NP EN 1997-1 2009

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    NormaPortuguesa

    NPEN 1997-12009

    Eurocdigo 7: Projecto geotcnicoParte 1: Regras gerais

    Eurocode 7: Calcul gotechniquePartie 1: Rgles gnrales

    Eurocode 7: Geotechnical designPart 1: General rules

    ICS

    DESCRITORES

    CORRESPONDNCIAVerso portuguesa da EN 1997-1:2004 + AC:2009

    HOMOLOGAOTermo de Homologao n.A presente Norma resultou da reviso daNP ENV 1997-1:1999

    ELABORAOCT 115 (LNEC)

    EDIO

    CDIGO DE PREO

    IPQ reproduo proibida

    Instituto Portugus da ualidadeRua Antnio Gio, 2PT 2829-513 CAPARICA PORTUGAL

    Tel. (+ 351 1) 294 81 00 E-mail: [email protected]. (+ 351 1) 294 81 01 URL:www. ipq.pt

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    PrembuloNacionalA presente Norma substitui a NP ENV 1997-1:1999 e constitui a verso oficial portuguesa da Norma Euro-peia EN 1997-1:2004 + AC:2009, a qual faz parte de um conjunto de normas integrantes do Eurocdigo 7:Projecto geotcnico.

    Esta Norma constitui a Parte 1 do Eurocdigo 7 e destina-se a ser utilizada como base geral para os aspectos

    geotcnicos do projecto de edifcios e de outras obras de engenharia civil.A aplicao desta Norma em Portugal deve obedecer s disposies constantes do respectivo Anexo Nacio-nal NA, que dela faz parte integrante. Neste Anexo so nomeadamente concretizadas as prescries explici-tamente deixadas em aberto no corpo do Eurocdigo para escolha nacional, denominadas Parmetros Deter-minados a nvel Nacional (NDP).

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    NORMA EUROPEIA EN 1997-1

    EUROPISCHE NORM Novembro 2004

    NORME EUROPENNE + AC

    EUROPEAN STANDARD Fevereiro 2009

    CEN

    Comit Europeu de NormalizaoEuropisches Komitee fr NormungComit Europen de Normalisation

    European Committee for Standardization

    Secretariado Central: rue de Stassart 36, B-1050 Bruxelas

    2004 Direitos de reproduo reservados aos membros do CEN

    Ref. n. EN 1997-1:2004 + AC:2009 Pt

    ICS:91.120.20 Substitui a ENV 1997-1:1994

    Verso portuguesa

    Eurocdigo 7: Projecto geotcnicoParte 1: Regras gerais

    Eurocode 7: Entwurf,Berechnung und Bemessung in

    der GeotechnikTeil 1: Allgemeine Regeln

    Eurocode 7: Calculgotechnique

    Partie 1: Rgles gnrales

    Eurocode 7: Geotechnicaldesign

    Part 1: General rules

    A presente Norma a verso portuguesa da Norma Europeia EN 1997-1:2004 + AC:2009, e tem o mesmoestatuto que as verses oficiais. A traduo da responsabilidade do Instituto Portugus da Qualidade.Esta Norma Europeia e a sua errata foram ratificadas pelo CEN em 2004-04-23 e 2009-02-18, respectiva-mente.Os membros do CEN so obrigados a submeter-se ao Regulamento Interno do CEN/CENELEC que defineas condies de adopo desta Norma Europeia, como norma nacional, sem qualquer modificao.Podem ser obtidas listas actualizadas e referncias bibliogrficas relativas s normas nacionaiscorrespondentes junto do Secretariado Central ou de qualquer dos membros do CEN.A presente Norma Europeia existe nas trs verses oficiais (alemo, francs e ingls). Uma verso noutralngua, obtida pela traduo, sob responsabilidade de um membro do CEN, para a sua lngua nacional, enotificada ao Secretariado Central, tem o mesmo estatuto que as verses oficiais.Os membros do CEN so os organismos nacionais de normalizao dos seguintes pases: Alemanha,ustria, Blgica, Chipre, Dinamarca, Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana, Grcia,Hungria, Irlanda, Islndia, Itlia, Letnia, Litunia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Pases Baixos, Polnia,Portugal, Reino Unido, Repblica Checa, Sucia e Sua.

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    ndice Pgina

    Prembulo Nacional .........................................................................................................................................2

    Prembulo .......................................................................................................................................................12

    Antecedentes do programa dos Eurocdigos....................................................................................................12

    Estatuto e campo de aplicao dos Eurocdigos..............................................................................................13

    Normas nacionais de implementao dos Eurocdigos....................................................................................14

    Ligaes entre os Eurocdigos e as especificaes tcnicas harmonizadas (EN e ETA) relativas aos

    produtos ............................................................................................................................................................14Informaes adicionais especficas da EN 1997-1 ...........................................................................................14

    Anexo Nacional da EN 1997-1.........................................................................................................................14

    1 Generalidades...............................................................................................................................................16

    1.1 Objectivo e campo de aplicao .................................................................................................................16

    1.1.1 Campo de aplicao do Eurocdigo 7 .....................................................................................................16

    1.1.2 Campo de aplicao da EN 1997-1 ..........................................................................................................16

    1.1.3 Outras Partes do Eurocdigo 7 ................................................................................................................17

    1.2 Referncias normativas...............................................................................................................................17

    1.3 Pressupostos................................................................................................................................................18

    1.4 Distino entre Princpios e Regras de Aplicao......................................................................................18

    1.5 Termos e definies....................................................................................................................................19

    1.5.1 Termos e definies comuns a todos os Eurocdigos .............................................................................19

    1.5.2 Termos e definies especficas da EN 1997-1.......................................................................................19

    1.6Smbolos.....................................................................................................................................................19

    2 Bases do projecto geotcnico.......................................................................................................................242.1 Requisitos de projecto ................................................................................................................................24

    2.2 Situaes de projecto..................................................................................................................................26

    2.3 Durabilidade ...............................................................................................................................................27

    2.4 Dimensionamento geotcnico com base no clculo ...................................................................................28

    2.4.1 Generalidades ..........................................................................................................................................28

    2.4.2 Aces .....................................................................................................................................................29

    2.4.3 Propriedades do terreno ...........................................................................................................................31

    2.4.4 Dados geomtricos ..................................................................................................................................322.4.5 Valores caractersticos .............................................................................................................................32

    2.4.6 Valores de clculo ...................................................................................................................................33

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    2.4.7 Estados limites ltimos............................................................................................................................35

    2.4.8 Estados limites de utilizao ...................................................................................................................39

    2.4.9 Valores limites para os movimentos das fundaes................................................................................39

    2.5 Dimensionamento por medidas prescritivas...............................................................................................40

    2.6 Ensaios de carga e ensaios em modelos experimentais..............................................................................40

    2.7 Mtodo observacional ................................................................................................................................41

    2.8 Relatrio do Projecto Geotcnico...............................................................................................................41

    3 Dados geotcnicos........................................................................................................................................423.1 Generalidades.............................................................................................................................................42

    3.2 Estudos de caracterizao geotcnica.........................................................................................................43

    3.2.1 Generalidades..........................................................................................................................................43

    3.2.2 Estudos de caracterizao preliminares...................................................................................................43

    3.2.3 Estudos de caracterizao para o dimensionamento................................................................................43

    3.3 Determinao dos parmetros geotcnicos ................................................................................................44

    3.3.1 Generalidades..........................................................................................................................................44

    3.3.2 Identificao do tipo de solo ou de rocha...............................................................................................443.3.3 Peso volmico .........................................................................................................................................45

    3.3.4 ndice de compacidade ............................................................................................................................45

    3.3.5 Compactao relativa ..............................................................................................................................45

    3.3.6 Resistncia ao corte.................................................................................................................................46

    3.3.7 Rigidez dos solos.....................................................................................................................................46

    3.3.8 Qualidade e propriedades de rochas e de macios rochosos ...................................................................46

    3.3.9 Parmetros de permeabilidade e de consolidao de solos e de rochas ..................................................48

    3.3.10 Parmetros geotcnicos obtidos atravs de ensaios de campo ..493.4 Relatrio da caracterizao geotcnica ......................................................................................................51

    3.4.1 Requisitos................................................................................................................................................51

    3.4.2 Apresentao da informao geotcnica .................................................................................................51

    3.4.3 Avaliao da informao geotcnica.......................................................................................................52

    4 Superviso da construo, observao e manuteno..............................................................................53

    4.1 Generalidades.............................................................................................................................................53

    4.2 Superviso ..................................................................................................................................................53

