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Acesse nosso site: www.sintrajurn.org.br PÁGINA 8 Apagão Geral no Judiciário Federal do Rio Grande do Norte PÁGINA 3 15 de agosto tem assembleia e indicativo de greve Ano 15 - Número 07 Natal, Julho de 2014 Filiado a FENAJUFE A LUTA PELO REAJUSTE EMERGENCIAL NÃO PODE PARAR!

O Bedelho - Julho/2014

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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal do RN.

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PÁ GI NA 8

Apagão Geral no Judiciário Federal doRio Grande do Norte

PÁ GI NA 3

15 de agosto tem assembleia e indicativo de greve

Ano 15 - Número 07Natal, Julhode 2014

Filiado a FENAJUFE

A LUTA PELO REAJUSTEEMERGENCIAL NÃO

PODE PARAR!

Page 2: O Bedelho - Julho/2014

Natal,­Julho­de­2014

Acordem, Josés e Marias do Judiciário Federal!EDI TO RIAL

Passada a “festa-farra” da Copa do Mundo, paixões ederrotas à parte, temos que decidir a camisa que vestiremosagora para a “festa-luta” pelo nosso reajuste emergencial,pelo arquivamento da PEC 59 e pela exclusão das carreiraspróprias dos tribunais superiores.

Estamos num momento crítico da nossa carreira. Em2008 ficamos para trás das famosas carreiras do “Ciclo deGestão do Executivo”. Entre 2010 e 2012, ficamos para trás dediversas outras carreiras consideradas intermediárias, carreirasde acesso, ou simplesmente carreirão. Pois é, já somos carreiraintermediária dentro do próprio carreirão! Quem imaginaria...

A impressão é que não tomamos consciência de que ascoisas mudaram de forma irreversível. Ingenuamente, aindanão acreditamos que o Exmo. Sr. Presidente do STF não atra-vessará a Praça dos Três Poderes para interceder por nós, pelanossa reposição salarial. E, pior, ainda não acreditamos queuma possível travessia somente se dará com uma grande pres-são da categoria sobre ele! Não notamos que desde o MinistroGilmar Mendes, nenhum dos últimos três presidentes do STFatravessou a praça para tentar algum benefício para nós servi-dores… mas pediram o reajuste para a sua categoria. Esqueceramque o Judiciário não se sustenta apenas com magistrados.

Ainda não nos demos conta de que o Poder Executivo,capitaneado pela Excelentíssima Senhora Presidente, nãotem interesse em valorizar o Poder Judiciário, esta pedra nosapato do projeto de perpetuação no poder.

Ora, se o presidente do STF, e demais representantesdos tribunais superiores, pede e negocia o reajuste dos ma-gistrados, se a chefe do Executivo faz de conta que não exis-timos, ignorando qualquer tentativa de negociação de repo-sição salarial, ou quando se dá conta que existimos corta o

orçamento do Judiciário, e se o Legislativo, por sua vez, ce-gamente, a depender dos interesses de seus membros, obe-dece a chefe do Executivo engavetando nossos mais diver-sos projetos, pergunta-se: Quem defenderá, protegerá e en-campará nossos mais legítimos interesses? Beco sem saída?

Em outubro, teremos eleições presidenciais. Este mo-mento é de extrema importância para a categoria, momentode reflexão sobre o momento crítico da carreira e, principal-mente, de muita ação para a reversão desse quadro. Depoisde outubro tudo muda, não só porque os candidatos não es-tão mais atrás de votos, mas porque o novo ou o velho go-verno, legitimado pelo voto popular, virá com a força neces-sária para satisfazer todos os interesses dos financiadores desua campanha e, podem ter certeza, o atendimento à neces-sidade do reajuste emergencial para os servidores do JudiciárioFederal não se constitui em nenhum desses interesses.

Na satisfação da “dívida” dos financiadores de campa-nha, o novo presidente se utilizará sem pudor da conhecidapropaganda de redução dos gastos públicos e, como esta-mos cansados de saber e sentir na pele, seremos novamenteseu alvo principal.

Fato é que, passado este momento, sem reação da cate-goria, resta amargarmos mais quatro anos sem reajuste.Suportaremos isso? Merecemos isso? Se quisermos lutarpara repor as perdas salariais e não continuar com os salárioscongelados pelos próximos anos, sem dúvida, esse é o mo-mento da reação, o momento da “festa-luta”!

E agora, Josés e Marias do Judiciário Federal? A festa realmenteacabou? O povo sumiu? E se vocês gritassem?

Saber se a festa acabou cabe somente a nós mesmos,pois a depender do Governo Federal, acabou há oito anos

e, por ele, jamais recomeçará. Mas como a necessidade énossa, a festa também deve ser nossa, sendo de nossa deci-são consciente o momento de iniciá-la, prolongá-la ou aca-bá-la. Se todos nós, os Josés e Marias do PJU gritarmos, se-remos ouvidos. O povo ainda está aqui, só não sabe o po-der do seu grito.

Chega de se buscar argumentos para justificar a nossamudez. Nós, trabalhadores do Poder Judiciário Federal noRN, temos forças pra gritar, não fazemos parte de um esta-do pequeno, cuja participação é insignificante. Somos traba-lhadores que, ao gritarmos, engrossaremos o coro nacionalda revolta e indignação da categoria quanto ao estado de-plorável da carreira. E este é o momento de gritar, pois gri-tos em período de eleição atrapalham e muito os projetosimportantes do governo e o forçam a nos ouvir.

Assim, seguindo o calendário de mobilizações daFenajufe, temos um indicativo de greve em nosso Estadopara a segunda quinzena de agosto. Para isso temos moti-vos de sobra: salários congelados, defasagem salarial hávários anos, carreira desvalorizada, ameaça da PEC 59 eda criação das careiras exclusivas nos tribunais superiores,metas em cima de metas, adoecimento no trabalho e tan-tos outros motivos que nos impulsionam à luta. A escolhade qualquer um deles já seria suficiente à unidade e mobi-lização da categoria.

Se muitas vezes achamos que a mobilização não é maiorpor causa do colega ao lado, que se mantém inerte, esquece-mos que a dificuldade que temos de convencê-lo à participa-ção é, muitas vezes, semelhante à dificuldade que tivemos aonos convencermos inicialmente. Por isso, não desista! Escolhao seu motivo, e traga o colega à luta! Este é o momento!!!

