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O controle de pragas, doenças e plantas
daninhas na agricultura brasileira, do passado ao futuro
Edivaldo Domingues VeliniUnesp - Botucatu
Inovação no controle de pragas, doenças
e plantas daninhas na agricultura
brasileira, do passado ao futuro: relevância dos sistemas regulatórios.
Edivaldo Domingues VeliniUnesp - Botucatu
Eficiência, Eficácia e Efetividade
Eficiência: Desempenhar bem as tarefas e usar racionalmente os meios
Eficácia: Eficiência + capacidade de alcançar os objetivos
Efetividade: Eficiência + Eficácia + Legitimidade
Efetividade: Ações Eficazes + Objetivos Legítimos
A comunicação é fundamental ➔ objetivos legítimos
Agricutura = Agricultura + Pecuária + Produção Florestal
~1/4 do PIB~1/3 dos empregos
O que produzimos: Alimentos, Fibras, Bioenergia, Conhecimento, Cultura, Estabilidade Econômica e Social...
Qual o tamanho e o papel do Estado BrasileiroBalanço do Setor Público Nacional - 2016
Em 2015, 3.170 municípios (56,9% do total) tiveram como a principal atividade econômica a administração, defesa, educação e saúde públicas eseguridade social. Excluindo o serviço público, em 3.129 municípios (56,2% do total) a Agropecuária foi a principal atividadeeconômica. (https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/pt/2013-agencia-de-noticias/releases/18785-pib-dos-municipios-2015-capitais-perdem-participacao-no-pib-do-pais.html)
As ações e gastos públicos são:
Eficientes?
Eficazes?
Efetivos?
E os outros papéis do Estado?
Balanço Energético Nacional (BEN 2016)
Energias renováveis: Brasil - 43,5%; Mundo – 13,5%; OCDE – 9,4%
Cana-de-açúcar: 17,5%Lenha e Carvão Vegetal: 8,0%
Soja (Biodiesel): 1,07%
Total de biomassas: 26,57%
Hidráulica: 12,6%Petróleo: 36,5%
Principais Exportações
Agricultura, Pecuária e Florestas
Fonte / Source: SECEX/MDIC
Inovação• Mais relevante a cada dia.
• Fundamenta-se na efetividade: Objetivos legítimos e ações efetivas.
• O progresso está atrelado ao desenvolvimento e uso das inovações.
• Ao nível de nação, avaliar inovações, aprovar o que é seguro e evitar o que é inseguro é tão relevantequanto desenvolver inovações.
• Sustentabilidade e qualidade vêm se tornando os principais objetivos da inovação.
• De modo coerente, a sustentabilidade é um atributo de qualidade com valorização crescente pelosconsumidores.
• Identificar o que é necessário (ou o que pode vir a ser necessário) é tão importante quanto acapacidade de desenvolver tecnicamente a inovação.
• Não há inovação sem recursos humanos qualificados e liderança.
Criação / Inovação
Tipos de inovação:▪ De produto▪ De processo▪ Organizacional ▪ Informação / Comunicação / Marketing
Inovações Disruptivas ou Radicais:
• Fundamentadas nas tecnologias convergentes: Bits, Átomos, Neurônios e Genes – BANG.
• Biotecnologia, TIMPS*: RNAi / Edição Genômica / CRISPr.
• Nanotecnologia.
• Novos materiais, fármacos e defensivos agrícolas. Depende da química de síntese.
• Descoberta e caracterização de sítios de ação.
• Inteligência Artificial / Singularidade Tecnológica.
• GPS / Satélites / Agricultura Digital.*TIMPS: Tecnologias Inovadoras de Melhoramento de Precisão
Inovações Disruptivas ou Radicais:
• São progressivamente mais complexas demandando equipes ou redes de inovação.
• Os custos com o atendimento a exigências regulatórias (desregulamentação) egestão de propriedade intelectual em escala global crescem exponencialmente. Oacesso é altamente influenciado pela efetividade dos sistemas regulatórios.
• O tempo de utilização pode ser estendido por inovações incrementais.
• Vêm predominantemente do exterior.
• O acesso pode promover grande vantagem competitiva para países ágeis na suaavaliação e disponibilização, se consideradas seguras e eficazes.
• Necessidade crescente de convergência regulatória a partir da convergência técnicae científica.
• Os primeiros passos para a convergência regulatória já estão sendo dados. Exemplo:a substituição das análises de periculosidade por análises de risco.
Gastos Totais com P&D – Unesco (2013) : 1,477 (US$ trilhões em PPC)
http://stats.oecd.org/Index.aspx?DataSetCode=PERS_OCCUP#
Total Mundial (Unesco, 2013): 7.758.900
Total dos países citados: 6.221.184 (80,18%)
http://stats.oecd.org/Index.aspx?DataSetCode=PERS_OCCUP#
http://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/indicadores/detalhe/Recursos_Humanos/RH_3.1.6.html
Inovações disruptivas:
• Recursos humanos com qualificação para promover inovações disruptivas.
https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/10/23/A-distribui%C3%A7%C3%A3o-de-pessoas-com-doutorado-pelo-Brasil
Inovações Incrementais:
• Conhecimento e otimização de processos e sistemas.
