptidão agrícola da região, o que envolve conhecer os alimentos

e suas ofertas regulares;

• Definir os níveis de energia e nutrientes disponíveis totais, para que se tenha

uma dieta balanceada de acordo com as exigências nutricionais de cada categoria

animal;

• Calcular o consumo animal diário de acordo com o número de animais que

serão confinados, bem como estabelecer o ganho médio diário para os animais e;

• Prever variações no consumo ao longo do confinamento.

Uma dieta desbalanceada e um manejo nutricional incorreto acarretam em um

prejuízo econômico grande para o produtor. É necessário ter uma equipe técnica

que entenda e seja consciente de que o operacional, o preparo, a mistura e o

fornecimento da ração são essenciais para o sucesso da atividade.

4.1 Melaço de soja

O melaço de soja é um subproduto do processo de fabricação do concentrado

proteico de soja, obtido após a extração do óleo de soja, pela lavagem do farelo com

água e álcool. (Bustano Júnior, 2010, apud Bitencourt, 2012.) O melaço de soja é

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10 um líquido marrom, constituído basicamente por açúcares, sendo considerado uma

fonte energética para a nutrição animal.

Por ser um subproduto é um material de baixo custo e elevada quantidade de

produção, dado que sua obtenção vem da produção do farelo de soja, que é um

alimento altamente utilizado. Como é um resíduo de difícil descarte ambiental, duas

vias de utilização foram elaboradas para ele: a produção de etanol/geração de

energia e a inclusão do melaço na alimentação animal, devido suas características

nutritivas (Tabela 2).

Tabela 2 – Composição bromatologica do melaço de soja/ níveis de garantia

NUTRIENTES NÍVEIS DE GARANTIA

Matéria Seca 70%

Proteína Bruta 5,40%

PDR* 5,40%

NDT** 80,00%

Extrato Etéreo 2,10%

CNF*** 77,20% * Proteína degradável no rúmen ** Nutrientes digestíveis totais *** Carboidratos não fibrosos

Fonte: SELECTA.

O melaço de soja tem destaque por sua excelente palatabilidade, o que torna

atrativo para os animais que estão recebendo dietas com sua inclusão,

proporcionando uma utilização melhor do volumoso da ração. O seu teor de matéria

seca faz com que seja um liquido viscoso, mas sem risco de cristalizar e que ajuda a

evitar a contaminação por possíveis agentes patógenos, como bactérias e fungos.

Deve ser conservado em local seco, com preferência ou por toneis de ferro, ou

caixas d’águas, (Figura 1).

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11 Figura 1- Reservatórios de melaço de soja

Fonte: Arquivo pessoal.

Sua inclusão pode variar de 6% na matéria seca, em dietas de adaptação de

bovinos, até 20% na matéria seca, para dietas de terminação de bovinos, na

substituição do milho, de acordo com o que é usado por pecuaristas.

Os valores de inclusão ainda não foram determinados, faltam pesquisas com

sua utilização e seus efeitos, apesar de ser um ingrediente já adotado na pratica.

Possivelmente níveis maiores de inclusão possam interferir no balanceamento das

dietas, alterando a quantidade de fibra necessária, interferindo no degradação da

fibra ou no ambiente ruminal.

4.2. Resíduo Úmido de Cervejaria ou Resíduo de Ceva da

O resíduo úmido de cervejaria é um subproduto obtido após o processo de

fabricação de cerveja em escala industrial, quando a parte líquida é separada da

sólida, que constitui o resíduo úmido de cervejaria.

Para cada 1000 litros de cerveja produzida sobram 350kg de resíduo úmido

de cervejaria. Tendo assim uma das suas vantagens, é um resíduo que não tem

problema de escassez, pois é produzido o ano todo, em grandes quantidades e de

baixo custo para quem se encontra perto de uma cervejaria.

O resíduo de cervejaria é altamente poluente quando descartado de maneira

errado, devido a sua carga alta de matéria orgânica. Sua utilização na alimentação

animal além de ser uma alternativa de baixo custo e boa qualidade, é um recurso

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12 sustentável, pois evita a degradação ambiental como ocorre em outras vias de

descarte.

Segundo Geron (2007), “o resíduo de cervejaria úmido compõe-se das

glumas do malte prensado e de compostos que não chegaram a solubilizar-se

durante o processo de fabricação da cerveja (quantidades variáveis de amido,

pentosanas e proteína que não coagularam durante a cocção)”.

Em dietas de confinamento o resíduo de cervejaria pode ser usado em

substituição da forragem, apesar do seu teor proteico variar entre 23% a 30%

(Tabela 3), caracteriza-se por ser uma fonte proteica de baixa degradabilidade

ruminal, até 45% desta alcança o intestino delgado, onde será aproveitada.

Segundo Rodriguez et al. (2009), “o RUC é considerado um concentrado proteico,

pois apresenta teores de fibra bruta menores que 18% e de proteína maior do que

20%.”

A principal limitação do uso de resíduo de cervejaria na alimentação animal é

seu alto teor de umidade que varia de 70% a 80%, o que dificulta o transporte e o

armazenamento desse insumo. Se o resíduo não passar por uma secagem na

indústria, para reduzir o volume e aumentar o tempo de conservação, é indicado que

ele seja usado dentro de três a cinco dias, pois a partir disso o material começa a se

deteriorar, pois ocorre problemas com fungos, o que pode causar rejeição por parte

dos animais.

Uma alternativa é a ensilagem desse resíduo de cevada depois que ela chega

à propriedade, ao criar uma condição de anaerobiose permite que o insumo perca

água, não estrague e aumente seu tempo de conservação. Não é necessária a

compactação do silo uma vez que o peso da água compacta o material de maneira

adequada para conservar o resíduo de cevada. Outra vantagem da ensilagem da

cevada é que não é necessário a adição de inoculantes ou outros alimentos para

que ocorra a fermentação.