PermutasCharge

Rua­Pe.­Tiago­Avico,­1815,­Candelária,Natal/RN­-­CEP­59065-380­-­Telefax:­3231-0152e-mail:­im­pren­sa@sin­tra­jurn.org.br

DiagramaçãoEdilson­Martins­-­RN00033DG

Marcos CastroOficial de Justiça / TRT 1 VT Permutar para TRT 21 ou TRF RNFone: (21) [email protected]

Rodrigo Pereira de Messias SilvaTécnico lotado no TRT 2ª regiãoPermutar para tribunais doNordesteFone: (11) 97448-8707 e (82) 9997-8707 whats [email protected]

Sérgio Eulésio FerreiraTécnico Judiciário / TRT 2 Permutar para TRT 3Fone: (35) 9822-2874 [email protected]

Edigar Neves da SilvaTécnico Judiciário / TRE RJPermutar para TRE ou TSE DFFone: (61) 9943-1115/(21) 97907-3341 (TIM) [email protected]

Rafael DidierTécnico Judiciário - Área Adm. /TRF5 - JFPBPermutar para TRF, TRT, TRE,STM no Ceará. Fone: (83) [email protected]

ElisandraTécnico Judiciário / TRT RSPermutar para TRT RN, TRT PBou TRT SEFone: (51) [email protected]

Coordenadores Executivos João­Batista­de­Souza­Leão­Neto­–­TRE/RN;­­Paulo

Marcelino­da­Silva­–­JFRN;­­Maria­Missilene­Martins­Silva­–TRT21;­­Maximiano­Foeppel­Uchôa­–­TRE/RN;­CarlosRoberto­Pinheiro­–­JFRN;­Valter­Santos­Aquino­–­TRT21

Coordenadores Suplentes Tarciso­Correia­de­Azevedo­Júnior­–­TRT21;­Ernane­César­de­Oliveira­Bastos­–­TRE/RN;

William­Gurgel­Pinheiro­–­JFRN;­Kelson­Guarines­dos­Anjos­–­TRT21;­­

Coordenadores Gerais do SIN TRA JURN Silvana­Costa­Gruska­Benevides­­–­JFRNLeandro­Augusto­Gonçalves­­–­TRE/RNWillam­Marinho­Araújo­–­TRT/21

Coordenadores de FinançasBoanerges­Batista­da­Silva­Cezário­–­JFRN;

Eraldo­Morais­de­Macêdo­–­TRE/RNEdmilson­Vitorino­da­Silva­–­TRT21

Jornalista ResponsávelLeane­Fonseca­-­DRT­701

Os­ar­ti­gos­as­si­na­dos­pu­bli­ca­dos­em­O­BE­DE­LHO­não­re­fle­tem­ne­ces­sa­ria­men­te­a­opi­nião­do­jor­nal­ou­da­di­re­to­ria­do­Sindicato,­sen­do­de­res­pon­sa­bi­li­da­de­dos­au­to­res.­Os­tex­tos­pa­ra­es­ta­se­ção,­com­no­má­xi­-mo­25­li­nhas­de­70­to­ques­e­os­das­co­lu­nas,­de­vem­che­gar­ao­Sindicato­im­pre­te­ri­vel­men­te­até­o­dia­15,­sob­pe­na­de­não­se­rem­pu­bli­ca­dos­na­edi­ção­do­mês.­

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Tiragem1.000­exem­pla­res

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL DO RN

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Natal,­Julho­de­2014 3Jurídico

Como é de conhecimento dos servidores do TribunalRegional do Trabalho da 21.ª Região atualmente a jor-nada de trabalho é 8 (oito) horas ou 40 (quarenta) ho-ras semanais com concessão obrigatória de intervalodestinado à refeição ou descanso, ou 7 (sete) horas comintervalo facultativo, a critério de cada dirigente, cum-pridas no horário de 7 (sete) às 19 (dezenove) horas.

Porém, em relação às servidoras ocupantes de car-gos efetivos de Técnico Judiciário, Área Administrativa,Especialidade Telefonia, do quadro permanente depessoal do TRT - 21.ª Região, as mesmas sempre cum-priram jornada de trabalho de 6 (seis) horas diárias de

forma ininterrupta, estando agora, após transcorri-dos 21 (vinte e um) anos, tendo de cumprir a jornadade trabalho acima aludida.

Em razão disso, o SINTRAJURN ingressou compleito administrativo para que fosse revista a situaçãopeculiar das servidoras da área de telefonia, haja vistaque sempre haviam exercido a jornada em 6 (seis) ho-ras diárias de forma ininterrupta, dado o desgaste fre-quente das atividades desempenhadas na central deatendimento.

Porém, até a presente data o pedido administrati-vo em tela não teve os efeitos pretendidos pelo SIN-

TRAJURN, que entende que o direito à jornada detrabalho das servidoras da especialidade de telefoniaem 6 (seis) horas diárias de forma ininterrupta nãopoderia ser tolhido após a constatação de que as mes-mas cumpriam tal jornada há praticamente 20 (vinte)anos, tratando-se de um direito pelo qual aAdministração não poderia mais rever, dada a deca-dência consumada, a teor do art. 54 da Lei nº 9.784/99,motivando o sindicato a realizar estudos sobre a via-bilidade de eventual pedido judicial com a intenção deobter em favor das servidoras da área de telefoniauma jornada de 6 (seis) horas diárias.

Inflação corrói salários eprecariza a vida do servidor

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DEASSEMBLEIA GERALEXTRAORDINÁRIA

DELIBERAÇÃO DE GREVE - 15/08/2014

A reposição das perdas é uma

das principais reivindicações dos

servidores.

Com perdas salariais acumuladasem quase 50%, desde junho de 2006,os servidores do Judiciário Federalsofrem com a inflação. Desde o iní-cio de 2011, quando a presidenteDilma Rousseff (PT) tomou posse,o Índice de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA), que mede a inflaçãooficial do país, avançou 22%. A cadaano, na mé-dia, a inflaçãoengoliu 6%da renda dapopulação.

De acor-do com estu-do do econo-mista e asses-sor do Sin tra -jud, Washin -gton LuizMoura Lima, o reajuste de 15,8%conquistado na greve unificada de2012, já foi superado pela alta dospreços. Só a inflação dos três pri-meiros meses deste ano consumiudois terços do reajuste de 5% na fo-lha de pagamento dos servidores.

“Considerando o último reajustecomo sendo o de junho de 2006, quan-do da aprovação do PCS-3, a infla-

ção acumulada foi de 55,59%”, cal-cula Washington. “Descontando-seos 5% de reajuste de 2013 e os 5% de2014, que acumulam 10,25%, o rea-juste necessário para recompor a re-muneração frente à inflação é de41,12%.”

Reposição imediata

Em 2013, ano em que houve omesmo percentual de reajuste na fo-lha, o aumento também foi superado

pelo ICV, queficou em6,04%. Não àtoa, a reposi-ção imediatadas perdas sa-lariais e a an-tecipação daúltima parce-la, de 2015,são dois itensda pauta de

reivindicações dos servidores na cam-panha unificada, que luta também pe-lo direito à data-base.

Os números ressaltam a impor-tância da mobilização dos servidoresna construção da greve por tempoindeterminado. As reivindicações vi-sam recompor as perdas ocorridas egarantir a reposição da inflação.

Fonte: Sintrajud, com edição.

