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O Encontro Novembro - Dezembro de 2011 A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Bhagavan Sri Ramana Maharshi Nasceu Ele sob favorável auspí- cio: à 1h da manhã do dia 30 de dezembro de 1879, ou seja, no dia de Arudra Darshan (em que Shiva concedeu a bênção de Seu olhar a Seus devotos). Exatamente na hora em que a procissão do Deus Shiva tinha terminado e entrava no templo, essa criança veio ao mundo e emitia seu primeiro vagido. Esse dia é con- siderado pelos adoradores de Shiva como um dia sagrado. Desde as pri- meiras horas do dia, os fiéis se di- rigem aos tanques sagrados, tomam seus banhos, visitam os templos para a prática do darshan; cantam hinos de louvor durante horas, acompa- nham as procissões diurna e noturna pelas ruas da cidade e voltam ao templo. Mas, se algum augúrio havia no acaso desse nascimento, os primei- ros anos de Venkataraman pareciam desmentir. Ele não era melhor nem pior que qualquer rapaz, praticando as mesmas traves- suras. Mas, quem sabe Ele viria a ser “aquele” que realizaria uma an- tiga “maldição” que pairava sobre sua família? Con- tava-se que, cer- ta vez, um asceta havia se dirigido à família e não fora recebido com o devido respeito e nem sequer re- cebera uma refei- ção. Este asceta, então, lançou sobre a família a maldição de que um dos seus membros haveria de tornar-se asceta. Terá sido isso maldição ou bênção? A verdade é que, a cada geração, um dos membros da família acabava se tornando um asceta. Entretanto, nem Venkataraman, nem seus irmãos pareciam propen- sos a uma vida de renúncias. Po- rém, já dizem os Upanishads que “é preciso nascer de novo”. E esse re- nascimento ocorreu a Venkataraman quando tinha apenas 17 anos, na casa de seu tio, quando passou pela experiência de morte. E assim como Ele realizou o Ser puro sem nenhum esforço aparente, também encontrou em Si mesmo a perfeição, que pas- sou a ensinar, como um legado de força e amor, a quantos tiveram a ventura de dele se aproximar. Do livro “Vida e ensinamentos de Bhagavan Sri Ramana Maharshi”, de Narasimha Swami. Conhecendo o amado Mestre Por Marcos Garcia Daqui a seis meses A Luz no Caminho fará 40 anos. Ca- minhamos em direção ao dia 3 de maio de 2012. Quem chega a Casa já vê um primeiro si- nal nesta direção: O maravilhoso olhar do nosso Mestre Bhagavan Sri Ramana Maharshi estampado na entrada da Casa e, acima, o monte sagrado Arunachala. Quem passa na rua desperta para a imagem, que chama a atenção e traz a pergunta: quem é aque- le velhinho? À noite a imagem fica iluminada e o convite para conhecer a Casa é ainda mais forte. Sinto que começamos a abrir uma ostra, que tem uma “Peróla”, que guardávamos para nós, mas que agora nos cabe revelar. Para quantas pessoas já revelamos quem é o Mestre? Fa- çamos um convite para que mais pessoas venham a Casa. Quarenta anos nos lembra es- tabilidade. E é isso que a Casa precisa no âmbito financeiro. Manter o templo na Rua Ma- xwell é fácil, mas a manutenção da Casa de Ramana é onero- sa. É por ela que tanto pedi- mos. Precisamos de recursos e de pessoas que possam trazer sua energia e vitalidade. Desde já juntem fé e coragem e pe- çam. Falem com conhecidos em empresas, com vizinhos, com co- merciantes. Como dizia a Madre Thereza de Calcutá: “O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oce- ano será menor.” Daqui a seis meses Editorial Agenda Foto: theholyarunachala.files.wordpress.com

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O EncontroNovembro - Dezembro de 2011A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita

Bhagavan Sri Ramana Maharshi

Nasceu Ele sob favorável auspí-cio: à 1h da manhã do dia 30 de dezembro de 1879, ou seja, no dia de Arudra Darshan (em que Shiva concedeu a bênção de Seu olhar a Seus devotos). Exatamente na hora em que a procissão do Deus Shiva tinha terminado e entrava no templo, essa criança veio ao mundo e emitia seu primeiro vagido. Esse dia é con-siderado pelos adoradores de Shiva como um dia sagrado. Desde as pri-meiras horas do dia, os fiéis se di-rigem aos tanques sagrados, tomam seus banhos, visitam os templos para a prática do darshan; cantam hinos de louvor durante horas, acompa-nham as procissões diurna e noturna pelas ruas da cidade e voltam ao templo.