Como em qualquer processo de ensilagem de outro alimento, a vedação do

silo é fundamental para que aumente o tempo de conservação e haja a inibição de

microrganismos indesejáveis que alteram a composição química e física da silagem,

o que reflete em redução na ingestão pelos animais e baixo desempenho. Segundo

Geron et al. (2007), “a inexistência de oxigênio (ar) dentro do silo promove a

conservação do material por um maior período (mais 10 meses) em boas condições

de uso.”

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13 Tabela 3 – Composição química do resíduo de cervejaria úmido e fermentado

segundo alguns autores

ALIMENTO

NUTRIENTE RUC¹ RUC fermentado RUC fermentado

Matéria seca 23,45 27,5 25,4

Matéria orgânica 97,37 96,16 94,5

Proteína bruta 31,29 29,92 24,33

Extrato etéreo 5,46 5,39 -

FDN* 59,65 58,52 59,72

FDA** 24,82 23,66 30,03

NDT*** - 75,28 76,3

Autores Geron (2006) Geron (2006) Valadres Filho et al. (2006)

1- Resíduo úmido de cervejaria * Fibra em detergente neutro ** Fibra

em detergente ácido *** Nutrientes digestíveis totais Fonte: Editado Geron (2007).

O baixo teor de matéria seca desse alimento é o principal limitante para ele

não ser comercializado por fabricantes de ração animal, já que a umidade dificulta o

armazenamento e pode comprometer outros alimentos. Outro fator limitante é a falta

de padronização, pois como é um resíduo tem variações na composição química

devido a diversos fatores, desde a fonte de matéria prima até o tipo de processo de

fabricação, que não é padronizado entre as indústrias de cerveja.

Klagenboech et al.(2011), citam com base em alguns autores que a inclusão

do resíduo de cevada na matéria seca da dieta não deve ultrapassar 31%, em

substituição ao alimento concentrado, enquanto que Geron (2007), encontrou que

15% de inclusão na dieta de vacas leiteiras teve melhor aproveitamento dos

nutrientes, o que contribuiu para o aumento de 7,9% na produção de leite, em

comparação à dieta que não teve a inclusão do resíduo. Nesse mesmo estudo

Geron, (2007), concluiu que ao se estabelecer um índice de avaliação econômica

observou-se um aumento na eficiência da silagem de resíduo úmido de cervejaria à

medida que se ampliou o seu uso. Outro resultado observado por Ferrinho et al.

(2013), concluíram que níveis de 33% de inclusão de resíduo de cevada podem

melhorar a digestibilidade da dieta sem influenciar na produção animal e que níveis

acima disso foi observado redução no consumo.

Uma questão que o produtor que compra volumoso, ou algum alimento com

baixo teor de matéria seca, como o resíduo de cevada, tem de ficar atento é ao

preço pago pela matéria seca do alimento, pois quando ele compra o insumo paga

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14 pela água que vem junto. Se o produtor não estiver atento aos custos pagos pelo

alimento ele pode tomar prejuízo sem perceber, já que é na matéria seca que estão

os nutrientes. Observando a Tabela 4 podemos perceber a comparação em matéria

natural e matéria seca.

Tabela 4 – Comparação de custos entre os ingredientes resíduo de cevada, silagem

de milho de e milho

INSUMO % MS CUSTO R$/ton MN CUSTO R$/ton MS

Resíduo de cevada 27% R$ 110,00 R$ 407,40

Silagem de milho 31% R$ 127,00 R$ 409,68

Milho 88% R$ 333,33 R$ 378,78

*Considerando o preço da saca de milho de R$20,00.

O resíduo de cervejaria éuma alternativa muito eficiente para os produtores e

suas vantagens econômicas e nutricionais facilitam sua utilização na nutrição animal,

porém é fundamental que o pecuarista avalie seus pros e contras antes de adicioná-

lo a rotina da sua propriedade.

4.3 Grãos secos por destilação com solúveis - DDGS

O milho grão é um dos alimentos mais usados na alimentação animal, tanto

de bovinos quanto de suínos, aves, peixes eu outras culturas. É um alimento

energético de boa qualidade.

Atualmente o milho é usado também para a fabricação de etanol, mais

comumente no EUA e agora no Brasil, sendo que do processamento do etanol de

milho resultam o óleo e os DDG (dried distillers grains) e DDGS, sigla americana de

dried distillers grains with solubles, que depende do tipo de processamento que o

grão sofre. Segundo Milanez et al, (2014)” Para gerar o DDGS, a fração líquida que

é separada do mosto durante o processo de destilação é parcialmente desidratada

e, em seguida, o xarope resultante é adicionado ao DDG.”

O DDGS é um resíduo concentrado proteico que é usado como uma

alternativa econômica para o produtor em substituição do farelo de soja, apesar do

valor proteico ser menor, quando comparado ao preço da proteína vegetal oriunda

da soja se torna uma escolha mais rentável (Tabela 5).

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15 Tabela 5 - Composição média e variação de alguns nutrientes observados nos

DDGS (na matéria seca)

NUTRIENTES MÉDIA VARIAÇÃO

Proteína bruta % 30,9 28,7 - 32,9

Gordura % 10,7 8,8 - 12,4

Fibra bruta % 7,2 5,4 - 10,4

Cinzas % 6,0 9,8 - 3,0

EM kcal/kg 3.810 3.504 - 4.048 Fonte: Editado Poli-Nutri/ Artigo técnico.

