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O Arquivo da Casa do Terreiro de Leiria - Francisco Queiroz · 1871,o seu filho e sucessor como senhor da Casa do Terreiro, não foi tão zeloso na organização da documentação

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o Arquivo daCasa do Terreiro de Leiria'

Ana Margarida Portela,

Francisco Queiroz

A Casa do Terreiro de Leiria, pela sua dimensão e inserção urb ana, é o mais em­

blemático solar da cidade. Foi sendo construído, ao longo de gerações, pela família

Silva Ataíde da Costa, cujos antepassados já residiam no local desde, pelo menos, os

inícios do século XV2• Há alguns anos, a família vendeu o edifício à Fundação Caixa

Agrícola de Leiria que, no sentido de ali instalar a sua sede, empreendeu obras de

recuperação. A referida Fundação entendeu, ainda, por bem, que a recuperação da

casa fosse acompanhada de um estudo sobre a família, para o que abriu concurso,

Foi nesse contexto, e depois de contratualizado o estudo com a Fundação Caixa

Agrícola de Leiria, que nos confrontamos com a existência do arquivo familiar.

Inicialmente, a importância deste arquivo não foi devidamente valorizada, ao ponto

de termos partido para a pesquisa sem sequer nos ter sido dado conhecimento do

mesmo. Contudo, assim que começámos a abrir maços, muitos deles fechados há cer­

cade 150anos, verificámos que o fundo documental tinha uma importância enorme,

no contexto regional e, em certos aspectos, também nacional. Bastaria referir que o

arquivo familiar dos Silva Ataíde da Costa, da Casa do Terreiro, é tido hoje como o

único de certa dimensão que escapou à proverbial destruição provocada pelas tropas

francesas em Leiria. Ainda hoje não é fácil adiantar explicações convincentes para

a sobrevivência do arquivo. É de crer que o então proprietário da Casa do Terreiro

tenha percebido o seu valor - mais na vertente da terratenência e dos privilégios

, I Expressamos os nossos agradecimentos à família Silva Atayde. detent ora do arq~ivo em, causa. assimcomo a Fundação Caixa Agrícola de Leiria. para quem elaborámos °estudo com base no dito arqUlv,o"

2 QUEIROZ, José Francisco Ferreira _ A Casa do Terreiro. História da Família Ataide em Leiria. volume1: Das Origens ao Século XVIl. Leiria: Fundação Caixa Agrícola de Leiria / [orlis - Edições e Publicidade. Lda.,2010,512 páginas .

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registados na documentação - e o tenha colocado a salvo da pilhagem e incêndiossistemáticos, aquando da invasão da cidade pelas tropas francesas.

Até aqui desconhecido, este arquivo remonta aos finais da Idade Média, tendosido organizado pela última vez em meados do século XIX, altura em que foramdivididos os documentos por maços temáticos, ficando os mesmos praticamenteintocados até à actualidade.

Entre 2007 e 2010, no contexto do já referido estudo sobre a Casa do Terreirode Leiria, em curso de publicação pela Fundação Caixa Agrícola de Leiria', tivemos oprivilégio de compulsar amplamente o referido arquivo. Não foi nossa preocupaçãofazer um inventário, dado que a nossa perspectiva era a do investigador e não a doarquivista. Assim, de memória, cremos que o arquivo possuirá apenas um docu­mento anterior a 1400. Da primeira metade do século XV, não serão mais do quemeia dúzia de documentos. Para a segunda metade desse século, contabilizam-secerca de duas dezenas de documentos. Quanto à primeira metade de Quinhentos,são já várias dezenas os documentos subsistentes, talvez mesmo uma centena de­les. Após 1550, o arquivo apresenta grande abundância de documentos, podendomesmo dizer-se que, atendendo à cronologia mais recuada, é da segunda metade doséculo XVI o núcleo documental mais precioso e mais consistente, permitindo teruma ideia bastante aproximada da interacção entra a família e a sociedade leirienseda época. Para o século XVII, a documentação é também abundante e com tipologiasde documentos bastante diversificadas, permitindo abordagens históricas distintas.Já para o século XVIII, nota-se a existência de menos documentação, especialmenteporque a família não adquiriu muitas propriedades nesse século, limitando-se quasea gerir os bens imóveis já vinculados anteriormente. Mas, para o século XVIII, nãosão só os documentos relativos à administração fundiária da casa que diminuem emnúmero. Também certo tipo de documentos familiares, como testamentos, memó­rias e outros, são menos abundantes, face ao século anterior. Quanto ao século XIX,e isto até à morte de Miguel Luís da Silva Ataíde, em 1871 , o arquivo é parco emcertas tipologias documentais, embora surjam outras, raras para épocas anteriores,nomeadamente os documentos epistolares e documentos avulsos relacionados como dia-a-dia da Casa do Terreiro, como ementas e receitas de culinária [Fig. 2]. Após1871, o seu filho e sucessor como senhor da Casa do Terreiro, não foi tão zeloso naorgan ização da documentação produzida na sua época, pelo que a mesma é dispersae muito lacunar.

