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O Ensino de Filosofia na Educação de nível médio em Teresina – PI: relação entre formação inicial e prática pedagógica do(a) professor(a) de filosofia. Edna Maria Magalhães do Nascimento O objeto de estudo dessa pesquisa foi o Ensino de Filosofia na educação de nível médio, com vista à análise da relação entre a formação inicial e a prática pedagógica do docente de filosofia em Teresina (PI). No desenvolvimento do trabalho, constatou-se que a realidade da formação inicial em Filosofia e a prática docente exigem um diálogo permanente desses dois momentos, uma vez que, uma dimensão tem implicação direta na outra. Reafirmou-se, nessa investigação, a necessidade de uma política acadêmica de estudos e pesquisas, fortalecendo a iniciativa do NEFI – Núcleo de Estudos sobre Ensino de Filosofia, para acompanhar a experiência do ensino de Filosofia tanto na formação inicial, adquirida em curso superior de Licenciatura quanto no âmbito das escolas, na prática docente, com possibilidades de construção de uma base de conhecimentos sobre essa realidade. O estudo bibliográfico procedeu a uma análise sobre a Filosofia, optando, em priorizar muito mais as tarefas e finalidades desse saber e elencar suas principais características, que se mantêm vivas desde o seu surgimento na Grécia clássica, do que promover uma discussão formalista do seu conceito. Não que esta opção fosse dispensável. Não se quis fugir do conceito, tentou-se fazê-lo a partir da atividade filosófica ou da temporalidade histórica, uma vez que é preciso “trazer o conceito para o tempo”, sem, necessariamente, impor um determinismo histórico na produção filosófica. Ao discutir suas tarefas enquanto saber intelectual que interroga e investiga a si mesma e a realidade através do rigor metodológico, da perspectiva de totalidade e da sua peculiar radicalidade, busca-se, especialmente, discutir as tarefas que a filosofia tem em seu ensino nas escolas de nível médio. Uma discussão sobre o caráter de ensinabilidade da Filosofia cumpriu o papel de articular a atividade filosófica como sendo uma prática eminentemente pedagógica. Desse modo, compreendeu-se que o tema “filosofia e ensino” não pertence a uma ordem de questões puramente

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O Ensino de Filosofia na Educação de nível médio em Teresina – PI:

relação entre formação inicial e prática pedagógica do(a) professor(a) de

filosofia.

Edna Maria Magalhães do Nascimento

O objeto de estudo dessa pesquisa foi o Ensino de Filosofia na

educação de nível médio, com vista à análise da relação entre a formação

inicial e a prática pedagógica do docente de filosofia em Teresina (PI). No

desenvolvimento do trabalho, constatou-se que a realidade da formação inicial

em Filosofia e a prática docente exigem um diálogo permanente desses dois

momentos, uma vez que, uma dimensão tem implicação direta na outra.

Reafirmou-se, nessa investigação, a necessidade de uma política acadêmica

de estudos e pesquisas, fortalecendo a iniciativa do NEFI – Núcleo de Estudos

sobre Ensino de Filosofia, para acompanhar a experiência do ensino de

Filosofia tanto na formação inicial, adquirida em curso superior de Licenciatura

quanto no âmbito das escolas, na prática docente, com possibilidades de

construção de uma base de conhecimentos sobre essa realidade.

O estudo bibliográfico procedeu a uma análise sobre a Filosofia,

optando, em priorizar muito mais as tarefas e finalidades desse saber e elencar

suas principais características, que se mantêm vivas desde o seu surgimento

na Grécia clássica, do que promover uma discussão formalista do seu conceito.

Não que esta opção fosse dispensável. Não se quis fugir do conceito, tentou-se

fazê-lo a partir da atividade filosófica ou da temporalidade histórica, uma vez

que é preciso “trazer o conceito para o tempo”, sem, necessariamente, impor

um determinismo histórico na produção filosófica. Ao discutir suas tarefas

enquanto saber intelectual que interroga e investiga a si mesma e a realidade

através do rigor metodológico, da perspectiva de totalidade e da sua peculiar

radicalidade, busca-se, especialmente, discutir as tarefas que a filosofia tem

em seu ensino nas escolas de nível médio.