Brito (2008) destacou que existem três fatores que interferem na composição

nutricional do grão: “variação no conteúdo nutricional do milho utilizado nas

indústrias de produção de etanol, variação na relação de mistura dos dois

componentes do DDGS na indústria e diferenças no tempo e temperatura de

secagem.”

A CONAB – MT (Companhia Nacional de Abastecimento) publicou em 2012

que para cada tonelada de milho que entra nas usinas se produz mais de 345 litros

de etanol e de 220 a 240 kg de farelo animal, o que faz das usinas produtoras de

etanol uma grande aliada dos pecuaristas, pois evita que eles se tornem reféns dos

preços estabelecidos pelos grandes grupos fornecedores de grãos.

No Brasil, o DDGS é um insumo novo que está recebendo muita atenção dos

produtores de proteína animal, por ser um farelo que pode ser usado para

monogástricos e ruminantes, porém não se tem muitos estudos em relação a

inclusão nas dietas. É possível perceber que os produtores de bovinos tem usado a

inclusão de 10% na matéria seca da dieta, o mesmo recomendado para dietas de

suínos. Em contrapartida, nos EUA, a inclusão na ração de bovinos chega até 80%.

Por ser um coproduto novo no nosso país ainda faltam muitas pesquisas

sobre níveis de utilização, níveis de garantia, desempenhos dos animais, mas já se

sabe que os produtores tem tido muito interesse, não só no DDGS, e sim em todas

as alternativas que se tornam viáveis para seus sistemas de produção.

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16

5. RELATÓRIO DE ESTAGIO

5.1 Novanis

A Novanis é uma empresa do ramo de nutrição animal que desenvolve

produtos para a nutrição de bovinos de corte, nas fases do ciclo produtivos:

reprodução; recria; terminação; semi confinamento e confinamento.

A empresa tem 10 anos de trabalho, atendeu acima de 3 milhões de

bovinos/ano entre os diversos sistemas de produção. Segundo informações da

empresa, chegam a atender mais de 40% dos animais confinados no estado do

Mato Grosso com rações completas, concentrados, núcleos e mix mineral com ou

sem aditivos.

A sede da empresa se encontra na cidade de Rondonópolis. Conta com

outras três outras unidades industriais, em Água Boa, Campo Novo do Parecis e

Campo Grande em Mato Grosso do Sul, procurando sempre estar pertos dos seus

clientes.

O objetivo do estágio dentro da Novanis foi conhecer as realidades diferentes

da pecuária do Mato Grosso. O estágio desenvolveu-se em duas fazenda atendidas

pela Novanis, sendo uma com grande número de animais confinados e com mais

tempo na atividade, a Fazenda Jaguar, e outra que está no começo da atividade de

confinar, a Fazenda Vila Rica, que já tinha uma pecuária, porém mais tradicional

com bovinos a pasto.

O período do estágio foi do dia 22 de setembro até o dia 05 de janeiro de

2014, sendo que a maior parte dele foi executado na fazenda Vila Rica.

5.2 Fazenda Jaguar

A fazenda Jaguar se encontra no município de Nortelândia, na região Centro

Sul de Mato Grosso, próximo a cidade de Diamantino, à aproximadamente 220

quilômetros de Cuiabá. Possui infraestrutura para confinar 30.000 bovinos, machos

e fêmeas, nelores e cruzados (Figura 2).

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17 O confinamento tem onze linhas, sendo que cada linha possui 17 baias e em

cada baia continha de 100 a 150 animais. Acima das baias existe onze piquetes

onde são colocados os animais recém chegados na propriedade, as fêmeas de

descarte e sendo um de piquete enfermaria. O piquete enfermaria é o local onde

são destinados os animais machucados e refugos de cocho. As instalações de

apoio são a sede administrativa, alojamento para os funcionários, balança de

caminhões, posto de abastecimento, curral de manejo e a fábrica de ração.

Figura 2 - Vista parcial do confinamento da Fazenda Jaguar

Fonte: Arquivo pessoal.

A necessidade de um piquete enfermaria está em propiciar uma chance para

o animal que não está se desenvolvendo no confinamento, que se machucou ou por

briga, ou por entrevero, ou por erro de manejo, ou mesmo se debilitou no

transporte. Por haver uma hierarquia social entre os bovinos, se esses animais

debilitados forem mantidos juntos dos animais sadios, provavelmente irão morrer

por alguns motivos, como: os animais dominantes impedindo que eles cheguem ao

cocho para se alimentar e consumir uma ração fresca, os dominantes ocupando os

melhores lugares dentro da baia. Os bovinos debilitados por não se locomoverem

muito estão sujeitos a pisoteio, são alvos de brigas, fatos que só contribuem para

debilitar a imunidade desses animais. Além de apartar esses animais é indicado que

animais debilitados recebam cuidados veterinários e sejam medicados caso seja

necessário.

As instalações das baias são simples, com cercas de arame liso, não

eletrificada, cochos de cimentos elevados e com furos, bebedouros basculável e

com identificação, uma placa na ponta esquerda da baia (Figura 3). Com a

identificação da baia é possível fazer o controle zootécnico do lote de animais que

está nela durante o confinamento e reconhecer se os animais estão respondendo a

dieta.

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18 Figura 3 - Vista da baia C - 14

Fonte: Arquivo pessoal.

Há uma equipe de vaqueiros que é responsável por observar o confinamento

durante o dia, verificar tanto o comportamento dos animais, quanto as instalações.

Esta equipe é responsável por toda a movimentação do gado, em caso de trocas de

baias e embarque, ordena animais que estão fora das baias e insere no seu lote,

retira entreveros.

