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António Manuel Marques de Sousa Alves Lopes O COMPORTAMENTO DA DEFESA DA SELECÇÃO DE ESPANHA NO TORNEIO DE ANDEBOL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM 2008 ANÁLISE SEQUENCIAL NO MÉTODO ORGANIZADO DE JOGO DE ANDEBOL EM SITUAÇÃO DE 6X6 Orientador: Professor Doutor Oleguer Camerino Co-orientador: Professor Doutor Pedro Sequeira Co-orientador: Professor Doutor Leonel Morgado Universidade Lleida Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha Lleida 2011

O comportamento da defesa da selecção de Espanha no torneio de andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 - Análise sequencial no método organizado de jogo de andebol em situação

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Os estudos relacionados com a performance defensiva no Andebol são escassos. A experiência do autor como treinador e enquanto foi um dos responsáveis pela formação de treinadores de Andebol em Portugal, permitiu-lhe identificar a ausência de conteúdos relativos ao ensino e aprendizagem do processo defensivo e do tempo dedicado ao seu treino.O presente estudo pretendeu analisar o comportamento da defesa da Selecção de Andebol deEspanha nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, durante o método organizado de jogo em situação de igualdade numérica 6x6, pela detecção de padrões temporais com recurso à análise sequencial.Este estudo teve como objectivos a) construir e validar um sistema de observação da defesa no método organizado (SODMO) e b) analisar as sequências defensivas da Selecção de Andebol de Espanha durante o método organizado de jogo, nos Jogos Olímpicos de 2008, identificando: as formas de recuperação da posse de bola e as sequências doscomportamentos dos defensores que antecedem a recuperação da bola, em função do resultado do marcador parcial de jogo, do resultado final e da fase da competição.A metodologia observacional foi escolhida para este estudo uma vez se trata de um procedimento científico que permitiu a construção de um instrumento de observação, combinando o sistema de categorias com o formato de campo, para observar, registar e analisar condutas perceptíveis espontâneas em contextos naturais de interacção. O desenho de estudo foi do tipo ideográfico, de seguimento e multidimensional.A amostra observacional deste estudo é representada pelos 3511 registos de configurações de eventos das sequências ocorridas durante método organizado do processo defensivo, em situação 6x6, nos sete jogos que a Selecção de Espanha disputou no Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008. Foi utilizado o programa Theme para realizar a análisesequencial para a detecção de padrões temporais.As principais conclusões indicam que (1) foi possível detectar 33 padrões temporais no comportamento na defesa da Selecção de Espanha durante o Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008; (2) o comportamento defensivo mais registado foi o deslocamento defensivo; (3) o sistema defensivo mais utilizado foi o 6:0; (4) a diferença de 5 ou mais golos (vantagem ou desvantagem) no marcador parcial de jogo definiu o desfecho final do jogo (vitória ou derrota); (5) as sequências dos padrões detectados antecederam, em grande maioria, a recuperação da bola após golo sofrido, independentemente do resultado final, resultado parcial, sistema defensivo e fase da competição.Com os resultados obtidos, foi pretendido ainda contribuir para a formação de treinadores e de agentes desportivos pela criação de um simulador de contextos de interacção das sequências dos processos ofensivo e defensivo durante o método organizado do jogo deAndebol, recorrendo a modelos tridimensionais no mundo virtual Second Life®.

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António Manuel Marques de Sousa Alves Lopes

O COMPORTAMENTO DA DEFESA DA SELECÇÃO DE ESPANHA NO TORNEIO DE

ANDEBOL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM 2008

ANÁLISE SEQUENCIAL NO MÉTODO ORGANIZADO DE

JOGO DE ANDEBOL EM SITUAÇÃO DE 6X6

Orientador: Professor Doutor Oleguer Camerino

Co-orientador: Professor Doutor Pedro Sequeira

Co-orientador: Professor Doutor Leonel Morgado

Universidade Lleida

Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha

Lleida

2011

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Universidade Lleida

Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha, Lleida

Programa de doutoramento: Fonaments Metodològics de la Recerca de l’Activitat Física i l’Esport

O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Análise sequencial no método organizado de jogo de Andebol em situação de 6x6

Dissertação apresentada para a obtenção do Grau Doutor pela Universidade de Lleida

António Manuel Marques de Sousa Alves Lopes

Orientador: Professor Doutor Oleguer Camerino

Co-orientador: Professor Doutor Pedro Sequeira

Co-orientador: Professor Doutor Leonel Morgado

Lleida

2011

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Lopes, A. (2011). O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Análise sequencial no método organizado de jogo de Andebol, em situação de 6x6. Lleida: A. Lopes. Tese de Doutoramento apresentado ao Instituto Nacional de Educação Física da Catalunha da Universidade de Lleida. Palavras-chave: Análise de Jogo, Andebol, Defesa, T-Patterns, Formação Treinadores, Second

Life®.

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Em memória do Miguel Ananias (1993-2011):

If good things lasted forever, would we appreciate how precious they are?

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Para Sílvia:

Speak to me in a language I can hear humor me

Before I have to go

Deep in thought I forgive everyone

As the cluttered streets greet me once again

I know I can't be late supper's waiting on the table (V VI)

Tomorrow’s just an excuse away

So I pull my collar up and face the cold, on my own (VI)

The earth laughs beneath my heavy feet (IX)

At the blasphemy in my old jangly walk (XIV)

Steeple guide me to my heart and home (XVI)

The sun is out and Up and down again (XV)

I know I’ll make it, love can last forever (IX)

Graceful swans of never topple to the earth (III)

And you can make it last, forever you (XXII)

You can make it last, forever you (XIX)

And for a moment I lose myself

Wrapped up in the pleasures of the world

I’ve journeyed here and there and back again (X)

But in the same old haunts I still find my friends (XI)

Mysteries not ready to reveal (V)

Sympathies I’m ready to return

I’ll make the effort, love can last forever

Graceful swans of never topple to the earth

Tomorrow’s just an excuse

And you can make it last, forever you

You can make it last, forever you...

33, Corgan, B.

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Agradecimentos

Antes de qualquer agradecimento gostaria de pedir desculpa pelo meu egoísmo para a realização deste trabalho, que me privou do tempo estar com aqueles que me são mais queridos:

- às minhas 3 Marias (minha avó, minha mãe e minha irmã) e ao meu avô que se sacrificaram, apoiaram e me chamaram à razão em todos os momentos, especialmente naqueles que eu discordava;

- à Sílvia, que me inspira e ensina todos os dias a ser mais justo e me contagia com a sua alegria, da forma como defende a vida, a liberdade e a igualdade, mas acima de tudo pelo seu AMOR;

- ao Ivo pela sua vivacidade, alegria e AMIZADE incondicional em cada reencontro.

Ao professor Oleguer Camerino pela sua persistência, dedicação e sacrifício na direcção desta tese e nos ensejos proporcionados além fronteiras.

Ao meu amigo, companheiro de viagem e de busca pela verdade e simplicidade Dr. Mário Beça.

Altruísmo, tolerância, humildade, empatia e amizade seriam as palavras que escolheria para descrever o professor e amigo Pedro Sequeira, que desde o dia que nos conhecemos me proporcionou oportunidades que nunca imaginei ter e apenas porque sim.

Ao professor Leonel Morgado, pelo entusiasmo, envolvimento, paixão com que contagia e abraça cada projecto. A sua clareza e proficiência foram cruciais nas decisões a tomar na direcção desta tese.

Às professoras Marta Castañer e Maria Teresa Anguera pelo seu incentivo desinteressado e amizade neste percurso.

Ao Bruno Pires, Márcio Cardoso e José Maria Dinis pelo entusiasmo e dedicação nos desafios apresentados.

Aos “meu professores de Andebol” João Prudente, José António Silva, Paulo Sá, Pedro Alvarez, Carlos Cruz, João Comédias, Claude Onesta, Manolo Laguna, Matts Olson, Rolando Freitas, António Cunha, Manolo Cadenas, Branislav Pokrajac, João Castro, Victor Marques, Ricardo Costa e Luís Duque pela sua disponibilidade na partilha do vasto conhecimento que têm sobre o nosso jogo, encontros que foram verdadeiras lições.

Aos meus novos amigos e colegas “lusófonos” (e não só) por tornarem o meu trabalho todos os dias mais fácil, possibilitando-me terminar esta tese enquanto trabalhava: Amélia Ordonho, Catarina Sousa, António Palmeira, Isabel Llorente, Timóteo Rodrigues, João Ferreira, Nuno Lourenço, Valter Matos, Sofia Fonseca, Ana Paulo, Luís Vilar, João Carvalho, Rute Muchacho, João Ildefonso, João Vieira, João Vaz, Paulo Ferreira, Mário Chaves, Pedro Costa, Miguel Carvalho, João Pedro Viana, Rúben Querido...

Há 7 anos atrás não sabia o que fazer e tinha medo de querer o que é que fosse. Pensava que, querer me levaria a tentar e que tentar me levaria a falhar e que outros seriam sempre melhores que eu, fizesse o que fizesse. Mas hoje, não consigo parar de querer. Eu quero viajar, aprender mais sobre o mundo e com o mundo, liderar uma equipa, surpreender-me a mim próprio. Quero ser a melhor pessoa que conseguir ser, quero ser eu a definir-me em vez de deixar os outros fazê-lo por mim. Quero vencer e ter pessoas contentes por isso, quero perder e ultrapassar a derrota. Eu quero ser mais generoso e amigo da mesma forma que todas estas pessoas têm sido para mim. Quero conhecer o desconhecido, ter uma vida interessante e cheia de surpresas... Não é que eu ache que vou conseguir tudo isto, mas só de saber que posso ter essa possibilidade: a possibilidade que as coisas podem sempre mudar.

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"I wonder why we think faster than we can speak." (Calvin)

"Probably so we can think twice." (Hobbes)

“Experience is the name everyone gives to their mistakes”

Oscar Wilde (1854 - 1900), Lady Windermere's Fan, 1892, Act III

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Índice Geral

Índice de Figuras ......................................................................................................................... xix

Índice de Tabelas ....................................................................................................................... xxix

RESUM ....................................................................................................................................... xxxi

RESUMO .................................................................................................................................. xxxiii

ABSTRACT ................................................................................................................................. xxxv

RESUMEN ............................................................................................................................... xxxvii

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 7

2.1. Análise (da Dinâmica) de Jogo.............................................................................................. 10

2.2. Modelos e Teorias para Análise da Dinâmica de Jogo ......................................................... 13

Perspectiva mecânica ou associativista .............................................................................. 14

Perspectiva da forma ou globalista ..................................................................................... 14

Perspectiva do fenómeno ou estruturalista ........................................................................ 15

2.2.1. Modelos de Análise dos Desportos Colectivos ............................................................. 15

Modelos Conceptuais .......................................................................................................... 15

Modelos Descritivos e Preditivos ........................................................................................ 18

2.2.2. Teorias para Análise dos Desportos Colectivos ............................................................. 20

Teoria Geral dos Sistemas ................................................................................................... 20

Teoria Geral da Acção ......................................................................................................... 21

Teoria da Complexidade ...................................................................................................... 21

2.3. O Comportamento Defensivo em Andebol .......................................................................... 24

2.3.1. Os Métodos de Jogo ...................................................................................................... 24

2.3.2. Os Meios Tácticos Individuais e de Grupo .................................................................... 25

2.3.3. Os Sistemas Defensivos ................................................................................................. 27

Sistema defensivo 6:0 ......................................................................................................... 27

Sistema defensivo 5:1 ......................................................................................................... 28

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Sistema defensivo 4:2 ......................................................................................................... 28

Sistema defensivo 3:3 ......................................................................................................... 29

Sistema defensivo 3:2:1 ...................................................................................................... 29

Sistemas de defesa mistos ou combinada (5+1 e 4+2) ....................................................... 30

Sistemas de defesa individual ............................................................................................. 31

2.4. Tendências dos Estudos em Análise do Jogo de Andebol .................................................... 31

2.4.1. Investigação em Observação e Análise de Jogo no Andebol ........................................ 32

2.4.2. Análise de Jogo de Andebol e o Estudo do Processo Defensivo ................................... 33

Síntese ................................................................................................................................. 41

2.4.3. Estudos com Recurso à Análise Sequencial .................................................................. 44

SDIS-GSEQ ........................................................................................................................... 45

Theme .................................................................................................................................. 45

Síntese ................................................................................................................................. 56

2.5. Objectivos e Aplicação da Análise de Jogo ........................................................................... 57

2.5.1. Análise de Jogo para Fins Educacionais: a formação de treinadores ............................ 57

Os mundos virtuais como plataforma de ensino e de aprendizagem ................................ 60

CAPÍTULO 3 - OBJECTO E OBJECTIVOS DO ESTUDO .................................................................... 65

3.1. Objecto de Estudo ................................................................................................................ 67

3.2. Objectivos do Estudo ............................................................................................................ 67

3.2.1. Dimensões do Estudo .................................................................................................... 68

Dimensão Contextual .......................................................................................................... 68

Dimensão de Conduta ......................................................................................................... 68

CAPÍTULO 4 – MÉTODOS ............................................................................................................. 71

4.1. Desenho do Estudo .............................................................................................................. 74

4.2. Procedimentos Metodológicos ............................................................................................ 75

4.2.1. Fase Exploratória ........................................................................................................... 75

4.3. Amostra ................................................................................................................................ 75

4.3.1. Observacional ................................................................................................................ 75

4.3.2. Sujeitos .......................................................................................................................... 76

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4.4. Instrumentos ........................................................................................................................ 76

4.4.1. Instrumento de Registo ................................................................................................. 77

4.4.2. Instrumento de Observação .......................................................................................... 77

4.4.3. Manual de Procedimentos para registo e Observação ................................................. 78

Descrição do instrumento de observação ........................................................................... 78

4.5. Controlo da Qualidade dos Dados ....................................................................................... 91

4.5.1. Validação do Instrumento de Observação .................................................................... 91

Amostra para a validação .................................................................................................... 92

Participantes ........................................................................................................................ 92

4.6. Análise de Dados .................................................................................................................. 92

4.6.1. Limitações ..................................................................................................................... 93

Amostra ............................................................................................................................... 93

Instrumento de Observação (SODMO) ............................................................................... 93

Instrumento de Registo (MatchVision) ............................................................................... 93

Instrumento de Análise (Theme) ......................................................................................... 94

CAPÍTULO 5 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .................................................. 95

5.1. Análise de Cada Jogo ............................................................................................................ 97

5.1.1. Jogo Croácia-Espanha .................................................................................................... 98

1ª parte.............................................................................................................................. 109

2ª parte.............................................................................................................................. 113

Síntese ............................................................................................................................... 115

5.1.2. Jogo China-Espanha..................................................................................................... 116

1ª parte.............................................................................................................................. 127

2ª parte.............................................................................................................................. 131

Síntese ............................................................................................................................... 135

5.1.3. Jogo França-Espanha ................................................................................................... 137

1ª parte.............................................................................................................................. 140

2ª Parte.............................................................................................................................. 144

Síntese ............................................................................................................................... 149

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5.1.4. Jogo Espanha-Brasil ..................................................................................................... 151

1ª parte.............................................................................................................................. 154

2ª parte.............................................................................................................................. 157

Síntese ............................................................................................................................... 161

5.1.5. Jogo Coreia-Espanha ................................................................................................... 163

1ª parte.............................................................................................................................. 166

2ª parte.............................................................................................................................. 172

Síntese ............................................................................................................................... 174

5.1.6. Jogo Islândia-Espanha ................................................................................................. 175

1ª parte.............................................................................................................................. 184

2ª parte.............................................................................................................................. 191

Síntese ............................................................................................................................... 196

5.1.7. Jogo Croácia-Espanha – Apuramento do 3º e 4º classificados ................................... 198

1ª parte.............................................................................................................................. 201

2ª parte.............................................................................................................................. 203

Síntese ............................................................................................................................... 205

5.2. Análise dos Jogos da 1ª Fase .............................................................................................. 206

5.2.1. Jogos com a Croácia e com a China ............................................................................. 208

5.2.2. Jogos com a França e com o Brasil .............................................................................. 219

Síntese ............................................................................................................................... 224

5.3. Análise dos Jogos da 2ª Fase .............................................................................................. 226

Síntese ............................................................................................................................... 231

5.4. Análise dos Jogos que terminaram com Vitória ................................................................. 232

5.4.1. Jogos da 1ª Fase .......................................................................................................... 233

5.4.2. Jogos das 2ª e 3ª Fases ................................................................................................ 238

Síntese ............................................................................................................................... 243

5.5. Análise dos Jogos que terminaram com Derrota ............................................................... 245

5.5.1. Jogos da 1ª Fase .......................................................................................................... 245

5.5.2. Todas as Derrotas ........................................................................................................ 252

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Síntese ............................................................................................................................... 257

5.6. Discussão ............................................................................................................................ 259

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES ...................................................................................................... 263

6.1. Análise de cada um dos Jogos ............................................................................................ 267

6.2. Análise dos Jogos Agrupados ............................................................................................. 271

CAPÍTULO 7 – PERSPECTIVAS FUTURAS .................................................................................... 275

7.1. Sugestões para Estudos Futuros ........................................................................................ 277

7.2. Possibilidades de Aplicação da Análise de Jogo ................................................................. 278

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 281

ANEXOS .......................................................................................................................................... I

Anexo 1 - Quadro síntese de Estudos de Análise de Jogo em Andebol ................................... III

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Índice de Figuras Índice de Figuras Figura 1 - Representação de uma situação de jogo no Campo de Andebol no Second Life ....... 62

Figura 2 - Representação da utilização da aplicação para a criação de movimentações no

Second Life ................................................................................................................................... 63

Figura 3 - Detecção de movimentos através do MotionCapture® para animação dos avatares no

Second Life ................................................................................................................................... 63

Figura 4 - Indicação do Desenho Observacional para o estudo .................................................. 74

Figura 5 - Representação gráfica do sistema defensivo 6:0 (ZONA) ........................................... 80

Figura 6 - Representação gráfica do sistema defensivo 5:1 (UNO) ............................................. 81

Figura 7 - Representação gráfica do sistema defensivo 3:3 (CUATRO) ....................................... 81

Figura 8 - Representação gráfica do sistema defensivo 4:2 (DOS) ............................................. 81

Figura 9 - Representação gráfica do sistema defensivo 1:5 (CINCO) .......................................... 81

Figura 10 - Representação gráfica do sistema defensivo 3:2:1 (NUEVE) .................................... 81

Figura 11 - Representação gráfica do campograma ................................................................... 85

Figura 12 - Representação gráfica da colocação do pivot adversário entre o 1º e 2º defensor

(P12D, P12E) ................................................................................................................................ 86

Figura 13 - Representação gráfica da colocação do pivot adversário entre o 2º e 3º defensor

(P23D, P23E) ................................................................................................................................ 86

Figura 14- Representação gráfica da colocação do pivot adversário no meio da defesa (PM) .. 86

Figura 15- Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 1º e 2º

defensor (2P12) ........................................................................................................................... 87

Figura 16- Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 2º e 3º

defensor (2P23) ........................................................................................................................... 87

Figura 17- Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 1º e 2º

defensor do lado direito e no meio da defesa (2P1MD) ............................................................. 88

Figura 18 - Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 1º e 2º

defensor do lado esquerdo e no meio da defesa (2P1ME) ......................................................... 88

Figura 19 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

da Croácia e a de Espanha na 1ª fase .......................................................................................... 98

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Figura 20 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da

Croácia e a de Espanha na 1ª fase............................................................................................. 100

Figura 21 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase 101

Figura 22 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 102

Figura 23 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl .............................................. 102

Figura 24 - Representação do evento p2,zona,zp,le,p23d,desl ................................................ 102

Figura 25 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase 103

Figura 26 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 104

Figura 27 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl .............................................. 104

Figura 28 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23e,desl.................................................. 104

Figura 29 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase 105

Figura 30 - Representação do evento p2,zona,zp,c,pm,desl .................................................... 106

Figura 31 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 106

Figura 32 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl .............................................. 106

Figura 33 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase 107

Figura 34 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 108

Figura 35 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl .............................................. 108

Figura 36 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção da Croácia e a de Espanha na 1ª fase ......................................................................... 109

Figura 37 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da

Croácia e a de Espanha na 1ª fase............................................................................................. 110

Figura 38 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase

................................................................................................................................................... 111

Figura 39 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 112

Figura 40 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl .............................................. 112

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Figura 41 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a

selecção da Croácia e a de Espanha na 1ª fase ......................................................................... 113

Figura 42 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da

Croácia e a de Espanha na 1ª fase............................................................................................. 114

Figura 43 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

da China e a de Espanha na 1ª fase .......................................................................................... 116

Figura 44 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da China

e a de Espanha na 1ª fase ......................................................................................................... 118

Figura 45 - Dendograma representativo do padrão sequencial de como a selecção de Espanha

deixou a selecção da China recuperar a posse de bola através de ressalto ofensivo (sem remate

à baliza) em todo o jogo na 1ª fase ........................................................................................... 119

Figura 46 - Representação do evento v5,nueve,zp,le,pm,desl ................................................. 120

Figura 47 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl .................................................. 120

Figura 48 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da China na 1ª fase... 121

Figura 49 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl .................................................. 122

Figura 50 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,p23d,desl ............................................... 122

Figura 51 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da China na 1ª fase... 123

Figura 52 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl .................................................. 124

Figura 53 - Representação do evento v5,nueve,zp,lec,pm,desl ............................................... 124

Figura 54 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da China na 1ª fase... 125

Figura 55 - Representação do evento v4,nueve,zp,c,p23d,desl ............................................... 126

Figura 56 - Representação do evento v4,nueve,zp,ld,p23d,desl .............................................. 126

Figura 57 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção da China e a de Espanha na 1ª fase ............................................................................ 127

Figura 58 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da

China e a de Espanha na 1ª fase ............................................................................................... 128

Figura 59 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da China na 1ª fase

................................................................................................................................................... 129

Figura 60 - Representação do evento v4,nueve,zp,c,p23d,desl ............................................... 130

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xxii

Figura 61 - Representação do evento v4,nueve,zp,ld,p23d,desl .............................................. 130

Figura 62 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a

selecção da China e a de Espanha na 1ª ................................................................................... 131

Figura 63 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da

China e a de Espanha na 1ª fase ............................................................................................... 132

Figura 64 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com a selecção da China na 1ª fase

................................................................................................................................................... 133

Figura 65 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl .................................................. 134

Figura 66 - Representação do evento v5,nueve,zp,lec,pm,desl ............................................... 134

Figura 67 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

de França e a de Espanha na 1ª fase ......................................................................................... 137

Figura 68 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção de

França e a de Espanha na 1ª fase .............................................................................................. 139

Figura 69 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção de França e a de Espanha na 1ª fase .......................................................................... 140

Figura 70 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção de

França e a de Espanha na 1ª fase .............................................................................................. 141

Figura 71 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção de França na 1ª fase

................................................................................................................................................... 142

Figura 72 - Representação do evento p5,zona,zp,ldc,p23d,desl .............................................. 143

Figura 73 - Representação do evento p5,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 143

Figura 74 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a

selecção de França e a de Espanha na 1ª fase .......................................................................... 144

Figura 75 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção de

França e a de Espanha na 1ª fase .............................................................................................. 146

Figura 76 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com a selecção de França na 1ª fase

................................................................................................................................................... 147

Figura 77 - Representação do evento p5,zona,zp,c,p23d,desl ................................................. 148

Figura 78 - Representação do evento p5,zona,zp,ld,p23d,desl ................................................ 148

Figura 79 - Representação do evento p5,zona,zp,lec,p23d,apr ................................................ 148

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xxiii

Figura 80 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

do Brasil e a de Espanha na 1ª fase ........................................................................................... 151

Figura 81 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção do Brasil

e a de Espanha na 1ª fase ......................................................................................................... 153

Figura 82 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção do Brasil e a de Espanha na 1ª fase ............................................................................ 154

Figura 83 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção do

Brasil e a de Espanha na 1ª fase ................................................................................................ 156

Figura 84 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo na 2ª parte do jogo entre a

selecção do Brasil e a de Espanha na 1ª fase ............................................................................ 157

Figura 85 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção do

Brasil e a de Espanha na 1ª fase ................................................................................................ 158

Figura 86 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com a selecção do Brasil na 1ª fase

................................................................................................................................................... 159

Figura 87 - Representação do evento v5,zona,zp,lec,pm,desl .................................................. 160

Figura 88 - Representação do evento v5,zona,zp,c,pm,desl ..................................................... 160

Figura 89 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

da Coreia e a de Espanha na 2ª fase ......................................................................................... 163

Figura 90 - Gráfico frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da Coreia e

a de Espanha na 2ª fase ............................................................................................................ 165

Figura 91 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção da Coreia e a de Espanha na 2ª fase .......................................................................... 166

Figura 92 - Gráfico frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da

Coreia e a de Espanha na 2ª fase .............................................................................................. 167

Figura 93 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Coreia na 2ª fase

................................................................................................................................................... 168

Figura 94 - Representação do evento v1,zona,zp,ld,p23e,desl ................................................ 169

Figura 95 - Representação do evento v1,zona,zp,le,p23e,desl ................................................. 169

Figura 96 - Representação do evento v1,zona,zp,c,opiv,blc ..................................................... 169

Figura 97 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Coreia na 2ª fase

................................................................................................................................................... 170

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xxiv

Figura 98 - Representação do evento e,zona,zp,c,p23e,desl .................................................... 171

Figura 99 - Representação do evento e,zona,zp,le,p23e,desl .................................................. 171

Figura 100 - Representação do evento e,zona,zp,ld,p23e,apr.................................................. 171

Figura 101 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a

selecção da Coreia e a de Espanha na 2ª fase .......................................................................... 172

Figura 102 - Gráfico frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da

Coreia e a de Espanha na 2ª fase .............................................................................................. 173

Figura 103 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

da Islândia e a de Espanha na 2ª fase ....................................................................................... 175

Figura 104 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da

Islândia e a de Espanha na 2ª fase ............................................................................................ 177

Figura 105 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase 178

Figura 106 - Representação do evento p1,zona,zp,ld,pm,desl ................................................. 179

Figura 107 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 179

Figura 108 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase 180

Figura 109 - Representação do evento p1,zona,zp,ldc,pm,desl ............................................... 181

Figura 110 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 181

Figura 111 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase 182

Figura 112 - Representação do evento p1,seis,zp,c,p23d,desl ................................................. 183

Figura 113 - Representação do evento p1,seis,zp,c,opiv,stop .................................................. 183

Figura 114 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção da Islândia e a de Espanha na 2ª fase ........................................................................ 184

Figura 115 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da

Islândia e a de Espanha na 2ª fase ............................................................................................ 186

Figura 116 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

................................................................................................................................................... 187

Figura 117 - Representação do evento p1,zona,zp,ld,pm,desl ................................................. 188

Figura 118 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 188

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xxv

Figura 119 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

................................................................................................................................................... 189

Figura 120 - Representação do evento p1,zona,zp,ldc,pm,desl ............................................... 190

Figura 121 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 190

Figura 122 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a

selecção da Islândia e a de Espanha na 2ª fase ........................................................................ 191

Figura 123 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da

Islândia e a de Espanha na 2ª fase ............................................................................................ 193

Figura 124 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após

golo sofrido pela selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com selecção da Islândia na 2ª fase

................................................................................................................................................... 194

Figura 125 - Representação do evento p1,seis,zp,c,p23d,desl ................................................. 195

Figura 126 - Representação do evento p1,seis,zp,c,opiv,stop .................................................. 195

Figura 127 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção

da Croácia e a de Espanha na 3ª fase ........................................................................................ 198

Figura 128 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da

Croácia e a de Espanha na 3ª fase............................................................................................. 200

Figura 129 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a

selecção da Croácia e a de Espanha na 3ª fase ......................................................................... 201

Figura 130 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da

Croácia e a de Espanha na 3ª fase............................................................................................. 202

Figura 131 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a

selecção da Croácia e a de Espanha na 3ª fase ......................................................................... 203

Figura 132 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da

Croácia e a de Espanha na 3ª fase............................................................................................. 204

Figura 133 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, dos dois primeiros jogos

observados da selecção de Espanha na 1ª fase ........................................................................ 208

Figura 134 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos dois primeiros jogos observados da

selecção de Espanha na 1ª fase ................................................................................................ 210

Figura 135 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido pela selecção de Espanha quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase

................................................................................................................................................... 211

Figura 136 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ............................................... 212

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xxvi

Figura 137 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl ............................................ 212

Figura 138 - Representação do evento p2,zona,zp,le,p23d,desl .............................................. 212

Figura 139 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido pela selecção de Espanha quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase

................................................................................................................................................... 213

Figura 140 - Representação do evento v5,nueve,zp,lec,pm,desl ............................................. 214

Figura 141 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl ................................................ 214

Figura 142 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,p23d,desl ............................................. 214

Figura 143 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido pela selecção de Espanha quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase

................................................................................................................................................... 215

Figura 144 - Representação do evento p2,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 216

Figura 145 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ............................................... 216

Figura 146 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl ............................................ 216

Figura 147 - Dendograma representativo do padrão sequencial de como a selecção de Espanha

deixou a selecção da China recuperar a posse de bola através de ressalto ofensivo sem remate

à baliza, quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase .............................................. 217

Figura 148 - Representação do evento v5,nueve,zp,le,pm,desl ............................................... 218

Figura 149 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl ................................................ 218

Figura 150 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, dos dois últimos jogos

observados da selecção de Espanha na 1ª fase ........................................................................ 219

Figura 151 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos dois últimos jogos observados da

selecção de Espanha na fase de grupos (1ª fase) do Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de

Pequim ...................................................................................................................................... 221

Figura 152 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido pela selecção de Espanha quando observados os dois últimos jogos da 1ª fase . 222

Figura 153 - Representação do evento v5,zona,zp,le,pm,desl ................................................. 223

Figura 154 - Representação do evento v5,zona,zp,c,pm,desl ................................................... 223

Figura 155 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para os jogos da

selecção de Espanha na 2ª fase ................................................................................................ 226

Figura 156 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos jogos da selecção de Espanha na 2ª

fase ............................................................................................................................................ 228

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Figura 157 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido em todos os jogos da 2ª fase ................................................................................ 229

Figura 158 - Representação do evento e,zona,zp,le,p23e,desl ................................................ 230

Figura 159 - Representação do evento e,zona,zp,c,p23e,desl .................................................. 230

Figura 160 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos da

1ª fase que terminaram com vitória para a selecção de Espanha ............................................ 233

Figura 161 - Gráfico frequências do tipo de eventos de todos os jogos da 1ª fase que

terminaram com vitória para a selecção de Espanha ............................................................... 235

Figura 162 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido em todos os jogos da 1ª fase que terminaram com vitória para a selecção de

Espanha ..................................................................................................................................... 236

Figura 163 - Representação do evento v5,zona,zp,le,pm,desl ................................................. 237

Figura 164 - Representação do evento v5,zona,zp,c,pm,desl ................................................... 237

Figura 165 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos das

2ª e 3ª fases que terminaram com vitória para a selecção de Espanha ................................... 238

Figura 166 - Gráfico frequências do tipo de eventos de todos os jogos da 2ª e 3ª fase que

terminaram com vitória para a selecção de Espanha ............................................................... 240

Figura 167 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido em todos os jogos da 2ª e 3ª fase que terminaram com vitória para a selecção de

Espanha ..................................................................................................................................... 241

Figura 168 -Representação do evento e,zona,zp,c,pm,desl ..................................................... 242

Figura 169 - Representação do evento e,zona,zp,le,p23d,apr ................................................. 242

Figura 170 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos da

1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de Espanha .......................................... 245

Figura 171 - Gráfico frequências do tipo de eventos de todos os jogos da 1ª fase que

terminaram com derrota para a selecção de Espanha ............................................................. 247

Figura 172 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido em todos os jogos da 1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de

Espanha ..................................................................................................................................... 248

Figura 173 - Representação do evento p2,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 249

Figura 174 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ............................................... 249

Figura 175 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl ............................................ 249

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Figura 176 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido em todos os jogos da 1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de

Espanha ..................................................................................................................................... 250

Figura 177 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl ............................................... 251

Figura 178 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl ............................................ 251

Figura 179 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23e,desl................................................ 251

Figura 180 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos que

terminaram com derrota para a selecção de Espanha ............................................................. 252

Figura 181 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos jogos que terminaram com derrota

para a selecção de Espanha ...................................................................................................... 254

Figura 182 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por

golo sofrido em todos os jogos que terminaram com derrota para a selecção de Espanha .... 255

Figura 183 - Representação do evento p5,zona,zp,c,pm,desl .................................................. 256

Figura 184 - Representação do evento p5,zona,zp,le,pm,apr .................................................. 256

Figura 185 - Representação do evento p5,zona,zp,c,p23d,desl ............................................... 256

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xxix

Índice de Tabelas Índice de Tabelas Tabela 1 - Estudos portugueses no âmbito da análise de jogo que utilizaram a análise

sequencial ................................................................................................................................... 47

Tabela 2 - Nº de registos de configurações de eventos por cada jogo da selecção de Espanha 75

Tabela 3 - Critério 1 (Início da sequência) ................................................................................... 79

Tabela 4 - Critério 2 (Marcador de jogo) ..................................................................................... 80

Tabela 5 - Critério 3 (Sistema defensivo) .................................................................................... 82

Tabela 6 - Critério 4 (Forma de organização defensiva) ............................................................. 83

Tabela 7 - Critério 5 (Campograma) ............................................................................................ 84

Tabela 8 - Critério 6 (Local do pivot adversário) ......................................................................... 85

Tabela 9 - Critério 7 (Acções ofensivas do adversário) ............................................................... 89

Tabela 10 - Critério 8 (Oposição do defensor) ............................................................................ 89

Tabela 11 - Critério 9 (Formas de recuperação de bola / Fim da sequência) ............................. 90

Tabela 12 - Quadro indicativo dos jogos observados da Selecção de Espanha de acordo com o

sistema competitivo do Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 ................. 97

Tabela 13 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo

Croácia-Espanha .......................................................................................................................... 99

Tabela 14 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo China-

Espanha ..................................................................................................................................... 117

Tabela 15 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo

França-Espanha ......................................................................................................................... 138

Tabela 16 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo

Espanha-Brasil ........................................................................................................................... 152

Tabela 17 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo Coreia-

Espanha ..................................................................................................................................... 164

Tabela 18 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo

Islândia-Espanha ....................................................................................................................... 176

Tabela 19 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo

Croácia-Espanha para apuramento dos 3º e 4º classificados ................................................... 199

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xxx

Tabela 20 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os

jogos observados da selecção de Espanha na 1ª fase............................................................... 206

Tabela 21 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os dois

primeiros jogos observados da selecção de Espanha na 1ª fase .............................................. 209

Tabela 22 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os dois

últimos jogos observados da selecção de Espanha na 1ª fase ................................................. 220

Tabela 23 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os jogos

da selecção de Espanha na 2ª fase............................................................................................ 227

Tabela 24 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os jogos

terminaram com a vitória da selecção de Espanha .................................................................. 232

Tabela 25 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os

jogos da 1ª fase que terminaram com vitória para a selecção de Espanha ............................. 234

Tabela 26 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os

jogos da 2ª e 3ª fase que terminaram com vitória para a selecção de Espanha ...................... 239

Tabela 27 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os

jogos da fase 1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de Espanha .................... 246

Tabela 28 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os

jogos que terminaram com derrota para a selecção de Espanha ............................................. 253

Tabela 29 - Quadro síntese de Estudos de Análise de Jogo em Andebol .................................... III

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xxxi

Resum

Els estudis relacionats amb l’estratègia defensiva a l’handbol són escassos. L’autor, entrenador

i responsable de la formació d’entrenadors d’handbol a Portugal, va identificar l’ absència

d’estudis relacionats amb l’ensenyament i l’aprenentatge del procés defensiu i el temps

dedicat a l’entrenament d’aquest procés.

Aquest estudi tracta d’analitzar el comportament de les defenses de la selecció d’handbol

d’Espanya en els Jocs Olímpics a Beijing durant les fases organitzades del joc en condicions de

6x6, utilitzant l’anàlisi observacional i seqüencial per a la detecció de patrons temporals.

Aquest estudi té com objectius: a) desenvolupar i validar un sistema d’observació de la

defensa organitzada (SODMO), i b) analitzar les seqüències de la selecció d’handbol de defensa

a Espanya durant el mètode organitzat del joc en els Jocs Olímpics del 2008, identificant: com

recuperar la possessió de la pilota i les seqüències de la conducta de la defensa abans de la

recuperació de la pilota, en funció del resultat del marcador del joc, el resultat final i la fase de

competició.

Es va utilitzar el mètode d’observació per realitzar aquest estudi perquè és un procediment

científic que va permetre la construcció d’un instrument d’observació que integra el sistema

de categories i el format de camp per observar, enregistrar i analitzar comportaments

perceptibles espontanis en contexts naturals d’interacció. El disseny de l’estudi va ser de tipus

ideogràfic, de seguiment i multidimensional.

La mostra d’aquest estudi observacional es representa per 3511 registres de seqüències

organitzades de la fase del joc defensiu dels set partits que la selecció d'Espanya va jugar al

Torneig d´Handbol. El programa THEME es va utilitzar per a l'anàlisi seqüencial i la detecció de

patrons temporals.

Els principals resultats mostren que:

(1) va ser possible detectar 33 patrons temporals en el comportament de les defenses de

selecció d’handbol del torneig a Espanya en els Jocs Olímpics de Beijing;

(2) el comportament defensiu més registrat va ser el desmarc defensiu;

(3) el sistema defensiu més utilitzat va ser el 6:0;

(4) la diferència de cinc o més gols en el marcador ha definit el resultat final del joc (victòria o

derrota);

(5) les seqüències dels patrons observats han precedit, a la majoria dels casos, la recuperació

de la pilota després del gol patit, independent del resultat final, del resultat parcial, del sistema

defensiu o fase de competició.

El resultat també tenia per objecte ajudar als entrenadors i les autoritats esportives a la

creació d’una simulació dels contextos d’interacció de les seqüències defensiva del joc

d’handbol per a implementar-lo en l’ús de models tridimensionals en el món virtual Second

Life®.

Paraules clau: Anàlisi de Jóc, Handbol, Defensa, T-patterns, Formació d’ entrenadors, Second

Life®.

RESUM

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Resumo

Os estudos relacionados com a performance defensiva no Andebol são escassos. A experiência

do autor como treinador e enquanto foi um dos responsáveis pela formação de treinadores de

Andebol em Portugal, permitiu-lhe identificar a ausência de conteúdos relativos ao ensino e

aprendizagem do processo defensivo e do tempo dedicado ao seu treino.

O presente estudo pretendeu analisar o comportamento da defesa da Selecção de Andebol de

Espanha nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, durante o método organizado de jogo em

situação de igualdade numérica 6x6, pela detecção de padrões temporais com recurso à

análise sequencial.

Este estudo teve como objectivos a) construir e validar um sistema de observação da defesa

no método organizado (SODMO) e b) analisar as sequências defensivas da Selecção de

Andebol de Espanha durante o método organizado de jogo, nos Jogos Olímpicos de 2008,

identificando: as formas de recuperação da posse de bola e as sequências dos

comportamentos dos defensores que antecedem a recuperação da bola, em função do

resultado do marcador parcial de jogo, do resultado final e da fase da competição.

A metodologia observacional foi escolhida para este estudo uma vez se trata de um

procedimento científico que permitiu a construção de um instrumento de observação,

combinando o sistema de categorias com o formato de campo, para observar, registar e

analisar condutas perceptíveis espontâneas em contextos naturais de interacção. O desenho

de estudo foi do tipo ideográfico, de seguimento e multidimensional.

A amostra observacional deste estudo é representada pelos 3511 registos de configurações de

eventos das sequências ocorridas durante método organizado do processo defensivo, em

situação 6x6, nos sete jogos que a Selecção de Espanha disputou no Torneio de Andebol nos

Jogos Olímpicos de Pequim de 2008. Foi utilizado o programa Theme para realizar a análise

sequencial para a detecção de padrões temporais.

As principais conclusões indicam que (1) foi possível detectar 33 padrões temporais no

comportamento na defesa da Selecção de Espanha durante o Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim de 2008; (2) o comportamento defensivo mais registado foi o

deslocamento defensivo; (3) o sistema defensivo mais utilizado foi o 6:0; (4) a diferença de 5

ou mais golos (vantagem ou desvantagem) no marcador parcial de jogo definiu o desfecho

final do jogo (vitória ou derrota); (5) as sequências dos padrões detectados antecederam, em

grande maioria, a recuperação da bola após golo sofrido, independentemente do resultado

final, resultado parcial, sistema defensivo e fase da competição.

Com os resultados obtidos, foi pretendido ainda contribuir para a formação de treinadores e

de agentes desportivos pela criação de um simulador de contextos de interacção das

sequências dos processos ofensivo e defensivo durante o método organizado do jogo de

Andebol, recorrendo a modelos tridimensionais no mundo virtual Second Life®.

Palavras-chave: Análise de Jogo, Andebol, Defesa, T-Patterns, Formação Treinadores, Second

Life®.

RESUMO

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Abstract

Studies related to defensive performance in handball are rare. The author’s experience as an

handball coach and while a coach educator in Portugal allowed him to identify the absence of

defense-related contents related to the teaching and learning process, and time devoted to its

practice.

The purpose of this study was to analyze the defensive behavior of the Spanish Handball team

in the Beijing Olympic Games, during the organized game method in 6x6 situations, using

sequential analysis to detect temporal patterns.

The main goals of this study were: a) to build and validate a defense observation system for

the organized game method (SODMO, Portuguese-language acronym) and b) to analyze the

defensive sequences of the Spanish national handball team, in the Beijing 2008 Olympic

Games, identifying: the methods for ball recovery and the behavioral sequence of defensive

players prior to it, regarding the match’s score board at the time, the final result of the match,

and the overall competition results.

The observational methodology was used in this study since it allows to observe, registry and

analyze data from perceptive interaction conducts in a natural context situation and to build

an observation instrument combining the category system and the field format. The study

design was ideographic, longitudinal and multidimensional.

The observational sample of this study is composed by 3511 events registered during the

organized defensive method, in the seven games of the Spanish national handball team in the

tournament. The software package Theme was used to perform sequential analysis and detect

temporal patterns.

The main findings showed that (1) it was possible to obtain 33 T-patterns from the defensive

behavior of the Spanish national handball team in the Beijing Olympic Games; (2) the

displacement of the defense was the most observed behavior; (3) the 6:0 defensive system

was the most used by the Spanish national team; (4) a goal differential of 5 or more in the

match score board defined the outcome of the match; (5) most of the detected patterns

sequence showed that the ball recovery was made after a conceded goal, regardless the match

outcome, scoreboard at the time, defense system, or competition stage.

It’s also intended as a contribution towards the improvement of coaching and sports agents’

education, applying the gathered data in a 3D simulator of defensive and offensive interaction

context, using the Second Life® virtual world.

Key words: Match analysis, Handball, Defense, T-patterns, Coaching education, Second Life®.

ABSTRACT

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Resumen

Los estudios sobre el desempeño defensivo en el balonmano son escasos. El autor responsable

de la formación de los entrenadores de Balonmano en Portugal, detectó la falta de estudios

relacionados con la enseñanza y el aprendizaje del proceso de defensa y el tiempo dedicado a

su entrenamiento.

Este estudio trata de analizar el comportamiento de las defensas de la selección de balonmano

en España en los Juegos Olímpicos en Beijing durante el periodo organizado de juego en

condiciones de 6x6, utilizando el análisis observacional i secuencial para la detección de

patrones temporales.

Este estudio tiene como objetivo: a) crear y validar un sistema de observación en la defensa

método organizado (SODMO), y b) analizar las secuencias de la selección de balonmano de

defensa en España durante el método organizado de jugar en los Juegos Olímpicos en 2008,

identificando: cómo recuperar la posesión de la pelota y las secuencias de las conductas de las

defensas antes de la recuperación de la pelota, en función del resultado de la parte marcador

del juego, el resultado final y la fase de la competición.

El método de observación fue elegida para este estudio porque es un procedimiento científico

que permitió la construcción de un instrumento de observación que combina el sistema de

categorías y el formato de campo para observar los contextos, los comportamientos

perceptibles expontáneos en contextos naturales de interacción. El diseño del estudio fue de

tipo ideográfico, seguimiento y multidimensional.

La muestra de este estudio observacional está representada per 3511 registros de secuencias

organizadas de la fase del juego defensivo de los siete partidos que la selección de España jugó

en el Torneo de Balonmano. El programa THEME se utilizó para el análisis secuencial y la

detección de patrones temporales.

Los principales resultados muestran que:

(1) fue posible detectar 33 patrones temporales en el comportamiento de las defensas de

selección de balonmano del torneo en España en los Juegos Olímpicos de Beijing;

(2) el comportamiento defensivo más registrado fue el desmarque defensivo;

(3) el sistema defensivo más utilizado fue el 6:0;

(4) la diferencia de cinco o más goles ha definido el resultado final del juego (victoria o

derrota);

(5) las secuencias de los patrones observados han precedido, en la mayoría de los casos, la

recuperación del balón después de haber sufrido, independientemente del resultado final, del

resultado parcial, del sistema defensivo o la fase de la competición.

El resultado también tenía por objeto ayudar a los entrenadores y las autoridades deportivas a

la creación de una simulación de los contextos de interacción de las secuencias defensiva del

juego de balonmano para implementarlo en el uso de modelos tridimensionales en el mundo

virtual Second Life®.

Palabras clave: Análisis del Juego, Balonmano, Defensa, T-patterns, Formación de

entrenadores, Second Life®.

RESUMEN

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Capítulo 1 Introdução

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

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Os jogos desportivos colectivos de contacto e de invasão apresentam uma complexa

multiplicidade de características na interacção das acções de colaboração e de oposição, na

sua componente técnico-táctica. A análise de jogo permite descrever, compreender e estimar

essas caracterísiticas e acontecimentos através de procedimentos estatísticos, algo só possível

devido às diversas metodologias de observação e inovação tecnológica.

A análise de jogo pode ser entendida como o estudo do jogo a partir da observação dos

jogadores e das equipas, e que tem permitido recolher informação e melhorar o conhecimento

da modalidade e da importância de cada elemento no resultado de uma competição

(Garganta, 2001a), pelo registo das componentes biomecânicas, fisiológicas, psicológicas,

técnicas e tácticas. A análise de jogo com recurso a sistemas observacionais apresenta como

objectivos a medição e a interpretação: da performance individual, das situações tácticas, das

interacções inter e intra-equipas e o apoio no processo de tomada de decisão dos treinadores

(Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

Nas últimas grandes competições desportivas internacionais de Andebol tem-se notado uma

maior atenção para a realização de análises para o processo defensivo, que levou a que os

sistemas defensivos fossem mais dinâmicos e eficazes, obtendo maior sucesso durante o

método organizado. Apesar do reconhecimento da importância do processo defensivo no

Andebol (Antón Garcia, 2000), o conjunto de estudos que o analisam é ainda escasso, em

oposição aos que abordam o processo ofensivo do jogo (Sousa, 2000).

A infinidade de possibilidades para a resolução de acontecimentos diversos durante o jogo de

Andebol e a necessidade do estudo e conhecimento fundamentado do processo interactivo do

mesmo, requerem a construção e utilização de ferramentas que permitam observar e registar

as condutas, para uma análise mais rigorosa e abrangente possível do que acontece no terreno

de jogo.

A metodologia observacional foi utilizada uma vez que permite a combinação do rigor do

sistema de categorias com a flexibilidade do formato de campo. Desta forma esperou-se

registar a grande diversidade de situações de interacção, de colaboração e de oposição, que

ocorrem durante o método organizado do jogo de Andebol. A construção do sistema de

observação foi baseada na pesquisa bibliográfica de critérios e indicadores, validados e

utilizados noutros estudos (Prudente, 2006; Silva 2008), no âmbito da análise do jogo de

Andebol. Com a utilização de software especializado para o efeito, este estudo pretendeu

estudar o comportamento da defesa da Selecção de Espanha nos Jogos Olímpicos de Pequim

em 2008, durante o método organizado do jogo de Andebol, em situação de igualdade

numérica 6x6, com recurso à análise sequencial para a detecção de padrões temporais.

A análise de jogo é um meio indispensável para a criação de modelos de jogo e de treino para

a eficácia dos mesmos (McGarry & Franks, 1996). O contributo das novas tecnologias na

análise do jogo de Andebol, relacionando o processo ofensivo e com o defensivo, é

indispensável para a qualidade: da formação dos agentes desportivos, da selecção de atletas,

do desenvolvimento de métodos e meios de treino e de ensino mais sofisticados, e da

compreensão das tendências de evolução do jogo. Neste sentido foi também apresentada uma

aplicação que recorre ao mundo virtual Second Life® para criar e simular movimentações de

Andebol em 3D para utilizar na formação de agentes desportivos no Andebol.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Esta introdução finaliza com a explicação da estrutura do trabalho realizado:

O capítulo 1 é o presente capítulo no qual se realiza uma introdução ao tema, com um breve

enquadramento teórico, se justifica a pertinência e se apresenta a estrutura do trabalho.

O capítulo 2 denomina-se “Revisão da Literatura” e nele pretende-se enquadrar

conceptualmente as questões fundamentais do estudo: as teorias e modelos de análise de

jogo, o estado geral dos estudos da análise de jogo no Andebol, particularmente através dos

autores que abordaram os fenómenos defensivos e dos que utilizaram a análise sequencial

como técnica de tratamento de dados; e ainda os objectivos e possibilidades de aplicação da

análise de jogo, com especial incidência no papel da formação de treinadores.

Partindo da reflexão ponto anterior, é levantada a problemática a investigar e definidos: o

objecto e os objectivos do mesmo, apresentados no capítulo 3.

No capítulo 4, “Métodos”, é apresentada a metodologia utilizada e os vários processos

inerentes: descrevendo-se e caracterizando-se os indicadores que compuseram o instrumento

de observação, apresentando-se o instrumento de registo, os procedimentos de análise

estatística utilizada para o tratamento dos dados e as limitações do estudo.

O capítulo 5 deste trabalho é composto pela apresentação e discussão dos resultados, no qual

se apontam os resultados obtidos das análises efectuadas, procurando projectá-los no âmbito

do quadro conceptual anteriormente descrito.

No capítulo 6, “Conclusões”, são apresentadas as principais ilações derivadas dos resultados e

objectivos do estudo realizado.

Nas perspectivas futuras, capítulo 7, são apresentadas sugestões para futuras investigações e

sendo estabelecida uma ponte para as possibilidades de utilização da análise de jogo,

nomeadamente no desenvolvimento de uma aplicação para a utilização dos dados, de análise

de jogo, no processo de formação de treinadores de Andebol, através da simulação 3D das

movimentações, no mundo virtual Second Life.

No final do presente trabalho são apresentadas as referências bibliográficas mencionadas

neste estudo.

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Capítulo 2 Revisão da Literatura

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA

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Este capítulo tem como principal objectivo perfilar o enquadramento teórico sobre 4 temas

fundamentais: Análise da Dinâmica do Jogo, Modelos e Teorias para a Análise da Dinâmica de

Jogo, Tendências dos Estudos em Análise do Jogo de Andebol e para Objectivos e Aplicação da

Análise de Jogo.

Os jogos desportivos colectivos exigem dos jogadores comportamentos perspicazes no sentido

de orientar as acções para a finalidade e objectivos do jogo. Desta forma cada jogador e

equipa têm como objectivo transformar a relação de oposição/colaboração de forma

vantajosa (Tavares, 1996). Os jogos desportivos colectivos de oposição/colaboração

caracterizam-se por serem constituídos por habilidades perceptivo-motoras1,

contextualizadas, elaboradas, intencionais, abertas e de regulação externa, que se

desenvolvem em circunstâncias de relação dialéctica, de incerteza e de variabilidade

temporais.

De acordo com Blázquez (1990) a observação e análise do comportamento pode ser realizada

de duas formas: fora da situação de competição (in vitro) ou em situação de competição (in

vivo). O estudo e análise do comportamento de jogadores e equipas em contexto natural

(treino ou competição) é:

- reconhecido como um dos meios fundamentais para a compreensão e evolução dos jogos

desportivos colectivos (Garganta, 2001b; Garganta, 2007);

- considerado um dos motivos que mais afectam a aprendizagem (modelação do treino) e a

eficácia da acção desportiva (Silva, 2008; Prudente, 2006; Hughes & Franks, 1997), porque as

capacidades dos jogadores são condicionadas fundamentalmente pelas circunstâncias

sucessivas que vão ocorrendo durante o jogo. São vários autores têm vindo a tentar perceber

os constrangimentos que caracterizam os diferentes jogos desportivos, no sentido de criar um

quadro de referência para o treino (Garganta, 2001a).

A competição parece ser o momento mais adequado para avaliar o desempenho, de jogadores

e equipas, uma vez que é neste ambiente complexo e imprevisível que se destacam

capacidades específicas que são significativas e verdadeiramente válidas para a análise

(Garganta, 1997).

Na revisão da literatura dos estudos sobre a observação e análise do jogo têm sido utilizados

diferentes tipos de expressões para descrever a mesma finalidade: observação de jogo/game

observation, análise de jogo/match analysis e análise notacional/notational analysis (Garganta,

1997). A expressão mais utilizada é “análise de jogo”, uma vez que engloba as diferentes fases

do processo: observação, registo e interpretação dos dados (Franks & Goodman, 1986; Hughes

& Franks, 1997; Garganta, 1997).

A análise de jogo pode ser entendida como um processo que parte da observação e registo dos

comportamentos até à análise dos dados e interpretação dos resultados (Franks, Goodman &

Miller, 1983; Hughes & Bartlett, 2002; Nevill, Atkinson, Hughes & Cooper, 2002). Trata-se de

um meio objectivo para recolha de elementos-chave que possam ser quantificados de uma

forma válida e consistente (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

1 De acordo com a corrente fenomenológica (Bayer, 1994, pp. 62).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Pela análise de jogo é possível identificar padrões de actuação das equipas e jogadores,

identificando e discriminando os aspectos relevantes na obtenção de determinado resultado

(Volossovitch, 2005) e de momentos particulares que ocorrem durante um jogo (Ferreira, A.

2006).

2.1. Análise (da Dinâmica) de Jogo O desafio inicial da análise de jogo, para quantificar a performance desportiva, foi a de

determinar medidas que fossem objectivas e confiáveis para a recolha de dados.

Apesar de já existir alguma evidência no desenvolvimento da análise de jogo desde a primeira

década do século XX, o seu fortalecimento e aplicação ocorreu no final dos anos 70 (Nevill,

Atkinson & Hughes, 2008) que foi conducente com o desenvolvimento dos computadores

pessoais. A análise de jogo cresceu e desenvolveu-se tanto no campo da pesquisa como no

campo da sua aplicação, nomeadamente na análise da performance desportiva de elite (Nevill,

Atkinson & Hughes, 2008).

Numa primeira fase, os trabalhos científicos sobre a análise de jogo tiveram como objecto de

estudo a actividade física dos jogadores (quantificação do deslocamento, capacidades físicas,

diferenças intra-modalidade para diferentes posições) durante a competição, no sentido de

identificar o perfil de deslocamento (Garganta, 2001a), a partir do seu tipo, frequência e

quantidade. A partir destes dados foram criadas referências para a condução do processo de

treino e ainda para classificar os diferentes níveis de performance. O desenvolvimento do

sistema de categorias de Classificação de Movimento de Bloomfield (Bloomfield & Polman,

2004) transformou a análise do movimento no desporto, pela quantidade e pelo detalhe dos

dados que proporcionava (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

Seguidamente, a análise de jogo foi marcada pela investigação centrada na frequência dos

procedimentos de ordem técnica, no sentido de estabelecer a relação entre os diversos

indicadores2 (Garganta, 2007). A recolha de uma elevada quantidade de dados, relativa a uma

performance individual ou de uma equipa, viria a permitir a identificação de pontos fortes e

pontos fracos das performances (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008). O aparecimento das

tecnologias computacionais facilitou o processo de recolha e de análise dos comportamentos.

Desta forma foi possível desenhar sistemas de análise desportiva que permitiram registar

movimentos e acções técnicas dos jogadores, a que se seguiram e influenciaram o

aparecimento de uma série de estudos descritivos em diferentes modalidades e em variados

contextos (McGarry, Anderson, Wallace, Hughes & Franks, 2002).

Várias questões foram levantadas sobre a objectividade, dificuldade e complexidade da análise

e a aplicabilidade dos dados no treino e na competição. A análise centrada nos procedimentos

técnicos de forma isolada demonstrou pouca relevância contextual, uma vez que se mostrou

redutora na plenitude dos acontecimentos que ocorrem num jogo (Borrie, Jonsson &

Magnusson, 2002; Hughes & Bartlett, 2002; Volossovitch, 2005); o que fez com que os estudos

2 Um indicador de jogo é uma variável ou conjunto de variáveis que permite definir alguns aspectos da

performance (Hughes & Bartlett, 2002).

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seguintes se cingissem à relação da técnica com as acções tácticas (Garganta, 2001a). As

recentes investigações apontam para a utilização combinada de indicadores de performance

(e.g. biomecânicos com fisiológicos) para que a análise dos dados seja mais direccionada e

adequada às necessidades dos treinadores.

Para garantir uma representação mais fiel da situação competitiva a observação e análise dos

comportamentos de ordem táctica têm vindo a ser cada vez mais utilizada, tendo como

principal foco a detecção da estabilidade de padrões de comportamentos3 (Smeeton, Ward,

Williams, 2004; Garganta, 2007). Com a generalização da utilização dos computadores

pessoais, a meio da década de 80, foi possível aos investigadores recolherem e guardarem

grandes conjuntos de dados e também analisá-los com maior profundidade. Os estudos

realizados na análise táctica incidiram sobre os efeitos das alterações das regras de jogo na

táctica de algumas modalidades, nomeadamente no futebol, no rugby, na vantagem dos jogos

em casa, entre outros (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

Este tipo de abordagem viria a colocar dificuldades acrescidas tanto na observação e registo

como no tratamento e na análise estatística dos dados devido à sua complexidade - extensão

de relações possíveis entre jogadores, inexistência de sequências previsíveis das acções de

jogo, sistemas sujeitos a rápidas alterações (Volossovitch, 2002) - e diversidade de indicadores

(Moreno & Pino, 2000; Garganta, 2007), relacionadas com a interacção dos intervenientes

(colegas de equipa, adversários) e constrangimentos. A imprevisibilidade de um jogo pode ser

causada por qualquer acontecimento casual que influencie e modifique a direcção e os

acontecimentos do jogo (Garganta, 2001a), podendo não ser detectado (não ser tido como

relevante) pelas análises estatísticas. Os trabalhos mais recentes sobre análise táctica realçam

a importância da identificação e definição objectiva dos indicadores de performance e a

estabilidade dos perfis tácticos (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

Para a análise do jogo é necessário realizar a recolha de indicadores para o tipo de modalidade

a observar, podendo-se classificar os indicadores como: gerais de jogo ou estatísticos,

biomecânicos, técnicos e tácticos. Os indicadores que têm sido considerados para a análise dos

jogos desportivos colectivos são os indicadores gerais de jogo (ou estatísticos) e os tácticos

(Hughes & Bartlett, 2002).

Os indicadores gerais de jogo procuram, a partir da análise dos dados estatísticos do jogo,

justificar os comportamentos tácticos que estão na proveniência dos distintos níveis de

eficácia - e.g. em função da classificação final de uma competição ou do resultado final do jogo

- (Magalhães, 1999, Silva, 2000a; Rodrigues, 2005; Prudente, 2006; Volossovitch, 2007). A

análise deste tipo de indicadores pode fornecer informações importantes para a compreensão

e esclarecimento da prestação desportiva dos jogadores e das equipas (Hughes & Franks,

1997; Silva, 2000b; Rodrigues, 2005). Através da análise dos dados provenientes dos

indicadores gerais de jogo torna-se possível determinar o nível de rendimento das equipas e

3 O padrão pode ser entendido como uma sequência de actuação que parte de condutas critério. Estes

padrões podem ser configuráveis com base nas regularidades, tornando possível identificar as relações

entre o que acontece no jogo e os factores que contribuem para o sucesso e insucesso das equipas

(Magnusson, 1996, 2000).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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avaliar o contributo dos indicadores para esse rendimento, possibilitando a realização de

comparações de performances individuais, colectivas, de forma transversal e/ou longitudinal.

