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O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

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Após exercício de projeto conceitual para edifício de agência bancária , submete-o às variáveis reais, consolidando o projeto executivo, registrando o processo, as contradições e as modificações na forma e construindo um raciocínio de projeto através do desenho.

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AGRADECIMENTOS

Após longa trajetória acadêmica, agradeço primeiramente toda a minha família, os que me deram suporte e felicidade por toda uma vida, sem os quais nada faria senti-do, sobretudo ao meu irmão Vitor, que está ao meu lado há mais tempo que uma vida.

Agradeço à Professora Helena Ayoub, que me orientou no Trabalho Final de Gra-duação, reservando seu tempo para dividir seu conhecimento, colocando-me nos trilhos e guiando o caminho para o desenvolvimento do trabalho.

Aos meus irmãos da REP, com quem há muitos anos tenho o privilégio de não so-mente compartilhar um lar, mas de compor um time, forte, no qual todos são peças fun-damentais e indispensáveis.

Aos meus amigos da FAU, pessoas incríveis que tive a sorte de conviver intensa-mente durante muitos anos. Às memórias e aprendizados que construímos, todos os dias.

À Carol, pela companhia, suporte, carinho e amor nos momentos difíceis e tam-bém nos momentos felizes, me dando cuidados de um jeito que jamais imaginei que pode-ria ter.

Sou muito grato à todos aqueles que se envolveram com este trabalho, seja dando opiniões, seja por horas participando do trabalho.

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SUMÁRIO

Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 7

1. O processo de projeto e o desenho --------------------------------------------------------------- 8 2. Caracterização -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 2.1 Localização -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 2.2 Programa e Terreno ------------------------------------------------------------------------------------- 11 2.3 Entorno -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12 2.4 Histórico do Bairro ----------------------------------------------------------------------------------------13 2.5 Volumetria e Fachadas --------------------------------------------------------------------------------13 2.6 Lei de Zoneamento ---------------------------------------------------------------------------------------18 2.7 Adequação à nova lei de zoneamento ---------------------------------------------- 21

3. Croquis e Partido ------------------------------------------------------------------------------------------------- 22

4. Desenhos: Anteprojeto ------------------------------------------------------------------------------------ 30

5. Etapa executiva ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 40

5.1 Implantação e Estacionamento ------------------------------------------------------------------- 40

6. Demandas Cliente ----------------------------------------------------------------------------------------------- 44 6.1 Alterações na proposta da Planta -------------------------------------------------------- 44 6.2 Nível de acabamento da obra finalizada ---------------------------------------- 47 6.3 Instalações especiais --------------------------------------------------------------------------------- 48 6.4 Fases “A” e “B” ------------------------------------------------------------------------------------------- 49 6.5 Sanitários -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 50 6.6 Fornecedores/contatos ------------------------------------------------------------------------------- 50

6.7 Terraplanagem e preparação do terreno ---------------------------------------- 52 6.8 Orçamento ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 53 6.9 Custo de oportunidade ------------------------------------------------------------------------------ 53

7. Racionalização ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 57 7.1 Buiding Information Modeling (BIM) -------------------------------------------------- 58 7.2 Alvenaria Estrutural ------------------------------------------------------------------------------------- 58 7.3 Argamassa polimérica -------------------------------------------------------------------------------- 59 7.4 Pré-Lajes com vigotas treliçadas ------------------------------------------------------------ 60

8. Estudo de iluminação ----------------------------------------------------------------------------------------- 62 8.1 Permeabilidade longitudinal -------------------------------------------------------------------- 62 8.2 Shed 1 - insolação direta ----------------------------------------------------------------------- 64 8.3 Shed 2 - insolação indireta ---------------------------------------------------------------------- 66 8.4 Desempenho ------------------------------------------------------------------------------------------------- 68

9. Telhado ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 70

9.1 Telha-Sanduíche -------------------------------------------------------------------------------------------- 70 9.2 Escolha de madeiras da estrutura ------------------------------------------------------- 70

10. Encontro das lajes --------------------------------------------------------------------------------------------- 74

11. Desenhos: Executivos --------------------------------------------------------------------------------------- 76

Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 88

Bibliografia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 90

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A metodologia se dá por meio de duas etapas principais, associadas ao cronograma do ano acadêmico: A primeira etapa, denominada “Fase Conceitual”, consolida a concep-ção inicial de projeto. Pesquisa inicial so-bre situação legal do lote, entendimento dos antecedentes históricos do bairro, levantamentos do entorno, elaboração do programa sustentam a escolha de diretrizes iniciais. Croquis e anotações em um chamado “diário de projeto”, que centraliza todos os desenhos e de-cisões, registra todo o processo. Desta forma, o objeto final desta etapa é um anteprojeto para um edifício com uso de agência bancária ou de escritórios (de uso indefinido), em conjunto com a análise de toda a trajetória que levou o edifício a assumir a forma que tem. A segunda etapa, denominada “Fase Executiva”, submete o objeto da etapa inicial às devidas comprovações. As pesquisas se aprofundam em todos os âmbitos já abordados, e entram em outros mais, como estudo solar, acessi-bilidade, códigos e normativas técnicas, demandas do cliente, especificações de materiais, previsões orçamentárias e finalmente, detalhamento construtivo.

Como previsto, a abordagem de cada tema trouxe mudanças em al-guns aspectos do projeto, de modo que a conciliação destas mudanças resulta em um objeto final absolutamente difer-ente do objeto da “Fase Conceitual”, mas ainda com aspecto parecido, o que demonstra a riqueza do processo.

A partir de uma oportunidade profissional para a elaboração de um projeto executivo de um edifício e para sua construção surgiu a temática deste trabalho. Após uma longa trajetória de aprendizado plural que inclui as diversas disciplinas em que o estudo de arquitetu-ra e urbanismo consiste, de repente, a elaboração de um projeto até a fase final de sua construção esbarra em uma mi-ríade de variáveis de todas as sortes que interferem no projeto e que muitas vezes não são familiares no âmbito acadêmico.

Como indicativo deste trabalho, o ato de projetar um edifício acontece em diversas etapas. Existe um distancia-mento entre os croquis iniciais que con-cebem o ideal do projeto e os desenhos finais que o constituem em suma e que permitem a sua construção. Isto pois os diversos estágios no desenvolvimento dos desenhos consideram diferentes especificidades e escalas que determi-nam as suas diretrizes. O desenho de implantação do edifício, por exemplo, considera restrições legais, insolação, fluxos, etc., enquanto que a resolução das plantas considera programa de áreas, estrutura, acessos verticais, etc., e assim por diante em todos os aspec-tos do projeto. A conciliação de todos estes fatores não se dá instantanea-mente, a sucessão da mesma é como o projeto final de arquitetura toma forma. Este trabalho visa estudar este processo projetual e ilustrar a forma em que, conforme o raciocínio do projeto salta de uma etapa para a outra, encontra suas contradições e sofre modificações, até a resolução de seus pormenores construtivos.

INTRODUÇÃO

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2.1. LOCALIZAÇÃO

O terreno onde o edifício será construído é localizado na Zona Leste de São Paulo, subdistrito de São Mateus: Av. Luis Pires de Minas s/n, Jardim Paraguassu, São Paulo - SP.

Figura 1 - Posição do lote na escala da cidade - mapa sem escala.

“Ao nos reportarmos ao croqui (...) nos de-paramos com uma série de rabiscos que, se

entendidos como tais, isoladamente, não teriam efeito algum (...). Verificar o significado de cada um deles é menos importante do que

compreendê-los como um sistema de hipóteses espaciais, no qual, uma tentativa porventura ‘falha’ engatilha a formulação da seguinte. Sobrepõem-se raciocínios que avançam em questões de cunho estrutural, espacial, fun-

cional, dimensional, entre outras, que muitas vezes são conflituosas entre si. A concepção de um espaço arquitetônico te de administrar esses conflitos, expondo-os, no caso, pelo intermédio

da elaboração de croquis.”

(SCHENK, 2004, pg.43)

Desta forma, para o aprendizado da arquitetura, é interessante o estudo analítico do processo e não apenas do resultado final, que por si só, nada discursa em relação à superação das variáveis que transformam um croqui em uma construção. A respeito disso, através de um diário de projeto, é pos-sível analisar sequencialmente a cadeia de croquis que direcionam o desenho deste projeto.

O exercício de projeto pode e deve ser compreendido como um pro-cesso, no qual o arquiteto, à partir de uma concepção formal, estuda e aplica todas as variáveis intrínsecas ao con-texto de modo a encontrar soluções que respondam ao partido de projeto en-quanto se consolidam como o desenho de um objeto que pode ser construído.

A trajetória seguida pelo arquite-to até o momento final da construção, é sempre ambígua: a adoção de decisões no projeto cria também revogações, e o seu desenvolvimento é diretamente rela-cionado com o desenvolvimento dos de-senhos. O produto final que antecede a construção arquitetônica é um caderno de desenhos que representam o ideal primário já atado com seus métodos téc-nicos.

Enquanto o detalhamento constru-tivo é também projetado, é necessário um olhar mais próximo ao projeto que aos poucos transforma o projeto con-ceitual. Novas barreiras programáticas surgem ao longo deste percurso e cabe ao arquiteto conciliar decisões de pro-jeto que complementem o projeto posi-tivamente. O edifício construído nada mais é do que o resultado final de todo esse caminho percorrido no exercício da arquitetura.

1. O PROCESSO DE PROJETO E O DESENHO

2. CARACTERIZAÇÃO

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2.2. PROGRAMA E TERRENO

A proposta deste edifício é a construção de um prédio que poderá ser alu-gado para uma agência bancária. Trata-se de um investimento imobiliário que deve assegurar a rentabilidade e viabilidade em sua construção.

Como visto anteriormente, o solo é regularizado para o “Uso Comercial In-definido”, e considerando que não existe de antemão um terceiro interessado em assinar um contrato de aluguel com o propósito de uma agência bancária, o projeto deve ser flexível para outros usos, para que agentes atuantes em outros segmentos comerciais condizentes com o uso do solo sejam também atraídos pela oferta de aluguel do edifício Tanto a viabilidade financeira de construção do edifício como a verificação da rentabilidade em suas possibilidades (aluguel ou venda) serão re-alizados em um estágio mais avançado de projeto, e também se tornam variáveis diretas que interferem nos aspectos de projeto.

As bases do terreno fornecidas pelo proprietário não são muito precisas, o que pode dificultar detalhamentos que não puderam ser previstos mais adiante. Porém, mais a diante veremos que uma série de razões que conduziram as dire-trizes do projeto levaram à adoção de um partido no qual o edifício se eleva do nível do chão, sobre pilotis, o que facilitaria a adaptação à possíveis vississitudes inesperadas.

Figura 3 - Bases do terreno, contando com as dimensões de 17,18m na face frontal e 27,2 de pro-fundidade

Figura 2 - Foto Aérea - indicação do terreno. (https://goo.gl/maps/U2OnH - Acesso em 31 mai. 2014)

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Colina”, importante ferramenta que ar-ticulava as lutas populares por melho-rias para o bairro frente à prefeitura de São Paulo.

A então responsável Loteadora Bei e Filho, fornecia aos novos proprie-tários 2.000 tijolos e 500 telhas a serem entregues nos lotes através de carros-de-boi, para que as construções fossem erguidas por meio de mutirões. Isso já demonstra a coesão que os cidadãos do bairro tinham em favor das melhorias para a região.

O bairro foi, aos poucos se de-senvolvendo: em 1955, a construção de sua primeira escola; em 1958 a primeira paróquia de uma Igreja Católica; em se-guida a instalação de asfalto e sanea-mento básico. Até hoje a participação popular é efetiva no desenvolvimento do distrito de São Mateus, que apesar de já ser estruturada, com comércio e prestação de serviços relevantes, ainda apresenta algumas deficiências, prin-cipalmente em relação ao transporte público.