Para o arraçoamento dos animais existem quatro caminhões com vagão

forrageiro, balança e bica de fornecimento que faz a distribuição da ração nas baias

e um trator com vagão forrageiro acoplado para os piquetes. As fichas de misturas

de cada dieta são entregues para os motoristas no dia, eles seguem para a fábrica

de ração aonde carregam os vagões e após o tempo de mistura distribuem nos

cochos.

É importante ressaltar que o tempo de mistura é o passo essencial para não

fornecer uma dieta desbalanceada, que pode causar queda no consumo até

problemas digestivos e metabólicos. O ideal é que após a adição de todos os

ingredientes no vagão o tempo de mistura seja acima de cinco minutos. A batida

dos ingredientes deve ser do mais esfarelado, em seguida os de menor inclusão e

por fim, o volumoso (Dias Filho, 2011).

A fábrica de ração se localiza próximo às linhas do confinamento. Possui uma

estrutura adequada para o armazenamento dos ingredientes, evitando que eles

fiquem expostos as condições climáticas e de deterioração. Existem silos e moinhos

para a moagem do milho e armazenamento. A fazenda conta com um funcionário

exclusivo para a fábrica, que é responsável por conferir a chegada dos insumos e

auxiliar os tratadores.

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19 Os ingredientes da dieta fornecida aos animais são milho grão triturado,

DDGS, torta de algodão, melaço de soja, bagaço de cana-de-açúcar, ureia e pré-

mistura de minerais e aditivos fornecido pela Novanis. O giro dos animais acontece

a cada 150 dias e durante essa estadia os bovinos tem três tipos de dietas. Não há

troca dos ingredientes na dieta e sim, mudança na porcentagem de inclusão de

cada um deles. Há duas dietas de adaptação, sendo a primeira de oito dias e a

segunda de dez dias e, em seguida, a dieta final no restante dos dias. Apesar da

dieta conter uma fonte de fibra como o bagaço de cana-de-açúcar foram observado

lotes com consumo médio acima de 3% de ingestão de matéria em função do peso

vivo (Figura 4).

A dieta desse confinamento apresenta duas vantagens: a primeira é em

relação à fonte de volumoso, o bagaço de cana-de-açúcar, um resíduo

agroindustrial de baixo custo, produzido no período seco do ano, quando há

problemas com o fornecimento de forragem in natura e a segunda vantagem é que

por ter o bagaço de cana-de-açúcar como volumoso, a dieta contem menores

teores de água, se comparada com um dieta que contém silagem de milho, o que

evita que fermente e estrague facilmente no cocho, considerando as altas

temperaturas que predominam na região.

Figura 4 - Animais no cocho após a fornecimento da ração

Fonte: Arquivo pessoal.

Por causa do período de início das chuvas o fornecimento da ração era

dividido em três tratos, dois durante o período da manhã e um no período da tarde,

quando as chuvas são mais ocorrentes. Para minimizar essa problemática os

cochos eram furados.

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20 Quando os cochos não possuem furos ou não há infraestrutura para

drenagem da água das chuvas é provável que ocorra a formação de poças dentro

dos cochos, o que provavelmente irá causar intoxicação dos animais por haver a

ureia diluída na poça. Outro problema relevante é que a ração uma vez molhada,

pela chuva, tende a deteriorar muito mais rápido.

Diante de um dia de chuva, observa-se uma diferença de comportamento nos

animais, conforme apresentado no Grafico 5 e Gráfico 6.

Gráfico 5 - Variação de consumo da baia K-12

Gráfico 6 – Variação de consumo da baia C-10

Considerando que houve chuva no dia 26 de setembro, a baia K-12 houve

uma redução drástica no consumo, enquanto que na baia C-10 houve um pequeno

decréscimo no consumo nos dias seguintes. Em casos como este em que os

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21 animais param de comer por algum motivo externo, eles podem demorar de cinco

ou mais dias para recuperar o consumo natural, devido a interferencia do estresse.

Com as chuvas é visível a formação de lama nas baias, nas vias de

movimentação e no curral. A lama além de prejudicar o desempenho do animal

dificulta o manejo. Mesmo com chuvas constantes na fazenda o local que

apresentava maior problema com lama era o curral, devido ao início da retirada dos

animais do confinamento. A aglomeração de muitos animais no mesmo lugar

propiciou a formação de lama mais rápido (Figura 5).

Todos os bovinos dentro da fazenda são rastreados, se eles não vêm de

outras propriedades rastreadas, ao chegar eles são pesados, vermifugados e

recebem o brinco e o boton de identificação do SISBOV e são cadastrados no

sistema de gestão denominado Tecnologia e gestão em rastreabilidade (TGR). As

vantagens da rastreabilidade são inúmeras, uma vez que tem se todo o histórico do

animal durante o período do confinamento, os pesos de entrada e saída,

movimentação do animal, além de ser requisito para animais destinado à

exportação.

Figura 5 - Animais em espera no curral de manejo

Fonte: Arquivo pessoal.

Uma das práticas de sustentabilidade da propriedade é fazer adubo dos

dejetos do confinamento. Isso evita o acúmulo de fezes, proliferação de moscas, de

fungos e bactérias que são prejudiciais aos cascos e a saúde dos animais. Entre um

giro de animais e outro é realizada a limpeza das baias que não receberão mais

animais e os resíduos são destinados às esterqueiras. As esterqueiras são

localizadas ao fundo da fábrica de ração, distante das baias dos animais. Há uma

empresa presta assistência para verificar se a transformação do esterco em adubo

está ocorrendo de forma correta, sem que tenha problemas com a qualidade.

