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1 REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES Autor: Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco Tutora: Dra. Fátima Rodrigues Programa: Gestão Aeroportuária Setembro 2011 O AEROPORTO INTERNACIONAL Como elemento chave para a captação do turismo em Angola.

O AEROPORTO INTERNACIONAL COMO ELEMENTO CHAVE PARA CAPTAÇÃO DO TURISMO EM ANGOLA.final(1)

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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

Autor: Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco

Tutora: Dra. Fátima Rodrigues

Programa: Gestão Aeroportuária

Setembro 2011

O AEROPORTO INTERNACIONAL

Como elemento chave para a captação do turismo em Angola.

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O AEROPORTO INTERNACIONAL

Como elemento chave para a captação do turismo em Angola.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro, à Deus todo-poderoso aquele que nos dá a vida, saúde e

força para trabalhar. Agradeço ao professor Dr. Ruas Alves pela visão transmitida

porque este trabalho é de certo modo fruto do testemunho passado por ele. Agradeço

ainda à ANA -aeroportos de Portugal, em geral pela recepção e aceitação da realização

do estágio e em particular à Direcção de Estratégia e Marketing Aeroportuário pelo

apoio tanto moral como material. Agradeço também à ENANA, pelos conhecimentos

transmitidos. E por fim agradeço à Dra. Fátima Rodrigues como a Play maker deste

trabalho e a todos que directa ou indirectamente contribuíram para que este trabalho

fosse um facto. A todos, muito obrigado.

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RESUMO

Este trabalho tem como objectivo demonstrar que o sistema de aeroportos

internacionais é um elemento chave para a captação do turismo em Angola, elucidar

que o mesmo por si só não atrai turismo, já que o destino das pessoas é a região e não

o aeroporto, sendo ele portanto condição necessária mas não suficiente para a

captação do turismo. As principais conclusões do trabalho revelam que, para Angola,

as condições de acesso ao mercado do transporte aéreo regular internacional têm

contribuído para o encarecimento das tarifas aéreas, tornando o país num destino

turístico caro. Constata-se a necessidade de melhor articulação entre entidades

responsáveis do turismo, aeroportos e entidades afins para a promoção do turismo em

Angola. Finalmente, devem ser também tomadas medidas para a captação do turismo

de negócios posicionando-o como um dos segmentos mais importantes para o

desenvolvimento turístico do País. Para tal será necessário criar ou melhorar as

condições apontadas como importantes pelas empresas para sua instalação, assim

como será fundamental a criação de um sistema de parceria formal entre entidades do

turismo (públicos e privados), aeroportos, companhias aéreas e operadores turísticos

nacionais ou internacionais.

Palavras-chaves: aeródromo, aeroporto, turismo, turista.

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RAZÃO DE SER DO PROJECTO

Angola é um País que está em franca recuperação, depois de um longo período

de conflito armado. A alavancagem da economia é parte integrante dessa

recuperação. Para tal será necessário criar mecanismos que atraiam o investimento

estrangeiro, que possibilitem e acelerem a redução gradual da dependência da

economia do país relativamente ao sector petrolífero. Para este desiderato contribuirá

o desenvolvimento turístico de Angola já que esta actividade é vista como chave para a

prosperidade, desenvolvimento e bem-estar. O turismo moderno é actualmente o

principal motor do progresso socioeconómico criando empregos e empresas,

desenvolvendo infra-estruturas e aumentando as receitas oriundas das exportações.

Como um serviço comercializado internacionalmente, o turismo receptivo tornou-se

uma das mais importantes categorias do comércio do Mundo.

O aeroporto internacional funciona como o ponto de ligação entre o País e o

mundo mas também como porta de entrada desse mesmo País devendo desempenhar

um papel preponderante para o desenvolvimento do turismo. A pouca valorização do

sector do turismo, a inexistência de esforços conjuntos intersectoriais para a

promoção do turismo, a pouca promoção internacional do destino “Angola” e a

própria necessidade de rentabilização das infra-estruturas aeroportuárias, são

questões bastante relevantes que motivaram o desenvolvimento deste tema.

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1. Tipos de turismo……………………………………………………………………………………….21

Figura 1.2. Turismo receptivo por modo de transporte – 2010. …………………………………27

Figura 1.3. O triângulo estratégico do turismo……………………………………………………………28

Figura 2.1. Estratégia e acção sectorial……………………………………………………………………….34

Figura 3.1. Factores apontados pelas empresas como importantes na decisão de

deslocalização total ou parcial…………………………………………………………………………………...38

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1.1. Valor Acrescentado Bruto (Unidade: Milhões de Euros) …………………………………16

Tabela 1.2. Emprego (postos de trabalho) ………………………………………………………………………..……17

Tabela 1.3. Turismo receptivo 1990-2009……………………………………………………………………………….24

Tabela 1.3. Turismo receptivo 1990-2010……………………………………………………………………………….25

Tabela 1.4. Chegadas internacionais de turistas…………………………………………………………………….26

Tabela 2.1. Rede de hotéis e similares nas províncias com aeroportos

internacionais…………………………………………………………………………………………………………….36

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ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS......................................................................................................................... i

RESUMO ........................................................................................................................................ ii

RAZÃO DE SER DO PROJECTO ....................................................................................................... iii

ÍNDICE DE FIGURAS ....................................................................................................................... 6

ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................................................... 6

SIGLAS E ABREVIAÇÕES UTILIZADAS ............................................................................................. 9

Introdução ................................................................................................................................... 10

CAPÍTULO I: AEROPORTO vs TURISMO ....................................................................................... 11

1.1. Aeroporto ............................................................................................................................. 11

1.1.1. Definição de aeroporto ............................................................................................... 11

1.1.3. O impacto económico e social de um aeroporto ........................................................ 12

1.1.3.1 Classe de impactos .......................................................................................................... 13

1.1.4. O aeroporto como empresa .............................................................................................. 17

1.1.4.1. Modelo tradicional ......................................................................................................... 17

1.1.4.2. Modelo actual ................................................................................................................ 18

1.1.5. A importância dos aeroportos para as regiões e o turismo .............................................. 19

1.1.6. Aeroportos e turismo: uma relação forte ......................................................................... 19

1.2.Turismo ................................................................................................................................. 20

1.2.1. Turismo: o que é? .............................................................................................................. 20

1.2.2. Tipos de turismo ................................................................................................................ 21

1.2.3. Turismo internacional - chave para a prosperidade, desenvolvimento e bem-estar. ...... 22

1.2.3.1. Evolução prevista para o turismo mundial. ................................................................... 23

