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O CINEMA NA SALA DE AULA: POSSIBILIDADES DE LEITURA · o filme, como recurso didático, é um gênero que traz suas especificidades e devem ser respeitadas. Para isso, exige preparação,

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O CINEMA NA SALA DE AULA: POSSIBILIDADES DE LEITURA

Vera Lucia Vaz Colecha

Profª. Dra. Regina Chicoski

RESUMO: O presente artigo é o resultado das atividades desenvolvidas no PDE (Programa

de Desenvolvimento Educacional) ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O objetivo deste artigo consiste em relatar uma experiência de ensino com a utilização de filmes em sala de aula, como ferramenta metodológica para promoção da leitura, realizada com alunos da 1ª série do Ensino Médio, no Colégio Estadual José Orestes Preima no município de Prudentópolis, no ano de 2013. O gênero fílmico foi trabalhado de forma a propiciar condições aos alunos de interpretar o filme visando o desenvolvimento da capacidade crítica e de percepção/interpretação da linguagem não-verbal. Para isso, utilizou-se como referencial teórico os ensinamentos de Piaget (1964), Eco (1979), Dorfles (1992), Aumont (1995), Soares (1998), Santalella (1999), Trevizan (2000), Almeida (2001), Belloni (2001), Bamberger (2002), Duarte (2002), DCEs (2008), Chevalier & Gheerbrant (2008), Gerbase (2009), Koch (2009), Yunes (2009) e Napolitano (2011). Por retratar de forma dinâmica a imaginação, a história, a vida, correspondendo à realidade ou próximo a ela, o gênero fílmico leva o aluno a captar mensagens e transformar as informações em outras leituras. Não basta apenas mediar textos fílmicos, considerando que é uma alternativa que necessita ser usada de forma coerente, pois o filme, como recurso didático, é um gênero que traz suas especificidades e devem ser respeitadas. Para isso, exige preparação, estudo e acompanhamento metodológico constante. Nesse sentido, o cinema na sala de aula pode contribuir com a formação de leitores mais conscientes, participativos e críticos diante de uma sociedade em pleno desenvolvimento.

Palavras-chave: cinema, leitura, interpretação.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo é o resultado das atividades desenvolvidas no programa de

desenvolvimento educacional (PDE), enquanto atividade de formação

continuada de professores da rede pública do Estado do Paraná, vinculados à

Secretaria do Estado da Educação (SEED), sob a orientação de docente da

Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). O trabalho foi

desenvolvido na modalidade de intervenção pedagógica no Colégio Estadual

José Orestes Preima – Ensino Fundamental, Médio e profissionalizante, no

município de Prudentópolis – PR, pertencente ao Núcleo Regional de

Educação de Irati, aplicado em uma turma da 1ª série do Ensino Médio, com

adolescentes na faixa etária entre 14 e 15 anos. Estas atividades de

intervenção foram desenvolvidas no período de março a junho de 2013.

A formação de leitores constitui-se, atualmente, num dos principais

problemas a serem enfrentados na educação brasileira e isso preocupa todo

educador. À escola cabe a tarefa da formação de leitores. É nela que se tece a

leitura, por ser um espaço privilegiado para promover essa prática, e

necessariamente a construção do cidadão.

Diante da realidade, um dos grandes desafios da escola, que vem sendo

debatido entre os educadores e até mesmo na mídia, é a ineficácia da leitura,

observada sobre tudo nos indicativos do Instituto de Desenvolvimentos da

Educação Básica e, também na prática docente. Tal ineficácia reflete na

sociedade onde a leitura se limita. Sem uma prática diferenciada de leitura de

textos mais elaborados, cai na superficialidade, a qual restringe a compreensão

de mundo dos indivíduos e implica na alienação social.

Segundo Eliana Yunes (2009) a escola precisa formar leitores

independente de concepções e métodos. O importante é que os alunos leiam

além dos muros escolares. Pensar a prática da leitura envolve uma atitude de

reflexão sobre as implicações presentes no ato de ler e o estabelecimento de

uma disposição para inovar, proporcionando novos textos e a confiança na

capacidade de pensar, criar a partir da leitura e da interpretação textual.