Mas, se algum augúrio havia no acaso desse nascimento, os primei-ros anos de Venkataraman pareciam desmentir. Ele não era melhor nem pior que qualquer rapaz, praticando as mesmas traves-suras. Mas, quem sabe Ele viria a ser “aquele” que realizaria uma an-tiga “maldição” que pairava sobre sua família? Con-tava-se que, cer-ta vez, um asceta havia se dirigido à família e não fora recebido com o devido respeito e nem sequer re-cebera uma refei-

ção. Este asceta, então, lançou sobre a família a maldição de que um dos seus membros haveria de tornar-se asceta. Terá sido isso maldição ou bênção? A verdade é que, a cada geração, um dos membros da família acabava se tornando um asceta.

Entretanto, nem Venkataraman, nem seus irmãos pareciam propen-sos a uma vida de renúncias. Po-rém, já dizem os Upanishads que “é preciso nascer de novo”. E esse re-nascimento ocorreu a Venkataraman quando tinha apenas 17 anos, na casa de seu tio, quando passou pela experiência de morte. E assim como Ele realizou o Ser puro sem nenhum esforço aparente, também encontrou em Si mesmo a perfeição, que pas-sou a ensinar, como um legado de força e amor, a quantos tiveram a ventura de dele se aproximar.

Do livro “Vida e ensinamentos de Bhagavan Sri Ramana Maharshi”, de Narasimha Swami.

Conhecendo o amado MestrePor Marcos Garcia

Daqui a seis meses A Luz no Caminho fará 40 anos. Ca-minhamos em direção ao dia 3 de maio de 2012. Quem chega a Casa já vê um primeiro si-nal nesta direção: O maravilhoso olhar do nosso Mestre Bhagavan Sri Ramana Maharshi estampado na entrada da Casa e, acima, o monte sagrado Arunachala. Quem passa na rua desperta para a imagem, que chama a atenção e traz a pergunta: quem é aque-le velhinho? À noite a imagem fica iluminada e o convite para conhecer a Casa é ainda mais forte. Sinto que começamos a abrir uma ostra, que tem uma “Peróla”, que guardávamos para nós, mas que agora nos cabe revelar. Para quantas pessoas já revelamos quem é o Mestre? Fa-çamos um convite para que mais pessoas venham a Casa.

Quarenta anos nos lembra es-tabilidade. E é isso que a Casa precisa no âmbito financeiro. Manter o templo na Rua Ma-xwell é fácil, mas a manutenção da Casa de Ramana é onero-sa. É por ela que tanto pedi-mos. Precisamos de recursos e de pessoas que possam trazer sua energia e vitalidade. Desde já juntem fé e coragem e pe-çam. Falem com conhecidos em empresas, com vizinhos, com co-merciantes. Como dizia a Madre Thereza de Calcutá: “O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oce-ano será menor.”

Daqui a seis meses

EditorialAgenda

• Foto: theholyarunachala.files.wordpress.com

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O Encontro novembro-dezembro, 2011

Filosofia

“Primeiro averiguem donde vocês nasceram”Vinte e quatro de fevereiro de

1947. Ontem, uma senhora devota mostrou a Bhagavan seu caderno de anotações onde havia copiado os cinco versos do “Ekatma Pan-chakam”. Bhagavan viu nesse ca-derno dois versos compostos por Ele para seus devotos quando pela primeira vez começaram a festejar seu aniversário de nascimento, e nos contou o seguinte incidente:

