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Julho/ Agosto de 2006
A descentralização
para a produção do
FDG-18 (flúor desó-
xido de glicose) co-
meçou a todo vapor.
Primeiro centro pri-
vado do país a in-
vestir na fabricação
do fármaco usado
no diagnóstico pre-
coce do câncer, a
Clínica Villas Boas,
em Brasília, adquiriu
o Cíclotron da Sie-
mens, equipamento
que funciona como
acelerador de partí-
culas. O radioisóto-
po FDG-18 tem ati-
vidade metabólica
limitada a, no máxi-
mo, oito horas, o
que dificulta a reali-
zação de exames
complexos de PET-
CT fora das localida-
des de elaboração
da substância. Com
a recente abertura
d a l e g i s l a ç ão ,
(emenda constitu-
cional 199/03), que
estendeu os direitos
assegurados às ins-
tituições públicas do
eixo Rio-São Paulo
às instituições parti-
culares, o acesso à
tecnologia foi impul-
sionado em todo o
território nacional.
Leonardo Packer,
gerente de... Continua
na pág. 08 >>
AULA MAGNA Seminário de Radioterapia apresentado pelo Professor Dr. Thomaz Ghilardi Netto, presidente do CBFM, durante o XI
Congresso Brasileiro de Física Médica, que aconteceu na cidade de Ribeirão Preto (interior paulista).
Foto Laura Furnari
Coordenador do Serviço
de Radioterapia do Hos-
pital Sírio Libanês, o
Doutor João Luis Fer-
nandes da Silva atua em
frentes que visam am-
pliar o atendimento ini-
ciado em 1970, com
mais de 52 mil pessoas
assistidas. São pacientes
que procuram o local
por conta de uma repu-
tação que transcende a
história, feita por médi-
cos altamente especiali-
zados, equipamentos de
ponta, além de estrutura
de padrão internacional.
Em entrevista ao Jornal
Núcleo da Matéria, o
radioterapêuta falou um
pouco sobre a rotina de
um dos maiores... Conti-
nua na pág. 10 >>
Radioterapia Hora de parar
Foto AEP
Div
ulga
ção
O poder da imagem
Divulgação Divulgação
Foto
AEP
núcleodamatéria
2
Por Laura Natal Rodrigues
O Congresso Brasileiro de Física Médi-
ca, realizado no último mês em Ribei-
rão Preto, apresentou uma nova reali-
dade à área. Com pelo menos
800 participantes vindos de todos os
estados, o encontro teve 67 palestran-
tes, num total de 103 apresentações.
As exposições de trabalhos científicos
somaram 225 pôsteres, com 29 exibi-
ções orais. Entre as discussões, além
de radioterapia, medicina nuclear e
radiodiagnóstico, temas como dosime-
tria, radioproteção, ressonância mag-
nética, biomagnetismo, ultra-som, fo-
toquimioterapia, fotobiofísica, proces-
samento de imagens e sinais, instru-
mentação biomédica e biomateriais
Sobre a situação atual da carreira, fa-
lou-se do crescente aumento da com-
plexidade tecnológica e dos incentivos
dados por algumas empresas na con-
tratação de estagiários para serviços
de ressonância magnética, a exemplo
da Siemens. Também foi decidido o
local dos próximos encontros, sendo
Foz do Iguaçu para 2007, Belo Hori-
zonte em 2008 e São Paulo em 2009,
ano que a Associação comemora
40 anos de existência.
Na reunião do Conselho Deliberativo,
recomendou-se aos presidentes dos
CBFMs mais independência financeira,
apoiando ações de busca de patrocí-
nios, por exemplo. A idéia é fortalecer
a entidade cada vez mais. Neste con-
texto, a partir de 2007 as anuidades
voltam ao sistema escalonado, com
data base de 30 de março. Um dos
associados propôs a formação de um
comitê permanente para organização
de eventos a fim de sistematizar pedi-
dos aos órgãos de fomento, e a temá-
tica dos encontros. Este, sem dúvida,
é um dos pontos para suscitar maior
autonomia à entidade.
Com o aumento de estudantes, especial-
mente nos cursos de física médica, foi
unânime a preocupação quanto à fis-
calização dos centros universitários,
tudo para garantir maior qualidade do ensi-
no e a ampliação do mercado de trabalho.
Outro ponto bastante abordado foi em
relação ao código de ética com o início
dos trabalhos do Comitê de Ética bem
como Comitê de Credenciamento das
Instituições, atualização do documen-
to – que será colocado em consulta
pública por um período de 30 dias. A
revalidação do título de especialista e
o resultado do exame, assim como a
regulamentação da profissão, a apre-
sentação dos balancetes e a necessi-
dade de readequação do estatuto
também foram tópicos da reunião.
Neste ano, o Congresso premiou tra-
balhos e conferiu homenagens a algu-
mas personalidades do setor, caso dos
Professores Doutores Shigueo Wata-
nabe, Sérgio Mascarenhas e Bob Zim-
mermann. O prêmio Esther Nunes Pe-
reira foi para Wellington Furtado Pi-
menta Neves Jr. e Janaína Dutra Sil-
vestre Mendes levou o reconhecimen-
to Alípio Luis Dias Neto. O prêmio
John R Cameron ficou com Cássio Vi-
lela Komatsu. Na categoria melhor traba-
lho oral, Daniel Ramos Louzada foi o desta-
que e o segundo lugar ficou com Gil-
berto Orengo. Os pôsteres de Audrew
Frimaio, Rodrigo Silva Duran e Samuel Ra-
malho Avelino foram os contemplados.
Editorial
Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal
SUCESSO EM DOSE DUPLA Acima, o jantar de confraternização une repre-
sentantes de diversas gerações da ABFM. Na seqüência, os trabalhos expostos no XI Congresso de Ribeirão Preto, recebem atenção especial dos visitantes.
Foto Laura Furnari Foto A
EP
(!) Erramos: Na edição de número 07, maio/junho, o nome correto do presidente do TUCCA é SIDNEI EPELMAN.
