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O Brasil e os Tribunais Internacionais: entre o direito interno e o direito internacional Minicurso de extensão Realização: Grupo de pesquisa Crítica & Direito Internacional entre o direito interno e o direito internacional

O Brasil e os Tribunais Internacionais · Violação dos Artigos I (Tratamento NMF), III (Tratamento Nacional) e XI (Proibição a Restrições Quantitativas) do GATT. ... impostas

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O Brasil e os Tribunais Internacionais:

entre o direito interno e o direito internacional

Minicurso de extensão

Realização: Grupo de pesquisa Crítica & Direito Internacional

entre o direito interno e o direito internacional

O BRASIL E O O BRASIL E O ORGÃO DE SOLUÇÃO DE ORGÃO DE SOLUÇÃO DE ORGÃO DE SOLUÇÃO DE ORGÃO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DA OMCCONTROVÉRSIAS DA OMC

Professora Inez LopesProfessora Inez Lopes

Sistema de Solução de Controvérsias na OMC

� Constitui uma obrigação jurídica de todos os Estados-membros contemplada no acordo de Marraqueche e deve ser cumprida de boa-fé;deve ser cumprida de boa-fé;

� Um dos pilares do sistema multilateral do comércio;

� Representa continuidade e mudança em relação ao antigo sistema do GATT.

� As decisões do antigo GATT constituem jurisprudência válida para o sistema da OMC.

� Passagem do conceito de “rebalancing concessions” no sistema do GATT para “trade sanctions”.

Sistema de Solução de Sistema de Solução de Controvérsias na OMCControvérsias na OMC

� Criação de um sistema único.� Composto por reprentantes de todos os membros.� O “adensamento da juridicidade” dos sistema de SC da � O “adensamento da juridicidade” dos sistema de SC da

OMC possibilitou a criação da regra de consenso invertido, com o propósito de impedir e superar o “bloqueio unilateral” por um membro.

� Reduz a dimensão diplomática – caracterizada pelo controle político dos Estados-membros (Lafer, 1998).

� É elemento essencial para trazer segurança e previsibilidade ao sistema multilateral de comércio (Art. 3º, § 2º, do Entendimento do OSC).

Benefícios do Sistema de Solução Benefícios do Sistema de Solução de Controvérsias da OMCde Controvérsias da OMC

� Fortalecimento de um sistema jurídico internacional mais guiado por regras jurídicas e menos pela força das potências mais fortes (mesmo um sistema orientado pela força ainda é predominante);

� Procura a conformidade das partes, mais do que � Procura a conformidade das partes, mais do que indenizações por prejuízos sofridos;

� Resolve as disputas amigavelmente, evitando tensões e mesmo guerras;

� É rápido; � Cria precedentes jurisprudenciais e aumenta a

segurança jurídica;

Benefícios do Sistema de Solução Benefícios do Sistema de Solução de Controvérsias da OMCde Controvérsias da OMC

� Preenche lacunas de interpretação e resolve ambiguidades nos tratados;

� Promove o cumprimento das regras internacionais;

� Ameniza assimetrias entre os Estados; � Ameniza assimetrias entre os Estados;

� Concede entre os participantes o sentimento de um procedimento justo;

� Contribui para que governos vençam resistências internas contra políticas que ferem o direito internacional (Jackson, 2006).

Críticas ao Sistema de Solução Críticas ao Sistema de Solução de Controvérsias do GATTde Controvérsias do GATT

� Demora e incertezas quanto ao procedimento, uma vez que inexistia um direito à constituição de um painel, sendo atos discricionários das partes contratantes;

� Ausência de rigor e clareza nas decisões;

� Dúvidas quanto à adoção do relatório feito pelo painel;

� Demora na adoção de recomendações; e

� Descumprimento parcial ou total da decisão proferida (Trebilcock; Howse, 2001)

Contenciosos na OMCContenciosos na OMC

� Desde a criação do Órgão de Solução de Controvérsias foram ou Controvérsias foram ou estão sendo analisados:

� 452 casos

Ranking de reclamantesRanking de reclamantesNúmero de CasosNúmero de Casos

� Argentina: 18

� Brasil 26

� Canadá: 33

� Coreia: 15

� Tailandia: 13

� União Europeia: 87� Canadá: 33

� China: 11

� Índia: 21

� Japão: 16

� México: 23

� União Europeia: 87

81% dos contenciosos do OSC 81% dos contenciosos do OSC são de 24,2% dos membrossão de 24,2% dos membros

(42% (42% -- EUA e UE)EUA e UE)

