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Edição on line Janeiro 2011 Periodicidade: Bimestral Notícias do Ténis Federação Portuguesa de Ténis 2010 O ano de ouro O ano de 2010 foi de ouro para o ténis português. Rui Machado, Frederico Gil, Leonardo Tavares, João Sousa, Vasco Mensurado, Frederico Silva, Diogo Rocha, Rodolfo Pereira, Maria João Koehler, Francisco Dias e Mariana Alves destacaram-se como intérpretes da excelência nos quatro cantos do Mundo. Foi um ano repleto de sucessos. “Tennis Europe” promove Portugal a Nação B “Tennis Europe” promove Portugal a Nação B “Tennis Europe” promove Portugal a Nação B “Tennis Europe” promove Portugal a Nação B Passagem de testemunho O que foi feito e o que vai ser feito José Maria Calheiros entrega a presidência da FPT a José Corrêa de Sampaio, para um mandato de dois anos.

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Notícias do Ténis - Janeiro 2011

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Edição on line Janeiro 2011 Periodicidade: Bimestral

Notícias do Ténis Federação Portuguesa de Ténis

2010

O ano

de ouro O ano de 2010 foi de ouro para o ténis português. Rui Machado, Frederico Gil,

Leonardo Tavares, João Sousa, Vasco Mensurado, Frederico Silva, Diogo

Rocha, Rodolfo Pereira, Maria João Koehler, Francisco Dias e Mariana Alves destacaram-se

como intérpretes da excelência nos quatro cantos do Mundo. Foi um ano repleto

de sucessos.

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B “Tennis Europe”

promove Portugal

a Nação B

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B

Passagem de testemunho O que foi feito

e o que vai ser feito

José Maria Calheiros entrega a presidência da FPT a José Corrêa de Sampaio, para um mandato de dois anos.

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Editorial

EDIÇÃO ON LINE Direcção: José Maria Calheiros. Coordenação: José Santos Costa. Redacção/paginação: Ana Lima, Comunicação & Marketing

Federação Portuguesa de Ténis

Rua Actor Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha

Tel.: 214 151 356 Fax: 214 141 520

e-mail: [email protected] www.tenis.pt

2 Federação Portuguesa de Ténis

www.analimacomunicacao.org

No momento em que os delegados presentes na assembleia-geral da Tennis Europe votaram por unanimi-dade a promoção de Portugal a Nação B da família europeia abriu-se uma nova página do ténis nacio-

nal. Esta promoção, cuja candidatura havia sido avalizada pela Direcção da associação europeia de ténis, assenta no desenvolvimento do ténis português, na sua capacidade orga-

nizativa e em resultados desportivos. Com o início de uma nova era da modalidade na segunda metade dos anos setenta do século passado, o ténis efectuou até aos nossos dias um percurso de quase quatro déca-das de adaptação a novas realida-

des, e de crescimento. Foi um período em que todos nos deparámos com novos desafios, antes inexplorados, como a profis-sionalização dos vários agentes envolvidos no processo desportivo e a necessidade de criar condições para a sustentação de um processo de desenvolvimento, que teria que forçosamente envolver todas as áreas dado o estado de imprepara-ção em que Portugal se encontrava no que ao desporto, e ao ténis em

particular, dizia respeito. O envolvimento neste processo conjunto, nem sempre convergente nas acções e no tempo, beneficiou ainda dos apoios que o Estado desti-nou ao desporto. Também aqui o ténis foi progressivamente merecen-

do apoio reforçado, pelos projectos e

programas que desenvolveu. A relação da FPT com a associa-ção europeia de ténis – ex-European Tennis Association, actual Tennis Europe – e com a International Ten-nis Federation foi sempre de grande cumplicidade, respeito e coopera-ção, amplamente reconhecidas pelos organismos de tutela interna-

cional. Portugal mostrou sempre grande disponibilidade e capacidade para organizar os mais diversos eventos em território nacional, quer a nível de torneios dos calendários interna-cionais, quer chamando a si a orga-nização de eventos da TE ou da ITF, como são, entre outros, o caso de assembleias-gerais, reuniões de comissões específicas, campeona-tos europeus de vários escalões, simpósios europeus e mundial de

treinadores. Esta capacidade de intervenção, num país periférico da Europa e com fraca capacidade de financiamento do desporto, foi sempre muito apre-

ciada. Os resultados desportivos, que têm melhorado progressivamente ao longo dos anos – nesta edição é feita uma resenha dos mais relevan-tes em 2010 – provam que Portugal se desenvolveu em termos tenísti-cos, fruto do envolvimento privado e público, e da experiência acumulada

de treinadores e jogadores. A promoção a Nação B, além de

um voto de confiança dado pela família europeia do ténis, permite que Portugal possa organizar, a par-tir de 2011, em território nacional, mais um torneio do calendário euro-peu juvenil, em cada um dos esca-lões sub 12, 14 e 16, o que eleva para dez o número de torneios daqueles escalões no presente ano. Se juntarmos a este número os três do escalão sub 18 e os vários Futu-res femininos e masculinos, temos um calendário internacional que per-mite aos nossos jovens uma aborda-gem ao circuito internacional com

menor custo e maior conforto. Este esforço, que envolve muitos clubes e organizações particulares, tem-se mantido ao longo dos anos, desejando-se que nos próximos

anos se possa ampliar. A motivação geral é elevada e o esforço de pais e atletas, com o empenhamento dos seus treinado-res e das estruturas do ténis, mere-ce uma maior intervenção dos potenciais financiadores, dos empre-

sários portugueses. Temos que, todos, desenvolver esforço acrescido para atrair esse apoio e ajudar os mais capazes a encarar de forma decidida a entrada no circuito profissional, após anos e anos de sacrifícios de ordem pes-

soal e financeira.

José Santos Costa Secretário Geral da FPT

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B

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O ano de ouro

RUI MACHADO O ano de 2010 foi de ouro

para o ténis nacional. Pela pri-

meira vez, dois portugueses

figuraram no “top”100 mun-

dial. Durante quatro semanas

(a última de Outubro e as três

seguintes de Novembro), Fre-

derico Gil e Rui Machado per-

maneceram entre a elite. Foi o

período mais escaldante na

disputa entre os dois pelo

estatuto de melhor português.

Em Maio, no Estoril Open, a

rivalidade acentuou-se no pó

de tijolo do Jamor, nos quartos

-de-final. Venceu Gil, que che-

gou a uma final inédita com um

português, mas sem conseguir

resistir a Montañes. A época

terminou com Machado como

número um, quebrando a

hegemonia de Gil desde 2007.

Ano em que Michelle Larcher

de Brito (assinou um 2010 des-

colorido) venceu no Orange

Bowl. Três anos volvidos, Vas-

co Mensurado e Frederico Sil-

va juntaram o título de pares

de sub-16 do mais prestigiado

torneio juvenil do Mundo ao

de campeões da Europa no

escalão. O ano foi marcado também

com os feitos de promessas

(João Sousa, Francisco Dias, Diogo Rocha, Rodolfo Pereira

e Maria João Koehler), com a

confirmação de Leonardo

Tavares e de Magali de Lattre e

com a afirmação da selecção

(regresso ao Grupo I da Taça

Davis). E com a excelência da

arbitragem portuguesa, com

Mariana Alves presente na final

feminina de Wimbledon.

