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O Aluno • Luís Nepomuceno – N.º 15 A Docente da Disciplina • Cristina Frutuoso 04 de março de 2013 Escola Secundária de Moura Ano Letivo 2012/2013 Disciplina de Português 12.º Ano, Turma B Felizmente Há Luar!, Luís de Sttau Monteiro CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, POLÍTICA E SOCIAL – SÉCULO XIX COMO METÁFORA DO SÉCULO XX

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O Aluno

• Luís Nepomuceno – N.º 15

A Docente da Disciplina

• Cristina Frutuoso

04 de março de 2013

Escola Secundária de Moura

Ano Letivo 2012/2013

Disciplina de Português – 12.º Ano, Turma B

Felizmente Há Luar!, Luís de Sttau Monteiro

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, POLÍTICA

E SOCIAL – SÉCULO XIX COMO METÁFORA

DO SÉCULO XX

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O AUTOR

Nome: Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro

Data de Nascimento: 03 de abril de 1926

Local de Nascimento: Lisboa

Data de Óbito: 23 de julho de 1993 (67 anos)

Local de Óbito: Lisboa

Principais Ocupações:

• Advocacia;

• Jornalismo;

• Atividade Publicitária;

• Literatura.

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A OBRA

• Publicada pela primeira vez em 1961;

• Constituída por dois atos;

• Foi adaptada para teatro pelo autor,

em 1962, no Teatro Experimental do

Porto, mas foi censurada pelo Estado

Novo;

• Encenada pela primeira vez em Paris,

em 1969;

• Encenada em Portugal apenas em

1978, no Teatro Nacional.

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A INFLUÊNCIA DE BRECHT

• Teatro de intervenção, sobre História, que analisa as

transformações sociais sobre ao longo da história, levando o

espetador a pensar, a refletir, mas não a sentir, como acontecia

com o teatro clássico (aristotélico);

• O que é visto pelo espetador deve ser feito com distanciamento,

com análise crítica e com rigor científico;

• Teatro épico: a função é pedagógica e não catártica (sensação de

prazer e alívio), apelando à ação e à intervenção.

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A INFLUÊNCIA DE BRECHT

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BERTOLT BRECHT

(1898-1956)

ERWIN PISCATOR

(1893-1966)

FIAMA HASSE PAIS

BRANDÃO

(1938-2007)

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CONTEXTO HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DA OBRA

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• Período pós-eleições presidenciais de 1958, onde Humberto Delgado saiu

derrotado;

• Não concordância da corrente reformista civil e militar com a continuidade da

política do regime;

• Insensibilidade de Salazar a uma mudança que o exterior apela (CEE e EFTA);

• Reação totalitária e repressiva, através de meios políticos e policiais;

• Casos emblemáticos da repressão do regime: Humberto Delgado, bispo do

Porto, sequestro do paquete Santa Maria;

• Restrição de liberdades individuais e coletivas levada a cabo pela PIDE;

• Início da guerra colonial em Angola (1961), Guiné (1963) e Moçambique

(1964).

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CONTEXTO HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DA OBRA

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ORGULHOSAMENTE SÓS

CENSURA NAS ARTES

• Violação dos direitos humanos;

• Proibição da publicação de textos suscetíveis de

“pôr em risco a segurança e tranquilidade do

país;

• Introdução da censura prévia ao teatro;

• Proibições integrais e deturpações de sentido

devido às mutilações das obras;

• O teatro como alvo da censura salazarista e

caetanista;

• Lenta agonia do teatro português,

consequência da censura.

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A DUALIDADE HISTÓRICA

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• “Entender, logo de entrada, que tudo o que se vai passar no placo tem um

significado preciso”;

• “Os gestos, as palavras e o cenário são apenas elementos de uma linguagem a

que tem de adaptar-se”.

LEITOR / ESPETADOR

PARALELISMO ENTRE UM PASSADO HISTÓRICO E A CONTEMPORANEIDADE

PORTUGUESA DOS ANOS 60

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TEMPO DA HISTÓRIA - 1817

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• Ausência da família real do pais – fuga para o Brasil, em 1807;

• Regime absolutista;

• O exercício do poder por parte de uma Junta Governativa;

• Intromissão inglesa;

• Perseguição a todos os liberais;

• Descontentamento contra o rei, os ingleses e a regência;

• Focos de rebelião;

• Indícios da Revolução Liberal.