Assim, os indicadores gerais, apresentam-se como uma das medidas mais objectivas para

responder às questões relacionadas com a avaliação do rendimento desportivo.

Os estudos que utilizam os indicadores gerais de jogo sugerem a existência de uma

interactividade entre os diferentes indicadores, com uma interligação entre a dimensão

ofensiva e defensiva (Rodrigues, 2005), mas estas associações por si só pecam por não

conseguirem transmitir toda a informação do jogo. Neste sentido a validade destas

associações está dependente do conhecimento do enquadramento contextual no qual

ocorrem, pois os indicadores não retratam as causas e os motivos que influenciaram a sua

manifestação.

Para além da referida complexidade, devido ao elevado número e diversidade de indicadores,

o contexto no qual as acções decorrem assume uma particular relevância para a análise do

jogo. Nesta ordem de ideias é inevitável considerar as diferentes variáveis que estabelecem o

contexto no qual decorrem as acções para a análise de jogo (Lago, Martín, Seirul’lo & Alvaro,

2006; Ferreira, A. 2006; Garganta, 2007).

Os estudos que utilizam indicadores de ordem táctica procuram caracterizar o comportamento

dos jogadores e das equipas para demonstrar uma relação com os índices de eficácia, tendo

em consideração o processo e resultado final do jogo (Volossovitch, 2005). Neste sentido é

possível relacionar os indicadores tácticos com os seguintes aspectos: o tipo e a fase de

competição, o tipo de jogos, o local de disputa das partidas, a importância do jogo, a oposição

do adversário (Silva, 2008). Estes aspectos variam em função da modalidade, sendo oportuno

considerar aqueles que contextualizam e condicionam as acções de jogo:

- a diferença pontual no marcador de jogo – o comportamento das equipas e

jogadores apresentam características distintas em função do resultado parcial

(Castellano & Blanco, 2004; Volossovitch, Dumangane & Rosati, 2007);

- os momentos críticos do jogo – a evolução do resultado de uma equipa e dos

jogadores é avaliada no sentido de ser decisiva para o desfecho final (Silva, 2005;

Ferreira, A. 2006);

- os momentum profiles (“perfis de ímpeto”) – acções que antecedem o

comportamento observado são importantes e devem ser consideradas e integradas na

análise (Hughes, 2004; Volossovitch, Dumangane & Rosati, 2007);

- a relação numérica absoluta – influencia de forma decisiva os comportamentos de

jogadores e equipas (Antón Garcia, 1994; Prudente, 2000; Vilaça, 2001; Gomes, 2002;

Vasconcelos, 2003; Ferreira, D. 2006; Gomes, 2008);

- o tempo de jogo decorrido – de forma isolada ou associado com algum dos

condicionamentos anteriores (Castelo, 1992).

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Página 13

Os estudos das acções de jogo devem ser realizados tendo em consideração as condições

momentâneas do envolvimento uma vez que estas apresentam características específicas

(Castellano & Blanco, 2004; Ferreira, A. 2006; Garganta, 2007).

Garganta (1998) refere a necessidade das categorias de observação conterem os seguintes

elementos:

- organização do jogo (referindo-se às características do encadeamento sequencial das

acções da equipa);

- características das sequências que conduzem a diferentes produtos;

- situações na qual se verifiquem rupturas na relação ataque/defesa.

Todavia, têm sido identificadas algumas dificuldades para que, através da análise de jogo, se

obtenham dados interpretáveis para o conhecimento do mesmo. Isto devido, essencialmente,

à subjectividade que caracteriza a própria observação. É necessário recorrer à observação

sistemática e objectiva para permitir a recolha de um número significativo de dados, que

garanta o registo de forma contínua das sequências de acções que ocorrem num jogo,

preservando assim as características da situação a observar (Lames & Hansen, 2001). Contudo

a análise sistemática do jogo só é fiável se os seus objectivos estiverem bem definidos

(Garganta, 2001a). Assim, os sistemas de observação devem permitir não só o registo dos

eventos, mas também a sua ordem de ocorrência, a identificação dos sujeitos observados e os

diferentes contextos em que se desenrolam, para que posteriormente possam ser realizadas

análises quantitativas e qualitativas.

A concomitância do elevado número de variáveis que interagem permanentemente no jogo

dificulta a recolha e o tratamento dos dados da prestação dos jogadores e das equipas,

tornando muito complexa a tarefa de alcançar a influência das variáveis na performance.

Greghaigne (1992) refere que os métodos heurísticos manifestam-se mais adequados para

imprevisibilidade do jogo que os algorítmicos, contudo ambos parecem ser importantes na

codificação e interpretação das acções. Se por um lado os métodos heurísticos são úteis para a

selecção de indicadores das acções de jogo, os métodos algorítmicos são vantajosos na

sistematização e na ordenação dos indicadores.

De seguida serão resumidas as principais características dos modelos e teorias consideradas

para a análise da dinâmica de jogo.

2.2. Modelos e Teorias para Análise da Dinâmica de Jogo A utilização de computadores para os sistemas de análise de jogo têm permitido a criação de

bases de dados em diferentes modalidades e ajudado no desenvolvimento de diversas técnicas

para a modelação da prestação desportiva.

De acordo com Matvéiev (2001), a metodologia da teoria do desporto realiza-se na

combinação de pressupostos conceptuais filosófico-cognitivos, perspectivas científicas gerais e

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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meios de conhecimento científico aplicados. Daqui é possível distinguir enfoques

metodológicos para as investigações no desporto: taxonómico (trata de ordenar

sucessivamente a informação obtida sobre os objectos submetidos a estudo), sistemático e de

modelação teórica.

A modelação de uma competição desportiva é uma técnica de informação analítica que

direcciona a atenção do modelador para os aspectos críticos dos dados que delimitam o

sucesso da performance (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008). Os modelos4 procuram encontrar

um preditor de confiança para prever e descrever o comportamento desportivo.

Quando os objectos de análise são de natureza dinâmica e em elevado número, os modelos

apresentam-se como um método de aplicação para explicar determinados fenómenos que

seriam dificilmente explicados de outra forma.

Para Matvéiev (2001), a modelação é aplicável no desporto e “consiste na essência da

formulação através de meios lógicos, de um determinado modelo concreto-abstracto do

objecto de investigação e na sua operação com o fim de obter conclusões que possam ser

transladadas, segundo a analogia, a apreciações sobre o objecto reproduzido”.

A concepção de modelos encontra-se dependente da interpretação da realidade e dos

aspectos que o modelador enuncie como relevantes. A perspectiva com que se observa as

situações de jogo em desporto influencia e condiciona as decisões inerentes ao processo de

análise de jogo. É possível considerar 3 perspectivas:

Perspectiva mecânica ou associativista

A perspectiva associativista procura analisar as actividades identificando e definindo os

comportamentos técnicos de base da modalidade, decompondo-os em elementos simples e

associando-os para reconstruir as representações de condutas mais complexas (Castelo, 1994),

de forma abstracta a partir de um “modelo ideal”. Nesta perspectiva encontram-se os estudos

que reproduzem o jogo colectivo como “um conjunto de acontecimentos agregados cuja

frequência, ordem cronológica, direccionalidade e complexidade não podem ser previstos de

antemão”. O jogo apresenta uma semelhança a uma estrutura caótica ou de baixa organização

interna (Garay & Hernández, 2005).

Perspectiva da forma ou globalista

A partir deste ponto de vista, os elementos a observar só apresentam um significado quando

relacionados em conjunto, articulando-se entre si no sentido de compor uma forma. Esta

forma resulta de uma interdependência dialéctica e da organização dos seus elementos em

função de determinadas leis (Castelo, 1994). Em oposição à perspectiva anterior parte-se da

totalidade (contexto) para o particular, analisando o jogo como uma série de acontecimentos

de carácter complexo no qual se distingue uma ordem que garante uma regulação e sentido

(Bayer, 1994; Castelo, 1994; Hernández, 1994). Nesta perspectiva é possível distinguir os tipos

de estudos (Garay & Hernández, 2005) relacionados com:

4

Um modelo pode ser entendido como uma descrição de uma representação sistemática e simplificada

de uma parte da realidade através de símbolos, formas geométricas e palavras (Willet, 1992).

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- as correntes comunicacionais que analisam o jogo como uma transformação de informação

motora entre os jogadores;

- a teoria dos jogos que analisa os jogos desportivos colectivos como jogos competitivos desde

que possuam determinadas características (estrutura de duelo, natureza simétrica, informação

perfeita);

- as correntes dualistas que contemplam a relação dialética de cooperação-oposição existentes

em todas as situações de jogo, e que se dividem em duas fases fundamentais: processo

ofensivo e processo defensivo;

- a corrente sistémica que analisa o jogo como um sistema que apresenta uma complexidade e

uma organização de acordo com um conjunto de parâmetros explicativos e universais que

incluem a funcionalidade dos mesmos.

Perspectiva do fenómeno ou estruturalista

A perspectiva estruturalista analisa os fenómenos de uma situação a partir da sua articulação

interna e das relações dos seus elementos que são funcionalmente interdependentes. Neste

sentido a estrutura de um jogo é tida num sistema de relações entre os jogadores, a bola, o

terreno, face ao regulamento de jogo, evidenciando a importância das relações observáveis.

Esta perspectiva introduz o conceito de modelo, que se pode resumir a uma construção teórica

que define e reproduz com rigor o sistema de relações que se estabelecem entre os elementos

de uma realidade (Castelo, 1994).

2.2.1. Modelos de Análise dos Desportos Colectivos O desenvolvimento dos jogos desportivos colectivos tem sido influenciado por diferentes

correntes de pensamento e pelos conhecimentos provenientes de variadas disciplinas técnicas

e científicas.

Os modelos de análise dos desportos colectivos têm como objectivo aprofundar o

conhecimento da realidade competitiva de uma modalidade. Os modelos teóricos que a seguir

se apresentam têm direccionado a visão do treino desportivo e que por extensão são

susceptíveis de serem aplicados ao estudo do jogo. Estes modelos podem ser agrupados em 2

tipos: modelos conceptuais e modelos descritivos e preditivos.

Modelos Conceptuais

De acordo com Álvaro & Dorado (1995), as diferentes visões de análise da actividade humana

nas décadas de 70 e 80 viriam a influenciar os métodos de análise de jogo, originando

diferentes modelos de análise dos desportos colectivos:

Modelo Analítico

Difundido nas décadas de 70 e 80, e tendo tido como referências Matvéiev e Platonov, este

modelo encontra-se relacionando com as componentes básicas do treino e a da sua

preparação como das capacidades: condicionais, técnica, táctica, estratégica, psicológica e

social (Matvéiev, 1990).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Modelo Estrutural

Este modelo, que apresenta Bayer como autor de referência, considera os elementos comuns

dos desportos colectivos, independentemente do seu significado cultural. Os desportos

colectivos são apresentados sempre com princípios operacionais transferíveis (estruturas

analógicas) de uma modalidade para outra: como a bola, o terreno, o alvo, as regras, os

companheiros e os adversários (Bayer, 1994; Moreno, 1984; Antón Garcia, 1998, 2002).

Modelo Funcional

Este modelo assenta na perspectiva que o jogo deve ser observado pelas diferentes funções e

situações desempenhadas pelos jogadores (a relação entre a cooperação e a oposição): se a

equipa tem posse de bola (ataque) ou se a equipa adversária tem a posse de bola (defesa),

referenciando o espaço (lugares de colocação, distâncias, locais de desmarcação, trocas de

espaços), o tempo (ritmos, velocidade de execucação) as regras do jogo, a técnica, a táctica, a

estratégia (circunstâncias e adequação da aplicação de procedimentos) e a comunicação

motriz (qualificação e variedade das acções, as redes de comunicação e contra-comunicação)

(Sánchez, 1987; Moreno, 1987; Antón Garcia, 1998, 2002). Para este modelo, o jogo

desenvolve-se na base de um conflito entre duas equipas que através de diferentes estratégias

procuram concretizar objectivos antagónicos.

Modelo Ergogénico

Este modelo baseia a sua análise nas necessidades biológicas de cada modalidade recaindo

sobre as fontes energéticas - exigências fisiológicas (Davey, Thorpe & Williams, 2002) - e nas

capacidades e necessidade motrizes dos jogadores - aspectos biomecânicos (Miller & Bartlett,

1993). No caso particular do Andebol as situações dos jogos são caracterizadas por esforços

intermitentes (Soares, 1988; Maia, Galvão & Ribeiro, 1989).

Modelo Praxiológico

A ideia fundamental deste modelo é o estudo da lógica interna dos jogos, sem ter em

consideração os intervenientes. A teoria da acção motora tem como objecto de estudo a acção

motora, que é considerada a unidade básica de análise. Esta é considerada uma propriedade

emergente que caracteriza um sistema praxiológico e tem uma relação estrutural que

determina uma lógica interna única (Teodurescu, 1984; Jiménez, 2000; Ribas, 2006).

Pelos estudos de Parlebas5 cria-se uma corrente cujo objectivo é analisar a relação que existe

entre os parâmetros que compõem a estrutura dos desportos e da sua lógica interna (Bayer,

1994), tendo como elementos o regulamento de jogo, a técnica, o espaço, o tempo, a

comunicação e a táctica e a estratégia (Castelo, 1994). A lógica interna do jogo de Andebol é

encontrada pelo registo das acções motoras (saltos, travagens, remates, passes, etc.)

realizadas durante um jogo sem ter em conta os jogadores.

5

Para Parlebas (1981) os jogos desportivos colectivos são situações motoras de confrontação codificada

denominada de jogo ou desporto pelas instâncias sociais, sendo definido pelo seu sistema de regras que

determina a sua linguagem interna.

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Página 17

Os modelos apresentados permitem reunir um conjunto de informação sobre a actuação dos

jogadores e equipas, contudo não se encontram totalmente ajustados à complexidade do jogo.

A análise é complexa devido ao número de participantes, à sua lógica interna e à dimensão

derivada da competição.

Neste sentido Areces e Vales (1996), apresentaram uma proposta para a sistematização dos

estudos em desportos colectivos. Esta proposta organizativa distribui-se em duas opções na

qual se deve centrar a análise: nos aspectos formais do jogo e/ou nos aspectos funcionais do

jogo.

Sistematização do estudo dos desportos

Aspectos formais

Os aspectos formais analisam o contexto físico onde decorrem as modalidades e as

constrições/possibilidades dos jogadores. A análise através dos aspectos formais condiciona os

conceitos da funcionalidade, dos conteúdos e da dinâmica dos acontecimentos. Este tipo de

estudos reduz-se à análise dos regulamentos a partir da componente física (número de

jogadores, espaço de jogo, tempo de duração do jogo (Vales, 1994), do procedimento (e.g.

graus de liberdade da acção admitidos nas relações existentes entre o jogador e os aspectos

físicos da estrutura) (Gómez, 1993) e da avaliação (formas de êxito ou execução eficaz dos

objectivos estabelecidos pelo jogo) (Colli & Faina, 1987; Castellano & Zubillaga, 1995).

Aspectos funcionais

Os aspectos funcionais do jogo permitem analisar o jogo de uma forma mais dinâmica,

lançando a possibilidade de duas categorias de estudo: a natureza dos acontecimentos do jogo

(investigação básica) e a dinâmica dos acontecimentos do jogo (investigação aplicada)

(Garrido, 2003).

Dinâmica do jogo

Os estes estudos que acompanham a dinâmica dos acontecimentos do jogo, ocupam-se da

análise das características e relações que se estabelecem entre os participantes e os elementos

de componente física (espaço, tempo, distâncias).

Para analisar a dinâmica da actividade dos jogadores, apoiam-se na perspectiva mecânico-

associacionista e em ciências biológicas, biomecânicas e psicológicas (e.g. abordagem

ecológica), advindo estudos que descrevem e avaliam os aspectos relacionados com a

prestação físico/condicional e técnico/táctica dos participantes.

Para o estudo da dinâmica da actividade da equipa, centram-se na perspectiva globalista e na

sociologia, surgindo estudos de natureza táctico/estratégica que descrevem e/ou avaliam os

comportamentos e atitudes manifestadas colectivamente por cada uma das equipas.

Natureza do jogo

Este tipo de estudos parte do conjunto de eixos fundamentais do jogo que proporcionam uma

visão genérica e abstracta, independentemente das características dos jogadores. Tem como

finalidade a manifestação de diferentes teorias sobre os elementos do jogo e das relações

bilaterais entre os mesmos e utilizando uma análise qualitativa sobre 3 perspectivas:

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Olímpicos de Pequim 2008

Página 18

mecânico-associativistas, formo-globalista e fenomeno-estruturalista (Moreno, 1987; Castelo,

1994; Bayer, 1994; Antón Garcia, 1998, 2002).

Hernández (1994) ao examinar esta sistematização afirma que esta possibilita uma análise e

um estudo pormenorizado e diferenciador de cada uma das actividades. No entanto considera

que, as classificações que utilizam critérios internos partindo da estrutura funcional do

desporto são as mais adequadas e com maior interesse para a análise da modalidade,

permitindo uma definição e delimitação profunda da mesma.

Volossovitch (2008), por sua vez distingue dois grandes grupos de modelos que se aplicam aos

desportos colectivos: os modelos descritivos e modelos preditivos. Os modelos descritivos têm

como objectivos obter: a descrição de padrões de actuação das equipas, a identificação de

comportamento e circunstâncias para o resultado momentâneo e a previsão de resultados

futuros a partir dos dados existentes. Os modelos preditivos pretendem prognosticar a

prestação desportiva através dos resultados anteriores ou da informação recolhida no

decorrer do jogo.

Modelos Descritivos e Preditivos

No sentido de prognosticar a dinâmica dos resultados desportivos, tem sido prática comum

recorrer-se a modelos matemáticos, que normalmente são aplicados em acontecimentos não

circunscritos à actividade desportiva (Matvéiev, 2001).

De acordo com Franks e Goodman (1986), é possível identificar três tipos de modelos

matemáticos:

- deterministas: o conhecimento do estado actual do sistema e das forças que sobre ele

actuam permitem fixar e antecipar o modo como se comportará integralmente o sistema;

- axiomáticos: modelo que descreve o comportamento para construir classificações a partir de

determinado critério;

- probabilísticos ou estocásticos.

Por sua vez Hughes (2004) identifica os seguintes tipos de modelação: empírica, estocástica,

por técnicas estatísticas e por inteligência artificial:

Modelos Empíricos

A forma mais simples de modelação utiliza métodos empíricos para assegurar dados

suficientes para definir perfis de performance. Este tipo de modelo permite que sejam

retiradas conclusões acerca dos padrões de jogo de uma amostra de jogadores, o que

possibilita a análise e comparação da prestação de jogadores e equipas (Nevill, Atkinson &

Hughes, 2008).

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Modelos Estocásticos

O processo estocástico é uma representação matemática de um sistema que específica a

ocorrência provável de um conjunto de eventos, possibilitando o prognóstico da transição de

um conjunto eventos para outro conjunto de eventos em qualquer momento.

Um exemplo é o modelo construído por McGarry e Franks (1996) para o squash, que permitiu

identificar prospectivamente resultados a partir de performances anteriores pela previsão de

uma resposta associada ao resultado de uma determinada jogada, sendo os resultados

contudo limitados (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

Os modelos estocásticos não são os mais utilizados na investigação desportiva para estudar e

analisar o comportamento dos jogadores e equipas (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008). Contudo

este procedimento modelar encontra-se preparado para ser aplicado e perspectiva-se que

possa conduzir a resultados úteis e interessantes (McGarry & Franks, 1996), parecendo ser o

modelo mais completo para a análise do comportamento e da prestação desportiva (Nevill,

Atkinson & Hughes, 2008).

Modelos de Técnicas Estatísticas

A predição da prestação desportiva pode ser descrita como a habilidade de apresentar e

formar conclusões sobre o resultado futuro do desempenho desportivo, baseada na

combinação de dados recolhidos e do conhecimento prévio. É razoável assumir que com dados

válidos e confiáveis e com as técnicas mais adequadas a predição da prestação desportiva

possa ser possível (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

Do ponto de vista das ciências do desporto, as abordagens mais comuns para a predição do

desempenho desportivo utilizam uma vasta quantidade de dados e técnicas de estatística

aplicada (O’Donoghue, et al., 2004). Destas técnicas utilizadas para predizer a prestação

desportiva destacam-se: a regressão linear múltipla, a regressão binária, a análise da função

discriminante, a análise de clusters ou a combinação delas.

Santos (1999), a partir dos trabalhos realizados no Andebol com indicadores gerais de jogo

(estatísticos) distinguiu os seguintes tipos estudos:

- descritivos – através das medidas da estatística descritiva (média, desvio-padrão e

valores percentuais...) pretendem identificar e estabelecer valores de referência que

possibilitem a regulação da prestação desportiva pelas acções de jogo;

- univariados – a partir do teste de hipóteses procuram perceber a importância de

determinado indicador tentando estabelecer uma relação causa-efeito entre as

variáveis dependentes e as independentes. Estes estudos recorrem a medidas da

estatística como a amplitude e o coeficiente de variação de cada variável, tendo

procurado distinguir as equipas vencedoras das derrotadas. Este tipo de estudos

apresenta limitações uma vez que cada variável é tratada de forma isolada;

- bivariados – pretendem avaliar e hierarquizar o grau de associação entre duas

variáveis em estudo, no sentido de explicar a contribuição de cada uma delas através

de coeficientes de correlação linear. Os resultados de estudos de Magalhães (1999),

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Silva (2000a) e de Silva (2000b) demonstram a relação dos distintos indicadores

associada à classificação das equipas;

- multivariados – procuram identificar e hierarquizar múltiplos indicadores de jogo

relacionando-os com o resultado final do jogo através de processos estatísticos mais

complexos, como a análise da função discriminante, sendo exemplo os estudos de

Silva (2000b) e de Volossovitch, Ferreira e Gonçalves (2003).

Modelos de Inteligência Artificial

Bartlett (2004) apresentou uma perspectiva da utilização de inteligência artificial na qual

combinava o reconhecimento por voz, processamento da linguagem natural, sistemas de

monitorização do movimento por computador e a tomada de decisões.

A análise de jogo baseada em modelos de inteligência artificial com base em redes neuronais

artificiais tem sido utilizada (Perl, 2002; Jürgen & Baca, 2003), uma vez que permite a detecção

de padrões de estrutura complexa. A utilização prospectiva dos mapas de auto-organização de

Kohonen tem sido reconhecida na análise de jogo, possibilitando a demostração de padrões de

estrutura complexa, mas de um ponto de vista macroscópico.

Apesar das dificuldades de replicação das investigações realizadas, esta abordagem representa

uma possível e importante ligação para o estudo da dinâmica não linear, com o controlo

ecológico da variabilidade do movimento (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008).

No Andebol destaca-se o trabalho de Pfeiffer e Perl (2006) que procuraram identificar os tipos

de estruturas tácticas do jogo de Andebol utilizando as redes neuronais (Dynamically

Controlled Network)6, que com esta abordagem identificaram as situações tácticas

características das equipas analisadas.

2.2.2. Teorias para Análise dos Desportos Colectivos

Teoria Geral dos Sistemas

O aparecimento da teoria geral dos sistemas deve-se à concorrência de três linhas de

investigação: cibernética, teoria da informação e a teoria dos jogos7, às quais propuseram uma

teoria geral aplicada a qualquer sistema (Garay & Hernández, 2005). Esta teoria pretende

estudar a organização de fenómenos independentemente da sua formação e configuração

procurando os princípios comuns aos sistemas. Em termos práticos procura descrever e

explicar a entorpia e/ou a homeostase dos elementos de um sistema aberto ou fechado.

6 É um método que possibilita a identificação de tipos, frequências e distribuição dos padrões

informativos, estáticos ou dinâmicos (séries temporais), representados por conjuntos de valores. 7 A teoria dos jogos, pela lógica probabílistica procura predizer o melhor resultado para uma situação

proposta, com base num conjunto de condições previamente definidas e na qual se verifique uma

relação directa entre os adversários e objectivos antagónicos (Eigen & Winkler, 1989).

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Teoria Geral da Acção

De acordo com esta teoria o comportamento humano encontra-se, de forma contínua, sujeito

à interacção de quatro contextos concorrentes e sincrónicos: fisiológico, psicológico, cultural e

social. No âmbito desportivo, os elementos que constituem estes contextos modificam-se e

controlam a conduta de um jogador, mesmo que este possua um elevado grau de rendimento

e experiência. Os níveis de actuação estão subordinados à estabilidade da mesma, mais que à

maximização dos contextos, circunstância que não difere em absoluto do que sucede em

qualquer sistema (Garay & Hernández, 2005).

Teoria da Complexidade

A teoria da complexidade assenta num conjunto de concepções e instrumentos para a análise

de sistemas complexos, em que se destaca: a modelação dinâmica, as ideias de atractor, da

transição de fases, de criticalidade auto-organizada, a importância da retroalimentação

(feedback) e da interacção, o tempo como uma variável inalienável da análise, entre outros

(Lucas, 1997, 1999). A teoria da complexidade baseia-se na tentativa de explicação, através de

descrição empírica e matemática, de como os sistemas complexos decorrem da interacção dos

seus elementos seguindo regras simples (Lucas, 1999).

Lucas (1999) distingue quatro tipos de complexidade: a estática, a dinâmica, a evolutiva e a

auto-organizada:

- o primeiro tipo pressupõe que o sistema não se modifica durante o tempo, podendo

ser analisado num determinado momento. Nesta perspectiva encontram-se os estudos

de natureza descritiva e comparativa que relacionam os padrões das equipas com o

resultado. Os resultados destas análises têm servido para a definição das tendências

de evolução do jogo e costumam ser utilizados na formação de treinadores (Antón

Garcia, 1998, 2002);

- o segundo tipo acrescenta a dimensão do tempo ao estudo do sistema procurando

identificar funções nos seus padrões temporais. O tempo passa a constituir-se como o

parâmetro configurador da lógica interna do jogo (Castelo, 1992);

- o terceiro tipo pretende a partir do estudo de um extenso número de sistemas

orgânicos, reconhecer os seus padrões de adaptação e de aprendizagem para os

categorizar, sem garantir a possibilidade de predizer o seu comportamento uma vez

que o sistema pode apresentar novas soluções;

- o quarto diz que o sistema co-evolui com o seu ambiente e as suas funções são

descritas na relação com este. É necessário modelar os constrangimentos do ambiente

para que o sistema encontre as suas soluções e permitir que, a posteriori, seja possível

predizer os comportamentos emergentes. O estudo do jogo a partir deste tipo de

complexidade, ao seguir os princípios da perspectiva ecológica8 conduz a uma visão

contextualizada da performance dos jogadores e das equipas, possibilitando encontrar

8

De acordo com a abordagem ecológica os sistemas vivos são estudados no seu envolvimento natural,

com o qual estabelecem uma relação recíproca. O indivíduo percepciona a informação e actua em função do envolvimento e interferindo no mesmo, ou seja influenciando-se mutuamente (Gibson, 1966 in Araújo, 2006).

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Olímpicos de Pequim 2008

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regularidades na sua actividade (Araújo, 2006). O marcador e o tempo do jogo são as

variáveis que caracterizam o contexto de jogo.

Acompanhando a teoria da complexidade e enquadrando-se no tipo de complexidade auto-organizada, aparece a abordagem teórica dos sistemas dinâmicos e auto-organizados.

Teoria dos Sistemas Dinâmicos e Auto-Organizados

A teoria dos sistemas dinâmicos é considerada hoje um paradigma emergente para o estudo

dos jogos desportivos colectivos, uma vez que pretende contribuir para a descrição e

explicação das interacções dos elementos de um sistema através de uma visão integrada dos

fenómenos. A teoria dos sistemas dinâmicos assenta na convicção de que os padrões de

movimento partilham princípios fundamentais de organização não linear de sistemas abertos e

complexos. A abordagem teórica dos sistemas dinâmicos entende que o comportamento

biomecânico humano enquanto sistema pode ser modelado como um sistema dinâmico

complexo (Gréhaigne, Bouthier & David, 1997). Ideias de paradigmas científicos (e.g. a teoria

do caos) foram integradas em conceitos e instrumentos da teoria dos sistemas dinâmicos,

proporcionando um conjunto de fundamentos conceptuais para compreender o modo como

sistemas complexos se comportam ao longo do tempo. É neste sentido que esta teoria tem

sido mais usada: no estudo da cognição e da acção no desporto (Davids et al., 2001).

Na perspectiva dos sistemas dinâmicos os movimentos são organizados através de interacções

complexas do corpo com o seu ambiente de acordo com princípios universais da dinâmica. Um

sistema dinâmico e complexo apresenta como características: inúmeros e independentes

graus de liberdade, uma rede integrada de níveis do sistema, tendência de comportamento

não linear, constrangimento de componentes pelo comportamento de outros elementos e a

capacidade de criar padrões de relação estáveis e instáveis entre as partes do sistema que

emergem da auto-organização deste último (Handford, Davids, Bennett & Button, 1997).

O desempenho nos jogos desportivos colectivos é o produto da interacção de uma

multiplicidade de factores, os quais assumem diferentes graus de importância em função de

diversos condicionalismos (Silva, 2000b). Esta abordagem sugere que o jogo seja visto como

um sistema complexo de forma a integrar toda a informação recolhida e analisada. Assim, o

jogo deve ser entendido como um sistema dinâmico (McGarry et al., 2002; Lebed, 2006) e

analisado como tal. Não é só a equipa que constitui um sistema dinâmico em que existe auto-

organização, o duelo 1x1 e a própria competição entre duas equipas também constituem um

sistema dinâmico auto-organizado (McGarry, et al., 2002). O termo auto-organização aplica-se

ao processo que emerge de uma determinada ordem e estrutura no comportamento de um

sistema. Os estados auto-organizados de um sistema surgem da interacção dos seus

componentes de forma espontânea e sem a influência de qualquer ordem superior (Schmidt,

O'Brien & Sysko, 1999).

De acordo com McGarry et al. (2002) a análise do contexto do jogo deve ser entendida como

um sistema auto-organizado não-linear, fundamentando-se em princípios dinâmicos. Assim, o

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contexto desportivo deve: ser descrito em termos de parâmetros de ordem9 e de controlo10,

exibir a tendência geral para a estabilidade, manifestar o aumento da variabilidade antes de

qualquer transição não-linear no seu comportamento e ser visto em evolução.

McGarry e Franks (1996) demonstraram que perturbações – alterações nas fases em sistemas

dinâmicos – podiam ser identificadas em jogos de squash, neste caso de forma qualitativa.

Mais tarde foram verificados momentos de estabilidade e instabilidade em jogos de squash e

de futebol (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008). Os estudos evidenciaram a alternância entre os

estados do comportamento invariável (estável) e variável (instável) durante o jogo ligados a

pontos de transição, considerados como eventos chave do comportamento. Araújo (2006)

identificou estados coordenativos estáveis e transições entre os estados de ordem na

interacção dos jogadores. Os resultados do estudo demonstraram um acoplamento não

intencional entre o atacante e defensor na situação de 1x1, provando a influência dos

constrangimentos situacionais durante a realização da tarefa.

Lebed (2006) criticou o processo de jogo enquanto um sistema auto-organizado, uma vez que

o jogo perspectivado como uma inter-relação conflituosa voluntária entre oponentes com

objectivos opostos, nunca poderá formar um, mas sim dois sistemas, porque considera o jogo

como um fluxo. Outra crítica passou pela diferença no entendimento do conceito de

perturbação e da sua influência durante o jogo, dizendo que as acções dos jogadores não

podem ser reduzidas ao estímulo-resposta, uma vez que inviabilizaria o aparecimento dos

comportamentos do tipo antecipativo.

A análise de jogo tem evoluído para estudos cada vez mais complexos, por considerarem

vários e distintos indicadores e cada vez mais restritos, ao privilegiar a análise de momentos

particulares considerados relevantes do jogo. A partir da análise de base de dados tem-se

tentado configurar modelos de jogo (McGarry & Franks, 1996) que permitam prever uma

táctica vencedora. No entanto os métodos estatísticos têm sido questionados devido à

aleatoriedade e imprevisibilidade dos comportamentos dos jogadores nos jogos desportivos

colectivos.

A análise de jogo pode ser representada por diversos modelos que dependem dos propósitos

do observador em realçar determinadas características e/ou interacções. A pertinência do

modelo, independentemente da perspectiva de análise e da teoria, é sempre avaliada pela sua

capacidade de descrever o jogo e identificar os factores que determinam o desempenho

desportivo (Volossovitch, 2008).

A análise do jogo de Andebol deverá concentrar-se nas acções e comportamentos tácticos dos

jogadores de forma contextualizada, no qual farão parte todas as acções de cooperação e 9

O parâmetro de ordem descreve a organização estrutural de um sistema e representa uma variável

colectiva criada pela coordenação entre as componentes, que influencia o comportamento destas componentes, obrigando-as a pertencer a um padrão global. A dinâmica do parâmetro de ordem descreve como os padrões de um sistema evoluem, a organização estrutural e permite captar a sua coordenação (Handford, Davids, Bennett, & Button, 1997).

10 Os parâmetros de controlo representam constrangimentos que levam um sistema a diferentes

estados e padrões comportamentais. O parâmetro de controlo é uma força não determinada que obriga o sistema a passar de um atractor estável para outro. (Araújo, 2006; Kelso, 1995).

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Olímpicos de Pequim 2008

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oposição de todos os intervenientes respeitando o carácter dinâmico do jogo (frequência,

ordem e complexidade). Desta forma a análise deverá ser do tipo não linear.

2.3. O Comportamento Defensivo em Andebol O jogo de Andebol apresenta dois processos perfeitamente observáveis: o processo ofensivo e

o processo defensivo que se encontram em oposição contínua (Antón Garcia, 1998).

O processo defensivo11 caracteriza-se pela condição de uma das equipas que não se encontra

com posse de bola (Bayer, 1994), procura recuperá-la sem sofrer golo, perturbando e

antecipando-se às acções ofensivas dos jogadores atacantes, sem cometer infracções, e no

qual o guarda-redes contribui com a sua prestação para o sucesso final (Gomes, 2008). Para tal

é necessário que o comportamento dos defensores se adeqúe e adapte à especificidade do

ataque, seguindo princípios organizados num ou em vários sistemas de jogo12.

2.3.1. Os Métodos de Jogo Autores e especialistas na modalidade de Andebol identificaram e caracterizaram diferentes

momentos durante o processo defensivo, que têm sido designados por fases ou métodos13 de

jogo (Fonseca, 1999; Mortágua, 1999; Prudente, 2006; Silva, 2008)14. Os métodos de jogo

defensivo distinguidos são os seguintes (Teodorescu, 1984, Fernandez, & Falkowski, 1988;

Antón Garcia, 2000; Sousa, 2000; Ribeiro, 1999, 2003):

- recuperação defensiva – constitui um primeiro momento defensivo que tem início

desde logo que a equipa perde a posse de bola. A equipa ou alguns elementos

individualmente tentam parar ou travar a transição defesa-ataque do adversário,

impedindo e dificultando a progressão do portador da bola e defendendo as linhas de

passe, enquanto outros deslocam-se o mais rápido possível para a zona defensiva para

criar condições de organização de um sistema defensivo estruturado;

- defesa temporária (defesa de cobertura) – é o momento que se caracteriza pela

chegada dos defensores perto da área de baliza (mas não no seu posto específico),

pela utilização de um sistema defensivo alternativo, e onde se observa mais formas de

cooperação e entreajuda, para tentar anular uma situação eminentemente de

11

O processo defensivo pode ser entendido como um conjunto de acções que ocorrem desde a perda da posse de bola e que termina com a sua recuperação, sendo regulada por determinados princípios pelos quais os intervenientes coordenam as suas acções técnico-tácticas (Gomes, 2008). 12 Os sistemas de jogo representam a estrutura genérica de organização e das acções de uma equipa, a

partir das quais se estabelecem e seguem princípios de movimentação e colaboração previamente definidos (Teodorescu, 1984). 13 O método de jogo defensivo pode ser entendido como uma forma de organização (estrutura e

funcionalidade) de como os jogadores de uma equipa desenvolvem o processo defensivo, desde o momento da perda de posse de bola até à sua aquisição ou recuperação de posse da bola, através das suas acções individuais, grupo, colectivas, ocupação do terreno de jogo e a gestão do ritmo e tempo de jogo (adaptado de Garganta, 1997). 14

Na literatura específica da modalidade de Andebol regista-se a utilização, de forma indistinta, dos termos métodos de jogo e fases do jogo. Neste estudo optou-se pelo termo método de jogo como considerou Fonseca (1999) e também utilizado por Prudente (2006).

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finalização em ataque rápido ou uma possível vantagem posicional. Este método

termina quando equipa atacante começa a organizar o ataque;

- organização da estrutura defensiva – caracteriza-se pelo momento no qual a equipa

que defende procura organizar o seu sistema defensivo. Para além das substituições

ataque-defesa, das trocas de posições dos jogadores defensores, este momento pode

ser alcançado pela interrupção do ritmo de jogo mediante a realização de uma falta;

- defesa organizada em sistema (defesa em sistema ou defesa propriamente dita) – é o

último método do processo defensivo, sendo o mais utilizado, e o de maior duração no

decorrer de um jogo de Andebol. Assume-se quando todos os jogadores defensores se

encontram nos seus postos específicos num sistema defensivo15 e a equipa adversária

assume o ataque posicional em sistema.

Este estudo incide sobre o método organizado de jogo, ou seja quando uma equipa se

encontra durante o processo defensivo numa defesa organizada em sistema e a sua homóloga

em ataque posicional. O método de defesa organizado em sistema inicia-se quando a equipa

que perdeu a posse de bola se dispõem num sistema defensivo estruturado e as acções se

desenvolvem de acordo com princípios e estratégias defensivas previamente definidas.

2.3.2. Os Meios Tácticos Individuais e de Grupo O jogo de Andebol baseia-se fundamentalmente em acções 1x1, a partir de combinações de 2

ou 3 jogadores (Borges, 1996; Santos, 1999), surgindo tanto como forma de dar continuidade

como de culminar o ataque. Os gestos e decisões de ordem táctica defensiva correspondem a

deslocamentos sem bola face (ou antecipando) as deslocações do adversário directo e do

portador da bola: trajectórias, alterações de direcção e ritmo, velocidade (Lassiera, Ponz &

Andrés, 2001).

A dificuldade verificada na recolha de estudos sobre o processo defensivo reflectiu-se como

consequência na pesquisa de elementos sobre a descrição do comportamento defensivo em

equipas de alto rendimento. Desta forma a pesquisa foi alargada a trabalhos e livros técnicos,

nos quais foi possível apurar informação passível de ser associada ao comportamento

defensivo. Foi ainda possível identificar na bibliografia alguns estudos realizados sobre

diferentes postos específicos: guarda-redes (Oliveira, 1996), pivot (Santos, 1999), central

(Román, 1997b), 1º linhas (Román, 1997a; Espírito Santo, 2000), contudo não do ponto de

vista defensivo. Da recolha efectuada identificou-se um conjunto de trabalhos que referem e

distinguem acções associadas a comportamentos tácticos defensivos individuais e de grupo

(Lassiera, Ponz & Andrés, 2001).

Os trabalhos realizados para o estudo das grandes provas internacionais reflectem resultados

baseados nas acções técnicas de forma isolada (Gutierrez, 2009). Lasierra, Ponz & Andrés

(2001) ao abordarem uma sequência metodológica das intenções tácticas da defesa referem

15

Um sistema de jogo pode ser definido como uma estrutura organizativa de coordenação entre todos

os jogadores de uma equipa que têm como missão manter uma organização de jogo. Esta coordenação

representa a especialização dos jogadores a postos específicos que se alteram em função das linhas e

dos sistemas utilizados (Lasierra, Ponz & Andrés, 2001).

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Olímpicos de Pequim 2008

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conceitos relacionados com a táctica individual defensiva. Tratam de encadear as acções para

conseguir que as situações de ataque possam ser contrastadas por uma acção defensiva, uma

vez que o somatório de actuações de um defensor é uma série ininterrupta de intenções sem

vazios de actuação, ou seja encadeados cronologicamente. Nesta abordagem apontam para a

noção básica de marcação como um aspecto que oferece uma variedade de possibilidades em

função do adversário directo.

A táctica individual defensiva tem sido apresentada em diversas publicações (ainda embora

com diferente terminologia para um mesmo conceito), sobretudo nas que abordam o ensino

do jogo. São acções tidas como tarefas básicas de actividade defensiva para o

desenvolvimento integrado em sistemas de jogo (Laguna, 2005). Antón Garcia (2000) refere

que nas relações 1x1 o defensor deve: aproximar-se rapidamente sobre a linha do atacante

para parar ou atrasar as acções, quando o adversário directo não tem a posse de bola deve

procurar antecipar o espaço e provocar faltas técnicas, forçando o atacante a trajectórias

exteriores (menos favoráveis). A táctica individual defensiva apresentada e descrita nos

trabalhos consultados pôde ser sintetizada nos seguintes conceitos (Trosse, 1987; Falkowski &

Fernandez, 1987; Cuesta, 1989; Kandija, 1989; Mraz, 1989; Oliveira, 1995; Cuesta, 1989, 2000;

Ribeiro, 1999, 2003; Antón Garcia, 2000, 2001, 2002a, 2002b, 2002c; Lasierra, Ponz & Andrés,

2001; Mortágua, 2003; García, 2003; Ávila, 2005; Laguna, 2005): intercepção, controlo do

adversário (contacto), saída ao portador da bola, recuperação, deslocamento defensivo

(flutuação, basculação defensiva), marcação à distância, marcação premente, marcação de

intercepção, dissuasão, intercepção, bloco.

Outros trabalhos avançam com a descrição de meios tácticos de grupo defensivos,

contrastando com as análises estatísticas nas grandes competições que contabilizavam as

acções técnicas de cariz individual, nomeadamente do ponto de vista ofensivo (Antón Garcia,

2000).

Antón Garcia (2000) referiu que todos os sistemas defensivos exigem o domínio de diferentes

meios tácticos para fazer oposição aos meios tácticos ofensivos. Os meios tácticos são

utilizados em função da variabilidade específica do jogo e/ou do funcionamento do sistema,

uma vez que o processo defensivo de alto nível não se limita a reagir às acções ofensivas.

Antón Garcia (2000) classificou a utilização dos diferentes meios tácticos defensivos atendendo

à sua utilização geral dos sistemas defensivos: zona, individual ou mista (combinada). Assim,

distingue um conjunto de meios tácticos defensivos estruturados na seguinte lógica (do mais

simples ao mais complexo):

- meios imediatos: corresponde à distribuição de responsabilidades aos jogadores face à perda

da posse de bola;

- meios simples: refere-se sobretudo à cobertura defensiva e ao deslocamento defensivo

(Alonso, 1987);

- meios reactivos: situações de resposta a meios tácticos ofensivos: a dobra, troca de

adversário, defesa contra passe e entra e barreiras dinâmicas (bloco) (Alonso, 1987; Cuesta,

1989, 2000);

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- meios activos: quando os defensores assumem a iniciativa sem esperar que os adversários

iniciem as suas acções, podendo ser destacados a flutuação (troca de posição), o ataque ao

ímpar e o 2x1 (Cuesta, 2000).

2.3.3. Os Sistemas Defensivos O funcionamento dos sistemas defensivos é dinâmico uma vez que se encontra em

permanente evolução durante um jogo, modificando-se em função de circunstâncias

específicas do encontro. Esta alternância de sistemas e de intenções tácticas individuais

contribui para o êxito de uma equipa na sua actividade defensiva.

A evolução de sistemas e comportamentos defensivos tem contribuído para o aumento da

velocidade de jogo, visível tanto nas transições como no jogo posicional (Román, 2005, 2007).

Román (1996, 2007) identificou uma filosofia de mobilidade, alternância de espaços

defensivos, intercepção de passes constantes.

A taxonomia apresentada para organizar os vários sistemas defensivos tem sido (Cuesta, 1989;

Mraz, 1989; Oliveira, 1995; Ribeiro, 1999; Lasierra, Ponz & Andrés, 2001; Antón Garcia, 2000,

2002; Espina, 2009): zonal (uma linha, duas linhas, três linhas), individual e combinado/misto.

Sistema defensivo 6:0

O sistema 6:0 é um sistema que tem acompanhado a evolução do próprio jogo ao longo do

tempo (Espina, 2009). Tradicionalmente o sistema defensivo 6:0 é considerado como um

sistema zonal (Falkowski & Fernandez, 1987; Mraz, 1989; Oliveira, 1995; Espina, 2009), porque

cada defensor responsabiliza-se por uma zona independentemente das trajectórias ofensivas,

tendo como pressuposto a protecção da baliza colocando em toda a sua extensão os princípios

da amplitude e densidade em detrimento da profundidade (Alonso, 1978; Antón Garcia, 2000,

2004). Os defensores limitam-se a defender a baliza numa só linha defensiva realizando quase

que exclusivamente deslocamentos laterais em função da bola.

A evolução do sistema defensivo 6:0 parte para uma organização mais dinâmica e mais activa

por parte dos defensores que os levam a deslocamentos mais variados tanto em amplitude

como em profundidade (Alonso, 1987; Pontes, 1987; Oliveira, 1995; Antón Garcia, 1991, 2000,

2004; Espina, 2009) para: impedir que a 1ª linha ofensiva realize remates à distância, impedir a

ligação com os pivots, dificultar as possibilidades de ângulo de remate dos extremos ou

pontas, assegurar a cobertura perante saídas dos defensores ao portador da bola e impedir

penetrações aos 6 metros.

Antón Garcia (2000) apresentou os seguintes tipos de funcionamento da atitude defensiva do

sistema: passiva (baseado em deslocamentos laterais e a utilização de bloco), reactiva (é

actualmente a mais utilizada e recorre a deslocamentos em profundidade, respondendo às

iniciativas do adversário) e activa (muito mais agressiva e dinâmica, procurando uma

antecipação no sentido de condicionar o ataque do adversário).

Os seis elementos que compõem a mesma linha defensiva apresentam 3 tipos de funções

distintas (Pontes, 1987; Oliveira, 1995):

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Olímpicos de Pequim 2008

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- extremos: condicionar e controlar as acções do adversário directo impedindo-o de rematar,

ajudar o colega de equipa mais próximo, impedir as entradas e acompanhando-as até efectuar

a troca de marcação e sair ao portador da bola na sua zona de acção;

- laterais: sair ao portador da bola na sua zona de acção em coordenação com o central do seu

lado, condicionar e controlar as acções do lateral contrário, efectuar marcação de intercepção

ao pivot que permaneça nos 6 metros, impedir a concretização de qualquer remate no seu

espaço de actuação;

- centrais: dirigir a defesa, realizar marcação de intercepção sobre os pivots que permaneçam

nos 6 metros, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador da bola na sua

zona de acção em coordenação com o outro central, impedir a concretização de qualquer

remate no seu espaço de actuação.

Sistema defensivo 5:1

É um dos sistemas defensivos mais utilizados pela relação que consegue ser estabelecida entre

a profundidade e a amplitude, possibilitando uma elevada capacidade de adaptação aos

sistemas ofensivos (Román, 2000 in Espina, 2009). A organização deste sistema passa por 5

jogadores numa 1ª linha e um outro numa 2ª linha (Falkowski & Fernandez, 1987; Mraz, 1989;

Oliveira, 1995; Martinez, 2000; Espina, 2009):

- extremos: condicionar e controlar as acções do adversário directo impedindo-o de rematar,

ajudar o colega de equipa mais próximo, impedir as entradas e acompanhando-as até efectuar

a troca de marcação e sair ao portador da bola na sua zona de acção;

- laterais: sair ao portador da bola na sua zona de acção em coordenação com o central do seu

lado, condicionar e controlar as acções do lateral contrário, efectuar marcação de intercepção

ao pivot que permaneça nos 6 metros, impedir a concretização de qualquer remate no seu

espaço de actuação, acompanhar as entradas até efectuar a troca de marcação;

- central: dirigir a defesa, realizar marcação de intercepção sobre os pivots que permaneçam

nos 6 metros, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador da bola na sua

zona de acção em coordenação com o lateral desse lado, impedir a concretização de qualquer

remate no seu espaço de actuação;

- defesa avançado: condicionar as acções de quem ocupa a zona do central adversário, impedir

a concretização de qualquer remate no seu espaço de actuação, complementar o espaço que

ocorre com a saída de qualquer dos laterais, acompanhar a entrada aos 6 metros e fazer a

troca de marcação, interceptar qualquer passe para o interior da defesa.

Sistema defensivo 4:2

É um sistema zonal profundo mas com pouca amplitude que poderá ser utilizado quando o

adversário utilize dois pivots fixos. É composto por 4 jogadores na 1ª linha e 2 jogadores na 2ª

linha defensiva que mantêm uma profundidade simétrica (Mraz, 1989; Oliveira, 1995; Espina,

2009):

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- extremos: condicionar e controlar as acções do adversário directo impedindo-o de rematar,

ajudar o colega de equipa mais próximo, impedir as entradas e acompanhando-as até efectuar

a troca de marcação e sair ao portador da bola na sua zona de acção;

- laterais: dirigir a defesa, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador da bola

na sua zona de acção em coordenação com o central do seu lado, condicionar e controlar as

acções do lateral contrário, efectuar marcação de intercepção ao pivot;

- defesas avançados laterais: sair ao portador da bola, condicionar as acções do adversário,

impedir a concretização de qualquer remate no seu espaço de actuação, complementar o

espaço que ocorre com a saída de qualquer dos laterais, acompanhar a entrada aos 6 metros e

fazer a troca de marcação, interceptar qualquer passe para o interior da defesa.

Sistema defensivo 3:3

É um sistema muito profundo mas com pouca amplitude potenciando muitas acções de 1x1 na

zona dos extremos. É habitualmente utilizado com equipas adversárias que apresentam pouca

mobilidade. É composto por 3 jogadores na 1ª linha e 3 jogadores na 2ª linha (Falkowski &

Fernandez, 1987; Mraz, 1989; Oliveira, 1995; Espina, 2009) e que desempenham as seguintes

funções:

- extremos: condicionar e controlar as acções do adversário directo impedindo-o de rematar,

ajudar o colega de equipa mais próximo, impedir as entradas e acompanhando-as até efectuar

a troca de marcação e sair ao portador da bola na sua zona de acção;

- defesa avançado central: dirigir a defesa, realizar marcação de intercepção sobre os pivots

que permaneçam nos 6 metros, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador

da bola na sua zona de acção em coordenação com o lateral desse lado, impedir a

concretização de qualquer remate no seu espaço de actuação;

- defesas avançados laterais: sair ao portador da bola, condicionar as acções do adversário,

impedir a concretização de qualquer remate no seu espaço de actuação, acompanhar a

entrada aos 6 metros e fazer a troca de marcação, interceptar qualquer passe para o interior

da defesa.

Sistema defensivo 3:2:1

É um sistema que concentra os seus elementos na zona central e é utilizado geralmente contra

equipas que possuam rematadores de longa distância e de elevada compleição física. É o único

sistema defensivo que se conhece o autor, Vlado Stenzel (Ribeiro, 1987; Antón Garcia, 2006). É

composto por 3 linhas defensivas (Ribeiro, 1987; Kandija, 1989; Mraz, 1989; Oliveira, 1995;

Cuesta, 2000; Laguna, 2005; Antón Garcia, 2006) no qual os jogadores têm as seguintes

funções:

- extremos: condicionar e controlar as acções do adversário directo impedindo-o de rematar,

ajudar o colega de equipa mais próximo, impedir as entradas e acompanhando-as até efectuar

a troca de marcação e sair ao portador da bola na sua zona de acção;

- central: dirigir a defesa, realizar marcação de intercepção sobre o pivot que realiza uma

entrada aos 6 metros, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador da bola na

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sua zona de acção em coordenação com o lateral desse lado, impedir a concretização de

qualquer remate no seu espaço de actuação;

- defesas avançados laterais: sair ao portador da bola, condicionar as acções do adversário,

impedir a concretização de qualquer remate no seu espaço de actuação, acompanhar a

entrada aos 6 metros e fazer a troca de marcação, interceptar qualquer passe para o interior

da defesa;

- defesa avançado central: dirigir a defesa, realizar marcação de intercepção sobre os pivots

que permaneçam nos 6 metros, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador

da bola na sua zona de acção em coordenação com o lateral desse lado, impedir a

concretização de qualquer remate no seu espaço de actuação.

Com as 3 linhas defensivas é realçada a importância dos defensores laterais atacarem

directamente os seus adversários directos, quando têm a posse de bola e colocar-se nos 6

metros quando a bola se encontra nos extremos. Outra característica é facilidade com que se

pode transformar nos sistemas 5:1, 3:3, 1:5, 5+1 e 4+2 (Ribeiro, 1987). O maior problema

reside na distância entre todos os defensores, que dificulta os processo de colaboração entre

eles (Espina, 2009).

Sistemas de defesa mistos ou combinada (5+1 e 4+2)

É uma construção que tem como principal característica responsabilizar um ou dois defensores

numa marcação exclusiva ao adversário (Falkowski & Fernandez, 1987; Espina, 2009), para

limitar as acções de jogadores influentes numa equipa devido à sua capacidade de remate

e/ou de organização de jogo, ou ainda para resolver uma situação momentânea (superioridade

numérica, momentos finais de jogo). Devido às marcações individuais o espaço entre e nas

linhas defensivas diminuiu significativamente (Oliveira, 1995).

A sua composição baseia-se em 4 ou 5 jogadores numa 1ª linha defensiva (dois extremos e

dois laterais, ou dois extremos, dois laterais e um central) e um ou dois elementos em

marcação individual (Mraz, 1989; Oliveira, 1995), que desempenham as seguintes funções:

- extremos: condicionar e controlar as acções do adversário directo impedindo-o de rematar,

ajudar o colega de equipa mais próximo, impedir as entradas e acompanhando-as até efectuar

a troca de marcação e sair ao portador da bola na sua zona de acção;

- laterais: sair ao portador da bola na sua zona de acção em coordenação com o central,

condicionar e controlar as acções do lateral contrário, efectuar marcação de intercepção ao

pivot em coordenação com o central, acompanhar as entradas aos 6 metros do seu adversário

directo e realizar a troca de marcação;

- central: dirigir a defesa, realizar marcação de intercepção sobre os pivots que permaneçam

nos 6 metros, garantir equilíbrio da organização defensiva, sair ao portador da bola na sua

zona de acção em coordenação com o lateral, impedir a concretização de qualquer remate no

seu espaço de actuação.

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Sistemas de defesa individual

O desenvolvimento dos sistemas defensivos em dinâmica e profundidade é facto constatado

(Oliveira, 1995; Espina, 2009). Oliveira (1995) relatou que nos anos 30 as equipas utilizavam

sistemas defensivos individualizados, que foram recuando até aos 6 metros à medida que a

capacidade ofensiva técnica e táctica melhorava. Contudo, referiu também que

tendencialmente as equipas em termos defensivos ocupam cada vez mais espaço no terreno

de jogo e em maior número situações de defesa individual.

A marcação individual pode ser entendida como uma forma de defender os adversários

directos de forma inequívoca e muito próxima, independentemente da sua posição no terreno

de jogo. É utilizado normalmente para surpreender o adversário em determinados momentos

do jogo (finais de jogo em desvantagem no marcador) para desfazer a organização colectiva do

ataque (Espina, 2009).

Este tipo de sistema deve considerar dois factores (Oliveira, 1995):

- a distância a que a defesa joga da baliza (todo o campo, meio campo ou próxima da baliza).

Se a distância a que a defesa joga é próxima da baliza permite que sejam realizadas trocas de

marcação. Nas marcações a campo a inteiro e a meio campo as possibilidades de compensação

de um erro defensivo são reduzidas. Por outro lado a elevada proximidade com o ataque

adversário possibilitam alguns êxitos devido a intercepções e a falhas técnicas;

- e a distância entre o defensor e o seu adversário. Este factor encontra-se dependente da

qualidade técnica e das características físicas do adversário, tendo que se ter em consideração

um equilíbrio na distribuição das tarefas defensivas em função da criatividade, rapidez e

estatura do adversário.

2.4. Tendências dos Estudos em Análise do Jogo de Andebol A observação e análise de jogo têm sido utilizadas como âmbito de estudo por treinadores e

investigadores, apresentando vários objectivos dos quais se destaca, para a área do treino

desportivo: conhecer e analisar o comportamento da própria equipa e da adversária, para a

melhoria da prestação e da preparação desportiva.

Na última década houve um aumento dos estudos realizados na modalidade de Andebol

(Prudente, 2006; Silva, 2008). Na sua maioria, os estudos existentes baseiam-se na análise das

grandes competições internacionais, nomeadamente Campeonatos do Mundo, da Europa e

Jogos Olímpicos.

Em cada grande evento desportivo da International Handball Federation (IHF) ou da European

Handball Federation (EHF) são realizados relatórios e estudos distintos das provas que se

disputaram. Estes trabalhos são elaborados por especialistas que utilizam os indicadores

estatísticos de jogo, as medidas antropométricas, relacionando com as posições dos jogadores,

com os métodos de jogo, entre outros aspectos. Alguns destes trabalhos não cumprem as

exigências das investigações de âmbito académico. Em grande parte são do tipo de descritivo,

e centram a sua atenção, nos aspectos ofensivos, destacando-se em especial as desigualdades

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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numéricas e o contra-ataque. Por outro lado, é dado conta de trabalhos de âmbito académico

com recurso a metodologias, técnicas e instrumentos validados cientificamente.

Uma vez que este estudo se desenvolve numa competição masculina sénior no âmbito do alto

rendimento serão apresentados os estudos que foram realizados neste mesmo cariz. É

pretendido com este capítulo apresentar os trabalhos realizados em Portugal e alguns do

estrangeiro que utilizem a análise do jogo de Andebol como enfoque da sua investigação. Os

estudos realizados no Andebol podem ser classificados de acordo com o processo de jogo,

técnicas estatísticas, objecto de estudo, processos de jogo. Independentemente da sua forma

de classificação será possível registar tendências nos estudos efectuados. A descrição e a

classificação destes estudos permitirá caracterizar as tendências das investigações realizadas e

recolher indicadores e dados pertinentes para a selecção de variáveis.

Para além da referência aos trabalhos realizados sobre análise do jogo de Andebol (ANEXO 1 -

Quadro síntese de Estudos de Análise de Jogo em Andebol) serão apresentados os principais

resultados16 daqueles que abordaram objectiva ou indirectamente resultados relacionados

com os aspectos e componentes defensivas do jogo, no âmbito do alto rendimento em

competições masculinas. Posteriormente serão distinguidos aqueles que recorram à análise

sequencial como forma de tratamento dos dados recolhidos, independentemente do processo

de jogo que estudaram. Todos estes trabalhos consultados constituíram um ponto de partida

para a definição da problemática do estudo e de referência para o processo de selecção das

variáveis.

2.4.1. Investigação em Observação e Análise de Jogo no Andebol Na modalidade de Andebol, nos últimos anos, têm aumentado o número de estudos baseados

na análise do jogo, procurando explicações para a distinção do desempenho em competição.

Ao longo dos anos, vários estudos têm procurado determinar quais os factores que levam uma

equipa a ser mais eficaz do que outra durante um jogo (Leitão, 1998; Magalhães, 1999; Silva,

2000b; Volossovitch, 2005; Prudente, 2006).

Prudente (2006), indica que os estudos realizados ao nível do Andebol, à semelhança de outras

modalidades têm utilizado a análise de jogo como forma de entender o desempenho no jogo,

tendo em conta distintos indicadores (morfológico, energético, motor, psicológico, técnico e

táctico).

