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O primeiro Papa de origem latino-americana nasceu em Buenos Aires, na Argentina, a 17 de dezembro de 1936. Filho de imigrantes italianos, que lhe deram o nome de Jorge Mario Bergoglio, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em 1958, tendo-se ordenado em 1969. Tornou-se bispo auxiliar em 1992 e arcebispo em 1998, sempre na diocese da sua cidade natal.
Proclamado cardeal pelo Papa João Paulo II no consistório de 2001, participou no conclave que elegeu Bento XVI como Sumo Pontífice. Após a renúncia deste, foi eleito seu sucessor, a 13 de março de 2013. O novo Papa tomou o nome de Francisco e assumiu desde logo um novo com-promisso de fé e de renovação social, com uma Igreja mais humilde.
PAPA FRANCISCOJORGE BERGOGLIO
O AMOR ÉCONTAGIOSO
PAPA FRANCISCOO EVANGELHO DA JUSTIÇA
Todos nós somos iguais diante do Pai,absolutamente todos!
Religião
I S B N 9 7 8 - 9 8 9 - 8 8 4 9 - 4 3 - 4
9 789898 849434
O Amor É Contagioso é um convite a uma meditação profunda sobre os temas mais
prementes da sociedade atual.
Nas palavras do Papa Francisco, cada um dos nossos atos tem uma consequência, e até o mais pequeno vestígio de injustiça e de maldade pode ser uma ameaça para o mundo.
Os insistentes apelos do Papa em defesa da dignidade e dos direitos humanos são o principal tema dos ensinamentos reunidos neste livro.
Não basta evitar a injustiça, se não se promove a justiça.
Com palavras genuínas de alerta, Sua Santidade ensina-nos a sermos misericordiosos, como Jesus foi quando perdoou aqueles que o crucificaram, e a recusarmos a justiça do «olho por olho, dente por dente».
Ser cristão é viver e testemunhar a fé mediante a oração,as obras de caridade, a promoção da justiça, a prática do bem.
Este é um evangelho de amor e de justiça que iluminará o leitor nas suas escolhas e ações
ao longo da vida.
«O negativismo é contagioso, mas também o positivismo o é; o desespero é contagioso,
mas também a alegria o é:não sigais pessoas negativas, continuai,
antes, a irradiar luz e esperança à vossa volta! E sabei que a esperança não engana,
nunca engana!»
«Qual a origemda multiplicação dos pães?
A resposta está no convite feito por Jesus aos discípulos: “Dai-lhes vós mesmos…”, “dar”,
partilhar. Que partilham os discípulos?O pouco que têm: cinco pães e dois peixes.
Mas são precisamente esses pães e esses peixes que, nas mãos do Senhor, matam
a fome a toda a multidão.»
«Não é a cultura do egoísmo e do individualismo, que muitas vezes regula
a nossa sociedade, aquela que constrói e que conduz a um mundo mais habitável; mas antes a cultura da solidariedade
e a capacidade de ver no outro, não um concorrente ou um número, mas um irmão.
E todos somos irmãos!»
15 mm
O negativismo é contagioso, mas também o positivismo o é; o desespero é contagioso, mas também a alegria o é:
não sigais pessoas negativas, continuai, antes, a irradiar luz e esperança à vossa volta!
E sabei que a esperança não engana, nunca engana!Telefonema do Papa Francisco, 7 de junho de 2014
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PRIMEIRA PARTE
A JUSTIÇA DO HOMEM
«Trabalhemos juntos pela justiça e pela paz!»Discurso na Esplanada das Mesquitas
em Jerusalém, 26 de maio de 2014
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SOLIDARIEDADE
Peço que todos trabalhemos por aquela palavra que hoje em dia não agrada a ninguém: solidariedade.
Discurso, 27 de julho de 2013
A CULTURA DA SOLIDARIEDADE
O povo brasileiro, em particular as pessoas mais simples,
pode oferecer ao mundo uma preciosa lição de solidarie-
dade, uma palavra — a palavra solidariedade — tantas
vezes esquecida ou calada, por ser incómoda. Quase parece uma
palavra feia… a solidariedade.
Gostaria de apelar a quem possui mais recursos, às autoridades
públicas e a todos os homens de boa vontade empenhados na jus-
tiça social: não vos canseis de trabalhar por um mundo mais justo
e mais solidário! Ninguém pode ficar insensível às desigualdades
que ainda há no mundo! Cada um, segundo os seus recursos e
responsabilidades, saiba oferecer o seu contributo para pôr fim a
tantas injustiças sociais. Não é a cultura do egoísmo e do individua-
lismo, que muitas vezes regula a nossa sociedade, aquela que cons-
trói e que conduz a um mundo mais habitável; mas antes a cultura
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PAPA FRANCISCO
da solidariedade; a capacidade de ver no outro, não um concorrente
ou um número, mas um irmão. E todos somos irmãos!
Também gostaria de vos dizer que a Igreja, «advogada da jus-
tiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualda-
des sociais e económicas, que clamam aos céus» (Documento de
Aparecida, 395), deseja oferecer a sua colaboração a cada iniciativa
que possa significar um verdadeiro desenvolvimento de cada e de
todo o homem. Caros amigos, é certamente necessário dar pão a
quem tem fome; é um ato de justiça. Mas há ainda uma fome mais
profunda, a fome de uma felicidade que só Deus pode saciar. Fome
de dignidade.
Discurso no Rio de Janeiro por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude, 25 de julho de 2013
O VALOR DA SOLIDARIEDADE
O fenómeno do desemprego — da falta e da perda de trabalho —
tem vindo a alastrar como uma mancha de óleo em vastas zonas do
Ocidente, e vão -se assim alargando, de modo preocupante, as fron-
teiras da pobreza. E gostaria de sublinhar que não há pior pobreza
material do que aquela que não permite às pessoas ganharem o
seu pão e as priva da dignidade do trabalho. A partir de agora, esse
«algo que não funciona» já não diz apenas respeito ao Sul do mun-
do, mas a todo o planeta. Daí a necessidade premente de «repensar
a solidariedade», não já como simples assistência prestada aos mais
pobres, mas antes repensamento global de todo o sistema, busca de
caminhos para reformá -lo e corrigi -lo de modo coerente em relação
aos direitos fundamentais do homem, de todos os homens. Na pa-
lavra «solidariedade», que não é bem vista pelo mundo económico
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O AMOR É CONTAGIOSO
— como se fosse um palavrão —, há que devolver a sua merecida
cidadania social. A solidariedade já não é uma atitude, uma esmola,
mas, sim, um valor social. E reivindica a sua cidadania.
A crise atual não é apenas económica e financeira, mas tem as
suas raízes numa crise ética e antropológica. Seguir os ídolos do
poder, do lucro, do dinheiro, acima do valor da pessoa humana,
tornou -se norma fundamental de funcionamento e critério decisi-
vo de organização. Temo -nos esquecido, e continuamos a não nos
lembrarmos, de que, acima dos negócios, da lógica e dos parâme-
tros de mercado, está o ser humano e tudo aquilo que é devido ao
homem enquanto homem, em virtude da sua dignidade profunda:
é preciso dar -lhe a possibilidade de viver de forma digna e de parti-
cipar ativamente no bem comum.
Devemos regressar à centralidade do homem, a uma visão mais
ética das atividades e das relações humanas, sem ter medo de per-
der seja o que for.