Milley God -­[email protected]­-­Telefone:­(84)2010-6733

Carga horária das telefonistas

PARA TODA A CATEGORIA DOS SERVIDORES DO PO-DER JUDICIÁRIO DA UNIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE,para sindicalizados e não sindicalizados - DELIBERAÇÃODE GREVE A PARTIR DE 21/08/2014O­Sindicato­dos­Servidores­do­Poder­Judiciário­Federal­no

Rio­Grande­do­Norte­–­SINTRAJURN,­no­uso­de­suas­atribui-ções,­convoca­TODA a­Categoria­dos­servidores­públicos­doJudiciário­da­União­no­Estado­do­Rio­Grande­do­Norte,­sindica-lizados­e­não­sindicalizados,­para­a­ASSEMBLEIA GERALEXTRAORDINÁRIA a­ser­realizada­no­dia­15­(quinze)­de­agos-to­de­2014,­sexta-feira,­às­9h,­em­primeira­convocação,­e,­às9h30min,­em­segunda­e­última­convocação,­em frente ao TRT21,­situado­à­Av.­Capitão-Mor­Gouveia,­3104,­Lagoa­Nova,­nes-ta­Capital,­com­a­seguinte­pauta:1­–­Informes­da­Campanha­Salarial­2014;2­–­Discussão­e­deliberação­sobre­a­possibilidade­de­defla-

gração­de­GREVE­por­tempo­indeterminado­nos­Órgãos­doJudiciário­Federal­no­Rio­Grande­do­Norte:­Justiça­Eleitoral,Justiça­Federal­e­Justiça­do­Trabalho,­a­partir­do­dia­21­de­agos-to­de­2014,­pela­Revisão­Salarial,­contra­a­PEC­59­e­a­CarreiraExclusiva­dos­Tribunais­Superiores;3­–­Calendário­de­Mobilização;4­–­Indicação­dos­membros­para­composição­do­Comando

de­Greve;5­-­Criação­do­Núcleo­dos­Técnicos­Judiciários.

Natal,­RN,­5­de­agosto­de­2014.

Leandro Augusto GonçalvesCoordenador­Geral­do­SINTRAJURN

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Natal,­Julho­de­20144

O 2º Apagão do Judiciário Federalno Rio Grande do Norte ocorreu na ma-nhã Do dia 04 de julho em frente ao TRE,na Praça André de Albuquerque, e reu-niu uma expressiva parcela de servido-res das três justiças federais no estado,eles atenderam ao chamado do Sintrajurnpara parar o trabalho e participar do pro-testo pelo reajuste emergencial e valori-zação da carreira.

O coordenador geral do Sintrajurn,Leandro Gonçalves, servidor do TRE,fez a abertura da mobilização informan-do sobre o parecer do relator do projetosalarial do Judiciário Federal, deputadoJoão Dado (SDD-SP), favorável à apro-vação do PL 6613/2009, mas que nãoacatou a proposta do texto substitutivoelaborada pela comissão de negociaçãolevada pela direção-geral do STF.

Diante da explanação, o servidor doTRE, Solon Almeida, questionou os cole-gas sobre a responsabilidade de cada umcom relação aos movimentos e as con-quistas dos direitos da categoria. “Somosservidores efetivos e temos que participar,esse movimento é visto como anti-produ-cente pela administração, mas não é, mui-tos dos problemas nascem da falta de umaautocrítica, precisamos realizar e partici-par de intervenções em busca de uma qua-lidade de vida, faço uma critica a todos nósenquanto servidores, por que não partici-par? Aqui estamos debatendo nossa con-dição de trabalho como servidor”.

O coordenador executivo Maximiano

Uchoa disse que participou da panfleta-gem nos tribunais, no dia anterior ao apa-gão, e por várias vezes mencionou aos ser-vidores os 10 motivos para parar oJudiciário federal, conforme consta nofolder de chamamento ao ato e, segundoele, somente um dos pontos elencados jáseria suficiente para uma grande mobili-zação, que é o Projeto de Lei do Plano deCarreira dos Servidores do Poder Judiciárioda União. “A história mostra que sem mo-bilização não conseguimos nada, o casodos garis e do passe livre em Natal sãoprovas recentes disto, com a gente ocorreo mesmo, nossos PCSs só vieram comgreves e muita luta, sem mobilização, alémde não conseguirmos nada, perderemosalguns direitos que já temos”, concluiu.

A coordenadora geral, SilvanaGruska, disse que o Poder Judiciário es-tá de braços cruzados, que montou umamesa informal de negociação para o rea-juste emergencial da categoria, mas nãomostra interesse em negociar o propos-to por ele mesmo nessa mesa, através dosubstitutivo ao PL 6613. Esclareceu, po-rém que o quadro de inércia pode ser re-vertido, que o reajuste emergencial po-de dar certo com muita pressão, pois ohistórico dos diversos PCSs mostra quea categoria sempre os conquistou quan-do fez greve. “Não temos outra saída,pois temos um governo do trabalhadorque, ironicamente, não conversa e nãonegocia há seis anos com os trabalhado-res do Judiciário Federal”, disse cha-

2º Apagão do Judiciário Federal noRN conclama categoria para greve

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Natal,­Julho­de­2014

“”

“Estamos indignados com a si-tuação em que nos encontramos,seja salarial ou de condições de tra-balho, e também pela PEC 59, vejoessa mobilização e a proposta degreve como a única maneira de re-solver ou negociar alguma respostapara as nossas necessidades”.Franklin Aragão – TRT.

“A gente tem que se mobilizarpara reivindicar, o sindicato está preo-cupado em informar, os servidorestêm que tomar consciência que senão houver mobilização, não vamoster êxito, não vamos conseguir na-da. A gente percebe a despolitiza-ção dos servidores e que essa difi-culdade é gerada pelo judiciário que,de certa forma, aprisiona os servi-dores com funções comissionadas,ao mesmo tempo, essas funções re-presentam uma questão de sobrevi-vência para os servidores, mas estousentindo que está iniciando uma mu-dança, participação em mobilizaçõesé um exemplo de conscientização,mas é um processo lento”.

Hélio de Araújo – Justiça

Federal.

mando os servidores para a luta, para uma gre-ve em agosto e deixou uma mensagem para osque possuem funções comissionadas. “FC é amorte da categoria, é um câncer na carreira dagente, que acorrenta e paralisa o servidor, masque não deve servir de argumento ou razão pa-ra que ele se intimide e não adira aos movimen-tos da categoria pelo medo da sua perda, pois étransitória, uma ilusão que não incorpora aosvencimentos, é muito mais inteligente lutar peloque realmente é nosso”.

O coordenador de Finanças, Eraldo Morais,agradeceu a presença dos servidores e disse queestava satisfeito com a adesão da categoria. “Oscolegas entenderam o chamamento do sindicatoe participaram ativamente do ato gerando umaboa expectativa para uma movimentação futura,dando exemplo para os demais tribunais”, con-cluiu após explicar que a categoria estava emEstado de Greve e que os tribunais haviam sidoinformados previamente dessa decisão, delibe-rada em assembleia geral do dia 7 de junho.