Inicialmente os estudos científicos sobre o rendimento no jogo de Andebol tentaram

interpretar o desempenho baseando-se nas características morfológicas e antropométricas

dos jogadores, procurando relacioná-las com as posições específicas que ocupavam no terreno

de jogo e a classificação alcançada no final das competições (Prudente, 2006). Posteriormente

seguiram-se os estudos baseados em indicadores fisiológicos que procuravam determinar a

especificidade do esforço dos jogadores em jogo (Borges, 1996; Maia, Galvão & Ribeiro, 1989).

Sucedeu-se a observação das situações de jogo que procuram entender o rendimento dos

16 É necessário ter em consideração que as diferenças apresentadas nos resultados dos trabalhos pode

ter sido caracterizada pelas mudanças significativas que ocorreram nas regras do jogo de Andebol até à

presente data.

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jogadores e equipas, pelos indicadores de jogo individuais e colectivos, referentes às acções

realizadas em termos ofensivos, e posteriormente defensivos, recorrendo sobretudo à análise

quantitativa.

A procura e a análise quantitativa/qualitativa de indicadores individuais e colectivos, na busca

do entendimento da prestação desportiva no jogo de Andebol, passaram a ser matéria de

estudo por parte dos investigadores.

2.4.2. Análise de Jogo de Andebol e o Estudo do Processo Defensivo Landuré, Petit e Bana (1993) identificaram e classificaram os perfis dos jogadores defensores e

os sistemas defensivos mais utilizados pelas selecções que participaram no Campeonato do

Mundo de 1993. Segundo Gomes (2008), os autores distinguiram os defensores como

“neutralizadores-blocadores” e “perturbadores-interceptores” em função das características

morfológicas e disponibilidade motora com as acções realizadas em jogo. Os sistemas

defensivos mais utilizados foram o 6:0 e o 5:1.

Algo que Klein (1998), na análise realizada ao Campeonato da Europa de 1998, reforça

indicando que os sistemas defensivos mais utilizados foram o 6:0 e o 5:1. Neste trabalho o

autor caracteriza o 6:0 utilizado pela Suécia, como um sistema defensivo compacto, com

quatro elementos centrais de elevada estatura, envergadura e mobilidade. Apresenta como

referência para o sistema defensivo 5:1 da selecção da Rússia, com três defensores centrais de

elevada envergadura e um defensor avançado com muita mobilidade e disponibilidade

motora. Apontou ainda que as equipas melhor classificadas possuíam até dois defensores

especializados, exigindo a realização de substituições nas transições entre os processos

ofensivo e defensivo.

Czerwinski (2000), na sua análise ao Campeonato da Europa de 2000, corrobora com esta

última ideia referindo que quase todas as equipas utilizam jogadores especialistas na defesa,

chegando a realizar até três substituições. O autor aponta características particulares fazendo

distinção:

- do sistema defensivo 6:0 utilizado pela Suécia que se destacava dos seus adversários

pela sua profundidade na zona activa de jogo, possibilitando uma maior eficácia no

número intercepções;

- entre o sistema defensivo 5:1 utilizado pela selecção Francesa e pelas selecções da

Espanha e da Rússia:

- a selecção Francesa apresentava um defensor avançado com elevada

disponibilidade motora e capacidade táctica para a realização de acções antecipativas

na tentativa interceptar e/ou perturbar o adversário;

- as selecções de Espanha e da Rússia, o defensor avançado tentava

condicionar as trajectórias interiores dos laterais contrários à posição da bola;

- do sistema defensivo 3:2:1 da selecção Portuguesa destacando o número de

intercepções realizadas, atribuindo este feito à boa condição física dos jogadores;

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Sousa (2000) apresentou como objectivo modelar o processo defensivo, analisando 389

sequências defensivas das 4 selecções melhor classificadas e da selecção Portuguesa, quando

participaram no Campeonato da Europa de 2000. Concluiu que:

- a frequência da recuperação da posse de bola é superior para as selecções melhor

classificadas;

- as melhores selecções utilizaram preferencialmente os sistemas defensivos 6:0 e o

5:1 e que as principais acções de recuperação são a defesa do guarda-redes, o ressalto

defensivo, a falha técnica e a intercepção da bola;

- nos sistemas defensivos mais utilizados, apesar de serem de uma ou duas linhas

defensivas os jogadores apresentaram uma grande mobilidade e disponibilidade para a

perturbação e a recuperação da posse de bola.

Silva (2000a) ao procurar identificar o menor número de indicadores de jogo que distinguiriam

as equipas vencedoras das derrotadas, entre os 287 jogos dos Campeonatos Nacionais de

Andebol Masculinos de Portugal, entre as épocas 95/96 e 96/97, concluiu que:

- existiu uma relação entre a eficácia do guarda-redes e os defensores;

- os aspectos defensivos são particularmente mais importantes nos jogos equilibrados;

- a eficácia do guarda-redes apresentou-se como um indicador comum às diferentes

classificações atribuídas aos jogos observados (normais, equilibrados e

desequilibrados).

Calvo e Herrero (2001) realizaram um estudo que teve como objectivo identificar as causas dos

erros defensivos. Para analisar o funcionamento do sistema defensivo 5:1 das Selecções de

Espanha e França pelos registos obtidos nos processos defensivos, construíram um sistema de

observação com: um campograma (para identificar as zonas onde ocorreram os erros

defensivos), o período de jogo, a distância do sucesso ofensivo, as causas e a distribuição dos

erros. Verificaram que:

- a zona mais vulnerável para ambas as selecções foi a central (Espanha, 49,11% e

França, 45,11%), registando-se ainda um equilíbrio com os lados esquerdo e direito;

- apesar não terem sido registadas diferenças significativas, entre os períodos de jogo,

a selecção de Espanha cometeu mais erros defensivos entre os 0’ e os 10’ e entre os

30’ e os 40’, enquanto a selecção Francesa entre os 10’ e os 20’;

- ocorreram menos erros defensivos, e para ambas as selecções, entre os 40’ e os 50’;

- as duas selecções apresentaram também valores similares no que diz respeito à

distância do sucesso ofensivo, ocorrendo por mais ocasiões perto da 1ª linha defensiva

e nas causas mais frequentes (1x1);

- a selecção de Espanha cometeu mais erros devido a más trocas defensivas enquanto

a sua congénere Francesa no contra-bloqueio;

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- os erros defensivos, para a selecção de Espanha significaram 77,11% dos golos e para

a selecção Francesa 59,03%.

Volossovitch, Barbosa e Reinaldo (2002) procuraram identificar a influência da prestação do

guarda-redes no resultado final do jogo e analisar a correlação entre a média de eficácia dos

guarda-redes e a classificação final das suas equipas. Concluiram que os níveis de eficácia dos

guarda-redes, inferiores a 10% e superiores a 40%, por si só representam um factor

determinante para o desfecho final dos jogos.

Sevin e Taborsky (2004ab) procuraram sistematizar o sistema defensivo base e as alternativas

de cada selecção na análise do Campeonato da Europa de 2004 e concluíram que:

- as selecções da Suécia e da Islândia utilizaram somente um sistema defensivo,

enquanto as suas congéneres apresentaram pelos menos um sistema defensivo

alternativo;

- o sistema defensivo mais utilizado foi o 6:0, com grande profundidade, como sistema

inicial;

- o sistema defensivo 4:2 como sistema base foi apresentado pela selecção da

República Checa;

- durante a 1ª fase da prova as selecções sofreram um elevado número de golos,

sugerindo que não se aplicaram em termos defensivos;

- o desempenho defensivo das selecções da Dinamarca e da Alemanha tiveram maior

destaque nas meias-finais e esta última na final.

Varejão (2004) analisou 2370 sequências ofensivas dos jogos do Campeonato do Mundo de

2003 que terminaram com resultado igual ou inferior a 5 golos. Este autor pretendeu

identificar a variação da distância e da velocidade do primeiro passe do guarda-redes de

Andebol, a forma de recuperação da bola, a alternância de corredores de jogo do processo

defensivo para o processo ofensivo, o número de jogadores envolvidos, o número de passes

realizados, a zona de finalização, a forma de finalização e a duração dos ataques em função da

qualidade das selecções (melhores e piores) e do resultado final da sequência ofensiva (com

golo ou sem golo). Neste estudo foi verificado que:

- os guarda-redes têm um papel decisivo na recuperação da posse de bola e na rapidez

com que se inicia o processo ofensivo, sendo que as melhores selecções realizaram

primeiros passes mais longos e mais rápidos;

- as sequências ofensivas que utilizaram menos jogadores e tempos de ataque

menores terminaram com golo;

- as melhores e piores selecções recuperam a posse de bola com maiores percentagens

por defesa do guarda-redes (vindo ao encontro de Silva, 2000a) e por intercepção

(verificado por Sousa, 2000);

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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- as intercepções como forma de recuperação da bola implicaram sequências ofensivas

com sucesso utilizando pouco jogadores e tempos de ataque menores;

- as melhores selecções optaram por realizar o ataque em sistema quando não o

conseguiram concretizar em contra-ataque, sendo realizados mais passes e variações

de corredores;

- a zona central foi a preferencial para a finalização das melhores e piores selecções,

quer se concretizasse da 1ª ou da 2ª linha ofensiva.

Santos (2004) teve como objectivo principal configurar as tendências do jogo de Andebol com

base na análise da performance táctica ofensiva e defensiva. Foram analisadas 1090 acções de

11 jogos correspondentes às finais de Jogos Olímpicos e Campeonatos do Mundo. Foi realizada

uma análise descritiva, ANOVA, análise factorial, análise K-means Cluster e Teste de Associação

Qui-quadrado. Os resultados demonstraram que:

- o resultado da eficácia do ataque organizado das selecções vencedoras foi

significativamente superior ao da eficácia do ataque organizado das selecções

vencidas;

- os indicadores da eficácia ofensiva, da eficácia ofensiva em superioridade numérica e

da eficácia defensiva podem pertencer ao grupo dos indicadores que diferenciam as

selecções vencedoras das vencidas;

- quando associados os indicadores, relativos ao jogo defensivo em geral, alcançam

níveis mais elevados em relação aos indicadores relativos ao jogo ofensivo, o que

possibilitou afirmar que os indicadores relativos ao jogo defensivo têm vindo a

conseguir cada vez mais importância no quadro do sucesso desportivo do Andebol;

- se verificou um aumento significativo nos níveis de eficácia dos indicadores

relacionados com a recuperação da posse da bola sem golo sofrido;

- se verificou uma tendência para as selecções vencedoras utilizarem dois sistemas

defensivos por jogo, geralmente, do tipo por zona: fechado, o 6:0 e o 5:1 e aberto, o

3:2:1;

- os elevados níveis de perda da posse da bola por falhas técnico-tácticas estiveram

directamente associados à forma agressiva e pressionante do jogo defensivo individual

e colectivo;

- o lote de indicadores que de forma hierarquizada melhor traduziu o sucesso no jogo

de Andebol foi constituído pela: eficácia do ataque organizado, eficácia ofensiva,

eficácia ofensiva em superioridade numérica e pela eficácia defensiva;

- o lote de indicadores que melhor descreveu a organização táctica ofensiva e

defensiva do jogo de Andebol foi formado pelo: ataque organizado, ataque rápido,

perda da posse da bola por golo marcado, meio táctico individual remate espontâneo,

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meio táctico colectivo cruzamento, origem do processo ofensivo por reposição do

guarda-redes e defesa em inferioridade numérica;

- ao longo das últimas duas décadas verificou-se um aumento significativo dos níveis

de eficácia dos indicadores relacionados com a recuperação da posse da bola sem golo

sofrido, nomeadamente, a origem do processo ofensivo por defesa e reposição do

guarda-redes, intercepção, desarme, bloco e ressalto defensivo e por falha técnico-

táctica do adversário;

- existiu uma correlação positiva entre o nível de eficácia do guarda-redes e o sucesso

desportivo no Andebol.

Rodrigues (2005) recorreu a 98 jogos dos Campeonatos da Europa de 2002 e de 2004 para

analisar o poder discriminatório dos indicadores do jogo de Andebol em função do tipo de

jogo. Relativamente ao processo defensivo concluiu que:

- a eficácia dos guarda-redes é superior nos jogos das fases de grupos e representa um

dos principais indicadores para as selecções vitoriosas;

- nos jogos a eliminar as selecções demonstraram:

- maior agressividade defensiva, traduzida num maior número de faltas

técnicas provocadas e acções defensivas efectuadas, não sendo possível

determinar se existe de facto uma maior eficácia defensiva neste tipo de jogos;

- uma elevada capacidade de obter e evitar golos da 1ª linha ofensiva sendo

aquelas que apresentam melhores condições para serem bem sucedidas;

- maior eficácia das acções defensivas (superiores às dos jogos de grupo);

- maior percentagem de golos sofridos em penetração e de um contra-ataque;

- maior percentagem de faltas técnicas provocadas e percentagem de remates

sofridos em penetração.

- ao discriminar as selecções vencedoras das derrotadas com o menor conjunto de

indicadores, registou que:

- defensivamente existiu uma maior eficácia dos guarda-redes a remates da 1ª

linha ofensiva;

- as selecções vitoriosas apresentaram maiores valores de percentagem de

golos sofridos da 1ª linha ofensiva;

- as selecções derrotadas apresentaram maior percentagem de golos sofridos

de contra-ataque e de 2ª linha ofensiva e também maior percentagem no total

de remates sofridos;

- nos jogos da fase de grupos as selecções apresentaram maior qualidade de

intervenção do sistema defensivo e do guarda-redes;

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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- as selecções vitoriosas nos jogos da fase de grupos obtêm uma elevada

oposição aos remates efectuados a partir da 1ª linha ofensiva;

- em geral, os resultados apontam para a existência de uma interdependência entre os

aspectos ofensivos e os defensivos.

Pollany (2006) também referiu, na análise do Campeonato da Europa de 2006, que:

- os sistemas defensivos mais utilizados foram o 6:0 e o 5:1 e recomendou um maior

cuidado na análise dos sistemas uma vez que estes permitiam distintas interpretações;

- as selecções apresentavam um sistema defensivo alternativo para utilizar em

situações desfavoráveis e que quando se encontravam em superioridade numérica

eram mais pressionantes;

- continuaram a existir jogadores que só participam no processo defensivo;

- as selecções apresentaram defensores com trajectórias e papéis bem definidos

durante o processo defensivo;

- a selecção da Dinamarca destacou-se como a selecção mais criativa do ponto visto

defensivo, devido ao funcionamento e ao conjunto de alterações decorrentes em cada

jogo, considerando-a como a melhor a realizar recuperação defensiva:

- apresentou uma boa coordenação entre os defensores e os guarda-redes na

utilização do bloco (apesar de não ser a acção mais utilizada);

- a selecção de Espanha apresentou o sistema defensivo 6:0 com dois jogadores de

elevada estatura nas posições centrais, contudo foi muito permissiva na finalização

adversária, denotando-se falta de coordenação entre os jogadores:

- o bloco à semelhança da selecção da Dinamarca foi pouco utilizado;

- o processo defensivo foi decisivo para o sucesso da selecção Francesa tendo poucas

exclusões e utilizando quase em absoluto o sistema 5:1 com diferentes formas de

actuação dos seus jogadores:

- com um maior número de acções de bloco, quando comparada com as

selecções anteriores.

De entre os dados recolhidos da estatística oficial do Campeonato da Europa de 2008, Pokrajac

(2008) procurou recolher informação no sentido de construir um perfil do Andebol actual,

analisando as selecções melhor classificadas e comparando com as restantes da mesma prova.

Recorreu a indicadores de ataque e da defesa provenientes da estatística de jogo e concluiu

que foram os pequenos detalhes que distinguiram as equipas melhor classificadas: a eficiência

no remate, uma boa defesa (25 a 27 golos sofridos), poucas faltas e mais blocos realizados.

Taborsky (2008), para a mesma prova, afirma que, e de acordo com o esperado, os guarda-

redes apresentaram melhor eficácia nos remates da 1ª linha ofensiva, seguido dos remates da

zona de extremos. As restantes situações apresentaram relativamente a mesma eficiência.

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O estudo qualitativo de Hergeirsson (2008) baseou-se na observação e na utilização dos

indicadores estatísticos dos jogos da fase principal e das fases finais das 6 selecções melhor

classificadas, no Campeonato da Europa 2008. O autor indicou que:

- a diminuição da eficiência dos golos marcados pode ser entendida como uma reacção

de uma boa recuperação defensiva, defesa organizada e desempenho do guarda-

redes, em comparação com o Campeonato Europeu da Suíça de 2006;

- os guarda-redes defenderam mais remates de curta distância, que poderá ter sido

devido à melhoria e desenvolvimento da capacidade técnica-táctica, a uma melhor

cooperação com os defensores, a utilização de sistemas defensivos mais compactos

(6:0 e 5:1) com jogadores dinâmicos que preveniam e diminuiam o aparecimento de

espaços de finalização;

- a defesa organizada encontra-se a progredir tanto individualmente como

colectivamente;

- a recuperação defensiva está a ser interiorizada pelos jogadores assim que a equipa

perde a posse de bola, quer seja por golo marcado ou por outra situação que devolva a

posse de bola ao adversário;

- o sistema defensivo 6:0 foi utilizado por quase todas as selecções como o principal

sistema ou como alternativo (excepto para as selecções da França, Rússia, Hungria e

Montenegro);

- as selecções da Dinamarca, da Croácia e de França apresentaram jogadores que

demonstraram movimentos dinâmicos e flexibilidade táctica com os sistemas

utilizados;

- a selecção da Dinamarca utilizou um sistema defensivo 6:0 muito dinâmico e activo

especialmente na zona central com 4 jogadores, que pressionavam os jogadores entre

os 6 e 10 metros e ainda defendiam com sucesso o pivot;

- a Croácia foi a selecção que variou mais o seu sistema defensivo (5:1, 6:0 e 3:2:1);

- a selecção Francesa utilizou o sistema defensivo 5:1, com jogadores muito flexíveis e

fortes no 1x1;

- contrariando as expectativas dos peritos, as selecções ainda apresentaram jogadores

especialistas na defesa. Este facto pareceu não afectar a recuperação defensiva uma

vez que os jogadores pareceram ocupar melhor o espaço, no sentido de evitar golos de

contra-ataque e reposição rápida.

Gomes (2008) ao analisar e descrever o processo defensivo em situação de igualdade

numérica 6x6, das selecções classificadas nos três primeiros lugares do Campeonato da Europa

de Andebol de 2006, construiu um instrumento para registar os indicadores defensivos de

jogo: acção realizada, zona do campo, sistema defensivo, fase do jogo e duração do processo

defensivo. Verificou a associação entre os indicadores defensivos e o sucesso da selecção

concluindo que:

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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- a intercepção foi a acção defensiva que mais se associou com o sucesso do processo

defensivo;

- o sucesso do processo defensivo revela uma dependência significativa da pressão

sobre o remate e o bloco (sendo as selecções de França, de Espanha e da Dinamarca

que exercem uma forte pressão sobre a finalização ofensiva);

- o erro nas situações 1x1 foi o principal motivo do insucesso dos processos defensivos

(também verificado por outros autores);

- o desempenho dos guarda-redes revelou-se um factor determinante do sucesso do

processo defensivo para as três selecções melhor classificadas;

- as recuperações da posse de bola sem sofrer golo aconteceram 46,6% para a selecção

de França, 54% para a selecção de Espanha e 52,5% para a selecção daDinamarca;

- a grande parte dos processos defensivos terminava com finalização na zona central

da 1ª linha defensiva (registado também por Sousa, 2000);

- a elevada eficácia das selecções na 2ª linha defensiva deveu-se à actuação: do

defensor avançado para a selecção Francesa, dos defensores laterais para a selecção

de Espanha e dos dois defensores centrais para a selecção da Dinamarca;

- os sistemas defensivos mais utilizados foram o 5:1 e o 6:0 porém as selecções

apresentaram diferentes formas de interpretação intra e inter selecção, em diferentes

momentos do jogo (conforme recomendou Pollany (2006));

- a fase de defesa organizada revelou-se a mais eficaz do processo defensivo em

igualdade numérica, visto que 77,8% dos processos defensivos terminaram naquela

fase;

- os processos defensivos mais longos foram os mais eficazes (corrobora com Varejão,

2004);

- os guarda-redes têm um papel fundamental na eficácia dos processos defensivos

mais longos.

O autor distinguiu ainda a eficácia dos jogadores na recuperação da bola no processo

defensivo em função da sua duração. Apontou para diferenças significativas entre as selecções

quanto à duração do processo defensivo quando termina em golo ou em defesa do guarda-

redes, referindo que a capacidade de adiar a fase de finalização da equipa adversária é um

factor que influencia a eficácia dos processos defensivos.

Gomes, Volossovitch, Ferreira e Infante (2009) pretenderam caracterizar os processos

defensivos das equipas com êxito, em situação de igualdade numérica de 6x6 e a sua duração.

As sequências com intervalos de duração entre 0 a 10 e 21 a 30 segundos representaram

54,9% do processo defensivo. A eficácia defensiva das equipas é de 51,54% (23,85% devido

acções dos defensores e 27,69% devido às acções do guarda-redes. A importância dos guarda-

redes aumenta com a duração do processo defensivo. 48,46% corresponde à percentagem que

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termina em golo, ocorrendo mais golos nos intervalos com duração de 21 a 30 segundos, com

uma percentagem de 33,13%.

Gutiérrez e Férez (2009) realizaram um estudo que pretendeu quantificar a forma de

finalização das acções ofensivas em situações de igualdade numérica em função do sistema

defensivo para valorizar este último, através de 3 coeficientes: eficácia defensiva, produção

defensiva e resolução defensiva. Foram analisados 36 jogos, 17 referentes ao Campeonato da

Europa na Suíça em 2006 e 19 do Campeonato do Mundo na Alemanha em 2007. Daqui

resultaram 2837 unidades de análise em igualdade numérica. Os principais resultados referem

que:

- os sistemas defensivos mais utilizados em igualdade numérica foram o 6:0 e o 5:1,

reportando a 86,39% das acções defensivas;

- o sistema defensivo 6:0 foi utilizado em 54,7% das situações defensivas em igualdade

numérica;

- foi verificada uma maior proporção das acções recebidas nas defesas fechadas (6:0)

quando comparadas com as defesas abertas (5:1, 3:2:1, 5+1) como é o caso da

exclusão e dos livres de 7 metros com exclusão;

- as defesas abertas apresentaram valores superiores em recuperações de bola através

de faltas técnicas, remates falhados, perdas de bola e jogo passivo;

- se verificou uma diferença na percentagem de golos sofridos para os sistemas

fechados 33,74% e para os sistemas abertos 36,85%, o que sugere uma maior eficácia

das defesas fechadas;

- os remates falhados ocorreram nas defesas abertas, o que indica que, apesar de

existirem mais remates, estes realizaram-se em piores condições;

- a utilização do sistema defensivo 6:0 provocou o dobro das faltas, tendo sido

apontada como explicação a elevada densidade defensiva do sistema;

- através dos coeficientes, o sistema defensivo 6:0 revelou-se como o mais eficaz em

situações de igualdade numérica, sendo recomendada a sua utilização caso se

disponha de jogadores de elevada envergadura e se a intenção for o bloco defensivo e

se pretender sofrer o menor número de golos. Contudo, se o objectivo for forçar o

remate e recuperar a bola pela defesa do guarda-redes, o sistema defensivo 5:1

deverá ser o utilizado.

Síntese

Os estudos apresentados identificaram e caracterizaram os sistemas defensivos mais

utilizados, em diferentes competições sobretudo internacionais (Campeonato da Europa,

Campeonato do Mundo e Jogos Olímpicos), descriminando as principais funções e acções dos

jogadores. Foi verificada uma tendência das melhores selecções recorrerem a pelo menos dois

sistemas defensivos muito dinâmicos por jogo, com diferentes formas de interpretação e de

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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intra e inter relação, em diferentes momentos do jogo, uma do tipo fechada (6:0 e 5:1) e outra

aberta (3:2:1). Para as situações desfavoráveis as selecções costumam recorrer à utilização de

sistemas defensivos alternativos. A utilização de jogadores especialistas durante o processo

defensivo foi também uma característica referida.

É dado conta de um aumento significativo da eficácia dos indicadores relacionados com a

recuperação da posse da bola sem golo sofrido pelos jogadores defensores e pela reposição do

guarda-redes, interceptação, desarme, bloco e ressalto defensivo e por falha técnico-táctica do

adversário. A recuperação da posse de bola sem sofrer golo é superior nas selecções melhor

classificadas, tendo como principais acções: a defesa do guarda-redes, o ressalto defensivo, a

falha técnica e a intercepção da bola. A recuperação da posse da bola por falhas técnico-

tácticas encontra-se directamente associada à forma assertiva e pressionante, sobre as linhas

de passe e remate, quer em termos individuais quer em termos colectivos.

Os guarda-redes são referidos como decisivos na recuperação da posse de bola, tendo sido

verificada a existência de uma relação entre a eficácia dos guarda-redes e a defesa (um

indicador comum independentemente da classificação) e de uma correlação positiva entre a

eficácia do guarda-redes e o resultado do jogo. Os níveis de eficácia do guarda-redes inferiores

a 10% e superiores a 40% foram apresentados como factor determinante para o resultado final

do jogo, dando conta de uma maior eficácia nos remates da 1ª linha ofensiva. Para além da

defesa do guarda-redes, a intercepção é a acção defensiva que também se associa ao sucesso

do processo defensivo e que ocorre com percentagens consideráveis, contribuindo para o

desenvolvimento de situações ofensivas eficazes. Nos estudos foram identificadas mais acções

defensivas realizadas próximo da 1ª linha defensiva, sendo a zona central do terreno de jogo

como a mais vulnerável, uma vez que também é a preferencial para a finalização.

Em termos de contexto, os aspectos defensivos apresentaram-se como os mais relevantes nos

jogos considerados equilibrados. Foram realizados estudos para determinar quais os

momentos em que as selecções foram mais eficazes. Os processos defensivos mais longos

foram os mais eficazes, tendo o guarda-redes um papel fundamental. A importância dos

guarda-redes aumenta com a duração do processo defensivo. O método organizado revelou-se

o mais eficaz do processo defensivo em igualdade numérica, uma vez que grande parte deste

processo terminou naquele método.

Durante as fases de grupo das competições as selecções concederam mais golos do que nas

fases seguintes, contudo apresentaram uma maior qualidade de intervenção do sistema de

defensivo e a eficácia dos guarda-redes foi superior, principalmente da 1ª linha ofensiva,

representando um dos principais indicadores para distinguir as selecções vencedoras. Nos

jogos a eliminar as selecções apresentaram um maior número de falhas técnicas e de acções

defensivas.

Na generalidade, os indicadores relativos ao processo defensivo, quando associados, alcançam

níveis mais elevados do que os do processo ofensivo, apontando para a existência de uma

interdependência entre os aspectos ofensivos e os defensivos. A defesa durante o método

organizado encontra-se a progredir tanto individualmente como colectivamente. A utilização

de defesas compactas e dinâmicas, com diferentes formas de interpretação, com uma boa

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Página 43

coordenação e cooperação entre os defensores (jogadores com uma grande mobilidade e

disponibilidade para a perturbação e a recuperação da posse de bola) e o guarda-redes e, o

desempenho deste último, as poucas exclusões e as poucas faltas apresentam-se como

decisivos para o sucesso do processo defensivo. Os instrumentos para registar os indicadores

defensivos de jogo têm-se baseado na acção realizada, na zona do campo, no sistema

defensivo, no método de jogo e na duração do processo defensivo. Poucos foram os estudos

que procuraram contextualizar o processo defensivo através da localização da bola e das

acções no terreno de jogo, possivelmente devido à utilização de indicadores estatísticos de

jogo.

Dos estudos apresentados foi possível estabelecer que as equipas de alto rendimento

analisadas:

Constatou-se que os estudos realizados na observação das componentes técnico táctica são

escassos, embora se tenha notado um aumento neste sentido, algo que Magalhães (1999),

Prudente (2000) e Silva (2008) também registaram. A dimensão táctica assume um papel

fundamental tanto no jogo (Bayer, 1994; Antón Garcia, 1998, 2002) como para a investigação,

na medida em que, em termos ofensivos a criação de uma situação vantajosa que facilite ou

permita o golo, é um dos principais objectivos do jogo de Andebol e, em termos defensivos é a

recuperação da bola sem sofrer golo. Os estudos que recorreram ao processo ofensivo como

objecto de estudo (e.g. Borges, 1996; Oliveira, 1996; Barbosa, 1999; Mortágua, 2003)

aparecem em maior número que os estudos que retratam o processo defensivo.

Silva (2000a) e Prudente (2006) ao realizarem um levantamento de estudos efectuados sobre

o Andebol identificaram um conjunto de estudos analíticos que analisavam os factores

condicionantes do rendimento fora do contexto de jogo e, um outro conjunto de estudos que

partiu da análise do jogo e que procuravam, da forma mais contextualizada possível, estudar

os factores de rendimento desportivo. Os estudos analíticos centraram-se nas características

dos jogadores e procuravam determinar um perfil morfológico dos jogadores de Andebol. Os

• apresentam um sistema defensivo base tendo dois ou mais como alternativos,

destacando-se os sistemas 6:0 e o 5:1;

• alteram o sistema defensivo quando se encontram numa situação desfavorável;

• apresentam uma defesa caracterizada por uma maior mobilidade dos jogadores na

procura do erro do adversário;

• utilizam jogadores especializados para defender durante o método organizado, ocupando

estes jogadores a zona central;

• apresentam como aspecto fundamental para o sucesso defensivo a colaboração dos

defensores com o guarda-redes;

• identificam as acções de 1x1 e as trocas defensivas como as principais razões para o erro

defensivo;

• constatam um maior sucesso na recuperação defensiva devido à definição de papéis e

trajectórias dos jogadores;

• associam a recuperação da posse de bola sem sofrer golos a indicadores como a intercepção, o desarme, o bloco e defesa do guarda-redes.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 44

estudos baseados na análise de jogo procuraram: caracterizar a actividade física dos jogadores

em contexto de jogo, analisar as componentes técnicas e analisar os aspectos tácticos. Silva

(2000a) tendo em conta a metodologia utilizada caracterizou a maioria dos estudos como

descritivos e classificou-os pelas técnicas estatísticas que utilizaram para o tratamento dos

dados, organizando-os como: univariados, bivariados e multivariados.

Freitas (2007) e Varejão (2004) indicaram que uma percentagem considerável de trabalhos

centrou-se no registo de frequências de um determinado conjunto de acções técnico-tácticas

realizadas pelos jogadores. Estes estudos incidiram na análise do jogo e na natureza descritiva

do mesmo para dar a conhecer uma melhor e mais abrangente realidade do jogo (Sanchez,

1991; Pokrajac, 2008), contudo enquadram-se num conceito de descrição, muitas vezes de

carácter individual, pouco ajustadas às questões multidimensionais de aspectos importantes

do jogo (Varejão, 2004).

Assim, devido às múltiplas dimensões que o jogo de Andebol apresenta e à sua

imprevisibilidade (Antón Garcia, 1998, 2002; Varejão, 2004) é fundamental a realização de

mais estudos que relacionem a interactividade entre as variáveis das sequências dos processos

ofensivos e defensivos, numa perspectiva multidimensional, uma vez que o rendimento dos

jogadores e equipas resulta de estratégias revistas em padrões de comportamento que se

verificam durante um jogo.

A análise de jogo deve centrar a sua atenção nas acções e comportamentos dos jogadores das

equipas em confronto, duma forma contextualizada pela ordem de ocorrência respeitando o

carácter dinâmico e imprevisível do jogo. Assim, a análise de jogo terá de ser do tipo não

linear, permitindo diferentes níveis de análise.

Serão apresentados de seguida os estudos em Andebol que utilizaram a Análise Sequencial

como técnica de tratamento dos dados.

2.4.3. Estudos com Recurso à Análise Sequencial Os estudos realizados na observação das componentes técnico táctica em Andebol são

escassos, embora se tenha notado um aumento nos últimos anos, assim como aqueles que

recorrem à metodologia observacional (Prudente, 2000), sejam eles no plano teórico

(desenvolvimento conceptual de modelos) ou no plano prático (aplicação de desenhos

observacionais, modelos de registo, aprofundamento das técnicas de análise de dados). A

metodologia obervacional possibilita a utilização de vários procedimentos estatísticos

intensivos para análise dos dados, destacando-se a análise sequencial. Vários estudos partem

do modelo científico básico, utilizando a metodologia observacional e um processo de análise

sequencial – que tem como objectivo obter padrões de sequenciais17 de conduta pela

detecção contingências entre diferentes condutas – para construir um modelo desportivo

(Hernández & Anguera, 2001).

17

Padrões sequenciais de conduta são sequências de categorias/indicadores que ocorrem com uma

frequência significativa distinta à esperada supondo que cada elemento da mesma não se encontra

condicionado pela ocorrência anterior (Bakeman & Quera, 1996) ou seja numa série total de eventos

analisa-se com que possibilidade surgirá uma conduta de um critério definido.

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Página 45

Hernández & Anguera (2001) propuseram um modelo de natureza exploratória que funciona

como modelo descritivo e preditivo das acções motoras em futebol, baseando-se noutros

trabalhos analíticos que possuíam a capacidade de gerar modelos matemáticos. Os modelos

clássicos, com objectivo de determinar as transições das acções de jogo, utilizam o cálculo de

probabilidades em função do retardo definido, considerando fundamentalmente dois tipos de

análise sequencial:

- markoviano18 (McGarry & Franks, 1996): utilizado para descrever a conduta desportiva

observada e para predizer a actuação desportiva;

- retardos (Hernández & Anguera, 2001): que valoriza a resposta da acção que se espera de

uma equipa partindo da conduta anterior com vista à preparação de uma equipa através da

simulação de jogo.

Os investigadores têm utilizado vários métodos de análise recorrendo à análise sequencial

(Ardá, 1998; Hernández, Villena, Garcia, Orozco & Roldán, 2000), análise de clusters (Sousa,

2000), a análise coordenadas polares (Prudente, 2006) e das unidades de competição (Álvaro

& Dorado, 1995).

A análise dos dados encontra-se condicionada pelo desenho do estudo. A análise sequencial

permite que os dados sejam tratados quantitativamente, proporcionando assim uma melhor

compreensão dos comportamentos, para além do seu carácter fundamentalmente qualitativo.

Contudo, é necessário que a natureza dos dados possibilite o registo sincrónico (dados

concorrentes), diacrónico (dados sequenciais) e da duração (tempo) dos eventos. Se o registo

se realiza mediante o parâmetro duração existem diversas possibilidades de utilização de

software e pela sua relevância e utilidade destacam-se: o SDIS – GSEQ (Sequential Data

Interchange Standard - General Sequential Querier) e o Theme (Magnusson, 1996, 2000).

SDIS-GSEQ

É um software que realiza análise sequencial, pela leitura de ficheiros do tipo MDS.

Proporciona operações estatísticas sequenciais como tabelas de frequência de retardo, qui-

quadrado, resíduos ajustados e ainda realiza vários tipos de modificações de dados

(recodificações, agrupamentos e encadeamento de códigos de conduta, através de linguagem

de programação própria. Esta linguagem é considerada ideal para descrever dados sequenciais

obtidos pela observação directa de comportamentos individuais, díades e/ou grupos

(Bakerman & Quera, 1996).

Theme

Uma das técnicas analíticas mais recentes, nestes últimos anos, é a detecção de padrões

temporais registada em fotogramas (frames) (sendo possível realizá-la em outras unidades

convencionais de tempo) e que tem vindo a ser conseguido através do software Theme. O

Theme é um programa que permite detecção de padrões temporais – t-patterns – pela análise

estrutural intensiva dos dados considerando a ordem, o tempo e a estrutura hierárquica,

através de um único algoritmo (t-model). Possibilita a opção de filtragem de padrões em

função de critérios, quantitativa e qualitativamente estabelecidos para os objectivos do estudo

18 Uma cadeia de Markov é uma sucessão de variáveis aleatórias cujo seu estado presente não depende

do seu estado no passado (Weisstein, 2006).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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- como a frequência, a complexidade e estrutura - (Magnusson, 1996, 2000). A grande

vantagem dos padrões temporais é permitir a detecção de estruturas temporais particulares

(Anguera, 2004), o que facilita a detecção de estruturas ocultas.

Através de um dendograma, o Theme possibilita a representação das acções que ocorrem

numa ordem, com as distâncias, quanto ao número de frames, que permanecem

relativamente imutáveis, dentro de um intervalo crítico temporal previamente fixo.

De seguida serão apresentados os principais resultados dos estudos realizados em Portugal

que recorreram à análise sequencial para o tratamento dos dados recolhidos da análise do

jogo de Andebol (Tabela 1).

Ribeiro e Silva (2002) ao analisarem as selecções classificadas nos 4 primeiros lugares no

Campeonato da Europa da Suécia, pretenderam verificar a existência de padrões de conduta

entre as zonas onde ocorreram golo e os meios tácticos de grupo que originaram a situação de

ruptura e a sua relação com o resultado final. Pela análise sequencial concluíram que o meio

táctico penetrações sucessivas é uma conduta que induz ao golo e à finalização na zona dos

extremos e que os meios tácticos de grupo cruzamento e permuta são condutas que induzem

a obtenção do golo na primeira linha ofensiva. Verificaram ainda que o meio táctico de grupo

bloqueio é uma conduta que induz a obtenção do golo na segunda linha ofensiva.

Coelho (2003) analisou os jogos da equipa de Andebol do Futebol Clube do Porto de

2002/2003 e estabeleceu uma relação entre os vários sistemas defensivos e resultados do

ataque, recorrendo à análise sequencial. Como principais conclusões destacaram-se:

- a existência de um padrão de conduta para o sucesso da defesa que é activado pela

finalização do ataque na primeira linha ofensiva;

- a existência de um padrão de conduta para o insucesso da defesa que é precedido

pela finalização do ataque na segunda linha ofensiva;

- a finalização na primeira linha ofensiva é activada a partir de passes entre o central e

o lateral, ou de lateral para lateral, em ataques com duração até 10 segundos;

- a finalização na segunda linha ofensiva é activada por passes do extremo para o

lateral, extremo para o pivot, central para o pivot, em ataques com duração

compreendida entre os 10 e os 30 segundos.

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Página 47

Tabela 1 - Estudos portugueses no âmbito da análise de jogo que utilizaram a análise sequencial

Autor

Principal Ano Título

Ribeiro, B. 2002 A importância dos meios tácticos de grupo ofensivos na obtenção do golo em Andebol. Um

estudo com recurso à análise sequencial.

Coelho, J. 2003 A defesa no Andebol. Um estudo com a equipa do Futebol Clube do Porto participante no

Campeonato 2002/2003 da Liga Portuguesa de Andebol.

Tavares, R. 2003 Caracterização do contra-ataque em equipas de andebol feminino. Um estudo realizado com

equipas participantes no Campeonato da Europa de 2002.

Veloso, M. 2003 Análise da oposição do guarda-redes de Andebol com remates de 1ª linha. Um estudo com

equipas participantes na Liga Portuguesa de Andebol.

Prudente, J. 2004 Caracterização do contra-ataque durante o Campeonato da Europa de Andebol de 2002.

Prudente, J. 2005 Análise dos indicadores de sucesso no contra-ataque em Andebol. Estudo do Campeonato da

Europa de Andebol de 2002, com recurso à análise sequencial.

Prudente, J. 2006 Análise da performance táctico-técnica no Andebol de alto nível.

Ferreira, N. 2006 O processo ofensivo em desigualdade numérica no Andebol. Um estudo com recurso à

análise sequencial.

Ferreira, D. 2006 Métodos de jogo ofensivo na transição defesa-ataque em Andebol. Estudo do contra-ataque

e do ataque rápido com recurso à análise sequencial.

Freitas, O. 2007 Metodologia observacional no Andebol. Análise às acções ofensivas da selecção campeã do

Mundo 2007.

Prudente, J. 2007 Análise da interacção guarda-redes/defensor durante o jogo de Andebol, com recurso à

análise sequencial.

Prudente, J. 2008 Analysis of tactical means leading to goal shooting in high level Handball using sequential

analysis and polar coordinates.

Prudente, J. 2008a O time-out no Andebol: análise da tomada de decisão do treinador na utilização do desconto

de tempo durante a competição no Campeonato da Europa de 2008.

Lima, J. 2008 Análise do jogo em Andebol. Estudo do processo defensivo da equipa de Espanha no

Campeonato do Mundo de 2005.

Prudente, J. 2008 Análise da performance táctico-técnica em Andebol de alto nível. Estudo das sequências

ofensivas em diferentes relações numéricas.

Prudente, J. 2008 Analysis of the relation between the mode of regaining the ball, the area where this occurs and whereto the 1st action with ball is made in high level world Handball in male seniors.

Silva, A. 2008 Modelação táctica do processo ofensivo em Andebol. Estudo de situações de igualdade

numérica 7 vs 7, com recurso à análise sequencial.

Silva, J. 2010 A utilização em Andebol da reposição rápida depois do golo e do ataque em sistema após

golo sofrido.

Veloso (2003) procurou identificar os aspectos que influenciaram o sucesso dos guarda-redes

na defesa a remates da primeira linha ofensiva, utilizando a análise sequencial. A amostra foi

composta por todas as acções do guarda-redes nos jogos da Liga Portuguesa de Andebol

2002/2003, destacando-se as seguintes conclusões:

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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- o golo marcado foi activado pelo deslocamento do guarda-redes para o lado

contrário ou ainda pela tentativa de defesa com impulsão com a perna contrária ao do

lado da bola, quando ocorreu um remate cruzado;

- a defesa do guarda-redes foi activada pela técnica de defesa a duas mãos, quando o

remate é realizado ao primeiro poste;

- a defesa em queda é activada pelo remate no primeiro poste e pela oposição com

contacto.

Prudente, Garganta e Anguera (2004, 2005) pretenderam caracterizar o processo do contra-

ataque para identificar os padrões de conduta que traduziram a eficácia nas sete selecções

melhor classificadas no Campeonato da Europa 2002, recorrendo à análise sequencial

retrospectiva. A amostra foi constituída por 306 sequências ofensivas de contra-ataque. As

principais conclusões indicaram que:

- durante a primeira parte dos jogos ocorreram a maioria das sequências de contra-

ataque (52%), com maior frequência entre os 20 e os 30 minutos e menor entre os 50

e os 60 minutos;

- a maioria das sequências decorreram em situações de igualdade 6x6 (69,9%) e em

superioridade numérica 6x5 (20,95%);

- a recuperação da bola, que antecedeu o início do contra-ataque em igualdade

numérica, foi realizada 52,8% através dos jogadores de campo e quando em

inferioridade numérica 87,5%;

- a eficácia no contra-ataque, em igualdade numérica 6x6, foi superior quando a

recuperação da bola foi efectuada pelo guarda-redes sem defesa da bola (38,9%),

quando comparada com os jogadores de campo sem ressalto defensivo (37,8%). No

entanto foi inferior quando a recuperação da bola foi realizada após defesa do guarda-

redes (27,3%);

- a eficácia no contra-ataque, em situações de superioridade numérica 6x5, foi maior

quando a bola foi recuperada pelos jogadores de campo, sem ressalto defensivo

(46,2%) e quando comparada com o guarda-redes após defesa (41,7%). Foi ainda

inferior, quando a recuperação da bola foi realizada pelos jogadores de campo com

ressalto (25%);

- em situações de inferioridade numérica 5x6, todas as recuperações da bola foram

efectuadas pelos jogadores de campo e aquelas com maior eficácia foram as que não

resultaram de ressalto defensivo (44,4%);

- a maioria dos contra-ataques iniciou-se com passe curto (69,9%), o drible foi utilizado

em 18,6% e o passe longo apenas em 6,9%;

- os contra-ataques mais eficazes foram os que se iniciaram com passe longo (57,1%);

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- a eficácia foi também superior quando participaram dois (45,2%) e três (36,6%)

jogadores;

- a principal causa de interrupção do contra-ataque foi a falta sofrida (37,7%);

- a recuperação da bola pelos jogadores de campo é activada pela utilização do drible

para dar início ao contra-ataque. No entanto a recuperação da bola pelo guarda-redes

é activada pela utilização do passe curto para dar início ao contra-ataque;

- o drible é a acção que tem uma probabilidade significativa de anteceder a

interrupção do contra-ataque por falta sofrida;

Prudente (2006) pretendeu neste estudo determinar padrões sequenciais de comportamento

das selecções, analisando a utilização dos meios tácticos ofensivos, a acção do guarda-redes

em interacção com o rematador e com o defensor e as diferentes interrupções de jogo,

recorrendo à análise sequencial, prospectiva e retrospectiva. A amostra deste estudo foi

constituída por 3170 sequência de 25 jogos das fases finais do Campeonato da Europa de 2002

e do Campeonato do Mundo de 2003 das selecções classificadas nos 8 primeiros lugares de

cada competição. Este trabalho apresenta um leque de conclusões bastante detalhado, pelo

que serão apenas apresentados os principais resultados gerais e aqueles referentes ao

processo defensivo. Neste sentido, o autor conclui que:

a) é significativa a probabilidade da cooperação guarda-redes/defensor influenciar a

eficácia do guarda-redes na defesa da baliza.

Os resultados da análise sequencial prospectiva permitiram afirmar que:

- o comportamento de antecipação do guarda-redes para o ângulo comprido

apresentou uma probabilidade significativa de anteceder a parada da bola em ambas

as competições;

- o comportamento de antecipação do guarda-redes para o ângulo curto apresentou

uma probabilidade significativa de anteceder a acção de parada da bola no

Campeonato da Europa de 2002;

- o comportamento sem colaboração do guarda-redes com o defensor apresentou uma

probabilidade significativa de anteceder a acção sem parada da bola, em ambas as

competições;

- a conduta do defensor ao contactar o rematador apresentou uma probabilidade

significativa de anteceder a parada da bola em ambas as competições;

- o comportamento do defensor ao realizar bloco ao remate em ambas as

competições, apresentou a probabilidade significativa de não sofrer golo;

- os comportamentos do defensor, não colocado entre o rematador e a baliza são

comportamentos com uma probabilidade significativa de anteceder a um golo sofrido.

Os resultados da análise sequencial retrospectiva, a partir das condutas critério

relativas ao modo de recuperação da bola, permitiram afirmar que:

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 50

- no Campeonato da Europa de 2002, a recuperação de bola por ressalto defensivo

apresentou uma probabilidade significativa de ser activada quando o defensor realiza

bloco de proximidade, afastado, de contacto com o rematador ou quando o guarda-

redes se baixa caindo para o lado da bola e antecipa o ângulo curto;

- no Campeonato do Mundo de 2003, o guarda-redes ao antecipar o ângulo comprido

e defender com o membro inferior apresentou uma probabilidade significativa de

anteceder a recuperação da bola após ressalto defensivo;

- no Campeonato da Europa de 2002, o defensor não colocado ou o guarda-redes sem

colaboração com o defensor apresentaram uma probabilidade significativa de

recuperarem a posse de bola após golo sofrido;

- no Campeonato do Mundo de 2003, o guarda-redes com saída em apoio e sem

colaboração com o defensor apresentaram uma probabilidade significativa de

recuperarem a posse de bola após golo sofrido.

b) é significativa a probabilidade do modo de recuperação da bola influenciar o modo de

início da sequência ofensiva:

Os resultados da análise sequencial prospectiva permitiram afirmar que a recuperação

da bola:

- pelo guarda-redes após defesa tem uma probabilidade significativa de activar um

passe curto no Campeonato da Europa de 2002 e um passe longo no Campeonato do

Mundo de 2003, como modo de início da sequência;

- pelo guarda-redes sem efectuar defesa tem uma probabilidade significativa de activar

o passe longo, como modo de início da sequência, em ambas as competições;

- após ressalto defensivo existe uma probabilidade significativa de activar o drible

como modo de início da sequência, em ambas as competições;

- através de intercepção ou desarme existe uma probabilidade significativa de activar o

drible como modo de início da sequência, em ambas as competições.

c) é significativa a probabilidade do modo de recuperação da bola influenciar a zona para

onde é efectuada a primeira acção com bola da sequência ofensiva;

d) a interrupção da sequência ofensiva por falta sofrida, apresenta uma probabilidade

significativa de activar o golo de 7 metros;

e) a não ocorrência de interrupção da sequência por falta sofrida evidencia uma

probabilidade significativa de activar o golo;

f) não é possível concluir que é significativa a probabilidade das interrupções por faltas

sofridas influenciarem o resultado da sequência;

g) é significativa a probabilidade da utilização de meios tácticos anteriores à finalização

influenciar a eficácia das sequências:

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Página 51

Os resultados da análise sequencial retrospectiva permitirem afirmar que:

- os meios tácticos 1x1, passe picado, passe de ruptura e entrada apresentaram uma

probabilidade significativa de anteceder o golo em ambas as competições;

- a não utilização de meios tácticos anteriores à finalização apresentou uma

probabilidade significativa de anteceder a finalização com remate não concretizado em

golo.

h) é significativa a probabilidade da relação numérica influenciar a eficácia das

sequências:

Os resultados da análise sequencial retrospectiva permitem afirmar que:

- a zona correspondente à segunda linha ofensiva apresentou uma probabilidade

significativa de anteceder o golo, independentemente da relação numérica em ambas

as competições;

- o meio táctico entrada apresentou uma probabilidade significativa de anteceder o

golo, em situação de igualdade numérica, em ambas as competições;

- o meio táctico 1x1 apresentou uma probabilidade significativa de anteceder o golo no

Campeonato do Mundo de 2003, tanto em igualdade como em inferioridade numérica;

- as zonas correspondentes à primeira linha ofensiva do jogador central e do lateral

esquerdo apresentaram uma probabilidade significativa de ocorrer antecedendo um

remate não concretizado em golo, tanto em igualdade como em superioridade

numérica, em ambas as competições;

- a não utilização de meios tácticos anteriores à finalização apresentou uma

probabilidade significativa de anteceder ao remate não concretizado em golo, tanto

em igualdade como em superioridade numérica;

- a zona correspondente à primeira linha do jogador central apresentou uma

probabilidade significativa de anteceder a finalização da sequência sem remate, numa

relação de igualdade numérica, em ambas as competições.

Ferreira, D. (2006) recorreu à análise sequencial para caracterizar as sequências ofensivas que

influenciam o sucesso do contra-ataque e do ataque-rápido em equipas de alto nível. A

amostra consistiu em 359 sequências de 11 jogos do Campeonato do Mundo de 2005. Do

resultado da análise de detecção de padrões para a categoria resultado final do contra-ataque,

conclui que:

- o remate foi activado pela colocação do atacante na segunda linha ofensiva, numa

situação isolada com o guarda-redes, após contra-ataque directo originada numa

intercepção na recuperação defensiva do adversário;

- o ataque posicional apresentou uma probabilidade significativa de ser antecedido,

pela colocação do atacante na primeira linha ofensiva, na sequência de um ataque

rápido com início numa defesa do guarda-redes;

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 52

- a paragem do contra-ataque com uma falta origina um lançamento livre de 9 metros,

activada pela colocação do atacante na primeira linha ofensiva numa situação 1x1 ou

1x2 e com origem numa entrada em posse de bola devido a mau passe do adversário;

Após uma análise prospectiva ao processo defensivo foi possível destacar que o sistema

defensivo 3:2:1 activa a perda de posse de bola pelo adversário por mau passe ou falta técnica

dando origem ao contra-ataque apoiado.

Ferreira, N. (2006a) analisou, com recurso à análise sequencial, as acções de ruptura no

processo ofensivo em desigualdade numérica, nas 566 sequências de 18 jogos do Campeonato

do Mundo de 2005 e dos Jogos Olímpicos de 2004. As principais conclusões indicaram que:

- o ataque posicional é a fase do processo ofensivo que as equipas preferem utilizar;

- foram detectados padrões sequenciais para o ataque posicional, mas não se verificou

o mesmo para o contra-ataque;

- as selecções optaram por utilizar os meios tácticos individuais em vez dos de grupo;

-o 1x1 é o meio táctico individual mais utilizado;

- em superioridade numérica:

- o golo apresentou uma probabilidade significativa de ser antecedido por

passes de ruptura, provocando finalização isolada contra o guarda-redes, na

segunda linha ofensiva do lado direito e centro e a conquista de livres de 7

metros;

- o remate falhado foi activado pelo remate da primeira linha ofensiva, com

bloco defensivo da zona central e do lateral esquerdo;

- em inferioridade numérica:

- o golo foi activado por desmarcações, passe de ruptura ou ressalto, que

possibilitaram a finalização isolada contra o guarda-redes, na ponta esquerda,

lateral esquerdo e na zona central da segunda linha ofensiva ou pela conquista

de livres de 7 metros;

- o insucesso das acções ofensivas apresentou a probabilidade de ser activada

por remates da primeira linha ofensiva com bloco defensivo duplo.

Os resultados de Ferreira, N. (2006a) não confirmaram os resultados de Ribeiro e Silva (2002),

uma vez que apontaram os meios tácticos individuais como os mais utilizados e também não

detectaram nenhum padrão de conduta para o golo e para os meios tácticos de grupo

analisados.

Prudente (2007) pretendeu verificar a influência da interacção entre os defensores e o guarda-

redes na eficácia deste último, recorrendo à análise sequencial. A amostra consistiu nos

comportamentos de colaboração observáveis dos guarda-redes e dos defensores, nas

sequências ofensivas, dos 25 jogos das fases finais dos Campeonatos da Europa de 2002 e do

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Página 53

Mundo de 2003. Os resultados permitiram afirmar que provavelmente a cooperação guarda-

redes/defensor influencie a eficácia do guarda-redes, quando:

- o comportamento sem colaboração do guarda-redes com o defensor apresentou uma

probabilidade significativa de anteceder a acção sem parada da bola, nas duas

competições;

- o defensor contactou com o rematador existiu uma probabilidade significativa de

anteceder a parada da bola em ambas as competições, bem como a recuperação da

bola após ressalto defensivo na sucessão de defesa do guarda-redes;

- o defensor realiza bloco ao remate, existe uma probabilidade significativa da equipa

não sofrer golo, em ambas as competições;

- o defensor, não se coloca entre o rematador e a baliza, existe uma probabilidade

significativa de anteceder a recuperação da bola após golo sofrido.

Freitas (2007), teve como objectivo analisar, caracterizar e identificar padrões de conduta,

multidimensionais no processo ofensivo durante as sequências de contra-ataque e ataque

rápido da selecção da Alemanha. A amostra foi constituída pelas 125 sequências que deram

origem ao contra-ataque e ataque rápido, registadas nos 8 jogos da referida selecção no

Campeonato do Mundo de 2007 e de mais um no Campeonato do Mundo de 2005. As

principais conclusões deste estudo indicaram que foram: encontrados padrões completos de

contra-ataque e ataque directo e apoiado, contudo não se obtiveram de ataque rápido,

registando-se elevada eficácia na finalização (85%). As principais formas de recuperação de

bola foram realizadas por acções defensivas dos jogadores de campo (desarme, intercepção e

ressalto defensivo) e pelas faltas técnicas dos adversários. A zona onde ocorreram mais

recuperações de bola foi a zona central entre a primeira e a segunda linha defensiva. O contra-

ataque foi desenvolvido para zonas mais avançadas do campo (lateral direito e lateral

esquerdo). As formas de finalização com sucesso mais registadas foram um contra o guarda-

redes, 1x1, em igualdade e em inferioridade numérica.

Lima (2008) analisou os jogos da selecção de Espanha no Campeonato do Mundo de 2005,

recorrendo à análise sequencial, para estudar o seu comportamento tendo em consideração a

relação numérica absoluta e a diferença no marcador. O autor obteve as seguintes conclusões:

- em superioridade numérica o golo marcado activou o ataque organizado do

adversário e um sistema defensivo misto por parte da selecção de Espanha;

- em igualdade numérica, o golo marcado activou o ataque organizado do adversário e

o sistema defensivo 6:0;

- a perda de bola através de uma falta técnica pela selecção de Espanha activou o

ataque rápido ou contra-ataque apoiado do adversário;

- em superioridade numérica, a falta técnica activou a utilização do contra-ataque

apoiado com uma recuperação defensiva “deficiente” pela selecção de Espanha;

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 54

- em igualdade numérica, a falta técnica activou o contra-ataque apoiado que

culminou com um lançamento de 9 metros;

- quando o marcador de jogo se encontrava normal ou desequilibrado registou-se o

padrão de conduta para o golo marcado para a selecção de Espanha, sendo activados o

contra-golo e o ataque organizado; e activou apenas o ataque organizado quando o

marcador foi considerado desequilibrado;

- quando o marcador de jogo foi considerado equilibrado o sistema defensivo misto

activou o roubo de bola ou a marcação de jogo passivo;

- quando o marcador se encontrava desequilibrado, o sistema defensivo misto activou

o bloco.

Prudente, Lopes, Fernando (2008), procuraram analisar a utilização do time-out durante o

Campeonato da Europa de 2008 e as decisões dos treinadores para a sua solicitação. Desta

forma foram observados 23 jogos: 18 da fase principal da competição e outros 5

correspondentes às finais do primeiro ao 6º lugar. Foi utilizada a análise sequencial de

transições para estudar os dados recolhidos. O autor conclui que os treinadores que

solicitaram o desconto de tempo tendo em consideração: o resultado do marcador, antes do

marcador parcial de jogo registar uma diferença de 5 ou mais golos, em que a maioria (53,7%)

ocorreu nos últimos 5 minutos da primeira parte. Os treinadores interviram mais de forma

reactiva face a acontecimentos negativos e menos pró-activa quando em êxito (quando a

equipa estava empatada ou a vencer). Excepção feita para os minutos finais das primeira e

segunda partes dos jogos, em que maioritariamente, foram as selecções que se encontram a

vencer que solicitaram a paragem de jogo. A perda da bola no ataque apresentou uma

probabilidade significativa de anteceder à decisão de ser pedido um desconto de tempo, por

outro lado o golo apresentou uma probabilidade significativa de inibir essa decisão.

Silva (2008) pretendeu analisar as acções tácticas do jogo que contribuiram para a

diferenciação entre selecções vencedoras e vencidas, em situações de igualdade numérica 7x7,

recorrendo à análise sequencial prospectiva pela técnica de retardos. A amostra foi constituída

8965 sequências ofensivas de 44 jogos do Campeonato da Europa de 2006. Do estudo foi

possível indicar que a análise sequencial permitiu a detecção de diversos padrões de conduta,

distinguindo as selecções vencedoras das vencidas. As selecções vencedoras procuraram

finalizar em contra-ataque directo após uma falta técnica do adversário. Para as selecções

vencidas a utilização de contra-ataque apoiado apresentou a probabilidade significativa de

activar a perda de bola (falta técnica ou desarme). As selecções vencedoras apresentaram

padrões de finalizam distintos, no ataque em sistema, em função da sequência ofensiva

utilizada. Ainda no ataque em sistema as selecções vencidas apresentaram padrões de

finalização que activaram o bloco adversário. Para ambos os tipos de selecções analisadas a

finalização do ataque através de lançamentos livre de 9 metros apresentaram um padrão de

finalização inibidor do golo.

Prudente (2008) pretendeu analisar a relação entre o modo de recuperação de bola, o local de

ocorrência e para onde foi realizado o primeiro passe no Andebol de alto nível, recorrendo a

análise sequencial por retardos. A amostra foi constituída por 3170 sequências ofensivas, de

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Página 55

25 jogos dos Campeonatos Europeu de 2002 e do Mundo de 2003, das selecções classificadas

nos 8 primeiros lugares. As principais conclusões do estudo indicaram que é possível

determinar a probabilidade do modo como a recuperação de bola influencia o local onde

ocorre e, a área para onde a primeira acção é realizada:

- uma defesa do guarda-redes induz à probabilidade da recuperação da bola ser

realizada na área de baliza e o passe ser realizado para as zonas do central e do lateral

perto da linha dos 7 metros;

- a recuperação da posse de bola pelos defensores após desarme ou intercepção

apresentou a probabilidade do guarda-redes sair da área de baliza e induzir a primeira

acção para perto da linha do meio campo;

- a recuperação de bola pelos defensores após ressalto defensivo apresentou a

probabilidade significativa de ocorrer na área de baliza, induzindo a primeira acção a

ser direccionada para as zonas laterais perto da linha dos 7 metros.

