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O Brasil na COP9 da Convenção sobre Diversidade Biológica: Agrobiodiversidade Braulio Ferreira de Souza Dias Diretor de Conservação da Biodiversidade, SBF/MMA Fórum Campinas debate: Biodiversidade Auditório do Instituto Agronômico de Campinas Campinas, 23 de abril de 2008

O Brasil na COP9 da Convenção sobre Diversidade Biológica ... · VIRUS 350 55.000 BACTÉRIAS 400 136 ... Avaliação Ecossistêmica do Milênio: Nunca se perdeu tanta biodiversidade

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O Brasil na COP9 da Convenção sobre Diversidade Biológica: Agrobiodiversidade

Braulio Ferreira de Souza DiasDiretor de Conservação da Biodiversidade,

SBF/MMA

Fórum Campinas debate: BiodiversidadeAuditório do Instituto Agronômico de Campinas

Campinas, 23 de abril de 2008

PROBLEMAS• Perda irreversível de espécies (extinções)• Erosão genética de populações• Espécies sobreexplotadas

(perda de viabilidade econômica)• Aumento de espécies exóticas invasoras

(pragas, ervas daninhas e doenças)• Perda de serviços ambientais• Biopirataria (não repartição de benefícios)• Riscos de biossegurança de OGMs

CAUSAS• Expansão demográfica da

humanidade• Produção e consumo insustentáveis• Globalização econômica e cultural• Mudanças climáticas• Conflitos de interesses• Ignorância

O Destino da Biodiversidade está vinculado aos valores da

sociedade• conservação é uma questão de escolha

individual e da sociedade baseado em diferentes valores e na disponibilidade de opções

• Tanto a destruição como a conservação da biodiversidade são resultado de julgamentos de valor dentro de uma estrutura de diferentes conceitos da natureza e de expectativas de vida

Filogenia dos seis reinos da vida no planeta Terra

Margulis & Schwartz, 1998

QUANTAS ESPÉCIES EXISTEM EM NOSSO PLANETA ?1, 10 ou 100 milhões?

LOG

RIQUEZA

INSETOS

LOG TAMANHO DO ORGANISMO

TAMANHO DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA

Fonte: Lewinsohn & Prado, 2006

TAXON CONHECIDO ESTIMADOVIRUS 350 55.000BACTÉRIAS 400 136.000FUNGOS 13.000 205.000ALGAS 10.000 55.000PLANTAS 47.500 52.000PROTOZOÁRIOS 3.500 27.000ANIMAIS 132.000 1.337.000TOTAL 207.000 1.867.000

O valor econômico dos serviços ambientais associados àbiodiversidade é estimado em mais de duas vezes o valor do PIB anual

Os Serviços Ambientais incluem:os serviços que sustentam a vida (ex.: formação de solos, formação de hábitats, ciclagem de nutrientes, produção de oxigênio, produção primária de biomassa, polinização, dispersão de sementes),

os serviços que regulam o equilíbrio ecológico (ex.: purificação do ar, regulação do clima, purificação das águas, regulação das águas, controle de enchentes, controle de erosão, tratamento de resíduos, desintoxicação, controle de pragas e doenças),

Os Serviços Ambientais incluem (continuação):

os serviços que provêm bens (ex.: alimentos, energia, fibras, recursos genéticos e bioquímicos, fitofármacos, plantas ornamentais, água potável), e

os serviços que provêm serviços culturais (ex.: identidade cultural e territorial, valores espirituais e religiosos, conhecimentos tradicionais, valores estéticos, lazer e ecoturismo, simbolismo).

O Brasil é o país mais rico em biodiversidade no planeta Terra – cerca de 15% das espécies já descritas pela ciência encontram-se em terras e águas brasileiras, representando cerca de 200 mil espécies de animais, plantas, fungos, protistas, bactérias e arqueobactérias.

Daí o Brasil ser conhecido internacionalmente como o país da biodiversidade – o mais rico do exclusivo e restrito clube dos países megadiversos.

Cerca de 50% do PIB brasileiro depende diretamente do uso de bens da biodiversidade, seja no agronegócio, seja na exploração de recursos florestais e pesqueiros, seja nas crescentes indústrias do turismo e da biotecnologia.

Mapa de Biomas do Brasil Escala:1: 5.000.000

IBGE e o MMA

Mapa das Ecorregiões do Brasil (Arruda, 2005)

Avaliação Ecossistêmica do Milênio:

Nunca se perdeu tanta biodiversidade em tempos históricos no mundo como nos últimos 50 anos, com taxas de extinção de espécies 100 a 1000 vezes acima do nível natural.

