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agosto de 2009 www.arauto.info circulação em Salto e Itu distribuição gratuita Arauto O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP Nº 8 Sabia que o Brasil participou da 2ª Guerra Mundial? Heróis esquecidos Pelas estradas da vida... A placa está em canteiros próximos aos acostamentos das rodovias: “Chapa”. Descubra como é o dia-a-dia desse profissional. pág.03 Baterista historiador pág.06 Barone, do Paralamas, é nosso entrevistado, pois sabe tudo sobre a 2ª Guerra Mundial. Aumente o som! Acompanhamos um grande festival de música da região. Também contamos como juntar rock pesado e orquestra. pág.07 E MAIS: “Moda do bem”: desfile com iniciativas sociais. Atual coroada fala sobre vida de miss. jornal CEUNSP pág.03 Leia no Jornal do CEUNSP A rainha vem ai... pág. 01 A futura Miss Salto ganhará bolsa de estudos e outros prêmios: inscrições abertas. Oportunidade pág.03 Conheça os novos cursos que funcionam sob a luz do sol. jornal CEUNSP pág.02 Carlos Oliveira / O Arauto LC Pesseudônimo / O Arauto

O Arauto 08

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O Arauto, Jornal-Laboratorio da FCA-CEUNSP. Edicao de agosto de 2009.

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agosto de 2009www.arauto.info

circulação em Salto e Itudistribuição gratuita Arauto

O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSPNº 8

Sabia que o Brasil participou da 2ª Guerra Mundial?

Heróis esquecidos

Pelas estradas da vida...A placa está em canteiros próximos aos acostamentos das rodovias: “Chapa”. Descubra como é o dia-a-dia desse profissional.

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Baterista historiador pág.06

Barone, do Paralamas, é nosso entrevistado, pois sabe tudosobre a 2ª Guerra Mundial.

Aumente o som!Acompanhamos um grande festival de música da região. Também contamos como juntar rock pesado e orquestra.

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E MAIS: “Moda do bem”: desfile com iniciativas sociais.

Atual coroada falasobre vida de miss.

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Leia no Jornal do CEUNSP

A rainha vem ai...pág. 01

A futura Miss Salto ganhará bolsa de estudos e outros prêmios: inscrições abertas.

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Conheça os novos cursosque funcionam sob

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DA MESA DO REDATOR pág.02O Arauto / ago.09

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Trabalho da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) do Centro Universitário Nossa Senhora do Pastrocínio (CEUNSP).Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez / Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos/ Redator Universitário: Jean-Frédéric Pluvinage.Colaboradores (Fotos): Bruno Oliveira, Carlos Oliveira, Luiz Carlos Pesseudonimo, Renan Teixeira. Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto S. Guimarães; Prof. Esp. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho.

Projeto da Agência Experimenta de Comunicação e Artes (AECA) da FCA: empresa O ARAUTO.Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro Coordenação da empresa: Prof. Esp. Pedro Courbassier.

Tiragem: 30.000 exemplares

Todos os textos são de responsabilidade de seus autores. Contatos: [email protected] Jornalista responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23.727).

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Moonwalker

“Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade.” A frase histórica de Neil Armstrong, dita em julho de 1969, mar-cou a chegada do homem na Lua. Passo que parecia indi-car um novo caminho, uma era de colonização contínua dos planetas ao nosso redor. Mas 40 anos depois, a reali-dade socioeconômica se im-pôs: explorações espaciais ainda têm um custo proibitivo (imagine a relação distância- tempo de viagem), um trans-porte de alto risco e destinos totalmente inóspitos para a manutenção de uma operante colônia humana.

Mas fica a lição: a famo-sa expedição da Apollo 11, tripulada por Armstrong, Edwin “Buzz” Aldrin e Micha-el Collins, foi mais do que uma tentativa de explorar o espa-ço. Foi a superação. Um mar-co na corrida espacial no auge da Guerra Fria, no qual os Es-tados Unidos e a União Sovi-ética tentavam mostrar supe-rioridade tecnológica como forma de superioridade po-liticoeconômica (capitalistas

1969: o homem chegou láx comunistas). Os soviéticos lançaram o primeiro ser vivo ao espaço, a cadela Laika, em 1957. Logo depois, em 1961, Yuri Gargarin foi o primeiro astronauta (ou ‘cosmonauta’ como são chamados na Rús-sia) a fazer uma viagem or-bital de menos de uma hora. Esse “passeio” amedrontou os norte-americanos, que criaram a Nasa, a fim de con-seguir “igualar a corrida”.

Foram os americanos que conseguiram alcançar pri-meiro o nosso satélite natu-ral. Conquista que ampliou limites e também desenvol-veu tecnologias: roupas mais duráveis, relógio digital/cris-tal líquido, teflon/não gruda com calor são apenas algu-mas dessas conquistas. Isso sem falar no purificador de água usado nas viagens, sem uso de cloro. Ironicamente, a tecnologia voltada para um ambiente hostil encontrou seu espaço na sociedade.

Hoje a exploração humana do espaço se encontra sem rumo. Há esperança de que a Nasa envie os primeiros ho-

mens para Marte. No aniver-sário de 40 anos da conquis-ta lunar, Armstrong, Aldrin e Collins defendem uma políti-ca espacial americana focada em uma missão de exploração humana em Marte. Segundo Aldrin, o planeta Marte pode abrigar uma colônia, devido a melhores condições para vi-das humanas do que na Lua.