    4.2.1 Plano de superviso.................................................................................................................................53

    4.2.2 Inspeco e controlo................................................................................................................................54

    4.2.3 Avaliao do projecto..............................................................................................................................54

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    4.3 Verificao das condies do terreno .........................................................................................................55

    4.3.1 Solos e rochas ..........................................................................................................................................55

    4.3.2 gua do terreno .......................................................................................................................................55

    4.4 Verificao da construo...........................................................................................................................56

    4.5 Observao .................................................................................................................................................56

    4.6 Manuteno ................................................................................................................................................57

    5 Aterros, rebaixamento fretico e melhoramento ou reforo do terreno.................................................58

    5.1 Generalidades .............................................................................................................................................585.2 Requisitos fundamentais .............................................................................................................................58

    5.3 Construo de aterros .................................................................................................................................58

    5.3.1 Princpios .................................................................................................................................................58

    5.3.2 Seleco do material de aterro................................................................................................................59

    5.3.3 Escolha dos procedimentos de colocao e de compactao do aterro ...................................................60

    5.3.4 Controlo do aterro....................................................................................................................................61

    5.4 Rebaixamento fretico ................................................................................................................................61

    5.5 Melhoramento ou reforo do terreno ..........................................................................................................62

    6 Fundaes superficiais ................................................................................................................................63

    6.1 Generalidades .............................................................................................................................................63

    6.2 Estados limites ............................................................................................................................................63

    6.3 Aces e situaes de projecto ...................................................................................................................63

    6.4 Consideraes de projecto e construo.....................................................................................................64

    6.5 Dimensionamento em relao aos estados limites ltimos.........................................................................65

    6.5.1 Estabilidade global ..................................................................................................................................65

    6.5.2 Capacidade resistente do terreno ao carregamento..................................................................................65

    6.5.3 Capacidade resistente ao deslizamento....................................................................................................66

    6.5.4 Cargas com grandes excentricidades.......................................................................................................67

    6.6 Dimensionamento em relao aos estados limites de utilizao ................................................................67

    6.6.1 Generalidades ..........................................................................................................................................67

    6.6.2 Assentamento...........................................................................................................................................68

    6.6.3 Empolamento...........................................................................................................................................69

    6.6.4 Anlise de vibraes ................................................................................................................................69

    6.7 Fundaes em rocha; consideraes de projecto adicionais.......................................................................70

    6.8 Dimensionamento estrutural de fundaes superficiais..............................................................................70

    6.9 Preparao do terreno de fundao .............................................................................................................71

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    7 Fundaes por estacas.................................................................................................................................71

    7.1 Generalidades.............................................................................................................................................71

    7.2 Estados limites............................................................................................................................................71

    7.3 Aces e situaes de projecto...................................................................................................................72

    7.3.1 Generalidades..........................................................................................................................................72

    7.3.2 Aces devidas a deslocamentos do terreno ...........................................................................................72

    7.4 Mtodos de dimensionamento e consideraes de projecto.......................................................................73

    7.4.1 Mtodos de dimensionamento.................................................................................................................73

    7.4.2 Consideraes de projecto .......................................................................................................................74

    7.5 Ensaios de carga de estacas........................................................................................................................75

    7.5.1 Generalidades..........................................................................................................................................75

    7.5.2 Ensaios de carga esttica .........................................................................................................................76

    7.5.3 Ensaios de carga dinmica ......................................................................................................................77

    7.5.4 Relatrio do ensaio de carga ...................................................................................................................77

    7.6 Estacas carregadas axialmente ...................................................................................................................78

    7.6.1 Generalidades..........................................................................................................................................787.6.2 Capacidade resistente do terreno para estacas compresso ..................................................................78

    7.6.3 Capacidade resistente do terreno para estacas traco..........................................................................84

    7.6.4 Deslocamentos verticais de fundaes por estacas (Aptido para a utilizao da estrutura suportada)..87

    7.7 Estacas carregadas transversalmente..........................................................................................................88

    7.7.1 Generalidades..........................................................................................................................................88

    7.7.2 Capacidade resistente ao carregamento transversal com base em ensaios de carga de estacas...............88

    7.7.3 Capacidade resistente ao carregamento transversal com base em ensaios do terreno em parmetros deresistncia dos materiais da estaca ...................................................................................................................89

    7.7.4 Deslocamento transversal........................................................................................................................89

    7.8 Dimensionamento estrutural de estacas......................................................................................................89

    7.9 Superviso da construo ...........................................................................................................................90

    8 Ancoragens...................................................................................................................................................91

    8.1 Generalidades.............................................................................................................................................91

    8.1.1 Campo de aplicao.................................................................................................................................91

    8.1.2 Definies................................................................................................................................................92

    8.2 Estados limites............................................................................................................................................928.3 Situaes de projecto e aces ...................................................................................................................93

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    8.4 Consideraes sobre o projecto e a construo ..........................................................................................93

    8.5 Dimensionamento em relao aos estados limites ltimos.........................................................................94

    8.5.1 Dimensionamento da ancoragem.............................................................................................................94

    8.5.2 Valores de clculo da capacidade resistente ao arrancamento determinados a partir resultados deensaios ..............................................................................................................................................................94

    8.5.3 Valores de clculo da capacidade resistente ao arrancamento determinados por meio de clculos ........95

    8.5.4 Valor de clculo da capacidade resistente estrutural da ancoragem........................................................95

    8.5.5 Valor de clculo da carga na ancoragem .................................................................................................95

    8.6 Dimensionamento em relao aos estados limites de utilizao.95

    8.7 Ensaios de adequabilidade..........................................................................................................................96

    8.8 Ensaios de recepo....................................................................................................................................96

    8.9 Superviso e observao.............................................................................................................................96

    9 Estruturas de suporte ..................................................................................................................................96

    9.1 Generalidades .............................................................................................................................................96

    9.1.1 Campo de aplicao.................................................................................................................................96

    9.1.2 Definies ................................................................................................................................................969.2 Estados limites ............................................................................................................................................97

    9.3 Aces, dados geomtricos e situaes de projecto ...................................................................................98

    9.3.1 Aces .....................................................................................................................................................98

    9.3.2 Dados geomtricos ..................................................................................................................................99

    9.3.3 Situaes de projecto .............................................................................................................................100

    9.4 Consideraes de projecto e construo...................................................................................................100

    9.4.1 Generalidades ........................................................................................................................................100

    9.4.2 Sistemas de drenagem ...........................................................................................................................1019.5 Determinao das presses de terras ........................................................................................................102

    9.5.1 Generalidades ........................................................................................................................................102

    9.5.2 Valores da presso de terras em repouso...............................................................................................103

    9.5.3 Valores limites da presso de terras.......................................................................................................103

    9.5.4 Valores intermdios da presso de terras...............................................................................................103

    9.5.5 Efeitos da compactao .........................................................................................................................104

    9.6 Presses da gua .......................................................................................................................................104

    9.7 Dimensionamento em relao aos estados limites ltimos.......................................................................1049.7.1 Generalidades ........................................................................................................................................104

    9.7.2 Estabilidade global ................................................................................................................................105

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    9.7.3 Rotura no terreno de fundao de muros de gravidade .........................................................................105

    9.7.4 Rotura rotacional de cortinas.................................................................................................................106

    9.7.5 Rotura vertical de cortinas.....................................................................................................................107

    9.7.6 Dimensionamento estrutural de estruturas de suporte...........................................................................107

    9.7.7 Rotura por arrancamento de ancoragens ...............................................................................................108

    9.8 Dimensionamento em relao aos estados limites de utilizao ..............................................................109

    9.8.1 Generalidades........................................................................................................................................109

    9.8.2 Deslocamentos ......................................................................................................................................109

    10 Rotura hidrulica ....................................................................................................................................110

    10.1 Generalidades.........................................................................................................................................110

    10.2 Rotura por levantamento global (flutuao)...........................................................................................111

    10.3 Rotura por levantamento hidrulico.......................................................................................................114

    10.4 Eroso interna.........................................................................................................................................115

    10.5 Rotura por eroso tubular.......................................................................................................................115

    11 Estabilidade global ..................................................................................................................................117

    11.1 Generalidades.........................................................................................................................................117

    11.2 Estados limites........................................................................................................................................117

    11.3 Aces e situaes de projecto...............................................................................................................117

    11.4 Consideraes de projecto e de construo............................................................................................118

    11.5 Dimensionamento em relao aos estados limites ltimos ....................................................................119

    11.5.1 Anlise da estabilidade de taludes.......................................................................................................119