Discurso, 25 de maio de 2013
SOLIDARIEDADE E PARTILHA
Qual a origem da multiplicação dos pães? A resposta está no convi-
te feito por Jesus aos discípulos: «Dai -lhes vós mesmos…», «dar»,
partilhar. Que partilham os discípulos? O pouco que têm: cinco
pães e dois peixes. Mas são precisamente esses pães e esses pei-
xes que, nas mãos do Senhor, matam a fome a toda a multidão.
E são esses discípulos, perplexos frente à impotência dos seus
meios, à pobreza daquilo que podem pôr à disposição das pessoas,
que as mandam sentar -se e que — confiando na palavra de Jesus —,
distribuem os pães e os peixes que matam a fome da multidão.
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PAPA FRANCISCO
E isto diz -nos que na Igreja, mas também na sociedade, uma
palavra -chave da qual não devemos ter medo é «solidariedade», ou
seja, saber colocar à disposição de Deus aquilo que temos, as nos-
sas humildes capacidades, porque só na partilha e no dom a nossa
vida será fecunda e dará fruto. Solidariedade: uma palavra malvista
pelo espírito mundano!
Esta noite, mais uma vez, o Senhor reparte por nós o pão que é o
seu Corpo, Ele próprio se faz dom. E também nós experimentamos
a «solidariedade de Deus» para com o homem, uma solidariedade
que nunca se esgota, uma solidariedade que nunca deixa de nos as-
sombrar: Deus faz -se próximo de nós no sacrifício da Cruz, baixa-
-se, entrando nas trevas da morte para nos dar a sua vida, e assim
vence o mal, o egoísmo e a morte. Esta noite, Jesus também se dá
a nós na Eucaristia, partilha connosco o caminho, ou antes, faz -se
alimento, o verdadeiro alimento que sustenta a nossa vida, inclusi-
ve nos momentos em que o caminho se torna duro e os obstáculos
nos retardam os passos. E, na Eucaristia, o Senhor faz -nos percorrer
o seu caminho, o caminho do serviço, da partilha, do dom: e o pou-
co que temos, o pouco que somos, se for partilhado, torna -se rique-
za, porque o poder de Deus, que é o poder do amor, desce até nós,
à nossa pobreza para transformá -la.
Homilia, 30 de maio de 2013
A SOLIDARIEDADE GERA JUSTIÇA
A Igreja, guiada pelo Evangelho da misericórdia e do amor ao
ser humano, escuta o clamor por justiça e deseja responder -lhe
com todas as suas forças. Neste contexto, compreende -se o pedi-
do de Jesus aos seus discípulos: «Dai -lhes vós mesmos de comer»
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O AMOR É CONTAGIOSO
(Marcos 6,37), o que implica tanto a colaboração para resolver as
causas estruturais da pobreza e para promover o desenvolvimen-
to integral dos pobres como os gestos mais simples e quotidianos
de solidariedade frente às misérias muito concretas com que nos
deparamos. A palavra «solidariedade» está um pouco gasta e por
vezes é mal interpretada, mas continua a albergar muito mais do
que alguns atos esporádicos de generosidade. Requer a criação de
uma nova mentalidade que pense em termos de comunidade,
de prioridades da vida para todos em relação à apropriação dos
bens por parte de alguns.
A solidariedade é uma reação espontânea de quem reconhece a
função social da propriedade e o destino universal dos bens como
realidades anteriores à propriedade privada. A posse privada dos
bens justifica -se para que estes sejam guardados e postos a render
de modo que melhor sirvam o bem comum, pelo que a solidarie-
dade deve ser vivida como a decisão de restituir ao pobre aquilo
que lhe corresponde. Estas convicções e práticas de solidariedade,
quando se fazem carne, abrem caminho a outras transformações
estruturais, tornando -as possíveis. Uma mudança de estruturas
que não motive novas convicções e atitudes fará com que essas
mesmas estruturas, mais cedo ou mais tarde, se tornem corruptas,
pesadas e ineficazes.
Evangelii gaudium, n.os 188 ‑189
NINGUÉM É EXONERADO DA SOLIDARIEDADE
Ninguém deveria dizer que se mantém afastado dos pobres por-
que as suas opções de vida implicam prestar mais atenção a ou-
tras incumbências. Esta é uma desculpa frequente nos ambientes
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PAPA FRANCISCO
académicos, empresariais ou profissionais, e até eclesiais. Embora
se possa dizer, de um modo geral, que a vocação e a missão pró-
prias dos fiéis leigos são a modificação das diversas realidades
terrenas para que cada atividade humana seja transformada pelo
Evangelho, ninguém se pode sentir isento da preocupação pelos
pobres e pela justiça social: «A conversão espiritual, a intensidade
do amor a Deus e ao próximo, o zelo pela justiça e pela paz, o sig-
nificado evangélico dos pobres e da pobreza, são pedidos a todos.»
Receio que também estas palavras sejam apenas objeto de alguns
comentários, sem uma verdadeira incidência prática. Não obstante,
confio na abertura e nas boas intenções dos cristãos, e peço -vos que
procureis, comunitariamente, novos caminhos para acolher esta
proposta renovada.
Evangelii gaudium, n.° 201
FRATERNIDADE
A fraternidade é uma dimensão essencial do homem, que é um ser
relacional. A consciência viva desta relacionação faz -nos ver e tratar
cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão;
sem ela, torna -se impossível a construção de uma sociedade justa e
a implementação de uma paz sólida e duradoura.
A fraternidade gera paz social porque cria um equilíbrio entre
liberdade e justiça, entre responsabilidade pessoal e solidariedade,
entre bem individual e bem comum. Uma comunidade política
deve, portanto, agir de modo transparente e responsável, de modo
a favorecer tudo isso. Os cidadãos devem sentir -se representados
pelos poderes públicos no respeito da sua liberdade. No entan-
to, sucede muitas vezes o contrário: entre cidadão e instituições,
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O AMOR É CONTAGIOSO
geram -se interesses partidários que deformam essa relação, propi-
ciando a criação de um ambiente altamente conflituoso.
Um autêntico espírito de fraternidade vence esse egoísmo in-
dividual que impede as pessoas de viverem em liberdade e har-
monia entre si. Tal egoísmo desenvolve -se socialmente tanto nas
múltiplas formas de corrupção, hoje difundidas de modo quase
capilar, como na formação das organizações criminosas, dos pe-
quenos grupos às organizações à escala global, que, minando em
profundidade a legalidade e a justiça, atingem em cheio a digni-
dade da pessoa. Essas organizações ofendem gravemente a Deus,
lesam os irmãos e danificam a criação, e mais ainda quando têm
conotações religiosas.