Uma discussão sobre o caráter de ensinabilidade da Filosofia cumpriu

o papel de articular a atividade filosófica como sendo uma prática

eminentemente pedagógica. Desse modo, compreendeu-se que o tema

“filosofia e ensino” não pertence a uma ordem de questões puramente

didáticas, mas também filosóficas, ou seja, a fundamentação desse saber na

formação escolar é uma questão que tem sido discutida como um problema

filosófico e deve ser assumido, também, pelos Departamentos de Filosofia e

não apenas no campo da educação. Segundo Von Zuben (1992), a

apropriação do filosofar é uma questão filosófica. Esta afirmação surge no

sentido de provocar as instâncias departamentais das universidades para a

necessidade de assumirem uma reflexão filosófica sobre o caráter de ensino

que esse saber ocupa, sobretudo, nas escolas de nível médio, quando oferece

a possibilidade de uma atividade de diálogo com a juventude sobre as

questões do seu tempo: questões éticas e políticas, o aprendizado do ser e do

conviver, ou seja, da democracia. Eis um locus para fazer “operacionalizar” a

Filosofia, pois conforme pensava Dewey (1985) é esta a sua utilidade – ensinar

o uso crítico da razão.

Uma análise sobre a profissionalização do docente de Filosofia ajudou

a compor alguns consensos sobre a Filosofia na educação básica e indicar a

possibilidade da construção de um projeto de ensino de Filosofia, que observe,

dentre outros aspectos: a pluralidade de temas do campo da Filosofia e a

capacidade que os docentes devem ter para selecionar aqueles conteúdos que

atendam aos objetivos da disciplina nesse nível escolar, ou seja, uma iniciação

dos estudantes na reflexão filosófica; a pesquisa também revelou a

necessidade de articular os temas filosóficos às referências da tradição

filosófica, sem contudo, fazer necessariamente, uma opção apenas por temas

filosóficos sem a referência histórica, muito menos, que se apresente aos

estudantes o percorrer enfadonho dos sistemas e doutrinas sem a natureza da

Filosofia que é a sua atividade problematizadora; a profissionalização do

docente deve contemplar os conhecimentos da prática escolar e das ciências

da educação e dotar este profissional de habilidades para realizar a atividade

pedagógica de educar filosoficamente.

Além das competências citadas, Giannoti (1999) diz que é preciso

desenvolver no trabalho filosófico uma espécie de philia, uma alteridade

recíproca. Nesse sentido o exercício do filosofar exige que se observe a

etimologia da palavra: uma amizade pelo saber, mas uma amizade, acima de

tudo, por aquele que sabe e que conhece e não pelo saber em si. E mais, pela

possibilidade que esse saber seja compartilhado. A atividade filosófica desde o

seu nascedouro surge como uma prática coletiva, dialógica, realizada numa

comunidade de pensamento: “Firma-se entre nós, mestres, colegas, e alunos,

um vínculo sui generis, muito íntimo. Trata-se de uma espécie de philia sem

que se possa dizer que o outro seja eu mesmo, embora a alteridade recíproca

se desenhe por meio dos processos de identificação e diferenciação” ( p.7).

Compreender a Filosofia enquanto uma atividade teórica e uma prática

de ensino requereu uma análise da trajetória histórica da Filosofia no Brasil,

condição para explicitar as dificuldades que tem esse saber em afirmar-se

enquanto um conhecimento curricular consolidado nas escolas. As conclusões

do estudo apontam a dificuldade da disciplina Filosofia ocupar o seu devido

espaço na organização da estrutura curricular das escolas brasileiras. A não

consolidação curricular da Filosofia e a sua história permeada por avanços e

retrocessos marcam uma prática pedagógica fundada na incerteza e na

intranqüilidade, transformando o professor de Filosofia num militante em defesa

de sua causa: a filosofia e a manutenção do seu espaço de trabalho.