    11.5.2 Taludes naturais e taludes de escavao em macios rochosos...........................................................120

    11.5.3 Estabilidade de escavaes..................................................................................................................121

    11.6 Dimensionamento em relao aos estados limites de utilizao ............................................................121

    11.7 Observao.............................................................................................................................................121

    12 Aterros......................................................................................................................................................122

    12.1 Generalidades.........................................................................................................................................122

    12.2 Estados limites........................................................................................................................................122

    12.3 Aces e situaes de projecto...............................................................................................................122

    12.4 Consideraes de projecto e construo.................................................................................................123

    12.5 Dimensionamento em relao aos estados limites ltimos ....................................................................12412.6 Dimensionamento em relao aos estados limites de utilizao ............................................................125

    12.7 Superviso e observao ........................................................................................................................125

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    Anexo A (normativo)Coeficientes parciais e de correlao para estados limites ltimos evalores recomendados ..................................................................................................................................127

    A.1 Coeficientes parciais e de correlao.......................................................................................................127

    A.2 Coeficientes parciais para a verificao de estados limites de perda de equilbrio (EQU)......................127

    A.3 Coeficientes parciais para a verificao de estados limites de rotura estrutural (STR) ou derotura do terreno (GEO) .................................................................................................................................128

    A.3.1 Coeficientes parciais para as aces (F) ou para os efeitos das aces (E).........................................128

    A.3.2 Coeficientes parciais para os parmetros do terreno (M) .....................................................................128

    A.3.3 Coeficientes parciais para as capacidades resistentes (R)....................................................................129A.4 Coeficientes parciais para a verificao de estados limites de levantamento global (UPL)....................133

    A.5 Coeficientes parciais para a verificao de estados limites de levantamento hidrulico (HYD).............134

    Anexo B (informativo)Informao bsica sobre os coeficientes parciais a utilizar nas Abordagensde Clculo 1, 2 e 3 .........................................................................................................................................135

    B.1 Generalidades...........................................................................................................................................135

    B.2 Coeficientes parciais para as aces e para os efeitos das aces............................................................135

    B.3 Coeficientes parciais para as propriedades de resistncia dos materiais e para as

    capacidades resistentes ...................................................................................................................................136Anexo C (informativo)Exemplos de procedimentos para a determinao dos valores limitesdas presses de terras sobre estruturas de suporte com paramento interior vertical ............................138

    C.1 Valores limites da presso de terras.........................................................................................................138

    C.2 Procedimento numrico para obteno das presses passivas .................................................................147

    C.3 Movimentos necessrios para mobilizar as presses limites de terras.....................................................150

    Anexo D (informativo) Exemplo de um mtodo analtico de clculo da capacidade resistente do terrenoao carregamento ...........................................................................................................................................154

    D.1 Smbolos utilizados no Anexo D.............................................................................................................154D.2 Generalidades ..........................................................................................................................................154

    D.3 Condies no drenadas...........................................................................................................................155

    D.4 Condies drenadas .................................................................................................................................155

    Anexo E (informativo)Exemplo de um mtodo semi-emprico para a estimativa da capacidaderesistente do terreno ao carregamento .......................................................................................................158

    Anexo F (informativo)Exemplos de mtodos de avaliao do assentamento ..........................................159

    F.1 Mtodo das relaes tenso-deformao..................................................................................................159

    F.2 Mtodo da elasticidade ajustada ...............................................................................................................159F.3 Assentamentos em condies no drenadas.............................................................................................160

    F.4 Assentamentos causados por consolidao ..............................................................................................160

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    F.5 Evoluo do assentamento ao longo do tempo ........................................................................................160

    Anexo G (informativo)Exemplo de um mtodo para a determinao da capacidade resistentepresumida do terreno de fundaes superficiais em rocha.......................................................................161

    Anexo H (informativo)Valores limites da deformao estrutural e dos movimentos das fundaes....163

    Anexo J (informativo)Lista de verificao para a superviso da construo e a observaodo comportamento........................................................................................................................................165

    J.1 Generalidades ...........................................................................................................................................165

    J.2 Superviso da construo..........................................................................................................................165J.2.1 Pontos de natureza geral a verificar.......................................................................................................165

    J.2.2 Escoamento de gua e presses na gua dos poros..................................................................................165

    J.3 Observao do comportamento ................................................................................................................166

    Anexo Nacional NA ......................................................................................................................................167

    Introduo.......................................................................................................................................................167

    NA.1 Campo de Aplicao.............................................................................................................................167

    NA.2 Parmetros Determinados a nvel Nacional (NDP)..............................................................................167

    NA.2.1 Generalidades ....................................................................................................................................167

    NA.2.2 Princpios e Regras de Aplicao sem prescries a nvel nacional..................................................167

    NA.2.3 Princpios e Regras de Aplicao com prescries a nvel nacional .................................................168

    NA.3 Utilizao dos Anexos informativos.....................................................................................................175

    NA.4 Informaes complementares...............................................................................................................175

    NA.4.1 Objecto ..............................................................................................................................................175

    NA.4.2 Informaes gerais.............................................................................................................................175

    NA.4.3 Informaes especficas.....................................................................................................................176

    NA.5 Correspondncia entre documentos normativos europeus e nacionais.................................................178

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    PrembuloA presente Norma foi elaborada pela Comisso Tcnica CEN/TC 250 "Structural Eurocodes", cujo secreta-riado assegurado pela BSI. A CEN/TC 250 responsvel por todos os Eurocdigos Estruturais.

    A esta Norma Europeia deve ser atribudo o estatuto de Norma Nacional, seja por publicao de um textoidntico, seja por adopo, o mais tardar em Maio de 2005, e as normas nacionais divergentes devem seranuladas o mais tardar em Maro de 2010.

    A presente Norma substitui a ENV 1997-1:1994.

    De acordo com o Regulamento Interno do CEN/CENELEC, a presente Norma Europeia deve ser implemen-tada pelos organismos nacionais de normalizao dos seguintes pases: Alemanha, ustria, Blgica, Chipre,Dinamarca, Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana, Grcia, Hungria, Irlanda, Islndia,Itlia, Letnia, Litunia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Pases Baixos, Polnia, Portugal, Reino Unido,Repblica Checa, Sucia e Sua.

    Antecedentes do programa dos Eurocdigos

    Em 1975, a Comisso da Comunidade Europeia optou por um programa de aco na rea da construo, ba-seado no artigo 95 do Tratado. O objectivo do programa era a eliminao de entraves tcnicos ao comrcio ea harmonizao das especificaes tcnicas.

    No mbito deste programa de aco, a Comisso tomou a iniciativa de elaborar um conjunto de regras tcni-cas harmonizadas para o projecto de obras de construo as quais, numa primeira fase, serviriam como alter-nativa para as regras nacionais em vigor nos Estados-Membros e que, posteriormente, as substituiriam.

    Durante quinze anos, a Comisso, com a ajuda de uma Comisso Directiva com representantes dos Estados-Membros, orientou o desenvolvimento do programa dos Eurocdigos, que conduziu primeira gerao deregulamentos europeus na dcada de 80.

    Em 1989, a Comisso e os Estados-Membros da UE e da EFTA decidiram, com base num acordo(1)entre aComisso e o CEN, transferir, atravs de uma srie de mandatos, a preparao e a publicao dos Eurocdi-gos para o CEN, tendo em vista conferir-lhes no futuro a categoria de Norma Europeia (EN). Tal, liga, de

    facto, os Eurocdigos s disposies de todas as directivas do Conselho e/ou decises da Comisso em mat-ria de normas europeias (por exemplo, a Directiva 89/106/CEE do Conselho relativa a produtos de cons-truo DPC e as Directivas 93/37/CEE, 92/50/CEE e 89/440/CEE do Conselho relativas a obras pblicase servios, assim como as Directivas da EFTA equivalentes destinadas instituio do mercado interno).

    O programa relativo aos Eurocdigos Estruturais inclui as seguintes normas, cada uma das quais , geral-mente, constituda por diversas Partes:

    EN 1990 Eurocdigo: Bases para o projecto de estruturas

    EN 1991 Eurocdigo 1: Aces em estruturas

    EN 1992 Eurocdigo 2: Projecto de estruturas de beto

    EN 1993 Eurocdigo 3: Projecto de estruturas de ao

    EN 1994 Eurocdigo 4: Projecto de estruturas mistas ao-beto

    (1)Acordo entre a Comisso das Comunidades Europeias e o Comit Europeu de Normalizao (CEN) relativo ao trabalho sobre osEurocdigos para o projecto de edifcios e de outras obras de engenharia civil (BC/CEN/03/89).