3 o primeiro volume, de três previstos. foi publicado em Novembro de 2010: QUEIROZ. José FranciscoFerreira - A Casa do Terreiro. História da Família Ataíde em Leiria. Volume I: Das Origens ao Século XVII. N~s~eprimeiro volume , explana -se quando, como e porquê surgiu a família Silva Ataíde da Costa na região de ~elrlae qual o seu papel social na cidade ao longo dos séculos XVI e XVII (embora se incluam referências anteriores.recuando ao século XIV). Nos volumes seguintes. é feita a história da família Silva Ataíde da Costa e da Casa doTerreiro. nos séculos XVIII e XIX, sobretudo.

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Em suma, o arquivo da família Silva Ataíd e da Cos ta inclui b 'UI so retud o muitos

documentos da segunda metade do século XVI e de tod o o século XVII r

fu diá . . . - d ' I ' epoca deaquisições n tanas, instituição e vm cu os, um tombo um a gene I ' .. . , , ,aogla manuscnta(anotada postenormente), mventanos por morte, documentos sobre I '.quere as vanase testamentos. Do século XVIII, existem sobretudo aforamentos algun s d

I Ocumentosde carácter judicial, escassos testamentos e algumas outras tipologl'as d 'ocumentalsmenos representativas. Da primeira metade do século XIX (até 1871 - ano da morte

de Miguel Luís da Silva Ataíde, que foi o último organizador do arqui vo), existem

sobretudo aforamentos, um tombo, documentos sobre partilhas, sobre dívidas entre

irmãos, e alguma documentação mais pessoal, como cartas, cadernos com anotações

da casa, etc. Existe ainda um núcleo relativo à chamada Casa de Ourém, que diz

respeito aos bens adquiridos pela família Ataíde de Leiria, após o casamento de um

dos senhores da Casa do Terreiro de Leiria com Vitória Manuel Carneiro da Cunha

Portocarrero. Este núcleo, perfeitamente delimitado, tem sobretudo títulos de com­

pra e escarnbo, dos séculos XVII e XVIII, alguns testamentos e documentos sobre os

respectivos vínculos.

Uma vez que o arquivo ainda se encontra na po sse da família , apesar de estar

previsto o seu depósito num arquivo público, logo que esteja concluída a pesquisa

para a obra sobre a história da Casa do Terreiro e da família Silva Ataíde da Costa, os

documentos mais recentes do arquivo já não são propriamente percepcionados como

parte de um fundo documental histórico. Aliás, algumas informações extraídas de

documentos de finais do século XIX e inícios do século XX, não serão sequer usadas

na obra em conclusão, por dizerem respeito a pessoas que, vários dos elementos mais

idosos da família, ainda conheceram.

Em estudos anteriores da nossa autoria, com forte componente de História da

Família, sempre fomos refractários à abordagem ao século XX, precisamente pela

dificuldade em ser objectivo, sem ferir a susceptibilidade de quem ainda conheceu

as pessoas visadas. Além do mais - e no caso do arquivo da Casa do Terreiro de

Leiria isso também se nota - torna-se mais difícil fazer História da Família para o

século XX do que para o século anterior, por exemplo. A documentação familiar

novecentista é, geralmente, muito avulsa e os documentos que poderiam comple­

mentar o arquivo familiar estão muito dispersos, alguns com paradeiro desconhe­

cido, dado que não foram ainda incorporados nos arquivos distritais. Por esta e por

outras razões, muita da história familiar, para o século XX, é baseada em relatos

orais, os quais são geralmente pouco rigorosos em detalhes sensíveis. Por vezes, su~­

gern mesmo contradições insan áveis, que podem motivar azedume, assim que seja

publicada a obra sobre a história da família.Aquando da pesquisa para o estudo da Casa do Terreiro e da família Silva

Ataíde da Costa, procurámos não desfazer a ordenação dos maços [Fig. 1]. Note-se

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que a organização arquivística do século XIX é precedida por uma outra , atribuívela Rui Barba Correia Alardo - organizador do arquivo da família depois da morte doseu cunhado Luís da Silva de Ataíde e Costa, em 1682. No século XIX, nem tudo oque Rui Barba Correia Alardo organizou foi respeitado. Alguns dos invólucros dosmaços do século XVII foram dobrados ao contrário, para poderem envolver outrosdocumentos. De qualquer modo, manteve-se um maço que contém vários dos docu­mentos avulsos mais antigos, embora alguns dos documentos com cronologias maisrecuadas estejam também distribuídos por maços específicos, como por exemplo:compras (divididas por freguesias); sentenças; testamentos; inventários; certidões demissas; etc. Refira-se que existe um outro maço com documentos dos mais antigos, oqual foi catalogado como "titulos antigos que mal se podem ler': Alguns, de facto, não

são fáceis de ler. O facto de serem pergaminhos, dobrados há séculos, fez com quefosse também difícil fotografá-los satisfatoriamente. Note-se que o facto do arquivoestar na posse da família e em local distante da residência dos autores desta comu­nicação, levou a que fosse considerado prioritário fotografá-lo, ainda que de forma

informal e não exaustiva, de modo a permitir a análise documental sem, com isso,incomodar a família proprietária do arquivo.