Mensagem para a XLVII Jornada Mundial da Paz, 1 de janeiro de 2014
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DIGNIDADE
No trabalho livre, criativo, participativo e solidário, o ser humano exprime
e reforça a dignidade da própria vida.Evangelii gaudium, n.° 192
A CULTURA DA VIDA
As coisas têm um preço e são transacionáveis, mas a dig-
nidade faz parte das pessoas, estas valem mais do que as
coisas e não têm preço. Muitas vezes deparamo -nos com
situações em que aquilo que menos vale é, claramente, a vida. Por
isso a atenção à vida humana na sua totalidade tornou -se, nos últi-
mos tempos, uma verdadeira prioridade do Magistério da Igreja,
em particular nos especialmente indefesos, isto é, os deficientes,
os doentes, os nascituros, as crianças, os idosos, ou seja, aqueles
cuja vida está mais vulnerável. No ser humano mais frágil, cada
um de nós é convidado a reconhecer o rosto do Senhor, que na sua
carne humana experimentou a indiferença e a solidão a que muitas
vezes condenamos os mais pobres, tanto nos países em vias de de-
senvolvimento, como nas sociedades abastadas. Cada criança por
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O AMOR É CONTAGIOSO
nascer, mas condenada injustamente a ser abortada, tem o rosto de
Jesus Cristo, tem o rosto do Senhor, que, ainda antes de nascer, ou
mal acabada de nascer, experimentou a rejeição do mundo. E cada
idoso — já falei da criança, vejamos agora os idosos, outro ponto!
— e cada idoso, mesmo que esteja no fim dos seus dias, traz em si
o rosto de Cristo.
Sede testemunhas e difusores desta «cultura da vida». O vosso
ser católicos implica uma maior responsabilidade: antes de mais,
para convosco mesmos, pelo empenho de coerência em relação à vo-
cação cristã; depois, para com a cultura contemporânea, de modo
a ajudar a reconhecer na vida humana a dimensão transcendente,
o cunho da obra criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua
conceção. Trata -se de um empenho na nova evangelização que obriga
muitas vezes a caminhar contra a corrente, à própria custa. O Senhor
também conta convosco para difundir o «evangelho da vida».
Não existe uma vida humana mais sagrada do que outra, tal
como não existe uma vida humana qualitativamente mais signifi-
cativa do que outra.
Discurso, 20 de setembro de 2013
A DIGNIDADE HUMANA CONSTITUI A BASE DA SOCIEDADE
A dignidade de cada pessoa e o bem comum são questões que deve-
riam estruturar toda a política económica, mas, por vezes, parecem
apêndices adicionados como fachada para completar um discurso
político sem perspetivas nem programas de verdadeiro desenvol-
vimento integral. Quantas palavras se tornaram incómodas para o
sistema atual! Incomoda que se fale de ética, incomoda que se fale
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PAPA FRANCISCO
de solidariedade mundial, incomoda que se fale de distribuição dos
bens, incomoda que se fale de defender os postos de trabalho, inco-
moda que se fale da dignidade para os débeis, incomoda que se fale
de um Deus que exige um empenho na justiça. Noutras ocasiões,
essas palavras tornam -se objeto de uma manipulação oportunista
que as desonra. A cómoda indiferença perante estas questões esva-
zia a nossa vida e essas palavras de qualquer significado. A vocação
de um empresário é um trabalho nobre, sempre que se deixe in-
terrogar por um significado mais lato da vida; isso permitir -lhe -á
servir verdadeiramente o bem comum, com o seu esforço por mul-
tiplicar e tornar mais acessíveis para todos os bens deste mundo.
Evangelii gaudium, n.° 203
A DIGNIDADE DO TRABALHO
O trabalho é algo mais do que ganhar o pão: o trabalho confere -nos
dignidade! Quem trabalha é digno, tem uma caraterística especial,
uma dignidade de pessoa: o homem e a mulher que trabalham são
dignos.
Quem não trabalha, portanto, não tem essa dignidade. Todavia,
há muitas pessoas que querem trabalhar e não podem. E isso é um
peso para a nossa consciência, porque, quando a sociedade está or-
ganizada de tal modo que nem todos têm a possibilidade de traba-
lhar, de ser «ungidos» com a dignidade do trabalho, essa sociedade
não funciona: não é justa! Vai contra a vontade de Deus, que quis
que a nossa dignidade começasse por aí.
O próprio Jesus, na Terra, também trabalhou muito na oficina
de S. José, e depois continuou a trabalhar, até à Cruz. Fez aquilo
que o Pai lhe tinha mandado fazer. Hoje penso em tantas pessoas
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O AMOR É CONTAGIOSO
que trabalham e que transportam em si essa dignidade…. Dêmos
graças ao Senhor! E tomemos consciência de que a dignidade não
nos é dada pelo poder, pelo dinheiro, pela cultura, não…! A digni-
dade é -nos dada pelo trabalho, mesmo que a sociedade não permita
que todos trabalhem.
Alguns sistemas sociais, políticos e económicos, em várias par-
tes do mundo, basearam a sua organização na exploração, isto é,
optaram por não pagar o que é justo e por tentar obter o máximo
lucro a todo o custo, aproveitando o trabalho dos outros, embora
sem se preocuparem minimamente com a dignidade deles. Isso
vai contra Deus!
Chegámos ao ponto de não termos consciência desta dignidade
da pessoa, desta dignidade do trabalho. Hoje, porém, as figuras de
S. José, de Jesus, de Deus, que trabalham, mostram -nos o caminho
para se chegar à dignidade.
Meditação matinal na capela da Domus Sanctae Marthae, 1 de maio de 2013
TRABALHO E DESEMPREGO
O trabalho é uma realidade essencial para a sociedade, para as famí-
lias e para os indivíduos. Esse trabalho, com efeito, diz diretamente
respeito à pessoa, à sua vida, à sua liberdade e felicidade. O valor
principal do trabalho é o bem da pessoa humana, porque a realiza
como tal, através das suas atitudes e capacidades intelectuais, cria-
tivas e manuais. Disso deriva que o trabalho não tem apenas uma
finalidade económica lucrativa, mas sobretudo uma finalidade que
interessa o homem e a sua dignidade. A dignidade do homem está
ligada ao trabalho.
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PAPA FRANCISCO
Se falta o trabalho, essa dignidade é ferida! Com efeito, quem
está desempregado ou subempregado, corre o risco de ser posto
à margem da sociedade, de se tornar vítima de exclusão social.
Acontece muitas vezes que as pessoas sem trabalho — penso so-
bretudo nos inúmeros jovens hoje desempregados — caem no de-
sânimo crónico ou, pior ainda, na apatia.
Que podemos dizer perante o gravíssimo problema do desem-
prego que preocupa vários países europeus? É a consequência de
um sistema económico que já não é capaz de criar trabalho, porque
colocou no centro um ídolo, que se chama dinheiro! Portanto, os di-
versos sujeitos políticos, sociais e económicos são chamados a favo-
recer uma postura diferente, baseada na justiça e na solidariedade.
O trabalho é um bem de todos, que deve estar disponível para
todos. Os períodos de graves dificuldades e de desemprego devem
ser enfrentados com instrumentos como a criatividade e a solida-
riedade. A criatividade de empresários e artífices corajosos, que
olhem o futuro com confiança e esperança. E a solidariedade entre
todos os membros da sociedade, que renunciem a alguma coisa,
que adotem um estilo de vida mais sóbrio, para ajudar quantos se
encontram em condições de necessidade.
Discurso, 20 de março de 2014
DIGNIDADE E JUSTIÇA
O sofrimento que deriva da falta de trabalho leva -te — desculpai
se sou um pouco brusco, mas digo a verdade — a sentires -te sem
dignidade! Onde não há trabalho, falta a dignidade! E isso não é
um problema da Sardenha, de Itália ou de alguns países da Europa,
é a consequência de uma opção mundial, de um sistema económico
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O AMOR É CONTAGIOSO
que conduz a essa tragédia; um sistema económico que tem no
centro um ídolo chamado dinheiro.