RUI MACHADO entrou na elite mundial em finais de Outubro

A vitória em Assunção (Paraguai) e a presença nas meias-finais em San-tiago (Chile), em torneios de catego-ria ―Challenger‖, permitiram a Rui Machado entrar no ―top‖ 100, a 25 de Outubro. Foi o concretizar do objecti-vo a que o algarvio se propôs no iní-

cio de 2010. Com o 95.º posto na hierarquia mundial na actualização do ―ranking‖ ATP dessa semana, Rui Machado tornara-se no português mais bem cotado na tabela, destronando Frede-rico Gil, número um nacional desde

finais de 2006. Uma lesão num joelho obrigara Rui Machado a abandonar temporaria-mente a competição e a entregar o estatuto de número um, que ostentou

desde 2003. O atleta encetou uma recuperação extraordinária na hierarquia mundial. Na última semana de Dezembro de 2006, o tenista de Faro classificou-se em 893.º e, um ano volvido, terminou

em 733.º. O ano de 2008 iniciou-se com cin-co triunfos (três consecutivos) em ―Futures‖, dois em Portugal, igual

número em Itália e um em Espanha. Depois do Estoril Open, em que atingiu a segunda ronda, abordou torneios de categoria ―Challenger‖, tendo sido semifinalista em Córdoba (amealhou 40 pontos no torneio espa-nhol de 106.500 dólares) e, a fechar a época, em Cancún (no México,

somou 24). Em Sófia (Bulgária), Medjugorge (Bósnia e Herzegovina) e Graz

(Áustria) alcançou os quartos-de-final. Na estreia no Open dos Estados Uni-dos e em provas do ―Grand Slam‖, contabilizou 50 pontos, após ter joga-do a segunda ronda do quadro princi-

pal e de ter superado o ―qualifying‖,

com três triunfos, um dos quais frente ao chileno Nicolas Massu, campeão olímpico em singulares e em pares em

Atenas, em 2004. A campanha ao longo de 2008 per-mitiu-lhe entrar no ano seguinte em

153.º. Em 2009, Rui Machado terminou o ano em 124.º, depois de duas vitórias nos ―Chal lengers‖ de Méknes (Marrocos) e Atenas (Grécia), dos quartos-de-final em Ortobello (Itália), San Marino e Guayaquil (Equador) e de ter entrado nos quadros principais de Roland Garros e do Open dos Estados Unidos, proveniente das fases de qualificação dos ―majors‖, em

que somou três êxitos em cada uma. Para 2010, Rui Machado colocou a fasquia mais alta e assumiu o objecti-

vo de entrar no ―top‖ 100. Iniciou o percurso no “qualifying” do Open da Austrália — não passou da

segunda ronda na estreia na prova

...

“Tennis Europe” promove

Portugal a Nação B

3 Federação Portuguesa de Ténis

Page 4: NT - Janeiro 2011

... “Tennis Europe” promove

Portugal a Nação B australiana, onde se estreou — para prosseguir com o calendário no circuito ATP Challenger, logrando a presença nos quartos-de-final logo no primeiro torneio, em Tânger

(Marrocos). Naquele país magrebino, Rui Machado foi finalista em Méknes e jogou as meias-finais em Rabat, antes de conquistar o título no ―Challenger‖ de Nápoles, sucedendo a Gil na galeria de vencedores da competição transalpina (em singula-

res e em pares, em 2009). Ainda em Itália, Machado foi semifinalista em Roma, fase que também atingiu nos ―Challenger‖ de Sevilha (Espanha) e Santiago (Chile). Em Poznan (Polónia), San Marino, Como (Itália), São Paulo (Brasil) e Medellin (Colômbia)

actuou nos quartos-de-final. Antes do Estoril Open, Machado e Gil somavam o mesmo número de pontos (127, a 26 de Abril). E, ape-nas por uma semana, o algarvio foi o melhor português, com o 124.º posto a 3 de Maio, enquanto Gil

quedou-se em 133.º. A rivalidade entre os dois, treina-dos por João Cunha e Silva, seria acentuada nos quartos-de-final da prova portuguesa do ATP World

Tour 250. Machado venceu a primeira parti-da, mas Gil reagiu e levou a deci-são do segundo ―set‖ para o ―tie-break‖, acabando por obrigar ao ―tira-teimas‖, que venceu, avançando

Domingo, 9 de Maio de 2010. O ―Central‖ do Jamor repleto de públi-co esperava Frederico Gil. Pela primeira vez, um português jogava a final do Estoril Open e de uma prova do ATP World Tour. O adver-sário era o espanhol Albert Monta-ñes, detentor do título e responsá-vel pelo afastamento nas meias-finais do suíço Roger Federer,

então número um mundial. Gil vendeu cara a derrota, em três partidas, permitindo que Mon-tañes entrasse no restrito número de tenistas com duas vitórias no mais importante torneio realizado em Portugal. Ainda assim, o portu-guês, que detém o melhor registo de sempre no ―ranking‖ ATP, viveu uma semana de sonho, com

para as meias-finais do Estoril Open, com Rui Machado a lamen-tar não ter estado nas melhores

condições físicas. Com um final de temporada de Gil menos bem conseguido, Macha-do — com Bernardo Mota como técnico exclusivo a partir de Outu-bro — acabou por ultrapassá-lo e recuperar o estatuto de número um português, que mantém há onze semanas consecutivas, depois da melhor época de sempre, em que atingiu o melhor registo no ―ranking‖

ATP — 89.º, em 8 de Novembro.

FREDERICO GIL: o primeiro luso numa final do ATP World

mais dois momentos marcantes: o encontro das meias-finais, com o espanhol Guillermo Garcia-Lopez, no ―Centralito‖ a abarrotar pelas costuras, e os quartos-de-final com

Rui Machado. Foi o quarto confronto entre Gil e Machado, todos com triunfo do tenista de Lisboa, mas, em Agosto, o algarvio vingou-se e afastou na segunda ronda do ―Challenger‖ de San Marino o companheiro de equi-

pa (CETO) e de selecção nacional. Gil iniciou o ano em Doha e via-jou depois para a Austrália, ultra-passando o ―qualifying‖ de Sidney. Mas acabou por não conseguir

seguir para a segunda ronda.

FREDERICO GIL

...

4 Federação Portuguesa de Ténis

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... Frederico Gil estreou-se no Open da Austrália, em que teve entrada directa no quadro principal, mas o espanhol David Ferrer obrigou-o a despedir-se cedo do ―major‖ nos

antípodas. Até ao “Challenger” de Tunes, que antecedeu a participação de Gil no Estoril Open, não conseguiu mais do que dois triunfos seguidos, com Roland Garros (fase de qualifi-

cação) incluído. Em Tunes, onde alcançou as meias-finais, Gil ganhou confiança para os meses seguintes e os resul-tados apareceram, proporcionando

o regresso ao ―top‖ 100. Atingiu os quartos-de-final em Turim (Itália), Poznan (Polónia) e foi semifinalista em Istambul (Turquia)

e Tarragona (Espanha). O único triunfo do ano em singu-lares foi averbado no ―Challenger‖ de Milão, na Itália, onde Frederico Gil somou o sexto título de singula-res na carreira em torneios daquele

nível. Em pares, com o argentino Carlos Berlocq venceu em Turim, na Itália, e, ao lado do belga Christophe Rochus conquistou o título em Luga-no, na Suíça, ambas as competi-ções também do calendário ATP

Challenger. Na condição de segundo portu-guês mais bem cotado no escalona-mento mundial, jogou duas rondas na competição individual em Mont-pellier (França), da categoria 250 do ATP World Tour, e uma em Valência

(Espanha), de nível 500.

Encerrou a temporada à porta da elite (101.º), com o título de vice-campeão do Estoril Open e dois títulos em ―Challenger‖ (um em singulares e outro na variante de pares), mas ainda assim longe dos cometimentos de 2009, em que se mostrou ao Mundo no Masters 1000 de Miami, na terceira ronda

do quadro principal. Com cinco encontros realizados anteriormente (três da fase de qua-lificação), Gil obrigou Rafael Nadal a aplicar-se na primeira partida, que o espanhol venceu por 7-5, para depois fechar o encontro com 6-3

no segundo ―set‖.