Avaliação Ecossistêmica do Milênio:

Projeções de cenários futuros prováveis para as próximas décadas apontam para uma perda crescente da biodiversidade e dos bens e serviços ambientais associados devido ao contínuo crescimento demográfico humano, do consumo insustentável, da globalização, do aquecimento global, da expansão de espécies exóticas invasoras e da fragmentação dos ecossistemas.

Avaliação Ecossistêmica do Milênio:

Os cenários mais pessimistas indicam a provável ocorrência do sexto Evento Global de Extinção em Massa da Biodiversidade atéo final do século XXI, com conseqüente colapso na oferta de bens e serviços ambientais e grandes impactos negativos sobre a economia e o bem-estar da humanidade, especialmente sobre as sociedades mais pobres.

A conseqüência será um aumento significativo da pobreza, da fome e desnutrição, do êxodo migratório e das guerras.

Desafios políticos da BiodiversidadeACESSO AOS RECURSOS BIOLÓGICOS (tragédia dos bens

públicos, sobreexplotação);ACESSO AOS MERCADOS PARA PRODUTOS SUSTENTÁVEIS

COM VALOR AGREGADO (regular subsídios, tarifas e reservas de mercado);ACESSO AOS SERVIÇOS AMBIENTAIS (gestão integrada das

paisagens e criação de novos mercados);ACESSO AOS RECURSOS GENÉTICOS E AOS

CONHECIMENTOS TRADICIONAIS (repartição de benefícios e proteção do conhecimento tradicional);ACESSO AOS PRODUTOS BIOTECNOLÓGICOS

(responsabilidade social das empresas e apropriação da pesquisa com recursos públicos);LIMITES SOCIAIS DA BIOTECNOLOGIA (biossegurança, princípio

da precaução);

POLARIZAÇÃO DE PERSPECTIVAS

• CONSERVACIONISMO FILANTRÓPICO PARA HOTSPOTS

• PRESERVACIONISTAS• VALORES ECONÔMICOS• COMANDO & CONTROLE• CULTIVARES PRODUTIVAS

SELECIONADAS & OGMs• EXCESSO DE CONSUMO &

EXCLUÍDOS DO MERCADO• CONSERVAÇÃO PARA OS

RICOS• PROPRIEDADE

INTELECTUAL

• ABERTURA DE MERCADO PARA PRODUTOS SUSTENTÁVEIS

• SOCIOAMBIENTALISTAS• VALORES INTRÍNSECOS• INCENTIVOS & PACTOS• DIVERSIDADE DE

VARIEDADES LOCAIS• CONSUMO E PRODUÇÃO

SUSTENTÁVEIS• CONSERVAÇÃO PARA OS

POBRES• CONHECIMENTOS

TRADICIONAIS

A Convenção sobre Diversidade Biológica, e seus três objetivos - conservação, uso sustentável e repartição justa e eqüitativa

da biodiversidade

• ratificada pelo Governo Brasileiro por meio do Decreto Legislativo nº 2, de 3 de fevereiro de 1994, e promulgada pelo Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998

RELAÇÃO ESPERADA ENTRE OS TRÊS OBJETIVOS DA CONVENÇÃO SOBRE

DIVERSIDADE BIOLÓGICA

CONSERVAÇÃO

REPARTIÇÃODE BENEFÍCIOS

USO SUSTENTÁVEL

BENS &SERVIÇOS

VALORAÇÃO& CUSTEIO

BENEFÍCIOSECONÔMICOS

BENEFÍCIOSINTRÍNSECOS

REDUÇÃODE PRESSÕES

VALORAÇÃODE PRODUTOS

Evolução dos Sistemas de Proteção de Recursos Genéticos e de Produtos

Biotecnológicos:ACESSO A RECURSOSGENÉTICOS

ACESSO A BIOTEC-NOLOGIA E CULTIVARES

LIVRE LIVRE

LIVRE PROTEGIDO

CONTROLADO PROTEGIDO

CONTROLADOLIVRE (PARTE)

PROTEGIDOLIVRE (PARTE)