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    EN 1995 Eurocdigo 5: Projecto de estruturas de madeira

    EN 1996 Eurocdigo 6: Projecto de estruturas de alvenaria

    EN 1997 Eurocdigo 7: Projecto geotcnico

    EN 1998 Eurocdigo 8: Projecto de estruturas para resistncia aos sismos

    EN 1999 Eurocdigo 9: Projecto de estruturas de alumnio

    Os Eurocdigos reconhecem a responsabilidade das autoridades regulamentadoras de cada Estado-Membro esalvaguardaram o seu direito de estabelecer os valores relacionados com questes de regulamentao dasegurana, a nvel nacional, nos casos em que estas continuem a variar de Estado para Estado.

    Estatuto e campo de aplicao dos Eurocdigos

    Os Estados-Membros da UE e da EFTA reconhecem que os Eurocdigos servem de documentos de refern-cia para os seguintes efeitos:

    como meio de comprovar a conformidade dos edifcios e de outras obras de engenharia civil com as exi-gncias essenciais da Directiva 89/106/CEE do Conselho, particularmente a Exigncia Essencial n. 1 Resistncia mecnica e estabilidade e a Exigncia Essencial n. 2 Segurana contra incndios;

    como base para a especificao de contratos de trabalhos de construo e de servios de engenharia a elesassociados;

    como base para a elaborao de especificaes tcnicas harmonizadas para os produtos de construo (EN

    e ETA).Os Eurocdigos, dado que dizem respeito s obras de construo, tm uma relao directa com os documen-tos interpretativos(2) referidos no artigo 12 da DPC, embora sejam de natureza diferente da das normasharmonizadas relativas aos produtos(3). Por conseguinte, os aspectos tcnicos decorrentes dos Eurocdigosdevem ser considerados de forma adequada pelas Comisses Tcnicas do CEN e/ou pelos Grupos deTrabalho da EOTA envolvidos na elaborao das normas relativas aos produtos, tendo em vista a obtenode uma compatibilidade total destas especificaes tcnicas com os Eurocdigos.

    Os Eurocdigos fornecem regras comuns de clculo estrutural para a aplicao corrente no projecto de estru-turas e dos seus componentes, de natureza quer tradicional quer inovadora. Elementos construtivos ou condi-es de clculo no usuais no so especificamente includos, devendo o projectista, nestes casos, asseguraro apoio especializado necessrio.

    (2) De acordo com o n. 3 do artigo 3 da DPC, as exigncias essenciais (EE) traduzir-se-o em documentos interpretativos queestabelecem as ligaes necessrias entre as exigncias essenciais e os mandatos para a elaborao de normas europeias (EN)harmonizadas e guias de aprovao tcnica europeia (ETAG), e das prprias aprovaes tcnicas europeias (ETA).

    (3) De acordo com o artigo 12 da DPC, os documentos interpretativos devem:a) concretizar as exigncias essenciais harmonizando a terminologia e as bases tcnicas e indicando, sempre que necessrio,

    classes ou nveis para cada exigncia;b) indicar mtodos de correlao entre essas classes ou nveis de exigncias e as especificaes tcnicas, por exemplo, mtodos

    de clculo e de ensaio, regras tcnicas de concepo de projectos, etc.;c) servir de referncia para o estabelecimento das normas europeias harmonizadas e de guias de aprovao tcnica europeia.Os Eurocdigos, de facto, desempenham um papel semelhante na rea da EE 1 e de uma parte da EE 2.

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    Normas nacionais de implementao dos Eurocdigos

    As normas nacionais de implementao dos Eurocdigos incluiro o texto completo do Eurocdigo (incluin-do anexos), conforme publicado pelo CEN, o qual poder ser precedido de uma pgina de ttulo e de umprembulo nacionais, e ser tambm seguido de um Anexo Nacional.

    O Anexo Nacional s poder conter informaes sobre os parmetros deixados em aberto no Eurocdigopara escolha nacional, designados por Parmetros Determinados a nvel Nacional, a utilizar no projecto deedifcios e de outras obras de engenharia civil a construir no pas em questo, nomeadamente:

    valores e/ou classes, nos casos em que so apresentadas alternativas no Eurocdigo;

    valores para serem utilizados nos casos em que apenas um smbolo apresentado no Eurocdigo;

    dados especficos do pas (geogrficos, climticos, etc.), por exemplo, mapa de zonamento da neve;

    o procedimento a utilizar nos casos em que so apresentados procedimentos alternativos no Eurocdigo.

    Poder ainda conter:

    decises sobre a aplicao dos anexos informativos;

    informaes complementares no contraditrias para auxlio do utilizador na aplicao do Eurocdigo.

    Ligaes entre os Eurocdigos e as especificaes tcnicas harmonizadas (EN e ETA) relativas aosprodutos

    necessria uma consistncia entre as especificaes tcnicas harmonizadas relativas aos produtos deconstruo e as regras tcnicas relativas s obras (4). Alm disso, todas as informaes que acompanham amarcao CE dos produtos de construo que fazem referncia aos Eurocdigos devem indicar, claramente,quais os Parmetros Determinados a nvel Nacional que foram tidos em conta.

    Informaes adicionais especficas da EN 1997-1

    A presente Norma fornece orientaes de projecto e aces para o projecto geotcnico de edifcios e deoutras obras de engenharia civil.

    A presente Norma destina-se a clientes, projectistas, empreiteiros e autoridades pblicas.

    A presente Norma destina-se a ser utilizada com a EN 1990 e com as EN 1991 a EN 1999.

    Ao utilizar a presente Norma na prtica, dever ser prestada particular ateno aos pressupostos e condiessubjacentes referidos em 1.3.

    As doze seces da presente Norma so complementadas por um anexo normativo e por oito anexosinformativos.

    Anexo Nacional da EN 1997-1

    Esta Norma estabelece procedimentos alternativos e valores, recomenda classes e inclui notas indicandoonde podero ter de ser feitas opes nacionais. Por este motivo, a Norma Nacional de implementao daEN 1997-1 dever ter um Anexo Nacional que contenha todos os Parmetros Determinados a nvel Nacionalpara utilizar no projecto de edifcios e de outras obras de engenharia civil a serem construdos no pas a quediz respeito.

    A opo nacional permitida na EN 1997-1:2004 em:

    (4) Ver n. 3 do artigo 3 e artigo 12 da DPC, e tambm 4.2,4.3.1, 4.3.2 e 5.2 do Documento Interpretativo n. 1.

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    2.1(8)P, 2.4.6.1(4)P, 2.4.6.2(2)P, 2.4.7.1(2)P, 2.4.7.1(3), 2.4.7.1(4), 2.4.7.1(5), 2.4.7.1(6), 2.4.7.2(2)P,2.4.7.3.2(3)P, 2.4.7.3.3(2)P, 2.4.7.3.4.1(1)P, 2.4.7.4(3)P, 2.4.7.5(2)P, 2.4.8(2), 2.4.9(1)P, 2.5(1),7.6.2.2(8)P, 7.6.2.2(14)P, 7.6.2.3(4)P, 7.6.2.3(5)P, 7.6.2.3(8), 7.6.2.4(4)P, 7.6.3.2(2)P, 7.6.3.2(5)P,7.6.3.3(3)P, 7.6.3.3(4)P, 7.6.3.3(6), 8.5.2(2)P, 8.5.2(3), 8.6(4), 10.2(3), 11.5.1(1)P;A.2, A.3.1, A.3.2,A.3.3.1, A.3.3.2, A.3.3.3, A.3.3.4, A.3.3.5, A.3.3.6, A.4, A.5.

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    1 Generalidades

    1.1 Objectivo e campo de aplicao

    1.1.1 Campo de aplicao do Eurocdigo 7

    (1) O Eurocdigo 7 dever ser utilizado em conjunto com a EN 1990:2002, que estabelece os princpios e osrequisitos de segurana e de aptido para a utilizao, descreve as bases para o dimensionamento e a verifi-cao e fornece orientaes sobre outros aspectos relacionados com a fiabilidade estrutural.

    (2) O Eurocdigo 7 aplica-se aos aspectos geotcnicos do projecto de edifcios e de outras obras de engenha-ria civil. Est subdividido em vrias Partes (ver 1.1.2 e 1.1.3).

    (3) O Eurocdigo 7 diz respeito aos requisitos de resistncia, estabilidade, aptido para a utilizao e durabi-lidade das estruturas. Outros requisitos, tais como isolamento trmico ou acstico, no so considerados.