Mas é um sonho que en-frenta muitos obstáculos. A Nasa tem sérios problemas logísticos e financeiros: ela precisa concluir a construção da Estação Espacial Interna-cional e quer aposentar os seus velhos ônibus espaciais até o final de 2010. No lugar dos ônibus será desenvolvida uma nova geração de cápsulas espaciais para levar o homem novamente à Lua. São tantos os obstáculos que membros de um comitê convocado pelo presidente Barack Obama su-gerem a privatização - ou par-cerias - do lançamento de car-ga para o espaço, para que se possa focar tempo e recursos apenas no desafio de levar se-res humanos para outros pla-netas.

- Na edição passada, um subtítulo da reportagem sobre a Lei de Imprensa acabou entrando na sessão especial sobre as eleições de 2010. Além de problemas com numeração de páginas.

- O Corderitu foi apresentado na reportagem sobre agitos escolares como um evento de poesia oral. O evento teve música ao vivo e o enfoque principal foi um jantar preparado pela Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos de Itu.

Por Jean Pluvinage

Caros leitores, bem-vindos ao segundo semestre de 2009. Semestre que promete ser ainda mais agitado na Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) do CEUNSP. Da consolidação da Agência Experimental de Comunicação e Artes (Aeca) - responsável por empresas e produtos que aproximam os estudantes da prática de mercado - à Semana de Comunicação e a segunda Mostra de Artes, teremos realmente muitos desafios e alegrias pela frente.

O Arauto segue sua trajetória, de servir como um ancoradouro de debates, porto de ideias e abrigo da prática do Jornalismo. Esta edição, por ser de “volta das férias”, não foi totalmente feita pelos alunos - em merecido descanso. Nem por isso deixamos de ter pautas cheias de energia, pensamento inovador e assuntos interessantes. E temos sim, sempre, o talento dos nossos estudantes.

Destaco o resgate histórico e humano com que o Robson tratou os pracinhas, os ex-combatentes brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Heróis de um passado esquecido. Temos também uma estrada nova, a de focar uma profissão presente nos nossos caminhos, mas pouco visitada: os chapas, estivadores de rodovias, trabalho do “Pessê”.

Não podemos nos esquecer de tradicionais espaços deste O Arauto, como o Contracultura, sempre trazendo novidades das artes e da tecnologia. Enfim, mesmo que a crise no Senado deixe você indignado, não vai faltar boa leitura e informação. Bom proveito!

Apresentando agosto

A Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) do CEUNSP firmou parceria com a Secretaria de Educação de Salto e a partir desta edição O Arauto será distribuído nas escolas da rede. Com isso, os alunos têm mais contato com os meios de comunicação, podem debater temas relevantes, praticar leitura. E os professores conquistam um material didático a custo zero. De início são 5 mil exemplares.

A iniciativa - aberta a outras prefeituras - faz parte do Projeto Prumus, que une universidade, produção cultural e poder público em medidas como abrir o campus para estudantes e moradores de regiões periféricas. “Trazemos para mexer nos equipamentos ou assistir um filme no cineclube pessoas que nunca tiveram acesso a isso”, explica o professor Edson Cortez, coordenador geral da FCA.

Chegando nas escolas de Salto

Os brasileiros informados andam escandalizados com o circo que se tornou o Senado Nacional. Acusações de atos ilícitos do presidente da casa, José Sarney (PMDB-AP) desencadearam uma onda de acusações e má educação e aquela certeza de que a coisa pública não vai bem.

Comentam os apreciadores da literatura, que tais incidentes fazem lembrar o que o grande escritor português Eça de Queiroz escreveu em um dia de inspiração: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.”

Literatura & Política

Conforme vem anunciando O Arauto, desde 7 de agosto o Estado de São Paulo tem nova legislação antifumo. Está proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo como bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. Mesmo os fumódromos em ambientes de trabalho e as áreas reservadas para fumantes em restaurantes ficam proibidos.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o fumo passivo é a terceira maior causa de mortes evitáveis no mundo. A medida acompanha uma tendência internacional de restrição ao fumo. Porém, o cigarro continua autorizado dentro das residências, das vias públicas e em áreas ao ar livre. Estádios de futebol também estão liberados, assim como quartos de hotéis, motéis e pousadas. A responsabilidade por garantir que os ambientes estejam livres de tabaco será dos proprietários dos estabelecimentos. Os fumantes não serão alvo da fiscalização.

Em caso de desrespeito à lei, o estabelecimento receberá multa, que será dobrada em caso de reincidência. Se o estabelecimento for flagrado uma terceira vez, será interditado por 48 horas. E, em caso de nova reincidência, a interdição será de 30 dias. Caso alguém se recuse a apagar o cigarro, a presença da polícia poderá ser solicitada.