1.2.4. Turismo e transporte aéreo .............................................................................................. 27

1.2.5. O triângulo estratégico do turismo ................................................................................... 27

CAPÍTULO II: AEROPORTO VS TURISMO: O CASO ANGOLANO. .................................................. 29

2.1. Aeroportos internacionais em Angola. ................................................................................ 29

2.1.1. Contributo dos aeroportos internacionais na captação de novas companhias para o

incremento do turismo em Angola. ............................................................................................ 31

2.2. O turismo em Angola ........................................................................................................... 32

2.2.1. Programa PARTENON ........................................................................................................ 33

2.2.2. Rede de hotéis e similares nas províncias com aeroportos internacionais ...................... 35

2.2.3. Expansão hoteleira - centrais logísticas ............................................................................ 36

CAPITULO III: ANÁLISE SITUACIONAL DO PAÍS ............................................................................ 37

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3.1. Aeroporto internacional, condição necessária mas não suficiente para a captação do

turismo em Angola. ..................................................................................................................... 37

3.1.1. Acesso ao mercado de transporte aéreo. ......................................................................... 37

3.1.2. Outros factores condicionantes ........................................................................................ 38

3.2. Fragilidade da promoção do turismo em Angola. ................................................................ 38

Conclusão .................................................................................................................................... 39

Recomendações .......................................................................................................................... 40

Bibliografia .................................................................................................................................. 41

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SIGLAS E ABREVIAÇÕES UTILIZADAS

ACI: Airports Council International - do português, concelho internacional de

aeroportos.

ANA: Aeroportos de Portugal SA.

ANAM: Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira.

CCTV: Channel digital security camera system – sistema de televisão em circuito

fechado.

ENANA: Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea – Angola.

EP: Empresa Pública.

Ibidem: indica que o que se cita é do mesmo livro ou do mesmo autor citados

anteriormente; [tradução literal: aí mesmo, no mesmo lugar]. (Dicionário da língua

portuguesa - Coca cola).

ICAO: International Civil Aviation Organization – do português, OACI: Organização da

Aviação Civil Internacional.

LCC: Low Cost Carrier

MINHOTUR: Ministério da Hotelaria e turismo

OMT: Organização Mundial do Turismo.

TSA: Tourism Satellite Account

TAAG: Linhas aéreas de Angola.

UNWTO: United Nations World Tourism Organization – do português, Organização das

nações unidas para o turismo mundial.

VAB: Valor acrescentado bruto.

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Introdução

A importância de um aeroporto gera, na sociedade que serve, grande discussão

que oscila entre as vantagens e desvantagens que acarreta. Os benefícios económicos

e sociais da actividade aeroportuária são medidos de acordo, os empregos gerados, as

transacções económicas que atrai, os investimentos a ele associado e sobre tudo pelo

impacto económico no turismo, devendo para tal o homem pagar a factura pela

produção do ruído, a poluição do ar e o congestionamento provocado pelos acessos ao

aeroporto. Um aeroporto constitui uma importante porta de entrada de um destino

turístico, contribuindo para o início e final da experiência da viagem.

Neste trabalho pretende-se mostrar que o aeroporto é uma condição

necessária e elemento chave na captação do turismo criando condições de

acessibilidade à região, alargando a sua projecção a nível internacional, atraindo a

criação de empresas e produtos de valor acrescentado, gerando riqueza e emprego e

promovendo o desenvolvimento de fluxos turísticos. No entanto, o facto de o

aeroporto não ser o destino dos consumidores mas sim região em que o aeroporto se

insere, torna-o uma condição necessária cabendo-lhe para o efeito criar sinergias que

possibilitem o cumprimento deste desiderato. Esta obra contempla três capítulos, que

analisam o comportamento dos players “aeroporto” e “turismo” de um modo geral e

no caso especifico de Angola propondo soluções para que esta parceria seja cada vez

mais forte.

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CAPÍTULO I: AEROPORTO vs TURISMO

1.1.1. Definição de aeroporto

A compreensão do termo aeroporto

em primeiro lugar do termo aeródromo.

Considera-se aeródromo

quaisquer edifícios, instalações e

parte, para a chegada, partida e movimento de aeronaves em terra. (

1/08 de 16 de Janeiro – da aviação civil

Aeroporto: [são] os aeródromos

apoio às operações [domésticas e internacionais]

desembarque de pessoas e carga (

1.1.2. Evolução do conceito de aeroporto

O aeroporto evoluiu de

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.26.

11

CAPÍTULO I: AEROPORTO vs TURISMO

1.1. Aeroporto

Definição de aeroporto

A compreensão do termo aeroporto passa necessariamente pela compreensão

em primeiro lugar do termo aeródromo.

aeródromo a área definida em terra ou na água, incluindo

quaisquer edifícios, instalações e equipamentos, destinados ao uso, no seu todo ou em

parte, para a chegada, partida e movimento de aeronaves em terra. (

da aviação civil). Assim:

: [são] os aeródromos (…), dotados de instalações e facilidades

[domésticas e internacionais] das aeronaves e de embarque e

desembarque de pessoas e carga (ibidem).

Evolução do conceito de aeroporto

O aeroporto evoluiu de:

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.26.

passa necessariamente pela compreensão

a área definida em terra ou na água, incluindo

equipamentos, destinados ao uso, no seu todo ou em

parte, para a chegada, partida e movimento de aeronaves em terra. (Angola. Lei nº

, dotados de instalações e facilidades de

aeronaves e de embarque e

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.26.

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Em termos de fontes de receitas,

entidades, geralmente públicas, que impulsionaram o seu

mais dos seus clientes e utilizadores

Em termos das fontes de receita

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.28.

1.1.3. O impacto económico e social de um aeroporto

A importância de um aeroporto gera, na sociedade que serve, grande discussão

que oscila entre as vantagens

12

Em termos de fontes de receitas, passou a depender cada vez menos das

geralmente públicas, que impulsionaram o seu aparecimento,

mais dos seus clientes e utilizadores:

Fonte: ibidem, pp.27.

Em termos das fontes de receitas:

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.28.

O impacto económico e social de um aeroporto

A importância de um aeroporto gera, na sociedade que serve, grande discussão

que oscila entre as vantagens que proporciona e as desvantagens que acarr

passou a depender cada vez menos das

aparecimento, e cada vez

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.28.

A importância de um aeroporto gera, na sociedade que serve, grande discussão

svantagens que acarreta.