Para o coordenador executivo Paulo Marcelino,que está há 25 anos no Judiciário Federal, nuncahouve uma situação como a que está acontecen-do no momento. “Os servidores estão usandocheque especial como salário. Peço que sejammultiplicadores dos movimentos para que emagosto, prazo final para a votação do relatóriopreliminar da LDO (Lei de DiretrizesOrçamentárias), possamos juntos pressionar pe-la negociação do nosso reajuste, se não fizermosgreve forte serão mais de quatro anos sem nada,vamos nos unir e nos mobilizar porque só assimconseguimos alguma coisa”.

A coordenadora executiva, Maria Missilene,fez uma análise positiva do segundo apagãopromovido pelo Sintrajurn. “A expectativa foialcançada, os colegas participaram mais umavez, demonstrando que a categoria está cons-ciente e mobilizada para participar de uma gre-ve”, finalizou.

VOZdo Servidor

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Natal,­Julho­de­20146

Entre os meses de abrile maio deste ano um exe-cutadoem processo traba-lhista ameaçou de mortejuiz e servidores da 1ª Varado Trabalho de Pau dosFerros, inclusive, uma dasvezes, na própria sala de au-diência do prédio.

Após o ocorrido, o juizAntônio Carneiro fez umarepresentação na PoliciaFederal e o acusado foi deti-do. O caso foi denunciadoao Sintrajurn. A diretoria dosindicato, ao tomar conhe-cimento da situação e da in-segurança que os servido-res da cidade estavam sub-metidos, enviou oficio nodia 29 de maio à presidênciado TRT21 solicitando au-mento dos muros do pré-dio, colocação de cercas elé-tricas, câmeras, grades e con-tratação de mais vigilantes.

No dia seguinte, em 30de maio, a presidência doTRT respondeu ao ofício in-formando o encaminha-mento à Diretoria Geral, pa-ra análise urgente, do pedi-do do Sintrajurn com relação à obtenção de uma estrutu-ra maior de segurança para os servidores e para o prédioda vara.

Dois meses depois do episódio, ânimos arrefeci-dos, encontra-se a Vara de Pau dos Ferros protegidacom duas equipes de vigilância armada 24 horas. Sãoduas turmas, uma das 6h às 18h, e outra das 18h às 6h.Cada um delas com dois vigilantes. Antes tinha apenasum vigilante armado. Além disto, foi instalado na en-trada da sala de audiência um portal detectador de me-tal. A secretaria permanece desprotegida.

O Bedelho questionou o chefe da Seção de SegurançaInstitucional do Tribunal – SESEI, Yonaldo Costa, por-que o portal não contemplou todo o prédio. Ele expli-cou que o ideal seria que o portal tivesse sido instaladona entrada da vara para que todas as pessoas que aden-trassem no espaço passassem pelo detector que visuali-zaria a possibilidade de armamento. No entanto, por nãoexistir uma estrutura física que abrigue adequadamente Yonaldo Costa, chefe da SESEI do TRT21

O Sintrajurn firmou parceria com o CentroUniversitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN quepassa a oferecer aos sindicalizados e seus dependentesdesconto nas mensalidades dos cursos de graduação epós-graduação da instituição de ensino.

Para os 15 cursos de graduação oferecidos pela uni-

versidade os descontos variam de 12 a 25%, a dependerdo curso escolhido. Consulte tabela que está disponívelno site do Sintrajurn. Com relação à pós-graduação, ovalor do abatimento é de 20% para todos os cursos.

A promoção também é estendida para novas matrí-culas na Escola Doméstica de Natal e no Complexo

Educacional Henrique Castriciano com vantagem de15% na redução do valor das parcelas.

Para ter direito a promoção é necessário levar declara-ção do Sintrajurn informando ser sindicalizado. Os des-contos não se aplicam para as matrículas e são válidos so-mente para as mensalidades pagas até o dia do vencimento.

Convênio oferece até 25% de desconto em cursos de graduação, 20%em pós-graduação e 15% na Escola Doméstica e Henrique Castriciano

Segurança do ServidorA quem recorrer?

o equipamento eletrôni-co, visto que a entradaestá sujeita a sol, chuva eoutros fatores, o portalteve que ser instalado naparte interna da edifica-ção, na sala de audiência,local onde ocorreram asameaças de morte. Umaresolução emergencial,que não resolveu total-mente o problema. “Épreciso que o Tribunaltenha uma estrutura fí-sica capaz de comportara instalação de um equi-pamento de detecção demetal”, explicou Yonal -do. Ainda, de acordocom o chefe de seguran-ça, nenhuma vara do in-terior do Estado temcondições de receber dis-positivos de segurançada natureza de um por-tal ou porta giratória. Paraviabilizar os procedi-mentos de segurança in-dividuais a SESEI soli-citou a participação doServiço de Engenharia.“É preciso que Tribunal

se mexa para isso”, informou ele à nossa reportagemcomo também à comissão de Segurança Institucional,da qual faz e, que tem como presidente, o desembarga-dor José Rego Júnior, presidente do TRT21. “A comis-são pode dar o subsídio necessário para que se promovauma resolução”.

O portal instalado em Pau dos Ferros saiu daAdministração por não estar em funcionamento. Já oPosto de Vigilância Armada que agora está completocom duas equipes diurnas, e duas noturnas, deixou in-completo o posto de Mossoró, que passou a contar ape-nas com uma equipe diurna e outra noturna. A equaçãopode ser balanceada no próximo mês de novembro,quando será renovado o contrato com a Empresa Flashde Vigilância e, neste novo contrato, será solicitado quePau dos Ferros continue com as duas turmas nos doisturnos e Mossoró volte a contar com a mesma quanti-dade que tinha antes. Questionado se houve reclamaçãopor parte dos servidores da segunda maior cidade do es-

Sintrajurn defende proteção

integral do servidor

tado, ele disse que até agora não e espera que o postovolte a funcionar antes que ocorra algum problema.

Com relação ao pedido do Sintrajurn para instalaçãode um sistema de segurança em toda a estrutura do prédioa SESEI considerou que as medidas sugeridas pelo sindi-cato seriam para salvaguardar valores patrimoniais e, por-tanto, não necessariamente resguardariam a integridadefísica dos servidores e magistrados, com isso a DiretoriaGeral sugeriu à Presidência a abertura de um processo ad-ministrativo para aquisição de um detector de metal paracada Vara do Trabalho instalada no interior do Estado.Procedimento, que se concretizará, logicamente, se hou-ver ajuste dos prédios para receber o aparato.

Segurança do ServidorSe as medidas solicitadas pelo Sintrajurn, no enten-

dimento da SESEI, apenas salvaguarda a instalação fí-sica e os equipamentos do prédio, como fica a seguran-ça para os servidores do interior do Estado, fonte prin-cipal de preocupação do Sintrajurn? De acordo comYonaldo Costa a defesa dos servidores deveria ser feitapelos agentes de segurança, “desde que estejam devi-damente equipados para isto”. Segundo Yonaldo, umareivindicação antiga dos agentes de segurança que es-tão perdendo espaço dentro da organização do Tribunal.Em casos de vacância por aposentadoria, por exemplo,o cargo se transforma em outro para a Administração,sem renovação para o setor. “Só vai se dar importânciaquando acontecer alguma coisa”.