2.5. VOLUMETRIA E FACHADAS

Uma das maiores importâncias ao se projetar um edifício arquitetônico é a sua integração com o entorno. A con-cepção de uma forma que conversa e se resolve de acordo com o contexto no qual se insere. Ao caminhar no bairro e nos quarteirões arredores ao terreno do projeto, é um pouco difícil entender o que seria uma arquitetura ali, não estan-do tão claro nenhum partido de projeto, senão a simplicidade construtiva.

Considerando a relevância de uma área comercial que abastece o bairro, existe uma carência de serviços bancários: por todos os arredores, só há uma agência bancária (Caixa Econômi-ca Federal) localizada na esquina da Av. Luis Pires de minas com a Estrada da Barreira Grande. Em conversa informal com os comerciantes locais, foi unânime a opinião de que uma agência bancária ali, seria de fato, uma proposta interes-sante. Segundo o proprietário do bar/restaurante adjacente ao terreno, a agência bancária mais próxima e mais frequentada pelos moradores do bairro está localizada a mais de 2km de distân-cia.

2.4. HISTÓRICO

O bairro que antes fora uma grande fazenda de 50 alqueires, começou a ser loteado em 1948 pelo empresário ítalo-brasileiro Mateo Bei em 1946, logo após a sua aquisição, acred-itando que se tornaria um dia, uma área urbanizada consolidada. A fundação do Bairro de São Mateus acontece dois anos depois por seu filho Salvador Bei.

A formação do bairro foi muito difícil: localizado a 22km do Centro de São Paulo, o local não possuía qualquer tipo de infra-estrutura. Historicamente o desenvolvimento do bairro contou com algumas personalidades que abraçaram a causa de transformar a região em um bairro-cidade, tais como José Antonio de Souza (“Turuna”) que iniciou a abertu-ra das vias com um trator, ou por Nildo Gregório da Silva que fundou a Asso-ciação Divulgadora chamada “A Voz da

.2.3 ENTORNO

O sítio do projeto, coerentemente com o uso regularizado na prefeitura como “Edifício comercial sem uso específico”, se localiza no eixo comercial do bairro. Conforme vimos anteriormente, a história do bairro passou por dificuldades para se desenvolver devido a muitas questões, principalmente por conta da falta de aces-sibilidade e a longa distância de centralidades comerciais que fornecessem empre-gos. Atualmente, porém, a região já desenvolveu um comércio local, com escala de bairro e baixos preços, capaz de gerar renda que circula entre seus habitantes. O comércio é composto principalmente com o varejo e prestação dos mais diversos serviços, voltados à demandas residenciais (salvo algumas excessões). Foi feito presencialmente o levantamento dos usos dos solos dos arredores, e o mapa (Figura 4) indica precisamente a ocupação dos edifícios comerciais ao longo da Av. Luis Pires de Minas enquanto todos os quarteirões dos arredores são ocupados por residências. Vale citar que a densidade é baixa, tanto os edifícios comerciais quanto os residenciais são predominantemente de 1 a 2 pavimentos, detalhe que será abordado com mais detalhes posteriormente.

Figura 4 - Mapa de Uso dos Solos dos arredores do terreno em Jun. 2014

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pequena porta que dá acesso à residência do pavimento superior. Um frontão que corta a edificação horizontalmente logo sobre o pavimento térreo é usado para letreiros que identificam o uso. Os edifícios vizinhos, apesar de serem facea-dos, claramente, se diferem através de aspectos volumétricos e pela variação nas proporções destes elementos, que se mostram sempre presentes. A sobreposição de algumas das fotos (Figura 7 e Figura 8) das fachadas de edifícios nos arredores destacam também estes elementos em comum que caracterizam o entorno, sendo possível desenhar uma tipologia (Figura 9) e parece fundamental incorporá-los em projeto a fim de reproduzir a linguagem entorno.

Figura 7 (esq.) e Figura 8 (cen.) - Sobreposições de imagens de fachadas dos edifícios.;Figura 9 - Croqui que ilustra tipologia característica do bairro e remete à sua formação histórica:

Porta Comercial (A), Porta residencial (B), Frontão (C)e Pavimento superior com janelas (D).

É mais fácil entender sua lógica ao discutir o seu processo histórico de con-strução que, como citado, se deu em mutirões e apresenta justamente esta caracte-rística simplista. Através de um levantamento fotográfico, é claro o fato de que há uma uniformidade na tipologia das construções.

Podemos encontrar analiticamente alguns elementos que são comuns e repro-duzidos por todo o bairro quanto à aspectos de volumetria e fachadas. É possível identificar a implantação dos edifícios alinhados com os limites dos terrenos, salvo alguns deles que apresentam recuos frontais com espaço destinado a estaciona-mento para veículos. Como visto anteriormente, a Av. Luiz Pires de Minas se situa como eixo comercial de escala local, e muitos dos usos comerciais estão ligados à residências nos pavimentos superiores, levando à diante a herança deste tipo de edifícação que caracterizou o início e formação do bairro na década de 50, e so-bretudo reforça a escala de bairro do comércio.

As fotos a seguir, demonstram que as transformações do bairro ao longo destas décadas ainda mantém a linguagem dos edifícios e alguns elementos valem a pena serem estudados para serem incorporados no projeto. No caso desta “pani-ficadora”, o prédio se mantém praticamente o mesmo, com algumas alterações con-dizentes com dois períodos mas nada que realmente alterasse a composição geral do edifício.

Figura 5 (esq.) e Figura 6 (dir.) - Fotos de um mesmo edifício situado no bairro de São Mateus (a alguns quarteirões do lote em estudo) na década de 50 (Panificadora) e atual (Padaria), respecti-

vamente. (http://www.gazetasaomateus.com.br/historia-do-bairro/ - Acesso em Jun. 2014)

As características desta arquitetura mais antiga se mostra existente ainda no caráter geral das ruas, como se pode observar na página seguinte fotomontagens feitas através da sobreposição de diversas fotos frontais das fachadas dos edifícios pelos arredores do terreno de projeto. (Figura 10, Figura 11, Figura 12 e Figura 13).

Observando então o gabarito de dois pavimentos, nota-se que as fachadas compõem uma grande abertura para a parte comercial térrea, ladeada à uma

A AB B

C C

D D

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Figura 10 - Fotomontagem com fachadas de edifícios na Av. Luis Pires de Minas, próximo ao terreno de projeto (Jun. 2014).

Figura 12 - Fotomontagem com fachadas de edifícios na Av. Luis Pires de Minas, próximo ao terreno de projeto (Jun. 2014).

Figura 11 - Fotomontagem com fachadas de edifícios na Av. Luis Pires de Minas, próximo ao terreno de projeto (Jun. 0214).

Figura 13 - Fotomontagem com fachadas de edifícios na Av. Luis Pires de Minas, próximo ao terreno de projeto (Jun. 2014).

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“IV. zonas centralidade polar - ZCP: as porções do território da zona mista destinadas à locali-zação de atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais, caracterizadas pela

coexistência entre os usos não residenciais e a habitação, porém com predominância de usos não residenciais, classificadas como:

a) ZCPa: zona centralidade polar com coeficiente de aproveitamento mínimo igual a 0,20, básico igual a 1,0 e máximo variando de 1,0 até o limite de 2,5;

b) ZCPb: zona centralidade polar com coeficiente de aproveitamento mínimo igual a 0,20, básico igual a 2,0 e máximo variando de 2,0 até o limite de 4,0”

(Prefeitura do Município de São Paulo, Lei 13.885, 25 de Agosto de 2004 - normas complemen-tares à Lei nº 13.430, de 13 de Agosto de 2002 - Plano Diretor Estratégico do Município de São

Paulo - PDE; pg.69)

Figura 15 - Quadro 04 do Livro XXX - Anexo à Lei n°13.885, 25 de Agosto de 2004.

2.6. LEI DE ZONEAMENTO

A “Certidão de Dados Cadastrais - IPTU” da propriedade define o Número do Contribuinte de dois lotes adjacentes: 149.123.0024-0 e 149.123.033-1. Em out-ras palavras, o terreno se localiza nos Lotes 11 e 12 da quadra 35, no logradouro (Codlog) 04752-0 do Setor 149 no subdistrito de São Mateus.

Figura 14 - Recorte da imagem do lote e quadra indicado com suas numeraçòes de regis-tro na prefeitura de São Paulo (documento fornecido pelo proprietário do terreno).

À partir destas definições, é possível destrinchar todas as informações necessárias pertinentes à legislação para construção. A propriedade se enquadra no zoneamento caracterizado como ZCP/a2 - Zona de Centralidade Polar ou Lin-ear.

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“f” também não se enquadra na categoria de uso. Já o item “d” pode ser compro-vado a seguir, nos mostrando que a instalação do uso pretendido é permitida:

Figura 17 - Quadro 04 do Livro XXX - Anexo à Lei n°13.885, 25 de Agosto de 2004.

O projeto deve incluir área de estacionamento com 1 vaga para cada 50m² de área construída computável, totalizando então 9 vagas, com mais 1 que permita carga e descarga.

2.7 ADEQUAÇÃO À NOVA LEI DE ZONEAMENTO

Conforme realizado em primeira ordem no exercício de projeto conceitual, segundo a conjuntura de aprovação e vigência desde 31 de julho de 2014 de novo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, houve checagem em todos os aspectos que concernem o lote referido (Prefeitura do Município de São Paulo, Lei 16.050, 31 de Julho de 2014 - Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo). O mesmo, atualmente, se encontra na Macro-zona de Estruturação e Quali-ficação Urbana; Macro-área de Redução de Vulnerabilidade. Segundo o Mapa de Uso de Solos atualizado, o mesmo se aplica em mesma categoria de uso de solo de ZCPa - Zona de Centralidade Polar, e não houveram alterações no Plano Regional Estratégico da Sub-prefeitura de São Mateus quanto às normas de dimensionamen-to e implantação de edifício na categoria supracitada. Portanto, os antigos estudos ainda se aplicam ao logradouro.

Temos portanto as seguintes definições para o sítio do projeto:

Área: 463,76m²C.A. Básico: 1C.A. Max.: 2,5

T.O.: 50%Permeabilidade: 15%

Considerando que a área do terreno é de 463m² e que o C.A. é 1, é interes-sante dimensionar o edifício para que sua área construída computável seja o máxi-mo permitido (ou seja, 463m²), uma vez que trata-se de um investimento imobiliário cuja a rentabilidade está diretamente ligada a área do edifício (que será alugado ou vendido).

É regularizado para este lote a categoria de uso “Não Residencial - NR1” sob o grupo de atividade “Serviços Profissionais”. A “Certidão de Diretrizes” (docu-mento fornecido pelo proprietário) assegura o uso pretendido como “Salão Com-ercial de uso indefinido - atividade não impactante (Agência Bancária, Escritórios, Despachante, etc.)”. Algumas exigências de acessos e estacionamento:

É regularizado para este lote a categoria de uso “Não Residencial - NR1” sob o grupo de atividade “Serviços Profissionais”. A “Certidão de Diretrizes” (docu-mento fornecido pelo proprietário) assegura o uso pretendido como “Salão Com-ercial de uso indefinido - atividade não impactante (Agência Bancária, Escritórios, Despachante, etc.)”. Algumas exigências de acessos e estacionamento:

Figura 16 - Quadro 04 do Livro XXX - Anexo à Lei n°13.885, 25 de Agosto de 2004.

A via onde o terreno se situa é caracterizada como “Coletora” e com a largura de 24m. Com isso os itens “b”, “c” e “e” não são aplicáveis, e o item

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Como pode-se observar na Figura 21 (frontal, um dos primeiros croquis a serem executados), uma elevação da fachada, a idéia de dois volumes se sepa-ram um do outro abrindo um corredor central com a dita permeabilidade visual que atravessa longitudinalmente o lote. A idéia deste corredor se destaca como o espaço principal do edifício que organizaria o programa, com a idéia inicial de iluminação natural no topo da parede (Figura 22).