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Os benefícios económicos e sociais da actividade aeroportuária são medidos

em termos de:

– Volume de emprego e valor acrescentado directo, indirecto e induzido;

– Valor acrescentado das transacções comerciais que facilita e atrai;

– Valor do Investimento associado à construção e ampliações;

– Impacto económico no Turismo.

Na realidade é possível quantificar o impacto do aeroporto em termos de

emprego e valor acrescentado e identificar os efeitos positivos sobre a indústria e o

turismo.

Os aspectos negativos traduzidos em custos sociais são:

• Ruído;

• Poluição / qualidade do ar;

• Congestionamento provocado pelos acessos ao aeroporto.

As medidas de minimização dos custos sociais, dependendo da localização

relativa aos centros urbanos, passam por:

• Controlo ambiental;

• Eficiência energética;

• Alteração das rotas de aproximação / afastamento;

• Alteração tecnológica dos motores das aeronaves;

• Restrições ao horário de funcionamento dos aeroportos.

1.1.3.1 Classe de impactos

É possível identificar impactos:

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� Directos - decorrem das actividades que se desenvolvem no local ou

mesmo decorrendo noutro local, têm relação directa com o aeroporto.

Efeitos directos

Efeitos de actividade (emprego, rendimentos, impostos), gerados pelas

companhias de aviação, check-in e handling, operadores de carga, assistência à aviões

(ar e terra) e passageiros, catering e restauração, espaços comerciais, serviços de

segurança e limpeza entre outros. Consoante os efeitos se localizem, respectivamente

no interior ou no exterior do espaço ocupado pela estrutura aeroportuária, teremos

efeitos on-site ou off-site.

� Indirectos - decorrem da actividade das empresas fornecedoras

daquelas que provocam os impactos directos.

Efeitos indirectos

Efeitos de arrastamento a montante (backward linkages), traduzidos na

efectivação de ofertas exteriores pela procura originada, nos processos de

abastecimento, pelo funcionamento das actividades directas do aeroporto (avaliados

pelo multiplicador de Leontieft, estimados a partir de coeficientes técnicos nacionais).

� Induzidos - são efeitos provocados pelo aumento da procura gerada

pelas empresas responsáveis pelos impactos indirectos, a montante e a

jusante.

Efeitos induzidos

Efeitos gerais de expansão da actividade económica, provocados pelo aumento

da despesa final ancorados na utilização dos rendimentos gerados directamente pelo

funcionamento do aeroporto (avaliados pelo multiplicador Keynesiano). Estes efeitos,

de acordo com a maior ou menor capacidade redistributiva em acção, terão maior ou

menor impacto no bem-estar social.

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Efeitos de arrastamento a jusante (forward linkages), traduzidos na activação

da procura exterior, induzida por ofertas novas e/ou melhoradas (qualidade, custo),

estimados a partir de coeficientes do mercado.

Catalisadores - representam o resto da cascata de efeitos que decorre do

aumento inicial da procura e respectivos reflexos na produção.

Efeitos catalisadores

Efeitos interactivos ou conjugados ou efeitos conjugados de arrastamento a

jusante e a montante, produzidos por articulações especificas e dinâmicas entre oferta

e procura, interagindo em torno de desequilíbrios e oportunidades abertas pelas

valências, serviços e vantagens disponibilizadas pelo aeroporto, isto é, efeitos push-

pull, onde oferta gera procura que gera nova oferta que gera nova procura (efeito de

pinça de Hirschman).

Efeitos qualitativos cumulativos, traduzidos em capacidades sustentadas de

aglomeração e atracção de actividades e fluxos (facilitação da inserção internacional e

maior orientação exportadora, afirmação do marketing territorial, com ganhos de

imagem e notoriedade, ligação entre produção e comercialização de bens

transaccionáveis e bens não transaccionáveis, qualificação e diferenciação dos

produtos e da oferta turística, estimulando a inovação, melhoria dos factores críticos

de localização empresarial e atracção de investimento internacional).

Habitualmente são calculados os seguintes impactos, mediante a metodologia

da ACI – Airports Council International:

Trata-se de calcular o VAB – Valor Acrescentado Bruto e os postos de trabalho

associados que resultam dos diferentes níveis de impacto.

Directos: salários dos trabalhadores do aeroporto, impostos, compras para FSE

(fornecimentos e serviços de terceiros).

Indirectos: salários, impostos e compras dos fornecedores do aeroporto.

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Induzidos: salários, impostos e compras dos fornecedores dos fornecedores [e

clientes] do aeroporto.

Se existir informação desagregada podem ser calculados efeitos a nível

nacional, regional ou mesmo local.

A relação entre o somatório dos impactos (indirecto + induzido) e o impacto

directo dá-nos a dimensão do efeito multiplicador sobre a economia.

Significa que, por cada unidade de impacto directo, se produz um (x) adicional

ao nível dos impactos indirecto e induzido. Quanto mais elevado for o valor deste

coeficiente, tanto melhor para a região e país.

A sua variação está no entanto relacionada com condições específicas da região

de inserção do aeroporto:

� Nível de produção ou importação dos bens e serviços que o aeroporto

adquire;

� Intensidade da mão-de-obra das empresas fornecedoras de todos os

níveis de análise considerados.

Exemplos:

Tabela 1.1. Valor Acrescentado Bruto (Unidade: Milhões de Euros)

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.23.

Indirectos Induzidos Sub-Total

A Nível Nacional

Bruxelas 1993 1.079 410 92 502 1.581 0,47

Lisboa 2000 445 116 579 694 1.139 1,56

A Nível Regional

Milão 1994 494 331 703 1.034 1.528 2,09

Lisboa 2000 445 102 465 567 1.012 1,28

Total

Multipl.

Indirecto/

/Directo

Aeroporto Data Directos

Indirectos / Induzidos

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Tabela 1.2. Emprego (postos de trabalho)

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.24.

1.1.4. O aeroporto como empresa

1.1.4.1. Modelo tradicional

Visão dos aeroportos como entidades de utilidade pública ou infra-estruturas

estabelecidas para servir os transportadores aéreos.

Proveitos aviação, baseados em taxas e cobranças derivadas das operações

aéreas (aterragem, passageiros, estacionamento aeronaves, utilização de

equipamentos e carga).

Proveitos não aviação pouco relevantes e gerados com base nas concessões de

espaço a:

� Rent a car;

� Parqueamento de automóveis;

� Rendas de espaços para retalho (lojas);

� Rendas de escritórios (imobiliário).

