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O EncontroMarço de 2012A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita
Bhagavan Sri Ramana Maharshi
Orientação
Devoção Por Lêda Fraga
E o Senhor da Compaixão revelou todo o Seu poder no coração impuro do devoto. Eis o milagre! O amor que sente pelo seu Mestre é, sim, um mila-gre! O Mestre planta esse amor no coração humano do devoto como uma isca, uma pista em direção ao verdadeiro amor. De início, o homem não sabe como e porquê, mas, aos poucos, se rende ao fogo do amor que arde em seu Ser pelo Mestre. Este amor o aproxima do Senhor pelas suas características ditas “humanas”, afinal, quem não busca a proximidade com o ser amado? E é a proximidade com o Mestre que irá salvar o devoto.
A devoção é, assim, o elo, a ponte segura e firme, entre o devoto e o seu Senhor. Ponte que deve ser percorrida com coragem e determinação. Aproxime-se do Senhor através da benção da devoção.
Hare Ramana Hare bhagavan-ramana.org
02
O Encontro março, 2012
RamayanaCírculo de Estudos
Uma das mais importantes obras literárias da Índia antiga, o Ramaya-na é um épico composto de 24 mil slokas (versos), distribuídos em sete skandas (livros): Bala Kanda, Ayo-dhya Kanda, Aranya Kanda, Kishkin-dya Kanda, Sundara Kanda, Yuddha Kanda e Uttara Kanda.
O nome Ramayana é um com-posto tatpurusa de “Rama” e “aya-na” (indo, avançando), cuja tradução é “A viagem de Rama”.
A obra contém os ensinamen-tos dos antigos sábios hindus e os
apresenta através de alegorias na narrativa e a intercalação do filosó-fico e do devocional.
O Ramayana é atribuido ao po-eta Valmiki, um lendário sábio hin-du, que narra a gloriosa e divina presença do Senhor Ramachandra, descrito como a própria encarnação de Sri Vishnu.
Escrito em sânscrito e utilizando uma linguagem refinada, é de um lirismo dos mais sublimes. Os per-sonagens de Rama, Sita, Lakshmana, Bharata, Hanuman e Rávana (o vilão
Próxima palestra
Tema: Puja para Ganesha e Reci-tação dos 108 Nomes de Ramana
Palestrante: Malini Kumar
Data: 24 de março, às 19h
Por Cristina Meireles
Daqui a menos de dois meses A Luz no Caminho fará 40 anos. Estamos cada dia mais perto do dia 3 de maio de 2012. Esta “idade” é o resultado de muitos esforços dos devotos, de superação de dificulda-des financeiras e de acreditar.
E como serão os próximos 40 anos? Hoje, somos ainda tímidos na divulgação da filosofia do Mestre Bhagavan Sri Ramana Maharshi e no trabalho assistencial que prestamos na Casa de Ramana.
Se para chegarmos aos 40 anos foram necessários tantos braços, tanta união, para continuarmos por mais 40 anos temos que crescer, abrir a Casa para mais devotos, mais voluntários. Assim, a divulgação será
Daqui a menos de dois mesesPor Marcos Garcia
Editorial
feita por mais pessoas, mais devo-tos surgirão, mais voluntários para a Casa de Ramana levantarão a mão e dirão: “estou disposto a servir.”
Como aconteceu no final do mês de fevereiro, quando cerca de dez pessoas se colocaram à disposição para ajudar na Casa de Ramana. A administradora da Casa de Ramana, nossa incansável e doce Marly, já me disse do que precisa e, neste mês, vamos convidar oficialmente essas pessoas.
Não há limite de vagas. A Casa de Ramana não tem tamanho. E esta “onda” é para atingir todas as “ilhas”, todos os corações que se sentem sós ou querem mais com-panhia. Que tal a companhia, a pre-
sença do Mestre? Que tal divulgar a filosofia do “quem sou eu”? Dar uma guinada na vida para frente e para o alto? Que tal a entrega ao Mestre?