RELAÇÃO ENTRE ABS & IPR

CONTROLE DO ACESSO E DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS

PROPRIEDADEINTELECTUAL

PROPRIEDADE DECONHECIMENTOS

TRADICIONAIS

NOVOSPRODUTOS EPROCESSOS

ACESSOAUTORIZADO

INVESTIMENTOEM P&D

REPARTIÇÃODE BENEFÍCIOS

ANUÊNCIA(PIC)

CONTRATODE ACESSO EREPARTIÇÃO

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: ABRANGÊNCIA UNIVERSAL DA CDB ASSEGURADAAVANÇOS:

-190 países ratificaram a CDB

PENDÊNCIAS:-EUA ainda não ratificou a CDB

META: PONTOS FOCAIS NACIONAIS (PFN) DESIGNADOSAVANÇOS:

-190 países designaram PFN para a CDB->70 países designaram PFN para o Órgão Científico (SBSTTA)

->146 países designaram PFN para o Mecanismo de Intermediação (CHM)

PENDÊNCIAS:-muitos países em desenvolvimentos não designaram seus PFN

científicos-muitos países em desenvolvimento não designaram seus PFN do CHM

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DA CDB INSTALADOS

AVANÇOS:-Regras de Funcionamento da CDB aprovadas

-Conferências das Partes (COP) já realizou 8 reuniões-Secretariado instalado em Montreal, Canadá

-Regras de Funcionamento do SBSTTA aprovadas-Órgão científico (SBSTTA) já realizou 11 reuniões

-Mecanismo de Intermediação (Clearing-house Mechanism - CHM) funcionando via Internet

PENDÊNCIAS:-Regras para tomada de decisões financeiras não aprovadas

-SBSTTA usado como reunião preparatória da COP (desvio de função)-Países em desenvolvimento sem capacidade para integrar o CHM-CHM só promove disseminação de informação (deveria promover

cooperação científica e transferência de tecnologias)-CDB carece de um Painel Científico (como o IPCC) para avaliar o

status da biodiversidade-CDB carece de um Órgão Subsidiário de Implementação

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: MECANISMOS FINANCEIROS DA CDB INSTALADOSAVANÇOS:

-Fundo Fiduciário da CDB operado pelo PNUMA-Mecanismo Financeiro exercido pelo Fundo para o Meio Ambiente

Mundial (GEF) interinamente

PENDÊNCIAS:-Limitados recursos para promover a implementação da CDB-GEF com recursos insuficientes para atender as demandas

-GEF não atua ativamente na alavancagem de recursos extras -CDB definiu um excesso de prioridades para o GEF

-GEF adotou critérios e prioridades próprias -GEF atende demandas regionais e globais de forma limitada-CDB carece de uma Estratégia de Mobilização de Recursos

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: PROTOCOLOS E TRATADOS NEGOCIADOS E EM VIGORAVANÇOS:

-Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança acordado (2000)-Tratado Internacional de Recursos Fitogenéticos para Agricultura e

Alimentação acordado (FAO,2001)

PENDÊNCIAS: -Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança recém entrou em vigor

(11 de setembro de 2003)-Tratado de Recursos Fitogenéticos recém entrou em vigor

-CDB carece de um Regime sobre Acesso a Recursos Genéticos e Repartição de Benefícios (tem mandato da Rio+10 para “Regime”)

-CDB carece de um Mecanismo “sui generis” de proteção ao Conhecimento Tradicional

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: IDENTIFICAÇÃO DE TEMAS E QUESTÕES PRIORITÁRIAS

AVANÇOS:-COP já aprovou 219 Decisões em 8 reuniões

-COP criou 7 Programas de Trabalho por ecossistema (1- Costeiro e Marinho, 2 - Águas Continentais, 3 – Florestas, 4 – Terras Áridas e

Sub-Úmidas, 5 – Agroecossistemas, 6 – Montanhas, 7 – Ilhas Oceânicas)

-COP criou cerca de 20 Iniciativas Transversais -SBSTTA aprovou 121 Recomendações em 11 reuniões

-Publicado o Manual (Handbook) da CDB

PENDÊNCIAS:-ecossistemas boreais e alto mar não tratados

-COP ainda não avançou na discussão da utilização sustentável (sótratou de turismo sustentável, florestas e agricultura)

-Implementação dos Programas de Trabalho e das Iniciativas Transversais carece de coordenação, de apoio financeiro, de

transferência de tecnologia e de capacitação adequados

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: DEFINIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE METAS E INDICADORES