Presidente: Laura Natal Rodrigues [email protected]; Vice-
presidente: Carlos Malamut [email protected]; Secretária Geral: Márcia de
Carvalho Silva [email protected]; Tesouraria: Vilma Aparecida
Ferrari [email protected]; Diretoria de Radioterapia: Maria Es-
meralda Ramos Poli [email protected]; Diretoria de Medicina
Nuclear: Maria Inês Calil Guimarães [email protected]; Diretoria de
Radiodiagnóstico: Leonardo Paschino [email protected]; Secretária
regional norte-nordeste: Maria Eliane de Moraes [email protected];
Secretária regional centro-sudeste: Maria Lúcia Ferreira [email protected];
Secretário regional sul: Maurício Leick [email protected].
ABFM 2006
3
Sinal Vermelho
O que vêm por aí...
√ Desde o dia 21 de março, a Editora Unesp e a Livraria Cultura
oferecem um ciclo de encontros com cientistas e pesquisadores para
debater temas complexos, essenciais a estudantes e ao público leigo.
Informações: (11) 3170-4033
√ A cidade de Acapulco, no México, recebe de 03 a 08 de setem-
bro, o primeiro Congresso latino-americano de Radiologia, juntamente
com o VII Congresso Regional de Segurança Radiológica e Nuclear.
Informações: www.smsr.org.mx
√ No dia 07 de agosto, às 20h, no Plenário Juscelino Kubitschek, na
Assembléia Legislativa de São Paulo, será realizado Sessão Solene em homena-
gem ao Cinqüentenário do IPEN. A iniciativa é do deputado Arnaldo Jar-
dim (PPS-SP).
√ No litoral carioca, em Búzios, acontece o VIII Congresso da So-
ciedade Brasileira de Radioterapia, entre os dias 25 e 28 de outubro.
Informações no site: www.wgs-info.com.br.
√ A I Jornada de Cálculos de Blindagem, será sediada no auditório
Professor Carneiro Felippe, na CNEN, Rua General Severiano, 90, Bota-
fogo, Rio de Janeiro, em 28 e 29 de setembro. Informações pelo site:
www.cnen.gov.br/jornadablindagem.
√ De 12 a 15 de outubro, Brasília recebe o XXIII Congresso Brasi-
leiro de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular. Informações:
www.reconeventos.com.br/medicinanuclear.
Biblioteca
Quatro títulos da edi-
tora da Física – Intro-
dução à Física do
Estado Sólido, Física
Moderna para Inici-
ados, Interessados
e Aficionados vol. I
e II e Termodinâmi-
ca –, concorrem ao
prêmio Jabuti. O
livro Introdução à
Física do Estado Só-
lido proporciona aos
alunos de graduação
a oportunidade do
primeiro contato
com o formalismo utilizado em matéria con-
densada, o que normalmente só acontece em
cursos de pós-graduação. De autoria dos físicos Ivan S. Oliveira e Vitor L.B.
de Jesus, a obra pode ser utilizada como texto complementar, já que pos-
sui grande número de exercícios resolvidos detalhadamente após cada ca-
pítulo. Em Física Moderna para Iniciados, Interessados e Aficionados I e II
todos os avanços, tecnologias e as grandes descobertas da Física do século
XX são retratados. "A idéia foi mesmo transformar a Física em uma leitura
mais leve e interessante" diz Ivan S. Oliveira, autor dos livros, que lembra
que o século XX foi relevante para a física, pois os progressos permitiram
tecnologias nunca antes sonhadas. O conhecimento da Natureza cresceu
vertiginosamente e até mesmo a viabilização dos computadores quânticos
que realizam teleporte e cálculos em velocidades inimagináveis, além de
todas as maravilhas prometidas pela nanociência decorrente da manipula-
ção de materiais em escala atômica, já não estão distantes. "Resumindo, o
livro é um laboratório", orgulha-se Oliveira. Os dois volumes trazem temas
como a Teoria da Relatividade Especial, a Mecânica Quântica, o modelo a-
tômico, a Física do Estado Sólido, o Magnetismo, a Computação Quântica, a
Física Nuclear, a Teoria da Relatividade Geral e a Física de Partículas. No
livro Termodinâmica, do físico Mário José de Oliveira, são abordados assun-
tos como as grandezas fundamentais e a primeira e a segunda leis da ter-
modinâmica. Outros tópicos também são discutidos de forma abrangente,
caso das transformações de Legendre, das relações de Maxwell e da equa-
ção de Clausius-Claperyon.
Serviço: Termodinâmica, ed. Livraria da Física, 365 páginas, preço sugeri-
do R$ 45,00. Física do Estado Sólido, ed. Livraria da Física, 358 páginas,
preço sugerido R$ 45,00. Física Moderna volumes I e II, ambos da ed. Li-
vraria da Física, 290 páginas, preço sugerido R$ 30,00 (cada).
Por Ariana Brink
Publicadas no dia mundial
de combate ao fumo, 31
de maio, as estatísticas de
mortes relacionadas direta
e indiretamente ao taba-
gismo são alarmantes.
Pelo menos 200 mil pes-
soas morrem somente no
Brasil por conta dos males
associados ao cigarro. O
INCa afirma que ainda es-
te ano, 27 mil novos casos
serão diagnosticados por
aqui. Ao todo, 50 tipos
diferentes de doenças são
causados pelo fumo, entre
as quais, as cardiovascu-
lares, o câncer e as doen-
ças respiratórias obstruti-
vas crônicas, chamadas de
DPOC. Segundo dados a-
presentados pela Associa-
ção Brasileira de Portado-
res de DPOC, pelo menos
85% das ocorrências de
falecimento são atribuídos
ao hábito de fumar. Con-
tudo, não se pode exi-
mir de culpa outros fa-
tores, caso da exposição
à poeira e a poluição, por
exemplo. Os danos cau-
sados pelas doenças res-
piratórias comprometem
os pulmões e sua capaci-
dade de respiração, facili-
tando o aparecimento de
bronquite crônica e enfise-
ma pulmonar. Estima-se
que cerca de 5 milhões de
brasileiros sofram com
estas enfermidades, nú-
mero equivalente à popu-
lação da cidade do Rio de
Janeiro, o que gera um
custo anual de R$ 100 mi-
lhões aos cofres públicos.