Ranking de demandadosRanking de demandadosnº de casosnº de casos

� Argentina: 21

� Austrália: 13

� Brasil: 14

� Índia: 21

� Japão: 15

� México: 14� Brasil: 14

� Canadá: 17

� Chile: 13

� China: 29

� Estados Unidos: 119

� México: 14

� Coreia: 14

� Tailandia: 3

� União Europeia: 73

Ranking como Terceiro InteressadoRanking como Terceiro Interessadonº de casosnº de casos

� Arábia Saudita: 14

� Argentina: 44

� Austrália: 73

� Brasil: 73

� Canadá: 83

� El Salvador: 14

� Estados Unidos: 97

� Guatemala: 23

� Honduras: 19

� Hong Kong: 13

� Paraguai: 15

� Peru: 14

� Coreia: 68

� Tailandia: 57

� Taipei Chinesa: 71� Canadá: 83

� Chile: 34

� China: 92

� Colômbia: 39

� Costa Rica: 15

� Cuba: 15

� Ecuador: 19

� Hong Kong: 13

� Índia: 79

� Japão: 127

� México: 67

� Nicarágua: 13

� Noruega: 46

� Nova Zelândia: 34

� Taipei Chinesa: 71

� Turquia: 34

� União Europeia: 124

� Venezuela: 16

� Vietnam: 15

Acordos comerciais em xeque Acordos comerciais em xeque

� Acordo constitutivo da Organização Mundial do Comércio

� Agricultura

� Antidumping (Artigo VI do GATT de 1994)

� Aeronaves civis

� Valoração aduaneira (Artigo VII do GATT de 1994)

� Entendimiento sobre Solução de Disputas

� GATT de 1947

� GATT de 1994

� Contratação pública

� Trâmite de licenças de importação

� Propriedade intelectual (TRIPS)

Acordos comerciais em xeque Acordos comerciais em xeque � Inspeção prévia à expedição

� Normas de origem

� Salvaguardas

� Medidas sanitárias e fitossanitárias (MSF)� Medidas sanitárias e fitossanitárias (MSF)

� Serviços (GATS)

� Subvenção e medidas compensatórias

� Obstáculos técnicos ao comércio (OTC)

� Têxteis

� Medidas em matéria de investimentos relacionados com o comércio (TRIM)

� Protocolo de adesão

Sistema de Solução de Sistema de Solução de Controvérsias: Acesso à Justiça?Controvérsias: Acesso à Justiça?

� Os países desenvolvidos têm maior facilidade de acesso ao sistema;

� Os países em desenvolvimento que se valem do sistema são de economias grandes e potenciais, como Brasil, Índia, China, economias grandes e potenciais, como Brasil, Índia, China, Coreia, África do Sul.

� Os países menos desenvolvidos têm participação inexpressiva como reclamantes (destaca-se a não participação de países africanos). Como terceiro interessado, há a participação de alguns países (Camarões, Chade, Quênia, Nigéria, Costa do Marfim).

Sistema de Solução de Sistema de Solução de Controvérsias: Acesso à Justiça?Controvérsias: Acesso à Justiça?

� Problemas relacionados ao acesso:� Falta de experiência no OSC da OMC;

� Falta de expertise em direito do comércio internacional

� Alto custo para contratar advogados com larga experiência em � Alto custo para contratar advogados com larga experiência em litígios comerciais internacionais;

� Diferenças culturais;

� Demora no resultado;

� Ineficiência nos remédios disponíveis em caso de o membro ofensor falhar no cumprimento da sanção.

� Um sistema em que a maioria dos membros não tem acesso ao sistema de solução de controvérsias não pode ser considerado como um sistema efetivo. (McRae, 2008).

Sanções: solução ou Sanções: solução ou problema?problema?

� A retaliação não é muito comum. Entre 1995 e 2007, a autorização para retaliar ocorreu em apenas 2,5% dos casos, sendo que em alguns casos os Estados preferiram não retaliar (Varella, 2009).

� Impotência dos países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento para aplicar sanções aos países industrializados.

O BRASIL NA OMCO BRASIL NA OMC

� Global player.

� Atuou ou atua como reclamante (26 casos – 5,8%), demandado (14 casos –3,1%) e terceiro interessado (73 casos 3,1%) e terceiro interessado (73 casos – 16,1% ).

� O Brasil está presente em 25% (113 casos) do total de contenciosos ajuizados perante o OSC da OMC – ampla experiência brasileira para reduzir as tensões entre os países e promover um comércio internacional mais estável e previsível.

� O Brasil privilegia a via multilateral em sua tradição diplomática (Pereira et al, 2012).