Trevizan aponta que no contexto escolar, de um modo geral:

[...] a leitura ainda é entendida como uma simples compreensão do sentido literal das palavras, ou seja, do sentido contido no dicionário e atribuído aos signos no texto. E como toda palavra é referência lingüística ao mundo, o educador acaba se contentando com a leitura da mensagem literal do texto e com os efeitos empíricos desta mensagem (TREVIZAN, 2000, p.19).

A leitura envolve aspectos institucionais, culturais e sociais muito amplos

que se inter-relacionam com vários campos de estudo. O conceito de leitura vai

além da mera interação entre um leitor e um texto.

[...] (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem), percebendo seu chão comum (são todas práticas sociais, discursivas) e suas especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de significados) (FARACO, 2002, apud DCEs 2008).

Por isso, o professor de Língua Portuguesa deve levar ao aluno textos

das mais diferentes esferas sociais. As práticas discursivas abrangem os textos

escritos, falados, a integração da linguagem verbal com outras linguagens

denominadas de multiletramento.

Nesta perspectiva, surgiu à necessidade de uma prática de leitura aliada

ao recurso tecnológico e sob a forma midiática na educação, propôs-se a

utilização de filmes em sala de aula. Esse gênero textual dá oportunidade de

comunicar-se de forma imagética, visível, sonora e dinâmica das cenas que

correspondem à realidade ou próxima a ela. Vale destacar que não basta

apenas utilizar textos fílmicos como recurso didático, pois o filme é um gênero

que tem suas especificidades e devem ser respeitadas. Napolitano nos alerta

sobre a peculiaridade do cinema que faz parte da comunicação e cultura de

massa, também da indústria do lazer. Ao trabalhar em sala de aula o professor

não pode esquecer essas várias dimensões. Com relação à relevância do

desenvolvimento da criticidade do aluno mediante à exibição de filmes,

Napolitano afirma que:

É preciso que a atividade escolar com o cinema vá além da experiência cotidiana, porém sem negá-la. A diferença é que a escola, tendo o professor como mediador, deve propor leituras mais ambiciosas além do puro lazer, fazendo ponte entre a emoção e a razão de forma mais direcionada, incentivando o aluno a se tornar um espectador mais exigente e crítico, propondo relações de conteúdo/linguagem do filme com o conteúdo escolar (NAPOLITANO, 2008, p. 15).

A utilização da potencialidade dos textos fílmicos, inclusive os desenhos

animados, na ampliação de visão de mundo direcionada à interpretação de

texto é uma alternativa para juntar-se às demais já existentes na busca por um

resultado positivo quanto à apropriação de conhecimento via prática de leitura

e interpretação textual.

Assim, numa perspectiva compatível com os anseios de uma sociedade

audiovisual e tecnológica como a que se vive hoje, a utilização de filmes em

sala de aula pode contribuir com a formação de leitores mais conscientes,

participativos e críticos diante de uma sociedade em pleno desenvolvimento.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Partindo-se do pressuposto das Diretrizes Curriculares Estaduais, em

que a perspectiva do ensino da Língua Portuguesa deve ser a de ampliar os

domínios do uso das linguagens verbais e não verbais, a leitura se projeta

como um dos eixos fundamentais nesse processo.

A ação do professor como mediador na formação de leitor, ao

proporcionar o contato do aluno com uma vasta variedade de textos,

abordando diferentes meios de interação e cuja interpretação vise a construção

do conhecimento em outras áreas, como a melhoria de sua expressão escrita,

são ganhos no trabalho em Língua Portuguesa.

Contemplando as ideias presentes nas Diretrizes Curriculares

Educacionais - DCEs de Língua Portuguesa, torna-se compromisso dos

educadores promoverem um ensino de base sócio interacionista em que a

leitura seja um canal entre os sujeitos, e destes com as ideias presentes no

meio em que vivem. Segundo as DCEs na sala de aula:

É necessário analisar, nas atividades de interpretação e compreensão de um texto: os conhecimentos de mundo do aluno, os conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em que o gênero está publicado, de outros textos (intertextualidade) (DCEs, 2008, p. 73).

Ao se propor uma leitura efetiva, é necessário superar a ideia da mera

decifração linguística da mensagem, da palavra, mas deve-se contemplar esse

movimento receptivo pelo reconhecimento do uso social e ideológico dos

signos, ativados pelo autor na construção dessa mensagem.