Nova lei antifumo chegou

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Muitas vezes, viajando pe-las rodovias do Estado de São Paulo, nos deparamos com várias imagens à beira da estrada. Paisagens naturais ou construídas pelo homem, como restaurantes, postos de serviços e pedágios. Em al-guns pontos, observamos pla-cas com a palavra “chapa” e alguns homens ao redor. Esse detalhe pode não chamar a atenção de motoristas de car-ros de passeio mas, com cer-teza, aguça a visão dos moto-ristas de caminhões de médio e grande porte. Para eles, o chapa tem muita serventia. Se consultarmos alguns dicio-nários da Língua Portuguesa iremos encontrar diversas definições para a palavra. Chapa, por exemplo, pode ser a união de várias pessoas para concorrer a uma eleição. Ou um “local quente de fazer lanches”. Chapa pode ser ain-da um golpe de capoeira exe-cutado com a sola do pé ou uma peça chata e plana feita de metal. Também chamamos de chapa uma radiografia fei-ta em qualquer parte do cor-po. Mas o chapa das beiras de rodovias é a definição para os homens que ajudam cami-nhoneiros tanto a descarre-gar cargas como a indicar o caminho aos motoristas que nunca andaram pela região.

Com as dificuldades da

vida e a falta de qualificação profissional que o mercado de trabalho exige, surgiu essa atividade; uma profissão in-formal. Pesquisando sobre o assunto, nossa reportagem seguiu para a rodovia SP-75, no trecho entre Itu e Soroca-ba. Num determinado ponto

na entrada de Itu trabalham vários chapas. Uma das his-tórias de vida que O Arauto ouviu foi a de Gilberto San-tiago, de 46 anos. Separado e pai de quatro filhos (dois homens e duas mulheres, na faixa dos 15 a 20 anos), San-tiago estudou somente até a 4ª série do Ensino Funda-mental. Teve poucas oportu-nidades na vida. Por ter que começar a trabalhar desde cedo, não teve tempo de se dedicar a uma formação pro-fissional. Encontrou na pro-fissão de chapa o ganha-pão. “Eu trabalhei desde muito cedo. Quando tinha 13 anos comecei a trabalhar em um supermercado na cidade de Osasco. Fiquei lá até ter ida-de para prestar o serviço mi-litar. Quando sai do quartel, não encontrei trabalho e por indicação de amigos, comecei a trabalhar como movimen-tador de mercadorias: era esse o nome que era dado às pessoas que ajudavam a des-carregar e carregar cargas de caminhões”, relata.

Mesmo atuando em uma atividade sem muita exigên-cia de qualificação profis-sional, as dificuldades foram aparecendo. Mesmo assim, Santiago conseguiu comprar um terreno e construir sua casa. Contudo, a proximidade da capital e o aumento do nú-mero de chapas, fez com que o valor pago pelo trabalho ficasse menor. Dessa forma, tendo parentes em Itu, ele vendeu tudo na Grande São Paulo e seguiu para perto da família. “Em Osasco começou a juntar muito chapa e nosso rendimento foi diminuindo

cada vez mais. Já não dava mais para ficar lá e sustentar a família. Decidi vir para per-to de nossos parentes, onde vivo até hoje. Ao chegar à ci-dade, meu primeiro trabalho foi na antiga estação ferroviá-ria. Carregava e descarregava trens e caminhões.”

Como é - Quando pergun-tado sobre a rotina de traba-lho, Santiago descreve como sendo dias duros, pois a jor-nada começa de madrugada ainda, por volta das 4h, e não se sabe que temperatura vai enfrentar pelo resto do dia: frio, calor, chuva ou vento. E nem é possível saber para onde irá seguir: “Já viajei mui-to. Conheço vários estados do Brasil, coisa que se estivesse trabalhando em uma empre-sa nunca teria a oportunidade de conhecer. Nossa profissão tem a vantagem de nos levar a lugares diferentes. Mas tam-bém convivemos com vários riscos de morte. Eu tinha um amigo que morreu aqui onde estamos. Ele foi atravessar a pista e foi atropelado por um carro. Ele era pai de filhos gêmeos. Por sorte a pessoa que o atropelou indenizou a família, mas nem todos têm a mesma sorte de ser ampara-do numa hora como essa”, diz.

Riscos - Outro amigo de Santiago estava tirando a lona do caminhão, caiu e quebrou o pescoço. Não se sabe se a família dele recebeu alguma ajuda. E há mais riscos além de se machucar: ser vítima de assalto e sequestro - como já aconteceu com conhecidos do entrevistado. É mesmo um suspense, pois nem mesmo

se conhece quem é o motoris-ta (e as intenções dele) com quem se vai trabalhar. “Não sabemos se ele vai nos pagar ou mesmo trazer a gente de volta,” explica.

Um fato marcante, que

não sai da memória de San-tiago, foi o dia em que ele foi salvo enquanto tentava acer-tar um trabalho. Uma carreta desgovernada invadiu o can-teiro onde ficava: “Era por volta das 9h da manhã, está-vamos em cinco chapas, to-dos já haviam conseguido fre-te e apenas eu que não. Uma carreta parou para conversar e tentar acertar um trabalho comigo... de repente ouvi um barulho seguido de uma buzi-na de caminhão. Ao olhar para traz, me assustei com uma carreta desgovernada que in-vadiu o canteiro e passou em cima dos banquinhos onde fi-cávamos. Não sabia o que fa-zer. Agradeci a Deus por não estar sentado a espera de um caminhão, pois o que estava conversando não deu certo,” relembra Santiago.