Silva (2010) pretendeu descrever e analisar padrões de conduta na fase ofensiva que

permitiram distinguir as equipas vencedoras das vencidas em função do golo sofrido e a sua

repercussão no marcador, em situação de igualdade numérica 7x7, com recurso à análise

sequencial prospectiva com a técnica de retardos. A amostra foi constituída por 8965

sequências ofensivas de 44 jogos do Campeonato da Europa de 2006. Foi possível identificar

padrões de conduta para as selecções vencedoras e para as vencidas. As selecções vencedoras

utilizam com menor frequências a reposição rápida após golo sofrido do que as selecções

vencidas, em momentos muito particulares quando de encontram em desvantagem por 1, 2

ou 3 golos. As selecções vencedoras apresentaram uma tendência em pressionar os

adversários a partir do momento que se encontraram em desvantagem. Em momentos que o

jogo se encontrava desequilibrado a favor das selecções vencedoras estas optaram por utilizar

o ataque em sistema em vez da reposição rápida.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 56

Síntese

A necessidade para uma compreensão mais rigorosa do que influencia o desempenho das equipas e

jogadores, cativou a investigação para a análise do jogo.

Os primeiros estudos científicos efectuados em Andebol centraram-se inicialmente nas características

antropométricas e fisiológicas. Este tipo de estudo são considerados como analíticos, uma vez que

foram feitos não tendo em conta o contexto do jogo (Magalhães, 1999; Silva, 2000; Volossovitch, 2005;

Prudente, 2006), contudo permitiram traçar um perfil dos jogadores, fornecendo dados relevantes para

a condução do processo de treino. Constatou-se que a análise dos jogos das competições internacionais

constituiu grande parte das amostras e que foram realizados sobre os indicadores de rendimento, no

final de cada jogo. Antes de 2000, a análise tinha-se centrado no registo de frequência de acções

técnico-tácticas realizadas pelos jogadores, enquadrando-se no conceito descritivo, pouco adequado às

questões multidimensionais do jogo, conforme mencionou Varejão (2004).

Os estudos analisados recorreram a indicadores gerais de jogo para responder sobre qual seria o

estado actual do jogo de Andebol e as suas tendências. Contudo fizeram-no, em grande maioria,

analisando dados que não contemplavam variáveis que definiam o contexto no qual o jogo e as acções

ocorreriam. Devido à importância das questões tácticas, têm vindo a aumentar os estudos sobre esta

componente para entender a forma como diversos factores, mas de uma forma contextualizada,

contribuem para o desempenho desportivo (Magalhães, 1999; Silva, 2000; Volossovitch, 2005;

Prudente, 2006).

A complexidade dos problemas subjacentes à análise de jogo de Andebol requerem um conjunto de

técnicas que permitam analisar a estrutura contextual e multidimensional dos dados. Os trabalhos que

recorreram à análise sequencial quase todos utilizaram o software SDIS-GSEQ que permitiu registar e

analisar dados sequenciais de eventos, prospectiva e retrospectivamente. Somente Freitas (2007)

recorreu à utilização do software Theme. A utilização de novas ferramentas estatísticas para a análise

de jogo, como o Theme, possibilitou a detecção e a representação dos padrões temporais permitindo

uma abordagem de tratamento dos dados numa perspectiva multidimensional.

Os estudos que utilizaram o processo ofensivo como objecto de análise aparecem em maior número

que os estudos que sobre o processo defensivo (Varejão, 2004; Gomes & Volossovitch, 2008).

Foi possível verificar que a análise do desempenho no jogo de Andebol deve considerar a oposição, a

diferença verificada no marcador e o tempo de jogo decorrido, conforme indicou Volossovitch (2005).

Poucos têm sido os estudos que têm tido em conta o facto de as equipas poderem variar os seus

padrões de jogo de acordo com as características da oposição oferecida pelo adversário (Garganta,

2001). A análise dos estudos realizados permitiu concluir que o sistema defensivo, na sua variabilidade

de utilização, funcionamento, associação ao êxito a factores como a zona do campo, o tempo de jogo,

as falhas técnicas e as fases de jogo, são as variáveis mais estudadas, contudo a literatura não clarifica

os comportamentos utilizados pelos defesas neste método de jogo organizado e/ou em combinação

com a posição da bola, sistema defensivo e a posição do pivot adversário.

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Página 57

2.5. Objectivos e Aplicação da Análise de Jogo A análise de jogo apresenta como objectivos fundamentais (Nevill, Atkinson, Hughes, &

Cooper, 2002; Nevill, Atkinson, & Hughes, 2008; Borrie, Jonsson & Magnusson, 2002;

Garganta, 2007; Lames, 2003; Antón Garcia, 2000): identificar os factores e eventos críticos

que condicionam o desempenho das equipas e jogadores, medir a performance individual e

colectiva, caracterizar a interacção inter e intra equipas, analisar a estrutura do jogo, fornecer

auxílio aos treinadores na tomada de decisão e também para fins formativos e educacionais.

Apesar de reconhecida a importância da análise de jogo para fins educacionais, a publicação da

aplicação nesta área é escassa (Nevill, Atkinson & Hughes, 2008). Uma das potencialidades de

aplicação foi demonstrada por More e Franks (1996) para o futebol. Hodges e Frank (2002),

Hodges, Williams, Hayes e Breslin (2007) e Horn, Williams e Scott (2002) mostraram como

treinadores e jogadores podem beneficiar do feedback visual. Para além dos referidos

objectivos da análise de jogo importa neste capítulo abordar as potencialidades de aplicação

na formação do treinador.

2.5.1. Análise de Jogo para Fins Educacionais: a formação de treinadores A educação e o treino dos atletas são uma das principais preocupações para o

desenvolvimento qualitativo do Andebol, daí a necessidade contínua da promoção da

qualidade de intervenção dos técnicos e restantes agentes desportivos. O treinador tem por

princípio as funções de dirigir, orientar, enquadrar e coordenar de forma autónoma a

preparação, aperfeiçoamento e rentabilização da prestação dos jogadores e das equipas.

A actividade de treinador é essencialmente uma actividade social constituída pela interacção

de treinadores com os jogadores (Jones, Armour & Potrac, 2002). Durante um jogo os

treinadores têm que tomar diversas decisões, muitas delas arriscadas, irreversíveis, com um

elevado grau de incerteza (pelo resultado e pelo que realmente é necessário fazer) e ainda

sobre pressão (Salmela & Moraes, 2003; Sequeira, Rodrigues & Hanke, 2006). A utilização de

conhecimentos do domínio específico da modalidade revela-se consensual para o sucesso dos

treinadores (Gilbert & Trudel, 2004). Alguns dos muitos aspectos que o treinador deve

dominar são: o conhecimento específico do jogo (técnicas, tácticas, estratégias) e o

conhecimento relacionado com as matérias base do treino (princípios do treino, fitness,

nutrição, análise do movimento, etc.) de acordo com o Coaching Review Panel (1991).

Um dos elementos para o desenvolvimento profissional do treinador é a oportunidade de

interacção com os seus pares. A formação de treinadores deve basear-se num conjunto claro

de finalidades direccionadas para a resolução de problemas e o entendimento das situações de

jogo. A observação do trabalho de treinadores de topo nos programas de formação de

treinadores deveria ser um requisito de formação (Jones, Armour & Potrac, 2005), uma vez

que o treino e a situação de competição representam um processo de natureza dinâmico no

qual é difícil capturar e traduzi-lo num modelo representativo (Franks & Goodman, 1986; Fairs,

1987; Côte, et al., 1995; Sherman, et al., 1997; Lyle, 2002).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 58

O estudo do jogo, a partir da observação do comportamento dos jogadores e das equipas, tem

vindo a construir um forte argumento para a organização e avaliação dos processos de ensino

e treino nos jogos desportivos colectivos (Garganta, 1998). O estudo do comportamento dos

jogadores e das equipas em competição, possibilita a representação de modelos de actividade

de jogadores e equipas. Desta forma poderá ser possível avaliar táctica e tecnicamente uma

equipa, transmitir informação de retorno para os treinadores e jogadores e, organizar e

desenvolver bases de dados para modelação (Hughes & Frank, 1997). Através da elaboração

de modelos será possível entender quais aqueles que são mais eficazes para definir estratégias

de trabalho (preparação e condução dos jogos, organização das situações de ensino–

aprendizagem do jogo).

Os treinadores têm de adquirir várias competências para desempenharem com sucesso as

suas funções e papéis numa equipa. Para o âmbito deste capítulo destacam-se as seguintes

competências:

- conhecimento do jogo: a actividade de treinador para além das outras valências do

treino e sociais, têm obviamente de ter um conhecimento profundo dos fundamentos

da modalidade que em que é actor, principalmente no processo de tomada de decisão

táctica;

- a capacidade de actualização permanente: uma vez que a evolução do jogo requer

que o treinador esteja em permanente alerta das novidades, reformulações das regras,

métodos de treino, etc.. Neste sentido, o acesso e utilização das novas tecnologias da

informação apresentam-se como fundamentais.

A exigência das competições e a especificidade que existe em cada modalidade requer que o

treinador detenha conhecimentos adequados às situações em que se enquadra. Assim, os

programas de formação de agentes desportivos têm evoluído ao longo das últimas décadas,

passando do paradigma do treinador exclusivamente ex-praticante para o reconhecimento da

necessidade de profissionais especializados em treino e competição desportiva.

Estas alterações verificadas nas últimas décadas são reflexo da importância social, económica

e educativa do treino desportivo. Uma das iniciativas mais relevantes na Europa é o programa

AEHESIS (Aligning European Higher Education Structure in Europe) promovido pela ENSSEE

(European Network of Sport Science, Education & Employment). Este programa tem como

objectivo clarificar e unificar os distintos programas de formação de agentes desportivos nos

países membros da União Europeia. Dos principais resultados deste programa destaca-se o

ordenamento da classificação dos níveis dos cursos de formação, perfazendo uma carreira

uniforme no seio da Europa. Esta carreira apresenta um considerável número de horas de

formação e de prática (ENSSEE, 2007).

O número de horas de formação requer um dispêndio de tempo que muitas vezes os

treinadores em actividade não dispõem, principalmente para atender a cursos presenciais,

dentro dos calendários muito competitivos e limitados. Uma das possibilidades para combater

esta abstinência espacio-temporal é a utilização das novas tecnologias de informação através

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Página 59

das plataformas LMS (Learning Management System19

: e-learning20

e o v-learning21). Estas

alternativas manifestam vantagens do ponto vista financeiro e temporal uma vez que

permitem aos formandos acederem aos conteúdos dentro da sua própria disponibilidade22.

Contudo estes meios de interacção apresentam ainda alguma incapacidade/dificuldade para

demonstrar questões de ordem táctica, uma vez que estas plataformas não suportam as

variadíssimas aplicações de reprodução de diagramas e vídeos interactivos dos formadores; ou

requerem recursos que os formandos não dispõem.

De uma forma geral as questões de ordem táctica representam quase sempre um momento de

debate que exige uma disponibilidade e interacção do formador para os formandos, que se

numa actuação in vivo, com a demonstração a ser realizada por jogadores é aquela que mais

se aproxima da realidade, por outro lado a distância às alternativas como o vídeo não

permitem o melhor acesso à discussão de opções às situações tácticas apresentadas. A

simulação tridimensional tem sido utilizada para estudos laboratoriais (fisiológicos e

biomecânicos, técnicos e tácticos). Contudo estas situações ainda apresentam alguma

dificuldade na demonstração de alternativas no que se refere à aprendizagem e domínio dos

comandos base para a exemplificação de novas simulações e criação de novas apresentações

online.

Na formação de agentes desportivos não existe um seguimento histórico/científico acerca dos

meios e métodos utilizados. Crê-se que estes têm acompanhado a evolução tecnológica e

científica à medida das suas necessidades: formação presencial, à distância, mista com a

inovação tecnológica a esta associada. Nas modalidades desportivas colectivas é prática

comum o recurso a grupos de demonstração para desempenharem procedimentos técnicos,

tácticos e físicos. Esta prática recorrente leva a que seja necessário dispor de capital humano,

recursos espaciais e materiais por vezes muito dispendiosos. O recurso à utilização de modelos

de demonstração pela visualização de vídeo apresenta-se como um método menos

dispendioso, contudo com algumas limitações no que se refere ao tempo de realização,

execução, manutenção da qualidade do trabalho ao longo do tempo e da sua actualização

19

Learning Management Systems ou Sistema de Gestão de Aprendizagem – é um sistema informático

baseado na Web composto por um conjunto de ferramentas, que de forma automática disponibiliza à

distância conteúdos de aprendizagem, de um ou vários cursos, a utilizadores registados, permitindo-lhes

interagir com o professor, que verifica os progressos e responde às necessidades de cada aluno

(Moodle, 2010). 20

O e-learning originalmente designava qualquer tipo de ensino apoiado por meios electrónicos ou

informáticos. Contudo, actualmente o conceito é quase integralmente empregue exclusivamente para

indicar ensino à distância com recurso a computadores, normalmente focado na auto-aprendizagem

através de recursos didácticos organizados, apresentados em diferentes suportes tecnológicos de

informação e disseminado através da Internet (Masie, 1999). É aqui empregue neste sentido. 21

O v-learning refere-se a ensino (geralmente à distância) com recurso a mundos virtuais. 22

O v-learning integra aspectos assíncronos, em que cada formando acede ao conteúdo de

aprendizagem em momentos independentes do acesso do formador e demais formandos, mas também

aspectos síncronos, em que esse acesso tem de ser, pelo menos em parte, simultâneo. Nesta frase, é

feita referência aos aspectos assíncronos e ao facto de um acesso síncrono ao v-learning não requerer

dos formandos tempo em deslocações nem em estadias, sendo assim mais facilmente integrável na

disponibilidade temporal de cada um.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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(improvisação/alteração das situações) em tempo real. Para colmatar este último aspecto a

utilização de software específico ou aplicado tem sido empregue. No entanto esta prática

apresenta as suas limitações, no que se refere às questões da execução da técnica e

representatividade em termos espaciais das condicionantes tácticas nos ambientes virtuais em

que são apresentados na sua maioria realidades a duas dimensões e, morosas no que se refere

à programação dos movimentos (Lopes, et al., 2008b).

Existem várias ferramentas vocacionadas para o apoio à formação na área de desportiva e

para distintas modalidades (e.g. Dartfish, Digital Video Sport, Express Coaching Ltd, Sfw

Informática, Sportcode, Sportplan), mas que apresentam muitas limitações, quer seja no

processo de interacção 3D, quer na aprendizagem da aplicação ou mesmo na partilha da

informação. Assim, é dado conta da inexistência de um sistema combinado, que permita a um

formador, durante uma sessão de formação, solicitar a reprodução 3D de movimentações

desportivas, parar ou retomar como se de um filme se tratasse, e simultaneamente envolver

um grupo de formandos no processo de análise da movimentação sob diversas perspectivas,

num ambiente onde estão imersos e possam inclusivamente discutir modificações da

movimentação em causa. Muito menos, e consequentemente, a possibilidade de o formador e

formandos interagirem com essa reprodução tridimensional ao vivo, modificando-a ou

alterando-a como ferramenta de apoio à exposição e debate dos conceitos.

Nesta ordem de ideias surge a necessidade de se adequarem os meios de formação para que a

transmissão dos conhecimentos adquiridos da análise de jogo seja realizada de forma

sistemática, exequível, interactiva e pouco dispendiosa. A rentabilização do processo

formativo com recursos às novas tecnologias pode potencialmente produzir alterações

profundas nos meios e modelos de leccionação dos conteúdos, nos métodos de frequência

(síncronos23, assíncronos24, polissíncronos25), na decisão do corpo de prelectores e na forma

avaliar. Face ao exposto torna-se premente o recurso à utilização de métodos que rentabilizem

o investimento formativo.

Os mundos virtuais como plataforma de ensino e de aprendizagem

As novas tecnologias da informação e comunicação têm contribuído para a criação e

desenvolvimento de várias ferramentas no âmbito da formação, educação e investigação nas

mais diversas áreas. A criação e o desenvolvimento de aplicações que concebem pontos de

referência para a transmissão e partilha de conhecimento têm-se generalizado e difundindo ao

longo dos últimos anos (Lopes, et al., 2008a). A Internet revela-se um veículo acessível para a

divulgação de informação e conhecimento, sendo de fácil gestão e rentável do ponto de vista

económico-financeiro (em recursos humanos, materiais e espaciais) uma vez que é possível

atingir um vasto número de potenciais clientes e a qualquer parte do planeta e em qualquer

momento.

23

O método síncrono simula uma sala de aula em ambiente virtual, num horário pré-estabelecido e a

comunicação entre os participantes ocorre em tempo real. 24

No método assíncrono a comunicação é indeferida não existindo interacção em tempo real entre os

participantes. 25

O método polissíncrono refere-se à combinação dos métodos de comunicação síncrona e assíncrona

de forma simultânea.

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Página 61

Os mundos virtuais tridimensionais multi-utilizador são uma dessas tecnologias, apresentando

novas possibilidades de trabalho colaborativo síncrono, mas também no sentido da melhoria e

humanização dos acessos e transmissão de conhecimentos através da Internet, tendo vindo a

desempenhar um importante papel no desenvolvimento de estratégias inovadoras e eficazes

para o processo de ensino-aprendizagem (Johnson, 2006; Bainbridge, 2007 Bettencourt &

Abade, 2007; Fortney, 2007; Kirriemuir, 2007; Mason, 2007; Richter, Anderson-Inman &

Frisbee, 2007; Morgado, in press). Os mundos virtuais tridimensionais são realidades

alternativas onde os intervenientes interagem entre si e sobre elementos nele presentes. No

campo da formação e educação é reconhecida a sua potencialidade, sendo utilizados por uma

diversidade assinalável de instituições de ensino e formação.

Contudo, a maioria dos mundos virtuais tridimensionais apresenta sérias limitações à criação

de conteúdo pelos próprios utilizadores, sendo geralmente esta criação de conteúdo limitada à

selecção de opções previamente definidas ou utilização de imagens e outros componentes

estéticos. No entanto existem alguns mundos virtuais que possibilitam o desenvolvimento

tecnológico a partir do utilizador. Dado que existem vários modos de se produzirem

simulações tridimensionais (desde às programadas por especialistas (e.g. jogos) às

configuráveis pelos próprios utilizadores que se adequam às necessidades personalizadas. A

novidade dos mundos virtuais é a simplicidade e possibilidade de interacção com que os

utilizadores podem desenvolver os seus próprios conteúdos, neste sentido podem recriar uma

multiplicidade de situações pedagógicas e adequá-las às suas necessidades.

As plataformas de mundos virtuais Second Life Grid (na qual se alicerça o conhecido mundo

virtual Second Life26 e OpenSimulator assumem uma faceta particular de permitir aos

utilizadores, através dos respectivos avatares (Labs, 2008), a possibilidade de criar conteúdo

pessoal de forma colaborativa e partilhá-lo com outros utilizadores (Labs, 2008). Os

utilizadores têm à disposição uma grande variedade de formas de comunicação, tais como

mensagens instantâneas, conversas privadas, comunicação por voz, streaming de vídeo, gestos

e animações (Robbins, 2007).

Estas plataformas constituem uma nova forma de atrair e conquistar os formandos para o

ensino à distância, nomeadamente para o v-learning (Johnson, 2006; Joseph, 2007; Kirriemuir,

2007; Mason, 2007, Richter, Anderson-Inman & Frisbee, 2007). Este ambiente tridimensional

apresenta uma imagem apelativa, perpetrando maior disponibilidade para o desenvolvimento

de actividades.

O ensino e a aprendizagem através destes ambientes apresenta um potencial invejável, uma

vez que permite aos seus utilizadores a imersão num ambiente visual dedicado a um tema.

Assim, optou-se pela utilização de um destes ambientes (nomeadamente o Second Life) para a

construção de uma plataforma de ensino, pela distinção e inovação na concepção de

conteúdos, pela facilidade de implementação de procedimentos de programação de

simuladores e por ser referenciado por investigadores de instituições de ensino e investigação

26 O Second Life é um mundo virtual 3D de interacção social, que é construído pelos seus próprios

“residentes” (utilizadores), reconhecido como um Massively Multiplayer Online Social Game (MMOSG) centrado nas dinâmicas da relação entre os utilizadores e na criação de objectos (Pereira et al., 2007).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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reputadas (Kirriemuir, 2007, 2008; Freitas, 2008; Warburton, 2009; Esteves, Fonseca,

Morgado, & Martins, 2010; Jorge Pereira et al., 2010;).

Hoje em dia existem mais de 300 instituições (Salmon & Hawridge, 2009), de educação e

formação no Second Life, que marcam a sua presença, desde um simples projecto de turma

até à construção de laboratórios de universidades para a realização de pesquisa e investigação

(e.g. Universidades de Harvard, Stanford, Cambridge) (Labs, 2008).

Ao nível da formação dos treinadores de Andebol, um aspecto com particular interesse é a

reprodução dinâmica de aspectos relacionados com a interacção do jogo, possibilitando uma

melhor compreensão das suas características.

A criação de um local próprio para a realização deste tipo de actividades já se encontra em

curso, tendo sido já apresentado o primeiro campo de Andebol no Second Life, que já esteve

situada na ilha da Utopia VI (ARCI).

Esta tecnologia tem sido experimentada, na criação e simulação de movimentos de Andebol

3D, e encontra-se em desenvolvimento em paralelo com o presente estudo (Lopes, et al.,

2009ab). Neste sentido têm sido: realizadas actividades de formação para analisar a interacção

entre os formandos e o formador, implementado software para o formador interagir com

simulador tridimensional no mundo virtual (Figura 1), realizada a captura de movimentos e de

gestos das acções técnicas dos jogadores de Andebol para produzir as animações dos avatares

no simulador no mundo virtual.

Figura 1 - Representação de uma situação de jogo no Campo de Andebol no Second Life

As actividades de formação têm sido realizadas no mundo virtual Second Life sob a forma de

aulas síncronas (webinars), dos quais se efectua posteriormente a análise de conteúdo dos

logs do chat dos participantes, no sentido de verificar o processo de interacção entre os

mesmos e os temas relacionados com Andebol (Lopes, Sequeira & Rodrigues, 2009b; Lopes &

Sequeira, 2010).

Simultaneamente, tem vindo a ser desenvolvido software (Figura 2) para que futuramente o

formador possa utilizar e controlar avatares pré-programados para realizar simulações

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tridimensionais de situações técnico-tácticas de movimentações do jogo de Andebol (Lopes, et

al., 2009). Desta forma será possível ao formador durante um webinar simular com os bots, em

tempo real, situações de natureza táctica 3D e adaptá-las às necessidades educativas e

formativas dos formandos, podendo ser visualizadas sob várias perspectivas (first person,

blimp or bird eye view, coach/player by position view) e simultaneamente interagindo com

estes.

Figura 2 - Representação da utilização da aplicação para a criação de movimentações no Second Life

Para que a simulação dos gestos e das movimentações de Andebol se aproximem da realidade,

tem-se vindo a capturar os movimentos básicos da modalidade através do MotionCapture®

(Lopes, et al., 2010) (Figura 3). O Second Life tem sido a opção uma vez que tem possibilitado

de uma forma acessível o estudo do processo da leccionação online, da implementação de

software e da integração das capturas dos movimentos de Andebol nos bots no mundo virtual.

Figura 3 - Detecção de movimentos através do MotionCapture® para animação dos avatares no Second Life

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Capítulo 3 Objecto e objectivos do estudo

CAPÍTULO 3 - OBJECTO E OBJECTIVOS DO ESTUDO

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Página 67

Neste capítulo será definido o problema e o objecto de estudo. Posteriormente apresentados

os objectivos do estudo e definidas as variáveis de estudo.

De acordo com a revisão realizada foi possível identificar que:

- o método de jogo ofensivo organizado (ou em sistema) tem merecido mais atenção uma vez

que retrata a identidade do próprio jogo (Ribeiro, 2005) e é o mais utilizado pelas equipas

(Barbosa, 1999; Mortágua, 1999; Prudente, 2000; Ferreira, N. 2006a);

- o êxito de um sistema defensivo, na sua variabilidade de utilização e funcionamento

encontra-se associado a factores como a zona do campo, o tempo de jogo, as falhas técnicas e

e os métodos de jogo;

- é necessário o estudo da interacção entre os indicadores de rendimento (Prudente, 2006) e a

análise do desempenho deve considerar oposição defensiva, a diferença verificada no

marcador e o tempo de jogo decorrido (Volossovitch, 2005), e;

- a literatura não clarifica os comportamento utilizados pelos defensores neste método de jogo

e/ou em combinação com a posição da bola, sistema defensivo, posição do pivot adversário.

O que levantou a seguinte questão: se o factor defesa é um dos alicerces fundamentais para o

sucesso de uma equipa (Neves, 2004) e o método organizado é o mais utilizado e característico

do jogo de Andebol, como será o comportamento da defesa (organização e recuperação da

bola) na sua relação com o processo ofensivo adversário?

3.1. Objecto de Estudo O objecto de estudo é o comportamento da defesa da Selecção de Espanha, que antecede a

recuperação de bola, durante o método organizado de jogo, em situação de igualdade

numérica 6x6, no Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

3.2. Objectivos do Estudo O presente estudo tem como objectivo geral verificar e descrever os padrões de

comportamentos da defesa da Selecção de Andebol de Espanha, nos Jogos Olímpicos de

Pequim 2008, que antecedem às formas de recuperação de bola, no método organizado de

jogo, em situação de igualdade numérica 6x6, com recurso à análise sequencial.

Este objectivo será alcançado pela concretização dos seguintes objectivos específicos:

- Construção e validação do Sistema de Observação da Defesa no Método Organizado

(SODMO);

- Identificação e descrição dos padrões temporais de comportamento pela análise das

sequências defensivas da Selecção de Andebol de Espanha, nos Jogos Olímpicos de Pequim

2008, durante o método organizado de jogo, em situação de igualdade numérica 6x6,

considerando:

- a forma de recuperação da posse de bola;

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Olímpicos de Pequim 2008

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- o resultado do marcador parcial de jogo, o resultado final e a fase da competição.

É pretendido ainda contribuir para a formação de treinadores e agentes desportivos pela

construção e utilização de um mundo virtual 3D como plataforma de v-learning. Este

contributo passa pela criação de um simulador de contextos de interacção das sequências dos

processos ofensivo e defensivo do método organizado do jogo de Andebol, recorrendo a

modelos 3D no mundo virtual Second Life. O simulador permitirá a análise das sequências de

interacção ofensivas e defensivas de movimentações programadas, nos mais variados ângulos,

possibilitando a interacção dos formandos com o formador e com as sequências, em tempo

real, e que simultaneamente os mesmos as visualizem e assimilem as principais características

daquele método do jogo de Andebol. Estes dados serão provenientes da observação e da

detecção de padrões das interacções ofensivas e defensivas deste estudo.

3.2.1. Dimensões do Estudo A diversidade de indicadores utilizados nos diferentes estudos de análise do jogo de Andebol

permitiu enumerar um conjunto vasto de variáveis. O processo de selecção das variáveis e

indicadores encontra-se definido no capítulo Métodos. Durante a pesquisa bibliográfica foi

possível verificar a utilização de inúmeras variáveis nos diferentes estudos. Contudo algumas

vezes foram utilizados diferentes conceitos para referenciar a mesma variável em diferentes

estudos. Desta forma interessa delimitar os conceitos para este estudo. A partir dos objectivos

do estudo foram consideradas duas dimensões nas quais se enquadraram os critérios e as

categorias/indicadores do instrumento de observação.

Dimensão Contextual

Esta dimensão apresenta critérios dos quais não depende o poder de decisão dos

intervenientes, mas que influenciam no modo e na qualidade do desenrolar do jogo. Os

elementos que compõem esta dimensão procuram caracterizar o contexto observado no qual

decorrem as acções das equipas e jogadores:

- Tempo de jogo decorrido (registo em frames, segundos e minutos);

- Início da Sequência – é representada apenas por um indicador que precede uma interrupção

ou o final de uma sequência anterior;

- Marcador de Jogo – indica o resultado parcial do jogo pela diferença do número de golos

marcados entre a selecção de Espanha e a selecção adversária, sendo registado empate,

vantagem ou desvantagem (até ao máximo de 5 golos de diferença).

Dimensão de Conduta

Os elementos que constituem esta dimensão são aqueles que reflectem a decisão dos

intervenientes em observação, ou seja os seus comportamentos observáveis. Neste sentido

foram distinguidos os seguintes critérios, referenciados como relevantes para análise do

desempenho do jogo de Andebol:

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- Sistema Defensivo – representam os sistemas defensivos possíveis e relevantes em que uma

equipa se pode organizar (Sousa, 2000; Sevin & Taborsky, 2004; Prudente, 2006; Gomes, 2008;

Silva, 2008);

- Forma de Organização Defensiva – representa a forma de interpretação de um sistema

defensivo (Prudente, 2006; Silva, 2008);

- Campograma – trata-se de uma representação gráfica do terreno do jogo de Andebol

limitado por áreas específicas, na qual se delimita a zona de interacção entre o jogador

atacante portador da posse de bola e do seu defensor directo (Calvo & Herrero, 2001; Varejão,

2004; Prudente, 2006; Freitas, 2007; Gomes, 2008);

- Local do Pivot Adversário – foi incluído uma vez que os estudos consultados não

mencionaram a localização do(s) pivot(s) adversário(s) durante o método de jogo organizado,

embora referissem a importância atribuída às acções realizadas pelos jogadores que ocupam

esta posição específica (Silva, 2008);

- Acções de Grupo Ofensivas – este critério é composto por um conjunto de indicadores

referenciados como meios tácticos de grupo ofensivos (Leitão, 1998; Antón Garcia, 1998,

2000; Ribeiro & Silva, 2002; Prudente, 2006; Silva, 2008);

- Oposição do Defensor – é constituído pelos indicadores que representam os

comportamentos do defensor marcador directo do portador da bola (Sousa, 2000; Santos,

2004; Pollany, 2006; Gomes, 2008);

- Formas de Recuperação de Bola – inclui os indicadores que representam as diferentes formas

de recuperação de bola, quer seja pelo guarda-redes, pelos defensores, por erros do

adversário ou após golo sofrido (Magalhães, 1999; Sousa, 2000; Antón Garcia, 2002, 2005;

Varejão, 2004; Santos, 2004; Prudente, 2006; Gomes, 2008; Silva, 2000a, 2008). O golo sofrido

apesar de ser uma consequência das relações estabelecidas entre os comportamentos

observados será considerado como uma conduta, na medida que representa uma forma de

recuperar a posse de bola pela equipa que defende de acordo com as regras do jogo. Este

critério será simultaneamente considerado como um elemento da dimensão de contexto uma

vez que para efeitos de codificação delimitará o final de uma sequência.

Cada um destes critérios está organizado em categorias e é constituído por indicadores

observáveis que caracterizam. No capítulo dos Métodos será apresentado o instrumento de

observação e descritos com maior pormenor os indicadores que constituem cada uma das

categorias.

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Capítulo 4 Métodos

CAPÍTULO 4 – MÉTODOS

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A revisão da literatura efectuada permitiu retirar ilações fundamentais para a argumentação

do estudo. Contudo o estudo de um problema requer a escolha de métodos e procedimentos

adequados à análise da situação.

Este estudo caracteriza-se como observacional indutivo enquadrando-se no paradigma

qualitativo-associativo:

- qualitativo (interpretativo, hermenéutico, naturalista): pois tenta explicar a realidade,

descrevendo o eixo em que se desenrola o acontecimento, sendo o indivíduo um sujeito

interactivo e comunicativo;

- associativo: uma vez que foram registadas em simultâneo duas ou mais variáveis, não

existindo manipulação directa dos dados observados.

A viabilização da observação e da análise de jogo requer a definição de instrumentos

conceptuais, que delimitem a elaboração e aplicação de metodologias adequadas à natureza

do jogo (Garganta, 2001a).

A metodologia observacional foi escolhida para este estudo por se tratar de um conjunto de

procedimentos científicos que permitem registar a ocorrência de condutas perceptíveis de

forma organizada e sistemática para posterior análise. A metodologia observacional pode ser

entendida como uma acção intencional do método científico que se concretiza numa série de

etapas, e que tem como finalidade dar resposta a um objectivo relacionado com o

comportamento de sujeitos em contexto natural (Anguera, Blanco, Losada & Hernández,

2000).

Tendo sido originalmente desenvolvida para o estudo comportamento na área da psicologia, a

metodologia observacional, começou a ser utilizada em investigações relacionadas com o

estudo do comportamento nas áreas da actividade física e do desporto (Oliveira, Campaniço,

& Anguera, 2001). De acordo com Prudente (2000, 2006), Prudente, Garganta e Anguera

(2004), Silva (2008) e Gomes (2008), a metodologia observacional tem sido utilizada nos

últimos anos nos jogos desportivos colectivos, e embora já existam alguns trabalhos realizados

em Portugal, ainda são escassos no âmbito da análise do jogo de Andebol. A metodologia

observacional tem sido utilizada para analisar os aspectos tácticos do jogo, uma vez que é

referida como uma metodologia de investigação adequada ao estudo dos fenómenos

desportivos em contexto real (Anguera, 2003).

Os instrumentos de observação e registo, na metodologia observacional permitem a utilização

combinada do sistema de categorias com o formato de campo (Anguera, 2003; Jonsson et al.,

2006; Camerino, et al., 2007). Face à multiplicidade de situações e comportamentos que

ocorrem durante as sequências de um jogo de Andebol, optou-se pela utilização de um

sistema misto que combina o formato de campo e o sistema de categorias, devido à sua não

estardadização e à sua flexibilidade (Prudente, Garganta & Anguera, 2004).

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Olímpicos de Pequim 2008

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4.1. Desenho do Estudo De acordo com a representação gráfica dos diferentes desenhos observacionais o presente

estudo será em função (Figura 4):

- da temporalidade dos registos do tipo seguimento - registo e análise das sequências da

defesa organizada da selecção de Espanha durante o Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos

de Pequim;

- das unidades observadas do tipo ideográfico - comportamento de uma equipa (selecção de

Espanha) durante sequências da defesa organizada em vários jogos (do Torneio de Andebol

nos Jogos Olímpicos de Pequim) – ou seja são considerados vários sujeitos observados como

uma unidade, uma vez que existe um critério de afinidade e regras de jogo a seguir;

- da dimensionalidade do tipo multidimensional – registados vários níveis de resposta em

simultâneo da selecção observada (Anguera, 2000).

Figura 4 - Indicação do Desenho Observacional para o estudo

As unidades de observação são naturais (sequência de eventos) e analíticas (sequências de

comportamento). As unidades de registo foram definidas como unidades evento e o tipo de

registo pela ordem temporal.

A observação e registo dos comportamentos foram realizados no contexto natural de jogo,

recorrendo a indicadores integrados num instrumento de observação, para permitir a análise

da interacção dos comportamentos.

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4.2. Procedimentos Metodológicos Este estudo caracteriza-se por ser do tipo descritivo, que recorreu a um instrumento ad hoc

que combina um sistema de categorias e formato de campo (Anguera, 2003).

A estrutura e conteúdo do instrumento de observação foram sustentados pela revisão da

literatura existente em observação e análise do jogo de Andebol, a consulta de especialistas e

a validade interna pela realização dos testes de fiabilidade intra e inter observador.

Foi pretendido descrever o comportamento da defesa, que antecedeu a recuperação da posse

de bola, da selecção Espanha no método de jogo organizado em situação de 6x6, no Torneio

de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, pela análise das sequências dos eventos

registados. O tipo de análise para caracterizar o comportamento da defesa da selecção

observada foi sequencial, para a detecção de padrões temporais.

4.2.1. Fase Exploratória A fase exploratória ou passiva do estudo é um dos processos associados à metodologia

observacional para a construção de um instrumento de observação (Anguera, 2003).

A fase exploratória do estudo passou pela observação não sistemática de 2 jogos do

Campeonato da Europa de Andebol de 2006 que permitiu: efectuar uma listagem das condutas

observadas e correspondentes a cada um dos critérios, adaptar as existentes ao objecto de

estudo e facilitar posteriomente o reconhecimento de comportamentos. A escolha de jogos do

Campeonato da Europa para esta fase exploratória deveu-se à semelhança das características

competitivas da prova e à disponibilidade dos jogos. Esta fase foi dada como concluída quando

em duas observações consecutivas não foram registadas novas condutas.

Este processo possibilitou uma melhor definição dos comportamentos a observar, da amostra

observacional e da forma de registo, permitindo simultaneamente o treino do observador.

Após este procedimento foi definida a amostra para o estudo.

4.3. Amostra

4.3.1. Observacional A amostra observacional é representada pelos registos obtidos na observação dos sete jogos,

que correspondem 3511 registos de configurações de eventos.

Tabela 2 - Nº de registos de configurações de eventos por cada jogo da selecção de Espanha

Advesário Croácia China França Brasil Coreia Islândia Croácia Total

Registos 506 679 442 582 495 297 510 3511

Resultado Derrota Vitória Derrota Vitória Vitória Derrota Vitória -

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Foram tomadas as seguintes decisões relativamente ao seguimento inter-sessão da amostra:

1) Período de observação: desde o início do Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de

Pequim 2008 até ao final;

2) Número de sessões: 7;

3) Critério de início e fim de sessão: sempre a primeira sequência ofensiva observável da

selecção adversária à de Espanha, no método organizado de jogo de Andebol, até ao final da

última sequência ofensiva observável da selecção adversária à de Espanha, no mesmo método

em situação de 6x6.

Para o seguimento intra-sessão da amostra foi tomada a seguinte decisão:

1) Registo da sessão: foram registadas todas as sequências ofensivas da selecção adversária à

de Espanha para o método organizado de jogo, em situação de 6x6, em cada um dos jogos,

tendo sido descartadas as sequências em que não fora perceptível o registo de alguma

conduta.

4.3.2. Sujeitos Para obtenção de dados foram observados sete jogos de Andebol realizados pela selecção de

Andebol de Espanha durante o Torneio Olímpico de Pequim de 2008. Esta prova internacional

representa uma das maiores competições de mais alto nível, a par dos Campeonatos do

Mundo e da Europa de Andebol. Nestas competições é possível observar inovações e

tendências a nível técnico-táctico do jogo de Andebol. Destes jogos foram seleccionadas as

sequências do método de jogo organizado enquanto a selecção de Espanha defendia, em

situação 6x6.

Foi escolhida a selecção de Espanha para ser observada pelos critério de conveniência e

acessibilidade dos jogos e porque esta selecção é considerada como uma das candidatas a

vencer qualquer uma das competições internacionais de selecções27 devido, ao número de

participações nos Jogos Olímpicos, aos títulos internacionais conquistados e à existência de

uma liga profissional naquele país, reconhecida internacionalmente como uma das mais

competitivas. Desta forma foi possível garantir que ao observar esta selecção estaria-se

perante jogadores de referência pela sua qualidade e competitividade.

4.4. Instrumentos Para a observação e registo do jogo as novas tecnologias têm sido fundamentais (Hernández &

Ramos, 1996), sendo necessária a aplicação de instrumentos de registo que permitam a

configuração e utilização de critérios ad-hoc de acordo com o desenho observacional.

27

De acordo com o Ranking List Nation – 2008 National Team Competitions da EHF

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Página 77

4.4.1. Instrumento de Registo O instrumento de registo foi uma nova versão do software Match Vision Studio 3.0 (Perea,

Alday, & Castellano, 2004; Castellano, Perea, Alday & Hernández, 2008), o Match Vision Studio

Premium. Este software foi desenhado para facilitar a observação sistemática no desporto,

para que através dele possa ser possível representar a realidade do ponto de vista do

observador. Este instrumento tem sido aplicado sobretudo no futebol sendo requerida a sua

utilização em outras modalidades (Anguera, Blanco, Losada & Hernández, 2000; Jonsson et al.,

2006).

O Match Vision Studio Premium é uma ferramenta que possui um interface gráfico intuitivo e

que auxilia os investigadores na observação, codificação, registo e análise de comportamentos

perceptíveis e espontâneos. Este software possibilita que em simultâneo seja reproduzido

vídeo em formato digital e o instrumento de observação, para o registo dos comportamentos.

As observações são registadas através de cliques sobre os códigos do instrumento de

observação que automaticamente, incluem o tempo e a duração do evento (frames e

segundos). O utilizador pode aceder em qualquer momento aos registos, o que facilita a

procura de comportamentos que foram observados e registados durante a sessão.

No sentido de facilitar a recolha de dados, os utilizadores podem definir (ad-hoc) até 12

critérios e 120 indicadores distintos, que deverão ser mutuamente exclusivos. O programa

permite, com facilidade, a definição, a inserção, a correcção de indicadores e critérios dos

instrumentos de observação que combinem o formato de campo com sistema de categorias

(Camerino, et al., 2007; Perea et al., 2004; Castellano, Perea, Alday & Hernández, 2008). Este

instrumento permite ao observador guardar a duração das ocorrências sequencialmente, para

a análise dos comportamentos, uma vez que o registo cria uma ordem progressiva de inclusão

entre os comportamentos registados, sendo importante para o tratamento de dados.

Para além de ser um instrumento de registo, o Match Vision Studio Premium integra uma

aplicação para a análise dos dados registados, permitindo a obtenção automática da

frequência, sendo possível estabelecer associações entre os indicadores através das tabelas de

contingência. Os dados provenientes deste instrumentos são armazenados em formato XLS,

que podem ser exportados para programas de estatística, como o SPSS, o SDIS–GSEQ

(Bakeman & Quera, 1996), Theme (Magnusson, 2000) que possibilitam a realização de uma

análise mais adequada aos objectivos e ao desenho observacional.

4.4.2. Instrumento de Observação Devido à diversidade de comportamentos a observar será utilizado um instrumento de

observação ad hoc para permitir a flexibilidade adequada às várias possibilidades de conduta

que ocorrem no contexto real de jogo, sendo contudo rigorosos (Anguera, Blanco, Losada, &

Hernández, 2000). O instrumento de observação foi baseado numa adaptação da combinação

do formato de campo com o sistema de categorias (Anguera & Blanco, 2001) de Prudente

(2004, 2006) e Silva (2008). Esta combinação possibilita um registo contextualizado (Anguera,

Blanco, Losada & Hernández, 2000; Camerino et al., 2007) do objecto de estudo.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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O instrumento de observação foi denominado como Sistema de Observação da Defesa no

Método Organizado (SODMO) e após a sua codificação foi inserido no Match Vision Studio

Premium. As unidades de codificação foram assumidas como eventos (Anguera & Blanco,

2001), tendo sido registada a duração, a ordem e a frequência. Numa perspectiva

multidimensional, cada código registado representou uma dada componente da realidade

observada e o seu conjunto num dado tempo uma configuração de eventos que se integra

numa sequência.

Para que o registo dos comportamentos a observar através do SODMO fosse uniforme, foi

necessário delimitar os conceitos. Neste sentido foi elaborado um manual para definir as

categorias, os indicadores, a codificação, as convenções de registo das ocorrências e aplicação

do SODMO no Match Vision Studio Premium. Desta forma poderá ser salvaguardada a sua

usabilidade, na óptica do utilizador, facilitando a interpretação do SODMO e a sua aplicação.

4.4.3. Manual de Procedimentos para registo e Observação Foram definidas as categorias que indicavam o início e o final de uma sequência, delimitando

desta forma os momentos que interessam aos objectivos do estudo. Para além destas

categorias foram definidos as condutas que definiram os comportamentos a observar. Estas

condutas foram distinguidas como critérios variáveis e critérios fixos, que são co-ocorrentes, e

encontram-se entre o início e o fim de cada uma das sequências.

Cada critério encontra-se definido por um conjunto de categorias ao qual estão associados

indicadores para que se proceda à observação e ao respectivo registo dos comportamentos

observáveis.

Os indicadores são representados por códigos no Match Vision Studio Premium e encontram-

se organizados de forma hierarquizada. Desta forma os dados são registados, sob a forma de

eventos, podendo ser utilizados no software Theme (Magnusson, 2000) para a detecção, e

posterior caracterização, dos padrões temporais dos comportamentos observados.

Descrição do instrumento de observação

O instrumento de observação é composto por 9 critérios: Início da Sequência, Marcador de

Jogo, Sistema Defensivo, Forma de Organização Defensiva, Campograma, Local do Pivot

Adversário, Acções de Grupo Ofensivas, Oposição do Defensor, Recuperação de Bola (Final da

Sequência).

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Critério 1

O Critério 1 (Início da Sequência) é composto apenas por uma categoria e um indicador, com o

código ON. Este indicador é registado apenas uma vez no início de cada sequência de forma

isolada (mais nenhum outro indicador de outro critério pode ser registado em simultâneo).

Tabela 3 - Critério 1 (Início da sequência)

Código Descrição

ON Como indicador descritivo do início de uma sequência é necessário que

exista igualdade numérica na relação 6x6, a selecção adversária da

selecção de Espanha esteja com posse de bola no seu meio campo

ofensivo e seja possível identificar a localização da bola, do pivot

adversário e o sistema defensivo da selecção de Espanha.

Critério 2

O Critério 2 (Marcador de Jogo) é composto por 3 categorias: Empate, Vantagem e

Desvantagem. O registo é efectuado tantas as vezes quantas as configurações de eventos que

ocorram numa sequência, em simultâneo com outros indicadores de outros critérios.

A categoria Empate apenas apresenta um indicador, com o código E.

A categoria Vantagem é composta por 5 indicadores em função do resultado parcial do

marcador relativamente à selecção observada: vantagem por um golo (V1), vantagem por dois

golos (V2), vantagem por três golos (V3), vantagem por quatro golos (V4) e vantagem por cinco

ou mais golos (V5).

A categoria Desvantagem é composta por 5 indicadores em função do resultado parcial do

marcador relativamente à selecção observada: desvantagem por um golo (P1), desvantagem

por dois golos (P2), desvantagem por três golos (P3), desvantagem por quatro golos (P4) e

desvantagem por cinco ou mais golos (P5).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Tabela 4 - Critério 2 (Marcador de jogo)

Categoria Código Descrição

Empate E Empatado / igualdade de golos (independentemente do número de golos).

Vantagem V1 Equipa observada vence por 1 golo.

V2 Equipa observada vence por 2 golos.

V3 Equipa observada vence por 3 golos.

V4 Equipa observada vence por 4 golos.

V5 Equipa observada vence por 5 ou mais golos.

Desvantagem P1 Equipa observada perde por 1 golo.

P2 Equipa observada perde por 2 golos.

P3 Equipa observada perde por 3 golos.

P4 Equipa observada perde por 4 golos.

P5 Equipa observada perde por 5 ou mais golos.

Critério 3

O Critério 3 (Sistema Defensivo) é composto por 5 categorias: Uma Linha, Duas Linhas, Misto,

Três Linhas e Individual. O registo é efectuado tantas as vezes quantas as configurações de

eventos que ocorram numa sequência, em simultâneo com outros indicadores de outros

critérios.

A categoria Uma Linha é composta por um indicador (6:0) com o código ZONA. É registado

sempre que os seis jogadores da equipa observada estão organizados numa só linha defensiva.

Figura 5 - Representação gráfica do sistema defensivo 6:0 (ZONA)

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A categoria Duas Linhas é composta por 5 indicadores (e respectivos códigos): 5:1 (UNO), 4:2 (DOS), 2:4 (TRES), 3:3 (CUATRO) e 1:5 (CINCO).

Figura 6 - Representação gráfica do sistema

defensivo 5:1 (UNO)

Figura 7 - Representação gráfica do sistema

defensivo 3:3 (CUATRO)

Figura 8 - Representação gráfica do sistema

defensivo 4:2 (DOS)

Figura 9 - Representação gráfica do sistema

defensivo 1:5 (CINCO)

A categoria Misto é composta por 3 indicadores (e respectivos códigos): 5+1 (SEIS), 4+2 (SIETE) e 3+3 (OCHO).

A categoria Três Linhas é composta apenas por um indicador (3:2:1) com o código NUEVE.

Figura 10 - Representação gráfica do sistema defensivo 3:2:1 (NUEVE)

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A categoria Individual é composta apenas por um indicador (marcação ou defesa individual –

homem a homem) com o código (HOMBRE).

Tabela 5 - Critério 3 (Sistema defensivo)

Categoria Código Descrição

Uma linha ZONA Os seis jogadores da equipa observada estão organizados numa só

linha defensiva.

Duas

linhas

UNO Cinco jogadores na primeira linha defensiva e um jogador na

segunda linha defensiva.

DOS Quatro jogadores na primeira linha defensiva e dois jogadores na

segunda linha defensiva.

TRES Dois jogadores na primeira linha defensiva e quatro jogadores na

segunda linha defensiva.

CUATRO Três jogadores na primeira linha defensiva e três jogadores na

segunda linha defensiva.

CINCO Um jogador na primeira linha defensiva e cinco jogadores na

segunda linha defensiva.

Misto SEIS Cinco jogadores na primeira linha defensiva e um jogador numa

segunda linha defensiva realiza uma marcação individual.

SIETE Quatro jogadores na primeira linha defensiva e dois jogadores numa

segunda linha defensiva realizam duas marcações individuais.

OCHO Três jogadores na primeira linha defensiva e três jogadores numa

segunda linha defensiva realizam três marcações individuais.

Três linhas NUEVE Três jogadores numa primeira linha defensiva, dois numa segunda

linha e ainda um jogador numa linha mais adiantada, distinta das

anteriores.

Individual HOMBRE Os jogadores realizam marcação individual a cada um dos seus

adversários directos.

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Critério 4

O Critério 4 (Forma de Organização Defensiva) é composto por uma categoria com 3

indicadores (que se referem à forma de interpretar a actuação do sistema defensivo) e pelos

respectivos códigos: Zona Activa (ZA), Zona Passiva (ZP) e Pressing (PRESS). O registo é

efectuado tantas as vezes quantas as configurações de eventos que ocorram numa sequência,

em simultâneo com outros indicadores de outros critérios.

Tabela 6 - Critério 4 (Forma de organização defensiva)

Código Descrição

ZA Existe oposição activa dos defensores sempre com: saída ao portador da

bola, marcação de proximidade ao portador da bola e pressão sobre linhas

de passe.

ZP Existe uma defesa recuada entre 1ª e 2ª linhas defensivas sem procura

activa da bola.

PRESS Os defensores procuram activamente a bola, com trajectórias de grande

profundidade sobre os adversários, existindo sempre pressão sobre o

portador da bola e sobre as linhas de passe, com os defensores actuando

em grande parte para além da 2ª linha defensiva.

Critério 5

O Critério 5 (Campograma) é composto por 3 categorias que são observadas do ponto de vista

do ataque do adversário da selecção observada e indicando a localização do portador da bola:

Primeira Linha, Segunda Linha e Zona de Transição. O registo é efectuado tantas as vezes

quantas as configurações de eventos que ocorram numa sequência, em simultâneo com

outros indicadores de outros critérios.

A categoria Primeira Linha é composta por 5 indicadores (e respectivos códigos): zona do

lateral direito (LD), zona do lateral direito mais próxima do central (LDC), zona do central (C),

zona do lateral esquerdo (LE) e zona do lateral esquerdo mais próxima do central (LEC).

A categoria Segunda Linha é composta por 5 indicadores (e respectivos códigos): zona do

ponta direita (PD), zona do pivot do lado direito (PIVD), zona do pivot central (PIVC), zona do

pivot do lado esquerdo (PIVE) e zona do ponta esquerda (PE).

A categoria Zona de Transição é composta apenas por um indicador com o código ZT, que

corresponde à zona anterior à zona activa de jogo.

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Tabela 7 - Critério 5 (Campograma)

Categoria Código Descrição

1ª linha LD Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo que compreende a limitação das zonas

LDC e ZT, a linha descontínua dos 9 metros e a linha lateral esquerda, normalmente onde

actuam os Laterais Direitos atacantes.

LDC Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo que compreende a limitação das zonas C,

LD, ZT e a linha descontínua dos 9 metros, normalmente onde actuam os Laterais Direitos

atacantes.

C Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo que corresponde aproximadamente à

distância de 6x6m e é limitada pelas zonas LD, LE, ZT e a linha descontínua dos 9 metros, e é

normalmente onde actuam os jogadores atacantes centrais.

LE Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo que compreende a limitação das zonas

LEC, ZT e a linha descontínua dos 9 metros e a linha lateral direita, normalmente onde

actuam os Laterais Esquerdos atacantes.

LEC Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo que compreende a limitação das zonas C,

LE, ZT e a linha descontínua dos 9 metros, normalmente onde actuam os Laterais Esquerdos

atacantes.

Zona

Transição

ZT Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo que compreende a distância de

aproximadamente 5 metros entre a linha do meio campo e o início das zonas LD, LDC, C, LEC

e LE. É considerada uma zona passiva de jogo.

2ª linha PD Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo entre a linha de fundo e a linha lateral

esquerda limitada até à linha descontínua dos 9 metros, à linha dos 6 metros e à zona PivD,

normalmente onde actuam os atacantes Pontas Direitos. Compreende aproximadamente 2,5

metros de largura.

PivD Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo entre a limitação das zonas PD, PivC, a

linha dos 6 metros e a linha descontínua dos 9 metros, normalmente onde actuam os

atacantes pivots de raiz e/ou os jogadores que realizam entradas.

PivC Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo entre a limitação das zonas PivD e PivE, a

linha dos 6 metros e a linha descontínua dos 9 metros, normalmente onde actuam os

atacantes pivots de raiz e/ou os jogadores que realizam entradas. Corresponde

aproximadamente 4 metros de largura.

PivE Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo entre a limitação das zonas PE, PivC, a

linha dos 6 metros e a linha descontínua dos 9 metros, normalmente onde actuam os

atacantes pivots de raiz e/ou os jogadores que realizam entradas.

PE Corresponde à zona do terreno de jogo defensivo entre a linha de fundo e a linha lateral

direita limitada até à linha descontínua dos 9 metros, a linha dos 6 metros e a zona PivE,

normalmente onde actuam os atacantes Pontas Esquerdos. Corresponde aproximadamente

2,5 metros de largura.

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Figura 11 - Representação gráfica do campograma

Neste critério é necessário ter em conta o lado do campo para o qual a equipa observada defende, trocando na 2ª parte do jogo.

Critério 6

O Critério 6 (Local do Pivot Adversário) é composto por 3 categorias: Um pivot, Dois pivots,

Outros. O registo é efectuado tantas as vezes quantas as configurações de eventos que

ocorram numa sequência, em simultâneo com outros indicadores de outros critérios. Cada

uma das categorias é constituída pelos indicadores abaixo descritos e respectivos códigos.

Tabela 8 - Critério 6 (Local do pivot adversário)

Categorias Código Descrição

Um pivot P12D Pivot entre o 1º e o 2ª defensor do lado direito da defesa.

P12E Pivot entre o 1º e o 2ª defensor do lado esquerdo da defesa.

P23D Pivot entre o 2º e o 3ª defensor do lado direito da defesa.

P23E Pivot entre o 2º e o 3ª defensor do lado esquerdo da defesa.

PM Pivot no meio da defesa.

Dois pivots 2P12 Dois pivots entre o 1º e o 2º defensor.

2P23 Dois pivots entre o 2º e o 3º defensor.

2P1MD Dois pivots um entre o 1º e o 2º defensor do lado direito da defesa e o outro no meio da defesa.

2P1ME Dois pivots um entre o 1º e o 2º defensor do lado esquerdo da defesa e o outro no meio defesa.

2P1E23 Dois pivots um entre o 1º e o 2º defensor do lado esquerdo da defesa e o outro entre o 2º e o 3º do lado direito da defesa.

2P1D23 Dois pivots um entre o 1º e o 2º defensor do lado direito da defesa e o outro entre o 2º e o 3º defensor do lado esquerdo da defesa.

Outros OPIV Outras situações que não se enquadrem nas anteriores.

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Figura 12 - Representação gráfica da colocação do pivot adversário entre o 1º e 2º defensor (P12D, P12E)

Figura 13 - Representação gráfica da colocação do pivot adversário entre o 2º e 3º defensor (P23D, P23E)

Figura 14- Representação gráfica da colocação do pivot adversário no meio da defesa (PM)

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Figura 15- Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 1º e 2º defensor (2P12)

Figura 16- Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 2º e 3º defensor (2P23)

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Figura 17- Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 1º e 2º defensor do lado direito

e no meio da defesa (2P1MD)

Figura 18 - Representação gráfica da colocação dos dois pivots adversários entre o 1º e 2º defensor do lado

esquerdo e no meio da defesa (2P1ME)

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Critério 7

O Critério 7 (Acções Ofensivas do Adversário) é composto por uma categoria: Meios Tácticos

de Grupo Ofensivos. O registo é efectuado tantas as vezes quantas as configurações de

eventos que ocorram numa sequência, em simultâneo com outros indicadores de outros

critérios. A categoria é constituída pelos indicadores abaixo descritos e respectivos códigos.

Tabela 9 - Critério 7 (Acções ofensivas do adversário)

Código Descrição

PERB Permuta de posição com o jogador que tem a bola.

PERM Permuta de posição entre jogadores que não têm posse de bola.

CZ Cruzamento entre o portador da bola e outro atacante.

BLQ Acção de bloqueio realizado por um atacante sem posse de bola perto da zona de

acção do portador da bola.

ECR Ecrã realizado na zona de acção do portador da bola, por um ou mais atacantes sem

posse de bola.

PEE Passe e entra.

PESU Penetração sucessiva.

Critério 8

O Critério 8 (Oposição do Defensor) é composto por uma categoria: Tipo de Oposição que o

defensor directo realiza sobre o portador da bola realiza. O registo é efectuado tantas as vezes

quantas as configurações de eventos que ocorram numa sequência, em simultâneo com

outros indicadores de outros critérios. Cada uma das categorias é constituída pelos indicadores

abaixo descritos e respectivos códigos.

Tabela 10 - Critério 8 (Oposição do defensor)

Código Descrição

STOP O defensor directo encontra-se parado, não realiza movimento, não faz oposição ao

portador da bola.

DESL O defensor directo do portador da bola encontra-se em deslocamento lateral.

APR O defensor directo ataca o portador da bola aproximando-se.

CONT O defensor directo ataca o portador da bola, contactando com o atacante.

BLC O defensor directo do portador da bola realiza acção de bloco ao remate.

FLT O defensor directo do portador da bola faz falta sobre o adversário.

F7M O defensor directo do portador da bola faz falta e provoca livre de 7 metros.

TINTER O defensor directo do portador da bola realiza uma tentativa de intercepção.

TDES O defensor directo do portador da bola realiza uma tentativa de desarme.

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Critério 9

O Critério 9 (Formas de Recuperação de Bola / Fim da Sequência) é composto por 6 categorias:

Guarda-Redes, Golo Sofrido, Acção dos Defensores, Erros do Adversário, Erros da Defesa e

Outros. Esta categoria é registada apenas uma vez no final de cada sequência e de forma

isolada (mais nenhum indicador de outro critério pode ser registado em simultâneo).

Tabela 11 - Critério 9 (Formas de recuperação de bola / Fim da sequência)

Categoria Código Descrição

Guarda-Redes DCB Guarda-redes defende e controla a bola de imediato.

DSC6 Guarda-redes defende sem controlar a bola dentro da área de 6m.

DSC9 Guarda-redes defende sem controlar a bola para fora da área de

6m.

REC Guarda-redes recupera a bola sem defesa, na área ou pela linha

final.

Golo Sofrido GS Recuperação da bola após equipa sofrer golo.

GS7M Recuperação da bola após equipa sofrer golo através de um livre de

7m.

Acção dos

Defensores

I Recuperação da bola através da intercepção da bola.

BL Recuperação da bola através de um bloco ao remate.

DSM Recuperação da bola através de desarme.

RES Recuperação da bola através de ressalto defensivo.

Erros do

Adversário

PDB Recuperação após passos/dribles.

PB Recuperação após perda de bola.

MPR Recuperação após mau passe/má recepção.

VIO Recuperação após violação da área de baliza.

FA Recuperação da bola após falta atacante.

JP Recuperação de bola após marcação de jogo passivo.