O Sintrajurn está atento ao problema e continua-rá cobrando da Administração soluções para o pro-blema de segurança dos servidores lotados no inte-rior do estado.

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Natal,­Julho­de­2014 7

O coordenador Carlos Pinheiro e o sindicalizado Emmanuel Abdala na última Reunião Ampliada da Fenajufe

A Fenajufe reforça o chamado parao Ato Nacional marcado para o próxi-mo dia 7 de agosto, com concentraçãoàs 14h30, em frente ao STF. Além dosservidores do DF, são esperadas repre-sentações de servidores e sindicatos detodo o país, para defender o reajuste sa-larial e impulsionar a negociação entreos chefes do Judiciário e do MPU com oExecutivo, como aprovado na Ampliada.

O objetivo é cobrar a implementa-ção da proposta de reajuste salarial dis-cutida na mesa de negociação instaladapelo STF a pedido da Fenajufe, comparticipação dos tribunais superiores,conselhos, e da representação da cate-goria. É cobrada da cúpula do Judiciário,

notadamente do futuro presidente doSTF, ministro Ricardo Lewandowski, adefesa da autonomia do Poder contraas ingerências do governo federal, e seuempenho por efetiva negociação.

Os servidores querem que o presi-dente do STF busque a imediata aber-tura de negociação com a presidenteDilma Rousseff, responsável por cor-tes anteriores no orçamento doJudiciário, a fim de que estejam garan-tidos os recursos necessários à imple-mentação do reajuste. A aprovação doPL 6613, com a redação do substituti-vo resultante dos trabalhos da mesa denegociação no STF, está condicionadaà existência de dotação orçamentária.

Sem que haja pressão sobre a cúpulado Judiciário e sobre o governo fede-ral, não há nenhuma garantia de que oreajuste possa ser aprovado noCongresso Nacional, já que a maioriados parlamentares está subordinada àsordens emanadas do Planalto. Matériasque não tenham aval do governo têmchances ínfimas de aprovação, espe-cialmente no caso das que tenham al-gum impacto orçamentário.

Do mesmo modo, os servidores co-bram também do procurador-geral daRepública, Rodrigo Janot, o papel de ne-gociador junto com o Judiciário peran-te o Executivo, de modo a garantir re-cursos para o reajuste no âmbito do MPU,

tendo em vista o texto de substitutivoao PL 6697/09 encaminhado à Câmara,nos mesmos moldes do Judiciário.

A reunião ampliada de 6 de julhodecidiu por focar a mobilização por rea-juste, neste momento, na garantia derecursos no orçamento, sem cortes, ten-do em vista a previsão de remessa doProjeto de Lei Orçamentária Anual(PLOA) ao Congresso em agosto. Alémde obter o compromisso de todos osramos do Judiciário Federal e do MPUem incluir os recursos em suas propos-tas orçamentárias, é determinante evi-tar cortes pelo Executivo, como ocor-rido nos últimos anos.

Fonte: Fenajufe, com edição.

Ato do dia 7 de agosto no STF

A assembleia geral extraordinária rea-lizada no dia 26 de julho elegeu, por una-nimidade, os coordenadores geraisLeandro Gonçalves e Silvana Gruskacomo delegados para representar oSintrajurn na próxima Reunião Ampliadada Fenajufe que será realizada no dia 09de agosto em Brasília. Como suplentesforam eleitos o coordenador executivoPaulo Marcelino e o sindicalizadoFloriano Gomes (TRT).

A assembleia também aprovou a cria-ção de um Calendário Estadual deMobilizações, com base no calendárioda Fenajufe, que inclui a realização deassembleias setoriais e o indicativo degreve para o dia 14 de agosto. As assem-bleias setoriais serão realizadas nos tri-bunais em preparação para a greve. Adata, local e horário serão definidos pos-teriormente pela diretoria executiva doSintrajurn.

Para o Ato Nacional do dia 07 deagosto em frente ao STF, seguindo re-comendação da Fenajufe para que ossindicatos enviem caravanas à Brasília,foi deliberado pelo envio de 10 repre-sentantes do Sintrajurn, entre eles osdois delegados eleitos para Ampliada.

Assembleiaaprova

indicativo degreve e

participação naAmpliada e no

Ato do STF

O Sintrajurn foi representado pelocoordenador executivo Carlos Pinheiroe pelo sindicalizado Emmanuel Abdalana Reunião Ampliada da Fenajufe, rea-lizada domingo, 06 de julho, em Brasília.O encontro reuniu 70 delegados, re-presentando 16 sindicatos, e debateusobre a campanha salarial 2014 apro-vando um calendário de mobilização e

atividades, com indicativo de greve na-cional para o dia 14 de agosto. A ReuniãoAmpliada também aprovou uma mo-ção de solidariedade aos metroviáriosde São Paulo.

Para o coordenador Carlos Pinheiroé preciso que haja uma mobilizaçãoforte em todo o Brasil, inclusive emBrasília, onde a categoria tem maior

representatividade. “São mais de 10mil filiados, eles podem puxar o res-tante dos estados." No Rio Grande doNorte ele também convoca os servi-dores para a mobilização. "Se não ti-ver movimento dos sindicalizados nãoterá greve, e sem greve não terá au-mento e será ainda pior do que esta-mos vivendo atualmente".

Sintrajurn participa da Ampliadada Fenajufe que definiu

indicativo de greve para agostoJOANA­D’ARC­DE­MELO

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ACESSE:

www.sintrajurn.org.br

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Natal,­Julho­de­201410

Foi a Constituição da República de1988 que reconheceu a liberdade sindi-cal para o funcionalismo público, no en-tanto, gerou polêmicas quanto à possi-bilidade do uso da greve pela categoria,porque deveria ser exercida “nos limitesdefinidos em lei específica”.

O Supremo Tribunal Federal adotoucomo solução precária para a lacuna osdispositivos da Lei nº 7.783/1989, que en-tão passaram a regular a greve dos servi-dores públicos conforme o decidido nosmandados de injunção nº 670, 708 e 712.

Mas nem todos os pontos foram de-finitivamente fixados, fato que ainda ge-ra insegurança jurídica acerca dos seuslimites e efeitos. Isso porque o STF con-fiou aos Tribunais a tarefa da conforma-ção da Lei nº 7.783/1989 para o serviçopúblico, fato que acabou por permitirentendimentos jurisprudenciais diver-gentes em temas semelhantes.

Ainda se faz necessária a vinda da le-gislação específica sobre os limites dodireito de greve no serviço público.