“Num dos meus aniversários, quando estava na caverna Virupaksha, provavelmente em 1912, aqueles que me rodeavam insistiram em cozinhar e comer lá em comemoração da ocasião. Eu tentei dissuadi-los, mas não tomaram conhecimento. Eles se rebelaram, dizendo: “Que mal pode fazer Swamiji, se cozinharmos nossa comida e a comermos aqui?”. Por-tanto, deixei para lá. Logo depois disso, eles compraram algumas vasi-lhas. Essas vasilhas ainda estão aqui. O que começara como uma peque-na festa resultou em toda esta para-fernália e pompa. Tudo deve tomar seu próprio rumo e não deve parar a nosso pedido. Eu lhes disse com bastante insistência, mas eles não me escutaram. Quando acabaram de cozinhar e comer, Iswaraswamy, que costumava ficar comigo naquele tempo, disse: “Swamiji! É seu ani-versário. Por favor, componha dois versos e eu também comporei dois”. Foi então que eu compus esses dois

versos que encontrei neste caderno. São assim:

1) Vocês que pretendem feste-jar o aniversário, primeiro averiguem donde vocês nasceram. O dia em que conseguimos um lugar nesta eterna vida que existe além do al-cance de nascimentos e mortes é nosso verdadeiro dia de nascimen-to;

2) Mesmo nesses dias de ani-versário, que ocorrem uma vez por ano, deveríamos lamentar termos arranjado este corpo e termos ca-ído neste mundo. Em lugar disso, nós comemoramos o acontecimento com uma festa. Regozijar-se disso é como adornar um cadáver. A sabe-doria consiste em realizar o Ser e permanecer absorvido nele.

Essa é a essência desses dois versos. Parece que é costume entre

certo setor da população de Ma-labar, chorar quando uma criança nasce na casa e comemorar um fa-lecimento com tambores, flautas etc. Realmente, deveríamos lamentar ter deixado nosso estado real e ter nas-cido de novo neste mundo, e não comemorar o fato como uma oca-sião festiva.” Eu perguntei: “Mas o que foi que Iswaraswamy escreveu?”

“Oh! Ele! Ele escreveu, louvando-me como um avatar (encarnação de Deus) e tudo isto. Isto era um pas-satempo para ele naquele tempo. Ele costumava compor um verso e em retribuição eu compunha outro e assim por diante; nós escrevemos muitos versos, mas ninguém se deu ao trabalho de preservá-los. A maior parte do tempo nós dois estávamos sozinhos naqueles dias; não havia facilidades de alimentos, etc. Quem ficaria? Atualmente, todas as faci-lidades são providas; assim, muita gente se reúne ao meu redor e fica aqui. Mas o que havia naquele tempo? Se vinham alguns visitantes, costumavam ficar um pouquinho e então iam embora. Isso era tudo.”

A meu pedido de que me desse uma tradução em télugo desses ver-sos de aniversário, ele escreveu um e me deu.

Cartas do Sri Ramanasraman, Suri Nagama, Volume 1, página 94. Traduzi-do por José Estefanino Vega.• Foto: old.ramana.ru

• Foto: arunachalakiwi.blogspot.com

• Foto: www.messagefrommasters.com

• Foto: old.ramana.ru

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O Encontronovembro-dezembro, 2011

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Por Daniel Soares

jeto foi posto em andamento em 2010. Marília Barreto e Lêda Fraga fizeram o roteiro a partir da tradu-ção do áudio e a posterior transcri-ção para a língua portuguesa. Com o texto nas mãos, era a hora de fazer a dublagem. Na voz de Daniel Soares, sob a direção de Mercedes Fraga e apoio técnico de José Mar-tins, vimos surgir a versão brasileira das emocionantes cenas onde os passos firmes e o rosto luminoso de Maharshi nos elevam a alma.