Indirectos Induzidos Sub-Total

A Nível Nacional

Bruxelas 1993 19.800 _ _ 10.109 29.909 0,51

Lisboa 2000 11.110 4.486 24.603 29.089 40.199 2,62

A Nível Regional

Milão 1994 8.436 _ _ 25.798 34.234 3,06

Lisboa 2000 11.110 2.583 13.040 15.618 26.728 1,41

TotalMultipli-

cadorAeroporto Data Directos

Indirectos / Induzidos

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Recomendações da ICAO para se praticarem preços próximos dos custos. As

companhias aéreas viam o aeroporto como um custo necessário à sua actividade. A

base do tarifário (no aeroporto) era:

Para as companhias aéreas:

� Aterragem/descolagem - o peso do avião (PMD - peso máximo à

descolagem),

� Tempo de estacionamento,

� Espaço ocupado no Terminal (gabinetes, balcões, armazéns, etc.)

Para os passageiros embarcados:

Taxa de serviço a passageiros.

Taxa de segurança.

As companhias aéreas assumiam todo o risco de mercado.

1.1.4.2. Modelo actual

O aeroporto passa a ser tratado como um negócio. Os aeroportos, tal como

outros sectores da economia, passam a explorar as oportunidades de mercado para

oferecerem serviços aos clientes (companhias aéreas, passageiros e outros

utilizadores), cobrando pelo valor criado.

As actividades não aeronáuticas assumem importância estratégica. Os

aeroportos desenham estratégias de desenvolvimento num contexto de concorrência

acrescida. Aplicam instrumentos sofisticados de gestão para maximizarem o seu

desempenho. Passam a assumir parte do risco para obterem parte do prémio relativo

a esse risco.

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1.1.5. A importância dos aeroportos para as regiões e o turismo

O aeroporto é uma condição necessária e não suficiente para as regiões e o

turismo, já que o aeroporto não é o destino dos consumidores mas a região onde o

aeroporto se insere

Condição necessária, porque? Condição não suficiente, porque?

� Cria condições de acessibilidade à

região alargando a sua projecção a

nível internacional.

� Atrai a criação de empresas e

produtos de valor acrescentado,

gerando riqueza e emprego

� Promove o desenvolvimento de

fluxos turísticos

� Não atrai visitantes por si só,

dependendo dos produtos e serviços,

nomeadamente turísticos, que a

região ofereça e da respectiva

qualidade destes

� Só apoia o desenvolvimento

económico da região, desde que o

seu tecido empresarial seja

competitivo e tenha uma estratégia

acertada

1.1.6. Aeroportos e turismo: uma relação forte

Um aeroporto constitui uma importante porta de entrada de um destino

turístico, contribuindo para o início e final da experiência de viagem. A sua

competitividade (capacidade, qualidade de infra-estruturas e serviços, e

relacionamento com a cadeia de valor do sector) pode alavancar o posicionamento de

um destino turístico.

Os aeroportos têm vindo a evoluir de um posicionamento passivo em relação à

envolvente de mercado para um posicionamento pró-activo na captação de negócio

Page 20: O AEROPORTO INTERNACIONAL COMO ELEMENTO CHAVE PARA CAPTAÇÃO DO TURISMO EM ANGOLA.final(1)

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(novas companhias aéreas, rotas e frequências) em pareceria (sic) com organismos de

promoção turística e empresas privadas.

1.2.Turismo

Segundo autores, existem duas linhas de pensamento, nas quais a história do

turismo se divide. A primeira seria que é o ócio, descanso, cultura, saúde, negócios ou

relações familiares. Estas deslocações se distinguem por sua finalidade dos outros

tipos de viagens motivados por guerras, movimentos migratórios, conquista, comércio

entre outros. Não obstante a isso, o turismo tem antecedentes históricos claros.

Depois, se concretizaria com o então movimento da revolução industrial. A segunda

linha de pensamento baseia-se em que o turismo realmente se iniciou com a revolução

industrial, visto que os deslocamentos tinham como intuito o lazer.

1.2.1. Turismo: o que é?

Embora não haja uma definição única do que seja turismo, as recomendações

da organização mundial de turismo/nações unidas sobre estatísticas de turismo,

definem-o como "as actividades que as pessoas realizam durante as suas viagens e

permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a

um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros.”

A mesma fonte já citada considera turista, um visitante que desloca-se

voluntariamente por período de tempo igual ou superior a vinte e quatro horas para

local diferente do da sua residência e do seu trabalho sem, este ter por motivação, a

obtenção de lucro.

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TIPOS DE

TURISMO

Turismo

Étnico

Turismo

Político

Turismo

de

Repouso

Turismo

Cultural

Turismo

de

Recreio

Turismo

Religioso

Turismo

Saúde

Turismo de Negócios

Turismo

Despor-

tivo

1.2.2. Tipos de turismo

Figura 1.1. Tipos de turismo

Ainda segundo a OMT, dependendo de uma pessoa estar em viagem para, de

ou dentro de um certo país, as seguintes formas podem ser distinguidas:

Turismo receptivo - quando não-residentes são recebidos por um país de destino, do ponto de vista desse destino.

Turismo emissivo - quando residentes viajam para outro país, do ponto de vista

do país de origem.

Turismo doméstico - quando residentes de dado país viajam dentro dos limites

do mesmo.

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1.2.3. Turismo internacional - chave para a prosperidade, desenvolvimento e bem-

estar.

Segundo a publicação Tourism highlights (2011 edition) da UNWTO (United

Nations World Tourism Organization – Organização das nações unidas para o turismo

mundial), (nossa tradução): o turismo internacional é chave para a prosperidade,

desenvolvimento e bem-estar. Daí que o aeroporto internacional como o ponto de

ligação entre o país e o mundo, deve desempenhar um papel preponderante para a

captação do turismo duma forma geral, e em particular o turismo de negócios para

Angola.

De acordo com a mesma fonte (nossa tradução), ao longo do tempo, um

número cada vez maior de destinos abre novas oportunidades, investindo no

desenvolvimento do turismo, transformando o turismo moderno no principal motor

do progresso socioeconómico, através da criação de empregos e empresas,

desenvolvimento de infra-estruturas e um aumento das receitas de exportações. Como

um serviço comercializado internacionalmente, o turismo receptivo tornou-se uma das

mais importantes categorias do comércio do mundo. A receita geral de exportação

gerada pelo turismo receptivo, incluindo o transporte de passageiros, excedeu, USD 1

trilhão ou perto de USD 3 bilhões/dia. As exportações do turismo atingiram cerca de

30% do total de exportações mundiais de serviços comerciais e 6% do total de

exportações de bens e serviços. Como uma categoria de exportação, o turismo ocupa

globalmente o quarto lugar após, os combustíveis, produtos químicos e produtos de

automação. Para países em desenvolvimento, o turismo é uma das principais fontes de

arrecadação de receitas estrangeiras (divisas), e a categoria número um em termos de

exportações, criando muitos empregos necessários e oportunidades para o

desenvolvimento das regiões.