Deflagração da greveA deflagração da greve, condução e

encerramento, deve ser dirigida exclusi-vamente pela entidade sindical que con-grega a categoria. A legislação sugere osseguintes “passos” para deflagração dagreve de servidores públicos:

(1) Em assembleias da categoria, os sin-dicatos devem definir a pauta de reivindi-cação e deliberar sobre o “indicativo degreve” caso não atendidas as reivindica-ções. Nesse momento, é oportuno escla-recer os servidores dos efeitos da greve,notadamente sobre a possibilidade de serdescontada a remuneração e a probabili-dade de alguns terem que se manter emefetivo exercício para cumprir com os per-centuais mínimos de serviços essenciais,conforme explicarão os próximos artigos.

(2) Com suporte nas atas das assem-bleias, que deverão ser publicadas em jor-nais de grande circulação, as entidadessindicais devem notificar a Administraçãosobre a pauta para iniciar a negociaçãodas reivindicações, documentando todasas tratativas e acontecimentos (requeri-mentos, notícias, expedientes adminis-trativos, etc.) para demonstrar que a ten-tativa foi mesmo exaustiva.

(3) Se infrutíferas as negociações, no-vamente em assembleias da categoria ede acordo com o quórum qualificado pre-visto no estatuto, os sindicatos podemdeliberar pela deflagração da greve (quetambém deverão ser publicadas em jor-nais de grande circulação), fixando a da-ta de início e notificam as autoridades en-volvidas com 72 horas de antecedênciado dia em que se iniciarão as paralisações.

Manutenção dos serviços essenciaisEmbora o Supremo Tribunal Federal

tenha viabilizado o direito constitucionalde greve dos servidores públicos, aplicou

algumas restrições, a principal parte da pre-missa de que todas as atividades públicassão essenciais, por efeito do princípio dacontinuidade do serviço público, para im-pedir a paralisação integral de qualquer ser-viço público. Isso significa que o rol do ar-tigo 10 da Lei 7.783/1989 é inaplicável aosservidores, motivo pelo qual a greve dosservidores públicos deve ser apenas par-cial, ou seja, não pode abranger a totalida-de da categoria que deflagrou a greve.

Embora o costume sugira manter emserviço pelo menos 30% da força de tra-balho durante as greves de servidorespúblicos, esta regra não consta na Lei7.783/1989, conforme admitida peloSupremo Tribunal Federal.

O ideal é que, durante a greve, o sin-dicato, mediante acordo com aAdministração Pública, manterá em ati-vidade equipes com o propósito de as-

segurar a regular continuidade da pres-tação do serviço público.

Condução da greveQual seria a finalidade de se condu-

zir uma greve? Encerrá-la! A greve não éum fim em si mesma, mas tão somenteum instrumento para que se chegue aoconsentimento. Postura negocial é a pa-lavra chave para o "sucesso" de uma gre-ve: o encerramento negociado.

É importante que as entidades sin-dicais documentem essas tentativas dese chegar a um acordo com aAdministração durante a condução dasgreves. Também é necessário o avisosobre todos os movimentos da catego-ria nesse período, até mesmo para res-saltar a boa-fé e a presença dos servi-dores nesse evento, que poderá ser com-provada com o envio da folha de pre-sença dos grevistas.

Por fim, as entidades sindicais de-vem fazer o máximo esforço para cum-prirem com os percentuais a que secomprometeram, priorizando aquelasatividades críticas e inadiáveis sem asquais o administrado pode correr ris-co de vida (pronto socorro, emergên-cias policiais), ter a liberdade restringi-da (habeas corpus) e temer pelo pere-cimento de direito (cautelares e provi-mentos liminares urgentes).

Abusividade e práticas antissindicaisSão proibidas e sancionadas pela Lei

9.029/1995, o complexo normativo e ajurisprudência não admitem o uso da fi-liação sindical ou a adesão à greve comomotivo para atos disciplinares ou restri-tivos de direito dos servidores.

A adequada defesa da categoria pe-los representantes eleitos para man-datos classistas é resguardada pela ina-movibilidade desses servidores, con-forme disciplina o § 2º do artigo 94 daLei nº 8.112, de 1990, ao passo em queo artigo 92 prevê a licença para de-sempenho do mandato classista, semprejuízo da continuidade do vínculoestatutário.

A Lei Geral de Greve adotada pro-visoriamente pelo Supremo regula a pa-rede coletiva no âmbito dos trabalhado-

res regidos pela Consolidação das Leisdo Trabalho, prevendo várias etapas quetornam legítima a greve deflagrada pelasentidades sindicais. Negar-se a respeitaro direito concedido a tais associações,especialmente qualificadas pela Lei Maior,é promover o antissindicalismo.

Ainda da esfera privada, retiram-sevários exemplos de condutas antissindi-cais, quais sejam: intervenção do “em-pregador” na organização sindical ou fo-mento a sindicatos alinhados, em detri-mento dos mais combativos; assédio mo-ral a quem milita ou participa ativamen-te da atividade sindical; aplicação de san-ções a trabalhadores grevistas; recusa aodiálogo; dificultar a divulgação da para-lisação à categoria no local de trabalho;impedimento de manifestações pacífi-cas no local de trabalho.

O número de condutas que podemser enquadradas não é fechado, pois ajurisprudência se depara seguidamentecom novas formas veladas ou dissimula-das de antissindicalismo.

Do outro lado, não se pode esquecerque o direito de greve deve ser exercidosem abusos. É que a Lei 7.783/1989 taxadiretamente como abusivas as paralisa-ções que são realizadas após ou na vigên-cia de acordos coletivos, e indiretamenteoutras condutas que não seguem o rito dadeflagração ou condução da greve[1].

Para além de esgotar tais atos, este ar-tigo objetivou demonstrar que a paralisa-ção coletiva não é um fenômeno negati-vo, mas verdadeiro instrumento de paci-ficação, justiça e harmonia entre as forçasenvolvidas nas relações de trabalho, o quenão se modifica no serviço público.

Logo, o sindicato e aqueles que tornamsuas atribuições realidade devem ser respei-tados como atores sociais indispensáveisao Estado Democrático é à constante evo-lução dos serviços prestados ao cidadão,bem como respeitar aqueles interesses dacomunidade envolvidos nas paralisações.

O encerramento da greveCelebrado acordo entre os servido-

res e a Administração, que concilie e abar-que o interesse de ambas as partes, é im-perioso o fim da greve, sob pena de omovimento ser caracterizado como abu-sivo. Afinal, atingido o “fim”, não há por-que manter o “meio” adotado.

Exceção a esta regra reside nos casosem que a Administração não cumpre ascláusulas estabelecidas, ou quando sobre-vier fato novo que modifique a situação fá-tica em que a negociação foi firmada. Emboraa Lei 7.783/1989 não exija informar àAdministração Pública sobre a cessação oususpensão do movimento grevista, é reco-mendável esta providência para demons-trar a boa-fé na condução da greve, notifi-car o retorno ao trabalho (evitando declara-ção de abusividade) e, especialmente, ini-ciar a negociação sobre a compensação dosserviços paralisados durante a greve.