Ramana na InternetInternet

Não deixe de ver o filme. Para tanto, acesse o canal de A Luz no Caminho - Associação Espiritualista no YouTube: Título: Vida de Bhagavan Sri Ramana Maharshi Link: www.youtube.com/user/devotosdeBhagavan

Por Daniel Soares

Inclino-me diante de Ti, ó GuruHá algo de mágico na relação

que se estabelece entre Ramana e os seus devotos. Desde a fundação de A Luz no Caminho vimos be-las histórias se sustentarem na fé e no amor ao Mestre. E não foge à regra o tempo em que Arlette Zaroni Wenning conviveu conosco aqui na Terra. Sua forma firme de agir era um exemplo para todos os seus irmãos do caminho. Das senhoras que fazem parte do início da Associação, Lelette, como cari-nhosamente era chamada, foi uma peça importante. Fez parte da di-retoria, foi tesoureira e coroou sua contribuição na parte administrativa como presidente da instituição. Sem deixarmos de reconhecer os relatos ligados à sua ajuda e empenho na manutenção da casa, o traço mais marcante de Arlette foi, sem dúvida,

a sua devoção. As caracterísitcas de seu modo de atuação, sempre fiel às orientações e com base no seu sentido de justiça, culminaram em um bonito “presente” do plano es-piritual. Lelette recebeu o nome de Viveka (discernimento).

Aqueles que conheceram Viveka lembram-se sempre, com muito ca-rinho, quando ela era convidada nas reuniões doutrinárias para fazer a “Invocação”. Nesses momentos, fica-va claro para todos os que a ou-viam a profunda submissão que Ar-lette tinha por Bhagavan. A doçura da sua voz e o tom embargado das palavras ao proferir cada ver-so da oração eram de uma beleza emocionante. Certamente, como uma devota sincera do Mestre, nossa irmã hoje faz parte do jardim espiritu-

al que circunda o sopé do Monte Arunachala e de lá, onde repousam as almas sinceras, Lelette vibra por todos os que aqui continuamos a trabalhar por esta casa de amor e ajuda ao próximo.

Nossa História

Você sabia que já é possível assistir vídeos de Bhagavan, atra-vés da rede mundial de compu-tadores, narrado em português? Estamos falando de “O Sábio de Arunhachala”, um filme original-mente em inglês, e que agora já está no YouTube, dividido em sete capítulos. Esse foi o resultado de um trabalho in-tegrado de alguns devotos do Mestre, frequentadores de A Luz no Caminho. O pro-

• Arlette Zaroni à esquerda.

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O Encontro novembro-dezembro, 2011

Já começou a Campanha do Ma-terial Escolar 2012, promovida pela Casa de Ramana para angariar do-ações para as 91 crianças entre 4 e 13 anos, netos e bisnetos das se-nhoras assistidas pela instituição.

Dos produtos necessitados, ainda faltam borrachas (117), caixas de lá-pis de cera grandes com 12 cores (71), caixas de lápis de cor grandes com 12 cores (80), caixas de hidrocor grandes com 12 cores (46), canetas do tipo Bic vermelhas (155) e azuis (364), colas escolares pequenas (182), colas coloridas (28), blocos grandes pautados (65) e cadernos de espiral vertical de 96 folhas (364).

A lista completa pode ser con-sultada na secretaria da associação, na Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel. Mais informações podem ser obti-das pelo telefone (21) 2208-5196, a partir das 14h30, ou no blog www.casaderamana.blogspot.com.

A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 14h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com

A alegria continua entre nósNo dia 29 de outubro, faleceu

Léa Prata Macedo, uma das vovós assistidas pela Casa de Ramana. Em homenagem a essa pessoa tão que-rida, Marly Rattes, administradora voluntária da instituição, com quem Léa muito conviveu nos últimos anos, escreveu as linhas abaixo:

“A alegria não passou; continua entre nós! Uma andorinha lança seu voo e segue seu novo rumo...

Exemplo de amor a si, distribuin-do este amor, igualmente, ao seu próximo. Gentil, alegre, amando a vida intensamente, valorizando tudo ao seu redor e agradecendo todas as noites em suas orações a opor-tunidade de ter sido escolhida para viver na Casa de Ramana.

Hoje, saiu da Casa de Ramana para viver com Ramana. Deixa um agradecimento a todos que convive-ram com ela e, principalmente, aos funcionários da Casa de Ramana.”

Campanha escolar ainda recebe doações

Casa de Ramana