Relacionar os signos de um texto com os sujeitos interlocutores implica não só em ler o conteúdo literal da mensagem, mas, sobretudo descobrir as estratégias e mecanismos sociais de construção de sentido final desta mensagem (TREVIZAN, 2000, p. 20).

O texto se define como uma macro-estrutura de dimensão sócio

ideológica da comunicação verbal, considerando-se que os sujeitos envolvidos

no processo discursivo são entidades históricas, vinculadas em determinado

contexto histórico cultural, fica confirmada a importância da pragmática para

explicação da carga ideológica dos signos articulados no texto.

Assim, o próprio texto na sua relação com o contexto constitui um

espaço de produção social de significação, restando para a língua, à função de

instrumento desta produção. Como afirma Koch (2009, p. 30), “sentido que não

está no texto, mas se constrói a partir dele, no curso de uma interação”.

E Eco (1979, p. 86) destaca que a capacidade de inferir além da

“perspectiva no texto em si mesmo”, ocorre nessa operação ativada pelo

receptor, uma espécie de produção recepcional, na qual ele utiliza os

elementos do repertório extratextual e interpreta os dados internos da produção

textual.

Segundo as DCEs (2008) a Língua Portuguesa, compreende em si, a

contribuição de outras linguagens e nesse aspecto possibilita o entendimento

do cinema como contribuição curricular, sob a perspectiva do trabalho com

diferentes gêneros discursivos.

Napolitano destaca que:

A peculiaridade do cinema é que ele, além de fazer parte do complexo da comunicação e da cultura de massa, também faz parte da indústria do lazer e (não nos esqueçamos) constitui obra de arte coletiva e tecnicamente sofisticada. O professor não pode esquecer destas várias dimensões do cinema ao trabalhar filmes em atividades escolares (NAPOLITANO, 2011, p. 12-14).

O filme, como objeto de estudo, tem consequências de enorme alcance

em relação às expectativas, considerando que os alunos sentem atração pelo

cinema e serão motivados para o aprendizado, com a inserção dos mesmos,

nas aulas de Língua Portuguesa. O filme, encarado como narrativa, possui um

segmento de imagens que se duplicam de matéria verbal num conjunto que

serve para a comunicação com significação e representação do texto e dos

seus próprios mecanismos de produção, considerando a linguagem presente

no discurso do texto fílmico.

Destaca-se assim a necessidade de propiciar uma melhor educação em

artes visuais e audiovisuais, formando um espectador de filme mais consciente

e esteticamente preparado para fruição desta arte na perspectiva da leitura e

da interpretação.

2.1. Leitura de imagem

A leitura e interpretação de textos fílmicos envolvem um trabalho de

sensibilização e percepção no que diz respeito à leitura de imagens,

considerando que o filme é uma sequência de imagens que se completa na

linguagem verbal. Assim, o texto imagético nos filmes ensina a ver e perceber

formas de identificação de significações no imaginário do espectador neste

caso o aluno.

Para Piaget esta é a capacidade do ser humano de representar algo

através de símbolo:

A imagem mental é um veículo do signo que representa o objeto de referência externo. A imagem exterior como “esquema representativo” de um acontecimento externo e vê nela uma “imitação exteriorizada” e transformação de tal acontecimento (PIAGET, 1964, p. 30).

Desse modo, ao interpretar uma mensagem procura-se analisar ao

máximo uma mensagem preexistente, e também compreender a significação

dessa mensagem em que se tenta separar o que é pessoal do que é coletivo.

Nesse contexto, a imagem se torna decisiva na exteriorização das ideias e na

comunicação em si, pois, vivemos numa sociedade audiovisual, na era da

informatização e o ressurgimento do das produções cinematográficas

baseadas nas tecnologias.

O filme apresenta a diegese superando as formas do mundo exterior, o

tempo e a causalidade que se ajusta aos acontecimentos, às formas do mundo

interior: a atenção, a memória, a imaginação e a emoção.

Na recepção de um texto fílmico, o espectador deve voltar-se para a

tarefa de identificação da correspondência estabelecida entre a linguagem

construída e a informação transmitida. Assim, é necessário muita atenção do

espectador para os fatos contados, para os processos estratégicos de seleção

e para a combinação de determinados signos verbais: sons, objetos, cores,

formas, movimentos, gestos. Segundo Santaella & Nöth:

[...] o código hegemônico desde século não está nem na imagem, nem na palavra oral e escrita, mas nas suas interfaces, sobreposições e intercursos, ou seja, naquilo que sempre foi de domínio da poesia (SANTAELLA & NOTH, 1999, p. 69).