Este ensino assumiu, historicamente, um caminho distinto da sua

natureza crítica e indagadora sobre o mundo. Ao ser introduzido na cultura

brasileira, veio através da imposição ideológica do pensamento religioso cristão

e teve a sua presença permitida por situar-se como demonstradora lógica das

verdades da Revelação. Posteriormente, o legado filosófico associou-se ao

novo paradigma dominante que foi o pensamento positivista. Mas, mais uma

vez, teve uma existência contingente, ou seja, a ciência marcou a sua

hegemonia prescindindo da Filosofia. Por outro lado, a tradição erudita e

escolástica, mesmo numa conjuntura de um pensar laico, garantiu a presença

da Filosofia, nos breves espaços em que foi permitida, como um ensino

intelectualista e erudito, dirigido às elites.

Com o predomínio da orientação técno-burocrática instituída durante o

Regime Militar, a legislação educacional então em vigor, a lei 5.692/71, tratou

de excluir o ensino de filosofia das escolas e substituí-lo por um saber

doutrinário – veículo da ideologia do poder hegemônico. Após a promulgação

da lei 9.394/96 e seu discurso estabelecedor de uma educação humanista,

crítica, preparadora da cidadania, a Filosofia volta a ser objeto de discussão,

especialmente, mediante a possibilidade de tornar-se, de fato, uma

experiência, no contexto da escolas de nível médio. Agora, mesmo estando

requerida na LDB, a polêmica sobre a sua obrigatoriedade se mantém, ou seja,

os técnicos do MEC – Ministério da Educação, elaboram uma leitura conforme

seus interesses, isto é, afirmam que a Filosofia é “apenas” uma orientação

pedagógica da transversalidade curricular e não uma disciplina obrigatória.

No entanto, o argumento de que a Filosofia é um tema transversal,

esconde os verdadeiros propósitos da reforma do ensino, pois o que se pode

constatar é uma reedição de uma educação instrumental e técnica e uma

compreensão da qualidade como investimento na lógica do “mercado” e não na

qualidade educacional e social.

Desse modo, o governo assumiu a defesa da não obrigatoriedade da

Filosofia, culminando com o veto do Presidente da República, Fernando

Henrique Cardoso, em 08 de outubro de 2001 ao Projeto de Lei do Deputado

Pe. Roque Zimemerman, que foi elaborado para dirimir quaisquer dúvidas

sobre a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia, alterando a LDB

nesse sentido.

No nível político, aponta-se a necessidade da organização dos

profissionais da área da filosofia em suas entidades sindicais, acadêmicas,

científicas, partidárias, para pôr fim a imposição ideológica daqueles que

proíbem, numa época democrática, o exercício do aprendizado do pensar livre.

E, no nível acadêmico, deve-se fortalecer as instâncias de estudos e pesquisas

para defender concepções históricas de formação do educador,

fundamentalmente, contra o rumo que o capital quer impor ao conhecimento

produzido nas universidades.

A pesquisa demonstrou haver muitas contradições entre os argumentos

que advogam a não obrigatoriedade da Filosofia, destacando que a legislação

educacional vigente, a Lei 9.394/96, estabelece como uma das finalidades do

Ensino Médio a formação crítica e cidadã adquirida através dos conhecimentos

de Filosofia e Sociologia. Do mesmo modo, os Parâmetros Curriculares

Nacionais do Ensino Médio sistematizam o conhecimento filosófico para esse

nível escolar e indicam as competências e habilidades a serem desenvolvidas

com os alunos do Ensino Médio. Quer dizer, as possibilidades que o ensino de

Filosofia oferece, no que diz respeito, à análise, interpretação, síntese de textos

filosóficos e não filosóficos, a curiosidade intelectual, a sensibilidade estética e

uma formação ética, são diretrizes determinadas pelos próprios documentos

regulamentadores da LDB.

As contradições também estão presentes no âmbito da formação inicial,

pois na medida em que o MEC, através da Câmara de Ensino Superior,

estabelece as Diretrizes para a graduação em Filosofia na modalidade

Licenciatura e Bacharelado, orientando os currículos de graduação a

observarem estas prescrições, e dentre elas, a de que o curso de Licenciatura

em Filosofia deve oferecer uma sólida preparação intelectual e uma formação

pedagógica para os profissionais que vão assumir a docência no ensino médio,

está, certamente, garantindo a preparação de profissionais de Filosofia para a

educação básica, portanto, não pode estar, ao mesmo tempo, definindo essa

formação no Ensino Superior e negando o exercício profissional da mesma

atividade.