Imaginem o quanto podemos fa-zer para que mais vovós possam ter um lar limpo e decente e serem tratadas com carinho e amor? Como nós queremos ser tratados.
Convido vocês a “arregaçarem as mangas” e plantarem para que, a cada ano, haja tanta semente, que Deus, comovido, pedirá para o sol e a lua fazerem um acordo e despe-jarem sua luz em todos os quintais, na dose certa.
da peça) são todos fundamentais à consciência cultural da Índia.
O Encontromarço, 2012
03Filosofia
A doutrina da não-dualidade, junto com caminho da autoinquiri-ção (através da pergunta “quem sou eu?”), era tradicionalmente reconhe-cida como adequada apenas àqueles que renunciavam à vida no mundo. Então, é natural que os seguido-res de Bhagavan lhe perguntassem se eles deviam renunciar à vida no mundo. Mas o Maharshi sempre ne-gava permissão. O trabalho era in-terno e deveria ser feito na mente, independentemente das condições exteriores da vida.
Bhagavan: Por que você se con-sidera uma pessoa do mundo? Se você se tornar um sannyasin (renun-ciante) você será perseguido pelo pensamento de que é um sannyasin. Sua mente irá persegui-lo, quer você viva em casa, quer você renuncie ao mundo para viver numa floresta. O ego é a fonte do pensamento; ele cria o corpo e o mundo, e faz você acreditar que é uma pessoa do mundo. Se você renunciar, o ego simplesmente substitui a ideia “sou uma pessoa mundana” pela ideia “sou um renunciante”, e o ambiente da casa pelo da floresta. Mas os obstáculos mentais estarão lá, à sua espera. Eles até aumentam bastante em novos ambientes. Mudar de am-biente não ajuda. O único obstáculo é a mente, e essa precisa ser su-perada, em casa ou na floresta. Se você pode vencê-la na floresta, por que não em casa? Então, para que mudar de ambiente? Os seus esfor-ços podem ser feitos agora mesmo, qualquer que seja o ambiente.
Devoto: Pode um homem casado alcançar a compreensão do Eu Real?
B.: Com certeza. É uma questão de aptidão mental. Casado ou não, o homem pode realizar o Eu Real,
pois este está aqui e agora. Se não estivesse, mas fosse apenas atingível em um tempo futuro por meio de um esforço especial, se fosse algo novo a ser ganho, então, não vale-ria a pena buscá-lo, porque aquilo que não é natural não pode ser permanente. O que estou dizendo é que o Eu está aqui e agora e que apenas Ele é.
D.: Então eu devo continuar em casa?
B.: Você deve continuar no seu verdadeiro estado.
D.: Então, por que você deixou sua casa quando era tão jovem?
B.: Esse era meu prarabdha–kar-ma (destino nesta vida). A trajetória
de vida de cada pessoa é determi-nada por seu prarabdha. Meu prara-bdha é desta maneira; o seu desta.
D.: O Bhagavan faria a gentileza de dar a sua opinião a respeito do futuro do mundo, já que estamos vivendo em tempos de crise?
B.: Por que se preocupar com o futuro? Você nem conhece o pre-sente direito. Cuide do presente e o futuro cuidará de si próprio.
D.: Eu deveria tentar ajudar esse mundo miserável?
B.: O Poder que criou você tam-bém criou o mundo. Se Deus criou o mundo, é tarefa Dele cuidar do mundo e não sua.
D.: Então nós não deveríamos trabalhar pelo bem social?
B.: Primeiro cuide de si mesmo. Depois o resto surge naturalmente.
Isso não significava que o ensi-namento de Ramana incentivava a frieza ou indiferença ao sofrimento humano. Aqueles que sofriam de-veriam ser ajudados, mas ajudados num espírito de humildade. O que era desaconselhado era o sentimen-to de autoimportância inerente ao esforço de tentar fazer o papel da Providência.