Figura 21 e 22 - Croquis.

O terreno em declividade, com diferença de 3m entre o nível da rua e o fun-do do lote, sugere um edifício elevado sobre pilotis para manter-se ao nível da rua. A Figura 23 demonstra um raciocínio que considera a possibilidade de uma quebra na volumetria em diversos pavimentos, com diferentes cotas que acompanham a declividade do terreno. Nota-se, no entanto, a partir do croqui da Figura 24, esta hipótese sendo abandonada a fim de que o edifício se projete sobre um estaciona-mento previsto para ser alocado no fundo do lote.

Figura 23 e 24 - Croquis.

Após todo o levantamento de informações relevantes para o entendimento do local de projeto, se faz necessária a articulação das mesmas a fim da formu-lação das diretrizes de projeto e seu desenho.

A princípio, vale a consideração do entorno do terreno, a volumetria e ab-erturas dos edifícios vizinhos, voltados para o mesmo. Como observa-se nas fotos, os dois lotes adjacentes possuem grandes empenas cegas voltadas para o edifício. Em contrapartida, as faces da frente e fundo de lote, possuem uma conexão visual interessante e que será explorada no projeto.

Figura 18 (esq.) - Foto ampla do terreno onde será a construção. Figura 19 (dir. sup.);Figura 20 (dir. inf.) - Vista para o lote vizinho ao norte e ao sul, respectivamente, ilustrando as

paredes cegas das edificações que se implantam nos limites de seus lotes.

3. CROQUIS E PARTIDO

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Os próximos desenhos já se adiantam na resolução da planta e contam inclu-sive com uma grelha em escala para apreciações de dimensionamento e estrutura. A Figura 27 possui 2 desenhos, ambos referentes ao pavimento térreo, sendo que pensados juntos, sendo que o da esquerda organiza a planta do programa para uma agência bancária, enquanto que o destro organiza a planta para um edifício comercial com uso indefinido. Elas foram resolvidas neste estágio em conjunto, de modo que as alterações de uma para a outra sejam minimizadas reduzindo os trabalhos em obras de adaptação, caso sejam necessárias. As áreas molhadas e o elevador se localizam no centro, para que possam servir os dois lados do programa comercial indefinido. Para o mesmo, surge a instalação de uma escada que dê acesso separado aos andares superiores. É possível notar algumas linhas tracejadas que prevêem projeções do pavimento superior com alinhamentos diferentes dos do térreo. Nos dois croquis, as seguintes áreas são equivalentes:

(A). Caixas (esq.) x Salão Escritório 1 (dir.)(B). Caixas Eletrônicos (esq.) x Recepção/ Sala espera Escritório 1 (dir.)

(C). Área Restrita (administrativa) da Agência (esq.) x Salão Escritório 2 (dir.)(D). Atendimento Preferencial / Gerentes (esq.) x Recepção/

Espera escritório 2 (dir.)

Figura 27. - Croquis complementares; à esquerda: Planta do pavimento Térreo para o programa de uma Agência Bancária; à direita: Planta do pavimento Térreo para o programa de escritórios

com uso indefinido

Os desenhos nas Figura 25 e Figura 26 demonstram primeiras apreciações da implantação e planta. Como vimos na lei de zoneamento, o uso é regularizado para “Edifício de escritórios de uso indefinido”. A possibilidade de ocupação de uma agência bancária, apesar de se demonstrar interessante para a localidade, depende do fator crucial que seria um “cliente” representante que se interesse em alugar o edifício, o que pode não acontecer.

Por isso as plantas, desde o momento inicial, prevê adaptações que se mos-trem simples à adaptação para o uso ‘indefinido’. O croqui da Figura 25 representa o intuito de que o edifício seja dividido em duas partes simétricas que abrigam 2 escritórios diferentes, prevendo duas escadas para acesso ao pavimento superior, áreas molhadas na linha divisória (para que as instalações hidráulicas não exijam grandes mudanças), e dois acessos nas extremidades do corredor central previsto para ser compartilhado entre os dois escritórios: um acesso vertical ao estaciona-mento na extremidade do corredor central e um acesso para a rua.

Desde esta etapa, o edifício é implantado com recuo frontal relevante, se as-similando à volumetria típica dos edifícios comerciais com vagas na frente que são comuns no bairro e na cidade. A implantação recuada, neste caso é conveniente por propiciar altura suficiente para um uso sob o edifício, além de ser mais gentil com a calçada estreita em frente ao terreno.

Figura 25 e 26 - Croquis.

A AB

C D

B

C D

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Nos croquis subsequentes (Figura 29 e Figura 30), já em um estágio avança-do com as plantas resolvidas, surge a possibilidade de substituir a escada de acesso por uma helicoidal, centralizada no corredor central. Alocada ali, é mais fácil a configuração e acesso no nível do estacionamento (térreo, no fundo do lote), e dali, o acesso para os pavimentos superiores fica melhor definido como um volume único que também configura um percurso, vertical. Anteriormente, a escada se escondia no programa, e agora locada no centro, a forma helicoidal se fortalece como el-emento estético e estabelece uma relação mais direta com o corredor central.

Figura 29 e 30 - Croquis.

Vale citar que esta escada helicoidal por ora caiu em questionamentos quan-to à sua adequação às normas de incêndio. Em relação à isso, foi verificada a normativa de incêndio (ABNT/CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil, NBR-9077:1993 - Saídas de Emergência em construção civil) e provou-se adequada ao tipo de uso do edifício, porém serão necessários alguns ajustes com cautela em suas dimensões e no pé-direito do projeto para que esta possa se aplicar ao prédio.

Juntamente com os croquis, as idéias foram sendo elaboradas e testadas em maquete eletrônica, ferramenta útil para a compreensão do espaço tridimensional. Segue algumas imagens dos mesmos, incluindo a interpretação do entorno na volu-metria do prédio sendo projetado. A próxima sequência de imagens complementam o registro do processo projetual no sentido de que as idéias não eram apenas testa-das em croquis. (Figura 31, Figura 32, Figura 33, Figura 34, Figura 35 e Figura 36).

Os Croquis na Figura 28 são relativos ao pavimento superior, um pouco menores do que o pavimento inferior, e assim como os croquis anteriores, o Croqui 7 mostra o programa de uma agência bancário e o Croqui 8 o de um uso comercial indefinido, ainda mantendo a divisão entre eles. Em ambos os casos, as áreas administrati-vas são mais restritas e estão ao lado direito (norte), sendo acessadas através de pequenas passarelas que cruzam o corredor central do pavimento inferior, este com pé direito duplo. Aqui, as áreas correspondentes são as seguintes:

(A). Suporte (esq.) x Salão comercial escritórios 1 e 2 (dividido) (dir.)(B). Administrativo da agência bancária - Administrativo escritórios 1 e 2

(dividido) (dir.)

A). Suporte (esq.) x Salão Escritórios 1 e 2 (dividido) (dir.)(B). Área dministrativa da Agência x Administrativo Escritórios 1 e 2

(dividido) (dir.)

Figura 28. - Croquis complementares; à esquerda: Planta do pavimento Superior para o programa de uma Agência Bancária; à direita: Planta do pavimento Superior para o programa

de escritórios com uso indefinido.

A B

A

A

B

B

Page 15: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

28 29

O últimos croquis feitos até o momento, foram os Croquis 11 e 12, que defi-nem bem a fachada frontal de acordo com os elementos identificados com o estu-dos dos elementos comuns à arquitetura do bairro e que remetem a seu processo histórico. O croqui expresso na Figura 37, através de um corte já tangente ao lado es-querdo da planta, sugere uma abertura zenital no trecho logo próximo à fachada, no vão entre o alinhamento da parede da fachada e do volume do andar superior que configura um mezanino. Em ambos os croquis, nota-se os citados elementos incorporados no projeto da fachada: Porta alargada comercial, Porta estreita verti-cal, Frontão e janelas no trecho superior. Na Figura 38 é proposto também a parede que faz divisa com o lote ad-jacente (ao lado esquerdo da fachada) e esta “entra” no edifício como se não houvesse distinção do lado externo e interno. Ao lado direito, as aberturas frontais foram revogadas e deram lugar a uma empena cega, desenhando aquele volume como assimétrico e independente do restante do edifício.

Figura 31 - Modelo Eletrônico do Entorno Figura 32 - Modelo Eletrônico do Entorno

Figura 33 - Modelo Eletrônico - Estudo Volumetria

Figura 34 - Modelo Eletrônico -Estudo Volumetria e Plantas

Figura 35 - Modelo Eletrônico - Estudo Volumetria, Plantas e Fachada

Figura 36 - Modelo Eletrônico -Estudo Volumetria, Plantas e Fachada

Figura 37 - Croqui - Fachada frontal com corte que se projeta à partir dela.

Figura 38 - Último Croqui - Fachada Frontal

Page 16: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

30 31

5. ANTEPROJETO

4. DESENHOS:

ANTE PROJETO

Page 17: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

32 33

S

A1010

A101

A101

10

11

1

A101

1

A101

1 2 3 4

6

7

8

9

2

A101

2

A101

3

A101

3

A101

45 m²CAIXAS 22 m²

AUTO-ATENDIMENTO

57 m²

ATENDIMENTOPREFERENCIAL

11 m²TESOURARIA

11 m²ADMINISTRAÇÃO

3 m²W.C.

2 m²W.C.

2 m²W.C.

3 m²ELEVADOR

4

A101

4

A101

5

A101

5

A101

0.60

0.10

PROJEÇÃO PAV. SUPERIOR

7.00 3.00 4.55

0.50

3.00

4.00

7.45

7.00 3.00 4.55

5.15

3.00

4.00

5.00

2.07

0.38

5.58

A

B

A

B

C D E

1

3

2

C D E

PLANTA

ESC. 1:150Pavimento Térreo

N

A1010

A101

A101

10

11

1

A101

1

A101

1 2 3 4

6

7

8

9

2

A101

2

A101

3

A101

3

A101

22 m²ARQUIVO

5 m²SALA ONLINE

3 m²W.C.

16 m²ALMOXARIFADO

68 m²SUPORTE

7 m²CIRCULAÇÃO

4

A101

4

A101

5

A101

5

A101

PROJEÇÃO COBERTURA

4 m²W.C.

A

B

A

B

C D E

1

3

2

C D E

PLANTA

ESC. 1:150Pavimento Superior

N

Page 18: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

34 35

PLANTA

ESC. 1:100Pavimento Inferior- Estacionamento

A1010

A101

A101

10

11

1

A101

1

A101

1 2 3 4

6

7

8

9

2

A101

2

A101

3

A101

3

A101

4

A101

4

A101

5

A101

5

A101

PROJEÇÃO LIMITES DO LOTE

ACESSO ESTACIONAMENTO

ESTACIONAMENTO

A

B

A

B

C D E

1

3

2

C D E

N

Level 1

0.60

Level 2

4.60

Parking Lot

-2.55

1 2 3 4

Level 3b

8.60

Level 3a

7.60

CORTE B-BESC. 1:150

Level 1

0.60

Level 2

4.60

Parking Lot

-2.55

1 2 3 4

Level 3b

8.60

Level 3a

7.60

CORTE A-AESC. 1:150

Page 19: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

36 37

Level 1

0.60

Level 2

4.60

Parking Lot

-2.55

Level 3b

8.60

6789

Level 3a

7.60

Level 1

0.60

Level 2

4.60

Parking Lot

-2.55

Level 3b

8.60

6 7 8 9

Level 3a

7.60

CORTE C-CESC. 1:200

CORTE D-DESC. 1:200

Level 1

0.60

Level 2

4.60

Parking Lot

-2.55

Level 3b

8.60

6789

Level 3a

7.60

CORTE E-EESC. 1:200

Level 10.60

Level 24.60

Parking Lot-2.55

1 2 3 4

Level 3b8.60

Level 3a7.60

Level 10.60

Level 24.60

Parking Lot-2.55

1234

Level 3b8.60

Level 3a7.60

Level 10.60

Level 24.60

Parking Lot-2.55

Level 3b8.60

6789

Level 3a7.60

ELEVAÇÃO 1 - LesteESC. 1:200

ELEVAÇÃO 2 - OesteESC. 1:200

ELEVAÇÃO 3 - NorteESC. 1:200

Page 20: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

38 39

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA EXPLODIDA RENDERIZAÇÕES

Page 21: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

40 41

E da LM 14.044/05:

“Art. 1º Ficam excluídas, das áreas compu-táveis para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento, as áreas cobertas, em

qualquer pavimento, destinadas a garagem, estacionamento, carga, descarga e manobras

de veículos, até o limite máximo do coeficiente de aproveitamento efetivamente adotado no projeto, excetuado o disposto no parágrafo

único deste artigo.”