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22 5.3. Fazenda Vila Rica

A fazenda Vila Rica se encontra no município de Pedra Preta, no Sudeste do

estado de Mato Grosso, próxima a cidade de Rondonópolis e a 245 quilômetros de

Cuiabá. A estrutura da fazenda é para confinar até 6000 cabeças.

A Vila Rica faz parte de um complexo de fazendas do mesmo proprietário.

São nove fazendas juntas que trabalham somente com recria, engorda e

terminação de bovinos. Os animais recriados a pasto tem três destinos, ou o

confinamento na fazenda Vila Rica, ou na fazenda Santa Escolástica, ou serão

terminados em outros confinamentos em sistema de parceria.

As baias do confinamento são divididas pelas empresas de nutrição que dão

assistência técnica na fazenda, a Tortuga e a Novanis. São 15 baias tendo de 90 a

150 animais que recebem a dieta formulada pela Novanis e 32 baias de 100 a 150

animais, que recebem dieta formulada pela Tortuga, sendo que 18 dessas estão

sendo usadas para teste de núcleo mineral.

Se observarmos a Figura 6 podemos perceber o tamanho das baias, este é

o diferencial da fazenda, as baias dessa fazenda são maiores do que àquelas

presentes comumente em confinamentos. Algumas baias ainda possuem árvores

que permitem um sombreamento para os animais nas horas mais quentes do dia.

Uma vantagem desse tipo de baia é que diminui as brigas por competição de

espaço e o número de animais que praticam sodomia também é menor.

Figura 6 – Modelo de baia na fazenda Vila Rica

Fonte: Arquivo pessoal.

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23 A fazenda conta com todas as instalações de apoio, sede administrativa,

alojamento de funcionários, balança de caminhões, galpão de maquinas, fábrica de

ração e curral.

As duas últimas instalações citadas anteriormente merecem atenção. A

fábrica de ração não atende apenas o confinamento, ela abastece a mineralização

de todas as outras fazendas e ração do semi confinamento. É a única fábrica do

conjunto das fazendas, além de abastecer a fazenda de Alta Floresta do mesmo

proprietário. Dessa forma, se observava uma sobrecarga na fábrica de ração, tendo

em alguns dias problemas para carregar os insumos da dieta.

Quanto ao curral, é uma estrutura velha que está comprometida, algumas

cercas estão quebradas, existem valas fundas, a proteção para os funcionários está

quebrada, o embarcadouro é fraco, o que pode causa acidentes tanto para os

funcionários como para os animais. A construção de outro curral estava em

andamento, porém o escoamento dos animais do confinamento ainda está sendo

feita no curral velho.

As baias são de arame liso, eletrificadas, cochos de cimento rente ao chão e

bebedouros de cimento. Os bebedouros são grandes e em alguns os animais até

conseguem entrar, mas a fazenda tem uma equipe própria só para limpar e dar

manutenção nos bebedouros (Figura 7).

É fundamental que a fonte de água sempre seja de boa qualidade e permita

atender à necessidade dos animais da baia. A água interfere no consumo de ração

dos animais. Animais com déficit hídrico evitam comer, uma vez que a digestão

gera calor e sem água para dissipar o calor, bovinos evitam comer para manter as

reservas de água corporal.

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24 Figura 7 - Bebedouro das baias da fazenda Vila Rica

Fonte: Arquivo pessoal.

Uma das vantagens das duas fazendas nas quais aconteceu o estágio é que

possuem reservatórios de água ao longo do confinamento. É importante prevenir

possíveis estiagens e possíveis problemas de abastecimento para as baias, o que

prejudicaria drasticamente o rendimento de um confinamento.

Ao lado da fábrica de ração ficam os silos de cevada e acima o silo de

silagem de milho, usados na dieta dos animais. As baias não ficam próximas à

fábrica. Há dois caminhões com vagão forrageiro que fazem o arraçoamento dos

animais.

Todos os insumos que entram na propriedade são pesados e registrados. Da

mesma forma é registrado o consumo desses insumos à medida que são

fornecidos. Um dos passos para o sucesso do confinamento é ter controle de todos

os seus gastos. Como mais de 70% dos custos são com alimentação, se ao final de

um confinamento o proprietário não tiver contabilizado esses custos, provavelmente

é porque houve desperdícios, o que resulta em um prejuízo financeiro muito grande.

Além do controle de estoque o funcionário responsável pela fábrica mantém a

organização do local e realiza a limpeza todos os dias. A sacaria vazia é utilizada

para ensacar o sal mineral que vai para as outras fazendas. Quando algum dos

ingredientes a granel reduz o volume, além da limpeza, os funcionários raspam as

sobras que grudam nas paredes devido a umidade e passam a vassoura de fogo

(Figura 8).

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25 Figura 8 - Funcionário realizando a limpeza do galpão com vassoura de fogo

Fonte: Arquivo pessoal.

As dietas fornecidas variam por três motivos: a empresa de nutrição, o tempo

de confinamento e a disponibilidade de insumos. A Tortuga é responsável por duas

dietas do confinamento e a Novanis por uma. Os animais com mais de vinte dias

recebem dietas finais para terminação, recebendo mais energia, enquanto que os

mais novos recebiam dietas de adaptação. A adaptação ocorre devido o

concentrado e a ureia. Quando há uma queda no preço de algum dos insumos, que

seja rentável, é feito um reajuste composição da dieta, para aumentar a inclusão do

insumo e baratear o custo da ração.

Abaixo segue a composição das dietas:

1 Dieta da Tortuga para animais em final de terminação: milho, farelo de

soja, casca de soja, torta de algodão, cevada, núcleo mineral com

monensina e ureia. Matéria seca: 61-65%

2 Dieta da Tortuga para animais em teste, na fase de adaptação: milho,

casca de soja, torta de algodão, cevada, silagem de milho, núcleo

mineral e ureia. Matéria seca: 53-57%.