Erros da Defesa ROR Recuperação da bola pela equipa atacante através de ressalto

ofensivo após remate que vai à baliza.

ROO Recuperação da bola pela equipa atacante através de ressalto

ofensivo excluindo o remate que vai à baliza.

Outros OUT Outras situações que requerem a interrupção do jogo: desconto

tempo, limpeza terreno de jogo, lesão de um atleta e outros que

não se enquadram nos anteriores.

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4.5. Controlo da Qualidade dos Dados

4.5.1. Validação do Instrumento de Observação

O essencial para qualquer medição ser precisa é que meça o que se pretende medir. Para

garantir rigor na observação, no registo e na análise sistemática de comportamentos é

necessário controlar a qualidade da informação obtida de modo que seja fiável e precisa

(Castellano, Hernández, Gómez, Fontetxa & Bueno, 2000).

A qualidade dos dados encontra-se associada a três conceitos base: fiabilidade, precisão e

validade. A validade e a fiabilidade são duas características que um instrumento deve ter para

nos garantir a qualidade informativa dos dados recolhidos.

A validade refere a qualidade dos resultados da investigação no sentido dos mesmos serem

aceites. A validade de conteúdo e de constructo permite verificar se o instrumento em teste

avalia aquilo que é suposto avaliar. Desta forma o instrumento de observação foi apresentado

a especialistas no sentido de analisar a sua pertinência com os objectivos do estudo.

A validade interna e do conteúdo da adaptação do instrumento de observação foi garantida

pela consulta de 4 especialistas de Andebol: dois doutorados em observação e análise do jogo

de Andebol (com experiência enquanto treinadores de alto rendimento) e dois treinadores de

alto rendimento licenciados em Educação Física e Desporto com especialização em Andebol,

que comprovaram a homogeneidade, exaustividade, mútua exclusividade e pertinência das

categorias e do formato campo para o estudo do comportamento dos defensores durante o

método organizado de jogo, em situação de 6x6.

O instrumento de observação deverá possibilitar a mesma medição, nas mesmas condições,

independentemente do observador, com resultado idêntico, dentro de um erro aceitável.

Blanco (2001) apresenta 3 formas de entender a fiabilidade dos dados observacionais:

coeficentes de acordo mediante correlação, coeficientes de concordância entre observadores

e aplicação da teoria da generalibidade.

Os métodos de cálculo da fiabilidade que assentam em coeficientes de correlação podem ser

agrupados pela determinação da análise da estabilidade ou da consistência. Para o efeito foi

calculado o índice Kappa de Cohen (Castellano, Hernández, Gómez, Fontetxa & Bueno, 2000;

Sheskin, 2004; López & Pita, 2001) - que mostra a fiabilidade dos registos, intra e inter

observadores, indicando o grau de confiança que se pode ter na informação obtida, em termos

de estabilidade e consistência (Cardoso, 2000; Castellano, Hernández, Gómez, Fontetxa &

Bueno, 2000).

Para testar a estabilidade do instrumento o mesmo foi aplicado em dois momentos distintos

pelo mesmo observador (fiabilidade intra-observador). Para verificar a consistência do

instrumento o mesmo foi aplicado por dois observadores diferentes para uma mesma situação

(fiabilidade inter-observador).

Este procedimento estatístico permitiu aferir a fidelidade entre os resultados obtidos para um

mesmo teste em diferentes momentos e com observadores diferentes. O processo para

obtenção do valor Kappa de Cohen consistiu na comparação dos dados registados em duas

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Olímpicos de Pequim 2008

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sessões de observação de um mesmo jogo de Andebol. O valor de referência considerado

excelente é a partir de 75%, embora possam ser aceites valores como 60% (Ribeiro, 1999). O

valor de Kappa de Cohen foi maior que 80%, indicando um elevado grau de confiança em

termos de estabilidade e consistência do instrumento.

A comprovação da concordância intra e inter-observador consistiu na comparação dos dados

dos registos dos observadores, utilizando a função “Calcular Kappa” do programa SDIS-GSEQ.

Amostra para a validação

Foram utilizados dois jogos da amostra utilizada para o estudo (jogos do Torneio de Andebol

dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008) para garantir o nível de jogo e a pertinência dos

comportamentos das selecções participantes. Entre cada uma das sessões de observação

sucedeu-se um intervalo de três semanas.

Participantes

Foi necessário proceder à organização de sessões de treino para os observadores. Os registos

para a validação do instrumento foram realizados por dois observadores. O critério

estabelecido para a selecção de observadores foi: ser treinador de grau 3 no activo com

licenciatura em Educação Física e Desporto e com especialização em Andebol.

Através da apresentação do manual foi explicado aos observadores as definições, o

funcionamento, as convenções de registo e os limites dos instrumentos de observação e de

registo. Foram realizadas sessões de treino e esclarecimento para os observadores até ficarem

esclarecidas todas as dúvidas.

4.6. Análise de Dados A finalidade do tratamento de dados é estabelecer uma ordem no conjunto dos dados de

modo a transformá-los em informação passível de ser transmitida. O recurso à metodologia

observacional permitiu a realização de uma análise qualitativa e quantitativa dos dados.

Os dados pertencentes à amostra foram analisados pelas medidas da estatística descritiva,

recorrendo a técnicas de medida central (frequência, média e percentagem) para o estudo de

cada uma das categorias. A partir das quais foi possível descrever os eventos e configurações

das sequências em função do resultado parcial do marcador, adversário e tempo de jogo.

Para a análise sequencial foi utilizado o programa Theme para a detecção dos padrões

temporais (Magnusson, 2000). Para detectar os padrões temporais este software considera a

ordem e o tempo relativo dos acontecimentos registados e a sua organização hierárquica. O

processo de análise sequencial é o do tipo probabilístico, no qual cada um dos eventos é tão

dependente do evento inicial como dos eventos anteriores (Hernández & Molina, 2002).

O recurso à análise sequencial permite detectar padrões de comportamento e também

procurar relações de associação entre os comportamentos durante as sequências registadas.

Após a detecção foi possível filtrar e analisar os dados de acordo com os seguintes critérios:

frequência, complexidade, estrutura, identidade e conteúdo comportamental (Magnusson,

2000).

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Para a descrição da análise sequencial dos padrões temporais foi estabelecido que as

sequências tinham que ocorrer pelo menos duas vezes (padrão).

Para a selecção dos dendogramas foram escolhidos aqueles que apresentavam padrões com

pelo menos 4 configurações de eventos na sua sequência e que dois deles se apresentassem

pela seguinte ordem:

- um 1º identificasse o início da sequência (on);

- e um último no final da mesma (forma de recuperação da bola).

Ainda que fossem cumpridos os critérios acima mencionados foram eliminados os

dendogramas cujas configurações apresentassem eventos de outras sequências distintas do

que àquela em que pertenciam.

4.6.1. Limitações Pretende-se com este sub-capítulo identificar aspectos susceptíveis de serem aperfeiçoados

em futuros trabalhos e que se apresentaram como limitações neste estudo. Assim sublinham-

se os seguintes aspectos:

Amostra

Evitar que a recolha de imagens seja realizada pelo recurso a transmissões televisivas, para

que as filmagens sejam apenas só e só do jogo em si, e não constituídas por interrupções e

perturbações de vária ordem (e.g. repetições de jogadas, ângulos cobertos com imagens

publicitárias, etc.).

Instrumento de Observação (SODMO)

A molecularização do sistema de observação determinou um elevado tempo de treino dos

observadores, concretamente na identificação e distinção de algumas zonas do campograma.

Instrumento de Registo (MatchVision)

O instrumento de observação teve que ser adaptado ao instrumento de registo uma vez que

não permitia a exequibilidade do registo de alguns indicadores. Contudo esta adequação não

comprometeu a recolha dos dados e o objectivo do estudo.

A impossibilidade de registar simultaneamente o comportamento dos restantes jogadores sem

bola (defensores e atacantes) para além do portador da bola e o seu defensor directo e a

colocação dos pivots.

A forma de registo do Match Vision Studio não permite distinguir num mesmo evento a ordem

pelo qual o indicador de comportamento ocorreu em primeiro lugar ou seja a precedência de

um comportamento num mesmo evento não é possível ser determinada (e.g. para o registo do

seguinte evento: “o pivot desloca-se para o meio da defesa e de seguida o defensor aproxima-

se do portador da bola” fica igual ao registo “o defensor aproxima-se do portador da bola e o

pivot desloca-se para o meio da defesa”).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Instrumento de Análise (Theme)

A necessidade de aumentar o volume de dados, registando outras competições e/ou outros

métodos de jogo realizados pela Selecção de Espanha, para minorar a diminuta detecção de

padrões que a molecularização do sistema de observação possa ter implicado.

Os critérios utilizados para realizar a detecção de padrões temporais não permitiram

identificar as zonas de recuperação da bola, nem saber onde foi realizado o remate.

O Theme demonstrou uma elevada sensibilidade na detecção de padrões temporais,

identificando padrões que se estendiam para além de uma só sequência, facto que merece ser

tido em consideração no momento da análise dos resultados.

O Theme não permitiu realizar a análise sequencial de todos os dados simultaneamente.

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Capítulo 5 Apresentação e Discussão de

Resultados

CAPÍTULO 5 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

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5.1. Análise de Cada Jogo No Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 o sistema competitivo dividiu as

as selecções participantes em 2 grupos de 6 equipas para disputar a 1ª fase, num sistema de

todos contra todos a uma volta. As 4 primeiras equipas de cada grupo ficavam apuradas para

os quartos de final da prova (2ª fase). De seguida as 4 equipas vencedoras avançaram para as

meias-finais e os vencedores das meias-finais disputaram a final, enquanto os vencidos

deciriam o apuramento para os 3º e 4º classificados (3ª fase). As restantes selecções jogaram

para o ordenamento classificativo. Pela análise do sistema competitivo decidiu-se denominar

1ª fase aos jogos disputados na pool de grupos e 2ª fase aos jogos a eliminar, excepção feita

para aqueles que atribuíam a classificação final no Torneio, que se denominou de 3ª fase.

Tabela 12 - Quadro indicativo dos jogos observados da Selecção de Espanha de acordo com o sistema competitivo

do Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008

1ª fase 2ª fase 3ª fase

Pool de grupo Quartos de final Meias-finais Apuramento 3º e

4º classificados

Croácia-Espanha Coreia-Espanha Islândia-Espanha Croácia-Espanha

China-Espanha - - -

França-Espanha - - -

Espanha-Brasil - - -

Para a apresentação e discussão dos resultados dos jogos da selecção de Espanha, optou-se

por expor a análise descritiva e a sequencial dos dados, analisando os gráficos da distribuição

temporal, da frequência dos eventos e dos dendogramas:

- para cada um dos jogos disputados: distinguindo os dados de todo o jogo, seguido de

cada uma das partes que o constituíram;

- do conjunto de todos os jogos na 1ª fase;

- do conjunto de todos os jogos na 2ª fase: quartos de final e meia-final;

- do conjunto de todos os jogos que terminaram com vitória: na 1ª e na 2ª e na 3ª fase;

- do conjunto de todos os jogos que terminaram com derrota: na 1ª fase e em todas as

fases.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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5.1.1. Jogo Croácia-Espanha O jogo Croácia-Espanha foi o 1º jogo da 1ª Fase do Grupo A do Torneio de Andebol dos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008. A selecção de Espanha defrontava umas das selecções candidatas a

uma medalha olímpica no Torneio28.

O jogo na sua totalidade pautou-se pela desvantagem no marcador que a selecção de Espanha

(p1, p2, p3, p4, p5) teve em 85,71% das sequências observadas (36 em 42 sequências),

registando-se um desequilíbrio no marcador parcial (Silva, 2000), e no qual esteve a perder por

5 ou mais golos (p5) em apenas duas sequências em todo o jogo.

Figura 19 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 1ª fase

As zonas apontadas a vermelho (quadrado vermelho) na Figura 19 apresentam os 10 golos

sofridos e os quadrados verdes as 5 recuperações por perda de bola adversário. O quadrado

castanho apresenta as sequências nas quais foi utilizado o sistema defensivo 6:0 (zona)

durante o jogo, tendo em consideração o resultado parcial do marcador.

28

5ª melhor selecção de acordo com o Ranking List Nation – 2008 National Team Competitions da EHF

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Foi possível identificar 6 tipos de sequências diferentes das 42 que compuseram a totalidade

do jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado

parcial do marcador para selecção de Espanha.

Tabela 13 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo Croácia-Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 3 3 6 14,29 Vermelho

Perde por 1 golo P1 6 4 10 23,81 Laranja

Perde por 2 golos P2 6 3 9 21,43 Amarelo

Perde por 3 golos P3 4 5 9 21,43 Azul

Perde por 4 golos P4 3 3 6 14,29 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 2 0 2 4,76 Preto

Durante quase todo o jogo a selecção de Espanha recorreu à utilização do sistema defensivo

6:0 (zona), independentemente do resultado do marcador (vantagem para a selecção da

Croácia), uma vez que o treinador, possivelmente, entendeu que a discrepância no resultado

não advinha da ineficácia da utilização deste sistema mas de outros factores. Contudo, viria a

modificar o sistema defensivo a meio da 2ª parte para o 3:2:1 (nueve), quando o marcador

registava uma desvantagem por 3 golos (p3) e para o 5+1 (seis) quando o marcador registava

uma desvantagem por um golo (p1) e empate (e), voltando de seguida ao 6:0 (zona).

Esta alteração entre os sistemas defensivos permitiu que a selecção de Espanha recuperasse a

posse de bola sem sofrer golo com sucesso - sugerindo que houve alguma dificuldade na

adaptação da selecção adversária - mas que viria a ser relativo pois o resultado no marcador

manteve-se favorável à selecção da Croácia.

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (19) do que sem sofrer golo (14).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através de: 5

perdas de bola do adversário (pb), uma por mau passe ou recepção (mpr), uma violação da

área de baliza (vio), uma por passos ou dribles (pdb), 3 remates do adversário para fora (rec),

duas por intervenções do guarda-redes (dsc9) e uma por intercepção (i).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 20 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da Croácia e a de Espanha

na 1ª fase

Da análise sequencial do jogo da selecção de Espanha com a selecção da Croácia foram

detectados 4 padrões.

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Figura 21 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 2 golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e 3º defensor do lado direito (p23d), e o defensor directo do portador da

bola realizou deslocamento defensivo (desl), quando a bola circulou da zona do central (c) para

a zona do lateral direito mais próximo do central (ldc) e de seguida para a zona do lateral

esquerdo (le).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes durante o jogo.

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Figura 22 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 23 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

Figura 24 - Representação do evento p2,zona,zp,le,p23d,desl

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Figura 25 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 2 golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e 3º defensor do lado direito (p23d) e o defensor directo do portador da

bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do central (c) para

a zona do lateral direito mais próximo do central (ldc) e de seguida volta para a zona do central

(c) com o pivot adversário entre o 2º e o 3º defensor do lado esquerdo (p23e).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes durante o jogo.

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Figura 26 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 27 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

Figura 28 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23e,desl

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Figura 29 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 2 golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando a bola estava na zona do central (c) e continuou com o

mesmo comportamento (desl) quando o pivot adversário se colocou entre o 2º e 3º defensor

do lado direito (p23d) e a bola circulou da mesma posição (c) para a zona do lateral direito

mais próximo do central (ldc).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes durante o jogo.

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Figura 30 - Representação do evento p2,zona,zp,c,pm,desl

Figura 31 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 32 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

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Figura 33 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 2 golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e 3º defensor do lado direito (p23d), e o defensor directo do portador da

bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do central (c) para

a zona do lateral direito mais próximo do central (ldc).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 5 vezes durante o jogo.

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Figura 34 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 35 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

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1ª parte

Na 1ª parte do jogo que opôs a selecção de Espanha frente à da Croácia foram registadas 24

sequências no método organizado de jogo em situação de igualdade numérica 6x6. Foi possível

identificar 6 tipos de sequências diferentes na 1ª parte, com as seguintes frequências e nos

seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador de jogo para selecção de

Espanha:

Figura 36 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 1ª fase

Na 1ª parte foram registadas duas sequências que caracterizam o jogo como desequilibrado

(Silva, 2000) pela desvantagem no marcador por 5 ou mais golos (p5), que coincidiu com as

últimas sequências do método de jogo organizado em situação de 6x6. A selecção de Espanha

apenas em 3 sequências, durante a 1ª parte, não esteve em desvantagem e que correspondeu

à fase inicial do jogo. O que significa que jogou quase toda a 1ª parte em desvantagem (19 das

24 sequências).

O sistema defensivo utilizado durante toda a 1ª parte, foi o 6:0 (zona) e em grande parte com

a forma de actuação do tipo passiva (zp). A manutenção do mesmo sistema defensivo 6:0

(zona) poderá ser explicada por ser o sistema mais rotinado e que a utilização de qualquer

outro sistema, nesta parte do jogo, poderia fazer com a selecção da Croácia conseguisse criar

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mais situações de golo de 2ª linha devido à diminuição da densidade dos jogadores que outros

sistemas alternativos apresentam, na 1ª linha defensiva.

De referir que a selecção de Espanha sofreu grande parte dos golos quando estava em

desvantagem no marcador por dois golos (p2).

Figura 37 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 1ª fase

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta 1ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola com golo sofrido por 11 vezes (gs e g7m) e sem golo sofrido por 7

vezes. A selecção de Espanha realizou duas recuperações de bola sem sofrer golo após

remates que foram directamente para fora (rec), uma pela perda de bola do adversário (pb),

uma por mau passe ou má recepção (mpr), uma violação da área de baliza (vio) e uma outra

por passos ou dribles (pdb). A recuperação de bola através de defesa pelo guarda-redes

ocorreu apenas por uma vez (dsc9).

Da análise sequencial da 1ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção da Croácia

foi detectado 1 padrão.

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Figura 38 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Croácia na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 2 golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e 3º defensor do lado direito (p23d), e o defensor directo do portador da

bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do central (c) para

a zona do lateral direito mais próximo do central (ldc).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 4 vezes na 1ª parte do jogo.

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Figura 39 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 40 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

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2ª parte

Na 2ª parte foram registadas 18 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 5 tipos de sequências diferentes na 2ª parte

nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador de jogo para selecção de

Espanha:

Figura 41 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 1ª fase

A 2ª parte do jogo foi equilibrada, segundo Silva (2000), uma vez que a selecção de Espanha

enquanto defendia durante o método organizado, em situação de igualdade numérica 6x6,

esteve em desvantagem por uma diferença menor que 5 golos (p1,p2,p3,p4) em 15 das 18

sequências.

Nesta 2ª parte foram utilizados 3 sistemas defensivos diferentes: o 6:0 (zona), o 5+1 (seis) e o

3:2:1 (nueve). Esta opção de alternar os sistemas defensivos poderá ser explicada pelo facto

do treinador de Espanha pretender causar instabilidade ofensiva na equipa adversária, na

tentativa de recuperar a posse de bola, pela criação de erros no ataque adversário. A alteração

para o sistema defensivo 3:2:1 (nueve) surgiu quando o resultado do marcador apontava para

uma desvantagem de 3 golos (p3) e o sistema defensivo 5+1 (seis) quando a desvantagem era

mínima (p1).

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Olímpicos de Pequim 2008

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Observa-se uma maior concentração de eventos na primeira metade da 2ª parte do jogo e,

que corresponde também a uma recuperação no marcador de jogo, significando que grande

parte das recuperações bola, independentemente do tipo, para este método do jogo

aconteceram aproximadamente nos primeiros 15 minutos da 2ª parte.

É possível observar ainda que existe um hiato entre os 87000 frames e os 100000 em que não

houve registo de eventos. Mas, que de seguida foi identificada uma recuperação no marcador

de jogo, que poderá ser explicada pelas situações de relação numérica distinta da 6x6, ou de

contra-ataque e/ou reposição de bola rápida que possivelmente ocorreram naquele hiato.

Figura 42 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 1ª fase

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (8) do que sem sofrer golo (7).

Sem sofrer golo a selecção de Espanha realizou 4 recuperações de bola após perda de bola do

adversário (pb), uma através de intercepção, uma pela intervenção do guarda-redes (dsc9) e

uma após remate do adversário para fora (rec).

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se à elevada variabilidade de eventos que está relacionada

com os vários sistemas defensivos utilizados para diminuir a desvantagem no marcador e com

o diminuto número de sequências defensivas registadas no método organizado de jogo em

situação 6x6 para a selecção de Espanha.

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Síntese

No jogo com a selecção da Croácia, em 85,71% das sequências observadas a selecção de

Espanha esteve em desvantagem no marcador. Apenas em 3 das 24 sequências da 1ª parte o

marcador de jogo não apresentou desvantagem para a selecção de Espanha e também em 3

sequências esteve em desvantagem por 5 ou mais golos. A selecção de Espanha esteve em

desvantagem no marcador, durante a 2ª parte, em 15 das 18 sequências. Observou-se uma

maior concentração de eventos na 1ª metade da 2ª parte do jogo e que correspondeu a um

período de diminuição da desvantagem no marcador de jogo por parte da selecção de

Espanha.

A selecção de Espanha utilizou o sistema defensivo 6:0 em toda a 1ª parte e até à metade da

2ª parte do jogo, modificando-o para o 3:2:1 quando o marcador registava uma desvantagem

de 3 golos e para o sistema 5+1 quando o marcador registava uma desvantagem de 1 golo e

empate, voltando de seguida para o 6:0.

A selecção de Espanha sofreu mais golos enquanto o marcador apresentava uma desvantagem

por 2 golos, durante a 1ª parte do jogo. A recuperação de bola após golo sofrido ocorreu mais

vezes (19) do que sem sofrer golo (14). A selecção de Espanha sofreu mais golos durante a 1ª

parte do jogo (11).

A recuperação de bola sem sofrer golo deveu-se a 5 perdas de bola, a 1 mau passe ou

recepção, a uma violação da área de baliza, a uma falta por passos ou dribles, a 3 remates

realizados para fora, a duas intervenções do guarda-redes e uma intercepção.

Da análise sequencial foram detectados 4 padrões quando analisadas as sequências de todo o

jogo, no método organizado de jogo em situação de 6x6, enquanto a selecção de Espanha

defendia. Todos estes padrões apresentaram como forma de recuperação de bola o golo

sofrido, quando o marcador registava uma desvantagem por 2 golos, com o sistema defensivo

6:0, com a forma de actuação do tipo passiva e o comportamento dos defensores directos do

portador da bola, era o deslocamento defensivo, estando o pivot adversário na maioria das

vezes entre o 2º e o 3º defensor do lado direito. Dois destes 4 padrões apresentaram 5

configurações de eventos que se repetiram durante o jogo por 3 vezes. O padrão que

apresentou as 4 configurações mínimas repetiu-se por 5 vezes durante todo o jogo.

Na análise sequencial realizada em cada uma das partes do jogo, foi detectado apenas 1

padrão para a recuperação da posse de bola após golo sofrido, com as 4 configurações

mínimas, que se repetiu por 4 vezes ao longo da 1ª parte. Quando a selecção de Espanha

estava em desvantagem por 2 golos, com o sistema defensivo 6:0, com a forma de actuação do

tipo passiva e comportamento dos defensores directos do portador da bola foi o

deslocamento defensivo, estando o pivot adversário colocado entre o 2º e 3º defensor do lado

direito, quando a bola circulou da zona do central para a zona do lateral direito mais próxima

do central. A configuração dos eventos deste padrão e a repetição da distribuição temporal é

semelhante à apresentada num dos dendogramas quando foi realizada a análise das

sequências do jogo todo. Na 2ª parte foram detectados padrões, contudo os mesmos

continham configurações de eventos que pertenciam a mais do que uma sequência daí a não

serem considerados.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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5.1.2. Jogo China-Espanha O jogo China-Espanha foi o 3º jogo da 1ª Fase do Grupo A do Torneio de Andebol dos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008. A selecção de Espanha iria defrontar a selecção anfitriã dos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008 e de acordo com o ranking da International Handball Federation

(IHF) a selecção de Espanha era tida como favorita para este encontro.

O jogo teve duas partes distintas, uma 1ª parte que se pautou pelo equilíbrio no resultado do

marcador (Silva, 2000) e que chegaria ao intervalo com a selecção de Espanha em vantagem

por 4 golos (12-16). Uma 2ª parte desequilibrada no marcador (Silva, 2000) na qual a selecção

de Espanha acabaria por vencer (10-20) vencendo a partida (22-36).

Figura 43 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção da China e a de

Espanha na 1ª fase

Foi possível identificar 6 tipos de sequências diferentes nas 52 que compuseram a totalidade

do jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado

parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha.

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Tabela 14 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo China-Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 1 0 1 1,9 Vermelho

Vence por 1 golo V1 3 0 3 5,8 Verde

Vence por 2 golos V2 9 0 9 17,3 Púrpura

Vence por 3 golos V3 4 0 4 7,7 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 5 0 5 9,6 Beje

Vence por 5 golos ou

mais golos

V5 6 24 30 57,7 Azul escuro

A selecção de Espanha esteve, em quase todas as sequências registadas, em vantagem (98%),

somente numa sequência da 1ª parte é que não esteve em vantagem (e). O jogo foi na sua

maioria desequilibrado, segundo Silva (2000), uma vez que a selecção de Espanha, enquanto

defendia durante o método organizado em situação de 6x6, esteve em vantagem por uma

diferença de 5 ou mais golos, em 30 das 52 sequências (57,7%).

Possivelmente, devido ao desequilíbrio registado no resultado do marcador, o sistema

defensivo 3:2:1 (nueve) e a forma de actuação passiva (zp) foram mantidos durante quase

toda a partida, podendo ter sido ser considerados como adequados ao adversário. Hipotiza-se

que a utilização de um sistema defensivo mais profundo, como o 3:2:1 (nueve), pretendia

condicionar o jogo ofensivo da selecção China, uma vez que esta é considerada uma equipa

mais fraca (de acordo com a classificação da IHF). Durante a 2ª parte, à medida que a diferença

no resultado do marcador se foi mantendo, em 5 ou mais golos, e a partir da segunda metade

da 2ª parte, registaram-se alterações no sistema defensivo: 4:2 (dos), 5+1 (seis), 5:1 (uno) e 6:0

(zona).

A selecção de Espanha sofreu 16 dos 22 golos, durante o método organizado de jogo em

situação de 6x6, sendo que 10 dos golos ocorreram na 1ª parte. Das diferentes formas de

recuperação da posse de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha recuperou a posse

de bola mais vezes sem sofrer golo (27) do que após golo sofrido (16).

As formas de recuperação de bola, mais registadas, sem sofrer golo foram através das 7

defesas dos guarda-redes (dsc9, dsc6), seguida de 7 erros dos adversário (vio, mpr, fa, pdb), de

6 ressaltos defensivos (res), de 3 intercepções (i) e de 4 recuperações após remate falhado

sem intervenção directa do guarda-redes (rec).

De referir que a selecção da China realizou 5 recuperações de bola através de ressalto ofensivo

sem remate à baliza (roo).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 44 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da China e a de Espanha na

1ª fase

Da análise sequencial do jogo da selecção de Espanha com a selecção da China foram

detectados 4 padrões.

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Figura 45 - Dendograma representativo do padrão sequencial de como a selecção de Espanha deixou a selecção

da China recuperar a posse de bola através de ressalto ofensivo (sem remate à baliza) em todo o jogo na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

deixou a selecção da China recuperar a posse de bola após ressalto ofensivo (sem remate à

baliza - roo):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm), e a bola circulou da zona do lateral esquerdo (le) para a

zona do central (c) com o defensor directo do portador da bola a realizar deslocamento

defensivo (desl).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes durante o jogo (uma na 1ª parte e outra

na 2ª parte do jogo).

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Figura 46 - Representação do evento v5,nueve,zp,le,pm,desl

Figura 47 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl

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Figura 48 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da China na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utiliado foi o 3:2:1 (nueve) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), o defensor

directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando a bola estava na

zona do central (c) e o pivot adversário no meio da defesa (pm) e se colocou entre o 2º e o 3º

defensor do lado direito (p23d).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 2ª parte do jogo.

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Figura 49 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl

Figura 50 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,p23d,desl

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Figura 51 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da China na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e bola circulou da zona do central (c) para a zona do lateral

esquerdo mais próxima do central (lec), com o defensor directo do portador da bola realizar

deslocamento defensivo (desl).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes na 2ª parte do jogo (duas nos primeiros 15

minutos e uma nos últimos 15 minutos de jogo).

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Figura 52 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl

Figura 53 - Representação do evento v5,nueve,zp,lec,pm,desl

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Figura 54 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da China na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 4 golos (v4), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e o 3º defensor do lado direito (p23d), e bola circulou da zona do central

(c) para a zona do lateral direito (ld), com o defensor directo do portador da bola a realizar

deslocamento defensivo (desl).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes na 1ª parte do jogo (nos últimos 15

minutos).

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Figura 55 - Representação do evento v4,nueve,zp,c,p23d,desl

Figura 56 - Representação do evento v4,nueve,zp,ld,p23d,desl

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1ª parte

Na 1ª parte do jogo entre a selecção de Espanha e da China foram registadas 28 sequências no

método organizado de jogo em situação de igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 6

tipos de sequências diferentes das 28 que compuseram a 1ª parte nos seguintes intervalos, em

função do resultado parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha:

Figura 57 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção da China e a de

Espanha na 1ª fase

A 1ª parte do jogo foi na sua maioria equilibrada, segundo Silva (2000), uma vez que a selecção

de Espanha, enquanto defendia durante o método organizado em situação de 6x6 esteve:

empatada, em desvantagem ou em vantagem por uma diferença inferior a 5 golos no

marcador, em 22 das 28 sequências.

De referir que o marcador parcial, para a selecção de Espanha, registou a situação de empate

(e) apenas numa sequência, estando em todas as outras sempre em vantagem

(v1,v2,v3,v4,v5). A vantagem por 5 ou mais golos começou a registar-se perto do final da 1ª

parte.

Nesta 1ª parte a selecção de Espanha utilizou apenas o sistema defensivo 3:2:1 (nueve) e com

a forma de actuação passiva (zp). Este sistema possivelmente foi escolhido pela necessidade

de criar situações de constante pressão sobre as linhas de passe, e assim dificultar a circulação

de bola, obrigando a selecção da China a jogar mais longe da baliza, e induzindo a um maior

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número de erros e falhas técnicas (o que se viria a registar), uma vez que o adversário, de

acordo com o ranking IHF, é mais fraco.

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta 1ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (13) do que com golo sofrido (10). A

forma de recuperação de bola sem sofrer golo foi realizada através de: 5 ressaltos (res), 4

erros/falhas dos adversário (fa, pdb, vio, rec), 3 defesas dos guarda-redes (dsc9, dsc6) e uma

intercepção. Contudo é de referir que a selecção da China recuperou 4 posses de bola no seu

ataque através de 2 ressaltos após remate (ror) e 2 ressaltos sem remate à baliza (roo).

Figura 58 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da China e a de

Espanha na 1ª fase

Da análise sequencial da 1ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção da China foi

detectado 1 padrão.

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Figura 59 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da China na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 4 golos (v4), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e o 3º defensor do lado direito (p23d), e a bola circulou da zona do

central (c) para a zona do lateral direito (ld), com o defensor directo do portador da bola a

realizar deslocamento defensivo (desl).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª parte do jogo (nos últimos 15

minutos).

O resultado deste dendograma da 1ª parte é igual ao apresentado quando foram analisados os

eventos do jogo por inteiro, significando que este padrão é estável.

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Figura 60 - Representação do evento v4,nueve,zp,c,p23d,desl

Figura 61 - Representação do evento v4,nueve,zp,ld,p23d,desl

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2ª parte

Na 2ª parte foram registadas 24 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar apenas 1 tipo de sequências das 24 que

compuseram a 2ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha, que neste caso vencia por 5 ou mais golos (v5):

Figura 62 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a selecção da China e a de

Espanha na 1ª

Em todas as sequências (24) da 2ª parte do jogo, a selecção de Espanha esteve em vantagem

por 5 ou mais golos (v5), tendo apenas sofrido 6 golos (gs, gs7m). Apesar de não se verificar

variabilidade no resultado parcial do marcador e o mesmo ser considerado desequilibrado

(Silva, 2000), nesta 2ª parte, foram registadas alterações na utilização dos sistemas defensivos:

3:2:1 (nueve), 4:2 (dos), 5+1 (seis), 5:1 (uno) e 6:0 (zona).

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta 2ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (14) do que com golo sofrido (6). As

formas de recuperação de bola sem sofrer golo foram através de: 4 erros/falhas do adversário

(vio, mpr), 4 defesas dos guarda-redes (dsc9, dsc6), 3 remates para fora (rec), os defensores

conseguiram realizar duas intercepções (i) e 1 ressalto defensivo (res). Contudo é de referir

que a selecção da China recuperou 3 posses de bola no seu ataque através de ressaltos

ofensivos sem remate à baliza (roo).

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Figura 63 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da China e a de

Espanha na 1ª fase

Da análise sequencial da 2ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção da China foi

detectado 1 padrão.

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Figura 64 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com a selecção da China na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e a actuação defensiva foi do tipo passiva (zp), com o

pivot adversário no meio da defesa (pm), e a bola circulou da zona do central (c) para a zona

do lateral esquerdo mais próxima do central (lec), com o defensor directo do portador da bola

a realizar deslocamento defensivo (desl).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 2ª parte do jogo (uma nos primeiros

15 minutos e outra nos últimos 15 minutos de jogo).

O resultado deste dendograma da 2ª parte é igual ao apresentado quando foram analisados os

eventos do jogo por inteiro, significando que este padrão é estável.

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Figura 65 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl

Figura 66 - Representação do evento v5,nueve,zp,lec,pm,desl

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Síntese

No jogo com a selecção da China, a selecção de Espanha esteve em vantagem no marcador em

98% das sequências observadas. Durante toda a 2ª parte do jogo o resultado no marcador

apresentou uma vantagem de 5 ou mais golos, registando-se assim mais sequências quando o

marcador apresentava esta diferença de golos (57,7%).

A selecção de Espanha utilizou o sistema defensivo 3:2:1, até a meio da 2ª parte, quando a

diferença no marcador apresentava uma vantagem de 5 ou mais golos, possibilitando a

alteração para os sistemas defensivos 4:2, o 5+1, o 5:1 e o 6:0.

A selecção de Espanha sofreu 16 dos 22 golos durante o método organizado de jogo em

situação de 6x6, sendo que 10 deles ocorreram durante a 1ª parte. A recuperação da posse de

bola sem sofrer golos ocorreu mais vezes (27) do que com golo sofrido (16), através de 7

intervenções do guarda-redes, 7 erros do adversários, 6 ressaltos defensivos, 3 intercepções e

4 remates para fora. Durante a 1ª parte foram realizadas mais recuperações de bola sem

sofrer golo através dos ressaltos defensivos (5) enquanto na 2ª parte foram recuperadas mais

vezes pelos erros do adversário e intervenções do guarda-redes. Foram ainda registadas 5

recuperações de posse de bola através de ressalto ofensivo sem remate à baliza e 2 ressaltos

ofensivos após remate pela selecção da China.

Da análise sequencial foram detectados 4 padrões, quando analisadas as sequências da

selecção de Espanha para todo o jogo, apresentando estes as 4 configurações de eventos

mínimas. Um destes padrões apresentou a recuperação de bola através de ressalto ofensivo

sem anteceder o remate à baliza para a selecção da China, enquanto os 3 restantes indicaram

a recuperação de bola após de golo sofrido. Em todos estes padrões detectados a selecção de

Espanha utilizou o sistema defensivo 3:2:1, e quando se encontrava em vantagem no

marcador por 4 ou mais golos.

O padrão da recuperação da posse de bola para a selecção da China por ressalto ofensivo sem

anteceder o remate à baliza ocorreu por duas vezes (uma na 1ª parte e outra na 2ª parte),

quando a selecção de Espanha tinha vantagem no marcador por 5 ou mais golos, utilizando o

sistema defensivo 3:2:1 com a forma de actuação do tipo passiva e o pivot adversário colocado

no meio da defesa, quando a bola circulou da zona do lateral esquerdo para a zona do central

e os defensores directos do portador da bola realizaram deslocamento defensivo.

Os padrões da recuperação da posse de bola após golo sofrido pela selecção de Espanha, 2

deles ocorreram durante a 2ª parte quando o marcador de jogo registava uma vantagem por 5

ou mais golos, e outro durante a 1ª parte quando a vantagem no marcador era de 4 golos. O

comportamento dos defensores directos do portador da bola nestes padrões foi sempre o

deslocamento defensivo, independentemente da zona onde se encontrava a bola e a

localização do pivot adversário.

Foi detectado 1 padrão de recuperação da posse de bola após golo sofrido com as 4

configurações mínimas em cada uma das partes quando analisadas as sequências em cada um

desses períodos de jogo. Ambas as configurações destes padrões ocorreram por duas vezes em

cada uma das partes, o sistema defensivo utilizado foi o 3:2:1, com actuação do tipo passiva e

o comportamento dos defensores directos do portador da bola foi o deslocamento defensivo.

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Na 1ª parte ocorreu quando o marcador registava uma vantagem por 4 golos para a selecção

de Espanha e com o pivot adversário colocado entre o 2º e 3º defensor do lado direito,

enquanto a bola circulava da zona do central para a do lateral direito. Na 2ª parte registou-se

quando o marcador indicava uma vantagem por 5 ou mais golos para a selecção de Espanha e

o pivot adversário se encontrava no meio da defesa, enquanto a bola circulava da zona do

central para a zona do lateral esquerdo mais próxima do central. A configuração dos eventos

destes 2 padrões e a repetição da distribuição temporal é semelhante à apresentada em

alguns dos dendogramas quando foi realizada a análise das sequências de todo o jogo.

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5.1.3. Jogo França-Espanha O jogo França-Espanha foi o 4º jogo da 1ª Fase do Grupo A do Torneio de Andebol dos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008. A selecção de Espanha defrontava a selecção que naquele

momento era a campeã europeia, sendo esta última favorita para este encontro. Caso a

selecção de Espanha vencesse esta partida estaria apurada para a fase seguinte, mesmo

faltando ainda um jogo do Grupa A por disputar.

O jogo na sua totalidade pautou-se pela desvantagem no marcador (p1, p2, p3, p4, p5) que a

selecção de Espanha teve em 88,56% das sequências observadas (31 em 35 sequências),

registando-se um desequilíbrio no marcador parcial (Silva, 2000), ou seja quando esteve a

perder por 5 ou mais golos (p5) em 62,86% das sequências (em 22 de 35 sequências).

Figura 67 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção de França e a de

Espanha na 1ª fase

Este resultado adveio principalmente do que aconteceu durante a 1ª parte (que teve o parcial

de 16-10 (p5) ao intervalo) uma vez que se registou um equilíbrio na marcha parcial do

marcador na 2ª parte, que culminou com uma desvantagem de 1 golo (p1) para a selecção da

Espanha por 12-11, sendo o resultado final de 28-21 para a selecção Francesa.

Embora tenha existido supremacia da selecção de Francesa reflectida no resultado final da

partida, não seria correcto afirmar que foi durante o método organizado de jogo em igualdade

numérica 6x6 que a selecção de Espanha perdeu o controlo do jogo, uma vez que em 35

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Olímpicos de Pequim 2008

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sequências a selecção de Espanha sofreu 16 golos (gs, gs7m) - 7 golos na 1ª parte e 9 na 2ª

metade.

O desequilíbrio neste jogo poderá ter sido originado pela ineficaz prestação da selecção de

Espanha em outros métodos do processo defensivo e durante o seu processo ofensivo, e ainda

na desiguldade na relação numérica dos jogadores, uma vez que o espaço existente no registo

temporal na Figura 67 entre as sequências, sugere que a alteração verificada no marcador

poderá ter estado relacionada com a utilização do contra-ataque (e/ou contra-golo) e à

finalização com golo em situações de relação numérica distintas da 6x6 por parte da selecção

Francesa. Reporta-se como sugestão, e porque o instrumento de observação não teve como

propósito, o registo das sequências de outros métodos de jogo, do processo ofensivo e de

outras relações numéricas da selecção de Espanha.

É possível identificar 7 tipos de sequências diferentes das 35 que compuseram a totalidade do

jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial

do marcador de jogo para selecção de Espanha.

Tabela 15 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo França-Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 3 0 3 8,58 Vermelho

Vence por 1 golo V1 1 0 1 2,86 Verde

Perde por 1 golo P1 1 0 1 2,86 Laranja

Perde por 3 golos P3 1 3 4 11,42 Azul

Perde por 4 golos P4 1 3 4 11,42 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 5 17 22 62,86 Preto

Durante quase todo o jogo a selecção de Espanha recorreu à utilização do sistema defensivo

6:0 (zona), independentemente do resultado do jogo. A manutenção deste sistema defensivo

deveu-se possivelmente ao entendimento que o treinador fez da discrepância do resultado

não advir da ineficácia da utilização daquele sistema, mas de factores já sugeridos

anteriormente. A modificação do sistema defensivo viria a ocorrer no final da 2ª parte, na

tentativa de recuperar a posse de bola sem sofrer golo, através da alternância entre um

conjunto de sistemas que oferecessem uma maior profundidade que o 6:0 (zona): 3:2:1

(nueve), 5:1 (uno) e 5+1 (seis). Esta constante variação entre sistemas permitiu que a selecção

de Espanha recuperasse a posse de bola sem sofrer golo com sucesso - sugerindo que houve

alguma dificuldade na adaptação da selecção adversária - mas que viria a ser relativa, uma vez

que o resultado no marcador se manteve favorável à selecção adversária.

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Figura 68 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção de França e a de Espanha

na 1ª fase

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo, a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola tantas as vezes sem sofrer golo (16) quantas aquelas após golo

sofrido (16). As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram

através de 7 ressaltos defensivos (res), de 3 intervenções do guarda-redes (dsc9, dcb), de duas

intercepções (i), de 3 erros do adversário (fa, pb) e de 1 remate para fora (rec).

A elevada variabilidade dos eventos poderá ter sido devida às sucessivas alterações ao sistema

defensivo da selecção de Espanha, na tentativa de encontrar uma forma de recuperar a posse

de bola sem sofrer golo e para impedir que o adversário se conseguisse adaptar e tivesse que

procurar novas soluções de ataque, no sentido de não deixar aumentar a desvantagem no

marcador.

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se à elevada variabilidade de eventos que poderá estar

relacionada com os vários sistemas defensivos utilizados e com o diminuto número de

sequências defensivas registadas no método organizado de jogo em situação 6x6 para a

selecção de Espanha.

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1ª parte

Na 1ª parte do jogo que opôs a selecção de Espanha frente à Francesa foram registadas 12

sequências no método organizado de jogo em situação de igualdade numérica 6x6. Foi possível

identificar 6 tipos de sequências diferentes das 12 que compuseram a 1ª parte, com as

seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 69 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção de França e a de

Espanha na 1ª fase

Na 1ª parte foram registadas 5 sequências que caracterizaram o jogo como desequilibrado

(Silva, 2000): em desvantagem no marcador por 5 ou mais golos (p5). Nas restantes sequências

esteve empatada (e) por 3 ocasiões (na fase inicial do jogo), em vantagem por 1 golo (v1) uma

vez e nas restantes em desvantagem por um (p1), por 3 golos (p3) e por 4 golos (p4).

Resumindo, a selecção de Espanha esteve em desvantagem no marcador em 8 das 12

sequências na 1ª parte, neste método do jogo em situação de 6x6.

O sistema defensivo utilizado durante a toda a 1ª parte, independentemente do resultado

parcial do marcador, foi o 6:0 (zona) e em grande parte com a forma de actuação do tipo

passiva (zp). A manutenção do mesmo sistema defensivo (zona) poderá ser explicada por ser o

sistema mais rotinado e porque o resultado parcial do marcador, apesar de muito cedo ter

sido de grande desvantagem (p5), não reflectia a falha do sistema defensivo em si, mas de

consequências negativas possivelmente do próprio processo ofensivo da selecção de Espanha

que originavam situações (e.g. contra-ataque) no qual a sua congénere Francesa conseguia

marcar golo sem passar pelo método organizado de jogo, assim nunca tendo que enfrentar o

sistema defensivo 6:0 (zona).

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É possível observar na Figura 69, para este método de jogo em situação de 6x6, que o

resultado parcial de jogo passou do empate inicial (e), para uma situação de vantagem para 1

golo (v1), desvantagem para 1 golo (p1) e de seguida para uma desvantagem de 5 ou mais

golos (p5), existindo um hiato temporal entre estas últimas situações (p1 e p5). Este hiato

(14000 a 24000 frames e 33400 a 50400 frames) na evolução do marcador parcial de jogo, que

poderá ser explicado pelo número de golos sofridos pela selecção de Espanha: em situações de

relação numérica diferentes da 6x6, de contra-ataque e/ou reposição de bola rápida. Desta

forma é possível justificar que a grande parte das sequências registadas seja quando a selecção

de Espanha esteve em desvantagem por 5 ou mais golos (p5).

Figura 70 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção de França e a de

Espanha na 1ª fase

Das diferentes formas de recuperação da posse de bola, nesta 1ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou-a após golo sofrido por 7 vezes (gs e g7m) e sem golo sofrido por 5 vezes. A

selecção de Espanha realizou 3 recuperações de bola sem sofrer golo através de ressalto (res),

duas delas quando esteve em desvantagem por 5 ou mais golos (p5) e uma quando estava

empatada (e). A recuperação da posse de bola através de defesa pelo guarda-redes ocorreu

apenas por uma vez, logo na primeira sequência de jogo (dsc9), quando o marcador de jogo

registava um empate (e) e ainda uma recuperação após remate do adversário para fora (rec).

Da análise sequencial da 1ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção de França foi

detectado 1 padrão.

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Figura 71 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção de França na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composto por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 5 ou mais golos (p5), o

sistema defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) com actuação defensiva do tipo passiva (zp),

estando o pivot adversário entre o 2º e o 3º defensor do lado direito (p23d), e o defensor

directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando a esta circulou da

zona do lateral direito mais próximo da zona do central (ldc) para a zona do central (c).

Na visualização topográfica, quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª parte do jogo.

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Figura 72 - Representação do evento p5,zona,zp,ldc,p23d,desl

Figura 73 - Representação do evento p5,zona,zp,c,p23d,desl

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2ª Parte

Na 2ª parte foram registadas 23 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 3 tipos de sequências diferentes das 23 que

compuseram a 2ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 74 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a selecção de França e a de

Espanha na 1ª fase

A selecção de Espanha durante a 2ª parte esteve em desvantagem em todas as sequências

registadas no método organizado de jogo em igualdade numérica 6x6.

A 2ª parte do jogo foi na sua maioria desequilibrada (Silva, 2000), uma vez que a selecção de

Espanha enquanto defendia neste método esteve em desvantagem por uma diferença de 5 ou

mais golos (p5) em 17 das 23 sequências.

Nesta 2ª parte foram utilizados 4 sistemas defensivos diferentes: o 6:0 (zona), o 5:1 (uno), o

5+1 (seis) e o 3:2:1 (nueve). Esta opção poderá ser explicada pelo facto do treinador da

selecção de Espanha, possivelmente, pretender causar instabilidade ofensiva na equipa

adversária, na tentativa de recuperar a posse de bola sem sofrer golo, através de erros no

ataque adversário e simultaneamente encontrar um sistema que lhes proporcionasse mais

consistência defensiva, uma vez que a desvantagem por 5 ou mais golos (p5) se mantinha.

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A elevada variabilidade dos eventos pode ser devida às sucessivas alterações ao sistema

defensivo da selecção de Espanha, na tentativa de encontrar uma forma de recuperar a posse

de bola sem sofrer golo; e para que o adversário não se conseguisse adaptar e tivesse que

encontrar novas soluções de ataque tentando impedir, simultaneamente, que aumentasse a

vantagem no marcador.

O sistema defensivo 6:0 (zona) foi o mais utilizado durante a 2ª parte, a partir do qual se

realizaram 4 recuperações de posse de bola sem sofrer golo através de: duas intercepções (i),

uma intervenção do guarda-redes (dsc9) e de um remate do adversário para fora (rec).

Contudo a selecção Francesa adaptou-se ao sistema conseguindo marcar golos. Daí a que o

seleccionador de Espanha modificasse o sistema defensivo alternando e variando os sistemas

nos segundos 15 minutos da 2ª parte:

- para um 3:2:1 (nueve) que é um sistema defensivo composto por 3 linhas defensivas, sendo

caracterizado pela sua profundidade. Este sistema possivelmente foi escolhido pela

necessidade de criar: situações de constante pressão sobre as linhas de passe, dificuldade na

circulação de bola obrigando a selecção Francesa a jogar mais longe da baliza, situações que

induzam a um maior número de erros e falhas técnicas. Contudo este sistema defensivo (3:2:1)

é física e tacticamente exigente daí a necessidade de ser alternado com outros sistemas

defensivos menos profundos que permitissem gerir o esforço dos jogadores nesta fase final do

encontro;

- para um 5:1 (uno) possivelmente na tentativa de fortalecer mais a zona central do terreno de

jogo e conseguir que o defensor avançado interceptasse ou causasse situações de dissuasão e

corte das linhas de passe entre o jogador central e os laterais, reduzindo o ritmo de circulação

do jogo e criando situações de dúvida na realização das acções ofensivas e desta forma

conseguir recuperar a posse de bola sem sofrer golo;

- para um 5+1 (seis), tendo a marcação individual sido utilizada, possivelmente, para anular o

efeito do organizador de jogo, arriscando com o espaço deixado entre os defensores na

tentativa de recuperar a posse de bola e diminuir a desvantagem no resultado, e ainda

permitir que os restantes elementos defensivos recuperassem fisicamente para novamente

alterar o sistema defensivo para o 3:2:1 (nueve).

Estas constantes alterações ao sistema defensivo fizeram com que a selecção de Espanha

realizasse duas recuperações de bola através de ressalto defensivo (res), de uma perda de bola

do adversário (pb), de uma falta atacante (fa) e sofrendo apenas 3 golos (gs), em 8 ataques,

sendo contudo insuficientes para alterar o marcador parcial de jogo.

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Figura 75 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção de França e a de

Espanha na 1ª fase

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta segunda parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola sem sofrer golo por 11 ocasiões e 9 através de golo sofrido (gs). As

formas de recuperação de bola sem sofrer golo foram através de 4 ressaltos (res), duas

intercepções (i), tendo o guarda-redes realizado 2 defesas (dcb, dsc9) e por 3 erros do

adversário (fa, pb).

Da análise sequencial da 2ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção de França foi

detectado 1 padrão.

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Figura 76 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com a selecção de França na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 7

configurações de eventos (para os objectivos do estudo os dois últimos eventos serão

excluídos, porque aparecem após o fim da sequência considerada) que descrevem uma

probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido

(gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 5 ou mais golos (p5), o

sistema defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) com a actuação defensiva do tipo passiva (zp),

estando o pivot adversário entre o 2º e o 3º defensor do lado direito (p23d) e o defensor

directo do portador da bola a realizar deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da

zona do central (c) para a zona do lateral direito (ld) e aproximando-se do portador da bola

(apr) quando a esta foi para a zona do lateral esquerdo mais próximo da zona do central (lec).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 2ª parte do jogo.

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Figura 77 - Representação do evento p5,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 78 - Representação do evento p5,zona,zp,ld,p23d,desl

Figura 79 - Representação do evento p5,zona,zp,lec,p23d,apr

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Síntese

A selecção de Espanha esteve em desvantagem no marcador em 88,56% das sequências

observadas no jogo com a selecção de Francesa (durante toda a 2ª parte em desvantagem no

marcador), e em 62,86% das quais por 5 ou mais golos de diferença.

Uma vez que foram registadas poucas sequências durante o método organizado em igualdade

numérica 6x6 e nas quais a selecção de Espanha apenas sofreu 16 golos (7 na 1ª parte e 9 na

2ª parte), não é possível apresentar dados concretos que permitam indicar que este método

de jogo, no seu processo defensivo, possa ter tido a influência directa na discrepância da

desvantagem no marcador de jogo. A disparidade no resultado do marcador poderá ter sido

originada pela prestação ineficaz da selecção de Espanha noutros métodos do jogo defensivo e

durante o seu processo ofensivo, em igualdade e em desigualdade numérica.

A selecção de Espanha em quase todo jogo utilizou o sistema defensivo 6:0,

independentemente do resultado do marcador, dando a entender que a discrepância no

resultado não advinha da ineficácia da utilização deste sistema, mas de outros factores já

sugeridos anteriormente. A modificação e a alternância dos sistemas defensivos, registou-se

no final da 2ª parte do jogo, entre o 3:2:1, o 5:1 e 5+1, permitindo que a selecção de Espanha

recuperasse a posse de bola sem sofrer golo. A utilização do sistema defensivo 6:0

possivelmente foi mantido durante quase todo o jogo porque este é o sistema mais utilizado

pela selecção de Espanha.

A selecção de Espanha recuperou a posse de bola tantas vezes sem sofrer golo como as que

não sofreu. As formas de recuperação de bola sem sofrer golo foram realizadas através de 7

ressaltos defensivos, de 3 intervenções do guarda-redes, de 3 erros do adversário, duas

intercepções e de 1 remate para fora. Na 2ª parte realizou 11 recuperações de posse de bola

sem sofrer golo 4 das quais quando o sistema defensivo era o 6:0. As constantes mudanças ao

sistema defensivo fizeram com que a selecção de Espanha realizasse duas recuperações de

bola através de ressalto, uma de perda de bola do adversário e de uma falta atacante,

sofrendo apenas 3 golos em 8 sequências.

A elevada variabilidade dos eventos parece ser devida às sucessivas alterações do sistema

defensivo da selecção de Espanha, na tentativa de encontrar uma forma de recuperar a posse

de bola sem sofrer golo, tentando que a selecção Francesa não se conseguisse adaptar e assim

impedi-la de aumentar a desvantagem no marcador. Desta forma quando analisadas todas as

sequências do jogo foram detectados padrões temporais, mas os mesmos não cumpriam todos

os requisitos propostos, uma vez que continham configurações de eventos que pertenciam a

mais do que uma sequência daí a não serem considerados.

Na análise sequencial realizada em cada uma das partes do jogo foram detectados 2 padrões

para a recuperação da posse de bola após golo sofrido para a selecção de Espanha (uma em

cada uma das partes), tendo-se repetido duas vezes, quando o marcador registava uma

desvantagem de 5 ou mais golos, o sistema defensivo utilizado era o 6:0 e a forma de actuação

do tipo passiva com o pivot adversário entre o 2º e 3º defensor do lado direito. O padrão da 1ª

parte, apresentava as 4 configurações mínimas e quando a bola circulou da zona do lateral

direito mais próxima do central para a zona do central os defensores directos do portador da

bola realizaram deslocamento defensivo. Enquanto no padrão encontrado na 2ª parte

apresentou 5 configurações de eventos: quando a bola circulou da zona do central para a do

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lateral direito os defensores directos do portador da bola realizaram deslocamento defensivo,

aproximando-se quando a bola foi para a zona do lateral esquerdo mais próxima do central.

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5.1.4. Jogo Espanha-Brasil O jogo Espanha-Brasil foi o 5º e último jogo da 1ª Fase do Grupo A do Torneio de Andebol dos

Jogos Olímpicos de Pequim 2008. De acordo com o ranking da IHF a selecção de Espanha era

tida como favorita para este encontro. A selecção de Espanha tinha que obrigatoriamente

vencer este jogo para poder continuar a disputar os jogos de acesso à medalha Olímpica.

O jogo teve duas partes distintas, uma 1ª parte que se pautou pelo equilíbrio no marcador

(Silva, 2000) e que chegaria ao intervalo com a selecção de Espanha em vantagem por 3 golos.

(20-17). Esteve 50% do tempo que defendeu, neste método organizado em igualdade

numérica 6x6, em vantagem por 1 ou mais golos (v1, v2, v3) e empatado (e) 30%.

Figura 80 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção do Brasil e a de

Espanha na 1ª fase

A 2ª parte na maioria dos registos (84%) foi tida como desequilibrada (Silva, 2000), sempre

com uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), que resultaria na vitória do jogo para a selecção

de Espanha (36-35), e que a apuraria para a próxima fase (quartos de final) do Torneio de

Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

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Embora tenha existido esta supremacia da selecção de Espanha durante a partida, esta só se

verificou durante o método defensivo organizado de jogo em igualdade numérica 6x6, uma vez

que o jogo terminou com a diferença de apenas 1 golo. Este facto sugere que a utilização de

outros métodos de jogo e/ou situações de relação numérica diferentes da de 6x6 pela selecção

do Brasil poderão ter sido factores que condicionaram a vantagem mínima no resultado final

do jogo, que pode ser observado pelo espaço no registo temporal entre as sequências na

Figura 80.

É possível identificar 7 tipos de sequências diferentes das 45 que compuseram a totalidade do

jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial

do marcador de jogo para selecção de Espanha.

Tabela 16 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo Espanha-Brasil

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 6 0 6 13,33 Vermelho

Perde por 1 golo P1 4 0 4 8,88 Laranja

Vence por 1 golo V1 3 0 3 6,66 Verde

Vence por 2 golos V2 3 0 3 6,66 Púrpura

Vence por 3 golos V3 4 2 6 13,33 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 0 2 2 4,44 Beje

Vence por 5 golos V5 0 21 21 46,66 Azul escuro

Na fase inicial do jogo registou-se a utilização de um sistema defensivo mais profundo, o 3:2:1

(nueve), possivelmente na tentativa de condicionar o jogo ofensivo da selecção adversária,

dado que em comparação com a selecção de Espanha é considerada uma equipa mais fraca

(de acordo com a classificação da IHF). Durante o método organizado de jogo, em situação de

6x6, a selecção de Espanha concedeu mais golos quando comparada com a recuperação da

posse de bola sem sofrer golo, e uma vez que este sistema (3:2:1) é exigente física e

tacticamente, o sistema defensivo foi alterado para o mais utilizado pela selecção de Espanha,

o 6:0 (zona), que viria a dar maior consistência defensiva nos segundos 15 minutos da 1ª parte.

A selecção de Espanha começou a perder a vantagem de 5 ou mais golos (v5), no final da 2ª

parte. Como o instrumento de observação não possibilitou o registo de outros métodos de

jogo, é possível que a selecção do Brasil tenha aproveitado o contra-ataque e a reposição

rápida da bola em jogo após golo ou ainda situações de desigualdade numérica para ir

reduzindo a desvantagem.

A origem deste decréscimo de rendimento na parte final do jogo poderá ser devido ao facto

dos jogadores da selecção de Espanha estarem sobrecarregados de jogos, uma vez que

disputam uma liga profissional muito competitiva, fases finais das competições europeias da

EHF e terem disputado o Campeonato Europeu de 2008.

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Figura 81 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção do Brasil e a de Espanha na

1ª fase

É de referir que a selecção de Espanha sofreu 23 dos 35 golos durante o método organizado de

jogo em igualdade numérica 6x6, demonstrando que apesar das mudanças efectuadas no

sistema defensivo os jogadores dificilmente conseguiram impedir as situações ofensivas do

adversário. Um aspecto que pode ter condicionado a actuação da selecção de Espanha é o

facto do seleccionador do Brasil ser espanhol, treinador na ASOBAL e um conhecedor

profundo do trabalho desenvolvido até então pela selecção de Espanha.

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (23) do que sem sofrer golo (13). As

formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através de

recuperações de bola após remate nas quais o guarda-redes não chega a efectuar defesa (rec),

num total de 4. O guarda-redes efectou 3 intervenções (dsc9) e os defensores conseguiram 2

ressaltos defensivos (res). Apesar das várias alterações nos sistemas defensivos e na forma de

actuação dos mesmos a selecção de Espanha só conseguiu recuperar a posse de bola através

de erros do adversário por: 3 perdas de bola (pb) e uma falta atacante (fa).

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se à elevada variabilidade de eventos que está relacionada

com as diferentes vantagens no marcador e dos sistemas defensivos utilizados pela selecção

de Espanha.