Perspectivas - O chapa afirma que não deseja a mes-ma vida para os filhos e netos. “Eu quero que eles estudem e tenham profissões, ativida-des diferentes, com um futu-ro melhor. Essa atividade que exerço não tem nada a acres-centar na vida profissional de ninguém. De bom, apenas histórias para contar e mais nada. E histórias não enchem barriga,” finaliza Gilberto Santiago, que há 26 anos é chapa, uma atividade pouco conhecida de ganhar o pão.

Por Luiz Carlos Pesseudônimo Chapas:bico ou profissão

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ESPECIAL

Em 22 de agosto de 1942 o Brasil declarou guerra aos países do Eixo, aliança militar formada por Alemanha, Itália e Japão. Começou então um processo de treinamento dos soldados brasileiros, chama-dos pracinhas, que embarca-ram em 1944 para lutar na Itália. Foram enviados para guerra mais de 25 mil comba-tentes e entre eles estavam o ituano Martinho Ferreira Mo-reira e o saltense Heitor de Macedo. O primeiro foi para o litoral nordestino defender a costa brasileira e o Sr. Heitor foi para a Itália combater do lado dos aliados, aliança mili-

tar que combatia o Eixo e era liderada por Estados Unidos e Inglaterra.

Quando a Guerra começou,

em 1939, poucos imaginavam que o Brasil se envolveria no conflito. Todos ainda dige-riam as mudanças centraliza-doras de Getúlio Vargas e seu “Estado Novo”, implantado em 1937. Nessa época, Ge-túlio demonstrava crescen-te simpatia por Adolf Hitler e sistemas governamentais fascistas. No entanto, aconte-cimentos diversos forçaram o governo brasileiro a romper relações diplomáticas com os

alemães e mais tarde declarar guerra.

Uma dúvida - No inicio de 1942, submarinos alemães torpedearam várias embarca-ções brasileiras: 35 navios ao todo, dos quais 26 foram na costa brasileira e caribenha, deixando um saldo oficial de 845 mortos. “Aquilo é uma dúvida”, comenta o pracinha Heitor de Macedo. A des-confiança da qual fala o ex-combatente é que poderiam ter sido os norte-americanos a fazer os disparos para in-criminar os alemães e forçar o Brasil a entrar na guerra. Observação importante: os EUA desejavam usar a costa nordestina brasileira como base aérea e naval, já que os combates também se desen-rolavam no norte da África (geograficamente próximo ao nordeste brasileiro).

Seja como for, os ataques causaram grande indignação no povo brasileiro e diversos estabelecimentos alemães foram destruídos. Até o bem conhecido “Bar do Alemão”, em Itu, teve que mudar de nome. O mesmo acontecendo com os Palestras Itália, clubes que hoje são conhecidos por Cruzeiro e Palmeiras. Mani-festantes enfurecidos pediam uma atitude do Presiden-te Getúlio Vargas e exigiam

que ele declarasse guerra ao “Eixo”. O presidente cedeu às pressões populares e decla-rou, no dia 22 de agosto de 1942, estado de guerra em todo território nacional.

Heitor de Macedo, hoje

com 88 anos, tinha na época 24 e morava no Rio de Janei-ro. Já servia o Exército desde 1941. Seu regimento era o 1º e 3º Grupo de Artilharia Antiaérea. Quando foi para o campo de batalha serviu jun-to da 2º Bateria da Artilharia Pesada da Força Expedicio-nária Brasileira (FEB), incor-porada ao do IV Exército dos Aliados. Quando ele soube do combate, diz que fez questão de ir para a frente de batalha, mesmo tendo de omitir o fato de que era arrimo de família, já que isso, de acordo com os critérios do governo, o impe-diria de lutar na guerra.

Fome e abandono - Ao chegar à Itália, Macedo disse que o cenário era “desolador”. Segundo ele, a maioria dos homens italianos foi com-bater na Rússia e a fome era geral entre a população. Ha-via também prostituição em troca de comida ou cigarros. “Lembro que a minha mo-chila estava cheia de biscoi-tos e eu comecei a distribuir para as crianças e quase que me prendem, porque a or-

Por Robson Nascimento

GuerraFoi num agosto, depois de jogadas

as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o fim da 2ª Guerra Mundial.É quase impossível encontrar alguém

que não saiba algo desse triste e importante conflito – ou que não assistiu

a pelo menos um filme sobre o assunto. Mas é bem provável existir pessoas que

não saibam que brasileiros participaram com heroísmo das

lutas nos campos de batalha.

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dem do comando americano era de não nos envolvermos com os civis.” Na Itália, as di-ficuldades eram diversas e os alemães não foram os únicos nem o maior dos inimigos: os ex-combatentes concor-dam que o frio do inverno dos Montes Apeninos italia-nos (onde chega a registrar menos de 20º negativos) foi de fato o maior de todos os adversários. “Os próprios ita-lianos, onde estávamos, dizia que há muitos anos não ti-nha um inverno tão violento como aquele”, lembra Heitor. Macedo diz ainda que o frio era “tremendo” e a neve che-gava até os joelhos. “Eu ficava embaixo do Monte Castelo com meu canhão e mais 30 centímetros de gelo. Tenho até hoje o osso da perna do-endo por causa disso”, lembra o ex-soldado. “Você, que mora num país tropical, não sabe o quanto é violento aquele frio”, desafia.