Parágrafo único. Nas edificações destinadas aos grupos de atividades não-residenciais - nR2

referentes a serviços de armazenamento e guarda de bens móveis, oficinas e indústrias

dos tipos Ind-1b e Ind-2, as áreas cobertas men-cionadas no “caput” deste artigo não serão computadas para efeito do cálculo do coefi-

ciente de aproveitamento até o limite de 50% do coeficiente adotado no projeto.

(Prefeitura do Município de São Paulo, Lei 14.044, 2 de Setembro de 2005)

Foi erroneamente considera-da toda a área sob pilotis como área construída computável. Por isso, como primeira e grande alteração na Etapa Executiva, todas as áreas de todos os pavimentos foram redimensionadas e adequadas à norma corretamente, a fim de aproveitar o máximo do C.A. Bási-co permitido e trazendo maior renta-bilidade ao proprietário, influenciando também a implantação, que conta ago-ra com recuo frontal menor.

5.1 IMPLANTAÇÃO E ESTACIONAMENTO

Conforme visto nos capítulos an-teriores , todo o projeto conceitual foi dimensionado segundo à lei de zonea-mento concernente ao uso do solo es-pecífico. No que se refere à área con-struída computável, adotou-se C.A. igual a 1, e segundo as definições sobre área construída computável. No entanto, na fase conceitual foi cometido um erro de interpretação sobre as disposições da mesma lei (LM 13.885/04):

“Art. 189. São consideradas áreas não compu-táveis para efeito do cálculo do coeficiente de

aproveitamento: (Ver LM 14.044/05)III. área do pavimento térreo em pilotis, quan-

do desembaraçado de qualquer vedação a não ser a das caixas de escadas, elevadores e controle de acesso, limitada a 30% (trinta por

cento) da área do pavimento;”

(Prefeitura do Município de São Paulo, Lei 13.885, 25 de Agosto de 2004 - normas com-plementares à Lei nº 13.430, de 13 de Agosto de 2002 - Plano Diretor Estratégico do Municí-

pio de São Paulo - PDE; pg.69)

5. ETAPA EXECUTIVA

Figura 39 - Planta Pav. Térreo an-terior ao redimensionamento. (esc.

1:300)

Figura 40 - Planta Pav. Térreo pos-terior ao redimensionamento. (esc.

1:300)

Figura 41 - Planta Pav. Superior posterior ao redimensionamento.

(esc. 1:300)

Figura 42 - Planta Pav. Térreo pos-terior ao redimensionamento. (esc.

1:300)

Page 22: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

42 43

Para a eficiência deste balanço, foi sim-plesmente retirada a fileira de pilares do Eixo 7 (pg.28, 29 e 30), para que o aumento do vão entre os Eixos 6 e 8, agora com 7,0m traga compensação es-trutural para o balanço (Fig. 45).

À partir disso, temos a T.O. maior, e o C.A. agora balizado agora em função da legislação de dimension-amento do estacionamento que se es-preme com o prédio. As normas deter-minadas Pelo Plano Diretor Estratégico (LM13.885/04) exigem uma vaga para cada 50m² de área construída, por-tanto, considerando o C.A––. básico e permissão para construção de 465m², seriam necessárias 9 vagas para veícu-los, sendo 1 com espaço suficiente para carga e descarga.

Em nenhuma possibilidade de configuração de acesso e disposição das vagas, considerando as dimensões necessárias para circulação e manobra dos veículos, atingiu-se um resultado sat-isfatório com este número de vagas, e que evitasse grandes obras de terrapla-nagem.

Por isso, foi redimensionada a área construída do edifício para que esta tenha metragem quadrada inferior a 450m². Desta forma, apesar da perda de aproximadamente 15m² de área, acomoda 8 vagas em seu estacionamen-to e simplifica a terraplanagem, que fica limitada à área dos fundos do terreno e permite uma configuração satisfatória no pavimento inferior.

A implantação, apesar de trazida mais próxima à rua, ainda sobrepõe a área do estacionamento, que deve ser livre de colunas em sua circulação (SÃO PAULO, 1992), trazendo então a ne-cessidade estrutural de sustentar toda a faixa oeste que sobrepõe o estaciona-mento com balanço, com a distância to-tal de 3,45m.

N

NN

Figura 3.(pg.4) - Curvas de nível - Base p/ projeto - Documento forne-

cido pelo cliente. (esc. 1:300).

Figura 43. - Curvas de nível - Ante-projeto (esc. 1:300).

Figura 44. - Imagem 3D, fachada Norte. Ilustra o trecho em balanço para passagem de veículos no pavimento inferior.

Page 23: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

44 45

6.1 ALTERAÇÕES NA PROPOS-TA DA PLANTA:

a) Troca de posição entre os WCs e Copa no pavimento superior. Localizam-se um pouco afastados da fachada, pois caso necessário/desejado, o locatário pode fechar a área do Terraço Fundos e transformá-la em uma sala, no canto do prédio, com duas paredes para jane-las e em um ponto mais interessante no prédio. A Copa surge integrada com o Mezanino, definida como um espaço de estar de mais amplitude visual e mais qualidade para os usuários.

b) Inclui um terraço na fachada frontal, idem ao item 2, pode ser transformada em sala. Um terraço ali, cumpre função social de um uso voltado para a rua, isso é muito interessante em aspectos de segurança e mesmo para os usuários em observar o que se passa na rua. Com isso aproveitamos uma “sobra” que tin-hamos com a metragem quadrada per-mitida pela lei de zoneamento.

6. DEMANDAS DO CLIENTE

Figura 45. - Planta Pav. Superior (An-teprojeto) - Recorte da área de apoio, antes de conversa com cliente.(esc. 1:100)

Figura 46. - Planta Pav. Superior (Execu-tivo) - Recorte da áreade apoio, depois de conversa com cliente. (esc. 1:100)

Page 24: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

46 47

esteticamente popular no sentido de atrair locatários, além de estar quase pronto para a instalação de outros ti-pos de revestimento por cima caso seja necessário, apenas com remoção da res-ina de acabamento. Sobretudo, por ser executado em conjunto com o contra-pi-so, reduz a etapa construtiva de assen-tamento de um revestimento sobreposto ou pintura apropriada, porém não eli-minando a possibilidade do mesmo na posteridade.

O polvilhamento da nata de pó de cimento sobre a superfície (regulari-zada) do contra-piso consome 0,5kg de cimento por m². Custando aproximada-mente R$23,00 um saco de cimento de 50kg de boa qualidade, chegamos a um valor próximo a R$0,23/m², mui-to abaixo do valor de aquisição de qualquer outro revestimento. Para reduzir trincas eventuais naturais da técnica construtiva, devem-se ser instaladas juntas de dilatação em todas as juntas com paredes, soleiras, e com vão não menores do que 10m em áreas planas e ou desenhando áreas de no máximo 60m² (FATIMA, pg. 23).

b)Instalações hidráulicas e elé-tricas aparentes, pintadas: a execução da tubulação, e principalmente a sua al-teração na posteridade são muito dificul-tadas com as mesmas embutidas nas al-venarias. Optou-se por tubos aparentes, com custo maior e pintados, porém que trazem a agilidade na instalação (redução no tempo/custo da obra) e atraem os investidores no aspecto visual e em facilidades de adaptação.

6.2 NÍVEL DE ACABAMENTO DA OBRA FINALIZADA

A escolha dos acabamentos é primordial no que se concilia a estética do edifício e seu custo final. O projeto do edifício quando visto como um inves-timento por parte do cliente para poste-rior aluguel, requer a mínima restrição neste aspecto do ponto de vista dos fu-turos locatários. O acabamento, caso traga altos custos, reduziriam a renta-bilidade da construção caso o valor do aluguel se tornasse muito alto, inviabi-lizando valor de aluguel condizente com as expectativas de lucratividade do cliente e com o mercado imobiliário na conjuntura e localidade. No caso de baixos custos, preve-mos sensível perda estética do edifício, o que traria redução no interesse de lo-catários, principalmente dos que trazem maior potencial lucrativo (dipostos e hábeis a pagar um valor mais alto no contrato de locação).Por isso, foi conversado com o cliente a intenção de balancear os aspectos citados a fim de evitar os pontos extre-mos e logo, aumentar o rol de clientes e diminuir os riscos do investimento. Entende-se, porém, que as adaptações serão necessárias em todo caso, por isso optou-se por acabamentos de no-tável custo-benefício e que tragam redução de etapas construtivas e logo, tempo e custos de obra, tão quão a faci-lidade de serem alterados. As principais definições são:

a) Piso de cimento queimado: atualmente em alta nas publicações de arquitetura e decoração, é uma opção

c) Troca de posição entre Tesouraria e WCs no pavimento térreo. Aumento a flexibi-lidade pois o shaft que estava no “meio” do pavimento se encontra agora no canto. Essa troca também foi positiva no sentido que assegurou que a Tesouraria não tenha paredes divisórias com as fachadas.

Figura 47 - Planta Pav. Térreo (Antepro-jeto) - Recorte da área restrita (antes de

conversa com cliente). (esc. 1:100)

Figura 48 - Planta Pav. Térreo (Execu-tivo)- Recorte da área restrita (depois de

conversa com cliente). (esc. 1:100)

Page 25: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

48 49

Figura 49 - Planta Pav. Inferior (Executivo)- Recorte do Porão Técnico (esc. 1:100)

6.4 FASES “A” E “B”

Em processos de apresentação do anteprojeto ao cliente, foram definidas as expectativas e estratégias envolvidas na execução do edifício. A princípio, foi esta-belecida uma espécie de “linha do tempo” que define 2 momentos distintos para a construção:

Fase A: Projeto Executivo que prevê como o edifício será finalizado em seus aspectos principais, objeto que será construído para o próprio cliente. Este deve ainda propiciar a flexibilidade de uso, na hipótese de que o futuro locatário venha a fazer as adequações que sejam-lhe convenientes. (Figuras 50 e 52).

Fase B: Projeto Executivo que prevê um edifício finalizado quase na íntegra de seus aspectos e que seja próprio para o uso de uma Agência Bancária (o seg-mento visado para locação, desde o primeiro momento). Nesta etapa, prevê-se uma maior compartimentação da planta que exige um alguns aspectos de detalhes mais definidos. Esta etapa ainda se vê limitada, no sentido de que uma agência bancária

c) Estrutura aparente: a grande maio-ria dos elementos estrturais serão aparentes, excetuando algumas superfí-cies nas fachadas, eliminando a etapa de revestimento dos mesmos, incluindo alvenaria estrutural na divisa com o lote vizinho ao sul, que será aparente e pro-tegida com resina transparente fosca hi-drofugante.

6.3 INSTALAÇÕES ESPECIAIS.

Em Fases A e B, prevê-se instalações para reuso de águas pluviais, consid-erando o contexto atual de falta de água no estado e baixas expectativas de solução a curto-prazo.