Assim, a tarefa do espectador motivado para “ler” o texto fílmico vai além

do reconhecimento da história contada. Expande-se na apreensão da

complexidade e sedução da linguagem fílmica, que aguarda o receptor a dividir

os conhecimentos do cineasta no processo de comunicação intelectual,

filosófica e emocional.

Gerbase explica que o:

Cinema é a forma audiovisual, mais sofisticada, mais nobre, a que mais potencializa a emoção humana, no momento em que um jovem aprende a gostar de cinema, aprende a fugir daquele tipo de produção que é imposto pela indústria. Ele vai ver um filme por ter uma base cultural, crítica e de compreensão do mundo (GERBASE, 2009, p. 21).

A leitura do gênero fílmico considera as variáveis que interferem nesse

processo: o contexto e a visão de mundo do leitor, pontos fundamentais na

produção de sentido em toda leitura que é realizada. Neste sentido confere que

a interpretação de um texto fílmico é veiculado por meio de um discurso que se

utiliza das linguagens imagética, sonora e verbal.

Almeida destaca que:

[...] O significado de um texto/filme é o todo, amálgama desse conjunto de pequenas partes, em que cada uma não é suficiente para explicá-lo, porém todas são necessárias e cada uma só tem significação plena em relação a todas as outras (ALMEIDA, 2001, p. 29).

Desse modo, a informação não é dada logo de imediato, ela é produto

de uma construção que envolve um processo e a cultura do espectador. Por

meio dessa informação veiculada, o espectador pode identificar a informação e

associar uma construção de outros discursos, gerando novos conhecimentos.

Assim, o texto imagético nos filmes ensina a ver e a perceber,

possibilitando a identificação pessoal, em estreitamento imaginário do

espectador, da mesma forma como ocorre nos leitores mais preparados em

relação aos livros.

O professor deve procurar relacionar o gênero fílmico à cultura cotidiana

mais ampla reproduzindo as expectativas, as formas, e as leituras que já

operamos cotidianamente.

Dorfles menciona que:

[...] a tarefa, a função do filme, em sua extrema dilatação de filme de arte, crônica televisiva, filme cientifico, ficção cientifica, é imensa e pode oscilar desde os mais elevados picos estéticos até os abismos

éticos mais impensáveis (DORFLES, 1992, p. 214).

Caberá ao professor optar pela melhor forma de abordagem do filme em

sala de aula valorizando o contexto do aluno. Assim, na escola, tendo o

professor como mediador, deve-se propor leituras mais ambiciosas, além do

puro lazer, fazendo a ponte entre emoção e razão de forma mais direcionada,

incentivando o aluno a se tornar um espectador mais exigente e crítico,

propondo relações de conteúdo e linguagem do filme com conteúdo escolar.

O filme vem ajudar a desenvolver e possibilitar reflexões mesmo sobre

outras linguagens do mundo moderno, como a audiovisual, iconográfica e

sonora que são fruto de observações

Aumont explica que:

As observações sensoriais levam a concluir que a percepção visual não é um simples registro passivo de uma excitação externa, mas que consiste em uma atividade do sujeito que percebe. Essa atividade compreende processos reguladores cujo objetivo é manter uma percepção equilibrada. Esses mecanismos de constância realizam, por exemplo, a manutenção da grandeza aparente da tela e das figuras dessa tela, apesar da distância a que se encontra do espectador (AUMONT, 1995, p. 233-234).

Dessa forma, constitui um universo de informações que envolvem os

aspectos sociais, familiares, políticos e culturais, que devem ser explorados.

Neste sentido, o filme é um recurso potencializador para despertar a

percepção de mundo sensibilizar e divertir, como forma para constituir uma

nova maneira de olhar o mundo dentro do processo interpretativo dos textos.

É também uma obra aberta que permite diálogo e vai além da imagem

projetada. O texto fílmico desperta o senso crítico, amplia visões, sugere

hipóteses, sendo uma ferramenta enriquecedora, tanto para a prática

pedagógica da leitura quanto para a interpretação textual.