Quis Deus que no centro do mundo não estivesse um ídolo,
mas o Homem, o homem e a mulher, que, com o seu trabalho,
levem por diante o mundo.
Mas pensa num mundo onde os jovens — duas gerações de
jovens — não têm trabalho. Esse mundo não tem futuro. Porquê?
Porque eles não têm dignidade! É difícil ter dignidade sem tra-
balhar. É este o vosso sofrimento aqui. Esta é a oração que vós
gritáveis há pouco: «Trabalho», «Trabalho», «Trabalho». É uma
oração necessária. Trabalho quer dizer dignidade, trabalho quer
dizer levar o pão para casa, trabalho quer dizer amar! Para defen-
der este sistema económico idolátrico instaura -se a «cultura do
descarte»: descartam -se os avós e descartam -se os jovens. E nós
devemos dizer «não» a esta «cultura do descarte». Devemos dizer:
«Queremos um sistema justo! Um sistema que nos faça seguir a
todos em frente.» Devemos dizer: «Nós não queremos este sistema
económico globalizado, que nos faz tanto mal!» No centro devem
estar o homem e a mulher, como Deus quer, e não o dinheiro!
Discurso, 22 de setembro de 2013
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ACOLHIMENTO
O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade, são elementos que tornam a nossa
civilização verdadeiramente humana.Homilia no Rio de Janeiro por ocasião da
XXVIII Jornada Mundial da Juventude, 27 de julho de 2013
ACOLHER E SERVIR
Servir. O que significa isso? Servir significa acolher com soli-
citude a pessoa que chega; significa inclinar -se sobre quem
precisa e estender -lhe a mão, sem calculismos, sem temor,
com ternura e compreensão, como Jesus quando se inclinou para
lavar os pés aos apóstolos. Servir significa trabalhar ao lado dos
mais necessitados, estabelecer com eles, antes de mais, relações
humanas, de proximidade, ligações de solidariedade. Solidariedade,
essa palavra que mete medo ao mundo desenvolvido. Tentam não
a dizer. Solidariedade é quase um palavrão para eles. Mas é a nossa
palavra! Servir significa reconhecer e acolher os pedidos de justiça e
de esperança, e procurar juntos caminhos concretos de libertação.
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O AMOR É CONTAGIOSO
Os pobres também são mestres privilegiados do nosso conhe-
cimento de Deus; a sua fragilidade e a sua simplicidade desmas-
caram os nossos egoísmos, as nossas falsas seguranças, as nossas
pretensões de autossuficiência, e conduzem -nos à experiência da
proximidade e da ternura de Deus, a receber na nossa vida o seu
amor, a sua misericórdia de Pai que, com discrição e paciente con-
fiança, cuida de nós, de todos nós.
Sirvo -me só a mim mesmo ou sei servir os outros como Cristo,
que veio para servir até dar a sua própria vida? Olho nos olhos aque-
les que pedem justiça ou desvio o olhar para o outro lado, para não
os olhar nos olhos?
Discurso, 10 de setembro de 2013
OS CONVENTOS, LUGARES DE ACOLHIMENTO
O Senhor chama a viver com mais coragem e generosidade o
acolhimento nas comunidades, nas casas, nos conventos vazios.
Caríssimos religiosos e religiosas, os conventos vazios não servem
a Igreja se forem transformados em hotéis para ganhar dinheiro.
Os conventos vazios não são vossos, pertencem à carne de Cristo,
que são os refugiados. O Senhor chama a viver com mais coragem e
generosidade o acolhimento nas comunidades, nas casas, nos con-
ventos vazios. Certamente não é simples, é necessário ter critério e
responsabilidade, mas também coragem. Fazemos já muito, talvez
sejamos chamados a fazer mais, acolhendo e partilhando aquilo
que a Providência nos deu para servir. Há que superar a tentação
da mundanidade espiritual, aproximando-nos das pessoas simples
e, sobretudo, dos últimos de entre todos. Precisamos de comunida-
des solidárias, que vivam o amor de modo concreto!
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PAPA FRANCISCO
Em cada dia, aqui e noutros centros, muitas pessoas, com pre-
dominância dos jovens, põem -se na fila para receber uma refeição
quente. Essas pessoas recordam -nos sofrimentos e dramas da hu-
manidade. Essa fila, porém, também nos diz que todos podemos
fazer alguma coisa agora. Basta bater à porta e tentar dizer: «Estou
aqui. Como posso dar uma mãozinha?»
Discurso, 10 de setembro de 2013
A CULTURA DO DESCARTE E DO ACOLHIMENTO
A sociedade, infelizmente, está contaminada pela cultura do «des-
carte», que se opõe à cultura do acolhimento. E as vítimas da cul-
tura do descarte são, precisamente, as pessoas mais débeis, mais
frágeis. Nesta Casa, pelo contrário, vejo a cultura do acolhimen-
to em ação. É certo que aqui nem tudo será perfeito, mas todos
colaboram juntos para tornar digna a vida de pessoas com graves
dificuldades. Obrigado por este sinal de amor que nos ofereceis:
este é o sinal da verdadeira civilização, humana e cristã! Colocar no
centro da atenção social e política as pessoas mais desfavorecidas!
Às vezes, porém, as famílias ficam sozinhas a cuidar de si próprias.
Que fazer? Deste lugar onde se vê o amor concreto, digo a todos:
multipliquemos as obras fundadas na cultura do acolhimento,
obras animadas, sobretudo, por um profundo amor cristão, amor
a Cristo Crucificado, à carne de Cristo, obras em que se unem o
profissionalismo, o trabalho qualificado e justamente remunerado,
e o voluntariado, um tesouro precioso.
Servir com amor e ternura as pessoas que têm muita neces-
sidade de ajuda faz -nos crescer em humanidade, porque elas são
verdadeiros recetáculos de humanidade. S. Francisco era um jovem
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O AMOR É CONTAGIOSO
rico, tinha ideais de glória, mas Jesus, na pessoa daquele leproso,
falou -lhe em silêncio, e transformou -o, fê -lo entender aquilo que
presta verdadeiramente na vida: não as riquezas, a força das armas,
a glória terrena, mas a humildade, a misericórdia, o perdão.
Discurso, 4 de outubro de 2013
A IGREJA QUE ACOLHE
Na Igreja, o Deus que encontramos não é um juiz desapiedado,
mas é como o Pai da parábola evangélica. Tu podes ser como o
filho que deixou a sua casa, que tocou o fundo do afastamento
de Deus. Quando tens forças para dizer: quero voltar para casa,
encontrarás a porta aberta, Deus vem ao teu encontro, porque está
sempre à tua espera, Deus espera sempre por ti, Deus abraça -te,
beija -te e faz festa. Assim é o Senhor, assim é a ternura do nosso
Pai celeste.
O Senhor quer que façamos parte de uma Igreja que sabe abrir
os braços para acolher a todos, que não é a casa de poucos, mas de
todos; onde todos podem ser renovados, transformados, santifica-
dos pelo seu amor, os mais fortes e os mais débeis, os pecadores,
os indiferentes, aqueles que se sentem desanimados e perdidos.