No total, foram feitas cerca de 13 mil fotografias aos documentos (algumasabarcando página ímpar e par), as quais correspondem a cerca de 85% do arquivo fa­

miliar. Ficaram de fora alguns documentos do fim do século XIX e o miolo de muitasescrituras de aforamento tardias, referentes a terrenos rurais com valor insignifican­

te. Dessas, só foi fotografada a catalogação do exterior do documento, para a registar,assim como o nome das partes, data e valor do foro. Refira-se que, uma das vantagens

da fotografia sistemática a arquivos familiares ainda com uma organização própria e

alheia aos preceitos da arquivística actual, está na maior facilidade em localizar umdocumento, no caso de ser necessário confrontá-lo de novo.

Cabe aqui referir algumas dificuldades sentidas na transposição, da informaçãocontida nos documentos familiares, para um formato consonante com as exigênciasde um estudo histórico sobre a Casa do Terreiro e sobre a família que o habitoudurante séculos. Para além dos documentos em mau estado (não muitos e nemsempre coincidindo com os mais antigos) e alguns raros casos de rasuras feitas cirur­gicamente em documentos fundamentais para a compreensão de algumas origens(não fidalgas) da família, é de salientar o elevado número de documentos analisados.Como é óbvio, foi necessário seleccionar a informação mais relevante, não só naperspectiva do interesse da família e da fundação que encomendou o estudo, mastambém na perspectiva da colmatação de lacunas de conhecimento subsistentessobre a história de Leiria. Evitámos igualmente as transcrições longas. Extraímossomente as informações que mais interessavam para a história da família e da casa,com citações curtas. Mantêm-se, portanto, parcialmente inéditos quase todos os

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documentos do arquivo familiar, dado que, no âmbito do estudo sobre a Casa doTerreiro, foram muito poucos os documentos transcritos na íntegra e não passarão depoucas dezenas aqueles que foram transcritos em mais de metade do seu conteúdo.

No estudo agora em publicação, ao fotografar os documentos e ao mencionaras fontes em nota de rodapé, respeitámos a organização oitocentista do arquivo, masnem sempre. De facto, alguns dos títulos dados aos maços encontrados, eram pouco

orgânicos para a arrumação conferida ao estudo. Foi inevitável a solução de catalo­gar como «documentos avulsos': aqueles que não se enquadravam em maços com

suficiente coerência. Consideramos muito importante que esse critério seja grossomodo seguido, no caso de incorporação deste arquivo familiar no respectivo arquivo

(distrital incorporação essa que é desejo da família, depois de ficar concluído o estudo

em curso). Contudo, aquando da previsível incorporação, o exemplo deste arquivo de

família é bem típico de um problema que se coloca frequentemente, na perspectiva

dos proprietários do acervo: Como distinguir "arquivo de família" de "recordações

de família"? Este problema traduz-se na dúvida entre o que deve, ou não ser deposi ­

tado num arquivo público. O critério cronológico é, normalmente, o mais seguido.

Documentos considerados demasiado recentes são, geralmente, mantidos na posse

da família. O critério tipológico também é tido em conta. Os livros impressos, ainda

que com anotações antigas, tendem a ser considerados parte da biblioteca e não do­

cumentos de arquivo passíveis de incorporação ou de depósito em arquivos públicos

[Fig. 3]. Certos documentos avulsos, como cartas pessoais e fotografias , tendem tam­

bém a não seguir o caminho da incorporação ou do depósito em arquivos públicos.Porém, a questão dos retratos "carte de visite" é, sobremaneira, mais complexa.