3. A INTERVENÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

A intervenção pedagógica ocorreu no primeiro semestre de 2013, em

uma turma da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Padre José

Orestes Preima, localizado na Linha Esperança, zona rural do Município de

Prudentópolis - PR.

O público alvo é composto por alunos provenientes de famílias de

agricultores, residentes na zona rural de Prudentópolis, alunos com dificuldade

de acesso às novas tecnologias de informação e acostumados à prática da

leitura em sala de aula voltada para leitura de livros, gibis e revistas. O objetivo

principal foi trabalhar em sala de aula com filmes, propondo a leitura e

interpretação dessa modalidade textual.

Vale lembrar, que nesta intervenção pedagógica foram trabalhados três

gêneros fílmicos: o cinema mudo, o desenho de animação e a ficção científica.

Após a seleção dos filmes, os mesmos foram exibidos em sala de aula

e analisados. Os encaminhamentos ocorreram da seguinte forma: realizou-se

uma discussão e um levantamento sobre a visão que os alunos possuem sobre

os filmes, sobre cinema e suas preferências sobre os gêneros de filmes. Em

seguida, foi aplicado um questionário com o intuito de identificar a importância

da leitura e preferências dos alunos quanto ao gênero fílmico. O resultado

revelou que os gêneros terror, suspense e romance foram os mais votados.

Também, verificou-se, por meio do questionário, que os alunos não têm

incentivo à leitura por parte da família, os pais não leem e não instigam seus

filhos a ler.

Levando em consideração o resultado do questionário aplicado, optamos

por trabalhar com o texto fílmico por ser um recurso midiático riquíssimo, no

qual podemos explorar diversas possibilidades de leitura, dialógicas,

intertextuais, a começar pela imagem que, inegavelmente chama mais atenção

do que o texto escrito.

Para ampliação dos conhecimentos, foi feito uma explanação, por meio

de slides, sobre a história e evolução do cinema, os avanços tecnológicos com

algumas imagens selecionadas mostrando os primeiros instrumentos de

cinema e seus criadores, as primeiras exibições de filmes com seus

mecanismos, invenções e projeções.

O primeiro filme exibido foi Tempos modernos. É o primeiro filme mudo em

que Charles Chaplin utilizou efeitos que até então eram poucos conhecidos. A

produção é de 1936, Chaplin atua e dirige o filme. Foi feito uma análise do

período histórico, intermediada pelo professor, no qual os alunos perceberam

que nesta narrativa fílmica a linguagem verbal é praticamente ausente, e

mesmo assim, é possível fazer uma leitura via imagens. Foram analisados a

crise de1929 e seus desdobramentos: desemprego, fome, índices de violência,

a substituição do homem pela máquina e os manifestos sociais, problemas

esses que ainda são observados na nossa sociedade.

O trabalho interpretativo do espectador frente ao gênero fílmico deve levar

em conta as linguagens imagética, sonora e verbal. Seduzindo o espectador

por meio da imagem, da trilha sonora, dos detalhes evidenciados pelas

câmeras, os filmes conseguem fazer os espectadores internalizarem situações

que envolvam ideias, valores e conceitos que, de outra forma, seriam mais

difíceis de assimilar.

Duarte (2002) estreita as relações entre cinema e educação ao

considerá-los formas de socialização dos indivíduos e instâncias culturais que

produzem saberes, identidades, visões de mundo, subjetividades.

Em todos os momentos desse trabalho, a interferência do professor foi

fundamental para que o processo se estabelecesse, pois é difícil a

compreensão para o jovem leitor, uma vez que, o filme, geralmente, é visto

apenas como entretenimento. É preciso instigar o aluno a perceber o filme

como leitura, caracterizada em movimento e fala.

O gênero fílmico se constitui de sequência de cenas cinematográficas

como o drama, a comédia, o documentário, etc. Napolitano argumenta que:

Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte (NAPOLITANO, 2005, p. 11).

Os desenhos animados merecem atenção e cuidado na história do

cinema, pois estes aparecem a partir de 1920. Antecedem os irmãos Lumiére

passando por estilos e técnicas diversificadas até chegar às produções atuais

da tecnologia digital 3D.

O gênero fílmico de animação, seja ele apresentado como ingênuo e

sob o alcance do público infantil ou infanto-juvenil, é, muitas vezes, carregado

da ideologia da organização e gestão do trabalho que corroboram para a

hegemonia capitalista.