A Igreja oferece a todos a possibilidade de percorrerem o caminho
da santidade, que é o caminho do cristão: faz -nos encontrar Jesus
Cristo nos sacramentos, sobretudo na Confissão e na Eucaristia,
comunica -nos a Palavra de Deus, faz -nos viver na caridade, no
amor de Deus para com todos. Interroguemo -nos, então: porven-
tura deixamo -nos santificar? Somos uma Igreja que chama e acolhe
de braços abertos os pecadores, que infunde coragem e esperança,
ou somos uma Igreja fechada em si mesma? Somos uma Igreja em
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PAPA FRANCISCO
que se vive o amor de Deus, em que se presta atenção ao outro,
em que rezamos uns pelos outros?
Cada cristão é chamado à santidade, e esta não consiste antes
de mais em fazer coisas extraordinárias, mas em deixar Deus atuar.
É o encontro da nossa debilidade com a força da sua graça, é ter
confiança na sua ação, que nos permite viver na caridade, fazer
tudo com alegria e humildade, para glória de Deus e ao serviço do
próximo.
Audiência geral, 2 de outubro de 2013
ACOLHER O MIGRANTE
Não se pode reduzir o desenvolvimento ao mero crescimento
eco nómico, alcançado, muitas vezes, sem olhar às pessoas mais
débeis e indefesas. O mundo só pode melhorar se a atenção pri-
mordial se dirigir à pessoa, se a promoção da pessoa for integral,
em todas as suas dimensões, inclusive a espiritual; se ninguém
for negligenciado, incluindo os pobres, os doentes, os presos, os
carenciados, os forasteiros (cf. Mateus 25,31 -46); se formos capazes
de passar de uma cultura do descarte para uma cultura do encontro
e do acolhimento.
Trata -se, então, de ver — nós, em primeiro lugar —, e de ajudar
os outros a ver no migrante e no refugiado não só um problema a
enfrentar, mas um irmão e uma irmã a acolher, respeitar e amar,
uma ocasião que a Providência nos dá de contribuirmos para a cons-
trução de uma sociedade mais justa, de uma democracia mais com-
pleta, de um país mais solidário, de um mundo mais fraterno e de
uma comunidade cristã mais aberta, segundo o Evangelho. As mi-
grações podem fazer nascer possibilidades de nova evangelização,
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O AMOR É CONTAGIOSO
abrir espaços ao crescimento de uma nova humanidade, prenun-
ciada no mistério pascal: uma humanidade para a qual toda a terra
estrangeira é pátria, e toda a pátria é terra estrangeira.
Caros migrantes e refugiados! Não percais a esperança de que
também para vós esteja reservado um futuro mais seguro, que nos
vossos caminhos possais encontrar uma mão estendida, que vos
seja concedido experimentar a solidariedade fraterna e o calor da
amizade!
Mensagem para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, 5 de agosto de 2013
O ACOLHIMENTO CRISTÃO
Os cristãos que pedem nunca devem encontrar portas fechadas.
As igrejas não são escritórios onde se apresentam documentos e
certificados, pedindo para entrar na graça de Deus. Não devemos
instituir o oitavo sacramento, o da alfândega pastoral!
Temos a tentação de nos apoderarmos e apropriarmos do
Senhor. Vejamos, por exemplo, o caso de uma jovem mãe que vai
à igreja da sua paróquia e que pede para batizar o seu filho, ou-
vindo da boca de um cristão ou de uma cristã: «Não, não podes,
tu não és casada.» Vede esta rapariga que teve a coragem de levar
por diante a sua gravidez e de não abortar: que encontra ela? Uma
porta fechada. E assim acontece a muitas. Isto não é um bom zelo
pastoral. Isto afasta do Senhor, não abre as portas. E assim, quando
nós estamos neste caminho, nesta atitude, não fazemos bem às
pessoas, ao povo de Deus. Jesus instituiu sete sacramentos, e nós,
com esta atitude, instituímos o oitavo, o sacramento da alfândega
pastoral.
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PAPA FRANCISCO
Jesus fica indignado quando vê estas coisas, afinal quem sofre
com isto? O seu povo fiel, as pessoas que Ele tanto ama. Jesus quer
que todos se aproximem dele. Pensemos no povo santo de Deus,
povo simples, que se quer aproximar de Jesus. E pensemos em
todos os cristãos de boa vontade que erram e que, em vez de abrir
uma porta, a fecham. E peçamos ao Senhor que todos aqueles que
se aproximam da Igreja encontrem as portas abertas para encon-
trar este amor de Jesus.
Meditação matinal na capela da Domus Sanctae Marthae, 25 de maio de 2013
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IGUALDADE
Todos nós somos iguais diante do Pai, absolutamente todos!
Discurso, 22 de setembro de 2013
TODOS NÓS SOMOS FILHOS DE DEUS
Como explica S. Paulo, a comunidade não pertence aos
apóstolos, mas são eles — os apóstolos — que pertencem
à comunidade; contudo, a comunidade inteira pertence a
Cristo!
Dessa pertença deriva que, nas comunidades cristãs — dio-
ceses, paróquias, associações, movimentos —, as diferenças não
podem contradizer o facto de todos nós, pelo Batismo, termos
a mesma dignidade: todos nós, em Jesus Cristo, somos filhos de
Deus. É esta a nossa dignidade: em Jesus Cristo, somos filhos
de Deus! Aqueles que receberam um ministério de liderança, de
pregação, de administração dos sacramentos, não se podem con-
siderar proprietários de poderes especiais, patrões, mas colocar-
-se ao serviço da comunidade, ajudando -a a percorrer com alegria
o caminho da santidade.
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PAPA FRANCISCO
E de quanta oração precisa um bispo, um cardeal, um padre, para
poderem ajudar o povo de Deus a seguir em frente! Digo «ajudar»,
ou seja, servir o povo de Deus, porque a vocação do bispo, do cardeal
e do papa é, precisamente, esta: serem servidores, servir em nome de
Cristo. Rezai por nós, para que sejamos bons servidores: bons servi-
dores, não bons patrões! Todos juntos, bispos, presbíteros, pessoas
consagradas e fiéis leigos, devemos dar testemunho de uma Igreja
fiel a Cristo, animada pelo desejo de servir os irmãos e disposta a ir,
com coragem profética, ao encontro das expectativas e das necessida-
des espirituais dos homens e das mulheres no nosso tempo.
Angelus, 23 de fevereiro de 2014
A TERRA É DE TODOS
Até os direitos humanos podem ser utilizados como justificação de
uma defesa exacerbada dos direitos individuais ou dos direitos dos
povos mais ricos. Respeitando a independência e a cultura de cada
nação, devemos recordar sempre que o planeta é de e para toda a
humanidade, e que o simples facto de se ter nascido num lugar
com menores recursos ou menos desenvolvido não justifica que al-
gumas pessoas vivam com menor dignidade. Devemos repetir que
os mais favorecidos devem renunciar a alguns dos seus direitos
para pôr os seus bens ao serviço de outros com maior liberalidade.
Para falar de modo apropriado dos nossos direitos, devemos alar-
gar mais o olhar e abrir os ouvidos ao grito de outros povos ou de
outras regiões do nosso país. Temos necessidade de crescer numa
solidariedade que permita a todos os povos chegarem com as suas
forças a ser artífices do seu destino, tal como cada ser humano é
chamado a desenvolver -se.
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O AMOR É CONTAGIOSO
Em cada lugar e circunstância, os cristãos, animados pelos seus
Pastores, são chamados a escutar o grito dos pobres.