AVANÇOS:-COP 6 (em abril 2002) aprovou pela primeira vez 16 metas parciais (GSPC) e uma Estratégia com metas

globais para o ano 2010-COP 7 aprovou estrutura de submetas e indicadores para

2010 (atualizada na COP 8)

PENDÊNCIAS:-CDB ainda não tem estratégia para alcançar as metas

globais acordadas-maioria dos países membros ainda não tem metas

nacionais

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: POLÍTICAS E PROGRAMAS NACIONAIS DE BIODIVERSIDADE ESTABELECIDOS

AVANÇOS:-147 países já aprovaram suas estratégias/políticas

nacionais-24 países com estratégias/políticas nacionais em

desenvolvimento

PENDÊNCIAS:-vários países não deram o mesmo tratamento para os 3

objetivos da CDB-países em desenvolvimento carecem de meios

suficientes para implementar suas estratégias/políticas e programas

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: POLÍTICAS NACIONAIS SETORIAIS HARMONIZADAS COM POLÍTICAS NACIONAIS DE BIODIVERSIDADE E CDB

AVANÇOS: -várias iniciativas parciais em diferentes países desenvolvidas

PENDÊNCIAS: -conflitos entre políticas setoriais permanecem na maioria dos

países-poucos países conseguiram desenvolver políticas integradas de

desenvolvimento sustentável

META: INCENTIVOS ECONÔMICOS PARA A CONSERVAÇÃO E O USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

AVANÇOS: -rico repertório de instrumentos desenvolvidos e testados em diferentes países e setores (mas ainda não são de uso geral)

PENDÊNCIAS: -objetivo não alcançado

-desincentivos e falhas de mercado ainda prevalecem

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: PAÍSES DESENVOLVIDOS DEVEM COBRIR OS CUSTOS ADICIONAIS DO CUMPRIMENTO DA CDB

AVANÇOS: -alguns bilhões de dólares foram aportados ao GEF e doados a

países em desenvolvimento (US$ 9bi doados entre 1998 e 2005 por países da OECD)

-alguns projetos inovadores de cooperação bilateral desenvolvidos

PENDÊNCIAS: -objetivo não alcançado

-ampliação dos fundos do GEF não está assegurada-aporte de recursos financeiros para cooperação internacional não foi

ampliada (foi reduzida!)

META: TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS APROPRIADASAVANÇOS:

-poucas iniciativas de transferência de tecnologias promovidas

PENDÊNCIAS: -objetivo não alcançado

-não foram estabelecidos mecanismos para transferência de tecnologias

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: AVALIAÇÃO DO STATUS DA BIODIVERSIDADE NO MUNDO

AVANÇOS: -COP 7 aprovou “Millenium Ecosystem Assessment” para avaliar

tendências na disponibilidade de bens e serviços da biodiversidade (iniciado em 2002)

-Publicado o 1o “Global Biodiversity Outlook Report - GBO” em 2001-Publicado o 2o “Global Biodiversity Outlook Report - GBO” em 2006

-131 Países apresentaram o 1o Relatório Nacional->104 Países apresentaram o 2o Relatório Nacional-127 Países apresentaram o 3o Relatório Nacional

PENDÊNCIAS: -CDB ainda não realizou a avaliação do status da biodiversidade no

mundo-A incerteza sobre a riqueza e perda da biodiversidade é superior a 2

ordens de grandeza-A incerteza sobre o valor da biodiversidade e sobre as conseqüências da perda da biodiversidade é imensa

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: PERDA DE BIODIVERSIDADE MUNDIAL REDUZIDA/SUSTADA

AVANÇOS:-Redes de Áreas Protegidas continentais ampliadas em

várias regiões-projetos de consolidação de várias áreas protegidas

apoiados-Diretrizes para prevenção e controle de espécies exóticas

invasoras aprovadas na COP6 (com reserva!)

PENDÊNCIAS:-objetivo não alcançado

-Áreas Protegidas marinhas ainda incipientes-Listas de Espécies Ameaçadas em ampliação

-taxas estimadas de perda atual de biodiversidade sugerem processo de extinção em massa em curso (100 a

1000 vezes maior que valor basal)

