36
O BELO

O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

O BELO

Page 2: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era

praticada em Atenas e que ele conheceu de perto.

Page 3: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

No século IV a.C., em data imprecisa, surgiu em Atenas a primeira concepção de sociedade perfeita que se conhece.

Tratou-se do diálogo "A República" (Politéia), escrito por Platão, o mais brilhante e conhecido discípulo de

Sócrates.

Page 4: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Platão fundou uma escola, a Academia, e escreveu os famosos diálogos, onde Sócrates quase sempre aparece como protagonista:

Hípias menor, Alcibíades, Apologia de Sócrates, Eutífron, Críton, Hípias maior, Cármides, Laques, Lísias,

Protágoras, Górgias, Mênon, Fédon, Banquete, Fedro, Ion, Menéxemo, Eutidemo, Crátilo, República,

Parmênides, Teeteto, Sofista, Político, Filebo, Timeu,

Crítias e Leis.

Page 5: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Platão se tornou discípulo de Sócrates, seguindo sua filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da

verdade através de perguntas, respostas e mais perguntas. 

Page 6: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

Nos diálogos platônicos, Sócrates é o personagem central. A principal obra

política dele foi "A República" (Politéia), que compôs provavelmente entre 380 e 370 a.C., quando tinha mais de 50 anos

de idade, portanto, obra da sua maturidade.

Page 7: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Em A República, Platão idealiza uma cidade, na qual dirigentes e guardiões

representam a encarnação da pura racionalidade. Neles encontra discípulos

dóceis, capazes de compreender todas as renúncias que a razão lhes impõe, mesmo

quando duras.

Page 8: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• O motivo prático é que a arte torna-se outro tanto danosa no campo moral.

Atuando cegamente sobre o sentimento, a arte nos atrai para o verdadeiro, como

para o falso, para o bem como para o mal.

Page 9: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• No livro X é discutida a poesia como forma de educar as crianças, maneira

muito comum entre os gregos de transmitir conhecimento, de educar e

formar os futuros cidadãos.

Page 10: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• A poesia era a maior ferramenta de propagação do saber filosófico ou mesmo das coisas mais simples do cotidiano. Ela é incorporada na cultura como maneira de

ensinar o povo.

Page 11: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Platão deseja que a filosofia assuma o lugar ocupado pela filosofia.

Page 12: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Ele defende um novo método de aprendizado na Grécia, através da

filosofia, que não deveria repetir os erros do método desempenhado até o momento pela poesia, baseada na ficção e exagero.

Page 13: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• A poesia é assunto corrente no livro III e V, quando se trata da formação do

guardião da cidade perfeita. Nesse livro, instiga-se os efeitos negativos da arte

(poesia e música).

Page 14: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• No livro X Platão refuta o uso da arte de forma drástica, inabilitando-a na educação de qualquer cidadão.

• Ele argumenta que o artista produz uma versão da experiência que está duas vezes afastada da realidade.Sua obra é perigosa tanto para ciência quanto para moral.

Page 15: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Desde que se estabelece o método da verdade no livro X, Sócrates pergunta quem é o imitador, mim-t-s, e o que é a imitação, mím-sis.

• Sócrates sugere aos interlocutores que, inicialmente, tomem como exemplo os objetos, cama, mesa e os personagens Deus, marceneiro e pintor.

Page 16: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Deus é o autor da cama real, de sua natureza essencial, una.

• O marceneiro é artífice da cama, daquela que serve aos homens, inspirada naquela que foi idealizada por Deus, o modelo supremo.

• O pintor é reconhecido como o imitador daquilo que os outros são artífices.

Page 17: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Deus é o autor da primeira realidade (o arquétipo); o artesão, autor da segunda, que se inspira no arquétipo, e, o artista,

autor da criada pelo artesão.”