Evangelii gaudium, n.° 190
DIREITOS DOS NASCITUROS
Os bebés nascituros são os mais indefesos e inocentes de todos
os seres; hoje querem negar[ -lhes] a dignidade humana a fim de
poderem fazer o que querem, tirando -lhes a vida e promovendo
legislações de modo que ninguém lho possa impedir.
A defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de
qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser huma-
no é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada
fase do seu desenvolvimento. Constitui um fim em si mesmo,
e nunca um meio para resolver outras dificuldades. Dissipando -se
essa convicção, já não restam fundamentos sólidos para a defesa
dos direitos humanos, vulneráveis às conveniências dos que de-
têm o poder. A razão é suficiente para reconhecermos o valor in-
violável de cada vida humana, mas, olhando -a também a partir da
fé, cada violação da dignidade pessoal do ser humano grita vingan-
ça diante de Deus e revela -se como ofensa ao Criador do homem.
Evangelii gaudium, n.° 213
SACRALIDADE DO INDIVÍDUO
Para partilharmos a nossa vida com as pessoas e para nos dar-
mos generosamente, também precisamos de reconhecer que cada
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PAPA FRANCISCO
pessoa é digna da nossa dedicação. Não pelo seu aspeto físico,
pelas suas capacidades, pela sua linguagem, pela sua mentalida-
de ou pelas satisfações que nos pode proporcionar, mas porque é
obra de Deus, sua criatura. Ele criou -a à sua imagem, e ela reflete
algo da sua glória. Cada ser humano é objeto da ternura infinita
do Senhor, e Ele próprio habita na sua vida. Jesus Cristo deu o seu
sangue precioso na cruz por essa pessoa. Para lá de qualquer apa-
rência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso afeto
e dedicação. Por isso, se eu conseguir ajudar uma única pessoa a
viver melhor, isso já é suficiente para justificar o dom da minha
vida. É maravilhoso sermos o povo fiel de Deus. E alcançamos ple-
nitude quando derrubamos os muros, e o nosso coração se enche
de rostos e de nomes!
Evangelii gaudium, n.° 274
OS PAPÉIS NA IGREJA
Se lermos o capítulo 12 da Primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios,
vemos que na Igreja não há grande nem pequeno: cada um tem a
sua função, a sua forma de ajudar o outro, a mão não pode existir
sem a cabeça, e assim sucessivamente. Todos nós somos membros,
e inclusive os vossos meios de comunicação, maiores ou menores,
são membros, harmonizados entre si pela sua vocação de serviço
na Igreja. Ninguém se deve sentir pequeno, demasiado pequeno
em relação a outro demasiado grande. Todos nós somos pequenos
diante de Deus, na humildade cristã, mas todos temos uma fun-
ção. Todos! Como na Igreja… Eu faria esta pergunta: quem é mais
importante na Igreja? O papa ou aquela velhinha que reza todos
os dias o terço pela Igreja? Deus que o diga: eu não o posso dizer.
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O AMOR É CONTAGIOSO
Mas cada um tem a sua importância nesta harmonia, porque a
Igreja é a harmonia da diversidade. O corpo de Cristo é essa harmo-
nia da diversidade, e Aquele que faz a harmonia é o Espírito Santo:
Ele é o mais importante de todos.
É preciso procurarmos a unidade e não nos deixarmos levar
pela lógica de que o peixe grande devora o pequeno.
Discurso, 22 de março de 2014
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PARTILHA
Ninguém se pode sentir isento da partilha com os pobres e da justiça social.
Publicado através da rede social Twitter, 26 de abril de 2014
AO SERVIÇO DO PRÓXIMO
Não se pode servir dois senhores: Deus e a riqueza. Deve-
mos prestar atenção a isto! Enquanto houver ganância e
cada um pensar apenas no seu próprio umbigo, nunca
haverá justiça no mundo. Se, pelo contrário, confiando na Provi-
dência de Deus, procurarmos juntos o seu Reino, então a ninguém
faltará o necessário para viver dignamente.
Um coração ocupado com a cobiça de possuir é um coração
cheio dessa cobiça, mas vazio de Deus. Por isso Jesus advertia vá-
rias vezes os ricos, porque, para eles, é forte o risco de colocar a pró-
pria segurança nos bens deste mundo; e a segurança, a segurança
definitiva, está em Deus.
Num coração possuído pelas riquezas, já não há muito espaço
para a fé: está completamente ocupado pelas riquezas, não há lugar
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O AMOR É CONTAGIOSO
para a fé. Se, pelo contrário, se dá a Deus o lugar que lhe compete,
ou seja, o primeiro lugar, então o seu amor leva -nos a partilhar in-
clusive as riquezas, a colocá -las ao serviço de projetos de solidarie-
dade e de desenvolvimento, como o demonstram tantos exemplos,
alguns deles recentes, da história da Igreja. E, assim, a providência
de Deus passa pelo nosso serviço aos outros, pela nossa partilha
com os outros. Se cada um de nós não acumula riquezas só para
si, mas as coloca ao serviço dos outros, nesse caso a Providência de
Deus torna -se visível nesse gesto de solidariedade. Se, pelo contrá-
rio, alguém acumula apenas para si, que lhe sucederá quando for
chamado por Deus? Não poderá levar as riquezas consigo, porque
— como sabeis — a mortalha não tem bolsos! É melhor partilhar,
porque nós só levamos para o Céu aquilo que tivermos partilhado
com os outros.
Angelus, 2 de março de 2014
A RIQUEZA DA PARTILHA
Nenhum esforço de «pacificação» será duradouro, não haverá
harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que mar-
ginaliza e que abandona na periferia uma parte de si mesma.
Uma sociedade assim empobrece -se, pura e simplesmente, a si
mesma, ou antes, perde algo essencial para si própria. Não per-
mitamos, não deixemos entrar no nosso coração a cultura do des-
carte! Porque, afinal, nós somos irmãos. Ninguém é descartável.
Recor demo -lo sempre: só quando somos capazes de partilhar
nos enriquecemos de verdade; tudo o que se partilha, multiplica-
-se! Pensemos na multiplicação dos pães concretizada por Jesus!
A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como
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PAPA FRANCISCO
esta trata quem é mais necessitado, quem não tem mais nada
além da sua pobreza!
Discurso no Rio de Janeiro por ocasião da XXVIII Jornada Mundial da Juventude, 25 de julho de 2013
OS DONS DO SENHOR
A parábola dos talentos faz -nos refletir sobre a relação entre a for-
ma como empregamos os dons recebidos de Deus e o regresso dele,
em que nos perguntará como os utilizámos (cf. Mateus 25, 14 -30).
Conhecemos bem a parábola: antes da partida, o Senhor entrega
a cada servo alguns talentos, para que sejam bem utilizados durante a
sua ausência. Ao primeiro, entrega cinco talentos, ao segundo, dois,
e ao terceiro, um. Enquanto o Senhor está fora, os dois primeiros
servos multiplicam os seus talentos — que são moedas antigas —,
enquanto o terceiro prefere enterrar o seu e entregá -lo, intacto,
ao Senhor. Ao regressar, o Senhor julga o que fizeram: louva os dois
primeiros, enquanto o terceiro é lançado nas trevas, porque mante-
ve o talento escondido por medo, fechando -se em si mesmo.