Remuneração durante agreve e compensação dos serviçosSob o ponto de vista da OIT, “o des-

conto salarial dos dias de greve não põeobjeções do ponto de vista dos princí-pios da liberdade sindical”. No entanto,a própria OIT defende que o pagamentodos salários dos grevistas não pode serimposto - pela legislação ou pela jurisdi-ção - ao empregador nem proibido, por-que deve ser resolvido entre as partes.

A exemplo dos servidores do PoderJudiciário, o Conselho Nacional de Justiçatem minuta de enunciado no sentido deque “há possibilidade do desconto da re-muneração se não houver opção pelacompensação dos dias não trabalhados”(PP 0000098-92.2012.2.00.0000).

Portanto, a discussão sobre os descon-tos de greve não deve se centrar apenasnos eventuais prejuízos dos servidores ouda Administração, mas principalmente nodever de continuidade e eficiência frenteaos administrados que sofreram com a gre-ve, o que trará a inescapável obrigação dese negociar sobre a compensação de to-dos os serviços que restaram paralisados, aassegurar o pagamento da remuneraçãodos servidores relativa ao período.

Fonte: Info Greve – Direito dos Servidoresem Greve, com informações de Cassel &Ruzzarin Advogados.

Direito de greve do servidor públicoGREVE

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Natal,­Julho­de­2014 11TST amplia percentual de servidores que

podem optar por trabalhar em casaPoder trabalhar em casa. Essa será a

realidade de até 50% dos servidores pú-blicos do Tribunal Superior do Trabalho(TST). Ato assinado pelo presidente doTST, ministro Barros Levenhagen, am-pliou o percentual de servidores que po-derão solicitar o benefício do teletraba-lho. Com objetivo de aumentar a quali-dade de vida dos servidores e, conse-quentemente, a produtividade, a insti-tuição é pioneira, entre os tribunais su-periores, a oferecer formalmente essamodalidade de trabalho.

Atualmente 30 servidores trabalhamoficialmente a distância. O limite de servi-dores nesse regime, por unidade, que erade 30% da respectiva lotação, foi aumen-tado para até 50%, mediante solicitaçãofundamentada da unidade interessada.

Resultados positivos"Fizemos um projeto piloto e verifi-

camos que o resultado foi extremamente

Perfil Edmílson Dantas de Morais

Oficial de justiça avaliador/ JFRN

d e u m s e r v i d o r

Prestes a completar 50 anos de idade, Edmilsoncontabiliza 21 anos de serviço na JFRN lotado na 4ªVara Federal. Ele defende o trabalho de oficial de justi-ça como um dos mais importantes do Poder Judiciáriopor ser o elo entre a prestação jurisdicional e à socieda-de. “O oficial de justiça materializa e torna eficazes asdecisões formais, emanadas pelos magistrados”. Mesmocom a tensão da atividade em razão da violência urbanae do trânsito caótico, procura exercer sua função comurbanidade, controle emocional e respeito às partes.

Em duas décadas de atuação já vivenciou diversosfatos marcantes, geralmente não agradáveis, comoocorre com a maioria dos oficiais. “São os ossos doofício... Certa vez, um ocupante irregular de imóvelme ameaçou ao afirmar que “revólver ainda resolve muitacoisa’”. Edmilson relembra ainda uma diligência ocor-rida em janeiro de 2013, em Búzios, quando, com oauxílio da polícia ambiental e de operários contrata-dos pela parte autora, teve a incumbência de conduzira demolição de duas barracas de praia, cujos comer-ciantes ocupavam irregularmente a área há mais de 20anos. “A proprietária de uma das barracas tinha maisde 70 anos de idade e passou mal durante a diligência.Presentes estavam seus filhos e clientes amigos, alémde dezenas de veranistas que passeavam à beira-mar”.Como não havia mais saídas judiciais para o caso, teveque autorizar a derrubada, e o fato marcou em razãodos apelos emocionais.

21 anos após ter concluído o curso de Direito, ooficial de justiça retornou à universidade para cursarLetras Espanhol e surpreso, observou a presença deoutros estudantes na faixa etária, dos 40 ou 50 anos.

“Estou surfando nessa onda. E não estou sozinho naJustiça Federal: os oficiais de justiça Sebastião (jorna-lismo), Boanerges (geografia) e Chagas (espanhol),além de outros servidores retornaram à UFRN paraviver esse processo de reinvenção. Não vejo isso co-mo abandono de uma profissão para ingressar em ou-tra. Enxergo como um casamento de conhecimentos.Como projeto futuro, posso trabalhar como tradutorde textos jurídicos e de autos judiciais, aliando, assim,os conhecimentos de direito e de língua estrangeira.”

Nas horas vagas Edmilson gosta de ouvir emisso-ras de rádios internacionais. “Tenho esse hobby desdeos 10 anos de idade quando meu pai adquiriu um apa-relho Transglobe da Philco, de nove faixas. Quandoele saía para trabalhar, tomava posse do rádio e ficavaescutando as emissoras, mesmo sem entender o idio-ma falado pelos locutores. Era o ano de 1975. Com o

tempo, fui estudando de forma autodidata alguns idio-mas – inglês, espanhol e italiano – a fim de entender onoticiário”. Era o período da Guerra Fria e havia pe-leja ideológica nas ondas do rádio: pela manhã, a Vozda América, dos Estados Unidos, anunciava seu edi-torial propagandístico, que, à noite, era refutado pelaRádio Central de Moscou, da antiga União Soviética.

As rádios internacionais eram a web dos anos 70 e80 e Edmilson costuma dizer que já era um ser “inter-nético” mesmo antes do advento da internet. Hoje boaparte dessas emissoras internacionais migrou sua pro-gramação para o sistema digital, e é possível baixá-laem MP3. “Diariamente, pela manhã, baixo para o meupendrive cerca de seis blocos noticiosos da Rádio FrançaInternacional, da Rádio Deutsche Welle da Alemanha,da Rádio Praga da República Tcheca e da Rádio Exteriorda Espanha, todos em língua espanhola”.

Casado com a esteticista Ana Cristina tem três fi-lhos: Jean-Pierre, 19 anos, estudante de História naUFRN, Antônio Pietro, de 20 anos, que estuda enge-nharia mecânica em Budapeste, na Hungria, pelo pro-grama Ciência sem Fronteiras e Fabíolla, de 28 anos,advogada e casada, que reside atualmente no sul daAlemanha. “Nas duas últimas férias, eu e minha espo-sa visitamos na Europa”. Durante os finais de sema-na, além do estudo e trabalhos acadêmicos, costumasair com a esposa e o filho para restaurantes ou praiasdo litoral. “Frequento, às vezes, com o meu filho Jean-Pierre, a Arena das Dunas, para assistirmos aos jogosdo América. Algumas vezes, minha esposa me acom-panha apesar de não gostar muito de futebol”, finali-zou Edmilson.