• Menos exigentes em termos de qualificação de recursos humanos.
• Ajuste local e reorganização do conhecimento existente.
• São mais simples e permitem a capitalização e treinamento necessários para promoverinovações radicais.
• Foco em sustentabilidade.
• Podem ser geradas localmente, com acesso menos dependente da efetividade dossistemas regulatórios.
• Otimizam e prolongam o uso de inovações disruptivas.
• Dependem das inovações disruptivas e não as substituem.
Números de Engenheiros:
Brasil: Total de 600.000 sendo mais de 50% de Engenheiros civis
Formação anual:Brasil: 40.000 Rússia: 190.000 Índia: 220.000 China: 650.000
Proporção:EUA e Japão: 25 para cada 1.000 trabalhadoresBrasil: 6 para cada 1.000 trabalhadores
http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=15360&sid=1206
Inovações Incrementais:
•Recursos humanos com qualificação para promover inovações incrementais.
Profissionais Plenos da Modalidade Agronomia: 106.720Engenheiros Agrônomos: 88.482Engenheiros Florestais: 12.982Engenheiros Agrícola: 2.873Engenheiros de Pesca: 1.656Meteorologista: 593Engenheiros de Aquicultura: 134
Veterinários: 117.000Zootecnistas: 14.000
Total das três áreas: ~ 238.000 profissionais
5.600.000 de propriedades que são empresas agrícolas
Cooperativas: 6.600 em 2016
Agropecuárias: 1.597180 mil cooperados48% da produção as envolve
Fonte: MAPA (2016)
Inovações disruptivas ou incrementais: Quais as mais relevantes?
• Os dois tipos de inovação devem ser articulados.
• Exemplos: Biotecnologias (inovação disruptiva) precisam ser integradas agermoplasmas melhorados convencionalmente (inovação incremental).
• Um novo defensivo agrícola é uma inovação disruptiva. A otimização do seu uso emsistemas com palha na superfície, por exemplo, é uma inovação incremental.
• As inovações incrementais são eficazes para evitar ou reduzir os casos de resistência depragas, doenças e plantas daninhas.
• Para resolver problemas de resistência já instalados, novas tecnologias químicas egenéticas disruptivas, são necessárias.
Dinâmica ➔ Eficiência ➔ Segurança de Defensivos agrícolas
Dinâmica ➔ Eficiência ➔ Segurança de Defensivos agrícolas
Arranjos de inovações disruptivas e incrementais na agricultura brasileira
• Proteção do solo: Plantio direto; Cultivo mínimo; Cana sem queima da palha.
• Ajuste dos sistemas de produção às condições climáticas / Previsão do tempo.
• Agricultura digital.
• Racionalização do uso de água, fertilizantes e defensivos agrícolas.
• Cadeias de produção de alimentos (animais e vegetais), fibras e bioenergia.
• Propagação vegetativa (cana, banana e eucalipto).
• Vários modelos de integração.
• Melhoramento animal e vegetal.
• Biotecnologia: 83% das tecnologias fundamentadas em OGMs aprovadas.
• Controle biológico e manejo integrado.
• Fixação simbiótica de Nitrogênio.
• Colhedoras (Ex.: café e cana)
Criação / Inovação
Tipos de inovação:▪ De produto▪ De processo▪ Organizacional ▪ Informação / Comunicação / Marketing
Carbonari (2017)
Evaluation of the Changes in Pesticide Risk – Executive Summaryhttp://www.omafra.gov.on.ca/english/crops/facts/pesticide-use-exec.htm
New York State Integrated Pest Management Program. EIQ Calculator.http://www.nysipm.cornell.edu/EIQCalc/input.php?cat=0
A Method to Measure the Environmental Impact of Pesticideshttp://www.nysipm.cornell.edu/publications/eiq/equation.asp#table2http://www.nysipm.cornell.edu/publications/eiq/files/EIQ_values_2012entire.pdf
Kovach, J., C. Petzoldt. J. Degni, and J. Tette. 1992. A method to measure the environmental impact ofpesticides. N.Y. Food Life Sci. Bull. 139.
FAO, 2008. IPM Impact Assessment Series. Guidance Document No 2: Guidance on the Use ofEnvironmental Impact Quotient in IPM Impact Assessment.
• Normalização dos dados de uso de agrotóxicos por área cultivada ou t de produto
• Uso do EIQ para estimar o risco do uso de Agrotóxicos – Literatura
Uso do EIQ para estimar o risco do uso de Agrotóxicos – Literatura
FAO (2008): Guidance Document No 2: Guidance on the Use of Environmental Impact Quotient in IPM Impact Assessment.