Do ponto de vista criativo, o filme mobiliza a razão, o intelecto e as

emoções. Tudo isso, tem uma grande importância para que os alunos se

envolvam e tenham mais disposição para aprender. É necessário que se faça

um trabalho bem fundamentado para que os alunos desenvolvam a habilidade

de um olhar crítico na leitura desse gênero textual.

Por isso, nesta etapa, foi apresentada aos alunos a prática de leitura de

outro gênero fílmico - desenhos animados, Vida de Insetos. É uma produção

dos estúdios Walt Disney / Pixar, disponível em VHS e DVD. O enredo está

centrado na vida de uma colônia de formigas oprimidas por uma gangue de

gafanhotos. O filme Vida de Insetos, cujo título original é A Bug's Life, foi

lançado nos EUA em 1998 sob direção de John Lasseter. Este filme é um

desenho digitalizado, muito bem construído e que se utiliza da música e das

cores, com muita propriedade para emocionar e sensibilizar o espectador.

Para a compreensão e análise do filme foi necessária muita intervenção

do professor. Foram reprisadas muitas cenas com o intuito de visualizar, fazer

comentários, indagações, provocações, discutir as ideias com os alunos, numa

tentativa de analisar o filme.

Revendo o enredo do filme, foi feito um questionamento sobre as

particularidades presentes nas ações de Flik, personagem principal,

demonstrando que mesmo sendo uma formiga, não se deixava submeter aos

paradigmas criados por uma ideologia de dominação. O desejo de Flik – lutar

pela liberdade e mudança, não o desmotivou na busca por solucionar o

problema, não se abateu, mesmo sabendo que as formigas apostavam em seu

fracasso e até mesmo na sua morte. Durante a expedição passou por vários

enfrentamentos, inclusive violência física (além da psicológica) por parte dos

gafanhotos, no entanto soube de maneira corajosa e ousada enfrentar tudo.

Essa leitura possibilitou aos alunos entender que as vitórias obtidas ao

longo da vida são resultados da flexibilidade e mudanças de atitudes, força de

vontade, buscar entendimento para não deixar ser manipulado pelos

opressores.

Os alunos também citaram outras personagens que se destacaram no

filme, como Atta: sucessora ao trono real, treinada pela mãe para seguir o

mesmo modelo de comando, tinha muito medo de errar e não permitia

mudanças, usava do autoritarismo. Dot: irmã caçula de Atta, que se identifica

com Flik, demonstrando características de uma nova geração no formigueiro.

Na mídia e nos cinemas a cor tem função específica e ajuda na clareza

do que se quer transmitir. Parafraseando Guimarães (2003) “as cores podem

organizar, chamar atenção; destacar, criar planos de percepção; hierarquizar

informações e até direcionar a leitura.” No Filme, Vida de Insetos, a cor

também tem finalidades. Ela não aparece por acaso, ajuda na expressividade

das cenas e consequentemente contribui na construção de sentidos via texto

fílmico.

Segundo o Dicionário de Símbolos:

O primeiro caráter do simbolismo das cores é a sua universalidade, não só geográfica, mas também em todos os níveis do ser e do conhecimento, cosmológico, psicológico, místico, no funcionamento do pensamento simbólico (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2002, p. 275).

As cores têm significados tanto quanto a pintura. O cinema também

utiliza as cores explorando toda sua carga simbólica. Para melhor compreender

o significado das cores em Vida de Insetos vamos nos apoiar nos conceitos

propostos por Chevalier e Gheerbrant, no Dicionário de Símbolos (2008).

Ao analisar o filme Vida de Insetos foi percebido que as cores vermelho,

amarelo e laranja estão representados no pássaro grande feito pela

organização das formigas para ameaçar e espantar os gafanhotos do território

delas. Pode simbolizar ameaça, morte, coragem, força, destruição, poder,

guerra e equilíbrio. Segundo os autores: “O vermelho diz respeito à

transgressão da mais profunda proibição da época em questão, a proibição

lançada sobre as pulsões sexuais, a libido, os instintos passionais.”

(CHEVALIER e GHEERBRANT, 2008 p. 944).

Em relação ao amarelo, os autores afirmam que é a cor mais quente,

expansiva e ardente entre todas. “Sendo de essência divina, o amarelo-ouro se

torna, na terra, o atributo do poder dos príncipes, reis, imperadores, para

proclamar a origem do seu poder” (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2008, p.