O BRASIL NA OMCO BRASIL NA OMC

� Estrutura para atuar perante o órgão de solução de controvérsias:

� Coordenação-geral de Contenciosos do MRE (criado em 2001);do MRE (criado em 2001);

� Delegação do Brasil em Genebra; e

� Apoio, quando necessário, de escritório de advocacia especializado, além da interação com o setor privado (Pereira et al, 2012).

Muito obrigada!

� INEZ LOPES MATOS C. DE FARIAS

� Professora adjunta da Universidade de Brasília � Professora adjunta da Universidade de Brasília

(UnB)

� Site: http://www.fd.unb.br

[email protected]

� (61) 3107-0710

A participação do Brasil na OMCOMC

EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

NO OSC

Graziela Reis e Rodolfo Veloso

17 ANOS, 106 CASOS

� 1995 – criação do sistema de solução de controvérsias da OMC;

� Órgão central: OSC – REPRESENTANTES DE TODOS OS MEMBROS DA OMC

� Já foram iniciadas 428 controvérsias ( dados de 17.02.2012) – dados atuais 452 casos;

ATUAL MECANISMO DE SOLUÇÃO DE

CONTROVÉRSIAS

Normas e procedimentos sobre solução de conflitos - ESC

Rodada Uruguai do GATT(1986-1994)

APROVAÇÃO DO ENTENDIMENTO QUE PRIVILEGIA A SOLUÇÃO DE CONFLITOS POR MEIO DE ACORDO

FINALIDADE: SEGURANÇA E PREVISIBILIDADE

PARA AS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE OS

MEMBROS DA OMC

O ACORDO PODERÁ SER CELEBRADO EM QUALQUER FASE DO

PROCESSO

UM DOS PILARES DO SISTEMA

MULTILATERAL DE COMÉRCIO

Se não houver acordo...

� PROCEDIMENTOS ESTABELECIDOS NOMECANISMO DE SOLUÇÃO DECONTROVÉRSIAS:

� 1 – Consultas;

� 2 – Painel;

� 3 – Apelação;

� 4 – Implementação.

DESTAQUES PARA OS PRINCIPAIS CASOS

� ATUAÇÃO DO BRASIL: RELEVANTE, DESDE 1995 ( O QUE REPRESENTA O AUMENTO DO SEU PERFIL NA OMC E BENESSES PARA O SETOR PRIVADO NACIONAL)

� 1º CASO: O BRASIL FIGUROU COMO DEMANDANTE AO LADO DA VENEZUELA – CASO US-GASOLINE, EM QUE MEDIDAS AMBIENTAIS FORAM AVALIADAS SEGUNDO AS DISCIPLINAS MULTILATERAIS DO COMÉRCIO.

ESTATÍSTICAS AO LONGO DESSES 17 ANOS...

� O BRASIL PARTICIPOU DE 113 CONTENCIOSOS;

� EM 26 CASOS, FOI DEMANDANTE;

� EM 14 CASOS, FOI DEMANDADO;

� EM 73 CASOS, COMO TERCEIRA PARTE.

APÓS O TRANSCURSO DE TODAS AS FASES...

� PERÍODO RAZOÁVEL DE TEMPO PARAIMPLEMENTAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕESIMPLEMENTAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕESCONTIDAS NO RELATÓRIO ADOTADO;

� E SE NÃO IMPLEMENTADAS: POSSIBILIDADE DEACORDO DE COMPENSAÇÃO ENTRE ASPARTES

E SE NÃO HOUVER ACORDO...

� A PARTE VENCEDORA PODERÁ SOLICITAR À OSC AUTORIZAÇÃO PARA SUSPENDER CONCESSÕES OU OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO A PARTE VENCIDA NA CONTROVÉRSIA: RETALIAÇÃO

COMO FORAM SOLUCIONADOS OS CASOS DOS QUAIS O BRASIL

FEZ PARTE?

Parte das 452 disputas foi resolvida ainda na fase de consultas ( por meio de acordo);consultas ( por meio de acordo);

Outra parte foi levada para o Painel e ao Órgão de Apelação, tendo sido solucionados os casos após a implementação.

Ranking brasileiro no OSC da OMC:

� 4ª posição como Demandante;

� 7ª posição no ranking total da OMC;

� País em desenvolvimento que mais iniciou demandas.

O QUE O BRASIL VEM QUESTIONANDO...

� A LEGALIDADE DE APLICAÇÃO POR SEUS PARCEIROS DE:

1 - SUBSÍDIOS ( AGRÍCOLAS E NÃO-AGRÍCOLAS);

2 – MEDIDAS ANTIDUMPING;

3 – MEDIDAS SANITÁRIAS E FITOSSANITÁRIAS;

4 – BARREIRAS TÉCNICAS;

5 – MEDIDAS RELACIONADAS A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Vamos aos casos emblemáticos!emblemáticos!