A maneira mais abrangente para medir de uma forma conjunta a importância

do turismo (receptivo e doméstico) nas economias nacionais, é através da Conta

Satélite do Turismo 2008 (TSA) /2008 Tourism Satellite Account (TSA), quadro

metodológico recomendado, aprovado pela comissão de estatísticas das Nações

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Unidas. Embora muitos países tenham tomado medidas no sentido da implementação

de uma TSA, são poucos os resultados disponíveis completos relativamente

comparáveis.

O conhecimento e a experiência adquirida através do exercício TSA, certamente

contribuíram para uma melhor compreensão do papel do turismo nas economias em

todo o mundo e permite uma tentativa de aproximação dos indicadores chaves. Com

base nas informações actuais ainda fragmentadas de países com dados disponíveis, a

contribuição do turismo no produto interno bruto (PIB) é estimado em cerca de 5%.O

contributo do turismo para o emprego tende a ser ligeiramente maior e é estimado na

ordem dos 6-7%, do número total de empregos em todo mundo (directos e indirectos).

Para as economias avançadas e diversificadas, a contribuição do turismo para o PIB

varia de cerca de 2% para os países onde o turismo é relativamente um pequeno

sector, e mais de 10% para países onde o turismo é um pilar importante da economia.

Para pequenas ilhas e países em desenvolvimento, ou regiões especificas e destinos

locais, onde o turismo é o sector chave da economia, a importância do turismo tende a

ser ainda maior.

1.2.3.1. Evolução prevista para o turismo mundial.

Nenhuma previsão é feita sem basear-se no passado, por isso ilustraremos

antes de mais, uma análise do que foi o turismo mundial nos últimos anos.

Segundo a publicação Tourism highlights (2010 edition) da UNWTO (nossa

tradução), 2009 foi um ano excepcionalmente desafiador.

A recessão económica global agravada pela incerteza em torno da pandemia da

gripe A (H1N1) tornou, 2009 em um dos anos mais difíceis para o sector do turismo.

As chegadas de turistas internacionais para negócios, lazer e outros fins totalizaram

880 milhões em 2009, correspondendo a um declínio mundial de 4,2%.O

crescimento retornou no último trimestre de 2009, após 14 meses de resultados

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negativos. O auge de 2% registado no último trimestre de 2009 contrasta com a queda

de 10%, 7% e 2% verificada nos primeiros três quartos, respectivamente. A Ásia e

Pacífico e o Oriente Médio lideraram a recuperação com crescimento positivo a partir

do segundo semestre de 2009.

Excepto a África, o que contrariou a tendência global, com

um crescimento de 3%, todas as regiões do mundo foram negativas em 2009. A Europa

(-6%), o Oriente Médio (-5%) e as Américas · (-5%), foram as regiões mais atingidas. A

Ásia e Pacífico alcançaram a subida mais impressionante, de 7%, queda entre Janeiro

e Junho para um crescimento de 4% na segunda metade do ano, fechando o ano em -

2%.

2010 é considerado o ano de uma franca recuperação, pela UNWTO, publicação

Tourism highlights (2011 edition),(nossa tradução):

Em 2010, o turismo mundial recuperou mais fortemente do que o esperado do

choque que sofreu no final de 2008 e 2009, como resultado da crise financeira global e

a recessão económica. As chegadas internacionais de turistas, em todo o mundo,

atingiram 940 milhões em 2010, um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior. A

grande maioria dos destinos registou aumentos positivos e muitas vezes de dois

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dígitos, suficiente para compensar prejuízos ou trazê-los para perto deste alvo. A

recuperação veio em ritmos diferentes - muito mais rápido na maioria das economias

emergentes (+8%) e mais lento em economias mais avançadas (+5%).

A Ásia e Pacífico (+13%), foi a primeira região a recuperar e entre as regiões

com mais forte crescimento em 2010. A África manteve o crescimento de (+7%) e

o Médio Oriente voltou ao crescimento de dois dígitos (+14%). Enquanto as Américas

recuperaram (+6%) do declínio em 2009, a recuperação da Europa (+3%) foi a mais

lenta em relação à das outras regiões.

Perspectivas de longo prazo do turismo da OMT.

Tourism 2020 Vision, é a perspectiva da organização mundial de turismo de

longo prazo e avaliação do desenvolvimento do turismo até aos primeiros 20 anos do

novo milénio. Um resultado essencial do Tourism 2020 vision, são previsões

quantitativas cobrindo um período de 25 anos, com 1995 como o ano base e as

previsões para 2010 e 2020. Embora a evolução do turismo nos últimos anos tenha

sido um pouco irregular, para o momento a OMT tem mantido a sua previsão de longo

prazo. As subjacentes tendências estruturais da previsão, acredita-se não se

alterarem significativamente. A Experiência mostra que, no curto prazo, os períodos

de rápido crescimento (1995, 1996, 2000 e 2004 a 2007) alternam com períodos de

crescimento lento (2001 a 2003, 2008, 2009). Como parte de seu programa de

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trabalho, a OMT está actualmente a realizar uma grande actualização de sua

perspectiva de longo prazo com o projecto Turismo Rumo a 2030.

A visão do turismo para 2020 (tourism 2020 vision) da OMT, projecta que as

chegadas internacionais devem chegar a quase 1,6 bilhões até o ano de 2020. Dessas

chegadas no mundo em 2020, 1,2 bilhões serão intra-regionais e 0,4 bilhões serão

viagens de longas distâncias. A Ásia do leste e o Pacífico, o sul da Ásia, o Médio Oriente

e a África deverão crescer em mais de 5% ao ano, em comparação com a média

mundial de 4,1%. As regiões maduras da Europa e as Américas são antecipadas para

mostrarem taxas mais baixas do que a média de crescimento. A Europa vai manter a

maior quota do mercado de chegadas, embora essa participação, se preveja que possa

cair de 60% em 1995 para 46% em 2020. O total de chegadas de turistas por região

mostra que, para 2020, as três principais regiões que beneficiarão, serão a Europa

(717 milhões de turistas), Leste da Ásia (397 milhões) e as Américas (282 milhões),

seguidas pela África, o Médio Oriente o e sul da Ásia.