“Tennis Europe” promove

Portugal a Nação B

LEONARDO TAVARES

Se em 2009 já tinha dado indica-ções no sentido de inverter uma carreira irregular, afectada por constantes lesões, Leonardo Tava-res confirmou no ano passado ser

um valor seguro no ténis português. Com 26 anos, exibiu um ténis mais adulto e subiu no ―ranking‖ ATP. Atingiu a 186.ª posição a 16 de Agosto de 2010, a mais alta de

sempre para o espinhense. É verdade que, como confessou já, tem ―por hábito não olhar muito para a tabela‖, porque, quando o faz, ―normalmente as coisas saem mal‖. Mas decerto que o campeão nacional absoluto de 2003 ansiava há muito ocupar uma posição con-

dizente com o seu ténis.

LEONARDO TAVARES atingiu a melhor cotação de sempre

...

Com a humildade que o caracte-riza, Leonardo Tavares admite ―melhorar‖, mas só se ―progredir em termos técnicos‖, para que se sinta

bem ―dentro do ‗court‘‖. Os resultados na primeira parte da temporada do ano passado foram verdadeiramente prometedo-res. Em dois torneios ―Futures‖ nos Estados Unidos, a concluir uma digressão de pouco mais de um mês pela América do Norte, jogou a meia-final num e os quartos-de-

final noutro. O espinhense voltou depois aos torneios ―Challenger e, após duas

rondas na fase de qualificação,

5 Federação Portuguesa de Ténis

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... foi travado nas meias-finais, por um jogador que integrava o lote dos cem melhores, o colombiano Santia-

go Giraldo, na altura 90.º. João Lagos, director do Estoril Open, concedeu-lhe um ―wild card‖ e deu a oportunidade de jogar o quadro principal de singulares pela primeira vez, depois de, em três participações na competição portu-guesa (2009, 2007 e 2004), nunca

ter ultrapassado a qualificação. Leonardo Tavares não desiludiu Lagos e deu indicações de que a época não seria novamente marca-

da pela frustração. No encontro inaugural no pó de tijolo do Jamor, o tenista português, treinado por Nuno Marques, elimi-nou o brasileiro Ricardo Mello, então

94.º ATP, por 6-3 e 6-3. O adversário seguinte, o espa-nhol Guillermo Garcia-Lopez, reunia mais créditos (era 40.º). Tavares acabou por baquear com um duplo 6-2, mas despediu-se de cabeça erguida da competição individual (continuou a disputar o torneio em

pares). Depois de afastado na primeira eliminatória da fase prévia de Roland Garros (também não conse-guiu chegar ao segundo encontro dos ―qualifyings‖ em Wimbledon e no Open dos Estados Unidos), Leo-nardo Tavares registou uma série de resultados significativos desde Julho até ao final da temporada, o que lhe permitiu recuperar o tercei-

ro posto no ―ranking‖ entre os por-

Challenger de São Paulo (Brasil) e

de Medellin (Colômbia). Em pares, Leonardo Tavares também teve uma ascensão fulgu-rante no escalonamento mundial, entrando, pela primeira vez, no ―top‖ 100, atingindo a 95.º posição, em Setembro, como corolário de uma temporada verdadeiramente extraor-dinária, com quatro triunfos em tor-neios ―Challenger‖, um deles com João Sousa como parceiro, com quem travou um interessante despi-que pelo estatuto de terceiro mais bem cotado português no ―ranking‖

individual. Em Julho, ao lado de João Sou-

sa, ―Leo‖ venceu em Tampere, na

...

tugueses, relegando para quarto João Sousa, que defrontou em Itá-

lia. No torneio de Recanati, Tavares levou a melhor sobre Sousa, por 7-6(5) e 6-4, para garantir a presença nos quartos-de-final, fase em que acabou arredado pelo suíço Stépha-

ne Bohli, em três partidas. Em Tampere, na Finlândia, Tava-res somou 48 pontos, depois de ter sido eliminado nas meias-finais, fase que jogou em Trani, na Itália, sendo afastado pelo russo Igor Andreev, antigo ―top‖ 20, então em

99.º. O luso fechou as boas prestações

com os quartos-de-final nos ATP

Finlândia, torneio em que foi vice-campeão em singulares, não conseguindo resistir ape-

nas ao francês Eric Prodon. Um mês antes, o jogador português, a formar dupla com o italiano Simone Vag-nozzi, conquistou o título em

Braunschweig, na Alemanha. Antes de atingir as meias-finais em pares do Estoril Open, com Pedro Sousa, venceu em Curitiba (Brasil), na penúltima semana de Abril. O germânico Dominik Meffert foi o parceiro na vitó-

ria. Maio foi um mês recheado de êxitos na variante. Na

20.ª edição do Estoril Open, LEONARDO TAVARES: quatro triunfos em pares, em “Challengers”

6 Federação Portuguesa de Ténis

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... a dupla Leonardo Tavares/Pedro Sousa disputou as meias-finais, igualando os feitos de João Cunha e Silva/Bernardo Mota (1994/2000) e de Cunha e Silva/Nuno Marques

(1998). Nas semanas seguintes, Tavares disputou duas finais em pares, ambas com o parceiro russo Artem Sitak. Cedeu em Carson e triunfou em Ojai, torneios norte-americanos

do ATP Challenger Tour. No continente americano, onde obteve também bons resultados em singulares, Tavares jogou o acesso à final em Bogotá, na Colômbia, juntamente com o alemão Andre Begemann, dias depois de, no Jamor, com Frederico Gil, ter contri-buído para a vitória de Portugal na segunda eliminatória do Grupo II da

zona euro-africana da Taça Davis. Também foi semifinalista em duas provas italianas: Génova, com o argentino Diego Hartfield, e Trani,

com Rui Machado. Na parte final do ano, Leonardo Tavares, que anunciou a troca de Nuno Marques por Cunha e Silva, voltou a actuar com Pedro Sousa, em Guayaquil, no Equador, e os

dois alcançaram os quartos-de-final. A mesma fase que ―Leo‖ atingiu em mais três torneios ―Challenger‖: Méknes (Marrocos), com Rui Machado; Marburg (Alemanha), com o alemão Bastian Knittel; e Recanati

(Itália), com João Sousa.

JOÃO SOUSA

Os números são elucidativos. João

Sousa iniciou 2010 em 443.º na

“Tennis Europe” promove

Portugal a Nação B

JOÃO SOUSA iniciou 2010 em 443.º e terminou em 244.º

tabela mundial e terminou em 244.º. Para quem se posicionava em 940.º em Maio de 2009, a ascensão do tenista natural de Guimarães foi meteórica. Foi o português que mais subiu em 2010 na hierarquia mun-

dial. João Sousa iniciou a sua melhor época de sempre em torneios ―Futures‖, mas, em finais de Feve-reiro e princípios de Março do ano passado, teve uma primeira abordagem a provas de categoria imediatamente superior, em dois

―Challenger‖ em Marrocos. O tenista português, radicado na Barcelona Total Ténis, atingiu a terceira ronda do ―qualifying‖ em Tânger e em Rabat foi afastado na primeira ronda do quadro principal, após ter superado os três encontros

da fase prévia.