    (4) Os valores numricos das aces em edifcios e outras obras de engenharia civil a considerar no projectoso estabelecidos na EN 1991 para os vrios tipos de construes. As aces provocadas pelo terreno, taiscomo as presses de terras, devem ser calculadas de acordo com as regras do Eurocdigo 7.

    (5) Os assuntos relacionados com a execuo dos trabalhos e com a mo-de-obra so objecto de outras nor-mas europeias, identificadas nas seces pertinentes da presente Norma.

    (6) No Eurocdigo 7 a execuo dos trabalhos s considerada quando tal seja necessrio para garantir asatisfao dos pressupostos das regras de clculo.

    (7) O Eurocdigo 7 no cobre os requisitos especiais do projecto de estruturas para resistncia aos sismos. AEN 1998 fornece regras adicionais para os aspectos geotcnicos do projecto de estruturas para resistncia aossismos que completam ou adaptam as regras da presente Norma.

    1.1.2 Campo de aplicao da EN 1997-1

    (1) A presente Norma destina-se a ser utilizada como base geral para os aspectos geotcnicos do projecto deedifcios e de outras obras de engenharia civil.

    (2) A presente Norma trata dos seguintes assuntos:

    Seco 1: Generalidades

    Seco 2: Bases do projecto geotcnico

    Seco 3: Dados geotcnicos

    Seco 4: Superviso da construo, observao e manuteno

    Seco 5: Aterros, rebaixamento fretico e melhoramento ou reforo do terreno

    Seco 6: Fundaes superficiais

    Seco 7: Fundaes por estacas

    Seco 8: Ancoragens

    Seco 9: Estruturas de suporte

    Seco 10: Rotura hidrulica

    Seco 11: Estabilidade global

    Seco 12: Aterros

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    (3) A presente Norma contm os anexos A a J, que fornecem:

    no anexo A, valores recomendados dos coeficientes parciais; no Anexo Nacional podero ser fixadosvalores diferentes destes coeficientes;

    nos anexos B a J, informaes suplementares a ttulo de orientao, tais como mtodos de clculo aplica-dos internacionalmente.

    1.1.3 Outras Partes do Eurocdigo 7

    (1) A presente Norma complementada pela EN 1997-2, que estabelece requisitos para a realizao e para aavaliao dos resultados de ensaios de campo e de laboratrio.

    1.2 Referncias normativas

    (1) A presente Norma inclui, por referncia, datada ou no, disposies relativas a outras normas. Estas re-ferncias normativas so citadas nos lugares apropriados do texto e as normas so listadas a seguir. Para asreferncias datadas, as emendas ou revises subsequentes de qualquer destas normas s se aplicam presenteNorma se nela incorporadas por emenda ou reviso. Para as referncias no datadas, aplica-se a ltima edi-o da norma referida (incluindo as emendas).

    NOTA: Os Eurocdigos foram publicados como pr-normas europeias. As normas europeias seguintes, j publicadas ou em prepa-rao, so citadas em seces normativas.

    EN 1990:2002 Eurocode: Basis of structural design

    EN 1991 Eurocode 1: Actions on structures

    EN 1991-4 Eurocode 1: Actions on structures. Part 4: Actions in silos and tanks

    EN 1992 Eurocode 2: Design of concrete structures

    EN 1993 Eurocode 3: Design of steel structures

    EN 1994 Eurocode 4: Design of composite steel and concrete structures

    EN 1995 Eurocode 5: Design of timber structures

    EN 1996 Eurocode 6: Design of masonry structures

    EN 1997-2 Eurocode 7: Geotechnical design. Part 2: Ground investigation and testing

    EN 1998

    Eurocode 8: Design of structures for earthquake resistanceEN 1999 Eurocode 9: Design of aluminium and aluminium alloy structures

    EN 1536:1999 Execution of special geotechnical works. Bored piles

    EN 1537:1999 Execution of special geotechnical works. Ground anchors

    EN 12063:1999 Execution of special geotechnical works. Sheet-pile walls

    EN 12699:2000 Execution of special geotechnical works. Displacement piles

    EN 14199 Execution of special geotechnical works. Micropiles

    EN ISO 13793:2001 Thermal performance of buildings. Thermal design of foundations to avoid frost heave

    NOTA NACIONAL: No Anexo Nacional NA so indicadas as normas portuguesas equivalentes.

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    1.3 Pressupostos

    (1) Faz-se referncia a 1.3 da EN 1990:2002.

    (2) As disposies da presente Norma baseiam-se nos seguintes pressupostos:

    os dados necessrios para o projecto so recolhidos, registados e interpretados por pessoal adequadamen-te qualificado;

    as obras so projectadas por pessoal adequadamente qualificado e com experincia;

    entre os intervenientes na recolha dos dados, na elaborao do projecto e na construo existe adequadacontinuidade e comunicao;

    nos locais de fabrico, no estaleiro e na obra existe superviso e controlo da qualidade adequados; a construo efectuada de acordo com as normas e especificaes aplicveis e por pessoal com conhe-

    cimentos e experincia adequados;

    os materiais e outros produtos de construo so utilizados conforme o preconizado na presente Normaou nos documentos normativos e especificaes aplicveis;

    a obra tem manuteno apropriada, de forma a garantir a sua segurana e aptido para a utilizao duran-te o tempo de vida til previsto no projecto;

    a obra utilizada para a finalidade definida no projecto.

    (3) necessrio que estes pressupostos sejam tidos em considerao quer pelo projectista quer pelo cliente.

    Para evitar dvidas, a conformidade com os pressupostos dever ser documentada, por exemplo no relatriodo projecto geotcnico.

    1.4 Distino entre Princpios e Regras de Aplicao

    (1) Dependendo do carcter de cada seco, faz-se, na presente Norma, distino entre Princpios e Regrasde Aplicao.

    (2) Os Princpios englobam:

    disposies e definies de carcter geral para as quais no so permitidas alternativas;

    requisitos e modelos analticos para os quais no se permite alternativa, a no ser que expressamenteespecificado.

    (3) Os Princpios so referenciados por um nmero entre parnteses seguido da letra P.(4) As Regras de Aplicao so regras generalizadamente aceites que so conformes aos Princpios e quesatisfazem os seus requisitos.

    (5) Permite-se a adopo de regras de projecto alternativas, diferentes das Regras de Aplicao indicadas napresente Norma para as obras, desde que se demonstre que tais regras alternativas esto de acordo com osPrincpios correspondentes e que so, no mnimo, equivalentes no que respeita segurana, utilizao e durabilidade da estrutura, s que seriam expectveis com a utilizao dos Eurocdigos.

    NOTA:

    Se uma regra de projecto alternativa substituir uma Regra de Aplicao, no possvel reivindicar que o projecto daresultante esteja totalmente de acordo com a EN 1997-1, embora o projecto respeite os Princpios desta Norma. Quando seutiliza a EN 1997-1 a respeito de uma propriedade indicada num Anexo Z de uma norma de produto ou num guia de aprovaotcnica europeia, a utilizao de uma regra de projecto alternativa poder no ser aceite para a marcao CE.

    (6) Na presente Norma, as Regras de Aplicao so identificadas por um nmero entre parnteses, como, porexemplo, neste pargrafo.

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    1.5 Termos e definies

    1.5.1 Termos e definies comuns a todos os Eurocdigos

    (1) Os termos e definies comuns a todos os Eurocdigos constam da EN 1990:2002, 1.5.

    1.5.2 Termos e definies especficos da EN 1997-1

    1.5.2.1 aco geotcnicaAco transmitida estrutura pelo terreno, por um aterro, por gua livre ou por gua do terreno.

    NOTA:

    Definio constante da EN 1990:2002.

    1.5.2.2 experincia comparvelInformao documentada ou claramente estabelecida que diga respeito a estruturas semelhantes e ao mesmotipo de terreno considerado no projecto, envolvendo os mesmos tipos de solo e de rocha e para o qual seja deesperar um comportamento semelhante; a informao colhida no local particularmente relevante.

    1.5.2.3 terrenoSolo, rocha ou aterro existentes no local antes da execuo dos trabalhos de construo.

    1.5.2.4 estruturaCombinao organizada de partes conectadas, incluindo aterro colocado durante a execuo dos trabalhos,destinada a suportar cargas e a conferir rigidez adequada.

    NOTA:

    Definio adaptada da constante da EN 1990:2002.

    1.5.2.5 valor deduzidoValor de um parmetro geotcnico obtido por via terica, por correlaes ou por via emprica a partir deresultados de ensaios.

    1.5.2.6 rigidezResistncia dos materiais deformao.