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1ª parte

Na 1ª parte do jogo que opôs a selecção de Espanha frente à do Brasil foram registadas 20

sequências no método organizado de jogo em situação de igualdade numérica 6x6. Foi possível

identificar 5 tipos de sequências diferentes das 20 que compuseram a 1ª parte, com as

seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 82 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção do Brasil e a de

Espanha na 1ª fase

A 1ª parte do jogo foi equilibrada (Silva, 2000), uma vez que a selecção de Espanha, durante o

método organizado de jogo defensivo em situação de 6x6 esteve empatada, em desvantagem

ou em vantagem no marcador por uma diferença de golos inferior a 5 em todas as 20

sequências.

De referir que o marcador para a selecção de Espanha registou a situação de empate (e) e

desvantagem (p1) até a meio da 1ª parte. A desvantagem no marcador para o método de jogo

observado foi sempre de um golo (p1). Na segunda metade da 1ª parte o registo do marcador

parcial mostra que a selecção de Espanha esteve sempre em vantagem no marcador por 1 ou

mais golos (v1, v2 e v3).

Apesar da variabilidade e equilíbrio registados no resultado do marcador de jogo a selecção de

Espanha utilizou 2 sistemas defensivos bem distintos: 3:2:1 (nueve) e o 6:0 (zona).

Na fase inicial do jogo o sistema defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) que é um sistema

composto por 3 linhas defensivas, em que a sua principial característica é a profundidade. Este

sistema possivelmente foi escolhido pela necessidade de criar situações de constante pressão

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sobre as linhas de passe, criando dificuldade na circulação de bola obrigando a selecção do

Brasil a jogar mais longe da baliza, possibilitando a criação de situações que induzam a um

maior número de erros e falhas técnicas, nesta fase inicial do jogo, uma vez que o adversário,

de acordo com o ranking IHF, é considerado mais fraco.

Contudo este sistema defensivo (3:2:1) é fisica e tacticamente exigente e possivelmente por

não estar a surtir o efeito desejado (recuperações de bola sem sofrer golo), o sistema tenha

sido alterado para o habitual 6:0 (zona) quando se aproximava o meio da 1ª parte, permitindo

“descansar” a equipa e dar estabilidade e consistência intra-defensiva. Este sistema defensivo

(6:0) foi mantido até ao final da 1ª parte.

A selecção de Espanha na 1ª parte esteve em vantagem em metade das sequências

observadas (10). O sistema defensivo utilizado na maioria destas sequências (8) foi o 6:0

(zona), significando que possivelmente o sistema defensivo 3:2:1 (nueve) não apresentou os

resultados desejados quando utilizado uma vez que foi quando a selecção de Espanha sofreu

mais golos (Figura 82).

Em metade das sequências (10) registadas nesta 1ª parte a selecção de Espanha sofreu golo

(gs), 6 deles nos primeiros 15 minutos quando utilizava o sistema defensivo 3:2:1 (nueve) e 4

golos já no final da 1ª parte quando utilizava o sistema defensivo 6:0 (zona).

Das diferentes formas de recuperação de bola, na 1ª parte, a selecção de Espanha, recuperou

a posse de bola mais vezes através de golo sofrido (10). As formas de recuperação de bola sem

sofrer golo foram através das duas defesas dos guarda-redes (dsc9), 4 remates que saíram pela

linha final sem a intervenção daquele último (rec), uma perda de bola (pb) e um ressalto

defensivo (res). Apesar da utilização de um sistema defensivo profundo (3:2:1) não foram

registadas recuperações através de intercepção.

Foram registadas mais sequências quando o resultado estava empatado (e), num total de 6.

Com este resultado parcial do marcador (e) ocorreram o maior número de eventos distintos

(variabilidade), que poderá ser explicada pela necessidade de anular as novas formas de

marcação de golo da equipa atacante. Assim, parece existir uma maior variabiliade de eventos

quando as equipas se encontram empatadas (e).

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Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 83 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção do Brasil e a de

Espanha na 1ª fase

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se à elevada variabilidade de eventos que está relacionada

com as diferentes vantagens no marcador e dos sistemas defensivos utilizados pela selecção

de Espanha.

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2ª parte

Na 2ª parte foram registadas 25 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 3 tipos de sequências diferentes das 25 que

compuseram a 2ª parte, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função

do resultado parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha:

Figura 84 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo na 2ª parte do jogo entre a selecção do Brasil e a de

Espanha na 1ª fase

Nesta 2ª parte a selecção de Espanha esteve sempre em vantagem (v3, v4 e v5) nas sequências

observadas.

A 2ª parte do jogo foi na sua maioria desequilibrada (Silva, 2000), uma vez que a selecção de

Espanha enquanto defendia durante o método organizado de jogo em situação de 6x6 esteve

a vencer por uma diferença igual ou superiror a 5 golos em 21 das 25 sequências. Contudo no

final da 2ª parte a selecção do Brasil recuperou da desvantagem reduzindo-a para 3 golos (v3)

de vantagem para a selecção de Espanha.

O sistema defensivo utilizado em quase toda a 2ª parte foi o 6:0 (zona), coincidindo com a

vantagem de 5 ou mais golos (v5) que a selecção de Espanha teve durante esta parte, mesmo

apesar da variabilidade registada no resultado no final da 2ª parte.

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Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 85 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção do Brasil e a de

Espanha na 1ª fase

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta 2ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola mais vezes através de golo sofrido (gs), num total de 13 das 25

sequências. A forma de recuperação de bola sem sofrer golo foi após remate da selecção do

Brasil: através de uma defesa dos guarda-redes (dsc9) e de 2 remates que saíram pela linha

final (rec). Foram realizadas 3 recuperações de bola após erros ofensivos da selecção do Brasil:

duas por perda de bola (pb) e uma por falta atacante (fa).

As intervenções do guarda-redes não parecem ter sido preponderantes na recuperação de

bola sem sofrer golo. Apesar da utilização de um sistema defensivo de uma só linha defensiva

(6:0), a selecção de Espanha só recuperou a posse de bola através de ressalto (res) apenas uma

vez. Parece que existe uma maior variabiliade de eventos quando o resultado parcial do

marcador apresenta para a selecção de Espanha uma vantagem por 5 ou mais golos (v5), que

poderá ser explicada pela mutabilidade do comportamento ofensivo da selecção do Brasil na

procura do golo para tentar diminuir a desvantagem no marcador.

Da análise sequencial da 2ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção do Brasil foi

detectado 1 padrão.

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Figura 86 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com a selecção do Brasil na 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e o defensor directo do portador da bola a realizar

deslocamento defensivo (desl), quando esta se deslocou da zona do lateral esquerdo mais

próxima do central (lec) para a do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes: duas nos primeiros 15 minutos e uma nos

segundos 15 minutos da 2ª parte do jogo.

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Figura 87 - Representação do evento v5,zona,zp,lec,pm,desl

Figura 88 - Representação do evento v5,zona,zp,c,pm,desl

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Síntese

No jogo com a selecção do Brasil, a selecção de Espanha esteve vantagem no marcador em

77,75% nas sequências observadas. Durante a 1ª parte a selecção de Espanha esteve a vencer

(até 3 golos de diferença) em 50% das sequências e empatada em 30%. A situação de empate

e desvantagem, durante a 1ª parte registou-se até cerca dos primeiros 15 minutos da 1ª parte,

a partir da qual a selecção de Espanha esteve sempre em vantagem no marcador. A selecção

de Espanha durante a 2ª parte esteve sempre em vantagem no marcador em 84% (em 21 das

25) das sequências registadas e por 5 ou mais golos. Contudo a selecção do Brasil conseguiu

recuperar da desvantagem no marcador reduzindo a diferença para 3 golos de vantagem para

a selecção de Espanha, no final da 2ª parte. Embora se tenha registado uma supremacia no

marcador para a selecção observada durante o método organizado de jogo em igualdade

numérica 6x6, o resultado final da partida sugere que a selecção do Brasil conseguiu reduzir a

diferença no marcador através de outros métodos de jogo e também possivelmente em

situações de relação numérica diferentes da 6x6.

Parece que existe uma maior variabilidade de eventos quando as equipas se encontraram

empatadas, uma vez que durante a 1ª parte foram registadas mais sequências (6) com este

resultado no marcador e com um maior número tipo de eventos distintos. Este poderá ser

explicado pela necessidade de anular as novas formas de movimentação da equipa atacante.

Verificou-se novamente essa variabilidade, durante a 2ª parte, quando se registou uma

vantagem no marcador de 5 ou mais golos para a selecção de Espanha, que poderá ser

explicada pela mutabilidade do comportamento ofensivo da selecção do Brasil na procura do

golo para reduzir a desvantagem no marcador.

A selecção de Espanha utilizou o sistema defensivo 3:2:1 até a meio da 1ª parte, a partir daí

alterou para o sistema defensivo 6:0 que perdurou até quase ao final do jogo. A vantagem no

marcador para a selecção de Espanha coincidiu em 80% das sequências observadas com a

utilização do sistema defensivo 6:0.

Apesar das alterações efectuadas no sistema defensivo, a selecção de Espanha, durante o

método organizado de jogo em igualdade numérica 6x6, dificilmente conseguiu impedir as

situações de finalização da selecção do Brasil, sofrendo 23 dos 35 golos.

A selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (23) do que

sem sofrer golo (13). A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi

através de recuperações de bola após remate para fora sem o guarda-redes intervir por 4

ocasiões, seguido de 3 intervenções do guarda-redes, 2 de ressaltos defensivos. A selecção do

Brasil permitiu que a selecção de Espanha recuperasse a posse de bola através de 3 perdas de

bola e de uma falta atacante. A selecção do Brasil conseguiu ainda recuperar a posse de bola

através de 5 ressaltos ofensivos, 3 deles sem anteceder o remate e outros 2 após remate.

Apesar da utilização de um sistema defensivo 3:2:1 não foram registadas recuperações através

de intercepção, desarme ou erro do adversário.

Foram detectados padrões temporais quando analisadas as sequências de todo o jogo e da 1ª

parte, para a selecção de Espanha durante o processo defensivo no método organizado em

situação 6x6, contudo os mesmos não cumpriam todos os requisitos propostos, uma vez que

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Olímpicos de Pequim 2008

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continham configurações de eventos que pertenciam a mais do que uma sequência, daí não

serem considerados.

Na análise sequencial realizada para as sequências da 2ª parte do jogo, foi detectado um

padrão, com as 4 configurações mínimas, para a recuperação da posse de bola após golo

sofrido para a selecção de Espanha, tendo ocorrido por 3 vezes, quando o resultado no

marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos, o sistema defensivo era o 6:0, com a

forma de actuação do tipo passiva, com o pivot adversário colocado no meio da defesa e os

defensores directos do portador da bola realizaram deslocamento defensivo, quando a bola

circulou da zona do lateral esquerdo mais próxima do central para a zona do central.

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5.1.5. Jogo Coreia-Espanha O jogo Coreia-Espanha foi um dos jogos dos quartos-de-final do Torneio (2ª fase). O vencedor

deste jogo iria disputar as meias-finais do Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim

2008.

O jogo teve duas partes distintas, uma 1ª parte que se pautou pelo equilíbrio no marcador

(Silva, 2000) e que chegaria ao intervalo com a selecção de Espanha em vantagem por 1 golo

(13-14); e uma 2ª parte desequilibrada (Silva, 2000) na qual a selecção de Espanha acabaria

por vencer (11-15) vencendo a partida (24-29) e acendo à meia-final do Torneio.

Figura 89 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção da Coreia e a de

Espanha na 2ª fase

É possível identificar 6 tipos de sequências diferentes das 41 que compuseram a totalidade do

jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial

do marcador de jogo para selecção de Espanha:

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Tabela 17 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo Coreia-Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 12 0 12 29,27 Vermelho

Perde por 1 golo P1 1 0 1 2,44 Laranja

Vence por 1 golo V1 8 7 15 36,59 Verde

Vence por 2 golos V2 0 1 1 2,44 Púrpura

Vence por 3 golos V3 0 1 1 2,44 Azul-Marinho

Vence por 5 ou mais golos V5 0 11 11 26,82 Azul Escuro

O jogo foi na sua maioria foi equilibrado (Silva, 2000), uma vez que o marcador de jogo para a

selecção de Espanha, enquanto defendia no método organizado em situação 6x6, esteve

empatado, em desvantagem ou em vantagem por uma diferença de golos inferior a 5, em 30

das 41 sequências. A selecção de Espanha esteve na maioria do método organizado de jogo

defensivo em vantagem no marcador (68%), embora esta só se acentuasse durante a 2ª parte

da partida como se observa na Tabela 17. As sequências de jogo quando o marcador de jogo

registava o empate (e) sucederam-se todas na 1ª parte do jogo.

Apesar da variabilidade e equilíbrio verificado no resultado parcial do marcador, o sistema

defensivo 6:0 (zona) e a forma de actuação passiva (zp) foram mantidos em toda a partida, que

poderá significar que tanto o sistema como a forma de actuação foram considerados como

adequados ao adversário.

A selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos (gs), na 1ª parte do jogo e

quando as sequências registavam um empate (e) no marcador. Na 2ª parte só viria a sofrer 4

golos (gs e gs7m).

A selecção de Espanha na totalidade do jogo recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer

golo (20) do que após golo sofrido (12). As formas de recuperação de bola sem sofrer golo

foram realizadas através de 5 ressaltos defensivos (res), de 4 intercepções (i), de 5 falhas do

adversário (pb, fa, jp) e de 6 intervenções do guarda-redes (dcb, dsc9).

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Figura 90 - Gráfico frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da Coreia e a de Espanha na 2ª

fase

Apesar da estabilidade do sistema defensivo não foram encontrados dendogramas que

cumprissem os requisitos estipulados, possivelmente devido à variabilidade dos

comportamentos associados ao resultado do marcador de jogo e aos comportamentos da

selecção adaversária.

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1ª parte

Na 1ª parte foram registadas 21 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 3 tipos de sequências diferentes das 21 que

compuseram a 1ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 91 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção da Coreia e a de

Espanha na 2ª fase

Durante o método organizado em situação 6x6, apesar do equilíbrio verificado no resultado

parcial de jogo, o sistema defensivo 6:0 (zona) e a forma de actuação passiva (zp) foram

mantidas em quase toda a 1ª parte, registando-se o maior número de golos sofridos (gs)

quando o marcador de jogo registava um empate (e).

Das diferentes formas de recuperação da posse de bola, nesta 1ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou-a mais vezes sem sofrer golo (9) do que após golo sofrido (8). As formas de

recuperação de bola sem sofrer golo mais registadas foram as 4 intervenções do guarda-redes

(dcb, dcs9), seguido de 3 intercepções (i), uma falta atacante (fa) e 1 de ressalto defensivo

(res).

Uma vez que em mais de metade das sequências da 1ª parte (12) se registava um empate (e)

verificou-se que ocorreu um maior número de eventos diferentes com este resultado parcial,

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que poderá ser explicado pela necessidade da selecção de Espanha corresponder às diferentes

movimentações de ataque que a selecção da Coreia realizou para tentar marcar golo, através

da alteração da forma de actuação (zp, za) do sistema defensivo 6:0 (zona).

Figura 92 - Gráfico frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da Coreia e a de Espanha

na 2ª fase

Da análise sequencial da 1ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção da Coreia

foram detectados 2 padrões.

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Figura 93 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Coreia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 8

configurações de eventos (para os objectivos do estudo só serão considerados os 5 primeiros

eventos, porque os restantes aparecem após o final da sequência) que descrevem uma

probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava a vantagem de 1 golo (v1), o sistema defensivo

utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot adversário

entre o 2º e o 3º defensor do lado esquerdo (p23e) e o defensor directo do portador da bola

realizou deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do lateral direito (ld)

para a zona do lateral esquerdo (le), fazendo bloco (blc) quando a bola foi para a zona do

central (c) e o pivot se encontrava fora dos 9m (opiv - a fazer poste ou na marcação de uma

falta).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª metade da 1ª parte do jogo.

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Figura 94 - Representação do evento v1,zona,zp,ld,p23e,desl

Figura 95 - Representação do evento v1,zona,zp,le,p23e,desl

Figura 96 - Representação do evento v1,zona,zp,c,opiv,blc

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Figura 97 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Coreia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 8

configurações de eventos (para os objectivos do estudo os 3 primeiros eventos serão

excluídos, porque são anteriores ao início da sequência considerada) que descrevem uma

probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava um empate (e), o sistema defensivo utilizado foi o

6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot adversário entre o 2º e o 3º

defensor do lado esquerdo (p23e), o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do central (c) para a zona do

lateral esquerdo (le) e aproximou-se do portador da bola (apr) quando a bola foi para a zona

do lateral direito (ld).

Na visualização topográfica, quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na primeira metade da 1ª parte do jogo.

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Figura 98 - Representação do evento e,zona,zp,c,p23e,desl

Figura 99 - Representação do evento e,zona,zp,le,p23e,desl

Figura 100 - Representação do evento e,zona,zp,ld,p23e,apr

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2ª parte

Na 2ª parte foram registadas 20 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 4 tipos de sequências diferentes das 20 que

compuseram a 2ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 101 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a selecção da Coreia e a

de Espanha na 2ª fase

Na 2ª parte do jogo a selecção de Espanha esteve em vantagem no marcador em todas as

sequências registadas (20), e em 11 delas esteve em vantagem por 5 ou mais golos (v5).

No método de jogo observado durante a 2ª parte, apenas sofreu 4 golos (gs, gs7m): 2 em cada

um dos períodos de 15 minutos (Figura 101).

Das diferentes formas de recuperação de bola sem sofrer golos, na 2ª parte, a selecção de

Espanha, realizou 4 por ressalto defensivo (res), duas pelas defesas do seu guarda-redes (dcb,

dsc9), uma por intercepção e 4 por falhas do adversário (pb, rec, jp). As recuperações de bola

sem golo sofrido ocorreram na sua maioria, aproximadamente, entre os 10 e os 25 minutos da

2ª parte.

Devido ao desequilíbrio registado no marcador o sistema defensivo 6:0 (zona) e forma de

actuação do tipo passiva (zp) foram mantidas em toda a 2ª parte, que poderá significar que

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tanto o sistema defensivo como a forma de actuação foram entendidas como adequadas ao

adversário e ao resultado parcial do marcador de jogo.

Figura 102 - Gráfico frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da Coreia e a de Espanha

na 2ª fase

Apesar da estabilidade do sistema defensivo não foram encontrados dendogramas que

cumprissem os requisitos estipulados, possivelmente devido à variabilidade dos

comportamentos associados ao resultado do marcador de jogo.

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Síntese

No jogo com a selecção da Coreia, a selecção de Espanha esteve em vantagem no marcador

em 68,29% das sequências (28 em 41) e por 5 ou mais golos em 26,82%, registando-se estas

últimas apenas durante a 2ª parte do jogo. Durante a 1ª parte o maior número de golos

sofridos ocorreu quando o marcador de jogo registava um empate.

Parece que existe uma maior variabilidade de eventos quando as equipas se encontravam

empatadas, uma vez que durante a 1ª parte foram registadas mais sequências (12 das 21

sequências) com este resultado no marcador e também um maior número de eventos

distintos, que poderá ser explicado pela necessidade da selecção de Espanha de se adequar as

novas formas de movimentação da selecção da Coreia.

A selecção de Espanha utilizou o sistema defensivo 6:0 e a forma de actuação do tipo passiva

durante todo o jogo, uma vez que este é o mais utilizado pela própria, e por ser aquele que é

tido como o mais eficaz em situações de igualdade numérica, conforme constataram Gutiérrez

e Férez (2009).

A selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (20) do que após

golo sofrido (12), registando-se um maior número de golos sofridos (5 dos 8 golos) durante a

1ª parte e quando o marcador parcial estava empatado. Na 2ª parte só viria a sofrer 4 golos

(um deles através da marcação de um livre de 7 metros), com origem no método de jogo

organizado em situação 6x6.

A recuperação da posse de bola sem sofrer golo foi realizada através de 6 intervenções do

guarda-redes, 5 ressaltos defensivos, 4 intercepções e por 5 falhas do adversário. As

recuperações da posse de bola sem golo sofrido ocorreram na sua maioria, aproximadamente,

entre os 10 e os 25 minutos da 2ª parte.

Foram detectados padrões temporais quando analisadas as sequências de todo o jogo e da 2ª

parte, para a selecção de Espanha durante o processo defensivo no método organizado em

situação 6x6, contudo os mesmos não cumpriam todos os requisitos propostos, uma vez que

continham configurações de eventos que pertenciam a mais do que uma sequência, daí não

serem considerados.

Na análise sequencial realizada para as sequências da 1ª parte do jogo, foram detectados 2

padrões, com 5 configurações de eventos, para a recuperação da posse de bola após golo

sofrido para a selecção de Espanha, tendo cada padrão ocorrido por duas vezes, com o sistema

defensivo 6:0 e a forma de actuação do tipo passiva. Um dos padrões detectado ocorreu

quando o resultado no marcador registava a vantagem de 1 golo e os defensores directos do

portador da bola realizaram deslocamento defensivo com o pivot adversário colocado entre o

2º e o 3º defensor do lado esquerdo e a bola circulou da zona do lateral direito para a zona do

lateral esquerdo; e quando a bola foi para a zona do central e o pivot foi para fora dos 9

metros, o defensor realizou bloco. No outro padrão identificado, o resultado do marcador

registava um empate, com o pivot fixo entre o 2º e 3º defensor do lado esquerdo e quando a

bola circulou da zona do central para a zona do lateral esquerdo, os defensores directos do

portador da bola realizaram deslocamento defensivo, aproximando-se quando a esta última foi

para a zona do lateral direito.

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5.1.6. Jogo Islândia-Espanha O jogo Islândia-Espanha foi um dos jogos das meias-finais (2ª fase) no qual estava em disputa

um lugar na final do Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

O jogo teve duas partes distintas, uma 1ª parte que se pautou pelo equilíbrio no marcador

(Silva, 2000) e que chegaria ao intervalo com a selecção de Espanha em desvantagem por 2

golos (17-15), estando em 26% das sequências registadas, enquanto defendeu no método

organizado de jogo em igualdade numérica 6x6, em desvantagem por 1 golo (p1). Uma 2ª

parte que apesar de, na maioria das sequências registadas (84%) ser considerada equilibrada

no marcador (Silva, 2000), a selecção de Espanha esteve sempre em desvantagem - em 29%

das quais por 4 golos (p4) - registando-se um desequilíbrio no marcador em 16% (p5) dessas

sequências, o que resultou na derrota (36-30) e a impossibilidade de disputar a final do

Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

Figura 103 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção da Islândia e a de

Espanha na 2ª fase

É possível identificar 6 tipos de sequências diferentes das 31 que compuseram a totalidade do

jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial

do marcador de jogo para selecção de Espanha.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Tabela 18 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo Islândia-Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 4 0 4 13 Vermelho

Perde por 1 golo P1 5 3 8 26 Laranja

Perde por 2 golos P2 2 0 2 6 Amarelo

Perde por 3 golos P3 1 2 3 10 Azul

Perde por 4 golos P4 2 7 9 29 Cinzento

Perde por 5 ou mais

golos

P5 0 5 5 16 Preto

O jogo foi na sua maioria equilibrado (Silva, 2000), uma vez que a selecção de Espanha

enquanto defendia, durante o método organizado em situação de 6x6 esteve empatada, em

desvantagem ou em vantagem por uma diferença inferior a 5 golos em 26 das 31 sequências.

Contudo, esteve em 27 das 31 sequências em desvantagem no marcador, o que resulta em

87% do tempo em que defendeu, durante o método organizado de jogo em igualdade

numérica 6x6. As sequências quando o marcador de jogo registava um empate (e) sucederam

todas na 1ª parte do jogo.

A utilização do contra-ataque, reposição de bola rápida e a finalização através de situações de

relação númerica diferentes da de 6x6, pela selecção da Islândia poderão ter sido factores que

condicionaram o jogo para estas circunstâncias, o que é indicado pela ausência de registos de

sequências na Figura 103.

Das diferentes formas de recuperação de bola na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (15) do que sem sofrer golo (10).

A selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos (gs) nos primeiros 15

minutos de cada uma das partes, independentemente do resultado do marcador; e também

quando o marcador parcial registava uma desvantagem por 1 golo (p1), na 1ª parte.

A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi através das

intervenções do guarda-redes num total de 4 (dsc6, dsc9). Apesar das várias alterações do

sistema defensivo e da forma de actuação, a selecção de Espanha só conseguiu recuperar 4

posses de bola através de erros do adversário (pdb, fa, pb) e ainda através de um ressalto (res)

e após um remate para fora (rec).

A recuperação de bola através das defesas pelo guarda-redes ocorreu por 4 ocasiões: quando

a selecção de Espanha estava em desvantagem por 4 golos (p4, dsc9), em desvantagem por 2

golos (p2, dsc6), em desvantagem por 1 golo (p1, dsc9) e em desvantagem por 5 ou mais golos

(p5, dsc9) – no final da 2ª parte.

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Uma vez que a selecção de Espanha esteve grande parte do tempo de jogo em desvantagem

no marcador, foram registadas várias alterações ao sistema defensivo, possivelmente no

sentido de tentar recuperar a posse de bola sem sofrer golo. A selecção Espanha utilizou 4

sistemas defensivos diferentes: o 6:0 (zona), o 5+1 (seis), o 4+2 (siete) e o 5:1 (uno),

alternando entre a forma de actuação passiva (zp) e a activa (za) durante todo o jogo. Quando

se encontrou em desvantagem por 4 (p4) e mais golos (p5) foi quando realizou mais alterações

entre eles recorrendo a todos. Ou seja, à medida que a desvantagem no resultado parcial

aumentava, mais alterações ao sistema defensivo foram realizadas, na tentativa parar o

ataque organizado adversário sem sofrer golo.

Figura 104 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da Islândia e a de Espanha

na 2ª fase

A elevada variabilidade dos eventos possivelmente deveu-se às sucessivas alterações ao

sistema defensivo da selecção de Espanha, na tentativa de encontrar uma forma de poder

recuperar a bola sem sofrer golo e para que o adversário não se conseguisse adaptar e tivesse

que procurar novas soluções de ataque.

Parece que existe uma maior variabilidade nos eventos quando a selecção de Espanha se

encontra em desvantagem no marcador por 1 golo (p1) e por 4 golos (p4). Estas situações

poderão ser explicadas porque este tipo de sequências são tidas como momentos

importantes/críticos (Ferreira, A. 2006) num jogo, no qual a recuperação de bola sem sofrer

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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golo, pode originar: na primeira situação (p1) um ataque que poderá resultar no empate (e) no

marcador de jogo e na outra pode impedir que o resultado se torne desequilibrado (p5).

Da análise sequencial do jogo da selecção de Espanha com a selecção da Islândia foram

detectados 3 padrões.

Figura 105 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava a desvantagem de 1 golo (p1), o sistema defensivo

utilizado foi o 6:0 (zona) e actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot adversário no

meio da defesa (pm), e o defensor directo do portador da bola realizou deslocamento

defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do lateral direito (ld) para a zona do central

(c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª parte do jogo (nos primeiros 15

minutos e nos segundos 15 minutos).

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Figura 106 - Representação do evento p1,zona,zp,ld,pm,desl

Figura 107 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl

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Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 108 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem por 1 golo (p1), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm), e o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do lateral direito mais próximo

do central (ldc) para a zona do lateral do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª parte do jogo (nos primeiros 15

minutos e nos segundos 15 minutos).

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Figura 109 - Representação do evento p1,zona,zp,ldc,pm,desl

Figura 110 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl

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Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 111 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha em todo o jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 1 golo (p1), o sistema

defensivo utilizado foi o 5+1 (seis) e actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e o 3º defensor no lado direito (p23d) e o defensor directo do portador

da bola realizava deslocamento defensivo (desl), quando esta se encontrava na zona do central

(c), e ficou parado (stop) quando o portador da bola ficou na mesma zona (c) e o pivot

adversário foi para fora dos 9m (opiv - fazer poste ou na marcação de uma falta).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes nos primeiros 15 minutos da 2ª parte do

jogo.

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Figura 112 - Representação do evento p1,seis,zp,c,p23d,desl

Figura 113 - Representação do evento p1,seis,zp,c,opiv,stop

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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1ª parte

Na 1ª parte foram registadas 14 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 5 tipos de sequências diferentes das 14 que

compuseram a 1ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 114 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção da Islândia e a

de Espanha na 2ª fase

Apesar da variabilidade e equilíbrio verificados no resultado parcial, foram utilizados 2

sistemas defensivos o 6:0 (zona) e o 5+1 (seis). O primeiro (6:0) foi utilizado em quase toda a

1ª parte, combinando com alterações na forma de actuação passiva (zp) para activa (za). O

segundo sistema defensivo (5+1) foi utilizado numa parte particular do jogo, quando o

resultado do marcador registava uma desvantagem por 4 golos (p4) para a selecção de

Espanha, que ocorreu nos primeiros 15 minutos de jogo. A utilização deste sistema defensivo

misto, poderá ser explicada pela necessidade de ter sido necessário realizar uma marcação

individual, no sentido de anular as acções do jogador mais eficaz e/ou influente (melhor

marcador ou jogador organizador) da selecção da Islândia. Esta desvantagem no marcador

poderá ter acontecido devido a golos de contra-ataque, reposição rápida da bola e/ou

situações de relação numérica distintas do 6x6, por parte da selecção da Islândia, uma vez que

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neste método organizado não se encontram registos que indiquem esta súbita alteração no

marcador.

Neste método organizado de jogo, regista-se o facto que após a alteração para o sistema

defensivo misto 5+1 (seis), a selecção de Espanha só sofreu 1 golo (gs) e as sequências

seguintes já apontarem para a redução da desvantagem para um golo (p1) de diferença, que

poderá ser explicada pela melhoria da eficácia do seu ataque, quer durante o método

organizado, quer no contra-ataque, e em possíveis recuperações de bola nas transições.

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta 1ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (7) do que sem sofrer golo (5). A forma

de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi através do seu guarda-redes (3)

e através de uma perda de bola (pb) e um remate para fora (rec).

A selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos (gs), quando o marcador

parcial registava uma desvantagem de 1 golo (p1). Porém, também sofreu mais golos nos

primeiros 15 minutos da partida (Figura 114). A recuperação de bola através das intervenções

do guarda-redes ocorreu por 3 vezes: uma quando a selecção de Espanha estava em

desvantagem por: 4 golos (p4, dsc9), a segunda por 2 golos (p2, dsc6) e por último por 1 golo

(p1, dsc9).

O maior número de golos sofridos, neste método organizado de jogo, ocorreu quando a

selecção de Espanha estava em desvantagem por 1 golo (p1), por 4 vezes - duas nos primeiros

15 minutos e outras tantas já no final da 1ª parte. Foi observável que nos segundos 15 minutos

da 1ª parte, não ocorreu registo da selecção de Espanha a defender durante o método

organizado de jogo (31000 a 47000 frames), que poderá indicar que durante este período a

selecção da Islândia optou por utilizar como recurso o contra-ataque e/ou a reposição rápida

de bola evitando assim o sistema 5+1 (seis), pois a sua congénere realizou uma recuperação de

4 golos (p4) para 1 (p1) neste método de jogo; ou ainda a ausência de registo naquele tempo

seja possivelmente devido às selecções não se encontrarem numa situação de igualdade

numérica de 6x6 no método organizado de jogo.

Verificou-se que ocorreram um maior número de eventos diferentes quando o marcador

apresentava uma desvantagem de 1 golo (p1) em 5 das 14 sequências da 1ª parte, que poderá

ser explicada pela necessidade da selecção de Espanha corresponder às diferentes

movimentações de ataque que a selecção da Islândia realizou; na tentativa de recuperar a

posse de bola sem sofrer golo e para o concretizar através de contra-ataque, uma vez que

Espanha nunca alterou o seu sistema defensivo 6:0 (zona), mas modificou a sua forma de

actuação (zp, za). A maioria das intervenções do defensor directo do portador da bola foram o

deslocamento defensivo (desl) e a aproximação (apr) ao atacante.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 115 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da Islândia e a de

Espanha na 2ª fase

Da análise sequencial da 1ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção da Islândia

foram detectados 2 padrões.

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Figura 116 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após de golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 1 golo (p1), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e o defensor directo do portador da bola realizava

deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do lateral direito (ld) para a

zona do lateral do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª parte do jogo (nos primeiros 15

minutos e nos segundos 15 minutos). O resultado deste dendograma da 1ª parte é igual ao

apresentado quando foram analisados os eventos do jogo por inteiro.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 117 - Representação do evento p1,zona,zp,ld,pm,desl

Figura 118 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl

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Figura 119 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 1ª parte do jogo com a selecção da Islândia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 1 golo (p1), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e o defensor directo do portador da bola realizava

deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do lateral direito mais próximo

do central (ldc) para a zona do lateral do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes na 1ª parte do jogo (nos primeiros 15

minutos e nos segundos 15 minutos). O resultado deste dendograma da 1ª parte é igual ao

apresentado quando foram analisados os eventos do jogo por inteiro.

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Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 120 - Representação do evento p1,zona,zp,ldc,pm,desl

Figura 121 - Representação do evento p1,zona,zp,c,pm,desl

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2ª parte

Na 2ª parte foram registadas 17 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica de 6x6. Foi possível identificar 4 tipos de sequências diferentes das 17 que

compõem a 2ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador de

jogo para selecção de Espanha:

Figura 122 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a selecção da Islândia e a

de Espanha na 2ª fase

Das diferentes formas de recuperação de bola, na 2ª parte, a selecção de Espanha, recuperou

a posse de bola mais vezes após golo sofrido (8) do que sem sofrer golo (5).

Nesta 2ª parte, a recuperação da posse de bola através do guarda-redes apenas ocorreu por

uma única vez (dsc9). As restantes formas de recuperação da bola sem sofrer golo (5) foram

devidas a erros do adversário (fa, pb, pdb), tendo estes ocorrido quando o sistema defensivo

era o 4+2 e o resultado no marcador registava uma desvantagem por 4 ou mais golos (p4, p5),

para a selecção de Espanha.

Durante os primeiros 15 minutos da 2ª parte, a selecção de Espanha apenas conseguiu

recuperar a posse de bola sem sofrer golo por duas oportunidades, sofrendo 5 golos. Das 17

sequências, 8 delas terminaram com golo sofrido (gs) da selecção da Islândia. O menor número

de golos sofridos (1) aconteceu quando a selecção de Espanha estava em desvantagem por 5

ou mais golos (p5).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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A selecção de Espanha esteve em desvantagem no marcador por 4 ou mais golos (p4, p5) em

12 das 17 sequências registadas durante a 2ª parte, tendo sofrido metade dos golos (4) neste

tipo de sequências. Foram utilizados na 2ª parte do jogo 4 sistemas defensivos diferentes: o

6:0 (zona), o 5:1 (uno), o 5+1 (seis) e o 4+2 (siete).

Os sistemas defensivos 5:1 (uno) e 5+1 (seis) foram os dois mais utilizados pela selecção de

Espanha:

- quando estava em desvantagem por 1 golo (p1) recorreu ao 5+1 (seis) alternando a sua

forma de actuação passiva (zp) com a activa (za), presumivelmente para impedir ou reduzir a

participação no ataque do melhor marcador ou do organizador de jogo da selecção da Islândia;

- quando esteve em desvantagem por 3 golos (p3) utilizou o sistema 5:1 (uno), possivelmente

na tentativa de fortalecer mais a zona central do terreno de jogo e conseguir que o defensor

avançado interceptasse ou causasse situações de dissuasão e corte das linhas de passe entre o

jogador central e os laterais, reduzindo o ritmo de jogo e criando situações de dúvida na

realização das acções ofensivas, para desta forma recuperar a posse de bola sem sofrer golo;

- quando esteve em desvantagem por 4 golos (p4), a opção recaiu na utilização dos sistemas

no 5:1 (uno) e no 4+2 (siete) no final do jogo de forma activa (za). O 5:1 (uno) vem no

seguimento da mesma ideia de quando estaria em desvantagem por 3 golos (p3) e com o 4+2

(siete) surgem duas marcações individuais, possivelmente na tentativa de anular o efeito de

dois dos seus potenciais jogadores (organizador e o rematador mais eficaz) arriscando o

espaço deixado entre os defensores para tentar recuperar a posse de bola e diminuir a

desvantagem no resultado, uma que já se encontrava perto do final do jogo;

- quando esteve em desvantagem por 5 ou mais golos (p5), utilizou os 4 sistemas defensivos

diferentes 5:1 (uno), 5+1 (seis), 4+2 (siete) e 6:0 (zona), esta opção poderá ser explicada pelo

facto de se ter pretendido, com as variações de densidade defensiva, causar instabilidade

ofensiva na selecção adversária para provocar erros no ataque Islandês, na tentativa de

recuperar a posse de bola, e simultaneamente encontrar um sistema que proporcionasse mais

consistência defensiva.

A elevada variabilidade dos eventos foi devida às sucessivas alterações do sistema defensivo

por parte da selecção de Espanha, na tentativa de encontrar uma forma para poder recuperar

a posse de bola sem sofrer golo e para que o adversário não se conseguisse adaptar e tivesse

que encontrar novas soluções de ataque, tentando impedir o aumento da vantagem no

marcador.

Verificou-se que ocorreram um maior número de eventos diferentes quando o marcador

registou uma desvantagem por 4 golos (p4) em 7 das 17 sequências da 2ª parte. Esta situação

poderá ser explicada pela necessidade da selecção de Espanha, corresponder às diferentes

movimentações de ataque que a selecção da Islândia realizou na tentativa, de evitar sofrer

mais 1 golo e impedir que o jogo se tornasse desequilibrado, alternando entre os sistemas

defensivos 4+2 (siete) e 5:1 (uno) e combinando com diferentes formas de actuação (zp e za).

A maioria das intervenções do defensor directo do portador da bola quando utilizado o

sistema defensivo 4+2 (siete) foram o deslocamento defensivo (desl) seguindo-se a

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aproximação (apr) ao atacante; e quando utilizado o sistema defensivo 5:1 (uno) foram a

aproximação (apr) ao atacante seguido do deslocamento defensivo (desl). Foi possível também

verificar que o contacto (cont) com o portador da bola foi mais elevado quando foi utilizado o

sistema defensivo 5:1 (uno), indo de encontro à ideia que a colocação de um defensor

avançado pode criar uma maior densidade defensiva na zona central, e por consequência

maior contacto com o adversário no momento da finalização.

Regista-se o facto de existir, à semelhança do que aconteceu na 1ª parte, um período no qual

não se registou qualquer evento no método organizado defensivo da selecção de Espanha em

igualdade numérica 6x6 (91000 a 103000 frames).

Figura 123 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da Islândia e a de

Espanha na 2ª fase

Da análise sequencial da 2ª parte do jogo da selecção de Espanha com a selecção da Islândia

foi detectado 1 padrão.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 124 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola após golo sofrido pela

selecção de Espanha na 2ª parte do jogo com selecção da Islândia na 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem por 1 golo (p1), o sistema

defensivo utilizado foi o 5+1 (seis) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e 3º defensor no lado direito (p23d) e o defensor directo do portador da

bola realizava deslocamento defensivo (desl), quando esta se encontrava na zona do central

(c), e ficou parado (stop) quando o portador da bola ficou na mesma zona (c) e o pivot

adversário foi para fora dos 9m (opiv - a fazer poste ou na marcação de uma falta).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que este padrão ocorreu por duas vezes nos primeiros 15 minutos da 2ª parte do

jogo. O resultado deste dendograma da 2ª parte é igual ao apresentado quando foram

analisados os eventos do jogo por inteiro.

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Figura 125 - Representação do evento p1,seis,zp,c,p23d,desl

Figura 126 - Representação do evento p1,seis,zp,c,opiv,stop

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Olímpicos de Pequim 2008

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Síntese

No jogo com a selecção da Islândia, em 87% das sequências (27 das 31) observadas a selecção

de Espanha esteve em desvantagem no marcador. Durante a 1ª parte esteve em desvantagem

por 1 golo em 26% das sequências e na 2ª parte a selecção de Espanha esteve em

desvantagem em 84% das sequências consideradas (29% das quais por 4 golos e 16% por 5 ou

mais golos). A selecção de Espanha sofreu metade dos golos (4) durante a 2ª parte, enquanto

tinha a desvantagem de 4 ou mais golos.

A selecção Espanha utilizou 4 sistemas defensivos diferentes: o 6:0, o 5+1, o 4+2 e o 5:1,

alternando entre a forma de actuação passiva e activa durante todo o jogo. Durante a 1ª parte

foram utilizados 2 sistemas defensivos 6:0 e o 5+1. O sistema defensivo 6:0 foi utilizado em

quase toda a 1ª parte, combinando com alterações na forma de actuação passiva para activa.

O sistema defensivo 5+1 foi utilizado num momento particular do jogo, quando o resultado do

marcador registava uma desvantagem por 4 golos durante os primeiros 15 minutos e após esta

alteração, a selecção de Espanha só viria a sofrer um golo nas sequências consideradas.

Durante a 2ª parte do jogo a selecção de Espanha recorreu aos 4 sistemas defensivos

diferentes: o 6:0, o 5:1, o 5+1 e o 4+2, tendo os sistemas 5:1 e o 5+1 sido os mais utilizados.

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes após golo sofrido (15) do que sem sofrer golo (10). A

selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos nos primeiros 15 minutos de

cada uma das partes e quando o marcador parcial registava uma desvantagem por 1 golo.

Durante a 1ª parte a selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos (4),

quando o marcador registava uma desvantagem de 1 golo.

A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi através das

intervenções do guarda-redes num total de 4 (3 delas na 1ª parte) e também por 4 erros do

adversário derivados de uma falta assinalada por passos e/ou dribles, uma falta atacante e

duas por perda de bola. Durante a 2ª parte as formas de recuperação da posse de bola sem

sofrer golo, derivadas de erros técnicos dos adversários, ocorreram quando o sistema

defensivo utilizado pela selecção de Espanha era o 4+2 e o resultado no marcador registava

uma desvantagem por 4 ou mais golos.

A elevada variabilidade dos eventos possivelmente foi derivada às sucessivas alterações ao

sistema defensivo da selecção de Espanha, parecendo existir, uma maior variabilidade nos

eventos, quando a selecção de Espanha se encontrava em desvantagem no marcador por 1

golo (p1) e por 4 golos (p4). Durante a 1ª parte verificou-se um maior número de eventos

diferentes quando o marcador indicava uma desvantagem por 1 golo (em 5 das 14 sequências)

e na 2ª parte quando se registava uma desvantagem por 4 golos (em 7 das 17 sequências).

Da análise sequencial foram detectados 3 padrões, com as 4 configurações mínimas, quando

analisadas as sequências da selecção de Espanha em todo o jogo, repetindo-se duas vezes.

Todos estes padrões apresentaram como forma de recuperação de bola o golo sofrido, quando

o marcador apresentava uma desvantagem de 1 golo para a selecção da Espanha e a forma de

actuação defensiva era do tipo passiva. Em 2 dos padrões o sistema defensivo era 6:0, com o

pivot adversário no meio da defesa e o comportamento dos defensores directos do portador

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da bola era o deslocamento defensivo. No outro padrão encontrado o sistema defensivo foi o

5+1.

Da análise sequencial em cada uma das partes do jogo, foram detectados 2 padrões, com as 4

configurações mínimas que se repetiram por duas vezes durante a 1ª parte. Nestes padrões a

selecção de Espanha encontrava-se em desvantagem por 1 golo, utilizava o sistema defensivo

6:0, com a forma de actuação do tipo passiva, com o pivot adversário no meio da defesa e os

defensores directos do portador da bola realizavam deslocamento defensivo. Durante a 2ª

parte foi encontrado 1 padrão, com as 4 configurações mínimas, que se repetiu por duas

vezes, quando a selecção de Espanha estava em desvantagem no marcador por 1 golo, com o

sistema defensivo 5+1, com a forma de actuação do tipo passiva. A configuração dos eventos

destes padrões e a repetição da distribuição temporal é semelhante à apresentada nos

dendogramas quando foi realizada a análise das sequências de todo o jogo.

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Olímpicos de Pequim 2008

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5.1.7. Jogo Croácia-Espanha – Apuramento do 3º e 4º classificados No segundo jogo entre a Croácia-Espanha estava em disputa um lugar no pódio dos Jogos

Olímpicos de Pequim de 2008 e a respectiva medalha de bronze. As equipas já se tinham

defrontado neste torneio na 1ª fase, tendo a vitória sido da selecção Croata.

O jogo teve duas partes distintas, uma 1ª parte que se pautou pelo equilíbrio no marcador

(Silva, 2000) e que chegaria ao intervalo com a selecção de Espanha em desvantagem por 2

golos (14-12). Uma 2ª parte desequilibrada no marcador (Silva, 2000) na qual a selecção de

Espanha acabaria por vencer (15-23) tornando-se vencedora da partida (29-35) e conseguindo

medalha de bronze no Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

Figura 127 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo em todo o jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 3ª fase

É possível identificar 8 tipos de sequências diferentes das 42 que compuseram a totalidade do

jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial

do marcador de jogo para selecção de Espanha.

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Tabela 19 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado no jogo Croácia-Espanha para

apuramento dos 3º e 4º classificados

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 10 1 11 26 Vermelho

Perde por 1 golo P1 6 1 7 16 Laranja

Perde por 2 golos P2 2 1 3 7 Amarelo

Vence por 1 golo V1 2 1 3 7 Verde

Vence por 2 golos V2 0 4 4 9 Púrpura

Vence por 3 golos V3 0 2 2 7 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 0 4 4 9 Beje

Vence por 5 ou mais

golos

V5 0 8 8 19 Azul escuro

O jogo foi na sua maioria equilibrado (Silva, 2000), uma vez que a selecção de Espanha

enquanto defendia, durante o método organizado em situação de 6x6, o marcador esteve

empatado, em desvantagem ou a em vantagem por uma diferença de golos inferior a 5 em 34

das 42 sequências. A selecção de Espanha esteve na maioria deste método de jogo em

vantagem (51%), embora esta só se verificasse e acentuasse durante a segunda metade da

partida como se observa na Figura 127. As sequências quando o marcador de jogo registava

um empate (e) sucederam-se quase todas na 1ª parte.

Apesar da variabilidade e equilíbrio verificados no resultado parcial de jogo, o sistema

defensivo 6:0 (zona) e a forma de actuação passiva (zp) foram mantidos em toda a partida que

poderá ser entendido que tanto o sistema como a forma de actuação foram adequadas face ao

adversário.

A selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos (gs e gs7m), nos primeiros

15 minutos de jogo quando o marcador parcial estava empatado (e) e nos últimos 15 minutos

de jogo, quando vencia por 5 ou mais golos (v5). Após os 15 minutos iniciais do jogo ocorreram

mais recuperações de bola sem golo.

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (18) do que após golo sofrido (17).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo foram realizadas através de 5 ressaltos

defensivos (res), de 4 intercepções (i), tendo o guarda-redes realizado 4 defesas (dcb, dsc9,

dsc6), por 4 erros do adversário (mpr, jp, fa, pb) e por último através de um remate para fora

(rec).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 128 - Gráfico de frequências do tipo de eventos em todo o jogo entre a selecção da Croácia e a de Espanha

na 3ª fase

Parece que a estabilidade dos eventos é maior quando a selecçao de Espanha se encontra em

vantagem no marcador por 5 ou mais golos (v5) e a variabiliade dos eventos é maior quando as

equipas se encontram empatadas (e).

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se possivelmente à elevada variabilidade de eventos

relacionada com o resultado do marcador nas sequências defensivas registadas no método

organizado de jogo em situação 6x6 para a selecção de Espanha.

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1ª parte

Na 1ª parte foram registadas 20 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 4 tipos de sequências diferentes das 20 que

compõem a 1ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador de

jogo para selecção de Espanha:

Figura 129 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 1ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a

de Espanha na 3ª fase

Apesar da variabilidade e equilíbrio verificado no resultado parcial do marcador de jogo, o

sistema defensivo 6:0 (zona) e a forma de actuação passiva (zp) foram mantidas em toda a 1ª

parte, registando-se o maior número de golos sofridos (gs e gs7m) quando o marcador de jogo

indicava um empate (e) durante os primeiros 15 minutos de jogo, durante este método de

jogo organizado em situação de 6x6. Após os 15 minutos iniciais ocorreram mais recuperações

de bola sem sofrer golo.

Das diferentes formas de recuperação de bola, nesta 1ª parte, a selecção de Espanha,

recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (8) do que após golo sofrido (7). A forma

de recuperação de bola sem sofrer golo foi realizada através de 4 ressaltos defensivos (res),

não tendo sido registada nenhuma recuperação com a intervenção directa do guarda-redes.

Foram recuperadas 4 posses de bola após falha do adversário (pb, fa, i, rec).

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Olímpicos de Pequim 2008

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Uma vez que em metade das sequências da 1ª parte (10) se registava um empate (e) verificou-

se que ocorreram um maior número de eventos diferentes com este resultado parcial, que

poderá ser explicada pela necessidade da selecção de Espanha corresponder às diferentes

movimentações de ataque que a selecção da Croácia realizou para tentar marcar golo:

modificando a colocação do pivot em diferentes locais (p23d, pm, p23e), uma vez que a

selecção de Espanha nunca alterou o seu sistema defensivo (6:0), nem a forma de actuação

(zp) e a maioria das intervenções do defensor marcador directo do portador da bola foram o

deslocamento defensivo (desl).

Figura 130 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 1ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 3ª fase

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se possivelmente à elevada variabilidade de eventos

relacionada com o resultado do marcador nas sequências defensivas registadas, no método

organizado de jogo em situação 6x6 para a selecção de Espanha, nesta 1ª parte.

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2ª parte

Na 2ª parte foram registadas 22 sequências no método organizado de jogo em situação de

igualdade numérica 6x6. Foi possível identificar 7 tipos de sequências diferentes das 22 que

compuseram a 2ª parte nos seguintes intervalos, em função do resultado parcial do marcador

de jogo para selecção de Espanha:

Figura 131 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo da 2ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a

de Espanha na 3ª fase

Em 16 das 22 sequências da 2ª parte do jogo, a selecção de Espanha esteve em vantagem no

marcador, sendo que nas últimas 8 vencia por 5 ou mais golos (v5).

Registou-se um maior número de golos sofridos (6) pela selecção de Espanha quando estava

em vantagem por 5 ou mais golos (v5) que coincidiram com os últimos 10 minutos de jogo,

durante o método organizado de jogo em situação de 6x6. O que poderá significar que a

selecção de Espanha com esta vantagem (em situações de jogo desequilibrado no marcador

(v5)) tenderá a sofrer mais golos (gs), porque a selecção Croata se adaptou à estratégia,

comportamentos defensivos, sistema defensivo e forma de actuação.

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Olímpicos de Pequim 2008

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Das diferentes formas de recuperação de bola, na 2ª parte, foram realizadas pela selecção de

Espanha, 4 intervenções pelo guarda-redes (dcb, dsc6, dsc9), 3 por intercepções (i) – que

poderão ter sido a origem do resultado do marcador se ter tornado desequilibrado – duas por

erros do adversário (jp, mpr) e um ressalto defensivo (res).

Apesar da variabilidade verificada no resultado parcial o sistema defensivo 6:0 (zona) e forma

de actuação (zp) foram mantidas em toda a 2ª parte, sugerindo que tanto o sistema como a

forma de actuação foram adequadas ao adversário em questão.

Figura 132 - Gráfico de frequências do tipo de eventos da 2ª parte do jogo entre a selecção da Croácia e a de

Espanha na 3ª fase

Na 2ª parte o número de sequências em defesa organizada em situação de 6x6 aumentou à

medida que a selecção de Espanha foi aumentando a vantagem no marcador, podendo

significar que o seu processo ofensivo foi eficaz e que conseguiram organizar rapidamente a

sua defesa de forma a controlar a vantagem no marcador através do tempo de jogo.

Não foram considerados dendogramas uma vez que não cumpriam os requisitos estipulados.

Esta ausência possivelmente deveu-se possivelmente à elevada variabilidade de eventos

relacionada com o resultado do marcador nas sequências defensivas registadas no método

organizado de jogo em situação 6x6, para a selecção de Espanha.

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Síntese

No jogo com a selecção da Croácia para o apuramento do 3º e 4º classificado, a selecção de

Espanha esteve em vantagem no marcador em 51% das sequências observadas. Durante a 2ª

parte do jogo, a selecção de Espanha esteve em vantagem no marcador em 16 das 22

sequências, sendo que nas últimas 8 (19%) a vantagem foi de 5 ou mais golos.

Apesar da variabilidade e equilíbrio verificados no resultado parcial de jogo, o sistema

defensivo 6:0 e a forma de actuação passiva foram mantidos durante toda a partida, uma vez

que este é o mais utilizado pela selecção de Espanha, e por ser aquele que é tido como o mais

eficaz em situações de igualdade numérica, conforme constataram Gutiérrez e Férez (2009).

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade do jogo a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (18) do que após golo sofrido (17). A

selecção de Espanha registou um maior número de golos sofridos, nos primeiros 15 minutos

de jogo (1ª parte) quando o marcador registava um empate e nos últimos 15 minutos de jogo

(2ª parte), quando vencia por 5 ou mais golos. Após os 15 minutos iniciais do jogo ocorreram

mais recuperações de bola sem sofrer golo.

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo foram realizadas através de 5 ressaltos

defensivos, de 4 intervenções do guarda-redes, de 4 intercepções e por 4 erros do adversário

(mau passe /recepção, falta atacante e jogo passivo). Foi ainda recuperada uma posse de bola

após remate para fora.

Durante a 1ª parte, em metade das sequências (10) registou-se um empate no marcador e

verificou-se que ocorreram um maior número de eventos diferentes. Na 2ª parte do jogo, a

selecção de Espanha, sofreu o maior número de golos (6), quando estava com uma vantagem

no marcador por 5 ou mais golos, que coincidiu com os últimos 10 minutos de jogo.

Foram detectados padrões temporais quando analisadas todas as sequências do jogo, da 1ª e

da 2ª parte, para a selecção de Espanha durante o processo defensivo no método organizado,

contudo os mesmos não cumpriam todos os requisitos propostos, uma vez que continham

configurações de eventos que pertenciam a mais do que uma sequência, daí não serem

considerados.

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Olímpicos de Pequim 2008

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5.2. Análise dos Jogos da 1ª Fase Para ser possível a análise de todos os jogos, da 1ª fase, da selecção de Espanha, foi necessário

agrupá-los dois a dois, uma vez que o software Theme não conseguiu realizar o tratamento do

conjunto dos dados de todos estes jogos. O critério para o agrupamento dos jogos foi a ordem

cronológica.

As selecções adversárias da selecção de Espanha na 1ª fase do Torneio de Andebol dos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008 foram as seguintes: Croácia, China, França e Brasil. No conjunto dos

jogos a selecção de Espanha marcou 122 golos e sofreu 116 golos.

A selecção de Espanha nesta fase defrontou a selecção campeã europeia em título, a França, e

a selecção Croata, uma das selecções favoritas à medalha de ouro olímpica. A selecção da

China seria o adversário mais fraco que iria defrontar. Nesta fase a selecção de Espanha

venceu as congéneres da China e do Brasil, tendo perdido com as selecções da Croácia e a de

França29.

É possível identificar 11 conjuntos de sequências diferentes das 174 que compuseram a

totalidade dos jogos, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do

resultado parcial do marcador de jogo, para a selecção de Espanha.

Tabela 20 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os jogos observados

da selecção de Espanha na 1ª fase

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 13 3 16 9,20 Vermelho

Perde por 1 golo P1 11 4 15 8,62 Laranja

Perde por 2 golos P2 6 3 9 5,17 Amarelo

Perde por 3 golos P3 5 8 13 7,47 Azul

Perde por 4 golos P4 4 6 10 5,75 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 7 17 24 13,79 Preto

Vence por 1 golo V1 7 0 7 4,02 Verde

Vence por 2 golos V2 12 0 12 6,90 Púrpura

Vence por 3 golos V3 8 2 10 5,75 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 5 2 7 4,02 Beje

Vence por 5 golos ou mais

golos

V5 6 45 51 29,31 Azul escuro

29

5ª e 4ª melhores selecções, respectivamente, de acordo com o Ranking List Nation – 2008 National

Team Competitions da EHF

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Da análise da tabela 20, verifica-se que a selecção de Espanha durante a 1ª fase esteve em

vantagem no marcador 50% das sequências (87 em 174) e em desvantagem no marcador em

40,8% das sequências (71 em 171), e nas restantes o marcador registava um empate (9,2%).

Em termos de equilíbrio no conjunto dos jogos da selecção de Espanha, verifica-se que em

43,1% das sequências o resultado parcial do marcador apresentava o jogo como

desequilibrado (Silva, 2000): 29,31% quando vencia por 5 ou mais golos (v5) e 13,79% quando

perdia por 5 ou mais golos (p5). Estes desequilíbrios, quer pela vantagem quer pela

desvantagem, ocorreram em grande parte na 2ª parte dos jogos em causa, com excepção para

o jogo com a selecção Francesa.

Das diferentes formas de recuperação da posse de bola, na totalidade dos jogos a selecção de

Espanha recuperou-a mais vezes após sofrer golo (74) do que sem sofrer golo (70).

A forma de recuperação de bola sem sofrer golo foi através: 11 por perdas de bola (pb), 4 por

violações da área de baliza (vio), 3 por maus passes e/ou recepções (mpr) e 3 faltas atacantes

(fa). O guarda-redes realizou 15 intervenções (dsc9, dsc6) e a defesa 15 ressaltos defensivos

(res) e 6 intercepções (i). Foram ainda recuperadas 11 posses de bola após remate para fora

(rec).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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5.2.1. Jogos com a Croácia e com a China Neste conjunto de jogos a selecção de Espanha apresenta uma derrota e uma vitória,

marcando 65 golos e sofrendo 53.

Figura 133 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, dos dois primeiros jogos observados da

selecção de Espanha na 1ª fase

Da análise do plotter que junta os jogos da selecção de Espanha com as selecções da Croácia e

da China, durante a 1ª fase do Torneio foi possível verificar:

- uma crescente e constante vantagem do marcador, no jogo com a selecção da China, com a

utilização do sistema defensivo 3:2:1 (púrpura) e quando a vantagem se estabiliza (por 5 ou

mais golos), e perto do final do jogo, nota-se uma variabilidade na utilização dos sistemas

defensivos (6:0, 5:1, 4:2, 5+1);

- uma variabilidade no marcador de jogo (aumento e diminuição da desvantagem no

marcador), na partida com a selecção da Croácia, sendo utilizado em grande parte o sistema

defensivo 6:0 (verde) quando se registava a desvantagem e o sistema 3:2:1 (púrpura) quando

se registava o empate.

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É possível identificar 11 conjuntos de sequências diferentes das 94 que compuseram a

totalidade dos jogos, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do

resultado parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha; e também verifcar o

contraste existente dos eventos face ao resultado parcial do marcador.

Tabela 21 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os dois primeiros jogos

observados da selecção de Espanha na 1ª fase

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 4 3 7 7,45 Vermelho

Perde por 1 golo P1 6 4 10 10,64 Laranja

Perde por 2 golos P2 6 3 9 9,57 Amarelo

Perde por 3 golos P3 4 5 9 9,57 Azul

Perde por 4 golos P4 3 3 6 6,38 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 2 0 2 2,13 Preto

Vence por 1 golo V1 3 0 3 3,19 Verde

Vence por 2 golos V2 9 0 9 9,57 Púrpura

Vence por 3 golos V3 4 0 4 4,26 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 5 0 5 5,32 Beje

Vence por 5 golos ou mais

golos

V5 6 24 30 31,91 Azul escuro

Da análise da tabela 21, verifica-se que a selecção de Espanha nos dois primeiros jogos

considerados, da 1ª fase, esteve em vantagem no marcador em 54,25% das sequências (51 em

94) e em desvantagem em 38,29% das sequências (36 em 94), e nas restantes o marcador

registava um empate (7,45%).