3 Dieta da Tortuga para animais em teste, na fase de adaptação: milho,

casca de soja, torta de algodão, cevada, silagem de milho, núcleo

mineral orgânico e ureia. Matéria seca: 53-57%.

4 Dieta da Novanis para animais em final de terminação: milho grão

triturado, casca de soja, torta de algodão, cevada, silagem de milho,

núcleo mineral com monensina e virginiamicina e ureia.

Matéria seca: 50-56%.

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26 A dieta de terminação formulada pela Tortuga é a mais sensível do

confinamento, do ponto de vista nutricional, pois sua única fonte de fibra vem da

cevada (Figura 9), qualquer variação no teor de matéria seca da cevada afeta os

animais. Como os animais estavam bem adaptados problemas como acidose,

timpanismo ou laminite não eram vistos, mas diarreia sim. Era possível perceber que

havia algo errado com os animais não só pela visualização dos animais, mas

também pela diminuição paralela do consumo.

Figura 9 - Silos de cevada

Fonte: Arquivo pessoal.

A dieta em fase de adaptação da Tortuga, foi feita para realizar um teste

comparando dois núcleos minerais, um contendo monensina e outro a base de ervas

naturais, sendo considerado orgânico, para comparar se o desempenho dos animais

com esse núcleo orgânico era aceitável para lançar o produto. Os animais que

recebiam essa dieta era na maioria Aberdeen Angus, com lotes de animais cruzados

e Nelores.

A dieta de terminação da Novanis, assim como as de adaptação, eram dietas

mais seguras em relação ao teor de fibra por possuírem silagem de milho (Figura

10). Não havia problema de animais rejeitando a ração e nem com baixo consumo,

geralmente o consumo das baias que recebiam silagem de milho era regular, ou

tendiam a aumentar a ingestão pelos animais.

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27

Figura 10 - Silo de silagem de milho

Fonte: Arquivo pessoal.

Paras as dietas de animais em terminação, era fornecida a ração quatro

vezes ao dia. A dieta de adaptação recebia ração apenas duas vezes ao dia (Figura

11). Quanto maior a quantidade de tratos mais se estimula o animal a consumir. Há

comida fresca sendo fornecida a todo o momento. Devido à falta de funcionários não

se consegue estabelecer uma logística eficiente de fornecimento de ração.

Figura 11 - Fornecimento de ração no período da tarde

Fonte: Arquivo pessoal.

Essa quantidade de dietas atrapalhava muito o manejo nutricional do

confinamento e prejudicava principalmente os animais que recebiam apenas dois

tratos, nos dias em que acontecia algum imprevisto, como chuva ou problema no

caminhão.

Outro fato que interfere no manejo animal é a falta de uma equipe de

vaqueiros própria para o confinamento. Muitos animais ficam soltos no corredor, a

movimentação dos animais se torna mais lenta.

Por estar no período das águas, a chuva atrapalhava a rotina do

confinamento: os tratos atrasavam, as rações no cocho que encharcavam tinham

que ser jogadas fora, o que gerava desperdício. Além disso, ocorre fermentação da

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28 ração mais rápido, pelo excesso de umidade, formava poças de lamas em torno do

cocho e dos bebedouros, dificultando a aproximação dos animais, formação de lama

no curral, entre outros (Figura 12).

Figura 12 - Presença de lama perto do cocho (A) e bebedouro (B)

A

B

Fonte: Arquivo pessoal.

O período final do estágio coincidiu com a campanha de vacinação contra

febre aftosa. Para otimizar o manejo, juntamente com a vacinação contra aftosa,

realizou-se também a vacinação contra raiva e carbúnculo, além do controle de

ectoparasitas do rebanho das nove fazendas.

Todos os animais que estavam no confinamento eram rastreados ao darem

entrada no confinamento, já que a maioria dos animais das fazendas que

abasteciam o confinamento não possuía registro do SISBOV.

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29 Um dos problemas mais graves do confinamento é o excesso de animais com

frieiras no casco. Os animais chegam a ter os cascos deformados por conta das

lesões formadas, sem mencionar o desconforto e a dor observada pelo andar, o que

prejudica no desempenho e ganhos do animal. Além disso, as feridas se tornam

porta de entrada de outros patógenos. O problema de frieira já vem com os animais

do pasto, porém se agravam no confinamento, devido ao excesso de umidade e por

não fazerem a limpeza das baias quando tem o giro de animais, o que permite a

ocorrência da Doença Digital Bovina (DDB), conjunto de enfermidades que afetam a

extremidade dos membros de bovinos.

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30 6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

A rotina de um confinamento começa por volta das cinco ou seis horas da

manhã, algumas atividades já estão sendo realizadas para o andamento de outras

atividades durante o dia.

Fazenda Jaguar

A primeira atividade do dia era a leitura de cocho, dois dos zootecnistas

responsáveis iam de moto, passando em frente às baias e fazendo a leitura. A leitura

não consiste em olhar somente as sobras de ração no cocho, mas também verificar

o comportamento dos animais.

Eram dadas notas de menos um a três, sendo menos um o cocho vazio e a

presença de animais muito inquietos no lote, grande número de animais no cocho,

mostrando que o total de ração fornecida no dia anterior está baixa, que será

necessário aumentar o quantidade ofertada em torno de 5%. Essa leitura acontecia

com maior frequência em lotes de animais recém-chegados.

Na leitura zero o cocho também estava vazio, mas não havia animais

inquietos, mas observava-se a presença muitos animais no cocho indicando que o

consumo tem que sofrer um reajuste aumentando em torno de 3% do fornecido.