    1.5.2.7 capacidade resistenteCapacidade de um elemento ou de uma seco transversal de um elemento de uma estrutura para suportaraces sem sofrer rotura mecnica, por exemplo capacidade resistente do terreno ao carregamento,

    capacidade resistente flexo, capacidade resistente encurvadura e capacidade resistente traco.NOTA: Definio adaptada da constante da EN 1990:2002.

    1.6 Smbolos

    (1) Para os fins da presente Norma utilizam-se os seguintes smbolos:

    Letras latinas

    A' rea efectiva da base (A'=B' xL')

    Ab rea da base de uma estaca

    Ac rea total da base sob compresso

    As;i rea da superfcie lateral de uma estaca no estrato i

    ad valor de clculo de dados geomtricos

    anom valor nominal de dados geomtricos

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    a variao do valor nominal de dados geomtricos feita para fins especficos de projecto

    B largura de uma fundao

    b largura efectiva de uma fundao

    Cd valor limite de clculo do critrio relevante de aptido para a utilizao

    c coeso

    c coeso em tenses efectivas

    cu resistncia ao corte no drenada

    cu;d valor de clculo da resistncia ao corte no drenada

    d profundidade da base de uma fundao

    Ed valor de clculo do efeito de aces

    Estb;d valor de clculo do efeito de aces estabilizantes

    Edst;d valor de clculo do efeito de aces desestabilizantes

    Fc;d valor de clculo da carga axial de compresso numa estaca ou num grupo de estacas

    Fd valor de clculo de uma aco

    Fk valor caracterstico de uma aco

    Frep valor representativo de uma acoFt;d valor de clculo da carga axial de traco numa estaca traco ou num grupo de estacas traco

    Ftr;d valor de clculo da carga transversal numa estaca ou numa fundao por estacas

    Gdst;d valor de clculo das aces permanentes desestabilizantes na verificao relativa ao levantamento global

    Gstb;d valor de clculo das aces verticais permanentes estabilizantes na verificao relativa ao levantamentoglobal

    Gstb;d valor de clculo das aces permanentes verticais estabilizantes na verificao relativa ao levantamentohidrulico (peso submerso)

    H carga horizontal, ou componente da aco total segundo a direco da base de uma fundao

    Hd valor de clculo deHh altura de uma estrutura de suporte

    h altura de gua na verificao relativa ao levantamento hidrulico

    h altura de um prisma de solo na verificao relativa ao levantamento hidrulico

    hw;k valor caracterstico da carga hidrulica hidrosttica na base de um prisma de solo

    K0 coeficiente de impulso em repouso

    K0; coeficiente de impulso em repouso para uma superfcie do terreno suportado com inclinao relativa-mente horizontal

    k razo d/cv;dL comprimento de uma fundao

    L comprimento efectivo de uma fundao

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    n nmero de, por exemplo, estacas ou perfis de ensaio

    P carga numa ancoragem

    Pd valor de clculo de P

    Pp carga mxima de ensaio num ensaio prvio de uma ancoragem selada por injeco de calda de cimento

    Qdst;d valor de clculo das aces variveis verticais desestabilizantes na verificao relativa ao levantamentoglobal

    qb;k valor caracterstico da capacidade resistente na ponta, por unidade de rea

    qs;i;k valor caracterstico da capacidade resistente lateral, por unidade de rea, no estrato i

    qu resistncia compresso uniaxial

    Ra capacidade resistente ao arrancamento de uma ancoragem

    Ra;d valor de clculo deRa

    Ra;k valor caracterstico deRa

    Rb;cal capacidade resistente na ponta de uma estaca no estado limite ltimo, calculada por meio de resultadosde ensaios do terreno

    Rb;d valor de clculo da capacidade resistente na ponta de uma estaca

    Rb;k valor caracterstico da capacidade resistente na ponta de uma estaca

    Rc capacidade resistente do terreno no contacto com uma estaca compresso, no estado limite ltimoRc;cal valor calculado deRc

    Rc;d valor de clculo deRc

    Rc;k valor caracterstico deRc

    Rc;m valor medido deRcnum ou vrios ensaios de estacas

    Rd valor de clculo da capacidade resistente em relao a uma aco

    Rp;d valor de clculo da fora resistente causada por presses de terras num lado de uma fundao

    Rs;d valor de clculo da capacidade resistente lateral de uma estaca

    Rs;cal capacidade resistente lateral ltima, calculada utilizando parmetros do terreno obtidos de resultados deensaios

    Rs;k valor caracterstico da capacidade resistente lateral de uma estaca

    Rt capacidade resistente ltima traco de uma estaca isolada

    Rt;d valor de clculo da capacidade resistente traco de uma estaca ou de um grupo de estacas, ou da capa-cidade resistente estrutural traco de uma ancoragem

    Rt;k valor caracterstico da capacidade resistente traco de uma estaca ou de um grupo de estacas

    Rt;m capacidade resistente traco de uma estaca isolada medida num ou em vrios ensaios de carga

    Rtr capacidade resistente de uma estaca em relao a cargas transversais

    Rtr;d valor de clculo da capacidade resistente de uma estaca carregada transversalmente

    Sdst;d valor de clculo da fora de percolao desestabilizante no terreno

    Sdst;k valor caracterstico da fora de percolao desestabilizante no terreno

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    s assentamento

    s0 assentamento imediato

    s1 assentamento causado por consolidao

    s2 assentamento causado por fluncia (assentamento secundrio)

    Td valor de clculo da capacidade resistente total ao corte mobilizvel em torno de um bloco de terreno con-tendo um grupo de estacas traco, ou na parte da estrutura que est em contacto com o terreno

    u presso na gua dos poros

    udst;d valor de clculo da presso na gua dos poros desestabilizante

    V carga vertical, ou componente da aco total segundo a direco normal base de uma fundao

    Vd valor de clculo de V

    Vd valor de clculo da aco vertical efectiva ou da parcela efectiva da componente da aco total segundo adireco normal base de uma fundao

    Vdst;d valor de clculo da aco vertical desestabilizante numa estrutura

    Vdst;k valor caracterstico da aco vertical desestabilizante numa estrutura

    Xd valor de clculo de uma propriedade de um material

    Xk valor caracterstico de uma propriedade de um material

    z distncia vertical

    Letras gregas

    inclinao da base de uma fundao relativamente horizontal

    inclinao da superfcie de um talude de terreno situado atrs de uma estrutura de suporte (positivo asubir)

    ngulo de atrito no contacto terreno-estrutura

    d valor de clculo de

    peso volmico

    peso volmico submersoa coeficiente parcial para ancoragens

    a;p coeficiente parcial para ancoragens permanentes

    a;t coeficiente parcial para ancoragens provisrias

    b coeficiente parcial para a capacidade resistente na ponta de uma estaca

    c coeficiente parcial para a coeso em tenses efectivas

    cu coeficiente parcial para a resistncia ao corte no drenada

    E coeficiente parcial para o efeito de uma aco

    f coeficiente parcial para aces, que tem em conta a possibilidade de desvios desfavorveis dos valo-res das aces em relao aos valores representativos

    F coeficiente parcial para uma aco

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    G coeficiente parcial para uma aco permanente

    G;dst coeficiente parcial para uma aco permanente desestabilizante

    G;stb coeficiente parcial para uma aco permanente estabilizante

    m coeficiente parcial para um parmetro do solo (propriedade de um material)

    m;i coeficiente parcial para um parmetro do solo no estrato i

    M coeficiente parcial para um parmetro do solo (propriedade de um material), tendo tambm em containcertezas inerentes aos modelos

    Q coeficiente parcial para uma aco varivel

    qu coeficiente parcial para a resistncia compresso uniaxial

    R coeficiente parcial para uma capacidade resistente

    R;d coeficiente parcial para a incerteza num modelo de determinao da capacidade resistente

    R;e coeficiente parcial para a capacidade resistente passiva de terras

    R;h coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente ao deslizamento

    R;v coeficiente de segurana parcial para a capacidade resistente do terreno ao carregamento

    s coeficiente parcial para a capacidade resistente lateral de uma estaca

    S;d coeficiente parcial para as incertezas na modelao dos efeitos das aces

    Q;dst coeficiente parcial para uma aco varivel desestabilizante

    Q;stb coeficiente parcial para uma aco varivel estabilizante

    s;t coeficiente parcial para a capacidade resistente traco de uma estaca

    t coeficiente parcial para a capacidade resistente total de uma estaca

    w peso volmico da gua

    coeficiente parcial para o ngulo de atrito interno (tg')

    coeficiente de segurana parcial para o peso volmico

    ngulo que define a direco deH

    coeficiente de correlao, dependente do nmero de estacas ensaiadas ou do nmero de perfis de en-saios

    a coeficiente de correlao para ancoragens

    1; 2 coeficientes de correlao para avaliar os resultados de ensaios de carga esttica de estacas