Os sujeitos entrevistados mencionaram que a própria UFPI, que

mantém um curso de Graduação em Filosofia e, semestralmente, forma

dezenas de professores de Filosofia não assegurou no PSIU – Programa

Seriado de Ingresso na UFPI, os conhecimentos filosóficos. O que demonstra

que a Universidade precisa compreender o conhecimento que produz e

manter-se em defesa do profissional que está formando. A organização de um

programa tendo em vista o estabelecimento dos conteúdos a serem exigidos

aos alunos de escolas básicas para o ingresso seriado no ensino superior,

deve ser estruturado através de um processo de diálogo com as coordenações

de cursos de graduação da UFPI. A pesquisa constatou que esse ato de

desconsiderar a Filosofia como conhecimento exigido pelo PSIU está trazendo

conseqüências desfavoráveis, desobrigando algumas escolas particulares de

Teresina em manterem a disciplina no currículo do ensino médio, conforme

manifestação dos sujeitos da pesquisa.

Entretanto, para desconstruir o discurso dominante da não

obrigatoriedade da filosofia, no âmbito das escolas públicas da rede estadual

de ensino, há uma nova matriz curricular, vigente a partir de 2000, definida

pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, cuja estrutura disciplinar situa a

Filosofia como matéria obrigatória do Núcleo Comum Nacional, inserida no

campo dos conhecimentos Humanos e suas Tecnologias. Do mesmo modo, as

escolas particulares ainda asseguraram em seus currículos a presença da

disciplina, mesmo em meio a essa conjuntura.

Com relação ao ementário e a bibliografia disponibilizada pela

Secretária Estadual de Educação para a Filosofia no ensino médio, percebeu-

se ser preciso uma discussão conjunta com a UFPI/DEFI sobre os temas a

serem definidos no ementário, bem como, a necessidade de melhor estruturar

uma bibliografia para os docentes e discentes, pois constam apenas dois livros

didáticos da educação básica, da autora Maria Lúcia de Arruda Aranha, cujos

títulos são “Temas de Filosofia” e “Filosofando”.

No tocante ao saber dos professores de Filosofia a pesquisa constatou

que, os docentes de Filosofia devem ter um perfil profissional com

competências e habilidades para compreender e transmitir os principais temas,

problemas e sistemas filosóficos, bem como que possuam a capacidade de

análise e reflexão crítica da realidade social; que tenham condições de

enfrentar com sucesso os desafios da prática docente, a fim de despertarem os

jovens para o universo da filosofia e que possam dialogar com os alunos do

ensino médio, a partir do legado da tradição e do pensamento inovador e

criativo. Tais domínios, como os dos conhecimentos dos sistemas e da história

da filosofia e o embasamento sobre os conhecimentos para o ensino de

Filosofia no nível médio, expressos, especificamente, na sistematização do

Parecer CES 492/2001, foram mencionados pelos sujeitos da pesquisa,

sobretudo, a indicação dos entrevistados que a formação inicial tem

secundarizado a formação pedagógica, e que, na graduação em Filosofia não

há uma política acadêmica para despertar o estudante, futuro professor de

Filosofia, para o campo da sua profissionalização.

É possível inferir que as instâncias responsáveis pela formação do

professor de Filosofia não vêm mantendo uma relação de diálogo em vista do

acompanhamento da formação acadêmica para que se atenda os objetivos da

Licenciatura em Filosofia. Não é possível cindir a formação teórica relativa aos

domínios dos conteúdos filosóficos com a formação profissional, que é a de

docente. Do mesmo modo, oferecer uma formação pedagógica, generalista,

onde o licenciando não se reconhece na sua área específica, no seu campo

epistemológico, forja uma situação burocrática em que os futuros professores

cumprem a formação pedagógica para “fechar” a quantidade de créditos a

cumprir no seu curso. Desse modo, o fator apontado pelos sujeitos como

determinante dos problemas da formação inicial, foi a falta de articulação entre

formação específica e formação pedagógica, comprometendo o exercício

profissional da disciplina Filosofia no ensino médio.