Segundo definições do cliente, é desejável que o edifício comporte os seguintes sistemas complementares:

Ar condicionado;, Segurança (camer-as, alarmes, etc), Automação; Internet Fibra Ótica; Gerador; Energia Solar; Aquecimento de água (Gás ou elétrico); Irrigação de jardins; Portão automático; Sprinklers, no entanto nenhuma delas deve ser instalada na Fase A, e reque-rem a necessidade de projetos comple-mentares para compatibilização no pro-jeto arquitetônico.

O intuito de possibilitar a insta-lação das supracitadas instalações espe-ciais reforça a idéia de ausência de forro e as tubulações aparentes, as mesmas significariam uma real facilitação para as necessárias adaptações. Ainda com estes motivos, foi locada um generoso

“Abrigo Técnico” no qual desaguam os Dutos elétrico e hidráulico. Este, em Fase A não teria nada além dos quadros de força básicos e bombas hidráulicas, mas que tenha espaço para instalação de centrais para tais sistemas caso de-sejado pelo futuro locatário, e com es-paço previsto externo ao abrigo técnico para locação do gerador (necessita ven-tilação).

Page 26: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

50 51

6.6 FORNECEDORES/CONTATOS:

O cliente possui altas facilidades de compra de madeiras certificadas, diretamente de companhias extratoras no centro-oeste. Esta facilidade será aproveitada na execução da estrutura do telhado, que também será aparente (com telhas termo-acústicas). Optou-se por uma estrutura leve no telhado, a princípio seria de aço, substituída então por madeira devido à esta conveniência do cliente (ver Capítulo 9).

ainda teria suas exigências específicas, principalmente quanto a acabamentos e sistemas complementares. (Figuras 51 e 53)

6.5 SANITÁRIOS:

Na Fase A, a execução de bloco de sanitários será apenas do pavimento superior (com uma unidade comum e uma para P.N.E.), deixando no térreo apenas os pontos hidráulicos definidos que possibilitam o bloco do pavimento inferior para a Fase B, evitando assim os custos embutidos com metais/louças, impermeabilização e revestimentos ap-ropriados.

1 2 4 5

7

8

6

10

3

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NN

11

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NN

11

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N

1 2 4 5

7

8

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10

3

9

N

Figura 50 - Planta Pav. Térreo - Fase A.(esc. 1:250)

Figura 51 - Planta Pav. Térreo - Fase B.(esc. 1:250)

Figura 52 - Planta Pav. Superior - Fase A.(esc. 1:250)

Figura 53 - Planta Pav. Superior - Fase B.(esc. 1:250)

Page 27: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

52 53

6.8 ORÇAMENTO.

O custo fixo de uma obra em andamento é alto, com o tempo estendido, os custos finais são mais altos. Além disso, deve-se considerar o Custo de Oportuni-dade relacionado a quanto o capital deixa de render se investido em uma aplicação segura com juros para o capital investido relativo ao período de obra, e sobre o retorno do investimento que se inicia após a conclusão da obra, que é postergado se a mesma se prolonga.

As expectativas de investimento do cliente nesta construção estão em torno de R$ 600.00 e lucratividade próxima a 1,0%/ mês.

Segundo o Sindicato da Indústria e Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), os valores de Custo Unitário Básico (CUBs) do mês de abril con-dizem com as expectativas do cliente. É sabido que, um edifício arquitetônico pos-sui menos repetições e mais detalhamentos que encarecem a obra. Por outro lado, a entrega da obra em Fase A (referente a este investimento) possui baixo grau de acabamento.

Figura 55. - Boletim Econômico Abril de 2015 (Sinduscon-SP)

6.9 CUSTO DE OPORTUNIDADE

Ao considerar o Custo de Oportunidade, segue alguns exemplos atualizados sobre o retorno de investimentos de baixo risco aplicados em Fundos de Inves-timento de renda-fixa, lastreados e não lastreados no indicador econômico CDI (Certificado de Depósitos Interbancários) (Figura 50). Alguns destes investimentos chegam a mais de 115% (destaque em amarelo) do CDI (com Imposto de Renda a ser descontado) e, selecionados exemplos de grandes bancos (representam maior segurança no investimento).

Figura 56. - Atual taxa do indicador econômico CDI (Certificado de Depósitos Interbancários). Fonte: Cetip (www.cetip.com.br - Acesso em 25/06/2015)

6.7 TERRAPLANAGEM E PLANTA PAV. INFERIOR

É desejável que a terraplanagem seja reduzida ao máximo, pois possui alto custo de contratação do maquinário e destino à terra removida, compactação dos aterros. Por isso foi solicitado a redução da Planta do Pavimento Inferior (área sob pilotis) no sentido longitudinal, reduzindo o corte.

Esta escolha, por parte do cliente, inviabiliza um aspecto interessante do projeto conceitual que seria o acesso de pedestres (escada) oriundo diretamente da calçada. A proposição deste acesso convidava o uso semi-público desta área, que é interessante com a integração do terreno com a rua, que abre margem para usos variados senão apenas o do próprio edifício. A redução no corte no talude revoga o acesso de pedestres para o pavimento sob pilotis, que então só possui acesso de veículos e/ou pelo interior do edifício, restringindo o uso deste espaço para apenas os usuários do edifício.

1 2 4 5

7

8

6

10

3

9

1 2 4 5

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6

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3

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N

11

Figura 53. - Planta Pav. Inferior, antes de con-versa com cliente(esc. 1:250)

Figura 54. - Planta Pav. Inferior, depois de conversa com cliente(esc. 1:250)

Page 28: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

54 55

Nesta hipótese o Custo de Oportunidade seria:

No 1° trimestre com o prazo de 9 meses: R$ 12.515,24No 2° trimestre com o prazo de 6 meses: R$ 8.168,05No 3° trimestre com o prazo de 3 meses: R$ 3.876,06No 4° trimestre com o prazo de 1 meses: R$ 1.245,31Total: R$ 23.804,66

b) Hipótese B: supondo agora que o mesmo investimento de R$600.000 seja inves-tido no período de 1 ano e meio, dividido em parcelas de R$100.000 em 6 trimes-tres:

Figura 59 - Simulação de investimento de renda-fixa com aplicações de R$ 100.000 (http://www.sofisadireto.com.br/rentabilidade/ - Acesso em 25/06/2015)

A simulação não especifica porcentagens para o período de 15 meses, por isso as-sumiremos o valor de aplicação diária (sem prazo estipulado de resgate), durante os 15 meses, o que representa uma aproximação para baixo.

No 1° trimestre com o prazo de 15 meses: R$ 14.053,05No 2° trimestre com o prazo de 12 meses: R$ 11.803,41No 3° trimestre com o prazo de 9 meses: R$ 8.343,49No 4° trimestre com o prazo de 6 meses: R$ 5.445,36No 5° trimestre com o prazo de 3 meses: R$ 2.584,04No 6° trimestre com o prazo de 1 meses: R$ 830,21

Sub -Total: R$ 43.059,56

Figura 57 - Exemplos de Fundos de Investimentos de renda-fixa. (https://portal.xpi.com.br/pages/renda-fixa/renda-fixa.aspx - Acesso em 25/06/2014)

Um investimento de R$600.000 em construção civil não acontece instanta-neamente, é dividido conforme decorrer da obra. Para comprovação da enorme relevância do prazo da obra em um contexto de investimento no qual o caso se aplica, temos com fins de aproximação:

a) Hipótese A: considerando um investimento em parcelas iguais de R$150.000 dividido em 4 trimestres. Tomando como exemplo a simulação de um investimento no “Banco Sofisa Direto”, serviço desburocratizado via internet (http://www.sofisa-direto.com.br/rentabilidade/) com renda-fixa lastreada no CDI e com os seguintes valores aproximados:

Figura 58 - Simulação de investimento de renda-fixa com aplicações de R$ 150.000 (http://www.sofisadireto.com.br/rentabilidade/ - Acesso em 25/06/2015)

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56 57

• A elaboração de projetos voltados à produção com teor executivo para alvenaria de vedação, em que são detalhados e dimensiona-dos os blocos e passagens para instalações, re-duzindo a geração de resíduos provenientes do quebra-quebra de blocos na execução; ou pro-jetos de paginação de revestimento cerâmico e caixas de elétricas, em que se visa ao máximo de redução na quantidade de trinchos (pontas de cerâmica) durante a execução.

• Uso de divisórias internas sobre o piso cerâmico, proporcionando a postergação dessa etapa e obtendo, como consequência, es-paços (vãos) internos maiores durante as etapas de contra piso, revestimento argamassado nas paredes e revestimento cerâmico de piso, levan-do, assim, a um maior ganho de produtividade, eliminação de desperdícios (exemplo dos trin-chos cerâmicos) e postergação no desembolso financeiro.

• O uso de sistemas hidráulicos de ali-mentação dos vasos sanitários e lavatórios ex-ternos às alvenarias, possibilitando maior flexi-bilidade de manutenção e eliminando a geração de resíduos pelo corte das alvenarias e revesti-mentos durante a execução.”

(MOURA, 2013. pg. 71)

Finalmente, a proposta racionali-zação é sobretudo buscada em favor da sustentabilidade, devendo lutar contra a relação íntima que a indústria de con-strução civil possui com o consumo de recursos e geração de resíduos sólidos, que é alarmante.

“A cadeia da construção civil é uma das maiores consumidoras de matérias primas natu-rais. Estima-se que a construção civil utilize em torno de 20 a 50% do total de recursos natu-

rais consumidos pela sociedade”.

(CARNEIRO, 2001, apud MOURA, 2013. pg.67).

Com a a clareza de que o projeto deve mirar a rentabilidade do cliente, e que o prazo de obra se torna uma variável fundamental (Capítulo 6.9), a pesquisa e escolha de métodos constru-tivos se orientou por meio da racionali-zação dos processos construtivos. Para entendimento do conceito genérico de racionalização, segue definição de Sab-batini:

“Um processo composto pelo conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o

uso de recursos materiais, humanos, organiza-cionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros disponíveis na construção em toda

as suas fases”.

(SABBATINI, 1989, apud FRANCO, [s.d.] pg.3)

Mirando então a otimização, colhemos: maior eficiência e desempenho do edifí-cio; redução no tempo de obra; redução nos custos de obra; facilidade logística e estocagem; limpeza e organização da obra; redução de desperdícios (sus-tentabilidade); redução no consumo de materiais (sustentabilidade); precisão orçamentária.

Em sua publicação periódica, Moura lista estratégias de implemen-tação da racionalização, sendo aqui citadas as que se aplicam neste projeto:

Estes cálculos preliminares refor-çam com peso a necessidade de que o projeto se baseie em soluções construti-vas eficientes, buscando a redução dos prazos e de etapas construtivas. Vale lembrar que os valores foram arredon-dados sempre para baixo, inclusive a rentabilidade do investimento, conforme observa-se na Figura 57, nota-se a ex-istência de outras aplicações seguras ainda mais rentáveis e com prazos de resgate ainda menores.

Soma-se a este valor ainda, o re-torno do aluguel que, no período de 6 meses, deixa de ser recebido pelo pro-prietário em relação à hipótese de du-ração da obra sendo 1 ano.

Supondo que este retorno atinja os 1% que o cliente almeja, seriam R$ 6.000/mês durante os 6 meses, ou seja R$ 36.000.

Total: R$ 79.059,56

Em suma, sobre duas hipóteses de possíveis durações para a obra, sendo uma de 1 ano e outra de 1 ano e meio, temos variados Custos de Oportunidade para um mesmo valor. A diferença en-tre os dois é de R$ 55.254,90, ou 9,2% do valor total do investimento.