    3; 4 coeficientes de correlao para determinar a capacidade resistente de uma estaca a partir de resulta-dos de estudos de caracterizao geotcnica que no sejam ensaios de carga de estacas

    5; 6 coeficientes de correlao para determinar a capacidade resistente de uma estaca a partir de ensaiosdinmicos de impacto

    coeficiente de converso do valor caracterstico no valor representativo

    stb;d valor de clculo da tenso vertical total estabilizante

    h;0 componente horizontal da presso de terras efectiva em repouso

    (z) tenso normal no paramento de uma estrutura de suporte profundidadez

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    (z) tenso tangencial no paramento de uma estrutura de suporte profundidadez

    ngulo de atrito interno (ou de resistncia ao corte) em tenses efectivas

    cv ngulo de atrito interno (ou de resistncia ao corte) no estado crtico

    cv;d valor de clculo de cv

    d valor de clculo de

    Abreviaturas

    CFA Estacas instaladas com trado contnuo

    OCR Razo de sobreconsolidaoNOTA 1:Os smbolos correntemente utilizados em todos os Eurocdigos so definidos na EN 1990:2002.

    NOTA 2:A notao dos smbolos utilizados baseia-se na ISO 3898:1997.

    (2) Para clculos geotcnicos so recomendadas as seguintes unidades ou respectivos mltiplos:

    fora kN

    massa kg

    momento kNm

    massa volmica kg/m3

    peso volmico kN/m

    3

    tenso, presso, resistncia e rigidez kPa

    coeficiente de permeabilidade m/s

    coeficiente de consolidao m2/s

    2 Bases do projecto geotcnico

    2.1 Requisitos de projecto

    (1)P Para cada situao de projecto geotcnica deve ser feita a verificao de que nenhum estado limite rele-vante, tal como definido na EN 1990:2002, excedido.

    (2) Na definio das situaes de projecto e dos estados limites devero ser considerados os seguintes facto-res:

    as condies locais no que diz respeito estabilidade global e aos movimentos do terreno;

    a natureza e a dimenso da estrutura e dos seus elementos, incluindo quaisquer requisitos especiais, talcomo o tempo de vida til;

    as condies relativas vizinhana (estruturas prximas, trfego, redes de servios, vegetao, produtosqumicos perigosos);

    as condies do terreno;

    as condies da gua do terreno;

    a sismicidade regional;

    a influncia do ambiente (hidrologia, guas superficiais, subsidncia, variaes sazonais da temperatura eda humidade).

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    (3) Os estados limites podem ocorrer quer no terreno quer na estrutura quer ainda por rotura envolvendo con-juntamente a estrutura e o terreno.

    (4) Os estados limites devero ser verificados recorrendo a uma das seguintes abordagens, ou respectivacombinao:

    a utilizao de clculos, tal como descrita em 2.4;

    a adopo de medidas prescritivas, tal como descrita em 2.5;

    a utilizao de modelos experimentais e de ensaios de carga, tal como descrita em 2.6;

    a utilizao do mtodo observacional, tal como descrita em 2.7.

    (5) Na prtica, a experincia mostra frequentemente qual o tipo de estado limite que governa o dimensiona-mento, podendo ento a demonstrao de que so evitados outros estados limites consistir apenas numa veri-ficao de controlo.

    (6) Os edifcios devero normalmente ser protegidos da penetrao de gua do terreno ou da transmisso devapor ou gases para o seu interior.

    (7) Caso tal seja vivel, os resultados do dimensionamento devero ser verificados face experincia compa-rvel.

    (8)P Tendo em vista o estabelecimento de requisitos mnimos no que respeita quantidade e qualidade dosestudos de caracterizao geotcnica, dos clculos e dos procedimentos de controlo da construo, devem seridentificados a complexidade de cada projecto geotcnico e os riscos que lhe esto associados. Nomeada-

    mente, deve ser feita distino entre: estruturas ligeiras e simples e pequenas obras de terraplenagem, para as quais possvel assegurar, com

    um risco desprezvel, que os requisitos mnimos sero satisfeitos com base na experincia e em estudosde caracterizao geotcnica de natureza qualitativa;

    outras estruturas geotcnicas.

    NOTA:

    O modo segundo o qual so satisfeitos estes requisitos mnimos poder ser indicado no Anexo Nacional.

    (9) No caso de estruturas e obras de terraplenagem de reduzida complexidade geotcnica e risco, tal comoacima definidas, podero ser utilizados procedimentos de dimensionamento simplificados.

    (10) A fim de estabelecer requisitos de projecto geotcnico podero ser introduzidas trs Categorias Geotc-nicas, 1, 2 e 3.

    (11) Antes dos estudos de caracterizao geotcnica dever ser atribuda de forma preliminar uma CategoriaGeotcnica estrutura. Esta categoria dever ser verificada em cada fase do processo de projecto e constru-o, e alterada se tal for necessrio.

    (12) Podero ser utilizados procedimentos correspondentes a categorias mais elevadas para justificar projec-tos mais econmicos ou quando o projectista os considere adequados.

    (13) Pode ser necessrio tratar os vrios aspectos do projecto de um empreendimento de acordo com Catego-rias Geotcnicas diferentes. No necessrio tratar a totalidade do empreendimento de acordo com a maiselevada dessas categorias.

    (14) A Categoria Geotcnica 1 dever englobar unicamente estruturas pequenas e relativamente simples:

    para as quais seja possvel assegurar que so satisfeitos os requisitos fundamentais apenas com base naexperincia e em estudos de caracterizao geotcnica de natureza qualitativa;

    com risco desprezvel.

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    (15) Os procedimentos correspondentes Categoria Geotcnica 1 devero ser utilizados somente quando orisco, em termos de estabilidade global ou de movimentos do terreno, seja desprezvel, e seja conhecido,atravs de experincia local comparvel, que as condies do terreno so suficientemente simples. Nestescasos, os procedimentos podero consistir em mtodos de rotina para o dimensionamento e para a construode fundaes.

    (16) Os procedimentos correspondentes Categoria Geotcnica 1 devero ser utilizados somente se no hou-ver escavaes abaixo do nvel fretico ou se a experincia local comparvel indicar que a escavao abaixodo nvel fretico uma operao simples.

    (17) A Categoria Geotcnica 2 dever abranger os tipos correntes de estruturas e de fundaes que no en-volvam nem risco fora de comum nem condies difceis no que diz respeito ao terreno ou ao carregamento.

    (18) O projecto das estruturas da Categoria Geotcnica 2 dever normalmente incluir dados geotcnicos denatureza quantitativa e uma anlise que assegure que so satisfeitos os requisitos fundamentais.

    (19) No projecto de estruturas classificadas na Categoria Geotcnica 2 podero ser utilizados procedimentosde rotina quer nos ensaios de campo e de laboratrio quer no dimensionamento e na construo.

    NOTA: So exemplos de estruturas ou partes de estruturas correntes que se enquadram na Categoria Geotcnica 2, as seguintes:

    fundaes superficiais;

    ensoleiramentos gerais;

    fundaes por estacas;

    muros e outras estruturas de reteno ou suporte de solo ou de gua;

    escavaes;

    pilares e encontros de pontes;

    aterros e movimentos de terras;

    ancoragens no terreno e outros sistemas de ancoragem;

    tneis em rocha resistente no fracturada e sem requisitos especiais de impermeabilizao ou outros.

    (20) A Categoria Geotcnica 3 dever abranger as estruturas ou partes de estruturas no abrangidas pelasCategorias Geotcnicas 1 e 2.

    (21) Nos projectos de estruturas da Categoria Geotcnica 3 devero normalmente ser utilizadas disposies eregras alternativas s da presente Norma.

    NOTA:

    A Categoria Geotcnica 3 inclui os seguintes exemplos: estruturas de grande dimenso ou pouco comuns;

    estruturas que envolvam riscos fora do comum ou condies invulgares ou excepcionalmente difceis de terreno ou de carrega-mento;

    estruturas em reas de elevada sismicidade;

    estruturas em reas com provvel instabilidade local ou movimentos persistentes do terreno que requeiram estudos especficos decaracterizao geotcnica ou medidas especiais.

    2.2 Situaes de projecto

    (1)P Devem ser consideradas situaes de projecto de curto e de longo prazo.