Div
ulga
ção
4
Radiologia Diagnóstica
Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal
NOVAS PÁGINAS NA ABFM Mais livros, mais informação.
É o que se espera da parceria entre a Livraria da Física e a
ABFM, que trará aos graduandos novas opções de consulta.
Os títulos paradidáticos e a série “Notas de Aulas de Física
Médica” chegam com o objetivo de incrementar a formação
dos estudantes. Como os escritores estão sendo convida-
dos a publicar suas obras, a Livraria da Física dá as seguin-
tes orientações: os exemplares terão formato de 16X23cm,
com o número de ilustrações (em preto e branco) determi-
nado pelo autor. Os textos devem ser formatados em Word
ou Latex. Será preciso também verificar a necessidade de
pagamento de direitos autorais, no caso de reprodução de
fotos de outra fonte. E fica permitido citar o nome da Socie-
dade Brasileira de Física (SBF) como parceira do projeto,
caso isso facilite a negociação. O Contrato de Direito Auto-
ral sobre a série será firmado entre o autor e a Editora Livraria
da Física. As propostas devem ser encaminhas para o ende-
reço eletrônico [email protected]. É
preciso que o material esteja completo, para aprecia-
ção da Comissão Editorial.
ALTA PERFORMANCE Uma das armas para aumentar a
sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão – que aco-
mete 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, com uma
morte a cada 30 segundos – foi apresentada no Congresso
da Sociedade Americana de Oncologia Clinica, realizado em
Atlanta, Estados Unidos, no início de junho. Trata-se de
uma combinação de dois medicamentos inovadores, o be-
vacizumabe (Avastin) e o cloridrato de erlotinibe (Tarceva),
que pelos testes aumentaram entre 46 e 60% a vida dos
pacientes, com menos efeitos colaterais que os tratamen-
tos quimioterápicos convencionais. Ambas as substâncias
pertencem a nova geração de remédios, que funcionam
como espécie de “mísseis teleguiados”, atingindo apenas
as células doentes. No mesmo congresso, a Merck & Co.
anunciou que o Gardasil, utilizado contra o câncer de colo
de útero, através de vacina, evitou 100% de lesões pré-
cancerosas vaginais e vulvares de grau elevado e associa-
dos com o HPV (Papilomavírus Humano) tipos 16 e 18. São
630 milhões de pessoas infectadas pelo vírus no mundo.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 6 mil casos de cân-
ceres vulvares ou vaginais são diagnosticados anualmente,
sendo diagnosticado o HPV em 75% dos casos ocorridos
em mulheres jovens, o que representa um gasto de
US$ 5 bilhões ao governo norte-americano.
Por Alex Barbosa
Tema de discussão entre os profis-
sionais do setor, assunto contido
em esferas políticas, hoje a física
médica chama atenção também
por conta do aumento de estudan-
tes interessados na área, como se
viu no último Congresso realizado
em Ribeirão Preto, em junho. Leo-
nardo Paschino, da diretoria de
radiodiagnóstico da ABFM atesta
que cerca de 800 pessoas assisti-
ram às aulas e palestras, e ainda
conferiram a feira do setor, orga-
nizada no Centro de Convenções
da cidade.
Prova disso, foi a programação
científica, que contou com mais
de 50 trabalhos apresentados por
alunos e professores de centros de
pesquisa e desenvolvimento de
todo o país, caso do INCa, I-
PEN, CNEN e Centro Técnico Aero-
espacial, bem como de hospitais e
universidades particulares, fede-
rais e estaduais do Rio Grande do
Sul, São Paulo, Mogi das Cruzes,
Rio de Janeiro, Sergipe, Per-
nambuco e Rio Grande do Norte.
Destaque para o convidado inter-
nacional Robert J. Jennings, da
FDA (Food And Drug Administration),
que abordou o tema “Spectral con-
siderations for digital mammogra-
phy”. Robert é estudioso da
matéria e publicou um artigo sobre
o processo de aprovação de novas
tecnologias na área de diagnóstico
por imagem em tumores de
mama.
A mamografia esteve na pauta de
outros palestrantes. Tânia Fur-
quim, Gabriela Hoff e a profes-
sora Doutora Regina Bitelli Medei-
ros, respectivamente da USP, PUC
e UNIFESP, também aborda-
ram a questão.
Regina acrescenta que a colocação
deste tema foi muito pertinente,
pois, “a condição dos exames ma-
mográficos tem se constituído uma
preocupação dos órgãos oficiais.
Seria importante a criação de
uma espécie de certificação ISO
na área da saúde”.
Entre os tópicos ligados à tecnolo-
gia chegaram ao debate a aplica-
ção da radiologia sem filme, a im-
plantação de laboratórios em uni-
dades de saúde para manutenção
de filmes radiográficos e o estabe-
lecimento de um controle de quali-
dade em equipamentos de raios X
convencionais no estado de São Paulo.
Márcia Terezinha Carlos, da CNEN,
esteve à frente de boa parte das
aulas ministradas como coordena-
dora. Especialista em dosimetria,
comandou a abordagem técnica
exibida, por exemplo, no argumen-
to de Cássio Vilela Tomatsu (A
importância da metodologia utili-
zada nas medidas e nos cálculos
para a avaliação da camada
semi-redutora de feixes de rai-
os X aplicados em radiodiag-
nóstico).
Paschino pondera ainda que, à
medida que o bom resultado de
público possibilita iniciativas futu-
ras, sinaliza a necessidade no au-
mento do número de vagas de tra-
balho para a crescente demanda
de físicos médicos.
“Constantemente especialistas se
vêem diante de tecnologias apri-
moradas, e atualmente, a radiolo-
gia digital que já é uma realidade
em nosso meio, que requer um
maior número de profissionais
preparados. Este evento foi
importante também para mostrar
aos futuros profissionais, dificulda-
des e problemas que eles encon-
trarão nesta área”, finaliza Regina
Bitelli.