1 – O caso dos pneumáticos

� Comunidade Europeia solicitou consultas sobre as proibições de importação de pneus reformados pelo Brasil, sem resultado satisfatório

� Processo correu entre 2005 e 2006, saindo o relatório final em março de 2007

Motivos da CE

� Imposição da proibição de pneus reformados pelo Brasil, notavelmente em virtude da Portaria No. 17 de 1 de dezembro de 2003 da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC.

� Brasil proíbe a importação de pneus reformados usando lei de pneus usados, mesmo pneus reformados não sendo usados.pneus usados, mesmo pneus reformados não sendo usados.

� Imposição por Decreto Presidencial 3919 de 14 de setembro de 2001, de uma multa de R$ 400 por unidade importada, assim como venda, transporte e depósito de pneus reformados importados, mas não dos nacionais.

� Não-proibição da importação de pneus reformados dos países do Mercosul.

Argumentos da CE

� Pneus reformados são produtos, ao passo que os usados são resíduos.

� Violação dos Artigos I (Tratamento NMF), III � Violação dos Artigos I (Tratamento NMF), III (Tratamento Nacional) e XI (Proibição a Restrições Quantitativas) do GATT.

� Durabilidade e a segurança dos pneus reformados

� Medidas brasileiras violam regras da OMC

� Abertura do mercado brasileiro aos pneus remoldados provenientes do Mercosul.

Argumentos do Brasil (1)

� a importação de pneus reformados acelera a geração de resíduos no país importador, uma vez que pneus já submetidos a um processo de reforma não podem ser reformados uma segunda vez;

� a acumulação de grandes quantidades de resíduos � a acumulação de grandes quantidades de resíduos de pneus é grave ameaça ao meio ambiente e à saúde pública;

� a proibição à importação de pneus usados e reformados é a única medida capaz de impedir a geração de quantidades de resíduos de pneus além do mínimo necessário para atender as necessidades do país.

Argumentos do Brasil (2)

� as restrições à importação de pneus reformados são justificadas pelo Artigo XX (b) do GATT, por serem as medidas necessárias à proteção do meio ambiente e da saúde pública;

� a abertura ao Mercosul não representa discriminação � a abertura ao Mercosul não representa discriminação injustificável ou arbitrária, visto que a proibição foi originalmente estabelecida erga omnes, e só depois de decisão do mecanismo de solução de controvérsias do Mercosul a exceção aos sócios foi criada;

� a abertura ao Mercosul não fere o princípio da “nação mais favorecida” porque o Mercosul é uma união aduaneira.

Conclusões do Painel

� Proibição de importação de pneus reformados e multas impostas pelo Brasil são inconsistentes com o Art. XI:1 do GATT.

� Liminares, como as do Estado do Rio Grande do Sul, ferem o Art. III:4.

Conclusões do Órgão de Apelação

� Proibição de importações: provisoriamente justificadas como “necessárias”, no Art. XX(b).

� Isenção da proibição ao MERCOSUL: “discriminação � Isenção da proibição ao MERCOSUL: “discriminação arbitrária e injustificável”

Recepção no Brasil da decisão: STF (ADPF 101) e MRE

� STF: Maioria - Carmem Lucia (relatora), Eros Grau, Ellen Gracie, Gilmar Mendes

� STF: Voto dissidente - Marco Aurélio� STF: Voto dissidente - Marco Aurélio

� MRE: Posicionamento da OMC quanto aos motivos ambientais da proibição: vitória do Brasil

2 – “CASO DAS AERONAVES”: EMBRAER –

BOMBARDIERENVOLVEU BRASIL E CANADÁ - RECLAMAÇÃO ENVOLVEU BRASIL E CANADÁ - RECLAMAÇÃO BRASILEIRA: SUBSÍDIOS CONCEDIDOS PELO CANADÁ AS SUAS INDÚSTRIAS AERONÁUTICAS

- COLOCOU FRENTE A FRENTE UM PD E UM PED

BR X CANADÁ

� “PROEX EQUALIZAÇÃO

� EXPORT DEVELOPMENT CANADA E � EXPORT DEVELOPMENT CANADA E

TECHNOLOGY PARTNERSHIPS CANDADA

Uma das decisões do caso:

Os parâmetros para a concessão de créditos àexportação definidos no âmbito da Organização paraCooperação e o Desenvolvimento Econômico(OCDE) – organização da qual o Brasil não é parte –(OCDE) – organização da qual o Brasil não é parte –eram aplicáveis a todos os membros do OMC ( porforça do segundo parágrafo da alínea “k” do AcordoSobre Subsídios e Medidas Compensatórias (ASMC)

O Canadá obteve autorização para retaliar o Brasil.