Em termos de equilíbrio no conjunto dos jogos da selecção de Espanha, verifica-se que em

34,04% das sequências o resultado parcial no marcador indicava o jogo como desequilibrado

(Silva, 2000): 31,91% quando vencia por 5 ou mais golos (v5) e 2,13% quando perdia por 5 ou

mais golos (p5). Estes desequilíbrios, pela vantagem, ocorreram em maioria na 2ª parte dos

jogos em causa e pela desvantagem todos na 1ª parte.

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade dos jogos considerados a

selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (41) do que após

sofrer golo (35).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram: 6 por perdas de

bola (pb), 4 por violações da área de baliza (vio), 3 por maus passes e/ou recepções (mpr) e

uma por falta atacante (fa). O guarda-redes realizou 8 intervenções (dsc9, dsc6) e a defesa 6

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Olímpicos de Pequim 2008

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ressaltos defensivos (res) e 4 intercepções (i). Foram ainda recuperadas 7 posses de bola após

remate do adversário para fora (rec).

Figura 134 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos dois primeiros jogos observados da selecção de Espanha

na 1ª fase

Da análise sequencial foram detectados 4 padrões quando analisadas as sequências para este

conjunto de jogos (Croácia e China), dois deles enquanto a selecção de Espanha estava em

desvantagem por 2 golos (relativos aos jogos com a Croácia) e outros dois quando se

encontrava em vantagem por 5 ou mais golos (relativos aos jogos com a China).

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Figura 135 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido pela

selecção de Espanha quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de dois golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e 3º defensor do lado direito (p23d), e o defensor directo do portador da

bola realizva deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do central (c) para

a zona do lateral direito mais próximo do central (ldc) e de seguida para a zona do lateral

esquerdo (le).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes e durante o jogo com a selecção da Croácia.

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Figura 136 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 137 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

Figura 138 - Representação do evento p2,zona,zp,le,p23d,desl

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Figura 139 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido pela

selecção de Espanha quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem por 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e a bola a circular da zona do lateral esquerdo mais

próxima do central (lec) para a zona do central (c), com o defensor directo do portador da bola

a realizar o deslocamento defensivo (desl) e continuou com o mesmo comportamento (desl),

na mesma posição (c) quando o pivot adversário se colocou entre o 2º e 3º defensor do lado

direito (p23d).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção da

China.

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Figura 140 - Representação do evento v5,nueve,zp,lec,pm,desl

Figura 141 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl

Figura 142 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,p23d,desl

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Figura 143 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido pela

selecção de Espanha quando observados os dois primeiros jogos da 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 2 golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm), o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando a bola estava na zona do central (c) e continuou com o

mesmo comportamento (desl) quando o pivot adversário se colocou entre o 2º e 3º defensor

do lado direito (p23d), e a bola circulou da mesma posição (c) para a zona do lateral direito

mais próximo do central (ldc).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção da

Croácia.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

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Figura 144 - Representação do evento p2,zona,zp,c,pm,desl

Figura 145 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 146 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

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Figura 147 - Dendograma representativo do padrão sequencial de como a selecção de Espanha deixou a selecção

da China recuperar a posse de bola através de ressalto ofensivo sem remate à baliza, quando observados os dois

primeiros jogos da 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 4

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

deixou a selecção da China recuperar a posse de bola através de ressalto ofensivo sem remate

à baliza (roo):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 (nueve) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm), e a bola circular da zona do lateral esquerdo (le) para a

zona do central (c), com o defensor directo do portador da bola a realizar deslocamento

defensivo (desl).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção da

China.

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Figura 148 - Representação do evento v5,nueve,zp,le,pm,desl

Figura 149 - Representação do evento v5,nueve,zp,c,pm,desl

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5.2.2. Jogos com a França e com o Brasil Neste conjunto de jogos a selecção de Espanha foi derrotada pela congénere Francesa e

venceu a selecção do Brasil, marcando 57 golos e tendo sofrido 63 golos.

Figura 150 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, dos dois últimos jogos observados da

selecção de Espanha na 1ª fase

Da análise do plotter que junta os jogos da selecção de Espanha com as selecções de França e

do Brasil, durante a 1ª fase do Torneio foi possível verificar:

- uma crescente estabilidade na vantagem do marcador, no jogo com a selecção do Brasil, com

a utilização do sistema defensivo 6:0 (verde), com excepção para a parte inicial do jogo no qual

foi utilizado o sistema 3:2:1 (púrpura);

- uma crescente estabilidade na desvantagem do resultado do marcador de jogo, na partida

com a selecção Francesa, sendo utilizado em grande parte o sistema defensivo 6:0 (verde) e,

próximo do final a passagem pelos sistemas 5:1 (vermelho), 5+1 (amarelo) e 3:2:1 (púrpura).

É possível identificar 11 conjuntos de sequências diferentes das 80 que compuseram os jogos

considerados, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado

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parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha; assim como também é possível

verificar o constraste dos eventos em função do resultado parcial do marcador.

Da análise da tabela 22, verifica-se que a selecção de Espanha, nos jogos com a França e Brasil,

na 1ª fase, esteve em vantagem no marcador 45% das sequências (36 em 94) e em

desvantagem no marcador em 43,75% das sequências (23 em 94), e nas restantes o marcador

registava o empate (11,25%).

Tabela 22 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os dois últimos jogos

observados da selecção de Espanha na 1ª fase

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 9 0 9 11,25 Vermelho

Perde por 1 golo P1 5 0 5 6,25 Laranja

Perde por 3 golos P3 1 3 4 5 Azul

Perde por 4 golos P4 1 3 4 5 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 5 17 22 27,5 Preto

Vence por 1 golo V1 4 0 4 5 Verde

Vence por 2 golos V2 3 0 3 3,75 Púrpura

Vence por 3 golos V3 4 2 6 7,5 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 0 2 2 2,5 Beje

Vence por 5 golos ou mais golos V5 0 21 21 26,25 Azul escuro

Em termos de equilíbrio no conjunto dos jogos considerados da selecção de Espanha, verifica-

se que, em 53,75% das sequências, o resultado parcial do marcador indicava o jogo como

desequilibrado (Silva, 2000): 26,25% quando vencia por 5 ou mais golos (v5) e 27,5% quando

perdia por 5 ou mais golos (p5). Estes desequilíbrios, tanto pela vantagem como pela

desvantagem, ocorreram em maioria na 2ª parte dos jogos em causa.

Das diferentes formas de recuperação da posse de bola, nos jogos considerados, a selecção de

Espanha recuperou-a mais vezes após golo sofrido (39) do que sem sofrer golo (29).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através das 6

intervenções do guarda-redes realizando (dsc9, dcb), dos 9 ressaltos defensivos e das duas

intercepções (i) realizadas pelos defensores. Foram recuperadas 7 posses de bola devido a

falhas do adversário: 5 por perdas de bola (pb) e duas por faltas atacantes (fa) e ainda

recuperadas outras 5 após remate do adversário para fora (rec).

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Figura 151 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos dois últimos jogos observados da selecção de Espanha na

fase de grupos (1ª fase) do Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções de França e do Brasil,

foi detectado 1 padrão com as 4 configurações mínimas, que se repetiu duas vezes.

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Figura 152 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido pela

selecção de Espanha quando observados os dois últimos jogos da 1ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 8

configurações de eventos (para os objectivos do estudo serão excluídas a primeira e as três

últimas configurações de eventos, porque a primeira aparece antes do início da sequência e as

restantes após o final da sequência considerada) que descrevem uma probabilidade de como a

selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm), o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando esta circulou da zona do lateral esquerdo (le) para a

zona do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção do

Brasil.

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Figura 153 - Representação do evento v5,zona,zp,le,pm,desl

Figura 154 - Representação do evento v5,zona,zp,c,pm,desl

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Síntese

No conjunto dos 4 jogos realizados durante a 1ª fase, a selecção de Espanha esteve em

vantagem no marcador em 50% das sequências (87 das 174) observadas, sendo que em

29,31% vencia por 5 ou mais golos. A selecção de Espanha esteve em desvantagem no

marcador em 40,8% das sequências e em 13,79% por 5 ou mais golos. A selecção de Espanha

venceu os jogos com as selecções da China e do Brasil, tendo sido derrotada pelas selecções da

Croácia e de França.

A selecção de Espanha realizou mais recuperações de bola após golo sofrido (74) do que sem

sofrer golo (70). A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi através

de 21 erros do adversário: 11 por perdas de bola, 4 por violação da área de baliza, 3 por maus

passes e/ou recepções e 3 por faltas atacantes. O guarda-redes realizou 15 intervenções e a

defesa 15 ressaltos defensivos e 6 intercepções. Foram ainda realizadas 11 recuperações de

bola após remates do adversário para fora.

Para análise sequencial do conjunto dos jogos da 1ª fase foi verificada a impossibilidade de se

realizar a análise de todos os dados em simultâneo, sendo estes agrupados em pares pela

ordem cronológica: Croácia-China e França-Brasil.

Nos jogos com as selecções da Croácia e da China, a selecção de Espanha esteve em vantagem

no marcador em 54,25% das sequências (51 em 94), e por 5 ou mais golos em 31,91% das

sequências, que ocorreram maioritariamente na 2ª parte. A desvantagem no marcador

observou-se em 38,29% das sequências (36 em 94) observadas, e por 5 ou mais golos em

2,13% das sequências verificadas todas na 1ª parte.

A selecção de Espanha, neste par de jogos, recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer

golos (41) do que após sofrer golo (35). A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com

maior registo foi através de 6 por perdas de bola, 4 por violação da área de baliza, 3 por maus

passes e/ou recepções e uma por falta atacante. O guarda-redes realizou 8 intervenções e a

defesa 6 ressaltos defensivos e 4 intercepções. Foram ainda realizadas 7 recuperações de bola

após remate para fora.

Da análise sequencial foram detectados 4 padrões quando analisadas as sequências para este

conjunto de jogos (Croácia e China), dois deles enquanto a selecção de Espanha estava em

desvantagem por 2 golos (relativos aos jogos com a Croácia) e outros dois quando se

encontrava em vantagem por 5 ou mais golos (relativos aos jogos com a China).

Dos padrões obtidos referentes ao jogo com a selecção da Croácia, ambos apresentaram 5

configurações de eventos, com o sistema defensivo 6:0, com o marcador do portador da bola a

realizar deslocamento defensivo, o pivot adversário entre o 2º e 3º defensores do lado direito

e a forma de recuperação de bola foi após golo sofrido. Estas configurações repetiram-se por 3

vezes e num dos padrões foram apenas consideradas as duas últimas repetições, porque

metade dos eventos estavam ligados a uma sequência seguinte. Os 2 padrões são coincidentes

com os detectados quando foi realizada a análise das sequências do jogo todo com a selecção

da Croácia (consultar Figuras 18 e 26).

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Nos padrões obtidos no jogo com a selecção da China, em ambos os padrões o sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1 e o comportamento defensivo do marcador do portador da bola

foi o deslocamento defensivo, tendo a localização do pivot adversário variado do meio defesa

para o 2º e 3º defensores do lado direito, ocorrendo todas na 1ª parte do jogo. Um dos

padrões indica como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido,

apresentando 5 configurações de eventos que se repetiram por duas vezes. O outro padrão

encontra-se relacionado com a recuperação da posse de bola pela selecção da China após

ressalto ofensivo sem remate à baliza, apresentando as 4 configurações mínimas e que se

repetiram por 3 vezes, durante a 1ª parte do jogo. O padrão referente à recuperação da posse

de bola para a selecção da China através de ressalto ofensivo sem remate à baliza é

coincidente com o detectado quando foi realizada a análise das sequências do jogo todo com a

selecção da China (consultar Figura 42).

Nos jogos com a selecção da França e do Brasil, a selecção de Espanha esteve em vantagem no

marcador em 45% das sequências (36 em 94) e em 26,25% vencia por 5 ou mais golos.

Verificou-se uma desvantagem no marcador em 43,75% das sequências (23 em 94) observadas

e por 5 ou mais golos em 27,5%. As sequências nas quais se verificou uma vantagem e uma

desvantagem por 5 ou mais golos ocorreram em maioria na 2ª parte dos jogos considerados.

A selecção de Espanha para este par de jogos realizou a recuperação da posse de bola mais

vezes após golo sofrido (39) do que sem sofrer golo (29). As formas de recuperação de bola

sem sofrer golo com maior registo foram através das 9 intervenções do guarda-redes, dos 9

ressaltos defensivos e das duas intercepções realizadas pelos defensores. Foram recuperadas 7

posses de bola devido a erros do adversário: 5 por perdas de bola e duas por faltas atacantes e

ainda realizadas 5 recuperações de bola após remate do adversário para fora.

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções de França e do Brasil,

foi detectado 1 padrão com as 4 configurações mínimas, que se repetiu duas vezes. O padrão

derivou da recuperação da bola após golo sofrido no jogo com a selecção do Brasil, no qual a

selecção de Espanha tinha uma vantagem no marcador por 5 ou mais golos, com o sistema

defensivo 6:0, com a forma de actuação do tipo passiva, o pivot adversário no meio da defesa

e o defensor marcador do portador da bola realizava deslocamento defensivo.

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Olímpicos de Pequim 2008

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5.3. Análise dos Jogos da 2ª Fase Os jogos da 2ª fase do Torneio de Andebol dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, consistiram

nos jogos dos quartos de final e da meia-final. O primeiro opôs a selecção de Espanha à da

Coreia, tendo acesso ao jogo da meia-final com a selecção da Islândia. No conjunto dos jogos a

selecção de Espanha venceu a Coreia (29-24) e perdeu com a Islândia (36-30), encontro que

ditou o afastamento da final do Torneio, obrigando a jogar novamente com a selecção da

Croácia, mas para o apuramento do 3º e 4º classificados.

Os jogos foram distintos entre si, a selecção de Espanha venceu sem grande oposição a

selecção da Coreia, mas por outro lado não conseguiu a mesma réplica perante a selecção da

Islândia. Ambos os jogos terminaram com resultado no marcador desequilibrado, vencendo

por 5 ou mais golos (v5) nos quartos de final, e perdendo por 5 ou mais golos (p5) na meia-

final.

Figura 155 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para os jogos da selecção de Espanha na 2ª

fase

Da análise do plotter que junta os jogos da selecção de Espanha com as selecções da Islândia e

da Coreia, durante a 2ª fase do Torneio foi possível verificar:

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- uma crescente e instável vantagem do marcador, no jogo com a selecção da Coreia, com a

utilização do sistema defensivo 6:0 (verde);

- uma crescente e instável desvantagem do resultado do marcador de jogo, na partida com a

selecção da Islândia, com a utilização em grande parte do sistema defensivo 6:0 (verde) e com

alterações para o sistema defensivo 5:1 (vermelho), 5+1 (amarelo) e 4+2 (siete).

É possível identificar 10 conjuntos de sequências diferentes das 72 que compõem a totalidade

do jogo, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos de eventos, em função do

resultado parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha; sendo possível verificar o

constraste dos eventos em função do resultado parcial do marcador entre a vitória e derrota e

semelhanças quando o marcador registava o empate.

Tabela 23 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os jogos da selecção de

Espanha na 2ª fase

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 16 0 16 22,22 Vermelho

Perde por 1 golo P1 6 3 9 12,50 Laranja

Perde por 2 golos P2 2 0 2 2,78 Amarelo

Perde por 3 golos P3 1 2 3 4,17 Azul

Perde por 4 golos P4 2 7 9 12,50 Cinzento

Perde por 5 golos P5 0 5 5 6,94 Preto

Vence por 1 golo V1 8 7 15 20,83 Verde

Vence por 2 golos V2 0 1 1 1,39 Púrpura

Vence por 3 golos V3 0 1 1 1,39 Azul-Marinho

Vence por 5 ou mais golos V5 0 11 11 15,28 Azul Escuro

Os registos realizados nestes jogos demonstraram que estes foram na sua maioria equilibrados

(Silva, 2000), uma vez que a selecção de Espanha enquanto defendia durante o método

organizado em situação de igualdade numérica 6x6, esteve empatada, em desvantagem ou em

vantagem por uma diferença inferior a 5 golos em 56 das 72 sequências (77,78%). O

desequilíbrio no marcador de jogo esteve patente nestes dois jogos por um lado pela

vantagem por 5 ou mais golos (v5) em 11 das 72 sequências (15,28%) no jogo com a selecção

da Coreia e por outro lado pela desvantagem por 5 ou mais golos (p5) em 5 das 72 sequências

(6,94%) no jogo com a selecção da Islândia. As sequências quando o marcador de jogo

registava um empate (e) sucederam todas (16) durante a 1ª parte dos jogos. Uma curiosidade

é que o número de sequências observadas quer em vantagem (v1, v2, v3, v4, v5) quer em

desvantagem (p1, p2, p3, p4, p5) foram proporcionalmente iguais (38,89%), num total de 28

sequências para cada.

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Olímpicos de Pequim 2008

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Das diferentes formas de recuperação de bola na totalidade dos jogos, a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (30) do que após sofrer golo (27).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através das 10

intervenções do guarda-redes (dsc9, dsc6, dcb) e dos 6 ressaltos defensivos (res) e das 4

intercepções (i). Foram recuperadas 8 posses de bola através dos erros do adversário: 4 por

perdas de bola (pb), duas por falta atacante (fa), uma por jogo passivo (jp) e outra por

passos/dribles (pdb). Foram ainda recuperadas 2 posses de bola após remate para fora (rec).

Figura 156 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos jogos da selecção de Espanha na 2ª fase

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Coreia e da

Islândia, foi detectado 1 padrão com as 4 configurações mínimas, que se repetiu por 3 vezes.

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Figura 157 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido em todos

os jogos da 2ª fase

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos (para os objectivos do estudo só foram consideradas as quatro

primeiras configurações de eventos, porque a última aparece após o final da sequência) que

descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após

golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava um empate (e), o sistema defensivo utilizado foi o

6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot adversário entre o 2º e o 3º

defensor do lado esquerdo (p23e), o defesa directo do portador da bola realizava

deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do lateral esquerdo (le) para a

zona do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes e durante a 1ª parte do jogo com a selecção

da Coreia.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 158 - Representação do evento e,zona,zp,le,p23e,desl

Figura 159 - Representação do evento e,zona,zp,c,p23e,desl

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Síntese

No conjunto dos 2 jogos que constituiram esta 2ª fase, a selecção de Espanha venceu sem

grande oposição a selecção da Coreia (por 5 ou mais golos), mas por outro lado não conseguiu

a mesma réplica frente à selecção da Islândia (sendo vencida por 5 ou mais golos). A selecção

de Espanha esteve em vantagem e em desvantagem no marcador em 38,89% das sequências

observadas. A vantagem no marcador por 5 ou mais golos registou-se em 15,28% das

sequências (11 em 72) e a desvantagem pelo mesmo número de golos em 6,94% (5 das 72). As

sequências quando o marcador de jogo registava um empate (e) sucederam todas (16) durante

a 1ª parte dos jogos.

A selecção de Espanha neste conjunto de jogos recuperou a posse de bola mais vezes sem

sofrer golo (30) do que após golos sofrido (27). A forma de recuperação de bola sem sofrer

golo com maior registo foi através das 10 intervenções do guarda-redes e dos 6 ressaltos

defensivos e das 4 intercepções realizadas pela defesa. Foram realizadas 8 recuperações de

bola através dos erros dos adversários: 4 perdas de bola, duas faltas atacantes, uma por jogo

passivo e outra por passos/dribles. Foram ainda recuperadas duas posses de bola após remate

para fora.

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Coreia e da

Islândia, foi detectado 1 padrão com as 4 configurações mínimas, que se repetiu por 3 vezes. O

padrão reporta à recuperação da posse de bola após golo sofrido no jogo com a selecção da

Coreia, no qual o marcador de jogo registava um empate. O sistema defensivo utilizado foi o

6:0, com a forma de actuação do tipo passiva, o pivot adversário estava situado entre o 2º e o

3º defensores do lado esquerdo e o defensor directo do portador da bola realizava

deslocamento defensivo, quando a bola circulou da zona do lateral esquerdo para a zona do

central.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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5.4. Análise dos Jogos que terminaram com Vitória Para ser possível a análise de todos os jogos, com resultado vitorioso para a selecção de

Espanha, foi necessário agrupar os jogos dois a dois, uma vez que o software Theme não

conseguiu realizar o tratamento do conjunto dos dados de todos estes jogos. O critério para o

agrupamento dos jogos foi a ordem cronológica.

As selecções adversárias da selecção de Espanha foram, na qual esta saiu como vitoriosa, pela

ordem cronológica, foram as seguintes: China, Brasil (ambas da 1ª fase), Coreia (quartos de

final) e Croácia (apuramento dos 3º e 4º classificados). No conjunto dos jogos a selecção de

Espanha marcou 136 golos e sofreu 110 golos.

Embora os jogos tenham sido distintos entre si, somente um dos adversários seria considerado

do mesmo nível da selecção de Espanha, a selecção da Croácia. Contudo, a selecção de

Espanha facilmente venceria os jogos com as selecções da China, da Coreia e da Croácia por 5

ou mais golos (v5), tendo tido alguma dificuldade a levar de vencida a selecção do Brasil (v1).

É possível identificar 8 conjuntos de sequências diferentes das 180 que compuseram a

totalidade deste conjunto de jogos, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos,

em função do resultado parcial do marcador de jogo, para a selecção de Espanha.

Tabela 24 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para os jogos terminaram com a

vitória da selecção de Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 29 1 30 16,67 Vermelho

Perde por 1 golo P1 11 1 12 6,67 Laranja

Perde por 2 golos P2 2 1 3 1,67 Amarelo

Vence por 1 golo V1 16 8 24 13,33 Verde

Vence por 2 golos V2 12 5 17 9,44 Púrpura

Vence por 3 golos V3 8 5 13 7,22 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 5 6 11 6,11 Beje

Vence por 5 golos ou

mais golos

V5 6 64 70 38,89 Azul escuro

Da análise da tabela 24, verifica-se que a selecção de Espanha quando venceu os jogos esteve

em vantagem no marcador em 74,99% das sequências (135 em 180) e em desvantagem no

marcador em 21,67% das sequências (15 em 180), e nas restantes o marcador registava um

empate (16,67%).

Em termos de equilíbrio no conjunto destes jogos da selecção de Espanha, verifica-se que em

38,89% das sequências o resultado parcial no marcador indicava o jogo como desequilibrado

(Silva, 2000) quando vencia por 5 ou mais golos (v5) e que estes desequilíbrios ocorreram em

grande parte na 2ª parte dos jogos em causa.

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Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade dos jogos a selecção de Espanha

recuperou-a mais vezes sem sofrer golo (78) do que com golo sofrido (68).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através das 20

intervenções do guarda-redes (dsc9, dsc6, dcb), dos 18 ressaltos defensivos (res) e das 10

intercepções (i). Foram recuperadas 21 posses de bola através dos erros do adversário: 6 por

perdas de bola (pb), 6 por violação da área de baliza (vio), duas devido a jogo passivo (jp), 3

por maus passes e/ou recepções (mpr), 3 por faltas atacantes (fa) e uma por passos/dribles

(pdb). Foram ainda recuperadas 9 posses de bola após remate do adversário para fora (rec).

5.4.1. Jogos da 1ª Fase O jogo que opôs a selecção de Espanha à da China, foi o terceiro jogo do Torneio de Andebol e

terminou com o resultado 36-22. O jogo entre a selecção de Espanha e a do Brasil foi o quinto

e último jogo da fase de grupos (1ª fase) terminou 36-35. No conjunto dos jogos a selecção de

Espanha marcou 72 golos e sofreu 57 golos.

Figura 160 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos da 1ª fase que

terminaram com vitória para a selecção de Espanha

Da análise do plotter que junta os jogos que terminaram com vitória para a selecção de

Espanha durante a 1ª fase do Torneio foi possível verificar:

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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- uma crescente e estável vantagem do marcador, no jogo com a selecção da China, com a

utilização do sistema defensivo 3:2:1 (púrpura) e perto do final da partida a passagem pelos

sistemas 6:0 (verde), 5:1 (vermelho), 5+1 (amarelo) e 4:2 (azul), quando a estabilidade na

vantagem do marcador se manteve por 5 ou mais golos;

- uma crescente e variável vantagem do resultado do marcador de jogo, na partida com a

selecção do Brasil, com a utilização em grande parte do sistema defensivo 6:0 (verde),

excepção para a parte inicial do jogo no qual recorreu ao sistema 3:2:1 (púrpura).

Foi possível também verificar o constraste dos eventos em função do resultado parcial do

marcador especialmente quando a diferença foi de 5 ou mais golos, com alterações nos

sistemas defensivos principalmente no jogo com a selecção da China; e quando esta diferença

diminuiu no final do jogo com a selecção do Brasil.

É possível identificar 7 conjuntos de sequências diferentes das 97 que compuseram a

totalidade dos jogos considerados, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos,

em função do resultado parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha.

Tabela 25 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os jogos da 1ª fase

que terminaram com vitória para a selecção de Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 7 0 7 7,22 Vermelho

Perde por 1 golo P1 4 0 4 4,12 Laranja

Vence por 1 golo V1 6 0 6 6,19 Verde

Vence por 2 golos V2 12 0 12 12,37 Púrpura

Vence por 3 golos V3 8 2 10 10,31 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 5 2 7 7,22 Beje

Vence por 5 golos ou

mais golos

V5 6 45 51 52,58 Azul escuro

Nos jogos que terminaram com vitória para a selecção de Espanha na 1ª fase, esta nunca

esteve em desvantagem no marcador por mais de 1 golo (p1), que se verificou nos 2 jogos em

causa, apenas em 4 sequências.

A selecção de Espanha esteve em vantagem (v1, v2, v3, v4, v5) em 88,66% das sequências (86

em 97). O resultado parcial do marcador mostra que os jogos foram desequilibrados em

52,58% das sequências registadas (51 em 97), uma vez que enquanto defendia durante o

método organizado em situação de iguadade numérica 6x6, esteve em vantagem por uma

diferença igual ou superior a 5 golos (Silva, 2000).

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade dos jogos considerados a

selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (40) do que após

sofrer golo (39).

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As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através das 9

intervenções do guarda-redes (dsc9, dsc6), dos 8 ressaltos defensivos (res) e 3 das

intercepções (i). Foram recuperadas 11 posses de bola através dos erros do adversário: 3 por

perdas de bola (pb), 3 por violação da área de baliza (vio), duas por falta atacante (fa), duas

por maus passes e/ou recepções (mpr) e uma por passos/dribles (pdb). Foram ainda

recuperadas 8 posses de bola após remate do adversário para fora (rec).

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da China e do Brasil,

foi detectado 1 padrão.

Figura 161 - Gráfico frequências do tipo de eventos de todos os jogos da 1ª fase que terminaram com vitória

para a selecção de Espanha

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 162 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido em todos

os jogos da 1ª fase que terminaram com vitória para a selecção de Espanha

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 7

configurações de eventos (para os objectivos do estudo só serão consideradas as 4 primeiras

configurações, porque as restantes aparecem após o final da sequência) que descrevem uma

probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido

(gs):

- quando o resultado do marcador registava uma vantagem de 5 ou mais golos (v5), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm) e o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando esta circulou da zona do lateral esquerdo (le) para a

zona do central (c).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção do

Brasil.

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Figura 164 - Representação do evento v5,zona,zp,c,pm,desl

Figura 163 - Representação do evento v5,zona,zp,le,pm,desl

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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5.4.2. Jogos das 2ª e 3ª Fases O jogo que opôs a selecção de Espanha à selecção da Coreia foi o jogo dos quartos de final da

competição que terminou com uma vitória por 24-29. O jogo entre a selecção de Espanha e a

selecção da Croácia foi o último jogo do Torneio (apuramento dos 3º e 4º classificados)

terminou com uma vitória por 29-36. No conjunto dos jogos a selecção de Espanha marcou 64

golos e sofreu 53 golos.

Figura 165 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos das 2ª e 3ª fases que

terminaram com vitória para a selecção de Espanha

Da análise do plotter que junta os jogos que terminaram com vitória para a selecção de

Espanha durante as 2ª e 3ª fases do Torneio foi possível verificar:

- uma crescente e instável vantagem no marcador, nos jogos com as selecções da Coreia e da

Croácia, com a utilização permanente do sistema defensivo 6:0 (verde).

É possível identificar 8 conjuntos de sequências diferentes das 83 que compuseram os jogos

considerados, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado

parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha.

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Tabela 26 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os jogos da 2ª e 3ª

fase que terminaram com vitória para a selecção de Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 22 1 23 27,71 Vermelho

Perde por 1 golo P1 7 1 8 9,64 Laranja

Perde por 2 golos P2 2 1 3 3,61 Amarelo

Vence por 1 golo V1 10 8 18 21,69 Verde

Vence por 2 golos V2 0 5 5 6,02 Púrpura

Vence por 3 golos V3 0 3 3 3,61 Azul marinho

Vence por 4 golos V4 0 4 4 4,82 Beje

Vence por 5 golos ou

mais golos

V5 0 19 19 22,89 Azul escuro

Da análise da tabela 26, verifica-se que a selecção de Espanha nos dois jogos considerados, nas

2ª e 3ª fases, esteve em vantagem no marcador 59,03% das sequências (49 em 83) e em

desvantagem no marcador em 13,25% das sequências (11 em 83), e nas restantes o marcador

registava um empate (27,71%).

Em termos de equilíbrio no conjunto dos jogos da selecção de Espanha, verificou-se que em

22,89% das sequências o resultado parcial no marcador indicava o jogo como desequilibrado

(Silva, 2000) quando vencia por 5 ou mais golos (v5) e que estes desequilíbrios ocorreram

todos na 2ª parte dos jogos em causa.

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade dos jogos considerados a

selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes sem sofrer golo (38) do que com

golo sofrido (29).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram realizadas através

das 10 intervenções do guarda-redes (dsc9, dsc6, dcb), dos 10 ressaltos defensivos (res) e das 7

intercepções (i). Foram recuperadas 9 posses de bola através dos erros do adversário: 3 por

perda de bola (pb), duas por violação (vio), duas devido a jogo passivo (jp), uma por mau passe

e/ou recepção (mpr) e uma por falta atacante (fa). Foram ainda recuperadas duas posses de

bolas após remate do adversário para fora (rec).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Coreia e da

Croácia, foi detectado 1 padrão.

Figura 166 - Gráfico frequências do tipo de eventos de todos os jogos da 2ª e 3ª fase que

terminaram com vitória para a selecção de Espanha

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Figura 167 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido em todos

os jogos da 2ª e 3ª fase que terminaram com vitória para a selecção de Espanha

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 6

configurações de eventos (para os objectivos do estudo as duas últimas configurações foram

excluídas, porque são posteriores ao final da sequência considerada) que descrevem uma

probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido:

- quando o resultado do marcador registava um empate (e), o sistema defensivo utilizado foi o

6:0 (zona) e actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot adversário no meio da defesa

(pm), e o defensor directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando

a bola estava na zona do cental (c) e quando circulou para a zona do lateral esquerdo (le) e o

pivot se colocou entre o 2º e o 3º defensor do lado direito (p23d), o defensor directo

aproximou-se (apr) do portador da bola.

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes (uma durante o jogo com a selecção da

Croácia e outra durante o jogo com a selecção da Coreia).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 168 -Representação do evento e,zona,zp,c,pm,desl

Figura 169 - Representação do evento e,zona,zp,le,p23d,apr

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Página 243

Síntese

No conjunto dos 4 jogos que terminaram com a vitória para a selecção de Espanha, esta esteve

em vantagem no marcador 74,99% das sequências observadas (135 em 180) e em

desvantagem em 21,67% das sequências (15 em 180). A selecção de Espanha esteve em

38,89% das sequências a vencer por 5 ou mais golos, que ocorreram em grande maioria

durante as 2ª partes dos jogos em causa. A selecção de Espanha venceu na 1ª fase as selecções

da China e do Brasil e nas fases seguintes as selecções da Coreia e da Croácia.

A selecção de Espanha realizou mais recuperações de bola vezes sem sofrer golo (78) do que

com golo sofrido (68). As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi

através das 20 intervenções do guarda-redes, dos 18 ressaltos defensivos e das 10

intercepções realizadas pela defesa. Foram realizadas 21 recuperações de bola através dos

erros do adversário: 6 por perda de bola, 6 por violação da área, duas devido a jogo passivo, 3

por maus passes e/ou recepções, 3 por falta atacante e uma por passos/dribles. Foram ainda

realizadas 9 recuperações de bola após remate das selecções adversárias para fora.

Para análise sequencial do conjunto dos jogos que terminaram com vitória foi verificada a

impossibilidade de se realizar análise de todos os dados em simultâneo, sendo estes agrupados

em pares pela ordem cronológica: China-Brasil e Coreia-Croácia.

Nos jogos com as selecções da China e do Brasil, a selecção de Espanha nunca esteve em

desvantagem no marcador por mais de 1 golo, tendo estado em vantagem em 88,66% das

sequências (86 em 97) observadas e a vencer por 5 ou mais golos em 52,58% (51 em 97).

A selecção de Espanha nos jogos da 1ª fase que terminaram com vitória recuperou a posse de

bola mais vezes sem sofrer golo (40) do que após golo sofrido (39). As formas de recuperação

de bola sem sofrer golo com maior registo foram através das 9 intervenções do guarda-redes,

dos 8 ressaltos defensivos e das 3 intercepções realizadas pela defesa. Foram realizadas 11

recuperações de bola após erros do adversário: 3 por perda de bola, 3 por violação da área de

baliza, duas faltas atacantes, duas por maus passes e/ou recepções e uma por passos/dribles.

Foram ainda realizadas 8 recuperações de bola após remate das selecções adversárias para

fora.

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da China e do Brasil,

foi detectado 1 padrão com a recuperação de bola a ser realizada após golo sofrido e quando o

marcador registava uma vantagem por 5 golos ou mais, em que o sistema defensivo utilizado

foi o 6:0 com a forma de actuação do tipo passiva, com o pivot adversário no meio da defesa e

o comportamento do defensor directo do portador da bola foi o deslocamento defensivo,

enquanto a bola circulou da zona do lateral esquerdo para a zona do central. Para esta

sequência foram consideradas as 4 configurações mínimas que se repetiram duas vezes e

durante o jogo com a selecção do Brasil.

A selecção de Espanha no conjunto dos jogos com a Coreia e a Croácia esteve em vantagem no

marcador em 59,03% das sequências (49 em 83) observadas, sendo que em 22,89% se

encontrava a vencer por 5 ou mais golos, e durante as segundas partes dos jogos. Esteve em

desvantagem 13,25% das sequências (11 em 83) observadas.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Para este conjunto de jogos a selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes sem

sofrer golo (38) do que com golo sofrido (29). A forma de recuperação de bola sem sofrer golo

com maior registo foi através das 10 intervenções do guarda-redes, dos 10 ressaltos

defensivos e das 7 intercepções realizadas pela defesa. Foram realizadas 9 recuperações de

posse de bola após erros dos adversários: 3 por perdas de bola, duas por violação da área,

duas devido a jogo passivo, uma por mau passe e/ou recepção e uma por falta atacante.

Foram ainda realizadas duas recuperações de bola após remate para fora.

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Coreia e da

Croácia, foi detectado 1 padrão com a recuperação de bola a ser realizada após golo sofrido e

quando o marcador registava um empate, em que o sistema defensivo utilizado era o 6:0 com

forma de actuação do tipo passiva, no qual o pivot adversário se deslocou do meio da defesa

para ficar entre o 2º e o 3º defensor do lado direito, enquanto o defensor directo do portador

da bola realizou deslocamento defensivo com a bola na zona do cental e, aproximou-se do

atacante quando a bola circulou para a zona do lateral esquerdo. Para esta sequência foram

consideradas as 4 configurações mínimas que se repetiram duas vezes, uma durante o jogo

com a selecção da Coreia e outra durante o jogo com a selecção da Croácia.

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Página 245

5.5. Análise dos Jogos que terminaram com Derrota Para estudar o comportamento da defesa da selecção de Espanha nos jogos em que saiu

derrotada foram analisados o conjunto dos jogos da 1ª fase e o conjunto de todos os jogos (1ª

e 2ª fases).

5.5.1. Jogos da 1ª Fase O jogo que opôs a selecção de Espanha à selecção da Croácia foi o primeiro jogo do Torneio de

Andebol e terminou com o resultado 29-31. O jogo entre a selecção de Espanha e a selecção

Francesa foi o 4º jogo da 1ª fase e terminou 21-28. No conjunto dos jogos a selecção de

Espanha marcou 50 golos e sofreu 59 golos.

Figura 170 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos da 1ª fase que

terminaram com derrota para a selecção de Espanha

Da análise do plotter que junta os jogos que terminaram com derrota para a selecção de

Espanha durante a 1ª fase do Torneio foi possível verificar:

- uma crescente e instável desvantagem no marcador, nos jogos com as selecções da Croácia e

de França, com a utilização quase permanente do sistema defensivo 6:0 (verde), excepção

para a parte final do jogo com a selecção Francesa, quando perdia por 5 ou mais golos, alterou

para os sistemas 5:1 (vermelho), 5+1 (amarelo) e 3:2:1 (púrpura).

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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É possível identificar 7 conjuntos de sequências diferentes das 97 que compuseram os jogos

considerados, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos, em função do resultado

parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha.

Tabela 27 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os jogos da fase 1ª

fase que terminaram com derrota para a selecção de Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 6 3 9 11,69 Vermelho

Vence por 1 golo V1 1 0 1 1,30 Verde

Perde por 1 golo P1 7 4 11 14,29 Laranja

Perde por 2 golos P2 6 3 9 11,69 Amarelo

Perde por 3 golos P3 5 8 13 16,88 Azul

Perde por 4 golos P4 4 6 10 12,99 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 7 17 24 31,17 Preto

Nos jogos da 1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de Espanha, esta nunca

esteve em vantagem no marcador por mais de 1 golo (v1). Esta vantagem apenas se verificou

nos 2 jogos em causa apenas numa sequência.

O resultado parcial do marcador mostra que os jogos foram equilibrados em 68,83% das

sequências registadas (53 em 77), uma vez que enquanto defendia, no método organizado em

situação de igualdade numérica 6x6, esteve empatada, em vantagem ou em desvantagem por

uma diferença inferior a 5 golos (Silva, 2000). Contudo, a selecção de Espanha esteve em

desvantagem (p1, p2, p3, p4, p5) em 87,01% das sequências (67 em 77).

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade dos jogos considerados a

selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes após sofrer golo (35) do que sem

sofrer golo (30).

As formas de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foram através das 5

intervenções do guarda-redes (dsc9, dcb), dos 7 ressaltos defensivos (res) e das 3 intercepções

(i) realizadas pela defesa. Foram recuperadas 11 posses de bola através dos erros do

adversário: 7 por perdas de bola (pb), uma por violação da área de baliza (vio), uma por mau

passe e/ou recepção (mpr), uma por dribles ou passos (pdb) e uma falta atacante (fa). Foram

ainda recuperadas 4 posses de bola após remate dos adversários para fora (rec).

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Figura 171 - Gráfico frequências do tipo de eventos de todos os jogos da 1ª fase que terminaram com derrota

para a selecção de Espanha

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Croácia e França

foram detectados 2 padrões.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Figura 172 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido em todos

os jogos da 1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de Espanha

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de dois golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário no meio da defesa (pm), o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando a bola estava na zona do central (c) e continuou com o

mesmo comportamento (desl), quando a bola circulou da zona do central (c) para a zona do

lateral direito mais próximo do central (ldc) e o pivot adversário se colocou entre o 2º e o 3º

defensor do lado direito (p23d).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção Croácia.

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Figura 173 - Representação do evento p2,zona,zp,c,pm,desl

Figura 174 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 175 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

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Figura 176 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido em todos

os jogos da 1ª fase que terminaram com derrota para a selecção de Espanha

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 5

configurações de eventos que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha

recuperou a posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de dois golos (p2), o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o pivot

adversário entre o 2º e o 3º defensor do lado direito (p23d), o defensor directo do portador da

bola realizou deslocamento defensivo (desl) quando a bola circulou da zona do central (c) para

a zona do lateral direito mais próximo do central (ldc), e continuou com este comportamento

(desl), quando a bola voltou para a zona do central (c) e o pivot adversário se colocou entre o

2º e o 3º defensor do lado esquerdo (p23e).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por 3 vezes e durante o jogo com a selecção da Croácia.

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Figura 177 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23d,desl

Figura 178 - Representação do evento p2,zona,zp,ldc,p23d,desl

Figura 179 - Representação do evento p2,zona,zp,c,p23e,desl

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5.5.2. Todas as Derrotas Os jogos que tiveram como resultado final a derrota da selecção de Espanha foram, pela

ordem cronológica, os seguintes: Croácia, França (ambos na 1ª fase) e Islândia (meia-final). O

jogo que opôs a selecção de Espanha à Croácia, foi o 1º jogo do Torneio e terminou com o

resultado 29-31. O jogo entre a selecção de Espanha e a Francesa foi o 4º jogo da 1ª fase e

terminou com o resultado 21-28. A 3ª derrota foi com a selecção da Islândia no jogo da meia-

final por 30-36. No conjunto destes jogos a selecção de Espanha marcou 80 golos e sofreu 95

golos.

Figura 180 - Gráfico plotter dos eventos em função do tempo de jogo, para todos os jogos que terminaram com

derrota para a selecção de Espanha

Da análise do plotter que junta os jogos que terminaram com derrota para a selecção de

Espanha durante a 1ª e 2ª fase do Torneio foi possível verificar:

- uma crescente e instável desvantagem no marcador, nos jogos com as selecções da Croácia,

de França e da Islândia com a utilização quase permanente do sistema defensivo 6:0 (verde),

excepção para a parte final do jogo com as selecções Francesa e Islandesa, quando perdia por

4 ou mais golos, alterando para os sistemas 5:1 (vermelho), 5+1 (amarelo) e 3:2:1 (púrpura).

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É possível identificar 7 tipos conjuntos de sequências diferentes das 108 que compuseram a

totalidade dos jogos considerados, com as seguintes frequências e nos seguintes intervalos em

função do resultado parcial do marcador de jogo para selecção de Espanha.

Tabela 28 - Frequência dos tipos de sequências de jogo em função do resultado, para todos os jogos que

terminaram com derrota para a selecção de Espanha

Resultado parcial Código 1ª parte 2ª parte Total % Cor

Empate E 10 3 13 12,04 Vermelho

Vence por 1 golo V1 1 0 1 0,93 Verde

Perde por 1 golo P1 12 7 19 17,59 Laranja

Perde por 2 golos P2 8 3 11 10,19 Amarelo

Perde por 3 golos P3 6 10 16 14,81 Azul

Perde por 4 golos P4 6 13 19 17,59 Cinzento

Perde por 5 ou mais golos P5 7 22 29 26,85 Preto

Nos jogos que terminaram com derrota para a selecção de Espanha, esta nunca esteve em

vantagem no marcador por mais de um golo (v1), esta vantagem apenas se verificou, nos 3

jogos em causa, apenas numa sequência.

O resultado parcial do marcador mostra que os jogos foram equilibrados em 73,15% das

sequências registadas (79 em 108), uma vez que enquanto defendia, no método organizado

em situação de igualdade numérica 6x6, esteve empatada em desvantagem ou em vantagem

por uma diferença inferior a 5 golos (Silva, 2000). Contudo, a selecção de Espanha esteve em

desvantagem (p1, p2, p3, p4, p5) em 87,03% das sequências (94 em 108).

Das diferentes formas de recuperação de bola, na totalidade dos jogos considerados, a

selecção de Espanha recuperou a posse de bola mais vezes após sofrer golo (50) do que sem

sofrer golo (40).

A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi através das 9

intervenções do guarda-redes (dsc9, dsc6, dcb), dos 8 ressaltos defensivos (res) e das 3

intercepções (i) realizadas pela defesa. Foram recuperadas 16 posses de bola através dos erros

do adversário: 10 por perda de bola (pb), uma por violação da área de baliza (vio), duas por

passos e/ou dribles, duas por faltas atacante (fa), uma por mau passe e/ou recepção (mpr).

Foram ainda recuperadas 4 posses de bola após remate dos adversários para fora (rec).

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Figura 181 - Gráfico frequências do tipo de eventos dos jogos que terminaram com derrota para a selecção de

Espanha

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Croácia, França e

Islândia foi detectado 1 padrão.

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Figura 182 - Dendograma representativo do padrão sequencial da recuperação de bola por golo sofrido em todos

os jogos que terminaram com derrota para a selecção de Espanha

Este dendograma apresenta, no quadro à esquerda, uma sequência composta por 6

configurações de eventos (para os objectivos do estudo só foram consideradas as cinco

primeiras configurações de eventos, porque a última aparece após o final da sequência

considerada) que descrevem uma probabilidade de como a selecção de Espanha recuperou a

posse de bola após golo sofrido (gs):

- quando o resultado do marcador registava uma desvantagem de 5 ou mais golos (p5), o

sistema defensivo utilizado foi o 6:0 (zona) e a actuação defensiva do tipo passiva (zp), com o

pivot adversário no meio da defesa (pm), o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo (desl) quando a bola estava na zona do central (c) e aproximou-se

(apr) do portador da bola, quando esta foi para a zona do lateral esquerdo (le); o defensor

directo do portador da bola voltou a realizar deslocamento defensivo (desl), quando a bola

voltou para a zona do central (c) e o pivot adversário se colocou entre o 2º e o 3º defensor do

lado direito (p23d).

Na visualização topográfica, no quadro à direita (ligação dos eventos em termos temporais),

verifica-se que esta sequência ocorreu por duas vezes e durante o jogo com a selecção

Francesa.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

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Figura 183 - Representação do evento p5,zona,zp,c,pm,desl

Figura 184 - Representação do evento p5,zona,zp,le,pm,apr

Figura 185 - Representação do evento p5,zona,zp,c,p23d,desl

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Síntese

No conjunto dos 3 jogos que terminaram com a derrota para a selecção de Espanha, esta

nunca esteve em vantagem no marcador por mais de 1 golo. A selecção de Espanha esteve em

desvantagem no marcador em 87,03% das sequências (94 em 108) observadas, nos jogos com

as selecções da Croácia, França e Islândia. Esteve em desvantagem no marcador por 5 ou mais

golos em 26,85% das sequências (29 das 108), que ocorreram em maioria durante a 2ª parte

dos jogos considerados.

A selecção de Espanha realizou mais recuperações de bola após sofrer golo (50) do que sem

sofrer golo (40). A forma de recuperação de bola sem sofrer golo com maior registo foi através

das 9 intervenções do guarda-redes, dos 8 ressaltos defensivos e das 3 intercepções realizadas

pela defesa. Foram realizadas 16 recuperações da posse de bola após erros do adversário: 10

por perda de bola, uma por violação da área de baliza, duas por passos e/ou dribles, duas por

faltas atacantes, uma por mau passe e/ou recepção e uma violação. Foram ainda realizadas 4

recuperações após remate dos adversários para fora.

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Croácia, França e

Islândia foi detectado 1 padrão com a recuperação de bola a ser realizada após golo sofrido e

quando o marcador registava uma desvantagem por 5 ou mais golos, em que o sistema

defensivo utilizado era o 6:0 com forma de actuação do tipo passiva, o pivot adversário no

meio da defesa e o comportamento do defensor marcador do portador da bola foi o

deslocamento defensivo, enquanto a bola estava na zona do central e quando foi para a zona

do lateral esquerdo aproximou-se do portador da bola, e realizou novamente deslocamento

defensivo quando a bola foi para a zona do central e o pivot se colocou entre o 2º e o 3º

defensor do lado direito. Para este padrão foram consideradas as 5 primeiras configurações de

eventos que se repetiram duas vezes e durante o jogo com a selecção de França.

Para o conjunto dos jogos da 1ª fase no qual a selecção de Espanha saiu derrotada, esta nunca

esteve em vantagem por mais de 1 golo. A selecção de Espanha esteve em desvantagem em

87,01% das sequências (67 em 77) observadas, nos jogos com as selecções da Croácia e França.

Esteve em desvantagem no marcador por 5 ou mais golos em 31,17% das sequências (24 em

77), que ocorreram em maioria durante a 2ª parte.

A selecção de Espanha nos jogos da 1ª fase que terminaram com derrota recuperou a posse de

bola mais vezes após sofrer golo (35) do que sem sofrer golo (30). A forma de recuperação de

bola sem sofrer golo com maior registo foi através das 5 intervenções do guarda-redes, dos 7

ressaltos defensivos e 3 das intercepções realizadas pela defesa. Foram realizadas 11

recuperações de bola após erros do adversário: 7 por perdas de bola, uma violação da área de

baliza, uma por mau passe e/ou recepção, uma por dribles ou passos e uma por falta atacante.

Foram ainda realizadas 4 recuperações de bola após remate dos adversários para fora.

Da análise sequencial dos jogos da selecção de Espanha com as selecções da Croácia e França

foram detectados 2 padrões com a recuperação de bola a ser realizada após golo sofrido,

quando o marcador registava uma desvantagem por 2 golos, em que o sistema defensivo

utilizado era o 6:0 com forma de actuação do tipo passiva e o comportamento dos defensores

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 258

marcadores do portador da bola foi o deslocamento defensivo. Estes padrões apresentaram 5

configurações de eventos que se repetiram, num padrão duas vezes e noutro 3 vezes ambos

durante o jogo com a selecção da Croácia. Nestes padrões o pivot adversário variou a sua

posição por 3 locais diferentes: o meio da defesa, entre o 2º e 3º defensor do lado direito e

entre o 2º e 3º defensor do lado esquerdo. Os dois padrões são coincidentes com os

detectados quando foi realizada a análise das sequências do jogo todo com a selecção da

Croácia (consultar Figuras 29 e 25).

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Página 259

5.6. Discussão A natureza descritiva e ideográfica deste estudo não permite chegar a respostas inferenciais à

problemática do estudo do comportamento da defesa no jogo de Andebol. A abordagem

indutiva levada a cabo neste estudo possibilita incutir a discussão dos resultados obtidos

comparando com algum do referencial teórico, apresentado nomeadamente os resultados

descritivos dos estudos revistos. Porém, devido à diversidade de estudos existentes e ao

elevado número de indicadores utilizados neste trabalho não foi possível estabelecer uma

relação directa com os resultados obtidos em estudos anteriores, no que respeita à análise

sequencial e com recurso ao software Theme.

Na realização deste estudo foram identificados e descritos 33 padrões temporais de

comportamento, recorrendo à análise das sequências defensivas da selecção de Andebol de

Espanha, nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, durante o método organizado de jogo, em

situação de igualdade numérica 6x6, considerando: a forma de recuperação da posse de bola,

o resultado do marcador parcial de jogo, o resultado final e a fase da competição. Os padrões

temporais detectados descrevem comportamentos distintos de interacção entre a defesa da

selecção de Espanha e o ataque adversário. De acordo com a teoria dos sistemas dinâmicos,

estes padrões podem ser considerados como características emergentes que são

determinadas pelos constrangimentos tácticos, estratégicos e regulamentares do jogo

(Handford, Davids, Bennett & Button, 1997).

Os padrões temporais detectados tiveram na sua maioria as 4 configurações mínimas de

eventos, que se repetiram duas a três vezes durante o jogo. Dos 33 padrões temporais

detectados, que cumpriram os requisitos, 18 deles foram identificados nos jogos em que

selecção de Espanha saiu como derrotada. Nestes jogos em que a selecção de Espanha saiu

como derrotada não foi possível observar a alternância dos sistemas defensivos sugerida por

Cuesta (2000) para uma maior variedade de acções.

Os jogos que terminaram com a derrota da selecção de Espanha e que apresentaram mais

padrões temporais foram os disputados com as selecções da Croácia (1ª fase) e da Islândia (2ª

fase). No jogo com a selecção da Croácia todos os 5 padrões detectados registavam uma

desvantagem por 2 golos. O padrão detectado quando analisados os eventos da 1ª parte do

jogo com a selecção da Croácia é igual a um dos padrões detectados quando analisados os

eventos de todo o jogo. No jogo com a selecção da Islândia todos os 6 padrões detectados

registavam uma desvantagem por 1 golo. Os 3 padrões detectados em cada uma das partes do

jogo com a selecção da Islândia são iguais aos 3 padrões detectados quando analisados os

eventos de todo o jogo.

O jogo que apresentou mais padrões temporais quando a selecção de Espanha saiu como

vencedora foi o realizado com a selecção da China (1ª fase), sendo quase todos os padrões (4

em 5) referentes à análise dos eventos de todo o jogo. Os dois padrões detectados neste jogo,

em cada uma das partes, são iguais a dois dos que foram detectados quando analisados os

eventos de todo o jogo. Na maioria destes padrões o marcador registava uma vantagem no

marcador de 5 ou mais golos. De referir ainda que neste jogo a selecção de Espanha permitiu a

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

Página 260

recuperação da posse de bola por ressalto ofensivo sem ser antecedido de remate pela

selecção adversária.

Quando analisados os jogos no qual a selecção de Espanha saiu como vitoriosa, verificou-se

que a análise sequencial conjunta dos eventos dos jogos com as selecções da Croácia e da

Coreia, apresentou um padrão em comum, quando o marcador de jogo apresentava um

empate, o sistema defensivo era o 6:0, com o pivot adversário no meio da defesa e o defensor

directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo quando a bola estava na zona do

central, aproximando-se do portador da bola quando bola foi para a zona do lateral esquerdo

e o pivot adversário se colocou entre o 2º e 3º defensor do lado direito.

O jogo entre a selecção de Espanha e a selecção da Croácia (3ª fase) foi o único o qual não foi

detectado qualquer padrão temporal que cumprisse os requisitos, possivelmente porque a

selecção Croata preferiu utilizar outro método de jogo, que não o organizado, para tentar

recuperar da desvantagem no marcador, implicando uma maior heterogeneidade dos

indicadores registados nas configurações de eventos, uma vez que procurava criar

instabilidade defensiva à selecção de Espanha.

Do conjunto de padrões temporais identificou-se que os sistemas defensivos mais utilizados

foram o 6:0, o 3:2:1 e o 5+1. A utilização destes sistemas defensivos é coincidente com os

estudos que os identificaram como os mais utilizados (Landuré, Petit & Bana, 1993; Klein,

1998; Czerwinski, 2000; Sousa, 2000; Sevin, & Taborsky, 2004; Santos, 2004; Pollany, 2006;

Hergeirsson, 2008; Gomes, 2008; Férez, Gutiérrez, Fernández, & Sánchez, 2008; Gutiérrez &

Férez, 2009). O sistema defensivo mais utilizado foi o 6:0, de uma forma passiva, ou seja, com

os jogadores entre a 1ª e a 2ª linhas defensivas. Este sistema foi quase sempre alterado a

partir da metade da 2ª parte dos jogos. Contrariamente ao estudo de Silva (2008) foi possível

detectar padrões sequenciais quando foram utilizados os sistemas defensivos 3:2:1 (e.g. jogo

com a selecção da China) e 5+1 (e.g. jogo com a selecção da Islândia).

Nos jogos em que a selecção de Espanha era tida como favorita à vitória, esta utilizou

inicialmente o sistema defensivo 3:2:1, excepção feita ao jogo com a selecção da Coreia (ao

utilizar o sistema defensivo 6:0) provavelmente por se tratar dos quartos de final da prova.

Apesar do sistema defensivo 3:2:1, ter sido utilizado e detectado em padrões sequenciais não

foram registadas formas de recuperação de bola através de erros do adversário, contrariando

o estudo de Ferreira, D. (2006) que concluiu que aquele sistema activaria um mau passe ou

uma falta técnica.

A mudança entre os sistemas defensivos de estrutura fechada (6:0) com os de estrutura aberta

(3:2:1, 4:2, 5+1 e 5:1) parece seguir a lógica das conclusões de Gutiérrez e Férez (2009), e

ideias de Antón Garcia (1991) de Sá e Silva (2006) e de Román (2007), no que se refere à

alteração da estratégia defensiva. Ou seja, criar situações que originem um maior número de

erros e falhas técnicas e piores condições de remate para o adversário recorrendo a sistemas

defensivos de estrutura aberta; e voltando a um sistema de estrutura fechada para garantir o

menor número de golos sofridos através de uma maior densidade na zona central ocasionando

e incitando a remates de longa distância por parte do adversário; e ainda possibilitando que os

jogadores possam recuperar fisicamente do desgaste causado pela exigência dos outros

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Página 261

sistemas mais abertos. O retorno ao sistema defensivo 6:0 é efectuado porque é o sistema

mais utilizado pela selecção de Espanha e por ser aquele que é tido como o mais eficaz em

situações de igualdade numérica, conforme constataram Gutiérrez e Férez (2009).

A selecção de Espanha quando o marcador registava uma desvantagem por 4 ou mais golos,

alterou o sistema defensivo de 6:0 para 5:1 ou 5+1 ou 3:2:1, contudo foi apenas no jogo com a

selecção da Islândia que foram detectados padrões temporais para estes 2 últimos sistemas

defensivos. A alteração dos sistemas defensivos, quando o marcador se aproximava daquela

diferença de golos no marcador, sugere que seria para evitar que esta passasse para 5 ou mais

golos, visto que em qualquer dos jogos observados a vantagem no marcador por esta

diferença assumiu-se como determinante para o desenlace final do jogo, indo de encontro às

conclusões de Silva (2008).

O comportamento da defesa parece modificar-se a partir da variabilidade verificada no

marcador de jogo, indo no sentido do que foi referenciado por Silva (2008): o resultado do

marcador promove adaptações na forma como as equipas actuam a nível táctico. Desta forma

o resultado do marcador parece actuar como um parâmetro de controlo que influencia a

organização do comportamento da defesa em resposta às alterações no marcador. A defesa

parece apresentar um comportamento tendencialmente estável antes de se manifestar uma

variabilidade (McGarry et al., 2002), que possivelmente é devida ao constrangimento imposto

pela vantagem ou desvantagem no marcador. Ou seja, o marcador de jogo parece representar

um constrangimento que força o comportamento da defesa a modificar-se (Araújo, 2006;

Kelso, 1995).

Neste estudo foi possível apurar que as principais formas de recuperação da posse bola são

coincidentes com outros estudos efectuados (Sousa, 2000; Mortágua, 2003; Santos, 2004;

Varejão, 2004; Freitas, 2007). O golo sofrido, apontado como uma das possíveis formas de

recuperar a posse de bola, foi aquele que mais se evidenciou. Das formas de recuperação de

bola destaca-se ainda as 5 recuperações da posse de bola através de ressalto ofensivo sem

remate à baliza e 2 ressaltos ofensivos após remate pela selecção da China, tendo sido

detectado um padrão temporal referente ao ressalto ofensivo sem remate à baliza.

A selecção de Espanha apresentou como sistema de defensivo base o 6:0, que teve algumas

variações na forma de actuar dos seus segundos defensores em função do adversário,

nomeadamente perante as selecções da Croácia, França e Islândia. Os comportamentos

observados demonstraram o que, empiricamente, já se conhece como comportamentos

típicos num jogo de Andebol por parte dos defensores: o deslocamento defensivo, o

aproximar, o contacto, o estar parado, o cometer falta e o bloco.

Contudo na análise de detecção de padrões temporais apenas surgem o deslocamento, o

aproximar do portador da bola e o estar parado (este último aparece associado às marcações

dos livres de 9m). O que suscita curiosidade é que o comportamento parado do defensor surge

nos padrões temporais ao invés da falta cometida e/ou do contacto, uma vez que estes

últimos habitualmente antecedem o anterior, ou seja, é necessário que exista um contacto

prévio com o atacante para que seja marcada uma falta ao defensor e posterior marcação de

um livre de 9m.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Padrões temporais que cumprissem os requisitos definidos e que apresentassem outras

formas de recuperação de bola para além de após de golo sofrido (excepção para o padrão

que terminou com ressalto ofensivo para a selecção da China sem remate prévio à baliza),

como o bloco, a intercepção, o contacto, o ressalto defensivo e a defesa do guarda-redes não

foram detectados, contrariando os resultados apresentados por Silva (2008). No entanto estas

discrepâncias podem ser devidas às diferenças existentes entre a molaridade (Anguera et al,

2000) dos dados recolhidos (que faz variar a maior ou menor frequência do registo de eventos

e o elevado número de combinações entre indicadores nas configurações de eventos) e o

tratamento dos mesmos por diferentes modelos matemáticos na realização da análise

sequencial através do Theme (Magnusson, 2000) e do SDIS-GSEQ (Bakeman & Quera, 1992).