7. RACIONALIZAÇÃO

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58 59

Figura 60 - Detlahes de encontro de lajes apoiadas em alvenaria com blocos estruturais de concreto. (KALIL, [s.d]. pg.34)

7.3 ARGAMASSA POLIMÉRICA

Segundo Moura, o uso de argamassa cimentícia está trelada a uma altíssima perda no canteiro, chegando a aproximação percentual de 70% (50% de perda incoporada e 20% de desperdício) em rebocos (MOURA, 2013, pg.69). Esta perda é rudimentar e inaceitável em um projeto racionalizado, uma vez que gera um custo adicional que envolve todo o ciclo da obra (compra > transporte > estocagem > execução > despacho de materiais), sem mencionar os custos com limpeza e danos aos materiais de obra com um processo considerado “sujo”, retrabalhos naturais de serviços artesanais e o prolongamento do tempo de obra, que, como visto no Capítulo 6.9, também custa caro. Leva-se em consideração também a sustentabili-dade, com qual vê-se que a argamassa convencional se omite, e elevado consumo de água, questão crítica na cidade de São Paulo na atual conjuntura.

Por isso, optou-se pela Argamassa Polimérica, aplicada com bisnagas. Pos-sui catálogo de desempenho de cargas compatível (recomendada análise prévia por engenheiro responsável (Biomassa do Brasil, 2015)) e, esteticamente, propicia juntas secas, que é o que buscamos para a parede de alvenaria estrutural (Capí-tulo 7.2) com acabamento de resina que dispensa emboço e reboco. Além disso, a estocagem, logística e limpeza da obra são facilitadas, dispensando preparação. Com isso, apesar da aquisição do material ser mais cara, apresenta redução no custo final de estimados 39% (CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e estimadas 50% de redução no tempo de execução comparada à alvenarias com argamassas cimentícias.

7.2 ALVENARIA ESTRUTURAL

A implantação do edifício, adja-cente ao limite do lote com o terreno viz-inho, requer a construção de um muro de divisa no lado interno do terreno, que já possui um grande muro por toda a sua extensão. Isso foi identificado como uma grande frente de obra, e que levará um longo tempo de execução e exige diver-sos pontos de armação e concretagem para sua amarração. A fim de otimizar as etapas con-strutivas, este muro tornou-se parte da estrutura do prédio, executado com blo-cos estruturais de concreto, dispensando elementos de coluna e vigas embutidos no mesmo (oposto ao que o projeto conceitual havia previsto). Esta escolha influenciou diretamente nas cotas dos pavimentos, que agora requerem que as lajes sejam encaixadas corretamente na altura de modulação das fiadas dos blocos, conforme Cortes 5,6 e 7 (Capí-tulo 11) Esta alvenaria será composta de blocos estruturais de concreto tipo A (externos), combinando elementos das famílias de 29 e 39cm, com resistência de 6MPa à compressão (NBR 7184). As armações horizontais serão acomoda-das em Blocos Canaleta preenchidos com Graute (Concreto com Brita 0) para aderência com os vergalhões. O graute deve ser aplicado em todas as armações verticais também e encontros e solidari-zações com as lajes, vigas, fundações e cantos/dobras estruturais.

7.1 BUIDING INFORMATION MODELING (BIM)

Gehbauer elabora uma classi-ficação que inclui o papel de arquite-tos e projetistas na racionalização por meio de influência sobre fornecedores da cadeia produtiva para cooperação na otimização do produto (GEHBAUER, 2004 apud MOURA, 2013, pg.70). Para tanto, o Building Information Mod-eling (BIM) se apresenta como uma fer-ramenta da contemporaneidade em fa-vor dos mesmos:

“(...) a busca pela realidade está, cada vez mais, tangível, através da modelagem da

informação, com o uso de ferramentas, como o Building Information Modeling (BIM). Essa fer-

ramenta, antes, era vista somente nas indústrias automotiva e aeroespacial. As representações digitais do processo de construção facilitam a

troca e a interoperabilidade de informações, re-duzindo o tempo de construção e as prováveis

incompatibilidades geradoras de resíduos durante a execução da obra.”

(MOURA, 2013, pg.71).

O projeto desta agência bancária, a ser tomado como exemplo, foi executado com o software com plata-forma BIM, Autodesk Revit Architecture, e devido a isso, pode ser assegurado com 100% de certeza de que não há incongruências na miríade de desenhos executivos já executados mesmo nas futuras alterações de compatibilização com projetos complementares. Esta segurança é um grande passo para a otimização da obra com a minimização dos erros de projeto, assim como base sólida para todos os aspectos de racion-alização buscados (Capítulo 7).

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60 61

b) As lajes maciças, executadas no processo mais convencional sobre for-mas, esbarra em outras questões de orçamento e prazo na obra: aquisição de formas, contratação de escoras (em grande quantidade, o que causa dificuldades de mobilidade dentro do canteiro), aquisição e montagem de armações/ ferra-gens, caminhões para despejo de concreto, desmontagem do escoramento e das formas, destino às formas (insensível à sustentabilidade), limpeza do canteiro após execução. Prevê-se um custo menor do que o da industrialização, porém é a opção mais demorada, suja, e imperfeito (na superfície inferior), exigindo acabamento posterior e/ou forro nos pavimentos inferiores.

c) A opção de pré-lajes é mais abrangente, possibilita diferentes métodos construtivos e todos eles se posicionam intermediários às duas opções anteriores. Se mostra apropriada à algumas proposições de otimização no canteiro, sem envolvi-mento de tantas partes (como na pré-industrialização) e custos mais baixos. No canteiro, reduz ou elimina o uso de escoras, também apresentando ótimo acabamento nas superfícies inferiores. A concretagem é in-loco , ainda exigindo logística de caminhões para despejo do concreto. Por outro lado, o despejo ocorre diretamente sobre as vigotas treliçadas, que assumem o papel de formas e elimina a aquisição, montagem, desmontagem e destino às mesmas, tangendo a sustenta-bilidade neste aspecto. Conta ainda com certo grau de industrialização, pois as vigotas são pré-fabricadas (sob medidas solicitadas), com baixo custo, porém. O destaque acontece na compatibilidade com os dois sistemas estruturais presentes: colunas/ pilares, vigas de concreto e alvenaria de blocos estruturais. A concretagem das pré-lajes com as vigotas treliçadas executa também a solidarização com ambos os sistemas estruturais de maneira muito eficiente, em mesma etapa construtiva. Este é um diferencial comparado aos demais tipos de laje cogitados.

Outro fator positivo à sustentabilidade é a composição de resinas sintéticas e agregados minerais, portanto desnecessidade do uso de cimento, areia, argila e cal em sua mistura (como na argamassa cimentícia) (Jornal do Comércio, 2011). Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as emissões de car-bono na produção de cimento Portland no Brasil está entre as menores do mundo. Mesmo assim, a fabricação de 1 tonelada de cimento emite cerca de 600kg de CO2 na atmosfera (SNIC, 2013, pg.12), sendo evitada na produção da argamassa polimérica. A ausência de areia e argila evita a prática de retirada dos mesmos de leito de rios, que direcionam a outros problemas ambientais associados. (Jornal do Comércio,2011).

Figuras 61 e 62 - Fotos de assentamentos de Blocos de Concreto e Blocos Cerâmicos com argamassa polimérica.

7.4 PRÉ-LAJES COM VIGOTAS TRELIÇADAS

A escolha de um sistema construtivo para as lajes considerou três opções principais: lajes pré-fabricadas, lajes concretadas in-loco e pré-lajes.

a) A pré-industrialização indica maior agilidade de montagem final e pouco a nenhum trabalho de moldagem dentro do canteiro, pois as peças são fabricadas com antecedência. Traz embutido custos que incluem a própria aquisição das peças de lajes, logística das peças com porte e peso relativamente grandes, aluguel de maquinário para içamento das mesmas na montagem e mão-de-obra especializada. Esta opção, envolve diversos segmentos de mercado, envolvendo a lucratividade de muitas partes, impostos sobre todas as atividades, tornando os custos altos e pouco compensadores em uma obra de pequeno porte. Podemos também prever que o envolvimento de muitas partes em um mesmo processo traz uma margem maior para imprevistos que venham a atrasar o cronograma da obra, uma vez que depende-se de fornecedores em cadeia. A falha ou atraso de um fornecedor que seja, compromete o ciclo todo. Como vantagens a serem apontadas, verifica-se a qualidade evidentemente superior, sustentabilidade (consumo menor de recursos e água, sem desperdícios) e acabamento perfeito, dispensando forro nas superfícies inferiores.

1

Impermeabilização -Membrana líquida de

argamassaimpermeável

(Sika-Top, Viaplus,Bautech Sec, etc.)

Bloco Estrutural deConcreto; Família

39cm (14x19x34cm)

Bloco Estrutural deConcreto - Canaleta

"J" (14x(19x29)xcomprimento de

acordo com fiada)

113

19

29

Argamassa Polimérica(5mm)

P.01

19

Graute

Viga Concretopré-moldado(30x60cm)

EDIFÍCIO VIZINHO

Figura 61 - Detalhe 2/ 213. (esc. 1:20)

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62 63

caixilhos de vidro com portas, criando um espaço de “Terraço Frontal”, que é ex-terno e permite a incidência solar. Esta escolha agregou uso na parte frontal do edifício, contribuindo com conceitos pós modernos de urbanismo com “olhos para a rua”.

b) Implementação de brises no trecho inferior esquerdo, na elevação, contro-lando o sol no pavimento térreo.

Figura 62. Imagem 3D da fachada Oeste. Insolação: 22/04 às 10h.

Na fachada Leste (Figura 63), também foram adotadas duas estratégias:

a) Na área de “Atendimento Preferencial” , a anteriormente proposta per-meabilidade visual, também foi deixada de lado. Por ser área essencialmente com mesas de escritório, a incidência solar ali deve ser evitada a todo custo, por isso toda a superfície deste ambiente foi fechada com alvenaria, com excessão de jane-las baixas que permitem a entrada de luz na altura dos pés.

b) A área da “Copa”, antes locada na fachada, foi trazida para o interior do edifício e dando lugar para o “Terraço Fundos”, com fechamento em cobogós, que pode ser iluminada integralmente por ser área externa.

8.1 PERMEABILIDADE LONGITUDINAL

A forma inicial do projeto, que propunha a permeabilidade do edifício em sentido longitudinal, com aberturas quase que íntegras nas fachadas Leste e Oeste. Os edifícios vizinhos possuem gabarito variante entre 4 a 6m, ou seja, desenham uma volumetria baixa e sem a presença de árvores próximas. O único edifício mais alto, com 9,20m de altura, está situado a sul, portanto não criando sombras. Logo, os estudos mais detalhados da insolação indicaram a incidência solar direta excessiva em ambas as fachadas, durante a manhã e durante a tarde, por todo o ano. Como citado, esta ocorrência é imcompatível com o uso do edifício e precisou ser con-tornada. Na fachada Oeste (Figura 62), foram adotadas 2 estratégias:

a) A área de “Caixas”, antes contava com o pé direito duplo, com janelas baixas e altas com um volume opaco na altura média. Apesar do vol-ume opaco,a combinação de janelas al-tas e pé-direito duplo permitia que a luz solar penetrasse a fundo dentro do ed-ifício, varrendo quase que toda a área térrea durante a manhã. Por isso, a laje do pavimento superior foi estendida até a fachada, eliminando o pé-direito du-plo, e as janelas altas foram recuadas para dentro do edifício, substituídas por

Desde as diretrizes do projeto conceitual, buscou-se a efetividade na iluminação natural. É sempre desejável, tanto para conforto dos usuários quanto para diminuição nos custos de energia, o aproveitamento da iluminação natu-ral. Por sua vez, tratando-se do projeto de edifício de agência bancária e/ou uso comercial de escritórios, a incidên-cia direta solar pode ser desagradável, acima do desejado, portanto evitada du-rante todo o ano e em todos os horários do dia. Os principais aspectos que proporcionam a iluminação natural no edifício, desde o projeto preliminar, eram a permeabilidade longitudinal de todo o volume, e a iluminação ze-nital no corredor central que organiza os espaços e por ter o pé-direito duplo, abrange sua iluminação para os demais ambientes. Para comprovação das tentativas de iluminação, foram adotadas técnicas geométricas de incidência solar, e por fim utilizou-se software de análise de ilu-minação natural, chegando a resultados preliminares, porém consistentes quanto à incidência ao longo de todo o ano. A combinação destes elementos levou a diversas alterações no propósito inicial volumétrico.