Muito já se tem falado o quão é difícil fechar essa equação: formação

específica e formação pedagógica. Entretanto, pode-se inferir que as saídas só

serão encontradas mediante o estabelecimento de uma nova ordenação que

possa conjugar essas duas instâncias. Se, de um lado, os sujeitos afirmaram,

na pesquisa, que o curso de Filosofia não prepara o professor de Filosofia e

sim, o especialista em Filosofia, identificou-se, também, que no âmbito da

formação pedagógica, prepara-se um professor, mas, um professor sem “cara”,

ou seja, um docente no sentido lato do termo. Portanto, essa generalidade é

um obstáculo, por não assegurar o sentimento de “pertença”, isto é, o

graduando não se reconhece como professor da área específica, pois ela é

ignorada, não traz o conteúdo dessa atividade, a história desse ensino ou a

experiência acumulada como condições do aprendizado desse saber.

Considera-se, também, que não é possível esperar dos estudantes ou

dos profissionais egressos da licenciatura em Filosofia que eles por si só,

façam as sínteses entre esses dois campos da formação, isto é, do conteúdo

específico e da formação pedagógica. Trata-se de uma questão estrutural que

deve ser enfrentada, especialmente, porque há um acúmulo de conhecimentos

e pesquisas nessa área apontado a necessidade dessa integração. As novas

Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores em Nível Superior do

Conselho Nacional de Educação, já esboçam, mesmo que timidamente, uma

orientação dos aspectos teóricos e práticos da formação visando o

equacionamento dessa realidade.

A mediação entre as duas realidades – instituição formadora e

instituições escolares – só foi possível ser realizada por meio de uma análise

qualitativa, considerando os numerosos aspectos que a questão sugere, por

isso, as conclusões desse estudo foram elaboradas mediante o recurso do

repertório de conhecimentos que os sujeitos internalizam sobre as suas

vivências com a realidade da prática da Filosofia. Os sujeitos se manifestaram

sobre as competências e saberes que os docentes de Filosofia devem

desenvolver, concordando que deve haver um equilíbrio entre formação

específica e formação pedagógica.

No entanto, em algumas falas, em posição minoritária, ainda

predomina a compreensão que no curso de Filosofia basta uma formação

intelectual, como se o professor nascesse pronto, isto é, não existisse uma

ciência da educação, um conhecimento pedagógico garantindo-lhe a sua

preparação. Esta postura decorre do tratamento secundário que as

universidades, ainda, tem dado à formação de professores, bem como, às

representações de professores e alunos marcadas por estereótipos como este:

“quem sabe, sabe ensinar”(Gatti, 1997)

As referências teóricas sobre os saberes dos docentes colocou a

pesquisadora em contato com várias sistematizações que apontam a

necessidade de compreender os saberes que compõem o exercício da prática

docente, possibilitando a articulação com o campo da Filosofia. Portanto, os

saberes disciplinares – relativos aos conteúdos de ensino; os saberes

curriculares – conhecimentos que permitem a estruturação e formulação dos

programas de ensino; os saberes pedagógicos – o saber das ciências da

educação e o saber da experiência – aquele testado e tornado público, foram

observados e traduzidos nas manifestações dos entrevistados na tentativa de

compor o repertório de saberes dos docentes de Filosofia.

Com relação ao professor de filosofia no ensino médio, as falas

destacaram a importância do saber da formação, mesmo revelando

dificuldades em articular teoria e prática pedagógica, mas também foi

ressaltado o saber da experiência vivida como docentes de filosofia,

especialmente, as habilidades que os mesmos devem ter para administrar um

cotidiano escolar desfavorável à prática do ensino de filosofia, seja pela

marginalização da disciplina, seja pela incompreensão do seu papel, bem como

pelas as condições de trabalho: turmas numerosas em escolas públicas e

particulares e carga horária super reduzida, a falta de apoio das direções

escolares e a situação sócio econômica dos docentes, dificuldades de leituras

e, principalmente, a falta de material didático em escolas públicas.