Estes podem ser factores explicativos da quase exclusiva detecção de padrões temporais que

terminam com a recuperação da posse de bola da selecção de Espanha após golo sofrido.

Nos padrões temporais detectados, tendo em consideração os aspectos ofensivos dos

adversários da selecção de Espanha, verificou-se que o pivot adversário, se situou no meio da

defesa ou entre o 2º e 3º defensor do lado esquerdo ou entre o 2º e 3º defensor do lado

direito. Por fim, não foram encontradas outras posições do pivot, empiricamente,

características do jogo como a utilização de 2 pivots por parte do ataque e as acções ofensivas

de grupo não apareceram em nenhum dos padrões. Uma das possibilidades de ausência da

detecção destes indicadores pode dever-se à heterogeneidade dos indicadores registados nas

configurações de eventos, no que se refere à localização dos pivots e dos meios tácticos de

grupo porque estes se manifestam sobre a forma de combinações de dois ou mais atacantes

em momentos particulares das sequências ofensivas, sendo parcos.

O principal objectivo da defesa no jogo de Andebol é recuperar a posse de bola de forma a

evitar o golo. Era esperado encontrar mais padrões temporais que permitissem descrever os

comportamentos da defesa da selecção de Espanha, em interacção com o comportamento dos

adversários, que antecedem a recuperação da posse de bola, no método organizado de jogo

em situação de 6x6, tendo em consideração o resultado parcial do marcador de jogo. Os

padrões encontrados referem-se, quase na sua totalidade, a recuperações da posse de bola

após golo sofrido (a excepção é o padrão detectado no jogo com a selecção da China, mas que

indica que esta última fica com posse de bola após ressalto ofensivo sem remate prévio à

baliza). Os resultados apresentados permitem retirar algumas indicações de padrões que se

estabeleceram na interacção entre a defesa de selecção de Espanha e o ataque dos seus

adversários, tendo em consideração o marcador de jogo e o tempo de jogo. Todavia, do ponto

de vista prático, os padrões apresentados são escassos em detalhe para possibilitarem uma

descrição e um entendimento adequado para jogadores e treinadores, se prepararem para

uma situação de treino ou de competição.

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Capítulo 6 Conclusões

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Página 265

Este capítulo apresentará as principais considerações do trabalho realizado de acordo com os

objectivos enunciados. Ao longo da realização deste estudo foram encontrados alguns

desafios, que implicaram adaptações ao que inicialmente se pretendia efectuar. Todas estas

modificações foram realizadas de modo a garantir o rigor metodológico e os objectivos do

estudo. Para além dos objectivos do estudo foram registados factos que se entendeu deverem

ser evidenciados.

O jogo, enquanto fenómeno, de acordo com Garganta (1997), desenvolve-se segundo um

processo interactivo (devido à relação entre os intervenientes), global (o valor das equipas

pode ser maior ou menor que a soma dos valores individuais), complexo (devido às inúmeras e

algumas imprevisíveis possibilidades de relação entre os intervenientes) e organizado (porque

a sua estrutura e funcionalidade são representadas a partir das relações de cooperação e

oposição de acordo e em função de regras, de princípios e de objectivos).

A perspectiva com que se observa e analisa as situações de jogo em desporto influencia e

condiciona as decisões inerentes ao processo de análise de jogo. Neste trabalho foi esperado

proporcionar uma perspectiva qualitativa sobre os jogos observados, através do registo de

configurações de eventos para permitir uma contextualização dos dados. Foram verificadas e

descritas regularidades de algumas sequências nos jogos observados, pela detecção de

padrões temporais através da análise sequencial recorrendo ao software Theme.

De acordo com a revisão da literatura não existe uma única teoria que consiga, neste

momento, explicar a existência de padrões temporais no comportamento e nas suas

interacções. Algumas indicações podem ser encontradas na teoria dos sistemas dinâmicos e

complexos (Kelso, 1995), uma vez que existem conceitos chave que os descrevem e também

se aproximam da definição e da detecção de padrões temporais. Os padrões temporais

poderão ser considerados como uma característica emergente na teoria dos sistemas

dinâmicos, uma vez que envolvem um conjunto de comportamentos distintos conduzidos por

regras de interacção. Os padrões temporais encontrados na interacção entre o ataque e a

defesa, numa perspectiva macroscópica, poderão ser encarados como um fenómeno auto-

organizado, sobre constrangimentos em condições particulares, emergentes da interacção das

regras (condicionamentos tácticos, estratégicos e regulamentares) dos elementos das duas

equipas.

A diferença do resultado no marcador possibilitou descrever temporalmente o equilíbrio dos

jogos: pelo tempo que uma equipa se encontrou em vantagem no marcador, pela percepção

das diferenças registadas no marcador (modificações no sistema defensivo, comportamentos

dos defensores, ataque adversário) e pela variação do resultado que se registou durante o

jogo. Tendo em consideração os princípios da teoria dos sistemas dinâmicos, o marcador de

jogo poderá ser considerado como um parâmetro de controlo (Kelso, 1995). Contudo é

necessário que sejam realizadas mais pesquisas para que esta metodologia possibilite a

identificação de parâmetros controlo. O resultado do marcador permitiu que fosse possível

observar e contextualizar os comportamentos de interacção distintos, de elevada

complexidade e de carácter antagónico, atribuindo-lhes uma lógica de leitura que facilitou a

representação e compreensão da dinâmica das sequências de jogo, através dos padrões

temporais detectados pelo software Theme.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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O comportamento da selecção de Espanha, nas sequências observadas apresentou

características de um sistema auto-organizado: procurando uma ordem e uma regulação de

acordo com as interacções entre os jogadores, tendo o comportamento (dos jogadores e das

equipas) alterando-se a partir das regularidades e da variabilidade, verificadas nos sistemas

defensivos, forma de actuação, colocação do pivot e do comportamento do defensor.

Em termos teóricos é dada conta da existência: de diversas terminologias e metodologias que

tornam difícil a verificação dos resultados obtidos em estudos anteriores, e que os modelos

utilizados para a análise de jogo não contemplam a influência das acções e decisões dos

treinadores.

Devido à diversidade de estudos existentes e ao elevado número de indicadores utilizados

neste trabalho não foi possível estabelecer uma relação directa com os resultados obtidos em

estudos anteriores, no que respeita à análise sequencial. Uma vez que grande parte dos

estudos que recorreu à utilização do SDIS-QSEG, para realizar análise sequencial possibilitando

a obtenção de padrões de conduta (e.g. Silva, 2008; Prudente, 2006), contudo estes padrões

não apresentaram a interacção dos comportamentos de ambas as equipas e nem quando e

quantas vezes ocorreriam.

A análise sequencial recorrendo ao algoritmo do programa Theme, permitiu registar 33

padrões temporais, que antecederam a recuperação da posse de bola no método organizado

de jogo em situação 6x6, no comportamento da defesa da Selecção de Espanha durante o

Torneio de Andebol nos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, possibilitando indicar as ilações a

seguir apresentadas.

Nos padrões temporais detectados nos jogos da selecção de Espanha, no método organizado

de jogo em situação de 6x6, foi possível verificar que:

- parece existir uma relação entre os comportamentos ofensivos e defensivos entre as

selecções, indo de acordo com as conclusões de Rodrigues (2005), ou seja que os

comportamentos do ataque parecem influenciar a variação do número de eventos do

comportamentos da defesa;

- quanto maior a variabilidade dos eventos menor é a detecção de padrões de acordo com os

critérios estabelecidos;

- tiveram na sua maioria as 4 configurações mínimas de eventos, que se repetiram duas a três

vezes durante o jogo;

- quase todos os padrões detectados, independentemente do resultado no marcador,

mostraram que a posse de bola foi recuperada mais vezes após golo sofrido. Este facto pode

dever-se à categoria golo sofrido ter sido a mais representativa do critério recuperação de

bola;

- os comportamentos mais frequentes, nos padrões temporais, dos defensores em função da

posição do portador da bola foram a aproximação deste último e o deslocamento defensivo;

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- o sistema defensivo mais utilizado foi o 6:0, de uma forma passiva, ou seja, com os jogadores

entre a 1ª e a 2ª linhas defensivas. Este sistema foi quase sempre alterado a partir da metade

da 2ª parte dos jogos;

- nos jogos em que a selecção de Espanha era tida como favorita à vitória utilizou inicialmente

o sistema defensivo 3:2:1, com excepção do jogo com a selecção da Coreia, provavelmente por

se tratar dos quartos de final da prova;

- a selecção de Espanha quando o marcador registava uma desvantagem por 4 ou mais golos,

alterou o sistema defensivo de 6:0 para 5:1 ou 5+1 ou 3:2:1;

- a diferença de 5 ou mais golos (vantagem ou desvantagem) no marcador definiu o desfecho

final do jogo, ou seja, a selecção de Espanha venceu os jogos quando se encontrava a vencer

por uma diferença de 5 ou mais golos e saiu derrotada quando estava com a mesma

desvantagem;

- foram detectados mais padrões quando o resultado do marcador era vantagem e

desvantagem do que com o resultado do marcador empatado;

- o pivot adversário, se encontrava no meio da defesa ou entre o 2º e 3º defensor do lado

esquerdo ou entre o 2º e 3º defensor do lado direito;

- nenhuma configuração dos eventos apresentou categorias do critério das acções ofensivas de

grupo, nem a colocação do pivot adversário nas categorias que representam a entrada de um

segundo pivot;

- outras acções de recuperação de bola, como o bloco, a intercepção, o contacto, o ressalto

defensivo e a defesa do guarda-redes não deram origem a padrões temporais que cumprissem

os requisitos definidos. Provavelmente, devido à menor frequência de ocorrência desses

eventos, ou à imprevisibilidade das acções de jogo e por conseguinte ao elevado número de

combinações entre eventos que daí resultem.

6.1. Análise de cada um dos Jogos No jogo com a selecção da Croácia em que a selecção de Espanha saiu como derrotada:

- em 85,71% das sequências observadas, a selecção de Espanha esteve em desvantagem no

marcador;

- utilizou o sistema defensivo 6:0 até à metade da 2ª parte do jogo, alterando-o para o 3:2:1 e

para o 5+1;

- a análise sequencial para todos os eventos do jogo indicou 4 padrões temporais, que

apresentaram como forma de recuperação de bola o golo sofrido, com uma desvantagem de 2

golos no marcador, utilizando o sistema defensivo 6:0, com a forma de actuação do tipo

passiva e o comportamento do defensor directo do portador da bola foi o deslocamento

defensivo, tendo o pivot adversário, na maioria das vezes entre, o 2º e o 3º defensor do lado

direito. Dois destes quatro padrões apresentaram 5 configurações de eventos que se

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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repetiram durante o jogo por 3 vezes. O padrão que apresentou as 4 configurações mínimas

repetiu-se 5 vezes durante todo o jogo;

- a análise sequencial dos eventos de cada uma das partes do jogo, detectou 1 padrão

temporal, com as 4 configurações mínimas para a recuperação da posse de bola após golo

sofrido, que se repetiu por 4 vezes ao longo da 1ª parte, quando a selecção de Espanha estava

em desvantagem por 2 golos no marcador, com o sistema defensivo 6:0, com a forma de

actuação do tipo passiva e o comportamento do defensor directo do portador da bola foi o

deslocamento defensivo, tendo o pivot adversário situado entre o 2º e o 3º defensor do lado

direito, quando a bola circulou da zona do central para a zona do lateral direito mais próxima

do central e recuperou posse de bola após sofrer golo.

No jogo com a selecção da China em que a selecção de Espanha saiu como vencedora:

- esteve em vantagem no marcador em 98% das sequências observadas;

- utilizou o sistema defensivo 3:2:1 até a meio da 2ª parte, quando a diferença no marcador se

estabilizou numa vantagem de 5 ou mais golos, possibilitando a alteração para os sistemas 4:2,

o 5+1, o 5:1 e o 6:0;

- a análise sequencial para os eventos de todo o jogo indicou 4 padrões temporais,

apresentando todos as 4 configurações de eventos mínimas. Um destes padrões apresentou a

recuperação da posse de bola através de ressalto ofensivo para a selecção da China sem

remate prévio à baliza, enquanto os 3 restantes indicaram a recuperação da posse de bola

após de golo sofrido. Em todos estes padrões a selecção de Espanha utilizou o sistema

defensivo 3:2:1, registando o marcador, uma vantagem por 4 ou mais golos e tendo o defensor

directo do portador da bola realizado deslocamento defensivo;

- foi detectado 1 padrão temporal de recuperação da posse de bola após golo sofrido com as 4

configurações mínimas, quando analisados os eventos em cada uma das partes do jogo. Ambas

as configurações destes padrões ocorreram por duas vezes em cada uma das partes. O sistema

defensivo utilizado foi o 3:2:1, com a forma de actuação do tipo passiva, enquanto o defensor

directo do portador da bola realizou o deslocamento defensivo.

No jogo com a selecção de França em que a selecção de Espanha saiu como derrotada:

- esteve em desvantagem no marcador em 88,56% das sequências observadas no jogo;

- em quase todo jogo utilizou o sistema defensivo 6:0, independentemente do resultado do

marcador, modificando e alternando os sistemas defensivos no final da 2ª parte do jogo, entre

o 3:2:1, o 5:1 e o 5+1;

- quando analisados sequencialmente todos os eventos do jogo, não foram detectados

padrões temporais porque as configurações das sequências não cumpriram todos os requisitos

propostos para serem considerados. Esta ausência de padrões t possivelmente deveu-se à

elevada variabilidade dos eventos;

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- a análise sequencial realizada nos eventos em cada uma das partes do jogo indicou dois

padrões para a recuperação da posse de bola após golo sofrido (um para cada uma das partes),

tendo-se repetido por duas vezes, quando o marcador registava uma desvantagem de 5 ou

mais golos, o sistema defensivo utilizado era o 6:0, com a forma de actuação do tipo passiva e

o pivot adversário encontrava-se entre o 2º e 3º defensor do lado direito. O padrão da 1ª parte

apresentou as 4 configurações mínimas e o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo. Enquanto o padrão da 2ª parte, apresentou 5 configurações de

eventos nas quais o defensor directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo e

aproximou-se deste último.

No jogo com a selecção do Brasil em que a selecção de Espanha saiu como vencedora:

- esteve em vantagem no marcador em 77,75% nas sequências observadas, 46,66% das quais

por 5 ou mais golos, todas na 2ª parte. Embora se tenha registado supremacia no marcador da

selecção observada, durante o método organizado de jogo em igualdade numérica 6x6, o

resultado final da partida (36-35) sugere que a selecção do Brasil conseguiu reduzir a diferença

nos golos através de outros métodos de jogo e também em situações de desigualdade

numérica.

- utilizou o sistema defensivo 3:2:1 até a meio da 1ª parte, a partir daí alterou para o sistema

defensivo 6:0 que perdurou até quase ao final do jogo;

- quando analisados sequencialmente todos os eventos do jogo e da 1ª parte não foram

detectados padrões temporais, porque as configurações das sequências não cumpriam todos

os requisitos propostos para serem consideradas. Esta ausência de padrões temporais

possivelmente deveu-se à elevada variabilidade dos eventos;

- a análise sequencial realizada nos eventos da 2ª parte do jogo, indicou a detecção de 1

padrão temporal com as 4 configurações mínimas referente à recuperação da posse de bola

após golo sofrido. Este padrão temporal ocorreu por 3 vezes, quando o resultado no marcador

registava uma vantagem por 5 ou mais golos, o sistema defensivo utilizado era o 6:0, com a

forma de actuação do tipo passiva, o pivot adversário estava situado no meio da defesa e o

defensor directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo, quando a bola circulou

da zona do lateral esquerdo mais próxima do central para a zona do central.

No jogo com a selecção da Coreia em que a selecção de Espanha saiu como vencedora:

- esteve em vantagem no marcador em 68,29% das sequências observadas, 26,82% das quais

por 5 ou mais golos;

- utilizou o sistema defensivo 6:0 e com a forma de actuação do tipo passiva durante todo o

jogo;

- quando analisados sequencialmente todos os eventos do jogo e da 2ª parte não foram

detectados padrões temporais, porque as configurações das sequências não cumpriam todos

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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os requisitos propostos para serem consideradas. A esta ausência de padrões temporais

possivelmente deve-se à elevada variabilidade dos eventos;

- a análise sequencial realizada para os eventos da 1ª parte do jogo, detectou 2 padrões

temporais, com 5 configurações de eventos, referentes à recuperação da posse de bola após

golo sofrido. Estas sequências ocorreram duas vezes em cada padrão, com a selecção de

Espanha a utilizar o sistema defensivo 6:0 com a forma de actuação do tipo passiva. Num dos

padrões o resultado no marcador registava uma vantagem por 1 golo e o defensor directo do

portador da bola realizou deslocamento defensivo, com o pivot adversário colocado entre o 2º

e 3º defensor do lado esquerdo quando a bola circulou da zona do lateral direito para a zona

do lateral esquerdo; e quando foi para a zona do central e o pivot adversário deslocou-se para

fora dos 9 metros, o defensor directo do portador da bola realizou bloco. No outro padrão, o

resultado do marcador registava um empate, com o pivot adversário entre o 2º e 3º defensor

do lado esquerdo, quando a bola circulou da zona do central para a zona do lateral esquerdo, o

defensor directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo, aproximando-se deste

último quando a bola foi para a zona do lateral direito.

No jogo com a selecção da Islândia em que a selecção de Espanha saiu como derrotada:

- em 87% das sequências esteve em desvantagem no marcador, 16% das quais por 5 ou mais

golos;

- a selecção Espanha utilizou durante quase toda a 1ª parte o sistema defensivo 6:0

combinando com alterações na forma de actuação passiva e activa. O sistema defensivo 5+1

foi utilizado quando o resultado do marcador registava uma desvantagem por 4 golos durante

os primeiros 15 minutos e após esta alteração só viria a sofrer 1 golo durante o método

organizado de jogo em situação 6x6. Durante a 2ª parte do jogo a selecção de Espanha utilizou

4 sistemas defensivos diferentes: o 6:0, o 5:1, o 5+1 e o 4+2; tendo os sistemas 5:1 e o 5+1 sido

os mais utilizados;

- a análise sequencial para todos os eventos do jogo detectou 3 padrões temporais com as 4

configurações mínimas que se repetiram duas vezes, apresentando como forma de

recuperação de bola o golo sofrido, quando o marcador registava uma desvantagem por 1 golo

e a forma de actuação defensiva era do tipo passiva. Em 2 dos padrões, o sistema defensivo

utilizado era o 6:0, com o pivot adversário no meio da defesa e o comportamento do defensor

directo do portador da bola foi o deslocamento defensivo. No outro padrão encontrado o

sistema defensivo utilizado foi o 5+1;

- a análise sequencial dos eventos em cada uma das partes do jogo detectou 2 padrões

temporais com as 4 configurações mínimas que se repetiram duas vezes com referente à

recuperação da posse de bola após golo sofrido, durante a 1ª parte. Nestes padrões a selecção

de Espanha encontrava-se em desvantagem por 1 golo, utilizava o sistema defensivo 6:0, com

a forma de actuação do tipo passiva, com o pivot adversário no meio da defesa e o defensor

directo do portador da bola realizou deslocamento defensivo. Na 2ª parte o padrão temporal

detectado repetiu-se por duas vezes com as 4 configurações mínimas, quando a selecção de

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Espanha estava em desvantagem no marcador por 1 golo, com o sistema defensivo 5+1 e com

a forma de actuação do tipo passiva.

No jogo com a selecção da Croácia para o apuramento do 3º e 4º classificado em que a

selecção de Espanha saiu como vencedora:

- esteve em vantagem no marcador em 51% das sequências observadas, 19% dos quais por 5

ou mais golos;

- o sistema defensivo utilizado foi o 6:0 e a forma de actuação passiva foram mantidos durante

toda a partida;

- quando analisados sequencialmente todos os eventos do jogo e de cada uma das partes não

foram detectados padrões temporais, porque as configurações das sequências não cumpriam

todos os requisitos propostos para serem consideradas. Esta ausência de padrões temporais

possivelmente deveu-se à elevada variabilidade dos eventos.

6.2. Análise dos Jogos Agrupados Nos jogos da 1ª fase a selecção de Espanha venceu os jogos com as selecções da China e do

Brasil, tendo sido derrotada pelas selecções da Croácia e de França, assim:

- no conjunto dos 4 jogos realizados a selecção de Espanha esteve em vantagem no marcador

em 50% das sequências observadas, e em 29,31% por 5 ou mais golos;

- foi verificada a impossibilidade de se realizar a análise sequencial de padrões temporais dos

eventos de todos os jogos da 1ª fase, sendo estes agrupados em pares pela ordem cronológica:

Croácia-China e França-Brasil;

- a análise sequencial dos eventos dos jogos com as selecções da Croácia e da China detectou 4

padrões temporais sendo 2 deles quando estava em desvantagem por 2 golos (relativos aos

jogos com a selecção da Croácia) e outros dois quando se encontrava em vantagem por 5 ou

mais golos (relativos aos jogos com a selecção da China):

- dos padrões temporais referentes ao jogo com a selecção da Croácia, ambos

apresentaram sequências com 5 configurações de eventos, em que a selecção de

Espanha recuperou a posse de bola após golo sofrido e utilizou o sistema defensivo

6:0, com o defensor directo do portador da bola a realizar deslocamento defensivo,

com o pivot adversário situado entre o 2º e 3º defensor do lado direito. Estas

sequências repetiram-se por 3 vezes e num dos padrões foram apenas consideradas as

duas repetições;

- nos padrões temporais, referentes ao jogo com a selecção da China, ambos

ocorreram na 1ª parte e o sistema defensivo utilizado foi o 3:2:1, o defensor directo do

portador da bola realizou deslocamento defensivo, tendo a localização do pivot

adversário variado do meio defesa para o 2º e 3º defensor do lado direito. Um dos

padrões temporais indica como a selecção de Espanha recuperou a posse de bola após

golo sofrido, apresentando 5 configurações de eventos que se repetiram por duas

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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vezes. O outro padrão temporal apresenta a recuperação da posse de bola pela

selecção da China após ressalto ofensivo sem remate à baliza, com as 4 configurações

mínimas e que se repetiram por duas vezes;

- a análise sequencial dos eventos dos jogos com as selecções de França e do Brasil, detectou 1

padrão temporal com as 4 configurações mínimas, que se repetiu por duas vezes. O padrão

temporal reporta ao jogo com a selecção do Brasil apresentando o golo sofrido como forma de

recuperação da posse de bola, quando o marcador registava uma vantagem de 5 ou mais

golos, o sistema defensivo utilizado era o 6:0, com a forma de actuação do tipo passiva, com o

pivot adversário situado no meio da defesa e quando o defensor directo do portador da bola

realizava deslocamento defensivo.

Nos jogos da 2ª fase a selecção de Espanha venceu o jogo com a selecção da Coreia (por 5 ou

mais golos), tendo sido derrotada pela selecção da Islândia (por 5 ou mais golos) e:

- esteve quer em vantagem e quer em desvantagem no marcador 38,89% das sequências

observadas;

- a análise sequencial dos eventos dos jogos nesta fase detectou 1 padrão temporal com as 4

configurações mínimas, que se repetiu por 3 vezes, apresentando como forma de recuperação

da bola o golo sofrido, durante o jogo com a selecção da Coreia. Este padrão temporal ocorreu

quando o marcador de jogo registava um empate, o sistema defensivo utilizado era o 6:0, com

forma de actuação do tipo passiva, o pivot adversário estava situado entre o 2º e o 3º defensor

do lado esquerdo e o defensor directo do portador da bola realizava deslocamento defensivo,

quando a bola circulou da zona do lateral esquerdo para a zona do central.

Nos jogos que terminaram com Vitória a selecção de Espanha venceu na 1ª fase as selecções

da China e do Brasil e nas fases seguintes as selecções da Coreia e da Croácia e:

- no conjunto dos 4 jogos a selecção de Espanha esteve em vantagem no marcador em 74,99%

das sequências observadas e 38,89% das quais por 5 ou mais golos;

- foi verificada a impossibilidade de se realizar a análise sequencial de padrões temporais dos

eventos de todos os jogos que terminaram com vitória para a selecção de Espanha, sendo

estes agrupados em pares pela ordem cronológica: China-Brasil e Coreia-Croácia:

- a análise sequencial dos eventos dos jogos com as selecções da China e do Brasil,

detectou 1 padrão temporal em que a forma de recuperação de bola foi após golo

sofrido. Este padrão temporal ocorreu quando o marcador registava uma vantagem

por 5 ou mais golos, em que o sistema defensivo utilizado era o 6:0 com a forma de

actuação do tipo passiva, com o pivot adversário situado no meio da defesa e o

comportamento do defensor directo do portador da bola foi o deslocamento

defensivo, enquanto a bola circulou da zona do lateral esquerdo para a zona do

central. Para este padrão temporal foram consideradas as 4 configurações mínimas

que se repetiram duas vezes e durante o jogo com a selecção do Brasil;

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- a análise sequencial dos eventos dos jogos com as selecções da Coreia e da Croácia,

detectou 1 padrão temporal em que a forma de recuperação da posse de bola foi após

golo sofrido. Este padrão temporal ocorreu quando o marcador registava um empate,

o sistema defensivo utilizado foi o 6:0 com a forma de actuação do tipo passiva, no

qual o pivot adversário se deslocou do meio da defesa para ficar situado entre o 2º e o

3º defensor do lado direito, enquanto o defensor directo do portador da bola realizou

deslocamento defensivo e aproximou-se do atacante com bola quando esta circulou

da zona do central para a zona do lateral esquerdo. Para este padrão foram

consideradas as 4 configurações mínimas que se repetiram duas vezes, uma durante o

jogo com a selecção da Coreia e outro durante o jogo com a selecção da Croácia.

Nos jogos que terminaram com Derrota a selecção de Espanha nunca esteve em vantagem no

marcador por mais de um golo nos jogos com as selecções da Croácia, França e Islândia, e:

- esteve em desvantagem no marcador em 87,03% das sequências, sendo em 26,85% por 5 ou

mais golos;

- a análise sequencial dos eventos no conjunto dos 3 jogos detectou 1 padrão temporal com a

forma de recuperação da posse de bola após golo sofrido. Este padrão temporal ocorreu

quando o marcador registava uma desvantagem por 5 ou mais golos, em que o sistema

defensivo utilizado foi o 6:0 com forma de actuação do tipo passiva, o pivot adversário no

meio da defesa e o comportamento do defensor directo do portador da bola foi o

deslocamento defensivo, enquanto a bola estava na zona do central e quando circulou para a

zona do lateral esquerdo aproximou-se do portador da bola e realizou novamente

deslocamento defensivo quando a bola foi para a zona do central e o pivot se colocou entre o

2º e 3º defensor do lado direito. Para este padrão temporal foram consideradas as 5 primeiras

configurações que se repetiram duas vezes e durante o jogo com a selecção de França;

- a análise sequencial dos eventos dos jogos da 1ª fase detectou 2 padrões em que a forma de

recuperação da posse de bola foi após golo sofrido. Este padrão ocorreu quando o marcador

registava uma desvantagem por 2 golos, em que o sistema defensivo utilizado era o 6:0 com a

forma de actuação do tipo passiva e o comportamento do defensor directo do portador da

bola foi o deslocamento defensivo. Estes padrões apresentaram 5 configurações de eventos

que se repetiram, num dos padrões temporais por duas vezes e noutro 3 vezes ambos durante

o jogo com a selecção da Croácia. Nestes padrões o pivot adversário variou a sua posição por 3

locais diferentes: no meio da defesa, entre o 2º e 3º defensor do lado direito e entre o 2º e 3º

defensor do lado esquerdo.

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Olímpicos de Pequim 2008

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Capítulo 7 Perspectivas Futuras

CAPÍTULO 7 – PERSPECTIVAS FUTURAS

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Olímpicos de Pequim 2008

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A elevada complexidade dos jogos desportivos colectivos e a quantidade de factores que pode

influenciar os processos de interacção dos seus intervenientes fazem com que se perspectivem

sugestões para estudos futuros, no sentido de favorecer o conhecimento mais profundo das

modalidades. Neste sentido apresentam-se sugestões para estudos futuros e possibilidades de

aplicação da análise de jogo:

7.1. Sugestões para Estudos Futuros Para estudos futuros considera-se que se deva:

- aprofundar o mesmo tipo de estudo para:

- verificar ou refutar os resultados apresentados;

- diferentes situações de relação numérica;

- outras selecções (na nacionalidade, no escalão e no género);

- as transições defesa-ataque e ataque-defesa;

- analisar a influência dos sistemas ofensivos e defensivos tanto no ataque como na

defesa;

- estudar a duração da actividade defensiva, em função do sistema defensivo utilizado e do

resultado parcial;

- procurar incluir nos padrões sequenciais as acções dos restantes defensores para além do

defensor directo do portador bola;

- procurar padrões temporais que permitam identificar os momentos críticos do jogo;

- definir os indicadores pelo estudo e caracterização das séries temporais de cada um dos jogadores,

para uma maior precisão no seu registo, especialmente no que se refere à localização;

- verificar as diferenças e as semelhanças entre as análises dos padrões detectados nos

mesmos jogos tendo em consideração o resultado do marcador de jogo (com diferentes

indicadores do marcador de jogo) e por outro lado também não tendo em consideração o

resultado do marcador;

- analisar a eficácia defensiva com a eficácia do ataque para extrair um padrão de rendimento;

- possibilitar o estudo da análise do jogo considerando as decisões do treinador;

- analisar momentos parciais do jogo em função do tempo;

- analisar a influência das acções sem bola dos jogadores atacantes nas sequências durante o

método organizado de jogo defensivo;

- utilizar outros modelos matemáticos de análise sequencial para verificação e comparação dos

resultados;

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Para finalizar reforça-se a necessidade de utilizar métodos mistos (e.g. como o recurso a

entrevista dos intervenientes, parâmetros fisiológicos, informação dos treinadores) de

investigação para aumentar o potencial de cada um deles, no sentido de entender e dar a

conhecer a problemática da interacção dos jogos desportivos colectivos.

7.2. Possibilidades de Aplicação da Análise de Jogo A existência de vários trabalhos no âmbito da análise de jogo apresentam alguma distância da

sua aplicação prática no terreno, quer seja em treino, competição ou mesmo para formação,

seja devido à dispersão, pela inacessibilidade da informação ou ainda pelo elevado nível de

abstracção necessário para a sua compreensão e aplicabilidade. Este encadeamento supõe a

antecipação e a necessidade de tornar significativas e aplicáveis determinadas conclusões para

momentos e acontecimentos particulares do jogo.

O contributo da investigação na análise dos processos ofensivos e defensivos do jogo de

Andebol, utilizando as novas tecnologias de informação, será fundamental para a melhoria da

qualidade dos processos de formação dos agentes desportivos, a selecção de atletas, o

desenvolvimento de métodos e meios de treino mais sofisticados, e constituir-se como um

factor de desenvolvimento da modalidade.

A formação de treinadores deve ser diversificada e o mais abrangente possível, fornecendo

variedade de conteúdo nas diversas componentes (técnica, táctica, estratégica, física,

fisiológica, psicológica...). Um dos maiores desafios da formação tem sido a implementação de

programas de formação que vão de encontro aos objectivos e integração dessas componentes

(especialmente as técnicas, tácticas e estratégicas) no treino de equipas e atletas

individualmente. Os vários níveis de certificação que contribuem para o desenvolvimento

formativo do treinador, não conseguem integrar todas as necessidades de um treinador como

é o caso do conhecimento do jogo e a sua aplicação.

O processo de ensino e formação tem de se basear cada vez mais em evidências empíricas do

que na tradição e na intuição, daí a necessidade de se procurarem meios através dos quais seja

possível a transmissão de informação para uma efectiva aprendizagem.

O envolvimento dos distintos agentes desportivos em torno do sistema desportivo, depende

das funções que lhe são inerentes e da sua disponibilidade temporal. O espectro conjectural

das exigências nomeadamente no campo qualitativo e quantitativo da formação requerem

medidas que comportem de igual forma oportunidade e disponibilidade.

O verdadeiro potencial dos mundos virtuais 3D é inquestionável e imenso, nas mais variadas

dimensões que comporta a nossa sociedade actual. Como fenómeno recente e sem

precedentes no seu desenvolvimento, as investigações, a exploração e consequências da

utilização de mundos virtuais ainda se encontra numa fase que se pode denominar de

embrionária, pese embora a existência de um corpo significativo de literatura científica já

disponível (vd. estado da arte apresentado). Poderá dizer-se que é esperado que os mundos

virtuais 3D – hoje representados paradigmaticamente pelo Second Life – representem e se

tornem uma versão tridimensional do que a Internet é hoje: uma plataforma de partilha de

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informação e interacção entre pessoas com a vantagem de ser construída e realizada em 3D e

de permitir o contacto conjunto e partilhado.

A utilização deste mundo virtual para a simulação de movimentos de Andebol em 3D, já foi

experimentada e encontra-se em desenvolvimento, paralelamente com o presente estudo. No

mundo virtual Second Life foram realizadas actividades de formação para analisar o contexto

de interacção entre os formandos e o formador (Lopes et al., 2008a; Lopes & Sequeira, 2010),

implementado o software para as movimentações a utilizar pelo formador no mundo virtual

(Lopes et al., 2009), a captura de movimentos e gestos (Motion Capture) dos jogadores de

Andebol para as animações 3D dos avatares (Lopes et al., 2010). Neste sentido apontam-se

algumas sugestões para uma melhor implementação do processo em desenvolvimento:

- realização de actividades de formação para uma melhor compreensão de como tirar partido

dos recursos e das potencialidades deste mundo virtual (comandos básicos, algumas regras de

comunicação e utilização de objectos e interacção);

- aumento do nível de abrangência e participação da amostra e das matérias nas actividades

de formação para outros níveis de formação de treinadores, para árbitros e para dirigentes;

- realização de actividades de formação em simultâneo para distintos agentes desportivos

(e.g.: com treinadores e árbitros);

- possibilidade alterar as componentes simuladas de forma dinâmica e interactiva, em resposta

ao conteúdo dos debates de conceitos entre formadores e formandos.

Uma boa forma para entender os conceitos de jogo e ajudar na preparação táctica e

estratégica de uma equipa através dos conhecimentos relativos: às suas possibilidades,

características dos adversários e da competição desportiva, poderá passar pela utilização de

simuladores que recorram a inteligência artificial num sistema de natureza complexa e

adaptativa, e que poderá ser o caminho para a melhoria do treino de rendimento, da

compreensão da aprendizagem na iniciação desportiva, devido à possibilidade da criação de

situações dinâmicas adequadas ao nível do jogador e objectivos do treinador.

Num futuro emergente, crê-se numa utilização concertada das tecnologias de observação e

análise de jogo com os mundos virtuais, no sentido da reprodução e da possibilidade de

análise passar directamente dos resultados abstractos para a representação mais objectiva e

concreta da simulação 3D. A massificação deste tipo de tecnologias poderá permitir que

futuramente seja possível que cada treinador possa utilizar a realidade aumentada e outras

tecnologias emergentes na demonstração e análise das situações de jogo e de treino.

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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Referências

REFERÊNCIAS

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

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I

Anexos

ANEXOS

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

II

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III

Anexo 1 - Quadro síntese de Estudos de Análise de Jogo em Andebol Tabela 29 - Quadro síntese de Estudos de Análise de Jogo em Andebol

Título Ano Autores Objectivos Processo abordado

Direcção da evolução do andebol

de alto nível na década de 70

1983 Marques, A. Analisar as qualidades físicas e os aspectos

técnico-tácticas nas principais competições

dos anos 70 e 80.

Ofensivo e Defensivo

Campeonato do Mundo 1993 1993 Landuré, Petit & Bana

Entre outros objectivos:

Identificar e classificar os perfis dos defesas e

dos sistemas defensivos

Ofensivo e Defensivo

O guarda-redes de Andebol: um

estudo exploratório das suas

características e eficiência nos

remates de 1ª linha e de ponta

1996 Oliveira, P. Descrever a estrutura de gestos técnicos do

guarda-redes português nos remates de 1ª

linha e de ponta.

Ofensivo e Defensivo

Estudo do processo ofensivo

durante o período de formação

dos jogadores de Andebol. Análise

comparativa e evolutiva das

acções de pré-finalização e

finalização nos escalões de

infantis, iniciados e juvenis

1997 Sequeira, A. Caracterizar a acção da guarda-redes de

Andebol feminino na oposição a remates de

1ª linha, através da observação e análise de

sequências de remates.

Ofensivo e Defensivo

O processo ofensivo no Andebol:

estudo comparativo entre equipas

femininas de diferentes níveis

competitivos

1998 Leitão, A. Analisar o desenvolvimento das acções

ofensivas em equipas da 1ª divisão feminina

em Portugal, compreendendo: a origem, o

desenvolvimento e a conclusão.

Ofensivo

Análise do jogo de Andebol.

Estudo comparativo do processo

ofensivo em equipas de iniciados e

juvenis femininos

1998 Conceição, L. Analisar o desenvolvimento das acções

ofensivas em equipas de iniciadas e juvenis

femininos.

Ofensivo

Caracterização da acção ofensiva

do jogador central de Andebol:

estudo descritivo em jogadores de

alto rendimento nacional

1998 Teixeira, J. Analisar e caracterizar a acção ofensiva do

Jogador Central de Andebol Masculino de Alto

Rendimento.

Ofensivo

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

IV

Analysis of Men’s European

Championship in Italy

1998 Klein Entre outros objectivos:

Identificar e classificar os perfis dos defesas e

dos sistemas defensivos

Ofensivo e Defensivo

Andebol português versus andebol

mundial: estudo comparativo da

organização ofensiva em equipas

femininas de alto rendimento

1999 Fonseca, O. Analisar e comparar a organização do

processo ofensivo no jogo de andebol sénior

feminino português com equipas de alto

rendimento mundial.

Ofensivo

Perfil de excelência do jogador

pivot de Andebol definido a partir

de indicadores somáticos, técnicos

e tácticos

1999 Santos, F. Identificar um conjunto de indicadores

somáticos e técnico-tácticos capazes de

diferenciarem os jogadores pivots nacionais

dos jogadores pivots internacionais.

Ofensivo

Organização do jogo em Andebol.

Estudo comparativo do processo

ofensivo em equipas de alto nível,

em função da relação numérica

ataque-defesa.

1999 Barbosa, J. Comparar o processo ofensivo em função da

relação numérica ataque-defesa

Ofensivo

Modelo de jogo ofensivo em

Andebol. Estudo da organização da

fase ofensiva em equipas seniores

masculinas de Alto Rendimento

Portuguesas

1999 Mortágua, L. Estudar a organização da fase ofensiva em

equipas seniores masculinas de alto

rendimento portuguesa.

Ofensivo

Relação entre indicadores de

eficácia e a classificação final de

equipas de Andebol: um estudo no

campeonato nacional da 1ª divisão

masculina

1999 Magalhães, F. Identificar um conjunto de indicadores da

performance que melhor se associam com a

classificação final das equipas.

Ofensivo e Defensivo

A importância dos indicadores do

jogo na discriminação da vitória e

derrota em andebol.

2000 Silva, J. Identificar o menor lote de indicadores do

jogo que discriminam as equipas vitoriosas das

derrotadas em Jogos Equilibrados, Jogos

Normais e Jogos Desequilibrados.

Ofensivo e Defensivo

Análise dos comportamentos

técnico tácticos dos laterais de

andebol no jogo de ataque: um

estudo com atletas de alto

rendimento

2000 Espírito Santo, J. Identificar um conjunto de indicadores técnico

ou tácticos susceptíveis de diferenciarem os

dois grupos de laterais em estudo.

Ofensivo

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V

A concretização do ataque no

Andebol português de alto nível

em superioridade numérica 6x5

2000 Prudente, J. Analisar a concretização do ataque no

Andebol português em superioridade

numérica 6x5.

Ofensivo

Modelação do processo defensivo

em andebol: um estudo em

equipas de alto rendimento

seniores masculinas.

2000 Sousa, R. Descrever a organização do processo

defensivo de equipas de Andebol de alto

rendimento seniores masculinas, tendo como

referência fundamental a dimensão táctica do

jogo.

Defensivo

Analysis of Men’s European

Championship in Croatia

2000 Czerwinski Entre outros objectivos:

Identificar e caracterizar os perfis dos defesas

e dos sistemas defensivos

Ofensivo e Defensivo

Estudo do processo ofensivo em

desigualdade numérica em

equipas de Andebol seniores

masculinas portuguesas de alto

rendimento

2001 Vilaça, P. Descrever e comparar a organização e a

prestação ofensiva em desigualdade

numérica, no jogo de Andebol, de equipas de

alto rendimento seniores masculinas

portuguesas.

Ofensivo

Estudio sobre el funcionamiento

del 5:1 en el Campeonato de

Europa de Croacia 2000 por las

equipos nacionales de España y

Francia

2001 Calvo & Herrero Identificar as causas dos erros defensivos no

sistema defensivo 5:1

Defensivo

Configuração do processo ofensivo

no jogo de Andebol pela relação

cooperação/oposição relativa à

zona da bola. Estudo em equipas

portuguesas de diferentes níveis

competitivos

2001 Moreira, I. Analisar e comparar a configuração do

processo ofensivo do jogo de andebol em

equipas masculinas portuguesas de diferentes

níveis de competição, considerando a relação

cooperação/oposição relativa à zona da bola.

Ofensivo

A importância dos meios tácticos

de grupo ofensivos na obtenção do

golo em Andebol. Um estudo com

recurso à análise sequencial

2002 Ribeiro, B

Silva, J.

Verificar existência padrão de conduta entre

as zonas de obtenção de golo e as acções de

ruptura que lhes estão na origem.

Ofensivo

Caracterização do ataque

posicional em Andebol. Análise da

Circulação de bola.

2002 Guedes, J. Analisar a circulação de bola durante o ataque

posicional.

Ofensivo

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

VI

A Influência da Prestação do

Guarda-Redes no Rendimento da

Equipa

2002 Volossovitch, A.

Barbosa, D.

Reinaldo, M.

Identificar a influência da prestação do

guarda-redes no resultado final do jogo e

analisar a correlação entre a média de eficácia

dos guarda-redes e a classificação final das

suas equipas.

Ofensivo e Defensivo

Caracterização do contra-ataque

no Andebol. Estudo em equipas

seniores masculinas portuguesas

de Alto Rendimento

2003 Cardoso, E. Caracterizar o contra-ataque das equipas

seniores masculinas de alto rendimento, do

Andebol português, participantes no

campeonato nacional da 1ª divisão.

Ofensivo

O Contra-Ataque nos

Campeonatos da Europa de 1996 a

2002

2003 Gomes, F. Caracterizar o contra-ataque das selecções

participantes dos Campeonatos da Europa de

1996 a 2002.

Ofensivo

Análise dos indicadores de sucesso

do contra-ataque em Andebol.

Estudo do Campeonato da Europa

de 2002, com recurso à análise

sequencial

2004 Prudente, J.

Garganta, J.

Anguera, T.

Determinar quais as condutas e

comportamentos que estão ligados à

utilização com êxito do contra-ataque nas

equipas classificadas nos sete primeiros

lugares no CE 2002. Identificar padrões de

conduta respeitantes a zonas e acções de

recuperação da bola, modo de início e

desenvolvimento.

Ofensivo

Caracterização do contra-ataque

durante o Campeonato da Europa

de Andebol de 2002 (CE 2002),

com recurso à análise sequencial

2004 Prudente, J.

Garganta, J.

Anguera, T.

Verificar como se processa o contra-ataque

nas equipas classificadas nos sete primeiros

lugares do CE 2002 e que condutas e

comportamentos estão ligados à utilização,

com êxito, deste método de jogo.

Ofensivo

Particularidades da organização do

contra-ataque no andebol

português de alto rendimento

2004 Jorge, P.

Volossovitch, A.

Analisar a frequência de utilização do contra-

ataque, definindo as características do seu

desenvolvimento pela selecção nacional

portuguesa sénior masculina nos CM 2001 e

2003 e nos CE 2000 e 2002.

Ofensivo

O Sucesso no Andebol. Estudo

Comparativo da Organização

Táctica de Equipas com Diferentes

níveis de Desempenho

Competitivo

2004 Rocha, S.

Lucidio; G.

Queirós ,F.

Ênio; R.,

Descrever, analisar e comparar a organização

táctica ofensiva e defensiva do jogo de

andebol de equipas com diferentes níveis de

desempenho desportivo.

Ofensivo e Defensivo

Tendências Evolutivas do Jogo de

Andebol – Estudo centrado na

análise da performance táctica de

equipas finalistas em

Campeonatos do Mundo e Jogos

Olímpicos

2004 Santos, L. Configurar as tendências do jogo de Andebol com base na análise da performance táctica ofensiva e defensiva de equipas finalistas dos Campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos

Ofensivo e Defensivo

Performance diferencial no

andebol - Uma Análise do Jogo e

de Tempo e Movimento em

Equipas que disputaram o

2004 Varejão, J.

Sampaio, J.

Analisar a variação da distância e da

velocidade do primeiro passe em função da

qualidade das equipas e do desfecho final do

ataque.

Ofensivo

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VII

Campeonato Mundial 2003

Análise da Oposição do Guarda-

Redes de Andebol a Remates de

Primeira Linha. Um Estudo com

Equipas Participantes no

Campeonato 2002/2003 da Liga

Portuguesa de Andebol

2004 Veloso, M.

Silva, J.

Identificar e analisar os aspectos e os gestos

técnicos mais utilizados que influenciam o

sucesso dos Guarda-redes na defesa a

remates de primeira linha.

Defensivo

A performance diferencial em

Andebol – Estudo de caso a partir

de indicadores estatísticos

2004 Neves, P. Identificar os factores e indicadores que

condicionaram a classificação da selecção

sueca no Campeonato do Mundo 2003 e nos

campeonatos internacionais anteriores.

Ofensivo e Defensivo

Configuração do processo ofensivo

no jogo de Andebol pela relação

cooperação/oposição relativa à

zona da bola. Estudo em equipas

portuguesas de diferentes níveis

competitivos

2004 Moreira, I.

Tavares, F.

Analisar o jogo das melhores equipas

portuguesas de distintos níveis competitivos

(jovens e adultos), de forma a configurar a

organização ofensiva pela superioridade

numérica relativa destes dois grupos:

condições de finalização, métodos de jogo;

relação numérica de cooperação/oposição.

Ofensivo

O contra-ataque no Andebol

Português de Alto Rendimento.

Estudo realizado com a selecção

nacional de seniores masculinos

2004 Jorge, P. Analisar os factores de eficácia do contra-

ataque e as particularidades da sua utilização

pela selecção nacional.

Ofensivo

Desenho e validação de um

sistema de observação no Andebol

2004 Prudente, J.

Garganta, J.

Anguera, T.

Construção e validação de um sistema de

observação ad hoc para o Andebol, com base

na importância relativa atribuída a variáveis

tácticas.

Ofensivo

Analysis of 6th Men’s European

Championship

2004 Sevin & Taborsky Entre outros objectivos:

Identificar e caracterizar os sistemas

defensivos base

Ofensivo e Defensivo

Os momentos críticos nos jogos de

andebol. Um estudo nos jogos do

VI Campeonato da Europa de

Andebol de Seniores Masculinos –

2004

2005 Silva, A.

Silva, J.

Janeira, M.

Caracterizar os momentos críticos do jogo,

através da análise do conjunto de indicadores

que definem as sequências ofensivas das

equipas vitoriosas e derrotadas.

Ofensivo

Análise dos indicadores de

rendimento em jogos de Andebol –

jogos a eliminar vs jogos em grupo

2005 Rodrigues, M. Avaliar o poder discriminatório dos

indicadores estatísticos que traduzem o

rendimento das equipas.

Ofensivo e Defensivo

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

VIII

Análise do jogo de Andebol:

Sistema ofensivo e as suas

transformações – Um estudo com

equipas seniores masculinas

participantes no campeonato da

Liga Profissional de Andebol

2004/2005

2005 Ribeiro, S. Analisar a influência que a transformação do

sistema ofensivo apresenta na prestação

desportiva das equipas.

Ofensivo

A tomada de decisão no guarda-

redes de andebol

2006 Sá, A.

Gomes, A.

Fernandez, J.

Verificar se guarda-redes de andebol

experientes e não experientes observam os

mesmos indicadores na antecipação do

remate.

Defensivo

Análise da oposição da guarda-

redes de andebol feminino a

remates de 1ª linha

2006 Couto, J.

Sá, A.

Caracterizar a acção da guarda-redes de

Andebol feminino na oposição a remates de

1ª linha, através da observação e análise de

sequências de remates.

Ofensivo e Defensivo

Métodos de Jogo Ofensivo na

Transição Defesa-Ataque em

Andebol. Estudo do Contra-ataque

e do Ataque Rápido com recurso à

análise sequencial

2006 Ferreira, D. Analisar e caracterizar as sequências

ofensivas, tendo em vista a compreensão dos

mecanismos que influenciam o

desenvolvimento e o sucesso do contra-

ataque e do ataque rápido.

Ofensivo

O Processo Ofensivo em

Desigualdade Numérica no

Andebol. Um estudo com recurso à

análise sequencial

2006 Ferreira, N.

Garganta, J.

Silva, J.

Analisar do processo ofensivo nas situações de

desigualdade numérica no Andebol, em

equipas de alto nível.

Ofensivo

A construção do modelo dinâmico

para a probabilidade de marcar no

andebol

2006 Volossovitch, A.

Dumangane, M.

Verificar se a influência da eficácia ofensiva e

defensiva das equipas na probabilidade de

marcar é constante ao longo do jogo de

Andebol,

Verificar se o seu impacto depende do

carácter do jogo e da “qualidade” do

encontro, em função do ranking das equipas

em confronto do 18º Campeonato de Seniores

Masculinos de Andebol.

Ofensivo e Defensivo

Análise da performance táctico-

técnica no andebol de alto nível -

estudo das acções ofensivas com

recurso à análise sequencial

2006 Prudente, J. Determinar padrões sequenciais realizados

pelas equipas nas fases ofensiva e defensiva e

relacioná-los com o resultado final,

considerando as situações de desigualdade

numérica;

Analisar a utilização táctica dos livres de 9 m

bem como dos meios tácticos ofensivos,

considerando as situações de desigualdade

numérica;

Analisar a acção do guarda-redes, em

situações de confronto directo com o

rematador e em cooperação defensor /

guarda-redes na defesa do remate,

Ofensivo e Defensivo

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IX

relacionando as respectivas características

com o resultado final;

Analisar as diferentes interrupções das

sequências ofensivas e a sua relação com o

resultado final.

Qualitative Analysis of 2006

European Championship

2006 Pollany Entre outros objectivos:

Identificar e caracterizar os sistemas

defensivos base e as acções realizadas.

Ofensivo e Defensivo

Caracterização do contra-ataque

no Andebol – Estudo em equipas

Seniores Femininas

2006 Moutinho, S. Caracterizar o jogo de grande espaço (contra-

ataque directo, contra-ataque apoiado e

ataque rápido em equipas seniores de

andebol feminino da 1ª divisão.

Ofensivo

Análise das interrupções das

sequências ofensivas no Andebol

de alto nível. Estudo do time-out e

da falta sofrida

2007 Prudente, J.

Garganta, J.

Anguera, T.

Analisar a interrupção das sequências:

- por faltas sofridas e a respectiva influência

no resultado final, tendo em conta diferentes

relações numéricas;

- por time-out solicitado e a respectiva

influência no resultado final.

Ofensivo

Metodologia Observacional no

Andebol Análise às acções

ofensivas da selecção campeã do

mundo 2007

2007 Freitas, O. Observar e caracterizar a prestação táctica no

contra-ataque e ataque rápido da selecção da

Alemanha, no campeonato do mundo 2007.

Ofensivo

Análise da interacção guarda-

redes/defensor durante o jogo de

andebol, com recurso à análise

sequencial

2007 Prudente, J.

Garganta, J.

Anguera, M.

Verificar a sua influência na eficácia do

guarda-redes na defesa da baliza.

Defensivo

Efectividad de resultado en

situaciones de juego de

Superioridad numérica (6x5) en el

balonmano de alto nivel

2007 Prudente, J.

Marques, A.

Garganta, J.

Analisar eficácia do resultado no ataque em

superioridade numérica 6x5 no andebol de

alto nível;

Verificar se os jogadores portugueses

aproveitam a superioridade numérica;

Verificar o grau de eficácia dos jogadores

portugueses comparando-os com os jogadores

mundiais de alto nível;

Caracterizar o jogo dos jogadores portugueses

de alto nível em jogos com superioridade

numérica 6x5.

Ofensivo

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

X

Análise Da Performance Táctico-

Técnica Em Andebol De Alto Nível.

Estudo Das Sequências Ofensivas

Em Diferentes Relações Numéricas

2008 Prudente J.

Garganta, J.

Anguera, T.

Detectar padrões de comportamento relativos

à finalização das sequências ofensivas,

considerando diferentes relações numéricas.

Ofensivo

A Organização Do Jogo De Andebol

Na Escola. Estudo comparativo do

processo ofensivo em função do

formato de jogo: Andebol de 5 e

jogo formal.

2008 Mortágua, L. Analisar o jogo de andebol praticado na

Escola, centrando-nos nas acções ofensivas do

jogo de Andebol de 5 e jogo formal.

Ofensivo

Análise dos Processos Defensivos

da França em Função do Sucesso -

estudo realizado no Campeonato

da Europa Masculino de 2006

2008 Gomes, F.

Volossovitch, A.

Analisar a relação de um conjunto de

indicadores do processo defensivo, em

situação de igualdade numérica 6x6,

referentes aos jogos da selecção francesa no

Campeonato da Europa de Andebol de

Seniores Masculinos de 2006.

Defensivo

Analysis of the relation between

the mode of regaining the ball, the

area where this occurs and

whereto the 1st action with ball is

made in high level world handball

in male seniors

2008 Prudente, J. Analisar a relação entre o modo de

recuperação de bola, o local de ocorrência e

para onde foi realizado o primeiro passe no

andebol de alto nível.

Ofensivo e Defensivo

The game indicators associated

with team sucess in the last ten

minutes of balanced handball

matches

2008 Teles, N.

Volossovitch, A.

Identificar o conjunto de indicadores de jogo

relevantes que distinga as equipas vencedoras

das vencidas nos últimos dez minutos dos

jogos equilibrados.

Ofensivo e Defensivo

O time-out no Andebol: análise da

tomada de decisão do treinador na

utilização do desconto de tempo

durante a competição no

Campeonato da Europa de 2008

2008 Prudente, J.

Lopes, H.

Fernando, C.

Compreender e analisar a utilização do Time-

out durante o Campeonato da Europa 2008,

bem como as decisões dos treinadores na

solicitação desse desconto de tempo.

The defensive performance in

handball analysis of the three first

placed teams in men’s European

chanpionship 2006

2008 Gomes, F.

Volossovitch, A

Analisar e descrever o processo defensivo das

melhores equipas Europeias, classificadas nos

três primeiros lugares no Europeu de 2006.

Defensivo

The effect of past performance on

the probability to score in a

handball match

2008 Volossovitch, A.

Dumangane, M.

Rosati, N.

Verificar se a performance anterior de uma

equipa e dos seus adversários influencia a

possibilidade de marcar golo no jogo. Testar

se a influencia varia com o tempo e se altera

com a importância do jogo e qualidade da

equipa.

Ofensivo

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XI

Analysis of tactical means leading

to goal shooting in high level

handball using sequential analysis

and polar coordinates

2008 Prudente, J.

Anguera, M.

Garganta, J.

Entender os constrangimentos que induzem a

eficácia de uma equipa durante o processo

ofensivo de jogo.

Ofensivo

Association between the beginning

and conclusion of the offensive

process in elite female handball

2008 Gomes, I.

Sampaio, J.

Vaz, L.

João, P.

Maçãs, V.

Determinar a associação entre o início e a

conclusão do processo ofensivo das equipas

que participaram na fase final do campeonato

nacional feminino de 2001/2002 e nove jogos

internacionais (competições europeias e

selecção nacional).

Ofensivo

EHF Men’s Euro 2008 – Analysis,

discussion, comparison, tendencies

in modern handball

2008 Pokrajac Entre outros objectivos:

Recolher informação para traçar o perfil do

joga de andebol actual.

Ofensivo e Defensivo

Cumulative Indicators of Team

Playing Performance in Handball

(Olympic Games Tournaments

2008)

2008 Taborsky Estudar dos indicadores de jogo do Torneio de

Andebol dos Jogos Olímpicos de 2008.

Ofensivo e Defensivo

Modelação táctica do processo

ofensivo em andebol. Estudo de

situações de igualdade numérica 7

vs 7, com recurso à análise

sequencial

2008 Silva, J. Descrever e analisar as acções tácticas do jogo

que contribuem para a diferenciação entre

equipas vitoriosas e derrotadas, nas situações

de igualdade numérica 7 vs 7, em jogos de

Andebol de alto nível.

Ofensivo e Defensivo

8th Men’s European Handball

Championship in Norway

Qualitative Trend Analysis

2008 Hergeirsson Caracterizar e apresentar tendências do jogo

actual.

Ofensivo e Defensivo

Análise do ataque em sistema em

inferioridade numérica 6x7 – Um

estudo com equipas de alto nível

2009 Maia, B. Analisar e descrever as sequências e os

ataques das equipas vencedoras e vencidas e

quando o resultado se encontrava com uma

diferença de dois golos em situação de

desigualdade numérica 6x7.

Ofensivo

Análise da duração do processo

defensivo no Andebol. Estudo de

caso no Campeonato Europeu

Absoluto Masculino Suíça 2006

2009 Gomes, F.

Volossovitch, A.

Ferreira, A.

Infante, J.

Caracterizar os processos defensivos das

equipas com êxito, em situação de igualdade

numérica (6x6) e sua duração.

Defensivo

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O comportamento da defesa da Selecção de Espanha no Torneio de Andebol nos Jogos

Olímpicos de Pequim 2008

XII

Cuantificación y valoración de la

eficácia de los sistemas defensivas

empleados en el marco situacional

de igualdad numérica en los

equipos de balonmano de alto

nivel

2009 Gutiérrez, O.

Férez, J.

Quantificar a forma de finalização das acções

ofensivas desenvolvidas em situações de

igualdade numérica em função do sistema

defensivo encontrado e valorizar o

rendimento dos sistemas defensivos.

Defensivo

A utilização em andebol da

reposição rápida depois do golo e

do ataque em sistema depois do

golo sofrido

2010 Silva, J. Descrever e analisar padrões de conduta na

fase ofensiva que permitam distinguir as

equipas vencedoras das vencidas em função

do golo sofrido e sua repercussão no

marcador.

Ofensivo

Efeitos do local do jogo, da

qualidade das equipas e dos

períodos do jogo na performance

do guarda-redes de Andebol.

2010 Casimiro, E. O objectivo do presente trabalho foi o de

investigar os efeitos do local de jogo, da

qualidade das equipas e dos períodos de jogo

na performance dos guarda-redes de andebol.

Defensivo

Efeitos do local, período do jogo e

equilíbrio das equipas na

performance do Andebol de alto

nível.

2010 Oliveira, T. Verificar a existência da vantagem casa no

Andebol, em função do equilíbrio das equipas,

identificar os períodos dos jogos onde as

equipas marcam mais golos em função do

local do jogo e identificar as estatísticas dos

jogos associadas ao sucesso das equipas em

função do local do jogo.

Ofensivo e Defensivo

Análise Dinâmica da Performance

no Andebol de Alto Nível.

2010 Teixeira, R. Identificar a variação da performance das

equipas em confronto em jogos de diferentes

ritmos e identificar o efeito da qualidade das

equipas em confronto na dinâmica da

performance no jogo.

Ofensivo e Defensivo