As indicações reveladas por João

Sousa no país magrebino aca- baram por se confirmar em solo espanhol, após a participação no ―qualifying‖ do Estoril Open (não

passou a primeira ronda). Em Maio e Junho, registou a pre-sença nos quartos-de-final no ―Future‖ de Lleida (10.000 dólares), e, nas quatro semanas seguintes, averbou três triunfos consecutivos

em singulares e em pares. Primeiro, conquistou o título em Valldoreix, com ―prize money‖ de 10.000 dólares, para depois viajar para Tenerife. No ITF Futures Adeje (também 10.000), venceu pela segunda vez seguida na competição individual e juntou também a vitória em pares, ao lado do russo Rume-

nov Payakov. Ainda nas Canárias, somou 27 pontos com o terceiro título seguido em singulares e o segundo conse-cutivo em pares (com o russo Paya-kov) no torneio de Lanzarote, de

15.000 dólares. Encerrou a participação em Tene-rife, em Puerto de Santa Cruz (15.000 dólares), mas não conse-guiu defender o título de singulares alcançado em 2009 e quedou-se

pelas meias-finais. Embora não tenha concluído com êxito a prova individual, João Sousa averbou o terceiro triunfo consecuti-vo em pares, novamente com Geor-gi Rumenov Payakov como seu

companheiro. Com a campanha em Espanha, João Sousa contabilizou 73 pontos e, em pouco mais de um mês, gal-

gou quase uma centena de posi-

...

7 Federação Portuguesa de Ténis

Page 8: NT - Janeiro 2011

ções, para se fixar em 282.º, a 21 de Junho de 2010, a melhor marca de

sempre na carreira do vimaranense. A série de triunfos colocou-o per-to do denominado ―Future Slam‖, até agora conseguido por um único português, em 2008. Rui Machado venceu os ―Futures‖ de Bari (Itália), Faro, Lagos e Albufeira, juntando a estes quatro títulos mais dois nesse ano, em que registou o impressio-nante registo de 26 triunfos segui-dos. (Em Maio de 1999, em Espi-nho, Nuno Marques logrou o ―Satellite Slam‖, ao vencer quatro torneios consecutivos do extinto

circuito de satélites). O bom momento que atravessou João Sousa levou Pedro Cordeiro, seleccionador nacional, a convocá-lo para a eliminatória da Taça Davis com o Chipre, em Julho, a segunda na campanha de Portugal no regres-so ao Grupo I da Zona Europa/

África. Foi o regresso de João Sousa à equipa portuguesa. A última convo-catória do tenista de Guimarães datava de 2008, a premiar o percur-so sensacional no Estoril Open nes-se ano, com três vitórias no ―qualifying‖ e a entrada no quadro principal. No primeiro encontro, ven-ceu o austríaco Oliver Marach e acabou eliminado no segundo (oitavos-de-final) por Frederico Gil,

contemplado com ―wild card‖. Após o ciclo vitorioso em Espa-nha, Sousa inscreveu-se em dois torneios de categoria ―Challenger‖

em Itália (não superou a fase prévia

...

em Reggio Emilia e em Turim), e, depois de vencer um encontro na Taça Davis (aplicou 6-1 e 6-0 ao cipriota Eleftherios Christou), regres-sou a solo italiano, para atingir as meias-finais no ITF Futures Fano,

de 15.000 dólares. No “Challenger” italiano de Reca-nati, foi travado na segunda ronda por Leonardo Tavares, com quem disputou a final de pares de Tampe-re, com a dupla portuguesa a ven-

cer. Apesar de não ter passado da primeira ronda em singulares, João Sousa saboreou o primeiro título em

―Challenger‖ na Finlândia. Em Istambul , na Turquia, após

três êxitos na fase prévia, e em Se-

“Tennis Europe” promove Portugal a

Nação B

VASCO MENSURADO/FREDERICO SILVA: cam-peões europeus e vencedores no Orange Bowl

vilha, em Espa-nha, obteve os registos mais altos em provas do circuito ATP Challenger: os

quartos-de-final. Sousa repetiu a mesma fase no ITF Futures de Santander e Córdoba. Tam-bém em territó-rio espanhol, foi v ice-campeão

em Martos. Na estreia no ATP World Tour 250 além fron-teiras, fechou a é p o c a n o s

―qualifyings‖ de

MENSURADO/SILVA/

ROCHA/PEREIRA/KOEHLER

Estocolmo (três rondas), na Suécia, e de Montpellier (duas), em França, e abriu boas perspectivas para este

ano.

Vasco Mensurado e Frederico Silva formaram a dupla perfeita no ano passado. Em Julho, em Moscovo (Rússia), conquistaram o título europeu de sub-16 em pares e, em Dezembro, na Florida, nos Esta-

dos Unidos, somaram o triunfo no

...

8 Federação Portuguesa de Ténis

Page 9: NT - Janeiro 2011

... Orange Bowl, o mais pres-tigiado torneio juvenil do

Mundo. Numa final cem por cento portuguesa, inédito na prova norte-americana, Vasco Mensurado e Fre-derico Silva impuseram-se a Diogo Rocha e Rodolfo

Pereira, por 7-5 e 6-2. Pela segunda vez, Por-tugal figura na galeria de vencedores da competição norte-americana, depois de Michelle Larcher de Brito ter vencido em singu-lares no escalão de sub-18, em 2007, com apenas

14 anos.

“Tennis Europe” promove Portugal a

Nação B

Par terceiro cabeça-de-série, Vasco Mensurado e Frederico Sil-va , que não foram além da terceira ronda em singulares, iniciaram o percurso vitorioso ao desembaraça-rem-se da dupla sul-americana for-mada por Jonathan Gonzalez (Venezuela) e Guilherme Hadlich (Brasil), pelos parciais de 6-3 e 7-6

(2). Colocados na parte de baixo do quadro, a dupla constituída por Dio-go Rocha (também não conseguiu chegar aos quartos-de-final na pro-va individual) e por Rodolfo Pereira (jogou “qualifying”) tiveram um início mais exigente frente ao colombiano Benitez Chavarriaga e ao equatoria-no Martin Trapero. O encontro, dis-putado em três partidas, acabou por ter resultado favorável aos portu-

gueses, por 4-6, 6–3 e 10-5. Na segunda ronda, Mensurado/Silva ultrapassaram os norte-

americanos Harrison Adams e Nikko

Madregallego, pelos parciais de 7-6(2) e 6-3, enquanto Pereira/Rocha também seguiram em frente, depois do triunfo frente aos igualmente estado-unidenses George Goldolf e

Erik Nordahl, por 6-1 e 6-4. Nos quartos-de-final, Vasco Men-surado e Frederico Silva progredi-ram para as meias-finais, com o triunfo sobre os chilenos Jaime Gal-leguillos e Rodrigo Encinas, por 7-6

(4) e 7-5. Diogo Rocha e Rodolfo Pereira apenas actuaram no primeiro ―set‖, que venceram por 6-0, acabando por se tornarem semifinalistas após o abandono de Luca Corinteli (Estados Unidos) e Thien Nguyen

Hoang (Vietname). Mensurado/Silva concluíram com 6-4 e 6-2 o encontro com os france-ses Laurent Lokoli e Lukas Puille e Rocha/Pereira somaram outra vitó-ria frente a Hugo di Feo (Canadá) e

Gergory Garcia, com um duplo 6-3.

A festa foi portuguesa e Vasco Mensurado e Frederico Silva junta-ram o título em pares no escalão de sub-16 no Orange Bowl ao de cam-peões europeus, alcançado em finais de Julho, na Rússia, realiza-dos em simultâneo com o Europeu de sub-18, em Klosters, na Suíça, em que se Maria João Koehler e Francisco Franco Dias atingiram as meias-finais e terminaram em tercei-

ros. O ténis português voltou a brilhar nos dois europeus juvenis, em que Portugal esteve representado por 12 tenistas. (Os sub-14 estiveram em Pilzen, na República Checa, e Ber-nardo Lemos, José Maria Moya e Matilde Fernandes/Daniella Silva foram os que chegaram mais longe, inscrevendo o nome na terceira ron-

da.) Em Moscovo, Frederico Silva jo-

Estava confirmada uma final portuguesa no Oran-ge Bowl, em Key Biscay-ne, com Diogo Rocha e Rodolfo Pereira a chega-rem à vantagem por 5-2

na primeira partida. Contudo, Silva e Men-surado reagiram e fecha-ram o primeiro parcial a seu favor (7-5), para depois não permitirem grandes veleidades na segunda partida e fecha-rem o encontro com 6-2, com os surpreendentes R o c h a e P e r e i r a (excelentes prestações)

como dignos vencidos.