Entrando em ação - Os

soldados brasileiros recebe-ram a incumbência de tomar o Monte Castelo, que deveria ser invadido pelo lado pedre-goso e era defendido por sol-dados alemães armados com metralhadoras que dispara-vam 1.200 tiros por minuto e podiam cortar um ser hu-mano ao meio. “A tomada de Monte Castelo não foi fácil”, diz Macedo. “Nossos canhões muitas vezes não podiam manter o fogo de apoio aos companheiros que subiam o monte, pois ele esquentava muito e tínhamos de esperar esfriar.” Para piorar a situa-ção, quando anoitecia, os ale-mães atacavam os brasileiros que estavam do lado pedre-goso da montanha onde só dava para subir a pé (escalan-

do), enquanto os alemães po-diam subir até com tanques do outro lado. Além disso, a vantagem geográfica estava do lado adversário, que ob-servava de cima do monte qualquer movimentação dos aliados. Depois de três tenta-tivas fracassadas, os comba-tentes tiveram de esperar o inverno passar para empre-ender o quarto e definitivo ataque, que durou mais de doze horas. Sob a liderança do general Mascarenhas, que resolveu desacatar as ordens do comando norte-america-no e avançar com estratégias próprias. Assim, em 21 de fe-vereiro de 1945, tomaram o Monte Castelo.

Seguindo em frente -

Após a vitória em Monte Castelo, o moral do Exérci-to Brasileiro ficou elevado, levando-os a conquistar ou-tras importantes posições, relembra o ex-pracinha ao exibir fotos da época. O pelo-tão do qual Heitor fazia par-te conquistou, após apoiar a tomada de Monte Castelo, as posições de Lodio, Savignado, Capugnado, Stancadoro, Zoc-ca, Vignola, Quatra Catella, Fiorenzuola e Borgonovo V.T, para novamente juntarem-se aos demais combatentes e conquistarem também a re-gião de Montese e Fornovo, que davam acesso à planície do rio Pó. “Ninguém mais nos segurava”, comenta com orgulho. “No final da guerra, as tropas italianas e alemãs negociaram a rendição com o comando brasileiro, tendo como intermediário um pa-dre italiano”, diz o pracinha.

Martinho Ferreira Mo-reira, hoje com 90, tinha 23 anos e era agricultor quando, em 1941, foi convocado para

fazer parte da FEB. Após a convocação, foi enviado para Caçapava, no Vale do Para-íba paulista, e de lá partiu para o Rio de Janeiro, onde após cinco meses de treina-mento passou a fazer parte do 2º Batalhão de Infantaria Blindada. No início, o plano era enviarem o batalhão de Martinho para a África. “Mas não sabemos o porquê”, con-ta o combatente, “fomos en-viados para Natal, na costa do nordeste brasileiro para defender uma possível inva-são alemã”, explica. A temida iniciativa germânica nunca ocorreu. Sobre esse perío-do, há um filme nacional que mostra o convívio dos solda-dos norte-americanos ao lado dos brasileiros e a convivên-cia no Rio Grande do Norte: “For All – O Trampolim da Vitória”.

Com o fim da guerra, Mar-tinho pediu dispensa do Exér-cito e foi morar na cidade de São Paulo. Trabalhou como operário por muitos anos e depois montou uma empresa de construção, onde traba-lhou até se aposentar. Por não ter ido combater na Itália, as consequências psicológicas não foram graves. No entan-to, ele afirma que não sentia receio de ir para a Europa. “Nunca tive medo de defen-der o Brasil, morreria por nossa terra”, afirmou o ex-combatente.

“Amargo regresso” – Mas nem sempre são boas as lem-branças da volta. Quando re-tornou ao lar, o pracinha Ma-cedo passou a sofrer dores na perna direita, que chegou a ficar paralisada por qua-se um ano. Por muito tempo teve pesadelos com o campo de batalha: “Acordava à noite achando que estava em com-bate e saia gritando pela casa. Meu irmão tinha de me se-gurar até eu me acalmar”, re-lembra. Além dos problemas do pós-guerra Macedo não recebeu apoio do governo. “Assim que retornamos pedi baixa do Exercito, pois o salá-rio era muito baixo”. Como ex-combatente ele teria direito a uma pensão de guerra, mas só passou a recebê-la após o ano de 1990 (45 anos de-pois do final da guerra). “Só recebia pensão quem com-provasse invalidez devido ao

combate, o que não era nada fácil”, informa a revista Gran-des Guerras, na edição de se-tembro de 2006.

Esquecidos - A guerra sempre trouxe graves con-sequências para aqueles que nela serviram. Os combaten-tes nunca retornaram iguais. Na maioria das vezes voltam pior. Exemplo é o campineiro Ferdinando Palermo, 86 anos, que era alfaiate, já tinha casa própria e ia se casar quan-do, em dezembro de 1942, foi convocado para servir na guerra. Ao voltar ele havia perdido toda a freguesia e quase perdeu a casa devido às dívidas que se acumularam. Em declaração a uma revis-ta, em 2006, afirma que ficou completamente desorientado e que vários companheiros suicidaram-se ou tornaram-se alcoólatras.