É sabido (mas ainda não devidamente interiorizado por muitos investigadores

e genealogistas) que o posicionamento socioeconómico de uma determinada famíliapode ser aferido através do seu espólio fotográfico (estando este ainda intacto): a

época em que os seus membros tiram os primeiros retratos; a época em que recebemas primeiras ofertas de retratos, por parte de parentes e amigos; os locais onde estesretratos são tirados; todos estes indícios podem ser preciosos para caracterizar ahistória de uma família. Do mesmo modo, a fotografia antiga permite um melhor

conhecimento dos antepassados: a sua fisionomia, a sua estatura, postura e modo devestir.É claro que muito do que era o retrato, sobretudo na segunda metade do sécu­lo XIX, dependia da encenação criada pelos fotógrafos: a pose, o cenário de fundo,os adereços e, em alguns casos, também a indumentária. E toda esta parafernália ia

alterando-se, seguindo a evolução da moda.Deste modo, o retrato antigo, geralmente em formato "carie de visite" (cartão

de visita), tem importância para a História da Arte: ao nível das artes decorativas,do mobiliário e de vários outros aspectos. Tem ainda importância para a Históriada Técnica. Não podemos também negligenciar os timbres dos fotógrafos , muito

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interessantes para o estudo do papel timbrado e da História das Artes Gráfi ca 's , aSSIm

como as dedicatórias, que revelam autógrafos valiosos, cumplicidades entre quemoferece e quem recebe , permitindo igualmente datar, com certa precisão m it

, UI osretratos. Em suma, o estudo da fotografia antiga e do retrato "carte de visite" em par-ticular, tem diversas implicações, para além de ser, obviamente, um auxiliar preciosodos estudos de Genealogia e de História da Família.

Hoje, porém, assiste-se a um perigoso hiato entre os velhos álbuns fotográfi­cos da transição do século XIX para o início do século XX e os retratos dos últimosanos do século XX - época em que o retrato já estava totalmente banalizado em

termos sociais. Muitos daqueles álbuns antigos, com retratos em formato de cartãode visita, incluem apreciável quantidade de imagens fotográficas não passíveis de ser

hoje identificadas, ainda que correspondam a antepassados directos dos seus actuais

possuidores, ou a amigos e parentes destes antepassados [Fig. 4]. Aliás, era comumnão colocar, no verso, o nome dos retratados, quando estes eram bem conhecidos.

Porém, passaram-se já muitas décadas. Sem conseguir identificar visualmente esses

antepassados, por se terem extinguido já as gerações que podiam ainda lembrar-sedeles, os possuidores de tais álbuns tendem a desligar-se afectivamente dos mesmos.

Tornam-se mais propensos, pois, a negligenciá-los ou, em muitos casos, a desmem­brá-los (para vender ou até destruir parte do espólio), guardando somente algumas

fotos previamente identificadas. Mesmo quando não ocorre uma destruição completa

do espólio fotográfico familiar mais antigo, perde-se a própria compreensão da lógicade preenchimento destes álbuns, com tais operações de retirada de retratos "carte devisite". Daí o problema que se coloca, não só quando álbuns inteiros são depositados

em arquivos públicos - porque os critérios arquivísticos de tratamento não podem ser

aplicados da mesma forma a este tipo de documentação, mas também quando há um

desmembramento prévio dos álbuns, para que só os retratos não ident ificados dêem

entrada no arquivo público. Em suma, os retratos "carte de visite': especialmente os

que são parte de um todo com organização própria, muitas vezes difícil de determinar

numa primeira análise, constituem um tipo de documentação familiar que requer

maiores cuidados na eventual incorporação ou depósito em arquivos públicos.Estando a findar agora a última geração que ainda conheceu algumas daquelas

pessoas retratadas em álbuns antigos; ou delas ouviu falar; ou para quem a memória

dessa gente ainda significa alguma coisa; é importante proceder ao estudo sistemáti­

co desses álbuns: uma espécie de inventário fotográfico familiar, antes que as perdas

sejam irreparáveis. Este género de inventário terá de ser feito para zonas geográficasperfeitamente delimitadas, em função das relações de amizade e parentesco privi­legiadas, por parte dos estratos sociais que, à época, podiam ter acesso à fotografia.

Nas nossas pesquisas sobre Leiria, por exemplo, temos procurado "cruzar"os antigos álbuns de família, uns com os outros, para tentar identificar os muitos

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retratados que já ninguém sabe quem são. O cruza me nto permite identificar, a partirde um álbum, os retratados não identificados noutro álbum, e vice-versa. Isso torna

mais valiosos todos os álbuns fotográficos esmiuçados, dado que aum enta o núm ero

de retratados identificados, em cada um deles, assim como a natural estima dos pro­

prietários pelos referidos álbuns. Além dis so, permite constituir um a base de dados

de retratos de determinadas personalidades, útil para diversos estudos, estudos esses

que podem nem ter relação directa com as famílias representada s nos álbuns.

Julgamos que é verdadeiramente necessário iniciar essa espécie de inventá­

rio fotográfico, a partir dos álbuns de família mais antigos, com os quai s a ligação

afectiva dos proprietários já não é tão forte, sendo estes álbuns cada vez mais um

Património comum e já não só um mero Património familiar. Esse inventário terá

particular sucesso e utilidade, se for iniciado em áreas geográficas mais pequenas, de

modo sistemático, devendo ser depois alargado a zonas confinantes.

Figura 1

Figura 2

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Figura 3

Figura 4