A leitura um é a mais indicada para o confinamento. É quando há pouca sobra

no cocho, que corresponde apenas ao restante da seleção dos ingredientes pelos

animais e quando estão os animais mais tranquilos na baia, estando alguns animais

deitados, outros perto do bebedouro ou se levantado e alguns no cocho. Nesse caso

é indicado manter o consumo do lote. Lotes de animais em fase de terminação

geralmente possuem essa leitura.

Na leitura dois visualizava-se uma sobra significativa de ração no cocho,

percebendo que houve baixo consumo pelos animais, e os animais encontravam-se

calmos, deitados e sem animal próximo ao cocho. A leitura dois ocorria quando

havia um aumento no consumo durante mais de três dias e, então alteração no

manejo nutricional. É indicado que reduza de 3% a 5% do fornecimento.

A leitura três indicava que não houve consumo de ração pelos animais, os

animais podiam tanto estar inquietos, indicando fome e que havia algum problema

com a ração no cocho; ou estarem quietos, deitados, devido à chuva, clima ou por

erro de manejo nutricional. Essa leitura é péssima, pois resulta em desperdício da

ração, já que o cocho terá que ser limpo para fornecer uma ração fresca.

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31 Lembrando que a leitura de cocho é subjetiva, pode-se variar de acordo com

a pessoa que a realiza, sendo indicado a mesma pessoa realizar, ou duas para ver

se não há discrepâncias no valor indicado.

Enquanto era realizada a leitura de cocho dava-se o tempo de os outros

funcionários chegarem e se colocarem a seus postos. A leitura era lançada no

sistema e em seguida era fornecida aos motoristas a folha com das dietas e a

quantidade que devia ser fornecida em cada baia.

Os motoristas então se encaminhavam com os caminhões para a fábrica de

ração onde carregavam os vagões. Sempre colocando os ingredientes de maior

volume primeiro. Por último o melaço de soja, que exigia dos motoristas que

esperassem o tempo de mistura mínimo de cinco minutos, para que houvesse

homogeneização de toda a ração. O primeiro trato era fornecido entre as 07h30min

as 08h00min horas da manhã.

O acompanhamento do trato era importante para conhecer o pessoal que

realiza o trabalho, conhecer como é realizado o trabalho, saber o nível de

comprometimento e de interesse do tratador no que faz. Quanto mais comprometido

com seu trabalho, menos erros se via o funcionário cometer.

O tratador é peça fundamental no manejo alimentar, pois ele é o responsável

por fornecer o alimento ao animal, por evitar erros na batida dos ingredientes e na

distribuição, etapas que comprometem o desempenho do animal.

Após cada trato, os motoristas entregavam as fichas para os técnicos que

eram responsáveis por lançar todos os dados no sistema de gestão. O sistema de

gestão da fazenda era muito sobrecarregado, o que demorava efetuar o lançamento

de dados e a execução de algumas tarefas.

Na parte da manhã e da tarde havia dois funcionários para lavar os

bebedouros e ajustar, caso houvesse, válvula desregulada, bebedouro tombado,

falta de água.

Durante o dia, as atividades variavam entre acompanhar o trato, rodar o

confinamento para ver como estavam os animais, visitar a fábrica de ração, verificar

os estoques dos insumos, observar o manejo de embarque no curral, acompanhar

os caminhões que entravam e saiam da propriedade, lançar os dados no sistema de

gestão e analisar o relatório do confinamento.

Nos dias de embarque dos animais era acompanhávamos o manejo dentro do

curral. Geralmente, retirava-se uma baia por vez, evitando misturar os animais. Os

animais eram pesados na saída e esse peso era lançado no programa de

rastreabilidade da fazenda, que continha todos os dados dos animais durante sua

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32 estadia na fazenda, como idade, peso de entrada, se era animal próprio ou de

parceria, tempo confinado, baia de destino. Todos os caminhões com animais saiam

com guia de transporte animal (GTA). Uma das falhas de manejo no curral era o uso

de choque elétrico para movimentar os animais dentro da seringa. Além de estressar

o animal, com o choque alguns animais acabavam deitando no curral, subiam um

em cima do outro, animais viravam, caiam de costas dentro da seringa, atrasando

mais o manejo e causando estresse para outros funcionários.

Os animais recém-chegados colocavam-se o brinco de identificação do

SISBOV, de rastreamento e o outro de identificação a qual baia pertencia. Todos os

animais eram pesados, identificados, vermifugados e separados por lote de acordo

com a idade e o peso. O objetivo era criar lotes mais homogêneos possíveis.

Em caso de morte de animais, o brinco com o código do SISBOV era retirado

do animal, dava a saída do sistema de gestão com a possível causa da morte, fazia

um relatório do animal, informando lote, data de entrada e da morte e esse relatório

era anexado ao brinco para ser entregue a certificadora que dá a saída do animal

morto no banco nacional de dados de rastreamento de bovinos.

Como aspectos positivos da fazenda, pode-se destacar que a fazenda era

vista como uma empresa rural, comprometimento dos técnicos; boa logística da

fazenda; comunicação via rádio entre os funcionários; estrutura organizada;

percepção das necessidades da fazenda, com visão de mudança; gerenciamento

correto; controle dos animais.

No entanto a falta de controle do estoque dos insumos, base de dados

sobrecarregada; falta de mão de obra qualificada em alguns setores; falta de

treinamento para os funcionários, são alguns aspectos negativos.