A situação descrita pelos docentes coloca a pesquisadora diante da

“face real da escola” não enfrentada na formação acadêmica, sobretudo, pela

forma idealizada na graduação que não traduz a realidade das escolas de nível

básico. Concluiu-se que os professores desenvolvem toda uma sorte de

estratégias para fazer com que a Filosofia possa ser ministrada. Alguns

afirmaram que é preciso disfarçar-se para apresentar a Filosofia aos alunos. De

forma que pode-se dizer não basta, somente, uma preparação intelectual sólida

para o sucesso com a disciplina nas escolas, é preciso, também, uma

formação pedagógica capaz de proporcionar ao professor condições de

planejamento da sua atividade, conhecimento da realidade em que vai

trabalhar, domínio de métodos de ensino para proporcionar o ensino de

Filosofia, e condições de selecionar a partir da pluralidade de temas do campo

da Filosofia conteúdos de ensino que atendam às finalidades dessa prática no

ensino médio.

O fato de o licenciando entrar em contato com as escolas somente ao

término do curso, através da Prática de Ensino, tem contribuído para reforçar a

separação em teoria e prática. Essa realidade, felizmente, está sendo

reformulada, pois, conforme os estudos sobre formação de professores, o

conceito de Prática de Ensino tem sido ampliado para prática escolar, prática

de pesquisa nas escolas e prática profissional. De maneira que, com a nova

LDB, a carga horária de Prática de Ensino passou para 300 horas. E, conforme

as Diretrizes da Formação Inicial de professores, a prática educativa

representa hoje 800 horas de atividade a ser trabalhada. Isto indica que o

estudante de Licenciatura ao ingressar na universidade deve receber uma

preparação que já lhe coloque desde o primeiro período em contato com a

realidade da escola. Ademais, o trabalho de conclusão de curso é uma prática

de pesquisa a ser contada nessa carga-horária. Esta regulamentação deve

orientar as novas propostas de formação de professores em curso de nível

superior.

A opção por um estudo que analisasse o âmbito da formação e o

espaço da atuação efetiva dos professores de Filosofia nas escolas de nível

médio, através de um diálogo entre a formação acadêmica e o fazer do

docente, do profissional egresso da instituição UFPI, pode indicar que estão em

curso ações assumidas pelo curso de Filosofia como, por exemplo, a sua

reformulação curricular, inclusive ampliando os conhecimentos relativos ao

ensino de Filosofia na educação de nível médio e as disciplinas do campo do

conhecimento das ciências da educação. Com isto se espera que a identidade

do professor de Filosofia possa ir sendo construída. Entretanto, é preciso que a

reformulação curricular seja assumida como um processo envolvendo toda a

comunidade da Filosofia, especialmente todas as instâncias responsáveis pela

formação do licenciado em Filosofia na UFPI.

Pode-se inferir que o viés que priorizou a formação do filósofo

especialista e secundarizou a preparação do professor de Filosofia é resultado

de uma conjuntura histórica, pois, embora, o curso de Filosofia venha,

historicamente, formando professores de Filosofia para o ensino médio, esse

campo de trabalho era anteriormente quase que inexistente, fazendo com que

os egressos, assumissem outras funções ou pleiteassem a docência em cursos

de magistério de nível médio ou no magistério superior. Nos últimos dez anos

essa realidade se alterou profundamente em função do retorno da disciplina na

educação de nível médio e pela implantação da Filosofia, também, no ensino

fundamental, tanto nas séries finais do ensino fundamental, quanto na

experiência pedagógica através do método “Filosofia para Crianças”. A partir

da nova conjuntura, a presença da Filosofia nas escolas públicas e

particulares, exige um programa de formação inicial que dê conta dessas

demandas e um projeto de formação continuada que capacite o professor de

Filosofia para o exercício qualificado da sua atividade.