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1.2.4. Turismo e transporte aéreo

O transporte aéreo é parte integrante e peça fundamental da actividade

turística. Suporta as viagens inter-continentais e grande parte das viagens continentais

dos turistas. Éo veículo de promoção turística e de destinos turísticos, e de imagem

institucional de um país (turístico). Dados mais recentes da OMT, sustentam e provam

esta constatação:

Pouco mais da metade de viajantes chegaram ao seu destino em 2010,por

meio do transporte aéreo (51%), enquanto que o restante viajou por superfície (49%).

Sendo 41% por estrada, por comboio (2%), e por água (6%)

1.2.5. O triângulo estratégico do turismo

O trinómio Turista, Tecnologias e Transportes condicionará a forma e a

dimensão desta actividade económica até 2025.

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Um novo turista, resultante da “sociedade mosaico” e “multivíduo” (é a

procura que temos de definir: pessoas e sociedades diferentes).

As novas tecnologias: mais baratas; mais eficientes; mais informação; maior

conhecimento do cliente (necessidades e gostos); maior relação cliente/prestador de

serviço (facilitação de 1 novo canal = integração de valor: conquistam o cliente e

sobem o valor da oferta).

A mobilidade das pessoas e a eficiência e custo de transportes: sociedades

mais abertas; transportes melhores, mais eficientes e mais baratos que permitem

montar negócios completamente diferentes. Ex: revolução das LCC.

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CAPÍTULO II: AEROPORTO VS TURISMO: O CASO ANGOLANO.

2.1. Aeroportos internacionais em Angola.

O Aeroporto de Luanda, …é o [internacional mais importante do país e o único

com voos regulares] em virtude das suas características permitirem a sua abertura a

todo o tipo de aeronaves nos termos dos artigos 5º, 6º e 68º da Convenção de

Chicago. As infra-estruturas deste aeroporto datam dos anos 60 e as suas áreas de

movimento constam de um sistema de duas pistas: a principal, com um comprimento

de [3716] metros e 45 de largura, a secundária com [2600] metros de comprimento

por [60] de largura. Trinta movimentos por hora são o número estimado para as duas

pistas.

As áreas [plataformas] de estacionamento que são cinco, permitem partidas e

chegadas autónomas e possuem dezanove posições [de estacionamento] para os

diferentes tipos de avião. Actualmente a aerogare do Aeroporto Internacional “ 4 de

Fevereiro” ocupa uma área de vinte e nove mil metros quadrados contra os treze mil

metros quadrados da área anterior e conta com um terminal de passageiros

modernizado e ampliado com duas salas de embarque apetrechadas com vinte e seis

balcões de check-in, contra os 12 anteriores, que têm a capacidade para albergar

aproximadamente três milhões e seiscentos mil passageiros por ano. A sala de

embarque tem uma capacidade de 850 passageiros, em hora de ponta, contra os 400

passageiros, anteriores. Em hora de pico, a sala de desembarque tem uma capacidade

de 1000 passageiros, contra os 400 anteriores...

.

Aumentou-se para o triplo o número de tapetes rolantes para a bagagem, tanto

nas partidas como nas chegadas...O Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro” está

apetrechado com sistemas de vídeo – vigilância, painéis de informação, elevadores,

escadas rolantes e sistemas CCTV. Os passageiros terão à sua disposição, 1 restaurante

2 snack bares, 20 lojas (duty free shop) e 2 salas CIP. As companhias aéreas também

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têm o seu lugar reservado. Foi construído um parque de estacionamento de viaturas

devidamente iluminado, para cerca de 10 autocarros, 24 táxis e 610 viaturas diversas.

O governo também autorizou, no âmbito do programa de investimentos

públicos a construção de dois Aeroportos Internacionais, na província da Huíla e

Benguela.

O Aeroporto da MuKanka dispõe de uma torre de controlo com 23 metros de

altura. Tem uma nova aerogare com duas salas de embarque e desembarque, isto é,

internacional e doméstico. Conta com salas VIP, restaurantes e sete lojas. Possui uma

placa [plataforma para estacionamento de aeronaves] com capacidade para receber

em simultâneo três aviões do tipo Boeing 777 e cinco do tipo 737. [A companhia

nacional a TAAG já opera neste aeroporto com voos directos para Windhoek

(Namíbia).

A aerogare do Aeroporto de Benguela ocupa actualmente uma área de 4000

metros quadrados contra os 1000 anteriores e dispõe de salas de embarque e

desembarque, com capacidade para albergar quatrocentos passageiros. A sala de

embarque conta com seis balcões de check-in e a sala de desembarque conta com uma

área, de recolha e controlo de bagagem, uma sala VIP uma sala de espera e espaços

comerciais.

(Fonte desta secção: ENANA- E.P., in site)

Novo aeroporto internacional de Luanda.

Desde o fim da guerra civil em 2002, Angola está em crescimento económico

acelerado. Para atender ao crescimento com o mundo inteiro e garantir o aumento

drástico nas redes de logística em Angola, a construção de um novo aeroporto

internacional de grande porte era inevitável.

Está actualmente em fase de construção, a cerca de 40 km a sudeste do centro

da cidade, no território da comuna de Bom Jesus no município de Icolo e Bengo, na

província do Bengo. É considerado como uma alternativa ao Aeroporto Quatro de

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Fevereiro que actualmente serve a cidade de Luanda. O novo aeroporto foi projectado

para um tráfego de 13 milhões de passageiros por ano e receberá 12 pontes

telescópicas. A empresa construtora é a China International Fund Limited, fundada em

2003 em Hong Kong.

2.1.1. Contributo dos aeroportos internacionais na captação de novas companhias

para o incremento do turismo em Angola.

Falar de contribuições directas que os aeroportos internacionais em Angola

possam dar na captação de novas companhias aéreas para o incremento do turismo

receptivo, é um tanto quanto difícil ou mesmo controverso, já que temos um calcanhar

de Aquiles que é a própria regulamentação jurídica da aviação (lei da aviação civil), que

prevê a entrada das companhias aéreas no mercado angolano para exploração dos

serviços aéreos regulares mediante acordos bilaterais ou multilaterais e a designação

das mesmas pelos países aderentes a estes acordos. Tal resulta em rotas fixas aos

destinos dos países aos quais Angola tenha acordos.

No entanto, pode-se falar numa visão futurista, se o mercado for liberalizado.