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: SUSTENTABILIDADE DO USO DA BIODIVERSIDADE MUNDIAL ASSEGURADA

AVANÇOS:-Diretrizes para Turismo Sustentável e Biodiversidade

desenvolvidas-Princípios da Abordagem Ecossistêmica adotados (mas

não detalhados)-Princípios de Addis Abeba adotados

-vários mecanismos de certificação adotados

PENDÊNCIAS:-objetivo não alcançado

-maior parte da produção e consumo atual da biodiversidade não é sustentável

-consumo sustentável carece de incentivos e conscientização

AVANÇOS E PENDÊNCIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA CDB

META: REPARTIÇÃO JUSTA E EQUITATIVA DOS BENEFÍCIOS DO USO DE RECURSOS GENÉTICOS E

CONHECIMENTOS TRADICIONAIS ASSEGURADAAVANÇOS:

-Diretrizes voluntárias para acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios aprovadas (Diretrizes de Bonn)

PENDÊNCIAS:-objetivo não alcançado

-Regime Global de ABS em negociação-maior parte dos benefícios gerados atualmente pelo uso de recursos genéticos e de conhecimentos tradicionais

não repartidos

O passivo ambiental brasileiro:

Já é gigantesco, embora não tenha sido ainda adequadamente contabilizado economicamente.

Mais de 90% da produção madeireira brasileira é insustentável e em grande parte ilegal;

mais de 80% das pescarias brasileiras estão sobreexplotadas e em declínio;

mais de 50% da cobertura vegetal dos biomas brasileiros extra-amazônicos foi eliminada;

O passivo ambiental brasileiro:

boa parte do solo superficial fértil nos biomas brasileiros extra-amazônicos e pantaneiros já foi perdida;

mais de 20% do bioma Caatinga está em franco processo de desertificação;

boa parte das nascentes dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica perdeu sua perenidade devido aos desmatamentos, queimadas, sobrepastejo e assoreamento;

O passivo ambiental brasileiro:

vários trechos da zona costeira brasileira jásão considerados “zona morta”;

a maior parte das praias brasileiras estão poluídas e impróprias para o banho;

mais de 10% dos mamíferos e aves brasileiros estão ameaçados de extinção;

parcela significativa dos agroecossistemas e das pastagens brasileiros estão degradados e improdutivos;

parcela significativa dos recursos genéticos das plantas cultivadas no país já foram perdidos para sempre; etc.

Um efetivo aproveitamento sustentável do imenso potencial econômico da biodiversidade brasileira somente serápossível com maiores investimentos em ciência e tecnologia, com incentivos econômicos adequados para a produção sustentável e com maior conscientização e capacitação para um consumo sustentável.

Infelizmente, a maior parte dos brasileiros não se dá conta da relação entre consumo e produção, não se enxerga como parcialmente responsável pela destruição da biodiversidade causada pela produção insustentável induzida pelo consumo insustentável e não–responsável, e não está disposta a gastar mais com a aquisição de produtos certificados de origem sustentável.

Tampouco os três níveis de governo no Brasil contribuem significativamente para o consumo sustentável por meio das compras governamentais.

O Brasil carece de um programa nacional arrojado de inventário da biodiversidade brasileira. estima-se que conhecemos menos de 10% de toda a biodiversidade existente no país e que serão necessários, mantido o atual nível de esforço de pesquisa, mais de 800 a 1000 anos para inventariar toda a biodiversidade brasileira.

PRODUTOS GERADOS

Caracterização do clima do Século XX:-Tendências climáticas e hidrológicas observadas (temperatura, precipitação) no Brasil para os últimos 50 anos-Tendências observadas de eventos extremos de chuva e temperatura para os últimos 50 anos-Tendências observadas do balanço hídrico à superfície

Regionalização das projeções de cenários climáticos futuros:-Projeções de cenários de climas futuros para o Brasil pelo menos médias a partir dos resultados de 3 modelos climáticos regionais para cenários extremos de emissão do IPCC - A2 (pessimista) e B2 (otimista). Projeções disponíveis: 2071-2100 (futuro) e 1961-90 (presente)

-Arquivos em forma digital disponibilizadoS para comunidade científica do Brasil e América do Sul pelo CPTEC/INPE

Futuro dos Biomas Brasileiros?

floresta savana caatinga campos deserto

2000 2100

Savanização da Amazônia Oriental e Desertificação do Nordestefonte: Oyama and Nobre, 2003

Cobertura Vegetal do Bioma Cerrado em 2002 (PROBIO)

Porcentagem de vegetação

nativa nas principais

bacias hidrográficas do Cerrado

Agenda da COP-9I. I. ORGANIZATIONAL MATTERS1.1.Opening of the meeting.1.2.Election of officers.1.3.Adoption of the agenda.1.4.Organization of work.