Fazenda Vila Rica

A primeira atividade na fazenda Vila Rica era entregar aos tratadores as

fichas de misturas e fornecimento dos animais. Por ter dois tratadores, um era

responsável pela linha de animais que recebiam dieta formulada pela Novanis e o

outro pela Tortuga. Em seguida acompanhava-se a abertura da fábrica de ração e o

abastecimento dos vagões forrageiros.

O responsável pela fábrica junto com os outros funcionários fazia a limpeza

do local, recolhiam as sacarias de núcleos minerais e organizavam para serem

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33 reutilizados como sacos de mineralização para os animais a pasto. Os sacos de

ureia não eram reaproveitados, para evitar a intoxicação dos animais a pasto.

Para o desenvolvimento das atividades na fábrica de ração todos os

funcionários da fábrica recebiam EPIs, como mascara, protetor auditivo e luvas.

Para ajudar no controle do estoque dos alimentos, os tratadores anotavam as

quantidades que eram colocadas no vagão a cada batida e, para a ureia e o núcleo

mineral, foram adotados baldes com as medidas em quilogramas. As fichas quando

entregues ao gerente do confinamento, eram lançadas no programa de gestão,

abatendo do estoque.

Os tratadores, durante o fornecimento, faziam também as leituras dos cochos,

eles anotavam N (normal), quando o cocho tinha poucas sobras, C (cheio), para

quando o cocho tinha comida do trato do outro dia e V (vazio), para quando o cocho

estava limpo e com animais em pé na beirada do cocho. Por serem funcionários

antigos da fazenda e estarem na mesma função de tratadores eles tinham uma boa

percepção do comportamento dos animais, eram atentos na rotina dos animais e de

seus lotes. Isso facilitava o manejo, já que qualquer alteração que percebiam era

comunicado ao responsável do confinamento.

Havia três funcionários que rodavam o confinamento lavando os bebedouros,

por serem baias muito grandes com bebedouros grandes era usado um caminhão

com tanque de água, para após a limpeza encher o bebedouro até a metade da

capacidade, já que a vazão da bomba por sir só demorava a encher.

Uma vez por semana era calculada a matéria seca dos alimentos volumosos,

o que envolve a silagem e o resíduo de cevada. Coletava-se do silo uma amostra do

alimento, pegando uma porção de partes distintas do silo e colocando em um saco

plástico. A matéria seca era feita em um aparelho chamado koster. O koster possui

um ventilador e um sistema de aquecimento que promove a retirada da água do

alimento. Uma amostra de 100 gramas retirada do saco, com resíduo de cevada ou

silagem, era pesada e colocada na peneira do koster. A cada dez minutos realizava-

se uma pesagem do material, quando o peso se estabilizava, anotava o ultimo peso

e calculava-se a diferença do peso inicial e final para obter o teor de matéria seca

final.

Nos dias de embarque, todos os animais embarcados saiam com GTA e era

dada a baixa no sistema de rastreabilidade. Um dos pontos positivos dos vaqueiros

que faziam a movimentação é que não usavam choque para mexer com os animais

dentro do curral.

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34 Durante a vacinação, todos os vaqueiros ficavam no curral, pois junto da

vacinação contra febre aftosa, raiva e carbúnculo realizavam a vermifugação dos

animais. O tronco de contenção dos animais era mecanizado, o que ajuda na

imobilização dos animais, evitando que alguns dos vaqueiros machucassem.

Durante o período da tarde as atividades variavam entre rodar o confinamento

e observar os animais, identificar animais refugos, machucados, mortos; fazer o

lançamento dos dados no programa de gestão, como alteração da matéria seca de

algum alimento, alteração do preço, lançamento dos tratos; acompanhar os

tratadores; acompanhar o pessoal na fábrica de ração.

Em caso de morte de animais, o brinco com o código do SISBOV é retirado do

animal, e este é retirado do sistema de gestão com a possível causa da morte e o

brinco deve ser guardado para que a certificadora retire o animal morto no banco

nacional de dados de rastreamento de bovinos.

Os aspectos positivos observados foram, o controle do estoque dos alimentos,

o controle da matéria seca dos volumosos, os funcionários com mais tempo de casa

e certo nível de experiência, a comunicação via rádio entre os funcionários e setores.

Por outro lado nos pontos negativos estavam o problema de logística no

fornecimento da ração; a fazenda ainda é de pecuária tradicional; fábrica de ração

sobrecarregada; técnicos da fazenda sobrecarregados.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência do estágio proporcionou conhecer duas realidades diferentes da

pecuária de corte, uma fazenda com gerenciamento de empresa, que só lida com

confinamento e a outra na fase de transição de pecuária extensiva para uma

pecuária mais intensiva, que tem o confinamento e animais a pasto.

Conhecer essas realidades e entender as diferenças que há no processo de

modernização faz compreender que o técnico de uma fazenda tem que planejar as

atividades de uma propriedade de acordo com as características que possui,

entender as limitações e saber usar os recursos disponíveis para estimular o

crescimento da propriedade.

Além da postura de técnico, o estágio proporciona o relacionamento com

pessoas do campo, que se mostram simples e mesmo algumas sem estudo têm um

conhecimento imenso sobre a rotina de uma fazenda e o manejo com animais, com

disposição para repassar isso e se sentirem a vontade.

Fazer o estágio por meio de uma empresa que presta assistência aos

confinamentos me abriu os olhos de como os consultores também são importantes,

que todo serviço que prestam precisa de uma postura, de uma paciência e de um

conhecimento amplo para lidarem com tantas realidades.

Conhecer como uma fazenda funciona foi um dos importantes aprendizados

da faculdade, pois é possível ver todo conteúdo estudado em prática, funcionando

em uma rotina e entender que há muito para se aprender depois de terminada a vida

acadêmica.

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37 IMEA, INSTITUTO MATO-GOROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA.

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