...

FREDERICO SILVA, campeão nacional de sub-16, alcançou a terceira posição no “ranking” mundial

9 Federação Portuguesa de Ténis

Page 10: NT - Janeiro 2011

... gou os quartos-finais em singulares e Mensurado ficou na ronda ante-rior, mas foi nos pares que os dois confirmaram as esperanças da comitiva portuguesa, liderada por Vítor Ferreira, na conquista de um

título. É que a conquista do Europeu de cadetes em pares, em 2009, com Frederico Silva e Gonçalo Loureiro, abria perspectivas para a

viagem ao leste europeu. E, pela primeira vez, Portugal conquistou um título em sub-16, num campeonato em que já teve um finalista em singulares, em 2006 — Gastão Elias. Uma competição por onde passaram nomes grandes do ténis mundial, como Boris Bec-ker, Matts Willander e Stefan

Edberg. Na final da variante de pares em Moscovo, Mensurado e Silva impu-seram-se com 7-6(4) e 6-4 aos bri-tânicos Luke Bambridge e Kyle Edmund, depois de terem consegui-do seguir para o derradeiro encontro no ―super tie-break‖ das meias-finais frente aos italianos Napolitano/Perinstili. 3-6, 6-2 e 10-5 foi o desfe-

cho que apurou os portugueses. Logo no primeiro encontro apare-ceram as primeiras dificuldades, mas Vasco Mensurado e Frederico Silva desenvencilharam-se dos espanhóis Eduard Lobato/Perez

Sanz, por 6-7(5), 7-6(7) e 10-7. Até às meias-finais, a dupla lusa afastou os romenos Alexandru Tabirca/Stefan Vinti (6-2 e 6-9) e os holandeses Max de Vroome/Mos

Em Klosters, Maria João Koehler e Francisco Franco Dias estiveram a um passo da final do Europeu de

sub-18 em Klosters (Suíça)

A tenista do Porto chegou mesmo a estar por duas vezes a dois pon-tos da vitória na meia-final com a eslovaca Jana Cepelova (quinta pré-designada), que acabou por afastar

a portuguesa por 5-7, 7-6(5) e 6-4.

Antes, Koehler, isenta na primeira ronda, afastou Mari Mahoni (6-3 e 6-3, Denisa Allertova (“walkover”), Charlene Seateun (6-1 e 6-3) e Dija-

na Banovec (6-1 e 6-1).

Francisco Dias — que, em Linz (Áustria), na preparação para o Europeu, venceu quatro opositores do ―top‖ 100 júnior (um dos quais

10.º e outro 38.º) — deixou Bernar-

do Mota impressionado, particular-mente com a pancada de direita e o

serviço forte do lisboeta. Com 6-1 e 6-4, o espanhol Andres Martinavarr travou Francisco Dias no Europeu na Suíça. Antes, o português venceu Julius Gotovskis, por 6-1 e 6-3; Mick Lescure, por 7-5 e 6-3; Jannick Lupescu, por 6-1 e 6-1; e Sam Barry, por 6-1, 6-7(4) e 6-

4. Em Moscovo e em Klosters, o ténis juvenil português viveu

momentos altos colectivamente. Individualmente, Frederico Silva, Vasco Mensurado, Francisco Dias e Diogo Rocha também preencheram páginas de glória no circuito interna-

cional júnior.

“Tennis Europe” promove

Portugal a Nação B

MARIA JOÃO KOEHLER esteve por duas vezes a dois pontos da final do Europeu FRANCISCO DIAS foi travado nas

meias-finais em Klosters

...

10 Federação Portuguesa de Ténis

Page 11: NT - Janeiro 2011

res‖, conseguindo em Belo Horizon-te e na Foz do Iguaçu chegar aos quartos-de-final, em duas semanas consecutivas. Deste modo, fechou a época com chave de ouro, com os

melhores registos no ITF Futures. Mensurado terminou em 194.º no ―ranking‖ mundial júnior e 18.º no de

sub-16 da Tennis Europe. Conquistou o título de singulares no Smash International Júnior (Egipto) , concluindo uma série de oito encontros consecutivos, desde

a fase de qualificação. Em França, em Saint-Cyprien, e em Vila do Conde, atingiu os quar-

tos-de-final. Na variante de pares, com Frece-rico Silva, venceu Leiria, e foi semi-finalista na Taça Diogo Nápoles e em Marrocos, ao lado do tunisino

Moez Chargui. Diogo Rocha, 269.º na tabela mundial em juniores, foi finalista em Israel e semifinalista na Turquia e

no México.

Em pares , venceu Enka (Turquia), com Frederico Silva, e em Andorra-a-Velha (Andorra), com Francisco Ramos. Com o primeiro, atingiu as meias-finais em Bari (Itália) e, com este último, jogou as

meias-finais em Saint-Cyprien. A fazer par com Henrique Costa, Diogo Rocha cedeu apenas na final do torneio Saadia Rees (Israel) e foi arredado nas meias-finais no Casa-

blanca San Angel (Marrocos).

Frederico Silva, campeão nacio-nal de sub-16 em singulares e nos pares (com Vasco Mensurado), atin-giu o terceiro posto na hierarquia da Tennis Europe. Presentemente, é sétimo, enquanto no ―ranking‖ júnior

é o português mais bem cotado. O atleta treinado por Pedro Fel-ner, que jogou em 2010 os primeiros torneios de sub-18 e actuou na pri-meira ronda do ―qualifying‖ do Esto-ril Open, é o 148.º no escalonamen-to, que, em 1985, foi liderado por João Cunha e Silva, depois de o lisboeta ter vencido o circuito sul-americano júnior. Frederico Gil apre-senta como posição mais alta o

décimo lugar em 2003.

No circuito júnior, Frederico Silva, finalista no Mondial Paris Trophee Lagardere de sub-16 (Vasco Mensu-rado ficou às portas das meias-finais), esteve nos quartos-de-final de singulares no Smash Internatio-nal Junior (Egipto) e em Tunes (Tunísia) e foi finalista em Bari (Turquia), em Vila do Conde e em Leiria. Venceu também em Enka (Turquia), após afastar Diogo Rocha

nas meias-finais.

Em pares, com Vasco Mensura-do, venceu o Internacional de Leiria e, com Diogo Rocha, em Enka (Turquia). Atingiu as meias-finais de Yucatan (México), com Luke Bam-bridge, da Taça Diogo Nápoles (Porto), com Mensurado, e em Bari,

com Diogo Rocha.

O segundo português no ―ranking‖ júnior é Francisco Franco

Dias.

Na competição individual, o lis-

boeta teve como melhor resultado em 2010 os quartos-de-final, em Alme-re (Holanda), enquanto em pares, venceu o tor-neio Comunidad Valencia-na (Espanha), com o bel-ga Julien Cagnina. Os dois sagraram-se vice-campeões em La Hora-dada e Ribarroja del Turia, dois torneios dispu-tados em Espanha. Em Novembro, Dias fez uma mini digressão pelo Brasil e jogou três ―Futu-

...

...