8. ESTUDO DE ILUMINAÇÃO

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Figura 63. Imagem 3D da fachada Leste. Insolação: 22/04 às 16h.

8.2 SHED 1 - INSOLAÇÃO DIRETA

Como um dos principais partidos do projeto preliminar, o “Corredor Central” apresenta iluminação zenital que se distribui para os demais ambientes, através do denominado “Shed 1”. Este ‘shed’ está orientado para o Norte, com o intuito de, controladamente, permitir a entrada direta do sol durante o inverno, plasticamente criando um facho de luz horizontal que varia sua posição ao passar dos meses. Com vista no Corte 5, este localizava-se no topo à direita do “Corredor Central”. após estudo mais detalhado, comprovou-se que a varredura do radiação solar at-ingia boa parte do pavimento térreo e superior, especificamente as áreas de “Su-porte”, que antes era aberta em face ao “Corredor Central”, e “Caixas”. Foi pos-teriormente reposicionado no topo à esquerda do “Corredor Central”, e fechada a abertura do “Suporte”.

Desta forma, o facho solar assume uma forma plástica mais interessante, projetada em um grande volume fechado, com uma forma mais delineada e mais destacada no edifício, além de resolver a questão da incidência direta indesejada nos ambientes supracitados. Esta escolhe também permitiu o aumento do pé-direito do volume que acomoda as áreas de “Copa/Mezanino”, “Sala Online”, “Arquivo” e “Terraço fundos” no pavimento superior, uma vez que a água do telhado ali, an-tes limitada à altura do ‘shed’, agora se sobrepõe a do “Corredor Central.

2

LIGAR A.P.

Figura 65 - Detalhe 4/ 213. Corte - Shed 1. (esc. 1:20)

Figura 64 - Imagem 3D interna: Corredor Central. Insolação: 22/04 às 13h.

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8.3 SHED 2 - INSOLAÇÃO INDIRETA

Em contra-partida das resoluções aplicadas às fachadas e ao “Shed 1”, os estudos apontaram insuficiência de iluminação natural no ambiente do “Suporte”, no pavimento superior. Para garantir a eficiência de iluminação ali também, insere-se na “Laje Cobertura”, logo acima deste ambiente, o “Shed 2”, que propicia ilumi-nação indireta. Voltada ao sul, muito próximo ao edifício vizinho ao sul (com 9,20m de altura) ainda se mostrava insuficiente à questão, por isso, voltado ao norte, ele princípio assumiu uma forma peculiar desenhada à partir de inclinações na laje com sua angulação de 23,5° de modo a permitir a reflexão do sol em suas superfícies, principalmente durante o inverno, trazendo uma iluminação indireta efetiva seg-undo os estudos com software enquanto impede a incidência direta solar.

No entanto, ficou comprovada a relativa dificuldade técnica para execução do concebido ‘Shed 2’: A direção das nervuras nesta laje, se dá no sentido oposto às outras: longitudinal ao edifício, paralelo aos eixos 1, 2, 3 e 4, devido a justa-mente o rasgo existente para a entrada de luz. Com a escolha das pré-lajes tre-liçadas como sistema para as lajes, é muito limitada a trabalhabilidade com uma “dobra” no plano da laje.

Por isso, uma solução construtivamente mais simples foi adotada: o rasgo se mantém na mesma posição, porém, as dobras nas lajes, que antes serviriam para a difusão da luz solar, foram substituídas por elementos mais leves (telhas-forro e placas cimentícias) e com sua inclinação determinada por leves cavaletes de ma-deira.

Figura 65 - Imagem 3D externa: telhado. Shed 1 e Shed 2. Insolação: 22/06 às 13h.

1

LIGAR A.P.

-0,5%

1

EDIFÍCIO VIZINHO

LIGAR A.P.

-0,5%

Figura 66 - Detalhe do Shed 2 - Solução abandonada devido à forma desfavorável à construção racional. (esc. 1:20)

Figura 64 - Detalhe 3/ 213 - Shed 2. (esc. 1:20)

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8.4 DESEMPENHO

As definições de Sheds. tamanho, altura e posicionamento de janelas do ed-ifício foram, ao longo do processo testados e modificados a fim de assegurar bom desempenho de iluminação, porém sem a incidência direta solar (excetuando o Shed 1, no qual a incidência direta se projeta sobre parede).

Tais análises foram feitas através do software Lighting Analysis for Revit, que na verdade é um plugin acoplado ao software de modelagem BIM utilizado. Os parâmetros dos testes solares foram ajustados de acordo com as exigências para Certificação LEED 2009 IEQc8.1 (que concerne ao âmbito da iluminação) que ex-ige limiares de conforto com o mínimo de 10 velas (ou 107 lux) e máximo de 500 velas (ou 5380 lux). A seguir apresentado resultado reportado ao fim da análise, plantas gráficas que indicam o resultado final do desempenho de iluminação, acom-panhado com o quadro de áreas que avalia o desempenho de cada ambiente, indi-cados no equinócio de primavera (22 de setembro), avaliados com 3 parâmetros:

% de área abaixo do limiar de conforto (below the threshold); às 9h e às 15h. % de área dentro do limiar de conforto (within the threshold); às 9h e às 15h.

% de acima do limiar de conforto (above the threshold); às 9h e às 15h.

Figura 65 - Reporte de desempenho da área total. Autodesk Daylight Analysis for Revit.

NN

NN

NNFiguras 66, 67 e 68 - Reporte gráfico do Estudo Solar nas Plantas dos Pavimentos

Inferior (Fig. 66), Térreo (Fig. 67) e Superior (Fig.68). (esc. 1:300)

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70 71

c) Trabalhabilidade: O próximo critério foi a trabalhabilidade manual. É preci-oso o fato de que a madeira escolhida demonstre facilidade ao corte, aplaina-mento, serra, furação, pregação, par-afusagem, torno, colagem, etc., possibil-itando a redução dos custos de mão de obra, redução de desperdícios e bom acabamento final. Neste critério, todas as madeiras anteriores se mostraram satisfatórias.

d) Custos: Analisando a publi-cação do número 20, volume 11 da Re-vista Florestal, última edição disponível no ano de 2008, podemos ter noções dos custos de cada madeira por m³. Nesta base, vinculada ao Governo Es-tadual de São Paulo, não está disponív-el todas as madeiras que selecionamos até então, o que indica uma presença menor de algumas delas no mercado. Obviamente os valores não correspon-dem à realidade atual, tomando apenas para fins comparativos:

b) Durabilidade: O próximo critério de busca foi a resistência natural contra fungos apodrecedores e cupins, que de-vem ser altas, e/ou com resistência mod-erada e boa tratabilidade (IPT, 1989). Desta forma, eliminamos boa parte das madeiras cuja utilização fora considera-da, sobrando.

Angelim-vermelho (Dinizia excelsa ); Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum); Fava-orelha-de-negro (Enterolobium schomburgkii); Garapeira (Apuleia leiocarpa); Jatobá (Hymenaea spp.); Macacaúba

(Platymiscium ulei); Maçaranduba (Manilkara spp.); Sucupira (Diplotropis spp.); Cedro (Cedrela); Faveira

(Parkia spp.).

c) Dimensões: As dimensões para este caso, foi o fator mais restritivo, devido ao arranjo estrutural de balanço em ambos as fachadas Leste e Oeste. Para o desempenho estrutural, as peças das vigas longitudinais devem ser con-tínuas no trecho em balanço, até o próximo apoio, onde seria a junta. Por isso, o comprimento necessário para as maiores peças de 10,60m. Por isso, a pesquisa se aprofundou e relação à morfologia das árvores de cada madei-ra, com diâmetro de fuste (IPEF, 2005 e ÁRVORES, [s.d]) que se adeque á altura de 40cm da viga, e altura (da própria árvore e de aparelhamentos comerciais) superior aos 10,60m. Desta forma, o rol de madeiras possíveis se reduziu:

Angelim-vermelho (Dinizia excelsa ); Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum); Fava-orelha-de-negro (Enter-olobium schomburgkii); Garapeira (Apuleia leiocarpa);

Jatobá (Hymenaea spp.); Sucupira (Diplotropis spp.); Cedro (Cedrela); Faveira (Parkia spp.);

9.2 ESCOLHA DE MADEIRAS DA ESTRUTURA

A escolha da estrutura do telha-do sendo em madeira se deu por conta da grande conveniência por parte do cliente em efetuar compras de madeiras diretamente com extratoras, ou seja, a preço de custo. Sendo assim, a pesquisa e escolha das madeiras se baseou nos seguintes critérios, citados em ordem de maior relevância: Propriedades de usos, durabilidade, dimensões, trabalhabili-dade, facilidade de acabamento, odor, aspecto (cor e textura) e custos.

a) Propriedade de usos: O primei-ro filtro para seleção das madeiras foi simplesmente se as mesmas seriam ad-equadas para o uso de vigas para tel-hado. Por isso, buscou-se os tipos de madeiras com as propriedades mecâni-cas satisfatórias para isso, com usos aplicados internamente (vigas, caibros, tesouras, etc.) e externamente (pontes, estacas, dormentes ferroviários, cruze-tas, etc.) na construção civil (IPT, 1989). Com isso chegamos, entre outras, ao rol das seguintes madeiras:

Angico-preto (Anadenanthera macrocarpa); Angelim-vermelho (Dinizia excelsa ); Angelim-pedra (Hyme-

nolobium petraeum); Angelim-amargoso (Vatairea); Cupiúba (Goupia glabra ); Eucalipto-saligna (Eu-

calyptus saligna); Fava-orelha-de-negro (Enterolo-bium schomburgkii); Garapeira (Apuleia leiocarpa);

Itaúba (Mezilaurus itauba); Jatobá (Hymenaea spp.); Macacaúba (Platymiscium ulei); Maçaranduba (Ma-

nilkara spp.); Sucupira (Diplotropis spp.); Cumaru (Dip-teryx odorata); Cedrinho (Erisma uncinatum); Cedro

(Cedrela); Faveira (Parkia spp.).

A escolha do tipo e forma do tel-hado se baseou na tentativa de ser fiel às proporções da fachada definidas na fase conceitual, condizente com os contexto histórico e de volumetria dos demais edifícios do entorno, a altura do telhado esta amarrada à altura da plati-banda da fachada frontal (Leste). Quan-to maior a inclinação das águas, maior a platibanda. Além disso, vale lembrar que se aplicam ainda os conceitos de austeridade orçamentária e agilidade construtiva. A leveza da estrutura se mostra fundamental para a economia na estrutura de sustentação, e como citado, o cliente possui facilidade à compra de madeiras a preço de custo. As opções cogitadas para os tipos de telhas foram: Cerâmica, Alumínio, Asfática, Policarbo-nato e Sanduíche, sendo a última a op-ção escolhida.

9.1 TELHA-SANDUÍCHE

As telhas-forro, além de exigirem uma inclinação de apenas 5% (SAN-DRÉ, [s.d.]) para sua instalação, o que permite a altura de uma platibanda di-minuída com menos divisões de águas no telhado. Apresenta também as car-acterísticas construtivas almejadas no projeto. A agilidade de instalação, a leveza, elimina a etapa construtiva de instalação de forro, pois a mesma já possui acabamento interno e proteção termo-acústica.

9. TELHADO

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72 73

Para critério de seleção final, volta-se ao aspecto de durabilidade: a Angelim-Pedra possui resistência média contra os agentes apodrecedores e cupins, com boa resposta à tratamentos, portanto trazendo um serviço e custo embutidos. Com isso, a madeira selecionada é a Garapeira (Apuleia leiocarpa) ou Garapa, Grápia, etc.