O estudo exigiu um momento para a organização dos documentos

regulamentadores da Filosofia no âmbito da formação e no âmbito da sua

configuração curricular nas escolas de nível médio. Esse estudo provocou uma

análise sobre os programas de Prática de Ensino de Filosofia da UFPI, sendo

identificada algumas imprecisões que precisam ser corrigidas no tocante à

definição do objeto da Prática de Ensino de Filosofia. Sistematizou, também,

um arrazoado normativo da legislação educacional vigente, para registar as

contradições expressas na ação do governo brasileiro em vetar o ensino de

Filosofia.

A pesquisa indicou que a disciplina Prática de Ensino, conforme a

estruturação do seu plano didático, não está observando os objetivos da

formação do docente de Filosofia. O programa de ensino dessa disciplina, tal

como está documentado, dirige-se à formação para as disciplinas de

Fundamentos da Educação, representando um equívoco significativo em

relação às disciplinas que o professor de Filosofia pode atuar conforme Parecer

do CFE de 1982, ou seja, além da própria Filosofia, as disciplinas Psicologia e

Sociologia para o ensino secundário.

É salutar o desenvolvimento de futuras pesquisas a respeito da Prática

de Ensino de Filosofia, uma vez que não foi objeto desse estudo acompanhar

mais detidamente esta experiência, é preciso observar a Prática de Ensino na

sua efetivação, pois, pelos programas dos últimos anos, identificou-se um

conflito de atribuição entre uma Prática de Fundamentos da Educação e a

Prática de Ensino de Filosofia, além de uma bibliografia generalista que não

conta com o objeto específico da atividade.

Amparada nas respostas obtidas pelos sujeitos, nos documentos

definidores das diretrizes para a sistematização dos cursos de graduação em

Filosofia, bem como nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio e

no estudo bibliográfico sobre ensino de Filosofia e saberes docentes,

desenvolveu-se uma discussão sobre as competências e habilidades que o

professor de Filosofia precisa construir para desenvolver de modo satisfatório o

seu trabalho com a Filosofia no ensino médio.

Nesse sentido, foi objeto dessa investigação, compreender o tipo de

formação considerado adequado pelos sujeitos investigados, para habilitar o

docente ao exercício da Filosofia no ensino médio. Esta perspectiva indicava a

necessidade de tomar a realidade do curso de Filosofia da UFPI como

possibilidade de ser revelada, de maneira que o resultado colocou uma

discussão muito rica entre formação específica e formação pedagógica. Foi o

tema mais recorrente nas análises.

Partiu-se da premissa da importância do ensino de Filosofia para o

desenvolvimento das habilidades de pensar dos estudantes e das condições

que a Filosofia oferece, enquanto estudo crítico da realidade em vista da

formação de uma cidadania crítica e participativa, da forma como prescreve a

LDB. Dessa compreensão, a pesquisa procurou argüir os professores do

ensino médio sobre os aspectos da sua prática pedagógica com o ensino de

filosofia, sendo caracterizada essa experiência mediante as falas dos sujeitos.

A pesquisa trabalhou com os discursos dos sujeitos envolvidos com o

ensino de filosofia e quis possibilitar uma conversa em que 14 pessoas –

professores, estudantes universitários e professores do ensino médio –

falassem das suas experiências. As discussões organizadas na análise através

de uma circularidade interpretativa, apontaram que, da parte dos docentes da

UFPI do curso de Filosofia há uma disposição para mudar a situação da

formação possibilitando o equacionamento entre os saberes filosóficos e os

saberes docentes. O projeto em andamento de reformulação do curso de

Filosofia deve possibilitar a formação de licenciados e também de bacharéis

em Filosofia, uma antiga reivindicação da comunidade docente e discente para

corrigir as imprecisões e dar uma identidade ao curso de Filosofia da UFPI.