Para saber mais:- Revista Grandes Guerras, ed. Nº13, Setembro de 2006;- Livro: Onde estão nossos Heróis-Uma breve historia dos brasileiros na 2ª Guerra, do historiador César Campiani Maximiano.- Vídeo: Um Brasileiro no Dia-D, João Barone, coleção Grandes Guerras Ed. Abril.

“Acordava (depois da guerra) à noite achando que estava em combate e saia gritando pela casa. Meu irmão tinha de me segurar até eu me acalmar.”

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Acima, soldados da FEB em campo de batalha italiano. Abaixo, placa colocada em monumento de Salto, que homenageia os pracinhas

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O baterista João Barone, dos “Paralamas”, é filho de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial e tem verdadeira paixão pelo assunto (ver páginas 4 e 5). Atualmente, ele escreve uma coluna para a revista “Grandes Guerras”, chamada “Barone Vai a Guerra”, que trata de temas específicos do comba-te. A paixão não ficou apenas em textos. Em 2006 Barone pegou seu jipe (original da Segunda Guer-ra) e foi passear pelas areias da praia da Norman-dia. Lá, produziu o documentário “Um Brasileiro no Dia D”. Na ocasião, Barone entrevistou Pierre Clostermann, o único brasileiro conhecido que lu-tou no fatídico dia.

Recentemente, o “baterista-pesquisador de guerras” lançou o livro “Minha Segunda Guerra”, que trata dos bastidores da viajem à Normandia e que reúne uma coletânea de artigos escritos por ele, com fatos curiosos que ajudam a entender melhor a importância do tema. Além dessas ativi-dades, Barone está produzindo um documentário para o cinema, chamado “O Caminho dos Heróis”, que foi filmado na Itália e deve estrear ano que vem. “Espero que este documentário reverta o relativo esquecimento desses grandes heróis que lutaram pela liberdade e a democracia”, declarou.

O músico diz que seu interesse pela Segunda Guerra surgiu porque seu pai, falecido em 2000, evitava falar sobre sua experiência na Itália o que fez ele e os irmãos estudarem e pesquisarem mais. Numa entrevista exclusiva para O Arauto, João Barone fala um pouco mais sobre sua paixão e a convivência com o pai, ex-combatente de guerra.

De onde surgiu a idéia de escrever uma coluna sobre guerra?Uma vez mandei um e-mail para a revista Gran-des Guerras, apontando alguns erros nas legendas de fotos e me disponibilizando a contribuir com a revista, caso desejassem. Deram-me uma coluna

voltada para o tópico, onde escrevo há quase três anos, intitulada “Barone vai à guerra”.

Seus companheiros de banda também compartilham com você o amor pela história? Sim, o Herbert (Vianna, vocalista e guitarrista dos Paralamas) sabe o nome de tudo que é avião, tem uma cultura aeronáutica enorme.

Em que pelotão seu pai lutou? Ele participou da tomada de Monte Castelo?Ele era do terceiro pelotão do Sampaio e partici-pou do último ataque ao Monte Castello, em 21 de fevereiro de 1945.

Seu pai já servia o exército quando o Brasil en-trou na guerra ou ele foi convocado? Não. Ele era funcionário público dos correios e foi convocado. Não queria ir para a guerra, mas foi.

O que houve com o seu pai quando retornou ao Brasil? Ele continuou servindo o Exército ou pediu baixa? E o soldo de ex-combatente, ele recebeu? Olha, quem foi para a FEB não seguiu carreira no Exército. Muitos, a maioria, não era da caserna mesmo, assim, quando voltaram, seguiram suas vidas normalmente, ao menos se esperava isso. Mas ninguém volta da guerra igual. O Brasil não tratou os veteranos com o devido cuidado e mui-tos realmente tiveram problemas de ordem psi-quiátrica, sem falar nos que voltaram mutilados. Foi muito triste. Meu pai em algum momento até ajudava alguns amigos mais carentes, dando comi-da e assistência.

Entre os relatos de ex-combatente do seu pai, qual foi o que te marcou mais? Meu pai só falava que a guerra era horrível, que viu a população sofrendo e que a pior lembrança que ele guardava era o cheiro da morte, inesquecível.

Na batida de uma paixão: entrevista com

João BaronePor Robson Nascimento

ESPECIAL

Ao acompanhar seu trabalho percebemos que você valoriza a atuação dos soldados rasos (pracinhas). Isto se deve ao fato do seu pai ter sido praça?Desde a Segunda Guerra, quando se viu a impor-tância do avião como arma tática-ofensiva, se fa-lava muito de como a guerra seria modernizada. Mesmo hoje, com satélites, bombas inteligentes e computadores por todo lado, a ação do soldado de infantaria é crucial, pois só ele toma o terre-no. Nada vai substituir esse papel no cenário da guerra.

Sobre o documentário “Um Brasileiro no Dia D”, como você descobriu Pierre Clostermann? De quem partiu a ideia de fazer um documen-tário sobre ele? Eu já pretendia fazer um documentário sobre o Dia D e queria encontrar algum brasileiro que ti-vesse participado do episódio. Então meu irmão me lembrou que Clostermann nasceu em Curitiba e poderia se tornar o brasileiro que eu procurava, que tivesse participado do Dia D, pois ele relata em seu livro que voou naquele 6 de junho de 44. Você soube que, depois de anos de abandono, o museu “Casa da FEB”, no Rio de Janeiro, fe-chou as portas em definitivo? O que você pen-sa sobre o assunto?O museu vai ser reaberto dentro do Museu Mili-tar Conde de Linhares, em São Cristóvão, bairro também do Rio. É uma pena ver como nossos ex-combatentes são destratados, mas estamos cui-dando para não deixar essa página importante da história do nosso país ser esquecida. Estou em plena produção do meu novo documentário. O “Caminho dos Heróis”, filmado na Itália este ano. Vai ser um filme para cinema, deve estrear ano que vem.