1.5.Report on the credentials of representatives to the ninth meeting of the Conference of the Parties.

1.6.Pending issues.1.7.Date and venue of the tenth meeting of the Conference of the

Parties.II. II. CONSIDERATION OF REPORTS2.1. Reports of inter-sessional and regional preparatory meetings.2.2. Report of the Global Environment Facility.2.3. Report of the Executive Secretary on the administration of the

Convention and the budget for the Trust Fund of the Convention.

COP-9 e MOP-4• Local: Bonn, Alemanha

• MOP-4 (Protocolo de Cartagena) com 15 temas para negociação: 6 a 16 de maio

• Reuniões Regionais de Consulta: 17 e 18 de maio

• COP-9 (Convenção sobre Diversidade Biológica) com 25 temas para negociação – 19 a 31 de maio

• Segmento de Alto Nível (Ministerial): 27 a 30 de maio

• Exposição de Iniciativas sobre Biodiversidade: 19 a 31 de maio

• Dezenas de Eventos Paralelos: 12 a 31 de maio

Agenda da COP-9

II. III. ISSUES FOR IN-DEPTH CONSIDERATION 3.1. Agricultural biodiversity.3.2. Global Strategy for Plant Conservation.3.3. Invasive alien species.3.4. Forest biodiversity.3.5. Incentive measures.3.6. Ecosystem approach.3.7. Progress in the implementation of the Strategic Plan and

progress towards the 2010 target and relevant Millennium Development Goals.

3.8. Financial resources and the financial mechanism.

Agenda da COP-9

IV. OTHER SUBSTANTIVE ISSUES ARISING FROM DECISIONS OF THE CONFERENCE OF THE PARTIES AND STRATEGIC ISSUES FOR EVALUATING PROGRESS

1. Access and benefit-sharing.2. Article 8(j) and related provisions

4.3. Technology transfer and cooperation.4.4. Monitoring, assessments and indicators.4.5. Biodiversity and climate change.4.6. Biodiversity of dry and sub-humid lands.4.7. Protected areas.4.8. Biodiversity of inland waters.4.9. Marine and coastal biodiversity.

Agenda da COP-9IV. OTHER SUBSTANTIVE ISSUES ARISING FROM DECISIONS OF THE CONFERENCE OF THE PARTIES AND STRATEGIC ISSUES FOR EVALUATING PROGRESS

10. Island biodiversity.4.11. Global Taxonomy Initiative.4.12. Liability and redress.4.13. Cooperation with other conventions and international

organizations and initiatives, and engagement of stakeholders.4.14. Operations of the Convention.4.15. Scientific and technical cooperation and the clearing-house

mechanism.4.16. Guidance to the financial mechanism.4.17. Communication, education and public awareness (CEPA).

4.

Agenda da COP-9V. ADMINISTRATIVE AND BUDGETARY MATTERS

5.1. 5.1. Administration of the Convention and budget for the Trust Fund of the Convention for the biennium 2009-2010.

VI.FINAL MATTERS6.1. 6.1. Other matters.6.2.6.2. Adoption of the report. 6.3.6.3. Closure of the meeting.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

• Programa de Trabalho sobre Diversidade Biológica Agrícola• definido em decisões da Conferência das Partes da CDB (ver as

decisões III/11, IV/6, V/5, VI/5, VII/3 e VIII/23).

• Dias, B.F.S., C.Campanhola & G.S.Rodrigues,1996. Agricultural Biological Diversity. A Proposal of the Brazilian Government to the Subsidiary Body on Scientific, Technical and Technological Advice (SBSTTA) of the Convention on Biological Diversity. Ministério do Meio ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, Brasília, 12p.

• Campanhola, C., G.S.Rodrigues & B.F.S.Dias,1998. Agricultural Biological Diversity. Ciência e Cultura 50(1):10-13.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Definição de Agrobiodiversidade:“Agrobiodiversidade, ou biodiversidade agrícola, é o conjunto dos

componentes da diversidade biológica relevantes para alimentação e agricultura e que constituem os agroecossistemas: a variedade e a variabilidade de animais, plantas e micro-organismos, nos níveis genético, de espécie e de ecossistema, incluindo os recursos genéticos de espécies animais, vegetais, fúngicas e microbianas domesticadas ou cultivadas e espécies da silvicultura e aquiculturaque sejam parte integral de sistemas agrícolas, e os parentes silvestres de espécies cultivadas ou domesticadas, bem como os componentes da biodiversidade agrícola que provêm serviços ambientais que mantêm funções chave dos agroecossistemas, sua estrutura e processos.”