Carbonari (2017)
Criação / Inovação
Tipos de inovação:▪ De produto▪ De processo▪ Organizacional ▪ Informação / Comunicação / Marketing
Inovação• O progresso está atrelado ao desenvolvimento e uso das inovações.
• Ao nível de nação, avaliar inovações, aprovar o que é seguro e evitar o que é inseguro é tãorelevante quanto desenvolver inovações.
• Nossas demandas mais urgentes são inovações organizacionais.
• As principais inovações organizacionais são as leis e normas.
• O aprimoramento e a harmonização de leis e normas é uma tarefa árdua, mas absolutamente
necessária em uma nação em construção como é o Brasil.
• No Brasil, as normas mais transformadoras são as que regulam a atuação do estado.
A lei 11.105/2005 tornou o marco regulatório previsível e
funcional contribuindo para um ambiente juridicamente
seguro, o que resultou em maiores investimentos e inovação
em biotecnologia.
Avaliação da Biossegurança de OGMs
• O primeiro regulamento nacional foi a Lei nº. 8974, de 5 de janeiro de 1995.
• A Lei n° 11.105, a Lei Nacional de Biossegurança vigente até os dias atuais, foisancionada em 24 de março de 2005. Em 22 de novembro de 2005, esta lei foiregulamentada pelo Decreto n° 5.591.
Avaliação da Biossegurança de OGMs
A Lei n° 11.105/2005 tem como um de seus princípios basilares a análise de risco conduzida caso a caso.
Quando se trata de biossegurança de OGMs, não se pode tomar a parte pelo todo nem o todo pela parte. A leidetermina que as avaliações e decisões sejam específicas e construídas a partir do conhecimento técnico ecientífico disponível.
Desde a edição da lei 11.105/2005, alinhamentos reducionistas a favor ou contra a biotecnologia e os OGMsestão ultrapassados. Não se pode dar credibilidade a avaliações e julgamentos de cunho ideológico e genéricos,não importando se a favor ou contra a biotecnologia.
Quem quiser opinar sobre o assunto deve fazê-lo caso a caso e à luz do conhecimento cientifico e tecnológicodisponível.
Sistema de Regulamentação de Biossegurança de OGMs no Brasil
Lei
11.105/2005
11.460/2007
Decreto
5.591/2005
6.925/2009
Portaria
CTNBio: 146 e 373
MAPA: Plantio de Algodão
CNBS
Resoluções CTNBio
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Resoluções CNBS
1
2
3
4
Comunicados
CTNBio
1
2
3
4
5
6
7
Instruções
CTNBio
2
4
8
9
13
17
18
19
Inovações da Lei 11.105 / 2005
• CNBS (conselho de 11 ministros) faz análises socioeconômicas.
• CTNBio: A Lei contem os conceitos e fundamentos que permitem ao colegiado estabelecer regras quando demandado aavaliar processos com novas tecnologias.
• Colegiado multidisciplinar complexo e formado por doutores.
• Edita normas técnicas e faz análises de biossegurança.
• Decide caso a caso considerando análises de risco com fundamentação técnica e cientifica.
• Os membros têm mandatos com tempo limitado. A substituição dos membros permite a atualização técnicaconstante da comissão. Exemplos: busca e inclusão de especialistas em RNAi e insetos geneticamente modificados.
• RN 16: Normativa que trata de TIMPs – Tecnologias Inovadoras de Melhoramento de Precisão.
Lei 7.802/89 e decreto 4.074 /2002
Atualizações necessárias após quase trinta anos de vigência:
▪ A lei é anterior à nanotecnologia, à revolução biotecnológica, à agricultura digital e à inteligênciaartificial, por exemplo.
▪ Incorporar a análise de riscos ao processo decisório.
▪ Ser coerente com as legislações nacionais (EX: Artigo 218 da Constituição Federal) e internacionais. Aconvergência regulatória pode beneficiar muito os países que são produtores de alimentos, fibras ebioenergia.
▪ Permitir a análise de tecnologias que ainda serão desenvolvidas. No sistema regulatório de OGMs, osprincípios fundamentais na estabelecidos na lei, mas com base no conhecimento técnico e científico eno debate democrático e representativo, normas complementares podem ser construídas, atualizadasou revogadas.
▪ Rapidez e efetividade em autorizar o uso do que é seguro e evitar o uso do que é inseguro.
▪ Decisões caso a caso fundamentadas em análises de risco e no conhecimento técnico e científico. A construção da convergência técnica, científica e regulatória está ocorrendo.
▪ Deve fomentar o debate multidisciplinar. Modelo Regulatório de OGMs: CTNBio.
Comparação dos EIQs de produtos comerciais e os que aguardam registro
66% da média
66% da média61% da média
68% da média
Aguardam Registro: 36Já registrados em outros países: 28
Dos 28 registrados em outros países:12 Fungicidas10 Herbicidas6 Inseticidas5 já têm EIQs já definidos
Dos 5 com EIQs definidos:1 Fungicida2 Herbicidas2 Inseticidas