Para tal tomamos como exemplo a experiencia de Portugal, nomeadamente a

estratégia da ANA – Aeroportos de Portugal, designada INITIATIVE.PT:

INITIATIVE.PT, é uma iniciativa de co-investimento promovida pela autoridade

de turismo de Portugal, a ANA – Gestora dos aeroportos de Portugal e a ANAM –

gestora dos aeroportos da Madeira, cujo objectivo é encorajar mercados de turismo

receptivos para Portugal através de actividades cooperadas de marketing para

desenvolvimento de rotas tendo como alvo os mercados internacionais. Esta parceria

está aberta para outros parceiros tanto públicos como privados, nomeadamente:

cadeias de hotéis, operadores de turismo e agentes receptivos de viagens, outras

companhias que participam directamente no sector do turismo ou as entidades a elas

associadas. Esta parceria funciona mediante partilha de financiamento entre os

parceiros envolvidos.

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Este é sem sombra de dúvidas, o caminho a trilhar pelos aeroportos

internacionais em Angola, assim que o mercado for liberalizado.

2.2. O turismo em Angola

O Ministério da Hotelaria e Turismo designado abreviadamente por

MINHOTUR, é o Departamento Ministerial que tem por missão propor a formulação,

conduzir, fiscalizar, avaliar e executar a política do Executivo no domínio da hotelaria e

do turismo (art. 1º, do estatuto orgânico do MINHOTUR).

Ao Ministério da Hotelaria e Turismo compete (op. cit., art. 2º):

� Formular a politica e estratégias no domínio da hotelaria e turismo.

� Licenciar, orientar, disciplinar, fiscalizar e apoiar os empreendimentos

Hoteleiros e similares, as Agências de Viagens, os operadores turísticos bem

como todas as actividades directamente relacionadas com turismo.

� Mobilizar investimentos internos e internacionais para o desenvolvimento da

hotelaria e do turismo.

� Estudar e propor ao Governo as delimitações das áreas de aproveitamento ou

de desenvolvimento turístico bem como aqueles que possuem especial aptidão

para o turismo.

� Aprovar, sem prejuízo da competência atribuída a outras entidades nos termos

definidos na Lei, a localização e os projectos de empreendimentos turísticos,

� Aplicar sanções por infracções ao disposto na legislação hoteleira e turística e

suas disposições regulamentares.

� Promover e fomentar a prática do turismo interno pela população, estimulando

o aproveitamento e valorização dos recursos turísticos do país, a sua divulgação

e conhecimento.

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� Proceder ao estudo e prospecção de mercados e criar mecanismos de

promoção e marketing visando a sua captação.

� Promover a inventariação dos factores, elementos e recursos necessários à

elaboração de cartas turísticas do país, nomeadamente das respeitantes à

etnografia, linguística, cinegética, pesca desportiva, monumentos, paisagens

zonas e áreas turísticas e itinerários.

� Zelar pela defesa e conservação do património turístico do país, utilizando os

meios que a lei lhe confira ou intervindo junto das autoridades competentes

para evitar que o mesmo seja prejudicado por obras, demolições ou

destruições de qualquer espécie.

� Intervir junto das entidades competentes sempre que haja risco de poluição do

meio ambiente ou desequilíbrio ecológico com reflexo no turismo.

� Estudar e propor o regime legal das actividades ligadas ao turismo, bem como a

concessão de incentivos de carácter fiscal aduaneiro ou administrativas

julgadas convenientes ao fomento do turismo.

� Obter, manter actualizado e dar tratamento toda informação estatística

necessária ao diagnóstico, avaliação e perspectivas de desenvolvimento do

sector.

� Criar e implementar um sistema de formação e educação para o sector,

ajustado às fases do seu crescimento, por forma a profissionalizar a actividade

turística.

2.2.1. Programa PARTENON

O Programa PARTENON é estrutural para o desenvolvimento do sector da

hotelaria e turismo em Angola, dele dependerá a definição das linhas mestras de

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desenvolvimento do Sector. Urge pois, acelerar o processo da sua concretização,

através de um forte e sólido envolvimento do MINHOTUR.

Figura 2.1. Estratégia e acção sectorial.

Fonte:MINHOTUR

Os benefícios esperados com a concretização do Programa PARTENON:

� Reforço da importância estratégica do sector da hotelaria e turismo, como

determinante para um crescimento sustentando do país;

� Melhoria dos aspectos organizativos e administrativos do MINHOTUR,

originando uma maior capacidade de resposta face às responsabilidades e

desafios que tem pela frente - reajustamento do programa de acção

2009/2012;

� Aumento do nível de formação e capacitação técnico-profissional dos

funcionários do MINHOTUR, originando a responsabilização e maior

autonomia, por parte dos seus quadros e direcções;

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� Aumento da profundidade e resultados visíveis, através de uma

implementação integrada e participada pelas diferentes direcções do

MINHOTUR, favorecendo um melhor fluxo de informação inter-sectorial;

� Ganho de eficiência e produtividade da actividade do MINHOTUR, favorecendo

um crescimento dos funcionários com base na meritocracia;

� Melhoria das condições logísticas e dos espaços físicos, de acordo com as

necessidades de trabalho identificadas;

� Reforço da capacidade de controlo e reporte da execução orçamental do

MINHOTUR;

� Quantificação do potencial de contribuição para o desenvolvimento

económico, através da avaliação dos projectos e investimentos, previstos para

o sector.

2.2.2. Rede de hotéis e similares nas províncias com aeroportos internacionais

A rede de hotéis e similares disponíveis nas províncias com aeroportos

internacionais, em 2009 é apresentado na tabela a seguir:

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Tabela 2.1. Rede de hotéis e similares nas províncias com aeroportos internacionais

DESIGNAÇÃO LUANDA BENGUELA HUÍLA

Hotéis 48 13 6

Pensões 90 42 15

Ald. Turístico 14 0 12

Aparthotel 1 2 0

Comp. Turístico 0 1 0

Conj. Turístico 6 0

Pousada 0 2 0

Albergaria 5 0 0

Hospedaria 119 44 53

Estalagem 2 0 0

Rest. Similar 815 207 487

Ag. V. Turismo 30 0 12

TOTAL 1130 311 585

Fonte: extraído e adaptado do boletim estatístico do MINHOTUR de 2009.

2.2.3. Expansão hoteleira - centrais logísticas

Para assegurar o fornecimento,

instalação e manutenção dos equipamentos

hoteleiros das unidades existentes e em

expansão, o sector está a criar 3 centrais

logísticas a instalar nas províncias de Luanda,

Benguela e Huíla, para assegurarem o

suporte ao normal funcionamento das

unidades hoteleiras.

Fonte: Publicação do MINHOTUR, 2010.