[definição sintetizada do escopo e dimensões da agrobiodiversidadeadotadas pela Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica na Decisão V/5 quando foi adotado o Programa de Trabalho sobre Biodiversidade Agrícola.]

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

As seguintes dimensões da biodiversidade agrícola podem ser identificadas:

a) recursos genéticos para alimentação e agricultura, incluindo:(i) Recursos genéticos vegetais, incluindo espécies

forrageiras, recursos genéticos de árvores que sejam parte integral de sistemas agrícolas);

(ii) Recursos genéticos animais, incluindo recurso genético de pescado nos casos onde a produçã pesqueira seja uma parte do sistema agrícola, e recurso genético de insetos;

(iii) Recurso genético de micro-organismos e fungos.[inclui espécies domesticadas e espécies silvestres manejadas, bem

como os parentes silvestres de espécies cultivadas e domesticadas.]

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

As seguintes dimensões da biodiversidade agrícola podem ser identificadas:

b) Componentes da biodiversidade agrícola que provêm serviços ecológicos (ambientais). Estes incluem um grupo diverso de organismos em sistemas produtivos agrícola que contribuem, em várias escalas para, dentre outros:

(i) Ciclagem de nutrientes, decomposição da matéria orgânica e manutenção da fertilidade do solo;

(ii) Regulação de pragas e doenças;(iii) Polinização;(iv) Manutenção e ampliação da vida silvestre local e de

habitats em sua paisagem;(v) Manutenção do ciclo hidrológico;(vi) Controle de erosão;(vii) Regulação do clima e seqüestro de carbono.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Program Objectives:

(a) To promote the positive effects and mitigate the negative impacts of agricultural systems and practices on biological diversity in agro-ecosystems and their interface with other ecosystems;

(b) To promote the conservation and sustainable use of genetic resources of actual and potential value for food and agriculture;

(c) To promote the fair and equitable sharing of benefits arising out of the use of genetic resources.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Program Elements:

Programme element 1. Assessments

Programme element 2. Adaptive management

Programme element 3. Capacity-building

Programme element 4. Mainstreaming

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Program Initiatives:

INTERNATIONAL INITIATIVE FOR THE CONSERVATION AND SUSTAINABLE USE OF POLLINATORS (COP Decisions , IV/6, V/5, VI/5)

INTERNATIONAL INITIATIVE FOR THE CONSERVATION AND SUSTAINABLE USE OF SOIL BIODIVERSITY (COP Decision VIII/23)

CROSS-CUTTING INITIATIVE ON BIODIVERSITY FOR FOOD AND NUTRITION (COP Decision VIII/23)

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Workshops no Brasil (início das três iniciativas internacionais):

São Paulo Declaration on Pollinators, based on the results of the International Workshop on the Conservation and Sustainable Use of Pollinators in Agriculture, with an Emphasis on Bees (organized by the Brazilian Ministry of the Environment and the University of São Paulo inSão Paulo, Brazil, from 7 to 9 October 1998)

International Technical Workshop on Biological Management of Soil Ecosystems for Sustainable Agriculture (organized by the Brazilian Agricultural Research Corporation - EMBRAPA and the Food and Agriculture Organization of the United Nations – FAO in Londrina, Brazil, from 24 to 27 June 2002)

Consultation on the Cross-Cutting Initiative on Biodiversity for Food and Nutrition (organized by the Brazilian Ministry of the Environment and the Food and Agriculture Organization of the United Nations – FAO in Brasilia, Brazil, in 12-13 March 2005)

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Documentos em discussão na COP-9:

UNEP/CBD/COP/9/3 (Report of SBSTTA 13)(Recommendation XIII/1. Review of implementation of the

Programme of Work on Agricultural Biodiversity)(Recommendation XIII/5. Invasive alien species: consultation on

international standards)(Recommendation XII/6. Biodiversity and Climate Change)

UNEP/CBD/COP/9/2 (Report of SBSTTA 12)(Recommendation XII/2. Review of the implementation of the Global

Strategy for Plant Conservation)(Recommendation XII/7. Biodiversity and Biofuel production)

UNEP/CBD/COP/9/6 (Report of WGABS 6)(Recommendation on possible elements of a decision on Access and

Benefit-sharing)

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Recommendation XIII/1. Review of implementation of the Programme of Work on Agricultural Biodiversity) - Issues:

2008 International Day for Biological Diversity - Biodiversity and AgricultureProgramme of Work – keep its structure (elements & initiatives)Assessments: welcome FAO State of the World Reports, urge Parties to

finance and undertake research, request FAO to compile and disseminate information on impact and best practices, recognize role of indigenous and local communities (International Year of the Potato), request ES to identify methods to access implementation.