5
Informe-se
DOR ATENUADA Para minimizar o
trauma da retirada das mamas, o Insti-
tuto Brasileiro de Controle do Câncer
(IBCC), realizou em seu anfiteatro, em
28 de junho, um circuito de palestras
para as mulheres que sobreviveram ao
câncer de mama. Foram quatro confe-
rências que abordaram a vida sexual da
mulher mastectomizada, coordenadas
pelo mastologista do Instituto Adalgir
d´Alessandro, o psicólogo do Onocentro
de São Paulo, Paulo Cyrillo, a enfermeira
Giovanna Borro e a escritora – e paci-
ente do IBCC – Lourdinha Borges.
TECLAR Uma parceria inédita entre a
Eletronuclear e a prefeitura de Angra
dos Reis, no Rio de Janeiro, viabilizou a
realização do projeto de inclusão digital
TECLAR. Ao todo, serão implantados
seis centros com tecnologia digital e aces-
so à internet, garantindo a participação
da população local, com investimento
total de R$ 148 mil. Por esta iniciativa, a
empresa recebeu o Troféu Mário Henri-
que Simonsen, na categoria Excelên-
cia em Balanço Social.
O BRASIL NA FRENTE O Ministério do
Turismo confirmou a 24ª edição do Con-
gresso Interamericano de Radiologia –
que acontece em 2008 – em Belo Hori-
zonte. Segundo informações da EMBRA-
TUR, o evento de quatro dias reunirá
pelo menos 400 participantes entre es-
trangeiros e brasileiros, com estimativa
de renda de U$ 170 mil.
Por Helen Pessoa
O câncer de estômago é con-
siderado um dos mais agres-
sivos, com alta incidência de
óbito. Os resultados – nada
animadores – foram com-
provados em recente es-
tudo realizado em Campi-
nas (interior paulista, a 100
km da capital).
Mesmo com a queda de mor-
talidade nos últimos 50 anos,
a enfermidade representa
ainda hoje a segunda causa
de morte de câncer no mun-
do. Dados publicados na Eu-
ropa apontam que apenas
21% dos tratados sobrevi-
vem mais de cinco anos após
o diagnóstico. A taxa no Bra-
sil, neste mesmo período, de
acordo com pesquisa coorde-
nado por Maria Teresa Bus-
tamante, da Universidade
Federal de Juiz de Fora (MG),
é de apenas 9%.
O artigo foi publicado na edi-
ção de julho/agosto deste
ano, nos Cadernos de Saúde
Pública, e destaca especial-
mente a análise de 414 pa-
cientes de câncer gástrico
residentes na cidade de
Campinas, em tratamento
entre 1991 e 1994.
Da observação, notou-se que
logo após receber a confir-
mação da doença, os níveis
de sobrevida despencaram.
Após o primeiro ano, a ex-
pectativa de vida é de 32%.
“Ao longo dos anos, o com-
portamento foi semelhante
para os dois sexos e ao final
de cinco anos a sobrevida
relativa foi de 9% para am-
bos. Entretanto, o risco rela-
tivo de morte dos homens
comparado ao das mulheres
foi maior, com valores esta-
tisticamente significativos
apenas na sobrevida após
um ano”, afirmam os respon-
sáveis pelo estudo.
A idade é outro fator rele-
vante. Indivíduos entre 45 e
54 anos, apresentam risco
de morte de 0,66, menor
que os com mais de 74 anos,
cujo risco chega a 1,36. Se-
gundo a equipe, “é ampla-
mente aceito que o mais im-
portante fator prognóstico
para a sobrevida por câncer
de estômago é o estadia-
mento (classificação clinica e
histopatológica da doença)
do tumor ao diagnóstico,
pois isto determina o trata-
mento, principalmente se
este tumor é cirúrgico. Dife-
renças de sobrevida encon-
tradas entre as diversas po-
pulações analisadas podem
ser atribuídas a este fator.
No caso de Campinas, o es-
tádio do tumor no diagnós-
tico se apresenta como
um importante fator de
prognóstico”.
A melhor estratégia, contu-
do, ainda é a prevenção. “A
redução da mortalidade e o
aumento da sobrevida de
câncer de estômago por meio
da detecção precoce é limita-
da, devido ao alto custo da
radiografia fotofluográfica e
da gastroscopia subseqüente
indicada para cerca de 10%
dos indivíduos examinados,
devendo ser aconselhada pa-
ra as regiões de alto risco. A
estratégia de controle mais
viável a longo prazo para
este tumor, e recomenda-
da para as regiões de me-
nor risco, é a da prevenção
primária, centrada principal-
mente no estímulo a uma
dieta adequada”, advertem
membros da equipe.
ABRA A BOCA O 2º Salão da Maturidade aconteceu entre 29 de junho e 02 de julho, no Centro de
Eventos São Luís, em São Paulo. Além das atividades culturais, esportivas, políticas e de entreteni-
mento, o congresso ofereceu serviços gratuitos de saúde, entre os quais, a realização de exames pre-
ventivos do câncer bucal, feitos sob orientação da clínica Spigolon Implantologia Oral. O câncer bucal,
segundo estatística publicada em 1996, pelo Ministério da Saúde, ocupa o sexto lugar entre as neo-
plasias malignas. Cerca de 70% dos portadores da doença são fumantes ou consumidores de bebidas
alcoólicas, com incidência maior nos homens com mais de 40 anos. Entre os tumores mais comuns,
está o carcinoma epidermóide, que representa de 94 a 96% dos casos registrados.
Melhor Caminho
Divulgação
6
Por Patrícia Favalle
No Brasil, o machismo – mesmo em pleno
século XXI – ainda emperra o diagnóstico
de determinados tipos de
cânceres, entre os quais,
o de pênis.
Preocupada com a falta de
dados precisos sobre a
doença, a Sociedade Bra-
sileira de Urologia (SBU)
lançou o I Estudo Epide-
miológico sobre o câncer
de pênis. As referências
apontam que 2% dos tu-
mores masculinos estão
localizados no órgão, a-
trás apenas dos
de próstata e de
bexiga. Outro
detalhe é que
as regiões norte
e nordeste con-
centram 16%
dos casos.