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TEMPO DA HISTÓRIA - 1817

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• Entrada sem resistência dos exércitos franceses, liderados por Junot, em 1807;

• Junot considerado pelos liberais como o “libertador”;

• Desenvolvimento da economia brasileira e não da economia portuguesa:

“o País passou a ser (…) uma colónia brasileira”

• Enfraquecimento do poder político e desagregação geral do estado português,

consequência da supremacia inglesa:

“o País passou a ser (…) um protetorado inglês”

INVASÕES FRANCESAS APOIO INGLÊSFUGA DA CORTE

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TEMPO DA HISTÓRIA - 1817

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• Progressiva interferência inglesa na regência do país e consequente

desinteligência entre poder civil e militar;

• Gomes Freire de Andrade com símbolo da resistência ao poder inglês;

• Conspiração de 1817;

• Prisão (25 de maio de 1817) e morte (18 de outubro de 1817) de Gomes Freire

de Andrade).

INVASÕES FRANCESAS APOIO INGLÊSFUGA DA CORTE

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TEMPO DA ESCRITA - 1961

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• Início da guerra colonial em Angola;

• Forte estratificação social;

• Grandes desigualdades sociais;

• Emigração como fenómeno de

sobrevivência dos mais desfavorecidos;

•Manifestações de uma contestação

crescente: greves, vigílias, movimentos

estudantis…;

• Proximidade entre o poder político e

a Igreja;

• Oposição dos intelectuais ao

salazarismo;

• Censura;

• Movimentos de opinião organizados

(grupo dos católicos portugueses, por

exemplo);

• Crescente isolamento nacional.

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PARALELISMO DE TEMPOS HISTÓRICOS

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Tempo da história (século XIX – 1817) Tempo da escrita (século XX – 1961)

• Agitação social que levou à revolta liberal de

1820:

1.Conspirações internas;

2.Revolta contra a presença da corte no Brasil e influência

do exército britânico;

3.Regime absolutista e tirânico.

• Agitação social dos anos 60:

1.Conspirações internas;

2.Principal irrupção da guerra colonial;

3.Regime ditatorial de Salazar.

• Classes sociais fortemente hierarquizadas. • Maior desigualdade entre ricos e pobres.

• Classes dominantes com medo de perder

privilégios:

1.Povo oprimido, explorado e resignado.

• Classes exploradoras, com reforço do seu poder:

1.Povo reprimido e explorado.

• Proximidade entre o poder político e a Igreja:

1.Ligação entre D. Miguel Forjaz, Beresford e o Principal

Sousa.

• Proximidade entre o poder do Estado e a Igreja:

1.Amizade entre o cardeal Cerejeira e Salazar.

DOCUMENTO

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PARALELISMO DE TEMPOS HISTÓRICOS

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Tempo da história (século XIX – 1817) Tempo da escrita (século XX – 1961)

• A “miséria, o medo e a ignorância”:

1.Obscurantismo, mas “felizmente há luar”.

• Miséria, medo e analfabetismo:

1.Obscurantismo, mas crença nas mudanças.

• Luta contra a opressão do regime absolutista. • Luta contra o regime totalitário e ditatorial.

• Denúncia da opressão e miséria. • Agitação social e política com militares

antifascistas a protestarem.

• Perseguições dos agentes dos governantes

britânicos:

1.Mecanismos de vigilância;

2.Denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais

Sarmento.

• Perseguições da PIDE:

1.Mecanismos de vigilância;

2.Papel dos “bufos”.

• Censura à opinião. • Censura à imprensa: nenhum texto ou obra era

publicado sem exame prévio (lápis azul).

DOCUMENTO

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PARALELISMO DE TEMPOS HISTÓRICOS

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Tempo da história (século XIX – 1817) Tempo da escrita (século XX – 1961)

• Severa repressão dos conspiradores:

1.Condenações arbitrárias;

2.Processos sumários e pena de morte.

• Tribunais controlados pelo poder político:

1.Prisão em várias instituições penais: Aljube, Peniche,

Caxias;

2.Campo de concentração: Tarrafal, em Cabo Verde;

3.Duras medidas de repressão e de tortura (calabouços da

PIDE).

• Execução do general Gomes Freire de Andrade,

paradigma da história.

• Execução de Humberto Delgado:

1.Condenação em processos sem provas.

• Revolução Liberal de 1820. • Revolução de 25 de abril de 1974.

DOCUMENTO

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CONCLUSÕES

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• Presença de poderes ditatoriais (monarquia absoluta e Estado Novo);

• Evidente falta de liberdade;

• Repressão: forte presença da polícia política que tudo controla e vigia;

• Associação íntima dos poderes civil, religioso e militar;

• Aposta na ignorância do povo para mais facilmente o dominar e manipular;

• Justiça vendida ao poder, que dela se serve a seu bel-prazer;

• Luta pela liberdade;

• Expectativa comum na chegada da liberdade;

• Esperança na liberdade corporizada em dois generais: Gomes Freire e

Humberto Delgado, ambos imbuídos de ideias libertárias.