Na sua opinião, por que damos pouco valor aos nossos ex-combatentes?A participação do Brasil na guerra foi um episó-dio cheio de contradições e paradoxos, bem ao modo brasileiro. O tema também foi muito usado em contendas políticas. Os esquerdistas diziam que os brasileiros foram usados pelos america-nos. Os direitistas diziam que o Brasil venceu a guerra sozinho. E no meio do tiroteio estavam os brasileiros que foram lá lutar e, depois da guerra, foram desmerecidos pela sociedade e pela falta de cuidado com a nossa própria história.

Outro fato curioso é a historia de Pierre Clostermann, um brasileiro, filho de franceses, que voou pela França durante a 2ª Guerra e participou da invasão da Normandia pelos Aliados, evento conhecido

Um“brazuca”

noDia D como o “Dia D” (e muito bem retratado no filme “O Resgate do Soldado Ryan”, de Steven Spielberg). O episódio é considerado decisivo para o fim da guerra na Europa. Pierre é o único brasileiro conhecido a fazer parte desta importante batalha e o primeiro piloto aliado a aterissar na França ocupada.

O piloto brasileiro voou em nome da França e por isso é considerado um dos maiores ases (grande pilotos de caças) de todos os tempos naquele país. Estima-se que ele abateu entre 25 e 33 aviões inimigos. Morreu em 22 de março de 2006, aos 84 anos, quase desconhecido pelos brasileiros. A única referência sobre Clostermann no Brasil é o documentário “Um Brasileiro no Dia D”, de João Barone, músico mais

conhecido por ser o baterista da banda “Paralamas do Sucesso”, mas um apaixonado pesquisador da Segunda Grande Guerra.

Mas qual a razão do

abandono? Por que o povo brasileiro relega ao esquecimento seus heróis enquanto norte-americanos e europeus os têm como referência de coragem? Os EUA e toda a Europa têm grande tradição em preservar a memória de seus ex-combatentes que são tratados como heróis nos livros escolares, filmes e documentários sobre a Segunda Guerra. Mas, no Brasil, a história é diferente. Raros são os filmes e documentários que tratam do assunto. Há alguns anos isso ocorria com os livros

também. No entanto, cada vez mais surgem historiadores preocupados e interessados por abordar o tema. Um deles é César Campiani Maximiano, autor do livro “Onde Estão Nossos Heróis – Uma Breve História dos Brasileiros na 2ª Guerra”. “A experiência de guerra não ecoou na sociedade brasileira como ocorreu nos Estados Unidos e Europa”, diz o historiador em seu livro. Segundo ele, os americanos mobilizaram 16 milhões de combatentes e a Europa foi completamente arrasada pela guerra. Consequentemente, essas duas culturas têm entre suas famílias e vizinhos algum veterano. Já o Brasil enviou “apenas” 26 mil soldados “e o impacto social do retorno deles não teve tanta relevância”, explica Maximiano.

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Clip Festival:

FCA, Shaman, rock & orquestraFernando Quesada, coor-

denador de Áudio da Facul-dade de Comunicação e Artes (FCA) do CEUNSP, recomeça o semestre depois de participar de turnê internacional com a banda Shaman, da qual é bai-xista. Foram quatro apresen-tações, na República Tcheca, Eslováquia, Hungria e Ingla-terra. Uma turnê que contou

com o acompanhamento da Orquestra Sinfônica da Tur-quia - a Gocmen Orquestra. “Foi nosso empresário que teve a idéia e juntou música pesada com música clássica ao vivo”, conta Quesada. A or-questra, com 60 integrantes, fez os arranjos das músicas do Shaman e se encontrou com a banda para realizar um

ensaio no Teatro Municipal de Praga, antes de acompanhá-los na turnê.

O show realizado na Re-pública Tcheca, “Masters of Rock”, reuniu 35 bandas de rock e atraiu público de 45 mil pessoas. Show que foi gravado para o próximo DVD da banda, que será lançado no final do ano junto com o novo CD.

Por Jean Pluvinage

Por Bruno Oliveira

Qual a importância de tocar neste festival?Tem muita gente tocando aqui hoje, e esse lance de

fechar o festival é bem novo pra gente. Estamos acostu-mados a abrir festivais para as outras bandas, o lance mesmo é tentar mostrar o potencial da banda “pra” gale-ra que “tá” aqui, a gente quer fazer um som bem maneiro.

São muitos estilos: como é tocar sob essas condições?

A vantagem de tocar em festivais é exatamente essa, mostrar teu som para o maior número de pessoas possí-vel, para que eles conheçam a banda, as músicas, pra que comentem com os amigos. É uma troca entre as bandas e a galera que “tá” ali.

Quais são as influências das novas composições do próximo CD?