Os resultados
mais alarman-
tes - até agora -
foram encontra-
dos no Mara-
nhão, onde um
novo caso é re-
gistrado a cada treze dias. “O câncer de
pênis é uma doença de forte estigma soci-
al. Os números preliminares também con-
firmam que a falta de orientação ajuda a
doença a se alastrar com maior facilida-
de”, afirma o coordenador da pesquisa,
Dr. Aguinaldo Nardi.
É na área mais volumosa do pênis, chama-
da glande, que é coberta por uma pele fina
e elástica, o lugar ideal para o câncer se
instalar. “Este tipo de tumor está muito
ligado às condições de higiene íntima do
indivíduo, sendo o estreitamento do prepú-
cio (fimose) um fator predisponente”, ad-
verte o médico.
O mais comum é o aparecimento de uma
ferida ou úlcera persistente, que mesmo
indolor deve ser analisada por um especia-
lista. Em homens que não foram operados
de fimose, os casos são mais freqüentes.
Outro fator de exposição é a prática sexual
com diferentes parceiros sem o uso da ca-
misinha, que facilita o contágio de doenças
sexualmente transmissíveis, caso do HPV
(Papilomavírus Humano), também associa-
do a este tipo de câncer.
Em países desenvolvidos, a relação da doen-
ça é de 1 para cada 100 mil homens adul-
tos. Nos Estados Unidos, por exemplo, em
2001, a ocorrência foi de 3 mil casos,
com cerca de 300 mortes.
Eficaz, o auto-exame possibilita o diagnós-
tico precoce, e assim como se observa nas
mulheres, minimiza o avanço da enfermi-
dade. É importante ficar atento principal-
mente à perda de pigmentação e o surgi-
mento de manchas esbranquiçadas, feridas
e caroços, secreções, mau cheiro, ín-
guas, inflamação de longo período
com vermelhidão e coceira. Nestas o-
corrências, a consulta clínica é indis-
pensável para a detecção de possíveis
anomalias e dependen-
do da fase, o trata-
mento indicado pode
ser cirúrgico, quimiote-
rápico ou radioterápico.
Segundo informações da
SBU, por aqui metade dos
portadores de tumores de
pênis levam mais de um
ano para procurar ajuda
específica, mesmo depois
de constatar lesões locais.
É esta demora, na maioria
dos atendimentos, que
complica o quadro, culminando
em conseqüências severas, co-
mo a amputação e a acentuação
de problemas físicos, sexuais e
psicológicos.
O principal objetivo do estudo – que
foi colocado em vigor em maio de
2006 e vai até maio de 2007 –, é
avaliar o perfil do tumor, identifi-
cando as características clinicas, a
fim de traçar um comparativo com
as estatísticas vigentes no Brasil e
no exterior e fornecer dados clínico-
patológicos e epidemiológicos que
tragam informações particulares e per-
tinentes à população.
São estes dados que fornecerão políticas
eficazes de atendimento ao paciente,
além da realização correta de campa-
nhas para conscientizar sobre as necessi-
dades de adotar medidas preventivas e
da descoberta precoce da doença.
De acordo com o Dr. Nardi, “a estima-
tiva é de que uma campanha ostensi-
va possa erradicar a doença em 15 anos”. Trata-
se de um estudo transversal com respostas
a questionários que são preenchidos
pelos médicos urologistas, de forma
voluntária. Certamente, são informa-
ções que salvarão muitas vidas.
Esse tal Preconceito
Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal
Divulgação
7
Trilogia de métodos
Por Alex Barbosa
A Varian Systems apresenta um novo
equipamento em que as premissas fun-
damentais deste mercado - tecnologia,
design e segurança - uniram-se como
sua melhor definição. Eis o Trilogy, consi-
derado o primeiro aparelho de teleterapia
capaz de atender desde a radioterapia
conformacional em 3D, IMRT, até a ra-
diocirurgia estereotáxica, além da neuro-
cirurgia.
Para se ter uma idéia do avanço proposto
pela empresa, a técnica de Radiocirurgia
Estereotáxica (SRS), que trata de tu-
mores em uma única e alta dose de
radiação, era executada somente em lo-
cais de possível imobilização, caso de ca-
beça e pescoço. Agora, outras partes do
corpo também poderão ser tratadas.
Segundo Timothy Guertin, presidente do
Departamento Oncológico da Varian,
“O Trilogy é um sistema clínico e prático
elaborado para todas as formas de tera-
pia de radiação por feixe”.
Tanta evolução se deve graças ao acele-
rador linear 23EX Clinac®, também de-
senvolvido pela empresa e aprimorado
para diversos tipos de aproveitamento,
com taxas de doses mais elevadas de
radiação – de 600 a 1.000 unidades mo-
nitoras por minuto – em áreas menores e
num espaço curto de tempo.
O sistema incorpora ainda os acessórios
da Varian´s Dynamic Targeting para
IGRT (Image-Guided Radiation Therapy),
que ampliam a exatidão do procedimen-
to, bem como o Portal Vision AS 1000,
um recurso que produz imagens em alta
resolução, de modo a posicionar o
paciente da melhor forma, verificar o
tratamento e garantir sua qualidade.
Contudo, os executivos da Varian indi-
cam que o objetivo da companhia na
área de elaboração de softwares de alta
precisão na captura de imagens está em
plena fase de expansão, já que a meta é
oferecer recursos cada vez mais moder-
nos aos profissionais das áreas médicas,
nos casos de radiografias bidimensio-
nais e imagens tridimensionais em
Tomografia Computadorizada, para
localizar as neoplasias malignas com
a maior exatidão possível.
ABFM em balanço
Um dos destaques da última edição do Con-
gresso Brasileiro, que aconteceu na cidade de
Ribeirão Preto, foi o público contabilizado, com
quase 800 inscrições. Num retrospecto dos
anos anteriores, vale lembrar do Congresso
do Rio de Janeiro de 2001, teve a apresenta-
ção de 99 trabalhos, para 290 estudantes e
429 participantes. No ano seguinte, em Cam-
pos do Jordão, sob a supervisão de José Carlos
Cruz e Homero Lavieri Martins, contou-se com
400 inscritos e a publicação de 85 trabalhos.
Alexandre Bacelar, Ana Maria Marques Silva e
José Carlos Cruz receberam no ano de 2003,
em Porto Alegre, cerca de 200 universitários,
durante quatro dias de encontros, com média
de 114 trabalhos exibidos e a presença de 500
físicos médicos.