Em disputa paralela:

� O Brasil em disputas paralelas, por sua vez, foi autorizado a retaliar o Canadá ao confirmar-se em outro painel que programas canadenses também subsidiariam as operações de venda da Bombardier em 2001.

� Os dois países não levaram à cabo a mútua retaliação, optando por negociações bilaterais.

-FOCO DA DISPUTA:

INTERPRETAVAM AS INTERPRETAVAM AS REGRAS SOBRE O ACORDO SOBRE

SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS - ASMC

Caso das aeronaves...

� DS46 E DS70

� O BR FOI AUTORIZADO A

� FOI CONFIRMADO PERANTE UM PAINEL QUE PROGRAMAS FEDERAIS E AUTORIZADO A

RETALIAR O CANADÁ

FEDERAIS E PROVINCIAIS (QUEBÉC) CANADENSES SUBSIDIARAM OPERAÇÕES DE VENDAS DA BOMBARDIER EM 2001 –DS222

3 – O CASO DO AÇÚCAR

� CONTENCIOSO SOBRE OS SUBSÍDIOS EUROPEUS AO AÇÚCAR – INICIADO EM 2002;

O BR (DS266); AUSTRÁLIA (DS265) E TAILÂNDIA EM � O BR (DS266); AUSTRÁLIA (DS265) E TAILÂNDIA EM 2003 (DS283) –CO-DEMANDANTES CONTRA AS

COMUNIDADES EUROPEIAS;

Resultado da demanda:

� Êxito no contencioso:

“reconheceu-se que o regime europeu prejudicava os “reconheceu-se que o regime europeu prejudicava os PEDs, uma vez que restringia o acesso ao mercado europeu por meio de quotas e altas tarifas de importação, como também, promovia artificialmente, as exportações europeias” PEREIRA et al (2012;p.126).

Resultado da demanda:

� ALTAMENTE FAVORÁVEL AO BRASIL: AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE AÇÚCAR EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE AÇÚCAR DOBRARAM JÁ A PARTIR DO PRIMEIRO ANO DO CONTENCIOSO.

E ainda...

� Resultado exitoso do contencioso...as exportações europeias de açúcar passaram de quase 7 milhões de toneladas na safra 2000-2001 para 2,2 milhões de toneladas na safra 2011-2012.

4 – o caso do “algodão”

O governo brasileiro questionou, à luz das regras multilaterais acordadas, os subsídios bilionários

dados pelos países desenvolvidos a sua dados pelos países desenvolvidos a sua agricultura.

Período analisado pelo painel: 1999-2002

Conclusão na OMC:

� Se não fossem os subsídios norte-americanos, o preço internacional do algodão estaria 9% mais alto, a produção dos EUA seria 16% menor e suas exportações cairiam em 22%.

5 – Caso do “ frango salgado”

� Caso iniciado em 2003 contra a CE;

� O painel decidiu que a reclassificação tarifária � O painel decidiu que a reclassificação tarifária promovida pela CE violava os artigos II.1.(a) e II.2.(b) do GATT 1994.

No órgão de apelação...

� Ficou decidida a confirmação do painel, afirmando que o termo “salgado” não confirmava ou condicionava a adição de sal à preservação do produto e considerou que o escopo do compromisso tarifário não estaria limitado a produtos salgados com o objetivo de preservação a longo prazo.

6 – Caso do “suco de laranja”

� Consultas do Brasil contra o EUA - em 2008 - por medidas antidumping com relação a importação de sucos de laranja do Brasil;

� O painel decidiu a favor do Brasil, declarando que o uso do “zeroing” nas duas revisões administrativas, quanto o uso dessa metodologia de cálculos em procedimentos antidumping sucessivos, eram incompatíveis com o art. 2.4 do acordo antidumping.

Conclusão...

� Uma “comparação justa” deve ser feita entre o preço � Uma “comparação justa” deve ser feita entre o preço de exportação e o valor normal do produto.

� EUA não apresentou apelação!

…QUE A ECONOMIA E O MERCADO NÃO DILUAM O DIREITO E O HOMEM…

Gabriel Stiglitz

Referências:

� PEREIRA et al; 100 casos na OMC: a experiência brasileira em solução de controvérsias; disponível em

� AMARAL JÚNIOR, Alberto do; A SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NA OMC; Editora Atlas. São Paulo: 2012