Na verdade está bem misto. As composições são 80% do Lucas (vocalista) e 20% minhas, mas a gente com-põe bastante coisa juntos também. Daí, as influências acabam sendo bem misturadas. Para esse novo CD tem muito Hard Core, o que altera bem o rumo de algumas músicas, sabe? Tem aí algumas bandas que a gente leva como inspiração, como Emery, Velvet Revolver e outras.

Como que ficaram os projetos solos depois do suces-so da Fresno?

Eu continuo produzindo e compondo novas músicas nas folgas da banda, dos shows e ensaios como Esteban, e o Lucas como Beeshop. A única diferença é que não po-demos lançar nada nem trabalhar muito em cima devido ao contrato com a Universal Music, mas à medida do pos-sível a gente vai terminando esses trabalhos e curtindo o som. A gente disponibiliza na internet para a galera e o retorno é sempre bom.

A internet tem várias redes sociais que divulgam a banda. São vocês que atualizam, postam notícias e disponibilizam materiais aos fãs?

Sim, sim... é sempre a gente que mexe ali em tudo. Às vezes pedimos pra alguns amigos, mas é muito difícil, é sempre a gente mesmo. O Vavo se deu muito bem com o Twitter. A gente se reveza na atualização do nosso Foto-log, mas eu também gosto do Myspace e o restante a gen-te vai atualizando e dando informações aleatoriamente. O legal é que a gente tá sempre vendo o que escrevem em todos os lugares, é bem legal esse contato com a galera.

O mundo da música envolve muita técnica, além do gosto e o dom para a carreira. Qual a importância de uma formação acadêmica para um músico?

A princípio tu tens que gostar do que faz, e não se preocupar em agradar família, amigos... Na música tem a prática, os conhecimentos técnicos, que tu vais apren-dendo e pegando o jeito. Conhecimentos acadêmicos são válidos, mas acredito que para tudo tem o dom, sabe? Mas se aperfeiçoar sempre faz uma grande diferença.

Rock, pop, emocore, reg-gae, black, hip hop: os mais variados estilos musicais esti-veram juntos para consolidar o Clip Festival como um dos maiores encontros de jovens da região. Em Indaiatuba, a 6ª edição do Clip Festival, foi no final (28) de junho, no Está-dio do Primavera.

Uma multidão compare-

ceu. Formada por jovens com cabelos moicanos, piercings, alargadores e outras formas de expressão corporal. Tam-bém, presença de pais e fi-lhos, que foram ver de perto os novos ídolos musicais. O militar Marcelo Zabaglo, fã de música pop alternativa, diz que descobriu a banda Fatale há seis anos por meio de ví-deos na internet. “Agora vou vê-los ao vivo”, comemorava.

Atrações e Rony - Quem comandou o público no está-dio foi o locutor Rony Vian-na, apresentador da Clip FM e coordenador artístico do CEUNSP.FM. Ele apresentou a banda de abertura, Estado de Emergência. A Fatale tocou

logo em seguida. Na apresen-tação do sucesso “Abra sua Mente”, muita empolgação. A banda Lipstick, que já foi produzida pelo coordenador de música do CEUNSP, Fer-nando Quesada, cantou mú-sicas próprias como “Na na na” e remixes de clássicos do rock brasileiro como “Estúpi-do Cupido” e “Banho de Lua”. Tulio Dek, acompanhado da cantora Karin da extinta ban-da Rouge, cantou versos de Eminem, Black Eyed Peas e músicas como “O que se leva da vida é a vida que se leva”, criada em parceria com Paulo Miklos dos Titãs. Pitty mar-cou presença com sua voz forte, entre suas músicas can-tou “Medo”, que estará em seu próximo CD.

A banda NX Zero realizou a terceira apresentação na his-tória do festival e cantou su-cessos como “Além de mim”, “Cedo ou tarde”, “Apenas mais uma de amor” cover da mú-sica de Lulu Santos. Logo en-tão os fãs de reggae puderam conferir os sucessos de Nati-ruts, desde “Presente de um

beija-flor” até músicas novas como “Groove bom”, dispo-nível online devido ao fato da banda abrir seu próprio selo independente. A banda Charlie Brown Jr. chegou com “Não deixa o mar te engolir”. Depois, apresentou frases que farão parte das letras de seu próximo álbum. Por fim a banda gaúcha Fresno termi-nou o festival (mais ao lado).

Michael Jackson - Como a apresentação do Festival ocorreu poucos dias depois da morte de Michael Jackson, a maioria dos artistas pres-taram homenagem ao rei do pop. Estado de Emergência cantou “Beat It”. Pitty optou por “Billie Jean” e a banda NX Zero tocou um trecho de “Black or White”. O rei do pop pode ter morrido mas o gê-nero continua firme e forte com seus seguidores no in-terior paulista. Importância regional que Rony Vianna en-fatizou ao falar do festival: “O show colocou Indaiatuba na rota dos grandes festivais de Rock e Pop. É um grande dife-rencial turístico.”

O Arauto foi assistir ao badalado festival de música de Indaiatuba, marcado por homenagens a Michael Jackson. E ainda bateu um papo com Tavares, baixista do Fresno.

uma oca de mil e uma tribosPor Jean Pluvignage

Tavares é o baixista da banda Fresno. Ele falou com O Arauto:

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