Através da exposição de pesquisas, a ABFM
tem elaborado a programação, sobretudo, pa-
ra o intercâmbio dos profissionais do segmen-
to, investidores, representantes de instituições
acadêmicas e as demais pessoas. Dessa for-
ma, nota-se o crescimento dos interessados
nas informações difundidas nos Congressos.
Caso de 2004, quando o número de trabalhos
chegou ao total de 255. Neste período, o trio
que dirigia a ABFM e o CBFM, formado por Ho-
mero Lavieri, Helvécio Mota e Renato di Prinzi-
o, ganhou a companhia de Victor Borel. E na
capital carioca, 431 interessados, dentre os
quais 69 estrangeiros, além de 208 estu-
dantes, prestigiaram a agenda elaborada
naquele ano.
Já na décima edição, realizada em maio de
2005, estiveram presentes 423 participantes,
149 estudantes, em uma semana preenchida
com 230 trabalhos difundidos. Em 2006, sob a
batuta de Thomaz Ghilardi Netto e Oswaldo
Baffa Filho, o XI Congresso Brasileiro de Física
Médica, organizado em Ribeirão Preto, superou
as expectativas, com a adesão de 744 inscri-
tos, dos quais 10 estrangeiros, bem como de
381 físicos médicos em formação, que pude-
ram acompanhar 255 trabalhos, sendo 29 de-
les na forma oral.
RECEITA DE SUCESSO Novo aparelho da Varian alia design, tecnologia de ponta e segurança no combate às neoplasias
Divulgação
8
Por Sandi Dias
A descentralização para a produção do FDG
-18 (flúor desóxido de glicose) começou a
todo vapor. Primeiro centro privado do país
a investir na fabricação do fármaco usado
no diagnóstico precoce do câncer, a Clínica
Villas Boas, em Brasília, adquiriu o Cíclo-
tron da Siemens, equipamento que funcio-
na como acelerador de partículas.
O radioisótopo FDG-18 tem atividade me-
tabólica limitada a, no máximo, oito horas,
o que dificulta a realização de exames
complexos de PET-CT fora das localidades
de elaboração da substância. Com a recen-
te abertura da legislação, (emenda consti-
tucional 199/03), que estendeu os direitos
assegurados às instituições públicas do ei-
xo Rio-São Paulo às instituições particula-
res, o acesso à tecnologia foi impulsionado
em todo o território nacional.
Leonardo Packer, gerente de produto de
Imagem Molecular da Siemens, defende a
iniciativa. “Com estrutura e logística apro-
priadas para produção e transporte do ma-
terial, mais clínicas e hospitais poderão
contar com esta forma de diagnóstico, o
que deve aquecer este mercado, favorecendo
o combate a doenças”, diz.
A Clínica Villas Boas sempre apostou na
área de diagnósticos por imagens, sendo
pioneira no centro-oeste no uso da radiolo-
gia geral, mamografia digital, ultrassono-
grafia, densiometria óssea, tomografia
computadorizada, ressonância magnética e
PET-CT. O diretor da instituição, Dr. Tito
Mundim, afirma que “o aparelho não será
utilizado somente para produzir o FDG,
mas também para o fornecimento comerci-
al do material para outros centros do país”.
Para tanto, o apoio logístico da PETNET, empre-
sa do grupo Siemens especializada na distri-
buição de radiofármacos,
será fundamental.
Trata-se de um setor
promissor, já que no
Brasil, o negócio de
imagem molecular fatu-
rou R$ 44 milhões em
2005, segundo dados
apresentados na 36ª
Jornada Paulista de Ra-
diologia. E a expectativa
é crescer ainda mais.
Em Curitiba, o DAPI
(Diagnóstico Avançado
por Imagem) readequou
seus conceitos e implan-
tou o primeiro sistema
de ressonância magnéti-
ca de última geração e
tecnologia diferencia-
da, chamado de Mag-
netom Avanto, tam-
bém desenvolvido pe-
la Siemens.
O aparelho permite a
aquisição de imagens do corpo inteiro em
alta resolução, sem reposicionamento do
paciente ou troca de bobinas, e tudo isso
em apenas 12 minutos, graças ao Tim®
(Total Imaging Matrix). Outro diferencial é
o Matrix Coils, que possibilita a combinação
de até 76 elementos de bobinas diferentes
e a utilização de até 18 canais simultanea-
mente (76x18), o que proporciona maior
velocidade e qualidade de imagem. É uma
evolução se comparada aos sistemas atuais,
que possuem de oito a dezesseis canais de re-
cepção. Isso sem contar a diminuição dos ruídos
em até 97%.
A maior relevância, porém, é o rastre-
amento de metástases com praticidade e
agilidade ao paciente. “Até então, um
exame completo exigia a troca de bo-
binas e fazia com que o paciente fosse
reposicionado no mínimo cinco vezes.
Com o Avanto é possível realizar um
exame de corpo inteiro, da cabeça aos
pés, com pacientes de até 2,05 m de
altura, em uma única posição. A análi-
se fica muito mais fácil e melhora con-
sideravelmente o diagnóstico. O mes-
mo também se aplica para estudos
vasculares e do sistema nervoso cen-
tral”, afirma Ricardo Martins, espec i-
a l is ta da Siemens em ressonância
magnét ica.
Imagem é tudo
Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal
Divulgação
9
Por Sérgio Martins
Inscrita nesta edição do Congresso, a
graduanda em física médica, Janaína Du-
tra, trouxe à tona a proposta de implan-
tação de proteção e segurança no serviço
nuclear do Hospital Universitário Clemen-
tino Fraga Filho, da UFRJ. Aluna da enti-
dade, seu primeiro interesse foi a Radio-
terapia. Entretanto, depois que recebeu a
bolsa-sanduíche para estudar em Berlim,
durante seis meses, percebeu que tinha
afinidade com a proposta e com o am-
biente do Departamento de Medicina
Nuclear. “Gosto da rotina hospitalar e da
interação com outros profissionais”. Em
entrevista ao Jornal Núcleo da Matéria,
Janaína falou sobre o estudo que lhe con-
feriu o prêmio Alípio Luiz Dias Neto.