“Tennis Europe” promove

Portugal a Nação B

DIOGO ROCHA: terceiro júnior luso

SELECÇÃO MASCULINA

A selecção masculina garantiu o regresso ao Grupo I da zona euro-africana da Taça Davis, três anos depois da última presença. Três triunfos nos encontros realizados na Maia (Dinamarca) e no Jamor (Chipre e Bósnia e Herzegovina) elevaram para quatro as vitórias

11 Federação Portuguesa de Ténis

Page 12: NT - Janeiro 2011

...

consecutivas da equipa portuguesa na mais importante competição de

ténis entre nações.

Nunca antes Portugal logrou somar quatro triunfos seguidos na Taça Davis: em 2009, na Argélia, triunfou por 5-0 e garantiu a perma-nência no Grupo II; em 2010, ven-ceu os três confrontos em casa com Dinamarca, Chipre e Bósnia e Her-zegovina, num percurso que levou a

equipa de Cordeiro ao Grupo I.

A última participação de Portugal no Grupo I datava de 2007, já com Pedro Cordeiro como timoneiro de uma nau que, em solo nacional, apresenta-se como invencível desde que o portuense assumiu os desti-nos da selecção masculina (também é responsável pela feminina, que, em 2010, não conseguiu evitar a despromoção no torneio do Grupo I organizado pela federação, na nave

do CAR do Jamor).

A série de quatro vitórias conse-cutivas em casa foi iniciada na recepção ao Chipre, na Foz, no Por-to, em 2008, com Portugal a vencer

por 5-0.

Na Taça Davis 2010, o colectivo português, com Frederico Gil, Rui Machado, Leonardo Tavares e Pedro Sousa, desembaraçou-se da Dinamarca, por 4-1, no Complexo

de Ténis da Maia.

Portugal perfilava-se como candi-dato à passagem ao Grupo I e, na segunda eliminatória, tinha pela frente o Chipre, novamente sem Marcos Baghdatis, finalista do Open

da Austrália em 2006.

No mítico “Central” do Jamor, a selecção de Pedro Cordeiro impôs-se com autoridade por 5-0, com Frederico Gil a igualar o histórico Alfredo Vaz Pinto no número de encontros realizados na Taça Davis (35) e Leonardo Tavares a superar o registo de José Vilela, antigo

―capitão‖ de Portugal, na vertente de pares (27 contra 26). João Cunha e Silva continua a ser o que mais eli-minatórias realizou (30 contra 27 de Nuno Marques) e é detentor do registo máximo de encontros de um português (77, com Marques a

registar 58). O Complexo Desportivo do Jamor voltou a acolher uma eliminatória dos portugueses na Taça Davis, na ronda decisiva com a Bósnia e Her-zegovina, que não apresentava

qualquer jogador no ―top‖ 300. Gil deu a vantagem a Portugal, mas o bósnio Aldin Setkic encerrou o primeiro dia com um triunfo sobre Machado no segundo embate de singulares, igualando a eliminatória

(1-1). Gil e Tavares voltaram a dar van-tagem a Portugal no encontro em pares, colocando a selecção nacio-nal a uma vitória da promoção ao

Grupo I. No terceiro e último dia do con-fronto entre portugueses e bósnios,

Frederico Gil superiorizou-se no ter-

ceiro encontro de singulares e Por-tugal fez a festa, mesmo com o desaire de João Sousa no derradei-

ro compromisso. A selecção nacional afirmava-se e garantia a promoção ao Grupo I

na 90.ª participação na Taça Davis. Em 2011, Portugal recebe a Eslo-váquia e, caso vença em casa, no Jamor, poderá ter como adversária a Suíça de Roger Federer, despro-

movida do Grupo Mundial em 2010.

MARIANA ALVES

O ano passado foi recheado de mais sucessos no ténis portu-

guês. Na arbitragem, em que Carlos Ramos continua a ser reconhecido como um dos melhores árbitros do Mundo, Mariana Alves destacou-se, não só pelo facto de ter estado pre-

sente na final de Wimbledon entre

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B

A SELECÇÃO NACIONAL somou quatro vitórias seguidas na Taça Davis (três em casa) , um feito inédito no ténis português

...

12 Federação Portuguesa de Ténis

Page 13: NT - Janeiro 2011

a norte-americana Serena Williams e a russa Vera Zvonareva, com triunfo da irmã mais nova de Venus Williams na terceira prova do ―Grand

Slam‖ do ano. No final do ano passado, no ―meeting‖ da ITF, ATP e WTA, em Londres, foi atribuído a Mariana Alves a certificação ―Gold Badge‖ de juiz-árbitro. A portuguesa tornou-se na única senhora da arbitragem a juntar o ―Gold Badge‖ de juiz-árbitro

ao de árbitro de cadeira. No Mundo, existem apenas seis senhoras certificadas pela ITF com ―Gold Badge‖, mas apenas Mariana

Alves junta as duas vertentes. Num ano em que o Departamento de Formação da FPT organizou três cursos de arbitragem de nível 1 e quatro acções de reciclagem para árbitros em actividade, destacam-se ainda as certificações de Tomás Calmeiro (―White Badge‖), Marco Duarte (―White Badge‖) e Marco

Romão (―Badge Bronze‖).

TÉNIS FEMININO No ténis feminino, Michelle Lar-cher de Brito cumpriu o último ano com a limitação de participação em

torneios imposta pela idade. Durante uma temporada que não foi bem conseguida, a portuguesa (210.ª WTA) apenas logrou três vitó-rias consecutivas, no ―qualifying‖ do Open dos Estados Unidos, mas a primeira ronda do quadro principal não lhe correu de feição e foi elimi-

nada. Koehler e Magali de Lattre tiveram desempenhos positivos e subiram

na tabela. A portuense terminou a época em 355.ª (505.ª em 2009 e 760.ª em

2008), com o melhor registo pessoal-no ―ranking‖ WTA a ser obtido a 29 de Novembro de 2010, com a 353.ª

posição. Foi finalista em Vale do Lobo, em Fevereiro, e em Maiorca, em Novem-bro, torneios de 10.000 dólares em prémios monetários, e semifinalista no Cairo, em Outubro, torneio egípcio de 25.000 dólares, enquanto em Junho atingiu os quartos-de-final em Campobasso, prova italiana também

de 25.000 dólares. Em Outubro, em Madrid, e no mês seguinte, em Maiorca, repetiu a pre-sença nos quartos-de-final. Na capital espanhola, a competição estava dotada de um ―prize money‖ de 50.000 dólares, enquanto na ilha balear distribuíram-se 10.000 dólares

em prémios monetários. Magali de Lattre teve igualmente a melhor época de sempre desde que é profissional (2003), terminando em 372.ª, depois de ter fechado 2009 em

403.ª.

Com o 364.º (10/Julho/2006) como melhor registo no ―ranking‖ WTA, Magali somou dois triunfos em Mon-

temor-o-Novo e em Alcobaça.

Foi finalista em Istambul e semifi-nalista em: Fujairah (Emirados Ára-bes Unidos), Amarante, Gaziantep

(Turquia), e Glasgow (Escócia).

A atleta nascida em Lausana, na Suíça, jogou ainda os quartos-de-final de Joanesburgo (África do Sul), Hatyai (Tailândia), Jounieh (Líbano),

e Istambul (Turquia).

O destaque do final de ano vai para Gastão Elias e Gonçalo Perei-ra, ambos pelas campanhas em

―Futures‖.

Elias foi vice-campeão em Barue-ri, semifinalista em Porto Alegre e venceu em São Paulo, enquanto em S. José do Rio Preto e em Vaduz,

no Liechtenstein, jogou os ―quartos‖.

Gonçalo somou três quartos-de-final , um em Vigo e os outros dois

em Santiago do Chile.

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B

MARIANA ALVES foi árbitro de cadeira na final de Wimbledon de 2010

13 Federação Portuguesa de Ténis

...