Um cristão que se fecha em si mesmo, que esconde tudo aqui-
lo que o Senhor lhe deu, é um cristão… bem, não é cristão! É um
cristão que não agradece a Deus tudo aquilo que Ele lhe deu! Isto
diz -nos que a espera pelo regresso do Senhor é um tempo da ação
— nós estamos no tempo da ação —, o tempo em que devemos
pôr a render os dons de Deus não para nós mesmos, mas para Ele,
para a Igreja, para os outros, o tempo de procurar sempre fazer
crescer o bem no mundo. E em particular neste tempo de crise,
hoje, é importante não nos fecharmos em nós mesmos, enterran-
do o nosso talento, as nossas riquezas espirituais, intelectuais,
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O AMOR É CONTAGIOSO
materiais e tudo aquilo que o Senhor nos deu, mas abrirmo -nos,
sermos solidários, estarmos atentos ao outro.
A vida não nos é dada para a conservamos ciosamente para nós
mesmos, mas para que a dêmos.
Audiência geral, 24 de abril de 2013
PARTILHAR COM OS IRMÃOS
Se todos nós formos egoístas, poderemos viver em comunhão e em
paz? Não. Por isso é necessário o amor que nos une. O mais pequeno
dos nossos gestos de amor tem efeitos benéficos para todos! Portanto,
viver a unidade na Igreja e a comunhão da caridade significa não pro-
curar o próprio interesse, mas partilhar os sofrimentos e as alegrias
dos irmãos (cf. 1 Coríntios 12, 26), dispostos a levar os fardos dos mais
débeis e dos mais pobres. Esta solidariedade fraterna não é uma fi-
gura de retórica, uma maneira de dizer, mas faz parte integrante da
comunhão entre os cristãos. Se a vivemos, somos no mundo o sinal
e «sacramento» do amor de Deus. Somo -lo uns para os outros e tam-
bém o somos para todos! Não se trata apenas daquela caridade insig-
nificante que podemos oferecer uns aos outros, trata -se de algo mais
profundo: é uma comunhão que nos torna capazes de entrar na ale-
gria e na dor alheia para as assumirmos sinceramente como nossas.
E muitas vezes estamos demasiado áridos, indiferentes, desli-
gados e, em vez de transmitirmos fraternidade, transmitimos mau
humor, frieza, egoísmo. E, com mau humor, frieza, egoísmo, não
se pode fazer crescer a Igreja; a Igreja só cresce com o amor que
vem do Espírito Santo.
Audiência geral, 6 de novembro de 2013
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PAPA FRANCISCO
A SANTA MISSA
Na Eucaristia, Cristo realiza sempre de novo o dom de si que consu-
mou na Cruz. Toda a sua vida é um ato de partilha total de si próprio
por amor; por isso gostava tanto de estar com os discípulos e com as
pessoas que ia conhecendo. Isso significava para Ele partilhar os seus
desejos, os seus problemas, aquilo que perturbava a sua alma e a sua
vida. Ora nós, quando participamos na Santa Missa, encontramo -nos
com homens e mulheres de todos os tipos: jovens, idosos, crianças;
pobres e pessoas abastadas; habitantes locais e forasteiros; pessoas
sozinhas ou acompanhadas por familiares… A Eucaristia que eu
celebro, porém, leva -me a ouvi -los a todos, de verdade, como irmãos
e irmãs? Faz crescer em mim a capacidade de me alegrar com quem
se alegra e de chorar com quem chora? Leva -me a ir ao encontro dos
pobres, dos doentes, dos marginalizados? Ajuda -me a reconhecer ne-
les o rosto de Jesus? Todos nós vamos à Missa porque amamos Jesus
e queremos partilhar, na Eucaristia, a sua paixão e ressurreição. Mas
será que amamos como Jesus quer aqueles irmãos e aquelas irmãs
mais necessitados? Por exemplo, em Roma, nestes dias, temos visto
tantos problemas sociais provocados pela chuva, que causou tantos
estragos em bairros inteiros, ou pela falta de trabalho, consequência
da crise económica mundial. Interrogo -me, e cada um de nós deve
interrogar -se: como vivo isto, eu, que vou à Missa? Preocupo -me em
ajudar, em aproximar -me, em rezar por aqueles que têm este pro-
blema? Ou sou um pouco indiferente? Ou preocupo -me antes com
mexericos: «Viste como aquela está vestida, ou como aquele está
vestido?» Às vezes faz -se isto, depois da Missa, e não se deve fazer!
Devemos preocupar -nos com os nossos irmãos e irmãs que têm ne-
cessidades por causa de uma doença, de um problema.
Audiência geral, 12 de fevereiro de 2014
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O AMOR É CONTAGIOSO
A PIEDADE
Se o dom da piedade nos faz crescer na relação e na comunhão
com Deus e nos leva a viver como seus filhos, ao mesmo tem-
po ajuda -nos a derramar esse amor também sobre os outros e a
reconhecê -los como irmãos. E então, seremos movidos por senti-
mentos de piedade — não de pietismo! — para com aqueles que
estão ao nosso lado e com quem nos encontramos em cada dia.
Porque digo não de pietismo? Porque alguns pensam que ter pieda-
de é fechar os olhos, fazer cara de santinho, fingindo ser um santo.
Em piemontês costumamos dizer: «mugna quacia», cara de águas
paradas. Isso não é o dom da piedade. O dom da piedade signifi-
ca sermos verdadeiramente capazes de nos alegrarmos com quem
está alegre, de chorar com quem chora, de estar perto de quem está
sozinho ou angustiado, de corrigir quem está no erro, de consolar
quem está aflito, de acolher e socorrer quem precisa. Há uma rela-
ção muito íntima entre o dom da piedade e a mansidão. O dom da
piedade, que o Espírito Santo nos dá, faz -nos mansos, tranquilos,
pacientes, em paz com Deus, ao serviço dos outros, com mansidão.