Ouvir emissoras de rádios internacionais e baixar noticiáriode fora do Brasil estão entre o hobby do servidor autodidata

positivo", afirma o presidente do TST,ministro Barros Levenhagen. "A produ-tividade dos servidores que participaramda primeira etapa de implantação do tele-trabalho aumentou muito. Por isso, deci-dimos pela ampliação". Levenhagen acre-dita que essa modalidade de trabalho fará

parte do futuro das relações trabalhistas,"trazendo benefícios para o trabalhador epara a empresa".

AcompanhamentoA Secretaria de Saúde e a Coordenadoria

de Desenvolvimento de Pessoas são os ór-gãos responsáveis pelo acompanhamento

periódico dos teletrabalhadores. Entre osdeveres dos servidores estão: cumprir, nomínimo, a meta de desempenho estabele-cida, desenvolver suas atividades no DistritoFederal e deste não se ausentar em dias deexpediente sem autorização prévia formalde seu superior.

Eles têm ainda de atender às convo-cações para comparecimento ao TST sem-pre que houver necessidade daAdministração, manter telefones de con-tato permanentemente atualizados e con-sultar diariamente a sua caixa postal indi-vidual de correio eletrônico. Também éobrigatória a realização de uma reuniãocom a chefia imediata, a cada período má-ximo de 15 dias, para apresentar anda-mento dos trabalhos. Em caso de des-cumprimento dos deveres, o servidor se-rá notificado formalmente e pode perdero benefício.

Fonte: TST, com edição.

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Natal,­Julho­de­201412

O coordenador geral doSintrajurn Leandro Gonçalves, ocoordenador financeiro EraldoMorais e o servidor Perivaldo RochaLopes foram recebidos pelo presi-dente do Tribunal Regional Eleitoral,desembargador Amílcar Maia, no dia10 de julho, para tratar da transfor-mação da especialidade de um cargovago de Analista Judiciário. A reu-nião foi solicitada depois que váriossindicalizados informaram aoSintrajurn que o TRE pretendia trans-formar a especialidade do cargo daárea Administrativa para a área ApoioEspecializado – Análise de Sistemas,em claro prejuízo para os servidoreslotados no interior do estado.

Na reunião foi entregue um re-querimento administrativo (SADP20.237/2014), juntamente com umabaixo-assinado preparado pelosservidores, demonstrando as razões pelas quais atransformação da especialidade não deveria ser im-plementada.

Para o sindicato a transformação ofende ao princí-pio da impessoalidade, que deve nortear aAdministração Pública e, principalmente, o concursopúblico. Ao mudar a especialidade, o administradorcria uma vaga e escolhe quem vai ser nomeado. Assim,para nomear determinado candidato que fez concur-so para o cargo de médico, basta que se transformeum cargo para essa especialidade, afrontando-se indu-

bitavelmente o princípio da impessoalidade.O Sintrajurn defende que a pretensão do TRE frus-

tra a legítima expectativa de remoção dos servidoresdas zonas eleitorais, atingindo técnicos e analistas ju-diciários. Não havendo remoção, consequentementehaverá estagnação da situação das zonas que estãocom apenas um servidor, perpetuando a degradaçãoda saúde do servidor e da qualidade do serviço. Para seter uma ideia, 33 zonas eleitorais contam com apenasum servidor, sendo que a lei determina que sejam nomínimo dois.

O Desembargador Amílcar Maia ouviu o pleito e

declarou que conhece a realidade dopessoal que trabalha no interior doestado, pois foi juiz do interior por15 anos. “Analisarei o pedido do sin-dicato e vou ouvir os argumentos daadministração para tomar a decisãoque melhor atenda às necessidadesdo tribunal”, declarou.

Para Eraldo Morais “essa trans-formação de cargos, aliada à lutapela recomposição salarial, é moti-vo mais do que suficiente para queos servidores entrem em greve”.Acrescentado em seguida:“Conclamo todos os servidores,principalmente meus colegas dasZonas Eleitorais, a prepararem-separa a greve. Quase todos os servi-dores possuem saldo em banco dehoras suficiente para pararem porum mês, pelo menos. Já estamoscansados de notícias ruins todos os

dias. Chega!”.“Tenho certeza que o presidente do TRE, sendo

um administrador justo e experiente, tomará a decisãocorreta e não prejudicará os servidores que mais ne-cessitam, transformando o cargo”, declarou LeandroGonçalves.

Como medida preventiva, o escritório de advo-cacia contratado pelo Sintrajurn já está analisandoo caso para impetração de eventuais medidas juntoao Conselho Nacional de Justiça e outros órgãosdo judiciário.

Sintrajurn busca resposta na presidência do Tribunal

TRE pretende transformar cargo

Da Cartilha “Desvio de Função no Serviço Público”ELABORAçãO E REALIzAçãORUDI CASSEL,­JEAN P.­RUzzARIN,­ARACéLI A.­RODRIGUES,­MARCOS JOELWWW.BLOGSERVIDORLEGAL.COM.BR

A prática do desvio de função ocorre quando umtrabalhador é designado para função estranha àquelapara qual foi nomeado ou contratado. Se envolve ser-vidor, o caso é ainda mais grave porque viola o con-curso público exigido pela Constituição da República.

Ao se dar o devido tratamento à questão, a vitó-ria será do servidor que terá restauradas as atribui-ções legais, do Administrador Público que atuarácom a conduta dele exigida e de cada cidadão que ve-rá respeitados os princípios da legalidade, da impes-soalidade, da moralidade e da eficiência, contextua-lizados pela garantia do acesso a cargos por concur-so público específico.

O que é desvio de função no Serviço Público?É quando o servidor público realiza atri-

buições que não são próprias de seu cargo efe-tivo, sem que ocupe função de confiança ou cargoem comissão. O fenômeno ocorre em muitos ór-gãos que, em vez de promoverem concursos públi-

cos específicos para determinadas atividades, pro-movem um “atalho” ao caminho constitucional,“aproveitando” servidor pertencente ao quadro depessoal em atribuições diferentes daquelas para asquais foi aprovado em certame adequado. É o quese observa quando auxiliares judiciáriosdesempenham atribuições de técnicos ju-diciários e estes desempenham atribui-ções de analistas judiciários da Lei11.416/2006 (PCS do Poder Judiciárioda União). O contrário também caracte-riza desvio de função.

Há desvio de função quando oServidor exerce atividade diferen-te do seu cargo, mas recebe retri-

buição de função comissionada ou decargo em comissão?

Em regra, nesse caso, não há desviode função, uma vez que a ocupação defunção comissionada ou de cargo em co-missão, com suas respectivas retribuições,importa no exercício de atribuições quenão são inerentes ao cargo ocupado peloservidor, mas próprias das atividades dafunção ou do

cargo comissionado. Entretanto, as tarefas comretribuição de função de confiança ou de cargo emcomissão devem estar vinculadas à direção, à che-fia ou ao assessoramento para que não se caracte-rize o desvio.

DESVIO DE FUNÇÃO

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