Page 14: NT - Janeiro 2011

A 7 de Janeiro, no Palácio dos

Aciprestes, em Linda-a-Velha,

os órgãos sociais da Federação

Portuguesa de Ténis (FPT)

são empossados para um man-

dato de dois anos. Sufragado com a unanimidade dos votos

dos delegados presentes na

sessão magna eleitoral de 4 de

Dezembro, José Corrêa de

Sampaio sucede na presidência

a José Maria Calheiros, que,

durante dois anos, esteve à

frente dos destinos da estrutu-

ra federativa. Foi um período

de crescimento do ténis por-

tuguês, com as reformas

necessárias e uma gestão em

que foi feito “um rigoroso

aproveitamento dos recursos

disponíveis”, como sublinha. Espera-se que o exercício de

2010 feche com saldo positi-

vo, em resultado da aplicação

de disciplina e rigor na gestão

financeira. José Corrêa de Sampaio, que

regressa à presidência da FPT

(desempenhou o cargo de

2005 a 2008), pretende “dar

continuidade ao trabalho reali-zado nos dois últimos manda-

tos” e tem “objectivos ambi-

ciosos”. No entanto, ressalva

que a sua concretização só

será possível “com trabalho,

imaginação e, principalmente,

com a solidariedade da gente

do ténis, para conseguir levar a

nau a bom porto”. É o passa-

do e o futuro que Calheiros e

Sampaio abordam nestas pági-

nas, antes da passagem

de testemunho.

O que foi feito... “Tennis Europe”

promove Portugal a

Nação B

...

JOSÉ MARIA CALHEIROS

— Na gestão da federação nos últi-mos dois anos, o que foi feito de mais importante? JOSÉ MARIA CALHEIROS — Desde a tomada de posse, em Abril de 2009, destacaria as seguintes priorida-des prosseguidas e as principais acções

adoptadas: - Aprovação e regis-to dos novos Esta-tutos da FPT, numa tarefa que envolveu a Direcção e todas

as Associações

Regionais e Representativas; - Estreitamento e consolidação de excelentes relações e estabeleci-mento de um clima de confiança e cooperação institucional com a Secretaria de Estado da Juventude

e do Desporto e com o IDP; - Estreitamento de relações com federações estrangeiras e entida-

des internacionais ligadas ao ténis; - Acompanhamento das nossas selecções nacionais e jogadores nas principais frentes em que esti-

veram envolvidos; - Organização, lançamento e con-solidação do Centro de Alto Rendi-mento – CAR Ténis, promovendo a sustentabilidade e o desenvolvi-mento do ténis para níveis de

desempenho mundial; - Promoção dos Programas de apoio à participação internacional dos nossos atletas mais jovens (ao nível individual e de selecções), permitindo um alargamento signifi-cativo da base de atletas abrangi-

dos;

- Reorganização da estrutura interna da FPT tendo em conta as diferentes áreas de activi-dade, com a correspondente divisão de tare-fas ao nível da

Direcção; - Reorganização das áreas da Direcção Finan-ceira e Contabili-dade e agiliza-ção de proces-sos e instrumen-

tos de gestão; - Simplificação e

agilização do

processo de resposta a solicita-ções dirigidas à estrutura federati-

va; - Racionalização e controlo de cus-

tos; - Acompanhamento e consolidação da actividade do Departamento de

Formação; - Acompanhamento da actividade do Conselho de Arbitragem e prestação de colaboração adequa-

da; - Consolidação do Programa Nacional de Detecção de Talentos

(PNDT) e do Circuito Smashtour; - Estabelecimento de parcerias com um conjunto muito diversifica-

do de entidades; - Organização, em Portugal, da Fed Cup e de três eliminatórias da

Taça Davis; - Organização de vários campeo-natos nacionais no Jamor, incluin-

do o Nacional Absoluto;

14 Federação Portuguesa de Ténis

Page 15: NT - Janeiro 2011

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B - Estabelecimento de parceria para a organização do Circuito FPT/School

Eventos para o escalão sénior; - Melhoria das vantagens associadas

ao cartão de federado; - Melhoria e desenvolvimento do por-

tal do ténis; - Estabelecimento de contactos com os clubes e entidades com actividade

no padel; - Criação de um departamento pró-prio na estrutura federativa para

desenvolvimento do ténis de praia; - Elaboração e aprovação de vários

regulamentos federativos. Durante o ano de 2010, realizámos em Portugal uma fase importante da Fed Cup – Grupo 1 - e três elimina-

tórias da Taça Davis. A organização destes eventos foi nacional e internacionalmente reco-nhecida. No caso da Fed Cup, terá sido uma das maiores organizações

de sempre da FPT. — Portugal está mergulhado numa crise conjuntural. Como foi gerir a federação neste contexto? J.M.C. — Julgo que a crise, em Portugal, é mais do que conjuntural. Ainda assim, no ténis, em termos desportivos, os anos de 2009 e 2010 terão sido os melhores de sempre. É o resultado do trabalho de todas as entidades ligadas ao ténis. Estou certo que essa tendência vai conti-nuar, porque as nossas camadas

mais jovens dão garantias de futuro. Nunca, como nestes dois anos, houve tantos atletas nacionais a com-petir além fronteiras. Isso tornou-se

particularmente visível nos escalões juvenis, com um alargamento subs-tancial da base de atletas abrangidos por apoios federativos (quer ao nível do CAR, quer nos programas das selecções nacionais. Julgo que foi feito um criterioso aproveitamento dos recursos disponí-veis. Tivemos que tomar decisões difíceis, nem sempre bem compreen-didas. Por exemplo, a decisão de não utilizar dinheiros públicos para atribuir prémios monetários no Nacional Absoluto ou a aplicação rigorosa dos critérios para atribuição de bolsas. São decisões que não agradam a todos. E isso também é compreensí-vel. Mas fizemos o que tinha que ser feito, com disciplina, rigor e em obe-diência a critérios objectivos.

...

...

JOSÉ MARIA CALHEIROS considera que 2009 e 2010 foram os melhores anos de sempre no ténis português

Em termos de contas, contamos terminar o ano de 2010 com um resultado positivo. Isso permitirá fechar este mandato sem resultados negativos o que, a confirmar-se, só foi possível com uma rigorosa disci-

plina financeira. — Foi eleito com 83 por cento dos votos das associações. Foi importante para o ténis e para a gestão da federação um clima de união? J.M.C. — Sempre senti da par-te do movimento associativo um forte apoio. Todos ajudaram a criar um clima de confiança que

permitiu, em pouco tempo, fazer

15 Federação Portuguesa de Ténis

Page 16: NT - Janeiro 2011

“Tennis Europe” promove Portugal a Nação B

últimos anos? J.M.C. — O apoio às nossas selecções nacionais, onde estão os melhores jogadores, em con-jugação com o lançamento e a consolidação do Centro de Alto Rendimento do Jamor, que fo-ram duas das nossas priorida-des. Outro aspecto importante foi a preocupação de alargar os incen-tivos à participação dos nossos melhores jogadores mais jovens em provas internacionais. Isso já nos deu excelentes resul-tados e vai dar muitos frutos no curto/médio prazo.

...

CALHEIROS: “No ténis, todos são precisos”

algumas reformas que tinham de ser

feitas. A Federação de Ténis foi das pri-meiras a ver os seus novos estatutos homologados. Isso deve-se, sobretu-do, ao bom senso e empenho mani-festado pelos dirigentes das associa-

ções regionais e representativas. Procurei sempre transmitir a ideia, que corresponde a uma convicção pessoal, de que, no ténis, todos são precisos. Cada um pode dar o seu contributo. À Federação cabe mobili-

zar e conjugar essas vontades. — Em Portugal, aumentou signifi-cativamente o número de pratican-tes da modalidade, quer federados quer ocasionais. Que factores podem contribuir para continuar a tendência de crescimento? Uma maior exposição do ténis nos órgãos de Comunicação Social e os resultados dos tenistas além-

fronteiras? J.M.C. — Isso é fruto de uma con-jugação de vários factores. O aumen-to substancial do número de federa-dos deve-se, em especial, ao trabalho feito ao nível das Associações e dos

Clubes. O que nós fizemos foi sensibilizar os agentes do ténis para a importân-cia do aumento do número de federa-

dos. Hoje, todos estão conscientes des-sa relevância. Toda a família do ténis já percebeu que só tem a ganhar

com esse crescimento.