Adaptive Management and Capacity Building: promote, support and remove constraints to on-farm and in situ conservation of agricultural biodiversity; invites Parties and organizations to submit best practices.

Mainstreaming: urge Parties to promote policies to conserve agrobiodiversity and reduce impacts on biodiversity; takes note of the Comprehensive Assessment of Water Management in Agriculture; urge stakeholders to apply the Ecosystem Approach; urge Parties and stakeholders to improve implementation of the Programme of Work; welcomes the FAO Global Plan of Action for Animal Genetic Resources; recognizes the close links between the International Treaty on Plant Genetic Resources for Food and Agriculture.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Recommendation XIII/1. Review of implementation of the Programmeof Work on Agricultural Biodiversity) - Issues:

International Initiative for the Conservation and Sustainable Use of Pollinators: rapid assessment on the status of pollinators prepared by FAO, invites FAO, Parties and stakeholders to monitor pollinators decline and its impacts and to develop and disseminate best practices.

International Initiative for the Conservation and Sustainable Use of Soil Biodiversity: invites FAO, Parties and organizations to continue to support its implementation; invites FAO and other organizations, such as the Tropical Soil Biology and Fertility (TSBF) Programme, to improve the understanding of the role of soil biodiversity.

International Initiative on Biodiversity for Food and Nutrition: invites FAO and Bioversity International to support implementation of the initiative.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Recommendation XIII/1. Review of implementation of the Programme of Work on Agricultural Biodiversity) - Issues:

Agricultural biodiversity and climate change: Encourages Parties and other Governments to document the observed impacts and consider the projected impacts of climate change, on agricultural biodiversity; to gather information on lessons learned about the conservation and sustainable use of agricultural biodiversity, and integrate these into climate-change adaptation; requests FAO and the Joint Liaison Group of the Rio Conventions to gather and disseminate information; Invites FAO and organizations to continue to provide Parties with data, tools and information to adapt their agricultural policies and practices and cross-sectoral programmes, to changing climate, and to improve the capacities of farmers, livestock keepers, plant and animal breeders, relevant organizations and other stakeholders to reduce the risks associated with climate change; Welcomes the organization by FAO of a high-level meeting to be held in June 2008 on “World Food Security and the Challenges of Climate Change and Bioenergy”.

Agenda da COP-9Agrobiodiversidade

Recommendation XIII/1. Review of implementation of the Programme of Work on Agricultural Biodiversity) - Issues:

Agricultural biodiversity and biofuels [in brackets!]: Recognizes the need to promote the positive and mitigate the negative impacts of agricultural biofuel production and its consumption on biodiversity, taking into account SBSTTA recommendation XII/7; Urges Parties, other Governments and other relevant organizations to establish and apply sound policy frameworks which ensure the sustainable production and consumption ofbioenergy, including in particular, biofuels; to develop and promote guidelines to strengthen ongoing efforts to develop criteria, standards, certification and verification schemes for sustainable biofuels; requests that Parties immediately adopt a precautionary approach; Integratesthis issue into the programme of work on agricultural biodiversity.

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Recommendation XIII/1. Review of implementation of the Programme of Work on Agricultural Biodiversity) - Issues:

Addis Ababa Principles and Guidelines on Sustainable Use: Requests the Executive Secretary to collaborate with FAO and other organizations to further elaborate the operational guidelines of the Addis Ababa Principles and Guidelines for the sustainable use of agricultural biodiversity; Urges developed country Parties to fully implement their commitments regarding provision of financial support, including new and additional financial resources, technology transfer, scientific cooperationand capacity-building.

Research issues: Invites Parties and other Governments and relevant organizations to finance and undertake research that would contribute to the implementation of the programme of work on agricultural biodiversity.

General considerations: Welcomes the adoption of the multi-year programme of work of the FAO Intergovernmental Commission on Genetic Resources for Food and Agriculture; requests the Executive Secretary to work with FAO and the Secretariat of the Commission to prepare a joint work plan on biodiversity for foodand agriculture.

Obrigado!

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