No que consiste o projeto criado pelo
Hospital? Quando voltei da Alemanha,
tive contato com a física Ana Maria Rabe-
lo e a farmacêutica Maria do Rocio
Bencke, que me convidaram para minis-
trar aulas e treinamento aos profissionais
do Departamento de Medicina Nuclear,
condizente, aliás, ao meu interesse por
educação. O curso tem o objetivo de es-
clarecer as principais regras de seguran-
ça àqueles que trabalham diretamente
com radiações ionizantes, através de in-
formações como, ‘a quem procurar em
caso de acidente’. E até mesmo de iden-
tificação de símbolos pertinentes à rotina
de funcionários das áreas de enferma-
gem, radioproteção, limpeza, administra-
ção, bem como os médicos e demais es-
pecialistas. No contato com eles pode-
mos fazer, por exemplo, a avaliação de
erros de conduta, auxiliá-los no registro
de qualquer contaminação, além de iden-
tificar as falhas mais comuns.
Como você participou do processo de
elaboração desta fase? Como seria a
segunda turma, queríamos desta vez um
material mais abrangente e de maior
qualidade. Então sugeri algo focado em
outras mídias, como a internet e a-
postilas elaboradas por meio de
questionários de avaliação, com forte
embasamento nas imagens para abor-
darmos as informações que chegariam
aos alunos. Para tanto, contamos com
patrocínio de empresas do setor. E os
resultados têm sido animadores, sendo
bem recebido, inclusive, pela Central de
Atendimento ao Estudante.
Quais são os próximos projetos? Pois
é, estou no último período de meu ba-
charelado e pretendo continuar a desen-
volver questões relacionadas à educação
na área de medicina nuclear. Tenho tam-
bém o convite de Ana Maria para integrar
a equipe de sua empresa, a ANAFIS, que
executa o controle de qualidade dosimé-
trica em outras unidades de saúde. Pre-
tendo ainda fazer mestrado, com o obje-
tivo de aperfeiçoar a comunicação entre
a equipe multidisciplinar.
Medicina Nuclear
SETOR EM FOCO Desde 29 de junho está funcionando o novo Cen-
tro de Oncologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP). Inaugurado como parte do Instituto de Radiologia
Diagnóstica (InRad), um dos benefícios imediatos foi o aumento
da capacidade de atendimento, que passou de 170 para 250 consultas
por dia. O número de pacientes tratados também saltou de 2 mil pa-
ra 3,5 mil e os leitos de 06 para 20 unidades. O investimento no complexo – dividido em três andares, distribuídos por
um área de 2,5 mil m2, com arquitetura moderna inspirada no conceito humanista –, custou aos cofres públicos R$ 7,2
milhões.
Div
ulga
ção
O que é Notícia
DESPEDIDA José Leite Lopes, um dos fun-
dadores do Centro Brasileiro de Pesquisas
Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, faleceu na
manhã de 12 de junho, aos 87 anos. O físi-
co fez doutorado na Universidade de Prince-
ton sob orientação do ganhador do Nobel,
Wolfgang Pauli. Na área acadêmica foi autor
de mais de 80 trabalhos, dentre os quais,
destaque para o que descreve a existência
de bósons vetoriais neutros, juntamente
com os bósons carregados.
PRÓXIMA PARADA Já tem data e local de-
finidos o próximo encontro de física médica.
O XII Congresso da área acontece entre os
dia 06 e 09 de junho de 2007, na cidade
paranaense de Foz do Iguaçu. Além das be-
lezas naturais do lugar, na pauta do Con-
gresso muita novidade para atualização dos
profissionais da área.
10
O Jornal Núcleo da Matéria é uma publicação da Associação Brasileira de Física Médica [ABFM], distribuída gratuitamente entre os associados, com periodici-dade bimensal. Tiragem: 1.500 exemplares. www.abfm.org.br. Caixa Postal: 72002. Cep: 05508-970, São Paulo, SP.
Expediente - Jornalistas Responsáveis: Adriana Sanches, MTB: 34.872 e Patrícia Favalle, MTB: 33.548. Reportagens: Alex Barbosa, Ariana Brink, Helen Pessoa, Sandi Dias e Sérgio Martins. Fotos: Agência Em Pauta [AEP]. Projeto gráfico: 7ervas. Impressão: Laborgraf (11) 3829-4711. Comercial: OPS!!! Propaganda e Marketing (11) 3961-5777. ** Grupo Em Pauta Assessoria de Comunicação Ltda. ** Rua Teodoro Sampaio, 1788, cj. 111, Pinheiros - São Paulo - SP. Tel./Fax: (11) 3031-6033. CNPJ: 05.529.556/0001-93. Fale conosco: [email protected] www.e-pauta.com.br.
Radioterapia
Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal
Por Adriana Sanches
Coordenador do Serviço de Radio-
terapia do Hospital Sírio Libanês, o
Doutor João Luis Fernandes da Sil-
va atua em frentes que visam am-
pliar o atendimento iniciado em
1970, com mais de 52 mil pessoas
assistidas. São pacientes que pro-
curam o local por conta de uma
reputação que transcende a histó-
ria, feita por médicos altamente
especializados, equipamentos de
ponta, além de estrutura de padrão
internacional. Em entrevista ao Jor-
nal Núcleo da Matéria, o radiotera-
pêuta falou um pouco sobre a roti-
na de um dos maiores centros on-
cológicos do país.
Quase oito anos depois de sua
criação, qual é o grande dife-
rencial do departamento? Nesta
nova fase, o Centro de Oncologia
atende a parte clínica, radioterapia,
medicina bucal (que trata dos efei-
tos colaterais ocasionados pelo
procedimento) e multidisciplinar,
que agrega ainda, a equipe de en-
fermagem e psicologia. Vale ressal-
tar que 65% dos pacientes rece-
bem a t écn i ca de IMRT
(Radioterapia com Intensidade Mo-
dulada de Feixe), um dos procedi-
mentos mais modernos do merca-
do, implantado aqui em 13 de ou-
tubro de 2000. São realizados por
mês, quinze procedimentos em ra-
diocirurgia e braquiterapia. E trata-
mos ainda de 360 casos de mama,
350 de próstata, 120 tumores de
cabeça e pescoço, e cerca de 30
localizados em outras áreas, como
o reto e a pélvis. Acho que o que
distingue nosso trabalho também é
o investimento na estrutura. Con-
tamos com três aceleradores linea-
res, quatro sistemas de planeja-
mento, sementes de ouro e iodo, e
equipamentos para braquiterapia
de alta e baixa taxa de dose.