As falas das estudantes entrevistadas demonstraram muita ansiedade

e expectativa com a docência de Filosofia, realizaram observações sobre as

posturas teóricas dos docentes do curso, que, na visão das entrevistadas não

fazem as sínteses entre o saber específico e o saber docente, desenvolvendo

um conhecimento eminentemente acadêmico. Ao falarem sobre as habilidades

e competências que o docente de Filosofia deve possuir demonstram muito

mais disposições pessoais que categorias conceituais. Destacou-se as

referências à coragem, ao medo, à insegurança, ao gostar de ser professor, ao

gostar da Filosofia, revelando apropriações muito mais subjetivas. Esses

aspectos devem sugerir investigações sobre a subjetividade da

profissionalização do docente de Filosofia, ou seja, além da dimensão do eu

profissional, também, procurar compreender a dimensão do eu pessoal (Nóvoa,

2000).

Os professores do Ensino Médio revelaram com propriedade os

conhecimentos que os mesmos acham que o docente de Filosofia deve

construir, inclusive as falas coincidiam com a discussão teórica formulada no

plano conceitual. Revelaram, no entanto, uma vivência sofrida, marcada por

muitos obstáculos, frutos das deficiências da formação e da convivência com o

preconceito relativo ao ensino de Filosofia, da incerteza com relação ao futuro

dessa atividade, mas revelaram uma enorme disposição para assumir esta

atividade, embora se verifique as limitações apresentadas. Há uma auto-estima

considerável revelada pelos professores de Filosofia no ensino médio, o que

lhes permitem prosseguir diante de tanta adversidade. Assumem que a

recompensa é o resultado do trabalho na escola, pois, os estudantes, embora

iniciem as aulas de Filosofia com muitas reservas conseguem participar,

compreender as finalidades da Filosofia e a ter, portanto, uma recepção

positiva para com essa prática.

Predominou nas falas dos sujeitos – estudantes e professores do

Ensino Médio –uma forte convicção do papel social do filósofo, demonstrando

uma compreensão que a Filosofia ajuda a entender a realidade e, portanto, a

transformá-la. Considera-se, no entanto, que se essa dimensão for

hipertrofiada, a filosofia deixa o seu caráter revolucionário e transforma-se em

credo, então, é preciso equacionar bem essa tarefa, aliás, uma tarefa de todos

os educadores, mas que pela natureza da filosofia torna-se mais exigida.

Nos depoimentos dos professores do ensino médio foram observadas

algumas dificuldades para expressarem-se acerca da sistematização da sua

atividade docente, inclusive não se percebeu o domínio de um vocabulário das

áreas da Filosofia que lhes permitissem situar-se nos campos do conhecimento

filosófico. Ao falarem sobre os programas de ensino, não chegam a

estruturarem os conteúdos em áreas da Filosofia. Observa-se o

acompanhamento do sumário dos livros como programa de ensino e uma

enorme dificuldade em construir um programa visto que os livros didáticos não

vêm com uma seriação.

Por último, foi possível inferir um conceito e uma concepção de ensino

de Filosofia que estavam subjacentes às demais respostas, sendo extraídos

para comparar o conhecimento docente com o saber sistematizado na literatura

disponível, oportunidade em que os sujeitos conceituaram e refletiram sobre o

que fazem.

Todos os sujeitos se manifestaram pela compreensão que a Filosofia é

uma disciplina que possibilita o desenvolvimento da capacidade de raciocínio

crítico e que oferece condições para formar uma consciência atenta e curiosa

acerca da realidade, permitindo, outrossim, aos homens e mulheres

indagarem-se sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o meio, como

participantes da realidade.

Desse modo, compreende-se que para se atingir os objetivos da

Filosofia, enquanto ensino, é preciso antes de mais nada reconhecer os fatores

determinantes dessa prática, mas, dentre esses fatores, prioritariamente,

apostar numa preparação do profissional com a habilidade teórica e

pedagógica de realizar a tarefa de ensinar Filosofia nas escolas básicas como

possibilidade de provocar na juventude o gosto pelo debate, pela

argumentação e o seu compromisso social e político. Enfim, a pesquisa

concluiu que a dimensão da formação inicial não pode estar desvinculada da

experiência da prática pedagógica do ensino de Filosofia e, ao mesmo tempo,

das redes de ensino responsáveis pela educação de nível médio. Devem sim,

manter um diálogo permanente, universidade e sistemas de ensino, em vista

da qualidade educacional oferecida por essa prática escolar.

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