Page 18: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Assim, na hierarquia da realidade, um objeto como por exemplo uma cama, que existe na natureza das coisas criadas por

deus, é uma cama real no entender de Platão. Ao mesmo tempo, uma cama,

construída pelo artesão, é uma imitação aproximada, uma cópia, uma sombra (skia) da idéia de cama, que existe no

mundo inteligível (real).

Page 19: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• O imitador não tem conhecimentos que valham nada sobre aquilo que imita, mas

a imitação é uma brincadeira sem seriedade; e os que se abalançam à

poesia trágica são todos eles imitadores.

Page 20: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• O cidadão consciente não deve se deixar ludibriar com aquilo que a poesia lhe

oferece, tendo consciência de que aquilo nada mais é do que imitações.

Page 21: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• A poesia, ao contrário da filosofia, não se compromete com a verdade, se ilude com as aparências e nesse processo eleva as piores partes da alma, lugar que deve ser ocupado com o que há de melhor, a parte

racional.

Page 22: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• A formação do cidadão se ministrada de forma imperfeita, coloca em cheque a cidade modelo. A educação imperfeita

destrói o equilíbrio da alma procurada por Platão.

Page 23: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Logo nos primeiros capítulos da Poética de Aristóteles, contudo, observamos seu

afastamento das concepções de seu mestre na própria definição da função” do conceito de imitação e na exposição que faz relativamente à arte da poesia, a qual

descreverá como sendo a arte da “imitação da ação”.

Page 24: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Enquanto seu mestre Platão inclinou-se preferencialmente por fazer desenhos de construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da humanidade, Aristóteles, seu discípulo mais famoso, procurou tratar das coisas reais, dos sistema políticos existentes na

sua época.

Page 25: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Platão inspirou revolucionários e doutrinários da sociedade perfeita,

Aristóteles (384-322 a .C.) foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados à ciência e ao

realismo.

Page 26: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Aristóteles valoriza a arte como representação do mundo. Esses conceitos estão no seu mais conhecido trabalho, a

Poética.

Page 27: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Logo nos primeiros capítulos da Poética de Aristóteles, contudo, observamos seu

afastamento das concepções de seu mestre na própria definição da função” do conceito de

imitação e na exposição que faz relativamente à arte da poesia, a qual descreverá como sendo a

arte da “imitação da ação”. A “arte poética“ é realizada através da disposição do ritmo, da

linguagem e da harmonia, e ela subdivide-se em : epopéia, comédia e tragédia.

Page 28: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Aristóteles distingue a tragédia, por exemplo, como a imitação de uma ação

austera ou de um ato nobre. Os imitadores da tragédia são homens que

praticam necessariamente ações elevadas e são distinguidos, em geral, pela virtude.

Portanto, cabe observar que , em qualidade, estas personagens imitam sempre homens melhores que nós.

Page 29: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• A imitação, tal como é estabelecida na tragédia, não é uma imitação dos homens

mas sim uma imitação de AÇÕES e imitação de VIDA [felicidade ou

infelicidade] que residem particularmente na ação.

Page 30: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Para Aristóteles a arte , antes de tudo, resultado de uma habilidade para o fazer.

O belo é fruto ou resultado do domínio que o artista tem da téchne.

Page 31: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Só a arte pode ser mimética, o que significa deslocar o conceito de mímese

do sentido de cópia para a representação e transformação.

Page 32: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• As obras não são réplicas ou cópias, mas ficções reveladoras, produto da

imaginação criativa orientada para o fazer, imaginação produtiva.

Page 33: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Aristóteles retoma a atitude platônica de tratar a arte como um domínio de objetos à parte, essencialmente distinto da vida

ordinária e da ação.

Page 34: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• A divisão que Platão estabeleceu entre arte e realidade tornou-se um dogma inquestionável que tem sido tratado e reforçado por inúmeras obras de arte.

Page 35: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que

• Separar arte da realidade não apenas serviu para rotulá-la como algo sem valor cognitivo, mas também para isolá-la da

vida prática e da ação socio-política enquanto objeto meramente fictício.

Page 36: O BELO. O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que