Audiência geral, 4 de junho de 2014
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ÍNDICE
PRIMEIRA PARTE
A JUSTIÇA DO HOMEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
SOLIDARIEDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
A cultura da solidariedade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
O valor da solidariedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
Solidariedade e partilha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
A solidariedade gera justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
Ninguém é exonerado da solidariedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Fraternidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
DIGNIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
A cultura da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
A dignidade humana constitui a base da sociedade. . . . . . . . . . . .19
A dignidade do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Trabalho e desemprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Dignidade e justiça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
ACOLHIMENTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Acolher e servir. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Os conventos, lugares de acolhimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
A cultura do descarte e do acolhimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
A Igreja que acolhe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
Acolher o migrante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
O acolhimento cristão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
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IGUALDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Todos nós somos filhos de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
A terra é de todos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32
Direitos dos nascituros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Sacralidade do indivíduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
Os papéis na Igreja. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34
PARTILHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
Ao serviço do próximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
A riqueza da partilha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Os dons do Senhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38
Partilhar com os irmãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
A Santa Missa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
A piedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
ENCONTRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
A cultura do encontro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Contra a intolerância. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
O encontro com Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
O encontro com Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
Os meios de comunicação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
O diálogo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
UNIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Cristãos e Hebreus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Unidade da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
A harmonia na Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Unidos na fé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52
Unidade e diversidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
POLÍTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Política e bem comum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
A missão dos políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56
O apoio da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57
A política é um dever . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58
Reabilitar a política. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59
miolo_O Amor e Contagioso_v9.indd 214 26/09/16 11:38
O desafio da diplomacia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Centralidade do homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
CRISTÃOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
O empenho do cristão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
A cultura cristã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
A união dos cristãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
O caráter concreto do amor cristão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65
O zelo do cristão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
A justiça dos cristãos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
SEGUNDA PARTE
AS INJUSTIÇAS DO MUNDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
POBREZA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71
A cultura do desperdício. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71
O escândalo da fome. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72
O ensinamento da pobreza. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Para eliminar a injustiça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
O grito da pobreza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75
O caminho da pobreza. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Combater a pobreza. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77
INDIFERENÇA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
A globalização da indiferença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
O hábito do sofrimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Contra a guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .81
A tentação da indiferença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Exame de consciência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83
A indiferença dos cristãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
O choro das crianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85
A justiça é uma responsabilidade humana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
MARGINALIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Crianças e idosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Combater a exclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
miolo_O Amor e Contagioso_v9.indd 215 26/09/16 11:38
A mentalidade do «descarte» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
A privação do amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Antissemitismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91
Ciganos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
CORRUPÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Pecadores e corruptos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
O pão sujo da corrupção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95
A dupla vida dos corruptos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Os cristãos corruptos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
A linguagem da corrupção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
As fissuras da corrupção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
DINHEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .101
Ou Deus, ou o dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .101
A ditadura da economia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
O rico sem nome . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
A superação do interesse individual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
A cultura do bem -estar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Riqueza e futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
VIOLÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
A injustiça provoca violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
A violência em África . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
O diálogo contra a violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .110
O renascimento de Caim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Guerra e economia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .112
A falsa paz do mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
O espírito da guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .114
A violência das palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
O drama da guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .116
MIGRAÇÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118
Pobreza e migrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118
As migrações forçadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .119
A Igreja e os refugiados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
miolo_O Amor e Contagioso_v9.indd 216 26/09/16 11:38
Um mundo melhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
O tráfico de seres humanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
A tragédia de Lampedusa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Migrações em massa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125
PERSEGUIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127
A rejeição da vida dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127
O ecumenismo do sofrimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Liberdade religiosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Os cristãos perseguidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Apelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Diálogo e tolerância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .132
TERCEIRA PARTE
A JUSTIÇA DE DEUS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135
AMOR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .137
A certeza do amor de Deus. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .137
Caridade para com o próximo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .138
O dinamismo do amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
A gratuidade do amor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
A lei do amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .141
O sinal do amor de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
PAZ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
Não existe paz sem justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
Pela paz na Síria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145
Da justiça nasce a paz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
A paz de Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Instrumentos de paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
O diálogo cria a paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Paz, armas, migrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Olhar para a cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Shalom, paz, salam!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
miolo_O Amor e Contagioso_v9.indd 217 26/09/16 11:38
PERDÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .153
Deus nunca se cansa de nos perdoar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .153
O dom do perdão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .154
O Senhor esquece . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
A confissão e o perdão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .156
A vergonha de pedir perdão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .157
MISERICÓRDIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159
A misericórdia é vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159
A misericórdia na Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
A carícia da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161
A misericórdia da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
A misericórdia em defesa dos direitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Deus não pede nada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
ESPERANÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .165
A esperança no Reino de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .165
O dom da esperança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
Esperança e pobreza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Os jovens e o futuro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
A esperança na mudança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Semear a esperança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
ALEGRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .171
A alegria do encontro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .171
A alegria completa de Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .172
Partilhar a alegria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .173
A alegria do cristão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
A alegria na família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .175
Alegria profunda e alegria mundana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .175
FÉ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .177
Fé e justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .177
A revolução da fé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .178
Fé e caridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
O caráter concreto da fé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
miolo_O Amor e Contagioso_v9.indd 218 26/09/16 11:38
A fé de Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181
Dar testemunho da fé. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
Fé para partilhar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .183
JESUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185
Fazer como Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185
A rejeição dos preconceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
No seguimento de Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .187
A cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
O convite de Jesus. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
Jesus connosco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Jesus e a dor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
Jesus e o serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .191
O caminho mostrado por Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
BÍBLIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194
A viúva que suplica ao juiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194
As Escrituras indicam o caminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .195
O bom samaritano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
O exemplo de Zaqueu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Tomé e as chagas de Jesus. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
A força da Palavra de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
As Bem -Aventuranças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
O cumprimento da Lei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
IGREJA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
O empenho da Igreja em prol da justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
A Igreja contra a pobreza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
A missão da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
Não a uma Igreja fechada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
A Igreja portadora de esperança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
Os consagrados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
O papel da Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
Uma Igreja que surpreende . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210
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O primeiro Papa de origem latino-americana nasceu em Buenos Aires, na Argentina, a 17 de dezembro de 1936. Filho de imigrantes italianos, que lhe deram o nome de Jorge Mario Bergoglio, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em 1958, tendo-se ordenado em 1969. Tornou-se bispo auxiliar em 1992 e arcebispo em 1998, sempre na diocese da sua cidade natal.
Proclamado cardeal pelo Papa João Paulo II no consistório de 2001, participou no conclave que elegeu Bento XVI como Sumo Pontífice. Após a renúncia deste, foi eleito seu sucessor, a 13 de março de 2013. O novo Papa tomou o nome de Francisco e assumiu desde logo um novo com-promisso de fé e de renovação social, com uma Igreja mais humilde.
PAPA FRANCISCOJORGE BERGOGLIO
O AMOR ÉCONTAGIOSO
PAPA FRANCISCOO EVANGELHO DA JUSTIÇA
Todos nós somos iguais diante do Pai,absolutamente todos!
Religião
I S B N 9 7 8 - 9 8 9 - 8 8 4 9 - 4 3 - 4
9 789898 849434
O Amor É Contagioso é um convite a uma meditação profunda sobre os temas mais
prementes da sociedade atual.
Nas palavras do Papa Francisco, cada um dos nossos atos tem uma consequência, e até o mais pequeno vestígio de injustiça e de maldade pode ser uma ameaça para o mundo.
Os insistentes apelos do Papa em defesa da dignidade e dos direitos humanos são o principal tema dos ensinamentos reunidos neste livro.
Não basta evitar a injustiça, se não se promove a justiça.
Com palavras genuínas de alerta, Sua Santidade ensina-nos a sermos misericordiosos, como Jesus foi quando perdoou aqueles que o crucificaram, e a recusarmos a justiça do «olho por olho, dente por dente».
Ser cristão é viver e testemunhar a fé mediante a oração,as obras de caridade, a promoção da justiça, a prática do bem.
Este é um evangelho de amor e de justiça que iluminará o leitor nas suas escolhas e ações
ao longo da vida.
«O negativismo é contagioso, mas também o positivismo o é; o desespero é contagioso,
mas também a alegria o é:não sigais pessoas negativas, continuai,
antes, a irradiar luz e esperança à vossa volta! E sabei que a esperança não engana,
nunca engana!»
«Qual a origemda multiplicação dos pães?
A resposta está no convite feito por Jesus aos discípulos: “Dai-lhes vós mesmos…”, “dar”,
partilhar. Que partilham os discípulos?O pouco que têm: cinco pães e dois peixes.
Mas são precisamente esses pães e esses peixes que, nas mãos do Senhor, matam
a fome a toda a multidão.»
«Não é a cultura do egoísmo e do individualismo, que muitas vezes regula
a nossa sociedade, aquela que constrói e que conduz a um mundo mais habitável; mas antes a cultura da solidariedade
e a capacidade de ver no outro, não um concorrente ou um número, mas um irmão.
E todos somos irmãos!»
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