B.: O seu dever é Ser, e não ser isso ou aquilo. “Eu sou o que sou” resume toda a verdade. E o método é a quietude.
Os Ensinamentos de Ramana Maharshi em suas Próprias Palavras, Artur Os-borne, páginas 99 a 110. Tradução de Niraj.
O único obstáculo é a mente
www.desicolours.com
04
O Encontro março, 2012
A sagrada missão de servirEm comemoração pelos 40 anos
de A Luz no Caminho, O Encontro vem relatando, desde a edição de maio de 2011, a transformação que o contato com o Maharshi promo-veu na vida de alguns devotos.
Com exceção da edição de ja-neiro deste ano, com a Irmã Flor, foram apresentadas as experiências daqueles que assumiram a missão de presidir a instituição. Este mês, apresentamos o depoimento de João Marcus Mirilli, o Irmão Joaquim, quando estava prestes a assumir a presidência da associação (relato re-sumido do livro Nossa História).
“Em agosto de 1975, fui trazido, pela Graça do Guru e por intermé-dio da Verinha, à associação A Luz no Caminho. Adentrando o salão da associação espírita Francisco de Pau-la, onde, à época, nos reuníamos, tive a graça de ser reconhecido, através dos olhos da amada Dona Daura, como devoto do Mestre, dela
recebendo o retrato que, até hoje, guardo junto ao coração.
De Bhagavan já havia ouvido fa-lar, pois meu pai, Rubem (in me-moriam), frequentava, desde 1961, o Grupo Arunachala e eu havia lido alguns livros, em especial “A Índia Secreta”. Desde que comecei a fre-quentar a associação, aprendi que Bhagavan é a Força viva, atuante, que, como o buril do ourives, vai lapidando com infinita ternura e pa-ciência cada um de nós, anterior-mente pedras soltas, desgarradas, a rolar no rio das ilusões que é o mundo de Maya.
Todo longo aprendizado foi mi-nistrado a mim e a muitos irmãos pelos amados instrutores, tendo como instrumentos a Favorita (Dona Daura), Verinha (Senhora Dona da Casa) e outros irmãos. Eu bendigo esse aprendizado, esta preparação!
Mas, agora, é chegada a hora
Nossa História
A Luz no Caminho - Associação Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 14h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com
Casa de amigos
Em 1991, houve uma proposta para que A Luz no Caminho assu-misse o abrigo de anciãs Casa de Amigos. Não houve consenso quan-
Casa de Ramana
to a essa assunção e o assunto seguiu pendente. Nova oferta nos foi feita após três anos, em razão das dificuldades enfrentadas por seu fundador, Sylvio Pasqualette, já ido-so e com saúde debilitada. O abrigo foi, então, assumido por um grupo de jovens da associação. Em 1994, a vice-presidente da Casa de Ami-gos, Andrea de Deus, convidada a participar de reunião de Diretoria de A Luz no Caminho, exortou todos para conhecerem a obra assistencial. Entre 1994 e 1995, conseguimos
vender os imóveis da Rua Conde de Bonfim e da Rua Maxwell. Com isso, pudemos adquirir, em 1995, um imóvel na Rua Juiz de Fora, 55, onde vimos instalada a Casa de Ra-mana. Em setembro, foram firmados, entre as Diretorias da associação, da Casa de Ramana e da Casa de Ami-gos um Protocolo de Colaboração Mútua e Integração Administrativa, além de um Convênio de Interna-ção, que possibilitaram a internação de uma vovó atendida pela associa-ção na Casa de Amigos.
de assumir com maior entusiasmo e disciplina a função de fiéis ins-trumentos, abrindo-nos a esta Luz Bendita para que, atravessados por raios luminosos de pura energia, possamos aclarar nossos caminhos e os dos irmãos de jornada. As-sumirei em 3 de maio (de 2004), com destemor, amparado na fé que nos impulsiona e sob a proteção de nossos instrutores, a sagrada missão de servir - sempre!”