Page 37: O AEROPORTO INTERNACIONAL COMO ELEMENTO CHAVE PARA CAPTAÇÃO DO TURISMO EM ANGOLA.final(1)

37

CAPITULO III: ANÁLISE SITUACIONAL DO PAÍS

3.1. Aeroporto internacional, condição necessária mas não suficiente para a captação

do turismo em Angola.

Pelos dados apresentados nos capítulos anteriores vislumbra-se claramente

que o transporte aéreo é o modo mais utilizado pelos turistas, para chegarem ao seu

destino, neste caso a infra-estrutura desde modo de transporte (o aeroporto), é uma

mais-valia para as regiões de turismo e para o nosso caso específico. Mas o facto, do

aeroporto não atrair por si só o turismo, torna-o numa condição não suficiente.

Existem uma série de factores que devem ser analisados para realidade em questão:

3.1.1. Acesso ao mercado de transporte aéreo.

O transporte aéreo internacional regular só pode ser efectuado pelas empresas

de transportes aéreos designadas, nacionais e estrangeiras, nos termos dos acordos

bilaterais ou multilaterais de transporte aéreo. O governo angolano deve estabelecer

as normas e condições para o exercício de direitos de tráfego aéreo, por parte dos

operadores aéreos estrangeiros, dentro dos princípios contidos nos respectivos

acordos bilaterais ou multilaterais de transporte aéreo, de que Angola é parte. Estas

normas devem ser estabelecidas de forma a impedir a concorrência ruinosa, defender

convenientemente os interesses nacionais e assegurar o melhor rendimento

económico do transportador nacional. (Pontos 1, 3 e 4 da Lei nº 1/08 de 16 de Janeiro

– da aviação civil – Angola)

De facto todo o Estado tem soberania sobre o seu espaço aéreo de acordo o

principio de soberania, consagrado no artigo 1º da convenção de Chicago: "Os Estados

contratantes reconhecem que cada Estado tem a soberania completa e exclusiva sobre

o espaço aéreo, que cobre o seu território" (RODRIGUES:2010,pp.52). Mas esta

regulamentação torna o mercado fechado e quase sem concorrência já que a

companhia de bandeira tem um certo favoritismo, acabando por repercutir na taxa

tanto de passageiros como carga, o que torna Angola, um destino turístico caro.

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3.1.2. Outros factores condicionantes

As infra-estruturas de transporte e a sua interoperabilidade são alavanca para a

promoção da competitividade territorial, do dinamismo das regiões e do reforço da

coesão social.

Fonte: Ruas Alves. O aeroporto como unidade de negócios, pp.45.

3.2. Fragilidade da promoção do turismo em Angola.

Um sistema perfeito de promoção do turismo é aquele que faz o casamento

entre o transporte aéreo e o turismo, assim como outros agentes indirectos. Vê-se

claramente em Angola uma perfeita desarticulação entre os objectivos das entidades

responsáveis do turismo, dos aeroportos e dos parceiros afins. Existe pouca ou

nenhuma promoção turística baseada em pacotes turísticos. A situação é semelhante a

que se diz na gíria: cada um por si e Deus para todos. Esta é de facto a principal

fragilidade da promoção do turismo em Angola.

Figura 3.1. Factores apontados pelas empresas como importantes na

decisão de deslocalização total ou parcial

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Conclusão

O transporte aéreo é parte integrante e peça fundamental da actividade

turística. Suporta as viagens inter-continentais e grande parte das viagens continentais

dos turistas, é o veículo de promoção turística e de destinos turísticos, e de imagem

institucional de um país (turístico). Mas o aeroporto, a infra-estrutura deste modo de

transporte é uma condição necessária e não suficiente já que, não atrai visitantes por

si só, dependendo dos produtos e serviços, nomeadamente turísticos, que a região

ofereça e da respectiva qualidade destes e só apoia o desenvolvimento económico da

região, desde que o seu tecido empresarial seja competitivo e tenha uma estratégia

acertada.

Para o caso especifico de Angola, as regras do funcionamento do mercado do

transporte aéreo internacional regular tem contribuído e de que maneira para a

elevação das taxas de viagens, tornando o país num destino turístico caro. A actuação

isolada dos aeroportos, das entidades responsáveis do turismo e outros agentes afins

torna ainda mais difícil a prossecução do objectivo captativo do aeroporto. Para a

rentabilização do turismo em Angola por meio de aeroportos internacionais, é

necessário que sejam satisfeitas no mínimo as condições apontadas pelas empresas,

como essenciais para a sua instalação, já que para o país o turismo de negócios deve

figurar como um dos mais importantes para a captação de investimentos e criação de

valor acrescentado. Tas condições passam pela criação de acessibilidade, existência de

transportes públicos, qualificação dos recursos humanos e sua disponibilidade, criação

de infra-estruturas logísticas, melhoramento dos serviços de saúde e outros, sobre

tudo nas regiões com aeroportos internacionais.

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Recomendações

� Criação de parcerias entre os aeroportos (entidades responsáveis dos), responsáveis

do turismo e os agentes do turismo, para empreendimento de um esforço conjunto de

promoção do turismo e consequente captação do turismo.

� Desenvolver por parte dos aeroportos uma estratégia de marketing para atrair

companhias no sentido de:

Abertura de novas rotas para destinos não servidos;

Aumento de frequências nas rotas já existentes.

� Cumprimento integral das obrigações do MINHOTUR, como entidade responsável do

turismo, conforme faz jus o seu estatuto orgânico.

� Criação de um sistema ideal de cooperação como o que a seguir se apresenta:

Parceiros

Autoridades púbicas responsáveis pela promoção do turismo (MINHOTUR).

Companhias privadas do sector do turismo (agências de viagens e turismo)

Aeroportos

(ENANA)

Companhias

aéreas Passageiros

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Bibliografia

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FICHA TÉCNICA:

Título: O aeroporto internacional como elemento chave para a captação do turismo

em Angola.

Autor: Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco.

Tutora: Dra. Maria de Fátima T. Rodrigues (Logistel, S.A)

Revisão: Dr. Luís Miguel P. Costa Taborda (responsável do núcleo de marketing aviação

/ ANA – Aeroportos de Portugal, S.A)

Capa: Logistel, S.A, Avenida Condes de Barcelona/vivenda Arbom, 2765 – 195 Estoril,

CASCAIS – PORTUGAL.

Composição gráfica e paginação: Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco.

Impressão e acabamento: Osvaldo Jacinto Sapato Ussoco.

Data: Setembro de 2011.