    (2) No projecto geotcnico, as especificaes detalhadas das situaes de projecto devero incluir, quando talseja aplicvel:

    as aces, suas combinaes e casos de carga;

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    a adequao geral do terreno onde est implantada a estrutura no que diz respeito estabilidade global eaos movimentos do terreno;

    a disposio e a classificao das vrias zonas de solo, rocha ou elementos da obra envolvidos em qual-quer modelo de clculo;

    planos de estratificao inclinados;

    exploraes mineiras, cavernas e outras estruturas subterrneas;

    no caso de estruturas assentes directamente em rocha ou na sua proximidade:

    estratos rijos e moles em alternncia;

    falhas, diaclases e fissuras; instabilidade eventual de blocos de rocha;

    cavidades originadas por dissoluo, tais como poos ou fissuras preenchidos com material mole, eprocessos de dissoluo progressiva;

    a natureza do ambiente em que o projecto desenvolvido, compreendendo:

    efeitos de infra-escavao, eroso e escavao conducentes a alteraes de geometria da superfcie doterreno;

    efeitos de corroso de natureza qumica;

    efeitos de meteorizao;

    efeitos da congelao;

    efeitos de secas de longa durao;

    variaes dos nveis da gua do terreno, devidas, por exemplo, a rebaixamento fretico, a eventuaischeias, a rotura de sistemas de drenagem e a captao de gua;

    a presena de gases emergindo do terreno;

    outros efeitos do tempo e do ambiente na resistncia e noutras propriedades dos materiais; por exem-plo, os efeitos de cavidades devidas a actividade animal;

    os sismos;

    a subsidncia devida a actividade mineira ou outras causas; a sensibilidade da estrutura a deformaes;

    o efeito da nova estrutura nas estruturas j existentes, nas redes de servios e no ambiente local.

    2.3 Durabilidade

    (1)P No desenvolvimento do projecto geotcnico devem ser tidas em conta as condies ambientais de modoa que possa ser avaliada a respectiva influncia na durabilidade e a permitir a adopo de medidas que prote-

    jam os materiais ou lhes confiram a resistncia adequada.

    (2) No desenvolvimento do projecto dever ser tido em considerao o seguinte, no que respeita durabilida-de dos materiais em contacto com o terreno:

    a) para o beto:

    os agentes agressivos, tais como cidos ou sulfatos, na gua do terreno, no terreno ou em materiais deaterro;

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    b) para o ao:

    o ataque qumico, quando os elementos da fundao estejam enterrados em terreno suficientemente per-mevel para permitir a percolao de gua e de oxignio;

    a corroso nas superfcies de estacas-prancha expostas gua livre, particularmente na zona do nvelmdio dessa gua;

    a corroso localizada, do tipo picadas, no ao embebido em beto poroso ou fissurado, particularmenteno caso de ao laminado onde os produtos de oxidao, actuando como ctodo, do origem a uma acoelectroltica com a superfcie no oxidada, actuando como nodo;

    c) para a madeira:

    os fungos e bactrias aerbicas na presena de oxignio;

    d) para produtos sintticos:

    os efeitos de envelhecimento devido exposio s radiaes ultra-violeta ou degradao devida aoozono, os efeitos combinados da temperatura e da tenso e os efeitos secundrios relacionados com adegradao de natureza qumica.

    (3) Dever ser feita referncia s recomendaes relativas durabilidade constantes das normas dos materi-ais de construo.

    2.4 Dimensionamento geotcnico com base no clculo

    2.4.1 Generalidades(1)P O dimensionamento com base no clculo deve estar de acordo com os requisitos fundamentais daEN 1990:2002 e com as regras particulares da presente Norma. O dimensionamento com base no clculoimplica a considerao de:

    aces, que podero ser quer foras impostas quer deslocamentos impostos, devidos, por exemplo, a mo-vimentos do terreno;

    propriedades de solos, de rochas e de outros materiais;

    dados geomtricos;

    valores limites das deformaes, da largura de fendas, das vibraes, etc.;

    modelos de clculo.(2) Dever ser considerado que o conhecimento das condies do terreno depende da amplitude e da quali-dade dos estudos de caracterizao geotcnica. Tal conhecimento e o controlo da qualidade da execuo somais importantes para satisfazer os requisitos fundamentais do que a preciso dos modelos de clculo e doscoeficientes de segurana parciais.

    (3)P Os modelos de clculo devem descrever o comportamento presumido do terreno para o estado limite emconsiderao.

    (4)P Quando no se disponha de um modelo de clculo fivel para um dado estado limite, deve ser efectuadaa anlise de outro estado limite utilizando coeficientes que assegurem que a ultrapassagem do estado limiteem causa suficientemente improvvel. Alternativamente, o dimensionamento deve ser efectuado recorren-

    do a medidas prescritivas, a modelos experimentais e a ensaios de carga, ou ao mtodo observacional.(5) O modelo de clculo poder consistir num:

    modelo analtico;

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    modelo semi-emprico;

    modelo numrico.

    (6)P Os modelos de clculo devem ser rigorosos ou dar resultados do lado da segurana.

    (7) Um modelo de clculo poder incluir simplificaes.

    (8) Se necessrio, podero ser modificados osresultados obtidos pelos modelos de modo a assegurar que osresultados dos clculos de dimensionamento so rigorosos ou se situam do lado da segurana.

    (9) Se a modificao dos resultados for efectuada atravs da aplicao de um coeficiente de modelo, deverser tido em conta o seguinte:

    a margem de incerteza dos resultados do mtodo de anlise; quaisquer erros sistemticos que se saiba estarem associados com o mtodo de anlise.

    (10)P Caso seja utilizada uma relao emprica na anlise, deve ficar claramente estabelecido que essarelao aplicvelnas condies do terreno existentes no local da obra.

    (11) Os estados limites que envolvam a formao de um mecanismo no terreno devero ser facilmente ve-rificados por intermdio de um modelo de clculo. No caso de estados limites definidos em termos de defor-maes, estas devero ser avaliadas por clculo, tal como descrito em 2.4.8, ou obtidas de outro modo.

    NOTA:

    Muitos modelos de clculo so baseados na hiptese de um comportamento suficientemente dctil do sistema terreno/estru-tura. Contudo, uma eventual falta de ductilidade conduzir a um estado limite ltimo caracterizado por colapso sbito.

    (12) A utilizao de mtodos numricos pode ser apropriada se forem tidas em considerao a compatibilida-

    de de deformaes e a interaco entre a estrutura e o solo para o estado limite em causa.

    (13) Dever ser considerada a compatibilidade das deformaes num estado limite. No caso de possibilidadede ocorrncia de rotura combinada de elementos estruturais e do terreno poder ser necessria uma anlisedetalhada que tenha em ateno a rigidez relativa da estrutura e do terreno. So exemplos os ensoleiramentosgerais, as estacas carregadas lateralmente e as estruturas de suporte flexveis. Dever ser dada uma atenoparticular compatibilidade de deformaes no caso de materiais frgeis ou que exibam amolecimento pordeformao.

    (14) Nalguns casos, tais como escavaes suportadas por estruturas flexveis ancoradas ou escoradas, a in-tensidade e a distribuio das presses do terreno e os esforos internos dependem em grande parte da rigi-dez da estrutura, da rigidez e da resistncia do terreno e do estado de tenso neste.

    (15) Nestes casos de interaco terreno-estrutura, as anlises devero utilizar relaes tenso-deformaopara os materiais do terreno e da estrutura e valores dos estados de tenso no terreno suficientemente repre-sentativos para que, tendo em ateno o estado limite em considerao, se obtenham resultados do lado dasegurana.

    2.4.2 Aces

    (1)P A definio das aces deve ser obtida da EN 1990:2002. Os valores das aces devem ser obtidos daEN 1991, quando tal seja pertinente.

    (2)P Os valores das aces geotcnicas a utilizar devem ser fixados. Eles so conhecidos antes da realizaode um clculo, podendo ser alterados durante a sua realizao.

    NOTA: Os valores das aces geotcnicas podero sofrer alterao durante o clculo. Em tais casos esses valores sero introduzi-dos como primeira estimativa para que se possa iniciar o clculo com um valor conhecido preliminar.

    (3)P Na determinao das aces a adoptar no dimensionamento deve ser tida em conta qualquer interacoentre a estrutura e o terreno.

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    (4) No projecto geotcnico devero ser passveis de considerao como aces:

    os pesos do solo, da rocha e da gua;

    as tenses no terreno;

    as presses de terras;

    as presses da gua livre, inclui