— A despeito da crise, o ténis português teve o ano de ouro em 2010, depois de um 2009 excelente. O seu mandato coincidiu com este período. Como se explica a exce-lência do ténis português, particu-larmente em 2010? J.M.C. — Esses foram alguns dos bons resultados dos nossos jogado-

res. Mas houve muitos outros. Como já referi, o crescimento do ténis português é o resultado de um trabalho continuado de mui-tos agentes desportivos: jogadores, pais, técnicos e treinadores, formado-res, dirigentes, árbitros, patrocinado-

res, organizadores de eventos des-

portivos e jornalistas. Nas suas estruturas, nos clubes, nas asso-ciações ou na estrutura central da Federação, todos estes agentes têm contribuído decisi-vamente para o desen-volvimento do ténis em

Portugal. Julgo que é um movi-mento com sentido ascendente. Essa é a minha convicção. Este movimento precisa de continuar a ser incenti-

vado e coordenado. — Desportivamente, qual foi a maior preo-cupação ou prioridade da gestão nestes dois

16 Federação Portuguesa de Ténis

Page 17: NT - Janeiro 2011

… e o que vai ser feito

— Na gestão da federação nos próximos dois anos, o que vai ser feito de mais importante? JOSÉ CORRÊA DE SAMPAIO — Existe um plano de actividades para 2011, aprovado em Assembleia Geral, que vamos procurar cumprir e que pretende dar continuidade ao trabalho realizado nos dois últimos

mandatos. — Portugal está mergulhado numa crise conjuntural. Como será gerir a federação neste con-texto? J.C.S. — Vai ser difícil porque os objectivos que pretendemos alcançar são, apesar de tudo, ambiciosos e exigem recursos financeiros que não são fáceis de garantir. Esperamos, em todo o caso, com trabalho, imagi-nação e, principalmente, com a soli-dariedade da gente do ténis, conse-

guir levar a nau a bom porto. — Foi eleito com a unanimida-de dos votos das associações. É importante para o ténis e para a gestão da federação um clima de união? J.C.S. — É fundamental o envolvi-mento construtivo de todos os res-ponsáveis do ténis nacional, sem o qual nunca será possível fazer cres-cer de forma sustentada a modalida-

de. Faço notar que o clima de união não pressupõe uma paz podre com ausência de crítica, mas antes uma

intervenção abalizada e em tempo útil que ajude a Direcção a tomar em cada momento as melhores

decisões. — Em Portugal, aumentou sig-nificativamente o número de pra-ticantes da modalidade, quer federados quer ocasionais. Que factores podem contribuir para continuar a tendência de cresci-mento? Uma maior exposição do ténis nos órgãos de Comunicação Social e os resultados dos tenis-

tas além-fronteiras? J.C.S. — Uma maior visibilidade nos órgãos de Comunicação Social, alicerçada em bons resultados des-portivos, será sempre um factor

extremamente importante para que

o número de praticantes continue a

aumentar. — A despeito da crise, o ténis português teve o ano de ouro em 2010, depois de um 2009 excelen-te. A parte final do seu primeiro mandato (2007-2009) coincidiu com este período. Como se expli-ca a excelência do ténis portu-guês, particularmente em 2010? É possível repetir essa excelência em 2011? J.C.S. — Os resultados não apa-recem por acaso e são antes o corolário de uma estratégia iniciada com a concepção e lançamento do PNDT (Plano Nacional de Detecção de Talentos), complementada em termos de alta competição com a

abertura do CAR no Jamor. Fundamental, também, a organi-zação dos campeonatos nacionais para os escalões de sub-10 e sub-8, e a melhoria introduzida no currículo dos cursos de formação de técni-

cos. — Desportivamente, qual será a maior preocupação ou priorida-de da gestão nos próximos dois anos? J.C.S. — Vamos procurar man-ter, senão melhorar, os bons resul-tados alcançados nos últimos anos, aumentando a base de recrutamen-to, apoiando e premiando os clubes que mais contribuírem para o

desenvolvimento da competição.

JOSÉ CORRÊA DE SAMPAIO

17 Federação Portuguesa de Ténis

Page 18: NT - Janeiro 2011

Manuais de Ténis na Escola

19 Federação Portuguesa de Ténis

A Federação Portuguesa de Ténis acaba de pôr on-line o seu ―Manual d e T é n i s n a E s c o l a ‖ e m www.tenis.pt no sítio do Desporto

Escolar. No âmbito do protocolo assinado com a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) em 2007, e nomeadamente no que respeita à documentação de apoio à formação e actividade de Professo-res de Educação Física, acaba de ser publicado o ―Manual de Ténis na Escola‖, em suporte informático, cujo objectivo é contribuir para a introdu-ção do Ténis como modalidade curri-

cular e extra curricular, na Escola. Este Manual, com informação bási-ca e de fácil leitura é a sequência normal de um outro, publicado há uns anos atrás, e agora também dis-

ponível on-line. “Manipulação de uma bola com uma raquete no jogo do Ténis‖, foi um tema dedicado às ―perícias e manipulações‖, no sentido de apoiar os Professores do Ensino Básico que quisessem servir-se do jogo do Ténis como forma de ajudar ao crescimen-to harmonioso dos jovens portugue-ses, provocando situações de mani-pulação, de mobilidade, de coopera-ção e de oposição tomando em con-

sideração regras pré-estabelecidas. O Manual agora publicado introduz o Ténis nos escalões etários dos 2º e

3º Ciclos. Os conteúdos escolhidos são com-patíveis com a progressão preconiza-

da pelo Ministério da Educação nos seus Manuais de Educação Física, e são sustentados pela Metodologia ―Play and Stay”, promovida pela

Federação Internacional de Ténis. A recolha de informação, de diver-sos estudos já publicados, nomeada-mente por autores portugueses, resulta numa ajuda preciosa e facili-tadora da consulta, que é acompa-nhada por uma vasta colecção de

fotografias. ´ O ―Manual de Ténis na Escola‖ está dividido em quatro partes. Uma primeira caracteriza o jogo do Ténis com uma abordagem à sua técnica e estratégia, uma segunda define a progressão do seu ensino no meio escolar, uma terceira escreve sobre o Ténis no Desporto Escolar com uma passagem sobre as regras base e finalmente uma quarta com infor-mação sobre o Ténis em Cadeira de

Rodas, no sentido de apoiar os Pro-fessores de Educação Física que entenderem dar a conhecer a modali-dade, a alunos portadores de limita-

ções funcionais. Numa altura em que o Ténis é cada vez mais popular no meio esco-lar, e depois do trabalho feito no desenvolvimento do Regulamento Especifico do Ténis que suporta os Campeonatos Regionais e Nacio-nais, disputados pelo Desporto Esco-lar, a Federação, no cumprimento do protocolo assinado, aparece em boa hora com um trabalho que espera que sirva para ajudar a dar continui-dade à divulgação do Ténis na Esco-la e a aumentar o nível técnico, de todos os alunos que escolheram a modalidade como seu desporto de

eleição.

ALFREDO LARANJINHA Federação Portuguesa de Ténis

Page 19: NT - Janeiro 2011

Página 19 Edição on line Janeiro

2011 Periodicidade: Bimestral