O senhor pode falar sobre o a-
primoramento dos profissionais
que fazem parte da equipe do
hospital? Graças ao trabalho de
pessoas como a dra. Cecília Kalil
Haddad, pudemos formar mais de
100 profissionais. Temos um crité-
rio muito rígido para a contratação
de novos físicos, e para tanto, abri-
mos uma vaga em residência com
a duração de dois anos. Prepara-
mos também observadores em físi-
ca de todo o país e da América La-
tina e Central. Quero ressaltar que
nos dias 19 e 20 de outubro, reali-
zaremos o VI Curso de Radiotera-
pia de Última Geração, voltado
para físicos e médicos, em que se-
rão abordados, por exemplo, as-
suntos sobre radioterapia guiada
por imagem (IGRT). Para mais in-
formações, os interessados podem
acessar o link do Instituto de Ensi-
no e Pesquisa do Hospital:
www.hospitalsiriolibanes.org.br/iep.
Na rota da ciência
Considerado um dos mais célebres físicos de todos os tempos,
Albert Einstein (1879-1955) conquistou notoriedade ainda em
vida. Aproveitou o reconhecimento para viajar por diversos paí-
ses e divulgar a ciência. Numa dessas paradas, esteve no Bra-
sil. Os registros da visita fazem parte da mostra Einstein e a
América Latina, aberta ao público até 01 de setembro, no sa-
guão do prédio de Ensino/ Informática do IPEN. A instalação
traz fotos inéditas do físico em suas andanças pelas Américas
do Sul e Central, e integra o convênio do Instituto com o Museu
de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Tel. (11) 3816-9092.
Foto AEP
11
12
Por Adriana Sanches
Em evidência, o grupo coor-
denado por Janaína Men-
des, elaborou a pesquisa a
respeito da “Proposta de
implementação de cultura
de proteção e segurança no
serviço de Medicina Nuclear
do HUCFF/UFRJ”, que con-
quistou a premiação Alípio
Luiz Dias Neto, entregue
durante o XI Congresso
Brasileiro de Física Médica,
realizado em junho, na ci-
dade de Ribeirão Preto.
Janaína ministra cursos de
radioproteção para profis-
sionais ocupacionalmente
expostos e de radiofarmácia
hospitalar, no Hospital Uni-
versitário Clementino Fraga
Filho, no Rio de Janeiro.
Dos trabalhos apresentados
de forma oral aqueles que
mereceram atenção foram
“Desenvolvimento de trans-
dutor de pressão de alta
sensibilidade baseado no
fenômeno de magnetoim-
pedância gigante, para apli-
cação biomédica” e
“Simulação de transporte
de nêutrons, em meio
aquoso, visando estudos
sobre BNCT”, ganhando res-
pectivamente, o primeiro e
o segundo lugar. Os autores
das matérias são alunos da
PUC do Rio de Janeiro e da
UNIFRA, do Rio Grande do Sul.
Destaque para o professor
Gilberto Orengo, que inves-
te muito tempo no estudo
do transporte de partículas
de nêutrons, para o trata-
mento do câncer. A respeito
do tema publicou artigos
em revistas especializadas,
além de participar simulta-
neamente, de outros três
projetos de pesquisa.
Engenheira química forma-
da pela FEI e pós-graduada
em administração de em-
presas, Audrew Firmino,
recebeu o prêmio na cate-
goria de melhor pôster. Re-
sultado do trabalho,
“Desenvolvimento de mate-
riais cerâmicos para utiliza-
ção em proteção radiológica
diagnóstica”, concebido no
atual mestrado feito pelo
IPEN/USP.
Bem como Audrew, mais
dois temas foram condeco-
rados sob forma de pôster.
Os especialistas R.S. Duran,
L.G. Donato, O.B. Martinez,
L. Ventura e S.F. Souza apre-
sentaram “Moderador e si-
mulador do sistema visual
humano”. Já através do tí-
tulo “Uso da espectroscopia
fotoacústica na investigação
do processo de diluição so-
bre a cobertura molecular
de fluídos magnéticos bio-
compatíveis”, S.R. Avelino,
F.M.L. Oliveira, A.C. Oliveira
e P.C. Morais receberam o
reconhecimento pela desco-
berta de informações im-
portantes para a área.
Assim se faz a história
Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal
Parabéns aos novos especialistas que foram aprovados na prova de título
realizada concomitantemente ao Congresso de Ribeirão Preto. São eles:
Alexandre Cássio Guimarães; Alexandre de Oliveira; Ana Cristina Bratkowski Pereira;
Angel da Silva Martinez; Anselmo Mancini; Cássio Vilela Komatsu; Crystian Wilian
Chagas Saraiva; Daniel Souza Felipe; Ernani Anderson; Heberton Ferreira; Hugo
Leonardo Lemos Silva; Israel de Oliveira Mendes; Josemilson de Meneses Bispo;
Josy Casicava, Katiucia Santana Bomfim; Leonardo Peres da Silva; Marcus Vinicius
Bortolotto; Raimundo Maciel de Vasconcelos; Rodrigo Rodrigues Hattori; Rômulo
Verdolin de Souza; Susiane Moraes; Vinicius Demanboro Gonçalves; Welington Fur-
tado Pimenta Neves Jr.
À esquerda, Jana-
ína Dutra, estu-
dante de Física
Médica da Univer-
sidade Federal do
Rio de Janeiro; ao
lado, a engenhei-
ra Audrew Firmi-
no, ambas premi-
adas durante o XI
Congresso Brasi-
leiro de Física
Médica, realizado
em Ribeirão Preto
(SP), em junho.
Divulgação