40). Também pode ser a cor da eternidade, como o ouro é o metal da

eternidade. Já a laranja “simboliza o ponto de equilíbrio entre o espírito e a

libido. Mas esse equilíbrio tende a se romper, num sentido ou outro, o

alaranjado torna-se então a revelação do amor divino ou o emblema da luxúria”

(CHEVALIER e GHEERBRANT, 2008, p. 27).

A ilha onde residem as formigas é repleta da cor verde, que simboliza o

reino vegetal reafirmando na natureza. Também representa a pureza, a

inocência, harmonia e equilíbrio, porque as formigas tinham uma sociedade

organizada, mesmo sendo oprimidas pelos gafanhotos.

Quando as formigas estavam nervosas, apreensivas com a chegada dos

gafanhotos na ilha, aparecia a cor azul escuro. Para Chevalier e Gheerbrant:

O azul é a mais profunda das cores: nele, o olhar mergulha sem encontrar obstáculo, perdendo-se até o infinito, como uma perpétua fuga da cor. O azul é o mais imaterial das cores: a natureza o apresenta geralmente feito apenas de transparência; de vazio acumulado, vazio de ar, vazio de água, vazio de cristal e de diamante. O vazio é exato, puro e frio (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2005, p. 107).

Isto nos leva a pensar em medo, insegurança, opressão, desequilíbrio,

imaterialidade (as formigas estavam trabalhando para o bem estar dos

gafanhotos e amedrontadas com a situação).

No filme a cor cinza acompanha as cenas dos gafanhotos. Representa

medo, evasão, destruição. Também aparece no final do filme após a destruição

do pássaro artificial. Para Chevalier e Gheerbrant:

A cor cinza extrai seu simbolismo do fato de ser, por excelência, um valor residual: aquilo que resta após a extinção do fogo e, portanto, antropocentricamente, o cadáver, resíduo do corpo depois que nele se extinguiu o fogo da vida (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2008, p. 247).

A cor branca no filme representa a ausência de vida, o término, o

momento da morte. Isso fica evidente na passagem do gafanhoto sendo levado

para o ninho preste a ser devorado por filhotes de pássaro mostrando assim a

cor branca.

Para finalizar a intervenção na sala de aula fizemos a leitura do gênero

ficção científica que abre oportunidades para se aprofundar nas reflexões de

temas sobre um futuro que está por vir: Neste tipo de gêneros são abordados

temas universais caracterizando a própria ciência que explora outros lugares

para promover um futuro de esperanças para os seres humanos.

A ficção científica se expandiu principalmente no séc. XX, revelando os

conhecimentos científicos e culturais para estabelecer verossimilhança com a

realidade. Assim, o filme escolhido no gênero ficção científica foi A.I.-

Inteligência artificial (2001), de Steven Spielberg.

Para motivação dessa atividade, utilizou-se a técnica “visualização

criativa - viajando no tempo” adaptada do livro Giro interior de Maureen

Murdock (1998). Os alunos tinham que imaginar que a porta da sala se abria e

eles encontravam uma máquina do tempo. Observavam sua forma, sua cor,

seu banco e seus comandos. Entravam na máquina e faziam o ajuste

necessário para começar o voo para um lugar desejado. Eles aterrissavam e

exploravam a nova terra e observavam o meio ambiente, e todas as formas de

vida. Eles poderiam se comunicar com os seres que estivessem ali: Robôs com

inteligências superdotados ou seres imaginários com poderes, capazes de

transformar o mundo.

A partir daí iniciou-se a conversa com a turma a respeito do gênero que

estavam trabalhando, chegando a conclusão de que era o de Ficção científica.

Eles se lembraram de títulos de filmes, livros relacionados a este gênero como

os Jetsons, Os Flintstone e Viagem ao centro da Terra baseado no livro de

Júlio Verne.

Assim, passamos para a exibição do filme A.I. - Inteligência artificial que

foi assistido em três etapas para a realização das atividades. A cada etapa foi

discutido o enredo do filme.

Logo em seguida foi dividida a turma em grupos para responder as

questões com a mediação do Professor. A questão de debate refere-se às

ideias centrais do filme: Homem / máquina; menino robô e família; tecnologia

/vida humana; homem/ criador. .