Figura 69 - (FUNDAÇÃO FLORESTAR, 2008, pg. 91)

Vemos que as entre as madeiras que temos em vista, as com menor custo, e com preços muito similares são:

Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum); Garapeira (Apuleia leiocarpa);

Figura 70. - Garapeira: cor bege-amarelado a castanho amarelado, superfície lustrosa e lisa ao tato, textura média, vida útil média de 9 anos (IPT, 1989)

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tas treliçadas devem ter 10cm de apoio em cada lado, deixando outros 10cm para solidarização de ambas as lajes em conjunto com a viga (Ver detalhe).

- Eixo 5 e Eixos 2 e 4 (Pavi-mento Superior): No pavimento superi-or, o trecho correspondente ao “Corre-dor Central” ocorre a descontinuidade das lajes, exceto pelo trecho de acesso da escada helicoidal (onde se aplica o mesmo encontro dos Eixos 2 e 4 do Pavimento Inferior). A situação é similar no Eixo 5, fachada do edifício. Nestes encontros das lajes com as vigas, as vigotas devem simplesmente apoiar-se com 20cm nas vigas, deixando 10cm para solidarização. Lembrando que no pavimento superior, as vigas es-tão deslocadas do Eixo 2 em 25cm.

- Eixos Transevesais: Nesta direção, as lajes se encontram com vi-gas apenas nos Eixos 7, 8 e 9, estando em balanço nos eixos 6 e 10. Não há necessidade de continuidade das vigo-tas treliçadas nestas vigas. As vigas pos-suem 30cm de largura, dispensando a colocação de vigotas treliçadas direta-mente sobre ela. Por isso, os apoios das mesmas acontem somente nas bordas, com 5cm.

As vigas de concreto armado possuem todas a largura de 30cm, fa-zendo um encaixe próprio à coluna com diâmetro também de 30cm, sendo que suas alturas variam de 30 a 60cm. As mesmas serão moldadas in-loco com formas de chapas de Tetra-Pak recicla-do, estruturadas com ripas de madeira. Após a cura, serão apoiadas as peças de vigotas treliçadas no sentido trans-versal aos eixos 1, 2, 3 e 4, trazendo as principais cargas para os mesmos. Este apoio não deve ser menor do que 5cm (NBR 14860-1) em nenhum caso, porém temos diferentes situações em cada um dos encontros nos citados eixos longitu-dinais do edifício.

- Eixo 1: Tanto no pavimento térreo, quanto no pavimento superior e na laje da cobertura, os pés-direitos dos pavimentos foram adequados à alturas múltiplas das unidades de blocos de con-creto para evitar cortes e improvisações no canteiro e promovendo o encaixe próprio da laje em Blocos Canaleta “J”. Nestes encontros, as vigotas treliçadas devem se apoiar o indicado de 5cm e serem solidarizadas com graute, tendo armações adicionais longitudinais às tre-liças que se amarram com as armações verticais da alvenaria estrutural. Ver de-talhe 2/213 (Fig. 71)

- Eixos 2 e 4 (Pav. Inferior): No pavimento térreo, a laje segue ho-mogênea por toda a área, portanto possuindo juntas nos eixos 2 e 3. Por isso, nestas juntas, as peças de vigo-

10. ENCONTROS DAS LAJES 1

Impermeabilização -Membrana líquida de

argamassaimpermeável

(Sika-Top, Viaplus,Bautech Sec, etc.)

Bloco Estrutural deConcreto; Família

39cm (14x19x34cm)

Bloco Estrutural deConcreto - Canaleta

"J" (14x(19x29)xcomprimento de

acordo com fiada)

47

319

29

Argamassa Polimérica(aplicação com

bisnaga) (e=5mm)

P.01

19Viga Concretopré-moldado(30x30cm)

EDIFÍCIO VIZINHO

Laje nervurada compré-laje treliçada PT-N14 (3+7+4) e elementode enchimento (EPS) ;Acabamento 'cimento

queimado'

2

Laje nervurada compré-laje treliçada PT-N14 (3+7+4) e elementode enchimento (EPS) ;Acabamento 'cimento

queimado'

Viga Concreto armadomoldado in-loco

(30x60cm)

Vigota Treliçada

101010

47

3

25

2

30 25

Vigota Treliçada

Laje nervurada compré-laje treliçada PT-N14 (3+7+4) e elementode enchimento (EPS) ;Acabamento 'cimento

queimado'

Viga Concreto armadomoldado in-loco

(30x60cm)

Blocos Cerâmicos(baianos)

(11x14x29cm);Assentar com

argamasa polimérica(juntas secas)

1020

Figura 71 - Detalhe 2/ 213 - Encontro de laje nervurada com pré-lajes treliçadas com blocos

canaleta tipo “J” (14x19x(19x29)cm) de alvenaria estrutural

(esc. 1:20)

Figura 72. - Detalhe 2/ 213 - Encontro de laje nervurada com pré-lajes treliçadas com blocos canaleta tipo “J” (14x19x(19x29)cm)

de alvenaria estrutural (esc. 1:20)

8

15 15

4

7

360

Viga Concreto armadomoldado in-loco

(30x60cm)

Pré-Laje nervuradacom vigotas treliçadas

PT-N 14 (3+7+4) eelemento de

enchimento (EPS) ;Acabamento 'cimento

queimado'

Vigota Treliçada(l=10cm)

10 10 5 5 20 5 5 10 10

Elemento deEnchimento (EPS)

Figura 73 - Detalhe 2/ 213 - Encontro de laje nervurada com pré-lajes treliçadas com blocos

canaleta tipo “J” (14x19x(19x29)cm) de alvenaria estrutural

Figura 74. - Detalhe 2/ 213 - Encontro de laje nervurada com pré-lajes treliçadas com blocos canaleta tipo “J” (14x19x(19x29)cm) de alve-

naria estrutural

Page 39: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

76 77

Pranchas executivas disponíveis nos anexos: 101 PLANTA DE ARQUITETURA - PAV. INFERIOR e PAV. TÉRREO (ESC. 1:50)102 PLANTA DE ARQUITETURA- PAV. SUPERIOR e COBERTURA (ESC. 1:50)

201 ELEVAÇÃO LESTE (ESC. 1:50)202 ELEVAÇÃO LESTE (ESC. 1:50)203 ELEVAÇÃO LESTE (ESC. 1:50)

205 CORTE 1 (ESC. 1:50)206 CORTE 2 (ESC. 1:50)207 CORTE 3 (ESC. 1:50)208 CORTE 4 (ESC. 1:50)209 CORTE 5 (ESC. 1:50)210 CORTE 6 (ESC. 1:50)211 CORTE 7 (ESC. 1:50) 212 DETALHAMENTOS - CORTES 1, 2, 3 e 4 (ESC. 1:10)213 DETALHAMENTOS - CORTES 5, 6 e 7 (ESC. 1:10)

801 PLANTA DE ESTRUTURA - PAV. INFERIOR e PAV. TÉRREO (ESC. 1:50)802 PLANTA DE ESTRUTURA - PAV. SUPERIOR e COBERTURA (ESC. 1:50)

11. DESENHOS:

EXECUTIVO

Page 40: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

78 79

Page 41: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

2021

201

1

1

210

1

206

1

207

1

205

5

209

7

211

4

208203

1

-3.03

-3.05

-3.04

N

PLANTA

ESC. 1:150Pavimento Inferior

2021

201

1

1

210

1

206

1

207

1

205

5

209

0.00

7

211

4

208203

1

NN

PLANTA

ESC. 1:150Pavimento Térreo

Page 42: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

2021

201

1

1

210

1

206

1

207

1

205

5

209

7

211

4

208203

1

4.00

4.00

3.70

4.00

3.99

3.99

N

PLANTA

ESC. 1:150Pavimento Superior

2021

201

1

1

210

1

206

1

207

1

205

5

209

7

211

4

208203

1

7.257.23

7.19

6,8%

6,8%

7,8%

8,0%

N

PLANTA

ESC. 1:150Cobertura

Page 43: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

CORTE 1ESC. 1:200

CORTE 2ESC. 1:200

CORTE 3ESC. 1:200

CORTE 4ESC. 1:200

Page 44: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

7213

6213

-3.05

0.00

4.003.80

3213

4213

8213

9213

10213

3213

4213

5213

8213

9213

10213

4.00

0.00

-3.09

1213

2213

CORTE 5ESC. 1:200

CORTE 6ESC. 1:200

ELEVAÇÃO 1 LESTEESC. 1:200

3213

4213

9213

10213

6213

CORTE 7ESC. 1:200

ELEVAÇÃO NORTEESC. 1:200

ELEVAÇÃO OESTEESC. 1:200

Page 45: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

89

CONCLUSÃO

O projeto executivo, estetica-mente comparado ao projeto conceit-ual, mostra-se de qualidade inferior. O segundo, não atrelado às variáveis reais, possui uma enorme liberdade de forma e de materiais, sem limites para a imaginação. Evidentemente que o projeto executivo é limitado, amarrado, refém da realidade. Injusto seria ignorar também que, ao reduzir-se à realidade, ele assume o maior valor que um proje-to pode adquirir: a possibilidade de sua construção. O valor da arquitetura está exatamente nesta transição: o rabisco de uma idéia que se torna o objeto con-cretizado.

Observando as razões para que o projeto tenha perdido parte do seu valor estético, encontra-se a razão no próprio processo de projeto: uma fase conceitual separada de uma fase execu-tiva. Encontra-se o valor de que as duas estejam atadas desde o início, comple-mentando-se. Com suposto amadure-cimento no saber técnico, este pode ser usado em favor da concepção inicial, oposto à apresentada prática de testes e comprovação. O processo criativo que, desde seu início leva com propriedade o saber construtivo abre as portas para a realidade, fundamenta a sua poética ao invés de confrontá-la.

O ciclo parece não fechar quan-do submetido ao ponto de vista de que o arquiteto projeta melhor ao saber construir, porém não constrói sem an-tes projetar. Exemplifica-se então esta experiência que, que, além de trazer uma familiaridade antes inexistente com a prática da construção associada ao exercício de projeto, consolida-se como um exemplo da importância do mesmo no desenho e o processo de projeto.

O processo do projeto representa o modo em que o aprofundamento em todos os assuntos abordados, na fase executiva, constantemente confronta com as intenções iniciais do projeto, ca-bendo ao arquiteto aderir a novas escol-has, ou encontrar soluções que acomo-dem o intuito inicial. Uma vez que o bom desempenho construtivo é tomado como um dos partidos prioritários, cada detal-he deve ser visto e revisto com cuidado, alterando o projeto completamente.

No entanto, as principais diretriz-es que descrevem o projeto conceitual, aqueles que o arquiteto julga serem as mais importantes, permanecem intac-tos ao fim do processo, observando-se alguns momentos em que demasiado empenho na procura de soluções é necessário. Muitas vezes as questões chegam em momentos de conflito direto entre as possibilidades, as prioridades devem ser bem definidas.

Por isso, associa-se a este proces-so o questionamento inicial: o raciocínio de projeto considerando as variáveis reais. Após encontro com uma enorme quantidade de conflitos, observa-se que muitas delas já poderiam ser resolvi-das em momentos muito anteriores.O raciocínio de projeto se torna muito mais eficazo arquiteto tenha a familiari-dade com as questões que se apresen-tariam muito posteriores às primeiras definições, quando caso o arquiteto tenha a familiaridade com as questões que se apresentariam muito posteri-ores às primeiras definições, quando visto um processo de projetar linear, como o aqui apresentado. Poupa-se muito dos conflitos, muito do retrabal-ho e diminui as revogações de projeto.

Page 46: O desenho e o processo de projeto: do croqui ao executivo

90 91

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