O conhecimento prévio é imprescindível para uma leitura competente,

principalmente, tratando-se de textos que se pode revisitar. Neste caso,

verificamos no filme alusão à obra literária de Carlo Colodi Pinóquio em

comparação com a personagem David do texto fílmico A.I- Inteligência Artificial.

Propomos então uma breve análise comparativa das personagens,

relembrando a história Pinóquio de Carlo Colodi. Foi perguntado aos alunos se

eles já ouviram falar da história Pinóquio. Alguns alunos leram o livro, outros

assistiram ao filme e relembravam a história comparando a personagem

Pinóquio contrastando com a personagem do filme.

Revisitando o conto Pinóquio e fazendo uma análise das personagens,

os alunos perceberam que a personagem David tinha como fonte inspiradora a

personagem Pinóquio e que ambos tinham um sonho: tornar-se humano,

solucionando assim seus problemas. E que o desfecho do filme A.I. -

Inteligência Artificial não contemplou a personagem David, mesmo ele

atingindo seu crescimento interior considerado padrão na época.

Também comentaram a mudança de comportamento dos seres

humanos em relação às personagens. Em Pinóquio os humanos queriam se

aproveitar do boneco para tirar vantagens. No filme, os homens sentem-se

atraídos pelo fato de criar um ser e ao mesmo tempo, sentem-se ameaçados

pelas máquinas com medo de serem substituídos.

Nesse contexto, os alunos participaram efetivamente da leitura do filme,

e perceberam que num filme de longa metragem é necessário fazer as pausas

para conseguir uma leitura detalhada das cenas, do cenário, do figurino e das

personagens.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de recursos midiáticos na educação ainda é pouco

visualizado no cenário nacional, apesar dos avanços tecnológicos disponíveis.

Levando em consideração que a leitura ainda não atingiu um patamar

desejável no meio escolar, nesse artigo, discutiu-se a utilização de filmes em

sala de aula, como ferramenta metodológica para promoção da leitura.

Nas palavras de Napolitano (2011), “trabalhar o cinema em sala de aula

é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e

elevada,” Por meio do cinema podemos sintetizar os valores sociais, a

ideologia e ao mesmo tempo proporcionar o lazer aos espectadores. Assim,

dos mais descomprometidos aos mais sofisticados, os filmes têm sempre

alguma possibilidade para o trabalho escolar.

Vale destacar que não basta apenas mediar textos fílmicos, pois o filme

como recurso didático, é um gênero que traz suas especificidades e devem ser

respeitadas. Para isso exige preparação, estudo e acompanhamento

metodológico constante.

Napolitano aponta alguns fatores que costumam influir na adequação

das atividades tais como: articulação com o currículo e/ou conteúdo discutido;

adequação à faixa etária e etapa específica da classe na relação ensino -

aprendizagem.

Todas as áreas do conhecimento ou disciplinas escolares necessitam do

domínio da leitura para se desenvolver. Nesse sentido, os métodos de ensino

devem ser constantemente avaliados e revistos pelos professores, buscando

outras possibilidades de estímulos ao ato de ler. Nessa perspectiva, a inserção

das novas tecnologias e das mídias na educação é um suporte pedagógico

eficiente e dinâmico.

A escola precisa formar leitor com gosto apurado para leitura, capazes

de dinamizar os acervos de seu próprio contexto com acesso aos bens

culturais e com direito a voz e pensamento crítico. Assim, serão leitores

independente capazes de ler além dos muros escolares.

Bamberger (2002, p. 31) destaca que: “o que leva o jovem leitor a ler

não é o reconhecimento da importância da leitura, e sim várias motivações e

interesses que correspondem à sua personalidade e ao seu desenvolvimento

intelectual”.

Desse modo, fica claro que o gosto pela leitura vem da informação que

se transforma em conhecimento e deste que resulta no saber. Assim,

percebeu-se que na apresentação do gênero fílmico não se lê apenas palavras,

mas sequências nas quais essas palavras se comunicam, contradizem-se e

surpreendem.

Os alunos ainda veem o filme como forma de entretenimento. É

necessário um planejamento sério, em que o filme complemente e enriqueça

as aulas de Língua Portuguesa durante a prática da leitura. Pois, o gênero

fílmico, como ferramenta para o trabalho de leitura, pode ser utilizado como

motivação para o aprendizado dos alunos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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